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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS CAMPUS DE BOTUCATU ESTUDO DO USO DE LODO DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA E DE ESGOTO URBANO NAS PROPRIEDADES QUÍMICAS DO SOLO JAYME LAPERUTA NETO Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp - Campus de Botucatu, para obtenção do título de Mestre em Agronomia - Área de concentração em Irrigação e Drenagem. BOTUCATU-SP Agosto – 2006

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO”

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS

CAMPUS DE BOTUCATU

ESTUDO DO USO DE LODO DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA E DE ESGOTO URBANO NAS PROPRIEDADES QUÍMICAS DO SOLO

JAYME LAPERUTA NETO

Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp - Campus de Botucatu, para obtenção do título de Mestre em Agronomia - Área de concentração em Irrigação e Drenagem.

BOTUCATU-SP Agosto – 2006

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO”

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS

CAMPUS DE BOTUCATU

ESTUDO DO USO DE LODO DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA E DE ESGOTO URBANO NAS PROPRIEDADES QUÍMICAS DO SOLO

JAYME LAPERUTA NETO

ORIENTADOR: Prof. Dr. Raimundo Leite Cruz

Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp - Campus de Botucatu, para obtenção do título de Mestre em Agronomia - Área de concentração em Irrigação e Drenagem.

BOTUCATU-SP Agosto– 2006

III

“ É isso o aprendizado...

Você entende subitamente o

que entendeu a vida inteira,

mas de uma nova forma.”

Doris Lessing.

IV

Aos meus queridos pais

Jayme Laperuta Filho e Dileusa Maria Fumes Laperuta

Pela educação maravilhosa e principalmente por terem me dado o que

de mais precioso tenho: a VIDA.

Dedico

Aos meus avós Jayme, Maria de Lourdes, Duvilio e Aparecida, aos

minhas irmãs Camila e Andréa por quem tenho muita consideração e

estima.

Ofereço

V

AGRADECIMENTOS

A Deus, que é a razão de Tudo.

Ao Prof. Dr. Raimundo Leite Cruz por ter confiado em minha

capacidade, pela orientação, pelos ensinamentos e colaboração em todas as etapas desse

trabalho e, principalmente pela amizade sincera firmada nesses anos.

Ao meu amigo de graduação e pós-graduação Marcelo De Marchi

Colino (Casão) pelo apoio e colaboração na execução desse trabalho.

À Profa. Dra. Marta Maria Mischan e ao amigo Dr. Wilson Roberto de

Jesus pela ajuda na parte estatística desse trabalho.

Aos colegas e professores do curso de Pós-Graduação.

Aos amigos do Departamento de Engenharia Rural da FCA, em especial,

aos amigos Pedro, Israel e Gilberto pelos constantes auxílios desde a implantação até o

desenvolvimento do trabalho e, principalmente pela amizade.

Aos amigos do STI da FCA.

A Bibliotecária Janaína Celoto Guerrero pela adequação das citações

bibliográficas.

À minha família, e a todos meus amigos, pela colaboração e apoio

durante todo o período de desenvolvimento desse trabalho.

Principalmente minha avó Maria de Lourdes Gramuglia Laperuta, por

ter me guiado nos primeiros passos do aprendizado.

VI

SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS ..............................................................................................................IX

LISTA DE FIGURAS ...............................................................................................................XI

1. RESUMO ................................................................................................................................1

2. SUMMARY ............................................................................................................................3

3. INTRODUÇÃO.......................................................................................................................5

4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................................7

4.1 Nutrientes essenciais para as plantas .................................................................................7

4.1.1 Interação entre solos e nutrientes ...............................................................................8

4.2 Lodo de tratamento de esgoto..........................................................................................10

4.2.1 Introdução.................................................................................................................10

2.2.2 Uso agrícola do lodo de esgoto ................................................................................11

4.3 Lodo de Estação de Tratamento de água. ........................................................................13

4.3.1 Introdução.................................................................................................................13

2.3.2 Incorporação do lodo ETA ao solo...........................................................................14

4.4 Águas Residuárias ...........................................................................................................15

4.4.1 Introdução.................................................................................................................15

2.4.2 Experiência do reuso de água ...................................................................................17

5. MATERIAIS E MÉTODOS..................................................................................................18

5.1 Delineamento experimental.............................................................................................18

5.2 Tipos de solos ..................................................................................................................21

5.3 Tipos de lodo ...................................................................................................................22

5.3.1 Lodo de esgoto proveniente da Estação de Tratamento do Lageado .......................23

5.3.2 Lodo de esgoto proveniente da Estação de Tratamento de Franca...........................24

5.3.3 Lodo proveniente da Estação de Tratamento de Água de Botucatu.........................25

5.4 Tipos de água...................................................................................................................26

5.4.1 Determinação da capacidade de campo....................................................................26

VII

5.5 Legenda ...........................................................................................................................26

5.6 Análise das amostras .......................................................................................................27

5.7 Testes estatísticos ............................................................................................................27

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ..........................................................................................29

6.1. pH ...................................................................................................................................31

6.1.1. Análise de Variância e teste de Tukey.....................................................................31

6.1.2. Análise de regressões...............................................................................................33

6.2. Matéria Orgânica (M.O.) ................................................................................................35

6.2.1. Análise de Variância e teste de Tukey.....................................................................35

6.2.2. Análise de regressões...............................................................................................37

6.3. Fósforo (P)......................................................................................................................38

6.3.1. Análise de Variância e teste de Tukey.....................................................................38

6.3.2. Análise de regressões...............................................................................................40

6.4. Al3+ .................................................................................................................................41

6.4.1. Análise de Variância e teste de Tukey.....................................................................41

6.4.2. Análise de regressões...............................................................................................42

6.5. Acidez Potencial (H+Al) ................................................................................................44

6.5.1. Análise de Variância e teste de Tukey.....................................................................44

6.5.2. Análise de regressões...............................................................................................46

6.6. Potássio (K) ....................................................................................................................47

6.6.1. Análise de Variância e teste de Tukey.....................................................................47

6.5.2. Análise de regressões...............................................................................................49

6.7. Calcio (Ca)......................................................................................................................51

6.7.1. Análise de Variância e teste de Tukey.....................................................................51

6.7.2. Análise de regressões...............................................................................................52

6.8. Magnésio (Mg) ...............................................................................................................53

6.8.1. Análise de Variância e teste de Tukey.....................................................................53

6.7.2. Análise de regressões...............................................................................................55

6.9. Soma de bases (SB) ........................................................................................................56

6.9.1. Análise de Variância e teste de Tukey.....................................................................56

6.9.2. Análise de regressões...............................................................................................56

VIII

6.10. Capacidade de troca de cátions (CTC) .........................................................................57

6.10.1. Análise de Variância e teste de Tukey...................................................................57

6.10.2. Análise de regressões.............................................................................................58

6.11. Saturação em bases ( V%) ............................................................................................59

6.11.1. Análise de Variância e teste de Tukey...................................................................59

6.11.2. Análise de regressões.............................................................................................61

6.12. Enxofre (S) ...................................................................................................................62

6.12.1. Análise de Variância e teste de Tukey...................................................................62

6.12.2. Análise de regressões.............................................................................................64

6.13. Boro (B)........................................................................................................................66

6.13.1. Análise de Variância e teste de Tukey...................................................................66

6.13.2. Análise de regressões.............................................................................................66

6.14. Cobre (Cu) ....................................................................................................................67

6.14.1. Análise de Variância e teste de Tukey...................................................................67

6.14.2. Análise de regressões.............................................................................................69

6.15. Ferro (Fe)......................................................................................................................71

6.15.1. Análise de Variância e teste de Tukey...................................................................71

6.15.2. Análise de regressões.............................................................................................72

6.16. Manganês (Mn) ............................................................................................................73

6.16.1. Análise de Variância e teste de Tukey...................................................................73

6.16.2. Análise de regressões.............................................................................................75

6.17. Zinco (Zn).....................................................................................................................76

6.17.1. Análise de Variância e teste de Tukey...................................................................76

4.17.2. Análise de regressões.............................................................................................77

6.18. Considerações Gerais. ..................................................................................................78

7. CONCLUSÕES.....................................................................................................................79

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................80

APENDICE 1 ............................................................................................................................85

APÊNDICE 2 ............................................................................................................................91

IX

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Classificação dos nutrientes minerais..........................................................................8

Tabela 2: Classificação dos teores de nutrientes no solo.............................................................9

Tabela 3: Propriedades químicas dos solos utilizados. .............................................................22

Tabela 4: Análise química do lodo da ETE-Lageado................................................................23

Tabela 5: Análise química do lodo da ETE-Franca...................................................................25

Tabela 6: Significância de cada efeito para as propiedades estudadas......................................30

Tabela 7: Valores de pH encontrados para tratamentos. ...........................................................31

Tabela 8: Resultados da análise de regressão para níveis de pH em relação a épocas..............33

Tabela 9: Valores encontrados para matéria orgânica (g dm-3).................................................35

Tabela 10: Resultados da análise de regressão para teores de M.O. em relação a épocas. .......37

Tabela 11: Valores encontrados para fósforo (mg dm-3 ). .......................................................39

Tabela 12: Resultados da análise de regressão para teores de P em relação a épocas. .............40

Tabela 13 : Valores encontrados para Al3+ (mmolc dm-3 )........................................................41

Tabela 14: Resultados da análise de regressão para teores de Al3+ em relação a épocas..........44

Tabela 15: Valores encontrados para H+Al (mmolc dm-3 ). .....................................................45

Tabela 16: Resultados da análise de regressão para os níveis de H+Al em relação a épocas...47

Tabela 17: Valores encontrados para K (mmolc dm-3 ). ...........................................................48

Tabela 18: Resultados da análise de regressão para os teores de K em relação a épocas. ........50

Tabela 19: Valores encontrados para Ca (mmolc dm-3 ). ..........................................................52

Tabela 20: Resultados da análise de regressão para os teores de Ca em relação a épocas........53

Tabela 21: Valores encontrados para Mg (mmolc dm-3 ). .........................................................54

Tabela 22: Resultados da análise de regressão para os teores de Mg em relação a épocas. .....55

Tabela 23: Valores encontrados para SB (mmolc dm-3 ). .........................................................56

Tabela 24: Valores encontrados para CTC (mmolc dm-3 )........................................................57

Tabela 25: Resultados da análise de regressão para os teores de CTC em relação a épocas. ...58

Tabela 26: Valores encontrados para V% .................................................................................59

Tabela 27: Resultados da análise de regressão para os teores de V% em relação a épocas .....62

Tabela 28: Valores encontrados para S (mg dm-3). ..................................................................63

X

Tabela 29: Resultados da análise de regressão para os teores de S em relação a épocas..........65

Tabela 30: Valores encontrados para B (mg*dm-3)..................................................................66

Tabela 31: Resultados da análise de regressão para os teores de B em relação a épocas. ........67

Tabela 32: Valores encontrados para Cu(mg dm-3)..................................................................68

Tabela 33: Resultados da análise de regressão para os teores de Cu em relação a épocas. ......70

Tabela 34: Valores encontrados para Fe(mg dm-3). .................................................................71

Tabela 35: Resultados da análise de regressão para os teores de Fe em relação a épocas. .......73

Tabela 36: Valores encontrados para Mn(mg dm-3).................................................................74

Tabela 37: Resultados da análise de regressão para os teores de Mn em relação a épocas ......75

Tabela 38: Valores encontrados para Zn(mg dm-3). .................................................................76

Tabela 39: Resultados da análise de regressão para os teores de Zn em relação a épocas........77

XI

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Estufa da ETE Lageado..............................................................................................19

Figura 2: Lodo secando ao ar ....................................................................................................19

Figura 3: Coleta de amostras .....................................................................................................21

Figura 4: Estação de tratamento de esgoto da fazenda experimental Lageado. ........................24

1

1. RESUMO

No ano de 2005 foi realizado, em área da Estação de tratamento de

Esgoto da Fazenda Experimental Lageado, campus da Universidade Estadual Paulista –

Botucatu, SP, experimento com lodos de esgoto, proveniente da própria estação do Lageado,

da estação de tratamento de esgoto da SABESP, no município de Franca-SP, e com lodo do

tratamento de água, proveniente da Estação de Tratamento de Água da SABESP no município

de Botucatu-SP, tendo por objetivo, a avaliação dos efeitos causados pela aplicação desses

resíduos em Neosolo Quartzarênico e Latossolo Vermelho Distroférrico , irrigados com água

tratada fornecida pela SABESP e por água residuária da própria estação de tratamento do

Lageado.

As variáveis analisadas foram : pH, acidez potencial, matéria orgânica,

capacidade de troca de cátions (CTC), soma de bases (SB), saturação em bases (V%),

P(resina), Al3+, K, Ca, Mg, S, B, Cu, Fe, Mn e Zn.

O experimento foi constituído de tratamentos, os quais foram montados

ao acaso, em esquema fatorial 3x2x3x2, sendo 3 épocas, dois tipos de solo, 3 tipos de lodo, 2

tipos de água, com 3 repetições por tratamento, resultando no total 108 amostras. Os

tratamentos foram preparados em recipientes de 9,50 litros, contendo uma mistura de 70% do

volume de solo e os 30 % restantes de lodo.

2

O lodo da ETE-Lageado apresentou para a maioria dos elementos

estudados, teores médios maiores, que os do lodo da ETE-Franca e ETA-Botucatu que foram

semelhantes.

Os teores da maioria dos elementos variam com a época, para os três

lodos, sendo seus comportamentos explicados por modelos polinomiais de segunda ordem na

quase totalidade.

Os lodos podem ser aplicados ao solo, uma vez que os níveis dos

nutrientes, foram considerados de médio para alto de acordo com Raij et al. (1996), e os níveis

de Cu e Zn não se apresentaram tóxicos (U.S.EPA,1996).

3

2. SUMMARY

STUDY OF THE USE OF SLUDGE FROM URBAN WATERWORKS AND SEWAGE

FARMS IN THE CHEMICAL PROPERTIES OF THE SOIL. Botucatu, 2006. 96 p.

Dissertação (Mestrado em agronomia / Irrigação e Drenagem), Faculdade de Ciências

Agronômicas, Universidade Estadual Paulista.

Author : Jayme Laperuta Neto

Adviser: Prof. Dr. Raimundo Leite Cruz

An experiment using sludge from Lageado sewage farm, from SABESP

sewage farm in the city of Franca-SP and sludge from SABESP waterworks in the city of

Botucatu-SP was carried out in Lageado Experimental Farm, campus of Universidade

Estadual Paulista, Botucatu-SP in the year of 2005, with the purpose of assessing the effects

caused by the application of these residues to quartzose sand and oxisol irrigated with purified

water supplied by SABESP and residuary water from Lageado waterworks.

The analysed variables were: pH, potencial acidity, organic

matter, cation exchange capacity (CEC), base addition (BA), base saturation (V%),

P(resin), Al+3, K, Ca, Mg, S, B, Cu, Fe, Mn and Zn.

The experiment consisted of treatments, which were assembled

at random, in a 3x2x3x2 factorial scheme, being respectively: 3 time, 2 types of soil, 3

4

types of sludge, 2 types of water, with three repetitions for each treatment, resulting in

a total of 108 samples.

The treatments were prepared in 9,5 liter containers with a

mixture of 70% of the soil volume and 30 % of sludge.

The sludge from the Lageado sewage farm presented, for most

of the analysed elements, higher average contents than the ones from Franca sewage

farm and Botucatu waterworks that were both similar.

The amount of most elements varies according to time for all of

3 types of sludge, their behavior being explained through second order polynomial

models almost in its totality.

The sludges may be used as a soil conditioner, since the levels of

the nutrients were considered as average to high according to Raij et al. (1996) and Cu

an Zn levels haven´t showed as being toxic (USEPA, 1996). 1

1 kKey words: sludge; soil – chemical properties, wasted waters, sanitation.

5

3. INTRODUÇÃO

Devido ao crescimento populacional e sua concentração em centros

urbanos, vem aumentando o consumo de água potável, água essa que é necessária para que

sejam feitas as atividades cotidianas das pessoas.

Atividades rotineiras como por exemplo tomar banho (sabonete), dar

descarga no vaso sanitário (fezes), estão contaminando a água que estava limpa. A

contaminação vem na forma de restos alimentares, dejetos humanos e outras excretas,

transformando a água limpa em esgoto.

O esgoto, atualmente, em sua maior parte vem sendo lançado nos rios e

cursos d´ água sem o devido tratamento, comprometendo a qualidade e quantidade dos

recursos hídricos.

A água potável é um recurso que está se tornando escasso, portanto é

necessário que se encontre uma disposição adequada para esses resíduos. A alternativa

encontrada foi o tratamento do esgoto, em estações especializadas e feitas por órgãos

competentes, antes de lança-lo nos cursos d´ água, comprometendo sua qualidade.

O grande problema é que o processo de tratamento do esgoto gera um

novo resíduo, o lodo de esgoto, rico em matéria orgânica e nutrientes, sendo necessário

também uma correta disposição final para esse resíduo.

Segundo Oliveira (2000), dentre as alternativas para destinação final do

lodo de esgoto podem ser citadas: a disposição em oceanos, aterro misto com lixo urbano,

6

incineração, produção de agregado leve para a construção civil e a utilização e, ou disposição

em solos agrícolas.

Dentre as diversas alternativas existentes para a disposição do lodo de

esgoto, a usada para fins agrícola e florestal apresenta-se como uma das mais convenientes,

pois, como o lodo é rico em nutrientes e matéria orgânica, é amplamente recomendada sua

aplicação como condicionador de solo e ou fertilizante (BETTIOL; CAMARGO, 2000).

Mas não é só o tratamento de esgoto que gera resíduos, o processo de

purificação da água, tornando-a própria para o consumo humano também gera um resíduo, o

chamado lodo de tratamento de água. Esse lodo é uma mistura de poluentes, areia, silte, argila

e substâncias húmicas presentes nas águas dos rios.

Assim como o lodo de esgoto, o lodo de estações de tratamento de água,

também causa grande problema quanto a sua disposição.

Segundo Cordeiro (1999), na América Latina e particularmente no

Brasil, poucos tem sido os estudos sobre o assunto, motivando preocupações.

Diante do exposto, idealizou-se um projeto, objetivando avaliar a

eficiência e as diferenças entre o uso dos lodos de esgoto e os de tratamento de água como

condicionadores de solo, segundo suas características químicas.

No presente trabalho, os elementos químicos estudados foram Fósforo,

Alumínio, Potássio, Cálcio, Magnésio, Enxofre, Boro, Cobre, Ferro, Manganês e Zinco.

Também foram avaliados pH, níveis de Matéria Orgânica e CTC.

7

4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1 Nutrientes essenciais para as plantas

Existem dezesseis elementos químicos que são essenciais para o

crescimento das plantas. Estes estão divididos em dois grupos: os não-minerais e os minerais.

Os nutrientes não-minerais, o carbono (C), o hidrogênio (H) e o

oxigênio (O), participantes da fotossíntese.

Luz 6 CO2 + 6 H2O O2 + 6 (CH2O)

Os produtos da fotossíntese são os principais responsáveis pela maior

parte do crescimento das plantas. Portanto o crescimento da planta pode ser prejudicado

pela insuficiência desses nutrientes. Esses nutrientes são fornecidos pela água e pela

atmosfera.

Os demais nutrientes são classificados como minerais. Que são

fornecidos pelo solo e atmosfera e estão divididos em três grupos: macronutrientes e

micronutrientes (Tabela 1).

8

Tabela 1: Classificação dos nutrientes minerais.

Macronutrientes Micronutrientes

Nitrogênio (N) Boro (B)

Fósforo (P) Cloro (Cl)

Potássio (K) Cobre (Cu)

Cálcio (Ca) Ferro (Fe)

Magnésio (Mg) Manganês (Mn)

Enxofre (S) Molibdênio (Mo)

Zinco (Zn)

Embora seja arbitrária, uma linha divisória é traçada entre os nutrientes

que são necessários em grandes quantidades, macronutrientes, e aqueles que são

necessários em quantidades menores, micronutrientes. Esta divisão não significa que um

nutriente seja mais importante do que outro, apenas que eles são necessários em

quantidades e concentrações diferentes. Existe uma lei, que enfatiza a importância de todos

os nutrientes essenciais, é a chamada Lei do Mínimo.

Segundo Lopes (1989) “O rendimento de uma colheita é limitado pela

ausência de qualquer um dos nutrientes essenciais, mesmo que todos os demais estejam

disponíveis em quantidades adequadas”; essa é a essência da Lei do Mínimo.

Em resumo: a produção das culturas é limitada pelo nutriente mineral

menos disponível para as plantas.

4.1.1 Interação entre solos e nutrientes

Segundo Raij (1981), os nutrientes encontram-se numa solução que

ocupa os poros do solo. A absorção de nutrientes pelas plantas, dá-se através dessa solução.

Portanto é importante saber, em que formas os nutrientes encontram-se em solução.

9

De acordo com Raij (1981), dos macronutrientes, três apresentam-se

como cátions apenas, ou seja, potássio, cálcio e magnésio. O fósforo apresenta-se na forma

dos anions ortofosfatos e o enxofre como sulfato. O nitrogênio é o único macronutriente, que

pode estar na forma de cátion ou de ánion, respectivamente como amônio e nitrato.

O hidrogênio destaca-se por seu papel na acidez dos solos. O alumínio,

por ser importante elemento tóxico em solos ácidos. O sódio, por ser um cátion que pode

ocorrer em teores trocáveis bastante elevados e o anion cloreto, por ser adicionado em grandes

quantidades ao solo através das adubações.

A maioria dos solos apresenta um excesso de carga negativa na

superfície das partículas. Esse excesso de carga negativa é contra balanceada pelos cátions que

estão na solução do solo.

Os íons em excesso a esses cátions constituem os sais da solução do

solo, e são responsáveis por diversos fenômenos de interesse, tais como: absorção de cátions

pelas plantas, salinidade e lixiviação (RAIJ, 1981).

A tabela abaixo classifica os teores para cada nutriente, de acordo com

seus níveis encontrados nos solos.

Tabela 2: Classificação dos teores de nutrientes no solo

Classe P resina S-SO42- Al K Ca Mg pH V%

Teores Florestais Perenes Anuais Hortaliças Ca(H2PO4)2 Resina trocadora de íons CaCl2

_ _ _ _ _ _ _ mg/dm3 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ mmolc*dm-3 _ _ _ _ _ _ _ _

M. Baixo 0 - 2 0 – 5 0 - 6 0 - 10 0,0 - 0,7

Até - 4,3 0 - 25

Baixo 3 - 5 6 – 12 7 - 15 10 - 25 0 - 4 < 5 0,8 - 1,5 0 - 3 0 - 4 4,4 - 5,0 26 - 50

Médio 6 - 10 13 – 30 16 - 40 25 - 60 5 - 10 1,6 - 3,0 4 - 7 5 - 8 5,1 - 5,5 51 - 70

Alto 10 - 20 31 – 60 41 - 80 61 - 120 >10 > 5 3,1 - 6,0 >7 >8 5,6 - 6,0 71 - 90

M. Alto > 20 >60 >80 >120 >6,0 >6,0 >90

Classe B Cu Fe Mn Zn

Àgua quente DTPA DTPA DTPA DTPA

_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ mg/dm3 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _

Baixo 0,0 - 0,20 0,0 - 0,2 0 - 4 0,0 - 1,2 0,0 - 0,5

Médio 0,21 - 0,60 0,3 - 0,8 5 - 12 1,3 - 5,0 0,6 - 1,2

Alto >0,60 >0,8 >12 >5,0 >1,2

Fonte: Raij et al. (1996)

10

Faixas de teores acima do médio, de acordo com a tabela, são as

recomendadas para um bom desenvolvimento da planta, por outro lado, teores inferiores ao

médio podem indicar limitação do desenvolvimento da planta, por indisponibilidade do

nutriente.

4.2 Lodo de tratamento de esgoto

4.2.1 Introdução

Segundo Melo e Marques ( 2000 ), a composição do esgoto varia de

acordo com o processo utilizado na estação de tratamento de esgoto, aqui tratada como ETE,

em função do local de origem da área; se tipicamente residencial ou industrial e da época do

ano, mas em média pode-se observar que 99,9% do esgoto doméstico é constituído de água.

O 0,1% restante, apresenta em média 70 % de sólidos orgânicos

(proteínas, carboidratos, gorduras, etc.) e 30 % sólidos inorgânicos (areia, sais, metais, etc.)

(FERNANDES, 2000).

O lodo de esgoto (biossólido) é o resíduo que se obtém após o

tratamento das águas servidas (esgotos), com a finalidade de torná-las o menos poluídas

possível, de modo a permitir seu retorno, ao ambiente sem que sejam agentes de poluição

(MELO; MARQUES, 2000).

De acordo, com Melo e Marques (2000), em função da origem e do

processo de obtenção utilizado, o lodo de esgoto apresenta uma composição muito variável,

sendo um material rico em matéria orgânica (40 – 60 %), em nitrogênio e alguns

micronutrientes, o caso do zinco, por exemplo.

Segundo Bettiol e Camargo (2000), a disposição final adequada do lodo

de esgoto, é uma etapa problemática no processo operacional de uma estação de tratamento de

esgoto.

Entre as diversas alternativas existentes para a disposição do lodo de

esgoto , a utilizada para fins agrícola e florestal apresenta-se como uma das mais convenientes

11

e é amplamente recomendada sua aplicação como condicionador de solo ou fertilizante, uma

vez que o lodo é rico em nutrientes e matéria orgânica.

No entanto, de acordo com Silvério (2004), todos os cuidados devem

ser considerados para a utilização do lodo na agricultura, pois em sua composição o lodo de

esgoto pode apresentar poluentes potencialmente tóxicos, como: metais pesados; compostos

orgânicos persistentes e organismos patogênicos – coliformes fecais, salmonela, vírus e

helmintos.

Segundo Andreoli (1999), o lodo de esgoto pode ser utilizado na

agricultura de forma econômica e adequada sob o aspecto ambiental, desde que apresente

níveis compatíveis de metais pesados e de seu perfil sanitário.

Desta forma, a grande maioria dos biossólidos gerados em ETEs no

Brasil, podem ser utilizados na agricultura, pois atendem os quisitos de qualidade para uso

agrícola (TSUTIYA, 2000).

2.2.2 Uso agrícola do lodo de esgoto

A destinação de grande parte do lodo de esgoto tratado e higienizado

para aplicação em agrossistemas, visando à reciclagem dos nutrientes e a manutenção da

fertilidade do solo já é praticada na França (58 %), Itália (33 %), Suíça (45 %) e Noruega

(58 %) (MONTEIRO, 2005).

No Brasil, o uso não é muito difundido, em razão do pequeno número

de cidades que possuem estações de tratamento de esgoto (ETE) (SILVÉRIO, 2004).

Entretanto inúmeros estudos vêm sendo feitos para mudar esse quadro.

Pois de acordo com Ferreira et al. (1999), o uso do lodo na agricultura é a alternativa mais

promissora para países como o Brasil, onde se faz necessária a reposição do estoque de

matéria orgânica dos solos devido ao intenso intemperismo das condições climáticas.

De acordo com Monteiro (2005), o lodo de esgoto pode ser adicionado

com vantagem ao solo devido a sua composição, na qual se encontra elevada concentração de

nutrientes e matéria orgânica.

12

Marques (1997) citado por Melo e Marques (2000)1, “ em solo

Latossolo Vermelho-Escuro textura média, cultivado com cana-planta, encontrou aumento no

teor de matéria orgânica com doses crescentes de lodo de esgoto, um ano após a aplicação do

resíduo”.

Também com o efeito da incorporação do lodo de esgoto ao solo,

Marques (1997) observou um decréscimo linear nos teores de H+Al (acidez potencial do solo)

e ainda um aumento linear do teor de fósforo (P) de acordo com a dose aplicada.

Silva e Poggiani (2005) que trabalharam com lodo de esgoto em

plantações florestais de eucalipto obtiveram maiores teores de Nitrogênio (N), Fósforo (P),

Cálcio (Ca) e Zinco (Zn).

Na plantação sucessiva de milho-aveia, Andreoli (1997) verificou que

trabalhando com a aplicação do lodo de esgoto antes de semear milho ou a aveia, ocorreram

diferenças significativas nos níveis de pH, Ca, Mg, e P enquanto que os níveis de metais

pesados e avaliações sanitárias se mantiveram dentro dos limites seguros, para o solo e para

plantas cultivadas.

Trabalhando em campo, com o Latossolo vermelho distrófico do

terceiro planalto do Paraná, cultivando milho Agroceres 405 com diversas doses de lodo,

Gobbi (2003) também verificou redução do pH, aumento nos teores de N, P, K, Ca, Mg, S, Al,

Mo, Sb e na acidez potencial do solo.

Segundo Melo et al. (2000), a aplicação do biossólido causou um

aumento do pH, e dos teores de P e Ca, ao mesmo tempo que ocasionou uma diminuição na

acidez potencial.

Guedes (2005), trabalhando com aplicação do biossólido em um

povoamento de Eucalyptus grandis, verificou que o capital de P, Ca, e Zn no solo onde foi

aplicado o biossólido foi maior do que no solo adubado, chegando a conclusão que aquele tem

maior capacidade em manter a sustentabilidade produtiva do ecossistema.

1 MELO, W. J. de; MARQUES, M.O. Potencial do lodo de esgoto como fonte de nutrientes para as plantas. In: BETTIOL,

W. & CAMARGO, O.A., eds. Impacto ambiental do uso agrícola do lodo de esgoto. Jaguariúna: EMBRAPA Meio

Ambiente, 2000. p.109-141 apud MARQUES, M. O. Incorporação de lodo de esgoto em solo cultivado com cana-de-açucar.

Jaboticabal, 1997 111p. Tese (Livre Docência) – Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias-UNESP.

13

Cultivando cana-de-açucar em solo adubado com lodo de esgoto,

Silva el al (1997), verificaram que o lodo atuou como fonte de P, S, Ca, Cu, B e Zn pois

aumentou os teores destes nutrientes no solo. Mesmo assim ao analisar mais profundamente o

Cu, Zn, Fe e Mn verificou que os aumentos dos teores ocorridos no solo foram desprezíveis ,

se considerada a faixa de teores disponíveis encontrados em solos brasileiros.

Ilhenfeld et al. (1999), disseram que de maneira geral, os resultados na

cultura de aveia e milho em solo onde foi aplicado lodo de esgoto, foram o aumento do pH

proporcional ao aumento da dosagem e a CTC natural do solo, elevando também os teores de

Ca , Mg , CTC(Capacidade de troca de cátions) e V%(Saturação de Bases), com redução de K.

Em nenhum dos casos o uso do biossólido foi impossibilitado pela

presença de metais pesados, pois embora presentes, seus níveis estavam sempre dentro do

aceitável.

4.3 Lodo de Estação de Tratamento de água.

4.3.1 Introdução

O Lodo de estação de tratamento de água (LETA) é um resíduo

formado nos decantadores da estação, resultado dos processos de floculação e coagulação. É

uma mistura de poluentes, areia, silte, argila e substâncias húmicas presentes nas águas dos

rios (TEIXEIRA et al., 2005).

O processo primário no tratamento de águas superficiais,

consiste na clarificação química através da coagulação, decantação e filtração. Os lagos

possuem uma qualidade mais uniforme ao longo do ano, e requerem um grau de tratamento

inferior ao requerido pelas águas de rios. A purificação natural resulta na redução de turbidez,

bactérias coliformes e cor. Por outro lado, o desenvolvimento de algas pode causar aumento na

turbidez, produzindo gastos e odores de difícil remoção, durante o outono e o inverno.

As duas principais origens de resíduos, no processo de

tratamento de água, são o lodo dos decantadores, resultante da coagulação química ou

abrandamento, e a água de lavagem de filtros. Essas descargas são altamente variáveis em

14

composição, contendo materiais concentrados, removidos da água bruta, mais os coagulantes

utilizados no tratamento (Hammer, 1979).

Assim como o lodo de esgoto, o lodo gerado em estações de tratamento

de água (ETA), também causa grande problema quanto a sua disposição.

Segundo Andreoli e Pinto (2001), embora a maioria dos países

desenvolvidos já tenha adequado seus sistemas para gerenciar os resíduos produzidos no

processo de tratamento, atualmente, um grande numero de estações de tratamento de água,

ainda, lança esse material diretamente nos cursos de água, principalmente nos países em

desenvolvimento.

Portela et al. (2003) disseram que há muito tempo, o destino desses

resíduos de ETA vinha sendo os cursos d´ água próximos das estações, no entanto, a crescente

preocupação e a regulamentação têm restringido ou proibido essa disposição.

Entre as alternativas de destinação final mais usadas nos países

desenvolvidos estão a disposição em aterros sanitários, aplicação controlada no solo e a

reciclagem, em que os resíduos são reutilizados para gerar algum bem ou benefício à

população (ANDREOLI; PINTO, 2001).

Além disso, vários estudos vem sendo realizados utilizando lodo de

ETA na construção civil, para a fabricação de blocos cerâmicos, na incorporação da matriz do

Cimento, etc.

Portanto, segundo Portela et al. (2003), para que haja uma alternativa

final adequada para o lodo de ETA, é necessário, primeiramente, conhecer as características

deste lodo, visando obter um destino final de acordo com cada resultado encontrado.

2.3.2 Incorporação do lodo ETA ao solo.

De acordo com Teixeira et al. (2005), a aplicação do lodo de estação de

tratamento de água (LETA), em solos degradados é uma alternativa, tanto para a disposição

desse resíduo como para recuperação do solo.

Portella et al. (2003) diz que, de acordo com a AWWA (1995), o lodo

de ETA possui característica mais similar ao solo do que comparado com o lodo de esgoto.

15

Nesse caso, de modo geral, o nitrogênio e o Carbono orgânico no lodo da ETA são mais

estáveis, menos reativos e em maiores concentrações.

Segundo Teixeira et al. (2005), em algumas partes do mundo o lodo da

ETA é aplicado na agricultura é o caso de Atlanta e New Jersey nos USA e de Portugal na

união Européia.

No Brasil, ainda é escasso e necessita de mais pesquisas para definir os

riscos e vantagens da incorporação do lodo de ETA ao solo.

Silva et al. (2005), analisando os atributos químicos em solo degradado

após a aplicação do Lodo de ETA, observaram um aumento no pH, nos teores de Ca e Fe no

solo. Observaram, também, a presença dos demais nutrientes em menor quantidade. Não foi

observado a presença de elementos tóxicos, concluindo que o lodo de ETA é viável como

fertilizante, porque contém nutrientes de plantas, apesar de ter verificado que o Nitrogênio esta

presente em pequena quantidade.

Já Teixeira et al. (2005), no mesmo experimento, analisando apenas

teores extraíveis de Fe, Cu, Mn, Zn, Cd, Pb, Ni e Cr, verificaram que os teores de Mn, Cu e

Fe aumentaram, o que não ocorreu com o Zn, e ainda, tendo o Ni um pequeno aumento. Os

teores de Cd, Cr e Pb ficaram abaixo do limite estabelecido pela USEPA (1995) e pela

legislação da CETESB (1999). Teixeira et al. (2005) concluiram que apesar dos resultados

benéficos apresentados (aumento do pH e adição de nutrientes), os efeitos negativos como a

toxidade com alumínio e a presença de metais pesados em sua composição podem causar

impacto ambiental, portanto a aplicação do Lodo de ETA no solo deve ser monitorado.

Titshall e Hughes (2005), fazendo a caracterização de vários tipos de

lodo de ETA na África do Sul, também chegaram a conclusão que o lodo tem potencial para

ser aplicado ao solo, mas pode liberar, em alguns casos, poluentes com Mn, Cd, e Pb.

4.4 Águas Residuárias

4.4.1 Introdução

Devido ao crescimento acelerado e desordenado de diversos núcleos

urbanos, que se converteram em degradação do meio ambiente, e conseqüentemente escassez

16

dos mananciais de água próprios para consumo humano, além do aspecto sanitário, a

preocupação com a água descartada, após sua utilização, tanto na forma de esgoto doméstico

quanto industrial, assume grande importância nas discussões ambientais atuais

(MARQUEZINI, 2000).

Segundo Santos (2004), o uso de efluente em diferentes atividades

humanas tem sido uma alternativa sustentável frente ao quadro de escassez, pois contribui para

a preservação da água doce disponibilizando-a para consumos que exigem potabilidade, como

o uso doméstico.

No contexto de escassez de água que atinge várias regiões do Brasil,

associada aos problemas de qualidade da água, surge, como alternativa potencial de

racionalização, a reutilização da água para vários usos, inclusive irrigação

(BERNARDI, 2003).

Sendo a agricultura a atividade que mais consome água doce, o

aproveitamento agrícola de efluentes de esgoto tratado, gerados em lagoas de estabilização é

prática comum em muitos países (SANTOS, 2004).

São vários os benefícios da água de reuso proveniente de tratamento de

esgotos na agricultura. Pode-se mencionar a possibilidade de substituição parcial de

fertilizantes químicos, com a diminuição do impacto ambiental, em função da redução da

contaminação dos cursos d´água, um significativo aumento na produção tanto quantitativo

quanto qualitativo, além da economia da quantidade de água direcionada para a irrigação, que

pode ser utilizada para fins mais nobres, como o abastecimento público (BERNARDI, 2003).

Segundo Magalhães et al. (2000), o uso de águas residuárias para

irrigação, é alternativa importante, sendo possível aproveitar o potencial de água e nutrientes

dos esgotos para o crescimento das plantas.

Mas, segundo Santos (2004), apesar dos benefícios do aproveitamento

do efluente na agricultura, a presença de alguns constituintes como sódio (Na) e metais

pesados é indesejável.

Os metais pesados são motivos de preocupação principalmente na

utilização de efluentes industriais ou com o uso de efluentes domésticos por longo período de

tempo.

17

2.4.2 Experiência do reuso de água

Algumas experiências envolvendo o uso de água residuária vem sendo

conduzidas com sucesso no Brasil, principalmente na área Agrícola.

Segundo Bernardi (2003), um exemplo disso é o Estado de São Paulo,

por meio da atuação da SABESP e Centros de Pesquisa da USP. Possuem experiências

específicas de uso de efluentes tratados na agricultura, utilizam o reuso em agricultura irrigada

de cultivos anuais, como milho e girassol, hidroponia em flores, e irrigação de pastagens para

produção de feno.

Sousa (2005), trabalhando com efluentes de tratamento de esgoto, para

uso no semi-árido Nordestino concluiu que: a quantidade de macro e micronutrientes contida

nos efluentes é suficiente para a maioria das culturas cultivadas na região semi-árida do

nordeste brasileiro.

De acordo com Bastos (2002), que avaliou a contaminação de hortaliças

irrigadas com esgotos sanitários concluiu: que é possível produzir hortaliças de acordo com os

padrões sanitários nacionais e internacionais.

São apenas alguns exemplos, do que vem sendo feito no país em termos

de uso de água residuária na agricultura.

18

5. MATERIAIS E MÉTODOS

5.1 Delineamento experimental

O experimento foi conduzido na estufa da estação de tratamento de

esgoto na Fazenda Experimental Lageado, Campus da Faculdade de Ciências Agronômicas

(FCA) – UNESP no município de Botucatu (Figura 1).

O experimento foi constituído de tratamentos, os quais foram montados

ao acaso, em esquema fatorial 2x3x2x3, sendo 2 tipos de solo, 3 tipos de lodo, 2 qualidades de

água, 3 épocas de amostragem com 3 repetições de cada tipo, resultando um total de 108

parcelas.

Antes da aplicação dos tratamentos, tanto os solos quanto os lodos

foram dispostos de forma a secarem ao ar (figura 2) e posteriormente peneirados com peneira

de malha de 2 mm.

19

Figura 1: Estufa da ETE Lageado

Figura 2: Lodo secando ao ar

20

Após a secagem e o peneiramento dos materiais, os tratamentos foram

preparados em recipientes com capacidade de 9,50 litros, contendo uma mistura de 70 % do

volume de solo e os 30 % restantes de lodo.

Os tratamentos foram dispostos em parcelas da estufa ao acaso entre si.

A única medida tomada para facilitar o trabalho de irrigação, foi a de separar numa metade os

tratamentos irrigados com água tratada pela SABESP e na outra os tratamentos irrigados com

água residuária proveniente da estação de tratamento de esgoto da Fazenda Experimental

Lageado.

A irrigação foi realizada com o auxílio de um Becker para o controle da

lâmina de água aplicada aos tratamentos.

Foram ao todo 3 épocas de coleta de amostras:

- a primeira logo no ínicio do experimento, imediatamente após o

preparo dos tratamentos, antes de qualquer contato com água;

- a segunda após 1 mês do início, tendo assim os tratamentos recebido

certa quantia de água;

- a terceira, no final, após 2 meses do início do experimento.

As amostras foram coletadas a partir dos tratamentos (figura 3) e

encaminhadas ao laboratório para que fossem analisadas quanto a suas propriedades químicas

(macronutrientes, micronutrientes, PH e CTC).

21

Figura 3: Coleta de amostras

A partir dessas análises, foi observada a eficiência desses lodos, nessa

concentração, como condicionadores de solo.

5.2 Tipos de solos

Foram utilizados dois tipos de solo, um Latossolo Vermelho

Distroférrico (solo argiloso) e o outro, uma Neosolo Quartzarênico ( solo arenoso),

encontrados dentro dos limites da fazenda experimental Lageado, onde o experimento foi

conduzido.

Esses dois solos, foram analisados quanto a suas características

químicas, antes da mistura com os lodos (resultados apresentados na Tabelas 3).

22

Tabela 3: Propriedades químicas dos solos utilizados.

pH M.O. Presina Al3+ H+Al K Ca Mg SB CTC V S Solo CaCl2 g*dm -3 mg*dm-3 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ mmolc*dm-3 _ _ _ _ _ _ _ _ % mg*dm-3

Latossolo Vermelho

Distroférrico 6,3 13 22 0 14 2,0 54 21 78 92 85 124

Neosolo Quartzarênico

4,5 3 6 4 16 1,0 14 8 24 40 59 4

Tabela 3: ...continuação.

B Cu Fe Mn Zn Solo _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ mg*dm-3

_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ Latossolo Vermelho

Distroférrico 0,50 2,0 18 25,0 1,5

Neosolo Quartzarênico

0,17 1,4 102 7,0 0,6

5.3 Tipos de lodo

Os lodos utilizados foram fornecidos pela Compania de Saneamento

Básico do Estado de São Paulo, aqui descrita como SABESP – Escritório de Botucatu e pela

própria FCA.

Foram ao todo três tipos de lodo:

- proveniente da estação de tratamento de esgoto da cidade de Franca –

SP, mais precisamente da lagoa anaeróbia;

- proveniente da estação de tratamento de água da cidade de Botucatu-

SP, resíduo formado nos decantadores da estação;

- proveniente da estação de tratamento de esgoto da fazenda

experimental Lageado, localizada no município de Botucatu-SP.

23

5.3.1 Lodo de esgoto proveniente da Estação de Tratamento do Lageado

O lodo de esgoto proveniente da Estação de Tratamento do Lageado,

tem como origem a colônia de moradores da fazenda, que é composta por quinze casas e

aproximadamente 65 habitantes (Figura 4), diferentemente da estação de tratamento da

SABESP da cidade de Franca, que atende toda a cidade.

Nesta estação de tratamento biológico, o esgoto doméstico passa por

diferentes caixas de fibrocimento. Nas três primeiras caixas há decantação, separando o

material sólido mais grosseiro; na quarta, o material vai para caixas com brita e terra, onde há

uma filtragem melhor. Em seguida, o resíduo líquido passa por leito filtrante e composto por

três partes de casca de arroz e uma parte de solo de textura média, alem de diferentes espécies

aquáticas (junco, aguapé e taboa), que retiram mais matéria orgânica da água (AUGUSTO et

al., 2003).

O lodo utilizado neste experimento tem origem das caixas destinadas

ao processo de decantação do esgoto.

A análise química do lodo está apresentada na tabela 4.

Tabela 4: Análise química do lodo da ETE-Lageado pH M.O. P K Ca Mg S g kg-1

6,3 56 1,7 0,3 2,2 0,2 0,7

Zn Mn Cu Fe Na mg kg-1 644 174 134 25458 720

Fonte: BREDA (2003)

24

Figura 4: Estação de tratamento de esgoto da fazenda experimental Lageado.

5.3.2 Lodo de esgoto proveniente da Estação de Tratamento de Franca

A estação de tratamento de esgotos de Franca utiliza o processo de lodo

ativado de forma convencional para tratamento do esgoto da cidade. Estes são

predominantemente domésticos, não havendo contribuição significativa de efluentes

industriais.

A estação atende aproximadamente 80% da população da cidade. Uma

parte equivalente a 18% é tratada em 7 outras estações de tratamento ( 6 sistemas com lagoas

de estabilização e um 1 lodo ativado por aeração prolongada ). Apenas 2% do esgoto coletado

( sub-bacia do Jardim Dermínio ), não recebe tratamento, devido a impossibilidade da

instalação de interceptores às margens do córrego, deterioradas por processo erosivo.

Nesta estação de tratamento, as unidades que compõem a fase líquida

do processo são: gradeamento (grade grossa e grade fina), caixas de areia aeradas, medição de

vazão do esgoto afluente, Estação Elevatória de esgoto bruto, decantadores primários, tanques

de aeração, decantadores secundários e Estação Elevatória de recirculação de lodo.

25

O lodo utilizado neste experimento, é proveniente da unidade dos

decantadores secundários.

Nos decantadores secundários, ocorre a decantação e adensamento do

lodo, que conduzido para o centro dos tanques, retorna ao tanque de aeração através da

Estação Elevatória de Recirculação.

A análise química do lodo está apresentada na tabela 5.

Tabela 5: Análise química do lodo da ETE-Franca. P K Ca Mg S

g kg-1 17,46 1,09 10,62 2,1 6,67

Zn Mn Cu Fe

mg kg-1 468 624 138 78296

Fonte: SABESP (2004).

5.3.3 Lodo proveniente da Estação de Tratamento de Água de Botucatu

A Estação de Tratamento de Água de Botucatu existente é do tipo

convencional, com capacidade nominal para 330 l.s-1, com a particularidade de ter sido uma

das precursoras no Brasil na utilização de decantadores de escoamento vertical.

Nesta estação de tratamento, a água passa por varias unidades, que são:

caixa de chegada (medição e mistura da água bruta), floculador, decantador, caixa de reunião e

mistura de água decantada, filtros, canal de água filtrada e sistema de aplicação de produtos

químicos.

O lodo utilizado neste experimento, é proveniente da unidade do

decantador. Os decantadores utilizados são do tipo tubular, e o lodo é oriundo do processo de

limpeza desses decantadores.

26

5.4 Tipos de água

Foram utilizadas duas qualidades de água na execução do experimento,

uma proveniente do sistema de abastecimento urbano, isto é, tratada pela SABESP e outro tipo

residuária, proveniente da estação de tratamento de esgoto da fazenda Lageado, sendo esta

uma água imprópria para o consumo humano, pois apresenta matéria orgânica e vestígios de

coliformes fecais (AUGUSTO et al.,2003).

A água foi fornecida aos tratamentos de modo que todos

permanecessem em sua capacidade de campo.

A água foi empregada com a finalidade de ser um inoculador de agentes

que poderiam afetar na decomposição dos lodos.

5.4.1 Determinação da capacidade de campo

A capacidade de campo dos tratamentos, foi encontrada de acordo com

sua curva característica.

O método utilizado para construção da curva, foi o da câmara de

pressão de Richards.

As câmaras utilizadas na determinação das curvas e a estufa foram as do

Laboratório de relações água – solo do Departamento de Engenharia Rural do campus da FCA

– Unesp, Botucatu – SP.

A capacidade de campo foi mantida nos vasos por meio de pesagem.

5.5 Legenda

Para esse experimento, os tratamentos foram simbolizados pela seguinte

legenda:

27

S-L-A-R

Onde:

- S - é o tipo de solo utilizado (1- solo arenoso; 2- solo argiloso);

- L - tipo de lodo utilizado (1- Lodo da ETE Lageado; 2- Lodo ETE

Franca-SP, 3- Lodo ETA de Botucatu-SP);

- A - tipo de água utilizada (1- água tratada pela SABESP; 2- água

residuária da ETE Lageado).

- R – Repetições;

5.6 Análise das amostras

As amostras foram coletadas em cada época de amostragem e enviadas

ao Laboratório de Fertilidade do Solo do departamento de ciências do Solo – FCA, onde foram

analisadas quimicamente, de acordo com a metodologia utilizada na rotina do mesmo.

5.7 Testes estatísticos

Os resultados foram analisados estatisticamente, aplicando-se o teste F

de acordo com seus respectivos esquemas de variância. Quando constatada interação

significativa, as médias foram testadas através do teste de Tukey a P ≤ 0,05.

Também foi aplicado o estudo de regressão polinomial de primeira e

segunda ordem quando foi estudada a passagem de épocas.

Foi aplicado aos modelos o teste F ao nível de 5% de probabilidade para

verificar correlação. Quando foi significativa o modelo foi representado pelas equações

y = a +bx ou y = a + bx+ cx2, quando não, foi representado pela média dos teores, ou seja,

y = média.

A qualidade do ajuste foi determinada através do valor do coeficiente de

determinação ou R2, isto é, o quanto da variação dos teores dos elementos foi devida à

variação da passagem das épocas.

28

As análises de variância, teste de médias e análise de regressões de

primeira e segunda ordem foram realizados por meio do programa estatístico SAS for

Windows V.8 (SAS Institute Inc., 2001).

29

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Conforme já mencionado, as análises químicas das amostras foram

executadas pelo Departamento de Ciências do Solo da Faculdade de Ciências Agronômicas da

UNESP de Botucatu e seus resultados estão apresentados no Apêndice 1.

Os resultados de análises de variância e respectivos coeficientes de

variação estão apresentados no Apêndice 2

A partir das análises de variância foi extraído o grau de significância

para cada interação executada no ensaio, desde os efeitos principais até interação entre esses

efeitos. Esses resultados estão demonstrados na tabela 6.

As análises de médias, testes de Tukey e análises de regressão foram

elaboradas a partir dessa tabela (tabela 4), levando sempre em conta as interações de mais alto

grau que se mostraram significativas. Assim sendo, para pH a interação de mais alto grau foi

época x solo x lodo x água (4° grau), indicando que os quatro fatores juntos influenciaram nos

teores deste elemento.

Já para teores de CTC, a interação de mais alto grau foi a de 3° grau.

Quando foi verificada mais de uma interação significativa de mesmo grau, foi optado por

analisar as que incluíam o efeito do lodo em conjunto com os demais.

30

Tabela 6: Significância de cada efeito para as propiedades estudadas.

pH M.O. Presina Al3+ H+Al K Ca Mg SB CTC V% S EFEITO

CaCl2 g/dm3 mg/dm3 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ mmolc/dm3 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _

_ mg/dm3

EPOCA * * * * * * * NS. * NS. * *

SOLO * * * * * * NS. * NS. * * NS.

LODO * * * * * * * * * * * *

AGUA NS. * NS. * * NS. * NS. NS. NS. NS. NS.

ÉPOCA*SOLO NS. * * * * * NS. * NS. * * *

ÉPOCA*LODO * * * * * * NS. * NS. * NS. *

ÉPOCA*AGUA NS. NS. NS. NS. NS. NS. NS. NS. NS. * NS. NS.

SOLO*LODO * NS. * * * NS. * * * NS. * NS.

SOLO*AGUA NS. NS. NS. NS. NS. NS. NS. NS. NS. NS. NS. NS.

LODO*AGUA NS. * NS. NS. NS. * NS. NS. NS. NS. NS. NS.

EPOCA*SOLO*LODO * * * * * * NS. NS. NS. * * NS.

EPOCA*SOLO*AGUA NS. NS. NS. * NS. NS. NS. NS. NS. NS. NS. NS.

EPOCA*LODO*AGUA NS. NS. NS. * * * NS. NS. NS. NS. NS. NS.

SOLO*LODO*AGUA NS. NS. NS. NS. NS. NS. NS. NS. NS. NS. NS. NS.

ÉPOCA*SOLO*LODO*AGUA * * NS. * * * * NS. NS. NS. * *

(*) significativo ao nível de 5% de probabilidade.

(NS.) não-significativo ao nível de 5% de probabilidade.

Tabela 6: ...continuação.

B Cu Fe Mn Zn EFEITO _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ mg/dm3 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _

_ EPOCA NS. * * * *

SOLO NS. * * * NS.

LODO * * * * *

AGUA NS. NS. NS. * NS.

ÉPOCA*SOLO NS. NS. * * *

ÉPOCA*LODO * * * * *

ÉPOCA*AGUA NS. NS. NS. NS. NS.

SOLO*LODO NS. NS. * * NS.

SOLO*AGUA NS. * NS. NS. NS.

LODO*AGUA NS. NS. NS. NS. NS.

EPOCA*SOLO*LODO NS. * * * NS.

EPOCA*SOLO*AGUA NS. NS. NS. * NS.

EPOCA*LODO*AGUA NS. NS. NS. NS. NS.

SOLO*LODO*AGUA NS. * NS. NS. NS.

ÉPOCA*SOLO*LODO*AGUA NS. * NS. NS. NS.

(*) significativo ao nível de 5% de probabilidade.

(NS.) não-significativo ao nível de 5% de probabilidade.

31

6.1. pH

6.1.1. Análise de Variância e teste de Tukey

Para o pH, observou-se que a análise de variância apontou significância

para interações de 4ª ordem.

As médias obtidas para pH, de acordo com respectivo tratamento,

assim como os resultados do teste de Tukey estão apresentados no Tabela 7.

Tabela 7: Valores de pH encontrados para tratamentos.

S1 A1 S1 A2 L1 L2 L3 L1 L2 L3

E1 5,8 bA 5,9 aA 5,4 aA E1 5,8 aA 5,9 aA 5,4 Aa E2 6,9 aA 5,5 aB 5,5 aB E2 6,5 aA 5,4 aB 5,2 Bb E3 6,6 abA 5,6 aB 5,5 aB E3 6,5 aA 5,1 aB 5,4 aB

S2 A1 S2 A2

L1 L2 L3 L1 L2 L3 E1 5,7 aA 4,5 aB 4,5 aB E1 5,7 abA 4,5 aB 4,5 Ab E2 6,3 aA 4,7 aB 4,9 aB E2 6,5 aA 4,3 aB 4,8 Ab E3 5,5 aA 4,4 aB 4,9 aAB E3 4,9 bA 5,2 aA 4,8 aA

Legenda: S1 – Neosolo Quartzarênico; S2 – Latossolo Vermelho Distroférrico . L1 – Lodo ETE – Lageado; L2 – Lodo ETE – Franca; L3 – Lodo ETA – Botucatu. A1- Água SABESP; A2 – Água Residuária. E1 – Primeira época; E2 – Segunda época; E3 – terceira época. Médias seguidas de mesma letra não diferenciam ao nível de 5% de probabilidade; letras minúsculas comparam médias de épocas;maiúsculas, de tipo de lodo.

Para a combinação Neosolo Quartzarênico e água fornecida pela

SABESP (S1-A1), pode-se observar que ocorreu um aumento nos níveis de pH apenas para o

lodo da ETE – Lageado (L1), da primeira para segunda época, para os demais não foram

observadas alterações significativas.

Comparando-se os tratamentos, verifica-se que para uma mesma época,

os tratamentos que contém lodo ETE – Lageado sempre apresentam maiores médias, exceto

para a primeira época este comportamento não se aplica, pois todas as médias foram

significativamente iguais. Esse aumento no nível do pH também foi observado por Melo et

al.(2000) em seus trabalhos, como já foi citado.

32

Para tratamentos que combinam os lodos com Neosolo Quartzarênico,

irrigado com água residuária proveniente da estação do Lageado(S1-A2), quando comparados

os tratamentos numa mesma época, o que contém lodo da ETE – Lageado obteve-se maiores

médias.Os lodos 2 e 3 apresentaram comportamento semelhante a partir da época E2.

Alterando-se, o tipo de solo para o Latossolo Vermelho Distroférrico

e a água de irrigação para a da SABESP (S2-A1) observa-se que os resultados se mantiveram

semelhante aos casos anteriores, os níveis de pH se mantém significativamente iguais com o

passar do tempo e as médias para tratamentos compostos pelo lodo L1 continuam a apresentar

maiores médias, enquanto que os demais apresentaram comportamentos semelhantes em todas

as épocas.

Mantendo o solo e trocando-se a água para água residuária (S2-A2), o

comportamento se manteve. A com relação ao lodo 1 que é o único a apresentar alterações,

sendo que estas ocorrem da segunda para terceira época, quando o nível de pH para esse

tratamento diminui significativamente. Gobbi (2003) também percebeu uma diminuição dos

níveis de pH em seus experimentos, apesar de suas condições de ensaio serem diferentes.

Além de se manterem praticamente inalterados, os teores de pH para os

lodos da ETE – Franca e ETA – Botucatu apresentaram-se estatisticamente iguais de acordo

com o teste de Tukey conforme mostra Tabela 7. Portanto pode-se dizer que para teores de pH

esses lodos apresentaram comportamentos semelhantes.

Com exceção dos tratamentos com lodo da ETE-Lageado, os demais

tratamentos se mantiveram significativamente inalterados quanto a seus níveis de pH. Segundo

Oliveira (2000) esse comportamento, em que os teores pouco se alteram, é normal e nos casos

que ocorrem alterações estas ocorrem em função do efeito neutralizante das reações

envolvidas na degradação da carga orgânica do resíduo.

Para os tratamentos com Neosolo Quartzarênico (S1), o nível de pH se

encontra na faixa de teores muito altos (> 6,0) quando observado o lodo da ETE-Lageado

(L1), na faixa de teores médios (5,1-5,5) para os demais (L2 e L3), quando comparados com a

tabela de teores de nutrientes (Tabela 2).

Em tratamentos com Latossolo Vermelho Distroférrico (S2), os níveis

para o lodo da ETE-Lageado (L1) encontravam-se na faixa dos níveis altos ( 5,5 – 6,0), para

os demais lodos os níveis ficaram na faixa dos níveis baixos ( 4,4 – 5,0).

33

6.1.2. Análise de regressões

O Tabela 8 apresenta os resultados obtidos da análise de regressão dos

teores de pH para cada tratamento.

Tabela 8: Resultados da análise de regressão para níveis de pH em relação a épocas.

Modelo y=a+bx

n.obs Pr>f R2 C.var. Média a Er.

Pdr. b Er.

Pdr. c E.Padr

S1L1A1 9 0,0343* 0,49 6,02 6,46 5,62 0,34 0,41 0,15 S1L1A2 9 0,0072* 0,66 3,81 6,29 5,55 0,21 0,37 0,10 S1L2A1 9 0,57 0,05 9,76 5,68 5,94 0,49 -0,13 0,23 S1L2A2 9 0,0005* 0,84 2,82 5,48 6,25 0,14 -0,38 0,06 S1L3A1 9 0,1705 0,25 1,46 5,46 5,37 0,07 0,05 0,03 S1L3A2 9 1 0,00 2,24 5,33 5,33 0,10 0,00 0,05 S2L1A1 9 0,71 0,02 9,20 5,87 6,03 0,47 -0,08 0,22 S2L1A2 9 0,21 0,21 11,96 5,71 6,48 0,60 -0,38 0,28 S2L2A1 9 0,83 0,01 4,16 4,58 4,61 0,17 -0,02 0,08 S2L2A2 9 0,21 0,22 13,13 4,69 3,99 0,54 0,35 0,25 S2L3A1 9 0,004* 0,72 2,58 4,79 4,36 0,11 0,22 0,05 S2L3A2 9 0,006*

0,68 2,45 4,72 4,36 0,10 0,18 0,05

Modelo y=a+bx+cx2 S1L1A1 9 0,0001* 0,98 1,15 6,46 3,23 0,19 3,23 0,21 -0,72 0,05 S1L1A2 9 0,0013* 0,88 2,37 6,29 4,33 0,37 1,83 0,43 -0,37 0,10 S1L2A1 9 0,7 0,11 10,18 5,68 6,83 1,45 -1,20 1,65 0,27 0,41 S1L2A2 9 0,0031* 0,85 2,91 5,49 6,53 0,40 -0,72 0,45 0,08 0,11 S1L3A1 9 0,29 0,33 1,49 5,46 5,20 0,20 0,25 0,23 -0,05 0,06 S1L3A2 9 0,008* 0,80 1,08 5,33 6,00 0,14 -0,80 0,16 0,20 0,04 S2L1A1 9 0,08 0,56 6,65 5,87 3,53 0,98 2,92 1,11 -0,75 0,27 S2L1A2 9 0,0014* 0,89 4,88 5,71 2,53 0,71 4,35 0,80 -1,18 0,20 S2L2A1 9 0,048* 0,63 0,12 4,58 3,67 0,31 1,12 0,35 -0,28 0,09 S2L2A2 9 0,26 0,35 12,87 4,69 5,60 1,51 -1,58 1,72 0,48 0,43 S2L3A1 9 0,0001* 0,97 0,98 4,79 3,63 0,12 1,08 0,13 -0,22 0,03 S2L3A2 9 0,011* 0,77 2,23 4,72 3,97 0,26 0,65 0,30 -0,12 0,07

Legenda: S1 – Neosolo Quartzarênico; S2 – Latossolo Vermelho Distroférrico . L1 – Lodo ETE – Lageado; L2 – Lodo ETE – Franca; L3 – Lodo ETA – Botucatu. A1- Água SABESP; A2 – Água Residuária.

* Teste F significativo ao nível de 5% de probabilidade.

Apesar do teste de Tukey não se mostrar mais significativo, no caso da

Neosolo Quartzarênico irrigada com água da SABESP (S1-A1), a regressão polinomial só foi

significativa para o conjunto com o lodo da ETE-Lageado (L1), isto é, apresentou variações

34

com o passar das épocas, o mesmo verificado pelo teste de Tukey. As variações foram

representadas por equações polinomiais de 2° (segundo) grau. A qualidade deste ajuste foi

verificada, pois o R2, de acordo com o Tabela 8 foi de 0,98 ou 98%.

Para os demais tratamentos compostos também por esse tipo de solo e

irrigados com água da SABESP, verificou-se que não apresentaram significância para os

modelos aplicados na análise de regressão, portanto, são representados por suas médias.

Já para os casos com Neosolo Quartzarênico, irrigados com água

residuária (S1-A2), verificaram-se variações por meio das regressões. O mesmo não se

verificou pelo teste de Tukey.

De acordo com essa análise verificou-se que a época influi nos níveis de

pH para os tratamentos compostos por este solo e irrigados com água residuária e com

qualquer tipo de lodo.

Nos casos dos tratamentos com Latossolo Vermelho Distroférrico e

irrigado com água da SABESP (S2-A1) também houve variações, de acordo com a análise de

regressão onde o teste de Tukey não indicou.

As variações encontradas nos tratamentos que continham lodo da ETE-

Franca (S2L2A1) com R2=0,63 e nos tratamentos com lodo da ETA-Botucatu (S2L3A1) com

R2=0,97, sugerem regressões polinomiais de segundo grau.

Com a mudança da água de irrigação, para água residuária (S2-A2), a

regressão verificada como significativa foi para os tratamentos com lodo da ETE-Lageado

(S2L1A2).

Os tratamentos que continham lodo de ETA-Botucatu (S2L3A2)

também apresentaram variações, de acordo com a análise de regressão, com um coeficiente de

determinação de 0,77, o que indica um bom ajuste.

35

6.2. Matéria Orgânica (M.O.)

6.2.1. Análise de Variância e teste de Tukey

As médias obtidas na interação de 4º grau para os teores de M.O., de

acordo com respectivo tratamento, assim como os resultados do teste de Tukey estão

apresentados no Tabela 9.

Tabela 9: Valores encontrados para matéria orgânica (g dm-3).

S1 A1 S1 A2 L1 L2 L3 L1 L2 L3

E1 42,00 Aa 11,00 aC 20,00 aB E1 42,00 aA 11,00 aC 20,00 aB E2 34,00 aA 12,00 aB 16,66 aB E2 22,33 bA 14,33 aA 14,66 abA E3 17,66 bA 9,66 aA 13,33 aA E3 18,33 bA 9,00 aB 8,66 bB

S2 A1 S2 A2

L1 L2 L3 L1 L2 L3 E1 49,00 aA 23,00 aB 23,00 aB E1 49,00 aA 23,00 aB 23,00 aB E2 32,33 bA 20,33 aB 24,66 aAB E2 34,33 abA 17,33 aB 22,66 aB E3 35,66 bA 16,33 aB 18,33 aB E3 27,66 bA 18,33 aB 18,00 aB

Legenda: S1 – Neosolo Quartzarênico; S2 – Latossolo Vermelho Distroférrico . L1 – Lodo ETE – Lageado; L2 – Lodo ETE – Franca; L3 – Lodo ETA – Botucatu. A1- Água SABESP; A2 – Água Residuária. E1 – Primeira época; E2 – Segunda época; E3 – terceira época. Médias seguidas de mesma letra não diferenciam ao nível de 5% de probabilidade; letras minúsculas comparam médias de épocas;maiúsculas, de tipo de lodo.

De acordo com dados estatísticos apresentados no Tabela 9, o nível de

matéria orgânica nos tratamentos contendo Neosolo Quartzarênico irrigados com água

fornecida pela SABESP (S1-A1), só variou significativamente com o passar das épocas para o

lodo de ETE-Lageado (L1) mais precisamente da segunda para terceira época, para os

demais não ocorreram alterações significativas.

Em uma mesma época verificou-se que há diferenças entre os

tratamentos. Na primeira época, verificou-se que os tratamentos contendo lodo da

ETE-Lageado (L1) possuia maior teor de M.O., seguido pelo dos que contém lodo da

ETA-Botucatu (L3) e por ultimo os do lodo da ETE-Franca (L2). Porém essa diferença foi

desaparecendo, tanto que na segunda época os tratamentos contendo lodos da

ETE-Franca (L2) e ETA-Botucatu (L3) já não apresentam diferenças significativas, para os

36

teores de M.O. e na terceira época os três tratamentos já não apresentam diferenças

significativas.

Para os tratamentos compostos pelo mesmo tipo de solo, mas irrigado

com água residuária da ETE-Lageado (L1), o comportamento foi diferente do ocorrido no caso

anterior, com o passar das épocas não só o lodo da ETE-Lageado (L1) apresentou alteração

significativa mais também o lodo da ETA-Botucatu (L3) apresentou diferença em suas

médias, sendo que elas eram maiores no início e foram diminuindo com o passar do tempo.

Isso ocorreu possivelmente pela incidência de elementos presentes na água residuária que

auxiliaram na decomposição da matéria orgânica. presentes nestes tratamentos.

Também neste caso, os tratamentos se diferenciam entre si. No início e

com o passar do tempo foram se tornando semelhantes quanto aos níveis de M.O.. Importante

observar que na terceira época, possivelmente devido ao maior grau de decomposição da M.O.

para alguns dos tratamentos, eles voltam a se diferenciar significativamente.

Com a alteração dos valores para os tratamentos para os que contém

Latossolo Vermelho Distroférrico e irrigado com água fornecida pela SABESP (S2-A1), o

comportamento dos níveis de M.O. se assemelham ao caso com Neosolo Quartzarênico

irrigada com água da SABESP (S1-A1), em que os tratamentos contendo lodo da ETE-

Lageado (L1). São os que sofrem alterações significativas com o passar das épocas.

O comportamento dos tratamentos com Latossolo Vermelho

Distroférrico e irrigados com água residuária ( S2-A2), mostrou-se idêntico ao caso anterior

que envolve lodo da ETE- Lageado (L1) quando foi o único a demonstrar diferenças

significativas entre as épocas. Também neste caso, as diferenças entre os lodos dentro de

determinada época se mantiveram, sendo que o lodo da ETE- Lageado (L1) se mostrou

sempre com níveis maiores que os demais.

No geral, a aplicação dos lodos, mostrou uma elevação na concentração

de matéria orgânica no início do experimento como já encontrado por Monteiro (2005),

analisando os lodos de esgoto.

As diferenças ocorridas nos teores de M.O. estão ligadas à

decomposição da mesma, que influenciam também os níveis de pH (OLIVEIRA, 2000) e em

teores de outros elementos, encontrados nas composições dos resíduos adicionados aos solos.

37

6.2.2. Análise de regressões

O Tabela 10 apresenta os resultados obtidos da análise de regressão dos

teores de M.O. para cada tratamento.

Tabela 10: Resultados da análise de regressão para teores de M.O..

Modelo y=a+bx

n.obs Pr>f R2 C.var. Média a Er.

Pdr. b Er.

Pdr. c E.Padr

S1L1A1 9 0.002* 0.88 13,00 31,22 55.55 3,58 -12,16 1,65 S1L1A2 9 0,0005* 0,83 17,57 27,55 51,22 4,27 -11,83 1,98 S1L2A1 9 0,31 0,14 13,98 10,88 12,22 1,34 -0,67 0,62 S1L2A2 9 0,42 0,09 25,20 11,44 13,44 2,54 -1,00 1,17 S1L3A1 9 0,0053* 0,69 12,28 16,66 23,33 1,80 -3,33 0,83 S1L3A2 9 0,0001* 0,95 8,08 14,44 25,77 1,03 -5,66 0,48 S2L1A1 9 0,049* 0,44 17,64 39,00 52,33 6,07 -6,66 2,81 S2L1A2 9 0,0001* 0,92 8,00 37,00 58,33 2,61 -10,67 1,20 S2L2A1 9 0,0001* 0,89 5,45 19,89 26,56 0,96 -3,33 0,44 S2L2A2 9 0,095 0,34 15,16 19,55 24,22 2,61 -2,33 1,21 S2L3A1 9 0,077 0,38 12,55 22,00 26,66 2,43 -2,33 1,12 S2L3A2 9 0,027*

0,52 10,39 21,22 26,22 1,94 -2,50 0,90

Modelo y=a+bx+cx2 S1L1A1 9 0,0005* 0,92 11,74 31,22 41,67 9,23 4,50 10,48 -4,16 2,59 S1L1A2 9 0,0001* 0,96 9,53 27,56 77,33 6,60 -43,17 7,50 7,83 1,86 S1L2A1 9 0,18 0,44 12,24 10,89 6,66 3,36 6,00 3,81 -1,67 0,94 S1L2A2 9 0,03* 0,69 16,22 11,44 -1,00 4,67 16,33 5,30 -4,33 1,31 S1L3A1 9 0,0285* 0,69 13,27 16,67 23,33 5,56 -3,33 6,32 0,00 1,56 S1L3A2 9 0,0001* 0,95 8,63 14,44 24,67 3,14 -4,33 3,56 -0,33 0,88 S2L1A1 9 0,0106* 0,78 11,99 39,00 85,67 11,77 -46,67 13,37 10,00 3,30 S2L1A2 9 0,0001* 0,96 5,98 37,00 71,67 5,56 -26,67 6,32 4,00 1,56 S2L2A1 9 0,0009* 0,90 5,56 19,89 24,33 2,78 -0,67 3,16 -0,67 0,78 S2L2A2 9 0,07 0,58 13,09 19,56 35,33 6,44 -15,66 7,32 3,33 1,81 S2L3A1 9 0,0153* 0,75 8,57 22,00 13,33 4,75 13,66 5,39 -4,00 1,33 S2L3A2 9 0,041* 0,65 9,55 21,22 19,00 5,10 6,16 5,79 -2,17 1,43

Legenda: S1 – Neosolo Quartzarênico; S2 – Latossolo Vermelho Distroférrico . L1 – Lodo ETE – Lageado; L2 – Lodo ETE – Franca; L3 – Lodo ETA – Botucatu. A1- Água SABESP; A2 – Água Residuária.

* Teste F significativo ao nível de 5% de probabilidade.

Comparando-se os Tabelas 9 e 10 , verificamos que para os tratamentos

com Neosolo Quartzarênico e irrigados com água da SABESP (S1-A1), o teste de Tukey,

indicou variação apenas para os tratamentos que continham lodo da ETE-Lageado (L1),

diferindo da análise de regressão, que indicou variações com o passar das épocas não só para

38

esses tratamentos, mas também para os tratamentos com lodo de ETA-Botucatu (L3) com R2 =

0,69, regido por uma regressão polinomial de segunda ordem.

Para os tratamentos com lodo da ETE-Franca (L2) seu comportamento é

representado pelas médias apresentadas.

Com o passar das épocas, para tratamentos formados por Neosolo

Quartzarênico e irrigados com água residuária, (S1-A2) a análise de regressão apresentou

também variações significativas para todos os tipos de lodo, todos representados por equações

polinomiais de segunda ordem.

Na análise de regressão para os tratamentos compostos por Latossolo

Vermelho Distroférrico e irrigados com água da SABESP (S2-A1), verificou-se que

ocorreram variações para os lodos da ETE-Lageado (L1), concordando com o teste de Tukey,

com um R2 = 0,78, para os lodos de ETE-Franca (L2), com um R2=0,90 e para o lodo de ETA-

Botucatu (L3), apresentando um R2=0,75, sendo que todos regidos por equações polinomiais

de 2° grau.

Para os tratamentos compostos por Latossolo Vermelho Distroférrico e

irrigados com água residuária (S2-A2), tantos os que continham o lodo da ETE-Lageado (L1)

quanto o com lodo da ETE-Botucatu (L3) apresentaram variações com a época, sendo então o

comportamento da M.O. representado pelas respectivas equações polinomiais de 2ª ordem

(Tabela 10)

O comportamento dos tratamentos com lodo de ETE-Franca (L2) não

apresenta variações, portanto, é representado por sua média.

6.3. Fósforo (P)

6.3.1. Análise de Variância e teste de Tukey

Para os teores de fósforo os tipos de água não se mostraram

significativos para os resultados, apresentando então interações de 3º grau, de acordo com a

análise estatística, resultando em uma Tabela mais simples que as apresentadas até o momento

(Tabela 11).

39

Tabela 11: Valores encontrados para fósforo (mg dm-3 ). S1 S2

L1 L2 L3 L1 L2 L3 E1 85,00 aA 45,00 abB 21,00 aB E1 109,00 aA 37,00 abB 15,00 aB E2 100,00 aA 53,66 aB 18,16 aC E2 60,66 bA 53,16 aA 16,00 aB E3 103,00 aA 25,00 bB 7,83 aB E3 57,16 bA 24,66 bB 8,16 aB

Legenda: S1 – Neosolo Quartzarênico; S2 – Latossolo Vermelho Distroférrico . L1 – Lodo ETE – Lageado; L2 – Lodo ETE – Franca; L3 – Lodo ETA – Botucatu. E1 – Primeira época; E2 – Segunda época; E3 – terceira época. Médias seguidas de mesma letra não diferenciam ao nível de 5% de probabilidade; letras minúsculas comparam médias de épocas;maiúsculas, de tipo de lodo.

Para os tratamentos contendo Neosolo Quartzarênico (S1), verificou-se

que apenas o que também continha lodo da ETE-Franca (L2), apresentou diferença nas médias

com o passar do tempo. Essa diferença foi uma diminuindo da segunda para a terceira época.

Os demais se mantiveram sem mudanças significativas.

Na comparação entre os lodos também foi verificada diferenças entre os

tratamentos que continham lodo da ETE-Lageado (L1) apresentando médias superiores aos

demais. Na segunda época de amostragem as três médias são significativamente diferentes,

fato não verificado na época 1 (E1) e época 2 (E2) quando o lodo da ETE-Lageado (L1)

mostrou diferente do lodo da ETE-Franca (L2) e do lodo da ETA-Lageado (L3),

estatisticamente iguais entre si.

Nos tratamentos contendo Latossolo Vermelho Distroférrico ocorreram

mais diferenças, sendo que os lodos de ETE, tanto o proveniente da estação do Lageado

quanto da estação de tratamento de Franca (L2), sofreram alterações com o passar das épocas,

com destaque para a primeira época do lodo de ETE-Lageado (L1) e a segunda época do lodo

da ETE-Franca (L2), onde observaou-se as maiores médias.

O lodo da ETE-Lageado (L1) apresentou maiores média de P. Ocorreu

também diferença significativa na segunda época (E2) onde os teores médios foram

semelhantes para os lodos provenintes das estações de tratamento de esgoto (L1 e L2).

Alteração nos teores de fósforo também foram observados por

Marques (1997), Silva e Poggiani (2005), Andreoli (1997), Gobbi (2003) e Guedes (2005) na

incorporação de lodo de esgoto, a solos diversos. O aumento se deve possivelmente a

decomposição do resíduo. No caso em que os teores diminuíram, a possível razão, é que o solo

imobilizou o fósforo, na forma de fosfatos (MELO; MARQUES, 2000).

40

6.3.2. Análise de regressões

O Tabela 12 apresenta os resultados obtidos da análise de regressão dos

teores de Fósforo para cada tratamento.

Tabela 12: Resultados da análise de regressão para teores de P. Modelo Y=a+bx

n.obs Pr>f R2 C.var. Média a Er.

Pdr. b Er.

Pdr. c E.Padr

S1L1 18 0,0174* 0,30 12,24 96,00 78,00 7,33 9,00 3,39 S1L2 18 0,09 0,17 46,73 41,22 61,22 12,01 -10,00 5,56 S1L3 18 0,0001* 0,83 16,26 15,66 28,83 1,58 -6,58 0,73 S2L1 18 0,0002* 0,60 24,11 75,61 127,44 11,36 -25,91 5,26 S2L2 18 0,29 0,07 51,44 38,27 50,61 12,27 -6,16 5,68 S2L3 18 0,0381* 0,24 40,11 13,05 19,88 3,26 -3,41 1,51

Modelo y=a+bx+cx2 S1L1 18 0,0393* 0,35 12,23 96,00 58,00 20,89 33,00 23,72 -6,00 5,87 S1L2 18 0,0338* 0,36 42,22 41,22 -1,00 30,97 64,66 35,17 -18,66 8,70 S1L3 18 0,0001* 0,92 11,37 15,66 16,33 3,17 8,41 3,60 -3,75 0,89 S2L1 18 0,0001* 0,75 19,64 75,61 202,16 26,42 -115,58 30,00 22,41 7,42 S2L2 18 0,0320* 0,36 43,75 38,27 -23,83 29,80 83,16 33,84 -22,33 9,37 S2L3 18 0,0288* 0,37 37,56 13,05 5,16 8,72 14,25 9,91 -4,41 2,45

Legenda: S1 – Neosolo Quartzarênico; S2 – Latossolo Vermelho Distroférrico . L1 – Lodo ETE – Lageado; L2 – Lodo ETE – Franca; L3 – Lodo ETA – Botucatu. * Teste F significativo ao nível de 5% de probabilidade.

Para tratamentos compostos pelo solo Neosolo Quartzarênico e os

lodos, já que de acordo com a análise estatística, os tipos de água não influenciaram na

análise, verificou-se novamente que apesar do teste de Tukey só ter apontado alterações para o

lodo da ETE-Franca (L2), a análise de regressão apontou significativas alterações também

para os lodos da ETE-lageado (L1) e lodo da ETA-Botucatu (L3), com R2 de 0,35 e 0,92

respectivamente.

Para tratamentos com Latossolo Vermelho Distroférrico , a análise de

regressão polinomial de segunda ordem apontou as alterações ocorridas com o passar das

épocas, para todos os tipos de lodo, apesar dos lodo da ETE-Franca (L2), e ETA-Botucatu

(L3) apresentarem R2 menores, 0,36 e 0,37 respectivamente, quando comparados ao lodo da

ETE-Lageado (L1) cujo R2 foi de 0,75.

41

Comparando-se as médias dos tratamentos com os valores da tabela 2,

observa-se que os níveis de P se apresentam na faixa de teores médios, altos ou muito altos

dependendo da cultura, exceto o tratamento com Neosolo Quartzarênico (S1), lodo da ETA-

Botucatu (L3) na terceira época (E3), cujo resultado 7,83 mg dm-3 pode ser considerado baixo

para culturas anuais e perenes e muito baixo para hortaliças.

6.4. Al3+

6.4.1. Análise de Variância e teste de Tukey

Os resultados apontaram para Al3+ , interação de 4º grau. As médias

obtidas para os teores de Al3+, de acordo com respectivo tratamento, assim como os resultados

do teste de Tukey estão apresentados no Tabela 13.

Tabela 13 : Valores encontrados para Al3+ (mmolc dm-3 ). S1 A1 S1 A2

L1 L2 L3 L1 L2 L3 E1 4,00 aA 0,00 aB 0,00 aB E1 4,00 aA 0,00 aB 0,00 aA E2 1,33 bA 0,33 aB 0,66 aAB E2 1,00 bA 0,33 aA 0,00 aA E3 0,00 bA 0,33 aB 0,00 aA E3 0,00 bA 0,66 aA 0,00 aA

S2 A1 S2 A2

L1 L2 L3 L1 L2 L3 E1 3,00 aA 5,00 aA 5,00 aA E1 3,00 aA 5,00 abA 5,00 aA E2 1,00 aA 2,66 bA 1,66 bA E2 1,00 aB 6,00 aA 1,66 bB E3 1,33 aB 6,33 aA 2,00 bB E3 2,00 aA 3,33 bA 3,00 abA

Legenda: S1 – Neosolo Quartzarênico; S2 – Latossolo Vermelho Distroférrico . L1 – Lodo ETE – Lageado; L2 – Lodo ETE – Franca; L3 – Lodo ETA – Botucatu. A1- Água SABESP; A2 – Água Residuária. E1 – Primeira época; E2 – Segunda época; E3 – terceira época. Médias seguidas de mesma letra não diferenciam ao nível de 5% de probabilidade; letras minúsculas comparam médias de épocas;maiúsculas, de tipo de lodo.

Para níveis de Al3+ em tratamentos com Neosolo Quartzarênico irrigada

com água da SABESP (S1-A1), verificou-se um decréscimo significativo nos teores, apenas

para os tratamentos que continham lodo da ETE-Lageado. Com o passar das épocas, para as

demais não ocorreu qualquer variação.

42

A diferença entre os lodos em uma mesma época também foi evidente,

com ênfase para os tratamentos com o lodo da ETE-Lageado (L1). Os demais não

apresentaram diferenças entre si.

Os tratamentos compostos por Neosolo Quartzarênico, irrigado com

água residuária apresentaram o mesmo decréscimo dos teores para o lodo da ETE – Lageado

(L1). A diferença é que a partir da segunda época, os tratamentos comportam-se da mesma

forma, não aparecendo diferenças estatísticas entre eles.

Nos casos de tratamentos contendo Latossolo Vermelho Distroférrico,

irrigado tanto com água da SABESP (S2-A1) como com água residuária (S2-A2), o

comportamento foi semelhante. O decréscimo nos teores de Al3+ passaram a ser observados

nos tratamentos com lodo da ETE-Franca (L2) e lodo da ETA-Botucatu (L3) com o passar das

épocas.

A diferença entre os lodos ficou evidente apenas na terceira época (E3)

para tratamentos com água da SABESP (A1) e na segunda época (E2) para tratamentos com

água residuária (A2). Essa diferença é possivelmente apresentada devido a elementos

existentes na composição dos diferentes tipos de águas.

A diminuição dos teores de Al3+ não condiz com o obervado por Gobbi

(2003) que verificou um aumento nos teores de Al3+, trabalhando como já citado, com

Latossolo vermelho distrófico do terceiro planalto do Paraná, cultivando milho Agroceres 405.

Foi Melo e Marques (2000), que observaram que de um modo geral, há

diminuição do alumínio, devido a aplicação de lodo de esgoto ao solo.

Comparando-se as médias obtidas nos tratamentos com os valores da

tabela 2, verificou-se que, de modo geral, os níveis de Al3+ são considerados baixos.

6.4.2. Análise de regressões

O Tabela 14 apresenta os resultados obtidos da análise de regressão dos

teores de alumínio, para cada tratamento.

Comparando-se as Tabelas 13 e 14, para tratamentos contendo Neosolo

Quartzarênico e irrigados com água da SABESP (S1-A1), verificou-se que tanto o teste de

Tukey, quanto a regressão, indicaram variações apenas para os tratamentos com lodo da ETE-

43

Lageado (L1), sendo que 97%, de acordo com R2, da variação do teor de Al3+ para essa

combinação, está sendo explicada pela equação apresentada.

Os demais tratamentos deste tipo foram explicados por suas respectivas

médias.

Para os tratamentos com solo Neosolo Quartzarênico irrigados com

água residuária (S1-A2), assim como no caso dos tratamentos com S1-A1, tanto o Tukey

quanto a regressão polinomial só indicaram variações para tratamentos que continham lodo da

ETE-Botucatu (L1). Essas variações, de acordo com a análise de regressão, foi explicada

inteiramente pela equação apresentada pelo modelo, pois R2 = 1,00 para a equação polinomial

de segunda ordem.

Nos tratamentos com Latossolo Vermelho Distroférrico e irrigados

com água da SABESP (S2-A1), as regressão polinomiais de segunda ordem apresentaram

coeficientes de determinação (R2) significativamente elevados.

Quando foi trocada a água de irrigação para água residuária (S2-A2), a

análise de regressão mostrou variações para os lodos da ETE-Lageado (L1) e para o da ETA-

Botucatu (L3). Para o lodo da ETE-Franca (L2), apesar do teste de Tukey indicar diferença

entre as médias, a análise de regressão não conseguiu ajuste significativo para os modelos

estudados, indicando que o fenômeno possa ser regido por outro modelo que não os estudados.

Para os lodos da ETE-Lageado (L1) e da ETA-Botucatu (L3), as

regressões se mostraram com boa qualidade segundo seus coeficientes de determinação, 0,75

e 0,72 respectivamente.

44

Tabela 14: Resultados da análise de regressão para teores de Al3+.

Modelo y=a+bx

n.obs Pr>f R2 C.var. Média a Er.

Pdr. b Er.

Pdr. C E.Padr

S1L1A1 9 0,0001* 0,94 26,52 1,78 5,78 0,42 -2,00 0,19 S1L1A2 9 0,0001* 0,92 32,07 1,67 5,67 0,47 -2,00 0,23 S1L2A1 9 0,38 0,10 200,44 0,22 -0,11 0,39 0,16 0,18 S1L2A2 9 0,1036 0,33 130,93 0,33 -0,33 0,38 0,33 0,18 S1L3A1 9 1 0,00 212,13 0,22 0,22 0,42 0,00 0,19 S1L3A2 9 0 0,00 0,00 S2L1A1 9 0,0219* 0,55 39,13 1,78 3,44 0,61 -0,83 0,28 S2L1A2 9 0,244 0,19 48,18 2,00 3,00 0,85 -0,50 0,39 S2L2A1 9 0,4 0,10 39,12 4,67 3,33 1,61 0,67 0,75 S2L2A2 9 0,32 0,14 39,86 4,78 6,44 1,68 -0,83 0,78 S2L3A1 9 0,015* 0,59 40,08 2,89 5,89 1,02 -1,50 0,47 S2L3A2 9 0,16 0,25 49,14 3,22 5,22 3,74 -1,00 0,65

Modelo Y=a+bx+cx2 S1L1A1 9 0,0001* 0,97 18,75 1,77 8,00 0,84 -4,66 0,95 0,67 0,24 S1L1A2 9 0,0001* 1,00 0,00 1,67 9,00 0,00 -6,00 0,00 1,00 0,00 S1L2A1 9 0,63 0,14 212,13 0,22 -0,66 1,19 0,83 1,35 -0,16 0,33 S1L2A2 9 0,29 0,33 141,42 0,33 -0,33 1,19 0,33 1,35 0,00 0,33 S1L3A1 9 0,078 0,57 150,00 0,22 -2,00 0,84 2,67 0,95 -0,67 0,23 S1L3A2 9 0 0,00 S2L1A1 9 0,0007* 0,91 18,75 1,77 7,33 0,84 -5,50 0,95 1,16 0,24 S2L1A2 9 0,0156* 0,75 28,86 2,00 8,00 1,45 -6,50 1,65 1,50 0,40 S2L2A1 9 0,0086* 0,79 20,20 4,67 13,33 2,37 -11,33 2,69 3,00 0,67 S2L2A2 9 0,25 0,37 36,91 4,77 0,33 4,44 6,50 5,04 -1,83 1,25 S2L3A1 9 0,0016* 0,88 23,07 2,89 12,00 1,68 -8,83 1,90 1,83 0,47 S2L3A2 9 0,0227* 0,72 32,71 3,22 13,00 2,65 -10,33 3,01 2,33 0,75

Legenda: S1 – Neosolo Quartzarênico; S2 – Latossolo Vermelho Distroférrico . L1 – Lodo ETE – Lageado; L2 – Lodo ETE – Franca; L3 – Lodo ETA – Botucatu. A1- Água SABESP; A2 – Água Residuária.

* Teste F significativo ao nível de 5% de probabilidade.

6.5. Acidez Potencial (H+Al)

6.5.1. Análise de Variância e teste de Tukey

As médias obtidas para os teores de H+Al para interações de 4º grau, de

acordo com respectivo tratamento, assim como os resultados do teste de Tukey estão

apresentados no Tabela 15.

45

Tabela 15: Valores encontrados para H+Al (mmolc dm-3 ). S1 A1 S1 A2

L1 L2 L3 L1 L2 L3 E1 18,00 aA 16,00 aA 20,00 aA E1 18,00 aA 16,00 aA 20,00 aA E2 9,00 aA 18,33 aA 20,00 aA E2 12,00 aA 20,33 aA 21,00 aA E3 10,66 aA 16,66 aA 19,00 aA E3 11,00 aA 20,33 aA 18,33 aA

S2 A1 S2 A2

L1 L2 L3 L1 L2 L3 E1 35,00 aB 56,00 aA 56,00 aA E1 35,00 aB 56,00 aA 56,00 aA E2 17,00 bB 47,33 aB 38,00 abA E2 15,33 bC 57,33 aA 40,66 Bb E3 27,33 abB 53,33 aA 39,00 bAB E3 39,66 aA 39,00 bA 41,33 abA

Legenda: S1 – Neosolo Quartzarênico; S2 – Latossolo Vermelho Distroférrico . L1 – Lodo ETE – Lageado; L2 – Lodo ETE – Franca; L3 – Lodo ETA – Botucatu. A1- Água SABESP; A2 – Água Residuária. E1 – Primeira época; E2 – Segunda época; E3 – terceira época. Médias seguidas de mesma letra não diferenciam ao nível de 5% de probabilidade; letras minúsculas comparam médias de épocas;maiúsculas, de tipo de lodo.

Segundo a Tabela 15 que demonstra as médias, para tratamentos que

contém Neosolo Quartzarênico, tanto irrigado com água da SABESP (S1-A1), como com água

residuária (S1-A2), não foram detectadas diferenças significativas entre lodos e entre épocas.

Nos tratamentos com Latossolo Vermelho Distroférrico irrigado com

água SABESP (S2 –A1) verificou-se que o teor de acidez potencial, variou para os três tipos

de lodo, com o passar do tempo. Observou-se também que em todas as épocas o lodo da ETE-

Lageado (L1) é o que apresentou menores médias, enquanto que nos demais, médias maiores e

estatisticamente iguais.

Em tratamentos com Latossolo Vermelho Distroférrico e irrigados com

água residuaria (S2-A2), verificou-se que o nível de acidez potencial para o lodo da ETE-

Lageado (L1) e para o da ETA-Botucatu (L3), sofreram um decréscimo da primeira para a

segunda época e depois um novo acréscimo, da segunda para a terceira época.

Em uma mesma época verificou-se que os tratamentos com lodos da

ETE-Franca (L2) e da ETA-Botucatu (L3) apresentaram médias semelhantes, enquanto que

para os tratamentos com lodo da ETE – Lageado (L1) as médias observadas foram menores.

Na terceira época, quando todos os tratamentos possuem médias dos três lodos, tornaram-se

estatisticamente iguais para os três lodos.

O decréscimo dos níveis de acidez potencial, foi também observado por

Melo et al. (2000) quando aplicado biossólido ao solo.

46

A diminuição dos níveis de acidez potencial, teve possivelmente como

causa a matéria orgânica existente no lodo.

6.5.2. Análise de regressões

A Tabela 16 apresenta para os tratamentos com lodo da ETE-Lageado

(L1), Neosolo Quartzarênico e irrigado com água da SABESP (S1-A1), regressões polinomial

de 2ª ordem significativas, com R2=0,99. Já para os outros lodos (L2 e L3), não apresentou

regressões significativas, portanto a representação dos seus efeitos é indicada por suas médias.

Em tratamentos com Neosolo Quartzarênico e irrigados com água

residuária (S1-A2), a análise de regressão polinomial de segunda, ordem foi significativa para

os três tipos de lodo, indicando variações onde o teste de Tukey não indicou.

Os coeficientes de determinação (R2) para os lodos da ETE-Lageado

(L1), ETE-Franca (L2) e ETA-Botucatu (L3) foram 0,91, 0,74 e 0,70 respectivamente.

Os tratamentos com Latossolo Vermelho Distroférrico irrigados com

água da SABESP (S2-A1), assim como o teste de Tukey, a análise de regressão indicou

variações para os tratamentos que continham lodo da ETE-Lageado (L1) e lodo da ETA-

Botucatu (L3). Essas variações foram representadas por equações polinomiais de segunda

ordem, com R2=0,77 para tratamentos com lodo da ETE- Lageado (L1), e R2=0,98 para

tratamentos com lodo da ETA-Botucatu (L3).

O lodo da ETE-Franca (L2) é representado pela média, uma vez que

não se detectou, variações significativas.

Com a troca da água de irrigação para água residuária (S2-A2), assim

como no caso anterior, a análise de regressão só mostrou alterações significativas para

tratamentos com lodo da ETE-Lageado (L1) e lodo da ETA-Botucatu (L3), indicando que

essas alterações são representadas por equações polinomiais de segunda ordem. O lodo da

ETE-Franca (L2) foi representado por sua média.

47

Tabela 16: Resultados da análise de regressão para os níveis de H+Al. Modelo y=a+bx

n.obs Pr>f R2 C.var. Média a Er.

Pdr. b Er.

Pdr. c E.Padr

S1L1A1 9 0,016* 0,58 22,83 12,56 19,88 2,53 -3,67 1,17 S1L1A2 9 0,0015* 0,78 12,52 13,67 20,67 1,50 -3,50 0,70 S1L2A1 9 0,799 0,01 18,24 17,00 16,33 2,74 0,33 1,27 S1L2A2 9 0,0215* 0,55 9,54 18,88 14,55 1,59 2,16 0,74 S1L3A1 9 0,0796 0,38 3,03 19,67 20,66 0,53 -0,50 0,24 S1L3A2 9 0,15 0,27 6,45 19,78 21,44 1,12 -0,83 0,52 S2L1A1 9 0,32 0,14 33,28 26,44 34,11 7,76 -3,83 3,59 S2L1A2 9 0,67 0,03 43,23 30,00 25,33 11,44 2,33 5,29 S2L2A1 9 0,56 0,05 10,30 52,22 54,89 4,75 -1,33 2,19 S2L2A2 9 0,13 0,29 24,00 50,77 67,78 10,75 -8,50 4,98 S2L3A1 9 0,005* 0,69 11,89 44,33 61,33 4,65 -8,50 2,15 S2L3A2 9 0,0228* 0,55 13,43 46,00 60,66 5,45 -7,33 2,52

Modelo y=a+bx+cx2 S1L1A1 9 0,0001* 0,99 2,65 12,55 37,67 0,84 -25,00 0,95 5,33 0,24 S1L1A2 9 0,0006* 0,91 8,46 13,67 29,00 2,90 -13,50 3,30 2,50 0,82 S1L2A1 9 0,66 0,13 18,49 17,00 9,66 7,91 8,33 8,99 -2,00 2,22 S1L2A2 9 0,0180* 0,74 7,89 18,89 7,33 3,75 10,83 4,26 -2,17 1,05 S1L3A1 9 0,125 0,50 2,94 19,66 19,00 1,45 1,50 1,65 -0,50 0,41 S1L3A2 9 0,027* 0,70 4,46 19,78 15,33 2,22 6,50 2,52 -1,83 0,62 S2L1A1 9 0,011* 0,77 18,31 26,44 81,33 12,18 -60,50 13,84 14,16 3,42 S2L1A2 9 0,0052* 0,83 19,69 30,00 98,66 14,86 -85,67 16,87 22,00 4,18 S2L2A1 9 0,089 0,55 7,63 52,22 79,33 10,03 -30,66 11,39 7,33 2,82 S2L2A2 9 0,19 0,43 23,39 50,77 35,00 29,89 30,83 33,94 -9,83 8,40 S2L3A1 9 0,001* 0,98 3,45 44,33 93,00 3,84 -46,50 4,36 9,50 1,08 S2L3A2 9 0,0132* 0,76 10,48 46,00 87,33 12,13 -39,33 13,77 8,00 3,40

Legenda: S1 – Neosolo Quartzarênico; S2 – Latossolo Vermelho Distroférrico . L1 – Lodo ETE – Lageado; L2 – Lodo ETE – Franca; L3 – Lodo ETA – Botucatu. A1- Água SABESP; A2 – Água Residuária.

* Teste F significativo ao nível de 5% de probabilidade.

6.6. Potássio (K)

6.6.1. Análise de Variância e teste de Tukey

A análise de variância apontou para os teores de potássio (K) interações

de 4º grau. As médias obtidas de acordo com respectivo tratamento, assim como os resultados

do teste de Tukey estão apresentados no Tabela 17.

48

Tabela 17: Valores encontrados para K (mmolc dm-3 ). S1 A1 S1 A2

L1 L2 L3 L1 L2 L3 E1 2,90 bA 1,4 0aB 0,80 aB E1 2,90 aA 1,40 aB 0,80 aB E2 3,10 bA 1,34 aB 1,13 aB E2 2,87 aA 1,40 aB 1,10 aB E3 3,46 aA 1,30 aB 0,90 aB E3 3,20 aA 1,16 aB 1,06 aB

S2 A1 S2 A2

L1 L2 L3 L1 L2 L3 E1 4,30 aA 2,00 aB 1,60 aB E1 4,30 aA 2,00 aB 1,60 aB E2 2,96 bA 1,26 abB 1,36 aB E2 2,80 bA 1,43 aB 1,43 aB E3 4,26 aA 0,90 bB 1,30 aB E3 2,86 bA 1,63 aB 1,20 aB

Legenda: S1 – Neosolo Quartzarênico; S2 – Latossolo Vermelho Distroférrico . L1 – Lodo ETE – Lageado; L2 – Lodo ETE – Franca; L3 – Lodo ETA – Botucatu. A1- Água SABESP; A2 – Água Residuária. E1 – Primeira época; E2 – Segunda época; E3 – terceira época. Médias seguidas de mesma letra não diferenciam ao nível de 5% de probabilidade; letras minúsculas comparam médias de épocas;maiúsculas, de tipo de lodo.

No Tabela 17, verificou-se que para tratamentos formados por Neosolo

Quartzarênico e irrigados com água da SABESP (S1-A1), a alteração notada é em relação ao

Lodo da ETE-lageado (L1), no qual as médias dos teores de K sofreram acréscimo da segunda

para a terceira época, enquanto que, os demais não apresentaram alterações.

Com relação a diferença de tratamentos, verificou-se que o lodo da

ETE-Lageado (L1), possui médias maiores em todas as épocas, enquanto que os tratamentos

com lodo da ETE-Franca (L2) e da ETA-Botucatu (L3) possuem médias significativamente

iguais.

Para tratamentos formados pela Neosolo Quartzarênico e irrigados com

água residuária (S1-A2), não foram verificadas alterações com o passar das épocas, entretanto

a relação entre os tratamentos ficaram iguais ao caso anterior, onde verificou-se que o lodo da

ETE-Lageado (L1), possui médias maiores em todas as épocas, enquanto que os tratamentos

com lodo da ETE-Franca (L2) e da ETA-Botucatu (L3), possuem médias significativamente

iguais.

Nos tratamentos contendo Latossolo Vermelho Distroférrico e irrigado

com água da SABESP (S2-A1), notou-se que para o lodo ETE-Lageado (L1) os teores de K

diminuiram da 1ª para 2ª época, e voltaram a aumentar na 3ª época, enquanto que o lodo ETE-

Franca(L2) apresentou reduções entre a 1ª e 2ª e entre 2ª e 3ª épocas. Já o lodo da ETA-

Botucatu (L3) apresentou estabilidade.

49

Quando foi alterado, a água de irrigação para a água residuaria,

mantendo-se o tipo de solo (Latossolo Vermelho Distroférrico ) (S2-L2), o comportamento

dos teores de K apresentaram alterações para o lodo da ETE-Lageado, onde foi verificado,

uma diminuição significativa da primeira para a segunda época , enquanto que para os lodos

da ETE-Franca (L2) e lodo da ETA –Botucatu (L3) essas médias não foram alteradas.

Na comparação entre lodos, verificou-se que também neste caso o

ETE-Lageado (L1) apresentou médias significativamente maiores que os demais em todas as

épocas. Os lodos ETE-Franca (L2) e ETA-Botucatu (L3) apresentaram médias

estatisticamente iguais.

Gobbi (2003) também verificou em seus experimentos, o aumento nos

teores de K, com a adição do lodo de esgoto.

De acordo com a tabela apresentada por Raij et al.(1979) os teores

médios encontrados para os tratamentos com lodos de ETE-Franca (L2) e o lodo de ETA-

Botucatu (L3) são classificados como baixos (0,8-1,5 mmolc dm-3), necessitando talvez para

esses tratamentos, se for o caso, a adição de K extra, sugestão também fornecida por Oliveira

(2000). No caso do lodo da ETE-lageado (L1), as médias apresentam teores que são

classificados entre médios (1,6-3,0 mmolc dm-3) e alto(3,1-6,0 mmolc dm-3).

6.5.2. Análise de regressões

Para os teores de Potássio, quando os tratamentos são com Neosolo

Quartzarênico e a água da SABESP (S1A1), a tabela 18 mostra que apenas o lodo ETE-Franca

(L2) é representada por sua média (Y=1,34), já que para o lodo ETE-Lageado (L1) foi

significativo o modelo linear (Y=2,59+0,28X), e para o lodo ETA-Botucatu (L3) o modelo

polinomial de 2ª ordem (Y=-0,10+1,18X-0,28X2).

50

Tabela 18: Resultados da análise de regressão para os teores de K em relação a épocas. Modelo y=a+bx

n.obs Pr>f R2 C.var. Média a Er.

Pdr. b Er.

Pdr. c E.Padr

S1L1A1 9 0,0439* 0,46 8,96 3,15 2,59 0,25 0,28 0,11 S1L1A2 9 0,0423* 0,47 4,96 2,99 2,68 13,00 0,15 0,06 S1L2A1 9 0,67 0,03 20,79 1,34 1,44 0,25 -0,50 0,11 S1L2A2 9 0,12 0,29 12,58 1,32 1,55 0,15 -0,11 0,07 S1L3A1 9 0,47 0,07 17,31 0,94 0,84 0,14 0,05 0,06 S1L3A2 9 0,0305* 0,51 12,22 0,99 0,72 0,10 0,13 0,05 S2L1A1 9 0,96 0,00 20,99 3,84 3,87 0,71 -0,02 0,33 S2L1A2 9 0,0318* 0,50 19,75 3,32 4,75 0,57 -0,72 0,26 S2L2A1 9 0,0001* 0,93 9,95 1,39 2,48 0,12 -0,55 0,06 S2L2A2 9 0,46 0,08 34,57 1,68 2,05 0,52 -0,18 0,23 S2L3A1 9 0,0019* 0,77 5,35 1,42 1,72 0,07 -0,15 0,03 S2L3A2 9 0,0001* 0,89 4,55 1,41 1,81 0,06 -0,20 0,03

Modelo y=a+bx+cx2 S1L1A1 9 0,14 0,47 9,56 3,15 2,87 0,76 -0,05 0,86 0,08 0,21 S1L1A2 9 0,027* 0,70 4,02 2,99 3,33 0,30 -0,58 0,34 0,18 0,08 S1L2A1 9 0,91 0,03 22,45 1,34 1,50 0,76 -0,11 0,86 0,01 0,21 S1L2A2 9 0,22 0,39 12,60 1,32 1,16 0,42 0,35 0,47 -0,12 0,12 S1L3A1 9 0,0023* 0,86 7,05 0,94 -0,10 0,16 1,18 0,19 -0,28 0,04 S1L3A2 9 0,011* 0,77 8,91 0,99 0,17 0,22 0,80 0,25 -0,16 0,06 S2L1A1 9 0,0138* 0,76 11,10 3,84 8,26 1,07 -5,28 1,21 1,31 0,30 S2L1A2 9 0,0252* 0,70 16,42 3,32 7,36 1,37 -3,85 1,56 0,78 0,39 S2L2A1 9 0,0001* 0,96 7,58 1,38 3,10 0,26 -1,28 0,30 0,18 0,07 S2L2A2 9 0,52 0,19 34,97 1,68 3,33 1,48 -1,71 1,68 0,38 0,42 S2L3A1 9 0,0035* 0,84 4,68 1,42 2,00 0,17 -0,48 0,19 0,08 0,05 S2L3A2 9 0,0010* 0,90 4,72 1,41 1,70 0,17 -0,06 0,19 -0,03 0,04

Legenda: S1 – Neosolo Quartzarênico; S2 – Latossolo Vermelho Distroférrico . L1 – Lodo ETE – Lageado; L2 – Lodo ETE – Franca; L3 – Lodo ETA – Botucatu. A1- Água SABESP; A2 – Água Residuária.

* Teste F significativo ao nível de 5% de probabilidade.

Quando a água de irrigação é a residuária (A2), os lodos

ETE-Lageado (L1) e ETA-Botucatu (L3) apresentam como modelo que descrevem, suas

variações, equações polinomiais de 2ª ordem, enquanto que a média, representa o lodo

ETE-Franca (L2).

Analisando o Tabela 17, para tratamentos com Latossolo Vermelho

Distroférrico e irrigado com água da SABESP (S2-A1), notou-se que a análise de regressão,

apontou variações para os tipos de lodo , quando aplicados ao modelo de segunda ordem. De

acordo com seus respectivos coeficientes de determinação, os resultados apresentaram boa

qualidade.

51

Quando analisados os tratamentos contendo Latossolo Vermelho

Distroférrico irrigado com água residuária (S2-A2), observou-se que para tratamentos com

lodo da ETE-Lageado (L1) e lodo da ETA-Botucatu (L3), os resultados foram semelhantes aos

apresentados em (S2A1) (equações polinomiais de segunda ordem). O lodo da ETE-Franca

(L2) é representada por sua média, uma vez que, a análise de regressão não se mostrou

significativa para esse tratamento.

6.7. Calcio (Ca)

6.7.1. Análise de Variância e teste de Tukey

Interações de 4ª ordem são observadas quando analisamos Ca. As

médias obtidas para os níveis de Ca, de acordo com o respectivo tratamento, assim como os

resultados do teste de Tukey estão apresentados no Tabela 19.

Tanto para tratamentos com Neosolo Quartzarênico, irrigados com água

da SABESP quanto para os irrigados com água residuária, as médias dos teores de Ca para

todos os lodos não sofreram alterações significativas com o passar do tempo.

Em ambos os casos, o lodo da ETE-Lageado (L1) foi o que apresentou

maiores médias, enquanto que os lodos da ETE-Franca (L2) e da ETA-Botucatu (L3)

possuem médias significativamente iguais. Apesar de vários autores terem encontrado um

aumento nos teores de Ca, em seus experimentos, isso não foi confirmado neste caso.

Quando observamos os tratamentos com Latossolo Vermelho

Distroférrico , a única alteração verificada, foi para o lodo de ETE-Lageado (L1), irrigado com

água da SABESP (S2-A1), houve um aumento significativo dos níveis de Ca, da segunda

para terceira época, aumento este também observado por Gobbi (2000) e Guedes (2005).

Quanto a diferença entre os tratamentos, verificou-se o mesmo que para

os casos anteriores, onde o lodo da ETE-Lageado apresentou médias superiores que os demais

que tiveram médias significativamente iguais.

De acordo com a tabela apresentada por Raij et al. (1979) os teores

médios encontrados para todos os tratamentos estão classificados como altos(>7 mmolc dm-3).

52

Tabela 19: Valores encontrados para Ca (mmolc dm-3 ). S1 A1 S1 A2

L1 L2 L3 L1 L2 L3 E1 74,00 aA 35,00 aB 19,00 aB E1 74,00 aA 35,00 aB 19,00 aB E2 98,00 aA 37,66 aB 20,33 aB E2 85,00 aA 44,66 aB 18,00 aB E3 92,00 aA 48,33 aB 21,33 aB E3 85,33 aA 36,00 aB 16,66 aB

S2 A1 S2 A2

L1 L2 L3 L1 L2 L3 E1 94,00 abA 24,00 aB 14,00 aB E1 94,00 aA 24,00 aB 14,00 aB E2 81,33 bA 32,66 aB 18,23 aB E2 88,33 aA 23,66 aB 16,33 aB E3 124,33 aA 39,00 aB 15,00 aB E3 82,33 aA 39,33 aB 18,66 aB

Legenda: S1 – Neosolo Quartzarênico; S2 – Latossolo Vermelho Distroférrico . L1 – Lodo ETE – Lageado; L2 – Lodo ETE – Franca; L3 – Lodo ETA – Botucatu. A1- Água SABESP; A2 – Água Residuária. E1 – Primeira época; E2 – Segunda época; E3 – terceira época. Médias seguidas de mesma letra não diferenciam ao nível de 5% de probabilidade; letras minúsculas comparam médias de épocas;maiúsculas, de tipo de lodo.

6.7.2. Análise de regressões

O Tabela 20 apresenta os resultados obtidos na análise de regressão dos

teores de Cálcio, para cada tratamento.

Para os teores de Cálcio, o único caso a se mostrar significativo quando

analisado pela regressão é o tratamento Latossolo Vermelho Distroférrico, com lodo da ETE-

Franca (L2), irrigado com água da SABESP (S2-L2-A1), apresentando um coeficiente de

determinação igual a 0,73, ou seja, 73% da variação dos teores de Ca foram explicados pela

equação ajustada.

Apesar do teste de Tukey ter indicado variações significativas para os

tratamentos Latossolo Vermelho Distroférrico , lodo da ETE-lageado, irrigado com Água da

SABESP (S2-L1-A1), elas não puderam ser explicadas pelos modelos de regressão, a que

foram submetidos os teores de Ca encontrados nas amostras.

53

Tabela 20: Resultados da análise de regressão para os teores de Ca em relação a épocas. Modelo y=a+bx

n.obs Pr>f R2 C.var. Média a Er.

Pdr. b Er.

Pdr. c E.Padr

S1L1A1 9 0,21 0,21 18,15 88,00 70,00 14,08 9,00 6,52 S1L1A2 9 0,076 0,38 8,21 81,44 70,11 5,90 5,66 2,73 S1L2A1 9 0,21 0,20 29,91 40,33 27,00 10,64 6,66 4,92 S1L2A2 9 0,85 0,01 16,48 38,55 37,55 5,60 0,50 2,59 S1L3A1 9 0,19 0,22 9,78 20,22 17,88 1,74 1,16 0,80 S1L3A2 9 0,1 0,32 8,64 17,88 20,22 1,36 -1,16 0,63 S2L1A1 9 0,15 0,26 23,50 99,88 69,55 20,70 15,16 9,58 S2L1A2 9 0,39 0,10 17,96 88,22 99,88 13,97 -5,83 6,46 S2L2A1 9 0,0034* 0,72 13,27 31,88 16,88 3,73 7,50 1,72 S2L2A2 9 0,18 0,23 44,03 29,00 13,66 11,26 7,66 5,21 S2L3A1 9 0,72 0,02 21,43 15,77 14,77 2,98 0,50 1,38 S2L3A2 9 0,19 0,22 24,63 16,33 11,66 3,54 2,33 1,64

Modelo y=a+bx+cx2 S1L1A1 9 0,2 0,41 16,95 88,00 20,00 37,55 69,00 42,64 -15,00 10,55 S1L1A2 9 0,13 0,49 8,03 81,44 52,33 16,46 27,00 18,69 -5,33 4,62 S1L2A1 9 0,45 0,23 31,80 40,33 40,33 32,28 -9,33 36,65 4,00 9,07 S1L2A2 9 0,065 0,59 11,33 38,55 7,00 11,00 37,16 12,49 -9,16 3,09 S1L3A1 9 0,45 0,23 10,55 20,22 17,33 5,37 1,83 6,09 -0,16 1,50 S1L3A2 9 0,3 0,33 9,31 17,88 19,66 4,19 -0,50 4,76 -0,16 1,17 S2L1A1 9 0,08 0,55 19,64 99,88 162,33 49,37 -96,16 56,06 27,83 13,87 S2L1A2 9 0,71 0,10 19,39 88,22 99,33 43,06 -5,16 48,90 -0,16 12,01 S2L2A1 9 0,01* 0,73 14,17 31,88 13,00 11,37 12,16 12,92 -1,16 3,19 S2L2A2 9 0,31 0,32 44,81 29,00 40,33 32,70 -24,33 37,13 8,00 9,18 S2L3A1 9 0,23 0,37 18,41 15,77 2,00 7,31 15,83 8,30 -3,83 2,05 S2L3A2 9 0,46 0,22 26,60 16,33 11,66 10,93 2,33 12,42 0,00 3,07

Legenda: S1 – Neosolo Quartzarênico; S2 – Latossolo Vermelho Distroférrico . L1 – Lodo ETE – Lageado; L2 – Lodo ETE – Franca; L3 – Lodo ETA – Botucatu. A1- Água SABESP; A2 – Água Residuária.

* Teste F significativo ao nível de 5% de probabilidade.

6.8. Magnésio (Mg)

6.8.1. Análise de Variância e teste de Tukey

O comportamento do Mg, difere dos demais elementos vistos

anteriormente, pois estatisticamente apresentam apenas interações de 2º grau, lodo x época e

lodo x solo. As comparações das médias pelo teste de Tukey, estão apresentadas na tabela 21.

54

Tabela 21: Valores encontrados para Mg (mmolc dm-3 ). solo*lodo Epoca*Lodo

L1 L2 L3 L1 L2 L3

S1 10,33 aB 12,11 aA 4,66 aC E1 11,00 aA 8,50 bB 4,00 aC S2 10,33 aA 8,16 bB 3,38 aC E2 10,08 aA 10,66 aA 4,16 aB E3 9,91 aA 11,25 aA 3,91 aB

Legenda: S1 – Neosolo Quartzarênico; S2 – Latossolo Vermelho Distroférrico . L1 – Lodo ETE – Lageado; L2 – Lodo ETE – Franca; L3 – Lodo ETA – Botucatu. E1 – Primeira época; E2 – Segunda época; E3 – terceira época. Médias seguidas de mesma letra não diferenciam ao nível de 5% de probabilidade; letras minúsculas comparam médias de épocas;maiúsculas, de tipo de lodo.

De acordo com o Tabela 21, para época x lodo, ocorreu alteração

apenas para o lodo da ETE – Franca (L2) de uma época para a outra. O teor de Mg sobiu, da

primeira para a segunda época e se manteve na segunda e terceira época.

Numa mesma análise verificou-se que na 1ª época os teores médios

foram diferentes entre os tratamentos. Na segunda e terceira épocas, o único que apresentou

diferenças foi o lodo da ETA-Botucatu. O lodo da ETE – Lageado foi o que sempre

apresentou menores médias.

Para a interação solo x lodo, verificou-se que os lodos possuem

diferenças entre si.

Para a Neosolo Quartzarênico, o que apresentou maiores teores, foi o

lodo da ETE-Franca (L2), seguido pelo lodo da ETE-Lageado (L1) e por último lodo da ETA-

Botucatu (L3).

No Latossolo Vermelho Distroférrico o que apresentou maior teor foi o

lodo de ETE-Lageado (L1), seguido pelo lodo da ETE-Franca (L2) e por ultimo

novamente o lodo da ETA-Botucatu (L3).

Conclui-se: os lodos provenientes de estações de tratamento de esgoto,

apresentam melhores resultados que os provenientes de estações de tratamento de água, pois

de acordo com a tabela apresentada por Raij et al. (1979), estes lodos apresentaram sempre,

teores altos (>8 mmolc*dm-3 ) para Mg , enquanto que o lodo de ETA apresentou teores na

faixa que indica teores (0 - 4 mmolc*dm-3 ) baixos de Mg.

55

Tanto Gobbi (2003) e Melo e Marques (2000), também verificaram, em

seus experimentos, que os teores de Mg aumentaram gradualmente com o passar do tempo,

após aplicação do biossólido.

6.8.2. Análise de regressões

O Tabela 22, apresenta os resultados obtidos na análise de regressão dos

teores de Magnésio para cada tratamento.

Tabela 22: Resultados da análise de regressão para os teores de Mg. Modelo Y=a+bx

n.obs Pr>f R2 C.var. Média a Er.

Pdr. b Er. Pdr. c E.Padr

L1 36 0,14 0,06 17,00 10,33 11,41 0,77 -0,54 0,36 L2 36 0,017* 0,15 26,58 10,13 7,38 1,18 1,38 0,55 L3 36 0,877 0,00 32,68 4,02 4,11 0,58 -0,04 0,27

Modelo y=a+bx+cx2 L1 36 0,28 0,07 17,16 10,33 12,66 2,23 -2,04 2,53 0,38 0,63 L2 36 0,044* 0,17 26,70 10,13 4,75 3,40 4,54 3,86 -0,79 0,95 L3 36 0,896 0,01 33,07 4,02 3,41 1,68 0,79 1,90 -0,20 0,47

Legenda: S1 – Neosolo Quartzarênico; S2 – Latossolo Vermelho Distroférrico . L1 – Lodo ETE – Lageado; L2 – Lodo ETE – Franca; L3 – Lodo ETA – Botucatu.

* Teste F significativo ao nível de 5% de probabilidade.

No caso dos teores de Mg, a análise de variância indicou que apenas a

interação lodo x época foi significativa a 5 % de probabilidade, portanto foi a única a ser

submetida à análise de regressão, por ser a única a ter “época” em suas variáveis.

Em assim sendo, todos os tratamentos contendo lodo da ETE-Franca

(L2), não importando o solo ou a água de irrigação, são os únicos a apresentar um modelo

significativo quando submetido a análise de regressão, assim como no teste de Tukey, onde

também foram os únicos tratamentos a apresentaram variações nos teores de Mg.

O modelo obtido Y=4,75+4,54X-0,79X2, apresenta um coeficiente de

determinação (R2) de 0,17.

56

6.9. Soma de bases (SB)

6.9.1. Análise de Variância e teste de Tukey

No caso da soma de bases ou simplesmente SB, diferenças

significativas só foram verificadas para a interação solo x lodo, conforme o Tabela 23.

Tabela 23: Valores encontrados para SB (mmolc dm-3 ). Solo*Lodo L1 L2 L3 S1 98,27 aA 52,88 aB 24,72 aC S2 108,11 aA 39,77 bB 21,05 aC

Legenda: S1 – Neosolo Quartzarênico; S2 – Latossolo Vermelho Distroférrico . L1 – Lodo ETE – Lageado; L2 – Lodo ETE – Franca; L3 – Lodo ETA – Botucatu. Médias seguidas de mesma letra não diferenciam ao nível de 5% de probabilidade; letras minúsculas comparam médias de épocas; maiúsculas, de tipo de lodo.

Para SB, verificou-se diferenças significativas, entre os lodos tanto para

Neosolo Quartzarênico quanto para o Latossolo Vermelho Distroférrico , sendo sempre o lodo

da ETE-Lageado (L1) o que “apresentou” maiores médias, seguido pelo lodo da ETE-Franca

(L2) e por último o lodo da ETA-Botucatu (L3).

O único lodo a apresentar diferença significativa com a troca do tipo de

solo foi o da ETE- Franca (L2), que apresentou maior teor, quando aplicado a Neosolo

Quartzarênico de acordo com o teste de Tukey.

Silva et al. (1997), trabalhando com doses diferentes de lodo aplicado

ao solo, verificaram um aumento nos teores de SB.

6.9.2. Análise de regressões

Para níveis de SB não foi aplicada analise de regressão uma vez que, de

acordo com a análise de variância,os teores não sofreram influencia do passar das épocas.

57

6.10. Capacidade de troca de cátions (CTC)

6.10.1. Análise de Variância e teste de Tukey

Para CTC, a interação significativa foi a interação tripla entre solo x

lodo x época, vista na Tabela 24.

Tabela 24: Valores encontrados para CTC (mmolc dm-3 ). S1 S2

L1 L2 L3 L1 L2 L3 E1 106,00 aA 63,00 aB 45,00 aB E1 145,00 aA 87,00a B 74,00 bB E2 116,33 aA 74,5 aB 45,33 aC E2 112,83 bA 90,83 aA 61,00 aB E3 111,66 aA 74,66 aB 42,33 aC E3 151,50 aA 96,33 aB 62,33 aC

Legenda: S1 – Neosolo Quartzarênico; S2 – Latossolo Vermelho Distroférrico . L1 – Lodo ETE – Lageado; L2 – Lodo ETE – Franca; L3 – Lodo ETA – Botucatu. E1 – Primeira época; E2 – Segunda época; E3 – terceira época. Médias seguidas de mesma letra não diferenciam ao nível de 5% de probabilidade; letras minúsculas comparam médias de épocas;maiúsculas, de tipo de lodo.

Para os tratamentos com Neosolo Quartzarênico (s1), verificou-se que

os teores da CTC não se alteraram significativamente de uma época para outra para um

mesmo lodo.

Quando comparamos os lodos, verificamos que na 1ª época o lodo ETE-

Lageado (L1) apresentou média maior estatisticamente que os demais que se apresentaram

iguais.

Nas 2ª e 3ª épocas, as médias dos 3 tipos de lodo, diferem entre si,

permanecendo a do ETE-Lageado (L1) a maior.

Analisando-se os tratamentos com Latossolo Vermelho Distroférrico

(S2) e lodo ETE-Lageado (L1), verifica-se uma queda inicial da 1ª para 2ª época,

voltando a aumentar na 3ª época.

Os lodos ETE-Franca (L2) e ETA-Botucatu (L3) tem comportamentos

semelhantes, ambos com estabilidade, na comparação entre épocas.

Comparando-se os lodos dentro de cada época, observamos que na 1ª

época o lodo ETE-Lageado apresenta média maior e estatisticamente é diferente dos demais,

que são iguais.

58

Na 2ª época, os lodos ETE-Lageado (L1) e ETE-Franca (L2)

apresentaram médias estatisticamente iguais e maiores que as do lodo ETA-Botucatu (L3).

Os três tipos de lodo se mostraram diferentes na 3ª época.

Segundo Melo e Marques (2000), os valores de CTC deveriam

aumentar significativamente com o acréscimo do lodo de esgoto, pois em seu trabalho, os

valores de CTC tem relação com a degradação da matéria orgânica, o que não foi verificado.

No presente estudo, as médias de CTC se mantiveram as mesmas, o que também foi destacado

por Oliveira (2000). Segundo este mesmo autor, apesar do comportamento ter apresentado

diferenças significativas, foram muito pequenas e portanto não devem ser consideradas.

6.10.2. Análise de regressões

O Tabela 25 apresenta os resultados obtidos da análise de regressão dos

níveis de CTC para cada tratamento.

Tabela 25: Resultados da análise de regressão para os teores de CTC. Modelo y=a+bx

n.obs Pr>f R2 C.var. Média a Er.

Pdr. B Er.

Pdr. c E.Padr

S1L1 18 0,43 0,04 11,09 111,33 105,66 7,70 2,83 3,56 S1L2 18 0,057 0,20 13,94 70,72 5905,00 6,15 5,83 2,84 S1L3 18 0,14 0,13 6,73 44,38 47,05 1,86 -1,33 0,86 S2L1 18 0,66 0,01 18,73 136,44 129,94 15,93 3,25 7,37 S2L2 18 0,071 0,19 9,16 91,38 82,05 5,22 4,66 2,42 S2L3 18 0,211* 0,29 12,01 65,77 77,44 4,92 -5,83 2,28

Modelo Y=a+bx+cx2 S1L1 18 0,36 0,13 10,91 111,33 80,66 21,62 32,83 24,55 -7,50 6,07 S1L2 18 0,0914 0,27 13,80 70,72 40,16 17,36 28,50 19,72 -5,66 4,88 S1L3 18 0,12 0,24 6,48 44,38 39,83 5,12 7,33 5,81 -2,16 1,44 S2L1 18 0,0068* 0,48 13,95 136,44 248,00 33,87 -138,42 38,46 35,41 9,52 S2L2 18 0,2 0,19 9,44 9,38 84,83 15,36 1,33 17,44 0,83 4,32 S2L3 18 0,0136* 0,44 11,05 65,77 101,33 12,94 -34,50 14,69 7,16 3,63

Legenda: S1 – Neosolo Quartzarênico; S2 – Latossolo Vermelho Distroférrico . L1 – Lodo ETE – Lageado; L2 – Lodo ETE – Franca; L3 – Lodo ETA – Botucatu.

* Teste F significativo ao nível de 5% de probabilidade.

59

O Tabela 25 mostra que para CTC, os tratamentos envolvendo

Latossolo Vermelho Distroférrico e lodo da ETE-Lageado (L1) ou lodo da ETA-Botucatu

(L3), foram os que mais se ajustaram a regressão, pois foram os únicos, a apresentar

significância, isto é, variação significativa com a época. O teste de Tukey acusou essas

variações apenas para o lodo ETE-Lageado (L1) com Latossolo Vermelho Distroférrico (S2).

O modelo que apresentou resultado para os níveis de CTC, foi o

polinomial de segunda ordem representado pela equação y=a+b*x+c*x2.

6.11. Saturação em bases ( V%)

6.11.1. Análise de Variância e teste de Tukey

Para V%, a interação significativa de acordo com a análise de estatística

foi a 4º grau apresentada no Tabela 26.

Tabela 26: Valores encontrados para V% S1 A1 S1 A2

L1 L2 L3 L1 L2 L3 E1 83,00 aA 75,00 aA 55,00 aB E1 83,00 aA 75,00 aA 55,00 aB E2 92,66 aA 72,33 aB 57,00 aB E2 89,00 aA 74,66 aA 53,66 aB E3 90,33 aA 77,33 aB 57,66 aB E3 90,00 aA 70,66 aB 54,00 aB

S2 A1 S2 A2

L1 L2 L3 L1 L2 L3 E1 76,00 aA 36,00 aB 25,00 aB E1 76,00 aA 36,00 bB 25,00 aB E2 83,30 aA 48,33 aB 37,33 aB E2 86,66 aA 36,00 bB 34,33 aB E3 83,66 aA 48,66 aB 33,33 aB E3 69,66 aA 55,00 aAB 36,66 aB

Legenda: S1 – Neosolo Quartzarênico; S2 – Latossolo Vermelho Distroférrico . L1 – Lodo ETE – Lageado; L2 – Lodo ETE – Franca; L3 – Lodo ETA – Botucatu. A1- Água SABESP; A2 – Água Residuária. E1 – Primeira época; E2 – Segunda época; E3 – terceira época. Médias seguidas de mesma letra não diferenciam ao nível de 5% de probabilidade; letras minúsculas comparam médias de épocas;maiúsculas, de tipo de lodo.

Para tratamentos com Neosolo Quartzarênico, irrigados com água

SABESP (S1-A1), não foram verificados alterações significativas nas médias dos teores de

V%,em diferentes épocas para os três tipos de lodo. Entretanto, pode-se verificar diferenças

significativas, com a comparação entre lodos numa mesma época. No inicio, os tratamentos

60

com lodo da ETE-Lageado (L1) eram significativamente iguais aos tratados com lodo da ETE-

Franca (L2), apresentando médias maiores que as observadas para o lodo da ETA-Botucatu

(L3). Já nas segunda e terceira épocas este comportamento alterou-se, passando o lodo da

ETE-Lageado (L1) ter média significativamente maior que a dos demais. Além disso, o lodo

de ETA-Botucatu passou a apresentar médias semelhantes, a do lodo de ETE-Franca (L2) de

acordo com o resultado apresentado pelo teste de Tukey.

Para os tratamentos irrigados com água residuária em Neosolo

Quartzarênico (S1A2), verificamos que na primeira e segunda época, as médias do lodo ETE-

Lageado (L1) e ETE-Franca(L2) são estatisticamente iguais e maiores que as do lodo ETA-

Botucatu (L3). Na terceira época, o lodo ETE-Lageado (L1) apresentou-se com média superior

as dos demais, considerados estatisticamente iguais.

Quando analisamos tratamentos que contém Latossolo Vermelho

Distroférrico, irrigados com água fornecida pela SABESP (S2-A1), as médias continuam a não

apresentar diferenças significativas de época para época, indicando estabilidade. Na

comparação entre os lodos, verificamos que o ETE-Lageado (L1) apresenta médias superiores

aos outros dois, que são estatisticamente iguais, em qualquer das três épocas de amostragem.

O comportamento dos tratamentos com Latossolo Vermelho

Distroférrico e água residuária (S2A2) foi semelhante ao comportamento do Latossolo

Vermelho Distroférrico, mais água SABESP (S1A1), exceto para o lodo ETE-Franca (L2) que

apresentou um aumento significativo na média, quando passamos da segunda para a terceira

época. O mesmo lodo, apresentou na terceira época, média estatisticamente igual a do lodo

ETE-Botucatu (L1).

Silva et al. (1997) constatoram em seus experimentos que a V%

aumentou, mas foi necessário grande quantidade de lodo de esgoto para que isso ocorresse. A

quantia aplicada de lodo pode ser a explicação, para as poucas alterações apresentadas no

Tabela 25.

A elevação dos teores de V% também foram verificadas por Ilhenfeld et

al. (1999).

Comparando-se as médias na tabela apresentada por Raij et al. (1979),

verificou-se que em tratamentos com Neosolo Quartzarênico, não importando a água de

irrigação e o tipo de lodo, os teores para V% se mantiveram entre as faixas de médio (51-70

61

%) e alto (71-90 %), enquanto que para os tratamentos contendo Latossolo Vermelho

Distroférrico , e qualquer tipo de água, os teores só se mantiveram nestas faixas para os

tratamentos com lodo da ETE-Lageado, enquanto que os demais, apresentaram teores na faixa

que diz: teores baixos (26-50 %), o que demonstra que os lodos de ETE-Franca (L2) e ETA-

Botucatu (L3), para V%, combinam-se melhor com Neosolo Quartzarênico que em Latossolo

Vermelho Distroférrico .

6.11.2. Análise de regressões

O Tabela 27 apresenta os resultados obtidos na análise de regressão dos

teores de V% para cada tratamento.

Para V%, os tratamentos envolvendo Neosolo Quartzarênico e ETE-

Lageado (S1L1) apresentaram modelos polinomiais de 2ª ordem significativos, tanto para água

da SABESP (A1) como para água residuária (A2), com coeficiente de determinação R2 de

0,95 e 0,86 respectivamente.

Os tratamentos S2L1A2 ( Neosolo Quartzarênico, lodo ETE-Lageado,

água residuária) e S2L2A1 ( Neosolo Quartzarênico, lodo ETE-Franca, água SABESP)

apresentaram também regressões polinomiais de 2ª ordem significativas (R2=0,63 e 0,83

respectivamente).

Quando analisamos os tratamentos com Latossolo Vermelho

Distroférrico e lodo ETA-Botucatu (S2L3), observamos modelos significativos tanto para

água SABESP (A1) quanto para a residuária (A2).

62

Tabela 27: Resultados da análise de regressão para os teores de V% .

Modelo y=a+bx

n.obs Pr>f R2 C.var. Média a Er.

Pdr. B Er.

Pdr. c E.Padr

S1L1A1 9 0,032* 0,50 3,79 88,66 81,33 2,96 3,66 1,37 S1L1A2 9 0,0031* 0,73 2,22 87,33 80,33 1,71 3,50 0,79 S1L2A1 9 0,69 0,02 9,39 74,88 72,55 6,20 1,16 2,87 S1L2A2 9 0,09 0,34 3,78 73,44 77,77 2,45 -2,16 1,13 S1L3A1 9 0,2 0,22 4,09 56,55 53,88 2,04 1,33 0,94 S1L3A2 9 0,6 0,03 4,18 54,22 55,22 2,00 -0,50 0,92 S2L1A1 9 0,14 0,27 7,16 81,00 73,33 5,11 3,83 2,37 S2L1A2 9 0,44 0,08 12,30 77,44 83,77 8,40 -3,16 3,89 S2L2A1 9 0,0093* 0,64 9,84 44,33 31,66 3,84 6,33 1,78 S2L2A2 9 0,13 0,29 32,14 42,33 23,33 12,00 9,50 5,55 S2L3A1 9 0,1 0,33 17,12 31,88 23,55 4,81 4,16 2,23 S2L3A2 9 0,01* 0,63 12,82 32,00 20,33 3,61 5,83 1,67

Modelo Y=a+bx+cx2 S1L1A1 9 0,0001* 0,95 1,24 88,66 61,33 2,78 27,66 3,15 -6,00 0,78 S1L1A2 9 0,0027* 0,86 1,75 87,33 72,00 3,84 13,50 4,36 -2,50 1,08 S1L2A1 9 0,71 0,10 9,71 74,88 85,33 18,30 -14,16 20,78 3,83 5,14 S1L2A2 9 0,19 0,42 3,82 73,44 71,66 7,06 5,16 8,02 -1,83 1,98 S1L3A1 9 0,43 0,24 4,37 56,55 51,66 6,22 4,00 7,06 -0,66 1,74 S1L3A2 9 0,78 0,07 4,43 54,22 58,00 6,05 -3,83 6,87 0,83 1,70 S2L1A1 9 0,27 0,34 7,32 81,00 61,66 14,93 17,83 16,96 -3,50 4,19 S2L1A2 9 0,0482* 0,63 8,39 77,44 37,66 16,35 52,16 18,56 -13,83 4,59 S2L2A1 9 0,0044* 0,83 7,21 44,33 11,66 8,04 30,33 9,13 -6,00 2,26 S2L2A2 9 0,22 0,39 32,21 42,33 55,00 34,32 -28,50 38,97 9,50 9,64 S2L3A1 9 0,014* 0,76 11,11 31,88 -3,66 8,91 36,83 10,12 -8,16 2,50 S2L3A2 9 0,0244* 0,71 12,32 32,00 8,66 9,92 19,83 11,27 -3,50 2,78

Legenda: S1 – Neosolo Quartzarênico; S2 – Latossolo Vermelho Distroférrico . L1 – Lodo ETE – Lageado; L2 – Lodo ETE – Franca; L3 – Lodo ETA – Botucatu. A1- Água SABESP; A2 – Água Residuária.

* Teste F significativo ao nível de 5% de probabilidade.

6.12. Enxofre (S)

6.12.1. Análise de Variância e teste de Tukey

Para S, a interação significativa de acordo com a análise de estatística

foi a interação quadrupla apresentada no Tabela 28.

63

Tabela 28: Valores encontrados para S (mg dm-3). S1 A1 S1 A2

L1 L2 L3 L1 L2 L3 E1 117,00 bA 79,00 aA 77,00 aA E1 117,00 bA 79,00 aA 77,00 aA E2 145,66 bA 113,00 aA 63,00 aA E2 163,33 abA 196,30 aA 111,66 aA E3 296,33 aA 104,33 aA 64,33 aB E3 258,00 aA 127,00 aAB 37,00 aB

S2 A1 S2 A2

L1 L2 L3 L1 L2 L3 E1 128,00 bA 57,00 aA 4,00 aA E1 128,00 aA 57,00 aA 4,00 aA E2 169,33 bA 188,00 aA 70,00 aA E2 196,00 aA 92,33 aA 124,33 aA E3 394,33 aA 171,00 aB 45,66 aB E3 228,66 aA 170,33 aA 86,33 aA

Legenda: S1 – Neosolo Quartzarênico; S2 – Latossolo Vermelho Distroférrico . L1 – Lodo ETE – Lageado; L2 – Lodo ETE – Franca; L3 – Lodo ETA – Botucatu. A1- Água SABESP; A2 – Água Residuária. E1 – Primeira época; E2 – Segunda época; E3 – terceira época. Médias seguidas de mesma letra não diferenciam ao nível de 5% de probabilidade; letras minúsculas comparam médias de épocas;maiúsculas, de tipo de lodo.

Nos tratamentos com Neosolo Quartzarênico, irrigados com água

fornecida pela SABESP (S1-A1), verificou-se que para os tratamentos com lodo de ETE-

Lageado (L1), as médias dos teores de S sofreram alterações (aumento), com o passar da

segunda, para terceira época nas demais não demonstraram, pela análise estatística, alterações

significativas.

Quanto a diferença entre os tratamentos, só foi notada para as médias

apresentadas, pelo lodo de ETA-Botucatu (L3) na terceira época, quando esta se mostrou

inferior às dos demais.

Com a troca da água, água esta fornecida pela SABESP pela água

residuária mantendo o mesmo solo (S1-A2), observou-se alterações significativas, da primeira

para a segunda época, enquanto os demais lodos permaneceram sem alterações.

Nas diferentes comparações dentro das épocas, verificou-se, o mesmo

que no caso anterior, em que o lodo da ETA-Botucatu (L3) na terceira época, apresenta média

significativamente inferior, a dos demais tratamentos.

Para tratamentos com Latossolo Vermelho Distroférrico e irrigados

com água da SABESP (S2-A1), o Lodo da ETE-Lageado (L1) apresentou alterações em suas

médias da segunda para a terceira época. Como resultado desse aumento, essa média passa a

ser significativamente maior que a dos demais na comparação entre lodos.

64

Trocando-se o tipo de água de irrigação (S2-A2), as diferenças

significativas não foram notadas em nenhum caso, indicando médias iguais entre épocas e

lodos.

Silva et al. (1997), Gobbi (2003) e Melo e Marques (2000), também

verificaram aumento gradual, na disponibilidade deste nutriente.

6.12.2. Análise de regressões

O Tabela 29 apresenta os resultados obtidos da análise de regressão dos

teores de Enxofre para cada tratamento.

Para os tratamentos envolvendo Neosolo Quartzarênico e irrigados com

água da SABESP (S1-A1), observou-se que as variações para o lodo da ETE-Lagado (L1) e

para o lodo da ETA-Boucatu (L3) foram significativas, quanto a análise de regressão de

acordo com os modelos aplicados.

O lodo da ETE-Franca (L2) não apresentou significancia quanto a

regressão, portanto foi representado pela sua média.

Nos tratamentos com Neosolo Quartzarênico, irrigados com água

residuária (S1-A2), a variação dos teores de S para o lodo da ETE-Franca (L2), juntamente

com os teores de S para o lodo da ETE-Lageado (L1), podem ser explicados, pela equação

obtida por meio da análise de regressão de segunda ordem.

No caso do lodo da ETA-Botucatu (L3), com a troca da água de

irrigação, passou a não apresentar significância para os modelos aplicados na regressão,

portanto é representado por sua média.

Verificou-se também que nos tratamentos com Latossolo Vermelho

Distroférrico e irrigados com água da SABESP (S2-A1), todos os lodos apresentaram

significância quanto ao componente do segundo grau da regressão, apresentando também uma

boa correlação, de acordo com os coeficientes de determinação (R2), apresentado para os três

tipos de lodo.

Em compensação, quando analisados os tratamentos com Latossolo

Vermelho Distroférrico e irrigados com água residuária (S2-A2), apenas os que continham

65

lodo da ETE-Franca (L2) apresentou significância para o modelo de primeira ordem. Os

demais, não responderam aos modelos aplicados, sendo então, representados por suas médias.

Tabela 29: Resultados da análise de regressão para os teores de S. Modelo y=a+bx

n.obs Pr>f R2 C.var. Média a Er.

Pdr. b Er.

Pdr. c E.Padr

S1L1A1 9 0,0029* 0,74 26,28 186,33 7,00 43,19 89,66 19,99 S1L1A2 9 0,0045* 0,70 23,43 179,44 38,44 37,08 70,50 17,16 S1L2A1 9 0,36 0,11 32,54 98,77 73,44 28,34 12,66 13,12 S1L2A2 9 0,32 0,14 41,65 134,11 86,11 49,27 24,00 22,80 S1L3A1 9 0,0526 0,44 9,77 68,11 80,77 5,87 -6,33 2,71 S1L3A2 9 0,49 0,07 90,32 75,22 115,22 59,92 -20,00 27,73 S2L1A1 9 0,0007* 0,82 24,62 230,55 -35,77 50,07 133,16 23,18 S2L1A2 9 0,13 0,29 39,51 184,22 83,55 64,19 50,33 29,71 S2L2A1 9 0,0148* 0,59 31,34 138,66 24,66 38,33 57,00 17,74 S2L2A2 9 0,0188* 0,56 42,83 106,55 -6,77 40,25 56,66 18,63 S2L3A1 9 0,0839 0,36 63,53 39,88 -1,77 22,35 20,83 10,34 S2L3A2 9 0,22 0,20 104,99 71,55 -10,77 66,25 41,16 30,67

Modelo y=a+bx+cx2 S1L1A1 9 0,003* 0,85 21,18 186,33 210,33 99,34 -154,33 112,80 61,00 27,91 S1L1A2 9 0,0187* 0,73 24,08 179,44 119,00 108,77 -26,16 123,51 24,16 30,56 S1L2A1 9 0,45 0,22 32,86 98,77 2,33 81,69 98,00 92,77 -21,33 22,95 S1L2A2 9 0,0054* 0,82 20,25 134,11 -225,00 68,36 397,33 77,62 -93,33 19,20 S1L3A1 9 0,0428* 0,65 8,32 68,11 106,33 14,26 -37,00 16,19 7,66 4,00 S1L3A2 9 0,436 0,24 88,08 75,22 -67,00 166,74 198,66 189,34 -54,66 46,85 S2L1A1 9 0,0001* 0,96 13,37 230,55 270,33 77,60 -234,16 88,12 91,83 21,80 S2L1A2 9 0,33 0,30 42,31 184,22 24,66 196,19 121,00 222,79 -17,67 55,12 S2L2A1 9 0,0003* 0,93 14,03 138,66 -222,00 48,97 353,00 55,60 -74,00 13,76 S2L2A2 9 0,06 0,60 44,79 106,55 64,33 120,12 -28,67 136,41 21,33 33,75 S2L3A1 9 0,0002* 0,94 20,89 39,89 -152,33 20,97 201,50 23,81 -45,16 5,89 S2L3A2 9 0,16 0,46 93,70 71,55 -274,67 168,74 357,83 191,62 -79,16 47,41

Legenda: S1 – Neosolo Quartzarênico; S2 – Latossolo Vermelho Distroférrico . L1 – Lodo ETE – Lageado; L2 – Lodo ETE – Franca; L3 – Lodo ETA – Botucatu. A1- Água SABESP; A2 – Água Residuária.

* Teste F significativo ao nível de 5% de probabilidade.

66

6.13. Boro (B)

6.13.1. Análise de Variância e teste de Tukey

A interação dupla entre época x lodo, foi a que se mostrou significativa

para os teores de B encontrados conforme Tabela 30.

Tabela 30: Valores encontrados para B (mg dm-3). Epoca*Lodo L1 L2 L3 E1 0,69 aA 0,12 aB 0,10 aB E2 0,53 aA 0,29 aB 0,19 aB E3 0,66 aA 0,35 aB 0,12 aB

Legenda: L1 – Lodo ETE – Lageado; L2 – Lodo ETE – Franca; L3 – Lodo ETA – Botucatu. E1 – Primeira época; E2 – Segunda época; E3 – terceira época. Médias seguidas de mesma letra não diferenciam ao nível de 5% de probabilidade; letras minúsculas comparam médias de épocas;maiúsculas, de tipo de lodo.

Para um mesmo tipo de lodo, os teores médios de B não se alteraram,

do inicial e o mesmo se manteve nas três épocas.

Também pode-se notar que em todas as épocas, os lodos da ETE-Franca

(L2) e da ETA-Botucatu (L3) apresentaram médias significativamente iguais, e inferiores às

apresentadas pelo lodo da ETE-Lageado (L1).

De acordo com a tabela de teores de Raij et al.(1979), os teores

apresentados pelo lodo da ETE-Lageado (L1) estão na faixa de teores médios (0,20 - 0,60)

enquanto que os demais lodos (L2 e L3), estão na faixa de teores baixos (0,0-0,20) para esse

nutriente.

6.13.2. Análise de regressões

No caso dos teores de Boro, a análise de regressão foi aplicada na

interação “lodo x época”, com resultados apresentados na Tabela 31:

67

Tabela 31: Resultados da análise de regressão para os teores de B. Modelo y=a+bx

n.obs Pr>f R2 C.var. Média a Er.

Pdr. b Er.

Pdr. c E.Padr

L1 36 0,8 0,00 40,78 0,62 0,65 0,11 -0,12 0,05 L2 36 0,0001* 0,44 41,06 0,26 0,03 0,05 0,11 0,02 L3 36 0,44 0,17 63,65 0,14 0,11 0,04 0,01 0,02 Modelo y=a+bx+cx2

L1 36 0,25 0,08 39,73 0,63 1,14 0,31 -0,60 0,36 0,15 0,09 L2 36 0,0001* 0,49 40,10 0,26 -0,16 0,13 0,35 0,15 -0,05 0,04 L3 36 0,0202* 0,21 57,90 0,14 -0,16 0,10 0,34 0,11 -0,08 0,03

Legenda: L1 – Lodo ETE – Lageado; L2 – Lodo ETE – Franca; L3 – Lodo ETA – Botucatu * Teste F significativo ao nível de 5% de probabilidade.

Como a interação dupla foi a mais significativa, os tipos de solo e água

não influenciaram nos teores de B.

De acordo com o Tabela 31, a análise de regressão se mostrou

significativa para o componente de segundo grau, para os tratamentos envolvendo lodo da

ETE-Franca (L2) e lodo da ETA-Botucatu (L3), portanto o lodo da ETE-Lageado (L1) foi

representado por sua média, por não ter se mostrado significativo, a nenhum dos modelos de

regressão aplicados.

6.14. Cobre (Cu)

6.14.1. Análise de Variância e teste de Tukey

Para o elemento cobre, verificou-se que a interação fatorial de grau 4

(época x solo x lodo x água) apresentou significância.

As médias e o teste de Tukey para o cobre estão apresentadas na

Tabela 32.

68

Analisando tratamentos compostos por Neosolo Quartzarênico e

irrigado com água da SABESP (S1-A1), verificou-se que para cada tipo de lodo não foi notada

alteração significativa entre as médias com o passar do tempo.

Tabela 32: Valores encontrados para Cu(mg dm-3). S1 A1 S1 A2

L1 L2 L3 L1 L2 L3 E1 2,70 aA 4,90 aA 0,90 aA E1 2,70 aA 4,90 bA 0,90 aA E2 1,83 aA 5,73 aA 0,96 aA E2 1,66 aB 10,36 aA 1,10 aB E3 2,36 aB 6,26 aA 0,73 aB E3 2,50 aB 7,90 abA 0,83 aB

S2 A1 S2 A2

L1 L2 L3 L1 L2 L3 E1 4,10 aA 5,00 bA 1,60 aA E1 4,10 aA 5,00 aA 1,60 aA E2 2,56 aB 12,83 aA 1,50 aB E2 2,63 aAB 7,40 aA 1,76 aB E3 2,80 aB 10,10 aA 1,20 aB E3 2,73 aA 4,36 aA 2,80 aA

Legenda: S1 – Neosolo Quartzarênico; S2 – Latossolo Vermelho Distroférrico . L1 – Lodo ETE – Lageado; L2 – Lodo ETE – Franca; L3 – Lodo ETA – Botucatu. A1- Água SABESP; A2 – Água Residuária. E1 – Primeira época; E2 – Segunda época; E3 – terceira época. Médias seguidas de mesma letra não diferenciam ao nível de 5% de probabilidade; letras minúsculas comparam médias de épocas;maiúsculas, de tipo de lodo.

Na comparação entre lodos, verificou-se que o da ETA-Botucatu (L3)

em conjunto com da ETE-Lageado (L1), na terceira época de amostragem, apresentou médias

inferiores ao lodo da ETE-Franca (L2). Nas demais épocas os teores, foram significativamente

iguais.

Alterando-se a água de irrigação para água residuária (S1-A2),

verificou-se um aumento do teor de Cobre para o lodo da ETE-Franca (L2), na primeira e

segunda época; os demais não se alteraram.

Quando analisados em conjunto, por época, os tratamentos apresentam

a seguinte característica:

Na primeira época, todos os tratamentos possuem médias

significativamente iguais; já nas segunda e terceira épocas, foi observado que as médias para

os tratamentos com lodo da ETE-Lageado (L1) e com lodo da ETA-Botucatu (L3)

apresentaram-se significativamente iguais, e menores do que as médias do lodo de

ETE-Franca (L2).

69

Para os tratamentos com Latossolo Vermelho Distroférrico, e irrigado

com água da SABESP (S2-A1), o comportamento foi exatamente igual ao do caso anterior

(S1A2).

Trocando-se a água da SABESP por água residuária, o comportamento

também foi idêntico ao caso anterior, exceto para a terceira época, onde as médias são

significativamente iguais.

Apenas o Lodo de ETE-Franca (L2) apresentou uma variação

significativa, aumentando seu teor médio de Cu com o passar das épocas em S1A2 e S2A1,

comportamento descrito por Silva et al. (1997). Os demais lodos não demonstraram variações,

diferentes do encontrado por Teixeira et al. (2005), que observaram que após a aplicação de

lodo de ETA ao solo, ocorreu um aumento dos teores de Cu.

De acordo com as tabela de teores de Raij et al.(1979), para todas as

amostras, os teores encontrados para o elemento Cu estavam na faixa de altos teores

( > 0,8 mg dm-3).

O teor de Cu ficou bem abaixo do limite indicado pela USEPA (1996),

não limitando assim o uso dos lodos na agricultura.

6.14.2. Análise de regressões

A Tabela 33 apresenta os resultados obtidos na análise de regressão dos

teores de Cobre para cada tratamento.

Os tratamentos envolvendo Neosolo Quartzarênico e irrigados com

água da SABESP (S1-A1), só se mostraram significativos quando aplicados aos modelos

propostos para análise de regressão, se continham lodo da ETA-Botucatu (L3) na sua

composição. Portanto não foram verificadas variações nos teores de Cu para os demais lodos.

Analisando os resultados obtidos para os tratamentos com Neosolo

Quartzarênico, irrigados com água residuária (S1-A2), verificou-se que além do lodo da ETA-

Botucatu (L3), o lodo da ETE-Franca (L2) passou a ser explicado pelo modelo ajustado pela

regressão, apresentando um R2 de 0,92, isto é, 92% da variação dos teores de Cu está sendo

explicada pela regressão, ajustada para os tratamentos contendo lodo da ETE-Franca (L2) .

70

Para tratamentos envolvendo Latossolo Vermelho Distroférrico e

irrigados com água da SABESP (S2-A1), todos os tipos de lodo apresentaram significância ao

componente de segundo grau, na análise de regressão, isto é,o comportamento com o passar

das épocas para todos os lodos, puderam ser explicados pelas equações polinomiais ajustadas.

Trocando-se a água de irrigação, por água residuária nos tratamentos

com Latossolo Vermelho Distroférrico (S2-A2), nota-se que o lodo da ETE-Lageado (L1) é o

único a apresentar significância quanto a análise de regressão; os demais lodos foram

representados por suas médias .

Tabela 33: Resultados da análise de regressão para os teores de Cu. Modelo y=a+bx

n.obs Pr>f R2 C.var. Média a Er.

Pdr. b Er.

Pdr. c E.Padr

S1L1A1 9 0,5 0,06 25,53 2,30 2,63 0,52 -0,17 0,24 S1L1A2 9 0,65 0,03 22,69 2,28 2,48 0,46 -0,10 0,21 S1L2A1 9 0,48 0,07 40,75 5,63 4,26 2,02 0,68 0,93 S1L2A2 9 0,33 0,13 45,74 7,72 4,72 2,12 1,50 1,44 S1L3A1 9 0,09 0,34 12,20 0,87 1,03 0,09 -0,08 0,04 S1L3A2 9 0,6 0,04 15,78 0,94 1,01 0,13 -0,03 0,06 S2L1A1 9 0,01* 0,60 15,37 3,15 4,45 0,42 -0,65 0,19 S2L1A2 9 0,0072* 0,66 14,17 3,15 4,52 0,39 -0,68 0,18 S2L2A1 9 0,11 0,32 36,74 9,31 4,21 3,02 2,55 1,39 S2L2A2 9 0,76 0,01 44,36 5,58 6,22 2,18 -0,31 1,01 S2L3A1 9 0,0011* 0,80 6,45 1,43 1,83 0,08 -0,20 0,04 S2L3A2 9 0,34 0,12 71,17 2,05 0,85 1,29 0,60 0,59

Modelo y=a+bx+cx2 S1L1A1 9 0,17 0,44 21,25 2,30 4,97 1,23 -2,97 1,40 0,70 0,35 S1L1A2 9 0,0004* 0,92 6,83 2,28 5,60 0,39 -3,83 0,45 0,93 0,11 S1L2A1 9 0,799 0,07 43,99 5,63 3,77 6,24 1,28 7,08 -0,15 1,75 S1L2A2 9 0,17 0,44 39,52 7,72 -8,50 7,68 17,36 8,72 -3,96 2,15 S1L3A1 9 0,0214* 0,72 8,60 0,87 0,53 0,19 0,52 0,21 -0,15 0,05 S1L3A2 9 0,0238* 0,71 9,33 0,94 0,23 0,22 0,90 0,25 -0,23 0,06 S2L1A1 9 0,0001* 0,98 3,80 3,15 7,40 0,30 -4,18 0,34 0,88 0,08 S2L1A2 9 0,0001* 0,96 5,39 3,15 7,13 0,43 -3,81 0,45 0,78 0,12 S2L2A1 9 0,0101* 0,78 22,40 9,31 -13,40 5,25 23,68 5,96 -5,28 1,47 S2L2A2 9 0,27 0,35 38,83 5,59 -2,83 5,46 10,55 6,20 -2,71 1,53 S2L3A1 9 0,0024* 0,87 5,69 1,43 1,50 0,20 0,20 0,23 -0,10 0,06 S2L3A2 9 0,61 0,15 75,90 2,05 2,30 3,92 -1,13 4,46 0,43 1,10

Legenda: S1 – Neosolo Quartzarênico; S2 – Latossolo Vermelho Distroférrico . L1 – Lodo ETE – Lageado; L2 – Lodo ETE – Franca; L3 – Lodo ETA – Botucatu. A1- Água SABESP; A2 – Água Residuária.

* Teste F significativo ao nível de 5% de probabilidade.

71

6.15. Ferro (Fe)

6.15.1. Análise de Variância e teste de Tukey

A interação fatorial solo x época x lodo, é a de maior grau (3º) de

significância para o elemento Fe, indicando para esse elemento que o fator água não teve

influencia.

A tabela 34 apresenta as médias e o teste de Tukey para o cobre.

Tabela 34: Valores encontrados para Fe(mg dm-3

). S1 S1

L1 L2 L3 L1 L2 L3 E1 119,00 aA 40,00 aB 50,00 aB E1 178,00 aA 59,00 aB 58,00 aB E2 48,50 cA 47,33 aA 39,83 aA E2 59,33 cA 67,83 aA 54,00 aA E3 81,66 bA 43,83 aB 34,66 aB E3 90,83 bA 58,16 aB 42,16 aB

Legenda: S1 – Neosolo Quartzarênico; S2 – Latossolo Vermelho Distroférrico . L1 – Lodo ETE – Lageado; L2 – Lodo ETE – Franca; L3 – Lodo ETA – Botucatu. E1 – Primeira época; E2 – Segunda época; E3 – terceira época. Médias seguidas de mesma letra não diferenciam ao nível de 5% de probabilidade; letras minúsculas comparam médias de épocas;maiúsculas, de tipo de lodo.

Nos tratamentos com lodo ETE-Lageado (L1), os únicos a demonstrar

alterações significativas com o passar das épocas, verificou-se para os solos (Neosolo

Quartzarênico (S1) e Latossolo Vermelho Distroférrico (S2)).

Quando analisados em conjuntos, e por épocas, os tratamentos

apresentaram as seguintes características:

- para a primeira época os tratamentos com lodos de ETE-Franca (L2) e

lodo de ETA-Botucatu (L3) apresentaram médias significativamente iguais, e menores que a

as médias apresentadas para o lodo da ETE-Lageado (L1).

- para a segunda época, as variações nos teores observadas para os

tratamentos com lodo de ETE-Lageado (L1), as médias para todos os tratamentos passaram a

ser significativamente iguais.

-na terceira época, observou-se que o lodo ETE-Lageado (L1)

apresentaram média significativamente maior que os lodos ETE-Franca (L2) e ETA-Botucatu

(L3) que se apresentam iguais, fato este devido a ocorrência de alteração no teor de Fé da

segunda para terceira época.

72

Observamos a similaridade no comportamento dos teores de Cu, nos

dois tipos de solo estudados.

Silva et al. (1997) verificaram que as mudanças nos teores de Fe são

desprezíveis, mesmo observado para os Lodos ETE-Franca (L2) e ETA-Botucatu (L3).

Teixeira et al. (2005) e Silva et al. (2005) observaram aumento nos

teores de Fe após incorporação de lodo de ETA ao solo, o que não foi observado no

experimento. Nos experimentos, os teores se mantiveram significativamente iguais.

Assim como o verificado para o Cu, os teores de ferro para todos os

tratamentos ficaram na faixa de teores altos ( >12 mg dm-3), de acordo com a tabela

apresentada por Raij et al. (1979).

6.15.2. Análise de regressões

A Tabela 35, apresenta os resultados obtidos da análise de regressão dos

teores de Ferro para cada tratamento.

De acordo com a análise de variância, o tipo de água, não influenciou os

teores de Fe para os tratamentos. Portanto a análise de regressão foi aplicada sobre a interação

época x solo x lodo.

Analisando o Tabela 35, verificou-se que para tratamentos contendo

Neosolo Quartzarênico (S1), os lodos da ETE-Lageado (L1) e da ETA-Botucatu (L3)

apresentaram significância, quanto ao ajuste proposto na análise de regressão para os teores de

Fé.

Para os tratamentos envolvendo Latossolo Vermelho Distroférrico

(S2), o resultado foi similar ao caso anterior, apenas o lodo da ETE-Lageado (L1) e o lodo da

ETA-Botucatu (L3) apresentaram ajustes significativos.

O lodo ETE-Franca (L2) não apresentou modelos significativos, em

qualquer dos solos estudados, portanto a sua representação é pela média.

73

Tabela 35: Resultados da análise de regressão para os teores de Fe.

Modelo y=a+bx

n.obs Pr>f R2 C.var. Média a Er.

Pdr. B Er.

Pdr. c E.Padr

S1L1 18 0,049* 0,22 36,57 83,05 120,38 18,94 -18,66 8,76 S1L2 18 0,677 0,01 35,87 43,72 39,88 9,78 1,91 4,52 S1L3 18 0,0001* 0,63 12,21 41,50 56,83 3,16 -7,66 1,46 S2L1 18 0,0012* 0,49 35,08 109,38 196,55 23,93 -43,58 11,07 S2L2 18 0,91 0,00 21,23 61,66 62,50 8,16 -0,42 3,78 S2L3 18 0,0001* 0,78 6,95 51,38 67,22 2,23 -7,91 1,03

Modelo y=a+bx+cx2 S1L1 18 0,0001* 0,78 19,70 83,05 293,16 29,12 -226,00 33,06 51,83 8,18 S1L2 18 0,73 0,04 36,49 43,72 21,83 28,39 23,58 32,23 -5,41 7,97 S1L3 18 0,0003* 0,65 12,22 41,50 65,16 9,02 -17,66 10,25 2,50 2,53 S2L1 18 0,0001* 0,98 7,51 109,38 446,83 14,63 -343,91 16,61 75,08 4,11 S2L2 18 0,36 0,12 20,51 61,66 31,66 22,51 36,58 25,56 -9,25 6,32 S2L3 18 0,0001* 0,85 6,00 51,38 54,16 5,49 7,75 6,23 -3,91 1,54

Legenda: S1 – Neosolo Quartzarênico; S2 – Latossolo Vermelho Distroférrico . L1 – Lodo ETE – Lageado; L2 – Lodo ETE – Franca; L3 – Lodo ETA – Botucatu.

* Teste F significativo ao nível de 5% de probabilidade.

6.16. Manganês (Mn)

6.16.1. Análise de Variância e teste de Tukey

Para o elemento manganês, a interação tripla é a de maior grau de

significância. De acordo com a análise estatística, duas foram as interações que se enquadaram

neste perfil:

- época x solo x lodo (efeito não significativo para água de irrigação);

- época x solo x água ( efeito não significativo para o tipo de lodo).

Como este trabalho está mais voltado para os efeitos da incorporação do

lodo no solo, a análise foi feita de acordo com a interação época x solo x lodo, apresentada no

Tabela 36.

74

Tabela 36: Valores encontrados para Mn(mg dm-3). S1 S2

L1 L2 L3 L1 L2 L3 E1 49,70 aA 33,10 aB 61,40 aA E1 14,00 aB 10,40 aB 36,00 aA E2 23,63 bA 21,75 aA 26,60 bA E2 7,75 aB 8,03 aB 61,83 aA E3 12,95 bA 24,38 aA 23,65 bA E3 6,75 aB 11,20 aB 52,25 aA

Legenda: S1 – Neosolo Quartzarênico; S2 – Latossolo Vermelho Distroférrico . L1 – Lodo ETE – Lageado; L2 – Lodo ETE – Franca; L3 – Lodo ETA – Botucatu. E1 – Primeira época; E2 – Segunda época; E3 – terceira época. Médias seguidas de mesma letra não diferenciam ao nível de 5% de probabilidade; letras minúsculas comparam médias de épocas;maiúsculas, de tipo de lodo.

Para os tratamentos compostos por Neosolo Quartzarênico (S1),

verificou-se que quando adicionado lodo da ETE-Lageado (L1) ou lodo da ETA-Botucatu

(L3), as médias diminuíram significativamente da primeira para a segunda época e se

mantiveram estáveis na segunda e na terceira épocas. O lodo ETE-Franca (L2) se manteve

constante para os teores de Mn.

Comparando-se as médias entre lodos, verificamos que apenas

naprimeira época, o lodo ETE-Franca (L2) apresenta média inferior. Nas demais épocas, as

médias são estatisticamente iguais para os três tipos de lodo.

Em tratamentos com o Latossolo Vermelho Distroférrico, não foram

verificadas qualquer alterações com o passar das épocas, em qualquer um dos lodos, sendo o

lodo da ETA-Botucatu (L3) o de maior média, enquanto os tratamentos com lodos da ETE

(L1 e L2) possuem médias semelhantes e inferiores.

Segundo o analisado por Silva et al. (1997), houve uma diminuição da

disponibilidade de Mn no solo. O mesmo que aconteceu com a adição de lodo da ETE-

Lageado (L1) no Neosolo Quartzarênico (S1).

Para o lodo de ETA, Teixeira et al. (2005), em seu experimento

verificaram um aumento da taxa de Mn nos tratamentos. Este fato não aconteceu, pois nos

tratamentos com Neosolo Quartzarênico (S1) mais lodo de ETA-Botucatu (L3), pois o teor

desse elemento diminuiu. Para os tratamentos com Latossolo Vermelho Distroférrico (S2)

mais lodo de ETA-Botucatu (L3), o teor se manteve significativamente igual.

De acordo com a tabela de teores (tabela 2), os níveis de Mn nos

tratamentos, encontraram -se, em todos os casos, na faixa de teores altos ( >5,0 mg dm-3).

75

6.16.2. Análise de regressões

O Tabela 37 apresenta os resultados obtidos da análise de regressão dos

teores de Manganês para cada tratamento.

Tabela 37: Resultados da análise de regressão para os teores de Mn.

Modelo y=a+bx

n.obs Pr>f R2 C.var. Média a Er.

Pdr. b Er.

Pdr. C E.Padr

S1L1 18 0,0001* 0,74 32,70 28,76 65,51 5,86 -18,37 2,71 S1L2 18 0,0428* 0,23 25,97 26,41 35,12 4,27 -4,35 1,98 S1L3 18 0,0001* 0,76 25,01 37,21 74,96 5,80 -18,87 2,69 S2L1 18 0,0001* 0,73 20,11 9,50 16,75 1,19 -3,62 0,55 S2L2 18 0,5859 0,02 25,22 9,88 9,07 1,55 0,40 0,71 S2L3 18 0,079 0,18 30,01 50,02 33,77 9,36 8,12 4,33

Modelo y=a+bx+cx2 S1L1 18 0,0001* 0,78 30,82 28,76 91,15 15,77 -49,14 17,91 7,69 4,43 S1L2 18 0,0144* 0,43 23,07 26,41 58,43 10,84 -32,32 13,31 6,99 3,04 S1L3 18 0,0001* 0,93 13,38 37,21 128,05 8,86 -82,57 10,06 15,92 2,49 S2L1 18 0,0001* 0,85 15,10 9,50 25,50 2,55 -14,12 2,90 2,62 0,71 S2L2 18 0,0547 0,32 21,67 9,87 18,30 3,80 -10,66 4,32 2,76 1,07 S2L3 18 0,0092* 0,46 25,03 50,02 -25,25 22,29 78,95 25,31 -17,70 6,26

Legenda: S1 – Neosolo Quartzarênico; S2 – Latossolo Vermelho Distroférrico . L1 – Lodo ETE – Lageado; L2 – Lodo ETE – Franca; L3 – Lodo ETA – Botucatu.

* Teste F significativo ao nível de 5% de probabilidade.

Para os tratamentos com Neosolo Quartzarênico (S1), todos os lodos se

mostraram significativos, quando submetidos a análise de regressão para o modelo de segunda

ordem.

Nos tratamentos com Latossolo Vermelho Distroférrico , os mais

significativos, foram os que continham também lodo da ETE-Lageado (L1) e lodo da ETA-

Botucatu (L3), podendo ser explicado pelo modelo.

O lodo da ETE-Franca (L2), não apresentou significância quanto aos

modelos propostos, portanto é representado por sua média. Sendo assim,pode-se dizer que de

acordo com a análise de regressão, os tratamentos com lodo da ETE-Franca (L2) não

76

apresentaram variações, para os teores de Mn, quando adicionados ao Latossolo Vermelho

Distroférrico (S2).

6.17. Zinco (Zn)

6.17.1. Análise de Variância e teste de Tukey

Para o elemento Zinco, as interações estatisticamente significativas

foram as de segundo grau.

No caso, as interações época x solo e época x lodo.

Devido ao fato do trabalho ser mais voltado para os efeitos adicionados

pelo lodo, o Tabela (Tabela 38) apresenta a interação época x lodo.

Tabela 38: Valores encontrados para Zn(mg dm-3). Epocaxlodo L1 L2 L3 E1 22,30 aA 5,35 aB 0,85 aC E2 13,50 cA 7,75 aB 0,58 aC E3 18,05 bA 7,40 aB 0,57 aC

Legenda: L1 – Lodo ETE – Lageado; L2 – Lodo ETE – Franca; L3 – Lodo ETA – Botucatu. E1 – Primeira época; E2 – Segunda época; E3 – terceira época. Médias seguidas de mesma letra não diferenciam ao nível de 5% de probabilidade; letras minúsculas comparam médias de épocas;maiúsculas, de tipo de lodo.

Para os lodos, analisados individualmente, verificou-se uma alteração

significativa, com o passar do tempo, apenas para o lodo da ETE-Lageado (L1) que diminuiu

sua média da primeira para a segunda época e depois voltou a aumentar, mesmo assim sem se

igualar ao verificado para a primeira época. Os demais lodos mantiveram-se com médias

constantes e, de acordo com o teste de Tukey, significativamente iguais.

Comparando-se os lodos, notamos diferenças: o lodo da ETE-Lageado

(L1), foi o que apresentou maiores médias, seguido pelo lodo da ETE-Franca (L2) e por

último o lodo da ETA –Botucatu (L3), comportamento observado para todas as épocas.

Comparando as médias apresentadas com a tabela de teores (Tabela2),

verificou-se que os lodos de ETE (L1 e L2) apresentaram teores classificados como altos

77

( >1,2 mg dm-3) enquanto que para os lodos da ETA-Botucatu (L3), os teores se encontravam

na faixa de teores médios ( 0,6 – 1,2 mg dm-3).

O teor de Zn ficou bem abaixo do limite indicado pela USEPA (1996),

não limitando assim o uso dos lodos na agricultura.

4.17.2. Análise de regressões

Para os teores de Zinco temos a análise de regressão sobre a interação

época x lodo, de acordo com o Tabela 39.

Tabela 39: Resultados da análise de regressão para os teores de Zn em relação a épocas Modelo y=a+bx

n.obs Pr>f R2 C.var. Média a Er.

Pdr. b Er.

Pdr. c E.Padr

L1 36 0,0275* 0,13 25,18 17,95 22,20 1,99 -2,12 0,92 L2 36 0,09 0,08 42,57 6,83 4,78 1,28 1,02 0,59 L3 36 0,3 0,03 96,27 0,67 0,94 0,28 -0,14 0,13 Modelo y=a+bx+cx2

L1 36 0,0001* 0,57 17,83 17,95 44,45 4,02 -28,83 4,57 6,67 1,13 L2 36 0,1 0,12 42,06 6,83 0,20 3,61 6,52 4,10 -1,37 1,01 L3 36 0,5 0,04 97,25 0,67 1,37 0,81 -0,65 0,93 0,12 0,23

Legenda: S1 – Neosolo Quartzarênico; S2 – Latossolo Vermelho Distroférrico . L1 – Lodo ETE – Lageado; L2 – Lodo ETE – Franca; L3 – Lodo ETA – Botucatu.

* Teste F significativo ao nível de 5% de probabilidade.

Neste caso, os únicos tratamentos que mostraram significância á análise

de regressão, foram os que continham o lodo da ETE-Lageado (L1), portanto o único a ser

ajustado de acordo com o modelo polinomial de segundo grau.

Os demais lodos, foram representados por suas respectivas médias, por

não apresentar significância quanto aos modelos aplicados na análise de regressão.

78

6.18. Considerações Gerais.

De acordo com os resultados obtidos no decorrer do experimento

verificou-se que para a maior parte dos elementos analisados o comportamento dos

tratamentos com os lodos do tratamento de esgoto da estação de Franca-SP e o da estação de

tratamento de água de Botucatu-SP, apesar de terem origens totalmente diferentes,

apresentaram-se semelhantes.

O lodo de esgoto da estação de tratamento do Lageado foi o que, na

maioria dos casos, apresentou comportamento diferente dos demais. A causa mais provável

desta diferença, além das origens distintas, é o tempo de decomposição, isto é, idade de coleta

do lodo em questão. Os lodos da estação de Franca-SP e da estação de tratamento de água de

Botucatu-SP tiveram mais tempo para se decompor até serem utilizados no experimento,

enquanto que o lodo da estação de tratamento de esgoto do Lageado, por ter origem no local

do experimento foi coletado, posto para secar ao sol e já foi utilizado.

Nenhum tratamento apresentou níveis de Cu e Zn que impossibilita sua

utilização como condicionador de solo, no entanto é necessário em estudo mais aprofundado

com metais pesados.

79

7. CONCLUSÕES

O lodo proveniente da estação de tratamento de Esgoto de Franca e da

estação de tratamento de água de Botucatu apresentaram níveis e comportamentos

semelhantes na maioria dos parâmetros analisados (pH, H+Al, K, Ca, V%, S, B, Fe).

O lodo proveniente da estação de tratamento de esgoto do Lageado foi o

que apresentou teores mais elevados para quase todos os parâmetros (pH, MO, P, K, Ca, SB,

CTC, V%, B, Fé, Zn) .

Nos tratamentos (solo x lodo x água) verificam-se alterações com a

época, sendo os comportamentos, na quase totalidade explicado por modelos polinomiais de 2ª

ordem com coeficientes de determinação R2 elevados.

Os teores dos nutrientes no solo se encontram de maneira geral do nível

médio para a cima, de acordo com Raij et al. (1996).

Nenhum tratamento apresentou níveis de Cu e Zn que impossibilita sua

utilização no solo (USEPA,1996).

80

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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85

APENDICE 1

Resultado de análises químicas executadas pelo Departamento de Ciências do Solo –

FCA-UNESP-Botucatu.

Resultados referentes a amostras da primeira época

Solo Lodo Água Rep. pH M.O. Presina Al3+ H+Al K Ca Mg SB CTC V% S

CaCl2

g/dm3 mg/dm3 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ mmolc/dm3 _ _ _ _ _ _ _

mg/dm3

1 1 1 1 5,8 42 85 4 18 2,9 74 11 88 106 83 117

1 1 1 2 5,8 42 85 4 18 2,9 74 11 88 106 83 117

1 1 1 3 5,8 42 85 4 18 2,9 74 11 88 106 83 117

1 1 2 1 5,8 42 85 4 18 2,9 74 11 88 106 83 117

1 1 2 2 5,8 42 85 4 18 2,9 74 11 88 106 83 117

1 1 2 3 5,8 42 85 4 18 2,9 74 11 88 106 83 117

1 2 1 1 5,9 11 45 0 16 1,4 35 11 47 63 75 79

1 2 1 2 5,9 11 45 0 16 1,4 35 11 47 63 75 79

1 2 1 3 5,9 11 45 0 16 1,4 35 11 47 63 75 79

1 2 2 1 5,9 11 45 0 16 1,4 35 11 47 63 75 79

1 2 2 2 5,9 11 45 0 16 1,4 35 11 47 63 75 79

1 2 2 3 5,9 11 45 0 16 1,4 35 11 47 63 75 79

1 3 1 1 5,4 20 21 0 20 0,8 19 5 25 45 55 77

1 3 1 2 5,4 20 21 0 20 0,8 19 5 25 45 55 77

1 3 1 3 5,4 20 21 0 20 0,8 19 5 25 45 55 77

1 3 2 1 5,4 20 21 0 20 0,8 19 5 25 45 55 77

1 3 2 2 5,4 20 21 0 20 0,8 19 5 25 45 55 77

1 3 2 3 5,4 20 21 0 20 0,8 19 5 25 45 55 77

2 1 1 1 5,7 49 109 3 35 4,3 94 11 110 145 76 128

2 1 1 2 5,7 49 109 3 35 4,3 94 11 110 145 76 128

2 1 1 3 5,7 49 109 3 35 4,3 94 11 110 145 76 128

2 1 2 1 5,7 49 109 3 35 4,3 94 11 110 145 76 128

2 1 2 2 5,7 49 109 3 35 4,3 94 11 110 145 76 128

2 1 2 3 5,7 49 109 3 35 4,3 94 11 110 145 76 128

2 2 1 1 4,5 23 37 5 56 2,0 24 6 31 87 36 57

2 2 1 2 4,5 23 37 5 56 2,0 24 6 31 87 36 57

2 2 1 3 4,5 23 37 5 56 2,0 24 6 31 87 36 57

2 2 2 1 4,5 23 37 5 56 2,0 24 6 31 87 36 57

2 2 2 2 4,5 23 37 5 56 2,0 24 6 31 87 36 57

2 2 2 3 4,5 23 37 5 56 2,0 24 6 31 87 36 57

2 3 1 1 4,5 23 15 5 56 1,6 14 3 19 74 25 4

2 3 1 2 4,5 23 15 5 56 1,6 14 3 19 74 25 4

2 3 1 3 4,5 23 15 5 56 1,6 14 3 19 74 25 4

2 3 2 1 4,5 23 15 5 56 1,6 14 3 19 74 25 4

2 3 2 2 4,5 23 15 5 56 1,6 14 3 19 74 25 4

2 3 2 3 4,5 23 15 5 56 1,6 14 3 19 74 25 4

86

Resultados referentes a amostras da primeira época

Solo Lodo Água Rep. B Cu Fe Mn Zn

_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ mg/dm3 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _

1 1 1 1 0,75 2,7 119 49,7 20,8

1 1 1 2 0,75 2,7 119 49,7 20,8

1 1 1 3 0,75 2,7 119 49,7 20,8

1 1 2 1 0,75 2,7 119 49,7 20,8

1 1 2 2 0,75 2,7 119 49,7 20,8

1 1 2 3 0,75 2,7 119 49,7 20,8

1 2 1 1 0,10 4,9 40 33,1 4,2

1 2 1 2 0,10 4,9 40 33,1 4,2

1 2 1 3 0,10 4,9 40 33,1 4,2

1 2 2 1 0,10 4,9 40 33,1 4,2

1 2 2 2 0,10 4,9 40 33,1 4,2

1 2 2 3 0,10 4,9 40 33,1 4,2

1 3 1 1 0,10 0,9 50 61,4 1,0

1 3 1 2 0,10 0,9 50 61,4 1,0

1 3 1 3 0,10 0,9 50 61,4 1,0

1 3 2 1 0,10 0,9 50 61,4 1,0

1 3 2 2 0,10 0,9 50 61,4 1,0

1 3 2 3 0,10 0,9 50 61,4 1,0

2 1 1 1 0,63 4,1 178 14,0 23,8

2 1 1 2 0,63 4,1 178 14,0 23,8

2 1 1 3 0,63 4,1 178 14,0 23,8

2 1 2 1 0,63 4,1 178 14,0 23,8

2 1 2 2 0,63 4,1 178 14,0 23,8

2 1 2 3 0,63 4,1 178 14,0 23,8

2 2 1 1 0,15 5,0 59 10,4 6,5

2 2 1 2 0,15 5,0 59 10,4 6,5

2 2 1 3 0,15 5,0 59 10,4 6,5

2 2 2 1 0,15 5,0 59 10,4 6,5

2 2 2 2 0,15 5,0 59 10,4 6,5

2 2 2 3 0,15 5,0 59 10,4 6,5

2 3 1 1 0,10 1,6 58 36,0 0,7

2 3 1 2 0,10 1,6 58 36,0 0,7

2 3 1 3 0,10 1,6 58 36,0 0,7

2 3 2 1 0,10 1,6 58 36,0 0,7

2 3 2 2 0,10 1,6 58 36,0 0,7

2 3 2 3 0,10 1,6 58 36,0 0,7

87

Resultados referentes a amostras da segunda época

Solo Lodo Água Rep. pH M.O. Presina Al3+ H+Al K Ca Mg SB CTC V% S

CaCl2

g/dm3 mg/dm3 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ mmolc/dm3 _ _ _ _ _ _ _ _

mg/dm3

1 1 1 1 7,0 34 113 1 9 3,2 115 14 133 141 94 136

1 1 1 2 6,9 36 110 2 9 3,2 95 11 110 119 92 152

1 1 1 3 6,9 32 86 1 9 2,9 84 10 97 106 92 149

1 1 2 1 6,8 25 110 1 10 2,8 93 11 107 118 91 207

1 1 2 2 6,5 24 104 1 12 3,1 89 11 103 114 90 135

1 1 2 3 6,3 18 77 1 14 2,7 73 10 86 100 86 148

1 2 1 1 5,3 11 42 0 18 1,3 36 12 49 67 73 147

1 2 1 2 5,1 12 56 1 22 1,1 29 9 39 61 64 98

1 2 1 3 6,1 13 22 0 15 1,6 48 13 63 78 80 94

1 2 2 1 5,7 17 36 0 18 1,7 52 16 70 88 80 155

1 2 2 2 5,3 11 61 1 21 1,2 37 12 51 72 71 189

1 2 2 3 5,3 15 105 0 22 1,3 45 13 59 81 73 245

1 3 1 1 5,5 20 16 1 20 1,2 19 5 25 45 56 61

1 3 1 2 5,4 14 21 0 20 1,1 21 5 28 48 58 57

1 3 1 3 5,6 16 19 1 20 1,1 21 4 27 47 57 71

1 3 2 1 5,2 17 21 0 22 1,2 20 6 27 49 56 45

1 3 2 2 5,2 13 16 0 20 1,0 17 5 23 43 53 244

1 3 2 3 5,2 14 16 0 21 1,1 17 5 23 43 52 46

2 1 1 1 5,8 25 39 1 24 2,5 53 6 62 87 72 119

2 1 1 2 6,6 36 69 1 14 3,3 94 10 107 121 88 169

2 1 1 3 6,7 36 68 1 13 3,1 97 10 110 123 90 220

2 1 2 1 6,2 31 42 1 19 2,5 68 8 78 97 81 161

2 1 2 2 6,6 35 66 1 14 2,8 90 9 101 115 88 187

2 1 2 3 6,7 37 80 1 13 3,1 107 11 121 134 91 240

2 2 1 1 4,8 20 76 3 45 1,2 32 9 42 87 49 187

2 2 1 2 4,9 19 80 2 46 1,3 35 12 48 94 51 207

2 2 1 3 4,6 22 50 3 51 1,3 31 9 42 92 45 170

2 2 2 1 4,3 16 70 6 62 1,6 31 8 40 103 39 47

2 2 2 2 4,4 17 21 6 57 1,4 19 7 28 85 33 110

2 2 2 3 4,4 19 22 6 53 1,3 21 8 30 84 36 120

2 3 1 1 4,9 23 13 2 40 1,4 16 3 21 60 34 62

2 3 1 2 5,0 28 24 1 36 1,4 24 4 29 65 44 86

2 3 1 3 4,9 23 17 2 38 1,3 15 3 19 57 34 62

2 3 2 1 4,9 20 12 1 37 1,3 17 3 21 58 36 68

2 3 2 2 4,8 26 19 2 41 1,5 18 4 23 64 37 59

2 3 2 3 4,7 22 11 2 44 1,5 14 3 19 62 30 246

88

Resultados referentes a amostras da segunda época

Solo Lodo Água Rep. B Cu Fe Mn Zn

_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ mg/dm3 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _

1 1 1 1 0,77 1,7 56 31,0 15,4

1 1 1 2 0,00 2,1 62 43,0 19,0

1 1 1 3 0,80 1,7 49 34,0 14,6

1 1 2 1 0,30 1,5 42 10,4 13,2

1 1 2 2 0,29 1,6 43 9,7 14,0

1 1 2 3 0,61 1,9 39 13,7 12,0

1 2 1 1 0,48 4,6 34 22,9 4,9

1 2 1 2 0,18 8,9 54 26,1 6,7

1 2 1 3 0,14 3,7 22 14,9 6,6

1 2 2 1 0,19 6,0 34 18,7 19,6

1 2 2 2 0,20 10,9 65 22,7 9,0

1 2 2 3 0,49 14,2 75 25,2 10,0

1 3 1 1 0,21 1,1 41 28,8 0,6

1 3 1 2 0,09 0,9 39 22,9 0,7

1 3 1 3 0,12 0,9 52 40,9 0,6

1 3 2 1 0,12 1,2 33 21,8 0,8

1 3 2 2 0,15 1,1 32 25,4 0,6

1 3 2 3 0,20 1,0 42 19,8 0,6

2 1 1 1 0,29 2,5 59 5,6 6,2

2 1 1 2 0,56 2,5 54 7,3 12,8

2 1 1 3 0,92 2,7 60 8,3 14,4

2 1 2 1 0,31 2,6 51 7,0 9,2

2 1 2 2 0,49 2,4 60 8,7 13,8

2 1 2 3 1,01 2,9 72 9,6 17,4

2 2 1 1 0,33 12,6 74 8,4 6,8

2 2 1 2 0,42 16,0 70 9,3 7,3

2 2 1 3 0,28 9,9 65 8,6 6,2

2 2 2 1 0,29 10,6 86 6,6 9,0

2 2 2 2 0,25 5,3 52 7,5 2,6

2 2 2 3 0,31 6,3 60 7,8 4,3

2 3 1 1 0,11 1,5 60 64,1 0,5

2 3 1 2 0,25 1,4 54 69,3 0,5

2 3 1 3 0,13 1,6 52 62,3 0,5

2 3 2 1 0,15 1,5 47 61,4 0,5

2 3 2 2 0,33 1,7 55 62,1 0,4

2 3 2 3 0,50 2,1 56 51,8 0,7

89

Resultados referentes a amostras da terceira época

Solo Lodo Água Rep. pH M.O. Presina Al3+ H+Al K Ca Mg SB CTC V% S

CaCl2

g/dm3 mg/dm3 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ mmolc/dm3 _ _ _ _ _ _ _ _

mg/dm3

1 1 1 1 6,5 17 112 0 11 3,7 93 8 105 116 90 336

1 1 1 2 6,7 24 124 0 11 3,8 112 11 126 138 92 335

1 1 1 3 6,7 12 90 0 10 2,9 71 7 81 91 89 218

1 1 2 1 6,5 21 108 0 11 3,2 89 9 101 112 90 290

1 1 2 2 6,6 16 92 0 11 3,2 81 8 93 103 90 184

1 1 2 3 6,5 18 92 0 11 3,2 86 10 99 110 90 300

1 2 1 1 6,6 12 22 0 12 1,8 71 17 91 102 88 70

1 2 1 2 5,0 8 29 1 20 0,9 33 11 45 64 69 159

1 2 1 3 5,3 9 18 0 18 1,2 41 12 54 72 75 84

1 2 2 1 5,1 9 28 1 20 1,1 35 11 48 68 70 119

1 2 2 2 5,3 8 39 0 19 1,1 36 13 50 69 72 141

1 2 2 3 5,0 10 14 1 22 1,3 37 13 51 73 70 121

1 3 1 1 5,4 12 9 0 19 1,0 18 4 22 42 53 57

1 3 1 2 5,6 16 10 0 18 0,8 21 4 25 43 59 66

1 3 1 3 5,5 12 9 0 20 0,9 25 4 30 50 61 70

1 3 2 1 5,3 9 7 0 19 1,0 18 4 23 41 55 43

1 3 2 2 5,4 9 5 0 19 1,0 14 3 19 37 50 37

1 3 2 3 5,5 8 7 0 17 1,2 18 5 23 41 57 31

2 1 1 1 5,8 41 88 1 24 4,8 143 14 161 186 87 381

2 1 1 2 5,8 31 57 1 24 3,6 98 10 112 136 82 414

2 1 1 3 5,0 35 68 2 34 4,4 132 14 150 184 82 388

2 1 2 1 5,4 29 58 1 29 3,9 108 12 124 153 81 377

2 1 2 2 4,7 25 36 3 42 2,4 71 8 82 124 66 144

2 1 2 3 4,7 29 36 2 48 2,3 68 8 78 126 62 165

2 2 1 1 4,5 15 32 6 52 0,8 46 14 61 113 54 178

2 2 1 2 4,6 17 16 5 48 1,1 31 9 41 89 46 140

2 2 1 3 4,3 17 38 8 60 0,8 40 11 52 112 46 195

2 2 2 1 4,7 17 12 4 48 1,0 24 7 32 81 40 117

2 2 2 2 6,4 23 35 0 16 2,8 64 8 74 90 82 253

2 2 2 3 4,5 15 15 6 53 1,1 30 9 40 93 43 141

2 3 1 1 5,0 20 11 2 38 1,2 16 3 21 58 35 48

2 3 1 2 4,9 17 5 1 38 1,3 15 3 19 57 34 41

2 3 1 3 4,9 18 5 3 41 1,4 14 3 19 60 31 48

2 3 2 1 5,0 20 3 2 36 1,2 15 3 19 56 35 65

2 3 2 2 4,9 17 4 2 38 1,2 14 2 18 56 32 52

2 3 2 3 4,7 17 21 5 50 1,2 27 9 37 87 43 142

90

Resultados referentes a amostras da terceira época

Solo Lodo Água Rep. B Cu Fe Mn Zn

_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ mg/dm3 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _

1 1 1 1 0,55 2,0 72 8,3 17,4

1 1 1 2 0,81 3,3 129 22,4 26,4

1 1 1 3 0,29 1,8 46 5,9 12,8

1 1 2 1 0,73 2,6 83 13,3 21,2

1 1 2 2 0,48 2,3 81 11,5 14,0

1 1 2 3 0,59 2,6 79 16,3 16,6

1 2 1 1 0,18 3,9 19 10,7 8,4

1 2 1 2 0,32 10,0 74 25,3 8,6

1 2 1 3 0,22 4,9 39 31,5 7,0

1 2 2 1 0,33 11,7 36 14,2 4,0

1 2 2 2 0,20 5,7 42 32,6 7,8

1 2 2 3 0,65 6,3 53 32,0 9,0

1 3 1 1 0,08 0,7 36 21,3 0,2

1 3 1 2 0,02 0,7 40 27,4 0,3

1 3 1 3 0,08 0,8 40 27,8 0,3

1 3 2 1 0,09 0,7 34 18,9 0,3

1 3 2 2 0,09 0,9 29 26,3 0,3

1 3 2 3 0,07 0,9 29 20,2 0,3

2 1 1 1 0,73 2,9 95 3,4 20,8

2 1 1 2 0,82 2,6 73 7,9 16,8

2 1 1 3 0,78 2,9 110 8,7 22,6

2 1 2 1 1,42 2,6 88 5,3 19,2

2 1 2 2 0,34 2,7 85 6,9 13,6

2 1 2 3 0,43 2,9 94 8,3 15,2

2 2 1 1 0,43 11,5 75 14,6 10,2

2 2 1 2 0,36 7,9 62 10,5 5,6

2 2 1 3 0,45 10,9 77 15,5 11,4

2 2 2 1 0,30 6,0 49 10,1 4,6

2 2 2 2 0,47 1,5 27 5,5 6,6

2 2 2 3 0,30 5,6 59 11,0 5,6

2 3 1 1 0,24 1,1 42 63,5 0,2

2 3 1 2 0,12 1,2 40 60,7 0,3

2 3 1 3 0,16 1,3 43 55,1 0,2

2 3 2 1 0,13 1,2 40 65,7 0,2

2 3 2 2 0,15 1,3 40 58,3 0,2

2 3 2 3 0,31 5,9 48 10,2 4,1

91

APÊNDICE 2

Análise de variância e Teste F, para elemento pH.

Fonte de variação G.L. Soma de Quadrados Quadrados médios F Pr > F

Modelo 35 50,10 1,43 16,82 <,0001

Erro 72 6,13 0,09

Total 107 56,23

R-Quadrado Coef. de Variação Raiz do QMR pH Media

0,89 5,38 0,29 5,42

Análise de variância e Teste F, para elemento Matéria Orgânica.

Fonte de variação G.L. Soma de Quadrados Quadrados médios F Pr > F

Modelo 35 12229,07 349,40 56,49 <,0001

Erro 72 445,33 6,19 Total 107 12674,41 R-Quadrado Coef. de Variação Raiz do QMR M.O. Media 0,96 11,02 2,49 22,57

Análise de variância e Teste F, para elemento Presina.

Fonte de variação G.L. Soma de Quadrados Quadrados médios F Pr > F

Modelo 35 119494,92 3414,14 23,66 <,0001

Erro 72 10390,00 144,31 Total 107 129884,92 R-Quadrado Coef. de Variação Raiz do QMR P Media 0,92 25,76 12,01 46,64

92

Análise de variância e Teste F, para elemento Al3+.

Fonte de variação G.L. Soma de Quadrados Quadrados médios F Pr > F

Modelo 35 407,85 11,65 20,98 <,0001

Erro 72 40,00 0,56 Total 107 447,85 R-Quadrado Coef. de Variação Raiz do QMR Al Media 0,91 37,97 0,75 1,96

Análise de variância e Teste F, para elemento H+Al.

Fonte de variação G.L. Soma de Quadrados Quadrados médios F Pr > F

Modelo 35 25796,33 737,04 34,61 <,0001

Erro 72 1533,33 21,30 Total 107 27329,67 R-Quadrado Coef. de Variação Raiz do QMR H+Al Media 0,94 15,76 4,61 29,28

Análise de variância e Teste F, para elemento K.

Fonte de variação G.L. Soma de Quadrados Quadrados médios F Pr > F

Modelo 35 116,44 3,33 36,78 <,0001

Erro 72 6,51 0,09 Total 107 122,96 R-Quadrado Coef. de Variação Raiz do QMR K Media 0,95 15,15 0,30 1,99

93

Análise de variância e Teste F, para elemento Ca.

Fonte de variação G.L. Soma de Quadrados Quadrados médios F Pr > F

Modelo 35 109285,19 3122,43 27,74 <,0001

Erro 72 8105,33 112,57 Total 107 117390,52 R-Quadrado Coef. de Variação Raiz do QMR Ca Media 0,93 22,43 10,61 47,30

Análise de variância e Teste F, para elemento Mg.

Fonte de variação G.L. Soma de Quadrados Quadrados médios F Pr > F

Modelo 35 1237,00 35,34 16,74 <,0001

Erro 72 152,00 2,11 Total 107 1389,00 R-Quadrado Coef. de Variação Raiz do QMR Mg Media 0,89 17,79 1,45 8,17

Análise de variância e Teste F, para elemento SB.

Fonte de variação G.L. Soma de Quadrados Quadrados médios F Pr > F

Modelo 35 133592,25 3816,92 26,74 <,0001

Erro 72 10276,67 142,73 Total 107 143868,92 R-Quadrado Coef. de Variação Raiz do QMR SB Media 0,93 20,79 11,95 57,47

94

Análise de variância e Teste F, para elemento CTC.

Fonte de variação G.L. Soma de Quadrados Quadrados médios F Pr > F

Modelo 35 110438,32 3155,38 27,86 <,0001

Erro 72 8155,33 113,27 Total 107 118593,66 R-Quadrado Coef. de Variação Raiz do QMR CTC Media 0,93 12,28 10,64 86,68

Análise de variância e Teste F, para elemento V%

Fonte de variação G.L. Soma de Quadrados Quadrados médios F Pr > F

Modelo 35 45988,99 1313,97 41,71 <,0001

Erro 72 2268,00 31,50 Total 107 48256,99 R-Quadrado Coef. de Variação Raiz do QMR V% Media 0,95 9,05 5,61 62,01

.

Análise de variância e Teste F, para elemento S.

Fonte de variação G.L. Soma de Quadrados Quadrados médios F Pr > F

Modelo 35 683509,44 19528,84 9,81 <,0001

Erro 72 143350,00 1990,97 Total 107 826859,44 R-Quadrado Coef. de Variação Raiz do QMR S Media 0,83 35,38 44,62 126,12

95

Análise de variância e Teste F, para elemento B.

Fonte de variação G.L. Soma de Quadrados Quadrados médios F Pr > F

Modelo 35 5,62 0,16 5,20 <,0001

Erro 72 2,22 0,03 Total 107 7,84 R-Quadrado Coef. de Variação Raiz do QMR B Media 0,72 51,35 0,18 0,34

Análise de variância e Teste F, para elemento Cu.

Fonte de variação G.L. Soma de Quadrados Quadrados médios F Pr > F

Modelo 35 918,87 26,25 11,55 <,0001

Erro 72 163,70 2,27 Total 107 1082,57 R-Quadrado Coef. de Variação Raiz do QMR Cu Media 0,85 40,70 1,51 3,70

Análise de variância e Teste F, para elemento Fe.

Fonte de variação G.L. Soma de Quadrados Quadrados médios F Pr > F

Modelo 35 127582,77 3645,22 27,69 <,0001

Erro 72 9476,67 131,62 Total 107 137059,44 R-Quadrado Coef. de Variação Raiz do QMR Fe Media 0,93 17,62 11,47 65,12

96

Análise de variância e Teste F, para elemento Mn.

Fonte de variação G.L. Soma de Quadrados Quadrados médios F Pr > F

Modelo 35 36061,44 1030,33 24,39 <,0001

Erro 72 3041,18 42,24 Total 107 39102,62 R-Quadrado Coef. de Variação Raiz do QMR Mn Media 0,92 24,10 6,50 26,97

Análise de variância e Teste F, para elemento Zn.

Fonte de variação G.L. Soma de Quadrados Quadrados médios F Pr > F

Modelo 35 6272,51 179,21 33,92 <,0001

Erro 72 380,41 5,28 Total 107 6652,92 R-Quadrado Coef. de Variação Raiz do QMR Zn Media 0,94 27,09 2,30 8,48