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Alunos da 2ª série do Ensino Médio do Colégio Santa Cruz, em visita ao Asilo São Vicente de Paula. Projeto desenvolvido na disciplina de Redação, com as professoras Fátima Mewes e Lúcia Helena Camargo. PROJETO Envelhecimento no século XXI

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Page 1: PROJETO Envelhecimento no século XXI - Colégio Santa Cruz · 2017. 9. 22. · Nesse sentido, é preciso discutir sobre esse tema sem as velhas ideias pré-concebidas sobre velhice

Alunos da 2ª série do Ensino Médio do Colégio Santa Cruz, em visita ao Asilo São Vicente de Paula.

Projeto desenvolvido na disciplina de Redação, com as professoras Fátima Mewes e Lúcia

Helena Camargo.

PROJETO

Envelhecimento

no século XXI

Page 2: PROJETO Envelhecimento no século XXI - Colégio Santa Cruz · 2017. 9. 22. · Nesse sentido, é preciso discutir sobre esse tema sem as velhas ideias pré-concebidas sobre velhice

ENVELHECIMENTO NO SÉCULO XXI

“A coisa mais moderna que existe nessa vida é envelhecer A barba vai descendo e os cabelos vão caindo pra cabeça aparecer Os filhos vão crescendo e o tempo vai dizendo que agora é pra valer

Os outros vão morrendo e a gente aprendendo a esquecer”

Como na música de Arnaldo Antunes, “agora é pra valer”, o Brasil é hoje um país adulto que

caminha para o envelhecimento. Segundo dados do IBGE, em 2050, 30% da população será de idosos. Diante disso, fica a pergunta: a sociedade está se preparando para essa realidade?

Nesse sentido, é preciso discutir sobre esse tema sem as velhas ideias pré-concebidas sobre velhice. No tempo da vovó envelhecimento poderia até ser sinônimo de limitação, tédio e solidão, mas essa visão vem ganhando outros olhares, uma vez que a velhice pode ser mais saudável, tanto física quanto emocional. Ela não pode mais ser vista como um empecilho.

Esse bem-estar já é previsto na Constituição Federal, no seu artigo 230, que determina “é dever da família, da sociedade e do Estado, amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar, garantindo-lhes o direito à vida”. Contudo, não basta a imposição da lei, é preciso entender isso na convivência, e aprender que duas gerações podem contribuir uma com a outra.

Os especialistas na área são unânimes em afirmar que uma boa velhice depende de um sistema de saúde eficiente, atividade física, família, amigos. Garantias de uma terceira idade feliz e, para muitos, produtiva. A ideia de uma velhice enquanto solidão e nulidade, expressa no poema de Vinícius de Morais, deve ficar no passado: “O eterno velho que nada é, nada vale, nada vive/ O velho cujo único valor é ser o cadáver de uma mocidade criadora”.

Diante desses questionamentos, o projeto Envelhecimento no século XXI, desenvolvido pelos alunos da 2ª série do Ensino Médio, na disciplina de Redação, pretendeu criar um espaço de discussão desse tema. Para isso foram realizadas leituras, uma visita ao Asilo São Vicente de Paulo, em Maringá, discussão e produção de gêneros textuais diversos.

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“A maior dificuldade é a privação da liberdade.”

A psicóloga e o grupo da entrevista.

A psicóloga Francielly Cristina Rocha Penachio de 30 anos, graduada na faculdade de

Jandaia do Sul (FAFIJAN) e pós-graduada em Saúde Coletiva Estratégia Saúde da Família, pelo

instituto Rhema. Trabalha atualmente no asilo São Vicente de Paulo, Maringá. Nesta entrevista ela

contou como é o seu trabalho auxiliando os idosos na instituição.

Qual foi sua principal preocupação ao chegar no asilo São Vicente de Paulo?

Quando eu comecei na Instituição eu já conhecia como que era o trabalho do psicólogo

dentro de um asilo, pois já tinha feito um estágio em uma outra instituição, mas a preocupação

maior foi ter uma formação de vínculo com os idosos.

Como os idosos se sentem com sua preocupação e ajuda?

Os idosos gostam muito de minha ajuda, anteriormente havia uma psicóloga no asilo só que

ela fazia somente 4 horas diárias e não tinha tanto tempo para ter esse contato com os idosos. Eu

faço 6 horas diárias, então tenho um contato muito maior. Hoje os idosos vão solicitar por

atendimento, aquele espaço do setor de psicologia se caracterizou como um espaço de alívio para

eles, dizendo suas queixas, desejos, sonhos também. Eles nos procuram pedindo por ajuda e um

atendimento psicológico.

Você se sente satisfeita com seu trabalho no asilo ou você pretende fazer algo

além disso?

Eu me sinto muito satisfeita, gosto muito de trabalhar com os idosos, é muito bom, a gente

cresce principalmente como profissional, não apenas na Instituição, mas também como pessoa.

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Como é a convivência dos idosos no asilo, seja entre eles mesmos ou com os

profissionais?

Os idosos têm uma convivência muito boa entre eles, claro que conviver com o diferente não

é tão fácil, cada um tem uma história de vida, tem sua criação, foram criados de formas diferentes,

mas de uma forma geral a convivência é tranquila. Tem casos de pequenas discussões, mas nada

muito sério e com os cuidadores e a equipe eles têm uma boa relação.

Qual o maior desafio que você já enfrentou trabalhando no asilo?

Como nós temos um contato muito próximo com os idosos, a questão é quando eles vêm a

óbito, têm muitos idosos para os quais fazemos um atendimento mais longo, por isso temos uma

proximidade muito maior e quando eles vêm a óbito é o mais difícil para nós, porque às vezes é

inesperado. O mais difícil é lidar com essas situações, por isso o psicólogo deve ter um

acompanhamento em uma clínica, pois em alguns casos não conseguimos dar conta, são muitas

emoções, sentimentos envolvidos e também para não levarmos as coisas de fora para dentro da

Instituição e vice-versa.

Qual a principal dificuldade do idoso ao chegar no asilo e como isso o afeta?

Eu penso que a maior dificuldade é a privação da liberdade, embora nós tentamos trabalhar a

autonomia deles, mas ele perde o direito de ir e vir. O idoso não pode sair da Instituição sozinho,

às vezes tinha aquela rotina de ir ao mercado, de passear para comprar uma roupa, tinha essa

autonomia, mas quando chega na Instituição ele é privado disso, não pode mais sair sozinho.

(Grupo responsável pela entrevista: Eduardo Polon, Gustavo Monarin, Marlon Cordeiro, Adryan

Almeida e Nicholas Corazza. Série: 2 ano A)

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Envelhecer no século XXI

Clínico do Programa de Saúde da Família, Dr. Jorge Vieira e alunos do Colégio Santa Cruz.

Como parte do projeto “Envelhecimento no Século XXI”, nós alunos da 2° série do Ensino Médio

do Colégio Santa Cruz, fizemos uma entrevista com o clínico, Dr. Jorge Vieira, que atua no

Programa Saúde da Família na Unidade Básica de Saúde Grevíleas em Maringá. Ele iniciou sua

profissão em lugares que tem um índice de pobreza muito alto e diz que foi um período da sua vida

que mais desenvolveu conhecimento da profissão e da vida.

O que é Geriatria?

Geriatria é uma especialidade médica responsável pelos cuidados de pessoas da terceira idade.

Há pessoas que se consideram idosas a partir dos 60 anos de idade. Outras a partir dos 75, 80.

Do que os idosos mais se queixam?

Alguns idosos que passaram boa parte da vida sem consultar, se queixam na maioria das vezes

de diabetes, pressão alta e problemas nas articulações. Após realizarem exames, muitos

descobrem que possuem colesterol alto, pois não realizaram e nem realizam atividades físicas.

Qual é na maioria das vezes o estado emocional dos idosos?

Muitos deles se encontram bem resolvidos e firmes emocionalmente, porém vários se encontram

em estado depressivo por conta das doenças que eles possuem, o que atrapalha muito no

emocional deles, pois faz com que eles se sintam inferiores às outras pessoas.

Qual a receita para um envelhecimento saudável?

É importante cuidar desde cedo da saúde, praticando, por exemplo, atividades físicas, alimentando-

se adequadamente, diminuir alimentos gordurosos, muito açucarados, pois podem causar derrame,

AVC entre outros. Por isso, é importante a ingestão de verduras, frutas, legumes etc. Também é

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importante fazer reposições hormonais quando se atinge a terceira idade, para assim melhorar a

qualidade de vida. Uma das coisas mais importantes também, é ter uma higiene mental (ocupar a

mente com coisas boas, sair, passear, etc.) O mais importante é a prevenção e cuidados na

juventude, pois a terceira é a fase da cura, e não do tratamento.

A nossa cidade (Maringá), proporciona alternativas para ajudar os idosos na

questão da higiene mental?

A cidade proporciona encontros nos quais são feitas terapias, dinâmicas e diálogo com os idosos.

Toda quarta-feira, há também na unidade Grevílea, uma corrida para os idosos, o que ajuda para

o bem-estar dos mesmos.

O que podemos fazer para ajudar os idosos, fisicamente e emocionalmente

falando?

Evitar levar problemas para os “nossos idosos”(avós e pais), que isso pode preocupá-los muito, e

futuramente podem trazer doenças, pois várias delas são causadas por excessivo stress. Esse

seria o caso emocional. Fisicamente para ajudá-los, seria importante a intervenção da prefeitura,

pois ela pode fazer mais (ATI’s), e também proporcionar caminhadas, corridas e eventos, que

incentivem os idosos a se moverem fisicamente falando.

(Entrevista realizada pelos alunos Ana Flávia Silva, Filipe Pereira, Pedro Batista, Rafaella Stuani

e Yuri Correa da 2° série B)

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Carta aberta aos alunos do Colégio Santa Cruz

Caros colegas, sou aluno do 2º ano do Ensino Médio desta instituição e após participar de

um projeto sobre envelhecimento no século XXI, na disciplina de redação, quero aqui, como

representante do meu grupo, mostrar a necessidade de que os jovens desenvolvam a cultura do

cuidado e respeito para com os idosos.

Após a visita ao asilo São Vicente de Paulo, pude ver a realidade que muitos idosos vivem

e percebi como é importante o diálogo ou simplesmente ouvi-los, pois muitos se sentem sozinhos

ou até mesmo abandonados. Sem contar que podemos aprender com eles, que são fonte de

sabedoria e conhecimento. Também sabemos que as pessoas estão vivendo cada vez mais, e,

consequentemente, o número de idosos vem aumentando, esse será o nosso futuro. Então, quando

se cria essa cultura de respeito para com os mais velhos é uma garantia de que quando for a nossa

vez também seremos respeitados, afinal, vocês não acham que serão jovens para sempre, não é

mesmo?

E vocês colegas, como é sua relação com idosos? Você é daqueles que só enxerga a velhice

como lentidão e tédio? Acha que eles são um peso na vida dos filhos? Se as respostas forem sim,

te convido a ver a reportagem publicada neste site e se comover com as histórias de vida, conversar

com alguém da terceira idade e viver uma experiência incrível, descobrindo uma realidade

totalmente diferente daquilo que você imagina.

(Carta aberta - ALUNAS 2ªA: Bruna Boza, Érika Rodrigues e Luyriane Fontini)

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Carta aberta aos alunos de minha escola

Alunos do colégio Santa Cruz, o envelhecimento no século XXI é um tema que deve ser

discutido por todos, esteve presente no vestibular da UEM e agora está sendo abordado como tema

do trabalho de redação do nosso colégio. Por isso, como representante de meu grupo quero

expressar a vocês, colegas de escola, o meu desejo de que os jovens desenvolvam a cultura do

cuidado e respeito para com os idosos.

É evidente, colegas, que muitas pessoas, não cuidam nem respeitam os idosos, por acharem

eles incapacitados, lentos e dependentes, em meio a uma sociedade que exige agilidade e

funcionalidade. Esse comportamento, vocês hão de concordar que faz com que vários deles se

sintam isolados, podendo desenvolver até depressão.

Assim, é muito mais saudável desenvolver esse respeito e com isso perceber o ganho que

temos, nós os ajudando a interagir com as tecnologias, e eles nos trazendo ensinamentos para a

vida, não é mesmo? Certamente como sociedade queremos o respeito e o cuidado dos jovens

para com os idosos. Reflita, amanhã nós seremos os idosos, você gostaria de ser tratado como os

tratam hoje?

Queremos nossos idosos saudáveis, ágeis e antenados, portanto devemos incentivar e dar

o exemplo de atenção e cuidado, além, do respeito que é fundamental, já que eles fazem parte de

nossa história e não podemos trata-los com desprezo. Divulguem essa ideia.

(Carta aberta - Alunos: Ana Luiza Rodrigues, Maria Eduarda Gobara, Beatriz Vaz e Laysla Machado

– 2ªB)

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Convivência entre gerações

O Envelhecimento no século XXI é algo que vem sendo discutido atualmente uma vez que

a expectativa de vida aumentou e a taxa de natalidade caiu, pensando nisso nosso colégio

desenvolveu um projeto que tem como objetivo a importância da convivência entre adolescentes e

idosos.

De acordo com a circunstância, podemos afirmar que interação entre diferentes gerações é

de extrema importância para ambos, já que para os idosos é trabalhada a parte afetiva, uma vez

que eles percebem que têm importância, enquanto para os jovens é trabalhada a paciência e a

empatia, em razão de passarmos a nos situar no lugar dos idosos.

Ainda que muitos aleguem que não é fácil reunir na mesma mesa por um longo período um

jovem e um velho, devido à falta de motivação e de paciência e ao distanciamento afetivo, convém

salientar que tanto o diálogo intergeracional quanto a inclusão do idoso na dinâmica da cidade são

possíveis, mas é preciso humanizar os espaços.

Por fim, podemos destacar o fato de que na velhice, o grande desafio é manter um sentido

para a vida e, com isso é de grande importância que os jovens sejam empáticos, solidários e

altruístas para com os mais velhos, isso poderá auxiliar na composição de uma sociedade mais

unida e menos individualista preocupando-se com o bem comum.

(Artigo de opinião – 2ªB – alunos: Amanda, Carolina, Letícia, Natália)

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Harmonia entre as gerações

Em nossa atual sociedade a expectativa de vida está aumentando cada

vez mais devido aos avanços tecnológicos relacionados à saúde e, como

consequência desses disso, o número de pessoas a atingir idade avançada é

alto. Com esse aumento da população idosa ocorre maior contato entre a terceira

idade e os jovens, sendo importante uma convivência harmoniosa entre essas

gerações.

Um aspecto que observo é que nós jovens sem dúvida somos mais

maleáveis a mudanças impostas pela sociedade, e tais alterações podem levar

a perda de costumes e tradições mantidas pelos nossos avós e até pelos nossos

pais, não é mesmo? Nesse sentido, a convivência entre as gerações certamente

manterá esses costumes, ampliará nossa cultura e ajudará a vermos e

entendermos o mundo da forma que eles veem também.

Assim, seguindo esse pensamento, é certo que as pessoas mais velhas

possuem muitas experiências de vida, porém, eles não nasceram nessa

sociedade em que vivemos hoje, rodeados de tecnologias, eles não a vivenciam

e compreendem como nós, então com a nossa ajuda eles podem se encaixar

nessa ambiente tecnológico e interagir de maneira mais saudável.

Embora muitos não enxergam que essa convivência entre as gerações

possa ser benéfica, defendo que esse relacionamento é um caminho de mão

dupla onde tanto nós adolescentes como eles idosos ganham algo em troca. E

é essa vivencia que moldará o futuro.

(Artigo de opinião – Alunos: Antonio, Leonardo e João Pedro – 2ªA)

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Maria e sua grande família

Maria, uma idosa de 75 anos que, atualmente, vive no Asilo São Vicente

de Paulo em Maringá, relatou sua história de vida e como ela se sente nesse

ambiente, ilustrando a realidade dos idosos no século XXI, tema deste projeto

realizado pela segunda série do Ensino médio.

A entrevistada relata que nasceu no interior de Minas Gerais e levou uma

vida sofrida, já que sua mãe faleceu quando era muito pequena e teve de

trabalhar desde muito cedo. Maria contou que, aos 16 anos, casou-se e veio

tentar uma vida melhor aqui em Maringá, onde se estabilizou e teve três filhos

que cresceram e tornaram-se independentes. Segundo ela, após a morte de seu

marido, seus filhos decidiram, com seu consentimento, colocá-la em um asilo

para ser melhor cuidada, já que eles não tinham condições.

Hoje, com sorriso no rosto, ela fala que se sente feliz lá, uma vez que ganha

todo o carinho e atenção que precisa, além de ter muitos amigos e receber a

visita de seus filhos.

(Relato - 2ª B - alunos: Jade Moreira; Gabriel Saturno; Heloisa Gambini; Maria Isabel

Barion; Nathalia Botan)

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Maria: “gente que ri quando deve chorar”

Como parte de um projeto sobre Envelhecimento no século XXI, os alunos

da 2° série do Ensino Médio tiveram a oportunidade de vivenciar uma tarde no Asilo São Vicente de Paulo. Maria, uma das senhoras, conta que vive no asilo há 5 anos e que perdera seus documentos antes de chegar ao local, por isso, não sabia ao certo sua idade. Ela relata que veio de São Paulo, em busca de melhores condições de vida, com seu marido. Em Maringá, enquanto ele trabalhava na lavoura, ela fazia farinha de mandioca, e que em uma das vezes, chegou até a machucar seu dedo. Segundo Maria, depois de um tempo aqui, eles desejavam ter filhos. Entretanto, descobriram que ela era estéril, o que levou seu marido a deixá-la, e isso ela não gosta de lembrar. Maria ainda diz que adora conversar sobre o amor, apesar de ter sentido que nunca foi amada. Hoje, no asilo, mostra-se uma senhora muito feliz e orgulhosa de tudo o que viveu. Seus laços de amizade são fortes e conta que o cuidado que ali recebe, nunca recebeu antes.

(Relato – 2ªA - Alunos: Júlia Bernabé, Larissa Barbieri, Luana Gonçalves,

Mateus Vinicio, Zainab Ali)

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Como interagir com os idosos num asilo

Refletir sobre o envelhecimento no século XXI é importante, já que em

algum momento teremos de conviver com um idoso, por isso como aluno da 2º

série do Ensino Médio, que participou de um projeto sobre esse tema, quero

instruir vocês jovens que pretendem visitar um asilo, como proceder nesse

ambiente e as atitudes que devem ter com a terceira idade. Seguem as

orientações:

-Procure respeitar os limites dos idosos, porque com a idade surgem

algumas dificuldades que os tornam mais frágeis, por exemplo não tente levantar

um idoso da cadeira de rodas sem orientação de um cuidador;

-Seja educado ao abordar um idoso, pois não são todos que querem

conversar, alguns preferem ficar quietos;

-Escute o que eles têm a dizer, porque eles são loucos para compartilhar

histórias com novas pessoas.

Seguindo essas instruções você terá maior facilidade em conhecer um

pouco mais sobre os idosos que residem no asilo e passar a entender melhor

essa fase da vida.

(Texto instrucional - 2ªB - Alunos: Alisson Fujii; João Pedro Vespero; Jonathan Almeida;

Guilherme Barrizon; Pedro Henrique Longo)

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Como se comportar num asilo?

Você já visitou um asilo? Como estudante do 2º ano do Ensino Médio, do colégio

Santa Cruz, e representante da sala, tive a experiência de visitar um asilo e sinto-

me na obrigação de elaborar um manual de instruções, trazendo orientações aos

jovens que pretendem conhecer esse lugar. Assim, trago aqui, na página do

colégio, algumas dicas de como interagir com pessoas da terceira idade num

asilo.

- Pergunte primeiramente ao cuidador sempre que quiser fazer alguma

recreação, assim ele analisa se o idoso tem condições físicas e psicológicas para

realizar tal atividade;

-Respeite o estado emocional do idoso, levando em conta que nem sempre ele

estará disposto a se abrir com você;

- Informe-se a respeito das normas alimentícias do asilo antes de levar qualquer

tipo de lanche, uma vez que certos alimentos poderão não se adequar a dieta de

alguns por problemas de saúde.

Seguindo essas dicas, você jovem que quer visitar esse ambiente, saberá como

proceder e poderá ter um contato mais agradável e harmonioso com a terceira

idade.

(Texto instrucional - Ana Carolina, Giovana Natieli e Valentina Corazza – 2ªA)