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PROJETO: Caracterização de Lodo de Estações de Tratamento de Esgotos Municipais Contrato FEHIDRO nº 287/2005 – CORHI 57 RELATÓRIO TÉCNICO CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA, MICROBIOLÓGICA, PARASITOLÓGICA E ECOTOXICOLÓGICA DE LODOS DE SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE PARASITOLÓGICA E ECOTOXICOLÓGICA DE LODOS DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ESGOTO DO ESTADO DE SÃO PAULO Coordenação do Projeto: José Carlos Gurgel do Amaral Coordenação Técnica: Samira Issa

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PROJETO: Caracterização de Lodo de Estações de Tratamento de Esgotos Municipais

Contrato FEHIDRO nº 287/2005 – CORHI 57

RELATÓRIO TÉCNICO

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA, MICROBIOLÓGICA, PARASITOLÓGICA E ECOTOXICOLÓGICA DE LODOS DE

SECRETARIA DO

MEIO AMBIENTE

PARASITOLÓGICA E ECOTOXICOLÓGICA DE LODOS DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ESGOTO DO ESTADO DE SÃO

PAULO

Coordenação do Projeto: José Carlos Gurgel do AmaralCoordenação Técnica: Samira Issa

Objetivos

� apresentar e discutir os resultados das análises de caracterizaçãofísico-química, microbiológica, parasitológica e ecotoxicológicados lodos de esgoto gerados em 7 ETEs do estado de São Paulo

� subsidiar a revisão da norma CETESB P 4.230/1999 e Resolução

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� subsidiar a revisão da norma CETESB P 4.230/1999 e ResoluçãoCONAMA 375/2006

Critério para a escolha das ETEs

� tipo de tratamento biológico realizado� condicionamento final do lodo antes do envio a seu destino final� tipo de ocupação da região que contribui com o esgoto, predominantemente industrial ou residencial

ETEs selecionadas e regiões atendidas pelas redes de esgoto

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ETE Barueri� esgoto sanitário de São Paulo (regiões Sul, Oeste, partes da região Norte e Centro), Cotia, Jandira, Itapevi, Barueri, Santana do Parnaíba, Carapicuíba, Osasco, Taboão da Serra� partes dos esgotos de Embu e Itapecerica da Serra� contribuição de efluentes domésticos e industriais em proporções variadas (rede coletora e caminhões)

ETEs selecionadas e regiões atendidas pelas redes de esgoto

ETE Suzano� esgoto sanitário de Suzano e Poa� parte dos esgotos de Mogi das Cruzes e Ferraz de Vasconcelos� contribuição de efluentes domésticos e industriais em proporções variadas- indústrias predominantemente químicas, farmacêuticas, metalúrgicas e

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de corantes

ETE Parque Novo Mundo� esgoto predominantemente doméstico (98%) � proveniente de parte das Zonas Leste e Central de São Paulo e Zona Norte

ETEs selecionadas e regiões atendidas pelas redes de esgoto

ETE Americana (ETE Carioba) � esgoto sanitário; contribuição de efluentes domésticos e industriais� predominam indústrias têxteis e tinturarias

ETE Jundiaí� esgoto sanitário; proporção de 40% doméstico e 60% industrial� predominam indústrias de fiação, compensado, alimentos e bebidas

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� predominam indústrias de fiação, compensado, alimentos e bebidas

ETE Vinhedo (ETE Pinheirinho) � esgoto sanitário; predominantemente doméstico

ETE Franca� esgoto predominantemente doméstico (inclui caminhões limpa fossa) � poucas indústrias de pequeno porte (pequenos curtumes)

Tabela 1 - Características e dados das Estações de Tratamento de Esgotos

ETE Processo de tratamento Qa

(L/s)

Lodo gerado (t/dia)

Adiciona ao processo de condicionamento

Idade do lodo

(dia)

Tempo de detenção no

digestor (dia) Fase líquida Fase sólida Cal FeCl3 Polímero

Barueri Lodo ativado convencional Digestor (T 25°C) e filtro prensa

7000 300 b Sim Sim 5 19

Suzano Lodo ativado convencional Digestor (T 19-25°C) e filtro prensa 750 37 Sim Sim b 6 60

Parque Novo Mundo

Lodo ativado por alimentação escalonada

Flotadores seguidos de filtro prensa 2300 88 Sim Sim b 6 c

Americana (Carioba) Filtro biológico

Digestor (T 27-28°C), centrífuga e leito de 110 7 b b Sim d 10,5

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(Carioba) Filtro biológico centrífuga e leito de secagem (15 dias)

110 7 b b Sim d 10,5

Jundiaí Lagoas Aeradas de Mistura Completa seguidas de Lagoas de Sedimentação.

Centrífuga e secagem ao ar por mais de 40 dias em leiras com revolvimento

900 28 b b Sim 4-5 c

Vinhedo (Pinheirinho)

Lodo ativado com aeração prolongada Prensa desaguadora 125 10-12 b b Sim 20 c

Franca Lodo ativado convencional Digestor (T 24°C) e filtro esteira 480 100 b Sim Sim 4,4 25-30

T = Temperatura Qa = vazão afluente. b = não é efetuada adição do condicionante c = a ETE não possui digestor d = idade do lodo não é pertinente para filtro biológico

Fonte: Pesquisa de campo realizada junto às ETEs em janeiro de 2007.

Amostragem

� Quatro campanhas de amostragem (trimestrais): abril, julho e outubro de 2007 e janeiro de 2008

� Total de 28 amostras de lodo de esgoto

Pontos de coleta� ETE Barueri e ETE Suzano: após a filtração no pátio de acumulação

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� ETE Barueri e ETE Suzano: após a filtração no pátio de acumulação de lodo; lodo recém produzido� ETE Parque Novo Mundo: após o desmonte das placas no filtro prensa� ETE Americana: leito de secagem; lodo mais antigo� ETE Jundiaí: leira de secagem; lodo pronto para envio para uso agrícola� ETE Vinhedo: saída de prensa desaguadora� ETE Franca: saída do filtro esteira

Tabela 4 - Preparo das amostras de lodo de esgoto realizado de acordo com as características do teste realizado

Testes realizados Preparação de amostras de lodo

Massa bruta

Extrato aquoso

Extrato orgânico

Análises químicas X X

Análises microbiológicas X

Teste de toxicidade aguda com bactérias luminescentes Vibrio fischeri

X

Teste de toxicidade aguda com Daphnia X

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Teste de toxicidade aguda com Daphnia

similis X

Teste de mutação reversa com Salmonella

typhimurium X X

Ensaios de germinação e alomgamento de raízes

X

Caracterização físico-química

� Substâncias inorgânicasArsênio, Bário, Cádmio, Chumbo, Cobre, Cromo, Mercúrio, Molibdênio, Níquel, Selênio, Zinco, Alumínio, Antimônio, Boro, Cálcio, Cianeto, Cobalto, Estanho, Ferro, Fluoreto, Fósforo, Magnésio, Potássio, Prata, Sódio, Sulfato, Vanádio, N nitrato total, N nitrito total, N amoniacal e N Kjeldahl total

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� Carbono orgânico total� Sólidos totais e sólidos voláteis� pH e umidade

Caracterização físico-química

� Compostos orgânicos semi voláteis e voláteisBenzenos clorados, Ésteres ftálicos, Compostos fenólicos, Hidrocarbonetos aromáticos Voláteis, Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos e Pesticidas (POPs da Convenção de Estocolmo)

� Dioxinas e furanos

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� PCBs

Caracterização microbiológica e parasitológica

� Coliformes termotolerantes� Salmonella spp� Ovos viáveis de Ascaris spp� Enterovírus

Resultados

Substâncias inorgânicas

� Não foram ultrapassadas as concentrações máximas permitidas na Resolução CONAMA 375/2006 em nenhuma das campanhas das ETEs para arsênio, bário, cádmio, chumbo, cobre, mercúrio e selênio

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� Concentrações acima das permitidas pela Resolução CONAMA 375/2006:ETE Suzano – em pelo menos uma campanha para cromo, molibdênio, níquel e zinco (indústrias químicas e metalúrgicas) ETE Parque Novo Mundo – para o zinco (região eminentemente residencial)

Resultados

Substâncias inorgânicas

� Em todas as amostras coletadas das ETEs foram detectados bário,chumbo, cobre, cromo e zinco

� ETEs Vinhedo e Franca – foram detectadas baixas concentrações dos

Resultados

Substâncias inorgânicas

� Em todas as amostras coletadas das ETEs foram detectados bário,chumbo, cobre, cromo e zinco

� ETEs Vinhedo e Franca – foram detectadas baixas concentrações dos

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metais regulamentados pela Resolução CONAMA 375/2006(predominam esgotos domésticos) metais regulamentados pela Resolução CONAMA 375/2006(predominam esgotos domésticos)

� Os lodos das ETEs apresentaram elevados teores de alumínio – entre1,52 e 28,0 g/kg

� Elevados teores de cálcio nas ETEs Suzano (9,7% a 20,6%) e ParqueNovo Mundo (10,7% a 23,9%) - relacionados à utilização da cal

Resultados

Substâncias inorgânicas

� ETEs Barueri e Suzano - concentrações mais elevadas de cobalto (contribuição de despejos industriais)

� Estanho detectado apenas nas ETEs Barueri, Suzano e Americana em concentrações de até 121 mg/kg (descarte de efluentes industriais não tratados)

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tratados)

� ETEs Franca, Barueri, Suzano e Parque Novo Mundo teores mais elevados de ferro – de 24,63 a 79,39 g/kg (utilizam o cloreto férrico para o condicionamento) – nas outras ETEs teores entre 8,83 e 25,52 g/kg

�Vanádio detectado nas amostras de todas as ETEs – até 194 mg/kg

Resultados

Substâncias inorgânicas

� ETEs Suzano e Parque Novo Mundo - o pH do lodo variou pouco entre 10,4 e 12,5 (adição de cal) – nas demais ETEs pH variável entre 2,59 e 8,21(com exceção da ETE Vinhedo)

� ETE Vinhedo – em três das amostras a relação SV/ST ultrapassou o

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� ETE Vinhedo – em três das amostras a relação SV/ST ultrapassou o limite de 0,7 da Resolução CONAMA 375/2006 (sistema de tratamento por lodos ativados com aeração prolongada/estabilização do lodo no reator)

� ETE Americana - resultados mais baixos de umidade (leitos de secagem) – ETE Jundiaí grande variação de umidade (leiras com revolvimento) – quanto maior a umidade maior a variação da taxa de aplicação

Resultados

Poluentes orgânicos

� Os pesticidas aldrin, clordano, dieldrin, DDT, endrin, heptacloro,hexaclorobenzeno, lindano, mirex e toxafeno não foram quantificadosacima do limite de detecção nas 4 campanhas de todas a ETEs

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� Dioxinas e furanos expressos como TEQ (total de toxicidadeequivalente) da 2,3,7,8 TCDD (tetracloro-dibenzo-para-dioxina) –calculados considerando os Fatores de Equivalência de Toxicidade daResolução CONAMA 316/2002

Resultados

Poluentes orgânicos

� Dioxinas e furanos e bifenilas policloradas foram detectadas em todasa ETEs

� Limites internacionais:

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União Européia – concentração de dioxinas – 100 ng/kg TEQAustrália – concentração de dioxinas – 50 ng/kg TEQNova Zelândia – concentração de dioxinas – entre 30 e 50 ng/kg TEQEstados Unidos – concentração de dioxinas e furanos – 300 ng/kg TEQ

� Maior concentração de dioxinas encontrada entre as ETEs foi de 99ng/kg TEQ

Resultados

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Figura 34 – Teores de Dioxinas e Furanos em TEQ (pg/kg) na massa bruta das amostras de lodo de esgoto

coletadas nas campanhas de amostragem de 2007. Resultados expressos em base seca.

Resultados

Poluentes orgânicos

� Considerados PCBs alvo os congêneres 2,4,4'-Triclorobifenila (28), 2,2',5,5'-Tetraclorobifenila (52), 2,2',4,5,5'-Pentaclorobifenila (101), 2,3',4,4',5-Pentaclorobifenila (118), 2,2'4,4'5,5'-Hexaclorobifenila (153), 2,2',3,4,4'5'-Hexaclorobifenila (138), 2,2',3,4,4'5,5'-Heptaclorobifenila (180)

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(180)

� Em todas as amostras analisadas foram detectados PCBs

Resultados

Poluentes orgânicos

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Figura 35 – Teores de PCBs alvo na massa bruta das amostras de lodo de esgoto coletadas no período

de 2007 a 2008. Resultados expressos em base seca.

Resultados

Poluentes orgânicos

� Além dos PCBs e das dioxinas e furanos foram pesquisados um total de 56 poluentes orgânicos incluindo os pesticidas

� Foram analisadas todas as substâncias orgânicas listadas na Resolução CONAMA 375/2006

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� Para a ETE Barueri destacaram-se os metilfenóis, o tolueno (concentrações de até 54 mg/kg) e os HPAs.

� Para a ETE Suzano destacaram-se seis benzenos clorados, entre eles, o 1,2,4-Triclorobenzeno (teores de até 0,045 mg/kg) e o 1,2,4,5-Tetraclorobenzeno (0,17 mg/kg), o dietilexil ftalato, os metilfenóis, o tolueno e os HPAs

Resultados

Poluentes orgânicos

� Para a ETE Parque Novo Mundo foram detectados fenóis não clorados, tolueno (0,16 a 0,64 mg/kg), HPAs (teores de até 0,074 mg/kg de benzo(a)antraceno e 0,15 mg/kg de naftaleno) e dietilexil ftalato (128 mg/kg)

� Para a ETE Americana destacam-se os HPAs com teores de até 6,5

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� Para a ETE Americana destacam-se os HPAs com teores de até 6,5 mg/kg de antraceno, 4,4 mg/kg de benzo(a)antraceno, 6,0 mg/kg de benzo(a)pireno e 4,5 mg/kg de indeno(1,2,3-c,d)pireno – teores 10 vezes superiores aos das ETEs Barueri e Suzano – não foram detectados em todas as campanhas (descartes pontuais)

� Para a ETE Jundiaí foram encontrados teores de até 95 mg/kg de dietilexil ftalato, 1,2 mg/kg de 3-metilfenol, 124 mg/kg de 4-metilfenol, 0,27 mg/kg de tolueno e 7,2 mg/kg de naftaleno

Resultados

Poluentes orgânicos

� Para a ETE Vinhedo foram obtidos teores significativos de tolueno e 4-metilfenol (em apenas uma das 4 campanhas) e um resultado indicando a presença de di-n-butil ftalato

� Para a ETE Franca foram encontrados os fenóis não clorados

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� Para a ETE Franca foram encontrados os fenóis não clorados

� ETEs Vinhedo e Franca não indicaram quantidades significativas de poluentes orgânicos (bacia predominantemente doméstica)

Resultados

Poluentes orgânicos

� Todas a ETEs revelaram teores significativos de 2-metilfenol, 3-metilfenol e 4-metilfenol (cresóis) empregados na formulação de desinfetantes – necessidade de verificação do efeito da aplicação destes poluentes no solo

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poluentes no solo

� Para alguns poluentes ocorrência de picos – podem estar associados a descartes de forma ocasional na rede e por meio de caminhões –variações evidenciam importância do monitoramento

Resultados

Caracterização microbiológica e parasitológica

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Figura 47 – Resultados das análises de Coliformes termotolerantes na massa bruta das amostras de lodo deesgoto coletadas no período de 2007 a 2008.

Resultados

Caracterização microbiológica e parasitológica

� Salmonella sp presente nas amostras de lodo onde foram detectados altos valores de coliformes

� ETEs Suzano, Parque Novo Mundo (adição de cal) e Jundiaí (processo de secagem ao ar por 40 dias) não apresentaram amostras positivas para

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de secagem ao ar por 40 dias) não apresentaram amostras positivas para Salmonella

Resultados

Caracterização microbiológica e parasitológica

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Figura 48 – Resultados das análises de Enterovírus na massa bruta das amostras de lodo de esgoto coletadas no período de 2007 a 2008.

Resultados

Caracterização microbiológica e parasitológica

� Maiores densidades de vírus foram obtidas na ETE Vinhedo

� Na ETE Americana não foram detectados vírus

� Demais ETEs apresentaram uma amostra com valores máximos de

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� Demais ETEs apresentaram uma amostra com valores máximos de concentração de vírus acima do padrão para lodo classe A da Resolução CONAMA 375/2006 (< 0,25 UFP/gST)

Resultados

Caracterização microbiológica e parasitológica

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Figura 49 – Resultados das análises de Ovos viáveis de Ascaris ssp na massa bruta das amostras de lodo deesgoto coletadas no período de 2007 a 2008.

Resultados

Caracterização microbiológica e parasitológica

� As ETEs que utilizaram processos de secagem do lodo foram as que apresentaram melhores resultados na remoção de ovos de Ascaris

� Foram apresentados e discutidos dados referentes a ovos viáveis de Ascaris que é o limite estabelecido na Resolução CONAMA 375/2006

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Ascaris que é o limite estabelecido na Resolução CONAMA 375/2006

Resultados

Caracterização microbiológica e parasitológicaTabela 15 – Resultados das análises de coliformes termotolerantes, Salmonella, ovos viáveis de Ascaris e Enterovírus em sete Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) do Estado de São Paulo

ETE

Coliformes termotolerantes

(NMP/g ST)

Salmonella

Ascaris (ovos viáveis/g ST) Enterovírus (UFP/g ST)

Concentração No (%)

amostras

positivas

No (%)

amostras

positivas

Concentração No (%)

amostras

positivas

Concentração

Média Intervalo Média Intervalo Média Intervalo

Barueri 1,9.105 1,7.105 – 5,5.105 4/4 (100%) 4/4 (100%) 9,79 2,40-22,50 1/4 (25%) 0,18 <0,05-0,7

Suzano 0,27* <0,43 – 0,59 0/4 (0 %) 4/4 (100%) 17,48 12,39-20,21 1/4 (25%) 0,12 <0,03 – 0,47

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Parque

Novo Mundo 13 3 – 52 0/4 (0%) 4/4 (100%) 8,79 8,10-12,70 1/4 (25%) 0,24 < 0,04 – 0,96

Americana 1,6.106 2,6.105 – 7,7.106 3/4 (75%) 0/4 (0%) <0,1 - 0/4 (0%) <0.02 -

Jundiaí 2,1.102 16 – 4,2.104 0/4 (0%) 2/4 (50%) 0,10 <0,10-0,28 1/4 (25 %) 0,18 <0,01-0,73

Vinhedo 1,4.106 1,6.105 – 6,9.106 3/4 (75%) 3/4 (75%) 0,78 <0,10-2,02 3/4 (75%) 1,03 <0,03 – 2,25

Franca 1,9.105 3,2.105 – 5.105 3/4 (75%) 4/4 (100%) 3,91 2,90-4,50 1/4 (25%) 0,28 < 0,04-1,13

Lodo Classe A <103 NMP/gST

Lodo Classe B < 106 NMP/gST

Lodo Classe A

Ausência/10gST

Lodo Classe A < 0,25/gST

Lodo Classe B < 10/gST Lodo Classe A < 0,25 UFP/gST

• Média aritmética devido aos baixos valores de Coliformes termotoleranes detectados nesse local de coleta

Resultados

Caracterização microbiológica e parasitológica

� Para a Resolução CONAMA 375/2006 – além de atender aos critérios de concentração de organismos:para que um lodo seja classificado como classe A – deve ser submetido a um dos processos de redução adicional de patógenospara que um lodo seja classificado como classe B – deve ser

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para que um lodo seja classificado como classe B – deve ser submetido a um dos processos para redução significativa de patógenos

� Nenhum dos lodos produzidos nas ETEs atende aos critérios da Resolução CONAMA 375/2006 para lodo classe A – nenhuma ETE efetua tratamento para redução adicional de patógenos

Resultados

Caracterização microbiológica e parasitológica

� Na ETE Americana – não foram detectados ovos viáveis de ascaris e enterovírus – 75% das amostras foram positivas para Salmonella e as concentrações de coliformes termotolerantes foram elevadas ultrapassando o limite para lodo classe B – possível recrescimento de

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ultrapassando o limite para lodo classe B – possível recrescimento de bactérias no leito de secagem

� Nas ETEs Suzano e Parque Novo Mundo – os critérios para coliformes termotolerantes e Salmonella são atendidos (utilização da cal) - foram observadas concentrações elevadas de ovos viáveis de Ascaris

Resultados

Caracterização ecotoxicológicaToxicidade aguda com Daphnia similis e Toxicidade aguda com Vibrio

fischeri

� Resultados expressos em unidade tóxica (100/CE50) – quanto maior a toxicidade da amostra maior a UT - foram comparadas as toxicidades das amostras entre si e entre os diferentes organismos

� As maiores toxicidades para o teste de toxicidade aguda com a

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� As maiores toxicidades para o teste de toxicidade aguda com a Daphnia foram observadas para as amostras das ETEs Parque Novo Mundo, Americana e Jundiaí

� Na ETE Barueri – resultados indicam baixa toxicidade do extrato aquoso para Vibrio fischeri - também foram detectadas baixasconcentrações de metais – resultados obtidos para Daphnia similis mostram efeitos tóxicos superiores – podem estar relacionados às concentrações de amônia

ResultadosToxicidade aguda com Vibrio fischeri

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Figura 53 – Resultados dos testes de Toxicidade aguda com Vibrio fischeri, expressos em Unidade Tóxica(100/CE50), no extrato aquoso das amostras de lodo de esgoto coletadas no período de 2007 a 2008.

Resultados

Caracterização ecotoxicológicaToxicidade aguda com Daphnia similis e Toxicidade aguda com Vibrio

fischeri

� ETE Suzano – extratos aquosos apresentaram os maiores índices detoxicidade ao Vibrio fischeri – toxicidade pode estar relacionada àsconcentrações de alumínio

� ETE Parque Novo Mundo – grande variação da toxicidade ao Vibrio

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� ETE Parque Novo Mundo – grande variação da toxicidade ao Vibrio

fischeri entre as campanhas realizadas – boa correlação com os resultadosobtidos para Daphnia similis – toxixicidade pode estar relacionada aoefeito sinérgico de metais bário, cobre e níquel

� ETE Americana – grande variação da toxicidade ao Vibrio fischeri

entre as campanhas realizadas – não foi possível estabelecer correlaçãoentre as toxicidades observadas e as substâncias testadas

Resultados

Caracterização ecotoxicológicaToxicidade aguda com Daphnia similis e Toxicidade aguda com Vibrio

fischeri

� ETE Jundiaí – baixa toxicidade do extrato aquoso para Vibrio fischeri

na 1ª e 3ª campanhas e ausência de toxicidade na 2ª e 4ª campanhas –baixas concentrações de metais no extratos aquosos analisados – exceção zinco – efeito antagônico

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� ETE Vinhedo – ausência de toxicidade na 1ª campanha e toxicidade baixa nas demais – baixas concentrações de metais nos extratos aquosos analisados – comparáveis aos resultados para Daphnia similis

� ETE Franca - ausência de toxicidade na 1ª campanha e toxicidade baixa nas demais – baixas concentrações de metais nos extratos aquosos analisados – toxicidade superior para Daphnia similis – pode estar relacionada à amônia

Resultados

Caracterização ecotoxicológicaTeste de mutagenicidade Salmonella/microsoma

� Os resultados obtidos na avaliação da mutagênese da fração aquosa das amostras (substâncias hidrossolúveis) se mostraram positivos para todas as ETEs – exceção ETE Vinhedo

� 3 4

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� Resultados positivos de maneira geral bastante altos (103 e 104

revertentes/litro) – significa que os compostos presentes na fração aquosa têm atividade mutagênica significativa

� Foi verificada atividade mutagênica nos extratos orgânicos obtidos dasamostras de lodo para todas as ETEs – exceção ETE Barueri e ETEVinhedo

Resultados

Caracterização ecotoxicológicaTeste de mutagenicidade Salmonella/microsoma

� Para os extratos orgânicos – as maiores potências foram encontradasnas amostras das ETEs Suzano, Americana e Parque Novo Mundo

� ETE Suzano – os resultados obtidos nos extratos orgânicos podem ser

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� ETE Suzano – os resultados obtidos nos extratos orgânicos podem serdecorrentes da influência dos efluentes industriais (farmacêuticas, papel ecelulose, químicas) tratados nessa ETE nas características do lodo

� ETE Americana – a atividade mutagênica verificada nos extratosorgânicos de todas as amostras analisadas pode ser devida à presença deHPAs (identificados quimicamente nas amostras)

Resultados

Caracterização ecotoxicológicaTeste de mutagenicidade Salmonella/microsoma

� ETE Parque Novo Mundo – presença de compostos com atividade mutagênica em todas as campanhas – resultados foram inesperados considerando-se os esgotos predominantemente domésticos

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� ETE Vinhedo – resultados mostraram ausência de atividade mutagênica tanto nas frações aquosas como nos extratos orgânicos avaliados – resultados esperados pois trata esgoto sanitário predominantemente doméstico

Resultados

Ensaios de germinação e alongamento de raízes

� ETE Vinhedo e ETE Americana – extratos aquosos obtidos das amostras apresentaram as menores e maiores inibições na germinação de sementes e no alongamento de raízes, respectivamente

� ETE Parque Novo Mundo – extratos aquosos obtidos das amostras

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� ETE Parque Novo Mundo – extratos aquosos obtidos das amostras apresentaram fitotoxicidade para todas as espécies vegetais (bacia de contribuição predominantemente doméstica)

� Os extratos aquosos das amostras da ETEs que apresentaram maior toxicidade nos ensaios de germinação e alongamento de raízes também apresentaram toxicidade nos demais ensaios

Conclusões

� ETEs onde ocorre maior contribuição de esgotos oriundos de atividades industriais – apresentaram maiores concentrações dos poluentes pesquisados – influência das características da bacia de contribuição

� Dioxinas e furanos presentes em concentrações elevadas nos lodos das ETEs Suzano, Americana e Barueri – ETEs que atendem regiões mais

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ETEs Suzano, Americana e Barueri – ETEs que atendem regiões mais industrializadas

� HPAs – foram detectados nos lodos de todas as ETEs exceto Vinhedo

�Lodos das ETEs Barueri, Suzano e Americana foram as que apresentaram maiores teores de substâncias orgânicas

Conclusões

� Lodos de esgoto que envolveram a adição de cal – forneceram baixas concentrações de coliformes termotolerantes e freqüência de Salmonella

� Todos os ensaios de toxicidade realizados mostraram-se concordantes no que se refere à toxicidade dos extratos aquosos obtidos das amostras do lodo da ETE Americana

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do lodo da ETE Americana

� ETE Vinhedo – menores efeitos tóxicos ao Vibrio fischeri e à Daphnia

similis – não foi detectada atividade mutagênica – foi observado baixo efeito de inibição à germinação de sementes e nenhum efeito tóxico às espécies de plantas ensaiadas

Conclusões

� ETEs que excedem ou apresentam grandes variações nas concentrações dos parâmetros limitados pela CONAMA 375/2006 –regiões com maior índice de industrialização

� Resultados evidenciaram a necessidade da continuidade da caracterização química, microbiológica e toxicológica do lodo de esgoto para formação de banco de dados das ETEs do estado de SP – subsídios

SECRETARIA DO

MEIO AMBIENTE

para formação de banco de dados das ETEs do estado de SP – subsídios para inclusão ou exclusão de parâmetros da legislação