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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESC DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS Autores: Prof. Alvaro A. Furtado Leite Prof. Danilo M. Barquete Prof. Evandro Sena Freire Prof. Flávio Pietrobom Costa Prof. Francisco Bruno de Oliveira Prof. Franco D. R. Amado (coordenador) Prof. Gesil S. Amarante Segundo Prof. João Pedro C.N. Pereira Profa. Lícia S. Queiroz Prof. Ricardo de C. Alvim Prof. Wisley F. Sales Prof. Zolacir T.Oliveira Jr. Colaboradora: Profa. Tânia Maria de Brito e Silva Versão Maio / 2010 PROJETO ACADÊM I CO CURRICULAR DO CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA

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  • UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESC

    DEPARTAMENTO DE CINCIAS EXATAS E TECNOLGICAS

    Autores:

    Prof. Alvaro A. Furtado Leite Prof. Danilo M. Barquete

    Prof. Evandro Sena Freire Prof. Flvio Pietrobom Costa

    Prof. Francisco Bruno de Oliveira Prof. Franco D. R. Amado (coordenador)

    Prof. Gesil S. Amarante Segundo Prof. Joo Pedro C.N. Pereira

    Profa. Lcia S. Queiroz Prof. Ricardo de C. Alvim

    Prof. Wisley F. Sales Prof. Zolacir T.Oliveira Jr.

    Colaboradora:

    Profa. Tnia Maria de Brito e Silva

    Verso Maio / 2010

    PROJETO ACADM ICO

    CURRICULAR DO

    CURSO DE ENGENHARIA

    QUM ICA

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    SUMRIO

    1. SOBRE A INSTITUIO DE ENSINO 5

    1.1. Denominao e informaes de identificao 5

    1.2. Condio Jurdica 5

    1.3. Capacidade Econmica e Financeira da Entidade Mantenedora 8

    1.3.1. Fontes de Recursos 8

    1.4. Caracterizao da Infra-Estrutura Fsica a ser utilizada pelo Curso de Engenharia Qumica 9

    2. SOBRE A PROFISSO DO ENGENHEIRO 10

    2.1. O Surgimento do Engenheiro 10

    2.2. A Funo do Engenheiro 10

    2.3. O Projeto e o Exerccio Profissional 11

    2.4. O Papel do Engenheiro Hoje 12

    2.5. A Engenharia Qumica 13

    2.6. Engenharia Qumica no Brasil 14

    2.7. Engenharia Qumica na Regio 15

    3. SOBRE O CURSO DE ENGENHARIA QUMICA 19

    3.1. Histrico do Curso 19

    3.2. A rea de Influncia do Curso 20

    3.3. Justificativas 21

    3.4. Concepo do Curso 24

    3.5. Pressupostos Terico-Metodolgicos do Curso 24

    3.6. Objetivos do Curso 25

    3.6.1. Geral 25

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    3.6.2. Especficos 25

    3.7. Caracterizao do Curso 26

    3.7.1. Ncleo de Contedos Bsicos 26

    3.7.2. Ncleo de Contedos Profissionalizantes e Especficos 27

    3.7.3. Ncleo Optativas 28

    3.8. Perfil do Profissional Formado 29

    3.9. Competncias e Habilidades 30

    3.10. Perfil do Professor do Curso 30

    4. SOBRE O CURRCULO DO CURSO DE ENGENHARIA QUMICA 32

    4.1. Arcabouo Legal 32

    4.1.1. Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduao em Engenharia 32

    4.1.2. Resoluo 1.010 do CONFEA/CREA 35

    4.2. Nmero de Semestres 38

    4.3. Nmero de Crditos 38

    4.4. Estgio Supervisionado 38

    4.5. Pr-requisitos 39

    4.6. Matriz Curricular e Distribuio da Carga Horria 39

    4.6.1. Ementrio das Disciplinas Bsicas e Profissionalizantes 39

    4.6.2. Disciplinas Optativas do Curso 49

    4.7. Projeto de Estgio Obrigatrio 53

    4.8. Trabalho de Concluso de Curso 53

    4.9. Relaes entre Ensino, Pesquisa e Extenso 53

    4.10. Prtica de Avaliao do Curso 54

    4.11. Prtica de Avaliao do Rendimento Escolar 54

    4.12. Regime do Curso 55

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    4.13. Regime da Matrcula 55

    5. SOBRE AS CONDIES DE FUNCIONAMENTO DO CURSO 56

    5.1. Recursos Humanos 56

    5.2. Fsicas 57

    5.3. Materiais 57

    5.4. Financeiras 58

    5.5. Critrio de Ingresso no Curso de Engenharia 59

    5.6. Quantitativo Docente por reas de Conhecimento 59

    Referncias 60

    ANEXO 1 61

    ANEXO 2 65

    ANEXO 3 73

    ANEXO 4 75

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    CAPTULO 1

    SOBRE A INSTITUIO DE ENSINO

    1.1. Denominao e informaes de identificao

    A Universidade Estadual de Santa Cruz

    UESC1 situa-se na regio que foi palco do descobrimento do Brasil, h quase 500 anos atrs pelos portugueses, sendo seu nome, Santa Cruz, uma aluso e uma homenagem a esse marco histrico. Tambm localiza-se no corao da Mata Atlntica, preservada em parte pela lavoura cacaueira. O campus universitrio situa-se entre os dois principais plos urbanos do Sul da Bahia, no km l6 da Rodovia Ilhus/Itabuna, BA 415, municpio de Ilhus.

    A rea geo-educacional da UESC compreende as regies de planejamento do Estado da Bahia, o Litoral Sul, abrangendo um vasto espao do seu territrio, agregando as sub-regies conhecidas como Baixo Sul (11 municpios), Sul (42 municpios) e Extremo Sul (21 municpios) da Bahia, e tendo como principais plos urbanos, ao Centro Ilhus e Itabuna; ao Norte Gandu e Valena; e ao Sul Eunpolis, Itamaraju e Teixeira de Freitas. Ao todo so 74 municpios, numa

    rea de 55.838km2, correspondendo a 9% da rea do Estado e cerca de 16%

    de sua populao. A Regio da Costa do Cacau, Litoral Sul, praticamente coincide com a Meso regio Sul da Bahia, segundo a Fundao IBGE, compreendendo as Micro regies Ilhus-Itabuna, Gandu-Ipia, Valena-Camam, e Porto Seguro-Eunpolis-Teixeira de Freitas.

    1.2. Condio Jurdica

    A FUNDAO SANTA CRUZ

    FUSC, entidade de direito privado, constituda pela escritura pblica lavrada em 18.08.72, livro 154-A, s fls. 1 a 18, do Cartrio do 1. Ofcio de Notas da Comarca de Ilhus

    Ba, sendo concluda a formalizao com a inscrio dos Estatutos no livro n.. 4-A, fl. n. 47 de ordem 205, de Registro Civil das Pessoas Jurdicas da mesma comarca, foi at 1991 a mantenedora da Federao das Escolas Superiores de Ilhus e Itabuna

    FESPI, instituio de ensino antecessora da Universidade Estadual de Santa Cruz UESC.

    1 Endereo: Rodovia Ilhus Itabuna, Km. 16, Ilhus BA. CEP: 45.662-900.

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    A FUSC tinha como objetivo criar e manter uma universidade a ser denominada de Universidade de Santa Cruz, instituio de ensino superior, de estudo e pesquisa, de extenso e de divulgao tcnica e cientfica em todos os ramos do conhecimento.

    Como a conjuntura nacional no permitiu a criao imediata de uma universidade, a FUSC, instituiu uma Federao de Escolas, resultante da unio das escolas isoladas existentes nas cidades de Ilhus e Itabuna, que recebeu a denominao de FEDERAO DAS ESCOLAS SUPERIORES DE ILHUS E ITABUNA

    FESPI, reconhecida pelo CFE em 05.04.74, pelo Parecer 1.637/74.

    Para manter a FESPI e criar as condies para surgimento da universidade a FUSC mantinha um oramento alimentado por vrias fontes:

    a) dotaes da Comisso Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira

    CEPLAC, cerca de 35%; b) anuidade e taxas, cerca 37%; c) recursos do Estado, inclusive do Instituto de Cacau da Bahia

    ICB, cerca de 15%; d) o restante, de fontes diversas.

    Em 1986, o Ministrio da Agricultura reduziu metade a verba da CEPLAC destinada ao ensino do 3 grau, cortando-a completamente em 1987. Neste mesmo ano recrudesceu a luta dos estudantes e professores pelo ensino pblico e gratuito, alcanando o seu clmax em maro de 1988, quando deflagrou-se uma greve geral, envolvendo todos os segmentos da Federao de Escolas, que se prolongou at setembro do mesmo ano.

    A essa altura, a FUSC, esgotadas suas duas fontes bsicas - recursos da CEPLAC e anuidades, tornara-se absolutamente incapaz de manter a FESPI e, em vista disso, na oportunidade, por deciso do seu Conselho Diretor, encaminhou ao Governador do Estado da Bahia, atravs do ofcio, uma proposta de transferir todos os seus bens futura universidade em troca da estadualizao da FESPI.

    O Governador do Estado, no dia 28 de setembro de 1988, anunciou a deciso de estadualizar a FESPI e, como primeiro passo, criou a Fundao Santa Cruz FUNCRUZ.

    Assim, no dia 28 de dezembro, foi sancionada a Lei 4.816, criando a FUNCRUZ, tambm Fundao Santa Cruz, de direito pblico, vinculada Secretaria de Educao e Cultura, com a finalidade explcita de "promover a criao e manuteno de uma Universidade no Sul do Estado, nos termos da

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    legislao pertinente...", havendo, no art. 6., definido que "o oramento do Estado consignar, anualmente, sob a forma de dotao global, recursos para atender s despesas da Fundao, com vistas ao cumprimento dos seus objetivos". Todavia, ao ser publicada a Lei 4.816/88, o oramento do Estado j estava aprovado. Por isso, ainda em 1989, o Estado transferiu recursos para a FESPI por meio de sucessivos convnios.

    A partir de 1 janeiro de 1990, a FUNCRUZ tornou-se uma unidade oramentria do Estado, mediante aprovao do seu Oramento-Programa, ao lado das outras Universidades de Estaduais. Deste modo, a FESPI passa a ser mantida pela FUNCRUZ.

    A situao antes relatada foi modificada pela Lei n. 6.344, de 5 de dezembro de 1991, que criou a UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ UESC, uma Fundao Universitria nos termos do art. 1, in verbis:

    Fica instituda a Universidade Estadual de Santa Cruz, sob a forma de Fundao Pblica, vinculada Secretaria de Educao e Cultura, dotada de personalidade jurdica prpria e de autonomia didtico-cientfica, administrativa e de gesto financeira e patrimonial, com sede no Km 16 da Estrada Ilhus-Itabuna e jurisdio em toda regio Sul do Estado.

    Pela mesma Lei, em seus artigos 2. e 3., foram definidas as finalidades da Universidade Estadual de Santa Cruz, a sua composio e, tambm, a extino da FUNCRUZ:

    A Universidade Estadual de Santa Cruz, tem por finalidade desenvolver, de forma harmnica e planejada, a educao superior, promovendo a formao e o aperfeioamento acadmico, cientfico e tecnolgico dos recursos humanos, a pesquisa e extenso, voltadas para a questo do meio ambiente e do desenvolvimento scio-econmico e cultural, em consonncia com as necessidades e peculiaridades regionais. A Universidade Estadual de Santa Cruz fica constituda, pelos cursos de ensino superior atualmente em funcionamento, mantidos pelo Estado, atravs da Fundao Santa Cruz - FUNCRUZ, extinta na forma desta Lei.

    Em decorrncia da Lei 6.344/91 e da extino da FUNCRUZ, a UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ passou a integrar o Oramento do Estado da Bahia, no exerccio financeiro de 1992, compondo o quadro das entidades da administrao indireta da Bahia, integrando-se ao Sistema Estadual de Ensino, na condio de Fundao Pblica (art. 1 da Lei 6.344/91).

    A nova fundao universitria est alicerada financeiramente no Tesouro do Estado da Bahia. Compreendendo tal situao, o Conselho Estadual de Educao, atravs do parecer 055/93 de 4 de agosto de 1993, aprovou a transferncia da antiga mantenedora - FUSC - para a UESC, cuja deciso foi

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    corroborada pelo Conselho Federal de Educao no parecer n. 171, de 15 de maro de 1994.

    A Universidade Estadual de Santa Cruz

    UESC, criada pela Lei 6.344, de 5

    de dezembro de 1991, como Fundao Pblica, sofreu alteraes tanto na sua personalidade jurdica quanto na sua estrutura organizacional e de cargos, atravs da Lei 6.898, de 18 de agosto de 1995 de criao da Universidade. A personalidade jurdica da Universidade passou de Fundao Autarquia. A sua Administrao Superior exercida pela Reitoria e pelos Conselhos Universitrio CONSU, Superior de Ensino, Pesquisa e Extenso CONSEPE e de Administrao. Em outubro de 1999 a UESC foi credenciada como universidade pblica estadual pelo Conselho Estadual de Educao.

    1.3. Capacidade Econmica e Financeira da Entidade Mantenedora

    1.3.1. Fontes de Recursos

    A Universidade Estadual de Santa Cruz UESC, criada pela Lei n. 6.344 de 05 de dezembro de 1991, vinculada a Secretaria da Educao, fica reorganizada sob a forma de autarquia, entidade dotada de personalidade jurdica, com autonomia didtico-cientfica, administrativa e de gesto patrimonial, segundo a Lei n. 6.988 de 18 de agosto de 1995. Na condio de Autarquia de natureza estadual, a UESC tem a sua manuteno assegurada integralmente pelo Estado, conforme determina a constituio Estadual nos artigos a seguir:

    "Art. 262 - o ensino superior, responsabilidade do Estado, ser ministrado pelas Instituies Estaduais do Ensino Superior, mantidas integralmente pelo Estado(...)". Art. 265- 3 - As instituies estaduais de pesquisas, universidades, institutos e fundaes tero a sua manuteno garantida pelo Estado, bem como a sua

    autonomia cientfica e financeira (...)". O Artigo 7 da Lei n.O

    6.344 afirma que as receitas que asseguram a manuteno da UESC advm de dotaes consignadas no oramento fiscal do Estado e de outras fontes, conforme a seguir: " Art. 7 - Constituem receitas da Universidade: I - dotaes consignadas no oramento do fiscal do Estado; II - rendas patrimoniais e as provenientes da prestao de servios; III - produtos de operao de crdito; IV - subvenes, auxlios e legados; V- recursos oriundos de convnios; VI- outros recursos que lhe forem atribudos". Assim sendo, a manuteno da UESC, como responsabilidade do Estado, possibilita a gratuidade dos cursos de graduao. Desse modo o planejamento econmico e financeiro do curso est integrado no conjunto geral do planejamento da UESC. As despesas de custeio e investimento esto inseridas no oramento global, bem como as receitas necessrias manuteno dos cursos.

    As Leis de Informtica e de Inovao, leis federais 11.077 e 10.973, a Lei de Incentivos Pesquisa Cientfica, e Desenvolvimento Tecnolgico, lei 11.487, e

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    a Lei Estadual de inovao, lei estadual 17.346, em conjunto viabilizaram o arcabouo jurdico sobre o qual o esforo de produo cientfica dos grupos de pesquisa e pessoal docente titulado da UESC resultou em novas e vigorosas fontes de recurso para a Universidade, representando ... % do total do oramento anual da UESC em 2008.

    1.4. Caracterizao da Infra-Estrutura Fsica a ser utilizada pelo Curso de Engenharia Qumica

    O patrimnio fsico da UESC est concentrado, na sua quase totalidade, no Campus Universitrio Soane Nazar de Andrade, localizado no Km 16 da Rodovia Ilhus /Itabuna

    Ilhus, BA. Neste Campus funcionam todas as atividades acadmicas e administrativas. Todavia, existem algumas edificaes localizadas em outros municpios: Salvador, Itabuna e Porto Seguro.

    As instalaes no campus da UESC encontram-se em expanso, com a construo j em execuo de pavilho de aulas, salas administrativas, de docentes e pesquisadores, alm de pavilho de ps-graduaes, e pavilho de ensaios e anlises clnicas.

    A concluso destas edificaes est prevista para o perodo 2010-2011. Todas elas tero colaborao na viabilizao fsica das reas necessrias ao funcionamento das novas engenharias e ps-graduaes associadas, como o Mestrado de Cincias e Modelagem dos Materiais, relativas ao funcionamento dos Cursos de Engenharia Qumica, o que prev como possibilidades expanso da atual rea fsica nos Pavilhes Jorge Amado e Pedro Calmon, liberao de espaos fsicos em outros pavilhes j construdos e a previso de funcionamento na rea do novo Pavilho, nas dependncias destinadas ao DCET, distribuindo-se este ltimo conforme descrito no Quadro 1.

    Quadro 1 Projeto de expanso da infra-estrutura fsica do Campus Universitrio

    ESPECIFICAO m2

    Construes em fase de projeto Expanso projetada incluindo DCET 9.638,48

    Pavilho A Trreo, 1 e 2

    pavimentos 4.590,00

    Pavilho B Trreo, 1 e 2

    pavimentos 3.122,48

    Rtula de ligao A-B Trreo, 1 e 2

    pavimentos 1.926,00

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    CAPTULO 2

    SOBRE A PROFISSO DO ENGENHEIRO

    2.1. O Surgimento do Engenheiro

    Uma das possveis explicaes para a origem do termo engenheiro aquela que decorre da palavra latina ingenium, derivada da raiz do verbo gignere, que significa gerar, produzir, isto , o engenheiro o encarregado da produo.

    Com o advento de novos meios tecnolgicos, a produo de bens em larga escala no podia mias ser obtida por meio de prticas primitivas. Da a necessidade do engenheiro, que lidaria no apenas com a renovao dessas prticas ao longo dos anos, mas tambm com a transformao das regras de trabalho.

    Com o tempo, o engenheiro passou a atuar proporcionando solues para diferentes problemas da vida humana em suas interaes sociais e com o meio ambiente.

    Tais solues de engenharia vo da gesto dos meios de produo, at o transporte, comunicao, alimentos, saneamento, sistemas de distribuio de gua e energia, entre outros. Sempre criando instrumentos, informaes, dispositivos e processos, que garantam ao homem melhores condies de trabalho, uma vida mais digna e condies de preservao do meio ambiente e dos recursos naturais empregados.

    2.2. A Funo do Engenheiro

    O engenheiro lida, quando desempenha suas funes, com uma realidade fsica complexa. Somam-se a isso as limitaes do conhecimento humano, que foram o engenheiro a idealizar tal realidade.

    Disso resulta um sistema profissional terico-prtico, que define o papel do engenheiro. De acordo com Fusco, texto no publicado, neste sistema, o engenheiro lida com modelos simplificados, abstrados do comportamento natural dos sistemas materiais. A partir desses modelos simplificados, percebe-se que o comportamento real dos sistemas materiais sempre de natureza aleatria e dessa forma sempre estar afetado por incertezas e imperfeies. Neste modelo, so desprezadas as variveis admitidas de menor importncia para a descrio do sistema material.

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    O engenheiro deve ento ser capaz de tornar decises racionais e lgicas em face de tais incertezas. Onde tal racionalidade deve ser entendida pela coerncia entre as decises tomadas e os objetivos a serem alcanados, sendo para isso necessrio resolver problemas por vezes complexos. A mxima eficincia nessas capacidades leva a excelncia no exerccio das funes do engenheiro e disso surge a sua principal vocao, isto , a de ser um tomador de decises, racionais e lgicas, e um solucionador de problemas.

    2.3. O Projeto e o Exerccio Profissional

    possvel dizer que se constitui uma arte a capacidade de entender a natureza e se colocar como um elaborador de modelos que definam seu comportamento e resolvam problemas de interao entre o homem e o ambiente que o cerca. Essa arte pode ser chamada da arte de engenhar .

    Para soluo de problemas, deve o engenheiro possuir conhecimentos bsicos de dois tipos: cientficos e tcnicos. Na prtica, a busca de solues para os problemas de engenharia feita por meio do projeto, onde se aplicam de forma mais significativa tais conhecimentos.

    Na verdade, para o desenvolvimento do projeto aplicam-se mais que conhecimentos formais. So usadas a experincia e o bom senso e, em especial, a intuio para dar espao a imaginao e a capacidade criadora na busca de solues novas. Neste sentido, o projeto a essncia da engenharia, BAZZO (2006).

    Na busca por um bom projeto o engenheiro deve realizar duas aes essncias: a anlise e a sntese. Na anlise opera-se a simplificao do sistema fsico real, que resulta no modelo simplificado; e na sntese ocorre a composio dos resultados obtidos a partir da soluo conclusiva e objetiva do problema de engenharia.

    Tal interface com a natureza leva muitas vezes a confundir a funo do engenheiro com a de um cientista.

    A Cincia, tendo como premissa o Mtodo Cientfico, tem por objetivo maior o conhecimento da natureza, sendo o trabalho do cientista baseado nesses princpios. Com isso, o cientista busca o entendimento dos fenmenos da natureza, mas no necessariamente a fabricao de produtos a partir da aplicao desses conhecimentos.

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    Portanto, o engenheiro no um cientista, embora deva ter conhecimentos cientficos. Seu papel vai de encontro a sua origem na sociedade, com interfaces na Indstria e Artes.

    Por sua vez, o trabalho no campo das Artes baseia-se na busca a produo perfeita das coisas, ou seja, a padres estticos aceitos pelo homem como adequados e que envolvem a simetria, a proporo e o ajuste das dimenses e formas aos modelos pretendidos e esperados. E que tem como base a inspirao encontrada na natureza, que confere solues singulares para funo e forma dos seres vivos.

    Por outro lado, este trabalho baseado em regras de produo. Quando envolve as Belas Artes, tais profissionais so chamados de artistas. Os profissionais das Artes Industriais, hoje em dia designadas por Tcnicas, onde atuam arteses ou artfices e tcnicos.

    Os arteses tm habilidades manuais para construir dispositivos especificados pelos cientistas, engenheiros e tcnicos. E estes trabalham com os engenheiros e cientistas para realizar tarefas especficas como desenhos, procedimentos experimentais e construo de modelos.

    Por sua vez, o engenheiro se caracteriza por seu conhecimento amplo das regras de trabalho e, principalmente, por possuir conhecimentos cientficos que lhe permitem entender a razo de tais regras.

    Isto significa que o engenheiro um profissional capaz de se encarregar da conduo dos processos produtivos, no apenas por conhecer as regras de trabalho, mas por ter conhecimentos cientficos, que lhe permitem aceitar ou provocar a mudana de tais regras, em cada aspecto dos processos de produo, sempre que necessrio.

    2.4. O Papel do Engenheiro Hoje

    O produto do trabalho do engenheiro sempre faz parte de um processo de fabricao ou de operao de sistemas materiais. Mas seu papel vai mais alm.

    No cumprimento do seu dever pleno, s atividades tpicas de um engenheiro, que compreendem o processo pelo qual se define a arte de engenhar , soma-se uma responsabilidade social e o exerccio pleno de sua cidadania.

    Este processo de transformao da engenharia, de razovel complexidade, requer nos dias de hoje engenheiros cada vez mais capazes de intervir

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    ativamente nos processos de produo em todas as suas fases. Alm disso, devem ser dotados de ampla base de conhecimentos.

    Com isso, abandona-se a viso de uma formao especializada e compartimentada do conhecimento e passa-se a uma viso generalista e, sobretudo, integrada, fazendo desse engenheiro no apenas um espectador do processo, mas um profissional apto a tomadas de deciso.

    Isso inclui uma ampla base cientfica e tecnolgica, de modo a que seja possvel adquirir ainda em mbito acadmico os fundamentos necessrios para uma avaliao criteriosa das atividades de engenharia. Desse modo, os futuros engenheiros no se tornam meros aplicadores dos conhecimentos vigentes, mas rbitros bem embasados da arte de engenhar .

    Para viabilizar a formao mais ampla do engenheiro torna-se necessrio aprender a criticar esse conhecimento. Este hbito salutar ser a base do novo engenheiro, que apesar de no ser um cientista compreende os princpios bsicos que constituem a Cincia. Desse modo, compreende a natureza e torna-se capaz de selecionar, criticar, alterar e renovar as regras, os mtodos e procedimentos de trabalho.

    As novas tecnologias que se apresentam sero, ento, ferramentas teis, pois sero tambm avaliadas em suas reais qualidades e eficincias. No obstante, no sculo que se inicia, cobra-se cada vez mais qualidade e eficincia nas atividades de engenharia. O novo engenheiro deve ter em mente no apenas os procedimentos usuais, mas a capacidade de agregar qualidade e eficincia ainda maiores aos nveis j alcanados.

    2.5. A Engenharia Qumica

    O inicio da Engenharia Qumica pode ser atribudo a George Davis, Britnico, 1880, inspetor de segurana para o Alkali Act, 1863 (a primeira legislao ambiental conhecida), que foi, tanto quanto se sabe, o primeiro a identificar a necessidade de uma nova profisso ligada com a indstria qumica, em franca expanso nos finais do sculo XIX.

    At aquela altura os tcnicos encarregados da superviso ou projeto dos processos nas indstrias qumicas eram ou:

    Engenheiros Mecnicos com conhecimentos do Processo Qumico ou Qumicos (industriais) com larga experincia industrial e conhecimentos de Processo Industrial (equipamento industrial).

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    Assim, Qumicos com instinto para a engenharia ou engenheiros com gosto pela Qumica deram origem aos Engenheiros Qumicos. George Davis, num conjunto de 12 aulas proferidas na Manchester Technical School identificou e definiu os fundamentos de um novo grupo de profissionais que designou por Engenheiros Qumicos . Na altura, esta definio de uma nova profisso e de

    um novo programa de ensino, foi mal aceita quer pela comunidade Universitria quer pela dos profissionais de engenharia. O mesmo aconteceu sua tentativa de criar, por essa altura, a Society for Chemical Engineers no Reino Unido.

    Assim, um pouco mais tarde, nos Estados Unidos da Amrica, no Massachussets Institute of Technology

    MIT , que se pode situar, verdadeiramente, o nascimento da Engenharia Qumica, com a proposta de criao, em 1888, por Lewis Norton, de uma formao estruturada em Engenharia Qumica.

    Na Europa, as primeiras formaes estruturadas em Engenharia Qumica acabam por surgir mais tarde, por volta de 1920, no "Imperial College of London" e na "University College of London", enquanto que noutros pases da Europa onde a indstria qumica desempenhou desde cedo um papel importante, como o caso da Alemanha, s por altura de 1950 que a formao em Engenharia Qumica se torna autnoma da Engenharia Mecnica. Nalguns casos foi a prpria indstria a pressionar a criao de formaes e Escola de Engenharia Qumica em Universidades de prestgio, como foi o caso da criao de um Departamento de Engenharia Qumica na Universidade de Cambridge, em 1945, patrocinado pela Shell.

    2.6. Engenharia Qumica no Brasil

    No Brasil, o primeiro curso de graduao em Engenharia Qumica foi criado em 1925 na Escola Politcnica da Universidade de So Paulo. O curso teve como precursor o curso de Engenharia Industrial, criado em 1893 a extinto em 1926, o curso de Qumica criado em 1918 a o curso de Qumica Industrial criado em 1920 e extinto em 1935.

    S em 1952 foi criado o curso de Graduao em Engenharia Qumica na escola Nacional de Qumica, da ento Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro. Como precursor tivemos o curso de Qumica Industrial, criado em 1922. Este caso peculiar e nico ocorreu porque em 1964 a Escola Nacional de Engenharia da Universidade do Brasil, no mais se interessou pelo engenheiro qumico, ficando este encargo com a Escola Nacional de Qumica. Com a criao da Universidade Federal do Rio da Janeiro este equvoco continuou, estando hoje a Escola de Qumica a formar o Engenheiro Qumico.

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    Em 1955 foi a vez da Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul criar o seu curso de Graduao em Engenharia Qumica, que teve como precursor, o curso de Qumica Industrial (criado em 1923 e extinto em 1959), pertencente ao Instituto de Qumica Industrial da Escola de Engenharia.

    Em 1976, Conselho Federal de Educao disciplinou o ensino da Engenharia no Brasil atravs da Resoluo n 48 de 27/04/76, onde ensino da engenharia ficou dividido em seis grandes reas: civil, eltrica, mecnica, metalrgica, mineral e qumica. O curso poderia formar tanto engenheiros eltricos como criar habilitaes distintas em funo das peculiaridades locais e regionais.

    Hoje a Engenharia Qumica passa novamente por transformaes, pois novos produtos de alto valor agregado e produo em pequena escala (Ex: antibiticos) esto em ascenso, requerendo o desenvolvimento de novas metodologias de separao. Alm disto, com o advento da Era da Informtica, o projeto e operao de processos passa a cada dia a ser mais informatizado, requerendo do Engenheiro Qumico slida formao nesta rea. A Modelagem e Simulao de Processos passou a se tornar muito importante, pois com o auxlio de modelos matemticos pode-se representar com fidelidade crescente os diversos fenmenos fsico-qumicos envolvidos, bem como os processos, e resolvendo estes modelos pode-se simular no computador o comportamento de uma indstria ou parte dela. Os benefcios de tal tcnica so enormes, sendo o principal mtodo de otimizao e compreenso dos mecanismos envolvidos. A simulao possui tambm a vantagem de se minimizar gastos com matria prima no teste de novas tecnologias, modos de operao, treinamento de pessoal, etc. Novas reas recentes na Engenharia Qumica incluem: desenvolvimento de novos materiais, utilizao da biotecnologia na obteno de produtos pelo uso de microrganismos ou enzimas, desenvolvimento de tecnologias limpas (no poluentes), meio ambiente, controle automtico de processos, dentre outras.

    2.7 Engenharia Qumica na Regio

    A Universidade Estadual de Santa Cruz

    UESC, dentro do comprimento de sua misso de gerar e difundir conhecimentos, busca desenvolver atividades voltadas para as questes regionais de sua rea de insero. Desta forma, visando a melhoria da qualidade da regio de sua abrangncia, uma das vertentes da UESC a atuar no setor industrial; onde o engenheiro qumico o profissional capacitado. Outra vertente a agroindstria, um programa interdisciplinar que envolve as reas da agronomia, biologia e veterinria. Este programa visa desenvolver atividades de transformao e conservao de produtos de origem animal e vegetal. Esses campos so tambm correlatos ao profissional da engenharia Qumica.

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    A necessidade de atuao do engenheiro qumico pode ser avaliada com base nos dados do IBGE (Relatrio do desenvolvimento sustentado, 2002). Os indicadores referentes ao estado da Bahia so insatisfatrios em relao aos parmetros destinao final do lixo, tratamento de esgoto, uso de fertilizantes, uso de agrotxico. Portanto, a acessria de um profissional de qumico contribuiria para evitar danos ao meio ambiente evitando, por exemplo, que os resduos dos agrotxicos atinjam os rios e outros mananciais.

    A vertente Industrial reforada por parte dos nossos governantes que defendem a idia de interiorizar as atividades industriais (novas indstrias), de modo a gerar empregos nos municpios mais carentes, promovendo assim uma melhor distribuio de empregos e evitando a migrao de mo de obra para os grandes centros.

    No Nordeste, a Bahia tem a Indstria de Transformao contribuindo com mais de 40% do valor adicionado gerado por essa atividade.

    A Indstria baiana de transformao cresceu 26,7% na dcada passada, superando a mdia nacional, como reflexo da alocao de novos investimentos em suas principais plantas. Este segmento o mais dinmico e o de maior peso na estrutura econmica do Estado (SEI/IBGE, 2002).

    A atividade industrial na Bahia concentrada em poucos gneros, destacando-se o qumico, o metalrgico, o de produtos alimentares e o de papel e papelo que juntos, representam mais de 80% do Produto Interno Bruto do Estado (SEI/IBGE, 2002), quadro 2.

    Quadro 2

    Participao de alguns Gneros da atividade industrial baiana no Produto Interno Bruto do estado

    Apesar do principal plo industrial da Bahia se concentrar em Salvador (Camaari), a rea metropolitana Ilhus-Itabuna rene o 2o maior parque industrial do estado da Bahia concentrado no bi-polo, fato este que abre perspectivas tanto para crescimento industrial como para a rea de agronegcios.

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    Considerando o amplo campo de atuao do engenheiro qumico e a rea de abrangncia da UESC, os setores que mais se destacam so a indstria de transformao de alimentos e a indstria qumica, quadro 3.

    Quadro 3- Distribuio das industrias qumicas e de produtos alimentares em alguns

    municpios do sul e sudeste da Bahia.

    Por produtos qumicos, entende-se as indstrias qumicas, que so responsveis pela fabricao de fertilizantes, inseticidas, fungicidas, herbicidas, solventes, leo mineral, graxas, cosmticos, materiais de limpeza, etc.

    Outro fator que deve contribuir para o aumento dos dados apresentados no quadro 3, que a diversificao da fruticultura em nossa regio e a produo de mais matria prima, dever propiciar um crescimento na indstria de transformao de alimentos.

    Recentemente pesquisa divulgada em 2007 pela FIRJAN mostra que das dez profisses no mbito da indstria que apresentaram maiores perspectivas profissionais de crescimento, trs so diretamente ligados a qumica (Produo, conservao e qualidade de alimentos; Produo de indstrias qumicas, petroqumica, refino de petrleo, gs e afins e Fabricao de plsticos e borracha) e trs so reas correlatas a qumica (Engenharia de petrleo; Engenharia Ambienta l e Farmcia). Foi tambm dado destaque a necessidade de profissionais qualificados, com curso de graduao concludo, para atender a demanda das indstrias (FIRJAN, 2007). Estes dados apontam que existe mercado local para o engenheiro qumico que poder ser formado pela UESC.

    A sofisticao crescente dos produtos qumicos, materiais diversos e equipamentos para a indstria e a pesquisa gera uma necessidade de atuao de engenheiros qumicos e requer profissionais adequadamente qualificados para orientar e solucionar problemas.

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    O Engenheiro Qumico pode ainda desenvolver pesquisa tecnolgica, visando o desenvolvimento de Know-how para o setor produtivo. Destaca-se aqui o desenvolvimento de novos materiais e processos industriais, visando aumentar a eficincia e reduzir os custos de fabricao de produtos. Esta rea apresenta importncia estratgica, pois, dela depende a competitividade da indstria qumica, com desdobramento em diversos outros setores industriais.

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    CAPTULO 3

    SOBRE O CURSO DE

    ENGENHARIA QUMICA

    3.1. Histrico do Curso

    O processo de criao do curso de Engenharia Qumica na UESC teve incio formalmente em 6 de outubro de 2009, quando o DCET nomeou uma Comisso para Estudo e Proposio de Novas Engenharias na UESC, que deveria apresentar em 60 dias um primeiro relatrio. A Comisso foi integrada pelos professores: Zolacir Trindade de Oliveira Junior (Presidente), lvaro Furtado Leite, Evandro Sena Freire, Flvio Pietrobon Costa, Franco Dani Rico Amado, Gesil Sampaio Amarante Segundo, Joo Pedro de Castro Nunes Pereira, Maria Lcia Silvia Queiroz, Ricardo de Carvalho Alvim e Wisley Sales.

    Com a reviso do PDI para o perodo de 2009 a 2013, foi planejado o lanamento de pelo menos mais uma engenharia na UESC. Neste caso, a Engenharia da Computao ou Engenharia Civil.

    Tal propsito foi reforado quando no incio de 2009 a UESC recebeu consulta da Secretaria de Planejamento do Estado da Bahia para apresentar um oramento que avaliasse o custo de implantao de 3 novas engenharias na instituio, havendo sido sugeridas nesta consulta: Engenharia Mecnica, Engenharia Eltrica e Engenharia Metalrgica.

    Entre as tarefas da Comisso estava a avaliao de quais engenharias deveriam ser propostas, levando em conta o PDI e a proposta do Estado, mas tambm outros critrios. A primeira reunio ocorreu em 29 de setembro de 2009, onde ficaram estabelecidos alguns critrios de escolha e metodologia de trabalho. Dentre os critrios prioritrios destacaram-se: a) Compatibilidade com os projetos de desenvolvimento regional em implantao e necessidades j verificadas do mercado local, estadual e nacional; b) viabilidade, frente ao levantamento de elementos de infra-estrutura instalada, recursos humanos e competncias consolidadas na UESC; c) Custo financeiro.

    Na reunio de 19 de novembro, aps anlise dos critrios pr-estabelecidos, foi deliberado que as engenharias consideradas do ncleo duro , em geral precursoras e bsicas na criao de Engenharia por outros centros universitrios de excelncia no pas, deveriam ser priorizadas na proposta da UESC, quais sejam: Engenharia Eltrica, Engenharia Civil, Engenharia Qumica e Engenharia Mecnica. E que na proposta deveria tambm ser

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    cogitado o lanamento da Engenharia de Materiais e da Engenharia de Computao, ambas decorrentes dos elementos de sinergia com outros cursos de graduao e da Ps-Graduao em Cincias, Inovao e Materiais da UESC, aprovado em 2009.

    Na reunio seguinte, do dia 26 de novembro, foi definido o ncleo comum de disciplinas para serem apresentadas nos cursos at o quarto perodo. E o estabelecimento de Sub-Comisses para avaliar as necessidades especficas de cada curso na parte profissionalizante.

    A partir disso, cada Comisso ficaria responsvel pela elaborao do Projeto Pedaggico de cada curso. No caso do Curso de Engenharia Qumica ficou responsvel o professor Franco Dani Rico Amado, tendo tambm a colaborao da Professora Tnia Maria de Brito e Silva.

    3.2. A rea de Influncia do Curso

    Dentro da rea de abrangncia da UESC, a micro-regio de Ilhus-Itabuna so de maior influncia para os cursos de engenharia, Tabela 1, envolvendo 19 municpios e uma populao de aproximadamente 802 mil habitantes. Desse total, estima-se que aproximadamente 200 mil tem idade entre 15 e 23 anos.

    Tabela 1

    Municpios da rea de influncia do curso de Engenharia Qumica e sua populao. Fonte: IBGE 2009

    MUNICPIO POPULAO (em n de habitantes)

    Aiquara 5.361 Almadina 6.621 Arataca 10.953 Aurelino Leal 14.280 Buerarema 20.830 Camac 31.113 Canavieiras 37.041 Coaraci 22.274 Floresta Azul 10.364 Ibicara 24.569 Ilhus 219.266 Ipia 43.723 Itacar 27.170 Itajupe 20.490 Itabuna 213.656 Ubaitaba 20.333 Ubat 26.355

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    Una 24.650 Uruuca 23.237 Total da Regio 802.286

    O processo de urbanizao dessa micro-regio de Ilhus-Itabuna marcado, por um lado, pela concentrao de parcela expressiva da populao urbana nos municpios de Itabuna e Ilhus (53%) e, por outro, pela disperso em dezenas de centros urbanos de pequeno porte, que esto no entorno dessas duas cidades.

    Geograficamente, a regio est compreendida pela faixa de terra entre a foz do rio Jequiri e a foz do rio Jequitinhonha; rea que se desenvolveu a partir da monocultura do cacau, produto tambm responsvel pela conservao (preservao) da Mata Atlntica, abrigando, em seu entorno, fauna e flora prprias do trpico mido.

    Em 1989, a lavoura do cacau foi infestada pela doena fngica denominada vassoura-de-bruxa, mas no momento atravessa um perodo de franca recuperao da sua produtividade, principalmente, pela aplicao dos resultados de pesquisas no controle integrado dessa praga, realizadas pela Comisso Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira - CEPLAC, rgo do Ministrio da Agricultura. A atuao da CEPLAC concentrando-se no desenvolvimento de clones resistentes vassoura de bruxa.

    3.3. Justificativas

    Alm das discusses acerca do futuro ambiente profissional na Engenharia Qumica, este projeto vai ao encontro da formao de engenheiros em nmero suficiente para atender as crescentes demandas e necessidades verificadas junto aos projetos de desenvolvimento propostos para a regio e para o pas nos prximos anos.

    A economia regional, outrora baseada exclusivamente na lavoura cacaueira, est, nos dias de hoje, ameaada seriamente pela crise de produo e mercado desta monocultura, pela tendncia de novas destinaes econmicas das terras da Regio da Costa do Cacau e pelas alteraes climticas globais, constituindo-se num grande desafio a ser superado.

    Os municpios da Regio Cacaueira, em especial Ilhus e Itabuna, crescem impulsionados por diferentes vetores econmicos, que incluem o turismo, o comrcio, a indstria e at mesmo pelo fortalecimento dos centros de ensino superior.

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    Respeitando-se o forte apelo pelo desenvolvimento sustentvel, em uma regio com vocao ao agronegcio e ao turismo incontestveis, as temticas que ora se apresentam com maior relevo so motivadas pelas questes ambientais, energia e infra-estrutura, pensadas com vistas no crescimento organizado da regio.

    Alm de novos projetos de engenharia, em fase de implantao, como o caso do Gasoduto GASENE, somam-se outros ligados ao PAC

    Plano de Acelerao do Crescimento do Governo Federal, como o projeto intermodal Porto Sul, cuja obra se inicia em 2010.

    Sem dvida, a implantao do Plo Intermodal, denominado Porto Sul, um marco regional e justificaria por si a oferta de novos cursos de engenharia na regio. O complexo integrado de porto martimo, aeroporto internacional alfandegado, ferrovia trans-continental, e parque industrial e manufatureiro, alm dos indcios e lavras com confirmao de jazidas de hidrocarbonetos, na zona costeira e ocenica, juntamente com a perspectiva de produo de petrleo na zona do pr-sal, introduzem novos problemas na rea de influncia da UESC; problemas que demandaro profissionais de alto-nvel em diversas reas das engenharia, a par da soluo de problemas tecnolgicos, de produo econmica, ambientais e relativos ocupao do espao. As engenharias inserem-se assim no contexto das cincias que integram conhecimentos para propor solues a estas transformaes, no sentido do desenvolvimento social e crescimento econmico sustentvel.

    A par das projees de demanda regional e estadual, originadas das implantaes do Complexo Intermodal Porto-Sul

    Aeroporto

    Ferrovia Leste-Oeste, bem como da indstria de petrleo e diante tambm de outros projetos estratgicos de desenvolvimento, h uma expanso em vista da rea de influncia da Instituio, com demandas certa por novos cursos, especialmente a Engenharia Qumica.

    Alm disso, a economia regional envolve, pelo menos, seis setores que se beneficiariam desse macro-projeto: a lavoura cacaueira e a agroindstria de frutas, o Plo de Informtica de Ilhus, a indstria de calados de Itabuna.

    Todos esses desafios so temas usuais na formao de um Engenheiro Qumica, justificando com grande fora a implantao desse curso na UESC. O surgimento de novas engenharias na UESC configura-se numa opo que responde no apenas a tais demandas, como uma oferta pblica de qualidade para o ensino superior nas reas de engenharia, com poucas opes no Estado da Bahia.

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    Na UESC, novas engenharias permitiriam no apenas aumentar a oferta de mo-de-obra qualificada, mas desenvolver pesquisa em temas estratgicos para o desenvolvimento do Estado. Nesse sentido, verificam-se elementos de sinergia com a Engenharia de Produo, primeiro curso de engenharia implantado na UESC, em 2005. E tambm com as demais engenharias que fazem parte dessa proposta. Essa sinergia se faz presente nas pesquisas em curso na Instituio, justificadas pela implantao dos laboratrios didticos e de pesquisa, que ajudariam a aumentar, de partida, as projees e captaes de recursos para viabilizar a infra-estrutura necessria e o fortalecimento do quadro docente institucional vinculados aos novos cursos.

    Esses fatores de crescimento estratgico regionais, todavia, no foram os nicos a serem considerados para o planejamento pedaggico deste Curso. Este projeto pretende ser uma proposta diferenciada de formao, dentro das referncias estaduais e nacionais nos cursos superiores em Engenharia Qumica, com elementos inovadores que atraiam candidatos e facilitem a consolidao deste e das demais engenharias na UESC.

    As opes de formao superior na rea de Engenharia Qumica no Estado da Bahia so poucas. Das universidade estaduais baianas, nenhuma apresenta o curso de Engenharia Qumica, sendo somente a UFBA

    Universidade Federal da Bahia como nica opo na rea.

    No mbito nacional, o mercado da construo cresce da ordem de 5% ao ano, tendo as empresas movimentado cerca de R$ 130 bi/ano (PAIC, 2009). A falta de engenheiros um grave entrave ao desenvolvimento.

    A Federao Nacional de Engenheiros (FNE) aponta tais demandas. No Brasil, apenas 13% dos 589 cursos autorizados pelo Ministrio da Educao entre julho de 2008 e agosto de 2009 so da rea de Engenharia. Nos cursos de Engenharia do Pas, 120 mil vagas so oferecidas anualmente. Isso implica que apenas 4% de todos os formados so engenheiros. O que muito pouco quando comparado com outros pases em desenvolvimento. Na Coreia do Sul, 26% de todos os formandos so engenheiros. No Japo, 19,7%. Mesmo o Mxico, pas em desenvolvimento com indicadores semelhantes aos brasileiros, hoje tem 14,3% de seus formandos nessa rea. Na China, eles alcanam 40%.

    Portanto, a implantao do curso de Engenharia Qumica na UESC seria no apenas uma demanda regional, mas de todo o estado e tambm do pas. Sua viabilizao, e demais engenharias, ajudaria a expandir as fronteiras de influncia da Instituio e levaria ao desenvolvimento de setores que afetam diretamente a qualidade de vida da populao em seu entorno.

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    3.4. Concepo do Curso

    O Projeto Acadmico do Curso de Engenharia Qumica da UESC resultado de uma extensa articulao e acmulo de experincias profissionais dos professores da prpria instituio na busca de uma proposta nova para a formao do Engenheiro Qumico.

    Pretende uma formao voltada para o desenvolvimento da capacidade criativa e do esprito crtico, mas, sobretudo, com uma viso mais completa das novas ferramentas que se acercam do exerccio na Engenharia Qumico no mundo.

    Foram consultados documentos do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CONFEA) e do Ministrio da Educao (MEC) reunidos para dar suporte aos preceitos metodolgicos, arcabouo legal e habilitaes do profissional pretendido.

    Mas busca, mais do que isso, uma proposta inovadora, que preencha lacunas verificadas nas escolas de Engenharia Qumica, em especial na rea de engenharia de petrleo, gs e bicombustveis.

    Essa diferenciao na proposta, criaria a figura de um Engenheiro de Petrleo e Gs na essncia, o que antes se via apenas na formao complementar na graduao e ao nvel da Ps-Graduao, de tal forma que permitisse atrair para longe dos grandes centros urbanos, a expectativa de uma formao diferenciada e com elementos novos na proposta metodolgica.

    3.5. Pressupostos Terico-Metodolgicos do Curso

    O curso de Engenharia Qumica da UESC apresenta-se de forma multidisciplinar, engloba contedos das reas de Cincias Exatas, Humanas e Tecnolgicas.

    Na parte bsica, as aulas de Fsica, Qumica, Clculo, Geometria, entre outras, alternam-se com as de formao mais ampla e de contedo mais abrangente, com interface clara com outras reas do conhecimento humano, o que propicia uma viso mais generalista.

    medida que o curso evolui, os contedos se intensificam e se estendem aos estudos sobre tcnicas profissionais especficas.

    No projeto deste Curso, so estabelecidas as condies para que o futuro Engenheiro Qumico possa compreender as questes cientficas, tcnicas, sociais, ambientais e econmicas, observados os nveis graduais do processo

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    de tomada de deciso, apresentando flexibilidade intelectual e adaptabilidade contextualizada no trato de diferentes situaes no campo de atuao profissional.

    A principal estratgia metodologia para isso se d na forma de disciplinas de Projeto Integrado, que tratam de temas essenciais para a composio do profissional pretendido.

    Outro componente metodolgico, refere-se participao do aluno nas atividades complementares, caracterizadas como participao em cursos, palestras, congressos, seminrios, mesas de discusso entre outras, includas no currculo, reconhecendo prticas cientficas e de extenso como fundamentais sua formao.

    Nas atividades extra-classes, objetiva-se permitir ao aluno a complementao e atualizao do contedo ministrado nas disciplinas do curso. Tais iniciativas ficam a cargo do Colegiado do Curso.

    O estgio supervisionado tem por objetivo permitir ao aluno, atravs da vivncia em empresas ou da participao em pesquisas acadmicas e cientficas, consolidar e aplicar os conhecimentos adquiridos ao longo do curso.

    Por fim, o aluno tem a oportunidade de consolidar os conhecimentos vividos dentro e fora da sala de aula no Trabalho de Concluso de Curso.

    3.6. Objetivos do Curso

    3.6.1. Geral

    O objetivo do curso de Curso de Engenharia Qumica da UESC capacitar profissionais para conceber, projetar, construir e operar instalaes de indstrias qumicas, tais como as de petrleo, papel e celulose, alimentos, entre outras. Alm disso, o curso de Engenharia Qumica forma profissionais habilitados rea de gerncia, voltados para o crescimento e fortalecimento do pais, sobretudo, da regio Sul da Bahia.

    3.6.2. Especficos

    Desenvolver novas prticas no ensino de Engenharia Qumica;

    Promover o esprito crtico entre discentes e docentes, potencializando a criatividade e a curiosidade do aluno;

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    Capacitar o aluno nas diferentes reas da Engenharia Qumica, de

    acordo com as aptides, o interesse e o ritmo prprios de cada indivduo;

    Formar profissionais capazes de resolver problemas, definindo

    objetivos e metas, bem como adotando metodologias adequadas;

    Intensificar a formao humanstica do futuro engenheiro, com vistas

    na responsabilidade scio-ambiental;

    Apresentar oportunidades aos alunos que revelem vocaes para a carreira docente e para a pesquisa;

    Oferecer ao egresso a possibilidade de desenvolver uma formao continuada.

    3.7. Caracterizao do Curso

    O curso de Engenharia Qumica da UESC dividido dois ncleos: Ncleo Bsico e Ncleo Profissionalizante e Especfico. Deste ltimo faz parte o grupo das disciplinas Especficas Optativas. Tambm est listado a qual rea a disciplina ir pertencer.

    3.7.1. Ncleo de Contedos Bsicos

    O ncleo de contedos bsicos do Curso de Engenharia Qumica da UESC, Quadro 4, est caracterizado em um conjunto de disciplinas tericas e prticas, de maneira a dar ao futuro Engenheiro Qumico, alm de uma formao bsica em cincias da engenharia, uma formao geral em cincias humanas e sociais aplicadas.

    Quadro 4 Ncleo de contedos bsicos

    Matrias Disciplinas rea de conhecimento

    Departamento

    1. Cincias do Ambiente

    1.1. Gesto Ambiental Eng. Qumica DCET

    2. Computao 2.1.

    Programao I 2.2.

    Programao II Computao DCET

    3. Economia 3.1. Economia Aplicada Engenharia

    Economia DCEC

    4. Eletricidade Aplicada

    4.1. Eletrotcnica Geral Eng. Eltrica DCET

    5. Engenharia Geral

    5.1.

    Introduo Engenharia Qumica

    Eng. Qumica DCET

    6. - Comunicao e Expresso

    6.1. - Introduo Engenharia Qumica e Metodologia Cientfica

    Eng. Qumica DCET

    7. Metodologia Cientfica

    7.1 - Introduo Engenharia Qumica e Metodologia Cientfica

    Eng. Qumica DCET

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    8. Expresso Grfica 8.1. Desenho Tcnico I

    Eng. Civil DCET

    9. Fsica

    9.1. Fsica I 9.2. Fsica II 9.3. Fsica III 9.4. Fsica IV 9.5. Fsica Experimental I 9.6.

    Fsica Experimental II

    9.7. Equaes Diferenciais Aplicadas I

    Fsica DCET

    10. Qumica

    10.1. Qumica Geral I 10.2. Qumica Geral II 10.3 Fsico Qumica I 10.4 Fsico Qumica II 10.5 Qumica Inorgnica 10.6 Qumica Orgnica I 10.7 Qumica Orgnica II 10.8 Qumica Analtica

    Qualitativa 10.9 Qumica Analtica

    Quantitativa

    Qumica DCET

    11. Matemtica

    11.1. lgebra Linear I 11.2. Clculo Diferencial e Integral I 11.3. Clculo Diferencial e

    Integral II 11.4. Clculo Diferencial e

    Integral III 11.5. Clculo Numrico 11.6. Geometria Analtica

    Matemtica DCET

    12. Estatstica 12.1 - Probabilidade e Estatstica Estatstica DCET 13.

    Cincia dos Materiais

    13.1. Cincia dos Materiais Eng. Qumica DCET

    14. Mecnica dos Slidos

    14.1.

    Resistncia dos Materiais Eng. Qumica DCET

    15.

    Humanidades, Cincias Sociais e Cidadania

    15.1. Responsabilidade Social e tica

    15.2 Filosofia da Cincia e Tecnologia

    15.3 Psicologia das Organizaes

    15.4 Sociologia do desenvolvimento

    15.5 Antropologia dos Grupos Afrobrasileiros

    Filosofia DFCH

    16 - Administrao 16.1 Administrao Geral Administrao DCAC

    17 Comunicao e Expresso

    17.1 Introduo Engenharia Qumica

    17.2 - Trabalho de Concluso de Curso I

    Eng. Qumica DCET

    18 Metodologia Cientfica

    18.1 Introduo Engenharia Qumica

    18.2 - Trabalho de Concluso de Curso I

    Eng. Qumica DCET

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    3.7.2. Ncleo de Contedos Profissionalizantes e Especficos

    O ncleo de contedos profissionalizantes do Curso de Engenharia Qumica da UESC est estruturado, em primeiro lugar, em uma formao profissional geral em Gesto Tecnolgica de Projetos envolvendo industria qumica. E, em segundo lugar, em uma formao profissional especfica, com interfaces para outras reas da Engenharia Qumica, de maneira a tornar o futuro engenheiro apto a planejar, conceber, projetar e gerenciar plantas qumicas das mais diversas reas.

    Neste sentido, o elenco de matrias e disciplinas profissionalizante e especficas obrigatrias, a seguir relacionadas no Quadro 5, procura atender s exigncias fixadas nas diretrizes curriculares dos Cursos de Engenharia, do Conselho Nacional de Educao, conforme cpia do anexo I.

    Quadro 5 Ncleo de contedos profissionalizantes e especficos obrigatrios

    Matrias Disciplinas rea de Conhecimento Departamento

    1. gua e Meio Ambiente

    1.1 Tratamento de guas industriais e de consumo

    1.2

    Tratamento de efluentes I 1.3

    Tratamento de efluentes II

    Eng. Qumica DCET

    2. Fenmenos de Transporte

    2.1 - Fenmenos de Transporte I 2.2 - Fenmenos de Transporte II 2.3 - Fenmenos de Transporte III

    Eng. Qumica DCET

    3. - Termodinmica da Eng. Qumica

    3.1 Termodinmica Qumica I 3.2 Termodinmica Qumica II 3.3 Aplicaes Industriais de

    Calor

    Eng. Qumica DCET

    4. Engenharia Bioqumica

    4.1

    Engenharia Bioqumica 4.2 Engenharia Bioprocessos

    Eng. Qumica DCET

    5.

    Tecnologia dos Materiais

    5.1

    Seleo e Caracterizao dos Materiais

    5.2 Eletroqumica

    Eng. Qumica DCET

    6.

    Simulao, otimizao e instrumentao de processos

    6.1

    Instrumentao e Controle da Qualidade

    6.2

    Introduo a Controle de Processos

    6.3 - Controle de Processos Aplicado

    6.4 - Processos Qumicos de Fabricao

    6.5 - Modelagem, Simulao e Otimizao de Processos Qumicos

    Eng. Qumica DCET

    7.

    Cintica Qumica e Catlise e Engenharia de Reatores

    7.1 Cintica Qumica 7.2 Calculo de Reatores

    Eng. Qumica DCET

    8.

    Petrleo e Gs

    8.1

    Petrleo, Gs e Biocombustveis

    8.2 Petroqumica e Qumica de Fontes Renovveis de Energia

    Eng. Qumica DCET

    9.

    Operaes 9.1

    Operaes Unitrias I Eng. Qumica DCET

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    Unitrias 9.2 Operaes Unitrias II

    10. - Planejamento e Projetos da Indstria

    10.1

    Sistemas de Gesto da

    Produo na Ind. Qumica 10.2 - Planejamento e Projeto

    Integrado na Ind. Qumica 10.3 - Engenharia Auxiliada por

    Computador (CAE)

    Eng. Qumica DCET

    11. - Higiene e Engenharia de Segurana

    11.1 Ergonomia, Higiene e Engenharia de Segurana

    Eng. Produo DCET

    3.7.3. Ncleo Optativas

    Alm das disciplinas profissionalizante e especficas obrigatrias, sero ofertadas as disciplinas de carter optativo, relacionadas no Quadro 6.

    Quadro 6 Ncleo de contedos profissionalizantes e especficos optativos

    Matrias Disciplinas rea de Conhecimento Departamento

    1. gua, Meio Ambiente e Energia

    1.1.

    Engenharia de Saneamento Ambiental

    1.2.

    Tecnologias Limpas na Indstria

    1.3.

    Energias Alternativas

    Eng. Qumica DCET

    2.

    Materiais 2.1.

    Materiais Polimricos 2.2.

    Materiais Metlicos 2.3.

    Materiais Cermicos

    Eng. Qumica DCET

    3. Alimentos

    3.1.

    Processamento de Alimentos e Fermentaes Industriais

    3.2. Tecnologia de Alimentos I 3.3. Tecnologia de Alimentos

    II

    Eng. Qumica DCET

    4. Simulao e Otimizao de processos

    4.1

    Modelagem Matemtica e Simulao de Processos Qumicos

    4.2

    Controle Digital de Processos

    4.3 - Tpicos Especiais em Engenharia Qumica

    Eng. Qumica DCET

    5. Planejamento e Gesto da Produo

    5.1. Conhecimento e Valorao da Inovao

    5.2. Empreendedorismo e Novas Tecnologias

    5.3. Gesto do Conhecimento e da Inovao

    5.4. Gesto da Qualidade 5.5. Psicologia Institucional e

    Organizacional

    Eng. de Produo

    DCET

    6. Libras 6.1 Libras Letras DLA

    Alm disso, a disciplina LIBRAS tambm constituir o corpo de optativas, atendendo a Resoluo CONSEPE 32/2009, que resolve: Incluir nos Cursos de Graduao, Bacharelado, mantidos pela Universidade Estadual de Santa Cruz, a disciplina optativa LINGUAGEM BRASILEIRA DE SINAIS - Libras, com 60 (sessenta) horas aulas e 3 (trs) crditos, sendo 2 (dois) tericos e 1 (um) prtico. Essa resoluo est de acordo coma Lei 10436/02.

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    3.8. Perfil do Profissional Formado

    O perfil do candidato ao curso envolve os requisitos das engenharias, como capacidade de lidar com os conceitos tericos, raciocnio abstrato e analtico, disciplina e dedicao aos estudos e atividades de laboratrio. Tambm so qualidades recomendadas: adaptao a mudanas, capacidade de trabalhar em equipes multidisciplinares e de conduzir empreendimentos. Portanto, o conceito de cidadania deve fazer parte da personalidade do profissional. Esse deve ter preocupao com o meio ambiente e habilidade para solucionar problemas atuais e futuros de interesse da sociedade. importante que o aluno tenha conhecimento em idiomas, pois assim se manter atualizado e apto a exercer sua profisso no mercado de trabalho.

    3.9. Competncias e Habilidades

    O Engenheiro Qumico egresso da UESC dever atender ao que prescrevem as diretrizes curriculares do Ministrio da Educao, no que se refere a competncias e habilidades para:

    direo, superviso, programao, coordenao, orientao e responsabilidade tcnica no mbito das respectivas atribuies;

    assistncia, consultoria, formulaes, elaborao de oramentos, divulgao e comercializao relacionadas com a atividade de qumico;

    ensaios e pesquisas em geral, pesquisas e desenvolvimento de mtodos e produtos;

    anlise qumica e fsico-qumica, qumico-biolgica, fitoqumica, bromatolgica, qumico-toxicolgica, sanitria e legal, padronizao e controle de qualidade;

    produo e tratamento prvio e complementar de produtos e resduos qumicos;

    vistoria, percia, avaliao, arbitramento e servios tcnicos, elaborao de pareceres, laudos e atestados, no mbito das respectivas atribuies;

    operao e manuteno de equipamentos e instalaes relativas profisso de qumico e execuo de trabalhos tcnicos de qumica;

    estudos de viabilidade tcnica e tcnico-econmica relacionados com a atividade de qumico;

    conduo e controle de operaes e processos industriais, de trabalhos tcnicos, montagens, reparos e manuteno;

    pesquisa e desenvolvimento de operaes e processos industriais;

    estudo, elaborao e execuo de projetos da rea;

    estudo, planejamento, projeto e especificaes de equipamentos e instalaes industriais relacionados com a atividade de qumico;

    execuo, fiscalizao, montagem, instalao e inspeo de equipamentos e instalaes industriais relacionados com a Qumica;

    desempenho de cargos e funes tcnicas no mbito das respectivas atribuies;

    magistrio, respeitada a legislao especfica.

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    3.10. Perfil do Professor do Curso

    O corpo docente do Curso de Engenharia Qumica da UESC dever ser formado por professores qualificados em nvel de ps-graduao (mestrado e doutorado), que desenvolvero suas atividades de ensino, pesquisa e extenso no Campus Ilhus

    BA. Oriundos de formaes diversificadas dentro da rea

    de engenharia, a saber, qumica, alimentos, produo, civil, mecnica, eltrica e eletrnica, das cincias exatas e reas afins, administrao, economia e humanidades, permeando o curso com um conjunto integrado de conhecimento. Alm desses professores, profissionais do setor pblico e privado, de reconhecida competncia nos seus ramos de atividades, podero ser convidados a colaborar, em tempo parcial, para ministrar seminrios ou palestras em disciplinas de forte integrao com o setor produtivo, repassando suas experincias aos futuros profissionais.

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    CAPTULO 4

    SOBRE O CURRCULO DO

    CURSO DE ENGENHARIA QUMICA

    4.1. Arcabouo Legal

    A definio legal das atividades de Engenharia, principia com o Decreto N 6.277, de agosto de 1876, onde se apresentavam as atividades de resistncia dos materiais, estabilidade das construes, hidrulica e mquinas dentro da modalidade de engenharia industrial.

    Da forma como se encontra atualmente, a regulamentao da profisso de Engenheiro, juntamente com as profisses de Arquiteto e de Engenheiro Agrnomo, se deu a partir da Lei N 5.194, de 24 de dezembro de 1966.

    As atividades do Engenheiro Qumico, bem como dos demais profissionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia so discriminadas na Resoluo N 218, de 29 de junho de 1973, do Conselho Federal da Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CONFEA).

    4.1.1. Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduao em Engenharia

    A Lei 9.394 de 20 de dezembro de 1996 estabeleceu as Diretrizes e Bases da Educao Nacional , e determinou um prazo para a elaborao das Diretrizes Curriculares para todos os cursos de graduao. O CNE atravs do Parecer 776/97 e o MEC atravs do Edital 04/97 organizaram a discusso das diretrizes, que envolveram a participao de uma grande quantidade de instituies de ensino, instituies profissionais, e outras instituies interessadas no ensino de graduao. Finalmente em 25/2/2002 foi publicado no Dirio Oficial o Parecer CNE/CES 1.362/2001 estabelecendo as Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Engenharia , e em 9/4/2002 foi publicado no Dirio Oficial a Resoluo CNE/CES 11/2002 estabelecendo as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduao em Engenharia .

    As Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Engenharia estabelecidas pelo Parecer CNE/CES 1.362/2001, publicado no Dirio Oficial de 25/2/2002, definem como perfil dos egressos dos cursos de engenharia: compreender uma slida formao tcnico-cientfica e profissional geral que o capacite a absorver e desenvolver novas tecnologias, estimulando a sua atuao crtica e criativa na identificao e resoluo de problemas, considerando os seus

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    aspectos polticos, econmicos, sociais, ambientais e culturais, com viso tica e humanstica, em atendimento s demandas da sociedade .

    E definem um conjunto de competncias e habilidades que so premissas elementares na construo do perfil do egresso. Dessa forma, na estrutura do curso, exige-se que cada instituio defina seu projeto pedaggico, deixando claro como garantir o perfil desejado dos egressos.

    Aponta para uma reduo do tempo em sala de aula, para trabalhos de sntese e integrao do conhecimento e para trabalhos complementares extra-classes como iniciao cientfica, estgios, visitas, projetos multidisciplinares, desenvolvimento de prottipos, monitorias, etc.

    Quanto ao contedo, definem um contedo bsico com cerca de 30% da carga horria mnima, que deve versar sobre um conjunto de tpicos enumerados. Definem um ncleo de contedos profissionalizantes com cerca de 15% da carga horria mnima, que deve versar sobre um subconjunto de um conjunto de tpicos enumerados. Finalmente, definem um ncleo de contedos especficos que devem caracterizar a respectiva modalidade, de livre escolha por parte das IES.

    A Resoluo CNE/CES 11/2002, publicada no Dirio Oficial de 9/4/2002, regulamenta as diretrizes na forma de uma resoluo, com seus artigos repetindo o que est definido nas diretrizes. Seu artigo 8o, no entanto, acrescenta a exigncia de avaliao dos alunos por parte das IES baseada nas habilidades, competncias e contedos curriculares definidos pelas diretrizes, e de avaliao dos cursos por parte das IES baseada nos mesmos princpios curriculares. Introduz, portanto, uma novidade em relao avaliao dos alunos e dos cursos.

    Para concluir, podem-se destacar trechos do relatrio que acompanha as diretrizes, e que foi publicado como introduo s mesmas. O primeiro trecho define o novo engenheiro:

    O novo engenheiro deve ser capaz de propor solues que sejam no apenas

    tecnicamente corretas. Ele deve ter a ambio de considerar os problemas em sua

    totalidade, em sua insero numa cadeia de causas e efeitos de mltiplas dimenses .

    O segundo trecho se refere estrutura dos cursos de engenharia:

    As tendncias atuais vm indicando na direo de cursos de graduao com estruturas

    flexveis, permitindo que o futuro profissional a ser formado tenha opes de reas de

    conhecimento e atuao, articulao permanente com o campo de atuao profissional,

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    base filosfica com enfoque na competncia, abordagem pedaggica centrada no aluno,

    nfase na sntese e na transdisciplinaridade, preocupao com a valorizao do ser

    humano e preservao do meio ambiente, integrao social e poltica do profissional,

    possibilidade de articulao direta com a ps-graduao e forte vinculao entre teoria e

    prtica .

    Finalmente, o terceiro trecho se refere ao Projeto Curricular como a

    formalizao do currculo de um curso por uma IES em um dado momento:

    Na nova definio de currculo, destacam-se trs elementos fundamentais para o

    entendimento da proposta aqui apresentada. Em primeiro lugar, enfatiza-se o conjunto de

    experincias de aprendizado. Entende-se, portanto, que Currculo vai muito alm das

    atividades convencionais de sala de aula e deve considerar atividades complementares,

    tais como iniciao cientfica e tecnolgica, programas acadmicos amplos, a exemplo do

    Programa de Treinamento Especial da CAPES (PET), programas de extenso

    universitria, visitas tcnicas, eventos cientficos, alm de atividades culturais, polticas e

    sociais, dentre outras, desenvolvidas pelos alunos durante o curso de graduao. Essas

    atividades complementares visam ampliar os horizontes de uma formao profissional,

    proporcionando uma formao sociocultural mais abrangente. Em segundo lugar,

    explicitando o conceito de processo participativo, entende-se que o aprendizado s se

    consolida se o estudante desempenhar um papel ativo de construir o seu prprio

    conhecimento e experincia, com orientao e participao do professor. Finalmente, o

    conceito de programa de estudos coerentemente integrado se fundamenta na

    necessidade de facilitar a compreenso totalizante do conhecimento pelo estudante. Nesta

    proposta de Diretrizes Curriculares, abre-se a possibilidade de novas formas de

    estruturao dos cursos. Ao lado da tradicional estrutura de disciplinas organizadas

    atravs de grade curricular, abre-se a possibilidade da implantao de experincias

    inovadoras de organizao curricular, como por exemplo, o sistema modular, as quais

    permitiro a renovao do sistema nacional de ensino.

    Destacam-se os trechos acima, por serem os mais importantes sob o ponto de

    vista de novas caractersticas das diretrizes curriculares. Comparando esses

    trechos com os princpios apresentados na seo trs deste texto, e

    comparando com a viso exclusivamente de contedo curricular da Resoluo

    48/76, podemos constatar que houve um grande avano nas diretrizes

    curriculares, e que elas colocam vrios desafios para os cursos de engenharia.

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    4.1.2. Resoluo 1.010 do CONFEA/CREA

    A Resoluo N 1.010, de 22 de Agosto de 2005, dispe sobre a regulamentao da atribuio de ttulos profissionais, atividades, competncias e caracterizao do mbito de atuao dos profissionais inseridos no Sistema Confea/Crea, para efeito de fiscalizao do exerccio profissional.

    O Captulo II da Resoluo 1.010 trata das atribuies para o desempenho de atividades no mbito das competncias profissionais.

    Para efeito de fiscalizao do exerccio profissional dos diplomados no mbito das profisses inseridas no Sistema Confea/Crea, em todos os seus respectivos nveis de formao, ficam designadas as seguintes atividades, que podero ser atribudas de forma integral ou parcial, em seu conjunto ou separadamente, observadas as disposies gerais e limitaes estabelecidas nos artigos. 7, 8, 9, 10 e 11 e seus pargrafos, desta Resoluo:

    Atividade 01 - Gesto, superviso, coordenao, orientao tcnica; Atividade 02 - Coleta de dados, estudo, planejamento, projeto, especificao; Atividade 03 - Estudo de viabilidade tcnico-econmica e ambiental; Atividade 04 - Assistncia, assessoria, consultoria; Atividade 05 - Direo de obra ou servio tcnico; Atividade 06 - Vistoria, percia, avaliao, monitoramento, laudo, parecer tcnico, auditoria, arbitragem; Atividade 07 - Desempenho de cargo ou funo tcnica; Atividade 08 - Treinamento, ensino, pesquisa, desenvolvimento, anlise, experimentao, ensaio, divulgao tcnica, extenso; Atividade 09 - Elaborao de oramento; Atividade 10 - Padronizao, mensurao, controle de qualidade; Atividade 11 - Execuo de obra ou servio tcnico; Atividade 12 - Fiscalizao de obra ou servio tcnico; Atividade 13 - Produo tcnica e especializada; Atividade 14 - Conduo de servio tcnico; Atividade 15 - Conduo de equipe de instalao, montagem, operao, reparo ou manuteno; Atividade Atividade 16 - Execuo de instalao, montagem, operao, reparo ou manuteno; Atividade 17

    Operao, manuteno de equipamento ou instalao; Atividade 18 - Execuo de desenho tcnico.

    De acordo com o estipulado no Anexo II desta resoluo os campos de atuao profissional no mbito da Engenharia Qumica so:

    Abrasivos - Abrasivos so materiais usados no polimento de uma variedade de produtos que abrange desde sapatos at peas de

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    mrmore. Lixas, discos de corte e desgaste, rebolos e esponjas so alguns dos produtos das indstrias de abrasivos. Alimentos e Bebidas - A expanso da indstria de alimentos, a partir dos anos 1940, s foi possvel pelo surgimento ou aprimoramento de tcnicas envolvendo processos qumicos como a desidratao, o congelamento e a higienizao. Agora, o advento dos alimentos funcionais, enriquecidos com substncias benficas sade, a novidade do setor. O trabalho de um profissional conhecedor das reaes qumicas que ocorrem durante a produo das bebidas fundamental para aprimorar a qualidade e impedir o aparecimento de problemas.. Biocombustveis - O mais conhecido dos biocombustveis brasileiros o etanol extrado da cana-de-acar. Outros materiais como cascas de arroz, restos de plantas, leos vegetais e resduos j esto sendo usados para gerar energia. At do lixo urbano pode-se, por exemplo, extrair gases para movimentar veculos e sustentar sistemas de aquecimento. Catalisadores - Catalisadores so substncias produzidas pelas indstrias qumicas, que afetam a velocidade de uma reao, promovendo um caminho molecular (mecanismo) diferente para ela. O desenvolvimento e o uso dessas substncias so parte importante da constante busca por novas formas de aumentar o rendimento e a seletividade de produtos, a partir de reaes qumicas.

    Celulose e Papel - As propriedades do papel so resultantes de interaes de um grande nmero de fatores. Para que se obtenha o produto desejado, eles devem ser ajustados por um profissional da qumica qualificado.. Cermicas - A tcnica milenar usada para produzir tanto utenslios domsticos quanto materiais de construo como azulejos, telhas e tijolos, baseada na queima da argila. Esta, depois de retirada da natureza, passa por processo mecnicos e qumicos para eliminao de impurezas. Colas e adesivos - A indstria qumica desenvolve e produz diferentes tipos de colas (tambm chamadas de adesivos) para serem aplicadas em diversos materiais: metal, madeira, vidro, entres outros. Cosmticos - O trabalho dos qumicos na indstria cosmtica no se resume a aplicar frmulas, mas consiste tambm em criar novos produtos, essenciais para garantir o espao da empresa no mercado. Defensivos agrcolas - Estima-se que as indstrias de inseticidas, fungicidas e outros produtos para combater pragas e doenas agrcolas tenham faturado, em 2004, cerca de 4,2 bilhes de reais. Nessas empresas, os qumicos atuam desenvolvendo princpios ativos e frmulas de produtos, alm de cuidar do controle de qualidade e do meio ambiente. Essncias - O principal trabalho dos qumicos nas indstrias de essncias a obteno do leo essencial e sua transformao em essncia. Isso feito basicamente por processos de separao de misturas, o que pode ser uma tarefa bastante minuciosa, se considerarmos que alguns leos chegam a conter mais de 30 substncias diferentes. Explosivos - A indstria de explosivos fornece material para diversos outros setores como o automotivo, o minerador, o farmacutico e o

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    espacial. Em todos eles, a presena do qumico fundamental para garantir no s a qualidade do produto, mas tambm a segurana do processo de fabricao. Saiba mais. Farmoqumicos - So substncias e produtos qumicos que se transformam em medicamentos. Sua produo caracteriza-se como um processamento qumico de sntese orgnica, a partir de compostos qumicos como os carboqumicos, petroqumicos, etc. Fertilizantes - O trabalho dos qumicos fundamental na produo de fertilizantes. O nitrognio, por exemplo, encontrado em abundncia na natureza, mas, na forma como se apresenta, as plantas no conseguem absorv-lo. Por isso, foram desenvolvidos compostos qumicos que passaram a ser a principal forma de fixar o nitrognio e torn-lo disponvel para os vegetais. Gases industriais - Os gases industriais desempenham funes essenciais em diversos tipos de indstrias. O hidrognio, por exemplo, usado na produo de amonaco e na hidrogenao de leos comestveis, alm de ser um importante ingrediente para as indstrias qumica e petroqumica. Metais - Hoje o plstico vem sendo cada vez mais utilizado pelas indstrias, mas no capaz de substituir os metais em certas atividades. por essa razo que eles ainda ocupam lugar de destaque no cenrio econmico mundial. Meio Ambiente - O trabalho dos profissionais da qumica nessa rea bastante diversificado, comeando pela anlise da qualidade da gua, do ar e do solo, passando pela elaborao e implementao de programas de gesto ambiental que garantam o desenvolvimento sustentvel e, em situaes mais crticas, desenvolvendo projetos de recuperao do meio ambiente. Petroqumica - O petrleo e o gs natural so fontes, por excelncia, das indstrias petroqumicas, as quais produzem matrias-primas que, muitas vezes, passam por segundos e terceiros processos de transformao antes de serem empregadas na fabricao do produto final. O primeiro trabalho dos qumicos nesse tipo de indstria identificar a composio do petrleo que se pretende refinar e indicar quais derivados podem ser dele obtidos.. Pilhas e baterias - A energia eltrica fornecida a equipamentos por pilhas e baterias provm de reaes qumicas que acontecem em seu interior. Por isso, o trabalho dos profissionais da qumica imprescindvel nas indstrias que as produzem. Polmeros - Os plsticos e as borrachas so as formas mais conhecidas dos polmeros. So usados pelas indstrias, principalmente a automobilstica, a eletroeletrnica e a da construo civil, para substituir vidros, cermicas, metais, entre outros, por apresentarem custo reduzido e propriedades vantajosas. Saiba mais. Prestao de servios - Profissionais da qumica podem atuar como prestadores de servios em diversos setores, tais como: consultoria tcnica e ambiental; anlises laboratoriais; limpeza e controle de pragas; armazenagem e transporte de produtos qumicos; ensino e pesquisa. Produtos qumicos industriais - A chamada indstria qumica de base responsvel pela fabricao de insumos

    produtos qumicos

    que sero usados pelas indstrias de transformao para gerar os mais

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    variados produtos: borrachas, fertilizantes, plsticos, tecidos, tintas, etc. Saneantes (produtos de limpeza) - Uma vez que os saneantes so produtos qumicos que podem causar impacto sade e ao meio ambiente, a necessidade de desenvolvimento de produtos cada vez mais seguros e a conseqente busca por substncias alternativas que garantam essa segurana com qualidade e eficincia um grande desafio para o profissional da qumica. Txtil - Nas indstrias txteis, o trabalho dos qumicos comea na fiao e tecelagem, de modo especial no desenvolvimento das fibras sintticas. Suas atividades, no entanto, concentram-se na fase de acabamento, quando so usadas enzimas, soda custica e uma srie de outros produtos e processos qumicos. Tintas - A formulao de tintas e vernizes consiste em definir a proporo adequada dos seus constituintes, de modo a obt-los com as caractersticas e propriedades desejadas. Por isso, o formulador deve ser um profissional da qumica.

    Por este importante documento, fica estabelecido que: a atribuio profissional, que se caracteriza em ato especfico de consignar direitos e responsabilidades para o exerccio da profisso, est relacionada, em reconhecimento de suas competncias e habilidades, obtidas a partir da sua formao profissional em cursos regulares.

    A partir de tal marco legal, fica a competncia do Engenheiro atrelada aos elementos de formao previstos nas matrizes curriculares de cada curso regular, devidamente reconhecido e autorizado pelo Ministrio da Educao. E o campo de atuao profissional, definido como rea em que o profissional exerce sua profisso, fica estabelecido em funo de competncias adquiridas por meio dessa formao.

    4.2. Nmero de Semestres

    O Curso de Engenharia Qumica da UESC ter 10 (dez) semestres letivos, podendo o aluno completar a sua formao em, no mnimo, 10 (dez) semestres e, no mximo, 18 (dezoito) semestres.

    4.3. Nmero de Crditos

    O Curso de Engenharia Qumica da UESC ter 262 crditos obrigatrios, que corresponde a 4425 horas/aula de curso.

    4.4. Estgio Obrigatrio

    O estgio obrigatrio dever dar ao futuro engenheiro de produo uma formao prtica sobre a realidade das organizaes, complementar a formao acadmica recebida nas fases anteriores, de forma a facilitar a

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    elaborao do Trabalho de Concluso de Curso. O estgio obrigatrio dever obedecer a legislao vigente, conforme anexo III, e os seguintes padres pedaggicos:

    Carga horria mnima: 180 horas /aula;

    Nmero de crditos: 4 crditos no ltimo semestres do curso;

    Local de cumprimento: em empresas ou instituies pblicas ou privadas, rgos governamentais e no-governamentais, nacionais ou internacionais, dentro ou fora do Pas;

    Superviso: professores supervisores de estgio sero designados para orientar e acompanhar os alunos durante a execuo do seu estgio.

    4.5. Pr-requisitos

    Os pr-requisitos esto estabelecidos ficam definidos no Quadro 5 deste projeto.

    4.6. Matriz Curricular e Distribuio da Carga Horria

    As disciplinas do Curso de Engenharia Qumica esto distribudas ao longo de 10 semestres letivos, conforme a Matriz Curricular e Fluxograma Anexo 1.

    4.6.1. Ementrio das Disciplinas Bsicas e Profissionalizantes

    As ementas das disciplinas do curso de Engenharia Qumica da UESC, Quadro 7.1 at o Quadro 7.10, trazem no seu escopo os contedos apontados nas exigncias do arcabouo legal vigente para as reas de atuao e formao plena do Engenheiro Qumica no Brasil.

    Quadro 7 .1 Caracterizao de Disciplinas do Curso primeiro semestre

    DISCIPLINA PR CR. HA EMENTA Clculo

    Diferencial e Integral I

    - 05

    04 T

    01 P

    90 Limite e continuidade de funes. Derivada e Aplicaes. Integral indefinida. Aplicaes. Integral definida. Integral indefinida..

    Desenho Tcnico I

    - 02 P

    60

    Introduo, Normalizao, Tcnicas de traado a mo livre, Sistemas de Representao em Desenho Tcnico, Cotagem, Cortes e Sees, Desenho de Equipamentos, Desenho de Lay-Out, Desenho de Fluxograma e Desenho de Tubulaes Industriais, Introduo ao CAD.

    I Sem

    estr

    e

    Fsica I - 05 75

    Cinemtica vetorial (linear e angular). Invarincia galileana. Leis de Newton e suas aplicaes. Energia cintica e potencial. Momento Linear. Colises. Referenciais no inerciais. Momento angular e torque. Sistema de muitas partculas. Centro de massa. Corpo rgido. Momento de Inrcia. Gravitao.

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    Geometria Analtica - 05T 75

    Coordenadas cartesianas. Retas no plano. Curvas quadrticas no plano. Retas no espao. Superfcies quadrticas no espao. Vetores no plano e no espao. Sistemas lineares de duas ou trs variveis. Recursos computacionais.

    Introduo Engenharia

    Qumica - 03 45

    O curso de Engenharia. Conceituao da Engenharia. O sistema profissional. O processo de estudo e da pesquisa. Metodologia de soluo de problemas. Modelos conceituais, experimentais, matemticos e numricos. Importncia da simulao/modelagem computacional de problemas de engenharia. Estruturao do curso, campos de atuao do engenheiro qumico. Pesquisa na Engenharia. O mtodo cientfico. Elaborao de textos tcnicos/cientficos. Elementos de Comunicao e Expresso

    Fsica Experimental

    I - 01 P

    30

    Realizao de experimentos de mecnica newtoniana em congruncia com a disciplina Fsica I. Introduo s medidas, ordens de grandeza, algarismos significativos e operaes, erros e tolerncias, tipos de grficos, ajustes de curvas.

    Qumica Geral I -

    05 04 T

    01 P

    90 Estequiometria e a base da estrutura atmica. Estrutura eletrnica e propriedades peridicas. Ligao qumica. Aulas de laboratrio.

    Quadro 7.2 Caracterizao de Disciplinas do Curso segundo semestre

    DISCIPLINA PR CR. HA EMENTA

    lgebra Linear

    Geometria Analtica

    04 03 T

    01 P

    60

    Matrizes: definio. Operaes Matriciais: adio, multiplicao, multiplicao por escala, transporta. Propriedades das operaes matriciais. Sistemas de equaes lineares. Matrizes escalonadas. O processo de eliminao de Gauss Jordan. Sistemas Homogneos. Inversa de uma matriz; definio e clculo. Determinantes: definio por cofatores; propriedades. Regra de Cramer. Espao Vetorial Rn: definio, propriedades. Produto Interno em Rn. Desigualdades de Cauchy-Schwarz. Subespaos. Dependncia e independncia.

    II S

    emes

    tre

    Clculo Diferencial e

    Integral II

    Clculo Diferencial e

    Integral I

    05 04 T

    01 P

    90

    Integral Imprpria e aplicaes. Seqncias e Sries. Funes de vrias variveis: limite, continuidade. Derivada parcial, direcional. Diferenciabilidade. Multiplicador de Lagrange..

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    Gesto Ambiental - 02 30

    Conceitos bsicos do Estudo da Gesto Ambiental; Questo Ambiental Global e seus reflexos na atividades de produo; Noes Gerais da estrutura jurdica ambiental; Recursos e Servios ambientais; Ecoeficiencia e tecnologia limpa dos processos produtivos; Ciclo de vida de produtos; 3R (reutilizar,reciclar e reduzir); Meio ambiente e vantagem competitiva das industrias;Impacto Ambiental: mtodos de determinao e analise nas indstrias; Certificao e Rotulagem ambiental; Famlia ISO 14000; Noes da ISO 14001. .

    Fsica II

    Fsica I e Clculo

    Diferencial e Integral I

    05 75

    Oscilaes em sistemas mecnicos. Movimento vibratrio e ondulatrio. Acstica. Termologia. Leis da termodinmica. Elementos de teoria cintica dos gases. Hidrosttica e Hidrodinmica..

    Fsica Experimental

    II

    Fsica Experimental I, Fsica I e

    Clculo Diferencial e

    Integral I

    01P 30 Realizao de experimentos de mecnica em congruncia com a disciplina Fsica II.

    Programao I

    - 03

    02 T

    01 P

    60

    Noes de hardware, software e sistemas numricos. Portas lgicas. Algoritmos com pseudo-linguagens. Avaliao e testes de algoritmos com uma linguagem de programao de alto nvel (Aspectos bsicos: variveis, entrada/sada, expresses e controle de fluxo).

    Qumica Geral II

    Qumica Geral I

    04 02 T

    01 P

    60 Equilbrio qumico. Termodinmica qumica. Eletroqumica. Cintica. Aulas de laboratrio.

    Quadro 7.3 Caracterizao de Disciplinas do Curso terceiro semestre

    DISCIPLINA PR CR. HA EMENTA

    Clculo Diferencial e Integral III

    Clculo Diferencial e

    Integral II 06 T

    90

    Integrais Mltiplas e aplicaes. Funes vetoriais. Campos vetoriais: integrais de linha e de superfcies; Teorema de Green; Teorema de Gauss; Teorema de Stokes

    Cincia dos Materiais

    Qumica Geral II 04 60

    Classificao geral dos materiais utilizados em Engenharia. Introduo estrutura da matria. Estrutura atmica. Estrutura cristalina. Difuso. propriedades e processamento de metais, polmeros, cermicas, compsitos.

    Fsica III Fsica II 05 75

    Eletrosttica: carga eltrica; lei de Coulomb; campo e potencial eltricos; capacitores e dieltricos. Corrente eltrica. Fora de Lorentz. Magnetosttica: leis de Biot Savart, Ampre, Faraday e Lenz; campo eltrico e magntico na matria. Conduo eltrica em slidos. Equaes de Maxwell para os campos estticos.

    III S

    emes

    tre

    Programao II

    Programao I

    03 02 T

    01 P

    60

    Apresentao de linguagem de programao C++. Sintaxe. Cdigos de programao. Comandos gerais. Exemplos de programas para problemas de engenharia. Busca de erros e tcnicas de programao avanadas.

  • 42 / 106

    Probabilidade e Estatstica - 04 60

    Estatstica-descritiva medidas de tendncia central, de disperso e de associao. Espao amostral, eventos e probabilidades. Probabilidade condicional e independncia. Variveis aleatrias, distribuies de probabilidades discretas e continuas. Teorema de limite central. Distribuies amostrais. Introduo estimao e teste de hipteses. Regresso linear.

    Fsico Qumica I

    Qumica Geral II

    04 02 T

    02 P

    60

    Sistemas e propriedades. Fundamentos da termodinmica qumica. Equilbrio qumico e afinidade qumica. Equilbrio nos sistemas heterogneos. Solues. Eletroqumica.

    Qumica Inorgnica

    Qumica Geral II 06 90

    cidos e bases de Lewis. Qumica de coordenao. Estudo das propriedades peridicas. Ligao qumica. Os elementos qumicos e suas aplicaes. Noes de catlise.

    Quadro 7.4 Caracterizao de Disciplinas do Curso quarto semestre

    DISCIPLINA PR CR. HA EMENTA

    Equaes Diferenciais Aplicadas I

    lgebra Linear e Clculo

    Diferencial e Integral II

    05 T

    75

    Equaes diferenciais lineares homogneas de 1 ordem. Aplicaes. Equaes diferenciais lineares homogneas de ordem superior. Tcnicas avanadas de solues. Aplicaes pelo mtodo de sries. Transformada de Laplace

    Clculo Numrico

    Clculo Diferencial e Integral III e

    Programao.

    04 03 T

    02 P

    75

    Aproximaes numricas e erros. Modelagem matemtica e computacional. Consistncia e estabilidade. Razes de equaes, algbricas e transcendentes. Matrizes e sistemas de equaes lineares. Ajuste e interpolao de curvas e funes. Integrao e derivao numrica, diferenas finitas. Equaes diferenciais ordinrias parciais: resoluo numrica. Softwares para anlise numrica.

    Eletrotcnica Geral Fsica III

    05 03 T

    01 P

    75

    Teoria: Noes gerais. Circuitos eltricos de correntes contnuas. Circuitos eltricos de corrente alternada. Transformador e motor. Prtica: Noes gerais. Equipamentos eltricos. Instalaes eltricas. Aulas prticas de laboratrio.

    Fsica IV Fsica III 05 75

    Equaes de Maxwell e ondas eletromagnticas no vcuo. ptica geomtrica e instrumentos pticos. ptica fsica: interferncia difrao e polarizao. Corpo negro. Hiptese de Plank. Aspecto dos elementos. Modelos atmicos. Relatividade restrita. Noes de fsica nuclear e das partculas.

    IV S

    emes

    tre

    Fsico Qumica II

    Fsico Qumica I

    04 02 T

    02 P

    60

    Teoria cintica dos gases. Fenmenos de transporte fsico-qumica de superfcies. Cintica de reaes qumicas. Medida das propriedades fsico-qumicas dos sistemas no campo da eletroqumica, fenmenos de transporte, colides e cintica qumica.

  • 43 / 106

    Qumica Orgnica I

    Qumica Geral II 04 60

    Atomo de carbono. Efeitos eletrnicos e de ressonncia. Acidez e basicidade. Estereoqumica. Substituio nucleoflica em carbono saturado. Adio eletroflica. Aromaticidade. Reaes de substituio eletroflicas aromticas.

    Qumica Analtica

    Qualitativa

    Qumica Geral II 04 60

    Anlise qualitativa, aparelhos e operaes. Equilbrio inico, de solubilidade, de complexao e oxi-reduo. Anlise por via mida. Anlise por via seca. Anlise de ctions e de nions.

    Quadro 7.5 Caracterizao de Disciplinas do Curso quinto semestre

    DISCIPLINA PR CR. HA EMENTA

    Economia Aplicada a Engenharia

    - 03 45

    Noes bsicas de Economia. Noes de Microeconomia: teoria elementar do funcionamento do mercado. Estruturas de mercado. Macroeconomia bsica: medidas de atividade econmica, teoria da determinao da renda e do produto nacional. Introduo teoria monetria e inflao. Balanos de pagamentos e taxas de cmbio. Desenvolvimento industrial brasileiro. Tecnologia e vantagem competitiva. Produo, transferncia e mudana tecnolgica. Impacto social.

    Qumica Analtica

    Quantitativa

    Qumica Analtica

    Qualitativa

    04 02 T