projeto de estudo relatório parcial

8/3/2019 Projeto de Estudo Relatório Parcial

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PROINFANTIL

Programa de Formação Inicial para Professores em Exercício na Educação Infantil

A Importância de Haver Regras e Limites na Educação Infantil

Infância, Cultura e Cidadania em Instituição de Educação Infantildo Município do Rio de Janeiro

Como Estabelecer Regras e Limites em Crianças de 1 a 4 anos na EducaçãoInfantil?

Fundamentos da Educação

Maria José de Aguiar Valladão

Tutora – Marlene Machado de Sá

Sarah Kubitschek - AGF 10

Rio de Janeiro/RJ



Junho – 2011INTRODUÇÃO

Este projeto tem por tema “A Importância de Haver Regras e Limites na

Educação Infantil”. Caracteriza-se como um trabalho de pesquisa que integra a

formação e a prática na Educação Infantil, resultado de um estudo desenvolvido

durante a realização do curso Proinfantil.

Foi originado em 2010, em consonância com a proposta pedagógica do

Espaço de Desenvolvimento Infantil, localizado em Bangu, no Município do Rio de

Janeiro, que atende às crianças, desde o Berçário ao Maternal. Este projeto tem

como objetivo pesquisar sobre como estabelecer regras e limites em crianças de 1 a

4 anos de idade na Educação Infantil, mostrando a importância do comportamento

adequado.

Este trabalho baseou-se em uma pesquisa virtual, incluindo uma entrevista

com a psicóloga Ana Lúcia Castello e também uma pesquisa bibliográfica, tomando

como base, Yves de La Taille, especialista em Psicologia Moral (a ciência que

investiga os processos mentais que levam alguém a obedecer ou não a regras e

valores), ele defende que a escola ajude a formar pessoas capazes de resolver

conflitos coletivamente, pautados pelo respeito a princípios discutidos pela

comunidade.

Segundo La Taille, ajudar e estimular a criança a transpor limites, é a prática

essencial a seu caminhar para a idade adulta, para saciar seus desejos de

excelência e também para fazê-la viver a moralidade como busca de dignidade de

autorrespeito.

A metodologia escolhida neste projeto foi a observação e os registros diáriosalém dos registros fotográficos.

O presente trabalho procurará mostrar atividades relacionadas ao cotidiano

das crianças num ambiente lúdico, promovendo a socialização no âmbito da

educação comportamental. De forma livre e organizada as crianças poderão

interagir estimulando o seu desenvolvimento em grupo.



DESCRIÇÃO E ANÁLISE DAS ATIVIDADES REALIZADAS

A criança precisa ter regras, ela não pode ter tudo que quer, ou fazer tudo o

que quer, o limite começa com as regras nas atividades de vida diária, hora para

acordar, escovar os dentes, tomar café, almoçar, ir para a escola, e essas regras

precisam ser cumpridas, negociadas para atender as necessidades da criança.

Durante a leitura de alguns livros, pude aprofundar minha pesquisa neste

projeto que vem sendo concretizado por meio de atividades lúdicas. Os trabalhosrealizados reforçam a prática para uma melhor convivência de todos, dentro e fora

da escola.

Estou analisando como estabelecer regras e limites em crianças com faixa

etária de um a quatro anos no meu ambiente profissional. As turmas do Berçário e

do maternal são compostas por 25 crianças que ainda possuem dificuldades em

obedecer regras e respeitar limites. Através de algumas atividades realizadas com

estas crianças foram feitas observações com itens necessários para uma boaanálise diária.

A realização das atividades até aqui foi muito importante para possibilitar a

compreensão do meu projeto, permitindo entender o meu problema durante as

práticas realizadas.



Rotina escolar

• Rodinha de conversa

Durante alguns dias de rotina em sala de aula com uma turma de vinte e

cinco crianças e com faixa etária de um ano e seis meses, pude perceber que

algumas delas não obedeciam às regras e limites estabelecidos pela instituição onde

eu trabalho.

Pela manhã em sala de aula, dando inicio a uma rotina diária, foi realizada

uma atividade com o tema “rotina escolar”, onde foi observado que as crianças

precisavam manter-se juntas em rodinha em um momento calmo. A aula foi iniciada

com músicas e movimentos, houve uma conversa informal sobre vários temas como,

observação do tempo, conversa sobre a família, comentários sobre o calendário,

descrevendo sobre o dia, chamadinha e um diálogo, com comentários sobre

comportamento, a conversa foi sobre o respeito com os amiguinhos e a forma de

carinho que devemos ter uns com os outros, seja com um abraço ou um beijo, e que

não podemos desrespeitar as pessoas, mas se acontecer algo assim, devemossempre pedir desculpas. Nesta atividade foram feitas observações que contribuíram

para uma reflexão e elaboração deste projeto. Todas as crianças participaram da

atividade de forma satisfatória e com muita atenção.



Brincadeiras

• Jogos de montar pedagógico.

A atividade foi realizada em sala de aula com blocos de encaixe coloridos.

Durante esta atividade as crianças puderam montar os blocos, alguns perceberam

as cores e também conseguiram encaixar muito bem, enquanto outros ainda se

encontraram em processo de aprendizagem. Em um dos momentos um aluno pegou

alguns blocos do amiguinho, o que provocou um desrespeito, observei então quehavia um pouco de individualidade com algumas crianças. Nesta situação, foi

possível mostrar para elas a importância de compartilhar, emprestando o brinquedo

ao amigo e que é possível brincar juntos, pude também esclarecer o que pode e o

que não pode ser feito na hora da brincadeira. Foi muito prazeroso a realização

desta atividade, pois pude contribuir para o fator emocional mostrando como fator

principal o valor da amizade e do respeito.

• Dá-me um abraço:

Nesta atividade os alunos ficaram distantes um do outro. Ao sinal

especificado: Três palminhas foram dadas e todos correram e encontraram um

amigo para abraçar . Esta atividade teve um resultado muito agradável, pois houve

participação de todas as crianças, demonstrando muito carinho pelos amiguinhos.



Logo após a atividade percebi que os abraços foram espontâneos, me motivando

para a continuação do trabalho realizado.

• No parquinho e no pátio:

No parquinho e no pátio, as crianças do Berçário 2, brincam de piscina de

bolinha, velotról, jogam bola, e ficam livres para poder interagir uns com os outros,

com conversas e outras brincadeiras criativas. Neste ambiente seguro, elas recebem

noções de autorrespeito e regrinhas básicas para não ultrapassar os limites de uma

boa socialização. Às vezes é preciso repetir as regrinhas de comportamento para as

crianças, como: não empurrar, não beliscar, não morder, pedir licença, pedir desculpas, entre outros. Este espaço é muito importante para as crianças, pois elas

ficam muito satisfeitas e felizes. Em algumas situações, acontece algo inesperado, e

é preciso então o momento da conversa, em certos casos é preciso também chamar

o responsável para uma melhor investigação sobre o que está acontecendo com a

criança, é neste momento que a participação da família é importante para

resolvermos o problema, através do comportamento adequado.



Já no maternal 2, o diálogo sobre as regrinhas é um pouco diferente. As

crianças têm entre 3 e 4 anos e não costumam obedecer com frequência, tornando

o trabalho um pouco exaustivo. É preciso então, combinar com eles o que pode e o

que não pode ser feito, para que as crianças possam realizar todas as atividades

com tranquilidade. No parquinho é preciso estabelecer regras bem claras, definidas

e estáveis para que as crianças sintam autoconfiança. As negociações são

favoráveis.

Música e arte

• Teatro

A turminha do Berçário 2 conheceu, durante uma apresentação de teatro no

dia das crianças, dois amiguinhos: Pimpão e Zumzum, dois palhacinhos muito

espertos e engraçados. Juntos, eles ensinaram a nossas crianças como é

importante abraçar o amiguinho dando carinho e recebendo também. Houve muita

curiosidade de todos durante a apresentação, despertando muito interesse em

participar daquele momento tão importante na vida deles. Houve então, anecessidade de manter as crianças sentadas, devido a empolgação do momento as



crianças não queriam obedecer, foi então que pedi com carinho para que elas

continuassem sentadas, tendo que repetir várias vezes, para então prosseguir com a

história contada.

• Durante a forma (trenzinho):

As regras e os limites também são importantes durante o caminho para o

almoço, ou para o pátio. No berçário 2, eles ainda não tem habilidades, porém, aos

poucos as crianças vão aprendendo que formar, também pode ser divertido, com

músicas importantes que estabelecem educadamente suas limitações. Normalmente

nós educadores cantamos algumas músicas como:

Piuí, piuí, piuí, coloca a mão no meu ombro.

Piuí, piuí, piuí, não deixa o trem descarrilar.

Eu sou a máquina e vocês são os vagões, e os passageiros moram em

nossos corações.

Piuí, piuá, não precisa empurrar, pois eu sou pequenininho e só ando

devagar.



O bom menino não faz xixi na cama

O bom menino não faz mal criação

O bom menino vai sempre a escola

O bom menino aprende a lição.

Liberando as energias

Ao brincar de faz de conta meninos e meninas desenvolveram o

relacionamento interpessoal, promovendo atitudes de cuidado e carinho com o

outro, necessidades que são comuns a todos, independentemente do sexo. As

crianças brincaram com roupinhas, fantasias. Através da dramatização as crianças

puderam expressar seus sentimentos utilizando o movimento de busca, de

encontros e desencontros.



Construindo Valores

• Meio ambiente

Ao participar de uma atividade coletiva de observação do mundo da natureza,

as crianças do Berçário 2 se sentiram à vontade para plantar algumas plantasimportantes que contribuem para a preservação da vida. Elas fizeram um passeio ao

pátio para observar a vida animal e puderam observar formigas, minhocas e alguns

insetos. Quando um grupo de crianças faz um jardim, também constrói as regras de

convivência na escola.



Entrevista

Uma das perguntas feitas por uma pessoa na rua durante a entrevista com a

psicóloga Ana Lúcia Castello no programa Jovem Pan Online foi:

- Qual a idade para podermos começar a estabelecer limites? Ela respondeu:

Desde pequena, quando a criança começa a atender os comandos. É preciso dizer

sim, não, pode, não pode. O ideal é desviar a atenção, a criança irá obedecendo, a

criança irá perceber que será cumprido o que foi falado, se existe um objeto que a

criança quer pegar e ela não pode, quando ela tenta pegar novamente, a gente

desvia a atenção da criança para outro foco e numa idade mais adulta é preciso

privá-la de algumas coisas para ela entender que um comportamento errado pode

gerar uma consequência. Ela disse também, que a criança que cresce com os

limites bem colocados, sem estarem expandidos, consequentemente ela será com

certeza uma pessoa com mais limites.

Até dois ou três anos, a noção do proibido não lhe faz ainda muito sentido,

será preciso repetir-lhe muitas vezes o que ela pode ou não pode fazer, explicando-

lhe em poucas palavras a razão dessa proibição. Somente depois dos três ou quatro

anos a criança passa a compreender, cada vez melhor, as ordens dadas,

começando a entender as noções de bem e de mal. E, a princípio, ela procurará

obedecer aos pais somente para satisfazê-los. Basicamente, os limites em sala de

aula são trabalhados através da formação dos hábitos diários, daquilo que podem ou

não fazer, assim como das tarefas da rotina da criança: usar banheiro, lanchar,

jogar. Em todas as atividades são usadas regrinhas que vão orientando a criança

como se comportar frente às tarefas.



• A arte de educar

Conversar com a criança para ela perceber a figura da autoridade sem

autoritarismo;

Não ser repetitivo, não julgar;

Ser objetivo no comando, falar pausadamente;

Colocar os objetivos de comando de uma maneira clara para a criança,sem regredir ao papel de criança;

Dando privação à criança ela aprende.

Quando a criança faz algo errado, ela precisa entender que isso tem uma

consequência, deixando ela privada de alguma situação.

A privação deve existir, por exemplo, a perda de algo que ela gostaria de

fazer ou de ter, como um brinquedo que ela goste muito.



AVANÇOS E DIFICULDADES NO DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO

Como avanço, este projeto colaborou para a compreensão de todos: criança,

educador e pais. A linha de pensamento educacional e do trabalho pedagógico foi

fundamental para a essência da autonomia das crianças, para que elas se tornem

aptas a tomar decisões por si mesmas. Neste sentido, a criança poderá

compreender que existem regras, que tudo tem um momento certo e que há horas

para brincar, para dormir, para estudar, para almoçar, etc.

Segundo Lopes (2005), a criança, ao brincar, estabelece regras de

comportamentos que são compartilhados o que chamamos de cultura lúdica, pelo

qual ela tem a capacidade de reordenar os elementos retirados da realidade.Durante as atividades pude auxiliar as crianças, facilitando aprendizagens e

habilidades que já foram adquiridas no meio familiar, oportunizando para que elas

interajam em diferentes circunstâncias e consequentemente, as integrem nos

ambientes de suas relações sociais incluindo também noções de regras e limites

necessários para uma convivência saudável.

Em virtude do estabelecimento de limites no ambiente escolar foi possível

perceber que as crianças passaram a responder melhor às atividades educativas, amedida que iam sendo organizadas por nós educadores e com o auxílio dos pais

que se fazem cada vez mais presentes na escola.

A minha principal dificuldade foi quando alguns pais afirmaram que os filhos

não precisam de limites, que eles aprendem, a partir das próprias experiências, o

certo e errado sozinhos dentro do próprio processo de aprendizagem que ocorre no

seu desenvolvimento. Em virtude das dificuldades dos pais em estabelecer os limites

e não sabendo lidar com a rebeldia do filho usam formas mais severas de controledo comportamento inadequado.

O uso do diálogo é um recurso presente nas narrativas das mães e

educadores, assim como a necessidade de tolerância. Mães e educadores

demonstram muitas dúvidas, culpas e inseguranças que repercutem no

desenvolvimento dos limites das crianças. Alguns educadores atribuem a

responsabilidade da falta de limites às famílias. Já as mães não percebem a escola

como uma aliada na educação das crianças.



PRÓXIMOS PASSOS

Pretendo, nos próximos meses, continuar a Pesquisa Bibliográfica sobre

Regras e Limites na Educação Infantil a fim de enriquecer mais a discussão dos

estudos e realizar a aplicação de outras atividades lúdicas na unidade escolar.

Buscarei, também, consultar novas fontes de pesquisa, para análise dos dados

coletados.

Farei um levantamento de livros e DVDs que contenham histórias com

informativos sobre boas condutas e informativos sobre regrinhas diárias de

comportamento, no qual, poderei continuar os registros diários que contribuirão, com

muita importância, na descrição de minhas atividades para o projeto de estudo esuas respectivas análises.

Finalmente, desenvolverei a conclusão, a partir do resultado das

investigações acerca do problema inicial com dados coletados e

analisados e também realizarei a auto-avaliação, imprescindível para o

término do relatório.

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