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. Pelotas - RS, 06 a 08 de julho de 2016 SBSP - Sociedade Brasileira de Sistemas de Produção PROJETO LEITENERGIA: POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE ENERGIA (BIOGÁS) E PROCESSO DE CAPACITAÇÃO DE AGENTES NA REGIÃO SUDOESTE DO PARANÁ LEITENERGIA PROJECT: ENERGY PRODUCTION POTENTIAL (BIOGAS) AND PROCESS AGENTS TRAINING IN THE REGION SOUTHWEST OF PARANÁ Autor(es): Almir Antônio Gnoatto, Ana Claudia Schllemer dos Santos, Carila Tiele Valendolfe Costa, Diane Pillonetto, Izamara Oliveira. Filiação: Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Dois Vizinhos E-mail: [email protected] RESUMO A sociedade global está cada vez mais preocupada com o desenvolvimento sustentável, buscando práticas e inserindo tecnologias menos impactantes ao meio ambiente e que atenda as necessidades das pessoas. Como a energia é a base do desenvolvimento, estudos sobre fontes de energias renováveis são cada vez mais presente nas universidades. Uma dessas possibilidade é a produção do biogás a partir da biomassa, pois oportuniza a geração de energia em pequenas escalas, levando à autossuficiência energética da propriedade. O presente trabalho tem por objetivo descrever o Projeto LEITENERGIA, seus objetivos, parcerias e resultados alcançados na Região Sudoeste do Paraná viabilizado por meio de um termo de cooperação internacional. Realizaram-se estudos sobre o potencial de produção do biogás na região sudoeste do Paraná; viabilidade de implantação de um biodigestor em uma propriedade rural; introduzir modelo de gestão ambiental de resíduos de animais e produtos lácteos, por meio da elaboração e aplicação de um software; capacitação de um público alvo. O Projeto LEITENERGIA atingiu plenamente os seus propósitos e prospectou novos estudos. Palavras chave: Viabilidade, energias renováveis, biodigestor, resíduos.

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PROJETO LEITENERGIA: POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE ENERGIA (BIOGÁS)

E PROCESSO DE CAPACITAÇÃO DE AGENTES NA REGIÃO SUDOESTE DO

PARANÁ

LEITENERGIA PROJECT: ENERGY PRODUCTION POTENTIAL (BIOGAS) AND

PROCESS AGENTS TRAINING IN THE REGION SOUTHWEST OF PARANÁ

Autor(es): Almir Antônio Gnoatto, Ana Claudia Schllemer dos Santos, Carila Tiele

Valendolfe Costa, Diane Pillonetto, Izamara Oliveira.

Filiação: Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Dois Vizinhos

E-mail: [email protected]

RESUMO

A sociedade global está cada vez mais preocupada com o desenvolvimento sustentável,

buscando práticas e inserindo tecnologias menos impactantes ao meio ambiente e que atenda

as necessidades das pessoas. Como a energia é a base do desenvolvimento, estudos sobre

fontes de energias renováveis são cada vez mais presente nas universidades. Uma dessas

possibilidade é a produção do biogás a partir da biomassa, pois oportuniza a geração de

energia em pequenas escalas, levando à autossuficiência energética da propriedade. O

presente trabalho tem por objetivo descrever o Projeto LEITENERGIA, seus objetivos,

parcerias e resultados alcançados na Região Sudoeste do Paraná viabilizado por meio de um

termo de cooperação internacional. Realizaram-se estudos sobre o potencial de produção do

biogás na região sudoeste do Paraná; viabilidade de implantação de um biodigestor em uma

propriedade rural; introduzir modelo de gestão ambiental de resíduos de animais e produtos

lácteos, por meio da elaboração e aplicação de um software; capacitação de um público alvo.

O Projeto LEITENERGIA atingiu plenamente os seus propósitos e prospectou novos estudos.

Palavras chave: Viabilidade, energias renováveis, biodigestor, resíduos.

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ABSTRACT

The global society is increasingly concerned with sustainable development, seeking practices

and entering less impactful technologies to the environment and meets the needs of people.

Since energy is the basis of development, studies on renewable energy sources are

increasingly present in universities. One such possibility is the production of biogas from

biomass, it provides an opportunity to generate energy on a small scale, leading to energy

self-sufficiency of the property. This paper aims to describe the LEITENERGIA Project, its

goals, achieved partnerships and results in Paraná Southwest Region made possible through

an international cooperation agreement. Studies were carried out on the biogas production

potential in the southwestern region of Paraná; implementation feasibility of a biodigester in a

farm; introduce environmental management model animal waste and dairy products through

the development and implementation of software; training of a target audience. The

LEITENERGIA project fully achieved its purpose and prospected new studies.

Keywords: Feasibility, renewable energy , biodigester , waste.

1. CONTEXTUALIZAÇÃO

O Brasil é conhecido mundialmente pelas fontes renováveis de energia, no entanto o

maior destaque é dado ao uso da energia hidrelétrica, responsável pela maior parte de toda

geração de eletricidade. Porém, ainda existem outras fontes renováveis de energia, com

grande potencial, mas que vem sendo pouco aproveitadas, como a energia solar, eólica e

biomassa (SOUZA et al., 2004).

O uso destas fontes renováveis destaca-se cada vez mais, visto que, a preocupação

com a elevação do consumo de combustíveis fósseis na atividade agrícola possibilite o cálculo

do balanço energético, estimulando assim o desenvolvimento de técnicas que possam

quantificar deforma satisfatória, as entradas e saídas de energia na agricultura (QUESADA et

al., 1987).

Frente às necessidades de sobrevivência e exploração de recursos naturais, o homem

vem desenvolvendo, ao longo dos anos, diversas formas de aproveitar os recursos naturais

disponíveis e muitas dessas técnicas geram grandes polemicas, quanto à sua eficiência e quais

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seus efeitos futuros. Sendo assim, pode-se dizer que a maior dificuldade da vida moderna é a

busca do equilíbrio na utilização das fontes de energia (JUNIOR et al., 2003).

Além das vantagens ambientais, destaca-se as vantagens sociais e econômicas, e isso

torna as fontes renováveis muito atrativas. Possibilitando a criação de fontes de energia em

pequenas escalas, até mesmo em propriedades rurais surge assim uma descentralização da

matriz da geração de energia, sendo uma etapa muito importante para o desenvolvimento

sustentável, tanto em países em desenvolvimento como o nosso, ou em países já

desenvolvidos. Fator que também deve ser levando em conta, além da descentralização, é que

estas centrais não requerem alta tecnologia para instalação e nem técnicos especializados para

sua operação (SOUZA et al., 2004).

Por ser um país tropical, com condições edafoclimáticas favoráveis ao bom

desenvolvimento de um vasto leque de espécies vegetais, existe um enorme potencial de

biomassa energética, devido à grande produtividade de massa vegetal. Sendo assim, “a

biomassa é definida como toda matéria orgânica de origem animal e vegetal, formada pelo

processo de fotossíntese, o qual ocorre na presença da luz solar” (SOUZA et al., 2004).

Conforme, Souza (2004), pode-se dizer que biomassa é:

“Uma forma de armazenamento de uma pequena fração da energia solar, que incide

na superfície da terra, na forma de ligações moleculares orgânicas. É liberada por

processos biológicos e termoquímicos. Ao contrário da energia dos combustíveis

fósseis, a biomassa é renovável e não contribui para o acúmulo de dióxido de

carbono na atmosfera terrestre, ou melhor, todo CO2 liberado durante o uso da

biomassa é absorvido novamente no processo de fotossíntese para formação da

mesma”.

A biomassa é uma fonte renovável de produção de energia elétrica, de calor ou

combustível, sendo uma gama bem variada de produtos utilizáveis para esta finalidade,

podendo ter origem de atividade agrícola, nos resíduos culturais, na pesca, na silvicultura,

como: produtos e subprodutos da floresta e resíduos da indústria madeireira, efluentes

domésticos e de instalações de agropecuária, efluentes e resíduos de indústrias

agroalimentares, como por exemplo lacticínios, suinocultura, aviários, matadouros ou

indústrias de transformação de frutos secos e resíduos sólidos urbanos (MADRP, 2005).

Esses resíduos gerados pelas atividades produtivas nas zonas rurais, seja: os resíduos

agrícolas, florestais e pecuários, são constituídos de estercos de animais, dentre outros

produtos resultantes da atividade biológica do gado bovino, suíno, caprino e outros, esses

resíduos são importantes como matéria-prima para a produção de biogás e por ter uma

relevância local justifica seu aproveitamento energético (SOUZA et al., 2004).

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“O biogás é um combustível gasoso com um conteúdo energético elevado

semelhante ao gás natural”. Podendo ser utilizado para geração de energia elétrica, térmica ou

mecânica em uma propriedade rural, reduzindo assim os custos de produção. “No Brasil os

biodigestores rurais vêm sendo utilizados para fins de saneamento rural, tendo como sub

produtos e biogás e biofertilizante” (SOUZA et al., 2004).

Porém, se faz necessária uma análise para que seja feito sempre um melhor

aproveitamento do biogás disponível na forma de combustível gasoso, podendo ser utilizado

num motor de combustão interna para geração de energia elétrica na propriedade rural

(SIEBENMORGEN et. al, 1988).

A expansão da suinocultura no país tem resultado em um aumento na geração de

dejetos, os quais são, muitas vezes, lançados em rios, lagos, açudes e nascentes. Com à

adoção de sistemas confinados de produção de suínos, grandes quantidades de dejetos são

produzidas. No entanto, esses dejetos apresentam elevado potencial de poluição, mas, por

outro lado, podem ser uma alternativa como fonte de energia e como fertilizante, desde que

este, seja escolhido e conduzido, adotando um manejo que aproveite esse material, de acordo

com cada propriedade. (OLIVEIRA, 1993; SOUZA et al., 2004).

Desta forma, soluções devem ser buscadas, para dar aos criadores os rótulos de

produtos ecológicos. Porém, sem as práticas adequados de tratamento desses dejetos suínos,

não há como atribuir aos cursos d’água, onde normalmente são os destinos finais dos

efluentes, às características adequadas de acordo com as normas de qualidade das águas

especificadas pela legislação em vigor (CONAMA, 1990). Porquanto, em muitos casos

também, que os níveis de tratamento exigidos pela legislação, se tornam inviáveis com a real

situação econômica do produtor rural (CAMPOS et al., 2005).

Uma das formas de tratamento de dejetos de suínos é a utilização de sistemas

anaeróbios, que em comparação aos sistemas aeróbios, possui baixo consumo energético,

baixa produção de sólidos e produção de biogás (CAMPOS et al., 1999).

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2. PROPOSITOS DO PROJETO LEITENERGIA

Frente a problemática ambiental, o estudo realizado foi o de verificar o

aproveitamento da energia gerada a partir da biomassa residual bovinocultura retrátil, ou seja,

estrume, chorume, e do setor de laticínios (o soro) através da conversão em biogás para

abastecer uma central de cogeração para a produção simultânea de eletricidade e energia

térmica. A importância da produção de leite e da sua industrialização por meio de laticínios na

região Sudoeste Paranaense permite projetar a produção de biogás a partir de misturas de

esterco e de soro de leite, criando uma sinergia entre os dois sistemas de produção.

A produção da biomassa por meio do esterco pode produzir o biogás, que se

caracteriza pela mistura de gases produzidos pela decomposição de matéria orgânica na

ausência de oxigênio e pode ser produzido a partir de matérias-primas regionais disponíveis,

tais como resíduos reciclados. Então o biogás é considerado uma fonte de energia renovável,

produzida pela digestão anaeróbica com bactérias anaeróbicas ou fermentação de materiais

biodegradáveis, tais como estrume, esgotos, resíduos sólidos urbanos, resíduos verdes,

material vegetal e culturas (PICCO, 2014).

O Sudoeste Paranaense, uma mesorregião do estado do Paraná destacada pela forte

região agrícola, produção de aves, suínos e bovinos, em que são apontados como um dos

principais vilões na emissão de gases do efeito estufa. Na agricultura o uso dos dejetos desses

animais ainda podem gerar passivos ambientais, pois há grande quantidade destes estercos

causar a poluição de solos, mananciais de água e ar.

Aproveitando esse potencial, foi desenvolvido o projeto LEITENERGIA, cuja

intenção foi reforçar a cooperação internacional da Região Autónoma da Friuli Venezia

Giulia (RAFVG) na Itália com o Estado do Paraná (Brasil) e, em especial, com a região do

Sudoeste Paranaense, fortalecendo o relacionamento com a comunidade de compatriotas que

vivem nesta área, através da transferência de tecnologia e soluções de melhores práticas para a

proteção do sistema hídrico do Rio Chopin, do Rio Iguaçu, bem como do Parque Natural do

Iguaçu e para a produção de energia renovável a partir de resíduo agrícola local.

Especificamente, o projeto LEITENERGIA teve como objetivo apresentar um

modelo de manejo ambientalmente correto dos resíduos de bovinocultura e indústria de

laticínios, fornecendo uma ferramenta funcional para a sua aplicação em grande escala, bem

como o planejamento energético local.

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O projeto LEITENERGIA foi desenvolvido com as seguintes instituições:

Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Dois Vizinhos, Prefeitura Municipal de

Cruzeiro do Iguaçu, Empresa PIN & PIN LTDA, como parceiros locais; a Região Autónoma

da Friuli Venezia Giulia (RAFVG) - Serviço voluntário, de solidariedade e de imigração

(Líder); Centro de Ecologia Teórica e Aplicada (CETA), parceiro técnico da RAFVG, ambas

instituições Italianas. Para a execução do Projeto LEITENERGIA foi assinado um Termo de

Cooperação Técnica entre a UTFPR Campus Dois Vizinhos e a Prefeitura Municipal de

Cruzeiro do Iguaçu, o termo foi publicado no DOU Nº 90 do dia 14 de maio de 2014.

A sustentabilidade da proposta está na redução do impacto ambiental do manejo de

dejetos da bovinocultura atual, pois atualmente ocorre um dano agronômico pelo

espalhamento sem tratamento dos dejetos no ambiente, e dos resíduos industriais na

fabricação do queijo, que geralmente passa pelo tratamento físico superficial e descarga para

o corpo de água de superfície, com prejuízos graves pela contaminação ambiental das águas

no sistema fluvial dos rios Chopin e Iguaçu, por extensão o Parque Natural do Iguaçu, devido

ao risco de eutrofização.

O uso de uma fonte renovável (biogás), ou seja, obtidos a partir de resíduos de

animais e dos processos de produção dos laticínios e da geração de energia, reduzindo as

emissões de gases de efeito estufa. Outro fator importante é a substituição do uso da biomassa

florestal (lenha) para a produção de calor em laticínios, reduzindo as retiradas de madeiras

descontrolada e o consequente risco de desmatamento em áreas de grande valor ambiental.

O modelo de governança proposto pelo projeto também representa uma oportunidade

para melhorar a economia local, uma vez que aumenta a rentabilidade para aqueles

diretamente envolvidos (propriedades leiteiras e laticínios), com benefícios diretos, indiretos

induzidos para as comunidades locais.

A ferramenta de apoio para a introdução dessa governança é a aplicação de um

software, que permite a análise do tamanho de todos os segmentos da propriedade e da

indústria na melhoria da cadeia de fornecimento de esterco bovino e de soro de leite para

produção de biogás.

2.1 OBJETIVOS DO PROJETO LEITENERGIA

Proteger o patrimônio natural da região Sudoeste do Paraná através de manejo

ambientalmente correto dos resíduos da bovinocultura leiteira e da indústria de laticínios.

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Introdução de um modelo de gestão ambiental de resíduos dos animais e produtos

lácteos, através da elaboração e aplicação de um (software) para a avaliação da viabilidade

das intervenções individuais, análise e planejamento da exploração dos recursos na área de

estudo;

Realizado estudos sobre o potencial de produção do biogás na região Sudoeste e

implementação de um estudo de caso, para análise da viabilidade técnica e econômica de

implantação de um biodigestor dentro do sistema de produção do município de Cruzeiro do

Iguaçu, conforme a metodologia Italiana.

Capacitar técnicos que trabalham no setor da pecuária leiteira, laticínios e

administradores locais e produtores rurais, sobre a possibilidade de utilização da biomassa

residual para a produção de biogás, assim como conscientiza-los sobre os impactos ambientais

dessa biomassa.

2.2 METODOLOGIA DO PROJETO LEITENERGIA

O Projeto LEITENERGIA surgiu a partir do intercâmbio de experiência entre a

RAFVG e o Sudoeste Paranaense, por meio da transferência de tecnologia funcional em

grande parte desenvolvido no contexto da RAFVG e a comparação no campo do

planejamento energético em escala local. A experiência adquirida na Itália sobre estas

questões visa aumentar a sensibilização dos operadores dos setores da bovinocultura,

laticínios e o poder público. Favorecendo com isso a criação de um novo modelo de gestão e

sinergias entre os empresários e as suas organizações representativas dos dois continentes, em

apoio aos processos de internacionalização do sistema de produção industrial de RAFVG.

Para seus propósitos, o projeto esteve alinhado com a área temática prioritária de

intervenção "apoiar as políticas para a proteção do património ambiental e cultural” do

"Programa Regional de Cooperação para o Desenvolvimento e as atividades da Parceria

Internacional", enquanto o objeto da intervenção está de acordo com os objetivos da União

Europeia e do Banco Mundial em favor da proteção do ambiente e promover o uso de fontes

renováveis de energia, especialmente se obtido a partir da biomassa residual.

Com isso o modelo proposto pelo projeto LEITENERGIA visou fortalecer a

interação RAFVG e a região Sudoeste Paranaense, por ser uma forte região agrícola com

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grande potencial de dejetos de aves, bovinos e suínos, se tornando um ponto crítico para a

gestão sustentável destes resíduos animais e agroindustriais.

O biogás vem se tornando um produto cada vez mais popular do tratamento de águas

residuais da agricultura, alimentos e resíduos sólidos urbanos. O processo de digestão

anaeróbica permite que fluxos de resíduos orgânicos sejam convertidos em produtos

utilizáveis, tais como o biogás, fertilizantes e corretivos do solo. Este processo pode

proporcionar um valor acrescentado no adubo como recurso de energia e pode reduzir os

problemas ambientais com resíduos animais.

Diante disso, pesquisas desenvolvidas no Projeto LEITENERGIA pretenderam

estudar a viabilidade do uso adequado do esterco de animais (aves, suínos e bovinos) hoje

disponível nos sistemas de produção agrícola para transformar por meio de biodigestores em

biogás co-gerando outras formas de energias (térmica, elétrica) necessárias para o nosso

conforto, melhorando também o meio ambiente, pois esses dejetos deixarão de contaminar a

água e solo.

No dia dois de abril de dois mil e quatorze, foi assinado o Termo de cooperação

Descentralizada entre Universidade Tecnológica Federal do Paraná campus Dois Vizinhos, a

Prefeitura Municipal de Cruzeiro do Iguaçu-PR, tendo por objeto o estabelecimento de bases

para realização de pesquisas e desenvolvimento, visando implementar o projeto de pesquisa e

desenvolvimento tecnologias denominado de “PROJETO LEITENERGIA”.

Para a execução do projeto houve o envolvimento de outros parceiros: a) A nível

internacional: RAFVG – Região Autônoma de Friuli Venezia Giulia – Serviço voluntário de

solidariedade e imigração, da CETA – Centro de Ecologia Teórica e Aplicada; b) A nível

local: Empresa Pin & Pin LTDA.

No primeiro momento foi realizada a tradução do material didático desenvolvido na

Itália (manual, folder e software) para auxiliar nos estudos e andamento do projeto, bem como

a construção da ferramenta de software definido para estudos de viabilidade técnica e

econômica para as intervenções individuais e para planejar o uso de recursos nas áreas

definidas da bovinocultura e laticínios da região Sudoeste Paranaense.

No segundo momento foi realizado um estudo regional sobre as cadeias produtivas

da bovinocultura de leite, aves e suínos. Em seguida foi adotado um estudo de caso, onde se

destacou a sinergia potencial que pode ser estabelecido entre uma exploração pecuária e uma

fábrica de lacticínios em energia dos seus produtos, em relação ao fato da utilização de uma

parte da biomassa residual decorrente de diferentes processos de fabrico (por exemplo,

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transformação de leite e de produção de carne, pecuária de águas residuais) pode permitir as

empresas otimizar a produção, aumentando a eficiência global do sistema.

Em seguida no Município de Cruzeiro do Iguaçu foram identificadas duas empresas-

piloto, que definiu o estudo de caso, e em particular: 1) Fazenda Pinzon, que se caracteriza

pela exploração de vacas leiteiras semi-confinadas e pela criação de suínos em ciclo fechado.

2) Indústria: Empresa de LATICINIOS Parlak LTDA (Laticínio Cruzeiro) que é especializada

na fabricação de produtos lácteos, de diferentes tipos de queijo (mussarela, prato, frescal,

creme, etc).

Em seguida foi realizado cursos de capacitação para gestores de laticínios,

produtores rurais, técnicos e gestores municipais, acadêmicos e pesquisadores das ciências

agrarias.

Para encerrar o projeto foi realizado uma conferência final envolvendo todos os

parceiros do projeto Leitenergia e várias autoridades de entidades locais e do setor

empresarial do Brasil e da Itália por videoconferência.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

LEITENERGIA foi um projeto de pesquisa e de extensão que visou estudar um

modelo de gestão sustentável, a ser aplicado no sudoeste do Estado do Paraná com o intuito

de aproveitar a exploração de dejetos de gado e águas residuais de laticínios para a produção

de biogás.

A Região sudoeste do Paraná se caracteriza por apresentar uma estrutura fundiária

baseada em pequenas propriedades rurais, segundo o censo de 2006 do IBGE, os

estabelecimentos rurais com até 50 hectares 44.118 unidades de um total de 49.934, chegando

a um percentual de 88,35% propriedade familiar e 12% não familiar.

A agricultura familiar possui 27 mil estabelecimentos com bovinocultura leiteira e

destes originou-se 85% do total de leite produzido na região. A bovinocultura de leite está

entre as atividades econômicas mais importantes da região, produzindo através de 29.932

estabelecimentos que produziram 405.552 mil litros de leite, alcançando um valor de

produção de R$ 162.623,00 mil reais (KIYOTA et al, 2012).

O processo de capacitação consistiu primeiramente no estudo e tradução do material

didático (cartilha) em italiano para o português, após impressão e utilização para a

capacitação dos participantes nos cursos. Os materiais elaborados continham informações

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voltados a divulgação do projeto (folders) distribuídos para a comunidade em geral e para o

processo de produção e utilização de biogás a partir de resíduos de biomassa de energia, com

a avaliação dos potenciais benefícios econômicos e de energia em manual operativo. No

manual técnico destaca também os aspectos ambientais de gestão de resíduos destinados a

produção de energia. Sendo uma ferramenta de apoio também a subsequente transferência de

conhecimentos e de formação de pessoal no setor da pecuária leiteira e em laticínios.

Os estudos realizados indicam que o Sudoeste do Paraná possui bom potencial para a

implantação de biodigestores para geração de biogás, apresenta um grande rebanho de

bovinos leiteiros e muitas indústrias de laticínios, que permite planejar uma cadeia sinérgica

de agroenergia entre os sistemas de produção (produção e consumo de energia). A região

também possui significativo rebanho de suínos e de aves que produzem dejetos em

quantidades expressivas, muitas vezes inaproveitáveis e até mesmo contaminando nossos

recursos naturais.

Esses resíduos de animais poderão ser transformados em energia térmica ou elétrica

para ser utilizada nas próprias propriedades rurais, economizando energias oriundas de outras

fontes, diminuindo custo de produção e aumentando a rentabilidade dos empreendimentos

agrícolas.

3.1 POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE BIOMASSA NA REGIÃO SUDOESTE DO

PARANÁ

Como os rebanhos de bovinos de leite, suínos e aves de corte e postura possuem forte

presença na região sudoeste do Paraná, o Projeto Leitenergia fez um levantamento dos

respectivos rebanhos para dimensionar o potencial de produção dejetos de animais para a

produção do biogás.

Segundo SEAB/DERAL(2013), conforme tabela 01, a produção de leite que engloba

os 37 municípios da região sudoestinos foi de mais de um bilhão de litros de leite, produzido

por 330.851 animais ordenhados. Dentre os municípios mais produtivos está Chopinzinho,

Francisco Beltrão e Dois Vizinhos, dentre os municípios de menor produção está Bom

Sucesso do Sul, Cruzeiro do Iguaçu e Bela Vista da Caroba.

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Tabela 01. Rebanho e Produção de leite nos municípios da região sudoeste (l/ano).

NÚCLEO MUNICÍPIO

REBANHO EM

PRODUÇÃO

PRODUÇAO

TOTAL ( LITROS)

Bom Sucesso do Sul 2.228 8.905.545

Chopinzinho 21.442 68.747.451

Coronel Vivida 14.351 45.508.289

Itapejra do Oeste 6.222 19.639.743

Pato Branco Mariopolis 5.364 21.885.120

Pato Branco 9.881 39.389.133

São João 12.057 46.444.527

Saudades do Iguaçu 5.328 16.960.297

Sulina 8.251 30.629.181

Vitorino 5.877 25.519.851

Ampére 11.456 34.099.670

Barracão 6.545 19.200.262

Bela Vista da Caroba 4.677 12.749.672

Bom Jesus do Sul 6.238 18.300.260

Capanema 14.111 42.000.257

Enéas Marques 9.242 31.400.497

Flor da Serra do Sul 6.057 17.400.092

Francisco Beltrão 19.844 60.300.273

Francisco

Beltrão Manfrinópolis 5.272 13.599.580

Marmeleiro 9.942 30.200.298

Pérola do Oeste 6.101 17.900.099

Pinhal de São Bento 5.005 13.950.091

Planalto 11.048 35.599.852

Pranchita 3.116 10.499.870

Realeza 10.102 31.300.287

Renascença 6.184 21.199.897

Salgado Filho 7.696 21.299.911

Santa Izabel do Oeste 10.608 33.100.398

Santo Ant. do Sudoeste 7.901 24.000.473

Verê 8.734 28.100.356

Boa Esperança do Iguaçu 5.023 14.000.043

Cruzeiro do Iguaçu 4.124 12.100.022

Dois Vizinhos 14.395 45.700.209

Dois

Vizinhos Nova Esperança do Sudoeste 8.575 23.900.045

Nova Prata do Iguaçu 13.090 40.000.415

Salto do Lontra 11.419 33.500.228

São Jorge do Oeste 13.347 37.200.452

TOTAL 330.851 1.046.232.646

Fonte: SEAB/DERAL (2013) Adaptado pelos autores.

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A suinocultura também é expressiva na região sudoeste paranaense, conforme a

Tabela 02, a microrregião de Francisco Beltrão lidera o rebanho suinícola, seguido pelas

microrregiões de Pato Branco e Capanema totalizando um plantel 1.848.605 mil cabeças

distribuído nas diferentes categorias, os animais para engorda possui maior quantidade,

seguido de animais em desmame e reprodução nos 37 municípios no ano de 2013.

(SEAB/DERAL, 2013).

Tabela 02 – Plantel anual de suínos do Sudoeste do Paraná.

Microrregião Engorda Reprodução Desmame

Capanema 234.570 10.170 140.620

Francisco Beltrão 625.820 50.337 586.160

Pato Branco 35.758 8.721 156.449

TOTAL – Sudoeste PR 896.148 69.228 883.229

Fonte: SEAB/DERAL (2013) Adaptado pelos autores.

O sudoeste paranaense é dividido em três microrregiões, segundo SEAB/DERAL

(2013) conforme mostra a tabela 02, Francisco Beltrão que conta com dezenove municípios

possui o maior plantel de aves da região que produz 366.880 mil toneladas de dejetos de aves

por ano, em seguida Pato Branco, com mais 10 municípios produz 118.600 mil toneladas de

esterco anual, por último em produção de 69.670 mil toneladas por ano dejetos de aves está

Capanema que abrange oito municípios na microrregião.

Segundo dados da pesquisa a produção de cama de aves de corte foi de 476.470 mil

toneladas, somados as 78.680 mil toneladas de aves de postura, totalizando uma produção de

555.150 mil toneladas de dejetos de aves em 2013, representando em torno de 10 % do total

produzido no Brasil. A grande parte destes dejetos são manejados de forma inadequada no

meio ambiente, contaminando solos, água e ar.

Tabela 03 – Plantel de aves do Sudoeste do Paraná em toneladas por ano

Microrregião Total avícola/Ton/ano

Capanema 69.670

Francisco Beltrão 366.880

Pato Branco 118.600

TOTAL – Sudoeste PR 555.150

Fonte: SEAB/DERAL, 2013, Adaptado pelos autores.

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Segundo SEAB/DERAL (2013) a avicultura de corte e postura na região representa

28,30% do Valor Bruto de Produção (VBP).

3.2) ESTUDO DE CASO PROPRIEDADE RURAL

A propriedade rural estudada foi a Fazenda Pinzon, onde a bovinocultura da fazenda

apresenta um sistema semi-confinado, a tabela abaixo apresenta os animais que a fazenda

possui, sendo cinquenta e quatro vacas destinadas a produção de leite, com quarenta e quatro

destas em lactação e dez vacas secas. Possui doze novilhas acima de dois anos, vinte e quatro

bezerras com quinze bezerros de até dois anos.

Tabela 04 - Número de animais bovinos da propriedade pesquisada.

Animais Número de animais Peso Médio

Vacas em Lactação 44 550 kg

Vacas secas 10 550 kg

Novilhas 12 430 kg

Bezerras 24 40 kg

Bezerros 15 300

Fonte: Autores.

A fazenda conta com 105 animais bovinos, de acordo com informações fornecidas

pelo proprietário, estes apresentam uma produção de esterco de gado ano de 1.674 m3. O

proprietário rural tem uma coleta anual estimada de 1.674 m3 por ano de esterco com criação

de gado leiteiro. Considerando-se uma massa volumétrica de 850 kg/m3, a produção total de

esterco da pecuária, em termos de peso, equivale a 1.423 ton/ano, que são coletadas cerca de

65% de esterco produzido pelos animais leiteiros, armazenado em três esterqueiras e utilizado

posteriormente em lavouras.

Segundo dados levantados na Tabela 05, a Fazenda Pinzon conta atualmente com

8.200 animais entre a produção de leitões (maternidade e creche), terminação e matrizes

(gestação e maternidade), já a produção anual foi de 11.700 suínos.

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Tabela 05. Quantidade de suínos nas diferentes fases de desenvolvimento.

Leitões Terminação

Matrizes

Maternidade Creche Gestação Maternidade Total

Peso Médio até 7kg 7 - 30kg 90 - 100kg 300 250

Quantidade/atual 1500 1500 4500 560 140 8200

Quantidade/ano 2200 2200 6600 560 140 11700

Idade até 25 dias 25 - 75 dias 75 - 160 dias 560 140

Fonte: autores.

Para essa produção, ainda são utilizados 9 machos, destes, 6 para retirada de

material para inseminação e 3 para monta. Com essa produção de suínos estimou-se a

produção anual de estrume (esterco), aproximadamente 30.000 ton/ano. Então somado com a

produção estimada 1.423 ton/ano de esterco de bovinos leiteiros dos 105 bovinos, com a

produção de esterco de suínos dá um valor de aproximadamente 31.423 ton/ano de dejetos na

propriedade.

Tabela 06 - Produção anual de esterco de suínos na propriedade em toneladas;

Número de

animais Produção de esterco (ton/ano)

Leitões maternidade 1500 330

Leitões creche 1500 1056

Terminação 4500 17.325

Porcas de gestação 560 9240

Porcas à maternidade 140 1925

Machos 9 100

TOTAL 8.209 29.976

Fonte: autores.

Os dejetos são armazenados em três esterqueiras do tipo lagoa, posteriormente

transportados para lavouras e pastagens do proprietário e de propriedades vizinhas, onde são

transportados através de dois caminhões com capacidade de 9000 litros cada.

A cadeia de produção de biogás representa uma oportunidade para o mundo agrícola,

podendo assumir liderança na consecução dos objetivos estratégicos de energia a nível

nacional, interceptando ao mesmo tempo o valor acrescentado do processo de produção,

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permitindo a exploração do produto agrícola ou subprodutos agroindustriais que são

atualmente geridos com altos custos econômicos e energéticos. No resultado do

gerenciamento da digestão anaeróbia em estudo, não foi considerado os custos de depreciação

da planta e de quaisquer encargos financeiros decorrentes de empréstimos bancários que

cubram a totalidade ou apenas uma parte do custo do investimento.

Com a produção 31.423 ton/ano de dejetos na propriedade, feito as simulações de

rendimento em biogás, e coogerado em energia elétrica, a produção estimada da propriedade e

de 126 kW/hora, funcionamento de 20 horas por dia indica as receitas e custos obtidas com a

vinda desta energia gerada, cabe ressaltar que foram utilizados 185,00 R$/kW, valor muito

abaixo do praticado hoje no mercado de energia elétrica. Veja na tabela 07 essa simulação.

Tabela 07 - Receitas e custos operacionais para produção de biogás e coogerado em energia

elétrica.

Demonstração do Resultado (R$ / ano)

Como Receitas de Venda de energia Elétrica * 186.423, 43

A receita de venda de energia térmica 10.196,91

Como Receitas Totais 196.620,33

Custo de Negócios de Fornecimento de estrume 0

Custo estrume oferta Não agrícola (excluindo transporte) 0

Custos de transporte de biomassa agrícola 0

Consumo de Custo de Eletricidade 14.913,87

Custo Manutenção biogás planta de Produção 20.077,05

Custódio Os de Manutenção do CHP 30.230,83

Com o Custódio Pessoal 7.200,00

Custo digerido espalhando 0

Despesas Administrativas, Combustível, Manutenção de Veículos,

despesas gerais, etc. 8.000,00

Custos Totais de Entrada 80.421,75

* Os Preços de Eletricidade São Avaliados a cada ano".

Fonte: PICCO (2014).

A tabela 08 abaixo também mostra a simulação da viabilidade econômica-financeira

do investimento inicial para a construção da instalação do biodigestor. Baseado nos

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parâmetros da tabela 08, o Valor Presente Líquido (VPL) no 15º ano é de 153.763,14.

Observa-se que o investimento se torna positivo sendo sustentável, a partir de custos de

realização da unidade de biogás o investimento for inferior a R$ 13 mil por KW (equivalente

a 4.000 €/KW). Além disso, a Taxa Interna de Retorno (TIR) do projeto excede a dívida a

uma taxa fixa de empréstimo (5%), permitindo, assim, que a estrutura financeira para exercer

um efeito positivo, para um custo unitário da unidade de biogás de menos de R$ 9.400 /KW.

Tabela 08. Análise do Valor Presente Líquido (VPL) e a Taxa Interna de Retorno (TIR).

Parâmetro UN Valor

Custo Invest. por Unidade de Potência (R$/kW) 12.000,00

Custo de investimento inicial (R$) 1.511.541,30

Equidade (%) 100

Taxa de desconto (%) 6

Taxa de empréstimo (%) 5

Tempo de Retorno do Capital (Anos) 13 Anos e 07meses

VPL - Financeiro (15º ano) (R$) 153.763,14

Taxa Interna de Retorno – TIR (%) 1,2

Fonte: PICCO (2014).

O custo de investimento por unidade de energia estimado, igual a cerca de 4.000

€/kW, o que evidencia o equilíbrio financeiro da iniciativa, é relativamente baixo em

comparação com os padrões italianos: na mesma potência instalada, o custo de investimento

inicial para uma planta de pequeno porte, tais (126 KW) para viabilizar a produção

biogás/energia a partir dos dejetos de suínos e bovinos na Itália varia entre 5.000,00 e

6.000,00 € / kW, cerca de 25-50% mais do que o valor previamente calculado.

Deve-se considerar que o custo de investimento inicial não só a construção da

estrutura de produção de energia renovável a partir do biogás, mas também a instalação

necessária para o transporte de biogás a partir da instalação da planta de digestão anaeróbia

para cogeração em energia elétrica.

Com base nos pressupostos, a viabilidade de implantação do biodigestor na Fazenda

Pinzon a partir da aplicação do software, houve uma receita anual prevista de R$ 196.620,33,

e um custo total anual de R$ 80.421,75, esse resultado mostrou que o período de retorno do

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capital investido, estima-se 13 anos e sete meses, um VPL positivo e TIR de 1.2% para os

padrões italianos, no Brasil há necessidade de fazer um estudo dentro das nossas realidades.

3.3) ESTUDO DE CASO: LATICÍNIO

Outra empresa do estudo de caso foi a fábrica de laticínios de Cruzeiro do Iguaçu que

fabrica produtos lácteos, como queijo mussarela, queijo prato, manteiga, massa coalhada etc.

São processados 50 mil litros de leite por dia e deste leite 70 a 80% é convertido em soro.

O soro produzido na empresa é destinado em sua grande maioria, em torno de 95%

para a Granja Pinzon, utilizado para a criação de suínos. E 5% é cedido aos produtores locais

e utilizado na indústria. Os efluentes oriundos da limpeza dos caminhões, máquinas e

equipamentos são armazenados em três lagoas de decantação, com o objetivo de tratar os

resíduos industriais. Após esse tratamento os efluentes são destinados ao Rio Canoas, pois

este tem maior vazão de agua evitando a descarga em um pequeno córrego próximo.

Na indústria de laticínio foi estimado o consumo médio mensal de eletricidade, sendo

aproximadamente 98.221 KW/mês, a um custo de aproximadamente R$18.394,68/mês. O

custo médio da eletricidade para a indústria é de aproximadamente R$187,28 / kwh.

Tabela 09 – Consumo de eletricidade (KW) e despesas (R$) da fábrica em (2014).

Ano 2014

Mês de referência

A Consumo de

Eletricidade Custo de aquisição

O custo médio da

eletricidade

(KW / mês) (R $ / mês) (R $ / kWh)

Março 90.916 14,591.73 160,50

Abril 100128 16,206.89 161,86

Junho 84.996 13,203.85 155,35

Agosto 90505 21,418.44 236,65

Setembro 100537 19,599.88 194,95

Outubro 100987 20,249.72 200,52

Novembro 121089 22,777.98 188,11

Dezembro 96.608 19,108.91 197,80

Total 785765 147,157.40 187,28

Média mensal 98221 18,394.68 -

Fonte: Autores.

Os dados não abrangem o ano todo de 2014, mas ainda pode ser usado para estimar o

consumo médio mensal de eletricidade.

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Atualmente não existe uma abordagem sinérgica entre as duas empresas em estudo, a

maior parte do soro de leite do produto lácteo (cerca de 95%) é utilizada para a alimentação

animal (suínos) da fazenda Pinzon, também graças a um eficiente sistema de transporte do

soro de leite do laticínio para a fazenda, que utiliza a diferença natural na altura (nível) entre

as duas empresas. O soro, em seguida, move-se por gravidade através de um tubo que conecta

os tanques móveis e tanques de armazenamento nas duas empresas de produção. Desta forma,

um produto de resíduos industriais como o soro de leite, o descarte de que poderia representar

um custo para o leite, torna-se um recurso para a criação dos suínos. A eficiência na produção

(de carne) é aumentada, assim, consideravelmente.

Foram avaliadas as possibilidades de expandir a oferta de matéria-prima a partir da

planta, começar a digestão anaeróbia, integrando-o com outras matérias-primas secundárias,

como uma parte do soro de leite diretamente a partir do leite e não utilizados para alimentação

animal, e o adubo resultante dos inúmeros rebanhos de frangos da região do entorno das

empresas. Neste último caso, pode-se então ativar formas eficientes de explorar ainda mais as

sinergias entre o setor agrícola e os setores agroindustriais (suínos, aves e indústria de

lacticínios).

A pecuária em estudo foi caracterizada por uma necessidade de energia muito

limitada, pois não são estruturas e instalações atuais (por exemplo, sistemas de ordenha,

grande manuseio de lodo, sistemas de ventilação, etc.) que podem levar a um consumo

significativo e constante de energia de eletricidade e calor. Por esta razão, a recuperação de

energia de biogás na empresa gado aparece uma solução viável.

A energia é um fator essencial para assegurar a competitividade das explorações

leiteiras, uma vez que os custos de energia representam um custo total de produção

significativa. Um laticínio apresenta demanda de calor, frio e eletricidade, com diferenças

relacionadas às especificidades dos processos individuais de produção e o nível de tecnologia

e automação na exploração, mas sempre de nível considerável.

A empresa Laticínio Cruzeiro utiliza energia elétrica e térmica, os gastos com

energia elétrica tem seu pico das 9h as 14h, mas mantém uma constância no resto do dia para

manter o resfriamento dos produtos. O resfriamento da água na indústria é através do chiller,

utilizando assim energia elétrica, e a energia térmica utiliza-se para o vapor fornecido pela

caldeira que é alimentada com madeira.

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A utilização de caldeira para a produção de energia térmica é utilizada desde a

instalação do laticínio. As madeiras utilizadas são de reflorestamento, do gênero Eucalyptus, o

seu consumo varia conforme a produção da indústria. Segue tabela 10 com o consumo mensal

de madeira em m³ e seu desembolso financeiro em reais.

Tabela 10. Consumo de madeira (m³) e seu respectivo custo mensal do laticínio.

Mês M3 Valor

Janeiro de 2014 157,60 R$ 7.814,60

Fevereiro de 2014 639,49 R$ 31.523,36

Março de 2014 165,73 R$ 6.413,57

Abril de 2014 646,02 R$ 30.200,23

Maio de 2014 397,71 R$ 19.692,42

Junho de 2014 284,72 R$ 14.133,75

Julho de 2014 445,70 R$ 22.097,38

Agosto de 2014 423,02 R$ 19.210,31

Setembro de 2014 336,69 R$ 16.784,59

Outubro de 2014 474,65 R$ 24.193,69

Novembro de 2014 532,00 R$ 25.934,26

Dezembro de 2014 525,40 R$ 25.573,32

Média ano 5.028,72 R$ 243.571,48

Média mês 419,06 R$ 20.297,62

Fonte: autores.

O custo médio anual em madeira para a produção de energia térmica foi de

R$243.571,48, e o custo mensal médio foi de R$20.297,62. O consumo de madeira anual foi

de 5.028,72m3 e o consumo médio mensal de 419,06m3.

Os custos de produção de uma fábrica de lacticínios são, portanto, fortemente

correlacionados, para além do custo da matéria-prima, também do custo do abastecimento de

energia. A adoção de sistemas de cogeração, independentemente do tipo de combustível

usado (a partir de fóssil ou renovável), é capaz de aumentar a eficiência energética global do

processo de produção e, assim, a reduzir os custos de produção e aumentando a sua

competitividade no mercado.

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A contaminação do solo e das águas pode ser minimizada nas propriedades rurais

através de processos de construção de infraestruturas para realização de tratamento dos

dejetos produzidos, onde o aproveitamento destes produtos pode ser na própria propriedade

rural, diminuindo os problemas de contaminação do ambiente por dejetos animais e tornando-

se mais sustentável.

3.4) CAPACITAÇÃO DE AGENTES NO PROJETO LEITENERGIA

Um dos objetivos do projeto LEITENERGIA foi a capacitação de técnicos que

trabalham na pecuária e setores leiteiros, bem como os administradores locais, sobre a

possibilidade de utilização da biomassa residual para a produção do biogás. a) tradução do

manual proveniente da Itália em Português e impressão em português, utilizados para estudos

e para a capacitação dos participantes das palestras. Contendo este informações que são

tratadas na cadeia introdutória da produção e utilização de biogás a partir de resíduos de

biomassa de energia, com a avaliação dos potenciais benefícios econômicos e de energia.

Segue abaixo a imagem contendo os matérias distribuídos durante as capacitações.

Fotografia 1 - Cartilha, manual, folders e CDs com o software.

O processo de capacitação ocorreu no período de março a maio de 2015. Durante a

realização das capacitações foram distribuídos ao público cartilhas contendo um manual que

descreve a importância, formas de produção e utilização do biogás, a partir de resíduos

animais, CDs com o Software que permite analisar o potencial produtivo de cada propriedade

em termos de fornecimento de esterco bovino/suíno/aves e resíduos lácteos e folders para a

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divulgação do projeto. A ferramenta fornecida durante os cursos pode ser aplicada para a

resolução de situações específicas quando existir e vai apoiar no planejamento e programação

das intervenções nas propriedades e em toda a região.

A formação foi direcionada para diferentes públicos alvos durante as capacitações,

sendo estes agricultores, gestores de laticínios, técnicos e gestores municipais. A

implementação dos cursos para agricultores e gestores de laticínios da região sudoeste

paranaense foi uma oportunidade para a conscientização sobre a produção de biogás a partir

dos dejetos da agricultura e agroindústria subprodutos agrícola e de energias funcionais

agroindustriais das fabricas de laticínios.

Conforme Tabela 11, o público alvo nos cursos de capacitação atingiu 333 técnicos e

os gestores públicos municipais e de laticínios, cujo objetivo foi despertar a necessidade de

implementar políticas públicas de incentivo para a produção energética (biogás), bem como

conscientizar sobre as questões ambientais de resíduos para a produção de energia.

Tabela 11 – Publico participante nos cursos de capacitação do Projeto LEITENERGIA.

DATA PÚBLICO ALVO Nº DE

PESSOAS

LOCAL/ MUNICÍPIO

14/03/15 Produtores Rurais, Técnicos e Gestores Municipais

40 II Feira do campo cresol Itapejara D’Oeste - PR

20/03/15 Técnicos, Gestores Públicos, Gestores de

Laticínios e Produtores

Rurais

164 Associação dos municípios do Sudoeste do Paraná

Francisco Beltrão - PR

28/03/15 Produtores Rurais, Técnicos

e Gestores Municipais

15 Câmara de vereadores

Cruzeiro do Iguaçu – PR

13/05/15 Gestores de Laticínios,

Pesquisadores e

Acadêmicos filhos de

Produtores Rurais

28 Universidade Tecnológica

federal do Paraná (UTFPR)

Dois vizinhos – PR

20/05/15 Produtores Rurais, Técnicos

e Gestores Municipais

24 Universidade tecnológica

federal do Paraná (UTFPR)

Dois vizinhos – PR

22/05/15 Produtores Rurais, Acadêmicos, Técnicos e

Gestores Municipais

47 União de Ensino Superior do Sudoeste do Paraná (UNISEP)

Dois vizinhos – PR

26/05/15 Gestores de Laticínios,

Pesquisadores e

Acadêmicos filhos de Produtores Rurais

15 Universidade Tecnológica

Federal do Paraná (UTFPR)

Francisco Beltrão – PR

TOTAL 333

Fonte: Autores, 2016.

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O processo de capacitação auxiliou no sucesso dos resultados da disseminação do

conhecimento, dos riscos ao meio ambiente e da importância do tratamento de dejetos por

meio de palestras de conscientização que poderá consistir em melhorias no sistema de

produção e manejo dos recursos naturais, representando uma oportunidade para melhorar a

economia local, uma vez que aumenta a rentabilidade para aqueles diretamente envolvidos,

com benefícios diretos ou indiretos induzidos para as comunidades locais.

Fotografia 2 – Equipe LEITENERGIA realizando alguns cursos de capacitação.

O público participante foi além das expectativas, muito destes despertaram interesse

em implantar sistemas de biodigestores nas propriedades. No entanto, os participantes

identificaram dificuldades na implantação referentes às questões técnicas e econômicas que

poderá ser sanada com a assistência técnica e mais eventos de capacitações, bem como há

necessidade de continuar este processo e desenvolvimento do projeto de produção de biogás,

pois só se dará devida importância quando estes resultados forem observados fisicamente.

Para finalização do projeto realizou-se um vídeo conferencia entre Brasil e a Itália

apresentando os resultados do estudo. O vídeo conferencia facilitou o enceramento do estudo

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do projeto, através intercâmbio de experiência entre a região da Friuli Venezia Giulia

(RAFVG) na Itália e a região Sudoeste Paranaense.

Fotografia 3 – Vídeo conferencia enceramento do Projeto LEITENERGIA.

4. CONSIDERAÇÕES DO PROJETO LEITENERGIA

O projeto LEITENERGIA oportunizou conhecer o potencial da região sudoeste do

Paraná para a produção do biogás a partir dos dejetos de animais (especialmente bovinos de

leite) e dos dejetos resíduos industriais (laticínios).

Distribuir com a sociedade regional a disseminação do conhecimento por meio da

elaboração e distribuição de material didático voltado para técnicos de laticínios, gestores

municipais e dos produtores rurais visando à possibilidade da produção de energia por meio

de biogás, totalizando 333 participantes no processo de capacitação.

Para a universidade foi de grande valia, pois proporcionou o envolvimento da

comunidade acadêmica, seja no envolvimento de bolsistas no projeto como de professores que

formaram um grupo de pesquisa em energia renovável-biogás. A execução do projeto

despertou interesse de conhecer não só as experiências italianas de produção do biogás, mas

de iniciativas brasileiras.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Convênios entre instituições brasileiras vêm sendo elaborados entre a Universidade

Tecnológica Federal do Paraná e o Centro Internacional de Energias Renováveis

(CIBIOGÁS), bem como a submissão do projeto a editais de fomento nacional e parceiros

internacionais visando continuar as pesquisas.

Com a sociedade regional está em formação e estruturação a cadeia do biogás

envolvendo universidades, institutos de pesquisas e de assistência técnica, extensão rural,

professores municipais, empresas fabricantes de equipamentos, prefeituras municipais,

agência de créditos rural financiar projetos e produtores interessados.

Na universidade pretendeu-se implantar uma unidade didática de biodigestão para

pesquisa e capacitação em blocos bem como pesquisar projetos pilotos que serão implantados

por produtores rurais para produção de biogás e biofertilizantes e cogeração de energia

térmica e elétrica.

O modelo proposto pode contribuir para o fornecimento de energia a partir das

explorações agrícolas e agroindustrial, reduzir o impacto ambiental causado pelos dejetos da

fazenda e águas residuais da indústria, assim protegendo o patrimônio natural do Sudoeste

Paranaense e servido de incentivo para outras regiões do Brasil. Também conscientizou os

envolvidos, despertou na universidade, no poder público e em instituições ligadas à

agricultores e as empresas a necessidade de continuar estudos, pesquisas aplicadas e

transferência de tecnologias, bem como estabelecer políticas públicas para implementação de

empreendimentos rurais voltado a produção de Energia e Biofertilizantes, bem como a

estruturação de uma importante Cadeia do BIOGÁS.

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6. AGRADECIMENTOS

Temos a satisfação de agradecer a Universidade tecnológica Federal do paraná pela

oportunidade de participação no projeto LEITENERGIA, ao apoio dos parceiros

internacionais RAFVG - Região Autônoma da Friuli Venezia Giulia – Serviço Voluntário de

Solidariedade e de Imigração, da CETA – Centro de Ecologia Teórica e Aplicada e dos

parceiros a nível local: Prefeitura municipal de Cruzeiro do Iguaçu, Empresa Pin & Pin.

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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RS. Anais. Pelotas: SBEA, 1999. p. 165.

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PRODUÇÃO DE BIOGÁS E DA EFICIÊNCIA DE TRATAMENTO DO REATOR

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