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Associação para o Desenvolvimento de Rebordosa – Creche Âncora Projeto Educativo
2013/2016
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Projeto Educativo
Associação para o Desenvolvimento de Rebordosa – Creche Âncora Projeto Educativo
2013/2016
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Índice
1. Projecto Educativo 1
1.1 Introdução 3
1.2 Caracterização do Meio 4
1.3 Caracterização da Instituição 6
2. Instalações da Creche 7
3. Equipa 10
3.1 Funções 11
3.1.1 Directora Técnica 11
3.1.2 Educadora Coordenadora 12
3.1.3 Educadoras 12
3.1.4 Auxiliares de Acção Educativa 13
3.1.5 Funcionárias da Creche 13
4. Princípios, valores e objectivos do Projecto Educativo 15
4.1 Linhas de actuação - objectivos 16
4.2 Rotinas 18
4.3 O papel dos Pais, Educadores e Auxiliares 20
4.4 Relacionamento afectivo 20
4.5 Observação 20
4.6 Interacção 20
4.7 Respeito 21
4.8 Cooperação Pais/Educadores 21
4.9 Equipa de trabalho da Creche 21
4.10 Formação 21
4.11 Avaliação 22
5. Avaliação do Projecto Educativo 22
6. Conclusão 23
7. Anexos 24
Sugestões de Bibliografia 25
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1.1 Introdução
Este documento surge no seguimento do Regulamento Interno da Creche Âncora,
da Associação para o Desenvolvimento de Rebordosa, resposta de educação privada
com acordos de cooperação celebrados com a Segurança Social. É uma proposta
educativa própria da Instituição, e a forma global como se organiza para dar resposta
à educação das crianças, às necessidades dos pais e características da comunidade.
Traduz os valores, intenções, necessidades e aspirações da equipa
multidisciplinar composta pelos Diretores, Diretor Técnico, Educadores de Infância,
Assistentes e Auxiliares de Apoio Educativo e Voluntários, no seu contexto educativo.
Sendo o principal objetivo desta resposta social a prestação de um serviço de
qualidade à comunidade, o projeto educativo tem de consistir num documento
mutável e dinâmico, que evolui e se adapta às necessidades dos seus utentes. Daí o
seu processo de estruturação não se esgotar aqui e, por isso, pode ser repensado e
reformulado com as sucessivas avaliações e reflexões realizadas por todos os
intervenientes no processo educativo.
O projeto decorre entre o início do ano letivo, Setembro de 2013, e o fim do ano
letivo, Agosto de 2016.
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1.2 Caracterização do Meio
O passo inicial para a conceção do Projeto Educativo deve consistir numa análise
prévia do contexto em que a Instituição está inserida, e compreender a análise da
política educativa global, assim como a caracterização do centro educativo.
Assim, a Creche Âncora localiza-se na cidade de Rebordosa, uma das freguesias
mais populosa do concelho de Paredes e da região do Vale do Sousa, abrangendo um
núcleo populacional de 9160 habitantes, de acordo com os Censos de 2011.
Nesta freguesia com características urbanas, a maior parte da população está
ligada á indústria do mobiliário de madeira, que se encontra aqui fortemente
implementada.
O rápido desenvolvimento verificado na freguesia de Rebordosa, que em 1 de Julho
de 2003 foi elevada a cidade, originou algumas assimetrias em termos populacionais,
concentrando os estratos sociais mais desfavorecidos da população nos lugares mais
carenciados, dando origem a um quadro típico (Diagnóstico de Necessidades).
Do estudo efetuado por esta instituição através do Projeto “Desenvolver
Rebordosa”, pode constatar-se que às deficientes condições habitacionais estão
associadas determinadas manifestações sociais, nomeadamente:
Baixo nível sociocultural, ausência de hábitos de higiene e insuficiente
procura de cuidados de saúde, revelando situações de precariedade que
tendem a agravar-se e reproduzir-se de geração em geração;
Falta de formação e qualificação profissional, relacionada com baixos níveis
de escolaridade, que estão na origem de muitos casos de desemprego e
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subdesemprego, traduzindo-se num baixo nível de rendimentos e o
consequente endividamento das famílias;
Elevadas taxas de insucesso escolar, motivadas por carências económicas e
culturais das famílias, e por um sistema de ensino incapaz de estimular as
crianças e os jovens de meios desfavorecidos;
Fenómenos de marginalidade social, particularmente a pré delinquência
juvenil, a toxicodependência, a prostituição e o alcoolismo que têm vindo a
acentuar-se de forma acelerada contribuindo para a desagregação do tecido
social;
Fenómenos de exclusão social, proporcionados pelo afastamento das
origens familiares (mobilidade geográfica e profissional), aumento da
participação das mulheres no mercado de trabalho, aumento de novos
grupos de risco, nomeadamente toxicodependentes, alcoólicos, infetados
com HIV, deficientes, ex-reclusos, sem abrigo, pessoas em situação de
dependência.
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1.3 Caracterização da Instituição
A Associação para o Desenvolvimento de Rebordosa foi constituída em Agosto de
1988, com o objetivo de promover e contribuir para o desenvolvimento de Rebordosa
no âmbito Desportivo, Cultural, Humanitário e de Fomento Social. É uma Instituição
Particular de Solidariedade Social que presta serviços nas áreas de apoio social e
educativo, à Infância e à Terceira Idade.
Atualmente a Instituição conta com diversas respostas sociais:
Centro de Dia;
Serviço de Apoio Domiciliário;
Estrutura Residencial para Idosos (Lar);
Centro de Atividades de Tempos Livres (CATL);
Creche Âncora;
Centro de Acolhimento Temporário Âncora (CAT);
Cantina Social;
Empresa de Inserção: Sabores do Cabo;
Protocolo de Rendimento Social de Inserção (RSI);
Gabinete de Inserção Profissional (GIP).
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2. Instalações da Creche
A Creche funciona em instalações próprias, numa moradia de três andares, que
partilha com o Centro de Acolhimento Temporário (CAT), adjacente aos edifícios do
Lar de Idosos e do Centro de Dia.
O primeiro piso é composto por uma arrecadação, cacifos das funcionárias e salão
polivalente. No segundo piso a área da Creche e no terceiro piso funciona o CAT
(Centro de Acolhimento de Temporário).
Dispõe de:
Espaço ao ar livre com passeios e espaços verdes, parque infantil e casa com
horta e animais.
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Equipamento multijogos em piso adequado.
3 Salas de atividades.
Berçário 1-2 Anos 2-3 Anos
Refeitório e copa
1 Salão Polivalente
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1 WC crianças e 1 WC adultos.
1 Fraldário:
Gabinete de Educadoras.
1 Arrecadação.
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A resposta social Creche tem lotação de 41 crianças distribuídas pelas 3 salas.
Salas
Nº de Crianças
Idade
Berçário
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4 Meses até a
aquisição da marcha
Sala 1
14
1-2 Anos
Sala 2
18
2-3 Anos
O horário de funcionamento é das 7h30m às 18h30m, fora do qual é
considerado prolongamento (até às 19h30m).
3. Equipa
A equipa educativa de Creche é composta por uma Diretora Técnica, por três
Educadoras (sendo uma das educadoras responsável pela Coordenação Pedagógica),
por três Assistentes de Ação Educativa, duas funcionárias de apoio a higiene e
limpeza e uma Voluntária. Neste como em tantos outros contextos sociais, “cada
membro da equipa difere em experiência, em interesses, em qualidades e defeitos,
mas todos têm oportunidade de crescerem e se desenvolverem em compreensão e
capacidade no seio da equipa, na medida em que desejarem dar o seu contributo
para a evolução desta”. (Hohmann, Weikart; 1979:137).
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Equipa
Nome
Horário
1 Diretora Técnica
Dr.ª Paula Sousa
9h – 18h
3 Educadores de Infância, sendo uma destas responsável pela
Coordenação Pedagógica
Dr.ª Conceição Pinto
9h – 18h ou
10h-19h30m
9h30m-18h30m
Ed.ª Fernanda Dias
Ed.ª Micaela Soares
3 Auxiliares de Ação Educativa
Branca 7h30m – 16h30m
Narcisa 10h – 19h30m Cláudia 9:30h – 18h30m
2 Auxiliares de apoio á higiene e limpeza
Carla 7h30m – 16h30m
Maria José 10h-19h
Nota: o horário das auxiliares funciona em regime de rotatividade.
3.1 Funções:
3.1.1 Diretora Técnica:
Representar a creche junto das entidades legais;
Orientar e coordenar a programação anual das diversas respostas sociais da
instituição;
Representar a instituição junto das diversas entidades;
Orientar e coordenar a programação anual das atividades da instituição e,
acompanhar a sua execução promovendo avaliações periódicas;
Realizar reuniões periódicas com o pessoal técnico da instituição;
Zelar pelo bom funcionamento da Creche tendo como principal objetivo o
desenvolvimento global da criança;
Promover o bom ambiente de trabalho;
Estimular a participação ativa de toda a equipa no funcionamento da
instituição.
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3.1.2 Educadora Coordenadora
Coordenação do trabalho das Educadoras para que cada uma siga uma
linha de atuação comum, sem prejuízo da autonomia técnica e profissional,
fazendo cumprir um programa que visa dar resposta às necessidades
globais das crianças.
Orientar as Assistentes e Auxiliares e sensibilizá-las para as necessidades
das crianças e para o trabalho das Educadoras.
Proporcionar bom ambiente de trabalho e estreitamento das relações
Família/Creche.
Participar ativamente na gestão e direção dos serviços que coordena.
Colaborar no recrutamento do pessoal.
Promover a participação em ações de formação para todo o pessoal.
Promover reuniões da equipa pedagógica, a realizar preferencialmente nos
períodos de interrupção letiva.
Decidir em todos os assuntos que lhe sejam delegados, bem como em todas
as situações que imponham uma intervenção imediata.
Submeter à apreciação superior os assuntos que excedam a sua
competência.
3.1.3 Educadoras
Colaborar na elaboração do projeto educativo e elaborar o projeto
pedagógico de sala.
Elaborar e cumprir o programa de actividades de acordo com o grupo etário
que têm à sua responsabilidade, em cada ano letivo.
Sensibilizar as assistentes e auxiliares para a colaboração nesse mesmo
programa.
Dar conhecimento à coordenadora de tudo o que diga respeito ao
funcionamento da Creche.
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Organizar, supervisionar e acompanhar as visitas pedagógicas e colónias
balneares.
Organizar e realizar festas com as famílias.
Realizar entrevistas com os pais, no início da frequência das crianças,
estabelecendo, assim, o primeiro contacto com a família.
Organizar e participar em reuniões da equipa pedagógica.
Organizar e participar em reuniões com o pessoal de apoio educativo e
famílias.
Promover o seu próprio aperfeiçoamento profissional.
3.1.4 Auxiliares de Ação Educativa
Aceder às necessidades das crianças segundo a orientação das educadoras.
Zelar pela higiene e bem-estar das crianças, bem como do material, sob a
orientação das educadoras.
Atendimento às entradas e saídas das crianças, sob orientação directa e
permanente de, pelo menos, uma educadora.
Assegurar o funcionamento do refeitório (reforços, almoços e lanches).
Tratar da higiene e gestão de stocks da roupa da Creche.
Realizar trabalhos de costura, quer de confecção, quer de arranjo,
relacionados com a roupa da Creche.
3.1.5 Todas as funcionárias da Creche devem:
Ter sempre vontade de aprofundar e aperfeiçoar os conhecimentos sobre
toda a problemática da educação.
Ser pontual e assíduo.
Ser um bom exemplo de convivência para com os colegas e para com os pais.
É obrigatório o uso da respetiva farda, devidamente limpa.
Informar a coordenadora de todos os acontecimentos que possam pôr em
causa o bom nome e o bom funcionamento da creche.
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Não assumir atitudes discriminatórias em relação a qualquer elemento da
comunidade educativa.
Ser correta na sua postura e, nas suas relações humanas.
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4.Principios, valores e objetivos do Projeto
Educativo “Á Descoberta e exploração do Mundo”
As crianças quando nascem, captam pouco do mundo que as rodeia e
compreendem ainda menos. Devido aos seus sentidos não estarem devidamente
apurados, elas olham sem sequer perceberem aquilo que vêem ou simplesmente os
sons que ouvem.
Durante as primeiras semanas de vida, tudo para elas é estranho, pois não sabem
controlar-se a si mesmas e ao mundo que as rodeia. Desta forma, a criança terá de
saber onde termina o seu corpo e começa o resto do mundo e para isso irá precisar
de alguém que as oriente. Revela-se evidente a necessidade de, quando iniciam a
frequência na Creche, se conhecerem e conhecerem o mundo que as envolve, assim
como todas as pessoas ao seu redor.
As nossas crianças estão á procura do sentido de si próprias, para depois
compreenderem o mundo. A consciencialização desta necessidade inerente á criança
motivou a escolha das áreas de intervenção do nosso Projeto Educativo, focalizadas
no: ”Á DESCOBERTA E EXPLORAÇÃO DO MUNDO”.
A família e a comunidade promovem uma permuta constante entre escola e o
mundo exterior. A relação família/creche será uma relação vital para a qualidade de
ensino, para a aquisição das aprendizagens e para o desenvolvimento global e
harmonioso das crianças, ou seja, os pais e os educadores têm de aprender a viver
juntos – têm de ser uma equipa. Consolidada esta equipa, vamos dar resposta às
necessidades educativas de cada criança e do grupo de crianças, numa intervenção
global, articulada e consciente em torno da “DESCOBERTA E EXPLORAÇÃO DO
MUNDO”.
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Os Primeiros anos de vida correspondem a uma fase de crescimento e a um
reconhecimento e adaptação ao mundo exterior, que a criança procura conhecer
através dos seus sentidos.
Entender e respeitar as características de cada etapa que o bebé vai atingindo,
proporcionando apoio e demonstrando compreensão, é permitir que o seu
desenvolvimento aconteça de forma harmoniosa.
A característica mais marcante desta fase é o jogo funcional, onde a repetição de
ações, pelo simples prazer de realiza-las, gera a aprendizagem e o aperfeiçoamento
progressivo.
È a fase a que Piaget denomina Estádio Sensório – Motor do desenvolvimento
intelectual da criança.
4.1 Linhas de Atuação - Objetivos
Respeito pela criança enquanto ser humano e ser único, ajudando-a a
reconhecer e a lidar com os seus sentimentos.
Valorização das formas de comunicação únicas a cada criança.
Reconhecimento dos problemas como aprendizagem, estimulando a criança
a resolver as suas dificuldades.
Respeito pelo ritmo próprio de cada criança, promovendo a qualidade do
desenvolvimento, pois nesta faixa etária as mudanças ocorrem muito mais
rapidamente que em qualquer outro período da sua vida.
Respeito pela forma própria de aprendizagem da criança, experimentando e
conhecendo o mundo através dos sentidos e da interação social.
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Respeito pela interligação de todas as áreas de desenvolvimento: cognitivo,
social, emocional, físico e linguístico.
Cuidado, suporte e atenção à criança, reconhecendo que está totalmente
dependente dos adultos para satisfazer as suas necessidades.
A atuação é pautada pelo conhecimento das características e necessidades
de cada grupo etário.
Incentivar a participação das famílias no processo educativo, de forma a
tomar a Creche um prolongamento da família.
Estabelecer relações de efetiva colaboração com a comunidade.
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4.2 Rotinas
A Rotina é muito importante nesta fase inicial do desenvolvimento da criança.
Sendo geradora de segurança para a criança, esta deve incluir todos os aspectos do
seu bem-estar físico: higiene, alimentação, conforto e segurança.
São uma componente importante do dia da criança, pois proporcionam
experiências de aprendizagem a todos os níveis. Em casos especiais, podem mesmo
ser utilizadas com estratégias para atingir objetivos.
As rotinas deverão ser orientadas para cada criança, considerando a higiene e a
alimentação de cada um. Programadas, mas flexíveis. Utilizadas para promover e
aprofundar o relacionamento interpessoal e deverão estimular a aprendizagem.
“As rotinas desempenham, de uma maneira bastante similar aos espaços, um papel
importante no momento de definir o contexto no qual as crianças se movimentam e
agem. As rotinas atuam como as organizadoras estruturais das experiências
quotidianas, pois esclarecem a estrutura e possibilitam o domínio do processo a ser
seguido e, ainda, substituem a incerteza do futuro (principalmente em relação às
crianças com dificuldade para construir um esquema temporal de médio prazo) por
um esquema fácil de assumir.” (Zabalza, 1998:52)
As rotinas constituem um marco de referência extremamente útil no contexto da
vida de Creche. O educador deve saber potencializa-la e aproveita-la para
proporcionar experiências de aprendizagem a todos os níveis e como método para
atingir os objetivos. A marcação de rotinas e também as regras facilita a estruturação
mental dos ritmos e sequência temporal na criança, o que proporciona uma sensação
de segurança fundamental para o seu bem-estar, assim como aprendizagens
significativas que encorajam e preparam a criança para a construção da sua
autonomia. A satisfação das necessidades fisiológicas, como os cuidados de higiene,
o almoço e o tempo de repouso são indispensáveis para o equilíbrio da criança,
ocupando por isso largo tempo do seu dia-a-dia.
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Rotina da Creche
A partir das 7h 30m Acolhimento dos diferentes grupos etários
9h 30m Reforço do pequeno-almoço
10h
Atividades orientadas, desenvolvendo os
diferentes currículos de acordos com as
necessidades individuais de cada criança
11h 30m Higiene pessoal
12h Almoço
13h Período de descanso/Atividades Livres
15h Higiene pessoal
15h 30m Lanche
16h 30m Atividades orientadas em pequeno e grande
grupo
17h 30m Atividades livres
18h Reforço do lanche
Até às 19h30m Entrega das crianças às famílias
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4.3 O papel dos Pais, dos Educadores e Auxiliares
Uma das funções dos adultos na educação das crianças é a de favorecer a
aprendizagem e assegurar que as suas vivências contribuem para o desenvolvimento
de uma forma positiva.
Isto é feito através da criação de um ambiente fisicamente seguro,
cognitivamente desafiador e emocionalmente estável.
É durante esta fase que a criança desenvolve a confiança e autonomia.
Desenvolvem a confiança quando as suas necessidades são prontamente
atendidas o que conduz á segurança e independência.
A interação com os pais é importante nesta fase em que a transmissão de
informação se mostra extremamente relevante.
4.4 Relacionamento Afetivo
A criança tem necessidade de estabelecer laços afetivos, que têm um efeito
positivo no seu desenvolvimento e que lhe transmitem o sentimento de que é
importante. Será, por isso, importante estabelecer esses laços com a criança e com
as famílias.
4.5 Observação
É prioritário observar as necessidades e o potencial de cada criança. Através
desta observação e da vivência determinam-se as características de cada criança de
modo a adaptar-se-lhe o ambiente e o material.
4.6 Interações
A criança necessita do conforto e da confiança das interacções físicas. Precisa
de estar perto do adulto, precisa de colo, precisa que a abracem e a embalem.
A autoimagem e a autoestima que a criança vai desenvolvendo são
influenciadas pela frequência e o tipo de interações que tem com os adultos. É
extremamente sensível á comunicação não-verbal e á forma como se lhes fala.
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As mensagens verbais e não-verbais não devem ser contraditórias. A criança
aprende respostas sociais positivas e comportamentos através da observação do
comportamento dos adultos.
4.7 Respeito
Cada criança é um indivíduo com um potencial único, que tem que ser
compreendido individualmente nos seus interesses e preferências, embora seja
necessário impor limites. Os seus comportamentos têm que ser encorajados e deve
haver uma comunicação bem clara sobre o que se pode e o que não se pode fazer.
4.8 Cooperação Pais /Educadores
Pais, educadores e auxiliares devem trabalhar como uma equipa dinâmica e
participativa, pois tudo na vida da criança está interligado.
Os pais podem obter informação através de conversas informais, no dia-a-dia,
e observando os técnicos a cuidarem das suas crianças, mas as reuniões formais são
também importantes para a passagem de informação.
Através da comunicação, preferencialmente direta e diária, desenvolve-se o
respeito mútuo, e todas as partes reconhecem a sua contribuição para o
desenvolvimento da criança.
Pais, Educadores e Auxiliares assegurarão que a adaptação se processe da
forma mais suave possível e adequada a cada criança.
4.9 Equipa de trabalho da Creche
As relações entre os profissionais que trabalham na Creche Âncora, da
Associação para o Desenvolvimento de Rebordosa, são fundamentais para que se
proporcione um ambiente calmo e estimulante para a criança. Daí a importância de
se manter uma comunicação aberta e um bom trabalho de equipa.
4.10 Formação
A Educação de Infância é constantemente questionada por novas pesquisas e
são diariamente postos em causa alguns dos seus pressupostos. A formação
contínua dos profissionais da Creche Âncora, da Associação para o Desenvolvimento
de Rebordosa, constitui, assim, uma prioridade de atuação.
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4.11 Avaliação
A avaliação representa uma forma privilegiada de acompanhar o
desenvolvimento deste projeto, constituindo também um instrumento de ponderação,
qualitativa e quantitativa dos resultados obtidos. A avaliação é um estímulo para a
mudança ponderada.
Meios a utilizar:
Reuniões anuais com os pais / encarregados de Educação.
Reuniões semanais de Educadoras.
Reuniões mensais de toda a equipa.
Questionário anual da Avaliação da Satisfação dos Pais.
Avaliação anual de desempenho dos profissionais.
Avaliação anual do Projeto Educativo e Pedagógicos no termo do ano
letivo.
5.A Avaliação do Projeto Educativo
A avaliação assume particular relevância na regulação e desenvolvimento do
Projeto Educativo, uma vez que viabiliza a sua concretização, concede-lhe uma
dinâmica constante, permite uma revisão sistemática, é fonte de estímulos e de
reconhecimento do trabalho realizado. “Avaliar o processo e os efeitos, implica tomar
consciência da ação para adequar o processo educativo às necessidades das crianças
e do grupo e à sua evolução.” (Ministério da Educação, 1997:27)
A avaliação do projeto será realizada anualmente pela equipa técnica que se
reunirá para esse fim e ficará devidamente registada.
Serão considerados como objetivo da avaliação:
A pertinência das áreas de intervenção do projeto;
Dificuldades encontradas na operacionalização do projeto;
A participação dos pais e outros membros da comunidade educativa no
projeto;
A participação das atividades realizadas com outras valências;
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Está prevista uma reunião formal com os pais no início do ano letivo, para
apresentação da equipa e do seu método de trabalho. O preenchimento do
Questionário de Avaliação da Satisfação dos Pais e dos Colaboradores também será
outro instrumento utilizado.
6.Conclusão
A nossa prática educativa leva-nos a refletir todos os anos na melhor forma de
organizar os nossos métodos educativos. Assim sendo, temos como experiencia dos
anos letivos anteriores a importância do Projeto Educativo no decorrer do ano. Este
será o fio condutor para uma boa organização do trabalho permitindo assim um
melhor desempenho das práticas educativas.
É de salientar que em anexo a este Projeto Educativo se encontram os projetos
curriculares das salas, elaborados pelas educadoras, bem como o plano anual de
atividades e o regulamento interno da creche.
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7. Anexos
7.1 Regulamento Interno da Creche
7.2 Plano Anual de Atividades
7.3 Projetos curriculares das salas
7.4 Sugestões de Bibliografia
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Sugestões de bibliografia
Cadernos de Educação de Infância, nº5 A.P.E.I.
Figueiredo, Manuel Alves Ribeiro (2007), Aprendizagem Activa na Creche,
Edições bola de Neve, Lisboa
Figueiredo, Manuel Alves Ribeiro (2007), Centros de Interesse na Creche 1-2
anos, Edições Bola de Neve, Lisboa
Homann, M e weikart,D (1996), Educar a Criança, Fundação Calouste
Gulbenkian, Lisboa
Leite, C (2000c), Projecto Educativo de Escola, Projecto Curricular de Escola,
Projecto Curricular de Turma: O que têm em comum? O que os Distingue? –
Fátima, Texto poli copiado
Ministério da Educação (1997), Orientações Curriculares para a Educação Pré-
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Básica, Gabinete para a Expansão e Desenvolvimento da Educação Pré-escolar,
Lisboa
Portugal, G (1998), Crianças, Famílias e Creches – Uma abordagem ecológica
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Post, J, e Homann, M (2004), Educação de Bebés em Infantários: Cuidados e
Primeiras Aprendizagens, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa
Zabalza, M. (1998) A qualidade da Educação Infantil, Porto Alegre
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Brazelton, T.B., (2005) O grande livro da criança, O desenvolvimento emocional
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Presença
Brazelton, T.B., (1988) Dar atenção à criança, Lisboa, Terramar
Brazelton, T. B., O grande livro da criança, Lisboa, Editorial Presença
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Terramar
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26
Brazelton, T.B.; Greenspan, S.I.,(2002), A crianla e o seu mundo. Requisitos
essenciais para o crescimento e aprendizagem, Lisboa, Editorial Presença
Mantovani, M., (2007), Quando é necessário dizer não, Edições Paulinas
Rosemond, Jonh, (2008), Diga não aos seus filhos, Gradiva
Sá, Eduardo, (2003), A vida não se aprende nos livros, Lisboa, Oficina de Livro
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Século
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Salamandra
Walsh, David, (2008), Não: Porque precisam de ouvi-lo as crianças de todas as
idades e como hão-de dize-lo aos pais, Bizâncio
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