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Maputo Maio, 2007 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO PROJECTO DE CONSTRUÇÃO DO NOVO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO INSTITUTO SUPERIOR DE RELAÇÕES E1670 Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized

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Maputo Maio, 2007

RELATÓRIO DE

AVALIAÇÃO

PROJECTO DE CONSTRUÇÃO DO NOVO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO

INSTITUTO SUPERIOR DE RELAÇÕES

E1670

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Avaliação Ambiental do Projecto de Construção do Novo Campus Universitário do ISRI – Bairro do Zimpeto

Impacto Lda. – Projectos e Estudos Ambientais 2

PROJECTO DE CONSTRUÇÃODO NOVO CAMPUS UNIVERSITÁRIO

DO INSTITUTO SUPERIOR DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS (ISRI)NO ZIMPETO, EM MAPUTO

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL

- EQUIPA TÉCNICA -

António Emílio Couto – Chefe de Equipa

Paula Santos – Sociologia

Cecílio Grachane – Avaliação e Gestão Ambiental

Mário do Rosário – Arquitectura / Urbanismo

Saturnino Chembeze – Geotecnia

Carlota Quilambo – Compilação do Relatório

Maputo, Maio de 2007

Av. Mártires da Machava, 968Tel: 258 21499636 Fax: 258 21493019Maputo - Moçambique Preparado para:

Instituto Superior de Relações Internacionais (ISRI)

Av. Damião de Góis, N.º 100Tel: + 258 21 494 494

Fax: + 258 21 491 179Maputo - Moçambique

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Impacto Lda. – Projectos e Estudos Ambientais 3

ÍNDICE

1. I n t r o d u ç ã o ............................................................................................................. 5

2. O P r o p o n e n t e ........................................................................................................ 5

3. Jus t i f i ca t i va da Ac t i v i d a d e ................................................................................... 5

4. E n q u a d r a m e n t o L e g a l d a A c t i v i d a d e .................................................................. 5

5. Loca l i zação da á rea do P ro j ec to .......................................................................... 6

6. O b s e r v a ç õ e s d a p r i m e i r a v i s i t a d e c a m p o r e a l i z a d a p e l o C o n s u l t o r ................ 8

7. D e s c r i ç ã o d a s C o n d i ç õ e s d e R e f e r ê n c i a .......................................................... 147.1. Aspectos Biof ís icos ....................................................................................... 147.2. Aspectos Sócio -económicos ......................................................................... 16

8. I m p a c t o s P o t e n c i a i s e M e d i d a s d e M i t i g a ç ã o ................................................... 208.1. Classi f icação dos Impactos ........................................................................... 20

8.1.1. Impactos durante a fase de construção ................................................ 218.1.2. Impactos Durante A Fase De Operação ................................................ 28

8.2. Coordenação Inter-Inst i tucional para a Implementação das Medidas de Mi t igação e/ou Melhoramento ................................................................................... 328.3. Considerações Gerais sobre os vár ios t ipos de impactos ambientais identi f icados.............................................................................................................. 33

9. P l a n o d e G e s t ã o A m b i e n t a l ................................................................................ 369.1. Int rodução ..................................................................................................... 369.2. Object ivo do Plano de Gestão Ambiental ...................................................... 369.3. Âmbi to do PGA ............................................................................................. 379.4. Níveis de Obr igações na Implementação do PGA ......................................... 37

9.4.1. Obr igações Do ISRI ............................................................................... 379.4.2. Obr igações do Emprei te i ro .................................................................... 38

9.5. Níveis de Responsabi l idade na Implementação do PGA ............................... 389.5.1. Do ISRI .................................................................................................. 389.5.2. Do Engenheiro Consul tor (Engenheiro Residente) ................................ 399.5.3. Do Emprei te i ro ...................................................................................... 399.5.4. O Audi tor Independente ........................................................................ 39

9.6. Acções de Gestão Ambienta l ........................................................................ 409.6.1. Local ização do Estaleiro e Depósi tos .................................................... 409.6.2. Contro lo dos Acessos ............................................................................ 419.6.3. Reparação das Áreas Per turbadas ........................................................ 419.6.4. Contro lo de Substâncias Químicas Per igosas (SQP) ............................ 419.6.5. Gestão das Águas Pluvia is, Água de Lavagem e Ef luentes na Área ..... 429.6.6. Gestão do Abastec imento de Água ....................................................... 439.6.7. Gestão do Saneamento e Hig iene no Estale i ro ..................................... 439.6.8. Plano e Procedimento de Gestão de Resíduos Sól idos ......................... 449.6.9. Desmantelamento e Reabi l i tação do Estale i ro ...................................... 45

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9.6.10. Gestão dos Danos e Acidentes no Seio das Comunidades ................... 469.6.11. Prevenção e Controle de Incêndios ....................................................... 469.6.12. Emprego ................................................................................................ 479.6.13. Formação .............................................................................................. 489.6.14. Deslocamento/Reassentamento e Indemnização .................................. 499.6.15. Saúde da Comunidade .......................................................................... 519.6.16. Saúde e Segurança (SS) ....................................................................... 529.6.17. Procedimentos para Resposta de Emergência ...................................... 529.6.18. Atr ibuição de Responsabi l idades ........................................................... 53

10. C o n c l u s õ e s e R e c o m e n d a ç õ e s ........................................................................ 64

11. R e f e r ê n c i a s ......................................................................................................... 65

L ISTA DE F IGURAS

Figura 1. Local ização da Área de Concessão ..................................................................... 6Figura 2. Localização da área do Projecto ........................................................................... 7Figura 3. (A – F) : Fotografias ilustrando parte das obras de construção do ISRI. ........ 13

LISTA DE ANEXOS

Anexo 1:Carta do Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA) contendo recomendações relativas a Gestão Ambiental

Anexo 2: Carta de aprovação da obra pelo Conselho Municipal da Cidade de Maputo

Anexo 3: Parecer Técnico – Arquitectura e Urbanismo

Anexo 4: Relatório Geotécnico

Anexo 5: Carta do Conselho Municipal da Cidade de Maputo – Administração do Distrito Municipal Nº5 a respeito da situação do uso/ocupação do terreno das obras

Anexo 6: Carta do Conselho Munic ipa l da Cidade de Maputo – Estrutura Administrativa do Bairro do Zimpeto a respeito da situação do uso/ocupação do terreno das obras

Anexo 7: Planos Arquitectónicos do Projecto

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1. IN T R O D U Ç Ã O

O presente documento constitui o Relatório de Avaliação Ambiental do Projecto de Construção do Novo Campus Universitário do Inst i tuto Super ior de Relações Internacionais (ISRI) no Bairro do Zimpeto, em Maputo, financiado pelo Banco Mundial.

O Projecto foi classificado como de Categoria C pelo Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA) implicando, ao abrigo do Regulamento sobre o Processo de Avaliação de Impacto Ambiental (Decreto 45/2004 de 29 de Setembro), que o mesmo não está sujeito a uma avaliação ambiental detalhada, embora se submeta à aplicação de medidas ambientais que permitam a salvaguarda do ambiente ecológico e social (a carta do MICOA apresentada no Anexo 1 reforça essa necessidade).

Um dos requisitos de financiamento do Banco Mundial é a realização de uma Avaliação de Impacto Ambiental. A Impacto, Lda foi a empresa contratada para realizar a Avaliação acima referida.

2. O P R O P O N E N T E

O Instituto Superior de Relações Internacionais (ISRI) é uma instituição Moçambicana de Ensino Superior, criada pelo Decreto 1/86, de 5 de Fevereiro pelo Conselho de Ministros da República de Moçambique, com a missão de formar Diplomatas e peritos em Relações Internacionais. Esta instituição tem a sua sede em Maputo, na Av. Damião de Góis, N.º 100, mas também conta com escritórios situados na Av. Julius Nyerere, 1109 na Av. Ahmed Sekou Touré, 3º Andar Flats 34/35, em Maputo.

3. JUSTIF ICATIVA DA ACT IVIDADE

A construção do Novo Campus Universitário do ISRI enquadra-se no Projecto de Ensino Superior que está a ser implementado pelo Governo de Moçambique, com o financiamento do Banco Mundial. Esta iniciativa tem como principais objectivos:

Aumentar, melhorar e diversificar a capacidade da Instituição no que concerne à oferta de programas académicos,

Melhorar a qualidade do Ensino Superior no país, e Aumentar e promover a acessibilidade ao Ensino Superior no País.

4. E N Q U A D R A M E N T O L E G A L D A A C TIV IDADE

O Projecto de Ensino Superior foi alvo de apreciação e aprovação por parte do Governo de Moçambique, através do Ministério de Educação e Cultura. Em particular, a

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construção do novo Campus Universitário do ISRI foi aprovada pelo Conselho Municipal da Cidade de Maputo através da nota 318/VPUA/2007 (Anexo 2), remetendo o assunto, contudo, também a uma apreciação do MICOA, o que teria sido posteriormente realizado.

5. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA D O P R O J E C T O

O projecto de construção do Instituto Superior de Relações Internacionais (ISRI) está sendo implantado no Bairro de Zimpeto, Zona de expansão da Cidade de Maputo, a cerca de 14 km do Centro da Cidade do Maputo. O local escolhido para as obras encontra-se a cerca de 500 metros da Estrada Nacional N1 e a cerca de 300 metros a Norte do Posto de Controlo de Michafutene, à direita de quem segue em direcção ao Xai-Xai (ver Figuras1 e 2, abaixo).

Figura 1 . Local ização da Área de Concessão

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Figura 2 . Local ização da área do Projecto

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6. O B S E R V A Ç Õ E S D A P R I M E IRA VISITA DE CAMPO REALIZADA PELO C O N S U L T O R

a) Aspectos gerais

Está em curso a primeira fase da obra, que inclui a construção das seguintes componentes:

edifício da administração bloco da sala de aulas sanitários posto de transformação depósito da água

A data de consignação da obra é de 17 de Julho de 2006 e a obra iniciou a 1 de Agosto de 2006. Neste momento a obra da primeira fase já está bastante avançada, prevendo-se a sua conclusão para 1 de Agosto do corrente ano.

A segunda fase da obra está dependente da disponibilidade de fundos e, em princípio,envolverá a construção de mais dois edifícios.

Encontra-se implantado um pequeno estaleiro do construtor dentro da área do projecto, que inclui edifícios de escritórios, armazéns, sanitários, vestiários e chuveiros, construídos à base de materiais convencionais (blocos de cimento, chapas de zinco, etc.). Estas estruturas serão desmanteladas aquando da entrega definitiva da obra. De realçar a vantagem de um dos estaleiros fixos principais do construtor se encontrar nas proximidades da obra, o que evita o armazenamento prolongado e em grandes quantidades de diversos materiais e equipamento no local de construção.

Serão instalados ar-condicionados nas salas de aulas e gabinetes.

b) Área envolvente

A área envolvente é constituída por infra-estruturas habitacionais, algumas igrejas, estaleiros, zonas descampadas altamente degradadas, machambas. De destacar uma construção da Igreja Universal (com campos de jogos e outras estruturas) e o antigo estaleiro financiado pela Cooperação Espanhola (onde se fazia produção de blocos e trabalhos de carpintaria) que foi entregue ao Conselho Municipal, mas até ao momento que se encontra inoperacional.

Verificam-se algumas árvores de frutos no local (mafurreira, massaleira, mangueira, etc.), que de acordo com o projecto de arquitectura serão deixadas intactas, a não ser que se encontrem no local directo de implantação dos edifícios e suas estruturas afins.

A arborização do espaço incluirá a plantação de palmeiras e a vulgar espinhosa em redor da vedação.

Em resultado de uma primeira observação constatou-se que a área é constituída por solos bastante permeáveis, não se verificando a acumulação de água. Conversas informais com alguns indivíduos locais indicam que a ocorrência de cheias ou águas

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paradas é pouco ou nada comum. Apenas os acessos, que foram compactados com outros tipos de areia, podem exibir algumas poças de água durante a época das chuvas. No entanto o tempo de drenagem das águas raramente excede os dois dias.

c) Acessos

Existem dois acessos a partir da estrada EN1. Estes devem contudo ser revistos para que na fase de operação do empreendimento não se registem congestionamentos de trânsito e acidentes, particularmente nas proximidades da EN1. De entre os aspectos a considerar: o alargamento da estrada (pelo menos duas faixas de circulação) e uma melhor organização da entrada a partir da EN1.

d) Aná l ise se aspectos l igados à Arqu i tec tura e Urban ismo: Um Parecer Técnicosobre aspectos de Arquitectura e Urbanismo é apresentado no Anexo 3. O referido Parecer, elaborado após visita ao local e em resultado de análise de documentação, indica não haver “nada que obste, sob o ponto de vista arquitectónico, construtivo e urbanístico, a emissão de uma Licença Ambiental, sendo no entanto necessário definir um plano de operação e de manutenção do correcto funcionamento deste complexo”.

e ) Aspectos de carácter Geotécnico: Foi preparado um breve Relatório Geotécnico, que se apresenta no Anexo 4. Tal relatório indica, entre outros aspectos, que a execução das propostas obras geotécnicas (fundações) e a exploração dos recursos hídricos disponíveis podem ser realizadas sem constrangimentos. O mesmo refere ainda que os parâmetros da água estão dentro dos limites aceites pelo Ministério da Saúde, recomendando, entretanto, “uma gestão de resíduos sólidos de maneira a não contaminar o solo no qual a obra se insere”.

f) Aspectos l igados à execução da obra

F o r n e c i m e n t o d e á g u a : O abastecimento de água será efectuado a partir de dois furos, localizados a 45 e 55 metros de profundidade. De acordo com o encarregado, já está confirmado que pelo menos a água de um dos furos é potável, estando o outro por confirmar. O sistema de captação de água envolverá um tanque semi-enterrado (já construído), a partir do qual se efectuará a distribuição de água com apoio de um hidropressor. Este tanque tem a capacidade de 50 mil litros. Será ainda construída uma torre para implantação de um tanque elevado, a partir do qual se efectuará a distribuição de água por gravidade. Esta componente será realizada apenas na segunda fase, e ainda não se sabe a capacidade do referido tanque. Ambos os furos estão localizados a cerca de 50 metros do dreno.

Não está previsto no projecto o aproveitamento das águas pluviais de acordo com a nova legislação de obras públicas.

Para a obra, foi instalada uma ligação directa a um vizinho que é fornecedor de água de pequena escala. O Empreiteiro instalou o sistema de canalização.

Fornecimento de energia e léctr ica: As infra-estruturas serão alimentadas por energia eléctrica proveniente de um posto de transformação que vai ser instalado no local.

Para a obra foi instalado um posto de transformação de energia pelo empreiteiro, que será desmantelado após a conclusão dos trabalhos.

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Sanitários: Possuem 6 a 7 divisões, urinol e lavatório. São constituídos por sistemas com descarga de água e fossa séptica de betão. No acto de desmantelamento destas infra-estruturas de apoio, as fossas sépticas serão seladas.

Equipamento: O equipamento utilizado na obra inclui:

o Grua de 35 metros (que já não está no local)o Rolo compactadoro Pequenas misturadoras de betãoo Escavadoraso Empilhadeiras

Fonte de inertes e mater ia is de revest imento (chão) : As matérias primas em uso na obra incluem inertes, que são adquiridos a empresas devidamente licenciadas para a extracção e venda, nomeadamente a Extramac (Boane) e JSV (Boane e Michafutene). Pequenas quantidades são, porém, extraídas na área de implantação do projecto.

O revestimento do chão será feito com mármore importado do Brasil. O cimento é fornecido pela Fábrica de Cimentos de Moçambique. Este é proveniente do estaleiro principal da Empreiteiro (Teixeira Duarte); i.e. não é armazenado no pequeno estaleiro montado especificamente para a obra em questão. O betão é fornecido pela CIMBETÃO.

Produtos químicos: Os produtos químicos identificados que estão a ser usados nesta fase da construção incluem:

Gasóleo, para alimentar o equipamento (rolo compactador, escavadoras, etc.) Óleo de cofragem, Produto para combate a térmites – Imidagold (altamente tóxico), Solventes, Tintas, e Vernizes.

Armazéns : Existem dois armazéns com cobertura de zinco, revestimento de cimento queimado e paredes de blocos. Estes armazenam tintas, solventes, vernizes, pneus, cimento, combustível, produtos tóxicos, ferramentas, entre outros. Outro armazém a céu aberto, mas confinado por uma estrutura de metal, onde armazenam pequenas peças, pneus, tambores vazios, entre outros). Para mais informação vide fotografias.

Os armazéns cobertos não estão bem ventilados.

Existe um responsável pelos armazéns que regista todas as entradas e saídas. Os recipientes de material tóxico são armazenados temporariamente aqui, e depois transportados para o estaleiro principal, já acima referido.

Resíduos só l idos: Não há uma zona específica para o armazenamento de resíduos sólidos. Observa-se lixo espalhado pelo local da obra, que inclui restos de sacos de cimento, garrafas de plásticos e outros plásticos. De acordo com o empreiteiro, parte do

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papel dos sacos de cimento é usada para revestir tubagem de cobre. Outra parte de papéis bem como outros lixos é queimada no local.

O entulho está a ser usado para enchimentos na própria obra, nas estradas de acesso e o que sobrar será encaminhado para o estaleiro principal do Empreiteiro ou para uma lixeira.

De acordo com o encarregado, não é usada madeira tratada na obra. Todos os restos de madeira são reaproveitados pelos trabalhadores, que os levam para suas casas. Os recipientes de materiais líquidos são reaproveitados na obra, ou lavados e entregues aos trabalhadores para levarem para suas casas.

O ferro é reaproveitado para outras obras, bem como as cofragens.

Efluentes: As águas provenientes dos sanitários e chuveiros são encaminhadas para um sistema de fossas sépticas e dreno.

C o m b u s t í v e i s / ó l e o s : Verificam algumas manchas, evidenciando pequenos derrames/gotejamentos de óleos e combustíveis no solo. Estas ocorrem na altura de manutenção e de abastecimento de combustível às máquinas.

Ruído: O ruído produzido resulta essencialmente do uso de martelo pneumático e compressor.

Poeiras: As poeiras derivam principalmente da circulação de veículos e manuseamento de areias.

g) Aspectos sociais

Uso da terra: A área onde foi implantado o projecto era constituída por mata aberta e pequenas machambas da agricultura do sector familiar. Na altura em que se fez a identificação e demarção da área do projecto, as comunidades locais foram, de acordo com o Proponente, contactadas e informadas, através do Conselho Municipal e com apoio das estruturas locais, sobre a implantação do projecto, tendo lhes sido indicado um prazo dentro do qual deveriam retirar todas as culturas em campo. Não foram atribuídas compensações e, de acordo com o representante do Proponente, na altura de início de implantação da obra, nenhuma das machambas possuía culturas em campo. Não se sabe ao certo se outras terras foram atribuídas aos AF que perderam os campos de cultivo na área do projecto.

No interesse de obter informação por parte das estruturas competentes a respeito da situação de ocupação do terreno onde estão a ser implementadas as obras, foi contactado o Conselho Municipal da Cidade de Maputo – Administração do Distrito Municipal Nº5. De acordo com esta entidade, o terreno em questão “já há bastante tempo fora declarado reserva para a construção de infraestruturas sociais e outros serviços” e que tal “sempre foi do conhecimento dos camponeses que praticam a agricultura naquele espaço” (Ver Anexo 5).

Foi igualmente contactada a Estrutura Administrativa do Bairro do Zimpeto, que emitiu uma carta (Anexo 6) onde se pode ler o seguinte: “a estrutura comunitária do Bairro do

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Zimpeto declara que o terreno onde decorrem as obras (…) está definido no Plano de Urbanização do Conselho Municipal da Cidade de Maputo como área de expansão” e que esta acção ocorreu “em coordenação com a Administração do Distrito Urbano Nº5 (…) sendo do conhecimento geral da população local”. A carta refere que nunca ocorreram reclamações relativas à ocupação do referido terreno pelo ISRI.

Mão de obra: O Empreiteiro trabalha num sistema de contratação de sub-empreiteiros, para diferentes tipos de actividades. Neste momento trabalham com 8 sub-empreiteiros. N fase inicial estavam envolvidos, em média, cerca de 70-80 trabalhadores, sendo 10 pessoal do Empreiteiro. O número de trabalhadores por sub-empreiteiro é variável. No dia da visita, a carga de trabalhadores era de 128, mas foi informado que a média é de 140. Não há nenhuma mulher empregue na obra.

S a ú d e e s e g u r a n ç a d o s t r a b a l h a d o r e s : O empreiteiro refere que foi providenciada formação mínima sobre Saúde e Segurança aos trabalhadores e que no local estão disponíveis equipamentos de protecção como luvas, capacetes, máscaras e auscultadores. Contudo, verificou-se que o uso de mascaras é exíguo, bem assim como de auscultadores. Faltam óculos protectores.

Verificam-se insuficiências em medidas de segurança, particularmente no que concerne a protecção sobre alturas e sinalização de pinos no chão.

No local estão disponíveis kits de primeiros socorros e extintores.

No momento da visita constatou-se que não estavam a ser desencadeadas acções de prevenção contra HIV-SIDA.

Algumas fotografias que ilustram a as obras em curso podem ser vistas na página que se segue.

h) Planos arquitectónicos: São apresentados no Anexo 7.

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A B

CD

FE

Figura 3. (A – F) : Fotografias ilustrando parte das obras de construção do ISRI.

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7. DESCRIÇÃO DAS CONDIÇÕES DE REFERÊNCIA

O Bairro do Zimpeto está Localizado no Distrito Urbano n.º 5 (DU5), na Cidade de Maputo, Província de Maputo. O DU5 apresenta como limites:

a Norte, o Distrito de Marracuene, a Sul a Baía de Maputo, a Este o Distrito Urbano n.º 2, e a Oeste o Vale do Infulene.

Ocupando uma superfície estimada em 18.1 Km2, o bairro do Zimpeto situa-se no extremo norte do Distrito Urbano n.º 5, fazendo fronteira com o Distrito de Marracuene (a Norte), o bairro do Magoanine (a Este), o bairro Jorge Dimitrov (a Sul) e os bairros de Congolote e Unidade D (a Oeste) De destacar a faixa ocidental deste bairro, caracterizada pelo Vale do Infulene.

7.1. ASPECTOS BIOFÍSICOS

a) Clima

O clima de Maputo é subtropical/sub-húmido com precipitação média anual de 812 mm e a temperatura média anual de 22.90C, sendo caracterizado por uma estação seca (Maio a Setembro) e uma estação húmida (Outubro a Dezembro).

Em todos os meses, com excepção dos meses de Janeiro, Fevereiro e Março, a evaporação média é maior do que a precipitação média mensal (Tabela I.1).

As temperaturas médias são em geral amenas, descendo as nocturnas para cerca de13ºC no inverno e 21ºC no verão. As temperaturas diurnas rondam, usualmente, os 24ºC no inverno e os 31ºC no verão.

A média anual de precipitação é de 812 mm, embora a precipitação em geral varie muito de ano para ano. O ar é húmido, dada a predominância de ventos de Leste e a humidade relativa é de aproximadamente 70-85%. O valor médio mensal máximo registado durante um período de 30 anos (1967-1986) foi de 86% (Novembro de 1983) e o mínimo de 66% (Junho de 1994).

As direcções dos ventos mais frequentes são NE (38.6%), E (31.2%) e S (11%). A velocidade média dos ventos para um período de 30 anos foi calculada em 2,5m/s.

Os meses de Março a Junho apresentam os valores de velocidade mais baixos. A velocidade média dos ventos varia com a estação, de 2m/s no inverno a 4m/s no verão. Os ventos NE, embora mais frequentes, não são os mais fortes. Os ventos sul são os mais fortes; registam-se em 75% dos meses do ano ventos fortes de Sul, com uma velocidade que varia entre os 22.2 m/s e os 30.8 m/s. Os restantes 25% correspondem a ventos de SE com velocidade entre os 23.3 e 23.9 m/s.

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b) Geologia

O local no qual está sendo edificado o empreendimento assenta sobre solos arenosos, sem coesão, parte do sistema de Dunas Cordon do Quaternário (Report to V3 Consultores Limitada on a Geotechnical Investigation for the Proposed ISRI University, Zimpeto, Maputo, 2004), sistema que predomina no Centro e no Sul da Região Sul de Moçambique.

Os resultados dos ensaios de campo apontam para a ocorrência de solos arenosos com as seguintes caracterísricas gerais, em função da profundidade:

o 0,0 - 0,9: Muito soltoso 0,9 - 2,4: Soltoso 2,4 - 6,0: Média densidadeo 6,0 – acima de 9,0: Densos

O aumento na consistência é gradual com a profundidade, como resultado das fracas características de consolidação que estes solos apresentam. A ocorrência de solos de alta densidade apenas se espera a profundidades abiaxo dos 7 à 10 metros.

As perfurações efectuadas não permitiram determinar a profundidade da rocha-mãe.

c) Solos

Os solos que se encontram no local da obra foram classificados de acordo com a sua potencial utilização para os trabalhos de terra e construção de estradas, com base em observações feitas no terreno e em teste laboratoriais. Destas análises resulta que estes mostram boa aptidãopara serem utilizados como material de sub-base.

Estes solos (areias) respondem razoavelmente bem à estabilização com altos teores de cimento. Este comportamento é primariamante devido a facto da sua fina granulometria conferir a maiores áreas superfiais e, consequentemente a altas dosagens de cimento.

Dada a aptidão destes materias para a construção de sub-bases e bases, a sua estabilização in situ pode constituir uma vantagem para os trabalhos previstos na execução dos parques de estacionamento, sobretudo na poupança que esta opção representa no transporte e aplicação de pedra proveniente de Boane, pedreira mais próxima do local da implementação do projecto.

Por outro lado, dado ao seu carácter arenoso, drenam facilmente, não se esperando problemas de acumulação de águas pluviais em todo o terreno envolvente.

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d) Topografia

Através de observação directa e da consulta aos levantamentos topográficos feitos ao terreno, pode-se facilmente verificar que o local escolhido para a implemantação do projecto é, de uma forma geral, topograficamente plano, com pequenas elevações a Sudeste.

e) Estabilidade do Terreno

Não há evidência da ocorrência do deslizamento de terras nem de problemas relacionados com a erosão dos solos.

f) Hidrologia

Em estudos feitos pela Geomoc até a profundidades de 45 e 55 metros e identificados por ISRI2 e ISRI4, para observação do perfil geológico-geotécnico do terreno e avaliação da potencialidade dos aquíferos, foram identificadas camadas de solos, basicamente arenosos e grés e níveis freáticos estático e dinâmico respectivamente, de 14,71 e 16,73 metros, sendo de recomendar um caudal de exploração de 2 m3/h, caudal suficiente para satisfazer a demanda que se espera durante a primeira fase do projecto, que cobre o período 2006-2010. O mesmo relatório recomenda a localização da bomba a 35 metros e indica que o caudal de ensaio foi de 3 m3/h. Em termos de qualidade de água, os parâmetros de aceitação estão dentro dos limites estabelecidos pelo Ministério da Saúde para ser considerada como potável.

O Terreno não é atravessado por nenhuma linha de água.

g) Cobertura Vegetal

Grande parte do local onde está sendo implantado o projecto é coberta por vegetação herbácea nativa e por um número bastante reduzido de árvores de pequeno porte, também nativas e em fase de crescimento, nomeadamente mafurreiras, massaleiras e canhueiros, basicamente.

Não há registo de terem sido abatidas árvores de grande porte.

h) Fauna

A fauna predominante existente na área de influência directa do projecto restringe-se essencialmente a grupos como insectos, répteis, aves e roedores.

7.2. ASPECTOS SÓCIO-ECONÓMICOS

O bairro do Zimpeto enquadra-se Distrito Urbano n.º 5, na Cidade de Maputo. De acordo com o segundo Recenseamento Geral da população e Habitação (RGPH), em 1997 residiam neste bairro cerca de 11,650 habitantes, correspondendo respectivamente a 1 e 6 por cento da população total indicada para o mesmo ano na Cidade de Maputo e no Distrito Urbano n.º 5. Tendo por base as projecções estabelecidas pelo segundo RGPH, estima-se que a população do bairro do Zimpeto

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tenha atingido em 2007 os 13,550 habitantes. Cerca de 53% desta população enquadra-se na faixa etária dos 16 anos para cima e 52% corresponde a elementos do sexo feminino. Ocupando uma superfície de cerca de 18.1 Km2, estima-se a densidade populacional em 2007 na ordem dos 643.6 habitantes por Km2.

O bairro do Zimpeto é constituído por 18 quarteirões, faz parte da zona peri-urbana da Cidade de Maputo e é caracterizando-se por uma mistura entre áreas residenciais, comerciais, industriais e agrícolas. Tal como os restantes bairros vizinhos do DU 5 e DU 4, o bairro do Zimpeto é fruto de uma ocupação inicialmente arbitrária, resultante do crescimento pós-independência, sendo presentemente uma das áreas preferenciais para a expansão da Cidade de Maputo. A maior parte dos actuais moradores deste bairro são oriundos das zonas rurais da Província de Gaza e de outros pontos do País, sendo a língua dominante o Xichangana.

Habitação

O tipo de habitação mais comum são as moradias convencionais (construídas à base de materiais convencionais como o blocos, cimento e betão), mas ainda se encontram numerosos exemplos de AF habitando em palhotas, com tecto de capim ou colmo, paredes de caniço ou paus e chão de terra batida.

Infraestruturas económicas e sociais

De entre as infra-estruturas económicas aqui estabelecidas destacam-se industrias como a MODED, Licores de Moçambique, a Luso Vinho, a Ferro Moçambique, a MABOR e a INCOL (estas duas últimas actualmente inoperacionais), para além dos estaleiros de grandes empresas de construção como a S&B Construções e a Teixeira Duarte. O bairro do Zimpeto é ainda atravessado, na sua faixa oriental, pela Estrada Nacional N.º 1, o principal eixo de ligação entre o sul e o norte do País. Este bairro conta ainda com dois mercados municipais e um mercado informal.

De entre as infra-estruturas sociais, destacam-se duas escolas públicas do nível EP1 e uma ESG, para além de mais 3 estabelecimentos de educação comunitários/privados (uma escola secundária, um centro juvenil e um centro infantil). O abastecimento de água é feito a partir de furos com bomba manual, para a maioria da população, mas também se encontram neste bairro pequenos operadores privados que fornecem água através de ligações domésticas. Este bairro conta ainda com um Posto Policial e a unidade sanitária mais próxima é o Hospital Psiquiátrico do Infulene.

Energia eléctrica

O bairro beneficia de energia eléctrica fornecida pela EDM, apesar de a cobertura ainda não ser extensiva a toda a população, maioritariamente por motivos de ordem financeira.

Telecomunicações

Este bairro conta ainda com uma rede de telefonia fixa e rede de telefonia móvel dos dois operadores existentes.

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Actividades económicas

Em geral, a população aqui residente enquadra-se nos sectores secundário e terciário da economia. De entre estes destaca-se o comércio informal de pequena escala, pequenos negócios de prestação de serviços (carpintaria, etc.) e o emprego formal nos sectores privados e estatal. Contudo, cerca de 50% dos AF deste bairro vivem da actividade agrícola, praticada dentro do espaço territorial do bairro no vale do Infulene ou no Distrito de Marracuene. As actividades da União Geral das Cooperativas são notáveis neste bairro, particularmente no que concerne à produção de hortícolas, frutícolas e flores.

Uso actual da terra

A área onde será implementada a actividade está demarcada pelo CMCM como zona de expansão da Cidade de Maputo. Ao redor do local de implantação do projecto existem algumas infra-estruturas habitacionais, sociais e económicas. Ainda se encontram alguns espaços não ocupados, actualmente cobertos por vegetação rasteira, pequenos arbustos e árvores de frutos, mas tendo em conta a sua condição de zona de expansão da Cidade, já se encontram nesta área muitos terrenos demarcados para fins habitacionais e outros.

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Impactos Potenciais e Medidas de Mitigação

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8. IMPACTOS POTENCIAIS E MEDIDAS DE MITIGAÇÃO

8.1. CLASSIFICAÇÃO DOS IMPACTOS

As convenções usadas para a avaliação dos impactos são apresentadas de forma resumida na Tabela 2.

Critério DefiniçãoEstatuto Natureza do impacto

Positivo Uma mudança ambiental benéficaNegativo Uma mudança ambiental adversa

ProbabilidadeDescrição da probabilidade da ocorrência do impacto

Definitiva DefinitivaAltamente Provável Muito provávelProvável Uma possibilidade distintaImprovável A ocorrência não e provavel

Extensão A área afectada pelo ImpactoLocal A área proposta para a construçãoÁrea Área envolventeRegional Na regiãoNacional A nível nacional

DuraçãoO período durante o qual os impactos irão continuar

De curto prazo Dentro de um período de 6 mesesDe médio prazo Num período de 6 meses a 2 anosDe longo prazo Para todo o tempo do projectoPermanente Permanente - impactos residuais

Intensidade A gravidade do Impacto no localBaixa Impacto de baixa gravidade - efeitos menoresMédia Gravidade média - efeitos maioresAlta Impactos de alta gravidade

Significância Significado do impacto, sίntese combinadaNenhuma/Baixa Se o impacto não deve influenciar nas decisõesModerada Se deve influenciar nas decisões, a nao ser que

seja mitigávelAlta Se deve influenciar decisões, qualquer que seja

o grau de mitigação

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Impacto Lda. – Projectos e Estudos Ambientais 21

Para os potenciais impactos negativos serão identificadas medidas de mitigação para reduzí-los ou eliminá-los . Já em relação aos impactos positivos, serão propostas medidas conducentes ao potencial aumento dos benifícios que poderão ser colhidos pelos grupos alvo.

8.1.1. Impactos durante a fase de construção

A. IMPACTOS BIOFÍSICOS

A1: Impactos Associados à Gestão de Resíduos Sólidos

Impacto Potencial: Poluição Causada por Resíduos Sólidos não Perigosos

Os resíduos sólidos durante a fase de construção consistem principalmente de resíduos industriais (desperdícios metálicos, pneus usados, entulho de construção) e resíduos domésticos. Este tipo de resíduos podem contaminar o solo e as águas subterrâneas, bem como afectar a qualidade do ar.

Classificação do Impacto:

Estatuto NegativoProbabilidade ProvávelExtensão Área circundante Duração De curto prazoIntensidade MédiaSignificância Moderada a alta

Medidas de Mitigação:

Os locais de construção, armazéns e acampamentos dos trabalhadores devem ser mantidos limpos, não se devendo queimar, enterrar ou abandonar os resíduos sólidos de forma indiscriminada. Por outro lado, os resíduos sólidos domésticos deverão ser separados dos industriais e depostos à parte.

Os resíduos sólidos domésticos (RSD) deverão ser depositados em lixeiras temporárias. Estas devem ser abertas, segundo as seguintes recomendações:

a) O solo superficial deverá ser acumulado numa área à parte, livre de qualquer contaminação, para ser usado mais tarde no encerramento e reabilitação da lixeira;

b) As lixeiras deverão estar situadas a distâncias não inferiores a 50 metros de áreas residenciais e linhas de drenagem, devendo a sua profundidade ser inferior a 2 metros;

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c) Quando a capacidade destas estiver quase esgotada, deverá ser espalhado solo superficial sobre o lixo, para o encerramento do buraco, devendo então ser aberto um novo buraco.

Os desperdícios de betão e cimento deverão, sempre que possível, ser usados como material de enchimento em carreiros, dissipadores de energiaem linhas de drenagem, entre outros. Estes deverão ser de dimensões reduzidas, depositados em locais adequados e cobertos com solo superficial.

Em relação as embalagens feitas de materias biodegradáveis, deverão ser depositadas em lixeira ou queimadas.

Tambores que não tenham contido produtos tóxicos, óleos ou lubrificantes poderão até ser oferecidos à população ou aos trabalhadores, para serem usados como reservatórios de água.

Os desperdícios metálicos deverão ser removidos da área, podendo ser contactados comerciantes de sucata, para procederem à sua remoção e/ou aproveitamento.

Os pneus usados não deverão ser mantidos na área. Sempre que possível, estes deverão ser devolvidos ao fornecedor, para recauchutagem. Caso tal não seja possível, estes poderão ser oferecidos à população local, para uso de controlo de erosão, demarcação de pequenas parcelas de terra ou para uso em parques infantis.

Deverá haver uma equipa responsável pela manutenção da limpeza no local e recolha de todos os resíduos sólidos produzidos pelos trabalhadores envolvidos no projecto

Todos os trabalhadores devem ser instruídos no seguinte:

a) Evitar a poluição do meio ambienteb) Implementar os procedimentos de gestão dos RSc) Aplicar sansões pela poluição do meio ambiente.

Durante a implementação da empreendimento, o monitoramneto da qualidade de água será ser feita numa base regular, quinzenal, para detectar qualquer situação de contaminição.

Impacto Potencial:

Contaminação das Águas Subterrâneas, resultante das Águas Residuais das Instalações dos Trabalhadores

As águas residuais das instalações dos trabalhadores, se não forem devidamente tratadas, poderão constituir um risco de contaminação do solo e das águas subterrâneas nas áreas circundante.

Classificação do Impacto:

Estatuto NegativoProbabilidade ProvávelExtensão Localizada

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Duração De Curto a médio prazoIntensidade MédiaSignificância Moderada a Alta

Medidas de Mitigação:Toda a água residual proveniente do uso doméstico deverá ser tratada em tanques sépticos, devidamente dimensionados, de acordo com o número de trabalhadores envolvidos no projecto, antes de serem libertadas para o meio circundante.

A localização dos tanques sépticos deve ser cuidadosamente planificada, sendo que estes nunca deverão situar-se a uma distância inferior a 50 metros de qualquer fonte de água potável.

A implementação de medidas apropriadas deverá limitar os impactos negativos sobre a qualidade da água. Contudo, deverá ser efectuado um monitoramento regular da qualidade da água subterrânea ao longo da fase de construção. Este deverá incluir a análise de coliformes fecais, pH e compostos aniónicos catiónicos. Estas análises deverão ser efectuadas numa base semanal durante a construção.

Impacto Potencial: Poluição Causada por Resíduos Sólidos Perigosos

A presença e operação de maquinaria pesada, a utilização e armazenamento de substâncias químicas, combustíveis, entre outros, pode resultar em contaminaçãolocalizada e diminuição da qualidade da água. Outra situação que também pode dar origem a poluição é a disposição imprópria dos filtros de óleo, os óleos para a lubricação das cofragens e outros materiais para a manutenção de veículos e maquinaria, presente no terreno.

Classificação do Impacto:

Estatuto NegativoProbabilidade ProvávelExtensão LocalizadaDuração De curto a médio prazoIntensidade MédiaSignificância Moderada a alta

Medidas de Mitigação:

Deverão ser tomadas medidas para garantir que todas as actividades envolvendo a transferência, armazenamento e potencial contaminação estejam confinadas a áreas apropriadamente vedadas. Todas estas áreas de armazenamento, incluindo as usadas para combustíveis e outras substâncias químicas, devam ser devidamente sinalizadas e construídas sobre bacias de contenção impermeáveis, para a retenção dos possíveis derrames. Todos os trabalhadores envolvidos no uso destes materiais devem receber uma instrução adequada e equipamento de protecção, tais como luvas, máscaras, uniformes, entre outros.

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O aterro e todas as áreas de acesso devem estar devidamente isoladas com drenagem suficiente para remover com segurança quaisquer potenciais substâncias contaminantes.Para se evitarem possíveis derrames, recomenda-se que sejam tomadas as seguintes precauções no armazenamento e manuseamento dos combustíveis e lubrificantes:

a) Os depósitos de combustíveis fixos não se devem situar em qualquer área diferente das aprovadas para a execução da obra para a construção dos acampamentos e/ou estaleiro;

b) Os depósitos de combuistíveis com capacidade acima de 1,000 litros devem estar situados em terreno plano ou ligeiramente inclinado. Deve haver um bacia de contenção ao redor da área, com a capacidade para reter, pelo menos, 125% da capacidade total dos depósitos . As paredes e o chão da área do depósito devem ser construídos de material impermeável ou ser devidamente revestidos, para garantir que os produtos petrolíferos não possam escapar;

c) Todas as áreas de depósitos fixos deverão ser isoladas com uma vedação de segurança, com acesso através de um portão que seja possível trancar. Deverão estar afixados os sinais simbólicos com a indicações tais como “proibido fumar”, “não faça lume”, e “perigo”, em conformidade com um padrão reconehcido. O uso de línguas locais, além do Português, é aconselhado;

d) O armazenamento de combustível e a manutenção ou reabastecimento de veículos ou equipamento deverão ser efectuados a uma distância não inferior a 50 metros de qualquer área habitacional, curso de água, terras húmidas ou planícies de inundação, ou onde exista potencial para que derrames de combustível contaminem os curso de água ou a água subterrânea. Os depósitos fixos de combustível deverão estar sempre localizados dentro doslimites do estaleiro.

A manutenção dos veículos e da maquinaria deverá ser feita regularmente e conforme necessário, para evitar derrames durante o seu funcionamento. Esta manutenção deverá ser feita unicamente em oficinas do estaleiro, não devendo ser permitida esta actividade fora da área designada para o efeito. Caso não seja possível levar o veículo à oficina do estaleiro, a manutenção fora deste poderá ser permitida, desde que se cumpam as seguintes recomendações:

1) Revestir o solo abaixo do veículo com uma lona, providenciando assim, condições de isolamento e recolha de derrames;

2) Evitar quaisquer derrames de óleo ou combustíveis para o solo;3) Em caso de contaminação do solo, este deverá ser imediatamente removido e

tratado no estaleiro principal;4) Deverão ser seguidos os procedimentos de limpeza e recolha de derrames;5) O solo contaminado deverá ser tratado por biodegradação ou por outro

método que se afigurar eficiente;6) Limpar e reabilitar as áreas afectadas ou contaminadas com óleos,

combustíveis ou outros materiais perigosos ou semi-perigosos.

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Os óleos usados deverão ser armazenados em tambores selados, não devendo ser misturados com outras substâncias, como gasolina, solventes e anticongelantes. Os óleos usados poderão ser devolvidos à empresa fornecedora, para posterior reciclagem. Todavia, o empreiteiro poderá fornecer óleos usados à população local, mediante solicitação, para serem usados na impregnação de estacas para construção, prática que lhes confere resistência à térmites.

Sempre que possível, as embalagens ou tambores que tenham sido usados para o armazenamento de materiais perigosos, incluindo combustíveis e lubrificantes, deverão ser retornados às empresas fornecedoras, mediante acordo contratual.

B. IMPACTOS SÓCIO-ECONÓMICOS

B1: Emprego / Economia Local

Impacto Potencial:

Expectativas em Relação a Oportunidades de Emprego

A Cidade de Maputo é densamente povoada e é caracterizada por elevados níveis de desemprego não só nas chefias dos agregados familiares. Este projecto irá criar muitas expectativas em relação às oportunidades de emprego não qualificado e semi-qualificado, relacionados com a obra. Associado a este facto, poderá criar a possibilidade para o desenvolvimento de actividades económicas de carácter informal.

Classificação do Impacto:

Estatuto Negativo (se não satisfeito)/Positivo (se satisfeito)Probabilidade Altamente provávelExtensão LocalDuração De médio prazoIntensidade MédiaSignificância Moderada

Medidas de Mitigação:

O projecto deve incorporar e maximizar o uso da mão-de-obra local. Os níveis de educação formal são, no geral baixos, mas há várias actividades dentro do projecto para a força de trabalho não qualificada assim como para a semi-qualificada, devendo se privilegiar a comunidade local no processo de preenchimento dos postos de trabalho.

O Proponente do projecto deve implementar campanhas de consciencialização para informar a comunidade local sobre a natureza do projecto e os seus benefícios potenciais, sem levantar falsas expectativas.

Impacto Potencial:

Criação de Empregos Temporários durante a Construção

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Por causa da sua dimensão e escalonamento, os trabalhos de construção do ISRI criará oportunidades significativas de emprego, apesar da sua natureza temporária. Espera-se alguma injecção de capital na economia dos agregados familiares, resultante dos salários auferidos e contribuirá para a redução dos actuais níveis de pobreza.

Classificação do Impacto:

Estatuto PositivoProbabilidade Altamente ProvávelExtensão LocalDuração De curto a longo prazoIntensidade MédiaSignificância Moderada

Medidas de Melhoramento: Sempre que possível, o recrutamento de mão-de-obra local deve baneficiar os agregados familiares mais vulneráveis. Este processo deve ser cuidadosamente monitorado para que se garantir justiça e transparência e, por outro lado, aconselhar a estas famílias sobre a melhor maneira de utilizar o dinheiro ganho, para que possa haver uma melhoria contínua nas suas condições de subsistência, uma vez concluídas as obras.

Impacto Potencial: Promoção de Economia Informal Local

Durante a fase de construção, a eventual presença de um grande número de possoas, incluindo os trabalhadores da obra e/ou outras pessoas de várias origens à procura de emprego, aumentará a procura local de produtos alimentares, situação que irá contribuir positivamente para a geração de rendimentos dos agregados familiares vivendo e desenvolvendo pequenos negócios nas proximidades da obra.

Classificação do Impacto:

Estatuto Positivo Probabilidade Altamente provávelExtensão LocalDuração De curto a longo prazoIntensidade MédiaSignificância Moderada

Medidas de Mitigação: A promoção da economia informal local será, em grande medida, um processo natural que pode ser melhorado, se os trabalhadores contratassem o fornecimento de alimentos (refeições), durante o período em que durarem as obras.

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B2: Saúde

Impacto Potencial:

Aumento da Proliferação de DTSs e HIV/SIDA

Durante a construção, um grande número de pessoas, especialmente homens não acompanhados, poderão vir de diferentes locais, à procura de emprego, passando a desenvolver relações afectivas nas circunvizinhanças do local da obra, particularmente no seio das raparigas vivendo nas imediações da obra. Disto poderão resultar relações sexuais ocasionais, que aumentam o risco da ploriferação das doenças de transmissão sexual e do HIV/SIDA.

Classificação do Impacto:

Estatuto NegativoProbabilidade DefinitivaExtensão LocalDuração PermanenteIntensidade MédiaSignificância Alta

Medidas de Mitigação:

O Empreiteiro deve estabelecer mecanismos de controlo das infecções de DTSs e HIV/SIDA. Uma das medidas a tomar consistiria na implementação de campanhas de consciencialização dos trabalhadores, em relação ao risco que estas doenças representam e sobre as suas formas de prevenção.

B3: Impactos Associados ao Ruído

Impacto Potencial:

Ruido derivado das obras de Construção

Em princípio, apenas algumas máquinas serão usadas quando necessário para escavar ou aterrar algumas partes do terreno. Qualquer ruído que possa ser produzido, circunscrever-se-á a área do projecto, uma vez que, este empreendimento é praticamene o único na zona e, a vizinhança a cerca de 200 metros é não residente, ocorrendo essencialmente no final da semana, não se prevendo, por isso, que este impacto seja significativo.

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Classificação do Impacto:

Estatuto NegativoProbabilidade ProvávelExtensão LocalizadaDuração De curto prazoIntensidade BaixaSignificância Baixa

Medidas de Mitigação: O ruído das máquinas durante o período de trabalho não será mitigável.

B4: Outros Impactos

Impacto Potencial:

Aumento da Criminalidade

O afluxo de pessoas, muitas das quais que poderão não conseguir emprego na obra e o aumento da quantidade de dinheiro e bens em circulação, poderão resultar num aumento das actividades criminais.

Classificação do Impacto:

Estatuto NegativoProbabilidade ProvávelExtensão LocalDuração De curto a longo prazoIntensidade MédiaSignificância Moderada

Medidas de Mitigação:

Informar às autoridades policiais locais sobre os potenciais problemas de criminalidade, para deste modo se poder facilitar a actuação dos agentes policiais. Outra medida a ser tomada, passa pelo reforço de efectivos policiais e o patrulhamento da zona.

8.1.2. Impactos Durante a Fase de Operação

C. Impactos Biofísicos

O espaço disponibilizado ao ISRI é, na medida em que as obras da primeira fase já se encontram em estágio bastante avançado, um espaço perturbado do ponto de vista ecológico. Assim, os potenciais impactos biofísicos decorrentes da fase de operação (e ampliação) deverão ser de controlo relativamente fácil, desde que o funcionamento do do empreendimento e as obras por executar sejam realizados em conformidade com o proposto PGA, assegurando deste modo a implementação de práticas aceitáveis do

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Impacto Lda. – Projectos e Estudos Ambientais 29

ponto de vista ambiental. Atenção especial deve, entretanto ser dada à gestão de resíduos sólidos.

C1. Poluição

Impacto Potencial: Poluição Resultante do Manuseamento de Resíduos Sólidos Domésticos

Com uma cozinha habilitada a confeccionar 1,000 refeições por dia, espera-se uma grande produção de resíduos sólidos de origem doméstica, potencial foco de poluição do solo, água, ar, para além de atrair moscas, baratas e ratos, quando não manuseados ou acondicionados devidamente.

Classificação do Impacto:

Estatuto NegativoProbabilidade Altamente provávelExtensão LocalDuração De longo prazoIntensidade MédiaSignificância Moderada

Medidas de Mitigação:

O Projecto deverá implementar um sistema de gestão de resíduos sólidos que minimize os potenciais impactos, incluindo a sua recolha periódica e deposição em local apropriado. Para efeito, está prevista a contratação de uma empresa para a sua remoção do local, depois de devidamente acondicionado em recipientes adequados que serão colocados, um pouco por todo o terreno do ISRI.

Em relação às lamas provenientes das Estações de Tratamento de Águas Residuais, estas serão removidas do local com auxílio de meios adequados, tendo para o efeito, sido previsto um ponto de acesso para a execução desta operação. Este trabalho será complementado com actividades de lavagem e limpeza do local.

D. Impactos Sócio-Económicos

D1. Acesso à Água

Impacto Potencial: Limitado Acesso à Água, Quantidade e Qualidade

Não se prevendo, num futuro próximo, a extensão da rede de abastecimento de água a esta zona, através dos serviços públicos de distribuição de água, o abastecimento de água ao ISRI será assegurado por dois furos, a partir dos quais a água extraída e armazenada num depósito semi-enterrado, será bombada para um tanque elevado e, apartir deste, distribuída por gravidade, para cada um dos pontos de consumo. Todavia, com a crescente demanda que se espera, devido a importância que a zona passará a ter, o acesso a água não só poderá se tornar difícil assim como a qualidade poderá ficar afectada devido a sua sobre-exploração.

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Classificação do Impacto:

Estatuto NegativoProbabilidade ProvávelExtensão LocalDuração De longo prazoIntensidade MédiaSignificância Baixa

Medidas de Mitigação: A planificação dos sistemas de bombagem e a determinação atempada dos rebaixamentos do nível freático constituem um requisito importante. Por outro lado, o esperado aproveitamento, para a rega, quer das águas pluviais assim como o das residuais, depois de passarem pela Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR)prevista, poderá reduzir a pressão sobre os lençóis freáticos da área do projecto. Em relação ao aproveitamento das águas residuais, na ETAR, estas entrarão num processo de purificação de modo que à saída tenham um padrão internacionalmemte aceite para reutilização em irrigação. O seu armazenamento será feito em tanques, com a parte superior aberta, a partir dos quais será bombada, usando uma rede de canalização específica, para a rega.

D2: Valor Estético da Zona do Projecto

Impacto Potencial:

Alteração da Estrutura Física da Área devido a Implantação do ISRI

Constituindo a estrutura paisagística um aspecto importante na concepção de projectos para servir os fins a que o ISRI se destina, a não harmonização das soluções arquitectónicas e construtivas com a paisagem e ambiente envolvente, poderão contribuir negativamente para uma boa amenidade visual da área.

Classificação do Impacto:

Estatuto NegativoProbabilidade ProvávelExtensão LocalDuração De longo prazoIntensidade MédiaSignificância Baixa

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Medidas de Mitigação:

De acordo com a Legislação Moçambicana (Decreto nº 45/2004 de 29 de Setembro) para a avaliação de impactos ambientais, a selecção de um local para a implantação de projectos deve ser efectuada com base em comparação de alternativas. No presente caso, apenas um local, na zona periférica da Cidade de Maputo foi identificado, não havendo informação sobre se outras possibilidades teriam ou não sido exploradas. Todavia, esta escolha não se afigura problemática na medida em que a implantação do projecto é numa das zonas de expansão da Cidade de Maputo.

Constituindo este empreendimento um dos primeiros na zona, a implantação dos demais projectos na zona, deverá observar os mesmos padrões de qualidade e que se desenvolva a ideia de um dia transferir para aquele local mais estabalecimentos de ensino superior, ou até mesmo, implantar mais infa-estruturas que ofereçam algum estímilo de carácter cultural que possa, de alguma forma, contribuir para uma melhor interacção intelectual e social da comunidade académica do ISRI e a circunvizinha, maximizando, desta forma o processo de obsorpção de conhecimentos e da troca de ideias, que muitas vezes não ocorrem nas salas de aula. Ao não se terem estes aspectos em vista, corre-se o risco desta instituição se considerar uma ‘ilha’, não cumprindo com o seu objectivo primário, o de desenvolver a sociedade, como um todo.

D3: Condicionamento do Tráfego

Impacto Potencial:

Aumento do Tráfego e de Acidentes Rodoviários

Com a entrada em funcionamento das novas instalações do ISRI, prevê-se o aumento do tráfego e da velocidade de circulação na estrada vicinal, usada para aceder ao local do empreendimento. Actualmente, as condições de circulação são más, não permitindo o cruzamento nem a ultrapassagem de viaturas. Por outro lado, a circulação de viaturas ligeiras é quase que impossível na época chuvosa. Estas condições poderão agravar o risco de acidentes ao longo do percurso que conduz ao ISRI.

Classificação do Impacto:

Estatuto NegativoProbabilidade Altamente provávelExtensão LocalDuração De longo prazoIntensidade MédiaSignificância Moderada

Medidas de Mitigação:Antes do empreendimento entrar em funcionamento, o Proponente deve assegurar a instalação de sinais de trânsito apropriados, definir os limites de velocidade, particularmente nas áreas circunvizinhas do ISRI, fora de encentar contactos para a execução de trabalhos de manutenção das vias de acesso. Por outro lado, as comunidades locais deverão, também ser objecto de campanhas de consciencialização sobre o perigo de acidentes.

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D4. Melhoria das Instalações/Aumento de vagas no ISRI

Impacto PotencialMelhor Integração das diversas actividades do ISRI e aumento do número de vagas

A primeira fase do projecto, i.e. a fase corrente, consiste na construção das principais instalações da reitoria, administração, gabinetes de professores e de pesquisa, área lectiva, auditório e biblioteca, refeitório, áreas de exteriores de jardim, serviços, circulação e estacionamento. A segunda fase abarcará expansão dos edifícios da reitoria, administração e gabinetes de professores e pesquisa, área lectiva, centro de estudos estratégicos, refeitório, área residencial para estudantes, áreas comercial, desportiva e recreativa, bem como áreas de jardim, serviços e estacionamento.

Deste modo, o projecto possui um destacável impacto positivo associado à fase de operação, na medida em que o conceito de “Campus” para além de permitir integrar uma diversidade de actividades num mesmo espaço, facilitando a interacção entre os vários departamentos/serviços, possibilita o incremento do número de acessos à instituição (haverá condições para incorporar 1 080 estudantes, dos quais 240 em regime de internato).

Estatuto Positivo Probabilidade Altamente provávelExtensão Regional/NacionalDuração De longo prazoIntensidade MédiaSignificância Moderada

Medidas de Melhoramento:Os benefícios deste impacto serão maiores se for assegurada a promoção de um sistema de candidaturas tal que permita que candidatos de todo o país e de ambos os sexos tenham as mesmas possibilidades de ingressar na intituição.

8.2. COORDENAÇÃO INTER-INSTITUCIONAL PARA A IMPLEMENTAÇÃO DAS MEDIDAS DE MITIGAÇÃO E/OU MELHORAMENTO

Parte das medidas a serem implementadas depende de sectores e/ou serviços cuja prestação não está prevista no ISRI. Por forma a assegurar-se que estes sejam prestados, é recomendado o estabelecimento de mecanismos de coordenação entre o ISRI e estes sectores, tais como: ambiente, saúde, águas, electricidade, estradas, agricultura, educação e cultura, polícia, sector privado, entre outros.

Uma as formas propostas para apresentação dos impactos e destacar a necessidade de uma coordenação inter-institucional para a sua mitigação, monitoria, avaliação e auditoria, seria a discussão destes aspectos ao nível do MICOA, por forma a que se possa atribuir a cada sector visado, responsabilidades específicas.

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8.3. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE OS VÁRIOS TIPOS DE IMPACTOS AMBIENTAIS IDENTIFICADOS

Sobre os Impactos Ambientais na Fase da Construção :

o Durante a construção são produzidos resíduos sólidos perigosos e não perigosos, resultantes das condições de manuseamento, utilização e armazenamento de materiais de construção e/ou ligados ao processo construtivo. Estes risíduos podem constituir fonte de contaminação do solo e das fontes subterrâneeas de água ou até interferir qualidade do ar. Um conjunto de procedimentos ligados ao processo de manuseamento, utilização e descarte final é proposto para a mitigação dos respectivos impactos.

o Este projecto irá atrair um número considerável de trabalhadores de fora da comunidade na qual está inserido, o que poderá resultar em potenciais conflitos sociais e num aumento de DTSs, incluindo HIV/SIDA. Os trabalhadores assim como a comunidade local deverão ser objecto de campanhas de consciencilização em saúde pública, especialmente relacionadas com a proliferação de DTSs e HIV/SIDA.

o Com a implementação deste projecto, estarão criadas oportunidades de emprego, de carácter temporário e, sempre que possível, recomenda-se a priorização da mão-de-obra não qualificada e/ou semi-qualificada local, no processo de recrutamento de pessoal.

o Esta obra também oferece oportunidades a outras pequenas empresas de prestação de bens e serviços (sub-empreiteiros, por exemplo), em função das condições acordadas.

Sobre os Impactos Ambientais na Fase de Operação :

o Não havendo rede pública para o abastecimento de água, o recurso a este componente ambiental será à base de um campo de furos, na região, para a captação de água. Receia-se que possa haver uma sobre-exploração deste recurso, sendo por isso de recomendar a sua monitoria sistemática, de modo a controlar-se o rebaixamento do nível freático e a qualidade da água deles extraída.

o Este projecto terá, sem dúvida, um grande impacto sócio-económico positivo durante a sua operação: formação de profissionais, valorização da zona, possibilidade da provisão de melhores infra-estruturas para a provisão de serviços (água, electricidade, vias de acesso, entre outras),

o O projecto conferirá ao local um valioso efeito estético. Prevê-se que mais estabelecimento de ensino e/ou de carácter cultural sejam atraídos para este local.

o Esta zona vai ganhar maior importância, haverá maior circulação de pessoas e de veículos. Porque as condições de circulação são más, o risco potencial para a ocorrência de acidentes á alto.

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o A instalação de Estações de Tratamento de Água Residuias, dos locais para o acondicionamento de resíduios sólidos domésticos e também para a concentração das lamas provenientes das ETARs, deve ter em conta o sistema de ventos predominantes no terreno de modo a não se afectar a qualidade do ar.

Sobre a Implementação da Medidas de Mitigação :

o Foi identificado um conjunto de medidas de mitigação para todos os impactos ambientais e sócio-económicos negativos. Grande partes destes, são de carácter localizado e ocorrendo durante a construção do empreendimento. Caso estas medidads sejam postas em prática, a significância dos impactos torna-se baixa. Não foram assinalados impactos não mitigáveis e, sob o ponto de vista ambiental e sócio-económico, não há razões para que o projecto não prossiga. No Plano de Gestão Ambiental foi estabelecido um conjunto de medidas a serem implementadas, pelo empreiteiro, para a mitigação dos impactos.

o Já em relação aos impactos positivos, foram igualmente previstas medidas conducentes ao reforço nas medidas para a sua valorização.

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Plano de Gestão Ambiental

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9. PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL

9.1. INTRODUÇÃO

O presente Plano de Gestão Ambiental (PGA) contém as instruções que permitem ao Proponente, nomeadamente o Instituto Superior de Relações Internacionais (ISRI), integrar no processo implementação do projecto as questões ambientais decorrentes da Avaliação Ambiental. Sendo o seu cumprimento da responsabilidade do Proponente, nas fases subsequentes a do projecto, o ISRI poderá delegar estas responsabilidades a outras entidades envolvidas na implementação do projecto, quer seja o empreiteiro ou consultores independentes, com a finalidade de assegurar o cumprimento das directivas/instruções emanadas.

Este Plano, é um documento dinâmico, daí a sua faculdade de acomodar actualizações e aplicabilidade, sempre que tal se afigurar necessário. É deste modo que o presente documento procura definir os princípios, responsabilidades, actividades e metodologias que todos os intervenientes neste empreendimento deverão observar, em especial o empreiteiro e os utilizadores.

Grande parte dos impactos reportados no PGA é de natureza temporária e limitada à fase de construção, sendo os demais impactos de fácil monitoria, desde que o projecto crie condições para a inspecção e monitoria regulares.

9.2. OBJECTIVO DO PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL

O presente PGA tem por objectivo fornecer os padrões ambientais para a construção e operação do Instituto Superior de Relações Internacionais (ISRI) em Maputo-Zimpeto.

Para cumprir com este objectivo, este PGA atribuiu um conjunto de responsabilidades a cada uma das partes envolvidas no empreendimento; define os métodos e procedimentos a serem seguidos e as acções de gestão ambiental que devem ser postas em prática, tendo em conta que o quadro de referência dos padrões ambientais visa proteger a saúde, o bem-estar e a conservação do meio ambiente.

Em relação ao empreiteiro, este é legalmente obrigado a cumprir o estabelecido no PGA, sendo da sua total responsabilidade o cumprimento dos padrões estabelecidos e aprovados pelo ISRI.

O Plano de Gestão Ambiental contempla um conjunto de recomendações gerais e específicas que, colectivamente, gerem de forma eficaz os impactos ambientais durante as fases de construção e operação do empreendimento. Reconhece-se, no entanto, que na fase actual do projecto, a sua implementação será limitada pelo facto de as obras já terem iniciado há vários meses. O PGA poderá, no entanto, ser aplicado no contexto geral às obras de amplição prevista para o empreendimento.

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9.3. ÂMBITO DO PGA

O PGA cobre a implementação das medidas de mitigação para os impactos relacionados com as seguintes actividades:

1) Estabelecimento e operação das áreas de trabalho;2) Deposição do lixo produzido, como resultado das obras;3) Possível contaminação do solo;4) Possível contaminação do lençol freático;5) Controlo dos métodos e actividades de construção;6) Intercâmbio social entre os trabalhadores e as comunidades locais;7) Acesso da comunidade local ao emprego gerado pelas obras de construção;8) Campanhas de consciencialização e prevenção de DTS’s e HIV/SIDA;9) Disponibilidade de cuidados médicos adequados para os trabalhadores da

obra;10) Produção de poeiras e ruídos

Apesar da obra já obra já ter sido iniciada, o PGA irá cobrir a fase da construção ainda em falta e, tanto quanto possível, orientar a implementação de medidas correctivas sobre acções implementadas ao longo do trabalho já realizado. O PGA cobre igualmente a fase de operação. De notar que as obrigações respeitantes ao empreiteiro limitam-se as fases da execução dos trabalhos de construção.

9.4. NÍVEIS DE OBRIGAÇÕES NA IMPLEMENTAÇÃO DO PGA

9.4.1. Obrigações Do ISRI

O ISRI está comprometido em assegurar que a construção das suas novas instalações sejam lavadas a cabo de acordo com as recomendações do presente relatório, como forma de assegurar que o ambiente, a saúde e segurança dos trabalhadores, clientes, o Empreiteiro e o público, em geral, estejam protegidos. Para tal, o ISRI deverá:

Advertir os gestores, supervisores e trabalhadores em geral sobre os requisitos de saúde, segurança e a m b i e n t e e a s s e g u r a r q u e e s t e s s e j a m responsabilizados peloseu desempenho;

Fornecer pessoal profissional para apoiar nos compromissos relacionados com a segurança , saúde e protecção ambiental;

Monitorar, avaliar e reportar o desempenho relativo à saúde, segurança e protecção ambiental.

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9.4.2. Obrigações do Empreiteiro

Embora a informação fornecida no presente PGA seja de base, é da responsabilidade do Empreiteiro cumprir o quadro de referência e os padrões do projecto;

O Empreiteiro deverá:

Cumprir com todos os requisitos do PGA e, de acordo com o quadro de referência e os padrões ambientais do projecto, empregar técnicas, práticas e métodos de construção que assegurem o cumprimento de tais padrões assim como minimizar os danos ambientais, evitar a poluição, controlar os lixos, prevenir a perda ou danos sobre os recursos naturais e minimizar os efeitos sobre os utentes e/ou ocupantes da terras circunvizinhas e ao público em geral;

Prevenir ou minimizar a ocorrência de acidentes que possam causar danos ao ambiente, prevenir ou minimizar os efeitos de tais acidentes e reverter as condições ambientais a um estado que se assemelhe, tanto quanto possível, ao existente antes do acidente;

Caso o MICOA considere que as actividades de construção executadas peloEmpreiteiro causam danos ambientais inaceitáveis, o Empreiteiro deverá imediatamente consultar as autoridades competentes e o ISRI e chegar a acordo sobre as medidas a serem tomadas. As medidas acordadas deverão ser implementadas tão cedo quanto possível, de forma a evitar a ocorrência de danos subsequentes e a reparar qualquer dano que possa ter ocorrido;

Estar aberto ao cumprimento das auditorias ambientais periódicas pelo ISRI e/ouautoridades relavantes e fornecer a informação necessária para tal. Poroutro lado, o Empreiteiro deverá realizar as suas próprias auditorias, para assegurar o cumprimento do PGA;

Demonstrar de forma documentada perante o ISRI os procedimentos através dos quais será assegurado o cumprimento dos padrões ambientais. O ISRI reserva-s e o d i r e i t o d e e x i g i r q u e o s p a d r õ e s s e j a m c u m p r i d o s , independentemente do não cumprimento que esta possa, em certos casos, admitir segundo o seu próprio critério.

9.5. NÍVEIS DE RESPONSABILIDADE NA IMPLEMENTAÇÃO DO PGA

9.5.1. Do ISRI

O ISRI é responsável, no geral, por:

Assegurar que o PGA esteja em conformidade com os requisitos da entidade governamental responsável pelo meio ambiente, nomeadamente o MICOA;

Implementar o PGA e assegurar que a sua implementação esteja de acordo com todos os requisitos legislativos e contratuais;

Garantir que quaisquer não conformidades com o PGA sejam inteiramente corrigidas através da implementação de medidas correctivas;

Verificar, numa base mensal, qualquer não conformidade significativa, em relação ao PGA, imputável ao Empreiteiro ou aos seus sub-empreiteiros e identificar os passos dados para a sua correcção;

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Supervisar e garant i r que o processo de moitor ia seja devidamente documentado;

Quando necessário, fornecer documentação e informação ao auditor independente;

Analisar e aprovar os procedimentos do Empreiteiro, solicitando assessoria do MICOA neste sentido sempre que necessário;

Caso aplicável, indeminizar quaisquer agreagdos familiares, directamente afectados pelo projecto;

Assegurar a elaboração e implementação de uma estratégia de combate ao HIV/SIDA.

9.5.2. Do Engenheiro Consultor (Engenheiro Residente)

O Engenheiro Consultor é responsável por:

Garantir que todos os componentes do PGA, que são da responsabilidade directa do Engenheiro Consultor, do Empreiteiro e/ou Sub-Empreiteiro sejam inteiramente implementados;

Garantir e participar na revisões do PGA; Receber os re la tór ios do ISRI e assegurar que as cosntatações e

recomendações são respondidas e correctamente implementadas; Assegurar que as não conformidades sejam reportadas; Assegurar que as não conformidades sejam corrigidas dentro do período útil e

que as soluções de minimização sejam efectivamente implementadas; Assegurar que o Empreiteiro cumpra com as suas obrigações ambientais.

9.5.3. Do Empreiteiro

Preparar e submeter, através do Engenheiro Residente, para aprovação do ISRI métodos/procedimentos documentados;

Organizar o trabalho, planos, transporte e equipamento para realizar a obra, de acordo com os requisitos ambientais;

Assegurar que todos os Sub-Empreiteiros estejam a par dos requisitos do PGA e das suas componentes;

Assegurar que as obras sejam realizadas de acordo com o projecto, o contrato e os requisitos ambientais estabelecidos no PGA;

Implementar as acções acordadas, resultantes de auditorias e inspecções.

9.5.4. O Auditor Independente

Caso as obras não tivessem iniciado, seria recomendado que o ISRI contratasse um auditor Independente, acreditado para examinar o processo e reportá-lo de forma independente (aplicável às obras da presente fase).

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Estando a obra quase finalizada e considerando-se que o local das obras já foi submetido uma avaliação ambiental em Maio de 2007, recomenda-se que apenas uma “auditoria de encerramento das obras” seja realizada, após a conclusão das obras. O respectivo relatório deverá ser realizado com base numa visitas ao local e da análise da obra do ponto de vista ambiental. Serão idetificadas as não conformidades e as acções correctivas exigidas pelo PGA, de acordo com a legislação em vigor. As acções correctivas deverão ser implementadas antes da entrega da obra.

ii. Métodos / Procedimentos

Em caso de dúvida sobre métodos / procedimentos específicos aplicáveis para assegurar a preservação das condições ambientais e sócio-económicas, o ISRI deverá contactar um Consultor Ambiental acreditado, para assessorar na sua implementação. No estágio actual dos trabalhos, atenção especial deverá ser dada a questões como:

Gestão do saneamento e higiene do estaleiro Gestão dos resíduos sólidos e efluentes líquidos Controlo de substâncias químicas perigosas Gestão dos resíduos sólidos e efluentes líquidos Saúde da comunidade incluindo a proliferação de DTS´s e HIV/SIDA Saúde e segurança dos trabalhadores Preparação dum plano de resposta a emergências.

9.6. ACÇÕES DE GESTÃO AMBIENTAL

9.6.1. Localização do Estaleiro e Depósitos

As condições gerais relativas à localização de estaleiros são abaixo apresentadas. Onde aplicável e razoavelmente praticável, medidas correctivas deverão ser implementadas no estaleiro existente, tomando como referência pelo menos as condições abaixo especificadas:

O estaleiro e quaisquer armazéns de materiais devem localizar-se em áreas nas quais seja possível minimizar-se o potencial para a ocorrência de impactos ecológicos e a perturbação das comunidades locais e do público em geral;

Empreiteiro deverá cumprir todas as leis e regulamentos relevantes de Moçambique que digam respeito ao abastecimento de água, saneamento, descarga de águas residuais e deposição de resíduos sólidos;

O estaleiro não deverá impor qualquer risco de segurança para as comunidades locais e do público em geral;

Deve existir e ser implementado um método de gestão de resíduos sólidos e efluentes líquidos, de acordo com padrões ambientalmente aceitáveis;

Deve existir e ser implementado um método adequado de gestão do risco de incêndios;

Deve existir e ser implementado um método de restabelecimento pós -encerramento da área;

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9.6.2. Controlo dos Acessos

Deverá existir controle do acesso por razões de segurança, bem como, para prevenir o movimento ou expansão das actividades do estaleiro para além dos limites do mesmo.

Deverão ser tomadas as precauções para se assegurar que as actividades do Empreiteiro não comprometam o modo de vida ou a segurança das comunidades locais.

9.6.3. Reparação das Áreas Perturbadas

Imediatamente após a conclusão da obra, a área deverá ser restaurada através das seguintes acções:

remoção de material vegetal em excesso; remoção de todos os outros tipos de resíduos; deposição adequada de resíduos; nivelamento do terreno perturbado; Qualquer trabalho adicional necessário para deixar a área o mais próximo

possível da sua condição original;

Todos os materiais em excesso dentro da área da construção deverão ser recolhidos e eliminados em onformidade com o plano de gestão de resíduos sólidos.

A área deverá revegetada ou permanecer em repouso, para permitir processos naturais de sucessão, a partir de bancos de sementes armazenados na terra e material radicular e vegetal. Isto será alcançado com o espalhar do solo superficial e do material radicular e vegetal nele contido, proveniente dos amontoados criados durante as actividades de desbravamento e abertura de valas.

9.6.4. Controlo de Substâncias Químicas Perigosas (SQP)

Todas as SQP devem ser manuseadas, armazenadas e eliminadas duma forma segura e responsável, com o fim de evitar a contaminação do solo, a poluição da água e/ou danos a pessoas ou animais em resultado do uso destes materiais.

O Empreiteiro deverá agir em conformidade com todas as leis e regulamentos moçambicanos aplicáveis, condições e requisitos de autorização e aprovação relevantes ao armazenamento, uso e deposição adequada dos materiais perigosos.

Resíduos perigosos deverão ser encaminhados para a Lixeira de resíduos Perigosos existente em Maputo. O Empreiteiro deverá implementar medidas específicas que permitam garantir um manuseamento, acondicionamento e transporte seguros, de acordo com as especificidades de cada produto químico perigoso; para orientação poderão ser consultados as respectivas fichas de dados de segurança (Material Safety Data Sheets). As medidas de controlo de SQP deverão deverá incluir, mas não se limitar a medidas de prevenção da contaminação do solo, da poluição da água, de incêndios acidentais e de riscos/ferimentos a pessoas ou animais.

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Aterros de materiais e resíduos sólidos perigosos no local da construção serão proibidos.

Quaisquer situações acidentais ou incidentais que possam colocar em risco a segurança de pessoas deverão ser imediatamente corrigidas.

Para além deste procedimento, as seguintes medidas devem ser tomadas, com especial ênfase no armazenamento e manuseamento de combustíveis e lubrificantes:

Os depósitos fixos de combustíveis não se devem situar em qualquer área fora daquelas aprovadas para a execução da obra e para a construção do estaleiro;

Os depósitos de combústiveios com uma capacidade acima de 1 000 litros devem ser colocados num terreno plano ou apenas ligeiramente inclinados. Deve haver condições de retenção de líquidos (área de retenção com capacidade de reter pelo menos 125% da capacidade total dos depósitos), criadas à base de materiais impermeáveis;

Todas as áreas dos depósitos fixos deverão ser isoladas por meio de uma vedação de segurança ou sujeitas a vigilância contínua.

Deverão estar afixados sinais simbólicos com indicações tais como “proibido fumar” ,“não faça lume” e “perigo”, em conformidade com normas reconhecidas.

O armazenamento de combustível e a reparação e reabastecimento dos veículos deverão ser efectuados a uma distância não inferior a 50 metros de qualquer área habitacional ou onde exista potencial para que derrames de combustível contaminem os cursos de água ou a água subterrânea.

Inspecções deverão regulares (pelo menos uma vez por semana), para garantir que sejam evitados vazamentos de materiais perigosos;

Quaisquer óleos ou lubrificantes derramados durante a manutenção de rotina dos veículos deverão ser captados em tabuleiros de recolha, ou outro tipo de recipientes ou através de outra forma apropriada de recolha;

O equipamento deverá ser reparado regularmente, para assegurar a não ocorrência de derrames de combustíveis e óleos lubrificantes ou hidráulicos;

Deverá estar disponível no local material absorvente suficiente para uso em caso de derrames acidentais;

Os derrames acidentais de combustíveis e óleos ou outras substâncias perigosas deverão ser imediatamente limpos e o mesmo deverá ser reportado e comunicado ao ISRI. As medidas tomadas para remediar o problema de derrames deverão ser registadas no relatório de incidentes e comunicados ao ISRI;

9.6.5. Gestão das Águas Pluviais, Água de Lavagem e Efluentes na Área

Em geral, deverão ser tomadas as medidas possíveis para se prevenir a descarga no ambiente circunvizinho de quaisquer poluentes da área, tais como cal, químicos, combustíveis e efluentes não tratados.

Deverão ser tomadas as seguintes medidas de gestão das águas pluviais:

Onde aplicável, construção de estruturas de drenagem (canais, diques, drenos), para a drenagem efectiva das águas do local da obra;

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Impacto Lda. – Projectos e Estudos Ambientais 43

Deverão ser tomadas todas as precauções para se prevenir a contaminação do sistema de águas pluviais;

Em caso de um derrame significativo, os principais pontos de drenagem existentes deverão ser bloqueados, para que seja possível efectuar a captação das águas contaminadas.

Para a gestão de efluentes deverão ser tomadas as seguintes mediddas:

A água contaminada das instalações de lavagem de materiais, cozinhas, lavandaria e outras áreas de lavagem deverão ser separadas em águas de lavagem e caudal de esgoto;

As águas de lavagem deverão ser conduzidas a uma bacia de retenção. As águas deverão inicialmente passar por uma caixa de retenção de gorduras, para a remoção das mesmas. Na maioria dos casos, as águas devem ser desviadas para tratamento em tanques sépticos e sistemas de retenção;

Nos casos em que for necessário, deverão ser usados tanques de conservação, que deverão ser alvo de manutenção regular, como forma de evitar que seja excedida a capacidade de tratamento;

Em alguns casos, em que não seja viável o uso de tanques sépticos e de conservação, poderá ser trazido para o local, equipamento portátil de tratamento de efluentes.

A localização, construção e gestão de todas as instalações de esgotos e de tratamento de águas, deverão estar de acordo com regulamentos.

9.6.6. Gestão do Abastecimento de Água

Sempre que possível, deverá ser usada a água da rede pública no estaleiro.

Se não estiverem disponíveis serviços municipais (p.ex., em áreas remotas), a água deverá ser trazida e armazenada e tratada em tanques/reservatórios no local. O tratamento da água deverá ser feito de acordo com os Padrões da Organização Mundial de Saúde e os regulamentos Moçambicanos para a água de consumo humano.

A água para a confecção de alimentos e lavagens, deverá ser armazenada separadamente da água para o consumo e tratada de acordo com os padrões da OMS e os regulamentos Moçambicanos para a água de consumo humano.

Todo o pessoal deverá ser adequadamente informado sobre a necessidade de poupar água na área e de ser “consciente no seu uso”.

9.6.7. Gestão do Saneamento e Higiene no Estaleiro

Deverá ser seguido o procedimento de Saúde e Segurança Ambiental (SSA) do Empreiteiro para o saneamento e a higiene do estaleiro, como forma de gerir este aspecto do projecto.

O procedimento deverá conter restrições nos trabalhadores da construção,

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incluindo:

Não fazer a deposição indiscriminada de detritos ou desperdícios e cascalho da construção;

Não queimar lixo e vegetação removida; Não derramar produtos petrolíferos; Não fazer fogo aberto, excepto na área do estaleiro; Não usar os habitates naturais ou machambas como retrete.

O estaleiro deve obedecer às seguintes exigências:

O Empreiteiro deve fornecer um número suficiente de sanitários temporários para os seus trabalhadores. Deve-se fornecer um mínimo de um sanitário por 10 pessoas;

O Empreiteiro deve fornecer um número suficiente de facilidades de serviços de alimentação para o seu pessoal e não se devem permitir fogos abertos fora dos limites do terreno;

Procedimentos rigorosos de controlo ambiental devem ser seguidos para o manuseamento e armazenamento de produtos potencialmente perigosos, tais como combustíveis e produtos químicos. As instalações de armazenamento e manuseamento devem obedecer todos os regulamentos respeitantes ao armazenamento e manuseamento destes materiais;

O estaleiro da obra não deve estar localizado muito próximo de áreas residenciais ou linhas de água;

Após a conclusão da obra, deve-se executar uma operação de limpeza apropr iada, na qual se devem remover todas as in f ra -estruturas do acampamento, incluindo: escritórios, sistemas de canalização e instalações sanitárias, resíduos sólidos, oficinas, entre outras.

9.6.8. Plano e Procedimento de Gestão de Resíduos Sólidos

Deverão ser envidados todos os esforços para reduzir, reutilizar ou reciclar o lixo produzido nas actividades de construção. O lixo deve ser gerido de tal forma, que se evite o perigo à saúde e segurança dos trabalhadores e do público e que se minimize o impacto no meio ambiente.

Deverão ser seguidos os mecanismos de deposição de resíduos sólidos aplicáveis nos termos da legislação moçambicana. Deverá ser dada atenção particular aos requisitos da Lei-quadro do ambiente de Outubro de 1997 e ao Regulamento sobre a Gestão de Resíduos (Decreto nº 13/2006 de 15 de Junho);

Deverá existir e ser implementado um sistema de controlo e remoção dos resíduos sólidos. Os resíduos de origem doméstica deverão ser depositados em recipientes apropriados e a acumulação temporária dos mesmos deverá ser gerida de modo a que pessoas não autorizadas e animais sejam mantidos à distância. Os recipientes de lixo deverão ser esvaziadas diariamente. As áreas de trabalho deverão ser mantidas sempre limpas e arrumadas. Deverá evitar-se a deposição indiscriminada de resíduos sólidos em geral.

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Se for necessário construir uma área para a sua deposição local, que se apliquem as seguintes regras:

O local para depósito de lixos deve ser construído e localizado a uma distância de pelo menos 200 m da casa mais próxima para não afectar a qualidade localdo ar, ruídos ou impactos estéticos; a área carece de aprovação do ISRI;

A área deve ser localizada a uma distância superior a pelo menos 200 m de qualquer fonte de água activa usada pela comunidade local;

A base da área deve ficar a pelo menos 3 m acima do lençol freático mais elevado.

Em relação aos resíduos sólidos perigosos/semi-perigosos, como resultado da presença e operação de maquinaria pesada e o armazenamento e uso de substâncias químicas, combustíveis, entre outros, medidas devem ser tomadas para garantir que todas as actividades que envolvam a sua transferência, armazenamento e a possibilidade de contaminação, sejam confinadas e devidamente cercadas e calçadas. O uso, armazenamento e deposição destes materiais deverá seguir os procedimentos apropriados. O óleo de motor usado é classificado como lixo perigoso e o Empreiteiro deverá, na forma de um acordo com o fornecedor, devolver o óleo usado ao fornecedor. O óleo usado poderá ser fornecido às comunidades locais quando solicitado para tratar as estacas de construção contra térmites. O único local de deposição de lixos perigosos em Moçambique está localizado em Maputo e o transporte para o mesmo pode ser caro, a menos que o Empreiteiro faça uso de camiões não lotados.

Não se deve deixar os detritos da construção acumularem-se de tal maneira que apresente um perigo de segurança para os trabalhadores ou que diminua os valores estéticos da zona. Este material deverá ser removido o mais rapidamente possível, à medida em que é produzido, para a área de deposição de resíduos sólidos;

Antes da deposição nas áreas indicadas, os resíduos sólidos deverão ser armazenados temporariamente de tal forma que não constituam um perigo de fogo, saúde, segurança ou ambiental ou que não seja acessível a animais e animais transmissores de doenças.

9.6.9. Desmantelamento e Reabilitação do Estaleiro

As obras de ampliação necessitarão, eventualmente, de um pequeno estaleiro, tal como acontece com as obras ora em curso. Para evitar perturbações adicionais do meio, será recomenável que tal estaleiro venha a ser instalado na mesma área onde se encontra o actual. Para efeitos de desmantelamento e reabilitação da área do estaleiro deverá ser observado o seguinte:

Todas as estruturas erguidas pelo Empreiteiro deverão ser desmanteladas, removidas e caso possível, usadas na construção de outros estaleiros;

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Quaisquer escombros gerados pelo desmantelamento do estaleiro deverão ser aterrados num local de deposição aprovado;

As estruturas de controlo de poluição (drenos, tanques sépticos, mecanismo de retenção de gorduras, etc.), deverão ser esvaziados e o lixo deverá ser depositado de acordo com os procedimentos de deposição de resíduos;

Uma vez vazias, tais estruturas deverão ser removidas com todas as precauções, para evitar qualquer possível contaminação do solo ou da água;

As infra-estruturas que não forem reutilizadas deverão ser descartadas de forma apropriada;

Todo o lixo restante deverá ser manuseado de acordo com o procedimento de gestão de resíduos;

Uma vez limpa a área de todos os materiais, o terreno deverá ser preparado para a reabilitação;

O solo superficial original, empilhado no acampamento deverá, então ser uniformemente espalhado sobre as áreas perturbadas;

A área será então reabilitada através do processo natural de regeneração; O ISRI deverá, através de um consultor ambiental designado para o efeito,

monitorar o local, para avaliar o sucesso ou insucesso da reabilitação.

9.6.10.Gestão dos Danos e Acidentes no Seio das Comunidades

As equipas de construção deverão respeitar os direitos de propriedade dos habitantes locais e tratar todas as pessoas de forma cortês.

Os acidentes rodoviários (peões, ciclistas e motoristas), o acesso à terra, a integridade das vedações, o encerramento dos portões, o controle de incêndios, a deposição de lixo, o controle de poeiras e de ruídos, a afectação da vida de animais domésticos, a contaminação da água subterrânea, a destruição da paisagem, culturas e vegetação e todas as questões ambientais referidas ao longo destes padrões, deverão ser controlados no melhor interesse dos habitantes locais.

Será mantido um registo de todas as reclamações ambientais dos proprietários de terras, ocupantes ou do público em geral, relativas às actividades de construção. Tal registo estará disponível para a revisão periódica pelo ISRI.

O registo será regularmente actualizado e conterá informação que incluirá o nome de quem apresenta a reclamação, o seu domicílio e detalhes de contacto, a natureza da reclamação e qualquer acção tomada para se rectificar o problema.

O Empreiteiro será responsável pela produção dum registo e manutenção de um registo de reclamações e pelo tratamento das mesmas.

9.6.11.Prevenção e Controle de Incêndios

Deverão ser tomadas todas as precauções necessárias para se evitar a ignição e expansão de fogos causados deliberada ou acidentalmente em resultado das obras em curso;

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Como forma de se gerir este aspecto, deverá ser seguido o procedimento de Saúde, Segurança e Ambiente (SSA) do Empreiteiro para a prevenção e protecção contra incêndios;

Deverão ser proibidos fogos abertos; Durante o programa de formação e orientação os trabalhadores deverão ser

alertados sobre os riscos e consequências potenciais da deflagração de incêndios. Os trabalhadores deverão igualmente ser alertados sobre os riscos de deposição descuidada de beatas de cigarros;

Deverá ser providenciado equipamento adequado em locais específicos para fazer face a qualquer situação de emergência resultante da deflagração de incêndios.

O Empreiteiro deve elaborar um Plano de Prevenção de Incêndios e Gestão de Emergências, a ser submetido ao ISRI, antes do estabelecimento do local de construção. O Plano deverá cobrir o seguinte:

Fontes de risco de incêndios; Procedimentos a serem seguidos para minimizar o risco de queimadas

acidentais causadas por qualquer actividade relacionada com as obras; Procedimentos a serem seguidos para controlar queimadas acidentais; Equipamentos de combate a incêndios que deverá ser mantido no local das

obras e estar pronto a ser utilizado em caso de emergência.

O Plano deverá abarcar todas as áreas das obras, incluindo os acampamentos.

9.6.12.Emprego

Nesta fase das obras há pouca probabilidade de virem a ser criados novos empregos. Esta secção é, no entanto, relevante para a fase de operação do projecto (e, posteriormente, para a fase de expansão), na qual obras de reabilitação/ampliação serão necessárias.

O Empreiteiro deverá adoptar uma política de emprego com o fim de proteger tanto o Empreiteiro como as comunidades locais, evitando conflitos, particularmente quando o emprego temporário chega ao fim. Procedimentos de Emprego devem ser elaborados para a contratação de trabalhadores não qualificados, semi-qualificados e qualificados.

Ao considerar os pedidos de emprego, o Empreiteiro deverá ser o mais objectivo e imparcial possível. A este respeito, o Empreiteiro deverá tomar em conta as seguintes condições:

Todo o recrutamento será feito em datas fixas e locais definidos; Não se deve admitir trabalhadores eventuais, temporários, numa base ad hoc; Deve-se fazer saber o número exacto de oportunidades de emprego, juntamente

com as aptidões e qualificações associadas; A duração máxima provável do emprego deve ser indicada claramente; Todos os esforços devem ser feitos para fazer o recrutamento no seio dos

trabalhadores desempregados que vivem na área.

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Impacto Lda. – Projectos e Estudos Ambientais 48

O ISRI deverá coordenar com as autoridades locais em relação ao emprego. O recrutamento pode ser feito através das autoridades comunitárias. As oportunidades de emprego devem estar disponíveis para homens e para mulheres. O recrutamento deve ser sujeito a monitoria e auditoria apropriados, para garantir transparência.

O procedimento para a contratação de trabalhadores temporários pode ser o seguinte:

A contratação de cidadãos Moçambicanos deve continuar uma prioridade; O líder da comunidade local deve estar informado sobre todas as actividades de

recrutamento; Sempre que possível, que as candidaturas sejam feitas através do Chefe do

Posto ou líder da comunidade local; Um inventário que apresenta um resumo das necessidades de trabalhadores

temporários deve ser compilado. O inventário deve conter pelo menos a seguinte informação:

o O número de pessoas necessário;o O período durante o qual os trabalhadores são necessários;o O local onde os trabalhadores são necessários;o As aptidões e experiências que os trabalhadores devem preferivelmente

ter. Dever-se-á dar preferência aos trabalhadores que já possuem as aptidões e experiências necessárias;

o Todos os outros benefícios que os trabalhadores temporários irão ter, para além do salário;

1) As fichas de candidaturas, em Português, devem ser disponibilizadas ao Secretário do Bairro ou ao líder da comunidade local e definido um prazo para a submissão das candidaturas;

2) O recrutamento, selecção e admissão de trabalhadores temporários são da responsabilidade do Empreiteiro;

3) O Empreiteiro deve possuir um sistema de registo contendo toda a documentação relacionada com o processo de recrutamento, selecção e admissão e disponibilizá-lo ao ISRI para um possível uso futuro.

Com o fim de eliminar quaisquer equívocos no seio das comunidades acerca da criação de oportunidades de emprego durante a fase de construção do ISRI, deve-se manter uma comunicação contínua com as comunidades locais, para explicar o procedimento de recrutamento e corrigir ideias erradas sobre o emprego de trabalhadores temporários.

A legislação e normas do Ministério do Trabalho deverão ser respeitadas.

9.6.13.Formação

Todo o pessoal, incluindo a força de trabalho do próprio Empreiteiro, o pessoal dos sub-empreiteiros e quaisquer consultores externos, deverá ser submetido a uma formação introdutória combinada, nas áreas da Saúde, Segurança e Ambiente (SSA).

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Esta indução deve ter lugar antes de se admitir quaisquer empregados no local e um registo das actividades de formação deve ser mantido pela unidade orgânica do Empreiteiro responsável pela Saúde, Segurança e o Ambiente.

O curso de indução deve ser complementado com palestras sobre temas especializados e operações específicas, conforme aplicável. Uma indução suplementar deve ser dada ao pessoal-chave (p.e. Encarregado das Obras), para lhe fornecer informação adicional sobre a gestão ambiental.

9.6.14.Deslocamento / Reassentamento e Indemnização

Para projectos apoiados pelo Banco Mundial, o Banco exige que qualquer projecto que causa deslocamento deve obedecer às exigências da sua Política Operacional sobre o Reassentamento Involuntário (OP 4.12). O objectivo da OP 4.12 é fornecer orientações para os procedimentos apropriados para reassentar e indemnizar devidamente Pessoas Afectadas pelo Projecto (PAPs), incluindo pessoas deslocadas (PDs). O deslocamento pode ser físico, económico, social ou cultural. A política cobre os impactos económicos e sociais directos causados pela ocupação involuntária da terra, o que resulta em :

Deslocamento ou perda de abrigo; Perda de bens ou acesso a bens importantes para a produção; Perda de fontes de rendimentos ou meios de subsistência; ou Perda de acesso a locais que oferecem rendimentos mais elevados ou despesas

mais reduzidas a negócios ou pessoas.

O Banco Mundial descreve estes processos e consequências como “reassentamento involuntário”, ou simplesmente “reassentamento”, mesmo quando as pessoas não são forçadas a mudar de lugar. Para os propósitos da OP 4.12 do Banco Mundial, “involuntário” significa haver acções que poderão ser executadas sem consentimento informado ou poder de decisão da pessoa deslocada. O reassentamento é involuntário se as pessoas afectadas não têm opção de manter a situação que tinham antes do início do projecto. A OP 4.12 do BM aplica-se, independentemente de as pessoas afectadas terem que mudar para outro local ou não. Também exige que as pessoas que são afectadas ou medidas adversamente pelas actividades do projecto recebam uma indemnização ou medidas de apoio até ao ponto dos seus meios de subsistência e padrões de vida serem restabelecidos pelo menos até aos níveis antes do projecto.

O projecto prevê a execução futura de obras de ampliação. Contudo, conforme atestam cartas emitidas pelo Município de Maputo (Anexos 2, 5 e 6) é pouco provável que venha a haver necessidade de implementação de acções de reassentamento/compensação. Considera-se, no entanto, importante integrar esta componente no presente Relatório, como forma de assegurar que, caso venham a ser consideradas pertinentes em algum caso, as mesmas sejam devidamente tratadas pelo ISRI, em coordenação com as autoridades governamentais competentes.

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Impacto Lda. – Projectos e Estudos Ambientais 50

Para dar resposta aos impactos económicos e sociais associados com as potenciais perdas sofridas pelas PDs, a OP 4.12 do Banco Mundial exige a elaboração dum plano de acção para o reassentamento (por vezes referido como um plano de acção para o reassentamento), neste caso pelo ISRI, para satisfazer as exigências do Banco Mundial e do Governo de Moçambique.

Caso em alguma circunstância venha a haver necessidade de reassentamento, o Plano de Acção para o Reassentamento (PAR) deverá incluir, mas não se limitar ao seguinte:

Estrutura organizacional e responsabilidades pela indemnização; Enquadramento geral; Dados de referência de base em relação aos agregados familiares; Os princípios, elegibilidades e processos de indemnização; Matrizes de direitos (inventários dos bens); Apoio ao reassentamento; Programação e calendarização do reassentamento; Estimativa dos custos do reassentamento.

Se um PAR não for exigido, segundo as directrizes do Banco Mundial, o ISRI será mesmo assim responsável pelo reassentamento e indemnização dos agregados familiares directamente afectados pelo projecto. O ISRI terá que elaborar directrizes, princípios e procedimentos para o reassentamento, em coordenação com os órgãos governamentais apropriados.

A Direcção Nacional de Agricultura no Ministério de Agricultura (MINAG) é responsável pelas questões relacionadas com a produção de culturas em geral. Em relação a questões de reassentamento e indemnização, é muitas vezes chamado para fixar os valores da indemnização pela perda de culturas sofrida pelas pessoas afectadas, devido à deslocação causada por projectos.

A Direcção Nacional de Geografia e Cadastro faz parte do Ministério da Agricultura. Uma das suas responsabilidades é garantir a implementação da política nacional de terra.

Em cada província há existem Serviços Provinciais de Geografia e Cadastro (SPGC), compostos de vár ios sectores: documentação, procedimentos, topograf ia, levantamentos e cartografia. As responsabilidades dos SPGC incluem:

A elaboração dum mapa do uso da terra (baseado nos direitos conferidos pelos títulos) a nível provincial e a documentação de todos os procedimentos no processo de autorização dos direitos ao uso da terra. Os SPGC não autorizam ou atribuem os direitos do uso e aproveitamento de terra, mas simplesmente preparam e canalizam a respectiva documentação;

A responsabilidade pela Lei da Terra e os seus Regulamentos, a resolução de conflitos, a transferência dos direitos ao uso e aproveitamento de terra e a cobrança das taxas de utilização de terra;

O registo das terras comunitárias adquiridas ao abrigo da lei costumeira e a documentação dos direitos adquiridos por pessoas singulares ao abrigo desta lei; e

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Impacto Lda. – Projectos e Estudos Ambientais 51

A partilha e fornecimento de informação relevante para a planificação económica na província, dando informação sobre áreas ocupadas ou abandonadas. Os SPGC também apoiam a elaboração de planos directores de ocupação de terra, em coordenação com outras instituições.

O MICOA terá que aprovar qualquer plano de reassentamento e indemnização.

9.6.15.Saúde da Comunidade

Deve-se implementar campanhas de consciencialização em relação à prevenção de DTS´s e HIV/SIDA, abrangendo tanto os trabalhadores da construção como as comunidades em geral. Além disso, deve-se tomar medidas especiais e fazer consciencialização em relação à higiene pessoal, não só no estaleiro da obra e a nível dos trabalhadores, mas também no seio da comunidade em geral.

O Empreiteiro poderá, acaso assim se justifique, contratar um provedor de serviços qualificado para preparar e implementar um programa para minimizar o risco de proliferação de infecções por HIV em resultado do contrato de construção.

O ISRI consciente do risco que este projecto pode representar para a proliferação de doenças de transmissão sexual (DTS´s), poderá solicitar a elaboração de Termos de Referência para um Programa de Prevenção das DTS/HIV/SIDA. Nestes, devem ser tomadas em conta pelo menos os seguintes aspectos:

Palestras sobre HIV/SIDA e educação permanente sobre a transmissão do HIV/SIDA e DTS´s aos trabalhadores, através de seminários, cartazes e sessões informais de informação;

Encorajamento dos trabalhadores para apurar a sua condição em termos de HIV;

O fornecimento gratuito de preservativos no local da obra; Encorajamento dos empregados a iniciarem o tratamento tão cedo quanto

possível contra DTS´s para minimizar o risco duma infecção do HIV; Encorajamento dos empregados a iniciarem o tratamento tão cedo quanto

possível contra as infecções secundárias/oportunistas, tais como tosse, gripes e pneumonia e a sua monitoria;

Promoção dum ambiente livre do estigma do HIV/SIDA, por meio de uma abordagem aberta e não discriminatória da epidemia, a todos os níveis de emprego;

Elaboração de plano de gestão abrangente, incluindo regras para o comportamento e a proibição do “comércio do sexo” no local.

Sendo a malária endémica na área do projecto, o Empreiteiro deverá preparar e implementar um programa para minimizar a incidência desta doença entre os trabalhadores e o consequente alastramento da mesma à população das áreas circunvizinhas. O programa deverá ser preparado com a ajuda de um profissional de saúde qualificado (preferencialmente um médico) com experiência nesta doença e no seu tratamento. As questões a serem abarcadas por este programa deverão incluir:

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Medidas para controlar a reprodução de mosquitos nos locais de construção; Medidas para evitar que os empregados contraiam a doença, incluindo a

educação sobre a prevenção da malária e a instalação de dispositivos de protecção nos quartos de dormir e nas áreas de comer;

Medidas para diagnosticar e tratar eficazmente infecções de malária e o mais rapidamente possível, depois da doença ter sido contraída.

Entretanto, o afluxo e a concentração dum grande número de pessoas em redor do local de construção podem criar pressões adicionais na já fraca rede sanitária local.

9.6.16.Saúde e Segurança

A consciencialização em relação à Saúde e Segurança desempenham um papel importante para conseguir conformidade com a legislação Moçambicana sobre a saúde e segurança dos trabalhadores e a prevenção de acidentes. A este respeito, os seguintes passos devem ser dados para garantir que todas as pessoas envolvidas na execução da obra estejam adequadamente informadas. O objectivo é não ter nenhum ferimento e nenhum acidente fatal dos trabalhadores durante a construção.

O Empreiteiro deverá nomear um elemento responsável pela Saúde e Segurança (Oficial de Saúde e Segurança, OSS);

O Empreiteiro deverá elaborar um Manual de Regras e Procedimentos de Saúde e Segurança. O ISRI irá analisar e aprovar o Manual;

O ISRI realizará auditorias de conformidade em relação à aplicação das normas de Saúde e Segurança, durante todo o período de execução do projecto;

O Responsável pela Saúde e Segurança do Empreiteiro deverá dar informação a todos os trabalhadores, sub-empreiteiros e consultores sobre a Saúde e Segurança, como parte da sua preparação geral;

O Responsável pela Saúde e Segurança do Empreiteiro irá promover a consciencialização dos trabalhadores no local sobre a Saúde e Segurançaatravés de palestras, reuniões e promoções durante toda a fase de construção;

Todos os incidentes de Saúde e Segurança que ocorrem no local serão reportados e resolvidos, segundo o procedimento do Empreiteiro;

Todos trabalhadores e visitantes deverão usar um equipamento protector pessoal, quando se encontram no local de trabalho.

9.6.17.Procedimentos para Resposta de Emergência

A possibilidade de acidentes e outras situações de emergência sempre existe. Uma planificação e preparação eficazes podem reduzir o número de ferimentos, proteger os trabalhadores e os vizinhos, reduzir a perda de bens e minimizar a perda de produção.

Um programa eficaz de preparação para e resposta a emergências deve conter cláusulas para:

A avaliação da possibilidade de ocorrência de acidentes e emergências (como acidentes de viação, incêndios, explosões, derrames ou a libertação de materiais perigosos e desastres naturais);

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As responsabilidades organizacionais chave; A prevenção de incidentes; Planos/procedimentos para responder a incidentes; A testagem periódica dos planos e procedimentos de emergência; A revisão periódica dos planos/procedimentos de emergência; Acordos com os provedores de apoio a emergências locais.

9.6.18.Atribuição de Responsabilidades

Todas as actividades descritas no PGA são da responsabilidade do Empreiteiro e sub-empreiteiros, à excepção das seguintes, que continuam da responsabilidade do ISRI.

A disseminação de informação sobre o projecto; Campanhas de educação/consciencialização sobre os perigos associados às

obras de construção, bem como ao aumento do tráfego na área (especialmente no que diz respeito à proliferação do HIV/SIDA);

O processamento de quaisquer pedidos de reassentamento e/ou indemnização na sequência da perda de terra, árvores de fruto, produção de culturas ou, possivelmente, o reassentamento;

Consideram-se as seguintes componentes do PGA como sendo de importância particular para o Empreiteiro:

A reabilitação das áreas de construção; A deposição e tratamento dos resíduos sólidos; A poluição do solo e das águas subterrâneas; Medidas de controlo de plantas infestantes exóticas; A interacção dos trabalhadores com as populações locais; A saúde e segurança dos trabalhadores.

A Tabela que se segue apresenta de forma resumida os impactos ambientais avaliados, as respectivas medidas de mitigação e as entidades responsáveis pela gestão ambiental do projecto.

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Impacto Lda. – Projectos e Estudos Ambientais 55

Resumo dos impacto ambientais, medidas de mitigação e responsabilidades de gestão ambiental - Fase de Construção.

IMPACTO MITIGAÇÃO EXECUÇÃO MONITORIA AUDITORIA

FASE DE CONSTRUÇÃOObter das autoridades competentes as licenças de uso e aproveitamento da terra;

ISRIISRI e

Autoridades Municipais

Obter das autoridades competentes (municipais) a aprovação do projecto e a respectivas licenças de contrução;

ISRIISRI e

Autoridades Municipais

Autorização e Licenças

Manter os locais de construção, os depósitos e estaleiro da obra limpos;

Fornecer contentores para o acondicionamento seguro dos Resíduos Sólidos;

EMPREITEIRO FISCAL

Auditor Independente,

contratado pelo ISRI e

MICOA

Não permitir a queima, enterro ou abandono de resíduos sólidos de forma indiscriminada; este deverá ser depositado em covas e recipientes criados para este efeito;

EMPREITEIRO FISCAL

Auditor Independente,

contratado pelo ISRI e

MICOAFazer uso dos locais para a deposição temporário dos RS, tendo em conta que a sua localização está a pelo menos 50 metros de áreas residenciais, linhas de drenagem e de profundidade não superior a 2 metros;

Poluição Causada por Resíduos Sólidos não

Perigosos

Que se faça a reposição da camada superficial de solo, assim que terminada a utilização da(s) cova(s) que tiverem sido abertas para o efeito;

EMPREITEIRO FISCAL

Auditor Independente,

contratado pelo ISRI e

MICOA

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Impacto Lda. – Projectos e Estudos Ambientais 56

Manusear os poluentes tais como combustíveis, lubrificantes, detergentes, cimento e outros produtos químicos com cuidados especiais de modo a evitar o seu derrame;

EMPREITEIRO FISCAL

Auditor Independente,

contratado pelo ISRI e

MICOAOs trabalhadores que lidam com estes produtos devem ser devidamente treinados de modo e evitarem a contaminação do solo, manusear poluentes tais como combustíveis, lubrificantes, detergentes, cimento e outros produtos químicos com cuidados especiais de modo a evitar o seu derrame, a ocorrência de fogos acindentais e ferimentos a outras pessoas;Uma Declaração de Metodos para a gestao de materiais perigosos e tóxicos deverá ser elaborada.

EMPREITEIRO FISCAL

Auditor Independente,

contratado pelo ISRI e

MICOA

Os restos de betão deverão ser reduzidos a peças de pequena dimensão e armazenados em locais de deposição de lixos especiais

EMPREITEIRO FISCAL

Auditor Independente,

contratado pelo ISRI e

MICOA

Proceder ao reenvio dos lubrificantes usados aos fornecedores, para reciclagem

EMPREITEIRO FISCAL

Auditor Independente,

contratado pelo ISRI e

MICOA

Poluição Causada por Resíduos Sólidos não

Perigosos

As embalagens feitas de materiais facilmente biodegradáveis podem ser depositadas em aterros ou queimadas

EMPREITEIRO FISCAL

Auditor Independente,

contratado pelo ISRI e

MICOA

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Impacto Lda. – Projectos e Estudos Ambientais 57

As embalagens e/ou tambores com produtos tóxicos devem ser devolvidos aos fornecedores.

EMPREITEIRO FISCAL

Auditor Independente,

contratado pelo ISRI e

MICOA

As embalagens que não continham produtos tóxicos podem ser oferecidas a população

EMPREITEIRO FISCAL

Auditor Independente,

contratado pelo ISRI e

MICOAUm procedimento de higiene e segurança do Estaleiro deverá ser produzido, dando indicações em relação à proibiçãoo da deposição indiscriminada de detritos ou desperdícios da construção.

Saneamento e Higiene no Estaleiro da Obra

Por outro lado, deverão ser presvistas instalações sanitárias para o uso do pessoal, obedecendo o critério minimo de um sanitário para cada dez pessoas; vestiários e espaço suficiente para cozinha e refeitório. Concluídas as obras, deve-se proceder à remoção destas instalaçõess e à limpeza do local.

EMPREITEIRO FISCAL

Auditor Independente,

contratado pelo ISRI e

MICOA

O projecto deve incorporar e maximizar o uso da mão-de-obra local, sobretudo para a execução de trabalhos que não exijam mão-de-obra qualificada. A comunidade local deve ser privilegiada no preenchimento dos postos de trabalho e, caso não seja possível, que sejam apresentadas as razões;

Expectativas em Relação a Oportunidades de Emprego

O Proponente do projecto deve implementar campanhas de consciencialização para informar a comunidade local sobre a natureza do projecto e os seus benefícios potenciais, sem levantar falsas expectativas

EMPREITEIRO ISRIDireccao do Trabalho e

ISRI

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Impacto Lda. – Projectos e Estudos Ambientais 58

Promoção de Economia Informal Local

A promoção da economia informal local será, em grande medida, um processo natural que pode ser melhorado, se os trabalhadores contratarem o fornecimento de alimentos (refeições), durante o período em que durarem as obras.

TRABALHADORES/EMPREITEIRO ISRI Autoridade Local

Presenca Física dos Trabalhadores

Campanhas de consciencialização, dirigidas as comunidades locais sobre o intercâmbio social com trabalhadores da obra devem ser levadas a cabo para a prevenção das DTSs/HIV/SIDA. Paralelamente, deverãoo ser implementadas companhas de consciencialização em relação ao risco que estas doenças representam e sobre as suas formas de prevenção.

EMPREITEIRO e Autoridades Locais FISCAL

Auditor Independente

(Saude), contratado pelo ISRI e

MICOA

Aumento das Expectativas em Relação ao Desenvolvimento Social

Sempre que possivel, promover iniciativas de desenvolvimento social, de acordo com as necessidades locais.

ISRI ISRI Autoridade Local

O estabelecimento de um canal de comunicação entre o Empreiteiro e as comunidades locais é importante para informar a estas sobre o início das obras de construção do ISRI, a data prevista para a sua conclusão e a possibilidade de haver perturbações de ruído e poeiras;

EMPEITEIRO ISRI Autoridade Local

Deve haver a preocupação de controlar e limitar as poeirasn na área de influência da construção, para garantir que estasnão causem efeitos prejudiciais as comunidades locais. Algumas das medidas que podem ser implementadas para incluem:

Produção de Poeiras e Ruidos

a) Limitar a área desbravada ao minimo necessário;

EMPREITEIRO FISCAL

Auditor Independente,

contratado pelo ISRI e

MICOA

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b) Usar camiões de agua para humedecer os solos, retendo as poeiras;c) Reabilitar as áreas desbravadas, logo que se torne praticamente possiveld) Limitar a velocidade das viaturas nas áreas próximas de residências e outros tipos de habitação

Limitar as actividades as horas normais de trabalho EMPREITEIRO FISCAL e

ISRI

Auditor Independente,

contratado pelo ISRI e

MICOA

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Resumo dos impacto ambientais, medidas de mitigação e responsabilidades de gestão ambiental - Fase de Operação.IMPACTO MITIGAÇÃO/MELHORAMENTO EXECUÇÃO MONITORIA AUDITORIA

FASE DE OPERAÇÃOImplementar um sistema de gestão de resíduos sólidos que minimize os potenciais impactos, incluindo a sua recolha periódica e deposição em local apropriado. Contratar uma empresa para a sua remoção do local, criar condicões para o seu devido acondicionamento.

Empresa Contratada ISRI

Auditor Independente, contratado pelo ISRI e MICOA

Poluição Resultante do Manuseamento de Resíduos

Sólidos Domésticos As lamas provenientes das Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETARs) serão removidas do local com auxílio de meios adequados. Prever acessos para a execução desta operação. Este trabalho será complementado com actividades de lavagem e limpeza do local

Empresa Contratada ISRI

Auditor Independente, contratado pelo ISRI e MICOA

Controlo do Funcionamento da(s) ETARs

Monitorização semanal da eficiência da(s) ETARs, através da medição dos seguintes parâmentros: Temperatura, pH, SST, CQO, Nitrogénio Total e Fósforo Total.

Empresa Contratada ISRI

Auditor Independente, contratado pelo ISRI e MICOA

A planificação dos sistemas de bombagem, a determinação atempada dos rebaixamentos do nível freático e a testagem contínua da qualidade da água constitui um requisito importante.

ISRI DNA/SAUDEAuditor

Independente, contratado pelo ISRI e MICOALimitado Acesso à Água,

Quantidade e QualidadeO aproveitamento, para a rega das águas pluviais e residuais poderá reduzir a pressão sobre os lençóis freáticos .

ISRIAuditor

Independente, contratado pelo ISRI e MICOA

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Alteração da Estrutura Física da Área devido a Implantação do

ISRI

Constituindo este empreendimento um dos primeiros na zona, a implantação dos demais projectos na zona, deverá observar os mesmos padrões de qualidade

Autoridades Municipais

Autoridades Municipais

Autoridades Municipais

Aumento do Tráfego e de Acidentes Rodoviários

assegurar a instalação de sinais de trânsito apropriados, definir os limites de velocidade, particularmente nas áreas circunvizinhas;

ISRI e Autoridades Municipais

Autoridades Policiais Obras Publicas

execução de trabalhos de manutenção das vias de acesso;

Autoridades Municipais Obras Públicas Obras Publicas

Aumento do Tráfego e de Acidentes Rodoviários As comunidades locais deverão também ser objecto

de campanhas de consciencialização sobre o perigo de acidentes.

INAV Autoridades Locais

Auditor Independente, contratado pelo

ISRI

Coordenação Inter-Institucional para a Implementação das Medidas de Mitigação e/ou

Melhoramento

Estabelecer mecanismos de coordenação entre o ISRI e sectores, tais como: ambiente, saúde, águas, electricidade, estradas, agricultura, educação e cultura, polícia, sector privado, entre outros, para assegurar a implementação das medidas que nao dependem unicamente do ISRI

ISRI Autoridades Governamentais

Auditor Independente, contratado pelo

ISRI

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Custos estimados de implementação das actividades propostas no PGACUSTOS - USD

ACTIVIDADES DO PGA CONSTRUÇÃO (Custo Total)

OPERAÇÃO(Custo Mensal)

1 Poluição Causada por Resíduos Sólidos não PerigososAluguer de transporte para a sua remoção 10.000,00 300,00

2Contaminação das Águas Subterrâneas, resultante das Águas Residuais das Instalações dos TrabalhadoresColheita de amostras de água para análise laboratorial - 600,00 100,00

3 Poluição Causada por Resíduos Sólidos PerigososColocação dos dispositivos necessários, incluindo construções e pessoal qualificado - Valor Global 15.000,00 Indeterminado

4 Expectativas em Relação a Oportunidades de EmpregoEstudos sobre esta possibilidade - Valor Global 2.500,00 N/A

5 Criação de Empregos Temporários durante a Construção Estudos sobre esta possibilidade 2.500,00 N/A

6 Promoção de Economia Informal LocalEstudo sobre os niveis esperados e/ou atingidos - Valor Global 3.000,00 200,00

7 Aumento da Proliferação de DTSs e HIV/SIDAPromoção de campanhas mensais - mensal 10.500,00 2.000,00

8 Ruido derivado das obras de Construção e PoeirasRega para contenção de poeiras e avisos da existência de niveis sonoros acima do normal, incluindo assistência médica derivada de stress

5.100,00 100,00

9 Aumento da CriminalidadeReforço no policiamento, colocação de iluminação pública compra de equipamento de comunicação (telefone celulat e/ou rádio), uniformes, lanternas pilhas

6.000,00 500,00

10 Melhoria dos acessos, incluindo sinalização 300.000,00 2.000,00

11 Remoção de lamas provenientes das ETAR 100,00

12 Contratação de Auditores independentes 20.000,00 300,00

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13 Estudos ou ensaios adicionais 15.000,00 300,00

14 Ligação com outras instituições 5.000,00 100,00

Sub-total 395.200,00 6.000,00Contingências 5% 19.760,00 300,00TOTAL 414.960,00 6.300,00Valor Arredondado $500.000,00 $7.000,00

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10. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

A natureza do projecto, as soluções construtivas adoptadas, a funcionalidade dos elementos que o integram e as características biofísicas da área, adaptam-se perfeitamente ao tipo de empreendimento que se pretende edificar, podendo, por isso, concluir, que que a área reune condições para a implementação do o projecto apresentado. Todavia, para se assegurar uma melhor harmonização entre o empreendimento e as características físicas e biológicas do ambiente local, érecomendada a aplicação das medidas mitigadoras sugeridas ao longo do presente relatório, como forma de minimizar os potencias impactos negativos que ocorrerão.

Uma vez que a implementação de parte das medidas de mitigação e/ou melhoramento depende de sectores fora da alçada do ISRI, recomenda-se o estabelecimento de mecanismos de coordenação inter-institucional, para o sucesso na implementação destas medidas.

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11. REFERÊNCIAS

Corbitt, Robert A., Standard Handbook of Environmental Engineering, McGraw-Hill, New York, 1989.

Chanlett, Emil T., Environmental Protection, McGraw-Hill, New York, 1973.

Sharma, Hari D. and Lewis, Sangeeta P., Waste Containment Systems, Waste Stabilization, and Landfills: Design and Evaluation, John Wiley and Sons, Inc., New York, 1994.

Metcalf & Eddy, Inc., Wastewater Engineering – Treatment, Disposal and Reuse, Third Edition, McGraw-Hill, Boston, 1991.

Jeff Christensen, 40-Hour Health & Safety Training Program for Hazardous Waste Operations and Site Investigations, The University of Arizona, Dept. of Risk Management & Safety, USA, 2001

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Anexo 1

Carta do Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA)

contendo recomendações relativas a Gestão Ambiental

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Anexo 2

Carta de aprovação da obra pelo Conselho Municipal da Cidade de Maputo

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Anexo 3

Parecer Técnico –Arquitectura e Urbanismo

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Parecer TécnicoINSTITUTO SUPERIOR DE RELAÇÔES INTERNACIONAIS

Cidade de Maputo – Bairro do ZimpetoARQUITECTURA E URBANISMO

12. INTRODUÇÃOO presente parecer foi elaborado a partir da análise de documentação de projecto disponibilizada pelo ISRI e após visita ao local.Da documentação disponibilizada consta partes escritas, que descrevem na generalidade e em detalhe o conceito do projecto e as soluções preconizadas para que os objectivos de projecto sejam atingidos e monitorizados, e partes desenhadas que ilustram como as infraestruturas fisicas vão permitir uma operação deste complexo na gestão dos fluxos de água potável e pluvial e efluentes liquidos e sólidos, na ventilação e cobertura vegetal.Quanto ás edificações as partes desenhadas são suficientemente claras para caracterizar os fluxos de utentes e os respectivos acessos viários quer dos utentes, quer de serviços de manutenção e operação.

13. PRINCIPAIS OBSERVAÇÕES

13.1. INSERÇÃO URBANISTICAO projecto se localiza numa zona urbana não ocupada actualmente verificando-se um aproveitamento destes espaços com agricultura precária em toda a extensão da zona.Sendo a segunda infraestrutura a ser edificada as redes urbanas construidas não estão executadas ainda sendo os acessos viários em terra, não havendo ainda uma rede urbana de energia em média tensão nem uma rede de águas e de esgotos.É de prever que o acesso a partir da Estrada Nacional nº 1, que está em processo de alargamento, poderá vir a sofrer uma alteração no nó de ligação, não sendo possivel de antever qual a solução urbanistica a ser adoptada na altura em que outras infraestruturas venham a ser construidas.

13.2. CONCEITO ARQUITECTONICO AMBIENTALO complexo edificado no seu conceito fundamental tem grande atenção ao maneio de águas usadas e pluviais e ainda quanto ao manusemaneto de resíduos sólidos que em alguma situação terão algum conteúdo tóxico ou corrosivo que exija condicionamento especifico. As águas pluviais serão lançadas em valas de dissipação no terreno não descarregando fora dos limites

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da concessão. As águas usadas serão depuradas por fossas sépticas e posteriormente serão descarregadas em poços de infiltração.O projecto prevê a criação de espaços verdes de modo a produzir uma cobertura vegetal do terrno evitando superficies de solo sem algum revestimento.Quanto á volumetria geral, fenestração, espaço útil vital e ventilação, salubridade e saneamento, o projecto respeita a legislação em vigor em Moçambique para Edificações Urbanas.

13.3. MATERIAIS DE CONSTRUÇÃONa descrição de materiais a aplicar em obra não há materiais especificados que constem de lista de materiais contaminantes do Ar, do Solo ou de Àgua.A supervisão de trabalhos de construção terá de verificar a não aplicação de materiais contaminantes como soldaduras contendo chumbo em tubagems de cobre para água potável sem as devidas protecções, tintas em interiores contendo aluminio ou zinco sem a devida cobertura de protecção, particulas de asbestos ou de fibras minerais que se possam desagregar e se espalhar pelo ambiente do complexo especialmente em interiores. Deverá também ter a precaução de verificar a preparação dos entulhos e lixos da obra antes da sua descarga em vazadouro publico.

14. CONCLUSÃODepois das considerações deste parecer se verifica que não há nada que obste, sob o ponto de vista arquitectónico, construtivo e urbanistico, a emissão de uma licença ambiental sendo no entanto necessário definir um plano de operação e de manutenção do correcto funcionamento deste complexo.

Maputo 16 de Maio de 2007

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Arquitectura e Urbanismo Observações Relativas ao Projecto de Construção do Novo Campus Universitário do Instituto Superior de Relações Internacionais, no Bairro do Zimpeto, em Maputo

Fase de construçãoPoeiras resultantes de escavações e aterros e enquanto não é reposta a camada de vegetação

ProvávelRegas periódicas e replantio de vegetação nas áreas onde já não vai haver trabalhos de construçãoTransporte de inertes a ser efectuado evitando perdas no transporte

Vibrações anormais pelo emprego de equipamentos pesados

Pouco provável

Ruídos acima dos limites admissíveis e fora do horário normal de trabalho

ProvávelEmprego de equipamentos em bom estado de conservação e se houver que empregar equipamentos ou realizar operações ruidosas estas devem ser programadas para horário conveniente e com pré-aviso na vizinhança

Descarga de lixos e efluentes contaminantes

ProvávelLixos contendo materiais contaminantes devem ser contentorizados e descarregados em lixeira autorizada pelas entidades municipaisEfluentes líquidos contaminantes serão contentorizados e enviados para processamento industrial

Insegurança de pessoal-trabalhadores e visitantes

ProvávelMedidas de segurança apropriada para cada operação de construção a ser realizada segundoprocedimentos certificados

Projecto de ArquitecturaHumanização de espaços Observação de regras de ventilação, espaços vitais

mínimos convencionados, fenestração,

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Requisitos técnicos legais Observação de regulamentos em vigor no que respeita a estrutura, higiene, salubridade, protecções contra erosão, drenagem de águas pluviais, processamento de águas usadas, ruído

Paisagismo Influencia do projecto na qualidade de vida da vizinhança, solos descobertos de vegetação, linhas de drenagem, lençóis freáticos

UrbanismoInserção na rede de comunicação viária

Inserção na rede principal de circulação viária

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Anexo 4

Relatório Geotécnico

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RELATÓRIO GEOTÉCNICO

1.ÂMBITO DO TRABALHO: OBJECTIVOS E DESCRIÇÃO GERAL

A presente memória refere-se a avaliação geotécnica expedita solicitado pela Impacto, Lda, para avaliação do impacto que esta componente pode ter sob ponto vista ambiental nas futuras instalações do Instituto Superior de Relações Internacionais. No local estão em curso obras que servirão para o funcionamento de todos os serviços de a instituição, desde salas de aulas, bloco administrativo, serviços de apoio, biblioteca, parques de estacionamento entre outras. A avaliação geotécnica dos solos locais foi feita tendo em conta os vários resultados conseguidos durante a fase desse estudo.

Geologicamente, a área em referência faz parte de uma extensa zona formada por dunas interiores e planícies arenosas interiores que fazem parte das extensas áreas com estas características da província de Maputo, e é de formação relativamente recente, do Quaternário. Para além destas formações, a região é constituída, por exemplo, por solos de origem aluvionar, de origem lacustre, por terrenos de origem eólica, e até por outros de formação orgânica. Estes terrenos de distintas origens são todos considerados como do período Quaternário, na carta geológica 1:250.000, com pouca ou nenhuma discriminação.

2. VISITA AO LOCAL

Em 23 de Abril de 2007, foi realizada uma visita ao local. Foi feita uma inspecção das condições superficiais dos solos locais existentes, bem como foi observado um perfil de terreno escavado no local onde está em construção um depósito semi-enterrado com capacidade para 50 m3 de água. Nesta escavação foi constatado que os solos são arenosos em toda a profundidade e que, e que à superfície, especificamente naquele local há uma camada de aterro de sensivelmente 15 cm. Não se vislumbram problemas de escoamento superficial, pois os solos são muito permeáveis.

Além das observações feitas, foram colhidos dados a partir de entrevistas com os engenheiros da empresa adjudicada, nomeadamente Teixeira Duarte, Lda. Essas informações dão conta que até ao nível de assentamento das fundações directas, os solos são constituídos por areias finas a médias sem plasticidade, com resistência suficiente para garantir um bom comportamento mecânico das fundações.

3. OBSERVAÇÃO DOS RESULTADOS DOS ENSAIOS

Para estudo geotécnico, foram fornecidos alguns elementos, tais como:

Resultados da investigação realizada pela empresa Moore Spence Jones (Pty)

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Ltd;

Resultados da investigação feita em sondagens pela empresa WE Consult;

Resultados da avaliação dos perfis geológicos de sondagens realizadas pela

GEOMOC, SARL e;

Boletim de análise de água.

3.1 Comentários sobre as investigações realizadas

Os resultados das várias investigações realizadas no local permitem a execução das obras geotécnicas (fundações) e exploração dos recursos hídricos disponíveis sem constrangimentos.

Os resultados fornecidos pela empresa Moore Spence Jones (Pty) Ltd apresentam uma descrição clara do local bem como das formações de solos. Alguns ensaios foram realizados onde apresentam-se os resultados e hipóteses de execução das fundações dos edifícios a construir. Pelo bom comportamento dos solos, as fundações executadas são todas directas através de sapatas isoladas. A extrapolação de resultados dos ensaios com o Cone Penetrómetro Dinâmico (DCP), permitem concluir que para o tipo de solos, estas fundações são suficientes para as cargas que solicitarão o solo de fundação. Vários ensaios foram levados a cabo para caracterização mecânica do solo, nomeadamente, ensaios de identificação dos solos, analises granulométricas, ensaios de consistência para determinação dos limites de Atterberg, ensaios de compactação, ensaios CBR, (californian bearing ratio), ensaios de compressão não limitada (UCS) e, por fim os materiais foram classificados. De maneira geral, estes solos são areias finas a médias, sem plasticidade e a matéria silto-argilosa nela presente (em proporção muito ínfima – 3 a 7%) não apresenta expansibilidade.

Para efeitos de cálculo de fundações, com base em experiências locais, considera-se razoável uma tensão média de contacto de 150 kPa.

Apesar de se considerar que os solos apresentam boa resistência, para a próxima fase de construções, recomenda-se que sejam realizados ensaios de resistência dos solos (ensaios de corte directo) para determinação dos parâmetros de resistência, ângulo de atrito interno e coesão (´ e c´) em termos de tensões efectivas.

Sendo solos arenosos, apresentam alta permeabilidade estando posto de lado hipótese de inundações em caso de chuvas intensas. A fraca ocupação do solo no local, leva a crer que o escoamento superficial será feito com grande facilidade, não obstante a necessidade de se considerar que parte da área em questão será impermeabilizada devido a execução da construção. O coeficiente de escoamento diminuirá seguramente, não pondo no entanto em perigo a construção nem a exploração da mesma. Não se esperam problemas de assentamentos devido o rebaixamento do nível freático, pois a exploração da água não será tão intenso que o justifique e a estrutura em construção assentará imediatamente por se tratar de areias sem coesão.

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Impacto Lda. – Projectos e Estudos Ambientais 79

Os dados fornecidos pela empresa WE Consult, de modo geral apresentam os resultados de ensaios de resistividade eléctrica para a pesquisa e avaliação do manancial de água do subsolo. Foi solicitado uma pesquisa para caudais de 30 m3/dia. O resultado dessa pesquisa indicou que em dois furos foi encontrado o nível recomendado para extracção de água a 45 e 55 metros de profundidade, com caudais máximos de 3 m3/h.

A GEOMOC SARL executou furos de sondagens rotativas com a utilização de lamas bentoníticas até a profundidade de 45 metros para observação do perfil geológico-geotécnico do terreno e avaliação da potencialidade dos aquíferos encontrados. Neles foram identificadas as camadas de solos, basicamente areias e grés, e níveis freáticos estático e dinâmico respectivamente de 14,71 e 16,73 metros. O caudal registado foi de 3 m3/h, sendo recomendado a bombagem de um caudal de 2 m3/h para que se evite o risco de bombear água com material fino do fundo do furo.

Em termos de qualidade de água, os parâmetros de aceitação estão dentro dos limites aceites pelo Ministério da Saúde para ser considerada como potável.

Recomenda-se uma gestão de resíduos sólidos de maneira a não contaminar o solo do no qual a obra se insere, bem como do ambiente circunvizinho.

Data: 26 de Abril de 2007

Elaborou:

Eng.º Saturnino Chembeze (MSc – Geotecnia)

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Impacto Lda. – Projectos e Estudos Ambientais 80

Anexo 5

Carta do Conselho Municipal da Cidade de Maputo – Administração do Distrito Municipal

Nº5 a respeito da situação do uso/ocupação

do terreno das obras

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Impacto Lda. – Projectos e Estudos Ambientais 82

Anexo 6

Carta do Conselho Municipal da Cidade de Maputo –Estrutura Administrativa do Bairro do

Zimpeto a respeito da situação do uso/ocupação

do terreno das obras

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Anexo 7

Planos Arquitectónicos do Projecto

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