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JUCIMARA FIRMO BARRETO COSTA ESTUDO DE DESINFECÇÃO DE BRINQUEDOS CONFECCIONADOS EM FIBRAS TÊXTEIS (TECIDOS) USADOS EM AMBIENTES HOSPITALARES Tese apresentada ao curso de Pós- graduação da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo para obtenção do título de doutor em Ciências da Saúde. SÃO PAULO 2011

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JUCIMARA FIRMO BARRETO COSTA

ESTUDO DE DESINFECÇÃO DE BRINQUEDOS CONFECCIONADOS EM

FIBRAS TÊXTEIS (TECIDOS) USADOS EM AMBIENTES HOSPITALARES

Tese apresentada ao curso de Pós-

graduação da Faculdade de Ciências Médicas

da Santa Casa de São Paulo para obtenção

do título de doutor em Ciências da Saúde.

SÃO PAULO

2011

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JUCIMARA FIRMO BARRETO COSTA

ESTUDO DE DESINFECÇÃO DE BRINQUEDOS CONFECCIONADOS EM

FIBRAS TÊXTEIS (TECIDOS) USADOS EM AMBIENTES HOSPITALARES

Tese apresentada ao curso de Pós- graduação da

Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de

São Paulo para obtenção do título de doutor em

Ciências da Saúde.

Orientação: Profa Dra Lycia Mara Jenné Mimica

Co-Orientação: Profa Dra Suely Mitoi Ykko Ueda

SÃO PAULO

2011

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FICHA CATALOGRÁFICA

Preparada pela Biblioteca Central da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

Costa, Jucimara Firmo Barreto Estudo de desinfecção de brinquedos confeccionados em fibras têxteis (tecidos) usados em ambientes hospitalares./ Jucimara Firmo Barreto Costa. São Paulo, 2011.

Tese de Doutorado. Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo – Curso de Pós-Graduação em Ciências da Saúde.

Área de Concentração: Ciências da Saúde Orientador: Lycia Mara Jenne Mimica Co-Orientador: Suely Mitoi Ykko Ueda 1. Jogos e brinquedos 2. Indústria têxtil 3. Infecção

hospitalar 4. Desinfecção

BC-FCMSCSP/29-11

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Dedico este trabalho ao meu marido Nelson

e minhas filhas, Lívia e Paula, pelo amor e

compreensão que demonstraram, me apoiando

e incentivando na construção desta tese.

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A vida é uma aventura aberta, exposta. Não protejam as crianças. Fortifiquem-nas

interiormente para que brinquem bem com qualquer espécie de brinquedo.

----Emmanuel Mounier----

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a parceria realizada com as instituições que viabilizaram a

construção deste trabalho

FCMSCSP- Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São

Paulo pela

ISCMSP – pela realização da lavagem dos brinquedos e

disponibilização dos protocolos de lavagem hospitalar

PROBAC do BRASIL – auxílio e doação de parte dos materiais para

início da pesquisa

INSTITUTO BRINQUEDO VIVO – pelas idéias iniciais e acolhimento

das idéias

FAPESP - Trabalho aprovado como linha de fomento para pesquisa

regular.Processo 2010/07551-4

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ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

PET Polietileno Tereftalato

FCMSCSP Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

ISCMSP Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo

TCLE Termo de Consentimento Livre Esclarecido

FAPESP Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo

ATCC American Type Culture Collection

UFC/mL Unidades formadoras de colônia por mililitro

TSB Caldo Triptona de Soja ou Tryptic Soy Broth

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 01

1.1 O brinquedo e a Terapia Ocupacional................................................ 02

1.2 O terapeuta ocupacional e a brinquedoteca ...................................... 04

1.3 Biossegurança na brinquedoteca ...................................................... 06

1.4 Processos de higienização hospitalar................................................. 09

1.5 Características das fibras têxteis........................................................ 15

2 OBJETIVOS.............................................................................................. 20

3 MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................... 22

3.1- Local e período de estudo................................................................. 22

3.2- Tipo de estudo................................................................................... 22

3.3- Linha de pesquisa.............................................................................. 23

3.4- Comitê de ética.................................................................................. 23

3.5 Material............................................................................................... 23

3.6 Avaliação microbiológica.................................................................... 25

3.7- População......................................................................................... 27

3.9- Método............................................................................................... 28

3.10- Protocolo de lavagem ..................................................................... 31

3.11- Avaliação da resistência dos brinquedos confeccionados com fibras Têxteis ao processo de lavagem hospitalar ...................................

34

3.12- Avaliação da resistência à descontaminação dos tipos de fibras

têxteis utilizados na confecção dos brinquedos após a higienização hospitalar ..................................................................................................

36

3.13- Avaliação da descontaminação das amostras das fibras têxteis.. 36

3.14- Avaliação da descontaminação das almofadas (formas) confeccionadas com amostras dos tecidos e recheios/enchimentos dos brinquedos ...............................................................................................

37

3.15 Contamina o “in itro” dos brinquedos confeccionados com

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tecido têxtil ............................................................................................... 38

3.16 Modelo de contaminação microbiológica ........................................ 40

3.17 Critérios de inclusão e exclusão ...................................................... 44

3.18 Análise estatística ............................................................................ 44

4 RESULTADOS ......................................................................................... 45

4.1 1ª FASE - Avaliação da resistência dos brinquedos confeccionados com fibras têxteis .....................................................................................

45

4.2 2ª FASE - Avaliação da resistência à descontaminação dos tipos de

fibras utilizadas na confecção dos brinquedos, após a higienização hospitalar ..................................................................................................

48

4.3 3ª FASE - Testes realizados com os brinquedos confeccionados com tecidos de fibras têxteis.....................................................................

52

4.3.1 Resistência das fibras e deformação............................................ 52

4.3.2 Resultado da avaliação da descontaminação das amostras dos

brinquedos submetidos à lavagem leve do protocolo da lavanderia da ISCMSP ...................................................................................................

56

4.3.3 Resultado da avaliação da descontaminação das amostras dos brinquedos submetidos à lavagem para compressas contaminadas do protocolo da lavanderia da IMSCSP ........................................................

58

5 DISCUSSÃO............................................................................................. 60

6 CONCLUSÃO .......................................................................................... 67

7 ANEXOS................................................................................................... 65

ANEXO 1- Ficha de aprovação do projeto de pesquisa pelo CEP........... 65

ANEXO 2- Tabela completa de resultado da descontaminação das amostras dos tecidos infectadas com as cepas ATCC padrão submetidas aos processos de lavagens hospitalares...............................

71

ANEXO 3- Tabela completa dos resultado da descontaminação das amostras dos tecidos infectadas com as cepas ATCC padrão acrescido de sangue submetidas aos processos de lavagens hospitalares............

72

ANEXO 4- Tabela completa dos resultados da avaliação da descontaminação das amostras de tecidos e recheios/enchimentos das almofadas dos tecidos infectadas com as cepas ATCC padrão submetidas ao processo de lavagem hospitalar leve...............................

73

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ANEXO 5- Tabela completa de resultado da avaliação da

descontaminação das amostras de tecidos e recheios/enchimentos das almofadas dos tecidos infectadas com as cepas ATCC padrão submetidas aos processo de lavagem hospitalar pesada para roupa cirúrgica. ..................................................................................................

74

ANEXO 6- Tabela completa da recuperação dos micro-organismos inoculados na contaminação com sangue nos brinquedos confeccionados com fibras têxteis, após o processo de lavagem pesada para compressas contaminadas, no período de 24, 48, 72horas e em 5 dias................................................................................................

71

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................... 78

FONTES CONSULTADAS 82

RESUMO 83

ABSTRACT 84

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1- Classificação dos níveis de desinfecção, de métodos e uso de produtos para a descontaminação................................................................

10

TABELA 2-Caracterização do processo de lavagem através de suas principais etapas, finalidade, quantidade de água, temperatura e duração do procedimento ...........................................................................................

13

TABELA 3: Resumo das operações e produtos utilizados pela lavagem leve no protocolo de higienização hospitalar, corresponde ao programa 6 do protocolo de lavagem ..............................................................................

32

TABELA 4: Resumo das operações e produtos utilizados pela lavagem pesada para roupa cirúrgica no protocolo de higienização hospitalar, corresponde ao programa 4 do protocolo de lavagem .................................

33

TABELA 5: Resumo das operações e produtos utilizados pela lavagem pesada para compressas contaminadas no protocolo de higienização hospitalar, corresponde ao programa 5 do protocolo de lavagem ................

34

TABELA 6- Resultados das medidas em centímetros (cm), e da deformação dos bonecos de tecido após serem submetidos aos processos de lavagens hospitalares e avaliação da redução dos parâmetros em porcentagem (%)............................................................................................

46

TABELA 7- Distribuição dos resultados da descontaminação das amostras dos tecidos de fibra natural e sintética, infectadas com as cepas ATCC padrão, submetidas aos processos de lavagens hospitalarem leve, pesada e calandra......................................................................................................

49

TABELA 8- Distribuição dos resultados da avaliação da descontaminação das amostras da almofadas da superfície e do recheio/enchimento, divididas em 2 grupos (almofadas de tecido de fibra natural e de fibra sintética nos tamanhos: pequeno, médio e grande; contaminadas com as cepas ATCC padrão, submetidas ao processo de lavagem hospitalar leve.

50

TABELA 9- Distribuição dos resultados da avaliação da descontaminação das amostras da superfície das amostras de almofadas divididas em 2 grupos: tecido natural e tecido sintético de 3 tamanhos diferentes: pequeno, médio e grande; contaminadas com as cepas ATCC padrão, submetidas ao processo de lavagem hospitalar pesada para roupa cirúrgica..........................................................................................................

51

TABELA 10- Distribuição dos resultados da avaliação da descontaminação das amostras do recheio/enchimento das amostras de almofadas divididas em 2 grupos: tecido de fibra natural e tecido de fibra sintético de 3 tamanhos diferentes: pequeno, médio e grande; infectadas

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com as cepas ATCC padrão, submetidas ao processo de lavagem hospitalar pesada para roupa cirúrgica..........................................................

51

TABELA 11 - Demonstrativo do tamanho (cm), cor e forma dos brinquedos na separação dos grupos homogêneos utilizados nos testes de contaminação e desinfecção utilizando os métodos de lavagens preconizados no protocolo da lavanderia da IMSCSP..................................

53

TABELA 12 - Deformação dos brinquedos submetidos à lavagem pesada para compressas contaminadas, avaliação dos parâmetros em cm..........

54

TABELA 13- Distribuição dos resultados da avaliação da descontaminação das amostras de tecidos e recheios/enchimentos dos brinquedos divididos em grupos pequeno, médio e grande, infectados com as cepas ATCC padrão submetidas ao processo de lavagem hospitalar leve.................................................................................................................

57

TABELA 14- Tabela de número de amostras que apresentaram crescimento de micro-organismos nos brinquedos confeccionados com fibras têxteis após o processo de lavagem pesada para compressas cirúrgicas, no período de 24, 48,72horas e em 5 dias...................................

59

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1- Mecanismos de inserção da funcionalidade antimicrobiana, método e substratos aplicáveis à inserção nas fibras têxteis........................

17

FIGURA 2- Principais locais de inoculação dos microrganismos ............... 26

FIGURA 3- Organograma do método utilizado para o teste da eficácia da desinfecção hospitalar nos brinquedos confeccionados com fibras têxteis..

30

FIGURA 4- Foto ilustrativa dos brinquedos confeccionados com fibras têxteis (sapo e coelho) utilizados nos testes de resistência à lavagem hospitalar........................................................................................................

35

FIGURA 5- Foto ilustrativa das amostras de tecido utilizada para os testes de desinfecção nos protocolos de lavagem hospitalar. Amostra com cepa ATCC padrão acrescido de sangue...............................................................

37

FIGURA 6- Foto ilustrativa da preparação das amostras das almofadas confeccionadas com diferentes tecidos e recheios/enchimentos utilizados nos brinquedos confeccionados com fibras têxteis.......................................

38

FIGURA 7- Foto ilustrativa do método de contaminação microbiológica dos brinquedos......................................................................................................

40

FIGURA 8- Foto demonstrativa do Hemobac trifásico®.......................... 43

FIGURA 9- Avaliação visual dos brinquedos confeccionados com fibras têxteis submetidos ao protocolo de higienização hospitalar da lavanderia da ISCMSP.....................................................................................................

47

FIGURA 10- Foto ilustrativa da separação, em grupos homogêneos, dos brinquedos utilizados nos testes de contaminação e desinfecção utilizando os métodos de lavagens preconizados no protocolo da lavanderia da ISCMSP..........................................................................................................

52

FIGURA 11- Foto ilustrativa do método utilizado para a contaminação da superfície e o recheio/enchimento dos brinquedos durante o teste..............

56

FIGURA 12- Foto ilustrativa do método utilizado para a retirada das amostras da superfície de tecido e do recheio/enchimento dos brinquedos após as lavagens do protocolo utilizado pela lavanderia hospitalar da ISCMSP..........................................................................................................

56

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1

1. INTRODUÇÃO

A hospitalização infantil é uma vivência traumática, com a alteração do papel

da criança, que necessita de espaço físico, atividade e atenção apropriada à faixa

etária para desempenhar suas funções. As vivências durante uma internação

consistem em separação das pessoas com vínculo afetivo, alteração dos espaços

físicos, diminuição das atividades de exploração e procedimentos evasivos e

invasivos 6, 13, 15, 25, 38.

O processo de humanização do atendimento pediátrico em hospitais adotou

alguns procedimentos com o objetivo de tornar o ambiente hospitalar menos

agressivo e traumático para a criança internada.

Para tanto, introduziu a presença dos pais ou responsáveis durante o período

de internação, garantindo-lhe, assim, a presença de pessoas conhecidas com quem

mantivesse o vínculo afetivo; o atendimento multiprofissional garantiria o

atendimento integral à saúde com o olhar para todas as necessidades apresentadas

pela criança; a introdução da sala de recreação-brinquedoteca, com a finalidade de

garantir um espaço onde se pudessem desenvolver atividades lúdicas que

mantivessem o desenvolvimento neuropsicomotor, expressando seus sentimentos e

dúvidas diante de todo o processo de atendimento ao qual está sendo

submetido9,10,34.

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2

1.1- O BRINQUEDO E A TERAPIA OCUPACIONAL

O papel do terapeuta ocupacional consiste em facilitar a interação da criança

com o meio ambiente17,38, adaptando as brincadeiras de forma a propiciar uma

interação entre crianças, pais , equipes e hospital.

Esta facilitação ocorre por meio da seleção das brincadeiras e brinquedos,

com protocolos padronizados de avaliação, cuja finalidade é manter o

desenvolvimento cognitivo, físico, social 40,41.

O uso do brinquedo tem como objetivo facilitar e intermediar a relação entre o

profissional de atenção à saúde e a criança, propiciando a atuação dos mesmos nos

comportamentos apresentados pelas crianças, tais como: agressão física (bater,

chutar, puxar o braço, empurrar, segurar o equipamento, esconder-se, quebrar ou

jogar brinquedos ou objetos); apatia (lamentos, choros, dificuldade de comunicação,

dificuldade de alimentação, recusa a brincadeiras e interação), dependência do

acompanhante (agarra os pais, chora baixinho, deseja colo); componentes estes que

demonstram insegurança e desconforto emocional 23,34. Assim, o brincar é utilizado

como forma de oportunizar a compreensão do imaginário ao real, diminuir o estresse

ocasionado pela internação e propiciar a cooperação ao tratamento 9,34

O trabalho desenvolvido por NAKAMOTO e TOYOTA (2009) apontou que as

texturas com os quais os brinquedos são confeccionados irão proporcionar a

distinção de sensações táteis agradáveis e desagradáveis, compatíveis com o tipo

de objeto apresentado. Estes reconhecimentos sensoriais, na criança, fornecem

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3

informações sobre o mundo exterior, a compreensão sobre o meio ambiente e o seu

corpo30.

As texturas familiares às crianças durante a manipulação dos brinquedos,

explicam a forma como interagem, sendo que, as texturas vivenciadas como

prazerosas e seguras, remetem-lhes às experiências sensoriais que lhes conferem

confiança e autocontrole30.

Os brinquedos oferecidos à criança devem seguir uma classificação de acordo

com a faixa etária de desenvolvimento. Na escala de PIAGET eles podem ser

classificados dentro de:

A- Período sensório–motor (0-2 anos): quando ocorre a manipulação dos

objetos em contato direto com a boca, corpo, mãos, pés. Os brinquedos

neste período, com texturas variáveis, com estímulo visual e sonoro (devem

ser coloridos), sendo indicados brinquedos que se movimentem: brinquedos

de panos, jogos de encaixe, bichinhos emborrachados, livros infantis, etc.

B- Período das operações concretas (2-11 anos): quando a criança relaciona

tudo que está ao seu redor, reproduzindo o cotidiano para a formação dos

conceitos. Os brinquedos neste período simulam os objetos do cotidiano

tais como: telefone, panelinhas, objetos domésticos, bonecas, quebra-

cabeças simples, carros, baldes. Bichinhos de plástico, materiais da

enfermaria, fantoches, etc.

C- Período das operações formais (acima de 12 anos): quando se consolida

as relações sociais, sendo os brinquedos privilegiados jogos e forma de

comunicação (livro, televisão, música, etc).

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4

1.2- O TERAPEUTA OCUPACIONAL E A BRINQUEDOTECA

Na brinquedoteca ficaram lotados os brinquedos terapêuticos que têm por

finalidade permitir a estimulação das crianças, em espaços coletivos que permitem a

socialização, a manutenção das atividades pedagógicas e a estimulação

neuropsicomotora comprometida pela patologia ou pelo processo de

hospitalização22, 29.

A resolução nº 324 de 25 de abril de 2007, do Conselho Federal de

Fisioterapia e Terapia Ocupacional (CREFITO), dispõe sobre o terapeuta

ocupacional na brinquedoteca resolvendo que:

“é de exclusiva competência do terapeuta ocupacional o uso do

brinquedo como recurso terapêutico-ocupacional, para a assistência

ao ser humano nas suas capacidades motoras, mentais, emocionais,

percepto-cognitiva, cinético-ocupacionais e sensoriais, em todos os

níveis de atenção à saúde.”

Dessa forma, fica clara a importância da presença do terapeuta ocupacional

na composição da equipe de assistência à criança na brinquedoteca.

Segundo SANTOS et al, 2006, o papel do terapeuta ocupacional na

brinquedoteca hospitalar consiste em:

“atenuar os efeitos negativos que a criança sofre durante a

hospitalização como a ruptura do cotidiano, a privação do brincar e a

ansiedade, devido os procedimentos médicos, fazendo com que a

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5

criança expresse e elabore seu sofrimento de forma lúdica, convivendo

com as outras crianças e desempenhando seu papel principal

ocupacional: o BRINCAR.”

O brincar mantém a integridade da atenção à criança, melhora a adesão ao

tratamento, age como instrumento facilitador para estabelecer canais de

comunicação entre a criança e os profissionais de saúde, possibilita a manutenção

dos direitos das crianças e oferece um olhar diferenciado do significado da doença

por parte dos sujeitos15, 29, 32.

A brinquedoteca não é um espaço exclusivo do terapeuta ocupacional, sendo

compartilhado com outros profissionais, tais como: pedagogo, psicólogo, artistas

plásticos, arte-terapeutas e outros para o atendimento integral à criança 39.

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6

1.3- BIOSSEGURANÇA NA BRINQUEDOTECA

Sabemos que as crianças, durante a manipulação dos brinquedos, necessitam

de observação e monitorização. Alguns cuidados fazem-se necessários para garantir

o uso seguro do material, pois levam constantemente os brinquedos à boca, trocam

os mesmos com as demais crianças presentes no espaço, deixando-os cair

constantemente no chão, podendo, assim, tornarem-se focos de infecção se não

tiverem uma higienização e desinfecção adequada a cada material1, 3, 5, 26, 27, 31, 36, 43.

Os brinquedos podem ser considerados como fômites por serem facilmente

encontrados nos espaços de convivência, nos quartos, nas camas e unidades de

terapia intensiva, sendo ofertados pelos profissionais que estão atuando com a

criança ou trazidos pelos pais ou cuidadores para propiciar conforto e familiaridade.

A contaminação dos brinquedos pode ocorrer por presença de microrganismos

na pele ou secreções das crianças (muco, saliva, fezes e urina); capacidade dos

microrganismos de sobreviver nas mãos dos parentes, profissionais de saúde que

entram em contato com estes brinquedos12,14, demonstrando a importância da

lavagem das mãos antes e após a manipulação dos mesmos.

Os estudos realizados sobre a contaminação dos brinquedos apresentaram a

importância da monitorização e identificação da contaminação dos mesmos.

BUTTERY, 1998, isolou a P. aeruginosa em brinquedos utilizados durante o

banho de pacientes oncológicos que tiveram infecção de pele7.

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7

Em 1999, BARBIERI estudou os brinquedos utilizados em consultórios

odontológicos e identificou a contaminação com bacilos Gram positivos (esporulados

e não esporulados), bacilos Gram negativos do grupo coliformes (Enterobacter sp e

Klebsiela sp) e Staphylococcus sp (S. epiderminis, S. saprophyticus e S.

aureus).

MCKAY, 2000, e MERRINAN, 2002, identificaram em seus trabalhos a

contaminação de todos os brinquedos confeccionados com fibras têxteis e utilizados

pelas crianças em salas de espera de consultórios. Também que 30% dos mesmos

estavam contaminados com microrganismos patogênicos como o Staphylococcus

aureus.

No estudo realizado por AVILA-AGUERO, 2004, com análise de 70 (setenta)

brinquedos trazidos ao hospital pelos pacientes, encontrou-se contaminação nos

brinquedos fabricados com diversos materiais, sendo que os de plásticos

apresentaram maior número de amostras contaminadas, seguida pelos brinquedos

confeccionados com fibras têxteis, sendo identificados Escherichia coli,

Pseudomonas spp, Stenotophomonas malthophilia e Enterococcus sp.

FLEMING, RANDLE, 2006, avaliou em seu estudo os microrganismos

encontrados em brinquedos presentes em leitos de crianças com ventilação

mecânica e traqueostomia, encontrando contaminação por Staphylococus

epidermidis, Enterococcus sp, Bacillus sp , coliformes fecais e difteróides.

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8

Em 2007, FREITAS estudou a contaminação dos brinquedos utilizados pelas

crianças no ambiente hospitalar, encontrando bactérias pertencentes à microbiota

humana e ambiental, que não apresentam risco às pessoas hígidas, mas que podem

ser patogênicas a crianças imunocomprometidas. Encontrou bactérias do gênero

Bacillus sp (que não apresentam importância médica), Staphylococcus warneri,

S. haemolyticus, S. xylosus e Gram negativos (Enterobacter clocae e E.

sakazakii), espécies encontradas no intestino humano que podem evidenciar a

contaminação pelas mãos dos pacientes.

Os hospitais devem adotar uma rotina de manejo de limpeza e desinfecção dos

brinquedos, tanto para aqueles utilizados por todos os pacientes na brinquedoteca,

como para aqueles utilizados nos quartos por pacientes impedidos de sair deles

10,20,24,28.

O manual da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) sobre controle e

prevenção de infecção hospitalar na pediatria, PEDIATRIA – Prevenção e controle

de infecção hospitalar de 2006 faz a recomendação de:

Não utilização dos brinquedos de tecidos por não ter o conhecimento da

eficácia do processo de desinfecção, sendo este o ponto de investigação

deste trabalho.

Brinquedos utilizados em unidades de isolamento devem ser de material

lavável, não corrosivo e atóxico. Depois de usados devem ser ensacados e

encaminhados para limpeza e desinfecção,

Brinquedos de tecido não são recomendados, exceto para uso exclusivo.

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9

1.4 - OS PROCESSOS DE HIGIENIZAÇÃO HOSPITALAR

Compreendemos como desinfecção o método capaz de eliminar os micro-

organismos patogênicos, com exceção de esporos. Este processo pode ser afetado

pela limpeza prévia do material, período de exposição ao germicida, concentração

da solução do germicida, temperatura e o pH do processo de desinfecção 5, 35, 44.

HOAG, 2008, coloca que a lavagem hospitalar não tem a intenção de

desinfecção dos artigos submetidos ao processo.

“A lavagem é o processo que consiste na eliminação da

sujeira fixada na roupa, deixando-a com aspecto e cheiro

agradáveis, nível bacteriológico reduzido ao mínimo e

confortável para o uso.”

Os brinquedos são classificados como artigos não-críticos, isto é, entram em

contato com a pele íntegra e requerem limpeza de desinfecção de baixo ou médio

nível 5.

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10

TABELA 1- Classificação dos níveis de desinfecção, métodos e uso de produtos

para a descontaminação. DESINFECÇÃO: classificação MÉTODOS E SOLUÇÕES GERMICIDAS Desinfecção de baixo nível: são destruídas as bactérias em forma vegetativa, alguns vírus e alguns fungos. O Mycobacterium tuberculosis, os esporos bacterianos, o vírus da hepatite B (HBV) e os vírus lentos sobrevivem.

Álcool etílico e isopropílico Hipoclorito de sódio (100ppm) Fenólicos Iodóforos* Quaternário de amônia Obs.: tempo de exposição a 10 minutos.

Desinfecção de médio nível: além dos microrganismos destruídos na desinfecção de baixo nível são atingidos o Mycobacterium tuberculosis, a maioria dos vírus (inclusive o HBV) e a maioria dos fungos. Ainda sobrevivem os Mycobacterium intracelulare, os esporos bacterianos e os vírus lentos.

Álcool etílico e isopropílico (70 a 90%) Fenólicos Iodóforos* Hipoclorito de sódio (100ppm) Pasteurização 75

o C a 30 minutos.

Obs.: depende da concentração e/ou período de exposição.

Desinfecção de alto nível: resistem apenas alguns tipos de esporos bacterianos mais resistentes e os vírus lentos.

- Glutaraldeído - Solução de peróxido de hidrogênio - Hipoclorito de sódio (1000 ppm) - Cloro e compostos clorados - Ácido peracético. - Orthophtalaldeído. - Água super oxidada - Pasteurização 75

o C a 30 minutos.

Obs.: Tempo de exposição ≥ 20 minutos. Não definido: o nível de desinfecção dependerá das variáveis como temperatura e/ou concentração de germicidas adicionados no processo..

- calor seco (passar a ferro) - fervura em água em 30 min - formaldeído, pastilhas - termodesinfectadoras - sanitizadoras

* Disponível apenas como anti-séptico. Não disponível como desinfetante no mercado nacional.

Obs: algumas das soluções germicidas são classificadas de alto, médio ou de baixo nível dependendo do tempo de exposição.

Fonte: http://www.cih.com.br/desinfetantes.htm#d1

Em relação à desinfecção de artigos confeccionados com tecido, o Manual do

Controle de Infecção Hospitalar5 (Tabela 1) prevê que os mesmos devem ser

submetidos ao processo de higienização conforme previsto no protocolo de lavagem

hospitalar (KONKEWICK, 2008), que estabelece o tipo de lavagem de acordo com a

sujidade.

Sujidade pesada: roupa com sangue, fezes, vômito e outras sujeiras

protéicas.

Sujidade leve: roupa sem presença aparente de fluídos corpóreos,

sangue e/ou produtos químicos.

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11

Estudos demonstraram que o sucesso da desinfecção durante as lavagens

depende de dois fatores importantes: a seleção e separação adequada das roupas a

serem encaminhadas para a lavanderia e o uso da temperatura associada ao

detergente para obter a eliminação dos microrganismos presentes 11,21.

A lavagem promove uma desinfecção dos agentes patógenos vegetativos, mas

não a esterilização. Isto ocorre pela dosagem dos produtos químicos, a ação

mecânica produzida pelo movimento das lavadoras (esfregão), temperatura e o

tempo de contato com os artigos higienizados19. São considerados microrganismos

vegetativos aqueles que se reproduzem e são destruídos pela desinfecção leve, a

forma de resistência e de difícil destruição é chamada de esporo ou forma de

latência.

O ciclo de lavagem a ser utilizado depende do tipo de sujidade presente nas

roupas durante o processo de seleção.

Segundo HOAG, 2008 (Tabela 2), as fases do ciclo de lavagem compreendem:

Umectação – uso de produtos em temperatura ambiente que facilitam a

remoção de sujeiras como sangue, albuminas e sujeiras protéicas, entre

outras.

Pré-lavagem – processo que consiste em emulsionar as gorduras ácidas

e dilatar as fibras através do uso de detergentes com propriedades de

remoção, suspensão e emulsão da sujeira.

Lavagem – processo de utilização de fatores físicos (mecânico,

temperatura e tempo), químicos (detergência, alvejamento, desinfecção,

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12

acidulação e amaciamento) para remover a sujidade residual da pré-

lavagem. Os produtos químicos utilizados são: sabão (soda cáustica e

ácidos graxos) e detergentes sintéticos (soda cáustica e ácido duodecil

benzenosulfato)21.

A temperatura é utilizada na lavagem para diminuir a tensão superficial da

água, facilitando a penetração dos produtos nas fibras dos tecidos,

enfraquecer a força de adesão da sujeira ao tecido, facilitando na remoção

de graxas e óleos, aumentar a ação dos produtos químicos e contribuir

para desinfecção das roupas8, 19.

Alvejamento – restabelece a tonalidade natural dos tecidos e contribui

para a redução da contaminação microbiana através da utilização de

alvejantes químicos, sendo mais eficientes aqueles à base de cloro. A

substância mais comumente utilizada é o hipoclorito de sódio21.

Enxague – é a ação mecânica no qual ocorre a remoção por diluição da

sujeira e dos produtos química presentes nas roupas 19.

Neutralização ou acidulação – remoção da alcalinidade residual por

meio de um ácido para a redução do pH e a neutralização dos resíduos

alcalinos da roupa19. Contribui para a inativação bacteriana, evita o

amarelamento das roupas, reduz os danos químicos por alvejamento à

roupa.

Amaciamento – é o processo que consiste na adição de ácidos graxos

para o realinhamento, lubrificação e eliminação da carga estática das

fibras têxteis.

Secagem – nesta fase a temperatura da máquina tem uma variação de

20°C a 150°C.

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13

TABELA 2- Caracterização do processo de lavagem através de suas principais

etapas, finalidade, quantidade de água, temperatura e duração do procedimento. Finalidade Nível de água T(ºC) Tempo

Umectação Elimina poeiras e sujeiras solúveis e dispensáveis em água fria rapidamente.

alto 20 3

Pré-lavagem ou 1ª Lavagem

Elimina sujeiras solúveis em água morna em meio alcalino como: albuminóides, amidos, etc.

baixo 45 10

Lavagem Elimina sujeiras residuais. Efetua-se pela mecânica e ação físico-química do detergente, pela saponificação.

baixo 85 15

Enxágue Elimina parte dos produtos: detergentes e resíduos alcalinos, assim como a água suja retida na roupa.

médio 60 5

Enxágue Diminui a temperatura da roupa antes do alvejamento com compostos clorados.

alto 45-50 3

Alvejamento Branquea, remove manchas por descoloração e desinfeta com compostos clorados.

médio 23 a 30 10

Enxágue Anti-cloro

Elimina os resíduos alcalinos dos detergentes e cloro residual dos alvejantes.

alto 20 a 25 3

Enxágue Elimina os produtos anticloro e a alcalinidade residual da roupa.

alto 20 3

Extração ou Centrifugação na Lavadora

Elimina ao máximo a água da roupa

- - 5 a 10

Fonte: HOAG, 2008.

KONKEWICK, 2008, realça que os filtros da máquina secadora devem ser

limpos a cada processo de lavagem, pois o acúmulo de penugem e poeira nestes

filtros poderia re-contaminar a roupa ou espalhar-se para o ambiente; o ideal seria o

uso de lavadora/secadora que fazem todas as fases do processo de lavagem para

não haver contaminação durante a transferência das roupas de uma máquina para

outra.

Os brinquedos são considerados com sujidade pesada, isto é, contaminados,

quando apresentarem pelos menos 3 pontos de sujeira visível (sangue, fezes, urina,

secreções ou fluídos) e a lavagem deverá ter temperatura de água quente e

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detergente acima de 71°C por 25 minutos ou temperaturas de 80°C, 85°C a 95°C

durante 15 minutos 21.

Assim, temos como fatores a serem considerados para a eficácia da desinfecção:

tipo de sujidade, tipo de microrganismo que contamina o brinquedo, programa de

limpeza utilizado e, por fim, tipo de tecido com o qual foram confeccionados os

brinquedos.

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15

1.5- CARACTERÍSTICAS DAS FIBRAS TEXTEIS

Os estudos da indústria têxtil apresentam as características principais dos tecidos

utilizados na confecção dos brinquedos, apontando que a diminuição da proliferação

microbiana não é controlada pela monitoração física do ambiente ou por meio de

lavagens freqüentes, com exceção da lavagem acrescida de fervura, mas que é

desaconselhável na maioria das fibras têxteis 42.

VIEIRA, 2006, coloca que os materiais têxteis são excelente meio de proliferação

de bactérias e fungos, por permitirem a retenção e serem fontes de nutrientes para

os seres vivos, principalmente as usadas em calçados, vestuário, esportivo por

serem simultaneamente úmidos e quentes.

O crescimento microbiano nas fibras têxteis vai depender da disponibilidade das

substâncias nutritivas e das condições ambientais, sendo que as fibras celulósicas

apresentam as condições de proliferação microbianas favoráveis devido às

características de hidrofilidade, isto é, capacidade de absorver e reter a água42.

ROSSI, 2008, e VIEIRA, 2006, estudaram a capacidade de sobrevivência do

Staphylococcus aureus em diferentes superfícies têxteis secas e observaram que

os tecidos sintéticos, fibras de poliéster, oferecem menor condição de sobrevivência

microbiana, provavelmente devido à hidrofobicidade (capacidade de retenção da

água entre 2 a 5%), oferecendo assim menor adesão e preservação da viabilidade

bacteriana quando comparado aos tecidos com fibras de algodão.

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16

Para melhorar a resistência microbiana dos tecidos estão sendo utilizados

materiais antimicrobianos que podem ter amplo espectro de atividade ou apenas

reduzir os microrganismos ativos, tendo uma eliminação lenta (horas) ou rápida

(segundos).

As aplicações dos compostos antimicrobianos podem ser de dois grandes

grupos:

1º grupo – compostos atuam com mecanismo convencional de liberação

controlada de substâncias na superfície ou no interior da fibra, com eficácia e

durabilidade do tratamento restrito ao tempo de vida útil do composto. Tem

como principal agravante de uso a indução da multirresistência dos micro-

organismos ao composto e, quando em contato direto com a pele, pode

causar alergias e irritações42.

2º grupo – consiste em compostos que são quimicamente ligados à superfície

das fibras e permanecem na mesma durante o tempo de vida útil da fibra42.

O tratamento das fibras para a aplicação da ação antimicrobiana pode ser

resumido em liberação controlada, tratamento à superfície da fibra e ligação

química à fibra conforme a FIGURA 1, abaixo:

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17

.

FIGURA 1- Mecanismos de inserção da funcionalidade antimicrobiana, método e substratos aplicáveis à inserção nas fibras têxteis. Fonte: VIEIRA, 2008.

Os compostos que atuam com a liberação controlada, isto é, que migram da

superfície onde foram aplicados para as zonas circundantes, causando a destruição

e a formação de zona de inibição dos microrganismos, são: triclosano, sais

quaternários de amônio, fenóis, poliaminas e os íons de prata 42 .

Os organosiloxanos permanecem nas superfícies do substrato têxtil durante o

tempo de vida útil da fibra e destroem os organismos por contato.

As composições de fibras podem melhorar a resistência à proliferação

bacteriana, como, por exemplo, a associação da fibra de algodão com soja ou a

utilização da fibra de bambu2.

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18

As fibras bioativas tais como: viscosa, modal, acetato, poliamida, poliéster,

acrílicas, polipropileno, clorofibras; são usadas nas confecções de roupas do

cotidiano, desportivas e de ginástica, para artigos têxteis do lar, roupas funcionais

(trabalho), têxteis médicas e do setor hospitalar, porém estudos vêm demonstrando

que o uso desses produtos proporcionou um aumento de casos de asma e a

possibilidade de afetar o sistema biológico, devido à ação biocida dos componentes

utilizados16.

Os brinquedos adquiridos no comércio apresentam a composição de fibras

têxteis de algodão e poliéster, sendo que as características relacionadas ao conforto

tátil são predominantes na escolha do material de confecção dos mesmos.

O tecido “plush” ou tela para brinquedos e o cetim são sintéticos, podendo ser

fabricado com fibras de poliéster produzido com a reciclagem do PoliEtileno

Tereftalato (PET). A fibra de poliéster tem propriedades que reduzem a tendência a

amassar do tecido confeccionado, possui elevada resistência à umidade e aos

agentes químicos, é não-alérgica e apresenta elevada resistência à tração18.

O tecido de algodão oferece conforto referente ao toque agradável e frescura,

absorção de água, resistência ao uso, e também vantagem quanto aos aspectos

ecológicos, por ser biodegradável; as fibras mistas de soja/algodão apresentam um

toque mais macio, absorve melhor a umidade e a ventilação e resiste melhor às

bactérias2.

Analisando todas as informações colocadas aqui, verificamos a necessidade de

estudos sobre o uso e manejo dos brinquedos em ambientes em que a

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19

biossegurança se faz necessária para evitar infecções por fômites, manter o

desenvolvimento adequado das crianças durante a internação e a humanização nos

hospitais.

A responsabilidade técnica sobre os materiais utilizados durante o

atendimento ao paciente leva os profissionais de saúde a pensarem sobre a forma

em que são utilizados os brinquedos, de que maneira devemos ofertar e monitorizar

a manipulação dos objetos.

Os brinquedos ainda não estão sendo confeccionados com as fibras

bioativas e, portanto, não possuem um grau diferenciado de resistência bacteriana.

Por outro lado, alguns estudos vêm colocando a possibilidade de que os produtos

utilizados para aumentar a resistência bacteriana nas fibras têxteis podem causar

alterações nos sistemas imunológicos devido às suas propriedades biocidas42.

Diante desses fatos somos levados a investigar como manter, utilizar,

preservar, conservar e higienizar os brinquedos em nossa prática profissional de

maneira técnica e segura.

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20

2- OBJETIVOS

2.1- GERAL

Este trabalho tem com objetivo avaliar a possibilidade de descontaminação

dos brinquedos confeccionados com fibras têxteis, através da contaminação

com microrganismos da comunidade e hospitalares, em laboratório, e

posteriormente submetidos ao processo de desinfecção em lavanderia hospitalar.

2.2- ESPECÍFICOS

Avaliar a aderência e/ou permanência de microrganismos:

A) Nas diferentes fibras, tramas de fibras e cores dos tecidos, utilizados na

confecção de brinquedos frente aos processos de higienização químico e físicos

(produtos químicos e altas temperaturas).

B) Nos diferentes tipos de enchimentos e/ou recheios e espessuras, utilizados na

confecção de brinquedos frente aos processos de higienização químico e físicos

(produtos químicos e altas temperaturas).

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Relevância científico-social

Propor um protocolo de higienização para brinquedos confeccionados com

fibras têxteis utilizados em brinquedotecas e/ou serviços de saúde que assegure a

não transmissão de microrganismos para pacientes internados nas diferentes

unidades hospitalares, através de técnicas seguras de redução e eliminação de

agentes causadores de infecção.

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22

3- MATERIAL E MÉTODO

3.1- Local e período de estudo

Este trabalho foi realizado no período de novembro de 2008 a dezembro de

2010 no laboratório da Disciplina de Microbiologia do Departamento de Ciência

Patológicas da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

(FCMSCSP) e na Lavanderia Hospitalar da Irmandade da Santa Casa de

Misericórdia de São Paulo (ISCMSP).

Os trabalhos de lavagem dos tecidos e brinquedos foram realizados na

lavanderia da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.

Os testes microbiológicos foram realizados no laboratório da Disciplina de

Microbiologia do Departamento de Ciência Patológicas da Faculdade de Ciências

Médicas da Santa Casa de São Paulo .

3.2- Tipo de estudo

Este trabalho consiste em uma pesquisa experimental prospectivo. O objeto

de estudo é a desinfecção dos brinquedos confeccionados em tecido; sendo as

variáveis testadas: interferência do tipo de tecido e cor do tecido, volume das partes

dos brinquedos, interferência do recheio e/ou enchimento na desinfecção; eficácia

dos diferentes tipos de lavagem frente a contaminação realizada no laboratório

(lavagem pesada para roupa cirúrgica e lavagem pesada para compressas) dos

brinquedos confeccionados com tecidos.

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3.3- Linha de pesquisa

Resistência bacteriana

3.4- Comitê de ética

Este trabalho foi aprovado pelo Comitê Científico do Departamento de

Ciências Patológicas sendo desnecessária a elaboração e aplicação do TCLE

(Termo de Consentimento Livre Esclarecido) por não ser realizado estudos nos

seres humanos.

O mesmo foi submetido ao Comitê de Ética em pesquisas em seres humanos

da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, em 17 de novembro de

2008 com o nº de projeto de 249/08 com o título “Projeto de estudo de

desinfecção de brinquedos em tecidos usados em ambientes hospitalares”,

(anexo 1); e aprovado para a obtenção de recursos financeiros para a finalização do

estudo na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)

como linha de fomento para pesquisa regular no processo 2010/07551-4.

3.5 MATERIAL:

A contaminação dos tecidos e brinquedos de tecido (texteis) foi realizada da

seguinte forma:

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3.5.1- Contaminação microbiológica dos tecidos e brinquedos de tecido

Na contaminação com microrganismos foram utilizadas cepas de

microrganismos responsáveis pela infecção hospitalar em crianças, sendo

escolhidos os principais agentes reportados em literatura:

3.5.1.1 cepas American Type Culture Collection (ATCC) padrão

3.5.1.2- cepas multirresistentes

3.5.2- Contaminação com secreção

Foram solicitados concentrados de hemácias humanos com sorologia

negativa que seriam descartadas pelo vencimento (fora do prazo de validade) e

assim não prejudicaríamos eventuais pacientes que necessitassem de

hemotransfusão. A escolha do sangue deu-se pela facilidade na visualização da

contaminação e também pela facilidade no manuseio, diferentemente, dos outros

tipos de secreção como saliva, urina ou fezes. O sangue é um importante fator de

armazenamento de microrganismos e também constitui fator de crescimento para

agentes fastidiosos, além de ser possibilitar a visualização da eliminação do ponto

de contaminação após o processo de higienização. A solicitação de bolsas

soronegativas deu-se para evitar possíveis contaminações tanto do experimento

quanto para os pesquisadores.

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Foram feitos inóculos dos microrganismos de 1,5x 108 UFC/mL (unidades

formadoras de colônia por mililitro) e contaminados nas superfícies do tecido e dos

brinquedos em um volume de 1cm3. Desta forma obtivemos 4 (quatro) grupos:

a) cepas ATCC

b) cepas ATCC + sangue

c) cepas multirresistente

d) cepas multirresistente + sangue

3.6 Avaliação microbiológica

A avaliação microbiológica ocorreu em 2 (duas) fases distintas:

3.6.1 Preparo do material para a contaminação dos tecidos e brinquedos de

pano

Foram preparados inóculos de microrganismos de 1,5x 108 UFC/mL dos

seguintes micro-organismos cepas ATCC (American Type Culture and Collection):

Staphylococcus aureus (ATCC 25923), Escherichia coli (ATCC 25922),

Pseudomonas aeruginosa (ATCC 27853), Candida albicans (ATCC 90028).

3.6.2 Preparo do material para a contaminação dos tecidos com cepas

multiresistentes acrescido de sangue.

Foram preparados inóculos de microrganismos de 1,5x 108 UFC/mL dos

seguintes microrganismos cepas mutiresitentes em concentrado com sangue de:

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Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Candida

albicans.

Foram escolhidos pontos diferentes para a inoculação para cada agente e um

ponto onde foi inoculado um “pool” de todos estes agentes. A escolha destes pontos

foi feita através da avaliação dos locais de maior contato com as mãos e possíveis

secreções, vide FIGURA 2.

FIGURA 2: Principais locais de inoculação dos micro-organismos http://pt.wikihow.com/images/5/51/Tutorial_Chibi_2_679.jpg

3.6.2 Re cuperação dos agentes após o processo de lavagem hospitalar

2- tronco

1 - cabeça

3- braço D

4- perna D 6- perna E

5- braço E

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Foram utilizadas técnicas padronizadas e rotineiras do laboratório para a

identificação dos agentes que seguem os padrões de qualidade nacional e

internacionais da ANVISA e do CLSI (Clinical and Laboratory Standards Institute).

3.7- População

Brinquedos confeccionados com fibras têxteis (tecidos) adquiridos no comércio

comum.

3.8 – Lavanderia hospitalar

3.8.1- Produtos utilizados para a desinfecção conforme protocolo da lavanderia

da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (ISCMSP).

Foram utilizados produtos de limpeza da linha hospitalar cujos nomes

comerciais são descritos abaixo:

-Clax 3 AL1 Profi- Detergente concentrado para pré-lavagem e lavagem de roupas

de algodão e poliéster/algodão.

-Clax 1 AL2 Beta- Produto alcalino forte para pré-lavagem de roupas com sujidade

pesada.

-Clax 4 EL1- Produto indicado para remoção de manchas e alvejamento de roupas

de algodão e poliéster/algodão.

-Clax 6 BL1- Neutralizador de resíduos alcalinos e de alvejantes químicos.

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-Clax 5 RL1 Soft- Amacia e perfuma tecidos de fibras naturais e sintéticas. Sua

aplicação elimina a aspereza das roupas tornando-as confortáveis ao uso.

3.8.2 Maquinário utilizado na lavanderia hospitalar.

Foram utilizados os seguintes equipamentos:

a) Lavadoras de roupa com capacidade para 30Kg e 200Kg de roupa seca.

b) Centrífugas com aquecimento até 80ºC.

c) Calandras atingem temperatura de 160°C utilizado na secagem de roupas planas

como lençóis, fronhas e cobertores e que permite e esterilização do enxoval

hospitalar.

d) Secadoras que atingem uma temperatura de até 80ºC para a secagem de

materiais não planos como os brinquedos de tecido, travesseiros entre outros

materiais.

3.9- MÉTODO

Para realizarmos os testes seguimos uma ordem cronológica de acordo com

resultados dos testes obtidos em cada fase, vide esquema FIGURA 3.

1º FASE

Iniciamos com os testes com a avaliação de resistência de dois brinquedos

em todas as fases possíveis de lavagem que poderia ser usada no trabalho a fim de

verificar a viabilidade dos processos de desinfecção que poderiam ser propostos.

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Após verificarmos a viabilidade do processo de lavagem hospitalar seguimos

com a pesquisa, vide FIGURA 4.

2º FASE

Nesta fase testamos diferentes tecidos (sintéticos e naturais) e avaliamos

diferentes cores sendo confeccionado inicialmente um retalho com vários quadrados

de tecidos, vide FIGURA 5 e, posteriormente, amostras simulando tamanhos e

volumes dos brinquedos, em forma de almofadas, confeccionadas com os diferentes

tecidos e enchimentos/recheios de dois tipos diferentes (manta acrílica e plumante,

ambos são 100% poliéster) usados para confecção dos brinquedos para simular a

desinfecção dos brinquedos e verificar quais os processos de lavagens seriam mais

indicados.

A forma de almofada foi escolhida como teste, pois poderíamos assim simular

tamanhos diferentes a avaliar a penetração das substâncias utilizadas na

higienização dos tecidos assim como a impregnação e proteção dos microrganismos

inoculados no interior (enchimento/recheio) do brinquedo, vide FIGURA 6..

3ª FASE

Nesta fase optamos então pela realização dos testes nos brinquedos adquiridos

no comércio para confirmar e validar os resultados apresentados pelas simulações

em situações que simulam o cotidiano da oferta de brinquedos na brinquedotecas e

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o processo de desinfecção estudado. Observamos na 1ª fase a viabilidade do

processo de higienização na lavanderia hospitalar.

FIGURA 3-Organograma do método utilizado para o teste da eficácia da desinfecção

hospitalar nos brinquedos confeccionados com fibras têxteis.

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3.10- PROTOCOLO DE LAVAGEM

No protocolo de lavagem do enxoval hospitalar são utilizados 4 critérios para a

classificação e separação das peças como tipo de roupa, tipo de sujidade, tipo de

fibra e coloração.

Esta especificação é utilização para a orientação dos trabalhadores da área e

também visa à utilização de produtos e programas para a maior eficácia da lavagem

e remoção das sujidades, evita também a deformação e alteração do enxoval

durante o processo de higienização.

Com este tipo de protocolo a lavanderia hospitalar garante a qualidade dos

produtos, a integridade da textura e cores do material enviado de todo o hospital

para posterior utilização. A lavanderia conta com um total de 6 protocolos para a

lavagem do enxoval hospitalar.

3.10.1- Lavagem leve

O programa nº 6 do manual de processo de lavagem utilizado pela lavanderia

é indicado conforme consta abaixo para a quantidade de roupa a ser higienizada, o

tipo de enxoval hospitalar, tipo de sujidade, tipo de fibra e a coloração:

Fórmula para 100kg de roupa seca

Tipo de roupa: cobertores

Tipo de sujidade: leve

Tipo de fibra: lã/algodão

Cor: colorido

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TABELA 3: Resumo das operações e produtos utilizados pela lavagem leve no

protocolo de higienização hospitalar, corresponde ao programa 6 do protocolo de lavagem .

Nº Operação Produto Dosagem Tempo

Min.

Temp.

°C

Nível de

Água

Bomba

01 Lavagem Clax3AL1Profi 1000 10’ Fria Baixo 2

02 Enxágue 2’ Fria Alto

03 Enxágue 2’ Fria Alto

04 Neutralização Clax6BL1 500 5’ Fria Alto 4

Amaciamento Clax5RL1-soft 250 5

Fonte: Lavanderia do ISCMSP, 2010.

3.10.2- Lavagem pesada para roupas cirúrgicas

O programa nº 4 do manual de processo de lavagem utilizado pela lavanderia

é indicado conforme consta abaixo para a quantidade de roupa a ser higienizada, o

tipo de enxoval hospitalar, tipo de sujidade, tipo de fibra e a coloração:

Fórmula para 180 kg de roupa seca

Tipo de roupa: cirúrgica

Tipo de sujidade: pesada

Tipo de fibra: mista

Cor: colorido

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33

TABELA 4: Resumo das operações e produtos utilizados pela lavagem pesada para

roupa cirúrgica no protocolo de higienização hospitalar, corresponde ao programa 4 do protocolo de lavagem . Nº Operação Produto Dosagem Tempo

Min.

Temp.

°C

Nível de

Água

Bomba

01 Enxágue 2’ Fria Alto

02 Umectação Clax3AL1Profi 400 5’ Fria Alto 2

03 Pré-lavagem Clax1AL2Beta 500 13’ Fria Baixo 1

Clax3AL1Profi 1400 2

04 Lavagem + Clax3AL1Profi 1200 15’ 80° Baixo 2

Alvejamento Clax4EL1 600 3

05 Enxágue 2’ Fria Alto

06 Neutralização Clax6BL1 400 5’ Fria Alto 4

Amaciamento Clax5RL1-Soft 250 5

Fonte: Lavanderia ISCMSP, 2010.

3.10.3- Lavagem pesada para compressas contaminadas

O programa nº 5 do manual de processo de lavagem utilizado pela lavanderia

é indicado conforme consta abaixo para a quantidade de roupa a ser higienizada, o

tipo de enxoval hospitalar, tipo de sujidade, tipo de fibra e a coloração:

Fórmula para 180 kg de roupa seca

Tipo de roupa: compressas

Tipo de sujidade: contaminada

Tipo de fibra: algodão

Cor: branca

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TABELA 5: Resumo das operações e produtos utilizados pela lavagem pesada para

compressas contaminadas no protocolo de higienização hospitalar, corresponde ao programa 5 do protocolo de lavagem . Nº Operação Produto Dosagem Tempo

Min.

Temp.

°C

Nível de

Água

Bomba

01 Enxágue 2’ Fria Alto

02 Enxágue 2’ Fria Alto

03 Umectação Clax3AL1Profi 600 5’ Fria Alto 2

04 Enxágue 2’ Fria Alto

05 Enxágue 2’ Fria Alto

06 Pré-lavagem Clax1AL2Beta 800 5’ Fria Baixo 1

Clax3AL1Profi 1600 15’ 80° 2

07 Lavagem + Clax3AL1Profi 1400 20’ 80° Baixo 2

Alvejamento Clax4EL1 800 3

08 Enxágue 2’ Fria Alto

09 Enxágue 2’ Fria Alto

10 Neutralização Clax6BL1 500 5’ Fria Alto 4

Amaciamento Clax5RL1-Soft 250 5

Fonte: Lavanderia ISCMSP, 2010.

3.11- AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA DOS BRINQUEDOS CONFECCIONADOS

COM FIBRAS TÊXTEIS AO PROCESSO DE LAVAGEM HOSPITALAR.

A avaliação da resistência e outras alterações, que poderiam ocorrer nos

brinquedos confeccionados com fibras têxteis após as várias desinfecções, foram

realizadas através da observação da deformação dos tecidos e dos brinquedos,

alteração das cores, perda de partes dos brinquedos durante a lavagem para

verificar se o processo de desinfecção hospitalar é viável.

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35

Foram utilizados para o teste, brinquedos encontrados no comércio e tecidos

(fibras têxteis), como amostras dos materiais utilizados para a confecção dos

mesmos, vide FIGURA 5.

Os brinquedos e amostras de tecidos foram encaminhados para os processos

de lavagens selecionados dentro do protocolo de lavagem do hospital para o tipo de

tecido e a sujidade especificada dos brinquedos, para verificar as condições de

conservação dos tecidos e dos bonecos que foram submetidos ao processo de

desinfecção hospitalar.

FIGURA 4- Foto ilustrativa dos brinquedos confeccionados com fibras têxteis (sapo e coelho) utilizados nos testes de resistência à lavagem hospitalar.

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36

3.12- AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA À DESCONTAMINAÇÃO DOS TIPOS DE

FIBRAS DE TÊXTEIS UTILIZADOS NA CONFECÇÃO DOS BRINQUEDOS, APÓS

A HIGIENIZAÇÃO HOSPITALAR.

Após a pesquisa dos principais tipos de tecidos utilizados na fabricação dos

brinquedos de tecido foram separadas amostras dos tecidos e dos tamanhos dos

recheios utilizados nos brinquedos. Foram confeccionadas amostras com os tecidos

e almofadas simulando o volume encontrado no corpo dos brinquedos.

As bactérias e fungos escolhido para este trabalho representam a

contaminação encontrada nos brinquedos pela a literatura, correspondente a forma

de manipulação dos mesmos pelas as crianças (abraçar, apertar, levar à boca,

morder, chupar, manter junto ao corpo).

3.13- Avaliação da descontaminação das amostras das fibras têxteis.

Foram confeccionadas duas amostras com 16 tipos de tecidos e costurados

entre eles. Foram recortadas amostras de tecido no tamanho de 7cm x 7cm de cores

e tipos diferentes e costurados lado a lado sendo confeccionados dois grupos

composto por 16 amostras, conforme mostra a FIGURA 5. As amostras foram

contaminadas com cepas ATCC: Staphylococcus aureus (ATCC 25923),

Escherichia coli (ATCC 25922), Pseudomonas aeruginosa (ATCC 27853),

Candida sp (ATCC 90028), principais agentes encontrados na microbiota humana.

O primeiro grupo foi contaminado com 1 mL de um caldo contendo os micro-

organismos citados na concentração 1,5X108 UFC/mL enquanto o segundo molde

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37

foi contaminado sob as mesmas condições acrescido de sangue humano. Os dois

grupos foram submetidos à lavagem hospitalar.

plush algodão plush algodão

FIGURA 5- Foto ilustrativa das amostras de tecido utilizada para os testes de desinfecção nos protocolos de lavagem hospitalar. (O) Amostra com cepa ATCC padrão acrescido de sangue

3.14- Avaliação da descontaminação das almofadas (formas)

confeccionadas com amostras dos tecidos e recheios/enchimentos dos

brinquedos.

As amostras dos tecidos e recheios/enchimentos das almofadas dos tecidos

utilizados na confecção dos brinquedos de tamanho de 17cm X 13cm, retangulares

nas seguintes fibras téxteis: algodão, cetim e plush com preenchimento com fibra

acrílica nos volumes pequeno (diâmetro de 3cm), médio (diâmetro de 5cm), e

grande (diâmetro de 7cm) preparadas com os recheios de fibras acrílicas utilizados

para o preenchimento dos bonecos, vide FIGURA 6.

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As amostras foram contaminadas com cepas ATCC: Staphylococcus aureus

(ATCC 25923), Escherichia coli (ATCC 25922), Pseudomonas aeruginosa (ATCC

27853), Candida albicans (ATCC 90028), Klebsiella pneumoniae (ATCC 13883),

e Streptococcus pneumoniae (ATCC 49619), em preparação em caldo.

pequeno médio grande

FIGURA 6- Foto ilustrativa da preparação das amostras das almofadas confeccionadas com diferentes tecidos e recheios/enchimentos utilizados nos brinquedos confeccionados com fibras têxteis.

3.15- Contaminação “in vitor” dos brinquedos confeccionados com tecido

textil.

Os brinquedos adquiridos no comércio foram separados em dois grupos

semelhantes para serem submetidos às lavagens de higienização hospitalares

conforme os itens abaixo:

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39

3.15.1- Contaminação “in vitro” de brinquedos e lavagem leve

20 brinquedos confeccionados com tecido, de tamanhos variados (pequeno,

médio e grande), adquiridos no comércio comum com as cepas de Staphylococcus

aureus (ATCC 25923), Escherichia coli (ATCC 25922), Pseudomonas

aeruginosa (ATCC 27853), Candida albicans (ATCC 90028), Enterococcus

faecalis (ATCC 29212) e submetidos à lavagem hospitalar leve.

3.15.2 Contaminação “in vitro” de brinquedos e lavagem pesada

20 brinquedos confeccionados com tecido, de tamanhos variados

(pequeno, médio e grande), adquiridos no comércio comum com as cepas de

Staphylococcus aureus (ATCC 25923), Escherichia coli (ATCC 25922),

Pseudomonas aeruginosa (ATCC 27853), Candida albicans (ATCC 90028),

Enterococcus faecalis (ATCC 29212), com a adição de sangue humana e

submetida à lavagem hospitalar pesada.

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40

FIGURA 7- Foto ilustrativa do método de contaminação microbiológica dos

brinquedos.

33..1166-- Modelo de contaminação microbiológica.

3.16.1 Teste microbiológico realizado nas fibras têxteis.

Foram colhidos fragmentos das fibras têxteis e dos recheios previamente

demarcados conforme descritos nos itens 3.15.1, 3.15.2, no tamanho de

aproximadamente 1cm x 1cm, cortados com lâmina de bisturi estéril sobre campo

estéril, vide FIGURA 7.

Estes fragmentos foram submergidos em caldo TSB (Caldo Triptona de Soja

ou Tryptic Soy Broth) e semeados em placas de Agar sangue, imediatamente após a

extração, os quadrantes inoculados com levedura que foram semeados em placas

de Agar Sabouraud. As amostras foram incubadas respectivamente a 35ºC ± 2ºC

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por até 7 dias ou a 25 ºC ± 2 ºC por até 15 dias, respectivamente. Os tubos de TSB

com fragmentos de tecidos foram mantidos durante 15 dias e, caso houvesse

turvação do caldo, por crescimento microbiano, eram semeados para identificação

do agente, conforme a rotina do laboratório.

Foram consideradas culturas negativas o não crescimento nas placas de Agar

sangue e a não turvação do caldo após 7 (sete) dias de incubação para bactérias e

15 (quinze) dias para leveduras. Também foram considerados como resultados

negativos a presença de agentes considerados como contaminantes, ou seja, cepas

que não foram inoculados nos brinquedos.

3.16.2- Teste microbiológico realizado nos brinquedos confeccionados com

fibras têxteis.

Os bonecos de fibras têxteis foram demarcados previamente para a

contaminação conforme inóculos especificado nos itens 3.15.1 e 3.15.2, em vários

pontos do brinquedo, vide FIGURA 2 (pag 26), após a contaminação estes foram

encaminhados para a lavanderia no prazo máximo de 2 horas para serem

submetidos ao processo de higienização conforme o protocolo de lavagem leve e

pesada utilizada na instituição.

Uma vez realizado os procedimentos de higienização os mesmos foram

reencaminhados ao laboratório de microbiologia para realização de culturas para

avaliação do grau de descontaminação atingido pelos procedimentos. A fim de evitar

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a contaminação ambiental grosseira, os brinquedos foram colocados em sacos

plásticos limpos.

Foram colhidos fragmentos das fibras têxteis previamente demarcados de

aproximadamente 1cm x 1cm, cortados com lâmina de bisturi estéril sobre campo

estéril, vide FIGURA 7.

Estes fragmentos foram submergidos em Hemobac trifásico®. Sistema

composto por três fases acoplado e que permite avaliar o crescimento de micro-

organismos sem a abertura do sistema, pois possui laminocutivos com meios de

cultura para o crescimento da maioria dos agentes causadores de infecção nos

seres humanos, ver FIGURA 8.

Este sistema permite a inoculação do caldo de cultura diretamente nos

laminocultivos através da inversão do meio. Esta inversão do caldo de cultura foi

realizada nos tempos 0, 24h, 48h, 72h e 7 dias após a inoculação dos fragmentos.

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43

FIGURA 8- Foto demonstrativa do Hemobac trifásico®. Fonte: http://www.probac.com.br/mais.htm

Caso houvesse crescimento microbiano nas placas, dos mesmos, eram

identificados conforme a rotina do laboratório.

Os tubos foram mantidos durante uma semana e, caso houvesse a turvação

do caldo, indicativo do crescimento bacteriano, seria feita a identificação do agente

através da coloração de Gram inicialmente e posterior semeadura dos agentes para

a realização de provas bioquímicas para identificação do agente.

Foram consideradas culturas negativas a ausência de crescimento de

microrganismos nas placas de Agar sangue e a não turvação do caldo após 7 (sete)

dias de incubação para bactérias e 15 (quinze) dias para leveduras. Foi considerada

também como negativa a recuperação de agentes considerados como

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contaminantes ambientais, ou seja, cepas que não foram inoculados nos

brinquedos.

3.17- Critérios de inclusão e exclusão:

Inclusão – brinquedos confeccionados com fibras têxteis (sintético, orgânico ou

composto).

Exclusão – brinquedos de plásticosutro material que não contenham componentes

confeccionados em tecido.

3.18- Análise estatística:

Os resultados obtidos foram avaliados e analisados pelo estatístico da

FCMSCSP e segundo informações do profissional a análise estatística não foi

possível de ser realizada, pois as variáveis estudadas não apresentaram alterações,

dentro de um mesmo tipo de lavagem hospitalar. O mesmo comportamento foi

observado com relação às outras variáveis, sendo realizado um estudo descritivo

dos resultados.

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45

4-RESULTADOS

Os resultados serão apresentados de acordo com a seqüência dos testes

realizados.

4.1- 1ª FASE- RESULTADO DA AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA DOS

BRINQUEDOS CONFECCIONADOS COM FIBRAS TÊXTEIS .

Nesta fase foram realizados os testes para a avaliação de resistência de dois

brinquedos em todas as fases possíveis de lavagem que poderia ser usada no

trabalho a fim de verificar a viabilidade dos processos de desinfecção que poderiam

ser propostos.

Os brinquedos fabricados com fibras têxteis (sapo e coelho de plush e algodão)

foram submetidos à lavagem hospitalar conforme descritos na metodologia nos itens

3.10.1 e 3.10.2 para verificar o grau de deformação e resistência dos materiais aos

procedimentos necessários para a desinfecção.

A TABELA 6 apresenta o grau de deformação sofrida durante os diferentes

processos de lavagem. Havendo alteração na forma, proporção ou características

dos brinquedos que não foram considerados significativos, pois a redução foi menor

que 10%, conforme verificado nas fotos realizadas após cada lavagem (Figura 9).

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TABELA 6- Resultados das medidas em centímetros (cm), e da deformação dos bonecos de tecido após serem submetidos aos processos de lavagens hospitalares e avaliação da redução dos parâmetros em porcentagem (%).

DATA 22/03/07 29/03/07 12/04/07 26/04/07 25/07/07

BRINQUEDO MEDIDA

INICIAL

LAVAGEM

MANUAL

LAVAGEM

LEVE

LEVAGEM

PESADA ESTERILIZAÇÃO

REDUÇÃO

%

COELHO

Altura total 56 cm 54 cm 50cm 49,5 cm 49,5cm 7,5

Pescoço 17,5 cm 17,5 cm 18 cm 17cm 16,5cm 1,1

Largura do corpo

39 cm 36,5 cm 39,5 cm 40 cm 37cm 1,5

Pés 9cm 8,5 cm 8 cm 8 cm 8cm 7,7

SAPO

Altura total 48 cm 47 cm 47 cm 47cm 46,5cm 1,8

Pescoço 25,5 cm 25,5 cm 27 cm 27 cm 26,5cm -3,1

Largura do

corpo

28,5 cm 29,5 cm 30,5 cm 30 cm 29cm -3,5

Pés 7cm 6,5 cm 6,5 cm 6,5 cm 6,5cm 5,7

Fonte: Laboratório de Microbiologia da FCMSCSP, 2010.

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Tipo de lavagem

INICIAL Lavagem manual

Lavagem leve Lavagem pesada

Esterilização

Data 22/03/2007 29/03/2007 12/04/2007 26/04/2007 25/07/2007

COELHO

Vista

frontal

Vista

dorsal

Vista

lateral

SAPO

Vista

frontal

Vista

dorsal

Vista

lateral

FIGURA 9- Avaliação visual dos brinquedos confeccionados com fibras têxteis

(Plush, melton e algodão) de diferentes cores, submetidos ao protocolo de higienização hospitalar da lavanderia da ISCMSP. Fonte: Laboratório de Microbiologia da FCMSCSP, 2010.

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48

4.2- 2ª FASE- RESULTADO DA AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA À

DESCONTAMINAÇÃO DOS TIPOS DE FIBRAS UTILIZADAS NA CONFECÇÃO

DOS BRINQUEDOS, APÓS A HIGIENIZAÇÃO HOSPITALAR.

Nesta fase os resultados se referem aos diferentes tecidos (sintéticos e

naturais) e diferentes cores, sendo testados inicialmente os quadrados de tecidos e,

posteriormente, amostras simulando tamanhos e volumes dos brinquedos, em forma

de almofadas, confeccionadas com os diferentes tecidos e enchimentos e/ou

recheios de dois tipos diferentes (manta acrílica e plumante, ambos são 100%

poliéster) usados para confecção dos brinquedos para simular a desinfecção dos

brinquedos e verificar quais os processos de lavagens seriam mais indicados.

As amostras das fibras têxteis foram contaminadas com as cepas ATCC

padrão, submetidos ao processo de lavagem leve, apresentaram contaminação nas

amostras conforme apresentada na TABELA 7, não havendo desinfecção após o

processo de higienização.

As amostras, submetidas à lavagem pesada e com secagem finalizada na

calandra, apresentaram-se eficazes, ou seja, não houve o crescimento dos micro-

organismos e, portanto, confirmada a desinfecção após a higienização dos tecidos

no processo de lavagem hospitalar (anexos 2 e 3).

Observamos também que as amostras não apresentaram alterações visuais

de alteração na cor e no tamanho ou presença de sujidade após o processo de

higienização.

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TABELA 7- Distribuição dos resultados da descontaminação das amostras dos

tecidos de fibra natural e sintética, infectadas com as cepas ATCC padrão, submetidas aos processos de lavagens hospitalarem leve, pesada e calandra. Tipo de tecido

Tipo de lavagem Leve Pesada + calandra

Contaminação Descontaminada Contaminação Descontaminada

Forma de contaminação

N % N % N % N %

Fibra natural

cepa ATCC

padrão 16 100 0 0 0 0 16 100

Cepa ATCC padrão acrescido

de sangue

16 100 0 0 0 0 16 100

Fibra sintética

cepa ATCC

padrão 16 100 0 0 0 0 16 100

Cepa ATCC padrão acrescido

de sangue

16 100 0 0 0 0 16 100

Total 32 100 0 0 0 0 32 100

Fonte: Laboratório de microbiologia FCMSCSP, 2010.

As amostras do tecido de superfície e dos enchimentos e/ou recheios de

acrílico, das almofadas, foram analisadas após cada tipo de lavagem totalizando 16

amostras dos tecidos de superfície e 16 amostras de recheio das almofadas

pequenas; 16 amostras dos tecidos de superfície e 16 amostras de recheio das

almofadas médias; e 16 amostras dos tecidos de superfície e 16 amostras de

recheio das almofadas grandes, totalizando 96 amostras por teste, vide anexo 4.

Não foram observadas alterações da cor, da forma ou do conteúdo do

preenchimento dos recheios, após as lavagens dos tecidos.

Nas amostras retiradas dos tecidos submetidos à lavagem leve obtivemos

positivação dos micro-organismos após 24 horas de incubação de todas as

amostras (TABELA 8).

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50

TABELA 8- Distribuição dos resultados da avaliação da descontaminação das

amostras da almofadas da superfície e do recheio/enchimento, divididas em 2 grupos: tecido de fibra natural e tecido de fibra sintética de 3 tamanhos diferentes: pequeno, médio e grande; infectadas com as cepas ATCC padrão, submetidas ao processo de lavagem hospitalar leve. Tipo de tecido

Tipo de lavagem leve

Superfície Recheio/enchimento

Contaminação Descontaminada Contaminação Descontaminada Tamanho da

almofada N % N % N % N %

Fibra natural

Pequeno 8 100 0 0 8 100 0 0

Médio 8 100 0 0 8 100 0 0

Grande 8 100 0 0 8 100 0 0

Fibra sintética

Pequeno 8 100 0 0 8 100 0 0

Médio 8 100 0 0 8 100 0 0

Grande 8 100 0 0 8 100 0 0 Total 48 100 0 0 48 100 0 0

Fonte: Laboratório de microbiologia FCMSCSP, 2010.

As TABELAS 9 e 10 apresentam os resultados das análises das amostras dos

tecidos e recheio e/ou enchimento das almofadas submetidas à lavagem pesada

para roupa cirúrgica, verificando-se que após a lavagem pesada houve a

descontaminação das seguintes amostras: fibras naturais (pequena de algodão – 2 e

vermelha grande de algodão – 2), fibras sintéticas (rosa claro de plush pequena –

2, azul média de plush – 2, azul pequena de cetim – 2 e rosa grande de cetim – 2),

total de 12 amostras perfazendo um total de 12,5% da amostragem (tabela completa

em anexo 5).

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TABELA 9- Distribuição dos resultados da avaliação da descontaminação das amostras da superfície das amostras de almofadas divididas em 2 grupos: tecido natural e tecido sintético de 3 tamanhos diferentes: pequeno, médio e grande; contaminadas com as cepas ATCC padrão, submetidas ao processo de lavagem hospitalar pesada para roupa cirúrgica. Tipo de tecido

Tipo de lavagem pesada para roupa cirúrgica Superfície

Contaminação Descontaminada Total Tamanho da almofada N % N % %

Fibra natural Pequeno 7 87,5 1 12,5 100 Médio 8 100 0 0 100

Grande 7 87,5 1 12,5 100

Fibra sintética Pequeno 6 75 2 25 100 Médio 7 87,5 1 12,5 100

Grande 7 87,5 1 12,5 100 Total 42 87,5 6 12,5 100

Fonte: Laboratório de microbiologia FCMSCSP, 2010.

TABELA 10- Distribuição dos resultados da avaliação da descontaminação das amostras do recheio/enchimento das amostras de almofadas divididas em 2 grupos: tecido natural e tecido sintético de 3 tamanhos diferentes: pequeno, médio e grande; contaminadas com as cepas ATCC padrão, submetidas ao processo de lavagem hospitalar pesada para roupa cirúrgica. Tipo de tecido

Tipo de lavagem pesada para roupa cirúrgica Recheio/enchimento

Contaminação Descontaminada Total Tamanho da almofada N % N % %

Fibra natural Pequeno 7 87,5 1 12,5 100 Médio 8 100 0 0 100

Grande 7 87,5 1 12,5 100

Fibra sintética Pequeno 6 75 2 25 100 Médio 7 87,5 1 12,5 100

Grande 7 87,5 1 12,5 100

Total 42 87,5 6 12,5 100

Fonte: Laboratório de microbiologia FCMSCSP, 2010.

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52

4.3 - 3ª FASE – RESULTADOS DOS TESTES REALIZADOS COM OS BRINQUEDOS CONFECCIONADOS COM TECIDOS DE FIBRAS TÊXTEIS

Os resultados dos testes nesta fase apresentam o comportamento

apresentado pelos brinquedos adquiridos no comércio frente ao processo de

higienização na lavanderia hospitalar.

4.3.1 - RESISTÊNCIA DAS FIBRAS TEXTEIS E DEFORMAÇÃO

Os brinquedos foram separados em três grupos de tamanho e formas

semelhantes para que houvesse homogeneidade nos testes.

FIGURA 10- Foto ilustrativa da separação em grupos homogêneos dos brinquedos utilizados nos testes de contaminação e desinfecção utilizando os métodos de lavagens preconizados no protocolo da lavanderia da ISCMSP.

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53

Foram formados três grupos contendo 20 brinquedos cada, com: 7

brinquedos de tamanho grande, 6 brinquedos de tamanho médio e 7 de tamanho

pequeno para avaliar a interferência do tamanho dos brinquedos no processo de

higienização. O quadro abaixo apresenta a separação dos brinquedos conforme as

dimensões na separação em subgrupos (pequeno, médio, grande).

TABELA 11 - Demonstrativo do tamanho (cm), cor e forma dos brinquedos na separação dos grupos homogêneos utilizados nos testes de contaminação e desinfecção utilizando os métodos de lavagens preconizados no protocolo da lavanderia da ISCMSP.

BRINQUEDO Cabeça Tronco braço D braço E perna D perna E

PE

QU

EN

O

cachorro bege claro p 14cm 19cm 10cm 10cm 10cm 10cm

cachorro bege claro p 14cm 19 cm 10 cm 10 cm 10 cm 10 cm

menina vestido laranja 16 cm 10 cm 2 cm 2 cm 2 cm 2 cm

vaquinha bege 16 cm 16 cm 5,5 cm 5,5 cm 8 cm 8 cm

coelho marrom p 16 cm 18,5 cm 6,5 cm 6,5 cm 9,5 cm 9,5 cm

urso branco p 19 cm 17 cm 6 cm 6 cm 9 cm 9 cm

vaquinha branca 21 cm 24 cm 8 cm 8 cm 8 cm 8 cm

DIO

urso bege de toquinha 25 cm 25 cm 8 cm 8 cm 11 cm 11 cm

urso marrom peludo 25,5 cm 24 cm 8 cm 8 cm 16 cm 16 cm

tartaruga verde 27 cm 39 cm 10 cm 10 cm 16 cm 16 cm

sapo verde claro 28 cm 25,5 cm 9 cm 9 cm 13 cm 13 cm

girafa azul 29 cm 33,5 cm 19 cm 19 cm 19 cm 19 cm

coelho bolinha azul 29 cm 17 cm 12 cm 12 cm 16 cm 16 cm

GR

AN

DE

abelha roxa 33,5 cm 34 cm 9 cm 9 cm 17 cm 17 cm

urso rosa 34 cm 30 cm 11 cm 11 cm 15 cm 15 cm

Leopardo 35 cm 39 cm 15 cm 14 cm 20 cm 20 cm

sapo verde 35 cm 38 cm 9 cm 9 cm 11 cm 11 cm

cachorro cinza 40 cm 37 cm 11 cm 11 cm 13 cm 13 cm menino cueca azul 45,5 cm 21 cm 7 cm 7 cm 9 cm 9 cm cachorro bege grande 53 cm 34 cm 13 cm 13 cm 16 cm 16 cm

Fonte: laboratório de microbiologia da FCMSCSP, 2010.

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54

Os brinquedos foram submetidos à lavagem pesada para compressas

cirúrgicas apresentando comportamento de deformação semelhante ao apresentado

nos testes de resistência dos brinquedos à lavagem hospitalar, manual, leve e

pesada para roupas cirúrgicas; apresentando grau de deformação média de 1%. Na

amostra 13, TABELA 12 abaixo, observamos que ocorreu o rompimento de costura,

devido a falha da mesma, ocasionando a separação da cabeça e um braço da

boneca do corpo; e a amostra 17 houve o extravasamento da tinta vermelha

utilizada na confecção do coração que o urso branco segura, manchando-o inteiro.

TABELA 12- Deformação dos brinquedos submetidos à lavagem pesada para

compressas contaminadas, avaliação dos parâmetros em cm.

Parâmetros avaliados

Nº da amostra

Brinquedo Cabeça Tronco braço D braço E perna D perna E Grau de

deformação

1 menino cueca azul 45,5cm 21 cm 7 cm 7 cm 9 cm 9 cm -0,04061

após a lavagem 45 cm 24,5cm 7,5 cm 7,5 cm 9 cm 9 cm

2 cachorro cinza 40 cm 37 cm 11 cm 11 cm 13 cm 13 cm 0,072

após a lavagem 38 cm 39 cm 9,5 cm 9,5 cm 10 cm 10 cm

3 urso bege de

toquinha 25 cm 25 cm 8 cm 8 cm 11 cm 11 cm 0,022727

após a lavagem 24 cm 24 cm 9 cm 9 cm 10 cm 10 cm

4 cachorro bege

grande 53 cm 34 cm 13 cm 13 cm 16 cm 16 cm 0,006897

após a lavagem 54 cm 35 cm 12 cm 13 cm 15 cm 15 cm

5 sapo verde claro 28 cm 25,5 cm 9 cm 9 cm 13 cm 13 cm 0,061538

após a lavagem 27,5 cm 25 cm 8 cm 8 cm 11,5 cm 11,5 cm

6 tartaruga verde 27 cm 39 cm 10 cm 10 cm 16 cm 16 cm -0,04237

após a lavagem 27 cm 38 cm 12 cm 12 cm 17 cm 17 cm

7 vaquinha branca 21 cm 24 cm 8 cm 8 cm 8 cm 8 cm 0,064935

após a lavagem 21 cm 20 cm 7,5 cm 7,5 cm 8 cm 8 cm

8 urso rosa 34 cm 30 cm 11 cm 11 cm 15 cm 15 cm -0,00862

após a lavagem 32 cm 31 cm 10 cm 10 cm 17 cm 17 cm

9 cachorro bege claro

p 14 cm 19 cm 10 cm 10 cm 10 cm 10 cm 0,034247

após a lavagem 14,5 cm 19 cm 9 cm 9 cm 9,5 cm 9,5 cm

10 cachorro bege claro

p 14 cm 19 cm 10 cm 10 cm 10 cm 10 cm 0,061644

após a lavagem 15 cm 19,5 cm 8 cm 8 cm 9 cm 9 cm

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55

Parâmetros avaliados

Nº da amostra

Brinquedo Cabeça Tronco braço D braço E perna D perna E Grau de

deformação

11 Leopardo 35 cm 39 cm 15 cm 14 cm 20 cm 20 cm -0,04895

após a lavagem 36 cm 43 cm 17 cm 16 cm 19 cm 19 cm

12 girafa azul 29 cm 33,5 cm 19 cm 19 cm 19 cm 19 cm -0,05415

após a lavagem 29 cm 37 cm 20 cm 20 cm 20 cm 20 cm

13 menina vestido

laranja 16 cm 10 cm 2 cm 2 cm 2 cm 2 cm -0,05882

Descosturou

após a lavagem 16 cm 12 cm 2 cm 2 cm 2 cm 2 cm

14 vaquinha bege 16 cm 16 cm 5,5 cm 5,5 cm 8 cm 8 cm 0,084746

após a lavagem 16 cm 15 cm 5,5 cm 5,5 cm 6 cm 6 cm

Continuação

Nº da amostra

Brinquedo Cabeça Tronco braço D braço E perna D perna E Grau de

deformação

15 coelho marrom p 16 cm 18,5 cm 6,5 cm 6,5 cm 9,5 cm 9,5 cm 0,045113

após a lavagem 14,5 cm 16 cm 7 cm 7 cm 9,5 cm 9,5 cm

16 sapo verde 35 cm 38 cm 9 cm 9 cm 11 cm 11 cm 0,013274

após a lavagem 33,5 cm 36 cm 9 cm 9 cm 12 cm 12 cm

17 urso branco p 19 cm 17 cm 6 cm 6 cm 9 cm 9 cm -0,00758

Manchou

após a lavagem 18,5 cm 17 cm 6 cm 6 cm 9,5 cm 9,5 cm

18 abelha roxa 33,5 cm 34 cm 9 cm 9 cm 17 cm 17 cm 0,004184

após a lavagem 33 cm 34 cm 9 cm 9 cm 17 cm 17 cm

19 coelho bolinha azul 29 cm 17 cm 12 cm 12 cm 16 cm 16 cm 0,02451

após a lavagem 30,5 cm 15 cm 12 cm 12 cm 15 cm 15 cm

20 urso marrom peludo 25,5 cm 24 cm 8 cm 8 cm 16 cm 16 cm -0,02574

após a lavagem 26 cm 26 cm 8 cm 8 cm 15,5 cm 15,5 cm

Média

0,010449

Fonte: Laboratório de Microbiologia da FCMSCSP.

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56

4.3.2 Resultado da avaliação da descontaminação das amostras dos

brinquedos submetidos à lavagem leve do protocolo da lavanderia da ISCMSP

A contaminação foi realizada com 1mL de caldo com as Cepas ATCC em 6 pontos

distintos dos brinquedos previamente demarcados: cabeça (A), braço direito (B),

braço esquerdo (C), barriga (D), perna direita(E) e perna esquerda(F).

FIGURA 11- Foto ilustrativa do método utilizado para a contaminação da superfície e o recheio/enchimento dos brinquedos durante o teste.

As amostras foram coletadas da superfície e do recheio das partes

previamente demarcadas perfazendo um total de 12 amostras por brinquedo e um

total de 240 amostras por grupo analisados em cada tipo de lavagem.

FIGURA 12- Foto ilustrativa do método utilizado para a retirada das amostras da

superfície de tecido e do recheio e/ou enchimento dos brinquedos após as lavagens do protocolo utilizado pela lavanderia hospitalar da ISCMSP.

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57

As amostras coletadas nos brinquedos submetidos à lavagem leve

apresentaram contaminação. Nas culturas houve o crescimento dos microrganismos

em 24 horas. Foram recuperados nas culturas todos os microrganismos inoculados.

Observamos que não houve alteração significativa de deformação, alteração da cor,

forma dos brinquedos durante o processo de lavagem leve utilizado pela lavanderia

da ISCMSP.

TABELA 13 - Distribuição dos resultados da avaliação da descontaminação das

amostras de tecidos e recheios/enchimentos dos brinquedos divididos em grupos pequeno, médio e grande, infectados com as cepas ATCC padrão submetidas ao processo de lavagem hospitalar leve.

Ta

ma

nh

o d

o b

rin

qu

ed

o

Tipo de lavagem leve

Superfície Recheio/enchimento

Contaminação Descontaminada Contaminação Descontaminada

N % N % N % N %

Pequeno 7 100 0 0 7 100 0 0

Médio 6 100 0 0 6 100 0 0

Grande 7 100 0 0 7 100 0 0

Total 20 100 0 0 20 100 0 0

Fonte: Laboratório de microbiologia FCMSCSP, 2010.

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58

4.3.3 Resultado da avaliação da descontaminação das amostras dos

brinquedos submetidos à lavagem pesada para compressas contaminadas do

protocolo da lavanderia da ISCMSP

Após a contaminação de 20 brinquedos, em 6 pontos diferentes, perfazendo

um total de 120 locais inoculados, houve a monitorizarão da recuperação dos

agentes inoculados em 24h, 48h e 5 dias. Das 120 amostras coletadas, a amostra

de número 18 (dezoito) foi utilizada como controle dos agentes encontrados durante

o processo de lavagem não havendo contaminação de agentes utilizados no

trabalho. Esta amostra serviu como controle de qualidade para o experimento.

Não houve a recuperação de nenhum dos micro-organismos inoculados nas

amostras, mas houve a recuperação e identificação de agentes não inoculados no

experimento e que foram considerados como contaminantes ambientais ( tabela 14).

Na análise laboratorial foram consideradas positivas as amostras que houve

crescimentos de mais de 3 (três) colônias de micro-organismos, foi realizado o

repique destas colônias para possibilitar a identificação dos micro-organismos

presentes. O crescimento de 1 e 2 colônias foram considerados negativos.

Os microrganismos identificados após o processo de desinfecção foram: 58

amostras com identificação de Bacilus subtilis (48,3%), 61 amostras apresentaram

o crescimento de Candida sp (50,8%) diferente do microrganismos inoculado

(Candida albicans) e 10 amostras com o crescimento de Staphylococcus sp de

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59

coagulase negativo perfazendo um total de 8,3%, a tabela completa dos resultados

encontra-se no Anexo 6.

A identificação da espécie de Candida sp foi realizada pelo meio CRHomagar®

(agar cromogênico para identificação das espécies de Candida), onde a

identificação da espécie Candida albicans apresenta coloração verde, Candida

tropicalis – coloração azul, Candida crusei – coloração rosarugosa. Não havendo

identificação da espécie, foi considerado como Candida sp. A identificação das

Candida sp foi necessária para a diferenciação entre a espécie inoculada de outras

Candidas sp presentes na lavanderia e consideradas contaminantes ambientais.

TABELA 14- Distribuição do número de amostras que apresentaram crescimento de

microrganismos nos brinquedos confeccionados com fibras têxteis após o processo de lavagem pesada para compressas cirúrgicas, no período de 24, 48, 72horas e em 5 dias. 24 horas 48 horas 72 horas 5 dias Total Enterococo fecalis 0 0 0 0 0 Staphylococcus aureus

0 0 0 0 0

Pseudomonas aeruginosa 0 0 0 0 0 Candida albicans 0 0 0 0 0 Escherichia coli 0 0 0 0 0 Bacilus subtilis* 0 44 14 0 58 Candida SP* 0 01 60 0 61 Staphylococcus sp de coagulase (-)* 0 02 08 0 10

TOTAL 0 47 82 0 129

*micro-organismos que não foram inoculados durante a contaminação microbiológica nos

brinquedos. Espécie de Candida diferente da inoculada ( Candida albicans). Fonte: Laboratório de Microbiologia da FCMSCSP.

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60

4- DISCUSSÃO

O manuseio dos brinquedos em ambiente hospitalar apresenta-se como uma

prática constante para garantir um ambiente humanizado durante os procedimentos

nas enfermarias pediátricas e nas brinquedotecas. Conforme apresentada pela

literatura (COLLET-1999; LEITE-2008; NAKAMOTO-2009; PEDROSA-2007;

PINHEIRO-1993 e SILVA-2002), o uso do brinquedo possibilita a manutenção do

desenvolvimento motor, facilita o relacionamento entre a criança, os pais,

profissionais de saúde; possibilita à exteriorização dos sentimentos, dúvidas,

anseios diante do processo de hospitalização e as texturas dos brinquedos remetem

a experiências sensoriais que conferem autocontrole, sendo que os brinquedos

confeccionados com fibras têxteis são utilizados principalmente para as faixas

etárias entre 0 a 11 anos, por serem agradáveis ao toque e por possibilitarem uma

variação de forma, texturas, conteúdos e propostas pedagógicas na sua confecção.

O terapeuta ocupacional deve assumir junto com a equipe de profissionais e

voluntários a prática de manejo seguro atendendo as normas de biossegurança na

utilização do brinquedo para a assistência à criança, uma vez que a exploração dos

mesmos se faz pela troca entre as crianças presentes, levam os brinquedos à boca,

exploram o espaço com os brinquedos e deixam-nos cair no chão. Estas fontes de

contaminação foram descritas por AVILA-AGUERO-2004; BARBIERI-1999; ANVISA-

2005; MCKAY-2000; MERRINAN-2002; NOVAES-1997; RANDLE-2006 e XAVIER-

1995, podendo haver a contaminação através da pele ou secreções das crianças

(muco, saliva, fezes e urina), sendo apontado por FLEMING-2006 e FREITAS-2007.

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61

Este estudo apresentou a necessidade de pesquisas sobre a forma de

desinfecção de brinquedos em ambientes hospitalares, devido ao uso freqüente

pelas crianças durante a internação, estando de acordo à literatura sobre a

contaminação dos brinquedos em hospitais (AVILA-AGUERO-2004; BARBIERI-

1999; COLLET-1999; EZEMBERG-2003; GRIGOLATTO-2008 e GUIMARÃES-

2009).

A higienização e desinfecção dos brinquedos devem obedecer a um protocolo

pré-determinado que envolva o uso de métodos de lavagens eficazes para garantir

que o mesmo não seja considerado um fômite. Porém observamos resistências por

parte dos funcionários em aplicar os protocolos de lavagem pesada por acreditarem

que os brinquedos seriam danificados. Isso se explica pelas experiências que

tivemos em relação aos brinquedos e a infância estando de acordo com o trabalho

de NAKAMOTO-2009. Outro fator de resistência pode ser explicado pela punição

que será imposta pelo dano ao material entregue para a lavagem.

A importância dos testes de resistência dos brinquedos aos diferentes

protocolos de lavagem se fez necessário para validar e desmistificar o uso de

produtos e protocolos mais agressivos como meio de desinfecção para os

brinquedos de pano.

Os brinquedos são considerados artigos não-críticos, isto é, entram em

contato com pele íntegra e passam por processo de desinfecção de baixo e médio

nível. A característica do processo de higienização hospitalar se encontra

classificada no processo de limpeza e desinfecção conforme apresentada pela

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62

literatura (Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar Brasil-2005; HOAG-

2008, KONKEWICK-2006), porém não há o enquadramento efetivo da forma de

higienização dos brinquedos confeccionados com fibras têxteis.

O processo de lavagem hospitalar se mostrou um instrumento viável a ser

usado no processo de higienização do brinquedo confeccionado com fibras têxteis,

sem alterações significativas na forma, cor e resistência dos materiais analisados

(tecidos: plush, cetim, algodão).

Estudos demonstraram que o sucesso da desinfecção durante as lavagens

depende de dois fatores importantes: a seleção e separação adequada das roupas a

serem encaminhadas para a lavanderia e o uso da temperatura associada ao

detergente para obter a eliminação dos microrganismos presentes. Para aqueles

que apresentem sujidade visível (sangue, fezes, urina, secreções ou fluídos) a

lavagem deverá ser feita em temperatura de água quente e detergente acima de

71°C por 25 minutos ou temperaturas de 80°C, 85°C a 95°C durante 15 minutos

(FIJAN-2007; HOAG-2008 e KONKEWICK-2006). As características físicas dos

tecidos com os quais são fabricados os brinquedos podem interferir no processo de

desinfecção.

Assim, a temperatura elevada por tempo prolongado, como apresentada nos

protocolos de lavagem pesada, mostrou ser um fator importante na obtenção da

desinfecção, estando de acordo com a literatura.

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63

As características físicas dos tecidos apresentaram diferença de

comportamento em relação à lavagem, sendo que os tecidos sintéticos tiveram um

maior número de amostras que descontaminaram após o processo de higienização,

estas fibras têxteis apresentam hidrofobicidade, isto é, capacidade de retenção da

água entre 2 a 5% e, portanto, menor adesão e preservação da viabilidade

bacteriana estando em conformidade ao apresentado por ROSSI-2008 e VIEIRA-

2006,

A cor dos tecidos não se apresentou como fator determinante para a eficácia

do processo de lavagem para a desinfecção dos brinquedos.

A ausência de sujidade aparente não garante a desinfecção do tecido, pois o

processo de lavagem tem o objetivo de eliminar a sujeira fixada na roupa, deixando-

a com aspecto e cheiro agradável e nível bacteriológico reduzido conforme

apresentado por HOAG-2008.

A lavagem leve utilizada no protocolo de higienização hospitalar, semelhante

à usada em residências e sem uso de calor durante o processo de lavagem,

apresentou a ausência da sujidade aparente mas não ofereceu eficácia na

desinfecção dos brinquedos, podendo então, manter os brinquedos de tecido

contaminados e são considerados como fômites no ambiente hospitalar e doméstico.

Os testes de descontaminação realizados após a lavagem leve, utilizando os

brinquedos confeccionados com fibras têxteis adquiridos no comércio, apresentaram

resultados semelhantes aos testes realizados com as almofadas que simulavam a

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64

situação hipotética de confecção dos brinquedos em relação ao tamanho e forma.

Todas as amostras (fibras sintéticas e naturais) apresentaram a recuperação dos

microrganismos inoculados após 24 horas.

O uso de meio mecânico e térmico (lavagem pesada + calandra com

temperatura de 160°C) se mostrou eficaz na desinfecção dos tecidos, com a

negativação de todas as amostras de tecido submetidas a esse processo,

apresentando a necessidade do uso do calor coadjuvante com o processo de

higienização para a esterilização das fibras têxteis estando de acordo com a

literatura (FIJAN-2007; HOAG-2008 e KONKEWICK-2006).

A lavagem pesada para roupa cirúrgica apresentou descontaminação de um

número 12,5% de amostras com variação entre amostras de fibras têxteis, sendo

que 4 almofadas confeccionadas com fibras sintéticas apresentaram

descontaminação e somente 2 almofadas com fibras naturais descontaminaram,

apesar de estar utilizando o detergente e o calor como recomendado pela literatura.

Esta diferença pode ter uma relação com as características das fibras naturais em

relação à hidrofilidade, isto é, a capacidade de retenção de água e a disponibilidade

de substâncias nutritivas, confirmando o estudo de VIEIRA-2006, e possibilitando a

sobrevivência dos microrganismos ao processo de lavagem, sendo necessário um

processo de esterilização para garantir a desinfecção dos brinquedos quando

submetidos a esse método de higienização conforme apontado por KONKEWICK-

2006.

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65

O tempo inferior a 20 minutos de calor entre 75°C a 85°C na lavagem pesada

para roupas cirúrgicas – mostrou-se ineficaz para a desinfecção de todas as

amostras de tecidos e enchimentos estudados. Havendo a necessidade de se

estabelecer protocolos de lavagens mais específicos para os brinquedos

confeccionados com fibras têxteis, de acordo com a sujidade e tipo de tecido

utilizado na confecção dos mesmos. Podendo estabelecer marcadores biológicos

para a identificação da descontaminação.

A presença de marcadores biológicos para a identificação da

descontaminação dos tecidos e enxoval hospitalar é indicada, principalmente para

unidades consideradas como críticas no hospital, a fim de evitar que os mesmos

sejam fontes de infecção devido à má higienização do material ou mesmo pela

contaminação ambiental posterior.

Os brinquedos submetidos ao processo de lavagem pesada para compressas

contaminadas, que possui um tempo de uso de calor superior a 20 minutos e

utilização de agentes químicos em maior quantidade, não apresentaram a

recuperação dos microrganismos inoculados, garantindo a eficácia do método para a

descontaminação. Entretanto, houve o crescimento de microrganismos de

contaminação ambiental (Bacilus subtilis, Candida sp, Staphylococcus coagulase

negativo em todas as amostras, apontando para a importância da manipulação dos

brinquedos após lavagem ou processo de limpeza do maquinário utilizado na

lavanderia hospitalar.

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66

Conforme observado na literatura (KONKEWICK-2006) o processo de

lavagem hospitalar não garante a completa eliminação dos agentes patógenos,

assim os brinquedos submetidos à lavagem pesada apresentam a necessidade de

um processo de esterilização com o uso de autoclave, com o uso de vapor e

pressão, principalmente nos brinquedos que serão oferecidos para crianças

imunodeprimidas, com áreas de pele não íntegras, mucosas ou tecidos expostos.

O tamanho dos brinquedos não interferiu na penetração e eficácia dos

agentes químicos, havendo o mesmo comportamento das amostras na eliminação

dos agentes inoculados e na recuperação dos microrganismos de contaminação

ambiental.

Este estudo apresentou a necessidade do desenvolvimento de protocolos de

desinfecção dos brinquedos e tecnologia para a confecção de brinquedos que

utilizem tecidos mais resistentes aos processos de contaminação com a utilização

de fibras bioativas.

Apesar da legislação contra-indicar a presença e o uso de brinquedos

confeccionado com tecidos nos hospitais, observamos a viabilidade da presença

destes brinquedos nas brinquedotecas o que muito contribuirá para amenizar a

internação hospitalar das crianças.

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67

5- CONCLUSÃO

Este estudo apresenta que há a possibilidade do uso dos protocolos de

higienização das lavanderias hospitalares para a descontaminação dos brinquedos

confeccionados com fibras têxteis, pois a deformação e/ou alteração na forma, cor ,

textura e tamanho dos brinquedos confeccionados com fibras têxteis quando

submetidos ao processo de desinfecção hospitalar, principalmente, devido à

presença dos diferentes tipos de desinfetantes e aditivos não se mostrou significante

para a inutilização dos mesmos posteriormente.

Os tecidos com fibras têxteis sintéticas apresentam condições favoráveis para

a descontaminação.

A eficácia da descontaminação depende dos fatores de separação adequada

dos brinquedos de acordo com a sujidade e características físicas podendo sugerir

que sejam utilizadas as seguintes recomendações:

A) Os protocolos de higienização hospitalar que não utilizem a ação do calor,

semelhantes à lavagem domiciliar, não apresentam eficácia na descontaminação

dos brinquedos e não devem ser considerados seguros.

B) Os protocolos de higienização hospitalar que utilizam a ação química de

detergentes e compostos clorados; meio mecânico e o uso de calor de 80° por um

período de 15 minutos, devem passar por um processo de esterilização posterior

com uso de calandra (temperatura de 160°) para brinquedos com fibras têxteis

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68

planos, tais como: livros, pranchas, painéis etc, ou processo de esterilização com

autoclave para brinquedos com enchimentos.

C) Os protocolos de higienização com o uso a ação química de detergentes e

compostos clorados; meio mecânico e o uso de calor entre 75°C e 80°C por um

período superior a 30 minutos mostrou-se ser o mais adequado para a

descontaminação dos brinquedos, mas há a necessidade do manuseio seguro dos

mesmos após o processo de lavagem para garantir que não haja contaminação

ambiental.

O estudo apresentou a necessidade de desenvolver o manuseio seguro dos

brinquedos após o processo de higienização para minimizar a contaminação

ambiental.

Para o uso dos brinquedos em ambientes estéreis e com crianças

imunodeprimidas, o estudo apresentou a necessidade de se fazer o processo de

esterilização dos brinquedos.

Verificamos a necessidade do desenvolvimento de uma tecnologia na

confecção dos brinquedos com tecidos mais resistentes ao processo de

contaminação.

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69

7- ANEXOS

ANEXO 1: Ficha de aprovação do projeto de pesquisa pelo CEP

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70

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Nome:__________________________________________,nacionalidade_________,idade__

____ estado civil_______ profissão_________, endereço________________,

RG____________, neste ato representado por mim,(nome do representante legal,

nacionalidade, idade, estado civil, profissão, endereço, grau de parentesco com o sujeito da

pesquisa ou qualificação como tutor ou curador), está sendo convidado a participar de um

estudo denominado ESTUDO DE DESINFECÇÃO DE BRINQUEDOS EM TECIDOS USADOS EM

AMBIENTES HOSPITALARES, cujo objetivo e justificativa é verificar a de desinfecção dos

brinquedos de pano em ambiente hospitalar .

A sua participação no referido estudo será no sentido de permiter a análise microbiológica

e da deseinfecção dos brinquedos utilizados durante o período de hospitalização.

Fui alertado de que, da pesquisa a se realizar, é possível esperar alguns benefícios para o

meu representado, tais como a melhoria dos processos de controle de infecção hospitalar.

Estou ciente de que a sua privacidade será respeitada, ou seja, seu nome ou qualquer outro

dado ou elemento que possa, de qualquer forma, o (a) identificar, será mantido em sigilo.

Também fui informado de que pode haver recusa à participação no estudo, bem como

pode ser retirado o consentimento a qualquer momento, sem precisar haver justificativa, e de

que, ao sair da pesquisa, não haverá qualquer prejuízo à assistência que vem recebendo.

O pesquisador envolvidos com o referido projeto é Jucimara Firmo Barreto Costa,

Terapeuta Ocupacional CREFITO-3-2807-TO, doutoranda na Irmandade da Santa Casa de

Misericórdia de São Paulo e com eles poderei manter contato pelos telefones (11) 4521-5847.

É assegurada a assistência do meu representado durante toda a pesquisa, bem como me é

garantido o livre acesso a todas as informações e esclarecimentos adicionais sobre o estudo e

suas conseqüências, enfim, tudo o que eu queira saber antes, durante e depois da participação

de ...(nome do sujeito da pesquisa).

Enfim, tendo sido orientado quanto ao teor de todo o aqui mencionado e compreendido a

natureza e o objetivo do estudo, autorizo a participação de ...(nome do sujeito da pesquisa) na

referida pesquisa, estando totalmente ciente de que não há nenhum valor econômico, a receber

ou a pagar, pela participação.

São Paulo, ... de ... de 2008.

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71

ANEXO 2: Tabela completa de resultado da descontaminação das amostras dos

tecidos infectadas com as cepas ATCC Padrão submetidas aos processos de lavagens hospitalares.

+ amostra contaminada - amostra descontaminada Foram considerados como contaminados a recuperação de microrganismos após a higienização e descontaminados no qual após a realização das culturas não houve o crescimento de micro-organismos Fonte: Laboratório de Microbiologia da FCMSCSP.

Tecido C or Lavagem Lavagem Tecido C or Lavagem Lavagem

Leve Pesada +

calandra

Leve Pesada +

calandra

Plush Marrom + - Algodão Preto + -

Plush Laranja + - Algodão Laranja + -

Plush Verde + - Algodão Roxo + -

Plush Preto + - Algodão Azul + -

Plush Amarelo + - Algodão Amarelo + -

Plush Azul + - Algodão Vermelho + -

Plush Vermelho + - Algodão Verde claro + -

Plush Rosa bebe + - Algodão Marrom + -

Plush Lilás + - Algodão Rosa bebe + -

Plush Verde claro + - Algodão Cinza + -

Plush Cor da pele + - Algodão Azul claro + -

Plush Branco + - Algodão Lilás + -

Plush Bege + - Algodão Branco + -

Plush Rosa médio + - Algodão Verde + -

Plush Azul claro + - Algodão Azul escuro + -

Plush Marrom

claro

+ - Algodão Laranja + -

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72

ANEXO 3: Tabela completa dos resultado da descontaminação das amostras dos

tecidos infectadas com as cepas ATCC padrão acrescido de sangue submetidas aos processos de lavagens hospitalares.

+ amostra contaminada - amostra descontaminada Foram considerados como contaminados a recuperação de microrganismos após a higienização e descontaminados no qual após a realização das culturas não houve o crescimento de micro-organismos. Fonte: Laboratório de Microbiologia da FCMSCSP.

Tecido C or lavagem Lavagem Tecido C or Lavagem lavagem

Leve Pesada +

calandra

Leve Pesada +

calandra

Plush Marrom + - Algodão Preto + -

Plush Laranja + - Algodão Laranja + -

Plush Verde + - Algodão Roxo + -

Plush Preto + - Algodão Azul + -

Plush Amarelo + - Algodão Amarelo + -

Plush Azul + - Algodão Vermelho + -

Plush Vermelho + - Algodão Verde claro + -

Plush Rosa bebe + - Algodão Marrom + -

Plush Lilás + - Algodão Rosa bebe + -

Plush Verde claro + - Algodão Cinza + -

Plush Cor da pele + - Algodão Azul claro + -

Plush Branco + - Algodão Lilás + -

Plush Bege + - Algodão Branco + -

Plush Rosa médio + - Algodão Verde + -

Plush Azul claro + - Algodão Azul escuro + -

Plush Marrom

claro

+ - Algodão Laranja + -

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73

ANEXO 4: Tabela completa dos resultados da avaliação da descontaminação das amostras de tecidos e recheios/enchimentos das almofadas dos tecidos infectadas com as cepas ATCC padrão submetidas ao processo de lavagem hospitalar leve. Tecido Cor Tamanho 1 2 3 4 5 6 7 8

Cetim Rosa claro Pequeno + + + + + + + +

Cetim Vermelho Médio + + + + + + + +

Cetim Rosa escuro Grande + + + + + + + +

Algodão Azul bebe Pequeno + + + + + + + +

Algodão Azul bebe Médio + + + + + + + +

Algodão Azul

marinho

Grande + + + + + + + +

Plush Azul claro Pequeno + + + + + + + +

Plush Azul claro Médio + + + + + + + +

Plush Preto Grande + + + + + + + +

Algodão Rosa Pequeno + + + + + + + +

Algodão Azul Médio + + + + + + + +

Algodão Vermelho Grande + + + + + + + +

+ amostra contaminada - amostra descontaminada

1- Amostra de 1cm² de tecido quadrante 1 2- Amostra de recheio do quadrante 1 3- Amostra de 1cm² de tecido quadrante 2 4- Amostra de recheio do quadrante 2

5- Amostra de 1cm² de tecido quadrante 3 6- Amostra de recheio do quadrante 3 7- Amostra de 1cm² de tecido quadrante 4 8- Amostra de recheio do quadrante 4

Foram considerados como contaminados a recuperação de microrganismos após a higienização e descontaminados no qual após a realização das culturas não houve o crescimento de micro-organismos. Fonte: Laboratório de Microbiologia da FCMSCSP.

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ANEXO 5: Tabela completa de resultado da avaliação da descontaminação das

amostras de tecidos e recheios/enchimentos das almofadas dos tecidos infectadas com as cepas ATCC Padrão submetidas ao processo de lavagem hospitalar pesada para roupa cirúrgica. Tecido Cor Tamanho 1 2 3 4 5 6 7 8

Cetim Rosa claro Pequeno - - + + - - + +

Cetim Vermelho Médio + + + + + + + +

Cetim Rosa

escuro

Grande + + + + - - + +

Algodão Azul bebe Pequeno + + - - + + + +

Algodão Azul bebe Médio + + + + + + + +

Algodão Azul

marinho

Grande + + + + + + + +

Plush Azul claro Pequeno + + + + + + + +

Plush Azul claro Médio - - + + + + + +

Plush Preto Grande + + + + + + + +

Algodão Rosa Pequeno + + + + + + + +

Algodão Azul Médio + + + + + + + +

Algodão Vermelho Grande - - + + + + + +

+ amostra contaminada - amostra descontaminada

9- Amostra de 1cm² de tecido quadrante 1 10- Amostra de recheio do quadrante 1 11- Amostra de 1cm² de tecido quadrante 2 12- Amostra de recheio do quadrante 2

13- Amostra de 1cm² de tecido quadrante 3 14- Amostra de recheio do quadrante 3 15- Amostra de 1cm² de tecido quadrante 4 16- Amostra de recheio do quadrante 4

Foram considerados como contaminados a recuperação de microrganismos após a higienização e descontaminados no qual após a realização das culturas não houve o crescimento de micro-organismos. Fonte: Laboratório de Microbiologia da FCMSCSP.

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ANEXO 6: Tabela completa da recuperação dos microrganismos inoculados na

contaminação com sangue nos brinquedos confeccionados com fibras têxteis, após o processo de lavagem pesada para compressas contaminadas, no período de 24, 48, 72horas e em 5 dias.

tipo de brinquedo

Caldo Enterococo

fecalis Staphylococcus

aureus Pseudomonas

aeruginosa Candida albicans

Escherichia coli

Cabeça tronco braço D braço E perna D perna E

nº da amostra

1

24 horas 0 0 0 0 0 0

48 horas Bs* Bs* Bs* Bs* Rep Bs*

72 horas Bs*

5 dias

nº da amostra

2

24 horas 0 0 0 0 0 0

48 horas Rep rep Bs* Bs*, S.coagulase -* Bs* Bs*

72 horas Bs* Bs*

5 dias

nº da amostra

3

24 horas 0 0 0 0 0 0

48 horas 0 0 0 0 0 Bs*

72 horas C.sp* C.sp* Bs*, C.sp* Bs*, C.sp* C.sp*

5 dias

nº da amostra

4

24 horas 0 0 0 0 0 0

48 horas 0 0 0 0 0 0

72 horas C.sp* C.sp* C.sp* C.sp* C.sp* C.sp*

5 dias

nº da amostra

5

24 horas 0 0 0 0 0 0

48 horas 0 0 0 0 Bs* Bs*

72 horas C.sp* C.sp* Bs* C.sp*

5 dias

nº da amostra

6

24 horas 0 0 0 0 0 0

48 horas Rep Bs Bs Bs Rep Bs

72 horas

Bs *, S.coagulase -*, C.sp*

C.sp*,

S.cogulase-*

5 dias

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tipo de brinquedo

Caldo Enterococo

fecalis Staphylococcus

aureus Pseudomonas

aeruginosa Candida albicans

Escherichia coli

Cabeça tronco braço D braço E perna D perna E

nº da amostra

7

24 horas 0 0 0 0 0 0

48 horas Bs* 0 Bs* 0 0 0

72 horas C.sp*,Bs* Bs*, C.sp* C.sp* C.sp*

5 dias

nº da amostra

8

24 horas 0 0 0 0 0 0

48 horas Rep rep Bs* rep Rep Bs*

72 horas C.sp* C.sp* C.sp* C.sp*

5 dias

nº da amostra

9

24 horas 0 0 0 0 0 0

48 horas Rep Bs* Bs* Bs* Rep Rep

72 horas C.sp* S.coagulase

-* S.coagulase -*

5 dias

nº da amostra

10

24 horas 0 0 0 0 0 0

48 horas 0 0 0 0 Bs* 0

72 horas Bs* C.sp* Bs* Bs* Bs* Bs*

5 dias

nº da amostra

11

24 horas 0 0 0 0 0 0

48 horas Bs* 0 0 0 0 0

72 horas C.sp* C.sp* C.sp* C.sp* C.sp*

5 dias

nº da amostra

12

24 horas 0 0 0 0 0 0

48 horas 0 0 0 0 0 0

72 horas C.sp* C.sp* C.sp* C.sp* C.sp* C.sp*

5 dias

nº da amostra

13

24 horas 0 0 0 0 0 0

48 horas 0 0 0 0 0 0

72 horas C.sp* C.sp* C.sp* C.sp*,Bs* C.sp* C.sp*

5 dias

nº da amostra

14

24 horas 0 0 0 0 0 0

48 horas Bs* Bs* Bs* 0 Rep Bs*

72 horas Bs* S.coagulase

-*

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tipo de brinquedo

Caldo Enterococo

fecalis Staphylococcus

aureus Pseudomonas

aeruginosa Candida

albicans

Escherichia

coli

Cabeça tronco braço D braço E perna D perna E

5 dias

nº da amostra

15

24 horas 0 0 0 0 0 0

48 horas Bs* 0 0 0 Bs* Bs*

72 horas C.sp* C.sp* C.sp*

5 dias

nº da amostra

16

24 horas 0 0 0 0 0 0

48 h. 0 0 Rep rep Rep Bs*

72 horas C.sp* S.coagulase -*,

C.sp* S.coagulase -*,

C.sp* C.sp* C.sp*

5 dias

nº da amostra

17

24 horas 0 0 0 0 0 0

48 horas Bs* Bs* Bs* Bs* Bs* Bs*

72 horas

5 dias

nº da amostra

18

24 horas 0 0 0 0 0 0

48 horas 0 0 0 C.sp*, S.coagulase -* 0 0

72 horas C.sp* C.sp* C.sp* 0 C.sp*

5 dias 0

nº da amostra

19

24 horas 0 0 0 0 0 0

48 horas Rep Bs* Bs* 0 0 Bs*

72 horas C.sp* Bs*, C.sp* C.sp* C.sp*

5 dias

nº da amostra

20

24 horas 0 0 0 0 0 0

48 horas Rep rep Rep Bs* Rep Rep

72 horas C.sp* C.sp* C.sp* C.sp* C.sp*,

S.coagulase -*

5 dias

Rep- repique *microrganismos recuperados que foram não inoculados no teste microbiológico: Bs-Bacilus subtilis, C.sp- Candida sp e S. coagulase- Staphylococcus coagulase negativa Fonte: Laboratório de Microbiologia da FCMSCSP.

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83

RESUMO

Com a humanização do atendimento pediátrico nos hospitais, houve a

introdução de procedimentos que tornaram o ambiente hospitalar menos

agressivo e traumático, com a adoção das circunstâncias que favoreçam o

vínculo afetivo entre a equipe multiprofissional e a criança. O brinquedo está

presente neste momento com ferramenta estratégica de aproximação entre as

várias equipes da saúde e as crianças internadas para a veiculação dos

sentimentos, angústias e ansiedades longe do aconchego do lar e da família.

Este estudo visou avaliar os diferentes tipos de tecidos e os enchimentos

utilizados na confecção dos brinquedos de tecido e o comportamento dos

mesmos frente aos processos de desinfecção no hospital, assim como os

brinquedos, confeccionados por estes materiais. Os brinquedos foram

submetidos ao processo de desinfecção hospitalar após a contaminação com

cepas ATCC de Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Pseudomonas

aeruginosas, Candida albicans, principais agentes encontrados na microbiota

humana. Neste estudo verificou-se que os brinquedos de pano apresentam

pequena deformação após as lavagens hospitalares, que a lavagem leve não

tem eficácia para a desinfecção dos brinquedos contaminados e a lavagem

pesada, para roupas cirúrgicas, apresenta eficácia parcial para a

descontaminação dos brinquedos no ambiente hospitalar. Na lavagem pesada

para compressas contaminadas, que possui um tempo de uso de calor superior

a 20 minutos e utilização de agentes químicos em maior quantidade, houve

apenas o crescimento de microrganismos de contaminação ambiental,

apontando para a importância da manipulação dos brinquedos após lavagem

ou processo de limpeza do maquinário utilizado na lavanderia hospitalar.

Page 98: PROJETO DE ESTUDO DE DESCONTAMINAÇÃO DE BRINQUEDOS …€¦ · 1.1- o brinquedo e a terapia ocupacional O papel do terapeuta ocupacional consiste em facilitar a interação da criança

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ABSTRACT

With the humanization of care in pediatric hospitals, there was the introduction

of procedures that made the hospital less traumatic and aggressive, with the

adoption of the circumstances that promote bonding between the

multidisciplinary team and the child.The toy is now with this strategic tool to

bring together the various teams of health and children hospitalized for

ventilation of feelings, fears and anxieties away from the coziness of home and

family. This study aimed to evaluate the different types of fabrics and fillings

used in the manufacture of toys and behavior of tissue from the same front in

disinfection procedures in hospital. The toys were subjected to the process of

disinfecting hospital after being infected with ATCC strains of Staphylococcus

aureus, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Candida albicans, the

main agents found in the human. In this study it was found that the toys have

small deformation of cloth after washing hospital laundry that light has no

efficacy for disinfecting contaminated toys and washing heavy clothes for

surgeries, is efficacious for partial decontamination of the toys in hospital. In

heavy to wash contaminated swabs, which has a length of use of heat above 20

minutes and use of chemicals in larger quantities, there was only the growth of

micro-organisms of environmental contamination, pointing to the importance of

manipulation of toys after washing cleaning process or the machinery used in

the hospital laundry.