projeto didático interdisciplinar na escola indígena ororubá slideshare

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Autor : Tiago Beserra Maciel Orientador: Fernando Emílio Leite de Almeida

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Education


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Autor : Tiago Beserra Maciel

Orientador: Fernando Emílio Leite de Almeida

Este trabalho tem como objetivo compreender e refletir sobre as características de um projeto pedagógico interdisciplinar na Escola Indígena Ororubá. Inicialmente iremos fazer uma revisão conceitual, sobre o que é projeto pedagógico e interdisciplinaridade. Por meio das discussões colocadas nesse trabalho, mostraremos que para a sua utilização é de fundamental importância a participação ativa dos alunos, na execução do projeto interdisciplinar, adquirindo conhecimento e habilidades, necessárias para a sua vida, dentro da sociedade a qual pertence. O projeto pedagógico interdisciplinar surge da necessidade de se analisar um problema pelo o qual uma determinada sociedade está passando ou precisa enfrentar em breve, no trabalho com o projeto pedagógico todos saem ganhando tanto os alunos pela a sua participação no aprendizado, quanto o professor com os resultados obtidos nesse processo de aprendizagem. Os resultados apontam para uma real participação dos alunos e professores na execução do projeto pedagógico da escola indígena Ororubá. Dentre os teóricos utilizados na pesquisa destacamos Paulo Freire que diz que, “tanto educadores quanto educandos envoltos numa pesquisa, não serão mais os mesmos. Os resultados devem implicar em mais qualidade de vida, [...], devem, enfim, alimentar o sonho possível, [...], para uma nova lógica de vida”.

A palavra projeto vem do verbo projetar, o dicionário Aurélio define a palavra “projeto” da seguinte forma: “Do Latim projectu, particípio passado de projecere, ‘lançar para adiante’.

Segundo Gadotti :Todo projeto supõe ruptura com o presente e

promessas para o futuro. Projetar significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se, atravessar um período de instabilidade e buscar uma estabilidade em função de promessa que cada projeto contém de estado melhor do que o presente. Um projeto educativo pode ser tomado como promessa frente determinadas rupturas. As promessas tornam visíveis os campos de ação possível, comprometendo seus atores e autores. (p. 12)

O projeto deve ter a participação de todos, para que se possa levar para fora da sala de aula, o que é analisado dentro dela, levando assim a uma ruptura entre o presente e um futuro que se deseja atingir.

 Essa participação cria um comprometimento e

uma responsabilidade compartilhada quanto à execução e ao sucesso do projeto. Assim, um projeto não deve ser uma tarefa determinada pelo professor, mas sim eleito e discutido por todos, professor e alunos. É possível desenvolver projetos individuais ou em duplas; em outros mais amplos, envolver grupos maiores de alunos; ou ainda mobilizar a classe, uma determinada série, ou mesmo toda a escola. (OCEM p.27,28)

Objetivo ligado a um problema, o qual dependendo da sua solução determina o nível de sucesso atingido.

Em grande parte, é realizado em uma observação de um problema visto pelos educadores.

São finitos: têm começo e término programados. Solucionado o problema, o projeto termina.

São “irregulares”, ou seja, fogem da rotina.

Toda a discussão a respeito da interdisciplinaridade surgiu no final do século XIX, contudo veio aparecer com mais clareza em 1912, com a fundação do instituto Jean Jaques Rousseau, em Genebra por Edward Claparède, mestre de Piaget. Teve inicio essa discussão em relação ou que chamava de disciplina “mãe” e “aplicada”. Para Piaget (1972) a interdisciplinaridade aprece como, “intercâmbio mútuo e integração recíproca entre varias disciplinas [...], tendo como resultado um enriquecimento recíproco”.

“A interdisciplinaridade deve ir além da mera justaposição de disciplinas e, ao mesmo tempo, evitar a diluição delas em generalidades. De fato, será principalmente na possibilidade de relacionar as disciplinas em atividades ou projetos de estudo, pesquisa e ação, que a interdisciplinaridade poderá ser uma prática pedagógica e didática adequada aos objetivos do Ensino Médio.” (p. 88)

O educador deve ter consciência de que para ter um bom desempenho ele não pode achar que ele e sua disciplina são uma “ilha”, e que tudo que precisa para desenvolvê-la, será unicamente dela própria, ele deve ter em mente, que os conteúdos vistos pelos educandos, estão ligados a outras áreas, e também a sua vida fora do âmbito escolar.

Na Escola Indígena Ororubá, foi possível observar como os professores trabalham com os seus projetos e como desenvolvem a interdisciplinaridade.

“os alunos já chegam à escola com muito conhecimento e o nosso projeto didático visa melhorar esse conhecimento, mostrando como podemos modelar uma grande parte desse conhecimento levando o aluno a alcançar o máximo de sua capacidade sem ter a necessidade de cansá-lo, isso sempre tem dado bons resultados”.

“sempre que estamos trabalhando em cima de um projeto fica bem mais proveitosa a aula, pois sempre podemos aprender utilizando o que já sabemos e isso nos ajuda muito, outro ponto que nos atrai é que os professores nos ajudam a cria o nosso conhecimento”.

Os professores sempre se reúnem para discutir a melhor forma de passar os conteúdos para os seus alunos

“o trabalho com projeto sempre se torna mais fácil quando os envolvidos se ajudam mutuamente, sempre buscando o melhor para o aprendizado os alunos, sempre buscamos nos organizar de uma forma que todos os professores possam interligar suas disciplinas da melhor forma possível”

“sempre temos dificuldades, com materiais didáticos, e até mesmo com a própria execução, mais não nos deixamos desanimar por conta delas, conversando com os demais professores e coordenadoras conseguimos alcançar os nossos objetivos, que é levar conhecimento de forma que eles o levem para as suas vidas, não que fique unicamente na escola”.

“não podemos dizer que não temos problemas, claro que eles existem, mais superá-los faz parte do que estamos tentando passar para os nossos alunos, superar obstáculos, mais mesmo com todos os problemas que possamos encontrar, devemos ter sempre como meta, o trabalho em equipe, colocando o aluno como participante, construtor e não como mero observador.

PCNEM (Parâmetros Curriculares Nacionais - Ensino Médio)   Dicionário Aurélio   LDB – (Lei de Diretrizes e Bases); (Lei 9394/94)   VEIGA, Ilma Passos A. Escola: Espaço do Projeto político-pedagógico. Campinas, SP:

Papirus, 1998. Coleção Magistério Formação e Trabalho Pedagógico.   VEIGA, I. P. A. (Org.) Projeto político-pedagógico da escola: uma construção possível.

23. ed., Campinas: Papirus, 2001.   VASCONCELLOS, C. S. Planejamento: Plano de Ensino - Aprendizagem e Projeto

Educativo. São Paulo: Libertat, 1995.   OCEN – (Orientações Curriculares do Ensino Médio)   Web site – http://www.inclusao.com.br/projeto_textos_48.htm Freire, Paulo