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PROJETO LEITENERGIA: POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE ENERGIA (BIOGÁS)
E PROCESSO DE CAPACITAÇÃO DE AGENTES NA REGIÃO SUDOESTE DO
PARANÁ
LEITENERGIA PROJECT: ENERGY PRODUCTION POTENTIAL (BIOGAS) AND
PROCESS AGENTS TRAINING IN THE REGION SOUTHWEST OF PARANÁ
Autor(es): Almir Antônio Gnoatto, Ana Claudia Schllemer dos Santos, Carila Tiele
Valendolfe Costa, Diane Pillonetto, Izamara Oliveira.
Filiação: Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Dois Vizinhos
E-mail: [email protected]
RESUMO
A sociedade global está cada vez mais preocupada com o desenvolvimento sustentável,
buscando práticas e inserindo tecnologias menos impactantes ao meio ambiente e que atenda
as necessidades das pessoas. Como a energia é a base do desenvolvimento, estudos sobre
fontes de energias renováveis são cada vez mais presente nas universidades. Uma dessas
possibilidade é a produção do biogás a partir da biomassa, pois oportuniza a geração de
energia em pequenas escalas, levando à autossuficiência energética da propriedade. O
presente trabalho tem por objetivo descrever o Projeto LEITENERGIA, seus objetivos,
parcerias e resultados alcançados na Região Sudoeste do Paraná viabilizado por meio de um
termo de cooperação internacional. Realizaram-se estudos sobre o potencial de produção do
biogás na região sudoeste do Paraná; viabilidade de implantação de um biodigestor em uma
propriedade rural; introduzir modelo de gestão ambiental de resíduos de animais e produtos
lácteos, por meio da elaboração e aplicação de um software; capacitação de um público alvo.
O Projeto LEITENERGIA atingiu plenamente os seus propósitos e prospectou novos estudos.
Palavras chave: Viabilidade, energias renováveis, biodigestor, resíduos.
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ABSTRACT
The global society is increasingly concerned with sustainable development, seeking practices
and entering less impactful technologies to the environment and meets the needs of people.
Since energy is the basis of development, studies on renewable energy sources are
increasingly present in universities. One such possibility is the production of biogas from
biomass, it provides an opportunity to generate energy on a small scale, leading to energy
self-sufficiency of the property. This paper aims to describe the LEITENERGIA Project, its
goals, achieved partnerships and results in Paraná Southwest Region made possible through
an international cooperation agreement. Studies were carried out on the biogas production
potential in the southwestern region of Paraná; implementation feasibility of a biodigester in a
farm; introduce environmental management model animal waste and dairy products through
the development and implementation of software; training of a target audience. The
LEITENERGIA project fully achieved its purpose and prospected new studies.
Keywords: Feasibility, renewable energy , biodigester , waste.
1. CONTEXTUALIZAÇÃO
O Brasil é conhecido mundialmente pelas fontes renováveis de energia, no entanto o
maior destaque é dado ao uso da energia hidrelétrica, responsável pela maior parte de toda
geração de eletricidade. Porém, ainda existem outras fontes renováveis de energia, com
grande potencial, mas que vem sendo pouco aproveitadas, como a energia solar, eólica e
biomassa (SOUZA et al., 2004).
O uso destas fontes renováveis destaca-se cada vez mais, visto que, a preocupação
com a elevação do consumo de combustíveis fósseis na atividade agrícola possibilite o cálculo
do balanço energético, estimulando assim o desenvolvimento de técnicas que possam
quantificar deforma satisfatória, as entradas e saídas de energia na agricultura (QUESADA et
al., 1987).
Frente às necessidades de sobrevivência e exploração de recursos naturais, o homem
vem desenvolvendo, ao longo dos anos, diversas formas de aproveitar os recursos naturais
disponíveis e muitas dessas técnicas geram grandes polemicas, quanto à sua eficiência e quais
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seus efeitos futuros. Sendo assim, pode-se dizer que a maior dificuldade da vida moderna é a
busca do equilíbrio na utilização das fontes de energia (JUNIOR et al., 2003).
Além das vantagens ambientais, destaca-se as vantagens sociais e econômicas, e isso
torna as fontes renováveis muito atrativas. Possibilitando a criação de fontes de energia em
pequenas escalas, até mesmo em propriedades rurais surge assim uma descentralização da
matriz da geração de energia, sendo uma etapa muito importante para o desenvolvimento
sustentável, tanto em países em desenvolvimento como o nosso, ou em países já
desenvolvidos. Fator que também deve ser levando em conta, além da descentralização, é que
estas centrais não requerem alta tecnologia para instalação e nem técnicos especializados para
sua operação (SOUZA et al., 2004).
Por ser um país tropical, com condições edafoclimáticas favoráveis ao bom
desenvolvimento de um vasto leque de espécies vegetais, existe um enorme potencial de
biomassa energética, devido à grande produtividade de massa vegetal. Sendo assim, “a
biomassa é definida como toda matéria orgânica de origem animal e vegetal, formada pelo
processo de fotossíntese, o qual ocorre na presença da luz solar” (SOUZA et al., 2004).
Conforme, Souza (2004), pode-se dizer que biomassa é:
“Uma forma de armazenamento de uma pequena fração da energia solar, que incide
na superfície da terra, na forma de ligações moleculares orgânicas. É liberada por
processos biológicos e termoquímicos. Ao contrário da energia dos combustíveis
fósseis, a biomassa é renovável e não contribui para o acúmulo de dióxido de
carbono na atmosfera terrestre, ou melhor, todo CO2 liberado durante o uso da
biomassa é absorvido novamente no processo de fotossíntese para formação da
mesma”.
A biomassa é uma fonte renovável de produção de energia elétrica, de calor ou
combustível, sendo uma gama bem variada de produtos utilizáveis para esta finalidade,
podendo ter origem de atividade agrícola, nos resíduos culturais, na pesca, na silvicultura,
como: produtos e subprodutos da floresta e resíduos da indústria madeireira, efluentes
domésticos e de instalações de agropecuária, efluentes e resíduos de indústrias
agroalimentares, como por exemplo lacticínios, suinocultura, aviários, matadouros ou
indústrias de transformação de frutos secos e resíduos sólidos urbanos (MADRP, 2005).
Esses resíduos gerados pelas atividades produtivas nas zonas rurais, seja: os resíduos
agrícolas, florestais e pecuários, são constituídos de estercos de animais, dentre outros
produtos resultantes da atividade biológica do gado bovino, suíno, caprino e outros, esses
resíduos são importantes como matéria-prima para a produção de biogás e por ter uma
relevância local justifica seu aproveitamento energético (SOUZA et al., 2004).
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“O biogás é um combustível gasoso com um conteúdo energético elevado
semelhante ao gás natural”. Podendo ser utilizado para geração de energia elétrica, térmica ou
mecânica em uma propriedade rural, reduzindo assim os custos de produção. “No Brasil os
biodigestores rurais vêm sendo utilizados para fins de saneamento rural, tendo como sub
produtos e biogás e biofertilizante” (SOUZA et al., 2004).
Porém, se faz necessária uma análise para que seja feito sempre um melhor
aproveitamento do biogás disponível na forma de combustível gasoso, podendo ser utilizado
num motor de combustão interna para geração de energia elétrica na propriedade rural
(SIEBENMORGEN et. al, 1988).
A expansão da suinocultura no país tem resultado em um aumento na geração de
dejetos, os quais são, muitas vezes, lançados em rios, lagos, açudes e nascentes. Com à
adoção de sistemas confinados de produção de suínos, grandes quantidades de dejetos são
produzidas. No entanto, esses dejetos apresentam elevado potencial de poluição, mas, por
outro lado, podem ser uma alternativa como fonte de energia e como fertilizante, desde que
este, seja escolhido e conduzido, adotando um manejo que aproveite esse material, de acordo
com cada propriedade. (OLIVEIRA, 1993; SOUZA et al., 2004).
Desta forma, soluções devem ser buscadas, para dar aos criadores os rótulos de
produtos ecológicos. Porém, sem as práticas adequados de tratamento desses dejetos suínos,
não há como atribuir aos cursos d’água, onde normalmente são os destinos finais dos
efluentes, às características adequadas de acordo com as normas de qualidade das águas
especificadas pela legislação em vigor (CONAMA, 1990). Porquanto, em muitos casos
também, que os níveis de tratamento exigidos pela legislação, se tornam inviáveis com a real
situação econômica do produtor rural (CAMPOS et al., 2005).
Uma das formas de tratamento de dejetos de suínos é a utilização de sistemas
anaeróbios, que em comparação aos sistemas aeróbios, possui baixo consumo energético,
baixa produção de sólidos e produção de biogás (CAMPOS et al., 1999).
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2. PROPOSITOS DO PROJETO LEITENERGIA
Frente a problemática ambiental, o estudo realizado foi o de verificar o
aproveitamento da energia gerada a partir da biomassa residual bovinocultura retrátil, ou seja,
estrume, chorume, e do setor de laticínios (o soro) através da conversão em biogás para
abastecer uma central de cogeração para a produção simultânea de eletricidade e energia
térmica. A importância da produção de leite e da sua industrialização por meio de laticínios na
região Sudoeste Paranaense permite projetar a produção de biogás a partir de misturas de
esterco e de soro de leite, criando uma sinergia entre os dois sistemas de produção.
A produção da biomassa por meio do esterco pode produzir o biogás, que se
caracteriza pela mistura de gases produzidos pela decomposição de matéria orgânica na
ausência de oxigênio e pode ser produzido a partir de matérias-primas regionais disponíveis,
tais como resíduos reciclados. Então o biogás é considerado uma fonte de energia renovável,
produzida pela digestão anaeróbica com bactérias anaeróbicas ou fermentação de materiais
biodegradáveis, tais como estrume, esgotos, resíduos sólidos urbanos, resíduos verdes,
material vegetal e culturas (PICCO, 2014).
O Sudoeste Paranaense, uma mesorregião do estado do Paraná destacada pela forte
região agrícola, produção de aves, suínos e bovinos, em que são apontados como um dos
principais vilões na emissão de gases do efeito estufa. Na agricultura o uso dos dejetos desses
animais ainda podem gerar passivos ambientais, pois há grande quantidade destes estercos
causar a poluição de solos, mananciais de água e ar.
Aproveitando esse potencial, foi desenvolvido o projeto LEITENERGIA, cuja
intenção foi reforçar a cooperação internacional da Região Autónoma da Friuli Venezia
Giulia (RAFVG) na Itália com o Estado do Paraná (Brasil) e, em especial, com a região do
Sudoeste Paranaense, fortalecendo o relacionamento com a comunidade de compatriotas que
vivem nesta área, através da transferência de tecnologia e soluções de melhores práticas para a
proteção do sistema hídrico do Rio Chopin, do Rio Iguaçu, bem como do Parque Natural do
Iguaçu e para a produção de energia renovável a partir de resíduo agrícola local.
Especificamente, o projeto LEITENERGIA teve como objetivo apresentar um
modelo de manejo ambientalmente correto dos resíduos de bovinocultura e indústria de
laticínios, fornecendo uma ferramenta funcional para a sua aplicação em grande escala, bem
como o planejamento energético local.
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O projeto LEITENERGIA foi desenvolvido com as seguintes instituições:
Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Dois Vizinhos, Prefeitura Municipal de
Cruzeiro do Iguaçu, Empresa PIN & PIN LTDA, como parceiros locais; a Região Autónoma
da Friuli Venezia Giulia (RAFVG) - Serviço voluntário, de solidariedade e de imigração
(Líder); Centro de Ecologia Teórica e Aplicada (CETA), parceiro técnico da RAFVG, ambas
instituições Italianas. Para a execução do Projeto LEITENERGIA foi assinado um Termo de
Cooperação Técnica entre a UTFPR Campus Dois Vizinhos e a Prefeitura Municipal de
Cruzeiro do Iguaçu, o termo foi publicado no DOU Nº 90 do dia 14 de maio de 2014.
A sustentabilidade da proposta está na redução do impacto ambiental do manejo de
dejetos da bovinocultura atual, pois atualmente ocorre um dano agronômico pelo
espalhamento sem tratamento dos dejetos no ambiente, e dos resíduos industriais na
fabricação do queijo, que geralmente passa pelo tratamento físico superficial e descarga para
o corpo de água de superfície, com prejuízos graves pela contaminação ambiental das águas
no sistema fluvial dos rios Chopin e Iguaçu, por extensão o Parque Natural do Iguaçu, devido
ao risco de eutrofização.
O uso de uma fonte renovável (biogás), ou seja, obtidos a partir de resíduos de
animais e dos processos de produção dos laticínios e da geração de energia, reduzindo as
emissões de gases de efeito estufa. Outro fator importante é a substituição do uso da biomassa
florestal (lenha) para a produção de calor em laticínios, reduzindo as retiradas de madeiras
descontrolada e o consequente risco de desmatamento em áreas de grande valor ambiental.
O modelo de governança proposto pelo projeto também representa uma oportunidade
para melhorar a economia local, uma vez que aumenta a rentabilidade para aqueles
diretamente envolvidos (propriedades leiteiras e laticínios), com benefícios diretos, indiretos
induzidos para as comunidades locais.
A ferramenta de apoio para a introdução dessa governança é a aplicação de um
software, que permite a análise do tamanho de todos os segmentos da propriedade e da
indústria na melhoria da cadeia de fornecimento de esterco bovino e de soro de leite para
produção de biogás.
2.1 OBJETIVOS DO PROJETO LEITENERGIA
Proteger o patrimônio natural da região Sudoeste do Paraná através de manejo
ambientalmente correto dos resíduos da bovinocultura leiteira e da indústria de laticínios.
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Introdução de um modelo de gestão ambiental de resíduos dos animais e produtos
lácteos, através da elaboração e aplicação de um (software) para a avaliação da viabilidade
das intervenções individuais, análise e planejamento da exploração dos recursos na área de
estudo;
Realizado estudos sobre o potencial de produção do biogás na região Sudoeste e
implementação de um estudo de caso, para análise da viabilidade técnica e econômica de
implantação de um biodigestor dentro do sistema de produção do município de Cruzeiro do
Iguaçu, conforme a metodologia Italiana.
Capacitar técnicos que trabalham no setor da pecuária leiteira, laticínios e
administradores locais e produtores rurais, sobre a possibilidade de utilização da biomassa
residual para a produção de biogás, assim como conscientiza-los sobre os impactos ambientais
dessa biomassa.
2.2 METODOLOGIA DO PROJETO LEITENERGIA
O Projeto LEITENERGIA surgiu a partir do intercâmbio de experiência entre a
RAFVG e o Sudoeste Paranaense, por meio da transferência de tecnologia funcional em
grande parte desenvolvido no contexto da RAFVG e a comparação no campo do
planejamento energético em escala local. A experiência adquirida na Itália sobre estas
questões visa aumentar a sensibilização dos operadores dos setores da bovinocultura,
laticínios e o poder público. Favorecendo com isso a criação de um novo modelo de gestão e
sinergias entre os empresários e as suas organizações representativas dos dois continentes, em
apoio aos processos de internacionalização do sistema de produção industrial de RAFVG.
Para seus propósitos, o projeto esteve alinhado com a área temática prioritária de
intervenção "apoiar as políticas para a proteção do património ambiental e cultural” do
"Programa Regional de Cooperação para o Desenvolvimento e as atividades da Parceria
Internacional", enquanto o objeto da intervenção está de acordo com os objetivos da União
Europeia e do Banco Mundial em favor da proteção do ambiente e promover o uso de fontes
renováveis de energia, especialmente se obtido a partir da biomassa residual.
Com isso o modelo proposto pelo projeto LEITENERGIA visou fortalecer a
interação RAFVG e a região Sudoeste Paranaense, por ser uma forte região agrícola com
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grande potencial de dejetos de aves, bovinos e suínos, se tornando um ponto crítico para a
gestão sustentável destes resíduos animais e agroindustriais.
O biogás vem se tornando um produto cada vez mais popular do tratamento de águas
residuais da agricultura, alimentos e resíduos sólidos urbanos. O processo de digestão
anaeróbica permite que fluxos de resíduos orgânicos sejam convertidos em produtos
utilizáveis, tais como o biogás, fertilizantes e corretivos do solo. Este processo pode
proporcionar um valor acrescentado no adubo como recurso de energia e pode reduzir os
problemas ambientais com resíduos animais.
Diante disso, pesquisas desenvolvidas no Projeto LEITENERGIA pretenderam
estudar a viabilidade do uso adequado do esterco de animais (aves, suínos e bovinos) hoje
disponível nos sistemas de produção agrícola para transformar por meio de biodigestores em
biogás co-gerando outras formas de energias (térmica, elétrica) necessárias para o nosso
conforto, melhorando também o meio ambiente, pois esses dejetos deixarão de contaminar a
água e solo.
No dia dois de abril de dois mil e quatorze, foi assinado o Termo de cooperação
Descentralizada entre Universidade Tecnológica Federal do Paraná campus Dois Vizinhos, a
Prefeitura Municipal de Cruzeiro do Iguaçu-PR, tendo por objeto o estabelecimento de bases
para realização de pesquisas e desenvolvimento, visando implementar o projeto de pesquisa e
desenvolvimento tecnologias denominado de “PROJETO LEITENERGIA”.
Para a execução do projeto houve o envolvimento de outros parceiros: a) A nível
internacional: RAFVG – Região Autônoma de Friuli Venezia Giulia – Serviço voluntário de
solidariedade e imigração, da CETA – Centro de Ecologia Teórica e Aplicada; b) A nível
local: Empresa Pin & Pin LTDA.
No primeiro momento foi realizada a tradução do material didático desenvolvido na
Itália (manual, folder e software) para auxiliar nos estudos e andamento do projeto, bem como
a construção da ferramenta de software definido para estudos de viabilidade técnica e
econômica para as intervenções individuais e para planejar o uso de recursos nas áreas
definidas da bovinocultura e laticínios da região Sudoeste Paranaense.
No segundo momento foi realizado um estudo regional sobre as cadeias produtivas
da bovinocultura de leite, aves e suínos. Em seguida foi adotado um estudo de caso, onde se
destacou a sinergia potencial que pode ser estabelecido entre uma exploração pecuária e uma
fábrica de lacticínios em energia dos seus produtos, em relação ao fato da utilização de uma
parte da biomassa residual decorrente de diferentes processos de fabrico (por exemplo,
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transformação de leite e de produção de carne, pecuária de águas residuais) pode permitir as
empresas otimizar a produção, aumentando a eficiência global do sistema.
Em seguida no Município de Cruzeiro do Iguaçu foram identificadas duas empresas-
piloto, que definiu o estudo de caso, e em particular: 1) Fazenda Pinzon, que se caracteriza
pela exploração de vacas leiteiras semi-confinadas e pela criação de suínos em ciclo fechado.
2) Indústria: Empresa de LATICINIOS Parlak LTDA (Laticínio Cruzeiro) que é especializada
na fabricação de produtos lácteos, de diferentes tipos de queijo (mussarela, prato, frescal,
creme, etc).
Em seguida foi realizado cursos de capacitação para gestores de laticínios,
produtores rurais, técnicos e gestores municipais, acadêmicos e pesquisadores das ciências
agrarias.
Para encerrar o projeto foi realizado uma conferência final envolvendo todos os
parceiros do projeto Leitenergia e várias autoridades de entidades locais e do setor
empresarial do Brasil e da Itália por videoconferência.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
LEITENERGIA foi um projeto de pesquisa e de extensão que visou estudar um
modelo de gestão sustentável, a ser aplicado no sudoeste do Estado do Paraná com o intuito
de aproveitar a exploração de dejetos de gado e águas residuais de laticínios para a produção
de biogás.
A Região sudoeste do Paraná se caracteriza por apresentar uma estrutura fundiária
baseada em pequenas propriedades rurais, segundo o censo de 2006 do IBGE, os
estabelecimentos rurais com até 50 hectares 44.118 unidades de um total de 49.934, chegando
a um percentual de 88,35% propriedade familiar e 12% não familiar.
A agricultura familiar possui 27 mil estabelecimentos com bovinocultura leiteira e
destes originou-se 85% do total de leite produzido na região. A bovinocultura de leite está
entre as atividades econômicas mais importantes da região, produzindo através de 29.932
estabelecimentos que produziram 405.552 mil litros de leite, alcançando um valor de
produção de R$ 162.623,00 mil reais (KIYOTA et al, 2012).
O processo de capacitação consistiu primeiramente no estudo e tradução do material
didático (cartilha) em italiano para o português, após impressão e utilização para a
capacitação dos participantes nos cursos. Os materiais elaborados continham informações
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voltados a divulgação do projeto (folders) distribuídos para a comunidade em geral e para o
processo de produção e utilização de biogás a partir de resíduos de biomassa de energia, com
a avaliação dos potenciais benefícios econômicos e de energia em manual operativo. No
manual técnico destaca também os aspectos ambientais de gestão de resíduos destinados a
produção de energia. Sendo uma ferramenta de apoio também a subsequente transferência de
conhecimentos e de formação de pessoal no setor da pecuária leiteira e em laticínios.
Os estudos realizados indicam que o Sudoeste do Paraná possui bom potencial para a
implantação de biodigestores para geração de biogás, apresenta um grande rebanho de
bovinos leiteiros e muitas indústrias de laticínios, que permite planejar uma cadeia sinérgica
de agroenergia entre os sistemas de produção (produção e consumo de energia). A região
também possui significativo rebanho de suínos e de aves que produzem dejetos em
quantidades expressivas, muitas vezes inaproveitáveis e até mesmo contaminando nossos
recursos naturais.
Esses resíduos de animais poderão ser transformados em energia térmica ou elétrica
para ser utilizada nas próprias propriedades rurais, economizando energias oriundas de outras
fontes, diminuindo custo de produção e aumentando a rentabilidade dos empreendimentos
agrícolas.
3.1 POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE BIOMASSA NA REGIÃO SUDOESTE DO
PARANÁ
Como os rebanhos de bovinos de leite, suínos e aves de corte e postura possuem forte
presença na região sudoeste do Paraná, o Projeto Leitenergia fez um levantamento dos
respectivos rebanhos para dimensionar o potencial de produção dejetos de animais para a
produção do biogás.
Segundo SEAB/DERAL(2013), conforme tabela 01, a produção de leite que engloba
os 37 municípios da região sudoestinos foi de mais de um bilhão de litros de leite, produzido
por 330.851 animais ordenhados. Dentre os municípios mais produtivos está Chopinzinho,
Francisco Beltrão e Dois Vizinhos, dentre os municípios de menor produção está Bom
Sucesso do Sul, Cruzeiro do Iguaçu e Bela Vista da Caroba.
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Tabela 01. Rebanho e Produção de leite nos municípios da região sudoeste (l/ano).
NÚCLEO MUNICÍPIO
REBANHO EM
PRODUÇÃO
PRODUÇAO
TOTAL ( LITROS)
Bom Sucesso do Sul 2.228 8.905.545
Chopinzinho 21.442 68.747.451
Coronel Vivida 14.351 45.508.289
Itapejra do Oeste 6.222 19.639.743
Pato Branco Mariopolis 5.364 21.885.120
Pato Branco 9.881 39.389.133
São João 12.057 46.444.527
Saudades do Iguaçu 5.328 16.960.297
Sulina 8.251 30.629.181
Vitorino 5.877 25.519.851
Ampére 11.456 34.099.670
Barracão 6.545 19.200.262
Bela Vista da Caroba 4.677 12.749.672
Bom Jesus do Sul 6.238 18.300.260
Capanema 14.111 42.000.257
Enéas Marques 9.242 31.400.497
Flor da Serra do Sul 6.057 17.400.092
Francisco Beltrão 19.844 60.300.273
Francisco
Beltrão Manfrinópolis 5.272 13.599.580
Marmeleiro 9.942 30.200.298
Pérola do Oeste 6.101 17.900.099
Pinhal de São Bento 5.005 13.950.091
Planalto 11.048 35.599.852
Pranchita 3.116 10.499.870
Realeza 10.102 31.300.287
Renascença 6.184 21.199.897
Salgado Filho 7.696 21.299.911
Santa Izabel do Oeste 10.608 33.100.398
Santo Ant. do Sudoeste 7.901 24.000.473
Verê 8.734 28.100.356
Boa Esperança do Iguaçu 5.023 14.000.043
Cruzeiro do Iguaçu 4.124 12.100.022
Dois Vizinhos 14.395 45.700.209
Dois
Vizinhos Nova Esperança do Sudoeste 8.575 23.900.045
Nova Prata do Iguaçu 13.090 40.000.415
Salto do Lontra 11.419 33.500.228
São Jorge do Oeste 13.347 37.200.452
TOTAL 330.851 1.046.232.646
Fonte: SEAB/DERAL (2013) Adaptado pelos autores.
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A suinocultura também é expressiva na região sudoeste paranaense, conforme a
Tabela 02, a microrregião de Francisco Beltrão lidera o rebanho suinícola, seguido pelas
microrregiões de Pato Branco e Capanema totalizando um plantel 1.848.605 mil cabeças
distribuído nas diferentes categorias, os animais para engorda possui maior quantidade,
seguido de animais em desmame e reprodução nos 37 municípios no ano de 2013.
(SEAB/DERAL, 2013).
Tabela 02 – Plantel anual de suínos do Sudoeste do Paraná.
Microrregião Engorda Reprodução Desmame
Capanema 234.570 10.170 140.620
Francisco Beltrão 625.820 50.337 586.160
Pato Branco 35.758 8.721 156.449
TOTAL – Sudoeste PR 896.148 69.228 883.229
Fonte: SEAB/DERAL (2013) Adaptado pelos autores.
O sudoeste paranaense é dividido em três microrregiões, segundo SEAB/DERAL
(2013) conforme mostra a tabela 02, Francisco Beltrão que conta com dezenove municípios
possui o maior plantel de aves da região que produz 366.880 mil toneladas de dejetos de aves
por ano, em seguida Pato Branco, com mais 10 municípios produz 118.600 mil toneladas de
esterco anual, por último em produção de 69.670 mil toneladas por ano dejetos de aves está
Capanema que abrange oito municípios na microrregião.
Segundo dados da pesquisa a produção de cama de aves de corte foi de 476.470 mil
toneladas, somados as 78.680 mil toneladas de aves de postura, totalizando uma produção de
555.150 mil toneladas de dejetos de aves em 2013, representando em torno de 10 % do total
produzido no Brasil. A grande parte destes dejetos são manejados de forma inadequada no
meio ambiente, contaminando solos, água e ar.
Tabela 03 – Plantel de aves do Sudoeste do Paraná em toneladas por ano
Microrregião Total avícola/Ton/ano
Capanema 69.670
Francisco Beltrão 366.880
Pato Branco 118.600
TOTAL – Sudoeste PR 555.150
Fonte: SEAB/DERAL, 2013, Adaptado pelos autores.
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Segundo SEAB/DERAL (2013) a avicultura de corte e postura na região representa
28,30% do Valor Bruto de Produção (VBP).
3.2) ESTUDO DE CASO PROPRIEDADE RURAL
A propriedade rural estudada foi a Fazenda Pinzon, onde a bovinocultura da fazenda
apresenta um sistema semi-confinado, a tabela abaixo apresenta os animais que a fazenda
possui, sendo cinquenta e quatro vacas destinadas a produção de leite, com quarenta e quatro
destas em lactação e dez vacas secas. Possui doze novilhas acima de dois anos, vinte e quatro
bezerras com quinze bezerros de até dois anos.
Tabela 04 - Número de animais bovinos da propriedade pesquisada.
Animais Número de animais Peso Médio
Vacas em Lactação 44 550 kg
Vacas secas 10 550 kg
Novilhas 12 430 kg
Bezerras 24 40 kg
Bezerros 15 300
Fonte: Autores.
A fazenda conta com 105 animais bovinos, de acordo com informações fornecidas
pelo proprietário, estes apresentam uma produção de esterco de gado ano de 1.674 m3. O
proprietário rural tem uma coleta anual estimada de 1.674 m3 por ano de esterco com criação
de gado leiteiro. Considerando-se uma massa volumétrica de 850 kg/m3, a produção total de
esterco da pecuária, em termos de peso, equivale a 1.423 ton/ano, que são coletadas cerca de
65% de esterco produzido pelos animais leiteiros, armazenado em três esterqueiras e utilizado
posteriormente em lavouras.
Segundo dados levantados na Tabela 05, a Fazenda Pinzon conta atualmente com
8.200 animais entre a produção de leitões (maternidade e creche), terminação e matrizes
(gestação e maternidade), já a produção anual foi de 11.700 suínos.
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Tabela 05. Quantidade de suínos nas diferentes fases de desenvolvimento.
Leitões Terminação
Matrizes
Maternidade Creche Gestação Maternidade Total
Peso Médio até 7kg 7 - 30kg 90 - 100kg 300 250
Quantidade/atual 1500 1500 4500 560 140 8200
Quantidade/ano 2200 2200 6600 560 140 11700
Idade até 25 dias 25 - 75 dias 75 - 160 dias 560 140
Fonte: autores.
Para essa produção, ainda são utilizados 9 machos, destes, 6 para retirada de
material para inseminação e 3 para monta. Com essa produção de suínos estimou-se a
produção anual de estrume (esterco), aproximadamente 30.000 ton/ano. Então somado com a
produção estimada 1.423 ton/ano de esterco de bovinos leiteiros dos 105 bovinos, com a
produção de esterco de suínos dá um valor de aproximadamente 31.423 ton/ano de dejetos na
propriedade.
Tabela 06 - Produção anual de esterco de suínos na propriedade em toneladas;
Número de
animais Produção de esterco (ton/ano)
Leitões maternidade 1500 330
Leitões creche 1500 1056
Terminação 4500 17.325
Porcas de gestação 560 9240
Porcas à maternidade 140 1925
Machos 9 100
TOTAL 8.209 29.976
Fonte: autores.
Os dejetos são armazenados em três esterqueiras do tipo lagoa, posteriormente
transportados para lavouras e pastagens do proprietário e de propriedades vizinhas, onde são
transportados através de dois caminhões com capacidade de 9000 litros cada.
A cadeia de produção de biogás representa uma oportunidade para o mundo agrícola,
podendo assumir liderança na consecução dos objetivos estratégicos de energia a nível
nacional, interceptando ao mesmo tempo o valor acrescentado do processo de produção,
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permitindo a exploração do produto agrícola ou subprodutos agroindustriais que são
atualmente geridos com altos custos econômicos e energéticos. No resultado do
gerenciamento da digestão anaeróbia em estudo, não foi considerado os custos de depreciação
da planta e de quaisquer encargos financeiros decorrentes de empréstimos bancários que
cubram a totalidade ou apenas uma parte do custo do investimento.
Com a produção 31.423 ton/ano de dejetos na propriedade, feito as simulações de
rendimento em biogás, e coogerado em energia elétrica, a produção estimada da propriedade e
de 126 kW/hora, funcionamento de 20 horas por dia indica as receitas e custos obtidas com a
vinda desta energia gerada, cabe ressaltar que foram utilizados 185,00 R$/kW, valor muito
abaixo do praticado hoje no mercado de energia elétrica. Veja na tabela 07 essa simulação.
Tabela 07 - Receitas e custos operacionais para produção de biogás e coogerado em energia
elétrica.
Demonstração do Resultado (R$ / ano)
Como Receitas de Venda de energia Elétrica * 186.423, 43
A receita de venda de energia térmica 10.196,91
Como Receitas Totais 196.620,33
Custo de Negócios de Fornecimento de estrume 0
Custo estrume oferta Não agrícola (excluindo transporte) 0
Custos de transporte de biomassa agrícola 0
Consumo de Custo de Eletricidade 14.913,87
Custo Manutenção biogás planta de Produção 20.077,05
Custódio Os de Manutenção do CHP 30.230,83
Com o Custódio Pessoal 7.200,00
Custo digerido espalhando 0
Despesas Administrativas, Combustível, Manutenção de Veículos,
despesas gerais, etc. 8.000,00
Custos Totais de Entrada 80.421,75
* Os Preços de Eletricidade São Avaliados a cada ano".
Fonte: PICCO (2014).
A tabela 08 abaixo também mostra a simulação da viabilidade econômica-financeira
do investimento inicial para a construção da instalação do biodigestor. Baseado nos
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parâmetros da tabela 08, o Valor Presente Líquido (VPL) no 15º ano é de 153.763,14.
Observa-se que o investimento se torna positivo sendo sustentável, a partir de custos de
realização da unidade de biogás o investimento for inferior a R$ 13 mil por KW (equivalente
a 4.000 €/KW). Além disso, a Taxa Interna de Retorno (TIR) do projeto excede a dívida a
uma taxa fixa de empréstimo (5%), permitindo, assim, que a estrutura financeira para exercer
um efeito positivo, para um custo unitário da unidade de biogás de menos de R$ 9.400 /KW.
Tabela 08. Análise do Valor Presente Líquido (VPL) e a Taxa Interna de Retorno (TIR).
Parâmetro UN Valor
Custo Invest. por Unidade de Potência (R$/kW) 12.000,00
Custo de investimento inicial (R$) 1.511.541,30
Equidade (%) 100
Taxa de desconto (%) 6
Taxa de empréstimo (%) 5
Tempo de Retorno do Capital (Anos) 13 Anos e 07meses
VPL - Financeiro (15º ano) (R$) 153.763,14
Taxa Interna de Retorno – TIR (%) 1,2
Fonte: PICCO (2014).
O custo de investimento por unidade de energia estimado, igual a cerca de 4.000
€/kW, o que evidencia o equilíbrio financeiro da iniciativa, é relativamente baixo em
comparação com os padrões italianos: na mesma potência instalada, o custo de investimento
inicial para uma planta de pequeno porte, tais (126 KW) para viabilizar a produção
biogás/energia a partir dos dejetos de suínos e bovinos na Itália varia entre 5.000,00 e
6.000,00 € / kW, cerca de 25-50% mais do que o valor previamente calculado.
Deve-se considerar que o custo de investimento inicial não só a construção da
estrutura de produção de energia renovável a partir do biogás, mas também a instalação
necessária para o transporte de biogás a partir da instalação da planta de digestão anaeróbia
para cogeração em energia elétrica.
Com base nos pressupostos, a viabilidade de implantação do biodigestor na Fazenda
Pinzon a partir da aplicação do software, houve uma receita anual prevista de R$ 196.620,33,
e um custo total anual de R$ 80.421,75, esse resultado mostrou que o período de retorno do
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capital investido, estima-se 13 anos e sete meses, um VPL positivo e TIR de 1.2% para os
padrões italianos, no Brasil há necessidade de fazer um estudo dentro das nossas realidades.
3.3) ESTUDO DE CASO: LATICÍNIO
Outra empresa do estudo de caso foi a fábrica de laticínios de Cruzeiro do Iguaçu que
fabrica produtos lácteos, como queijo mussarela, queijo prato, manteiga, massa coalhada etc.
São processados 50 mil litros de leite por dia e deste leite 70 a 80% é convertido em soro.
O soro produzido na empresa é destinado em sua grande maioria, em torno de 95%
para a Granja Pinzon, utilizado para a criação de suínos. E 5% é cedido aos produtores locais
e utilizado na indústria. Os efluentes oriundos da limpeza dos caminhões, máquinas e
equipamentos são armazenados em três lagoas de decantação, com o objetivo de tratar os
resíduos industriais. Após esse tratamento os efluentes são destinados ao Rio Canoas, pois
este tem maior vazão de agua evitando a descarga em um pequeno córrego próximo.
Na indústria de laticínio foi estimado o consumo médio mensal de eletricidade, sendo
aproximadamente 98.221 KW/mês, a um custo de aproximadamente R$18.394,68/mês. O
custo médio da eletricidade para a indústria é de aproximadamente R$187,28 / kwh.
Tabela 09 – Consumo de eletricidade (KW) e despesas (R$) da fábrica em (2014).
Ano 2014
Mês de referência
A Consumo de
Eletricidade Custo de aquisição
O custo médio da
eletricidade
(KW / mês) (R $ / mês) (R $ / kWh)
Março 90.916 14,591.73 160,50
Abril 100128 16,206.89 161,86
Junho 84.996 13,203.85 155,35
Agosto 90505 21,418.44 236,65
Setembro 100537 19,599.88 194,95
Outubro 100987 20,249.72 200,52
Novembro 121089 22,777.98 188,11
Dezembro 96.608 19,108.91 197,80
Total 785765 147,157.40 187,28
Média mensal 98221 18,394.68 -
Fonte: Autores.
Os dados não abrangem o ano todo de 2014, mas ainda pode ser usado para estimar o
consumo médio mensal de eletricidade.
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Atualmente não existe uma abordagem sinérgica entre as duas empresas em estudo, a
maior parte do soro de leite do produto lácteo (cerca de 95%) é utilizada para a alimentação
animal (suínos) da fazenda Pinzon, também graças a um eficiente sistema de transporte do
soro de leite do laticínio para a fazenda, que utiliza a diferença natural na altura (nível) entre
as duas empresas. O soro, em seguida, move-se por gravidade através de um tubo que conecta
os tanques móveis e tanques de armazenamento nas duas empresas de produção. Desta forma,
um produto de resíduos industriais como o soro de leite, o descarte de que poderia representar
um custo para o leite, torna-se um recurso para a criação dos suínos. A eficiência na produção
(de carne) é aumentada, assim, consideravelmente.
Foram avaliadas as possibilidades de expandir a oferta de matéria-prima a partir da
planta, começar a digestão anaeróbia, integrando-o com outras matérias-primas secundárias,
como uma parte do soro de leite diretamente a partir do leite e não utilizados para alimentação
animal, e o adubo resultante dos inúmeros rebanhos de frangos da região do entorno das
empresas. Neste último caso, pode-se então ativar formas eficientes de explorar ainda mais as
sinergias entre o setor agrícola e os setores agroindustriais (suínos, aves e indústria de
lacticínios).
A pecuária em estudo foi caracterizada por uma necessidade de energia muito
limitada, pois não são estruturas e instalações atuais (por exemplo, sistemas de ordenha,
grande manuseio de lodo, sistemas de ventilação, etc.) que podem levar a um consumo
significativo e constante de energia de eletricidade e calor. Por esta razão, a recuperação de
energia de biogás na empresa gado aparece uma solução viável.
A energia é um fator essencial para assegurar a competitividade das explorações
leiteiras, uma vez que os custos de energia representam um custo total de produção
significativa. Um laticínio apresenta demanda de calor, frio e eletricidade, com diferenças
relacionadas às especificidades dos processos individuais de produção e o nível de tecnologia
e automação na exploração, mas sempre de nível considerável.
A empresa Laticínio Cruzeiro utiliza energia elétrica e térmica, os gastos com
energia elétrica tem seu pico das 9h as 14h, mas mantém uma constância no resto do dia para
manter o resfriamento dos produtos. O resfriamento da água na indústria é através do chiller,
utilizando assim energia elétrica, e a energia térmica utiliza-se para o vapor fornecido pela
caldeira que é alimentada com madeira.
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A utilização de caldeira para a produção de energia térmica é utilizada desde a
instalação do laticínio. As madeiras utilizadas são de reflorestamento, do gênero Eucalyptus, o
seu consumo varia conforme a produção da indústria. Segue tabela 10 com o consumo mensal
de madeira em m³ e seu desembolso financeiro em reais.
Tabela 10. Consumo de madeira (m³) e seu respectivo custo mensal do laticínio.
Mês M3 Valor
Janeiro de 2014 157,60 R$ 7.814,60
Fevereiro de 2014 639,49 R$ 31.523,36
Março de 2014 165,73 R$ 6.413,57
Abril de 2014 646,02 R$ 30.200,23
Maio de 2014 397,71 R$ 19.692,42
Junho de 2014 284,72 R$ 14.133,75
Julho de 2014 445,70 R$ 22.097,38
Agosto de 2014 423,02 R$ 19.210,31
Setembro de 2014 336,69 R$ 16.784,59
Outubro de 2014 474,65 R$ 24.193,69
Novembro de 2014 532,00 R$ 25.934,26
Dezembro de 2014 525,40 R$ 25.573,32
Média ano 5.028,72 R$ 243.571,48
Média mês 419,06 R$ 20.297,62
Fonte: autores.
O custo médio anual em madeira para a produção de energia térmica foi de
R$243.571,48, e o custo mensal médio foi de R$20.297,62. O consumo de madeira anual foi
de 5.028,72m3 e o consumo médio mensal de 419,06m3.
Os custos de produção de uma fábrica de lacticínios são, portanto, fortemente
correlacionados, para além do custo da matéria-prima, também do custo do abastecimento de
energia. A adoção de sistemas de cogeração, independentemente do tipo de combustível
usado (a partir de fóssil ou renovável), é capaz de aumentar a eficiência energética global do
processo de produção e, assim, a reduzir os custos de produção e aumentando a sua
competitividade no mercado.
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A contaminação do solo e das águas pode ser minimizada nas propriedades rurais
através de processos de construção de infraestruturas para realização de tratamento dos
dejetos produzidos, onde o aproveitamento destes produtos pode ser na própria propriedade
rural, diminuindo os problemas de contaminação do ambiente por dejetos animais e tornando-
se mais sustentável.
3.4) CAPACITAÇÃO DE AGENTES NO PROJETO LEITENERGIA
Um dos objetivos do projeto LEITENERGIA foi a capacitação de técnicos que
trabalham na pecuária e setores leiteiros, bem como os administradores locais, sobre a
possibilidade de utilização da biomassa residual para a produção do biogás. a) tradução do
manual proveniente da Itália em Português e impressão em português, utilizados para estudos
e para a capacitação dos participantes das palestras. Contendo este informações que são
tratadas na cadeia introdutória da produção e utilização de biogás a partir de resíduos de
biomassa de energia, com a avaliação dos potenciais benefícios econômicos e de energia.
Segue abaixo a imagem contendo os matérias distribuídos durante as capacitações.
Fotografia 1 - Cartilha, manual, folders e CDs com o software.
O processo de capacitação ocorreu no período de março a maio de 2015. Durante a
realização das capacitações foram distribuídos ao público cartilhas contendo um manual que
descreve a importância, formas de produção e utilização do biogás, a partir de resíduos
animais, CDs com o Software que permite analisar o potencial produtivo de cada propriedade
em termos de fornecimento de esterco bovino/suíno/aves e resíduos lácteos e folders para a
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divulgação do projeto. A ferramenta fornecida durante os cursos pode ser aplicada para a
resolução de situações específicas quando existir e vai apoiar no planejamento e programação
das intervenções nas propriedades e em toda a região.
A formação foi direcionada para diferentes públicos alvos durante as capacitações,
sendo estes agricultores, gestores de laticínios, técnicos e gestores municipais. A
implementação dos cursos para agricultores e gestores de laticínios da região sudoeste
paranaense foi uma oportunidade para a conscientização sobre a produção de biogás a partir
dos dejetos da agricultura e agroindústria subprodutos agrícola e de energias funcionais
agroindustriais das fabricas de laticínios.
Conforme Tabela 11, o público alvo nos cursos de capacitação atingiu 333 técnicos e
os gestores públicos municipais e de laticínios, cujo objetivo foi despertar a necessidade de
implementar políticas públicas de incentivo para a produção energética (biogás), bem como
conscientizar sobre as questões ambientais de resíduos para a produção de energia.
Tabela 11 – Publico participante nos cursos de capacitação do Projeto LEITENERGIA.
DATA PÚBLICO ALVO Nº DE
PESSOAS
LOCAL/ MUNICÍPIO
14/03/15 Produtores Rurais, Técnicos e Gestores Municipais
40 II Feira do campo cresol Itapejara D’Oeste - PR
20/03/15 Técnicos, Gestores Públicos, Gestores de
Laticínios e Produtores
Rurais
164 Associação dos municípios do Sudoeste do Paraná
Francisco Beltrão - PR
28/03/15 Produtores Rurais, Técnicos
e Gestores Municipais
15 Câmara de vereadores
Cruzeiro do Iguaçu – PR
13/05/15 Gestores de Laticínios,
Pesquisadores e
Acadêmicos filhos de
Produtores Rurais
28 Universidade Tecnológica
federal do Paraná (UTFPR)
Dois vizinhos – PR
20/05/15 Produtores Rurais, Técnicos
e Gestores Municipais
24 Universidade tecnológica
federal do Paraná (UTFPR)
Dois vizinhos – PR
22/05/15 Produtores Rurais, Acadêmicos, Técnicos e
Gestores Municipais
47 União de Ensino Superior do Sudoeste do Paraná (UNISEP)
Dois vizinhos – PR
26/05/15 Gestores de Laticínios,
Pesquisadores e
Acadêmicos filhos de Produtores Rurais
15 Universidade Tecnológica
Federal do Paraná (UTFPR)
Francisco Beltrão – PR
TOTAL 333
Fonte: Autores, 2016.
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O processo de capacitação auxiliou no sucesso dos resultados da disseminação do
conhecimento, dos riscos ao meio ambiente e da importância do tratamento de dejetos por
meio de palestras de conscientização que poderá consistir em melhorias no sistema de
produção e manejo dos recursos naturais, representando uma oportunidade para melhorar a
economia local, uma vez que aumenta a rentabilidade para aqueles diretamente envolvidos,
com benefícios diretos ou indiretos induzidos para as comunidades locais.
Fotografia 2 – Equipe LEITENERGIA realizando alguns cursos de capacitação.
O público participante foi além das expectativas, muito destes despertaram interesse
em implantar sistemas de biodigestores nas propriedades. No entanto, os participantes
identificaram dificuldades na implantação referentes às questões técnicas e econômicas que
poderá ser sanada com a assistência técnica e mais eventos de capacitações, bem como há
necessidade de continuar este processo e desenvolvimento do projeto de produção de biogás,
pois só se dará devida importância quando estes resultados forem observados fisicamente.
Para finalização do projeto realizou-se um vídeo conferencia entre Brasil e a Itália
apresentando os resultados do estudo. O vídeo conferencia facilitou o enceramento do estudo
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do projeto, através intercâmbio de experiência entre a região da Friuli Venezia Giulia
(RAFVG) na Itália e a região Sudoeste Paranaense.
Fotografia 3 – Vídeo conferencia enceramento do Projeto LEITENERGIA.
4. CONSIDERAÇÕES DO PROJETO LEITENERGIA
O projeto LEITENERGIA oportunizou conhecer o potencial da região sudoeste do
Paraná para a produção do biogás a partir dos dejetos de animais (especialmente bovinos de
leite) e dos dejetos resíduos industriais (laticínios).
Distribuir com a sociedade regional a disseminação do conhecimento por meio da
elaboração e distribuição de material didático voltado para técnicos de laticínios, gestores
municipais e dos produtores rurais visando à possibilidade da produção de energia por meio
de biogás, totalizando 333 participantes no processo de capacitação.
Para a universidade foi de grande valia, pois proporcionou o envolvimento da
comunidade acadêmica, seja no envolvimento de bolsistas no projeto como de professores que
formaram um grupo de pesquisa em energia renovável-biogás. A execução do projeto
despertou interesse de conhecer não só as experiências italianas de produção do biogás, mas
de iniciativas brasileiras.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Convênios entre instituições brasileiras vêm sendo elaborados entre a Universidade
Tecnológica Federal do Paraná e o Centro Internacional de Energias Renováveis
(CIBIOGÁS), bem como a submissão do projeto a editais de fomento nacional e parceiros
internacionais visando continuar as pesquisas.
Com a sociedade regional está em formação e estruturação a cadeia do biogás
envolvendo universidades, institutos de pesquisas e de assistência técnica, extensão rural,
professores municipais, empresas fabricantes de equipamentos, prefeituras municipais,
agência de créditos rural financiar projetos e produtores interessados.
Na universidade pretendeu-se implantar uma unidade didática de biodigestão para
pesquisa e capacitação em blocos bem como pesquisar projetos pilotos que serão implantados
por produtores rurais para produção de biogás e biofertilizantes e cogeração de energia
térmica e elétrica.
O modelo proposto pode contribuir para o fornecimento de energia a partir das
explorações agrícolas e agroindustrial, reduzir o impacto ambiental causado pelos dejetos da
fazenda e águas residuais da indústria, assim protegendo o patrimônio natural do Sudoeste
Paranaense e servido de incentivo para outras regiões do Brasil. Também conscientizou os
envolvidos, despertou na universidade, no poder público e em instituições ligadas à
agricultores e as empresas a necessidade de continuar estudos, pesquisas aplicadas e
transferência de tecnologias, bem como estabelecer políticas públicas para implementação de
empreendimentos rurais voltado a produção de Energia e Biofertilizantes, bem como a
estruturação de uma importante Cadeia do BIOGÁS.
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6. AGRADECIMENTOS
Temos a satisfação de agradecer a Universidade tecnológica Federal do paraná pela
oportunidade de participação no projeto LEITENERGIA, ao apoio dos parceiros
internacionais RAFVG - Região Autônoma da Friuli Venezia Giulia – Serviço Voluntário de
Solidariedade e de Imigração, da CETA – Centro de Ecologia Teórica e Aplicada e dos
parceiros a nível local: Prefeitura municipal de Cruzeiro do Iguaçu, Empresa Pin & Pin.
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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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RS. Anais. Pelotas: SBEA, 1999. p. 165.
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PRODUÇÃO DE BIOGÁS E DA EFICIÊNCIA DE TRATAMENTO DO REATOR
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SUÍNOS, Lavras, v. 29, n. 4, p. 848-856, jul./ago., 2005;
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Ministério do Meio Ambiente - MMA Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA.
Resoluções do Conama: Resoluções vigentes publicadas em setembro de 1984 e janeiro
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SUSTENTÁVEL, 2012.