projeto erva mate
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UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA– UnoesteCURSO DE FARMÁCIA
AVALIAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DO SISTEMA GLUTAMATÉRGICO NO EFEITO ANTIDEPRESSIVO DO EXTRATO DE ERVA MATE (Ilex paraguariensis) EM
CAMUNDONGOS
PRESIDENTE PRUDENTE2015
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AVALIAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DO SISTEMA GLUTAMATÉRGICO NO EFEITO ANTIDEPRESSIVO DO EXTRATO DE ERVA MATE (Ilex paraguariensis) EM
CAMUNDONGOS
Projeto de pesquisa apresentado como exigência para obtenção de bolsa de pesquisa Universidade do Oeste Paulista – Unoeste, sob orientação do professor MSc.
PRESIDENTE PRUDENTE2015
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SUMÁRIO
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1. APRESENTAÇÃO
A depressão é um transtorno grave e debilitante que afeta milhões de
pessoas em todo o mundo. É caracterizada por permanente tristeza, anedonia,
culpa, baixa auto-estima, distúrbios do sono, falta de concentração e pensamentos
suicidas. A Organização Mundial da Saúde elegeu a depressão maior como a quarta
causa de incapacidade em 1990 e acredita que em 2020, este transtorno de humor
seja o segundo causador de incapacidades em todo o mundo. Pacientes acometidos
por depressão maior ou transtorno bipolar apresentam uma taxa de suicídio em
torno de 15%, de forma que estes transtornos promovem sofrimento incalculável,
prejuízos funcionais que limitam a vida social do paciente e acarretam altos custos
financeiros.
A observação de que os sintomas clínicos dos pacientes com depressão são
influenciados com a manipulação farmacológica do sistema monoaminérgico trouxe
a hipótese de que a depressão resulta de uma deficiência funcional ou quantitativa
das monoaminas, em especial da serotonina e noradrenalina em regiões cerebrais.
Esta idéia suportou por mais de meio século a hipótese monoaminérgica da
depressão, e apoiados nesta teoria os antidepressivos comumente utilizados na
clínica foram desenvolvidos. Porém a hipótese monoaminérgica, por si só não pode
explicar a neuropsicofarmacologia da depressão, nem tão pouco o mecanismo de
ação dos antidepressivos clássicos, uma vez que apesar dos antidepressivos
utilizados na clínica aumentam os níveis das monoaminas em minutos ou horas, o
efeito terapêutico só é observado depois de algumas semanas. Em concordância,
apenas cerca de 50-60% dos pacientes com depressão atingem a remissão dos
sintomas clínicos com o primeiro antidepressivo clássico utilizado. Estas
inconsistências aliadas ao fato da manipulação de outros sistemas de
neurotransmissores, como o glutamatérgico, desencadearem efeito antidepressivos
abriram espaço para a pesquisa de novas estratégias no tratamento dessa doença.
Medicamentos que afetam o sistema glutamatérgico, podem desencadear um
efeito antidepressivo, tanto em animais, como em humanos. Além disso, apesar dos
antidepressivos clássicos desencadearem efeito terapêutico apenas após semanas
de uso, baixas doses de ketamina, um modulador do sistema glutamatérgico,
desencadeia efeito antidepressivo rápido e sustentado por uma semana com apenas
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uma administração. Apesar dessas vantagens, pequeno avanço no desenvolvimento
de drogas que modulem o sistema glutamatérgico tem sido feito, muito
provavelmente pela grande quantidade de efeitos colaterais desencadeados por
essas substâncias o que leva a busca por novas substâncias com atividade
antidepressiva.
A erva-mate (Ilex paraguriensis) tem sido extensivamente utilizada como
bebida nos países da América Latina e principalmente no sul do Brasil. É uma planta
com grande quantidade de compostos químicos identificados e efeitos benéficos
relatados. As ações do extrato de erva-mate no Sistema Nervoso Central (SNC) já
foram demonstradas por alguns pesquisadores, e o saber popular aponta para os
benefícios do uso da bebida preparada com as folhas da erva-mate no bem estar
psicológico.
Desta forma, este projeto tem como objetivo avaliar o efeito antidepressivo do
extrato aquoso de erva-mate em camundongos e a participação do sistema
glutamatérgico neste efeito.
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2. JUSTIFICATIVA
A depressão é uma doença crônica e recorrente que afeta cerca de 20% da
população mundial (YAN et al., 2010) acarreta em considerável morbidade
psiquiátrica, pode levar ao suicídio, perda de produtividade (EBMEIER et al., 2006) e
maior utilização de serviços de saúde (NEMEROFF, 2007). Os antidepressivos são a
classe de fármacos que tem sido amplamente utilizado nas últimas quatro décadas
para o tratamento da depressão. Uma variedade de drogas antidepressivas atua por
diferentes mecanismos, incluindo os sistemas serotonérgico, adrenérgico e
dopaminérgico (WONG e LICINIO, 2001). Contudo, os antidepressivos
convencionais produzem vários efeitos colaterais e requerem várias semanas de
tratamento para produzir efeito terapêutico (NESTLER et al., 2002). Desta forma, é
de interesse o desenvolvimento de terapias antidepressivas alternativas ou de
substâncias que possam aumentar a eficácia clínica no tratamento da depressão.
A erva-mate (Ilex paraguariensis) é uma planta popular em países da América
Latina, e foi introduzida a alimentação de regiões como o Brasil pelos nativos
guaranis por suas propriedades medicinais e também por uma questão cultural
(BRACESCO et al., 2011). Muitas propriedades medicinais dos extratos de erva-
mate têm sido relatadas, entre elas efeitos em nível de SNC. Estudos pré-clínicos
demonstraram o efeito desses extratos em nível de memória e aprendizado
(PREDIGER et al., 2008), e o conhecimento etnofarmacológico sugere a utilização
do “mate” como co-adjuvante no tratamento de transtornos do humor.
Assim, sendo a depressão uma doença de alta incidência mundial, cuja
terapia disponível para a remissão dos sintomas neuropsicológicos é pouco
satisfatória e considerando a erva-mate como uma potencial estratégia terapêutica
devido aos seus efeitos medicinais relatados ao longo dos anos, este projeto é
justificado. Considera-se ainda a necessidade do estudo dos efeitos de uma bebida
largamente utilizada por todo Brasil, contribuindo para o entendimento dos
mecanismos envolvidos nos efeitos benéficos dessa bebida. Ainda, uma vez que o
extrato aquoso de erva-mate seja capaz de desencadear efeito antidepressivo em
animais, é interessante ressaltar as vantagens da utilização das plantas medicinais
no tratamento de doenças em geral, não somente pela facilidade ao acesso, como
também pelo custo e pela aceitação.
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3. OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
Avaliar o efeito tipo-antidepressivo da administração aguda de extrato aquoso
de erva-mate (Ilex paraguariensis) em camundongos e a participação do sistema
glutamatérgico.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Avaliar o efeito tipo-antidepressivo da administração aguda do extrato aquoso
de erva-mate (Ilex paraguariensis) a camundongos submetidos ao TNF e ao
TSC;
Determinar o envolvimento do receptor NMDA no efeito tipo-antidepressivo
decorrente da administração aguda do extrato aquoso de erva-mate (Ilex
paraguariensis) a camundongos;
Estudar o envolvimento da NOS no efeito tipo-antidepressivo decorrente da
administração aguda do extrato aquoso de erva-mate (Ilex paraguariensis) a
camundongos;
Investigar o efeito da administração aguda do extrato aquoso de erva-mate
(Ilex paraguariensis) a camundongos nos níveis corticais e hipocampais de
NO.
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4. PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS
4.1 DEPRESSÃO
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 450 milhões de indivíduos
tem problemas mentais e psicossociais (BORDIN, 2006). A depressão é considerada
como problema de saúde pública, econômico e social. As pessoas com depressão
desencadeiam sentimento de inferioridade, contínua alteração do humor e rejeição
social, prejudicando suas relações pessoais (PETERSON, 2007) . Alguns fatores
estão relacionados ao aparecimento da depressão, entre eles: estresse, relações
conflituosas, desemprego, dificuldades financeiras, baixa renda e escolaridade além
de divórcio (MESQUITA, 2005; ZANATTA et al. 2010).
A depressão pode ser caracterizada como um transtorno mental do humor
que ocorre em todas as faixas etárias. Por razões ainda pouco esclarecidas vem se
tornando mais frequente. Estima-se que de 30 a 50% dos pacientes com depressão,
não se recuperam totalmente com a utilização de medicamentos para este fim
(ROZENTHAL,2004). Segundo WHO (2001,p.9), “A depressão grave é atualmente a
principal causa de incapacitação em todo mundo”, e ocupa o quarto lugar entre as
dez principais causas de doenças, a nível mundial (BARBOSA, 2011).
O fator genético-hereditário está presente nesta doença, que quando não
tratada corretamente, pode perdurar por muito tempo, com sério risco à vida,
trabalho, família e lazer, podendo acarretar em alto risco de suicídio (LAFER et al.,
2000).
Regiões do encéfalo como o córtex pré-frontal, córtex cingulado anterior,
complexo amigdalóide, giro parahipocampal e hipocampo estão envolvidas no
processamento da emoção e na integração desta com a cognição e as funções
viscerais (FRANGOU, 2006). A depressão está associada a alterações morfológicas
dessas regiões, como atrofia, vulnerabilidade seletiva a morte celular de neurônios
regionais, alterações neuroquímicas, mudanças na sinalização intracelular e na
expressão gênica (TSANKOVA et al., 2007). A patofisiologia da depressão envolve
fatores genéticos e ambientais que contribuem para a vulnerabilidade de um
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indivíduo ao desenvolvimento da depressão de forma que a etiologia e a
neurobiologia destes transtornos ainda não se encontram totalmente elucidados
(SHALTIEL et al., 2007).
A teoria de monoaminérgica da depressão (HENDLEY e SNIDER,1968) ainda
é a mais aceita para explicar a etiologia e a patogênese da depressão, atribuindo
esta psicopatologia a um prejuízo na neurotransmissão serotonérgica e
noradrenérgica e mais recentemente, dopaminérgica (KAPUR & MANN,1992). A
ação de antidepressivos tricíclicos (TCAs) e inibidores da monoamina oxidase
(MAOIs), eficazes em aumentar os níveis das monoaminas e o fato de drogas como
a reserpina induzirem depressão, suportaram por mais de meio século a hipótese
monoaminérgica da depressão, e apoiados nesta teoria os antidepressivos
comumente utilizados na clínica foram desenvolvidos (ORDWAY et al., 1999).
A primeira substancia antidepressiva foi identificada por acaso, em 1950.
Observou-se uma melhora do humor em pacientes que estavam sendo tratados com
medicamentos para tuberculose. Um derivado deste medicamento, um inibidor da
enzima monoamina oxidase (IMAO) – iproniazida - mostrou sua capacidade de
reduzir os sintomas depressivos, formando assim a primeira farmacoterapia efetiva
para este distúrbio. Depois os TCAs, inicialmente usado como anti-histamínicos,
foram usados na clínica para tratar transtornos depressivos. Outras classes de
drogas como antidepressivos, betabloqueadores, antipsicóticos e estratos de
espécies vegetais, têm sido utilizadas com sucesso em alguns casos. (FERREIRA,
2010).
A descoberta dos alvos moleculares para a primeira geração de
medicamentos antidepressivos levou ao desenvolvimento das drogas da segunda e
terceira geração, tais como os inibidores seletivos da recaptação de serotonina
(ISRS). Todos estes fármacos agem com o mesmo mecanismo farmacológico,
chamado monoaminérgico, caracterizado pela reversão do déficit que leva ao estado
de depressão. Estes fármacos exercem seu efeito antidepressivo por aumentarem a
disponibilidade de monoaminas na fenda sináptica, por inibirem sua recaptação,
agindo direta e indiretamente nos sistemas transportadores pré-sinápticos, ou por
inibirem a degradação dos mediadores (MANN,1999; PAUWELS, 2000).
A hipótese monoaminérgica, por si só não pode explicar a
neuropsicofarmacologia da depressão, nem tão pouco o mecanismo de ação dos
antidepressivos clássicos (SANACORA et al., 2012), e algumas inconsistências
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nesta teoria tem sido apontadas. Os antidepressivos utilizados na clínica aumentam
os níveis das monoaminas em minutos ou horas, enquanto o efeito terapêutico só é
observado depois de algumas semanas (RACAGNI e POPOLI, 2008). Em
concordância, apenas cerca de 50-60% dos pacientes com depressão atingem a
remissão dos sintomas clínicos com o primeiro antidepressivo clássico utilizado
(TRIVEDI et al., 2006). Ainda, o fato de que nem todas as drogas que aumentam os
níveis de monoaminas são necessariamente efetivas no tratamento da depressão dá
consistência à idéia da necessidade de outros sistemas neurotransmissores
envolvidos tanto na neurobiologia da depressão, quanto no mecanismo de ação dos
antidepressivos (LANNI et al., 2009). O sistema glutamatérgico, tem sido apontado
como responsável pelo efeito dos antidepressivos clássicos, uma vez que, apesar
desses medicamentos atuarem através do aumento rápido dos níveis das
monoaminas, parece que esta classe de medicamentos converge em última
instância para a regulação da plasticidade sináptica e do processo de informações
mediados por receptores de glutamato (SANACORA et al., 2008).
4.2 SISTEMA GLUTAMATÉRGICO
O sistema glutamatérgico envolve uma série de receptores que são ativados
pelo aminoácido glutamato que por sua vez é o principal neurotransmissor
excitatório e sinalizador químico utilizado no SNC. A exposição a eventos
estressores promove aumento na liberação de glutamato no cérebro.
Esse neurotransmissor pode se unir a uma grande variedade de receptores,
os quais são denominados ionotrópicos e metabotrópicos (GASIC e HOLLMAN,
1994). Os receptores ionotrópicos são uma família de canais iônicos caracterizados
de acordo com seu agonista mais seletivo: N-metil-D-aspartato (NMDA), alfa-amino-
3-hidróxi-metilisoxazole-propionato (AMPA) e kainato (Ka). Os receptores
metabotrópicos acoplam-se a proteínas ligantes de nucleotídeos da guanina
(proteínas-G) e modulam efetores intracelulares, como a hidrólise de fosfolipídeos
de membrana (Grupo I) e a atividade da adenilato ciclase (Grupos II e III)
(DUVOISIN et al., 1995). Em excesso, a liberação de glutamato leva a
despolarização da membrana celular, ativação de receptores permitindo assim a
entrada de Ca++ e conseqüente ativação de diversas rotas enzimáticas que
culminam em morte celular. Além disso, o influxo massivo de Ca++ aumenta a
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formação de espécies reativas de oxigênio (ROS) pela ativação da enzima
dependente de cálcio-calmodulina, a óxido nítrico sintase (NOS), e a sobrecarga de
cálcio mitocondrial, o que contribui para o desequilíbrio da homeostase celular
(CAMACHO e MASSIEU, 2006). A NOS ativada produz óxido nítrico (NO) a partir da
L-arginina. Uma vez formado, o NO pode ainda interagir com o radical livre
superóxido levando a formação de peroxinitrito, um potente oxidante, que pode
causar nitração e/ou oxidação de proteínas, peroxidação de lipídeos e dano direto
ao DNA, levando a morte celular (RADI et al.,1991a; RADI et al., 1991b)
A modulação do sistema glutamatérgico, tem sido relatada como uma
interessante e promissora estratégia no tratamento da depressão (MACHADO-
VIEIRA, MANJI, ZARATE, 2009). Estudos post mortem demonstraram níveis
aumentados de glutamato no plasma (MAURI et al., 1998), no fluido cerebroespinhal
(FRYE et al., 2006) e no tecido cerebral (FRANCIS et al., 1989) de indivíduos com
transtornos do humor.
Estudos pré-clínicos têm demonstrado que medicamentos que afetam o
sistema glutamatérgico, podem desencadear um efeito antidepressivo, tanto em
animais (YILMAZ et al., 2011), como em humanos (LI et al., 2010). Antagonistas
não-competitivos do NMDA como a memantina e a amantadina, já demonstraram
efeitos antidepressivos em estudos prévios com humanos (FERSZT et al., 1999).
Além disso, a administração de uma única dose de ketamina, outro antagonista não
competitivo do NMDA, é capaz de desencadear um efeito antidepressivo rápido e
sustentado por pelo menos alguns dias (VALENTINE et al., 2011).
Ainda, muitos trabalhos têm demonstrado que a inibição da NOS pode,
dependendo da dose, promover um efeito tipo-antidepressivo (KASTER et al., 2005;
ZENI et al., 2011). Desta forma, acredita-se que a via de sinalização NMDA-L-
arginina-NO desempenha um importante papel na patofisiologia da depressão, como
também no mecanismo de ação dos antidepressivos (ZOMKOWSKI et al., 2010).
Apesar de consistentes evidências apontarem para o envolvimento do
sistema glutamatérgico na patofisiologia da depressão, um pequeno progresso no
desenvolvimento de medicamentos que atuem modulando este sistema foi realizado,
o que pode ser atribuído aos efeitos colaterais decorrentes da sua utilização. Deste
modo o entendimento de substâncias que atuem modulando este sistema
apresentam-se como uma promessa substancial no tratamento de transtornos do
humor.
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4.3 ERVA MATE (Ilex paraguariensis)
A erva mate (Ilex paraguariensis A.St.-Hil), pertence á família botânica
Aquifoliacea, é uma árvore nativa do Sul da América do Sul, cultivada no Paraguai,
Argentina, Uruguai e no Sul do Brasil, onde tem uma grande participação econômica
e cultural. Seu caule é um tronco de cor acinzentada e pode medir de 20 a 25 cm de
diâmetro nas plantas jovens. Sua altura dependendo da idade e do clima, pode
alcançar de 15 a 18 metros de altura (OLIVEIRA, OLIVEIRA, SANTOS,2005).
As folhas constituem a parte mais importante da planta. São altas, oblongas
com nervuras salientes e suas bordas são providas de pequenos dentes visíveis
principalmente da metade do limbo para a extremidade (OLIVEIRA, OLIVEIRA,
SANTOS,2005). Quando sapecadas e trituradas, as folhas são utilizadas para a
preparação de bebidas alimentícias e estimulantes, como o chimarrão, o chá e o
“tererê”, típicas de cada região. Também vem sendo consumida no mercado
europeu como matéria-prima para obtenção de produtos fitoterápicos (MARIOT et
al., 2004).
A produção e comercialização do produto no Brasil é regulamentada pelo
Ministério da Saúde, Divisão de Alimentos (Portaria 464|97) e os critérios de
qualidade encontram- se fixados nas portarias 233|98 e 234|98 da Secretaria de
Vigilância Sanitária (MARIOT et al., 2004).
4.3.1 Propriedades e ação medicinal
A erva mate apresenta constituição química rica em aminoácidos, alcaloides
(metilxantinas), flavonoides, vitaminas do complexo A, B, C e E, taninos, ácido
clorogênico e seus derivados, além de numerosas saponinas triterpênicas derivadas
do ácido ursólico (BASTOS et al., 2007; BRACESCOA et al., 2011). Os níveis de
polifenóis dos extratos de Ilex paraguariensis são maiores do que os encontrados no
chá verde e comparáveis com os níveis encontrados nos vinhos tintos (GUGLIUCCI
et al., 2009).
A pesquisa acerca das propriedades medicinais da erva-mate teve início a
muito tempo atrás, porém nos últimos 15 anos, numerosos estudos focaram nos
efeitos benéficos dessa planta (HECK e MEIJA, 2007). Efeitos antioxidantes
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(BRAVO et al., 2007), antiinflamatórios (LANZETTI et al., 2008), vasodilatadores,
hipocolesterolêmico (MATSUMOTO et al., 2009), anti-mutagênico (MIRANDA et al.,
2008) e hipoglicemiante tem sido apontados. Além disso, o efeito das saponinas do
mate como inibidor da NOS já foi relatado (PUANGPRAPHANDTAND e MEJIA,
2009).
Recentemente, tem-se dedicado muita atenção ao estudo do efeito das
plantas medicinais no tratamento de distúrbios depressivos. Em particular, o extrato
de Hypericum perforatum é conhecido por suas propriedades antidepressivas e
usado na terapia da depressão (SHIRAI et al., 2005). Extratos do Hypericum
perforatum têm sido usados na última década como antidepressivos na Alemanha e
estão hoje dentre os antidepressivos mais utilizados naquele país. Em 1997, com
mais de 3,7 milhões de prescrições, o Hypericum foi responsável por 25% das
prescrições de antidepressivos na Alemanha (LAAKMANN et al., 1998).
Recentemente, inúmeros outros estudos demonstram o efeito tipo-
antidepressivo de diversas plantas medicinais em modelos animais preditivos de
atividade antidepressiva. Já foi demonstrado que espécies como a Siphocampylus
verticillatus (RODRIGUES et al, 2002), Cissampelos sympodialis (MENDONÇA-
NETO et al., 2008), Rosmarinus officinalis (MACHADO et al., 2009), Tabebuia
avellanedae (FREITAS, A. E., 2010), Radix tenuifolia Willd (LIU et al., 2010) e
Crocus sativus (WANG et al., 2010) obtiveram resultados significativos.
O mate apresenta efeito fitoterápico e estimulante, possui propriedades sobre
o Sistema Nervoso Central (SNC). É indicado no tratamento de cefaléia, depressão
nervosa e reduz a fadiga (NEWAL, 2002). Além disso, o efeito do extrato aquoso de
erva-mate na melhora da memória de roedores já foi demonstrada (COLPO et al.,
2007).
A administração aguda do extrato hidroalcoolico de erva-mate foi capaz de
produzir um efeito “anti-Parkinsoniano” em diferentes modelos animais (MILIOLI et
al., 2007), além de reverter a catalepsia induzida pela injeção subcutânea de
reserpina em camundongos e melhorar o aprendizado e a memória (PREDIGER et
al., 2008).
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5 METODOLOGIA
5.1 MATERIAIS
5.1.1. Reagentes
MK-801 ((+) - 5 –metil –10, 11 – dihidro - 5H - dibenzo[a,d] ciclohepten - 5, 10
-imine maleato); Ketamina; Fluoxetina, 7-nitroindazol; fosfato de sódio
dibásico (NaH2PO4); cloreto de potássio (KCl), ácido tricloroacético;
bicarbonato de potássio; Reagente de Griess e nitrato de sódio (NaNO2).
5.1.2. Equipamentos
Balança analítica (Bel Engineerring® );
Leitora de Elisa ( Labsystems Multiskan MS®);
Centrífuga de tubos do tipo eppendorff;
Espectrofotômetro (Digimed® DME 21)
5.2 OBTENÇÃO E PREPARO DO EXTRATO DE ERVA MATE (Ilex paraguariensis)
A erva-mate (Ilex paraguariensis) serão compradas,e o preparo de um extrato
aquoso de erva-mate (mate). O extrato será obtido no Laboratório de farmacognosia
da Universidade do Oeste Paulista– Unoeste, seguindo protocolo de extração
previamente proposto por Andrade e colaboradores (2012).
5.3 ANIMAIS
Serão utilizados 30 camundongos Swiss machos adultos (60 a 90 dias) por
experimento, provenientes do Biotério da Unoeste, em ciclo claro/escuro de 12
horas, em temperatura entre 22 e 25°C, com água e ração ad libitum. Os
procedimentos adotados com os animais seguirão os Princípios Éticos, de acordo
com resolução numero 1.000 de 11 maio de 2012 do Conselho Federal de Medicina
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Veterinária. Os nossos protocolos para experimentos com animais serão projetados
de maneira que o animal tenha o mínimo de sofrimento possível (decapitação por
guilhotina) por motivo que a eutanásia vem alterar o resultado da pesquisa, pois
para avaliação dos níveis hipocampais e corticais de NO os animais.
5.3.1 Administração do extrato de erva mate aos animais
Os animais receberão por via oral, utilizando a metodologia de gavagem, uma
única administração de salina (animais controles) ou extrato de erva mate (animais
tratados) em diferentes concentrações (0,1 – 100 mg/mL) e após um período de 60
minutos serão submetidos a avaliação comportamental ou bioquímica. Um grupo de
animais será tratado com fluoxetina (antidepressivo clássico usado na clínica como
inibidor seletivo da recaptação de serotonina) na dose ativa (10mg/kg) a fim de
avaliar a validade dos testes preditivos (controle positivo). O tratamento será
realizado pela administração de 10µL/g de peso do animal, tanto para as soluções
de atorvastatina como para a solução de salina (LUDKA et al., 2012).
5.4 AVALIAÇÃO COMPORTAMENTAL
O efeito da administração do extrato de erva mate em camundongos será
avaliado através de dois testes comportamentais: Teste do Nado Forçado (TNF) e
Teste de Suspensão pela Cauda (TSC). Estes testes apresentam validade preditiva
e são utilizados no screening de drogas com potencial efeito antidepressivo. Ambos
os testes baseiam-se na diminuição do tempo de imobilidade de um animal que é
colocado em uma situação inescapável. Os antidepressivos clássicos diminuem o
tempo de imobilidade nestes dois testes.
5.4.1 Teste de suspensão da cauda (TSC)
O tempo total de duração da imobilidade será medida de acordo com o
método Steru et al. (1985). Os camundongos, acústica e visualmente isolados serão
suspensos 50 cm acima do chão por fita adesiva e a imobilidade será registrada
durante 6 minutos, conforme descrito anteriormente (MANTOVANI et al., 2003). Os
antidepressivos reduzem o tempo de imobilidade neste teste (STERU et al., 1985).
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5.4.2 Teste do nado forçado (TNF)
O teste será realizado durante um período de 6 minutos em um cilindro
plástico (altura 24 cm, diâmetro 10 cm) contendo 19 cm de água a 25 C. O tempo de
imobilidade será cronometrado, conforme descrito anteriormente (MANTOVANI et
al., 2003; ZOMKOWSKI et al., 2004). Os antidepressivos reduzem o tempo de
imobilidade neste teste (PORSOLT et al., 1977).
5.4.3 Avaliação da atividade locomotora pelo teste do campo aberto (TCA)
A fim de excluir a possibilidade de que um eventual efeito semelhante a
antidepressivo, ou seja, uma redução da imobilidade nos TNF e TSC seja devido a
um aumento na atividade locomotora causada pela administração do extrato de
erva-mate, os camundongos serão submetidos a uma sessão no TCA, como
descrito por Rodrigues et al. (1996) 60 minutos após a administração do extrato. O
teste será realizado em uma caixa de madeira medindo 40 x 60 x 50 cm altura, com
o chão dividido em 12 quadrados iguais. O número de quadrados cruzados com as
quatro patas (cruzamentos) será registrado em uma sessão de 6 minutos.
5.5 AVALIAÇÃO DO ENVOLVIMENTO DO SISTEMA GLUTAMATÉRGICO NO
EFEITO TIPO-ANTIDEPRESSIVO DO EXTRATO DE ERVA-MATE IN VIVO
Para avaliação do envolvimento do sistema glutamatérgico no efeito tipo-
antidepressivo do extrato de erva-mate, será utilizado o teste preditivo, que
apresenta maior sensibilidade aos efeitos desencadeados pelo extrato de erva-mate
em camundongos. Desta forma, a análise da participação deste sistema será
realizada utilizando o TSC ou o TNF, seguido do TCA.
5.5.1 Avaliação da participação do receptor NMDA
Para avaliar a participação do receptor NMDA no efeito tipo-antidepressivo da
atorvastatina em camundongos, os animais serão tratados com uma dose sub
efetiva do extrato de erva-mate com uma dose sub efetiva de MK-801 (0,001 mg/kg,
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i.p, um antagonista NMDA) (ZOMKOWSKI et al., 2010; ZENI et al., 2011, LUDKA,
2012). O extrato de erva-mate ou salina serão administradas 30 minutos antes do
MK-801. Passados 30 minutos pós-administração do MK-801 os animais serão
submetidos ao TSC ou TNF, seguidos do TCA.
Para complementar este resultado, os animais serão tratados com uma dose
sub efetiva do extrato de erva-mate, em combinação com uma dose sub efetiva de
ketamina (0,1 mg/kg, intraperitoneal, um antagonista de receptor NMDA, que
apresenta efeito antidepressivo) (30 minutos após a administração do extrato)
(LUDKA et al., 2012). Após um período total de 60 minutos os animais serão
submetidos ao TSC ou ao TNF seguido do TCA.
5.5.2 Avaliação da participação da NOS
O efeito da administração combinada de doses subativas de 7-nitroindazol (50
mg/kg, i.p., inibidor da NOS) ou azul de metileno (20 mg/kg, i.p., um inibidor da NOS
e da GCs) (ZOMKOWSKI et al., 2010; ZENI et al., 2011; LUDKA., 2012) com uma
dose sub efetiva do extrato de erva mate será avaliado. Extrato de erva-mate ou
salina serão administradas 30 minutos antes do 7-nitroindazol e do azul de metileno.
Após 30 minutos da administração de 7- nitroindazol ou azul de metileno os animais
serão submetidos ao TSC ou ao TNF seguidos do TCA.
5.6 AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA DOS NÍVEIS CORTICAIS E HIPOCAMPAIS DE NO
Para avaliação dos níveis hipocampais e corticais de NO os animais serão
tratados com salina ou com a dose ativa do extrato de erva-mate (a dose que
apresentar melhor efeito antidepressivo no TSC ou TNF) e decorridos 60 minutos
serão mortos por decapitação, terão seu hipocampo e córtex retirados e submetidos
a análise da quantidade de NO a ser mensurada pelo método de Griess. Um pool de
3 hipocampos ou 2 córtex serão misturados com ácido tricloroacético a 25% e
centrifugados a 1800G por 10 minutos. O sobrenadante será imediatamente
neutralizado com bicarbonato de potássio 2M. O nitrato será reduzido a nitrito pela
nitrato redutase. O total de nitrito será mensurado por método colorimétrico a
540nm, baseado na reação de Griess. Uma curva padrão será construída utilizando
nitrato de sódio a fim de comparação.
16
5.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA
A análise estatística será realizada através da análise de variância de uma ou
duas vias (ANOVA), seguida do teste de Tukey. Os dados serão expressos como a
média e desvio padrão. Para os experimentos comportamentais um número de 8 a
10 animais por grupo será utilizado. Já para as análises bioquímicas, os
experimentos serão realizados em triplicata com número mínimo de 5 experimentos.
Serão considerados significativos valores com p < 0,05.
17
6 . RECURSOS
6.1 RECURSOS FÍSICOS
O preparo do extrato aquoso de Ilex paraguariensis será realizado no
Laboratório de Farmacognosia da Universidade do Oeste Paulista – Unoeste,
Presidente Prudente. Todos os experimentos comportamentais e bioquímicos serão
realizados no laboratório de pesquisa da mesma instituição.
6.2 RECURSOS HUMANOS
Este trabalho será realizado por:
Um grupo de pesquisa do curso de Farmácia:
Um professor orientador:
6.3 RECURSOS MATERIAIS
Pipetas volumétricas de vidro e pipetas automáticas;
Tubos de ensaio;
Estante para tubos de ensaio;
Placas de Petri;
Bastão de vidro;
Balão volumétrico;
Becker;
Balança analítica (Bel Engineerring®);
Leitora de Elisa – Labsystems Multiskan MS
Material cirúrgico;
Reagentes : MK-801 ((+) - 5 –metil –10, 11 – dihidro - 5H - dibenzo[a,d]
ciclohepten - 5, 10 -imine maleato); Ketamina; Fluoxetina, 7-nitroindazol;
fosfato de sódio dibásico (NaH2PO4); cloreto de potássio (KCl), ácido
18
tricloroacético; bicarbonato de potássio; Reagente de Griess e nitrato de
sódio (NaNO2).
6.4 RECURSOS FINANCEIROS
Considerando que todos os equipamentos e reagentes que serão utilizados já
fazem parte dos recursos permanentes da Unoeste, e encontram-se disponíveis
para utilização, estima-se que não será necessário investimento financeiro para
execução deste projeto.
19
7 CRONOGRAMA
Atividades 2015 2016Jul/ago Set/out Nov/dez Jan/fev Mar/abr/mai Jun/jul
Ava
liaçã
o do
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an
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Obtenção e preparo do extrato de erva-mate
X X
Determinação de dose ativa e subativa no TSC e TNF
X X
Ava
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Avaliação da participação do NMDAR
X X X
Avaliação da participação
da NOSX X X
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Análise dos níveis de NO/ hipocampo e
córtex
X X X
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dos
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20
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