projeto de componentes da célula de testes para motores de

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i UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROJETO DE COMPONENTES DA CÉLULA DE TESTES PARA MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA DO LMT César Augusto Corrêa Miguéis 2014

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Page 1: projeto de componentes da célula de testes para motores de

i

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

PROJETO DE COMPONENTES DA CÉLULA DE TESTES PARA

MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA DO LMT

César Augusto Corrêa Miguéis

2014

Page 2: projeto de componentes da célula de testes para motores de

ii

PROJETO DE COMPONENTES DA CÉLULA DE TESTES PARA

MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA DO LMT

César Augusto Corrêa Miguéis

Projeto de Graduação apresentado ao Curso

de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte

dos requisitos necessários à obtenção do título de

Engenheiro.

Orientador: Prof. Albino José Kalab Leiroz, PhD.

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

FEVEREIRO DE 2014

Page 3: projeto de componentes da célula de testes para motores de

iii

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Departamento de Engenharia Mecânica

DEM/POLI/UFRJ

PROJETO DE COMPONENTES DA CÉLULA DE TESTES PARA

MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA DO LMT

César Augusto Corrêa Miguéis

PROJETO FINAL SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO DEPARTAMENTO

DE ENGENHARIA MECÂNICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS

REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE

ENGENHEIRO MECÂNICO.

Aprovado por:

________________________________________________

Prof. Albino José Kalab Leiroz

________________________________________________

Prof. Marcelo José Colaço

________________________________________________

Prof. Nísio de Carvalho Lobo Brum

________________________________________________

Eng. Nauberto Rodrigues Pinto

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

FEVEREIRO DE 2014

Page 4: projeto de componentes da célula de testes para motores de

iv

Miguéis, César Augusto Corrêa

Projeto de componentes da célula de teste para motores

de combustão interna do LMT / César Augusto Corrêa

Miguéis – Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2013.

xx, 70 p.: il.; 29,7 cm.

Orientador: Albino José Kalab Leiroz, PhD.

Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso

de Engenharia Mecânica, 2014.

Referências Bibliográficas: p. 68-70.

1. Motores de combustão interna. 2. Células de teste. 3.

Dinamômetro. 4. Trocador de calor. 5. Acoplamentos. I.

Leiroz, Albino. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro,

Escola Politécnica, Curso de Engenharia Mecânica. III.

Projeto de componentes de uma célula de teste para motores

de combustão interna.

Page 5: projeto de componentes da célula de testes para motores de

v

"O sucesso é a soma de pequenos esforços - repetidos dia sim, e no outro dia

também.”

Autor desconhecido

Page 6: projeto de componentes da célula de testes para motores de

vi

DEDICATÓRIA

À minha família, em especial, meus pais Paulo César e Fátima, e meu irmão

Paulo, por realizarem enormes esforços e sacrifícios para que eu pudesse chegar onde

hoje estou.

À minha amada parceira, amiga e namorada Ágatha Weinberg, por me encorajar

e me dar ânimo para enfrentar todos os desafios encontrados nesses quatro anos de

cumplicidade.

Page 7: projeto de componentes da célula de testes para motores de

vii

AGRADECIMENTOS

À todos que de uma forma ou de outra fizeram parte dessa (mais do que) longa

jornada.

À minha família e minha namorada, por serem a base de tudo, onde sempre

encontrei apoio e compreensão.

A todos os professores e funcionários do Departamento de Engenharia

Mecânica.

Ao Prof. Flávio de Marco Filho, pela orientação acadêmica durante esses anos

de faculdade.

Ao Prof. Albino José Kalab Leiroz, pela paciência e pela orientação no presente

trabalho.

Ao (Prof.) Eng. Nauberto Pinto, pela enorme ajuda na realização deste trabalho.

Ao Prof. Nísio de Carvalho Lobo Brum, pela experiência e conhecimentos

transmitidos.

Aos Professores Fernando Augusto de Noronha Castro Pinto e Thiago Gamboa

Ritto, pela orientação à Equipe Minerva Baja UFRJ, durante o período em que fui

membro da mesma.

A todos os amigos da Equipe Minerva Baja UFRJ, por todo crescimento

profissional e pessoal possibilitados por vocês durante os 3 anos de convívio.

A todos os amigos do CAp-UFRJ, que me ajudaram a ser quem eu sou hoje.

A UFRJ, que desde a época do Colégio de Aplicação me proporcionou um

ensino de qualidade.

Page 8: projeto de componentes da célula de testes para motores de

viii

Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica / UFRJ como parte

dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Mecânico.

Projeto de Componentes da Célula de Testes para Motores de Combustão Interna do

LMT

César Augusto Corrêa Miguéis

Março/2013

Orientador: Albino José Kalab Leiroz

Curso: Engenharia Mecânica

O presente trabalho visa o projeto de componentes que possibilitariam a utilização da

célula de testes que se encontra no Laboratório de Máquinas Térmicas da UFRJ, o que

tornaria possível a obtenção de curvas de desempenho e análise de emissões do motor

para diferentes combustíveis e/ou misturas de combustíveis. A célula já contava com o

motor e com o dinamômetro, e, a partir disto, o escopo deste trabalho foi definido de

forma a contemplar o projeto do trocador de calor do sistema de arrefecimento do

motor, assim como do acoplamento entre o motor e o dinamômetro, além da seleção dos

componentes do sistema de aquisição de dados, responsáveis por garantir o correto

funcionamento da célula, assim como obter informações importantes para fins de

pesquisa e estudo.

Palavras-chave: Motores de combustão interna, Células de teste, Dinamômetro,

Trocador de calor, Acoplamentos.

Page 9: projeto de componentes da célula de testes para motores de

ix

Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of

the requirements for the degree of Engineer.

Design of LMT Internal Combustion Engine Cell Test Components

César Augusto Corrêa Miguéis

March/2013

Advisor: Albino José Kalab Leiroz

Course: Mechanical Engineering

The present work aims to design components that would allow the use of a test cell at

the Laboratory of Thermal Machines of UFRJ, which would make it possible to obtain

performance curves and analysis of engine emissions for different fuels and / or

mixtures fuel. The cell already had the engine and the dynamometer, and, from this, the

scope of this work was defined to include the design of the heat exchanger of the

cooling system of the engine, as well as the coupling between the engine and

dynamometer, and the selection of the data acquisition system components, responsible

for ensuring the correct functioning of the cell, as well as obtain important information

for purposes of research and study.

Key-words: Internal combustion engines, Cell test, Dynamometer, Heat Exchanger,

Couplings

Page 10: projeto de componentes da célula de testes para motores de

x

SUMÁRIO

Capítulo 1 - INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1

1.1 Objetivos ............................................................................................................... 2

1.2 Motivação .............................................................................................................. 2

1.3 Estrutura do Trabalho ............................................................................................ 3

Capítulo 2 - CÉLULAS DE TESTE PARA MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA ....... 4

2.1 Motores de Combustão Interna ............................................................................. 4

2.2 Dinamômetros ....................................................................................................... 5

Capítulo 3 - CÉLULA DE TESTES DO LABORATÓRIO DE MÁQUINAS TÉRMICAS

DA UFRJ .................................................................................................................................... 8

3.1 Motor Peugeot 206 1.6 16V .................................................................................. 8

3.2 Dinamômetro I2D Hofmann ................................................................................. 9

Capítulo 4 - TROCADOR DE CALOR DO SISTEMA DE ARREFECIMENTO DO

MOTOR .................................................................................................................................... 11

4.1 Introdução ............................................................................................................ 11

4.2 Trocadores de Calor ............................................................................................ 13

4.2.1 Tipos de Trocadores de Calor ................................................................... 13

4.2.1.1 Classificação Pelo Processo de Transferência ................................... 13

4.2.1.2 Classificação Pelo Nível de Compacticidade .................................... 14

4.2.1.3 Classificação Pelo Tipo de Construção.............................................. 14

4.2.1.4 Classificação Quanto à Disposição das Correntes ............................. 15

4.2.1.5 Classificação Pelo Mecanismo de Transferência de Calor ................ 15

4.3 Organização do Projeto ....................................................................................... 15

4.4 Projeto Térmico do Trocador de Calor ............................................................... 15

4.4.1 Parâmetros Gerais do Sistema .................................................................. 16

4.4.2 Estimativa da Perda de Carga Admissível no Trocador ........................... 20

4.4.3 Cálculo dos Coeficientes de Transferência de Calor ................................ 22

Page 11: projeto de componentes da célula de testes para motores de

xi

4.4.3.1 Especificação dos Componentes do Trocador de Calor .................... 22

4.4.3.2 Parâmetros do Escoamento da Água no Tubo Helicoidal ................. 24

4.4.3.3 Parâmetros do Escoamento da Água no Casco .................................. 26

4.4.3.4 Cálculo do Coeficiente Global de Transferência de Calor ................ 28

4.4.3.5 Análise das Resistências por Depósito Disponível e Requerida ........ 31

4.4.3.6 Cálculo das Perdas de Carga .............................................................. 32

4.5 Projeto Mecânico do Trocador de Calor ............................................................. 33

4.5.1 Verificação da Espessura do Tubo Interno Helicoidal ............................. 34

4.5.2 Verificação da Espessura do Casco .......................................................... 36

4.5.3 Cálculo do Vão Entre Suportes Para o Tubo Interno ................................ 37

4.6 Características do Trocador de Calor Projetado .................................................. 39

4.6.1 Componentes Necessários ........................................................................ 39

4.6.2 Seleção de Materiais ................................................................................. 39

4.6.3 Desenhos Esquemáticos ............................................................................ 39

Capítulo 5 - ACOPLAMENTO MOTOR-DINAMÔMETRO ............................................... 42

5.1 Verificação da resistência do eixo ....................................................................... 44

5.1.1 Análise Pela Teoria Clássica de Eixos e Árvores ..................................... 44

5.1.2 Análise por Elementos Finitos .................................................................. 50

5.2 Proteção do Acoplamento ................................................................................... 54

Capítulo 6 - INSTRUMENTAÇÃO ........................................................................................ 56

6.1 Escolha das Variáveis a Serem Monitoradas ...................................................... 56

6.2 Instrumentação Existente .................................................................................... 57

6.3 Seleção dos Demais Componentes do Sistema de Aquisição de Dados ............. 60

6.3.1 Medição da Temperatura do Combustível ................................................ 61

6.3.2 Medição do Consumo de Combustível ..................................................... 61

6.3.3 Medição da Vazão dos Fluidos do Sistema de Arrefecimento do Motor . 63

6.3.4 Medição de Pressão................................................................................... 63

Page 12: projeto de componentes da célula de testes para motores de

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6.3.5 Análise da Composição dos Gases de Descarga do Motor ....................... 64

Capítulo 7 - CONCLUSÃO E SUGESTÕES ......................................................................... 66

BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................... 68

ANEXOS .................................................................................................................................. 71

Page 13: projeto de componentes da célula de testes para motores de

xiii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 -Tempos de operação de um motor ciclo Otto. ............................................................ 5

Figura 2 -Mecanismo Biela-Eixo de Manivelas. ........................................................................ 6

Figura 3 -Freio de Prony. Adaptado de PLINT e MARTYR (1999). ........................................ 6

Figura 4 - Célula de Testes do LMT, equipada com motor e dinamômetro............................... 8

Figura 5 -Motor Peugeot 1.6 16V (PACHECO, 2012). ............................................................. 9

Figura 6 – Componentes típicos de um dinamômetro elétrico de corrente parasita. (Adaptado

de PLINT por PACHECO,2012) .............................................................................................. 10

Figura 7 - Local de instalação do Trocador de Calor ............................................................... 12

Figura 8 - Circuito ao qual será ligado o trocador de calor ...................................................... 13

Figura 9 - Fluxograma do projeto do Trocador de Calor. ........................................................ 16

Figura 10 -Detalhes do radiador. .............................................................................................. 20

Figura 11 - Detalhes dos dutos do radiador. ............................................................................. 20

Figura 12 -Detalhes da geometria do radiador. ........................................................................ 21

Figura 13 - Trocador de calor do tipo casco e hélice. Adaptado de www.jondom.com .......... 23

Figura 14 -Posicionamento dos tubos no trocador de calor...................................................... 23

Figura 15 -Variação do coeficiente de troca de calor. .............................................................. 26

Figura 16 -Variação do coeficiente de transferência de calor. ................................................. 28

Figura 17 -Esquema da transferência de calor para três seções do trocador. ........................... 29

Figura 18 -Curva de operação da bomba. Adaptado de DANCOR (2013). ............................. 35

Figura 19 -Curva de operação da bomba. Adaptado de DANCOR (2013). ............................. 36

Figura 20 -Viga bi-engastada. .................................................................................................. 38

Figura 21 – Ilustração do trocador de calor em perspectiva. .................................................... 40

Figura 22 – Ilustração do trocador de calor sem o casco em perspectiva. ............................... 40

Figura 23 – Ilustração do trocador de calor. ............................................................................. 41

Figura 24 – Ilustração do trocador de calor sem o casco.......................................................... 41

Figura 25 - Eixo posicionado entre o motor e o dinamômetro ................................................. 43

Figura 26-Ilustração da renderização do eixo........................................................................... 43

Figura 27 - Eixo utilizado nos cálculos. ................................................................................... 44

Figura 28 - Dimensões do eixo utilizado nos cálculos. ............................................................ 45

Figura 29 - Solda por filete na face superior do disco. ............................................................. 48

Figura 30 - Solda por filete na parte inferior do disco.............................................................. 48

Page 14: projeto de componentes da célula de testes para motores de

xiv

Figura 31 - Modelo para análise por elementos finitos. ........................................................... 51

Figura 32 - Resultado da tensão equivalente de vonMises.. ..................................................... 52

Figura 33 - Resultado do deslocamento resultante. .................................................................. 52

Figura 34 - Resultado da deformação. ...................................................................................... 53

Figura 35 -Fator de segurança. ................................................................................................. 53

Figura 36 - Proteção do acoplamento aberta. ........................................................................... 54

Figura 37 - Acoplamento com proteção aberta. ....................................................................... 55

Figura 38 - Acoplamento com proteção fechada. ..................................................................... 55

Figura 39 - Diagrama básico dos componentes de um sistema de aquisição de dados

(PACHECO, 2012). .................................................................................................................. 56

Figura 40 - Célula de Carga MK CSA/ZL-100 (PACHECO, 2012). ....................................... 58

Figura 41 - Condicionador de Sinais MK TC-05 (PACHECO, 2012). .................................... 58

Figura 42 - Sensor Pick-Up magnético DLG SP02-5 8G1SM 80 (PACHECO, 2012). .......... 59

Figura 43 - Reservatório de combustível .................................................................................. 62

Figura 44 - Balança BL-6050-200. Adaptado de www.alfainstrumentos.com.br .................... 62

Figura 45 - Medidor de vazão MTL025RN4WFI / SCFID. Adaptado de www.dwyler.com.br

.................................................................................................................................................. 63

Figura 46 – Transmissor de pressão MBS3000. Adaptado de www.contechind.com.br ......... 64

Figura 47 - Analisador de Gases TESTO 350-XL ................................................................... 65

Figura 48 - Sistema desenvolvido em LabView (PACHECO, 2012). ..................................... 67

Page 15: projeto de componentes da célula de testes para motores de

xv

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Resumo da estratégia de implantação do PROCONVE para veículos leves.

Adaptado de www.mma.gov.br (2013) ...................................................................................... 1

Tabela 2 – Resumo da estratégia de implantação do PROCONVE para veículos pesados.

Adaptado de www.mma.gov.br (2013) ...................................................................................... 2

Tabela 3 -Aspectos gerais do motor Peugeot 1.6 16V (PACHECO, 2012). .............................. 9

Tabela 4 -Parâmetros do circuito primário. .............................................................................. 18

Tabela 5 -Parâmetros do circuito secundário. .......................................................................... 19

Tabela 6 -Detalhes do tubo interno helicoidal. ......................................................................... 23

Tabela 7 -Detalhes do casco. .................................................................................................... 24

Tabela 8 -Detalhes do tubo interno para redução da área de passagem. .................................. 24

Tabela 9 -Resumo dos resultados. ............................................................................................ 25

Tabela 10 -Resumo dos resultados. .......................................................................................... 28

Tabela 11 -Coeficiente de troca de calor para cada seção do trocador. .................................... 31

Tabela 12 -Resultados de deflexão máxima, momento fletor máximo e tensão máxima. ....... 38

Tabela 13 -Componentes para a construção do trocador de calor. ........................................... 39

Tabela 14 - Dados do acoplamento comercial Radex (RADEX ACOPLAMENTOS, 2013). 42

Tabela 15 - Propriedades do material do eixo (MATWEB, 2013). .......................................... 45

Tabela 16 - Diâmetros mínimos para cada seção do eixo. ....................................................... 47

Tabela 17 - Parâmetros calculados para o cordão de solda da face superior............................ 50

Tabela 18 - Parâmetros calculados para o cordão de solda da face inferior. ............................ 50

Tabela 19 - Seleção de Termopares. ......................................................................................... 59

Tabela 20 - Componentes relativos à instrumentação existente na célula. .............................. 60

Tabela 21 - Características do Medidor de Vazão. ................................................................... 63

Tabela 22 – Características do Transmissor de Pressão. .......................................................... 64

Page 16: projeto de componentes da célula de testes para motores de

xvi

LISTA DE SÍMBOLOS

F Força aplicada no braço de alavanca do dinamômetro

ba Braço de alavanca do dinamômetro

Te1 Temperatura de entrada do fluido do circuito primário

Ts1 Temperatura de saída do fluido do circuito primário

Te2 Temperatura de entrada do fluido do circuito secundário

Ts2 Temperatura de saída do fluido do circuito secundário

ρa Massa específica da água

µa Viscosidade dinâmica da água

ka Condutividade térmica da água

cpa Calor específico da água

pra Número de Prandtl da água

ρaqm Massa específica média da água do circuito primário

µaqm Viscosidade dinâmica média da água do circuito primário

kaqm Condutividade Térmica média da água do circuito primário

cpaqm Calor específico médio da água do circuito primário

praqm Número de Prandtl médio da água do circuito primário

ρafm Massa específica média da água do circuito secundário

µafm Viscosidade dinâmica média da água do circuito secundário

kafm Condutividade Térmica média da água do circuito secundário

cpafm Calor específico médio da água do circuito secundário

prafm Número de Prandtl médio da água do circuito primário

Q Carga térmica transferida no trocador de calor

Potútil Potência útil entregue pelo motor

Mq Vazão mássica do fluido no circuito primário

Mf Vazão mássica do fluido no circuito secundário

Dhr Diâmetro hidráulico do duto do radiador

Vrad Velocidade do escoamento no duto do radiador

Arad Área de passagem de água no duto do radiador

Ndutos Número de dutos do radiador

Rerad Número de Reynolds do escoamento no radiador

ΔPrad Perda de carga no radiador

frad Fator de atrito no radiador

Page 17: projeto de componentes da célula de testes para motores de

xvii

Deh Diâmetro externo do tubo helicoidal

Dih Diâmetro interno do tubo helicoidal

Dec Diâmetro externo do casco

Dic Diâmetro interno do casco

Det Diâmetro externo do tubo interno

Dit Diâmetro interno do tubo interno

Velf Velocidade do escoamento da água do circuito secundário

Reh Número de Reynolds do escoamento no tubo helicoidal

Resp Raio da espira do tubo helicoidal

Recrít Número de Reynolds crítico do escoamento no tubo helicodal

p Passo da espira no tubo helicoidal

NDean Número de Dean do escoamento no tubo helicoidal

γ Passo adimensional do tubo helicoidal

He Número de hélice do tubo helicoidal

Nui Número de Nusselt do escoamento no tubo helicoidal

hi Coeficiente de transferência de calor interno ao tubo helicoidal

Ap Área de passagem da água no casco

Pmol Perímetro molhado pela água no casco

Dhc Diâmetro hidráulico da passagem de água no casco

Velq Velocidade do escoamento dágua do circuito primário

Rec Número de Reynolds do escoamento no casco

Nuo Número de Nusselt do escoamento no casco

ho Coeficiente de transferência de calor externo ao tubo helicoidal

Lh Comprimento do tubo helicoidal

C Comprimento do casco

A Área de troca de calor

Nesp Número de espiras do tubo helicoidal

Ts2n Temperatura de saída da água do circuito secundário no trocador

limpo

U1 Coeficiente global de transferência de calor na seção 1

Um Coeficiente global de transferência de calor na seção 2

Tm1 Temperatura da água do circuito primário na seção 2

Tm2 Temperatura da água do circuito secundário na seção 2

Page 18: projeto de componentes da célula de testes para motores de

xviii

U2 Coeficiente global de transferência de calor na seção 3

Ts1n Temperatura de saída da água do circuito primário no trocador

limpo

Ulimpo Coeficiente global de transferência de calor no trocador limpo

LMTDlimpo Diferença de temperatura média logarítmica no trocador limpo

Qlimpo Carga térmica trocada no trocador limpo

Usujo Coeficiente global de transferência de calor no trocador sujo

LMTDsujo Diferença de temperatura média logarítmica no trocador sujo

Rfdisp Resistência por depósito disponível

Rfreq Resistência por depósito requerida

fk Fator de atrito no interior do tubo helicoidal

ΔPh Perda de carga no tubo helicoidal

fc1 Fator de atrito para escoamento turbulento

fc2 Fator de atrito para escoamento laminar

ΔPc Perda de carga no casco

Shh Tensão de escoamento do material do tubo helicoidal

Yh Coeficiente de redução para o material do tubo helicoidal

Eh Eficiência da solda no tubo helicoidal

Ch Margem de corrosão/erosão no tubo helicoidal

Phproj Pressão de projeto interna ao tubo helicoidal

Potbf Potência requeria pela bomba no circuito secundário

thmin Espessura mínima do tubo helicoidal

Pcol Pressão de colapso externa ao tubo helicoidal

Eel Módulo de elaticidade do material do tubo helicoidal

λ Coeficiente de Poison do material do tubo helicoidal

Pcproj Pressão de projeto interna ao casco

tcmin Espessura mínima do casco

Sch Tensão de escoamento do material do casco

Yc Coeficiente de redução para o material do casco

Ec Eficiência da solda no casco

Cc Margem de corrosão/erosão no casco

Dev Diâmetro externo da viga

Div Diâmetro externo da viga

Page 19: projeto de componentes da célula de testes para motores de

xix

Cv Comprimento da viga

Disttubo/helice Distância entre o tubo helicoidal e o tubo interno

Ptubo Peso do tubo helicoidal

Dl Densidade linear do tubo helicoidal

g Aceleração da gravidade

Patubo Peso da água contida no tubo helicoidal

Ptotal Peso total no tubo

Pdist Peso distribuído do tubo

Iti Momento de inércia da viga

Sy Tensão de escoamento do material do eixo

T Torque atuante no eixo

dminest Diâmetro mínimo do eixo relativo à análise estática

Lseção Comprimento de cada seção do eixo

G Módulo de cisalhamento do material do eixo

Θtotal Deformação angular total do eixo

Dseção Diâmetro de cada seção do eixo

Ta Amplitudo torque aplicado no eixo

Tm Torque médio aplicado no eixo

Se Limite de resistência à fadiga para vida infinita

Dmindin Diâmetro mínimo do eixo relativo à análise dinâmica

Ka Fator de acabamento superficial

Kb Fator de tamanho

Kc Fator de confiabilidade

Kd Fator de temperatura

Ke Fator de concentração de tensões

Kf Fator de efeitos diversos

Sut Tensão de resistência à tração

Kfs Fator de concentração de tensão de fadiga da junta soldada

h Comprimento da perna do filete da junta soldada

As Área da união soldada

Asi Área do corda de solda inferior

Ass Área do corda de solda superior

hsi Comprimento da perna do filete de solda inferior

Page 20: projeto de componentes da célula de testes para motores de

xx

hss Comprimento da perna do filete de solda superior

Tqmotor Torque do motor

Fcg Força aplicada pelo braço de torque

Bd Braço de calibração

Potmotor Potência do motor

Nmotor Rotação do motor

Page 21: projeto de componentes da célula de testes para motores de

1

Capítulo 1

INTRODUÇÃO

Motores de combustão interna ainda são uma das mais, senão a mais utilizada máquina

de conversão de energia química em energia mecânica no mundo atual. Contudo, tendo

em vista o cenário global atual, de crescente preocupação ambiental, a utilização de

recursos não renováveis para a geração de energia, como, por exemplo, combustíveis

fósseis como o petróleo, se tornam cada vez mais objetos de estudos e análises, não

somente pela inevitável futura escassez destes, como também pelos danos causados ao

ambiente quando da utilização dos mesmos.

No Brasil, o Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores –

PROCONVE estabelece medidas a serem tomadas de modo a mitigar os impactos

ambientais causados pelo uso de veículos automotores. As Tabs. 1 e 2 mostram de

maneira resumida as etapas de implementação do PROCONVE e suas respectivas

medidas associadas, para veículos leves e pesados, respectivamente. No Anexo 1 se

encontram as tabelas com as informações integrais.

Para análise tanto de desempenho, quanto de emissões de um motor, se faz necessária a

utilização de uma célula de testes, um ambiente adequado e seguro para a instalação dos

componentes necessários ao correto funcionamento do motor e obtenção de dados e

informações que se fazem importantes diante do cenário descrito anteriormente.

Tabela 1 – Resumo da estratégia de implantação do PROCONVE para veículos leves. Adaptado de

www.mma.gov.br (2013)

Fase (Período) Objetivo

L1 (1988-1991) Reciclagem dos Gases de Emissão

L2 (1992-1996) Instalação de Catalisadores e Injeção

Eletrônica

L3 (1997-2004) Instalação de Sensores de Oxigênio

(Sonda Lambda)

L4 (2005-2008) Redução das Emissões de HC e NOx

L5 (2009-2013) Redução das Emissões de HC e NOx

Page 22: projeto de componentes da célula de testes para motores de

2

Tabela 2 – Resumo da estratégia de implantação do PROCONVE para veículos pesados. Adaptado

de www.mma.gov.br (2013)

Fase (Período) Objetivo

P1 e P2 (1990-1993) Controle da Emissão de Gases e de

Material Particulado

P3 (1994-1997) Redução das Emissões de HC, CO e NOx

P4 (1998-2002) Redução das Emissões de HC, CO e NOx

P5 (2003-2008) Redução das Emissões de HC, CO, NOx

e Material Particulado

P6 (2009-2011) Redução das Emissões de HC, CO, NOx

e Material Particulado

1.1 Objetivos

O presente trabalho tem como objetivo o projeto de componentes necessários à

utilização da célula de testes de motores de combustão interna presente no LMT, mais

precisamente o trocador de calor do sistema de arrefecimento e o acoplamento entre o

motor e o dinamômetro utilizados na célula, assim como a seleção dos componentes do

sistema de aquisição de dados, para que seja possível monitorar de maneira confiável os

parâmetros que garantam o bom funcionamento de todo o sistema e, também, a

aquisição de dados para posterior análise.

1.2 Motivação

Quando do início do presente projeto, a principal motivação para a conclusão deste foi a

real possibilidade de fabricação e implementação dos resultados obtidos. A utilização do

projeto para fins acadêmicos e de pesquisa, também foi importante fator na decisão de

realizar este trabalho.

Page 23: projeto de componentes da célula de testes para motores de

3

1.3 Estrutura do Trabalho

De modo a impor uma ordem lógica que facilite o entendimento deste trabalho, este foi

organizado da seguinte maneira: no Cap. 2 é apresentada uma breve descrição de células

de teste para motores de combustão interna e seus diversos componentes, em especial o

motor propriamente dito e o dinamômetro. No Cap.3 será descrita a situação da célula

de testes do Laboratório de Máquinas Térmicas da UFRJ (LMT), quando do início deste

trabalho, incluindo também a descrição tanto do motor quando do dinamômetro que

serão utilizados na célula de testes. O Cap.4 tratará do projeto do trocador de calor do

sistema de arrefecimento do motor, enquanto no Cap. 5 será detalhado o projeto do

acoplamento entre o motor e o dinamômetro. O Cap. 6 terá como objeto de estudo, a

seleção dos componentes do sistema de aquisição de dados da célula de testes, enquanto

o Cap. 7 conterá as conclusões e sugestões de futuros trabalhos.

Page 24: projeto de componentes da célula de testes para motores de

4

Capítulo 2

CÉLULAS DE TESTE PARA MOTORES DE COMBUSTÃO

INTERNA

Segundo PLINT e MARTYR (1999), uma célula de teste é um complexo de máquinas,

instrumentação e serviços, os quais devem operar juntos como um todo. Aspectos tais

como segurança do operador e sistemas de alimentação de combustível, energia elétrica,

água e ar devem ser pensados desde o início do projeto, de modo a suprir de maneira

adequada a demanda de todo este complexo e garantir seu adequado funcionamento.

Dentre os equipamento e sistemas presentes numa célula de teste, podemos destacar,

além dos mencionados anteriormente, o sistema de aquisição de dados, composto por

sensores, placas de aquisição, componentes para tratamentos de sinais e computadores,

além do motor e do dinamômetro. Estes dois últimos serão objetos de uma análise um

pouco mais detalhada a seguir.

2.1 Motores de Combustão Interna

O propósito de um motor de combustão interna é produzir energia mecânica a partir da

energia química contida no combustível (HEYWOOD, 1988). Tendo sua origem em

meados do século XIX com Nicholas Otto (HEYWOOD, 1988), os motores de

combustão interna tiveram nítida evolução no que diz respeito à aspectos construtivos,

principalmente com relação ao peso e ao tamanho, possibilitados pelo desenvolvimento

e/ou descoberta de materiais com melhores propriedades para a construção do mesmo.

Com relação à sua eficiência, apesar de também ter havido uma melhora acentuada

neste quesito, ela ainda continua sendo baixa.

Os motores de combustão interna mais utilizados atualmente são os motores ciclo Otto e

ciclo Diesel. Estes diferem entre si principalmente pelo mecanismo responsável pela

ignição da mistura ar combustível (no Otto pela centelha originada pela vela de ignição,

e no Diesel pela compressão do ar causado pelo movimento do pistão), o que torna

necessária a utilização de combustíveis com diferentes características em cada um deles.

Page 25: projeto de componentes da célula de testes para motores de

5

Tendo como base o ciclo Otto, pode-se observar como a energia liberada pela queima

do combustível é convertida em energia mecânica e como o movimento rotativo do eixo

do motor é gerado através do movimento alternativo do pistão. Na Fig. 1, pode se

observar os tempos de funcionamento de um motor ciclo Otto. No primeiro tempo,

denominado admissão, o movimento do pistão para o ponto morto inferior (PMI) causa

um gradiente de pressão que, combinado com a abertura da válvula de admissão, aspira

a mistura ar combustível para dentro do cilindro do pistão. Em seguida ocorre o tempo

de compressão, onde o pistão se move para o ponto morto superior (PMS) com as

válvulas fechadas, comprimindo a mistura ar combustível. O terceiro tempo é o

chamado tempo Motor, quando ocorre a combustão da mistura originada pela centelha e

também a descida do pistão (expansão). O último tempo é o de exaustão, quando o

pistão se move para cima e a válvula de escape se encontra aberta, fazendo assim com

que os produtos da combustão sejam expulsos do cilindro. Esse movimento alternativo

do pistão é convertido em movimento rotativo através de um mecanismo de biela

acoplado ao eixo de manivelas, como mostra a Fig. 2. Uma análise análoga pode ser

feita ao motor Diesel, respeitando-se algumas diferenças, quanto ao fluido de trabalho,

modo de injeção de combustível e mecanismo de ignição.

Figura 1 -Tempos de operação de um motor ciclo Otto.

2.2 Dinamômetros

Dinamômetros são dispositivos capazes de mensurar o torque advindo do eixo de saída

de motores através da geração de torque resistivo. O princípio de funcionamento utiliza-

Page 26: projeto de componentes da célula de testes para motores de

6

Figura 2 -Mecanismo Biela-Eixo de Manivelas.

do é o de que, para que a rotação do eixo do motor (que está acoplado ao eixo do

dinamômetro) seja constante, é necessário que o torque resistivo gerado no

dinamômetro seja tal que tenha o mesmo módulo, porém sentido oposto ao torque

gerado pelo motor (PLINT e MARTYR, 1999).

Os diversos tipos de dinamômetros se diferenciam pelo mecanismo de geração do

torque resistivo. A Fig. 3 ilustra o funcionamento de um dos primeiros dinamômetros

construídos, chamado Freio de Prony.

Figura 3 -Freio de Prony. Adaptado de PLINT e MARTYR (1999).

Page 27: projeto de componentes da célula de testes para motores de

7

O torque resistivo é obtido a partir da aplicação de uma força F em um braço de

alavanca de comprimento ba. É importante destacar que a potência não é medidas de

maneira direta, mas sim obtidas através de cálculos que envolvem tanto a rotação do

motor (no cálculo da potência) quanto do valor da força F. Outros tipos de

dinamômetros utilizam princípios hidráulicos ou elétricos na geração do torque

resistivo.

Page 28: projeto de componentes da célula de testes para motores de

8

Capítulo 3

CÉLULA DE TESTES DO LABORATÓRIO DE MÁQUINAS

TÉRMICAS DA UFRJ

Quando do início do presente trabalho, a célula de teste localizada no Laboratório de

Máquinas Térmicas da UFRJ – LMT (Fig. 4) já se encontrava equipada com o motor e

com o dinamômetro, além de parte da instrumentação necessária para o monitoramento

do dinamômetro. A seguir, serão descritas as características destes componentes.

Figura 4 - Célula de Testes do LMT, equipada com motor e dinamômetro

3.1 Motor Peugeot 206 1.6 16V

O motor Peugeot1.6 16V é um motor de combustão interna de ignição por centelha. A

Tab. 3 mostra de forma resumida, os principais aspectos deste motor, que serão úteis no

decorrer deste trabalho. A Fig. 5 mostra o motor nas dependências do LMT.

Page 29: projeto de componentes da célula de testes para motores de

9

Tabela 3 -Aspectos gerais do motor Peugeot 1.6 16V (PACHECO, 2012).

Modelo Peugeot1.6 16V

Número de Cilindros 4 em Linha

Número de Válvulas por Cilindro 4

Cilindrada Total 1587 cm³

Potência Máxima 110 CV @ 5750 RPM

Torque Máximo 15 kgf.m @ 4000 RPM

Razão de Compressão 10.5

Sistema de Alimentação Injeção Eletrônica

Diâmetro x Curso do Pistão 78.5 x 82 mm

Figura 5 -Motor Peugeot 1.6 16V (PACHECO, 2012).

3.2 Dinamômetro I2D Hofmann

O dinamômetro presente no LMT é o dinamômetro I2D, da marca Hofmann. Aqui, cabe

ressaltar o trabalho realizado pelo Engenheiro César Pacheco, responsável pela

recuperação do equipamento, assim como o estudo que verifica a compatibilidade entre

o motor e o dinamômetro (PACHECO, 2012).

Page 30: projeto de componentes da célula de testes para motores de

10

Este é um dinamômetro elétrico de corrente parasita, que utiliza o campo magnético

gerado pela bobina para induzir o torque resistivo no rotor (PACHECO, 2012). A Fig. 6

mostra de maneira esquemática os componentes típicos deste tipo de dinamômetro.

Figura 6 – Componentes típicos de um dinamômetro elétrico de corrente parasita. (Adaptado de PLINT

por PACHECO,2012)

Page 31: projeto de componentes da célula de testes para motores de

11

Capítulo 4

TROCADOR DE CALOR DO SISTEMA DE ARREFECIMENTO

DO MOTOR

4.1 Introdução

Durante o processo de combustão, o interior do cilindro de um motor de combustão

interna pode atingir temperaturas da ordem de 2500 K, ou aproximadamente 2230 °C.

Como a máxima temperatura sob a qual o material da câmara de combustão pode

trabalhar se encontra muito abaixo desse valor, portanto, o resfriamento do cilindro e do

pistão se faz necessário (HEYWOOD, 1988). O sistema responsável pela manutenção

da temperatura dentro de uma faixa ótima é o sistema de arrefecimento.

Para que a energia térmica seja transferida do motor para o ambiente externo, é

necessário que haja um meio arrefecedor. Os meios mais comumente utilizados são o ar

e/ou a água.

Sistemas de arrefecimento a ar – usado em aviões, motocicletas e

alguns veículos e tratores. Normalmente os motores são aletados,

aumentando a superfície de troca de calor.

Sistemas de arrefecimento a água – usado em motores estacionários

agrícolas e industriais. O controle da temperatura é feito através de

uma válvula termostática e só ocorre o superaquecimento se faltar

água.

Sistema de arrefecimento a ar e água – usado em motores de

pequena, média e alta potência de tratores e veículos. A água circula

pelo motor, retirando calor do mesmo, e o transfere para o ar, por

meio de um trocador de calor, normalmente um radiador, que

também conta com uma ventoinha instalada na parte frontal, para

aumentar o fluxo de ar sobre o radiador e, consequentemente, a troca

de calor entre os meios.

Page 32: projeto de componentes da célula de testes para motores de

12

Neste trabalho, o foco do projeto do sistema de arrefecimento será o dimensionamento

termo-mecânico de um trocador de calor capaz de substituir o radiador no papel de

arrefecer o motor Peugeot 1.6 16V de maneira adequada, respeitando os seguintes

requisitos:

Ocupar um espaço reduzido, com aproximadamente 1 m² de área (Fig.

7).

Perda de Carga tal que seja possível utilizar a bomba d’água original do

motor

Fácil aquisição de componentes e fabricação

Baixo investimento (não foi especificado um valor máximo)

Figura 7 - Local de instalação do Trocador de Calor

O trocador de calor será ligado ao sistema de água do LMT, conforme mostrado de

maneira esquemática na Fig. 8. A cor azul representa o fluido frio e a cor vermelha

representa o fluido quente.

Page 33: projeto de componentes da célula de testes para motores de

13

Figura 8 - Circuito ao qual será ligado o trocador de calor

4.2 Trocadores de Calor

Segundo OZISIK (1990), trocadores de calor são equipamentos que facilitam a troca de

calor entre dois ou mais fluidos em temperaturas diferentes. Em alguns tipos de

trocadores, como o casco-e-tubo e o próprio radiador automotivo, a transferência de

calor acontece principalmente pelos mecanismos de convecção e condução, de um

fluido quente para um fluido frio, separados por uma parede metálica. Em outros tipos,

como nas torres de resfriamento, a troca de calor ocorre pelo contato direto entre os

fluidos quente e frio. Aplicações típicas envolvem, entre outros, aquecimento e

resfriamento de ambientes, produção de potência, recuperação de calor em processos e

processamento químico (INCROPERA et al., 2008).

4.2.1 Tipos de Trocadores de Calor

De acordo com OZISIK (1990), os trocadores de calor podem ser classificados por

cinco critérios diferentes: processo de transferência, nível de compacticidade, tipo de

construção, disposição das correntes e o mecanismo de transferência de calor.

4.2.1.1 Classificação Pelo Processo de Transferência

Contato Direto – neste tipo ocorre o contato entre os fluidos

envolvidos no processo, como, por exemplo, ocorre em torres de

resfriamento;

Page 34: projeto de componentes da célula de testes para motores de

14

Contato Indireto – neste tipo de trocador de calor, os fluidos de

trabalho estão separados por uma superfície, normalmente metálica,

como ocorre em trocadores do tipo casco-e-tubo, duplo-tubo e

também em radiadores (OZISIK, 1990).

4.2.1.2 Classificação Pelo Nível de Compacticidade

Para que um trocador seja dito compacto, é necessário que a densidade de área

superficial em um dos lados do trocador seja superior a 700 m²/m³. Radiadores e o

próprio pulmão humano são exemplos de trocadores de calor compactos (OZISIK,

1990).

4.2.1.3 Classificação Pelo Tipo de Construção

Trocadores de calor tubulares – talvez os mais utilizados, possuem

custo relativamente baixo e podem operar em uma ampla faixa de

pressões e temperaturas. Trocadores do tipo casco-e-tubo e também

do tipo duplo-tubo são exemplos de trocadores pertencentes a esta

categoria;

Trocadores de calor de placa – são constituídos por placas delgadas e,

normalmente são projetadas para temperaturas e pressões moderadas.

Trocadores de calor de placa aletada – semelhantes ao anterior,

porém com aletas que aumentam o fator de compacticidade;

Trocadores de calor de tubo aletados – utilizados em situações em

que seja necessário operar com altas pressões com um maior nível de

compacticidade;

Trocadores de calor regenerativos – neste tipo, o fluido quente

transfere calor para o miolo do trocador e, em seguida, o fluido frio

escoa pelo miolo do trocador, recuperando o calor cedido pelo fluido

quente. Diz-se que é estático quando os fluxos dos fluidos são

controlados para ocorrerem alternadamente, ou dinâmico, quando o

movimento do miolo do trocador faz com que hora haja o contato

com o fluido quente, hora com o fluido frio (OZISIK, 1990).

Page 35: projeto de componentes da célula de testes para motores de

15

4.2.1.4 Classificação Quanto à Disposição das Correntes

Correntes paralelas – os fluidos entram pela mesma extremidade do

trocador, escoam no mesmo sentido e deixam o trocador pela outra

extremidade;

Contracorrente – os fluidos entram por extremidades opostas do

trocador e fluem em sentidos opostos;

Correntes cruzadas – neste tipo de trocador, os fluidos escoam

perpendicularmente entre si (OZISIK, 1990).

4.2.1.5 Classificação Pelo Mecanismo de Transferência de Calor

As possibilidades para o mecanismo de transferência de calor incluem uma combinação

de quaisquer dois entre os seguintes:

Convecção forçada ou convecção livre monofásica;

Mudança de fase (ebulição ou condensação);

Radiação ou convecção e radiação combinadas (OZISIK, 1990).

4.3 Organização do Projeto

Para que o projeta fosse executado seguindo uma sequência lógica, o fluxograma

exibido na Fig. 9 foi construído.

4.4 Projeto Térmico do Trocador de Calor

Quando do início deste projeto, foi decidido que o trocador de calor projetado teria que

atender alguns requisitos gerais, comuns senão à todos, à grande maioria dos projetos de

Page 36: projeto de componentes da célula de testes para motores de

16

Figura 9 - Fluxograma do projeto do Trocador de Calor.

trocadores de calor, tais como o tamanho, custo, perda de carga e facilidade de

fabricação. Em relação ao tamanho, por consequência do espaço disponível na célula de

testes, foi acordado que o tamanho não deveria exceder 1 m² de área ocupada. Para o

critério de custo, não houve nenhuma restrição de preço, contudo deveria se buscar usar

as alternativas mais vantajosas no aspecto financeiro. Com o que diz respeito à perda de

carga, esta foi limitada pela perda de carga estimada em um radiador relativo ao motor

Peugeot 1.6 16V, para que fosse possível a utilização da bomba d’água original do

motor. Sobre a facilidade de fabricação, foi decidido que o trocador fosse tal, que fosse

possível sua fabricação nas próprias dependências do LMT. Por motivo de facilidade de

obtenção, escolheu-se a água para ser o fluido de trabalho, tanto como fluido quente,

misturada com etilenoglicol (na proporção de 1 parte de etilenoglicol para 2 partes de

água), quanto como fluido frio, oriunda das instalações do laboratório.

4.4.1 Parâmetros Gerais do Sistema

Primeiramente, calculou-se alguns parâmetros independentes do tipo de trocador

escolhido, como as relações entre as propriedades termofísicas da água em função da

temperatura, vazões mássicas dos fluidos de trabalho e carga térmica à ser trocada no

equipamento.

De acordo com PLINT e MARTYR (1999), as temperaturas de entrada e saída da água

de refrigeração do motor (fluido quente) no trocador são, respectivamente, Te1 igual à 80

Page 37: projeto de componentes da célula de testes para motores de

17

°C e Ts1 igual à 70 °C. Para as temperaturas da água no circuito secundário (fluido frio),

as seguintes considerações foram feitas:

A temperatura de saída da água Ts2 deve ser igual a 50 °C, para evitar o

aumento do fator de incrustamento (TEMA, 1999) e diminuir a exigência da

bomba.

A temperatura de entrada da água Te2 será considerada como sendo igual à

30 °C, levando em conta a temperatura de bulbo úmido média no Rio de

Janeiro de 26 °C (ASHRAE, 2009), adicionada um fator de approach de 4°C

(SPX COOLING TECHNOLOGIES, 2006), relativo ao resfriamento da

água na torre de resfriamento.

A seguir, serão apresentadas as funções que relacionam as propriedades termofísicas da

água com a temperatura, Eqs. 1 a 5. A temperatura deve ser expressa em [°C].

Massa específica ρa em [kg/m³] (KELL, 1975):

𝜌𝑎(𝑇) =999,83952 + (16,945176. 𝑇) − (7,9870401.

𝑇2

103) − (46,170461.𝑇3

106)

1 + (16,879850.𝑇

103) +

+ (105,56302.

𝑇4

109) − (280,54253.𝑇5

1012)

1 + (16,879850.𝑇

103)

(1)

Viscosidade μa em[Pa.s] (KESTIN, SOKOLOV e WAKEHAM, 1978):

𝜇𝑎(𝑇) =

=

(1002. 𝑒(

20−𝑇

𝑇+96).(1,2378−(

1,303

1000.(20−𝑇))+(

3,06

1000000.(20−𝑇)2)+(

2,55

100000000.(20−𝑇)3))

)

106

(2)

Condutividade térmica ka em [kW/m°C] (RAMIRES, DE CASTRO, et al.,

1995):

Page 38: projeto de componentes da célula de testes para motores de

18

𝑘𝑎(𝑇)

= 0,6065.

−1,48445 + (4,12292. (𝑇+273,15

298,15)) − (1,638667. ((

𝑇+273,15

298,15)

2))

103

(3)

Calor específico cpa em [kJ/kg°C] (OSBORNE, STIMSON e GINNINGS,

1939):

𝑐𝑝𝑎(𝑇) = 4,1855. (0,996185 + 0,0002874. ((𝑇 + 100

100)

5,26

)

+ 0,011160. (10(−0,036.𝑇)))

(4)

Número de Prandtl pra (OZISIK, 1990):

𝑝𝑟𝑎(𝑇) =𝜇𝑎(𝑇). 𝑐𝑝𝑎(𝑇)

𝑘𝑎(𝑇) (5)

As Tabs. 4 e 5 ilustram de forma resumida alguns parâmetros calculados para a água

nos dois circuitos.

Tabela 4 -Parâmetros do circuito primário.

Água do circuito primário

Temperatura de entrada no trocador Te1 = 80 °C

Temperatura de saída do trocador Ts1 = 70 °C

Massa específica na temperatura média ρaqm = 974,8 kg/m³

Viscosidade na temperatura média μaqm = 6,6.10-4 Pa.s

Condutividade na temperatura média kaqm= 6,6.10-4 kW/m°C

Calor específico na temperatura média cpaqm= 4,19 kJ/kg°C

Número de Prandtl na temperatura média praqm= 4,14

Page 39: projeto de componentes da célula de testes para motores de

19

Tabela 5 -Parâmetros do circuito secundário.

Água do circuito secundário

Temperatura de entrada no trocador Te2 = 30 °C

Temperatura de saída do trocador Ts2 = 50 °C

Massa específica na temperatura média ρafm = 992,2 kg/m³

Viscosidade na temperatura média μafm = 8,3.10-4 Pa.s

Condutividade na temperatura média kafm= 6,3.10-4 kW/m°C

Calor específico na temperatura média cpafm = 4,18 kJ/kg°C

Número de Prandtl na temperatura média prafm = 5,01

De acordo com PLINT e MARTYR (1999), o sistema deve ser capaz de trocar uma

carga térmica equivalente a 90% da máxima potência útil entregue pelo motor. Utilizou-

se

𝑄 = 0,9. 𝑃𝑜𝑡ú𝑡𝑖𝑙 (6)

para obtenção deste valor, onde:

Q- Carga térmica a ser trocada no equipamento [kW]

Potútil= 110CV = 80,9 kW

Substituindo os dados na Eq.6, chegamos à Q igual à 72.8 kW.

Pode-se calcular a vazão mássica da água de refrigeração do motor pela Eq.7.

𝑀𝑞 =𝑄

𝑐𝑝𝑎𝑞𝑚. (𝑇𝑒1 − 𝑇𝑠1) (7)

Dados:

Mq – Vazão mássica da água de refrigeração [kg/s]

Fazendo a substituição dos dados na Eq.7, obtemos o valor de 1,7 kg/s para a vazão

mássica da água de refrigeração.

Page 40: projeto de componentes da célula de testes para motores de

20

Fazendo uso da Eq.8, obtém-se o valor da vazão mássica de água no circuito secundário

Mf igual à 0,9 kg/s.

𝑀𝑓 =𝑄

𝑐𝑝𝑎𝑓𝑚. (𝑇𝑠2 − 𝑇𝑒2) (8)

4.4.2 Estimativa da Perda de Carga Admissível no Trocador

Para estimar a perda de carga admissível no trocador, foi necessário analisar a geometria

de um radiador original do Motor Peugeot 1.6 16V. Para tal, visitou-se a Concessionária

Peugeot La Tour, localizada no centro do Rio de Janeiro, onde o técnico mecânico Igor

Alessandro mostrou o radiador (Figs. 10 e 11) e pôde-se obter as informações

necessária para a estimativa da perda de carga no radiador, levando-se em consideração

a vazão mássica da água de refrigeração do motor calculada no item anterior.

Figura 10 -Detalhes do radiador.

Figura 11 - Detalhes dos dutos do radiador.

Page 41: projeto de componentes da célula de testes para motores de

21

A Fig. 12 mostra de maneira esquemática a geometria do radiador.

Figura 12 -Detalhes da geometria do radiador.

Com a Eq.9, obtemos o diâmetro hidráulico da seção de passagem do radiador Dhr igual

à 6,12 mm. A área e o perímetro foram obtidos através do software SolidWorks.

𝐷ℎ𝑟 =4.94,26

61,56 (9)

A velocidade do escoamento em cada um dos dutos, Vrad, igual a 0,0016 m/s, é dada

pela Eq.10,

𝑉𝑟𝑎𝑑 =𝑀𝑞

𝐴𝑟𝑎𝑑 . 𝜌𝑎𝑞𝑚. 𝑁𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 (10)

onde:

Arad - área da seção do duto do radiador = 94,26 mm²

Ndutos– número de dutos do radiador = 120

Para o cálculo do Número de Reynolds, Rerad, utilizou-se a Eq.11.

Page 42: projeto de componentes da célula de testes para motores de

22

𝑅𝑒𝑟𝑎𝑑 =𝜌𝑎𝑞𝑚. 𝑉𝑟𝑎𝑑. 𝐷ℎ𝑟𝑎𝑑

𝜇𝑎𝑞𝑚 (11)

Substituindo-se os valores na Eq. 11, encontra-se Rerad igual à 14,3.

Com isso, utilizando a Eq.12, pode-se estimar a perda de carga total no radiador, ΔPrad,

que é igual à 44,4 kPa.

Δ𝑃𝑟𝑎𝑑 = 𝑁𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠. 𝑓𝑟𝑎𝑑 . 𝜌𝑎𝑞𝑚. (𝑉𝑟𝑎𝑑

2

2) . (

𝑙

𝐷ℎ𝑟) (12)

Com a Eq.13 e 14 sendo responsáveis pelo cálculo do fator de atrito (usa-se o maior dos

resultados), frad, com valor igual à 4,66.

𝑓𝑟𝑎𝑑 = (0,79. ln(𝑅𝑒𝑟𝑎𝑑) − 1,64)2 (13)

𝑓𝑟𝑎𝑑 =64

𝑅𝑒𝑟𝑎𝑑 (14)

4.4.3 Cálculo dos Coeficientes de Transferência de Calor

4.4.3.1 Especificação dos Componentes do Trocador de Calor

Como primeira opção, buscou-se um trocador do tipo duplo-tubo, um dos tipos mais

comuns e simples de trocadores de calor. Como não se conseguiu projetar um trocador

que atendesse à todos os requisitos estabelecidos, foi decidido que o trocador seria um

trocador do tipo casco e hélice (ver Fig. 13), com o tubo interno sendo composto por um

tubo de cobre espiralado. Como havia uma restrição maior da perda de carga para a

água do circuito primário, esta foi escolhida para escoar no casco, ao passo que a água

do circuito secundário escoaria dentro do tubo helicoidal. Para diminuir a área de

passagem do fluido no casco, aumentando assim a troca de calor, um tubo foi

posicionado no centro da espira de modo à forçar a passagem do fluido do casco pelas

Page 43: projeto de componentes da célula de testes para motores de

23

espiras do tubo helicoidal, como mostrado na Fig. 14. As Tabs 6, 7 e 8 mostram as

especificações deste material.

Figura 13 - Trocador de calor do tipo casco e hélice. Adaptado de www.jondom.com

Figura 14 -Posicionamento dos tubos no trocador de calor.

Tabela 6 -Detalhes do tubo interno helicoidal. Adaptado de www.refritubos.com.br

Tubo Interno Helicoidal

Material Cobre

Condutividade

Térmica 0,4 kW/m°C (Ozisik, 1990)

Diâmetro Externo Deh = 12,7 mm

Diâmetro Interno Dih = 11,2 mm

Page 44: projeto de componentes da célula de testes para motores de

24

Tabela 7 -Detalhes do casco. Adaptado de www.acotubos.com.br

Casco

Material Aço

Especificação 8” SCH40

Diâmetro Externo Dec = 219,07 mm

Diâmetro Interno Dic = 202,71 mm

Tabela 8 -Detalhes do tubo interno para redução da área de passagem. . Adaptado de

www.acotubos.com.br

Tubo Interno para Redução da Área de Passagem

Material Aço

Especificação 6” SCH40

Diâmetro Externo Det = 168,3 mm

Diâmetro Interno Dit = 154,08 mm

4.4.3.2 Parâmetros do Escoamento da Água no Tubo Helicoidal

Para o cálculo da velocidade do escoamento Velf, utilizou-se a Eq.15, obtendo-se Velf

igual à 8,91 m/s.

𝑉𝑒𝑙𝑓 = 4.𝑀𝑓

𝜋. 𝜌𝑎𝑓𝑚. 𝐷𝑖ℎ2

(15)

Usando a Eq.16, encontrou-se o Número de Reynolds do escoamento Reh igual à

119002.

𝑅𝑒ℎ = 𝜌𝑎𝑓𝑚. 𝑉𝑒𝑙𝑓 .𝐷𝑖ℎ

𝜇𝑎𝑓𝑚

(16)

O raio da espira Resp foi escolhido como sendo igual à 92 mm.

O Número de Reynolds Crítico do escoamento, Recrit, é obtido pela Eq. 17, segundo

SOBOTA (2011).

Page 45: projeto de componentes da célula de testes para motores de

25

𝑅𝑒𝑐𝑟𝑖𝑡 = 2300. (1 + (8,6. (0,00435

2. 𝑅𝑒𝑠𝑝))0,45)

(17)

O resultado obtido foi Recrit igual à 5968, caracterizando assim o escoamento como

turbulento.

O passo espiral p foi escolhido como sendo igual à 25,4 mm.

Os parâmetros número de Dean (NDean), passo adimensional (γ), número helicoidal (He)

e número de Nusselt (Nui) foram calculados pelas Eqs. 18 a 21, de acordo com

SALIMPOUR (2009).

𝑁𝐷𝑒𝑎𝑛 = 𝑅𝑒ℎ. ((𝐷𝑖ℎ

2. 𝑅𝑒𝑠𝑝)

0,5

)

(18)

𝛾 =𝑝

2. π. 𝑅𝑒𝑠𝑝

(19)

𝐻𝑒 =𝑁𝐷𝑒𝑎𝑛

(1 + 𝛾2)0,5

(20)

𝑁𝑢𝑖 = 0,152. (𝑁𝐷𝑒𝑎𝑛0,431). (𝑝𝑟𝑎𝑓𝑚

1,06). (𝛾−0,277) (21)

Os resultados estão expostos na Tab. 9.

Tabela 9 -Resumo dos resultados.

Número de Dean NDean = 29360

Passo Adimensional γ = 0,044

Número Helicoidal He = 29332

Número de Nusselt Nui = 186,1

O coeficiente de troca de calor pelo lado do tubo hi(T) é determinado pela relação

expressa pela Eq.22.

Page 46: projeto de componentes da célula de testes para motores de

26

ℎ𝑖(𝑇) = 𝑁𝑢𝑖 .𝑘𝑎(𝑇)

𝐷𝑖ℎ

(22)

A Fig. 15 mostra a variação do coeficiente de troca de calor dentro da faixa de

temperatura de 26 a 50 °C.

Figura 15 -Variação do coeficiente de troca de calor.

4.4.3.3 Parâmetros do Escoamento da Água no Casco

A área de passagem da água, Ap, é obtida através da Eq.23, sendo igual à 0,0027 m².

𝐴𝑝 = 𝜋.𝐷𝑖𝑐

2 − (2. 𝑅𝑒𝑠𝑝 + 𝐷𝑖ℎ)2

+ (2. 𝑅𝑒𝑠𝑝 − 𝐷𝑖ℎ)2

− 𝐷𝑒𝑡2

4

(23)

O perímetro molhado, Pmol, é calculado com a Eq.24, tendo valor igual a 2,32 m².

𝑃𝑚𝑜𝑙 = 𝜋. (𝐷𝑖𝑐 + (2. 𝑅𝑒𝑠𝑝 + 𝐷𝑖ℎ) + (2. 𝑅𝑒𝑠𝑝 − 𝐷𝑖ℎ) + 𝐷𝑒𝑡) (24)

Com estes valores, e utilizando a Eq.25, calculamos o diâmetro hidráulico, Dhc, com

valor de 4,63 mm.

𝐷ℎ𝑐 = 4.𝐴𝑝

𝑃𝑚𝑜𝑙

(25)

Page 47: projeto de componentes da célula de testes para motores de

27

A velocidade do escoamento, Velq, é calculada através da Eq.26, e tem o valor de 0,67

m/s.

𝑉𝑒𝑙𝑞 =𝑀𝑞

𝜌𝑎𝑞𝑚. 𝐴𝑝

(26)

Com o valor da velocidade, pode-se calcular o valor do número de Reynolds do

escoamento utilizando a Eq.27.

𝑅𝑒𝑐 =𝐷ℎ𝑐 . 𝑉𝑒𝑙𝑞. 𝜌𝑎𝑞𝑚

𝜇𝑎𝑞𝑚

(27)

Substituindo todos os valores, obtemos Rec igual a 4568, caracterizando o escoamento

como pertencente à região de transição entre os escoamentos laminar e turbulento

(TABOREK, 1997).

Então, usando a Eq.28, segundo SALIMPOUR (2009), encontramos o número de

Nusselt, Nuo, com valor de 94,9.

𝑁𝑢𝑜 = 19,61. 𝑅𝑒𝑐0,513. 𝑝𝑟𝑎𝑞𝑚

0,129. 𝛾0,938 (28)

Com isso, então se calculou o coeficiente de transferência de calor pelo lado do casco

ho(T), usando a Eq.29.

ℎ𝑜(𝑇) = 𝑁𝑢𝑜 .𝑘𝑎(𝑇)

𝐷ℎ𝑐

(29)

A Fig. 16 mostra a variação de ho(T) dentro da faixa de temperatura de 70 a 80 °C.

Page 48: projeto de componentes da célula de testes para motores de

28

Figura 16 -Variação do coeficiente de transferência de calor.

4.4.3.4 Cálculo do Coeficiente Global de Transferência de Calor

As Eqs. 30 a 32 representam as relações para calcular, respectivamente, o comprimento

do tubo helicoidal Lh(Nesp), o comprimento mínimo do casco necessário C(Nesp) e a área

de troca de calor A(Nesp) em função do número de espiras Nesp, e foram obtidas de

PATIL, SHENDE e GHOSH (1982).

𝐿ℎ(𝑁𝑒𝑠𝑝) = 𝑁𝑒𝑠𝑝. ((2. 𝜋. 𝑅𝑒𝑠𝑝)2

+ 𝑝)0,5

(30)

𝐶(𝑁𝑒𝑠𝑝) = 𝑁𝑒𝑠𝑝. 𝑝 + 𝐷𝑖ℎ (31)

𝐴(𝑁𝑒𝑠𝑝) = 𝐿ℎ(𝑁𝑒𝑠𝑝). 𝜋. 𝐷𝑖ℎ (32)

Para o número de espiras Nesp igual a 20, temos os seguintes resultados, expostos na

Tab. 10.

Tabela 10 -Resumo dos resultados.

Lh(20) 12 m

C(20) 0,52 m

A(20) 0,48 m²

Analisando o trocador em três seções diferentes, como pode ser visto na Fig. 17, foi

considerado que, no trocador novo, o fluido do circuito secundário sai com temperatura

Ts2n igual à 55 °C e, então, a temperatura de saída do fluido no circuito primário foi

calculada. Foram consideradas 20 espiras no tubo interno helicoidal do trocador.

Page 49: projeto de componentes da célula de testes para motores de

29

Figura 17 -Esquema da transferência de calor para três seções do trocador.

Seção 1

Através de

𝑈1 =ℎ𝑖(𝑇𝑠2𝑛). ℎ𝑜(𝑇𝑒1)

ℎ𝑖(𝑇𝑠2𝑛) + ℎ𝑜(𝑇𝑒1)

(33)

calculou-se o coeficiente global de transferência de calor na seção 1, U1, encontrando-se

o valor de 6,02 kW/m²°C.

Seção 2

Através da solução do sistema de equações formado pelas Eqs. 34 a 37, obtidas a partir

do balanço de energia do sistema, onde q denota o calor trocado pelos fluidos entre as

seções 1 e 2, calculou-se o coeficiente global de transferência de calor na seção 2, Um,

de forma interativa, onde, num primeiro momento, extrapola-se o valor de U1 para Um,

encontra-se as temperaturas Tm1 e Tm2, calcula-se o novo valor de Um utilizando a Eq.36

e repete-se o processo até que os valores convirjam. Foram necessárias 2 iterações para

que o valor convergisse com precisão de 0,001 kW/m²°C, encontrando-se o valor de

5,95 kW/m²°C. As temperaturas convergiram com precisão de 0,1ºC, suficiente para

este trabalho.

Page 50: projeto de componentes da célula de testes para motores de

30

𝑞 = (𝐴(20)

2) . (

𝑈1. (𝑇𝑚1 − 𝑇𝑚2) − 𝑈𝑚(𝑇𝑒1 − 𝑇𝑆2𝑛)

𝐿𝑛 (𝑈1.(𝑇𝑚1−𝑇𝑚2)

𝑈𝑚.(𝑇𝑒1−𝑇𝑠2𝑛))

)

(34)

𝑞 = 𝑀𝑓 . 𝑐𝑝𝑎𝑓𝑚. (𝑇𝑠2𝑛 − 𝑇𝑚2) (35)

𝑞 = 𝑀𝑞 . 𝑐𝑝𝑎𝑞𝑚. (𝑇𝑒1 − 𝑇𝑚1) (36)

𝑈𝑚 =ℎ𝑖(𝑇𝑚2). ℎ𝑜(𝑇𝑚1)

ℎ𝑖(𝑇𝑚2) + ℎ𝑜(𝑇𝑚1)

(37)

Seção 3

Utilizando metodologia análoga à usada na seção anterior, calculou-se o coeficiente

global de transferência de calor U2, com resultado igual a 5,82 kW/m²°C. A temperatura

de saída da água de refrigeração do motor calculada, Ts1n, tem valor igual a 68 °C,

adequada ao objetivo do projeto, contemplando uma margem operacional de segurança,

eficaz para que o período entre interrupções da operação para limpeza e manutenção

seja maior.

A fim de calcular o coeficiente global de transferência de calor do equipamento, Unovo,

primeiramente utilizou-se a Eq.38 para o cálculo da diferença de temperatura média

logarítmica (LMTDlimpo), obtendo-se um valor de 31,2 °C.

𝐿𝑀𝑇𝐷𝑙𝑖𝑚𝑝𝑜 =(𝑇𝑒1 − 𝑇𝑠2𝑛) − (𝑇𝑠1𝑛 − 𝑇𝑒2)

𝐿𝑛 (𝑇𝑒1−𝑇𝑠2𝑛

𝑇𝑠1𝑛−𝑇𝑒2)

(38)

Em seguida, pode-se calcular Ulimpo, utilizando a Eq.39, com resultado de 5,87

kW/m²°C.

𝑈𝑙𝑖𝑚𝑝𝑜 =𝑀𝑞 . 𝑐𝑝𝑎𝑞𝑚. (𝑇𝑒1 − 𝑇𝑠1𝑛)

𝐴(20). 𝐿𝑀𝑇𝐷

(39)

Page 51: projeto de componentes da célula de testes para motores de

31

Então, calculou-se a quantidade de calor trocada no equipamento novo, Qlimpo, fazendo

uso da Eq.40. O valor encontrado foi de 87,6 kW, o que representa um aumento de

cerca de 20% em relação a carga térmica calculada com os valores de temperaturas

iniciais.

𝑄𝑙𝑖𝑚𝑝𝑜 = 𝑀𝑞 . 𝑐𝑝𝑎𝑞𝑚. (𝑇𝑒1 − 𝑇𝑠1𝑛) (40)

A Tab. 11 mostra os coeficientes de troca de calor, para o tubo e para o casco, nas 3

seções especificadas anteriormente.

Tabela 11 -Coeficiente de troca de calor para cada seção do trocador.

SEÇÃO hi[kW/m²°C] ho[kW/m²°C]

1 10,76 13,68

2 10,55 13,62

3 10,21 13,53

4.4.3.5 Análise das Resistências por Depósito Disponível e Requerida

O acúmulo de depósitos indesejáveis sobre as superfícies de trocadores de calor é

geralmente referida como incrustação. A presença destes depósitos representa uma

resistência à transferência de calor e, portanto, reduz a eficiência do trocador de calor

em questão. (BOTT, 1995). Utilizando os valores do coeficiente global de transferência

de calor do trocador sujo, Usujo, e o coeficiente global de transferência de calor do

trocador novo, Ulimpo, pode-se encontrar o valor disponível para essa resistência e

compará-lo com o valor recomendado em TEMA (1999), baseado na experiência de

fabricantes. Ulimpo foi calculado anteriormente, e possui o valor de 5,87 kW/m²°C,

enquanto Usujo possui o valor de 4,39 kW/m²ºC e é dado pela Eq.42, onde o LMTDsujo é

obtido através da Eq.41, com valor de 34,8 ºC .

𝐿𝑀𝑇𝐷𝑠𝑢𝑗𝑜 =(𝑇𝑒1 − 𝑇𝑠2) − (𝑇𝑠1 − 𝑇𝑒2)

𝐿𝑛 (𝑇𝑒1−𝑇𝑠2

𝑇𝑠1−𝑇𝑒2)

(41)

Page 52: projeto de componentes da célula de testes para motores de

32

𝑈𝑠𝑢𝑗𝑜 =𝑀𝑞 . 𝑐𝑝𝑎𝑞𝑚. (𝑇𝑒1 − 𝑇𝑠1)

𝐴(20). 𝐿𝑀𝑇𝐷𝑠𝑢𝑗𝑜

(42)

Então, calcula-se o valor da resistência por depósito disponível, Rfdisp, através da Eq. 43.

𝑅𝑓𝑑𝑖𝑠𝑝 = (1

𝑈𝑠𝑢𝑗𝑜) − (

1

𝑈𝑙𝑖𝑚𝑝𝑜)

(43)

O valor encontrado para Rfdisp é de 0,057 m²ºC/kW. O valor indicado para a resistência

por depósito requerida, Rfreq, em TEMA (1999) para o caso de água tratada é de 0,088

m²ºC/kW. A diferença entre Rfdisp e Rfreq é de aproximadamente 30% do valor de Rfreq, o

que significa dizer que o equipamento necessitaria de paradas para manutenção e

limpeza em períodos de tempo menores do que ocorreria caso Rfdisp fosse maior que

Rfreq (usualmente o tempo entre paradas quando Rrdisp é igual a Rfreq é de

aproximadamente 1 ano e meio). Porém, por conta da utilização não contínua do

trocador, além da menor responsabilidade do equipamento, quando comparado à um

trocador da indústria, cuja parada não planejada acarreta em prejuízos financeiros

elevados, isto não foi considerado um problema para o projeto.

4.4.3.6 Cálculo das Perdas de Carga

Para a água do circuito secundário – tubo interno helicoidal

Para o cálculo da perda de carga, utilizou-se o fator de atrito calculado pela correlação

de Konakov (PARKER, CUMMINGS e JORGENSON, 2007), fk, utilizando a Eq.44.

Após o cálculo, chegou-se ao valor de fk igual à 0,0026.

𝑓𝑘 = (1,8. 𝐿𝑛(𝑅𝑒ℎ) − 1,5)−2 (44)

Em seguida, calculou-se a perda de carga, ΔPh utilizando a relação expressa na Eq.45,

com resultado igual à 111kPa.

Page 53: projeto de componentes da célula de testes para motores de

33

∆𝑃ℎ =𝑓𝑘. 𝜌𝑎𝑓𝑚. 𝐿ℎ(20). 𝑉𝑒𝑙𝑓

2

𝐷𝑖ℎ. 2.1000

(45)

Para a água do circuito primário – casco

Como o escoamento no casco se encontra na região de transição, com número de

Reynolds igual à 4568, deve-se utilizar o maior dos fatores de atrito, calculados para

escoamento turbulentos e laminares, a partir do fator de atrito de Darcy/Blausius. As

Eqs. 46 e 47, representam, respectivamente, as relações utilizadas no cálculo do fator de

atrito para os regimes turbulento e laminar.

𝑓𝑐1 = (0,79. 𝐿𝑛(𝑅𝑒𝑐) − 1,64)−2 (46)

𝑓𝑐2 =64

𝑅𝑒𝑐

(47)

Os resultados obtidos foram, respectivamente, fc1 igual à 0,0397 e fc2 igual à 0,0140.

Portanto, a relação válida para o cálculo da perda de carga no casco, ΔPc, é representada

pela Eq.48.

∆𝑃𝑐 =𝑓𝑐1. 𝜌𝑎𝑞𝑚. 𝐶(20). 𝑉𝑒𝑙𝑞

2

2.1000. 𝐷ℎ𝑐

(48)

Substituindo-se todos os valores na equação acima, obtém-se o valor de 0,965 kPa para

ΔPc, valor abaixo do encontrado na estimativa da perda de carga no radiador, 44,4 kPa.

4.5 Projeto Mecânico do Trocador de Calor

O dimensionamento mecânico do trocador é composto basicamente da verificação das

espessuras dos tubos, assim como da necessidade de fixação de suportes para evitar que

o tubo flexione.

Page 54: projeto de componentes da célula de testes para motores de

34

4.5.1 Verificação da Espessura do Tubo Interno Helicoidal

Segundo TELLES (1999), temos que a norma ASME B31 estabelece a seguinte

formulação, expressa pela Eq.49, para o cálculo da espessura mínima da parede de uma

tubulação sujeita à pressão interna,

𝑡ℎ𝑚𝑖𝑛 =𝑃ℎ𝑝𝑟𝑜𝑗. 𝐷𝑒ℎ

2. (𝑆ℎℎ. 𝐸ℎ + 𝑃ℎ𝑝𝑟𝑜𝑗. 𝑌ℎ)+ 𝐶ℎ

(49)

onde, pela norma:

Shh - tensão de escoamento do material do tubo helicoidal = 265000 kPa

(ARTISA METAIS, 2013)

Yh - coeficiente de redução para o cobre = 0,4

Eh - eficiência da solda = 1 (considerando o tubo sem costura)

Ch- margem de corrosão/erosão = 0,5 mm

Phproj – pressão de projeto = valor máximo da pressão que pode ocorrer

dentro do tubo

Para o cálculo da pressão de projeto Phproj, primeiramente estimou-se a potência

requerida pela bomba, Potbf, para suprir a queda de pressão no tubo interno do trocador.

Para tal, a Eq.50 foi utilizada.

𝑃𝑜𝑡𝑏𝑓 =∆𝑃ℎ. 𝑀𝑓

𝜌𝑎𝑓𝑚

(50)

O valor calculado foi de 0,12 kW, que é aproximadamente igual à 0,16 CV. Em seguida

buscou-se alguma bomba comercial com potência igual ou maior à potência requerida.

O modelo avaliado foi o CAM-W4C, da marca Dancor, com potência de 0,5 CV. Pela

curva de operação da bomba, ilustrada pela Fig. 18, estimou-se a pressão de projeto

Phproj como sendo igual à pressão de Shut-Off da bomba, com valor de 21 mH2O, que é

aproximadamente igual à 206 kPa.

Page 55: projeto de componentes da célula de testes para motores de

35

Figura 18 -Curva de operação da bomba. Adaptado de DANCOR (2013).

Com isso, pode então calcular a espessura mínima requerida pelo tubo thmin, com valor

igual à 0,505 mm.

Em seguida, foi verificada a espessura do tubo quanto à ação da pressão externa.

Segundo TELLES (1999), a pressão externa que causaria o colapso do tubo, Pcol, é

obtida através da Eq.51,

𝑃𝑐𝑜𝑙 =2. 𝐸𝑒𝑙

1 − 𝜆2. (

𝑡

𝐷𝑖ℎ)

3

(51)

onde:

Eel – módulo de elasticidade do material = 130GPa

λ – coeficiente de poison = 0,34

O valor encontrado foi de 143520 kPa.

Para estimar a máxima pressão externa à que está submetido o tubo helicoidal, utilizou-

se metodologia análoga a utilizada na determinação da pressão de projeto Phproj,

determinando-se a pressão de projeto para o casco Pcproj. A potência requerida pela

bomba foi de 0,0017 kW, que é aproximadamente igual à 0,0023 CV. A bomba

escolhida neste caso foi a bomba CP-4C/R, da marca Dancor, com 0,25 CV de potência.

A Fig. 19 representa a curva de operação da bomba. Portanto, a pressão de projeto,

0

5

10

15

20

25

0 2 4 6 8,3

Altura Manométrica

[MCA]

Vazão [m³/h]

Page 56: projeto de componentes da célula de testes para motores de

36

Pcproj, foi escolhida como sendo a pressão de Shut-Off desta bomba, com valor de 16

mH2O, que é aproximadamente igual à 157 kPa.

Figura 19 -Curva de operação da bomba. Adaptado de DANCOR (2013).

De posse destes valores, pode-se concluir que o tubo resistirá de maneira adequada às

pressões a que está submetido.

4.5.2 Verificação da Espessura do Casco

Para verificação da espessura mínima do casco, tcmin, utilizou-se a Eq.52,

𝑡𝑐𝑚𝑖𝑛 =𝑃𝑐𝑝𝑟𝑜𝑗. 𝐷𝑒𝑐

2. (𝑆𝑐ℎ. 𝐸𝑐 + 𝑃𝑐𝑝𝑟𝑜𝑗. 𝑌𝑐)+ 𝐶𝑐

(52)

com:

Sch - tensão de escoamento do material do casco = 345000 kPa (TUBOS

IPIRANGA, 2013)

Yc- coeficiente de redução para o cobre = 0,4

Ec - eficiência da solda = 1 (considerando o tubo sem costura)

Cc - margem de corrosão/erosão = 1 mm

Pcproj – pressão de projeto = 157 kPa

O resultado calculado foi uma espessura mínima de 1,07 mm, estando então o casco

bem dimensionado.

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

0 1 2 3 4 5 6 7

Altura Manométrica

[MCA]

Vazão [m³/h]

Page 57: projeto de componentes da célula de testes para motores de

37

4.5.3 Cálculo do Vão Entre Suportes Para o Tubo Interno

Para o cálculo do vão entre suportes, considerou-se o tubo interno como sendo uma viga

bi-engastada, com as seguintes dimensões:

Diâmetro externo – Dev = 12,7 mm

Diâmetro interno – Div = 11,2 mm

Comprimento – Cv = C(20) = 0,52 m

Distância entre o tubo interno helicoidal e o tubo interno para redução da

área de passagem de água no casco - Disttubo/hélice= 3 mm

A carga a qual está submetido o tudo é igual à soma do peso do tubo e o peso do

volume da água dentro do tubo. O peso do tubo, Ptubo, é calculado pela Eq.53, e tem o

valor de 38,8 N,

𝑃𝑡𝑢𝑏𝑜 = 𝐿ℎ(20). 𝐷𝑙. 𝑔 (53)

onde:

Dl – densidade linear do tubo = 0,33 kg/m (ARTISA METAIS, 2013)

g – aceleração da gravidade = 9,81 m/s²

Para o cálculo do peso de água contida no tubo, Patubo, utiliza-se a Eq.54.

𝑃𝑎𝑡𝑢𝑏𝑜 = 𝐿ℎ(20). 𝜋 .𝐷𝑖ℎ

2

4. 𝜌𝑎𝑓𝑚. 𝑔

(54)

Resultando num peso de 11,5N. Logo, a carga total atuando sobre o tubo, Ptotal, é igual à

50,3 N. A carga distribuída, Pdist, dada pela Eq.55, tem valor de 96,6 N/m.

𝑃𝑑𝑖𝑠𝑡 =𝑃𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

𝐶𝑣

(55)

O momento de inércia relativo à viga representada pelo tubo, Iti é dado pela Eq.56.

Page 58: projeto de componentes da célula de testes para motores de

38

𝐼𝑡𝑖 =𝜋

64. (𝐷𝑒ℎ

4 − 𝐷𝑖ℎ4 )

(56)

O resultado é Iti igual à 5,05x10-10 mm4.

Analisando a situação como uma viga bi-engastada, como ilustra a Fig. 20, e utilizando

as relações encontradas em BORGES (2013), determina-se os resultados mostrados na

Tab. 12, relativos à deflexão máxima, momento fletor máximo e tensão máxima devida

ao momento fletor, de acordo com o número de apoios colocados para sustentação do

tubo interno helicoidal.

Figura 20 -Viga bi-engastada.

Tabela 12 -Resultados de deflexão máxima, momento fletor máximo e tensão máxima.

Número de

Apoios

Flecha

Máxima

[mm]

Flecha

Máxima/Disttubo/hélice(%)

Momento

Fletor

Máximo

[N.mm]

Tensão

Máxima de

Flexão [Mpa]

0 0,28 9,3 2183 27,5

1 0,018 0,6 546 6,9

2 0,0035 0,1 243 3,1

3 0,0011 0,04 136 1,7

Portanto, não foi julgada necessária a utilização de apoios entre os tubos interno

helicoidal e o tubo interno para redução da área de passagem da água no casco.

Page 59: projeto de componentes da célula de testes para motores de

39

4.6 Características do Trocador de Calor Projetado

4.6.1 Componentes Necessários

A Tab. 13 mostra os principais componentes necessários à construção do trocador. As

dimensões dos tubos estão um pouco maiores que as calculadas, para que haja alguma

margem para eventuais erros de fabricação. Possivelmente, serão necessários mais

alguns componentes, como, por exemplo, conectores para que se possa comunicar o

equipamento ao sistema de abastecimento de água do laboratório.

Tabela 13 -Componentes para a construção do trocador de calor.

Componente Quantidade/ Dimensões

Tubo Cobre ½” 15 m

Tubo Aço 8” SCH40 1 m

Tubo Aço 6” SCH40 1 m

Cap Aço 8” Rosqueado 2 un

Cap Aço 6” 2 un

Chapa de aço para suportes ½” 500 mm x 500 mm

Chapa de aço para suportes ¼” 500 mm x 500 mm

4.6.2 Seleção de Materiais

Excetuando-se o tubo interno helicoidal, feito em cobre, todos os outros componentes

do trocador projetado devem ser feitos em aço adequado à passagem de água, como, por

exemplo, o aço ASTM A53. Caso seja mais vantajoso financeiramente, utiliza-se aços

que normalmente são mais baratos, como o SAE 1020 ou 1045, com posterior

tratamento de galvanização à quente (zincagem), tornando-se apto à passagem de água.

4.6.3 Desenhos Esquemáticos

As Figs. 21, 22, 23 e 24 mostram algumas imagens do trocador de calor, feitas com o

software SolidWorks e depois renderizadas. No Anexo 2 encontram-se desenhos

Page 60: projeto de componentes da célula de testes para motores de

40

técnicos dos componentes que serão fabricados no LMT, além de desenhos

esquemáticos de montagem.

Figura 21 – Ilustração do trocador de calor em perspectiva.

Figura 22 – Ilustração do trocador de calor sem o casco em perspectiva.

Page 61: projeto de componentes da célula de testes para motores de

41

Figura 23 – Ilustração do trocador de calor.

Figura 24 – Ilustração do trocador de calor sem o casco

Page 62: projeto de componentes da célula de testes para motores de

42

Capítulo 5

ACOPLAMENTO MOTOR-DINAMÔMETRO

O acoplamento é o elemento responsável pela transmissão de torque e potência do

motor para o dinamômetro, sendo necessário o correto dimensionamento do mesmo

para que a transmissão ocorra de maneira eficiente e segura, não somente para a célula e

aos equipamentos, como também para o operador.

A princípio, foi selecionado um acoplamento comercial, da marca Radex, compatível

com o motor utilizado nesse projeto. A seleção é feita de maneira simples, observando

os limites operacionais que constam nos catálogos do fabricante e observando se os

valores de torques máximo e nominais do motor se enquadram em tal. A Tab. 14 mostra

os dados dos acoplamentos selecionados.

Tabela 14 - Dados do acoplamento comercial Radex (RADEX ACOPLAMENTOS, 2013).

Modelo RADEX N42

Torque Nominal 180 N.m

Torque Máximo 360 N.m

Desalinhamento Angular por Lâmina 1º

Desalinhamento Axial 1,4 mm

Desalinhamento Radial 0,6 mm

Rigidez Torcional 0,282x106 N.m/Rad

RPMMAX 10000

Porém, antes de efetuar a aquisição do componente, optou-se por verificar a resistência

da solução sugerida pelo Engenheiro Nauberto Pinto, pesquisador do LMT, e que é

tradicionalmente utilizada nesta situação. Esta consiste em utilizar o próprio eixo

primário da caixa de transmissão do Peugeot 206 como acoplamento. Para funcionar

como elemento flexível, responsável por absorver possíveis choques e deformações

angulares, será utilizado o sistema de embreagem do carro, que ficará constantemente

acoplada.

Page 63: projeto de componentes da célula de testes para motores de

43

Para realizar a verificação da resistência mecânica deste sistema, foram utilizadas duas

abordagens distintas. Primeiramente, utilizou-se a teoria de projeto de eixos e árvores,

amplamente relatada em livros sobre elementos de máquinas. Depois foi feita uma

análise por elementos finitos, utilizando-se o módulo de simulação presente no software

SolidWorks. As Figs. 25 e 26 mostram, respectivamente, o eixo já posicionado entre o

motor e o dinamômetro e a renderização deste eixo, após modelagem feita no próprio

software. Na extremidade do eixo foi soldado um disco com furação adequada para ser

fixado ao flange do dinamômetro.

Figura 25 - Eixo posicionado entre o motor e o dinamômetro

Figura 26-Ilustração da renderização do eixo.

Page 64: projeto de componentes da célula de testes para motores de

44

5.1 Verificação da resistência do eixo

5.1.1 Análise Pela Teoria Clássica de Eixos e Árvores

O eixo foi analisado numa situação de torção pura, uma vez que não existem

carregamentos transversais capazes de gerar flexão e/ou carregamentos axiais. É

importante frisar que as engrenagens são usinadas no corpo do eixo e que, para o uso ao

qual o eixo será destinado, elas não apresentam serventia alguma. O eixo, então, será

analisado como se, ao invés das engrenagens, houvesse apenas variações nas seções,

com valores iguais ao diâmetro primitivo das engrenagens. A Fig. 27 mostra tal

consideração.

Figura 27 - Eixo utilizado nos cálculos.

Para tais cálculos, algumas premissas foram consideradas:

Não se conseguiu obter informações à respeito do material do eixo, então

será considerado o material SAE4340 temperado e revenido. O aço

SAE4340 é tipicamente utilizado na fabricação de eixos de transmissão de

potência. As propriedades deste material se encontram na Tab. 15.

Page 65: projeto de componentes da célula de testes para motores de

45

Tabela 15 - Propriedades do material do eixo (MATWEB, 2013).

Dureza 331 Hb

Tensão de Escoamento 1000 Mpa

Tensão de Ruptura 1138 MPa

Elongamento 15,5%

Módulo de Elasticidade 205 GPa

Coeficiente de Poisson 0,29

Módulo de Cisalhamento 80 Gpa

Será considerada a situação de torque igual ao torque equivalente calculado

no roteiro de seleção de acoplamentos comerciais, igual a 260 N.m. Este

torque já incluirá um fator de segurança que leva em consideração o tipo de

máquina acionadora, no caso um motor de combustão interna, a intensidade

de operação, a temperatura ambiente e o número de partidas por hora.

As dimensões em milímetros do eixo se encontram na Fig. 28.

Figura 28 - Dimensões do eixo utilizado nos cálculos.

1

2 3 4

5 6 7

8 9 10 11 12 13 14 15

Page 66: projeto de componentes da célula de testes para motores de

46

Dimensionamento Estático

De acordo com SHIGLEY, MISCHKE e BUDYNAS (2005), o diâmetro mínimo de um

eixo submetido a carregamentos estáticos pode ser dado pela Eq. 57, que representa o

Critério da Máxima Energia de Distorção,

𝑑𝑚𝑖𝑛𝑒𝑠𝑡 = {32

𝜋. 𝑆𝑦. (𝑀2 + (

3

4) 𝑇2)

1

2

}

1

3

(57)

onde:

Sy: Tensão de escoamento do material do eixo = 1000 MPa

M: Momento fletor atuando no eixo = 0

T: Momento torsor atuando no eixo = 260 N.m = 260000 N.mm

dminest: diâmetro mínimo do eixo submetido aos esforções estáticos

Após substituir os valores na Eq. 57, encontra-se o dminest igual à 13,2 mm.

Estaticamente, o eixo está superdimensionado, o que não é um problema.

.

Dimensionamento Dinâmico

Segundo SHIGLEY, MISCHKE e BUDYNAS (2005), o dimensionamento dinâmico é

dado pela Eq. 58, considerando o caso de carregamento repetido:

𝑑𝑚𝑖𝑛𝑑𝑖𝑛 = ((32

𝜋) . ((

𝑇𝑎

𝑆𝑒) + (

𝑇𝑚

𝑆𝑦)))

1

3

(58)

Onde:

Ta = 130000 N.mm

Tm = 130000 N.mm

Se: Limite de resistência à fadiga para vida infinita, variável de acordo com a

seção.

Dmindin: diâmetro mínimo do eixo submetido à carregamento dinâmico

Para o cálculo de Se, utiliza-se a Eq. 59,

Page 67: projeto de componentes da célula de testes para motores de

47

𝑆𝑒 = 𝑘𝑎 . 𝑘𝑏 . 𝑘𝑐. 𝑘𝑑 . 𝑘𝑒 . 𝑘𝑓 . 𝑆𝑠𝑒 (59)

onde:

Ka: fator de acabamento superficial = 0,782 (considerou-se o acabamento

usinado)

Kb: fator de tamanho, varia com o diâmetro da seção analisada (dseção)

Kc: fator de confiabilidade = 0,868 (95%)

Kd: fator de temperatura = 1 (temperatura menor que 350 °C)

Ke: fator de concentração de tensões, varia com a seção analisada

Kf: fator de efeitos diversos = 1

Sse = 569 Mpa

Utilizando o software Excel (Anexo 3), calculou-se os diâmetros mínimos para cada

seção do eixo, tendo como foco as seções onde havia mudança de diâmetro. Foram

consideradas 15 diferentes seções. Os resultados estão expostos na Tab. 16. De posse

dos resultados, considerou-se o eixo dinamicamente bem dimensionado

Tabela 16 - Diâmetros mínimos para cada seção do eixo.

Seção dseção [mm] dmin[mm]

1 137,5 21,4

2 49 19,9

3 70 20,1

4 70 20,2

5 40,7 19,8

6 56 20,0

7 56 20,1

8 45 19,7

9 45 19,4

10 27 19,0

11 27 19,1

12 30,3 19,2

13 30,3 19,0

14 24 18,9

15 20 17,9

Page 68: projeto de componentes da célula de testes para motores de

48

Dimensionamento da junta soldada

Uma vez que o método anterior não distingue a junta soldada do resto do corpo do eixo,

e a análise por elementos finitos de uma junta soldada é complexa, se faz necessário o

dimensionamento da junta soldada de maneira separada. Todas as equações e dados

utilizados no dimensionamento das soldas foram retiradas de SHIGLEY, MISCHKE e

BUDYNAS (2005).

Foram consideradas duas soldas por filete, nas superfícies superior e inferior do disco

soldado ao eixo. As Figs. 29 e 30 ilustram esta situação.

Figura 29 - Solda por filete na face superior do disco.

Figura 30 - Solda por filete na parte inferior do disco.

Page 69: projeto de componentes da célula de testes para motores de

49

As seguintes premissas foram consideradas no dimensionamento da solda:

Número de eletrodo AWS: E60xx, por possuir os menores valores de

propriedades mecânicas, a saber:

o Resistência à tração Suts igual à 427 Mpa

o Resistência ao escoamento Sys igual à 345 Mpa

Fator de segurança igual à 1,44 (solda submetida à cisalhamento segundo a

norma AISC)

Fator de concentração de tensão de fadiga Kfs igual à 1,5 (solda por filete)

Considerando um comprimento de perna h do filete para uniões soldadas, temos que a

área de cada união soldada As é dada pela Eq. 60,

𝐴𝑠 = 1,414. 𝜋. ℎ. 𝑅 (60)

onde:

R – raio do filete de solda, sendo igual à 10mm na face inferior do disco e igual

à 24,5 mm na face superior do disco

Fazendo as substituições para cada cordão de solda, temos os seguintes resultados,

𝐴𝑠𝑖 = 44,42ℎ𝑠𝑖 𝑚𝑚² (61)

𝐴𝑠𝑖 = 44,42ℎ𝑠𝑖 𝑚𝑚² (61)

𝐴𝑠𝑠 = 108,83ℎ𝑠𝑠 𝑚𝑚² (62)

onde:

Asi - área do cordão de solda na face inferior do disco

hsi – comprimento da perna do filete de solda na face inferior do disco

Ass- área do cordão de solda na face superior do disco

hss – comprimento da perna do filete de solda na face superior do disco

Page 70: projeto de componentes da célula de testes para motores de

50

Considerando o torque aplicado no eixo constante ao longo de seu comprimento, e

variando entre 0 e 260000 N.mm, temos a seguinte relação, expressa pela Eq. 63,

utilizando o critério de falha por fadiga de Gerber.

𝑛𝑓 = (1

2) . (

(0,67. 𝑆𝑢𝑡𝑠)

𝜏𝑚)

2

. (𝜏𝑎

𝑆𝑠𝑒) . [−1 + √1 + (

(2. 𝜏𝑚. 𝑆𝑠𝑒)

(0,67. 𝑆𝑢𝑡𝑠. 𝜏𝑎))

2

] (63)

As Tabs. 17 e 18 mostram os valores dos parâmetros calculados para as soldas das faces

superior e inferior respectivamente.

Tabela 17 - Parâmetros calculados para o cordão de solda da face superior.

𝑛𝑓 1,44

𝜏𝑚 27,6/hss MPa

𝜏𝑎 27,6/hss MPa

𝑆𝑠𝑒 171,16.hss MPa

Tabela 18 - Parâmetros calculados para o cordão de solda da face inferior.

𝑛𝑓 1,44

𝜏𝑚 165,635/hsiMPa

𝜏𝑎 165,635/hsiMPa

𝑆𝑠𝑒 171,16.hsi MPa

Resolvendo a Eq. 63 para os dois casos, temos que hsi igual à 0,8mm e hss igual à

0,2mm. Uma vez que os filetes de solda apresentam pernas da ordem de 3mm de

comprimento, as soldas foram consideradas adequadas. É importante ressaltar que, por

questões de segurança, as juntas soldadas foram dimensionadas separadamente, como se

apenas uma resistisse ao esforço de torção de cada vez.

5.1.2 Análise por Elementos Finitos

Para a análise por elementos finitos, foi utilizado o módulo Simulation, presente no

software SolidWorks.

Page 71: projeto de componentes da célula de testes para motores de

51

As condições de contorno utilizadas são identificadas a seguir e mostradas na Fig. 31:

Geometria fixa nos furos de fixação do eixo no dinamômetro.

Torque de 260 N.m aplicados na extremidade do eixo.

Figura 31 - Modelo para análise por elementos finitos.

A seguir são apresentados os resultados referentes à análise estática por elementos

finitos. A Fig. 32 mostra a tensão equivalente de vonMises, parâmetro adequado para a

análise de tensões em materiais dúcteis, a Fig. 33 exibe o deslocamento total em

milímetros, a Fig. 34 a deformação do modelo e a Fig. 35 mostra o fator de segurança

empregado no projeto.

Page 72: projeto de componentes da célula de testes para motores de

52

Figura 32 - Resultado da tensão equivalente de vonMises..

Figura 33 - Resultado do deslocamento resultante.

Page 73: projeto de componentes da célula de testes para motores de

53

Figura 34 - Resultado da deformação.

Figura 35 -Fator de segurança.

Analisando os valores obtidos, percebe-se que os resultados estão de acordo com o que

foi dimensionado estaticamente pela teoria clássica de eixos e árvores. A conclusão é de

que, o eixo está bem dimensionado para servir como acoplamento entre o motor e o

dinamômetro.

Page 74: projeto de componentes da célula de testes para motores de

54

5.2 Proteção do Acoplamento

Por se tratar de um elemento exposto, submetido à altas rotações, se faz necessária a

utilização de um sistema de proteção, de modo a mitigar a possibilidade de eventuais

acidentes. Por isso, se tornou necessário ao trabalho, o projeto de um sistema de

proteção do acoplamento. Como não estará submetido à nenhum esforço, o projeto

deste se resumiu à modelagem em CAD e verificação da possibilidade de construção.

Optou-se por utilizar como material chapas de aço de 1/16” de espessura e mãos-

francesas de aço. As Figs. 36, 37 e 38 mostram como será a proteção. No Anexo 2 se

encontram os desenhos necessários para a fabricação da proteção

Figura 36 - Proteção do acoplamento aberta.

Page 75: projeto de componentes da célula de testes para motores de

55

Figura 37 - Acoplamento com proteção aberta.

Figura 38 - Acoplamento com proteção fechada.

Page 76: projeto de componentes da célula de testes para motores de

56

Capítulo 6

INSTRUMENTAÇÃO

A correta instrumentação e posterior calibração dos sensores utilizados é parte

fundamental no projeto de uma célula de testes para motores de combustão interna. Os

dados adquiridos serão tão confiáveis quanto melhor for a escolha dos instrumentos e o

tratamento dado aos sinais obtidos.

Parte da instrumentação necessária para a célula de testes existente no LMT foi

contemplada no trabalho de PACHECO (2012). Um computador com o software

LabView 8.2, em conjunto com uma placa de aquisição de dados da National

Instruments, modelo NI-4351 e um bloco terminal CB-68T da National Instruments são

responsáveis pela aquisição, visualização e armazenamento das informações obtidas na

célula de teste. Basicamente, o bloco terminal recebe os sinais de todos os sensores e os

envia para a placa de aquisição de dados conectada ao computador, onde o LabView é

responsável por exibir, tratar e armazenar os dados (Fig. 39). Portanto, um requisito

necessário aos demais componentes do sistema de instrumentação é a possibilidade de

comunicação com esta estrutura existente no laboratório.

Figura 39 - Diagrama básico dos componentes de um sistema de aquisição de dados (PACHECO, 2012).

6.1 Escolha das Variáveis a Serem Monitoradas

O primeiro passo no desenvolvimento da parte de instrumentação do projeto foi definir

quais informações seriam úteis e importantes de serem monitoradas. De acordo com

PLINT e MARTYR (1999) as seguintes grandezas dever obtidas:

Comprimento do braço de torque do dinamômetro.

Força aplicada pelo braço de torque do dinamômetro na célula de carga

Rotação do Motor

Consumo de combustível

Page 77: projeto de componentes da célula de testes para motores de

57

Densidade do Combustível

As seguintes grandezas devem ser calculadas a partir das informações anteriores:

Torque do motor

Potência do Motor

Consumo específico de combustível

Além dessas medidas, as seguintes medições adicionais foram julgadas importantes:

Temperaturas de entrada e saída da água de arrefecimento do dinamômetro

Temperaturas de entrada e saída de ambos os fluidos do sistema de

arrefecimento do motor

Pressão na entrada das linhas do sistema de arrefecimento do motor

Temperatura do óleo do motor

Vazão dos fluidos do sistema de arrefecimento do motor

Temperatura ambiente e pressão atmosférica

Temperatura e composição dos gases de descarga do motor

6.2 Instrumentação Existente

Parte do sistema de instrumentação, que faz parte do trabalho realizado por PACHECO

(2012), onde está exposto o critério de seleção de sensores e demais detalhes do projeto,

já é existente na célula de testes. Sendo assim, aqui serão apenas mostradas de forma

resumida as principais características deste sistema já existente, assim como a obtenção

das informações obtidas indiretamente, a partir de cálculos feitos com as grandezas

medidas diretamente.

Comprimento do braço de torque do dinamômetro

O comprimento do braço de torque do dinamômetro, Bd, é igual a 286,5 mm, de acordo

com informações obtidas com o fabricante do equipamento.

Força aplicada pelo braço de torque do dinamômetro na célula de carga

Page 78: projeto de componentes da célula de testes para motores de

58

Para esta medição, foi selecionada uma célula de carga modelo CSA-ZL 100, da

fabricante MK Controle e Instrumentação (Fig. 40), que fica acoplada ao dinamômetro

através de um braço de comprimento 286,5 mm. Como o sinal de resposta da célula é de

difícil tratamento, por ser pequeno (da ordem de mV), foi selecionado também um

condicionador de sinais, modelo TC-05, também da marca MK Instrumentação (Fig.

41), capaz de amplificar o sinal de resposta da célula de carga, facilitando a sua leitura.

Figura 40 - Célula de Carga MK CSA/ZL-100 (PACHECO, 2012).

Figura 41 - Condicionador de Sinais MK TC-05 (PACHECO, 2012).

Rotação do motor

Page 79: projeto de componentes da célula de testes para motores de

59

Para medir a rotação foi selecionado um conjunto roda dentada de 60 dentes e sensor

pick-up magnético. O sensor é o SP02-5 8G1SM 80 da DLG Automação (Fig. 42). Para

relacionar a frequência do sinal de resposta do pick-up magnético com um sinal de

corrente contínua que possa ser lido pelo sistema de aquisição, selecionou-se o

condicionador de sinais XM-100, da fabricante DLG.

Figura 42 - Sensor Pick-Up magnético DLG SP02-5 8G1SM 80 (PACHECO, 2012).

Temperaturas

A Tab. 19 mostra a seleção de termopares para monitoramento da temperatura em

diversos pontos da célula de testes.

Tabela 19 - Seleção de Termopares.

Termopar Temperatura Medida

J (Haste) Entrada e Saída de Água do Dinamômetro, Descarga dos Gases de

Combustão

K (Haste) Entrada e Saída de Água do Sistema de Arrefecimento do Motor

K

(Multímetro)

Temperatura Ambiente, Óleo do Motor, Admissão do Ar e

Combustível

Torque do motor

Page 80: projeto de componentes da célula de testes para motores de

60

O torque do motor é calculado a partir da utilização da Eq. 64,

𝑇𝑞𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟 = 𝐹𝑐𝑔. 𝐵𝑑 (64)

onde:

Tqmotor– torque do motor [N.m]

Fcg – Força aplicada pelo braço de torque, medida na célula de carga [N]

Bd– Comprimento do braço de calibração [m]

Potência do motor

A potência do motor é calculada a partir da utilização da relação expressa pela Eq. 65,

𝑃𝑜𝑡𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟 =2𝜋. 𝑛𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟 . 𝑇𝑞𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟

60000

(65)

onde:

Potmotor – potência do motor [kW]

nmotor – rotação do motor medida pelo pick-up magnético [RPM]

A Tab. 20 mostra de forma resumida a instrumentação presente na célula de testes do

LMT.

6.3 Seleção dos Demais Componentes do Sistema de Aquisição de Dados

Os componentes selecionados a seguir foram verificados quanto à compatibilidade com

os equipamentos já existentes no laboratório.

Tabela 20 - Componentes relativos à instrumentação existente na célula.

Componente Marca Modelo

Célula de Carga MK Instrumentação MK CSA/ZL-100

Page 81: projeto de componentes da célula de testes para motores de

61

Condicionador de Sinais

para a Célula de Carga MK Instrumentação MK TC-05

Sensor de Rotação DLG Automação DLG SP02-5 8G1SM/80

Condicionador de Sinais

para o Sensor de Rotação DLG Automação DLG XM-100

Termopares tipo J - -

Termopares do Tipo K - -

6.3.1 Medição da Temperatura do Combustível

Será utilizado um Termopar do tipo K, cuja faixa de operação varia entre -40 °C e 1200

°C, semelhante ao utilizado na medição da temperatura ambiente, uma vez que esta

medição deverá ter um valor próximo ao da temperatura ambiente.

6.3.2 Medição do Consumo de Combustível

Para que seja medido o consumo de combustível, será feito um arranjo em que o

reservatório de combustível será montado em cima de uma balança que será conectada à

placa de aquisição de dados. O sinal obtido será tratado de forma à obter-se a variação

de massa ao longo do tempo e, consequentemente, o consumo de combustível.

Reservatório de Combustível

Será fabricado, utilizando tubo e chapas em aço inox (Fig. 43), com aproximadamente

55 litros de capacidade. Esta capacidade deve ser capaz de garantir uma autonomia ao

sistema de aproximadamente 5 horas. Esta estimativa foi feita considerando um veículo

que se move à aproximadamente 100 km/h e consome 1 litro de gasolina a cada 10 km

rodados.

Os desenhos de fabricação e montagem se encontram no Anexo 2.

Page 82: projeto de componentes da célula de testes para motores de

62

Figura 43 - Reservatório de combustível

Balança

A balança selecionada foi a de modelo BL-6050-200, com capacidade de até 200kg e

Indicador Transmissor de Pesagem 3103CP, com saída de 4-20mA, da marca Alfa

Instrumentos (Fig. 44).

Figura 44 - Balança BL-6050-200. Adaptado de www.alfainstrumentos.com.br

Page 83: projeto de componentes da célula de testes para motores de

63

6.3.3 Medição da Vazão dos Fluidos do Sistema de Arrefecimento do Motor

Para tal medição, foram selecionados medidores de vazão do tipo turbina, com

extremidades rosqueadas, à serem inseridas na tubulação. Os medidores selecionados

foram os de modelo MTL025RN4WFI / SCFID, da marca DWYLER (Fig. 45), com

saída do tipo 4-20 mA.

Tabela 21 - Características do Medidor de Vazão.

MODELO MTL025RN4WFI /

SCFID

CONEXÃO AO PROCESSO ROSCA NPT

TEMPERATURA MÁXIMA DE

OPERAÇÃO 120°C

SINAL DE SAÍDA 4 – 20 mA

ALIMENTAÇÃO 24 Vdc

PRECISÃO ±0,5%

Figura 45 - Medidor de vazão MTL025RN4WFI / SCFID. Adaptado de www.dwyler.com.br

6.3.4 Medição de Pressão

Devem ser medidas a pressão atmosférica e também a pressão nas linhas primárias e

secundárias do sistema de arrefecimento. Foram selecionados transmissores de pressão

Page 84: projeto de componentes da célula de testes para motores de

64

modelo MBS3000 da ContechInd, com saída do tipo 4-20 mA (Fig. 46). A Tab. 22

mostra as principais características do transmissor de pressão.

Tabela 22 – Características do Transmissor de Pressão.

MODELO MBS3000

CONEXÃO AO PROCESSO ROSCA ¼” BSP-M

TEMPERATURA

OPERACIONAL -40 à 85°C

SINAL DE SAÍDA 4 – 20 mA

ALIMENTAÇÃO 24 Vdc

PRECISÃO ±1%

Figura 46 – Transmissor de pressão MBS3000. Adaptado de www.contechind.com.br

6.3.5 Análise da Composição dos Gases de Descarga do Motor

Foi selecionado o Analisador de Gases TESTO 350-XL (Fig. 47), já presente no

laboratório. Este analisador permite, além da conexão padrão 4-20 mA, conexões diretas

com o computador, através de uma placa PCMCIA, ou cabo RS-232.

Page 85: projeto de componentes da célula de testes para motores de

65

Figura 47 - Analisador de Gases TESTO 350-XL

Page 86: projeto de componentes da célula de testes para motores de

66

Capítulo 7

CONCLUSÃO E SUGESTÕES

O projeto do trocador de calor do sistema de arrefecimento do motor foi, realizado de

modo a possibilitar sua fabricação no próprio LTM, além da fácil aquisição dos

componentes necessários.

Por se tratar de um tipo de trocador de calor sobre o qual ainda não há muitas

referências, principalmente no Brasil, entende-se que o trabalho realizado também

assume importância como fonte de consulta para futuros projetos deste tipo.

Alcançou-se o objetivo de especificar o acoplamento entre o motor e o dinamômetro,

utilizando-se uma solução simples, com componentes do próprio sistema de transmissão

do carro

Quanto ao sistema de instrumentação, foram selecionados todos os sensores e demais

elementos necessários que faltavam, respeitando o requisito de compatibilidade com os

componentes já existentes.

De uma maneira geral o projeto se mostra apto à possibilitar a fabricação e aquisição de

componentes para a célula de testes do LMT. Embora tenha havido certa incerteza

quanto à possibilidade de fabricação e aquisição dos componentes ainda durante o

período de realização deste trabalho (o que não foi possível devido, principalmente, à

fatores econômicos e também falta de tempo do autor), entende-se que o projeto e

seleção dos componentes foram realizados com êxito.

Como os componentes não haviam sido adquiridos até o término deste trabalho, não foi

possível realizar a calibração e instalação dos mesmos, ficando isso como sugestão para

fazer parte de um futuro trabalho. A calibração dinâmica da célula de carga, a validação

da curva do medidor de rotações, assim como a atualização do sistema desenvolvido em

LabView (Fig. 48) para contemplar o monitoramento de todas as variáveis descritas no

trabalho também se inserem como sugestões para trabalhos futuros, já comentados no

trabalho do Eng. César Pacheco.

Page 87: projeto de componentes da célula de testes para motores de

67

Figura 48 - Sistema desenvolvido em LabView (PACHECO, 2012).

Um plano de manutenção para o trocador de calor do sistema de arrefecimento também

se insere como uma sugestão de trabalho futuro, podendo ser contemplado tanto como

parte de um trabalho de conclusão de curso, quanto de um trabalho de alguma

disciplina, como por exemplo, Planejamento da Manutenção Mecânica.

Após o início de operação da célula de testes, uma vasta gama de opções de trabalhos

podem ser realizados: Comparação de desempenho do motor com diferentes

combustíveis, análise de emissões para diferentes situações de operação do motor entre

outras.

Page 88: projeto de componentes da célula de testes para motores de

68

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30 Agosto 2013.

Page 91: projeto de componentes da célula de testes para motores de

ANEXOS

ANEXO 1 – PROCONVE

Estratégia de implantação do PROCONVE para veículos leves. Adaptado de www.mma.gov.br

Fase Implantação Característica / Inovação

L-1 1988-1991

Caracterizada pela eliminação dos modelos mais poluentes e

aprimoramento dos projetos dos modelos já em produção. Iniciou-

se também nesta fase o controle das emissões evaporativas. As

principais inovações tecnológicas que ocorreram nesta fase foram:

reciclagem dos gases de escapamento para controle das emissões

de NOx; injeção secundária do ar no coletor de exaustão para o

controle de CO e HC; implantação de amortecedor da borboleta do

carburador para controle do HC e a otimização do avanço da

ignição.

L-2 1992-1996

A partir dos limites verificados na Resolução CONAMA 18 de

1986, nessa fase investiu-se na adequação de catalisadores e

sistemas de injeção eletrônica para uso com mistura de etanol, em

proporção única no mundo. As principais inovações nos veículos

foram a injeção eletrônica, os carburadores assistidos

eletronicamente e os conversores catalíticos. Em 1994 iniciou-se o

controle de ruído dos veículos.

L-3 1997-2004

Em face da exigência de atender aos limites estabelecidos a partir

de1ºde janeiro de 1997 (Resolução CONAMA 15 de1995),

ocorreram reduções bastante significativas em relação aos limites

anteriores, e o fabricante/importador empregou, conjuntamente, as

melhores tecnologias disponíveis para a formação de mistura e

controle eletrônico do motor como, por exemplo, o sensor de

oxigênio (denominado "sonda lambda").

L-4 2005-2008

Tendo como referência a Resolução CONAMA Nº 315 de 2002, a

prioridade nesta fase que teve início no ano de 2005 é a redução

das emissões de HC e NOx, (substâncias precursores de Ozônio).

Para o atendimento desta fase, se deu o desenvolvimento de

motores com novas tecnologias como a otimização da geometria

da câmara de combustão e dos bicos de injeção, o aumento da

Page 92: projeto de componentes da célula de testes para motores de

pressão da bomba injetora e a injeção eletrônica.

L-5 2009-2013

Com os limites de emissão da Resolução CONAMA Nº 315 de

2002, da mesma forma que na fase L-4, a prioridade na fase L-5 é

a redução das emissões de HC e NO. De maneira análoga à fase L-

4, as inovações tecnológicas se deram na otimização da geometria

da câmara de combustão e dos bicos, o aumento da pressão da

bomba injetora e a injeção eletrônica. Nesta fase deu-se a redução

de 31% das emissões de hidrocarbonetos não-metano para os

veículos leves do ciclo Otto e de48% e 42% para as emissões de

NOx para os veículos leves do ciclo Otto e Diesel,

respectivamente. Além disso, as emissões de aldeídos foram

reduzidas em, aproximadamente, 67% para os veículos do ciclo

Otto

Estratégia de implantação do PROCONVE para veículos pesados. Adaptado de www.mma.gov.br

Fase Implantação Característica / Inovação

P-1 e P-

2 1990-1993

Já em 1990 estavam sendo produzidos motores com níveis de

emissão menores que aqueles que seriam requeridos em 1993

(ano em que teve início o controle de emissão para veículos

deste tipo com a introdução das fases P-1 e P-2). Nesse

período, os limites para emissão gasosa (faseP-1) e material

particulado (fase P-2) não foram exigidos legalmente.

P-3 1994-1997

O desenvolvimento de novos modelos de motores visaram a

redução do consumo de combustível, aumento da potência e

redução das emissões de óxidos de nitrogênio (NOx) por meio

da adoção de intercooler e motores turbo. Nesta fase se deu

uma redução drástica das emissões de CO (43%)e HC (50%).

P-4 1998-2002 Reduziu ainda mais os limites criados pela fase P-3.

P-5 2003-2008 Teve como objetivo a redução de emissões de material

particulado (MP), NOx e HC.

P-6 2009-2011

Em janeiro de 2009 deveria ter se dado o início à fase P-6,

conforme Resolução CONAMA nº 315/2002, e cujo objetivo

principal, assim como na fase cinco, era a redução de emissões

de material particulado (MP), NOx e HC.

Page 93: projeto de componentes da célula de testes para motores de

ANEXO 2 - DESENHOS DE FABRICAÇÃO

Page 94: projeto de componentes da célula de testes para motores de

TROCADOR

DE CALOR

Page 95: projeto de componentes da célula de testes para motores de

4

11

5

6 7

8

9

10

1

2

3

Nº DO ITEM NOME DA PEÇA QTD.

1 CAP 8" 2

2 Tubo Interno Helicoidal 1

3 CAP 6" 2

4 Tubo Interno 15 Bujão M16 2

6 Casco 1

7 Conector com Anilhas 2

8 Porca 1/2" 29 Niple 1 1/2" 12

10 Base 2

11 Suporte Tubo Interno 8

Referência106020766DRE

Tolerância geral

Escala Data Peça

César Augusto Corrêa MiguéisDesenhista

Unidades

Albino José Kalab Leiroz. PhD.ProfessorProjeto FinalDisciplina

Diedro

Universidade Federal do Rio de Janeiro

----

---- ----

----

----

19/08/2013 Trocador de Calor

Page 96: projeto de componentes da célula de testes para motores de

6,3

5

250

50

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Diedro

Professor Albino José Kalab Leiroz, PhD

Unidades mm

Desenhista César Augusto Corrêa Miguéis

Data 20/01/2014Escala 1:2 Tolerância geral ± 0,1 mm

DRE 106020766

Projeto FinalPeça Base Superior

Material Aço Carbono 1020

Qtd. 2

Page 97: projeto de componentes da célula de testes para motores de

6,3

5 10 10

85 157,5

400

50

25

25

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Diedro

Professor Albino José Kalab Leiroz, PhD

Unidades mm

Desenhista César Augusto Corrêa Miguéis

Data 20/01/2014Escala 1:5 Tolerância geral ± 0,1 mm

DRE 106020766

Projeto FinalPeça Base Inferior

Material Aço Carbono 1020

Qtd.2

Page 98: projeto de componentes da célula de testes para motores de

60°

60°

100

200

Escala 1:2

3 - Solde as peças BASE SUPERIOR e BASE INFERIOR, conforme o desenho

2 - Dobre a peça BASE INFERIOR conforme o desenho:

1 - Conforme a peça BASE SUPERIOR ao redor do casco, conforme mostra o desenho:

BASE - MONTAGEM

Referência106020766DRE

Tolerância geral

Escala Data Peça

César Augusto Corrêa MiguéisDesenhista

Unidades

Albino José Kalab Leiroz. PhD.ProfessorProjeto FinalDisciplina

Diedro

Universidade Federal do Rio de Janeiro

mm 0,1mm

1:5

----

24/01/2014 BASE DE APOIO - MONTAGEM

Page 99: projeto de componentes da célula de testes para motores de

620

154,08 168,30

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Diedro

Professor Albino José Kalab Leiroz, PhD

Unidades mm

Desenhista César Augusto Corrêa Miguéis

Data 20/01/2014Escala 1:5 Tolerância geral ± 0,1 mm

DRE 106020766

Projeto FinalPeça Tubo Interno

Material Aço Carbono

Qtd. 1

Page 100: projeto de componentes da célula de testes para motores de

22,

4

20

6,3

5

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Diedro

Professor Albino José Kalab Leiroz, PhD

Unidades mm

Desenhista César Augusto Corrêa Miguéis

Data 20/01/2014Escala 2:1 Tolerância geral ± 0,1 mm

DRE 106020766

Projeto FinalPeça Suporte

Material Aço Carbono

Qtd. 8

Page 101: projeto de componentes da célula de testes para motores de

OBS.: O arranjo das extremidades presente neste desenho é apenas ilustrativo. Estas deverão ser ajustadas quando da montagem do equipamento

Diâmetro Externo do Tubo 1/2"

Espessura do Tubo 0,79mmRaio Interno da

Espira 85,7mmPasso Espiral 25,4mm

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Diedro

Professor Albino José Kalab Leiroz, PhD

Unidades mm

Desenhista César Augusto Corrêa Miguéis

Data 25/01/2014Escala 1:5 Tolerância geral ± 0,1 mm

DRE 106020766

Projeto FinalPeça Tubo Interno

Helicoidal

Material Cobre

Qtd. 1

Page 102: projeto de componentes da célula de testes para motores de

610

109,5

150

15

109,5

150

15

219,1 202,7

60 109,5

38,1

109,5

60

38,10

Vista IsométricaEscala 1:10

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Diedro

Professor Albino José Kalab Leiroz, PhD

Unidades mm

Desenhista César Augusto Corrêa Miguéis

Data 20/01/2014Escala 1:5 Tolerância geral ± 0,1 mm

DRE 106020766

Projeto FinalPeça Casco

Material Aço Carbono

Qtd. 1

Page 103: projeto de componentes da célula de testes para motores de

1- Soldar os Caps de 6" na peça Tubo Interno

300

Escala 1:10

Instruções de Montagem

2- Acomodar o Tubo Interno Helicoidal sobre o Tubo Interno e depois soldar os suportes

3- Soldar as peças Base no Casco

5- Furar os Caps de 8" e rosquea-los ao Casco, instalar conexões do tipo por anilhas e niples. Fechar os vents com bujões e arruelas metálicas de vedação

4- Acomodar o conjunto Tubo Interno e Tubo Interno Helicoidal no Interior do Casco

Referência106020766DRE

Tolerância geral

Escala Data Peça

César Augusto Corrêa MiguéisDesenhista

Unidades

Albino José Kalab Leiroz. PhD.ProfessorProjeto FinalDisciplina

Diedro

Universidade Federal do Rio de Janeiro

----

---- ----

1:20

----

19/08/2013 Trocador de Calor

Page 104: projeto de componentes da célula de testes para motores de

PROTEÇÃO DO

ACOPLAMENTO

Page 105: projeto de componentes da célula de testes para motores de

150

100

50

50

6,3

5

150

10 10

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Diedro

Professor Albino José Kalab Leiroz, PhD

Unidades mm

Desenhista César Augusto Corrêa Miguéis

Data 19/08/2013Escala 1:2 Tolerância geral ± 0,1 mm

DRE 106020766

Projeto FinalPeça Placa de Fixação

Material Aço Carbono

Qtd.3

Page 106: projeto de componentes da célula de testes para motores de

360

300

1

,6

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Diedro

Professor Albino José Kalab Leiroz, PhD

Unidades mm

Desenhista César Augusto Corrêa Miguéis

Data 25/01/2014Escala 1:5 Tolerância geral ± 0,1 mm

DRE 106020766

Projeto FinalPeça Proteção Superior

Material Aço Carbono

Qtd.2

Page 107: projeto de componentes da célula de testes para motores de

360

300

1

,6

10

70

80

80

19

10

70

19

80

80

1,6

40 40

R88,8

177,50

Referência106020766DRE

Tolerância geral

Escala Data Peça

César Augusto Corrêa MiguéisDesenhista

Unidades

Albino José Kalab Leiroz. PhD.ProfessorProjeto FinalDisciplina

Diedro

Universidade Federal do Rio de Janeiro

mm 0,1mm

1:2

----

25/01/2014 Proteção Superior - Fabricação

Page 108: projeto de componentes da célula de testes para motores de

300

200

5

Escala 1:5

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Diedro

Professor Albino José Kalab Leiroz, PhD

Unidades mm

Desenhista César Augusto Corrêa Miguéis

Data 13/02/2014Escala 1:2 Tolerância geral ± 0,1 mm

DRE 106020766

Projeto FinalPeça Mão Francesa

Material Aço Carbono

Qtd. 1

Page 109: projeto de componentes da célula de testes para motores de

Proteção do Acoplamento - Montagem1 - Soldar as peças Chapa de Fixação e Mão Francesa, conforme a imagem:

2 - Soldar a peça Proteção Inferior no conjunto obtido anteriormente, conforme a imagem:

3 - Concluir a montagem fixando a peça Proteção Superior com parafusos

Referência106020766DRE

Tolerância geral

Escala Data Peça

César Augusto Corrêa MiguéisDesenhista

Unidades

Albino José Kalab Leiroz. PhD.ProfessorProjeto FinalDisciplina

Diedro

Universidade Federal do Rio de Janeiro

----

---- ----

----

----

14/02/2014 Proteção do Acoplamento - Montagem

Page 110: projeto de componentes da célula de testes para motores de

RESERVATÓRIO

DE

COMBUSTÍVEL

Page 111: projeto de componentes da célula de testes para motores de

500

500

6,3

5

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Diedro

Professor Albino José Kalab Leiroz, PhD

Unidades mm

Desenhista César Augusto Corrêa Miguéis

Data 13/02/2014Escala 1:5 Tolerância geral ± 0,1 mm

DRE 106020766

Projeto FinalPeça Base do Reservatório

Material Aço Inox

Qtd.1

Page 112: projeto de componentes da célula de testes para motores de

406,40

396,84

500

100

2

00

25

,4

25

,4

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Diedro

Professor Albino José Kalab Leiroz, PhD

Unidades mm

Desenhista César Augusto Corrêa Miguéis

Data 13/02/2014Escala 1:5 Tolerância geral ± 0,1 mm

DRE 106020766

Projeto FinalPeça Cilindro do

Reservatório

Material Aço Inox

Qtd. 1

Page 113: projeto de componentes da célula de testes para motores de

456,4

406,40

8 (x6)

431,40

60°

6,3

5

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Diedro

Professor Albino José Kalab Leiroz, PhD

Unidades mm

Desenhista César Augusto Corrêa Miguéis

Data 13/02/2014Escala 1:5 Tolerância geral ± 0,1 mm

DRE 106020766

Projeto FinalPeça Aro do Reservatório

Material Aço Inox

Qtd.1

Page 114: projeto de componentes da célula de testes para motores de

456,4

8(x6)

431,4 6

6,3

5

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Diedro

Professor Albino José Kalab Leiroz, PhD

Unidades mm

Desenhista César Augusto Corrêa Miguéis

Data 13/02/2014Escala 1:5 Tolerância geral ± 0,1 mm

DRE 106020766

Projeto FinalPeça Tampa do

Reservatório

Material Aço Inox

Qtd. 1

Page 115: projeto de componentes da célula de testes para motores de

Reservatório - Montagem1 - Soldar as peças Cilindro do Reservatório e Base do Reservatório, conforme a imagem:

2 - Soldar a peça Aro do Reservatório no conjunto obtido anteriormente, conforme a imagem:

3 - Fixar a Tampa com os parafusos e adicionar os conectores

Referência106020766DRE

Tolerância geral

Escala Data Peça

César Augusto Corrêa MiguéisDesenhista

Unidades

Albino José Kalab Leiroz. PhD.ProfessorProjeto FinalDisciplina

Diedro

Universidade Federal do Rio de Janeiro

----

---- ----

----

----

14/02/2014 Reservatório - Montagem

Page 116: projeto de componentes da célula de testes para motores de

ANEXO 3 – PLANILHA DE VERIFICAÇÂO DO ACOPLAMENTO

dest kb D/d r/d kts q kf* ke Se dmin

137,5 0,697049 2,806122 0,030612 1,9 0,8 1,72 0,581395 156,5214 21,39

49 0,817656 1,96 0,06 1,7 0,8 1,56 0,641026 202,4346 19,89

70 0,787039 2,8 0,06 1,7 0,8 1,56 0,641026 194,8545 20,10

70 0,787039 1,719902 0,036855 1,75 0,8 1,6 0,625 189,9831 20,24

40,7 0,834056 1,418118 0,052265 1,7 0,8 1,56 0,641026 206,4949 19,78

56 0,802623 1,95122 0,052265 1,7 0,8 1,56 0,641026 198,7127 19,99

56 0,802623 1,473684 0,039474 1,75 0,8 1,6 0,625 193,7449 20,13

45 0,825141 1,184211 0,039474 1,65 0,8 1,52 0,657895 209,6636 19,70

45 0,825141 2,142857 0,071429 1,55 0,8 1,44 0,694444 221,3116 19,41

27 0,871497 1,285714 0,071429 1,5 0,8 1,4 0,714286 240,4233 18,97

27 0,871497 1,227273 0,068182 1,55 0,8 1,44 0,694444 233,7448 19,12

30,3 0,86081 1,377273 0,068182 1,55 0,8 1,44 0,694444 230,8785 19,18

30,3 0,86081 1,2625 0,0625 1,5 0,8 1,4 0,714286 237,4751 19,04

24 0,88255 1,2 0,075 1,5 0,8 1,4 0,714286 243,4724 18,91

20 0,899936 1,052632 0,078947 1,2 0,8 1,16 0,862069 299,6348 17,91

Page 117: projeto de componentes da célula de testes para motores de

ANEXO 4 – ESTIMATIVA DE CUSTOS

TROCADOR DE CALOR

Componente Quantidade/ Dimensões Preço

Tubo Cobre ½” 15m R$ 300,00

Tubo Aço 8” SCH40 6m R$ 1.414,50

Tubo Aço 6” SCH40 6m R$ 946,68

Cap Aço 8” Rosqueado 2un R$ 57,36

Cap Aço 6” 2un R$ 40,40

Chapa de aço para suportes ½” 1200mm x 6000mm R$ 2.564,45

Chapa de aço para suportes ¼” 1200mm x 6000mm R$ 1.282,26

ACOPLAMENTO

Componente Quantidade/ Dimensões Preço

Chapa de aço para proteção 1/16" 1200mm x 3000mm R$ 218,20

Cantoneira 1/8" 1/2"x1/2" 6m R$ 16,03

Cantoneira 1/8" 2"x2" 6m R$ 63,64

INSTRUMENTAÇÃO

Componente Quantidade/ Dimensões Preço

Balança 1un R$ 5.182,59

Reservatório Inox 1un R$ 706,67

Medidor de Vazão Tipo Turbina

Rosqueado 2" 2un R$ 12.252,00

Transmissor de Pressão 3un R$ 1.950,00

Analisador de Gases 1un -

MÃO DE OBRA

Engenheiro 2 meses R$ 10.000,00

Técnico 1 mês R$ 4.000,00

TOTAL R$ 40.994,78