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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA GEIDY CANER LLORENTE PROJETO DE INTERVENÇÃO EDUCATIVA PARA MELHORAR A QUALIDADE DE VIDA DO PACIENTE DIABETICO DA UNIDADE DE SAÚDE "ZURAIA CONTI GALATI". SANTAREM /PARÁ 2018

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Page 1: PROJETO DE INTERVENÇÃO EDUCATIVA PARA MELHORAR A … · GEIDY CANER LLORENTE PROJETO DE INTERVENÇÃO EDUCATIVA PARA MELHORAR A QUALIDADE DE VIDA DO PACIENTE DIABETICO EM A UNIDADE

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA

GEIDY CANER LLORENTE

PROJETO DE INTERVENÇÃO EDUCATIVA PARA MELHORAR A

QUALIDADE DE VIDA DO PACIENTE DIABETICO DA UNIDADE DE

SAÚDE "ZURAIA CONTI GALATI".

SANTAREM /PARÁ

2018

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GEIDY CANER LLORENTE

PROJETO DE INTERVENÇÃO EDUCATIVA PARA MELHORAR A

QUALIDADE DE VIDA DO PACIENTE DIABETICO EM A UNIDADE

DE SAÚDE "ZURAIA CONTI GALATI".

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de

Especialização em Saúde da Família, Universidade Federal do

Pará, para obtenção do Certificado de Especialista.

Orientador: Me. Camilo Eduardo Almeida Pereira.

SANTAREM /PARÁ

2018

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GEIDY CANER LLORENTE

PROJETO DE INTERVENÇÃO EDUCATIVA PARA MELHORAR A

QUALIDADE DE VIDA DO PACIENTE DIABETICO DA UNIDADE DE

SAÚDE "ZURAIA CONTI GALATI".

Banca examinadora

Professor: Orientador Me. Camilo Eduardo Almeida Pereira.

Professor: Luciana de Paiva Rêgo – UEPA

Aprovado em Belém, ____ / ____ / ___

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DEDICATÓRIA

Este trabalho é dedicado a minha família e em especial ao meu pai que

estar me olhando do céu.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço ao tutor do curso pela paciência e para a conclusão do trabalho, e em

especial a minha família pelo apoio .

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EPIGRAFO

“ O conhecimento nos faz responsáveis”

Che Guevara.

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RESUMO

O Trabalho foi feito mediante um levantamento dos pacientes que apresentam

Diabetes Mellitus tipo 2 na Unidade de Saúde Zuraia Conti Galati do município de

Obidos. Este trabalho pretende melhorar a qualidade de vida dos pacientes

diabéticos que residem na área de abrangência de uma unidade de saúde do

município de Obidos. A traves de um projeto de intervenção elaborado com intuito

de modificar os fatores de risco relacionados a diabetes mellitus 2, com este estudo

busca-se também orientar sobre as possíveis complicações e tratamento

medicamentoso desta doença.

Palavras-chave: Diabetes Mellitus, Qualidade de vida, Promoção de saúde.

Município Obidos.

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ABSTRACT

The study was carried out by means of a survey of patients presenting with Type 2

Diabetes Mellitus at the Zuraia Conti Galati Health Unit in the municipality of Obidos.

This study aims to improve the quality of life of diabetic patients residing in the area

covered by a health unit in the municipality of Obidos. Through an intervention

project designed to intervene and modify the risk factors related to diabetes mellitus

2, this study also seeks to guide the possible complications and drug treatment of

this disease.

Key words: Diabetes Mellitus, Quality of life, Health promotion .Obidos Municipality.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

DM: Diabetes Mellitus

DM 2: Diabetes Mellitus tipo 2

UBS: Unidade Básica de Saúde

ESF: Estratégia de Saúde da Família

ACS: Agentes Comunitários de Saúde

APS: Atenção Primaria de Saúde

PES: Planejamento Estratégico Situacional

ABS: Atenção Básica de Saúde

SUS: Sistema Único de Saúde

SBD: Sociedade Brasileira de Diabetes

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 12

1.2 Aspectos gerais do município......................................................................... 12

1.2 Aspectos da comunidade ............................................................................... 13

1.3 O sistema municipal de saúde ....................................................................... 13

1.4 A UBS “Zuraia Conti Galati” ........................................................................... 14

1.5 A Equipe de Saúde da Família da UBS “Zuraia Conti Galati” ........................ 14

1.6 O funcionamento da Unidade de Saúde da Equipe ....................................... 15

1.7 O dia a dia da equipe ..................................................................................... 15

1.8 Estimativa rápida: problemas de saúde do território e da comunidade. ......... 15

1.9 Priorização dos problemas e a seleção do problema ..................................... 16

2 JUSTIFICATIVA................................................................................................... 17

3 OBJETIVOS ......................................................................................................... 17

3.1 Objetivo geral ................................................................................................. 17

3.2 Objetivos específicos ..................................................................................... 17

4 METODOLOGIA .................................................................................................. 18

5 REVISÃO BIBIOGRÁFICA .................................................................................. 18

5.1 Atenção Primária à Saúde ............................................................................. 18

5.2 Estratégia Saúde da Família .......................................................................... 19

5.3 Diabetes Mellitus tipo 2 .................................................................................. 19

5.3.1 Prevenção ................................................................................................... 20

6 PLANO DE INTERVENÇÃO ................................................................................ 22

6.1 Descrição do problema selecionado. ............................................................. 23

6.2 Explicação do problema ................................................................................. 24

6.3 Seleção dos nós críticos. ............................................................................... 25

6.4 Desenho das operações. ............................................................................... 26

7 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 29

REFERENCIAS ..................................................................................................... 30

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1.INTRODUÇÃO

O diabetes mellitus (DM) é um dos transtornos crônicos mais frequentes do

mundo. A urbanização crescente, hábitos poucos saudáveis, que inclui dieta com

alto quantidade de gordura e diminuição da atividade física, obesidade e o

envelhecimento da população são fatores responsáveis por essa crescente

tendência de incidência da doença, gerando um elevado gasto do poder público para

o controle e tratamento de suas complicações. No Brasil, segundo o Ministério da

Saúde (MS), 11% da população (cerca de 5 milhões de pessoas) acima de 40 anos

são pessoas com diabetes (TORRES, 2010).

Essa situação pode acarretar uma perda da qualidade de vida, pois se reflete

em seus diferentes aspectos, como no estado físico, incapacidade funcional, dor em

membros inferiores, falta de vitalidade, instabilidade emocional, entre outros

sintomas. Após 15 anos do aparecimento do DM, 2% dos indivíduos acometidos

apresentarão cegueira, 10%, problemas visuais graves, 30% a 45%, algum grau de

retinopatia, 10% a 20%, de nefropatia, 20% a 35%, de neuropatia e 10% a 25%, de

doença cardiovascular. Essas complicações de saúde elevam os custos para o

atendimento ao indivíduo com DM e acarretam prejuízo à sua qualidade de vida,

considerando se a dor e ansiedade geradas pelo seu aparecimento progressivo.(

BRASIL, 2006)

Nesse contexto, o paciente com DM, em particular tipo 2 (DM2), enfrenta

diversas dificuldades, pois é uma condição crônica que persiste por toda a vida e

que, algumas vezes, vem acompanhada de outras comorbidades. Em consequência

da complexidade e extensão da problemática acerca do viver com uma doença

crônica, as pesquisas têm se preocupado em investigar o impacto da doença sobre

a qualidade de vida relacionada à saúde dos pacientes acometidos.(FARIA 2013).

1.1 Aspectos gerais do Municipio

A cidade de óbidos teve um crescimento populacional nos últimos 7 anos,

como em várias cidades brasileiras, no entanto o município não cresceu

economicamente, não apresenta uma infraestrutura adequada, além de um baixo

desenvolvimento social. Outro problema identificado que o município tem servido de

rota de tráfico de drogas, devido a situação geográfica.

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A base da economia local é a pesca e o extrativismo vegetal como

castanha do Pará e o açaí, sendo que a cidade está equipada com um porto fluvial

que permite a atracação de navios de grande porte, para o escoamento da produção

da região. A cidade sempre teve uma tradição forte na área cultural: apresenta um

dos melhores carnavais da região norte do Pará e algumas festas religiosas.

Na área de saúde, a cidade tem atendimento de urgência e emergência,

cuidado hospitalar. Há cerca de quatro anos o município adotou a estratégia de

saúde da família para a reorganização da atenção básica e conta hoje com 5

equipes na zona urbana e 1 equipe na zona rural.

1.2 Aspectos da comunidade

A comunidade que faz parte da ESF Zuraia Conti Galati é do bairro do

centro da cidade de Óbidos. É uma comunidade de cerca de 4.622 habitantes,

localizada no centro da cidade de Óbidos e algumas comunidades ribeirinhas (Santa

Rita, Mondongo, Ilha do Carmo e Ilha grande).

Hoje, a população empregada vive basicamente da pesca , trabalho nas

empresas de castanha e açaí, trabalho na agricultura (cultivo da mandioca e

produção de farinha), na prestação de serviços e da economia informal. É grande o

número de desempregados e subempregados. A estrutura de saneamento básico na

comunidade deixa muito a desejar, principalmente no que se refere ao esgotamento

sanitário (drenados no rio), irregularidade na coleta de lixo e presença privadas e

defecação ao ar livre nas comunidades.

Além disso, parte da comunidade vive em moradias bastante

precárias(casas de madeira, sem energia, serviço sanitário nem agua potável ).O

analfabetismo é elevado, sobretudo entre os maiores de 40 anos, assim como a

evasão escolar entre menores de 14 anos. Existem várias iniciativas de trabalho na

comunidade por parte da Igreja. A população conserva hábitos e costumes próprios

da população rural brasileira e gosta de comemorar as festas religiosas, em

particular as festas juninas, apresentações folclóricas e representativas da cultura

nativa, carnaval e a festividade de Santa Ana.

1.3 O sistema municipal de saúde

O sistema Municipal de saúde esta estruturado da seguinte forma:

ATENÇÃO PRIMÁRIA: O município tem 5 unidades de Estratégia de saúde da família e 5 unidades com atenção básica na zona urbana.

ATENÇÃO ESPECIALIZADA: Tem um centro de referencia e CAPS.

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ATENÇÃO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA: Tem um hospital 24 horas " Jose Benito Priante"

ATENÇÃO HOSPITALAR: Tem o Hospital Santa Casa de misericórdia de Obidos.

APOIO DIAGNÓSTICO: Tem serviço de radiologia, laboratório municipal e convenio privado.

ASSISTÊNCIA FAMACÊUTICA: Farmácia básica, farmácia popular e farmácia do trabalhador.

VIGILÂNCIA DA SAÚDE: Departamento de vigilância sanitária municipal.

RELAÇÃO DOS PONTOS DE ATENÇÃO: Tem referência e não funciona adequadamente a contra referência.

RELAÇÃO COM OUTROS MUNICIPIOS: Tem tratamentos fora do domicilio para o município de Santarém.

CONSÓRCIO DE SAÚDE: Não se aplica.

MODELO DE ATENÇÃO: Estratégia de saúde da família e Atenção básica de saúde

1.4 A Unidade Básica de Saúde “Zuraia Conti Galati”

A Estratégia de saúde da família Zuraia Conti Galati estar localizada no

bairro centro do município de Óbidos, a mesma inaugurada no 5 de maio de 2015 e

está situada na rua almirante barroso do centro da cidade. É um prédio próprio da

prefeitura municipal, sua área pode ser considerada adequada e com um conforto

para a atenção da população.

A área destinada à recepção é ampla, nos horários de pico de

atendimento (manhã), facilita o atendimento na ESF. Tem suficiente espaço e

cadeiras para todos os pacientes. Não existe sala de reuniões, nem área externa

disponível para as atividades da equipe.

A unidade conta com 2 consultórios médicos, 2 consultórios de

enfermagem, uma sala de vacina, uma sala de triagem ,ambulatório, recepção e

um consultório odontológico, 1 banheiro para os pacientes e um banheiro para os

funcionários e uma copa.

A população tem muito apreço pela ESF, fruto de nosso carinho e

respeito com os pacientes. A Unidade, atualmente tem dificuldade com insumos e

medicamentos básicos para ofertar um melhor atendimento e adesão dos

pacientes ao tratamento.

1.5 A Equipe de Saúde da Família da Unidade Básica de Saúde “Zuraia Conti Galati”

A Equipe de saúde da família de Zuraia Conti Galati é formada pelos profissionais

apresentados a seguir:

Nome Idade Função Microárea Número de familias cadastradas

Tempo de serviço

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Geidy Caner Llorente

28 Medica 5 anos

Paula Helena 26 Enfermeira 3 anos

Gleyce Mara Ribeiro

27 Técnica de enfermagem

5 anos

Lizandra Vieira

27 ACS 1 25 4 anos

Susana Aquino Barros

35 ACS 2 112 7 anos

Jair Santos Pereira

27 ACS 3 103 5 anos

Rose Mary Oliveira

42 ACS 4 160 13 anos

Mary Jane Stela Pimentel

42 ACS 5 157 10 anos

Maria Joaquina Da Silva

35 ACS 6 132 8 anos

Nazilene Cruz Leite

36 ACS 7 141 8 anos

Marcio Carvalho Pinto

43 Odontólogo 16 anos

Nuvia Maria Gualberto

44 Auxiliar de Odontología

15 anos

1.6 O funcionamento da Unidade de Saúde da Equipe

A Unidade de Saúde funciona das 7:30 h às 17:30 horas, no entanto a

recepção não conta com número de funcionários suficiente, fazendo com que haja

um desfio de função do técnico de enfermagem e da auxiliar de odontologia, pois

tais funcionários tão apoio tanto na recepção quanto no arquivo. A população

reclama dessa situação de falta recursos humanos, além da quantidade de

atendimento diário, pois só estar funcionando a ESF, não tendo apoio de uma

Unidade de Saúde.

1.7 O dia a dia da equipe de saúde da família de Zuraia Conti Galati.

O tempo da equipe está ocupado quase que exclusivamente com as

atividades de atendimento dos programas como: pré-natal, puericultura, controle de

câncer de mama e ginecológico, atendimento aos hipertensos e diabéticos e o

menor tempo para programas da demanda espontânea.

Uma queixa geral é o número reduzido de atendimentos, por falta de medico na

atenção básica.

1.8 Estimativa rápida: problemas de saúde do território e da comunidade

1. Não funcionamento da atenção básica do município.

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2. Não funciona a contra referencia.

3. Falta de medicamentos.

4. Falta de médicos.

5. Demora nos encaminhamentos fora do domicilio.

6. Falta de especializações (só conta com pediatria, cardiologia, psicologia,

fonoaudióloga e fisioterapeuta).

7. Hospital com escassez de recursos e leitos hospitalares.

8. Falta de recurso humano profissional na atenção básica.

9. Não temos área externa disponível para as atividades da equipe.

10. Subnotificação de mortalidade em decorrência de hipertensão arterial.

11. Alta prevalência de diabetes mellitus 2, especialmente na micro área 5.

12.Falta de saneamento básico.

13. Inadequada disposição final de residuais.

14. Existência de analfabetismo.

15. Presença de crianças foras das escolas

16. Existência de poucas opções de emprego, apresentando um alto índice de

desemprego.

17. Existência de trafico de drogas no município.

1.9 Priorização dos problemas e a seleção do problema para plano de intervenção

Quadro1: Classificação de prioridade dos problemas identificados no diagnóstico da

área de abrangência da equipe de Saúde “Zuraia Conti Galati”, município de

Óbidos, estado de Pará.

Principais problemas Importância* Urgência** Capacidade

de

enfrentamento

* * *

Seleção*

* * *

Alta prevalência de

Diabetes Mellitus tipo 2

Alta 6 Parcial 1

Cultura sanitária

inadequada por a

população

Alta 6 Parcial 2

Morbilidade oculta de

Hipertensão Arterial

Alta 5 Parcial 3

Alto índice de

desemprego

Alta 4 Parcial 4

Existência de trafico de

drogas

Alta 4 Fora 5

Existência de

analfabetismo

Alta 2 Fora 7

Fonte: *Alta, média ou baixa** Total dos pontos distribuídos até o máximo de 30

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***Total parcial ou fora****Ordenar considerando os três itens

2. JUSTIFICATIVA

Sabe-se que a Diabetes Mellitus é um dos principais fatores de

morbimortalidade. A idade é um dos fatores de risco, e por isso que devemos fazer

um diagnostico e tratamento correto para evitar complicações e morte precoce.

Desta forma, é necessário fazer um controle eficiente e eficaz com o intuito de

diminuir as complicações.

Assim, o controle necessita se focado na educação em saúde do

paciente, objetivando mudanças para um estilo de vida saudável, pratica de

exercícios físico, higiene adequada, adesão ao tratamento e a compreensão que o

mesmo precisa participar ativamente de todo o processo

A população de nossa área não é diferente do restante da população

brasileira, diariamente são muitos os pacientes diabéticos que comparecem as

consultas, e geralmente os pacientes apresentam altos níveis glicêmicos e até

mesmo complicações em decorrência do descontrole da diabete, desta forma é

necessário medidas intervencionistas, para diminuir a morbimortalidade por esta

doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

3.OBJETIVOS

3.1Objetivo geral

Melhorar a qualidade de vida dos pacientes diabéticos da Unidade de Saúde

Zuraia Conti Galati.

3.2Objetivos específicos

Desenhar um plano de ação para modificar os fatores de risco dos pacientes

com Diabetes Mellitus.

Orientar os pacientes dos riscos, complicações e tratamento não

medicamentoso da Diabetes Mellitus.

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4.METODOLOGIA

Para a elaboração de um Projeto de intervenção educativa para melhorar

a qualidade de vida do paciente diabético em a unidade da saúde” Zuraia Conti

Galati" no Município Óbidos, estado Pará foi realizado o Diagnóstico Situacional,

seguindo o método de Planejamento Estratégico Situacional (PES) que serve para

fazer uma estimativa rápida dos problemas observados, identificar os nós críticos,

selecionar as prioridades e fazer as ações pautadas na realidade

(CAMPOS;SANTOS,2017)

A população-alvo foi a população da área que pertence ESF e o problema

identificado como prioritário foi a alta prevalência de Diabetes Mellitus tipo 2. Assim

foram propostas intervenções que possam garantir melhor qualidade de vida para a

população em geral e para os pacientes com Diabetes Mellitus tipo 2.

Toda a informação foi coletada mediante uso de técnicas qualitativas e

quantitativas, em fichas de trabalho, fazendo a tabulação e analise da situação de

saúde. Os principais debates foram feitos em reuniões de equipes, diante técnicas

de participação como debates em grupo, uso de técnicas de avaliação de resultados

como a própria estimativa rápida, método de rastreio, e finalmente a elaboração de

planos de intervenção para solucionar os principais nós críticos estabelecidos para o

problema selecionado.

5. REVISÃO BIBIOGRÁFICA

5.1 ATENÇÃO PRIMÁRIA Á SAÚDE

A Atenção Primaria á Saúde (APS) ou Atenção Básica á Saúde (ABS),

é o primeiro nível de contato, a porta de entrada dos indivíduos, das famílias e da

comunidade no sistema de atenção a saúde. Na rede pública, o contato para os

portadores de DM é a Unidade Básica de Saúde (UBS), que esta estruturada de

acordo a Estratégia de Saúde da Família (ESF).

A ESF, criada em 1994 pelo Ministério da Saúde, tem como principal

proposito reorganizar a prática de atenção básica á saúde e substituir o modelo

tradicional de assistência, priorizando ações de prevenção, promoção e recuperação

da saúde, de forma integral e continua. O atendimento e oferecido na UBS e no

domicilio pelos profissionais da saúde que compõem as equipes de saúde da

família. Esses profissionais e a população assistida criam vínculos de

corresponsabilidade, o que facilita a identificação dos problemas de saúde da

comunidade (BRASIL,1993 apud ASSUNÇÃO e URSINE,2008)

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5.2 ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

A principal estratégia da atenção primária à saúde é dispor de

profissionais variados e capacitados formando a equipe de saúde da família, que é

constituída por médico, enfermeiro, auxiliares /técnicos de enfermagem e agentes

comunitários da saúde (ACS).

A Estratégia de Saúde da Família (ESF) realiza atendimento a grupos

considerados de maior risco a agravos, entre eles, a população com diabetes,

brindando assistência integral ao paciente por meio das consultas médicas e de

enfermagem e do trabalho em equipe, com estímulo ao autocuidado, realização de

grupo de hiperdia e palestras relacionados à sua patologia. Os pacientes inseridos

no Programa de Assistência ao Diabético da unidade recebem informações sobre

dieta, exercício físico, uso de medicamento assim como orientações para realização

do controle dos níveis de sua glicose através de fitas (glicemia capilar).(

FONSECA,2008)

A ESF Também avalia o tratamento da diabetes mellitus o qual inclui

orientação e educação em saúde, modificações no estilo de vida e, o uso de

medicamentos. As orientações necessárias, tanto no que se refere ao tratamento

medicamentoso quanto ao não medicamentoso. A educação em saúde é

imprescindível, pois não é possível o controle adequado da glicemia se o paciente

não for instruído sobre os princípios em que se fundamentam seu tratamento.(

PAIVA, BERSUSA; ESCUDER,2006).

5.3 DIABETES MELLITUS TIPO 2

O termo “diabetes mellitus” (DM) refere-se a um transtorno metabólico de

etiologias heterogêneas, caracterizado por hiperglicemia, intolerância à glicose e

distúrbios no metabolismo de carboidratos, proteínas e gorduras, por defeitos da

secreção e/ou da ação da insulina (BRASIL, 2013). Pode também ser classificada

como um grupo de transtornos metabólicos, desencadeado por uma hiperglicemia,

resultante da deficiência na secreção de insulina, defeitos em sua ação, ou ambos

os casos (ADA, 2018).

Sabe-se que existe dois tipos de diabetes , no entanto a diabetes mellitus

Tipo 2 é a forma mais comum de DM, acometendo cerca de 90% dos pacientes

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diabéticos, e resulta da deficiência da secreção de insulina ou de sua ação, podendo

culminar em um aumento da produção hepática de glicose, decorrentes dessas

alterações em torno da insulina. A predisposição para ocorrência de DM tipo 2 está

interligada entre fatores genéticos e ambientais, onde o estilo de vida é um dos

fatores principais para o seu desencadeamento (CHAVES; ROMALDINI, 2002).

Geralmente seu desenvolvimento é lento, principalmente nas fases

iniciais da doença, o que faz com que essa forma de diabetes permaneça por muitos

anos sem diagnóstico, devido ao desenvolvimento gradativo da hiperglicemia e a

ausência de sintomas característicos. Isso potencializa as chances de agravamento

da doença, uma vez que o diagnóstico geralmente é tardio (PUPO, 2015).

E uma das complicações da diabete é cetoacidose, característica da DM

tipo 1, mas pode acometer portadores de DM tipo 2 em situações de estresse para o

organismo. Na DM tipo 2, pode ocorrer tardiamente e de forma mais lenta, porém

esse aparecimento tardio também pode ocorrer em pacientes com DM tipo 1. Esses

fatores dificultam definir com clareza o diagnóstico entre DM tipo 1 e DM tipo 2

(MEIRELES, et al. 2013).

5.3.1 Prevenção

Uma das maneiras de se reconhecer os estágios iniciais da doença é

através da intolerância à glicose. Em alguns casos, a DM pode apresentar sintomas

como poliúria, visão turva, sede, e em sua forma mais grave, cetoacidose.

Frequentemente, esses sintomas estão ausentes ou não se apresentam de forma

tão acentuada, em especial no estágio de pré-diabetes. Levando em consideração

esses fatores, o diagnóstico de DM ou pré-diabetes muitas vezes é descoberto em

alterações de exames de rotina, como sangue e urina (ZAGURY; ZAGURY;

OLIVEIRA, 2016).

Essa classificação como pré-diabetes está relacionada com categorias de

risco para DM e doenças cardiovasculares e que muitas vezes estão associadas à

obesidade, dislipidemia e HAS. O início da pré-diabetes é variável, onde indivíduos

idosos com sobrepeso ou obesidade, e que contenham outros fatores de risco para

DM, estão mais susceptíveis a desenvolver a doença. Além do mais, essa evolução

do estado de pré-diabetes para a DM pode demorar vários anos (MEIRELES, et al.

2013).

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Levando em consideração essa forte relação entre DM e obesidade, é preciso

que haja uma prevenção da obesidade e a manutenção do peso corporal. Essa

obesidade vem aumentando sua prevalência e pressupõe-se que a mesma vem

ocorrendo devido às alterações no consumo alimentar, principalmente pela ingestão

de alimentos com maior densidade energética, ricos em carboidratos e gorduras

saturadas, além do maior consumo de alimentos de ‘’fast-foods’’. O estilo de vida e o

sedentarismo também possuem forte ligação ao acometimento da obesidade. É

estimado que cerca de 80% dos indivíduos portadores de DM tipo 2 sejam obesos

(SARTORELLI; FRANCO, 2003).

A prevenção da Diabetes, para quem tem um ou vários destes fatores de risco

mas não tem ainda o diagnóstico da doença, passa por adotar um estilo de vida

mais saudável e consultar o médico, fazendo exames regulares de diagnóstico

Uma alimentação equilibrada: Em geral, a alimentação dos diabéticos deve ser

tão equilibrada, variada e completa como a alimentação de qualquer indivíduo

saudável. À luz do conhecimento atual, não se justifica encorajar as pessoas

diabéticas a não comer hidratos de carbono. De facto, é importante que incluam na

alimentação diária o consumo de hortícolas, frutos, cereais de grão inteiro e

leguminosas, todos ricos em hidratos de carbono, mas igualmente ricos em fibra

alimentar, vitaminas, minerais, antioxidantes e outras substâncias protetoras.

Toda a pessoa com diabetes deve ter um plano alimentar individualizado,

adaptado às suas condições de vida e equilibrado, quer em quantidade, quer em

qualidade, em função do seu peso de referência, sexo e idade.

Praticar exercício físico regularmente: O ideal é que o exercício no paciente

diabético seja misto, isto é, tanto de resistência (levantamento de pesos)

quanto aeróbico (caminhada, por exemplo). Cento e cinquenta minutos

divididos durante os dias da semana, com pelo menos 2 dias de exercício de

resistência, estão de bom tamanho. Outros detalhes importantes: comece

devagar e vá aumentando a intensidade a medida que seu organismo for

permitindo, procure fazer a atividade sempre no mesmo horário do dia para

evitar oscilações da glicemia e não “mate” as aulas. A regularidade é muito

importante!.

Evitar o Estresse: há técnicas que pode aprender para ajudar a enfrentar

situações de stress. Fale com o seu médico se tiver questões ou preocupações

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relativamente aos seus níveis de stress. Algumas das estratégias que o podem

ajudar a descontrair incluem:

Exercícios respiratórios

Terapia de relaxamento

Atividade física

Fazer alterações para evitar situações de stress

Aderir a um grupo de apoio para pessoas com diabetes tipo 2

6.PLANO DE INTERVENCAO

Essa proposta de intervenção surgiu a partir do nó critico que foi alta

prevalência de diabetes melitus tipo 2.A análise dos dados coletados permitiu a

elaboração de uma lista dos principais problemas: alta prevalência de Diabetes

Mellitus tipo 2, Cultura sanitária inadequada por a população, Morbilidade oculta de

Hipertensão Arterial, Alto índice de desemprego, Existência de trafico de drogas e

Existência de analfabetismo.

O Diabetes Mellitus é uma doença multifatorial, com risco potencial aos

pacientes quando não diagnosticados ou não tratados corretamente, ocasionando

danos por vezes irreversíveis, além de elevados custos ao Sistema Único de Saúde

(SUS) e á Providencia Social. Além disso, a doença, não afeta apenas o doente,

afeta sua família e conviventes.

Segundo campos, Faria e Santos (2010) para explicar um problema que

se quer enfrentar é preciso entender a sua formatação, identificando suas causas.

Geralmente a causa de um problema é outro problema ou outros problemas. Por se

tratar de uma doença multifatorial não podemos esquecer-nos dos fatores genéticos

e ambientais envolvidos, inclusive culturais e comportamentais. Uma dieta

equilibrada, atividade física regular e peso adequado contribuem para evitar ou

retardar a doença. O uso correto das medicações o das orientações contribui para

evitar a progressão da doença e suas consequentes lesões ao organismo.

Para abordagem e tentativa de resolução, foram selecionados pontos

chaves para realização de intervenções e mudanças do panorama. Os chamados

"nos críticos" selecionados foram:

-Hábitos e estilo de vida inadequada.

- Informações/educação em saúde

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Nos Quadros 2 e 3 estão apresentadas, para cada nó critico as respetivas

ações e resultados esperados, dentre outros.

6.1 Descrição do problema selecionado.

A unidade de saúde do Barrio Centro que abriga a Equipe EFS-Zuraia

Conte Galate, tem uma população na área de abrangência de 3622 habitantes, e 98

são portadores de DM, o que representa um 42.4 % da população maior de 15 anos

afetada pela doença. A DM é denominada como um grupo heterogêneo de

disfunções no mecanismo de metabolização dos carboidratos, apresentando em

comum o aumento da glicemia, a qual é o resultado de defeitos na ação da insulina

e na secreção de insulina, ou nas duas condições no mesmo momento.

A hiperglicemia é resultado de problemas que envolvem a taxa de glicose

no sangue, onde nos diabéticos seu diagnóstico apresenta valores que ultrapassam

126 mg/dL de glicose (em jejum). Esses valores sobem devido aos possíveis fatores

como: dificuldade da glicose entrar nas células causando o aumentando da

quantidade da mesma no sangue tanto pelo defeito na produção de insulina, quanto

pela total deficiência do pâncreas em produzi-la (DIRETRIZES SBD, 2009).

O Ministério da Saúde também conceitua o DM como um grupo de

doenças metabólicas que resultam da dificuldade de excreção ou atividade da

insulina, levando a hiperglicemia e posteriormente ao desenvolvimento de

complicações, como: problemas nas funções e insuficiência de determinados

órgãos, sendo os principais os olhos (diminuindo a acuidade visual e risco de

cegueira), os rins (insuficiência renal terminal), os nervos (dores ou insensibilidade

pela neuropatia), cérebro (AVC), o coração e os vasos sanguíneos (arteriosclerose)

(BRASIL, 2006).

O DM é uma doença que apresenta muitas consequências sociais e

físicas para o doente e para seus familiares e cada dia aumenta o numero de casos

novos e numero de pacientes descompensados, principalmente pelo estilo de vida

inadequado, alimentação inadequada e sedentarismo, pelo que se faz necessário o

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controle adequado dos fatores de risco para melhorar a qualidade de vida dos

pacientes.

6.2 Explicação do problema

A SBD (2009) ao realizar pesquisas a respeito do DM levantou

estimativas para esta patologia. Divulgou que em 1985, estimava haver 30 milhões

de adultos com DM no mundo, e em 1995 já haveria 135 milhões, esse número

cresceu para 173 milhões em 2002, com projeção de atingir 300 milhões em 2030.

Esse crescimento é verdadeiramente gradativo, caracterizando-se como uma

doença de difícil controle por causa desse aumento. A progressão que se

encaminham, condicionará para a saúde pública como uma epidemia de gastos

nada subestimáveis.

O condicionante percentual/idade traz o envelhecimento da população

como característico no desenvolvimento desta doença, vê-se no estudo multicêntrico

sobre a prevalência do diabetes no país evidencias quanto à influência da idade no

aparecimento do DM, com um incremento de 2,7% na faixa etária de 30 a 59 anos

para 17,4% na de 60 a 69 anos, um aumento de 6,4 vezes, significando um

potencial de risco cada vez mais presente na população idosa, que também tem os

problemas como a hipertensão, dentre outros agravante, vos deixando vulneráveis a

morbidade (DIRETRIZES SBD, 2009).

O controle da glicemia é importante, pois impede o agravamento da

diabetes, o que automaticamente altera a qualidade de vida de um individuo,

havendo uma variação de pessoa para pessoa e estando sujeito a influencias de seu

cotidiano, onde vivem, seus hábitos e estilos de vida. Assim verificar a qualidade de

vida poderá fazer com que a pessoa reflita sobre seu tratamento, sua alimentação e

seus hábitos.

A população da nossa área não é diferente do restante da população

brasileira. Diariamente são muitos os pacientes diabéticos que chegam à consulta,

muitos deles descompensados e com complicações. Faz-se, portanto necessárias

medidas intervencionistas, para diminuir a morbimortalidade por esta causa e

melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

6.3 Seleção dos nós críticos.

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“Nó crítico” é um tipo de causa que, ao ser combatido, é capaz de

impactar o problema principal e efetivamente transformá-lo. Traz também a ideia de

algo sobre o qual se pode intervir, ou seja, que está dentro do espaço de

governabilidade do interventor (CAMPOS; SANTOS, 2010).

A situação relacionada com o problema priorizado tem alguma

possibilidade de ação mais direta, principalmente por uma maior possibilidade de

intervenção da equipe de saúde e que pode ter importante impacto sobre o

problema escolhido.

Vejamos quais foram os “nós críticos”:

1) Hábitos e estilo de vida inadequada: grande prevalência do tabagismo e do

etilismo. Além disso, outros problemas percebidos foram a alimentação inadequada,

obesidade e o sedentarismo.

2)Informações/educação em saúde: a falta de informações sobre cuidados com a

saúde e dieta adequada, relacionado com os hábitos de vida não saudáveis , além

da não adesão ao tratamento e falta de conhecimento da população sobre a doença,

pois a grande maioria não tem a percepção do dano que a DM pode provocar na

vida do ser humano, isso ocorre em decorrência do baixo grau de escolaridade da

população que vive no bairro.

3) Pressão social: desemprego e violência o que gera um nível maior de estrese e al

não ter emprego não gera a renda necessária para manter um tratamento e

alimentação adequada da doença

6.4 Desenho das operações.

Quadro 2 – Operações sobre o “nó crítico 1” relacionado ao problema “Alta

prevalência de Diabetes Mellitus ”, na população atendida pela da Equipe de Saúde

da Família Zuraia Conti Galati, do município Óbidos , estado de Para

Nó crítico 1 Hábitos e estilo de vida inadequada

Operação -Modificar hábitos e estilo de vida. -Pratica de atividade física. -Planejar reuniões e discutir sobre tabagismo, a alimentação,

etilismo e atividade física com a equipe.

-Qualidade da alimentação.

Projeto Qualidade de Vida

Resultados

esperados

- Maior informação da população sobre os riscos da DM. -Redução do tabagismo, alcoolismo, obesidade e sedentarismo

no prazo 1 ano.

-Redução no numero de casos novos de DM. -Melhores hábitos de alimentação.

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Quadro 3 – Operações sobre o “nó crítico 2” relacionado ao problema “Alta

prevalência de Diabetes Mellitus ”, na população atendida pela da Equipe de Saúde

da Família Zuraia Conti Galati, do município Óbidos , estado de Para

Produtos

esperados

-Palestras educativas. -Programa saudável com atividade física: Caminhadas da

saúde.

Recursos

necessários

Estrutural: Caminhadas.

Cognitivo: Aquisição da informação, capacitação da equipe

executora (metodologia conhecimentos científicos, habilidade

comunicativa).

Financeiro: Mais para recursos, folhetos educativos.

Político: Conseguir local. Conseguir espaço, mobilização social

intersetorial com a rede.

Recursos

críticos

Político: Organização das agendas da equipe. Auxilio da gestão local. Financeiro: Aquisição de recursos audiovisuais, folhetos

educativos, etc

Controle dos recursos críticos

Equipe de saúde. Setor de comunicação social. cultura. Secretario de saúde

Ações estratégicas

Parceria com Secretaria Municipal de Saúde. Apoio da população.

Prazo Três meses pra o inicio das atividades.

Responsável (eis) pelo acompanhamento das ações

Técnica de enfermagem e enfermeira.

Processo de monitoramento e avaliação das ações

Avaliação cada 4 meses

Nó crítico 2 Informações/educação em saúde

Operação Fomentar o conhecimento sobre a DM.

Projeto Saber mais

Resultados

esperados

-Maior informação da população sobre os riscos, causas e consequências daDM. -Diminuição das internações.

Produtos

esperados

-Avaliação do nível de conhecimento da população sobre DM. - Promoção e prevenção da DM. -Palestras. -Capacitação dos ACS -População mais responsavel.

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Quadro 4 – Operações sobre o “nó crítico 3” relacionado ao problema “Alta

prevalência de Diabetes Mellitus ”, na população atendida pela da Equipe de Saúde

da Família Zuraia Conti Galati, do município Óbidos , Estado do Para

Recursos

necessários

Estrutural: Cronograma da estratégia, recursos básicos e agenda de trabalho. Cognitivo: Capacitação da equipe (metodologia conhecimentos científicos, habilidade comunicativa) Político: Conseguir espaço, mobilização social e articulação intersetorial com rede de ensino. Financeiro: Aquisição de recursos audiovisuais, material educativo, folder, folhetos, cartazes, etc.

Recursos

críticos

Político: Organização das agendas da equipe. Auxilio da gestão local. Financeiro: Aquisição de recursos como folhetos educativos, etc

Controle dos recursos críticos

Secretaria de educação

Ações estratégicas

Apoio da equipe.

Prazo Inicio em três meses e termino em seis meses

Responsável (eis) pelo acompanhamento das ações

Enfermeira e médico.

Processo de monitoramento e avaliação das ações

Avalição cada 6 meses.

Nó crítico 3 Pressão social (desemprego, violência)

Operação

Projeto Viver Melhor

Resultados esperados --Diminuição de desemprego. - Diminuição da violência.

Produtos esperados - Programa de geração de emprego -Programa de fomento da cultura da paz.

Recursos

necessários

Cognitivo -Maior informação sobre o tema. Politico

-Gestão de projetos de geração de empregos.

-Participação social.

Financeiro

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Diabetes Mellitus é importante problema de saúde devido à sua alta

prevalência e associação com doenças cardiovasculares, renais e cerebrais.

Também representa um desafio para a saúde e o desenvolvimento da humanidade,

já que pode ocasionar altas taxas de incapacidades, provocando sofrimentos e

custos materiais diretos e indiretos aos pacientes e suas famílias, além de criar

importantes demandas sobre os custos do sistema de saúde.

A abordagem do profissional de saúde nesta direção é de extrema

importância, onde se deve inicialmente orientar o usuário sobre mudanças nos

hábitos de vida. Esta ação será efetivada com o apoio da equipe, estimulando a

modificação do estilo de vida, comprovados na redução glicemia com a ajuda de

hábitos alimentares adequados para evitar a obesidade, pratica de exercícios físicos

regulares, redução de estresse e redução do consumo de bebidas alcoólicas entre

outros.

Com a realização deste plano de ação a equipe do ESF Zuraia Conti

Galati pretende melhorar a qualidade de vida dos pacientes com Diabetes Mellitus,

com o foco na assistência integral e informação ao paciente por meio das consultas

médicas e de enfermagem e do trabalho em equipe, com estímulo ao autocuidado,

-Financiamento dos projetos.

Recursos

críticos

Politico: Articulação entre os setores da saúde. -Gestão de projetos de geração de empregos. Social:

-Participação social.

Controle dos recursos críticos

Secretária municipal de Saúde.

Ações estratégicas

Apresentação do projeto

Praço Apresentar o projeto em três meses.

Responsável (eis) pelo acompanhamento das ações

Enfermeira e secretario de saúde

Processo de monitoramento e avaliação das ações

Avaliação em 3 meses

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realização de palestras relacionados à sua patologia e informações sobre dieta,

exercício físico, uso de medicamento, avaliação do tratamento da diabetes mellitus, o

qual inclui orientação e educação em saúde, modificações no estilo de vida e, o uso

correto de medicamentos para reduzir o número de complicações, internações e

gasto de recursos dos pacientes e do município.

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