projeto inclusão digital

5

Click here to load reader

Upload: victor-heuer

Post on 06-Jun-2015

381 views

Category:

Education


3 download

DESCRIPTION

ALENCAR, Marcelly Nicolle M. de Oliveira ; ARAÚJO, L. J. S. ; CARVALHO, V. D. H. ; MALTA, C. A. . Projeto Inclusão Digital. In: 3º Congresso Nordestino de Extensão - CNEU, 2012, Feira de Santana. Anais do 3º Congresso Nordestino de Extensão. Feira de Santana: Universidade Estadual de Feira de Santana, 2012.

TRANSCRIPT

Page 1: Projeto Inclusão Digital

1

Projeto Inclusão Digital

Marcelly Nicolle Magalhães de Oliveira Alencar (Aluna da UFAL)Leide Jane de Sá Araújo (Professora da UFAL)

Victor Diogho Heuer de Carvalho (Aluno da UFAL)Cheops Araújo Malta (Aluno da UFAL)

Tecnologia e Tecnologia Social

Palavras-Chave: Tecnologias da Informação. Inclusão Digital. Polos EAD. Informática Básica. Municípios Alagoanos.

Objetivos:

GeralOrientar os alunos no uso do computador, referente ao acesso a Internet e aos aplicativos: processador de texto e planilha de cálculo.

Específicos Introduzir a prática da docência para os alunos do curso de Bacharelado em Sistemas

de Informação. Habilitar os alunos no uso dos computadores; Oportunizar o acesso a internet à comunidade; Apresentar aos alunos conteúdos teóricos e práticos sobre: Uso de navegadores de

Internet, Criação de contas de e-mail e utilização de aplicativos de escritório: editor de texto e de planilhas.

Fundamentação TeóricaA tecnologia assume cada vez mais um papel de destaque no Brasil, sendo um elemento responsável pela impulsão no desenvolvimento da educação. A popularização do uso da informática - principalmente da Internet - possibilitou acesso rápido e facilitado a informações que antes só seriam disponíveis através de documentos impressos.

Silvino e Abrahão (2003, p. 1) destacam a relevância que o desenvolvimento da tecnologia possui enquanto componente estratégica para alavancar o progresso social:

A evolução tecnológica tem assumido no mundo, e em particular no Brasil, um papel estratégico no desenvolvimento econômico, social e cultural. Diversos recursos têm sido empregados pelo Governo Federal, empresas e indústrias no sentido de modernizar e otimizar os processos produtivos e, por conseqüência, seus produtos finais.

A inclusão digital pode ser entendida como um fenômeno onde a tecnologia da informação é empregada para tornar ainda mais possível esse desenvolvimento socio-econômico-cultural, conforme ressalta Buzato (2009, p. 2) ao definir que “o termo inclusão digital tenta expressar a noção já tradicional, embora controversa, de que certos meios e/ou tecnologias podem ser aplicados de maneira planejada, eficaz e previsível ao desenvolvimento social”.

Conforme Buzato (2008), vinculado ao conceito de inclusão digital está o de letramento digital, que por sua vez seria a introdução do usuário na linguagem digital (em outras palavras, a linguagem utilizada nos meios e dispositivos digitais). Logo, para Buzato (2007) apud Buzato (2008, p. 328), “letramentos digitais são redes complexas de letramentos

Page 2: Projeto Inclusão Digital

2

(práticas sociais) que se apóiam, entrelaçam, contestam e modificam mútua e continuamente nas e por meio, virtude ou influência das TIC [...]”.

Do ponto de vista das políticas sociais, a inclusão digital serve ainda como um forte auxílio para a superação de deficiências originadas pelas desigualdades sociais, segundo aponta Mattos e Chagas (2008), uma vez que promovem a capacitação necessária para garantir o suprimento das necessidades socioeconômicas.Barros et al. (2007) apud Mattos e Chagas (2008, p. 84), nesse sentido, afirma:

[...] a inclusão digital é um elemento importante nas políticas para a Sociedade da Informação, especialmente naqueles países que apresentam um maior grau de desigualdade social, que advém de processos históricos de sua formação. Nesses casos o desafio é duplo: superar antigas deficiências e criar competências requeridas pelas novas necessidades culturais e socioeconômicas da sociedade.

Conforme Silva (2011), a partir do próprio ensino básico, já se percebe uma preocupação em garantir ao cidadão, sua introdução uso da informática. “Só desta forma a inserção das TICs no cotidiano terá sentido e se constituirá num ganho para o processo ensino-aprendizagem e para o acesso democrático ao capital cultural produzido pela humanidade”. (SILVA, 2011, p. 538)

Logo, a inclusão digital promovida principalmente pelos órgãos públicos pode ser entendida, pelo apresentado, como um portão de entrada para as classes menos favorecidas socialmente, garantindo-lhes conhecimentos básicos que muitas vezes são essenciais. A qualificação do cidadão para o uso das TICs, no contexto de mercado de trabalho atual, passa a ser essencial.

JustificativaLocalizada a leste do nordeste do país, Alagoas possui uma dimensão territorial de 27.779,343 Km², segundo menor estado da Região Nordeste. Caracteriza-se por ser um dos maiores produtores de cana de açúcar do país, tem na agropecuária a base de sua economia. O Estado possui 102 municípios e uma população estimada em 2010 de 3.120.494 habitantes (IBGE), com uma taxa de analfabetismo na faixa etária de 10 a 14 anos de 5,3% e de 15 ou mais anos de 24,6% (PNAD/IBGE – 2009). O Estado apresenta-se com alta taxa de analfabetismo, aliado a mortalidade infantil, pobreza e desigualdade social.

Pesquisa realizada em 2008 investigou pela segunda vez o acesso à Internet e a posse de telefone móvel celular para uso pessoal (tema suplementar da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – IBGE). Segundo os dados coletados, 56 milhões de pessoas de 10 anos ou mais acessaram a internet por meio de um microcomputador, pelo menos uma vez, no período de referência. Estas pessoas representavam 34,8% desta população, mostrando um aumento expressivo em relação à pesquisa de 2005, uma vez que este número era de 20,9%. A região sudeste apresentou o maior crescimento percentual (40,3%), o nordeste apresentou o menor resultado (25,1%). Alagoas mesmo registrando um aumento significativo permaneceu com o menor percentual de acesso, com 17,8% das pessoas. A proporção de pessoas com acesso à Internet cresce à medida que o nível de escolaridade aumenta, crescimento também percebido quando o acesso estava relacionado à classe de rendimento domiciliar per capita.

Neste cenário está inserido o Curso de Bacharelado em Sistemas de Informação da Universidade Federal de Alagoas, na modalidade à distância, atuando em 04 (quatro) Polos, especificamente nos Municípios de Maceió, Maragogi, Santana do Ipanema e Olho d’Água das Flores, oportunizando aos alunos acesso ao ensino superior com qualidade, especialmente os que não residem na capital.

Mediante tal situação e cumprindo um de seus papéis sociais de disseminação do saber e interiorização de suas ações, a UFAL propõe através da Pro-Reitoria de Extensão oferecer

Page 3: Projeto Inclusão Digital

3

cursos de extensão para a comunidade, assumindo esse compromisso pela coordenação de curso no sentido de formar a população no uso do computador, ensinando-os a acessar a internet e usar os utilitários básicos, visando o acesso a informação, hoje disponível a todos por meio da rede de comunicação.

A informática é um instrumento que facilita, de forma substancial, a comunicação, contribuindo sobremaneira para a aquisição e troca de informação. O curso de extensão, Informática Básica, foi idealizado para atender aos 03 (três) municípios onde têm Polos do aludido curso, localizado fora da capital do estado, sendo estes: Maragogi, Santana do Ipanema e Olho d’Água das Flores.

MetodologiaO Projeto Inclusão Digital foi elaborado com o intuito de garantir a comunidade em geral acesso à formação básica em informática além de oportunizar a pratica da docência para os alunos do curso de Bacharelado em Sistemas de Informação.

Em seu primeiro ciclo, o projeto disponibilizou o curso de: Informática Básica, para os municípios de: Maragogi, Santana do Ipanema e Olho D´Água das Flores, aplicados no período compreendido entre os dias 16 e 20 de Janeiro de 2012, com duração de 20 horas. A realização do primeiro ciclo do projeto dividiu-se em duas etapas principais: Preparação e Execução.

Na fase de preparação, ocorreram as atividades de: divulgação da oferta de cursos, produção do material didático de apoio (apostilas e slides) e seleção e capacitação dos instrutores em cada Polo. A etapa de divulgação ocorreu utilizando os seguintes recursos: Portal da UFAL, Portais de notícias locais, chamadas nas rádios locais dos municípios e atendimento pessoal, realizado nos Polos. A fim de atingir um dos objetivos do projeto, a seleção dos instrutores foi feita com os alunos do curso de Bacharelado em Sistemas de Informação, em duas etapas: Análise de currículo e aplicação de ferramenta avaliativa. Após conclusão do processo seletivo, os instrutores passaram a ter acesso a um Ambiente Virtual de Aprendizagem (Moodle) específico para capacitação e troca de informações entre as equipes de trabalho, permitindo equiparação de informações e troca de experiências.

Na fase de execução, os cursos ocorreram com apoio de equipe de tutores para fornecer suporte aos alunos instrutores e aos participantes do curso. Em sua realização, as aulas foram expositivas permitindo aos alunos habilidades práticas nos programas apresentados, através da resolução de exercícios relevantes e contextualizados, havendo inclusive troca de experiências e interação social. As aulas foram ministradas nos laboratórios de informática dos respectivos polos, na proporção de um computador por aluno, contando com a presença de instrutor principal e monitores, que ministravam o curso utilizando revezamento, a fim de que os alunos participantes possuíssem auxílio na consecução das tarefas, de forma a garantir a qualidade do ensino provido. Foram disponibilizadas apostilas contendo explicações básicas sobre o conteúdo apresentado, garantindo aos participantes um material didático de consulta para uso posterior aos cursos.

Principais ResultadosA realização do primeiro ciclo do projeto contou com a capacitação de 78 pessoas da comunidade em geral, divididas entre os polos, da seguinte maneira: Maragogi: 18, Santana do Ipanema: 37 e Olho D´Água das Flores: 23 pessoas. A quantidade total de pessoas capacitadas foi contabilizada, observando-se presença mínima em 80% da carga horária total do curso.

Page 4: Projeto Inclusão Digital

4

A comissão organizadora contou com apoio de 10 pessoas, sendo composta de representantes da coordenação do curso, alunos e tutores.

A equipe de instrutores e monitores foi formada por 9 alunos do curso de Bacharelado de Sistemas de Informação, que foram selecionados através do processo descrito acima.

Ao final do primeiro ciclo, foram aplicados questionários de avaliação com os alunos, que oportunizou perceber a visão dos beneficiados acerca da qualidade do curso ofertado.

Ao concluir o curso, os participantes se tornaram aptos à aplicação do computador como ferramenta de trabalho, e desenvolveram as seguintes habilidades: Utilização de navegadores Web, criação de e-mails, utilização em nível básico das aplicações de escritório: editores de texto e planilhas.

A aferição dos principais resultados do primeiro ciclo do projeto permitiu classificá-lo como uma iniciativa de interação positiva, para todos os envolvidos no processo, os objetivos foram atingidos e a experiência permitiu perceber novas necessidades da comunidade, que serão implementadas em ciclos futuros.

Considerações Finais e Trabalhos FuturosEste resumo apresentou a importância da extensão como ferramenta de inclusão não apenas do ponto de vista digital, mas também do ponto de vista social.

A extensão universitária enquanto prática do ensino e da pesquisa pode, juntamente com outras ações, ser considerada como uma poderosa ferramenta para minimização da exclusão social, melhorando a qualidade de vida da sociedade.Foi possível perceber que muito ainda precisa ser feito nesse sentido, dado que existe uma demanda significativa de pessoas carentes de conhecimentos relacionados à informática e tecnologia e uma oferta muito baixa de cursos, sobretudo gratuitos.

Para os trabalhos futuros, sugerimos uma ampliação da grade de cursos, em novos ciclos do projeto, englobando formação em ferramentas de escritório e uso de sistemas transacionais (contábeis, ponto de vendas, estoque, etc.) de modo a atender fatias ainda maiores da população, bem como o desenvolvimento de avaliações que permitam traçar o perfil de inclusão digital dos alunos antes e depois dos cursos, pesquisando inclusive influência da inclusão digital na empregabilidade das pessoas beneficiadas.

Referências

BARROS, S.; ANDRADE, R.S.; FERREIRA, F.; NASCIMENTO L.; SIMÕES, C; SILVA, H.P.; JAMBEOR, O. Digitalizando a inclusão Social: o caso do Liceu de Artes e Oficios da Bahia. 2007. In: MATTOS, Fernando Augusto Mansor de; CHAGAS, Gleison José do Nascimento. Desafios para a inclusão digital no Brasil. Perspect. ciênc. inf., vol.13, n.1, 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/pci/v13n1/v13n1a06.pdf>. Acesso em: 31 jan. 2012.

BRASIL. Alagoas. Estados@, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2010. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/estadosat/perfil.php?sigla=al>. Acesso em: 31 jan. 2012.

BRASIL. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios: Acesso à Internet e posse deTelefone Móvel Celular para uso pessoal. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Rio

Page 5: Projeto Inclusão Digital

5

de Janeiro, 2008. Disponível em: < http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/acessoainternet2008/internet.pdf>.Acesso em: 31 jan. 2012.

BUZATO, Marcelo El Khouri. Entre a fronteira e a periferia: linguagem e letramento na inclusão digital. Tese (Doutorado em Lingüística Aplicada) – Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2007. In: BUZATO, Marcelo El Khouri. Inclusão digital como invenção do quotidiano: um estudo de caso. Rev. Bras. Educ., vol.13, n.38, 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v13n38/10.pdf>. Acesso em: 31 jan. 2012.

BUZATO, Marcelo El Khouri. Inclusão digital como invenção do quotidiano: um estudo de caso. Rev. Bras. Educ., vol.13, n.38, 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v13n38/10.pdf>. Acesso em: 31 jan. 2012.

BUZATO, Marcelo El Khouri. Letramento e inclusão: do estado-nação à era das TIC.DELTA, vol.25, n.1, 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/delta/v25n1/a01v25n1.pdf>. Acesso em: 31 jan. 2012.

MATTOS, Fernando Augusto Mansor de; CHAGAS, Gleison José do Nascimento. Desafios para a inclusão digital no Brasil. Perspect. ciênc. inf., vol.13, n.1, 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/pci/v13n1/v13n1a06.pdf>. Acesso em: 31 jan. 2012.

SILVA, Ângela Carrancho da. Educação e tecnologia: entre o discurso e a prática. Ensaio: aval. pol. públ. Educ., vol.19, n.72, 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ensaio/v19n72/a05v19n72.pdf>. Acesso em: 01 fev. 2012

SILVINO, Alexandre Magno Dias; ABRAHAO, Júlia Issy. Navegabilidade e inclusão digital:usabilidade e competência. RAE electron., vol.2, n.2,2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/raeel/v2n2/v2n2a02.pdf>. Acesso em: 31 jan. 2012.