projeto bioarquitetura bambu e barro
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Trabalho sobre o uso de técnicas com bambu e barro.TRANSCRIPT
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Bioarquitetura do Barro e Bambu A Sustentabilidade vem do passado
Projeto de Certificação do Uso do Barro e do Bambu na Construção Civil
William Teodoro da Silva - Out 2014
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William Teodoro da Silva
Mestrando em Engenharia Mecânica desde fevereiro de 2014 e aluno do curso de Gestão Sustentável
do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos da AEDB. Atuou como professor entre 2011 e 2012 no
curso de Arquitetura e Urbanismo da União Educacional do Norte UNINORTE-AC em Rio Branco-
AC. Atualmente é Professor do Curso de Engenharia Civil da Associação Educacional Dom Bosco
em Resende-RJ e Arquiteto e Urbanista da Academia Militar das Agulhas Negras.
h t t p : / / l a t t e s . c n p q . b r / 7 8 5 5 8 3 9 2 8 0 6 3 4 1 0 7
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João-de-barro - Roseana Murray
“Alguns bichos têm casas muito interessantes. Formigas, abelhas podem dar ao homem lições de arquitetura. E com que finura a aranha tece sua teia, o marimbondo constrói sua casa, o bicho da seda o seu casulo.
Mas sou apaixonada mesmo é pela casa redonda do João-de-barro.
Talvez porque sempre quisesse morar em árvore, morar assim pendurada.
Lá dentro da casa, o João-de-barro e sua namorada fazem planos para o futuro.
Daqui de fora eu escuto: Ti ti ti ti ti ti ti ti ti”
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ÍNDICE
1 – INTRODUÇÃO---------------------------------------------------------------------------- 5
2 - SUSTENTABILIDADE E A RESPONSABILIDADE AMBIENTAL ------------ 6
3 – BIOARQUITETURA --------------------------------------------------------------------- 8
4 - OS BENEFÍCIOS DA BIOARQUITETURA PARA SAÚDE --------------------- 9
5 - A ARTE DA CONSTRUÇÃO COM TERRA --------------------------------------- 11
6 - A TÉCNICA DO ADOBE --------------------------------------------------------------- 12
7 - A TÉCNICA DO TERRA-PALHA --------------------------------------------------- 15
8 - A TÉCNICA DO CALFETICE -------------------------------------------------------- 17
9 - A TÉCNICA DO SUPERADOBE ----------------------------------------------------- 18
10 - PAU-A-PIQUE OU TAIPA DE SUPAPO ----------------------------------------- 20
11 - TAIPA DE PILÃO --------------------------------------------------------------------- 22
12 - USO DO BAMBU ---------------------------------------------------------------------- 24
13 - A NECESSIDADE E A VANTAGEM DO BAMBU ------------------------------ 29
14 - SEMINÁRIO DA CULTURA DO BAMBU --------------------------------------- 30
15 – A INSERÇÃO DA IDEIA COM PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ______________________________________________________ 33
17- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ------------------------------------------------ 34
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1- INTRODUÇÃO
A Construção Civil é responsável por 54% das emissões de Carbono d o
mundo e 25% da extração de madeira do planeta. Outro dado assustador é de
que a taxa anual de resíduos da construção é de 500 quilos por habitante,
quantidade que é maior que a de lixo doméstico. Como sabemos, o desperdício
é um problema que vem se agravando com a limitação de nossos recursos
naturais, devemos poupá-los ao máximo em prol do desenvolvimento
sustentável, para que futuras gerações não enfrentem problemas em relação à
energia elétrica, recursos hídricos, entre outros.
Uma solução não tão recente pode ser a utilização de técnicas quase
esquecidas ou não muito utilizadas tal como a utilização dos tijolos de adobe e
as estruturas de bambu, que são materiais que existem em abundância na
natureza e de baixíssimo custo que podem trazer não só uma economia de
recursos naturais mas também podem trazer qualidade de vida para o habitat
humano.
Infelizmente, apesar de interesse de pequenos grupos da sociedade,
ainda não há uma certificação quanto ao uso desses materiais, porém a
discussão começa a entrar nas salas de aula dos futuros arquitetos e urbanistas
e em breve poderemos perceber algum resultado, já que não se tem muita mas
para onde correr. Existem vários cursos de extensão, oficinas, escolas de
bioarquitetura, pós-graduações que estão distribuindo o incentivo a causa.
A intensão desse estudo é fazer abordagem a necessidade de se levar
aos órgãos certificadores do Brasil as experiências colhidas nas diversas
atividades de bioconstrução do país, aperfeiçoadas através d e diversos testes e
ensaios para obtermos as tão esperadas normas técnicas voltadas a construção
de Bambu e Adobe, já alcanças em outros países.
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2- SUSTENTABILIDADE E A RESPONSABILIDADE AMBIENTAL
O crescimento econômico que vem proporcionando a evolução da
construção civil no Brasil também precisa ter seu lado de responsabilidade e a
inserção da sustentabilidade nos projetos. “Assim como o setor em constante
expansão tem sido responsável pela estabilidade econômica do país, também
na mesma proporção ou em alguns casos exponencialmente tem produzido
severos danos ao meio ambiente e contribuem para a estatística que demonstra
que o setor é responsável por 52% das emissões de CO², maior do que o setor
de transportes e também o industrial. Esse crescimento econômico então, tem
seu lado perverso para o nosso meio ambiente e deve ser equalizado para não
ter efeitos irreversíveis”, dentro dessa questão, direciona alguns
questionamentos importantes para que se possa analisar a questão da
sustentabilidade e da responsabilidade no setor da construção civil.
“Aos construtores: será que os produtos ditos ‘sustentáveis’ usados por
nós realmente tem processos produtivos energeticamente eficientes? Será que
suas ETEs usam e reaproveitam água em ciclos realmente infinitos? E como
anda avançando seu programa de beneficiamento dos resíduos que ela mesma
gera e pode reciclar através da manufatura reversa e/ou revender para outras
indústrias o que para ela é descarte mas para outra atividade econômica seria
um substituto à matéria-prima original, aliviando a pressão por extrair na
extremidade inicial de toda a cadeia?”, questiona.
Para Carrijo, as questões de sustentabilidade e responsabilidade ambiental são
uma questão de prática.
“Por que a prática leva à excelência e não à perfeição – uma vez que
ninguém é perfeito. Mas cada um pode e deve buscar a auto -superação à cada
novo dia. E a auto-superação conduz ao nível da excelência. E da excelência
para a vantagem competitiva é um passo ou dois, de preferência. Temos de
lembrar que sustentabilidade na construção civil por enquanto ainda é inovação;
e inovação significa tornar concorrentes irrelevantes. Em outras palavras, não
importa se a construtora é competente e sim se está competitiva para encarar o
futuro. Sair na frente e permanecer adiante do seu tempo”, garante.
OPINIÃO – Álvaro Cabrini (CREA-PR)
De acordo com o engenheiro agrônomo Álvaro Cabrini Jr, presidente
licenciado do CREA-PR (Conselho Regional da Engenharia, Arquitetura e
Agronomia do Paraná), os investimentos na área de construção civil são
positivos, mas precisam ser concretizados antes de serem comemorados. “É
preciso entender que uma coisa é anunciar investimento, outra é realizá -lo
efetivamente, disponibilizar o numerário para que o investimento aconteça.
Obviamente que isso é altamente positivo, quando estes recursos estão
vinculados à construção civil, mas friso que precisamos de investimentos
principalmente voltados à infraestrutura, direcionados de forma direta e
objetiva, sem burocracia nem falsas promessas”, avalia.
Para Cabrini, hoje as grandes obras trazem benefícios como um todo
para o país, mas defende o bom direcionamento dos recursos. “Hoje a
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engenharia e consequentemente a construção civil são a mola propulsora do
desenvolvimento do Brasil. Quando a construção civil vai bem, naturalmente ela
puxa o crescimento nacional. Porém, infelizmente no Brasil nem sempre os
recursos são direcionados corretamente. Além disso, existe o problema da
burocracia. Às vezes existe disponibilidade financeira, mas há um conjunto de
normas que inviabiliza este financiamento. Precisamos pontuar esta situação,
da mesma forma que é preciso ressaltar a dificuldade de pequenas e médias
empresas obterem recursos em virtude do seu porte”, comenta.
Custos médios e índices, segundo as áreas geográficas - dezembro de 2012
Números Índices
(Jun/94 =100)
Variações Percentuais
Custos Médios
(R$/m2)
Áreas Geográficas Mensal No Ano 12 Meses
Brasil 855,64 428,18 0,43 5,68 5,68
Região Norte 873,05 434,86 0,29 6,53 6,53
Rondônia 910,69 507,71 0,51 9,72 9,72
Acre 948,68 503,60 0,31 7,67 7,67
Amazonas 884,96 433,25 0,18 4,41 4,41
Roraima 940,69 390,77 -0,06 6,54 6,54
Pará 849,22 406,94 0,36 6,24 6,24
Amapá 821,88 399,04 0,14 9,43 9,43
Tocantins 877,42 461,28 0,38 8,48 8,48
Região Nordeste 805,66 435,26 1,00 4,95 4,95
Maranhão 872,01 459,49 1,28 6,30 6,30
Piauí 777,31 516,55 0,05 4,56 4,56
Ceará 789,67 455,98 0,13 5,35 5,35
Rio Grande do Norte 765,59 385,79 3,82 4,32 4,32
Paraíba 833,50 460,90 0,02 7,35 7,35
Pernambuco 788,22 421,43 3,23 4,07 4,07
Alagoas 809,13 404,29 -0,03 4,29 4,29
Sergipe 764,91 406,44 0,13 4,55 4,55
Bahia 802,21 424,33 0,23 4,26 4,26
Região Sudeste 886,58 424,31 0,13 5,18 5,18
Minas Gerais 790,36 435,03 0,02 4,80 4,80
Espírito Santo 767,85 425,95 0,21 8,39 8,39
Rio de Janeiro 965,60 440,14 0,33 6,64 6,64
São Paulo 922,37 416,59 0,09 4,58 4,58
Região Sul 867,62 414,9 0,33 7,96 7,96
Paraná 897,12 428,92 0,08 9,19 9,19
Santa Catarina 882,50 477,94 0,96 10,18 10,18
Rio Grande do Sul 803,79 364,83 0,13 3,55 3,55
Região Centro-Oeste 865,30 441,70 0,22 6,26 6,26
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Custos médios e índices, segundo as áreas geográficas - dezembro de 2012
Áreas Geográficas
Custos Médios
(R$/m2)
Números Índices
(Jun/94 =100)
Variações Percentuais
Mensal
No Ano
12 Meses
Mato Grosso do Sul 845,74 397,53 0,48 4,82 4,82
Mato Grosso 882,54 503,51 0,41 8,01 8,01
Goiás 829,28 437,95 -0,18 6,85 6,85
Distrito Federal 905,97 400,23 0,32 4,25 4,25
IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil.
3- BIOARQUITETURA
Segundo o relatório da WWF (World Wildlife Fund), divulgado em
Genebra no dia 10 de julho de 2002, o consumo de recursos naturais já
superava em 20% por ano a capacidade do planeta de regenerá-los. Já não há
como ignorar a necessidade de um novo modelo de desenvolvimento para a
construção civil, atualmente responsável pelo consumo de 15% a 50% dos
recursos naturais do mundo. Cerca de 2/3 da madeira natural extraída é
consumida pela construção civil, sendo que a maioria das florestas não recebe
manejo adequado. Outras matérias primas, a exemplo do cobre e zinco, têm
reservas mapeadas escassas, suficientes apenas para 60 anos. Além disto, a
produção de materiais de construção também gera poluição atmosférica.
A indústria do cimento responde por cerca de 7% da emissão anual de
gás carbônico (CO2) na atmosfera (3º maior no setor industrial). Na produção
de cada tonelada de cimento (200 sacos) são lançadas 0,6 tonelada de CO2 no
ar. Somente o Brasil, com uma produção anual de 38 milhões de toneladas de
cimento Portland (comum) libera para a atmosfera aproximadamente 22,8
milhões de toneladas/ano de gás carbônico. Outros materiais usados em grande
escala têm problemas similares. Certamente a construção civil é o maior
gerador de resíduos de toda a sociedade. Só em São Paulo, o volume de
entulho gerado é de 2500 caminhões por dia (o dobro do lixo sólido urbano),
sendo que a maioria destes resíduos é depositada em aterros clandestinos que
acabam por obstruir córregos e drenagens, colaborando em enchentes,
favorecendo a proliferação de mosquitos e outros vetores, a degradação das
edificações e estruturas urbanas etc, levando boa parte das prefeituras a
gastarem grande quantidade de recursos públicos na sua retirada e em
atuações emergenciais nas enchentes.
A Bioarquitetura, por sua vez, ao optar pela utilizaç ão de uma técnica e um material construtivo, considera não apenas seus aspectos técnicos e estéticos finais, mas analisa toda a cadeia produtiva ao qual perpassam, desde a extração e manejo da matéria-prima até as distâncias percorridas em seu trajeto, os processos de transformação e incorporação de substâncias e, para além disto, a durabilidade, degradação e sua reintegração à natureza. Analisando o ciclo de vida dos materiais, obtêm-se dados sobre os impactos
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que causam à natureza e à saúde humana, sendo possível tomar decisões conscientes e comprometidas com o meio-ambiente e com as gerações atuais e futuras. Ainda dentro dos parâmetros de sustentabilidade, a Bioarquitetura tem como princípios o aproveitamento passivo dos recursos naturais (iluminação natural, ventilação e microclimas) e a obtenção da eficiência energética do edifício.
As técnicas de construção em terra-crua, além de seus já citados benefícios para a saúde são consideradas exemplares também no quesito “mínimo (praticamente nulo) impacto ambiental”. Para preparar, transportar e trabalhar o barro numa obra, se necessita apenas de 1% da energia requerida para a preparação, transporte e elaboração do concreto armado ou das cerâmicas cozidas. O barro pode ser reutilizado infinitamente, bastando triturá- lo e umedecê-lo com água. Em comparação com outros materiais, o barro nunca causará contaminação ao meio ambiente
Bioarquitetura é a arte de construir com respeito à vida e ao meio-
ambiente, partilhando dos ideais de uma sociedade sustentável e saudável,
preservando a vida do planeta em seus diversos ecossistemas. A compreensão
de que a dinâmica da vida se permeia por relações intrínsecas e
interdependentes, faz da Bioarquitetura uma ciência comprometida com o
desenvolvimento global, onde todos os processos de sua cadeia de produção
sãocuidadosamente analisados.
De modo interdicisplinar, a evolução dessa ciência caminha demãos
dadas e colabora com o progresso de outras áreas, sejam elas sociais,
econômicas,culturais, educacionais e ambientais. Desta forma, a Bioarquitetura
engloba as construções ecológicas, as construções sustentáveis e bioclimáticas
(adaptadas ao clima) e, para além disto, engloba as diversas expressões
artísticas e culturais inspiradas não só na beleza das formas e ritmos da
natureza, como também na milenar sabedoria construtiva dos povos orientais e
ocidentais.
Para atingir sua meta de constituir edificações e espaços em equilíbrio
com a vida, a Bioarquitetura desenvolve e aplica métodos e técnicas
específicas de projeto e construção.
4- OS BENEFÍCIOS DA BIOARQUITETURA PARA SAÚDE
Atualmente os cuidados com a saúde têm exigido mudança em muitos
setores. As indústrias alimentícias e de cosméticos se adaptam constantemente
para atender a um exigente público. Os produtos disponíveis nas prateleiras
trazem obrigatoriamente suas composições e a mídia cumpre um papel
importante em esclarecer os benefícios e malefícios de certas substâncias,
contribuindo para que os consumidores façam suas escolhas a partir destas
informações. No entanto, no setor da construção civil, no que diz respeito às
influências na saúde causadas pelos materiais empregados nas edificações,
que vão desde a estrutura até o acabamento, pouquíssimas informações estão
disponíveis e raramente chegam ao conhecimento do usuário final.
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O ambiente construído exerce mais influência em nossa saúde (física e
psicológica) do que podemos imaginar. A Organização Mundial da Saúde (OMS)
reconhece a existência de uma doença chamada Síndrome do Edifício Enfermo
(SEE) e a classifica como um problema de saúde pública. Irritações nas
mucosas e nos olhos, dores de cabeça, mal-estares e problemas respiratórios
são alguns sintomas da SEE, que se relacionam a ambientes mal ventilados,
com baixa qualidade do ar interno e acúmulo de odores e gases poluentes.
Sistemas de aquecimento e resfriamento do ar, tubulações e fiações, gesso,
cimento, espumas, compensados, carpetes e forros sintéticos, tintas, vernizes,
colas, resinas, metais, plásticos, produtos de limpeza, etc, podem ter em suas
composições uma variedade de substâncias tóxicas e compostos orgânicos
voláteis como o Formaldeído (HCHO), que é um gás bactericida que i rrita
fortemente a pele, os olhos, nariz e garganta, provoca dor de cabeça, tontura,
náusea, dificuldade de respirar, pode causar sangramento no nariz e
depressão, pode afetar as células genéticas e se tornar cancerígeno.
Num projeto de Bioarquitetura, a questão da saúde é fator decisivo para
a escolha dos materiais. Quando, por questões técnicas e/ou logísticas, não for
possível o emprego de materiais totalmente naturais, faz-se a opção por
alternativas encontradas no mercado que sejam menos agressivas à saúde e
que agreguem outros valores ecológicos, como os produtos reciclados.
A temperatura, assim como a umidade do ambiente, são fatores
fundamentais para a saúde. O organismo humano, através de seu aparelho
termo-regulador, trabalha para proteger e reestabelecer o equilíbrio interno
sempre quando as condições externas são desfavoráveis. E quanto mais se
exige do aparelho termo-regulador, maior a sensação de fadiga e indisposição.
Além disto, em ambientes com umidade superior a 70%, os fungos se proliferam
rapidamente e, com umidade inferior a 40%, as mucosas se ressecam,
diminuindo a resistência do organismo.
Dentre todas as opções para materiais de vedação, as paredes em terra-
crua são unanimemente consideradas as mais saudáveis e que propiciam
melhor qualidade do ar interno. Isto porque a terra se comporta como um
organismo vivo que “trabalha” de acordo com o clima, “puxando” a umidade
excessiva no ambiente e liberando-a conforme a necessidade. Além disto, o
barro tem a capacidade de armazenar calor, aquecendo e resfriando o ambiente
por vias passivas.
Assim, tanto as técnicas e materiais de construção aplicados numa obra
quanto os cuidados em propiciar ventilação e iluminação adequadas num
ambiente são as ferramentas aplicadas pela Bioarquitetura para constituir
edificações que colaboram com a saúde humana. Em outro nível, a saúde do
indivíduo que trabalha diretamente na construção de tais edificações também é
preservada, já que em grande parte do processo de construção das
bioarquiteturas são manipulados materiais que não agridem a pele e não
emitem substâncias voláteis.
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Por fim, hoje em dia já é comum a consciência de que a saúde física se
complementa e se integra a saúde emocional e mental. Todos sent em a
influência positiva de uma paisagem natural ou até mesmo de uma obra de arte.
Assim, a Bioarquitetura também busca promover a saúde através da
constituição de ambientes integrados à paisagem ou elementos naturais (daí a
forte ligação ao paisagismo) que possuam uma plasticidade agradável ao
observador e que geram influência psicológica positiva no usuário morador,
ressaltando o aspecto terapêutico e restaurador da Bioarquitetura.
5- A ARTE DA CONSTRUÇÃO COM TERRA
Dentre as técnicas da Bioarquitetura, as que aplicam a terra-crua como
matéria-prima básica são, sem dúvida, as mais incríveis. É impressionante
como algo tão simples pode ser transformado em espaços tão aprimorados,
resistentes e confortáveis. A cultura e as gerações metropolitanas praticamente
desconhecem tais técnicas e dificilmente concebem que edificações belas e
resistentes podem ser construídas com terra. Contudo, as edificações em terra-
crua vêm de longa data e ainda hoje abrigam mais de 1/3 da humanidade.
O mais interessante é que o desenvolvimento e aplicação massiva (com
correto manejo da terra) destas técnicas podem representar uma substancial
redução do consumo energético e da emissão de dióxido de carbono na
atmosfera, já que exigem apenas 1% da energia requerida por construções em
concreto e/ou alvenaria de tijolos cerâmicos ( energia de fontes não renováveis
e emissoras de CO2), além de causarem baixíssimo impacto ambiental.
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Por este motivo e também por questões de cuidados com a saúde -
pesquisas demonstram que os ambientes construídos em terra-crua são os que
possuem melhor qualidade do ar interno – tais técnicas estão sendo reavivadas
e conquistam cada vez mais profissionais e consumidores. Construções em
terra-crua encantam por sua beleza inerente. A sensação transmitida é de algo
muito acolhedor, cujas cores e texturas parecem se sintonizar com o organismo
humano, ressaltando e valorizando a arte de construir. Mani pular o barro em
contato direto com a pele é terapêutico, ajuda a descarregar tensões, além de
harmonizar a relação do construtor com a obra.
A experiência arquitetônica em terra-crua é vasta e se encontra
materializada em edificações que são verdadeiros patrimônios históricos - até mesmo cidades históricas - e também em novas pesquisas e novas edificações. Há institutos totalmente voltados a essa temática. Tecnicamente já há informação suficiente para garantir a aplicabilidade das técnicas e edificações com qualidade, beleza e refinamento.
O Espiralando, em suas experimentações técnicas e artísticas chegou à conclusão de que é perfeitamente possível construir edifícios de qualidade com terra-crua desde que haja total controle de qualidade em todas as etapas de produção, o que implica num acompanhamento técnico mais próximo e constante à obra (o que difere das técnicas comuns).
A terra-crua é aplicada principalmente para a construção de paredes,
embora possa constituir pisos e também coberturas. Para garantir a qu alidade da obra é fundamental a execução perfeita dos acabamentos, especialmente nas impermeabilizações dos alicerces, bem como utilizar produtos de 1ª qualidade em suas interfaces com outras técnicas, além de contar com mão de obra disposta e qualificada.
O Espiralando abraça a construção em terra-crua como seu principal
ramo de atuação, focalizando os devidos procedimentos técnicos em todas as etapas da obra. Quando a técnica aplicada exige uma elaboração mais artesanal de acordo com o projeto, o Espiralando se dispõe a um rigoroso acompanhamento para garantir a qualidade necessária.
6- A TÉCNICA DO ADOBE
Adobes são blocos de terra-crua moldados em fôrmas por processo artesanal ou semi-industrial. Secos naturalmente, seu processo de fabricação não acarreta em desmatamento nem emissão de gás carbônico na atmosfera como os tijolos cozidos. Podem conter outros materiais e substâncias em sua composição para melhorar seu desempenho, o que deve ser equilibrado com as quantidades de areia e argila presentes no solo. Em certos casos utilizasse fibras vegetais para conter sua retração. Possuem ótima qualidade termo- acústica. São assentados com a mesma mistura de sua composição e podem formar paredes auto-portantes (dispensam pilares) ou de vedação.
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Existem evidências que seu uso iniciou-se no final do Período Neolítico.
No Antigo Testamento, muitos séculos antes de Cristo, encontram -se referências sobre a fabricação de adobes, com os quais os egípcios levantaram muito dos seus edifícios e monumentos. Ainda no Egito, adobes foram usados pela primeira vez para construção de arcos e domos. No Brasil, cidades históricas como Ouro Preto em Minas Gerais possuem ainda mu itas casas em adobe. Em várias cidades o adobe é ainda produzido. Mais ao Nordeste e também em Minas há muitas casas no meio rural feitas em adobe, porém na maioria das vezes, sem os cuidados técnicos que merecem (impermeabilização do alicerce, revestimento e boa cobertura), tais casas acabam por se degradar rapidamente, gerando um falso entendimento de que a técnica é ineficiente.
Hassan Fathy, arquiteto que atuou na Arábia Saudita no período da
segunda guerra mundial (quando o país ficou sem receber cimento) resgatou a técnica com grande mestria. Chegou a construir edificações onde a tempertura interna ficava 25 graus mais baixa que a temperatura externa no horário mais quente do dia. Tecnicamente - dependendo do local e da situação do terreno - os adobes são moldados no local da obra, onde devem secar naturalmente por cerca de 10 dias (na época seca) antes de seu uso. A título de comparação, a produção dos tijolos cerâmicos maciços leva mais que 30 dias, sendo que para se produzir 1000 destes são queimadas aproximadamente 15 árvores adultas.
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Enfim, o adobe é uma ótima opção para a Bioarquitetura. Bem trabalhado pode constituir espaços realmente bonitos e agradáveis, como ilustram as fot os deste link, que exemplificam sua utilização em vários lugares do mundo.
A palha (fibras vegetais secas) é um material amplamente util izado pela
bioarquitetura. Pode ser aplicada em combinação com a terra – adobe, cob, blocos de terra-palha - ou sozinha, prensada em fardos (strawbale). É uma técnica construtiva tradicional que tem sido utilizada por milhares de anos e em todos os tipos de climas. A Inglaterra é o país com maior tradição na técnica, porém muitas construções antigas são encontradas na África, no Oriente Médio e Leste europeu. A técnica consiste na mistura do barro com fibras vegetais, “sovados” com os pés e rolados sob uma lona. Empilhados uns sobre os outros e moldados com as mãos, os “pães” de barro vão adquirindo formas orgânicas que, devido a sua plasticidade pode ser utilizado para a construção de bancos, casas, muros, esculturas, fornos, canteiros e diversas outras possibilidades.
O processo de misturar o barro pode ser mecanizado por masseiras ou até mesmo pequenos tratores tipo "bob cat", mas a moldagem das paredes é necessariamente manual, e talvez nisso resida sua graça. Ambientes construídos em cob criam uma atmosfera muito aconchegante por possuírem formas orgânicas que se "comunicam" com as formas de nosso corpo.
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As paredes de cob são densas e conferem excelente desempenh o térmico. Surpreendentemente, a técnica é inteiramente apropriada para climas chuvosos, necessitando pouca manutenção ao longo do tempo. Muitas casas de cob em Devon (uma das cidades mais chuvosas da Inglaterra) têm sido habitadas por centenas de anos.
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7- A TÉCNICA DO TERRA-PALHA A palha (fibras vegetais secas) é um material amplamente utilizado pela
bioarquitetura. Pode ser aplicada em combinação com a terra – adobe, cob, blocos de terra-palha - ou sozinha, prensada em fardos (strawbale).
O princípio para formar blocos de terra-palha é semelhante ao adobe - onde a mistura de palha e barro é moldada em fôrmas – porém, a proporção de palha em relação ao barro é maior, proporcionando blocos leves para vedação.
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A construção de paredes com fardos de palha é uma das técnicas construtivas mais simples, baratas e assimiláveis da bioarquitetura. Nesta técnica, os fardos de palha são empilhados entre os pilares da edificação e posteriormente recebem revestimento.
A palha promove um ótimo isolamento térmico e acústico com custo
reduzido. Sistemas de paredes de fardo de palha têm sido usados perto de aeroportos e rodovias nos EUA e na Europa como barreiras de som.
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8- A TÉCNICA DO CALFETICE Calfetice é uma mistura de barro, cal, cimento e fibra vegetal utilizad a
como revestimento de paredes, superfícies e estruturas (bambu, madeira). A fibra mais aplicada e também a mais resistente é a fibra de sisal.
Ganhou grande desenvolvimento na Colômbia, onde é muito comum a
aplicação em construções com bambu. A massa de calfetice serve para revestir esteiras de bambu que são aplicadas nas paredes ou cobertura. Corantes tipo pó xadrez ou diferentes tipos de terra possibilitam variadas cores, como mostram as fotos.
É relativamente simples de ser aplicado, mas exige o uso de luvas, pois
a massa é composta de cal e cimento (mesmo sendo em pouca quantidade). É muito bom como revestimento de paredes de adobe ou cob, especialmente quando não se tem acesso à revestimentos mais naturais como o sumo de cactus ou óleo de linhaça.
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Calfetice é uma solução inteligente que exemplifica o uso racional do cimento (pequena dosagem), pois é a fibra que complementa a resistência necessária às estruturas e revestimentos.
9- A TÉCNICA DO SUPERADOBE
Nesta técnica, a mistura - semelhante à utilizada para fabricação dos adobes - em estado de “farofa” é apiloada em sacos individuais ou contínuos e empilhados uns sobre os outros.
O super-adobe é uma técnica inspirada nas barreiras de proteção militar constituídas pelo empilhamento de sacos de areia. Pelas mesmas razões a técnica foi utilizada para a construção de casas: as paredes são massivas, resistentes às fortes intempéries e podem ser erguidas rapidamente.
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Esta técnica também permite a construção de domos e arcos. Após erguidas, as paredes recebem revestimento para proteger os sacos (polipropileno) da incidência dos raios solares e para dar um acabamento mais refinado.
10- PAU-A-PIQUE OU TAIPA DE SUPAPO A técnica de construção do pau-a-pique constitui-se em barro aplicado sobre um entramado de bambu.
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1) Entramado: Usa como estrutura peças maiores de bambu ou madeira postas verticalmente nos vértices e horizontalmente formando grandes quadrados. É recomendado que a fundação seja de tijolo ou de pedra e que suba pelo menos a 30cm do solo para evitar umidade. Peças de madeiras bem dimensionadas permitem a construção de um segundo pavimento. Para fixar as ripas finas, cava-se uma vala de 30cm de profundidade no local das paredes, e então se enterram as ripas verticais e as pregam nos apoios horizontais, daí as cavas podem ser preenchidas (com o mesmo material das paredes). Em seguida colocam-se as ripas horizontais formando um entrelaçamento entre elas (fixas entre si e nos apoios com pregos ou sinsal).
Depois de erguida toda estrutura o taipero escolhe onde irá colocar as portas e as janelas, e faz aberturas com serrote e coloca um "caixão" nos vãos c riados. Então, antes de aplicar o barro sobre a estrutura criada, coloca -se madeiramento no telhado e cobertura garantindo que possa manejar sua casa protegido de chuva, deixando um beiral de 50cm a 1m para proteger as paredes da chuva (palha, folhagem de coqueiro, palha de buriti e barnaúba ou telha comum são as coberturas mais utilizadas) um revestimento a base de cal pode se aplicado para dar maior durabilidade às paredes.
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2) Barro: O barro utilizado no preenchimento e selecionado através de escavaç ões em diferentes locais. São feitas bolas de barro com água, e as que menos racharem ao secar indicarão o barro a ser usado. A mistura do barro com a agua é feita com os pés. O barro deve ser bem arenoso, ate 60% de areia, pode-se adicionar areia na mistura até chegar à "liga". Após algumas semanas é normal o barro apresentar rachaduras, então deve -se fazer um novo revestimento, este alisando a supefície com as mãos. Um melhor acabamento pode ser feito em uma terceira barreada; desta vez é bom utilizar cim ento ou cal misturado com o barro a fim de garantir uma melhor resistência.
11- TAIPA DE PILÃO
A taipa é uma técnica herdada das culturas árabes e berbéres, constitui - se de paredes feitas de barro amassado e calcado, por vezes misturado com cal para controlar a acidez da mistura que vem a ser comprimida entre taipais de madeira desmontáveis, removidas logo após estar completamente seca, formando assim uma parede de um material incombustível e isotérmico natural e particularmente barato. Embora seja um material de construção bastante utilizado, sobretudo em regiões argilosas, e tenha uma resistência comparável à do cimento, não foi muito usada para a construção de fortificações.
As paredes de taipa têm como inconveniência serem facilmente atacadas por roedores e a fraca estabilidade a esforços laterais provocados pelas cargas
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da cobertura. Por isso não eram indicadas para a construção de grandes edifícios, além de serem facilmente degradadas pela água e a umidade. Assim são executadas sobre fundações de alvenaria de pedra ordinária com cerca de 60 cm acima do solo, evitando assim as humidades ascendentes. As paredes de taipa podem vir a ser revestidas, isso ocorre principalmente com rebocos à base de cal apagada. A técnica tradicional da taipa é utilizada hoje ainda em países em desenvolvimento.
Sistemas de fôrmas mais sofisticados e uma compactação mediante a
utilização de pilões elétricos ou pneumáticos reduzem os custos de mão de obra significativamente e fazem desta técnica uma opção relevante em países industrializados. Esta tecnologia mecanizada para executar paredes de taipa em relação à construção tradicional com tijolos não é só uma alternativa viável do ponto de vista ecológico, mas também econômico, especialmente naquele s países desenvolvidos onde por razões climáticas não há grandes requerimentos de isolamento térmico. No sudoeste dos Estadus Unidos e na Austrália existem várias empresas que executam há anos esta técnica de construção.
Em comparação com técnicas em que o barro se utiliza em um estado
mais úmido, a técnica da taipa tem uma retração mais baixa e uma maior resistência. A vantagem em relação às técnicas de construção com adobe é que as construções de taipa são monolíticas e por isso têm uma maior d urabilidade. Construção da taipa.
A terra utilizada na taipa é extraída num local próximo ao da construção,
isso depois de ser removida a terra vegetal (cerca de 0.5m). É normalmente uma terra argilosa que após ser misturada com pequenas pedras, seixos rolados, água, palha e cal e se obter uma mistura homegênea é batida dentro de fôrmas de madeira chamadas de taipais (é constituída de duas grandes pranchas compostas de tábuas emendadas no topo e furos equidistantes atravessados por claves de madeira que ajudam no transporte e levantamento dos blocos), durante muitos dias fica secando ao sol.
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Não é possível estabelecer o momento em que uma parede de barro está seca, mas sempre o processo de secagem é mais rápido que o de tijolo s e o de concreto. Se o clima é seco e quente e se há movimento suficiente no ar, o processo de retração estará concluído depois de alguns dias. Depois de três semanas pode-se sentir com o tato que a parede está totalmente seca, mas a quantidade de água é ainda assim elevada em relação ao equilíbrio de umidade. Ao retirar a fôrma tem-se grandes blocos percorridos pelos furos. Estes tijolos gigantes proporcionam espessas paredes com 60 centímetros ou mais, o que proporciona um excelente isolamento térmico e sonoro. A parede de taipa precisa de menos trabalho e material que aquelas contruídas com outras técnicas. Normalmente não é necessário rebocar estas paredes. Pode -se obter facilmente uma parede lisa em que se pode aplicar pintura diretamente, devendo as paredes serem protegidas da chuva por uma cobertura. Caso contrário, deve-se usar revestimentos.
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12- USO DO BAMBU
Em países europeus existem projetos que já resultaram na construção de
mega edifícios com significativa redução de impactos ambientais. A pesquisa
focou nos materiais de construção, procurando obter resultados e números,
entrando em contato com o professor Antonio Ludovico Beraldo e o arquiteto
Edoardo Aranha, ambos da Unicamp, sobre a substituição de madeira por
bambu. Foram exploradas as propriedades do bambu e sua aplicabilidade.
Outra fonte de informação é a defensora sobre a utilização de bambu na
construção civil Thaisa Sampaio, pesquisadora da UFAL e que desenvolve uma
tese de doutorado sobre os prós e contras do bambu. Estudos foram realizados
na UNICAMP por membros da faculdade de engenharia agrícola (equipe do
Prof. Antônio de Barros Salgado, do Instituto Agronômico de Campinas) sobre a
utilização do bambu.
Para confirmação da viabilidade, foi realizada uma breve pesquisa
pública com cerca de 90 entrevistados, que expuseram sua opinião a respeito
da utilização do bambu como alternativa à madeira e uma pesquisa de valores
de mercado para construção de casas populares.
Existem diversas maneiras de se promover o desenvolvimento
sustentável, uma delas é a utilização de materiais de construção que
prejudiquem menos o meio ambiente. Não tomamos consciência de que quando
utilizando madeira em construções, esta pode ser ilegal ou ser proveniente de
plantios que ocupam imensas áreas por muitos anos.
Com consciência de que esse quadro deve mudar, pesquisamos e
desenvolvemos novas técnicas de construção, uma delas sendo a substituição
da madeira por bambu. O bambu possui uma força de tração paralela as fibras,
similar a do aço. É mais leve que a madeira, o que o torna insubstituível em
locais de difícil acesso, para vencer ousados vãos e balanços.
O uso do concreto no interior de gomos estratégicos, como criou o
arquiteto Simon Vélez, dá ao bambu uma alta resistência de compressão
transversal às fibras, sem roubar sua plasticidade natural. Sua flexibilidade
permite construções em formas orgânicas, como demonstra Jorge Stamm nas
suas contemporâneas obras. É utilizado como pilar, viga, caibro, ripa, telha,
dreno, piso e revestimentos, e se tratados adequadamente podem durar como
madeira de lei.
Existe, por exemplo, a possibilidade de utilização de tijolo de pet
reciclada. Compreendido por um tijolo fabricado por um processo adequado de
injeção, sobre moldes, da matéria prima a ser utilizada, o PET 1 (polietileno
tereftalato pós-consumo 100% reciclado), oferece melhor custo e benefício em
relação a similares, fabricado com os mesmo padrões e características dos
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similares, e qualidade superior como: inquebrável, maior leveza, menor custo,
se apresentado em duas peças consolidado por um sistema de solda, várias
cores e modelos. O bambu também pode ser utilizado de diversas formas na
construção, poupando assim a utilização de madeira e impedindo danos ao
meio ambiente.
Na Ásia temos os exemplos vivos mais antigos da arquitetura com
bambu, em templos japoneses, chineses e indianos. Na África também se
encontram muitas habitações populares construídas com bambu. O bambu pode
ser utilizado em escadas, janelas, paredes, podendo até mesmo servir como
isolante acústico ou substituir tijolos.
É extremamente eficiente barateando o custo das construções,
possuindo grande resistência e principalmente reduzindo o impacto ambiental.
A recente produção em larga escala dos laminados de bambu, também
chamados de Plyboo em referência aos laminados de madeira (Plywood),
possibilitou um novo mercado na utilização do bambu na construção. Existe
uma série de máquinas próprias para o processamento de bambu. A INBAR tem
uma lista de maquinário especializado para bambu. Com o bambu são feitos
pisos e forros de parede, além de uma série de outras aplicações. Mais
especificamente, podem ser citados aqui alguns números relativos ao bambu.
- Algumas espécies têm mais de 10 cm de diâmetro.
- Os bambuzais cobrem aproximadamente 38% do estado do Acre.
- Pode ter durabilidade superior a 25 anos.
- Crescimento rápido: Em 3 anos está pronto para o corte.
Devido á sua grande resistência, o bambu não verga, sendo utilizado na
construção de andaimes, já em grande utilização no Japão.
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Utilização do bambu em andaimes.Revista Ciências do Ambiente On-Line Julho, 2009 Volume 5, Número 14
"Sua compressão, sua flexão e sua tração já foram amplamente testadas
e aprovadas em laboratório", afirma Marco Antônio Pereira, professor do
Departamento de Engenharia Mecânica da UNESP, em Bauru, que mora ha dez
anos numa casa de bambu. Fora do Brasil, alguns arquitetos têm apostado no
bambu em projetos públicos de traços marcantes, que conciliam natureza e
tecnologia num contraste agradável ao olhar. Em Leipzig, na Alemanha, a
fachada do novo estacionamento do zoológico municipal foi construída com
varas de bambu presas em cintas de aço.
Fachada do estacionamento do zoológico municipal de Leipzig.
O Aeroporto Internacional de Bajaras (Espanha) surpreende os usuários
com seu enorme forro, que torna leve o visual da estrutura de concreto e aço.
Em locais como esse, de uso intenso, a opção pelo material é resultado da
confiança na sua durabilidade e resistência, já que manutenções freqüentes não
seriam bem-vindas. Graças a tratamentos químicos, o amido éretirado, inibindo
pragas que poderiam comprometer as varas. Em áreas externas, osprodutores
recomendam aplicar verniz naval para proteger do calor, do frio e da chuva.
Forro do Aeroporto Internacional de Barajas (Espanha).
28
Moradias de bambu são mais comuns do que se imagina. A organização
chinesa. International Network for Bamboo and Rattan (Inbar) estima que mais
de 1 bilhão de pessoas habitem construções desse tipo em todo o mundo. "A
maioria delas, no entanto, foi erguida em países em desenvolvimento, com
técnicas tradicionais que estão se perdendo", comenta o professor Khosrow.
Em contrapartida, a Colômbia e o Equador mantêm programas de
habitações populares que privilegiam o bambu por causa do baixo custo e, com
isso, estão formando mão-de-obra capacitada. "O bambu é amplamente
utilizado em diversas partes do mundo, tanto pelo aspecto econômico, como,
também, por sua resistência". Para se ter uma idéia, uma casa popular feita de
bambu, no Equador, onde esta tecnologia já é amplamente utilizada, custa, em
média, US$ 400.
Já uma casa de alvenaria não sai por menos de US$ 10 mil. Em relação
à resistência, Thaisa afirma que o bambu pode ser comparado ao aço e à
madeira. "Apesar de entre os três apresentar o menor peso específico, é um
material de grande resistência física, podendo ser utilizado para treliças de
telhado, estruturas de vigas, pilares, escadas, etc.", diz. Para os arquitetos
especializados no assunto, o desafio é trafegar por duas frentes: resgatar
conhecimentos e divulgar o bambu para combater o déficit habitacional, e
apagar a ideia de que ele seria um material menos nobre aprimorando técnicas
para a aplicação em projetos de alto padrão.
As espécies indicadas para a construção são: guadua, gigante e mossô
(as varas sempre devem ter mais de 10 cm de diâmetro). "Atenção também à
idade" aponta Marco Antonio Pereira, da UNESP. É fundamental que o material
tenha sido cortado após os 3 anos de vida, do contrário, poderá sofrer
rachaduras. Em geral, os maduros apresentam manchas de fungos (que saem
com pano úmido), enquanto os verdes exibem varas mais vistosas. Os bons
fornecedores vendem o bambu já protegido. "A melhor opção é o tratamento
conhecido como boucherie, em que se substitui a seiva por um composto
químico formado de cloro, cromo e boro, igual ao usado no eucalipto", diz
Marco. Há também a proteção feita em autoclave, por defumação e por imersão
em água.
Nas aplicações internas, a impermeabilização com verniz, seladora ou
stain a cada dois anos preserva o bambu por longos períodos. Já o uso externo
requer manutenção com verniz naval. Para manutenção zero em ambientes
externos, pesquisamos um sistema Francês de impermeabilização por campo
magnético, 100% ecológico, garantia de 2 anos. Em geral, os fornecedores
produzem a gramínea em matas cultivadas e manejadas para fins comerciais.
Entramos em contato com a empresa “Bambu Carbono Zero” que é uma das
mais tradicionais e antigas empresas no ramo.
- Narcisa Bambu: vende bambu-mossô a partir de R$ 150 a dúzia (varas de 3 a
7m) e bambu-gigante por R$ 240 a dúzia (com 3 ou 4 m). Tratamento em
autoclave.
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- Payacan Artes em Bambu: comercializa bambu-mossô a partir deR$ 120 a
dúzia (varas de 3 a 6,50 m) e gigante (até 7 m) entre R$ 220 e R$ 390 a dúzia,
tratados a vapor (melhora a estética das peças, mas o gigante pede ainda
preservação química). A partir da análise dos dados obtidos pela pesquisa
pública, foi observado que 90% dos Revista Ciências do Ambiente On -Line
Julho, 2009 Volume 5, Número 16 entrevistados desconheciam as utilizações
alternativas do bambu, quanto à primeira opinião sobre utilização do bambu
100% dos entrevistados afirmaram que o mesmo seria utilizado basicamente na
construção de um brinquedo tradicional (as pipas), quanto ao conhecimento das
técnicas de sustentabilidade na construção civil, apenas 1% dos entrevistados
afirmaram que conheciam o assunto e quanto ao quesito empregabilidade 1
único entrevistado afirmou fazer uso de tais técnicas. O espaço amostral
consistiu de 93 pessoas entre funcionários da refinaria REPLAN, alunos de
diversos cursos da UNICAMP e funcionários de uma empresa do ramo de
telefonia móvel de Campinas.
Revista Ciências do Ambiente On-Line Julho, 2009 Volume 5, Número 16
A pesquisa pública de custos ilustrou uma economia de aproximadamente
30% nos custos, com relação ao madeiramento de uma casa popular de 40m².
O custo médio de uma construção popular é de R$22.000,00 reais sem
impostos; com a substituição da madeira por bambu na construção do telhado,
na construção das formas para o concreto armado (utilizando plyboo como
substituto dos compensados plywood) e revestimentos de forro o custo médio
foi de R$15.840,00; tal estimativa foi feita a partir de engenharia reversa sobre
projetos de casas populares disponibilizados pela Caixa Econômica Federal (o
principal órgão financiador no Brasil). A hipótese de utilização estrutural do
bambu não pode ser estudada devido à recusa dos “colaboradores” externos em
fornecer informações relevantes sobre o assunto.
13- A NECESSIDADE E A VANTAGEM DO BAMBU
Uma das principais vantagens do uso do bambu é a economia. Pelos
cálculos do professor Ghavami (professor titular do Departamento de
Engenharia Civil da PUC-Rio e atual presidente da Associação Brasileira de
Ciências em Materiais e Tecnologias Não Convencionais (ABMTENC).), a
utilização pode reduzir em mais de 30% o custo final da construção. Outra
vantagem é o reduzido tempo entre plantio e colheita, o que reduz de maneira
drástica a exploração de madeira. Enfim, o bambu, é um material renovável e ao
mesmo tempo ecológico, não apresentando implicações poluentes em sua
produção.
A ampliação do uso de recursos renováveis e o uso de tecnologias não
poluentes amenizam os impactos dos processos industriais que agridem o
ecossistema: “Voltar os olhos para o bambu, a fim de ampliar sua faixa de
utilização, tornando-o um elemento manipulável pela engenharia, inserise neste
quadro de desenvolvimento de tecnologias não poluentes, facilmente acessíveis
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e de baixo impacto ambiental”.Como constatação final, apesar da recusa por
parte dos colaboradores externos, o bambu como alternativa a substituição da
madeira se mostrou viável e de rápida implantação caso seja adotado como
alternativa ao uso da madeira.
Revista Ciências do Ambiente On-Line Julho, 2009 Volume 5, Número 17
14- SEMINÁRIO DA CULTURA DO BAMBU
Entre os temas debatidos, a produção de mudas, o plantio e o
fornecimento do material em larga escala, a disseminação regional do conhecimento sobre a planta e a capacitação de recursos humanos
Produção de mudas, plantio e fornecimento de matéria prima em larga
escala são temas prioritários para o desenvolvimento da cadeia produtiva do bambu no Brasil, é o que definiu o II Seminário da Rede Brasileira do Bambu- RBB. O evento ocorreu em Rio Branco, no Acre, de 25 a 28 de agosto de 2010.
Quatro anos depois da criação da RBB, o II Seminário avaliou e
consolidou os avanços representados pela articulação em rede das atividades de pesquisa do material no País. Entre as questões discutidas, destaque para a necessidade de construção de parcerias dinâmicas e duradouras entre as instituições de ensino e pesquisa e as cadeias produtivas e de valor social deste recurso florestal.
O II Seminário debateu ainda a normatização pela Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT) de parâmetros para a construção civil com o uso do bambu; a introdução nos currículos acadêmicos de disciplinas sobre a planta; e a capacitação de recursos humanos para o trabalho com o material,.
Para que a proposta de valorização local se fortaleça, serão realizados
seminários regionais em todo o Brasil. Os eventos ocorrerão no intervalo entre dois seminários nacionais e serão geridos por conselhos científicos e profissionais locais temporários. O primeiro deles deverá ocorrer no segundo semestre de 2011, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. O III Seminário Nacional da RBB está previsto para 2014, na mesma cidade.
Com o objetivo de incorporar as questões urgentes e necessárias à
consolidação dos avanços obtidos e absorver pesquisas, estudos e trabalhos inéditos, a RBB vai propor ainda um novo edital ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, do Ministério da Ciência e Tecnologia (CNPq/MCT).
Dâmares Vaz
31
LEI Nº 12.484, DE 8 DE SETEMBRO DE 2011. Dispõe sobre a Política Nacional de Incentivo ao Manejo Sustentado e ao Cultivo do Bambu e dá outras providências.
Projeto de lei da câmara federal número 1.180 de 2007 relatório sumário
1. Este projeto dispõe sobre a política nacional de incentivo à cultura do
bambu. a partir de 2009 tramitou com celeridade nas comissões da câmara federal;
2. No segundo semestre de 2009 chegou ao senado federal e recebeu a seguinte denominação: projeto de lei da câmara/plc sob o número 326/2009. foi distribuído à comissão de agricultura e reforma agrária ;
3. Tramitou rapidamente na comissão de agricultura e reforma agrária, tendo como relator o ilustre senador gerson camata do espírito santo, o qual emitiu parecer favorável ao projto de lei. a comissão aprovou o parecer do relator;
4. Em seguida foi encaminhado à comissão de meio ambiente, presidida pela senadora fátima cleide de rondônia. por solicitação da liderança do governo o plc foi enviado à comissão de assuntos econômicos/cae para emissão de parecer.
5. Na cae foi nomeado relator da matéria o ilustre senador joão tenório do psdb de alagoas. com a proximidade/início das eleições o projeto está parado naquela comissão. a partir de outubro de 2010, novamente, o cpab/unb envidará esforços com objetivo de agilizá-lo;
6. Da cae o projeto retornará para comissão de meio ambiente. se não ti ver alteração pela cae o projeto será votado pela comissão de meio ambiente em versão terminativa;
7. Após o parecer favorável da comissão de meio ambiente o projeto de lei seguirá para assinatura do presidente da república;
8. O cpab espera ter a lei aprovada até o primeiro semestre de 2011.
9. É imperioso destacar que antes de tramitar no congresso nacional este projeto recebeu parecer técnico favorável do departamento de florestas/dflo do ministério do meio ambiente.
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Lei Nacional do Bambu - PLC 326/2009
Dispõe sobre a Política Nacional de incentivo ao Manejo Sustentado e ao Cultivo do Bambu e dá outras providências.
O CONGRESSO NACIONAL decreta:
Art. 1º Esta Lei institui a Política Nacional de Incentivo ao Manejo
Sustentado e ao Cultivo do Bambu – PNMCB, que tem por objetivo o desenvolvimento da cultura do bambu no Brasil por meio de ações governamentais e de empreendimentos privados.
Art. 2º Os incentivos a que se refere o art. 1º desta Lei destinam -se ao
manejo sustentado das formações nativas e ao cultivo de bambu voltado para a produção de colmos, para a extração de brotos e obtenção de serviços ambientais, bem como à valorização desse ativo ambiental como instrumento de promoção de desenvolvimento socioeconômico regional.
Art. 3º São diretrizes da PNMCB:
I – a valorização do bambu como produto agrosilvo-cultural capaz de suprir necessidades ecológicas, econômicas, sociais e culturais;
II – o desenvolvimento tecnológico do manejo sustentado, cultivo e das aplicações do bambu;
III – o desenvolvimento de polos de manejo sustentado, cultivo e de beneficiamento de bambu, em especial nas regiões de maior ocorrência de estoques naturais do vegetal, em regiões cuja produção agrícola baseia -se em unidades familiares de produção e no entorno de centros geradores de tecnologias aplicáveis ao produto.
Art. 4º São instrumentos da PNMCB:
I – crédito rural sob condições favorecidas, em especial no que se refere a taxas de juros e prazos de pagamento;
II – assistência técnica durante o ciclo produtivo da cultura e as fases de transformação e de comercialização da produção;
III – certificação de origem e de qualidade dos produtos destinados à comercialização.
Art. 5º Na implementação da política de que trata esta Lei, compete aos
órgãos competentes:
33
I – incentivar a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico, voltados para o manejo sustentado, o cultivo, os serviços ambientais e as aplicações dos produtos e subprodutos do bambu;
II – orientar o cultivo para a produção e a extração de brotos para a alimentação;
III – incentivar o cultivo e a utilização do bambu pela agricultura familiar;
IV – estabelecer parcerias com entidades públicas e privadas para maximizar a produção e a comercialização dos produtos derivados do ba mbu;
V – estimular o comércio interno e externo de bambu e de seus subprodutos;
VI – incentivar o intercâmbio com instituições congêneres nacionais e internacionais.
Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
CÂMARA DOS DEPUTADOS, de dezembro de 2009.
15- A INSERÇÃO DA IDÉIA COM PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Os laboratórios das diversas Universidades Públicas do Brasil em
especial a UERJ, e também das universidades privadas tal como a AEDB em
Resende de amostras de barro e bambu da região. A UFF-Volta Redonda, a PUC-
RIO e a UGB-FERP Volta Redonda para aplicação de oficinas que vão incentivar
os alunos de Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Civil a desenvolverem
projetos com o barro e o Bambu e realização de aperfeiçoarem as técnicas e
realizarem diversos testes de eficiência e testes de resistências dos materiais.
O interessante é desmistificar o material e fazer com que as pessoas
acreditem nos benefícios que a adoção dessa técnica pode propiciar.
Em fase final os resultados serão submetidos ou novamente realizados
junto ao INMETRO para comprovação da eficácia das técnicas e resistência dos
materiais a fim de se dar respaldos mais consistentes através de órgão Oficial.
Logo após levados aos conselhos de engenharia e de arquitetura CREA e CAU,
para assim os resultados serem conhecidos e as técnicas serem certificadas
pela ABNT.
Será comprovado que as técnicas aperfeiçoadas de Bioarquitetura
reduzirão os custos da construção civil reduzirão o tempo das obras,
melhorarão a qualidade de vida das pessoas, no que tange a saúde e
diminuirão as emissões de CO2 e resíduos no meio natural, ou seja, essas
34
técnicas terão a obrigação de serem reconhecidas e certificadas pelos
organismos do Brasil.
16- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ARQ 5661 - Tecnologia de Edificação I
*Professor da disciplina
-Prof. Anderson Claro
*Ministrantes da oficina de pau-a-pique na Semana da Arquitetura 2004 - UFSC
-Prof. João Carlos Souza
-Prof. Sergio Castello Branco Nappi
UFSC - DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO
Matéria publicada originalmente na edição 24 da Revista Geração Sustentáv el
Jornalista: Lyane Martinelli
Fotos: divulgação
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Matérias:
Capa: Usipar – Transformando entulho da construção civil em novos produtos
Qualidade de Vida: Academias ao ar livre
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Visão Sustentável: Os projetos florestais do Grupo Ecoverdi
Responsabilidade Social: Ações e Projetos CPCE
Desenvolvimento Local: Os desafios da Construção Civil
Artigos:
Fabrício Campos: Círculo Virtuoso e os Caminhos da Sustentabilidade
Gastão F. da Luz: De cógidos, fatos e acontecimentos
Jeronimo Mendes: A nova Ordem Econômica
Evandro Razzoto: Marketing Verde como ferramenta estratégica de negócio
USE OF BAMBOO IN CONSTRUCTION - AN ALTERNATIVE TO THE USE OF WOOD
ABSTRACT: This paper considers the feasibility study regarding replacement of wood with
bamboo and
its possible application in the construction of housing, connecting their resistance
characteristics, cost and
environmental preservation. As a final observation, bamboo is viable and of rapid
deployment if it is
adopted as an alternative to the use of wood.
KEY-WORDS: alternative materials, popular houses, building materials, bamboo, wood,
substitution.
Revista Ciências do Ambiente On-Line Julho, 2009 Volume 5, Número 1 Postado em 24 de outubro de 2011 por Revista Geração Categoria: Uncategorized
IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil.