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FACULDADE DOM ALBERTO CURSO DE POS GRADUAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR PROGRESSÃO PARCIAL UMA AVALIAÇÃO A SER REPENSADA Ivone Maria Anghinoni Tochetto SANTA CRUZ DO SUL, AGOSTO 2010

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FACULDADE DOM ALBERTO

CURSO DE POS GRADUAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR

PROGRESSÃO PARCIAL

UMA AVALIAÇÃO A SER REPENSADA

Ivone Maria Anghinoni Tochetto

SANTA CRUZ DO SUL, AGOSTO 2010

1

Ivone Maria Anghinoni Tochetto

PROGRESSÃO PARCIAL

UMA AVALIAÇÃO A SER REPENSADA

TCC – Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao programa de Supervisão

Escolar da Faculdade Dom Alberto,

Especialização em Supervisão Escolar, sob a

orientação de Nadiesca Pohlmann, como

requisito parcial para obtenção do título de

Especialista em Supervisão Escolar.

Santa Cruz do Sul, 12 de agosto de 2010

2

Ivone Maria Anghinoni Tochetto

PROGRESSÃO PARCIAL

UMA AVALIAÇÃO A SER REPENSADA

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi submetido ao

programa de Pós Graduação da Faculdade Dom Alberto –

Especialização em Supervisão Escolar sob a orientação da

Professora Nadiesca Pohlmann, como Requisito parcial para

Obtenção do Título de Especialista em Supervisão Escolar

_____________________________

Professora Orientadora

3

Dedico este trabalho à minha família, em especial

ao meu marido, que sempre me deu todo o apoio,

ficando muitas noites sozinho,, bem como todos os

sábados, sempre me apoiando e incentivando para

que eu concluísse o curso com serenidade. Dedico

também a minha amiga Maria Fátima que esteve

comigo em todos os momentos me dando apoio e

realizando comigo os trabalhos em grupo.

4

AGRADECIMENTOS

- Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado a oportunidade de cursar esta

Especialização e ter me dado saúde para poder concluí-la.

- Agradeço a paciência e o incentivo do meu marido nas minhas ausências, sempre

solícito e companheiro para que eu realizasse meu sonho.

- Agradeço aos mestres que foram, sempre, muito cooperativos, tornando as nossas

aulas momentos de estudo e comprometimento, e ao mesmo tempo totalmente

prazerosos facilitando assim a nossa tarefa diária de profissional responsável.

- À professora orientadora, que muito contribuiu com seus ajustes e conselhos quando

da elaboração deste Trabalho de Conclusão de Curso

- Aos meus colegas que sempre estiveram comprometidos nos trabalhos que

realizamos durante o curso.

- Em especial à colega Maria Fátima Borges que, nós duas encaramos juntas esse

desafio, nos auxiliando mutuamente.

5

Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um

novo começo... qualquer um pode recomeçar

agora e fazer um novo fim!

Francisco Xavier

6

RESUMO

Este Trabalho de Conclusão de Curso se realizou com a finalidade de discutir a validade desse modelo de avaliação visto muitas queixas dos Diretores de Escolas onde a mesma é aplicada. Dizem eles, (os Diretores), que os alunos sentem-se com a liberdade e o poder de escolha em quais disciplinas querem ser aprovados e em quais disciplinas vão ficar em Progressão Parcial; tal situação se comprova, visto ser as disciplinas com maior grau de dificuldades as que os alunos realizam a Progressão Parcial, pois os mesmos sabem que não haverá, nesta recuperação, um comprometimento e uma cobrança efetiva, pois, na verdade, já houve a promoção para a série seguinte.Poucos são os alunos para os quais a Progressão Parcial realmente auxilia na aprendizagem; muitos são promovidos não entendendo o conteúdo da série anterior e apresentarão dificuldades, ficando com lacunas que dificilmente serão sanadas, principalmente nas disciplinas que são a base do conhecimento da série seguinte, como Matemática, Física, Química, Biologia, Língua Inglesa e Língua Portuguesa. Creio que minha preocupação tem fundamento e que toda a comunidade escolar deveria ter a mesma preocupação, para não deixar que o conhecimento se esvazie e saiam das nossas escolas homens semi-analfabetos.Este trabalho foi realizado para mostrar as dificuldades relacionadas à operacionalidade e conseqüente validade da Progressão Parcial instituída pela LDB 9394/96. Fala da preocupação dos diretores, supervisores, orientadores, professores e pais, ao perceberem que nem sempre os objetivos propostos são alcançados e principalmente fala do não comprometimento dos estudantes com sua aprendizagem e as conseqüentes lacunas em suas vidas escolares. Palavras Chaves: Progressão Parcial – avaliação – aprendizagem – comprometimento-

7

ABSTRACT

This work Completion of course was held for the purpose of discussing the validity of the assessment model seen many complaints on-School Principals of the same is aplicada.Dizem they (the directors), that students feel with the li-berdade and choice in what subjects they want to be adopted and which will be courses in Progression Partial; this situation is proved, since it is the disci-subjects with the highest degree of difficulty that students realize the Progression Partial, because they know that there will not be in this recovery, a commitment and an effective recovery, because in truth, there was no promotion for the series fol-te.Poucos are students for whom the progression really helps in the Partial-prendizagem; many are promoted not understand the contents of the previous series and present difficulties, leaving gaps that are unlikely to be remedied, especially in disciplines that are the basis of knowledge of the next series, such as Mathematics, Physics, Chemistry, Biology, English and Portuguese. I think my concern is unfounded and that the whole school community should have the same concern, not to let that knowledge is empty and out of our schools semi-literate men. This study was conducted to show the difficulties related to the operation and the consequent validity of Progression Partial established by LDB 9394/96. Speaks of the concern of the directors, supervisors, counselors, teachers and parents to realize that not always the proposed objectives are achieved and speaks mainly of non-commitment of the students with their learning and the resulting gaps in their school lives. Keywords: Progression Partial - evaluation - learning - commitment-

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SUMÁRI0

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 10

2. JUSTIFICATIVA ........................................................................................ 11

3. REVISÃO DE LITERARURA ..................................................................... 12

4. METODOLOGIA ........................................................................................ 18

5. ANÁLISE DOS DADOS ............................................................................. 20

6. CONCLUSÃO ............................................................................................ 30

7. REFERÊNCIAS ......................................................................................... 31

8. ANEXOS .................................................................................................... 32

8.1 - Questionário Professores....................................................................33

8.2 - Questionário alunos............................................................................34

9

1 – INTRODUÇÃO

A educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida.(John Dewey)

Propor um estudo sobre Progressão Parcial, (avaliação prevista na LDB – Lei de

diretrizes da Educação Nacional de 1996), é uma forma de verificar sua validade e

importância na promoção dos alunos do Ensino Fundamental de 5ª a 8ª série e do

Ensino Médio.

Considerando que a Progressão Parcial é uma forma de aprovação, ou seja, de

avanço do aluno à série seguinte, carregando as dificuldades da série anterior, nos

propomos a verificar sua eficácia em termos de aprendizagem.

A escola escolhida para aplicação deste projeto situa-se na zona urbana do

município de Santa Cruz do Sul e as turmas escolhidas para esta investigação, são

somente os primeiros anos do Ensino Médio. Os primeiros anos desta escola contam

com 200 alunos e 12 professores.

Assim, discutir sobre as formas de implementação das Progressões Parciais para

o avanço dos alunos dos primeiros anos para os segundos anos do Ensino Médio como

tarefa da Supervisão Escolar, constitui-se objeto de estudo deste trabalho.

10

2 - JUSTIFICATIVA

Observando a evolução da Avaliação proposta pela LDB, observamos que esta

maneira de avaliar ficou aquém das expectativas propostas para o avanço do aluno,

onde a Progressão Parcial funciona como uma válvula de escape para os alunos com

dificuldades, pois estes escolhem em quais as disciplinas ficarão em progressão parcial,

tendo certeza de sua promoção, já que, uma vez promovidos, não tem como voltar para

a série anterior, ficando com aquela lacuna para a série seguinte, e assim

sucessivamente.

Tendo em vista o grande número de alunos que ficam em Progressão Parcial no

Ensino Médio, em especial nos primeiros anos da escola X do município de Santa Cruz

do Sul, justifica-se a necessidade de abordar este assunto para conhecer as

dificuldades encontradas pelos professores e alunos desta instituição a cerca do

Processo de Aprendizagem e Avaliação.

Conhecendo a realidade da escola X e visto que os alunos não aproveitam a

oportunidade oferecida, entendemos que deverá ser realizado um estudo para

conhecer os motivos do fracasso deste método de avaliação.

Sabendo das dificuldades encontradas na escola X no que diz respeito às

Progressões Parciais, este estudo propõe-se auxiliar com novas estratégias ou mesmo

encontrar novos caminhos, para melhorar a aprendizagem e o interesse dos alunos.

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3 – PROGRESSÃO PARCIAL

É no problema da educação que assenta o grande segredo do aperfeiçoamento da humanidade.(Immanuel Kant)

O interesse em escolher o tema Progressão Parcial como Projeto de Pesquisa foi

a polêmica avaliação, que consiste em fazer com que o aluno siga diante com a

disciplina e ao mesmo tempo recupere objetivos ou conteúdos essenciais para que a

aprendizagem aconteça.

A permanência e sucesso do aluno na escola é uma das questões mais

representativas dos debates educacionais, pois as taxas de repetência e evasão,

apesar de estarem decrescendo ano após ano, ainda indicam que muitos dos nossos

alunos fracassam. Um dos fatores que contribui para o fracasso escolar é o processo

avaliativo. A partir da necessidade de solucionar os problemas de evasão e repetência,

uma das alternativas encontradas foi à adoção dos regimes de progressão continua e

progressão parcial, implicando em uma reorganização das escolas.

Já ha alguns anos observamos que existe uma necessidade urgente em avaliar

a avaliação e com ela os mecanismos usados para promover os alunos para a série

seguinte. Faz-se necessário uma análise crítica sobre esse processo de avanço

mediante a realização de Progressão Parcial.

Ciente da escassez de estudos sobre o avanço através da Progressão Parcial e

a conseqüente falta de literatura sobre este tema me motivou a realizar esta pesquisa

investigativa. Buscou-se na LDB 9394/96, nos Pareceres e Resoluções do CEED – RS

12

e nos Projetos Políticos Pedagógicos das escolas de Educação Básica da Rede

Estadual de Ensino as referencias para a adoção do regime de progressão nos

estudos. Este estudo permitiu um maior entendimento de como foi planejada e

encaminhada a adoção do regime de progressão continuada e parcial, e, também a

necessidade de uma redefinição das ações docentes e de uma nova postura quanto à

avaliação da aprendizagem escolar.

Um dos fatores que contribui para a permanência ou não do aluno na escola é a

avaliação. O sucesso ou fracasso escolar é determinado pelo processo de avaliação,

que atualmente, exclui da escola uma grande parcela de alunos. Sucessivas

reprovações repercutem negativamente na vida do estudante, levando a graves

prejuízos escolares, emocionais e sociais, e causam nas redes ensino um “inchaço” no

seu sistema, com o grande número de alunos matriculados que superlota salas de aula,

dificultando o trabalho dos professores.

A partir da necessidade de encontrar alternativas para enfrentar os problemas de

evasão e repetência escolar foi proposta a adoção do regime de progressão continuada

e progressão parcial, que implica em uma reorganização do sistema de ensino,

principalmente no trabalho docente e no processo de avaliação, pois parte do principio

que a aprendizagem ocorre de forma constante e continua.

. Rever o sistema de avaliação se faz necessário visto que nos dias atuais não

mais se concebe uma avaliação como se fazia a 50 anos atrás. Hoje vivemos num

mudo tecnológico, a informação chega até nós com rapidez espantosa e temos nossos

alunos nascidos na era digital e nós professores queremos que os mesmos continuem

aprendendo como se aprendia a 50 anos.

A LDB 9394/96 e o parecer 749/99 – CEED- RS vêem a avaliação da

aprendizagem do aluno como um processo contínuo, cumulativo e diagnóstico: “avaliar

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a aprendizagem consiste em emitir um juízo de valor a respeito do nível de

conhecimentos, competências e habilidades alcançados pelo aluno, em comparação

com os objetivos e metas propostos para determinado curso, série, etapa, período letivo

ou unidade didática” (CEED, Parecer 740/99). Assim o papel da avaliação escolar deixa

de ser apenas uma representação quantitativa do desenvolvimento do processo

ensino/aprendizagem, e passa a valorizar o aluno dentro de sua individualidade,

interesse e experiência.

Portanto, a partir da leitura da LDB e do Parecer do CEED, entendemos a

avaliação como um conjunto de ações que visam diagnosticar dentro de uma prática

educativa as possíveis mudanças, transformações, investigações e contradições.

Para Hoffmann (1993; p. 42) vem ao encontro dos documentos, ao afirmar que:

“... a avaliação, nesta perspectiva, deverá encaminhar-se a um processo dialógico e

cooperativo, através do qual educandos e educadores aprendem sobre si mesmo no

ato da própria avaliação, a partir da efetiva relação professor e aluno, em benefício à

educação do nosso país...”.

A proposta avaliativa encaminhada nestes documentos para as escolas indica

uma avaliação que contemple os aspectos citados, porém ainda está presente o caráter

classificatório da avaliação, pois mudar esta idéia não é algo que acontece

rapidamente.

Nos regimes de progressão a avaliação deve acompanhar o desenvolvimento

intelectual, físico e mental do aluno, estabelecendo objetivos claros e coerentes de

avaliação. Indica a necessidade de rever certas concepções avaliativas, deixando de

ser punitiva e excludente, mas sim comprometida com o progresso e o desenvolvimento

da aprendizagem, redefinindo as concepções escolares, especialmente, a ação do

professor.

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De acordo com as orientações da LDB 9394/96 , e do CEED, as escolas que

adotaram os regimes de progressão nos estudos, devem possibilitar mecanismos que

auxiliem a aprendizagem dos alunos, envolvendo formas variadas de promover a

aquisição de informações, conhecimentos, habilidades, amparados à projetos

pedagógicos desenvolvidos pela comunidade escolar.

Assim, concordamos com Abromowicz (1999; p. 51) quando esta afirma que a

implantação do regime de progressão indica uma transformação na organização

escolar, no cotidiano da sala de aula, nas relações estabelecidas entre o professor, o

aluno e a comunidade, no processo avaliativo constituído no diálogo, na confiança e na

participação, concluindo que “essa tarefa não se faz rapidamente, pois se deve adentrar

uma nova lógica e mudanças, nesse sentido, são demoradas na medida que significam

outras posturas e diferentes enfoques conceituais”.

É claro que esta proposta requer uma auto-avaliação constante para que não

represente um rebaixamento na qualidade do ensino oferecido, mascarando os índices

de evasão e repetência.

No entanto, antes de pensar em avaliação a escola deve repensar seu Projeto

Político Pedagógico e por em prática o que nele está sendo contemplado. Devemos

rever que tipo de ensino nosso aluno está recebendo, para que o desinteresse que vem

demonstrando seja superado com aulas mais interessantes. Necessário também

identificar qual o método que os professores usam para ministrar suas aulas, ou se

cada professor faz a sua maneira, se objetivo é apenas repassar conteúdo e aplicar

provas para quantificar o conhecimento como este pudesse ser medido numa escala de

notas.

Um professor competente não avalia seu aluno através de uma prova, mas sim

deverá usar diversos instrumentos para verificar a aprendizagem e julgar sobre a

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competência do aluno numa situação específica. Por mais que tentamos incentivar os

professores, e por mais que sejam proporcionadas oportunidades para que o professor

melhore sua pratica, essa mudança está longe de acontecer.

A avaliação escolar deve sim ser empregada, mas somente quando se tem

interesse em aperfeiçoar o ensino e conseqüentemente garantir a aprendizagem e

ainda assim não devemos usá-la como único instrumento para decidir aprovação ou

reprovação ou ainda usar a progressão parcial para garantir aprovação. Quando o

aluno sente que pode progredir através da Progressão Parcial provoca nele uma

redução de comprometimento.

O processo avaliativo parte do pressuposto de

que se defrontar com dificuldade é inerente ao ato de

aprender, assim o diagnóstico de dificuldades e facilidades

deve ser compreendido não como um veredito que irá

culpar ou absolver o aluno, mas sim uma análise da

situação escolar atual dos alunos em função das condições

de ensino que estão sendo oferecidas.(Souza, Clarice

Prado)

Entendemos que avaliar só faz sentido quando se tem interesse em aperfeiçoar

o ensino-aprendizagem e conseqüentemente definir um sentido a ser dado aos

resultados obtidos no processo, para que realmente venham em benefício a

aprendizagem do aluno.

Com já foi citamos, a escassa literatura sobre o tema fez com que se

buscássemos na avaliação, nos seus conceitos, na sua preocupação em avançar os

alunos a qualquer preço alguns questionamentos feitos por professores, estudiosos e

políticos.

16

No texto – Relação entre Avaliação e Aprendizagem e o Processo Pedagógico -

do último parágrafo da página 63 até o segundo parágrafo da página 66 de SAUL, Ana

Maria Avelã.

Os professores não estão satisfeitos (salvo exceções)

com a avaliação que fazem. Querem melhorar o processo

de avaliação e mais ainda, consideram que mudando a

avaliação melhora-se a qualidade de ensino, porque a

avaliação é intrinsecamente ligada ao processo

pedagógico que nós estamos desenvolvendo. A

avaliação faz parte deste processo, mas não podemos

fazer o caminho inverso, ter a crença de que mudando o

processo de avaliação, exclusivamente melhora a

qualidade da educação. A avaliação está se tornando o

centro da aula em torno da qual tudo gira. Em vez de

centralizar a ação nos processos de produção de

conhecimento de ensino-aprendizagem que envolva

pesquisas e as relações professor-aluno, tudo é voltado

para a avaliação.

Atualmente, a avaliação tem como características básicas ser um processo

contínuo e cumulativo onde deveriam prevalecer os aspectos qualitativos sobre os

quantitativos. (LDB 9394-96). Sendo assim, não pode ser estudada isoladamente,

temos que ter presente o contexto na qual está inserida.

A avaliação é diferente de prova ou exame, busca verificar como os processos

de raciocínio estão sendo desenvolvidos, quais os erros que nos permite reorientar

ações, como o professor diagnostica esses erros e os corrige. Faz-se necessário que o

17

aluno reconheça a importância da aprendizagem e que consiga relacioná-la com os

fatos do dia a dia e cabe a escola preparar ou desenvolver a capacidade de pensar,

observar, estruturar, analisar, sintetizar, correlacionar, inferir desenvolvendo suas

competências.

Competência é a capacidade que o sujeito tem de mobilizar recursos (cognitivos)

visando abordar e resolver uma situação complexa. No entanto, esta visão não está

sendo concebida e interpretada como diagnóstica e como um estímulo ao avanço

do conhecimento. Tem se constituído, sim, num mecanismo de legitimação do fracasso

escolar.

Sendo a Progressão Parcial um mecanismo de avaliação, acreditamos que esta

avaliação promove os alunos sem que os mesmos alcancem o mínimo necessário para

que possam acompanhar a continuidade do conteúdo na série seguinte, legitimando o

fracasso escolar

Sabe-se hoje pelo depoimento de alguns diretores de escola, que o aluno com

dificuldades em algumas disciplinas, após os primeiros meses na escola, seleciona em

qual disciplina vai ficar em Progressão Parcial. Como já foi aprovado e não tem como

voltar atrás, esse aluno, mesmo que tenha a maior boa vontade de aprender, não tendo

a base, não terá como acompanhar o restante da turma na série seguinte.

18

4 – METODOLOGIA

Para realizarmos este estudo sobre a Progressão Parcial da escola x se faz

necessário que a metodologia seja adequada para coletar os dados necessários bem

como qual o tipo de pesquisa propomos a utilizar.

Quanto ao tipo de pesquisa este estudo caracteriza-se por ser exploratória, já

que buscamos diagnosticar a vantagem ou desvantagens do uso da Progressão Parcial

para sanar as dificuldades encontradas nos primeiros anos do Ensino Médio da escola

X e conseqüentemente sua aprovação para a série seguinte com total conhecimento

dos conteúdos e com freqüência igual a que está no regimento da escola para as aulas

de Progressão Parcial.

Em relação a abordagem dos dados, estes receberão análise qualitativa, pois

buscamos apontar estratégias de aprendizagem para alunos em Progressão Parcial,

avaliando seu interesse e sucesso ou desinteresse e aprovação fracassada no decorrer

desta avaliação.

A coleta de dados será realizada através dos seguintes procedimentos: estudo

de caso, pois as turmas dos (segundos anos do Ensino Médio da escola X estão sendo

investigados). Será realizado um Levantamento já que os alunos serão contatados para

identificar interesses e aproveitamento das Progressões Parciais para sua

19

aprendizagem ou causa da falta de interesse, e pesquisa bibliográfica (devido a

consulta de texto, livros, artigos, LDB, Sites na Internet).

Como instrumento para coleta de dados serão usados questionários contendo 09

questões abertas e 05 questões de múltipla escolha para os professores e 07 questões

abertas e 04 questões de múltipla escolha para alunos em Progressão Parcial. Os

questionários serão aplicados para 06 professores dos primeiros anos do Ensino Médio

e 1 alunos que ficaram em Progressão Parcial da Escola X de Santa Cruz do Sul para

melhor avaliar a percepção dos alunos sobre a importância desta oportunidade de

recuperação dos conteúdos que não conseguiram atingir na série anterior e para que os

professores possam avaliar a metodologia usada e identificar os motivos da falta de

interesse por este método de avaliação.

A observação será sistemática e não participante e os objetos observados serão

os alunos dos primeiros anos do Ensino Médio da escola X em Progressão Parcial.

20

5 - ANÁLISE DE DADOS

Para corroborar as queixas das direções de escolas quanto a validade e eficácia

da avaliação realizada pelas escolas que usam a Progressão Parcial para promover

seus alunos, realizou-se um questionário que foi aplicado a 06 professores e 10 alunos

que estavam em Progressão Parcial do primeiro ano do Ensino Médio para o segundo

ano do Ensino Médio de uma escola de Santa Cruz do Sul.

Dados coletados junto aos professores:

A primeira pergunta feita aos professores foi sobre o gênero e percebemos que

mesmo para o Ensino Médio o Magistério continua sendo uma profissão feminina, dos

06 professores entrevistados apenas dois eram homens.

Quanto a faixa etária constatou-se que na sua maioria os professores tem mais

de 40 anos, ficando assim distribuídos: com a idade de 30 a 35 anos apenas 1

professor de 35 a 40 anos também 1 professor e 4 professores com mais de 40 anos.

21

Constatamos que a maioria dos professores tem mais de 40 anos e que

possuem conceitos cristalizados sem perspectivas de mudanças, sua relação com os

alunos e seus métodos pouco ou quase nada evoluíram frente toda essa gama de

novas tecnologias. A desvalorização do s professores diante da sociedade atual, os

baixos salários são outros motivos que leva o nosso jovem procurar cada vez menos na

universidade as licenciaturas.

Analisamos o perfil do professor quanto a sua formação e constatou-se que 3

professores possuem Licenciatura Plena, 2 professores possuem Pós Graduação e 1

professor com Mestrado.

22

Observamos que mesmo desvalorizados e com baixos salários os professores

continuam buscando uma melhor formação e procuram atualizar seus conceitos através

de cursos de formação para tentar melhorar sua prática, atualizar seus conhecimentos

e melhorar suas relações com seus alunos e colegas.

Na pergunta de número 5 se questiono sobre a carga horária semanal e

obtivemos o seguinte resultado: de 10 a 20 horas apenas um professor, com carga

horária entre 30 a 40 horas semanais 3 professores e com mais de 40 horas 2

professores.

23

Essa carga horária semanal é conseqüência dos baixos salários o professor de

hoje precisa trabalhar mais para poder sobreviver e com uma carga horária tão extensa

não consegue realizar um trabalho de qualidade prejudicando o aluno.

Quando perguntamos para o professor o número de escolas que atuam,

verificou-se que os professores de hoje já não tem uma relação de afetividade com a

escola onde atuam, hoje o professor se divide em duas, três ou mais escolas, ficando

as relações mais amplas e menos solidas. Sobre esta questão as respostas foram

estas: Um professor tem uma escola, 4 professores tem duas escolas e 1 professor tem

3 escolas.

24

Quando questionados sobre o número de disciplinas que esses professores

dão aula a resposta foi a seguinte: um professor ministra aulas em apenas 1 disciplina,

1 professor dá aulas em 2 disciplinas e 4 professores dão aulas em 3 disciplinas, além

da disciplina de nomeação ou contratação mais uma disciplina afim e outras disciplinas

incluindo artes e ensino religioso.

25

Conclui-se que o professor não atua apenas na sua área de formação mas em

outras disciplinas que não se encontra preparado e conseqüentemente as aulas

nessas disciplinas ficarão aquém da qualidade desejada.

Na sétima questão foi perguntado ao professor em quais as disciplinas os

alunos apresentam maior dificuldades, dois responderam Português enquanto que

quatro responderam que os alunos apresentam mais dificuldades nas disciplinas de

Matemática, Física, Química e conseqüentemente são nessas disciplinas que os

alunos ficam em Progressão Parcial.

Na oitava pergunta o professor foi questionado sobre qual a estratégia usada

para que o aluno não fique em Progressão Parcial, foram unânimes em afirmar que

retomam os conteúdos, recuperam preventivamente através de trabalhos e provas mas

também foram unânimes em afirmar que os alunos não encaram toda essa proposta

com seriedade, e que levam o estudo na flauta, na brincadeira, é como se tudo o que

está acontecendo não fosse com ele.

Quando na nona pergunta o professor é questionado sobre a metodologia

usada na Progressão Parcial, responderam que procuram se apropriar da metodologia

mais adequada para uma melhor compreensão dos alunos como esclarecimento

individual sobre as dúvidas, trabalhos em grupo, trabalhos individuais, revisão dos

conteúdos, trabalhos extra classe, questionários e pesquisas.

Na décima pergunta aos professores sobre a metodologia usada por eles na

Progressão Parcial foram unânimes em dizer que usam de uma metodologia diferente

da usada em sala de aula regular. O atendimento é mais individualizado por ser um

número menor de alunos sendo possível um entendimento maior e conseqüentemente

uma melhor aprendizage

26

Quando, na décima primeira pergunta, os professores foram questionados

sobre o interesse dos alunos nas aulas de Progressão Parcial, os professores disseram

que os alunos não aproveitam a chance que está sendo oferecida para que a

aprendizagem se concretize. O interesse é pouco ou totalmente nulo, a maioria não

comparece às aulas, realizam alguns trabalhos em casa apenas para justificar a

promoção para a série seguinte. Os professores ficam angustiados com essa falta de

interesse e por não ter alternativa a não ser aceitar esta situação.

Na pergunta número doze o professor é questionado sobre quais as

estratégias que deveria usar para melhorar o rendimento, a aprendizagem do aluno em

Progressão Parcial a resposta foi: “Se o aluno estivesse presente surgiriam muitas

estratégias”.

Na pergunta número treze, qual o tipo de avaliação é realizada na Progressão

Parcial, os professores responderam que realizam provas trabalhos individuais e em

grupo.

Quais os instrumentos de avaliação usados por eles, pergunta de número

quatorze, os professores responderam que usam de provas, trabalhos, pesquisas, isso

quando é possível trazer o aluno até a escola para recuperar o que ficou pendente. A

situação do professor é bastante delicada, pois está lidado com um tipo de avaliação

que foge do seu controle.

Dados coletados junto aos alunos:

Para confirmar os dados fornecidos pelos professores foram entrevistados dez

alunos promovidos do primeiro ano do Ensino Médio para o segundo ano com

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Progressão Parcial. As respostas confirmam a versão dos professores como veremos a

seguir.

Você encontra dificuldades de aprendizagem, essa foi a primeira questão

respondida pelos alunos e a resposta dos alunos foi unânime “sim”.

Na pergunta número dois em qual disciplina encontra mais dificuldades 1 aluno

respondeu Química, 2 alunos responderam Português, 3 alunos responderam

Matemática e 4 alunos responderam Física.

Notamos que os alunos possuem mais dificuldades na área das exatas como

Matemática e Física.

28

Na pergunta número três quando questionados quais os fatores que mais

contribuíram para intensificar essa dificuldade na resposta de múltipla escolha tivemos

o seguinte resultado.

Na quarta pergunta quando questionados sobre quais as estratégias que eles

adotariam para sanar as dificuldades encontradas em determinada disciplina 1 alunos

respondeu estudar mais, 2 não sabem, 2 responderam prestar mais atenção e 5 alunos

responderam que os professores deveriam dar aulas mais interessantes, mais

dinâmicas e com novas metodologias.

Na quinta pergunta os alunos foram questionados se escolhe a disciplina que

quer ficar em Progressão Parcial, 4 responderam que não e 6 responderam que sim.

Considerando as respostas dos alunos, tivemos a certeza que este tipo de avaliação é

29

falha, promove alunos para a série seguinte sem habilidades e competências

necessárias e que os diretores tinham razão quando se queixavam sobre a escolha dos

alunos quanto a disciplina para ficar em Progressão Parcial.

Na sexta questão os alunos responderam qual é o motivo da escolha da

disciplina e a resposta foi: - Eu escolho a disciplina que tenho mais dificuldade

responderam os seis alunos que disseram sim.

Na pergunta número sete o aluno foi questionado se ele assiste as aulas de

Progressão. As respostas foram variadas, 2 alunos responderam que assistem todas as

aulas, 3 alunos responderam que vêm quando podem e os outros 5 responderam que

vem quase nunca. Notamos que há um grande descaso em sanar as dificuldades en-

contradas e a falta de interesse dos alunos em recuperar a disciplina que ficaram em

Progressão Parcial.

Na pergunta número oito sobre foi perguntado aos alunos que são freqüentes

nas aulas de Progressão Parcial, se conseguem sanar as dificuldades e se eles

aprendem o conteúdo, disseram que sim. Para os alunos que responderam que vem

quando podem, sentem muitas dificuldades, que a aprendizagem as vezes acontece

mas é preciso estudar muito. Aqueles alunos que assistem aula de vez em quando ou

raramente responderam que não há aprendizagem e que é perda de tempo se deslocar

até a escola para assistir um hora de aula.

A nona pergunta foi feita levando em conta a lacuna que o aluno traz da série

anterior sobre as dificuldades encontradas na série atual, a resposta de 3 alunos foi de

que realmente encontram dificuldades sim e para 7 alunos essa lacuna não faz

qualquer diferença.

30

Na décima pergunta questionamos os alunos quanto a metodologia usada nas

aulas de Progressão Parcial, se essa metodologia é eficiente, consegue esclarecer as

dúvidas e sanar as dificuldades anteriores, 4 alunos disseram que sim, que a

metodologia é boa e diferenciada da usada em sala de aula regular. Para 6 alunos a

metodologia é a mesma, não há nada novo, nada mais interessante, continua com

provas e trabalhos da mesma forma.

Na pergunta número onze, que tipo de avaliação é realizada na Progressão

Parcial os alunos foram unânimes em dizer com trabalhos e provas. .

31

6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com o levantamento de dados conseguidos através da pesquisa e leitura da

realidade dos alunos neste trabalho de Conclusão de Curso, temos condições de

contribuir com as escolas no sentido de que possam rever o sistema de avaliação

proposto e adequar o mesmo para uma melhor qualidade de ensino.

Quando foi criado este sistema de avaliação teve as melhores das intenções. A

recuperação do aluno mesmo após a real aprovação foi uma iniciativa louvável. A idéia

era beneficiar o aluno e evitar o grande índice de reprovação. A realidade mudou um

pouco sua verdadeira função, mascarou uma recuperação e forçou uma aprovação.

Ë da competência teórica do professor e de seu compromisso com o saber,

saber fazer, saber ser, saber conhecer e saber aprender., tornar sua aulas mais

criativas estimulantes, e prazerosas, desenvolvendo a percepção crítica da realidade e

de seus problemas. O professor deverá valorizar o aluno, incentivando a mudança de

atitudes, tendências e ações, valorizando de maneira efetiva a aprendizagem e

mudando o que deve ser mudado: “O Sistema falho da avaliação”.

Faz-se preciso ousar em busca de modalidades diferenciadas de avaliação e as

experiências neste sentido tem de ser divulgadas, submetidas à críticas e que esse

novo processo avaliativo seja estendido a todas as escolas que promovem alunos com

Progressão Parcial.

Sugerimos que os professores comprometidos com a formação integral do ser

humano, após conhecer os resultados desta pesquisa, assumam um compromisso de

mudança, busque entender que este sistema de avaliação é falho e que a mudar se faz

necessário para que nossa escola não perca o pouco de sabor que ela ainda possui

32

7 - REFERÊNCIAS

SAUL, Ana Maria Avelã. Avaliação Interna. Artigo < http: www.crmariocovas.sp.gov.br.

int_a.php t=019. Acesso em 15 de agosto de 2009.

SOUZA, Paulo Renato. Orientações para a Avaliação. In: Parâmetros Curriculares

Nacionais. Edição Única. Brasília: MEC SEF,1997. pg. 84 – 91

MARTINS, Rosangela Borges. Conversando sobre a Avaliação. In: Anais – V Fórum

Nacional de Educação, VIII Seminário Regional de Educação Básica. Santa Cruz do

Sul, 2005. pag. 196 – 199.

LDB, Lei de Diretrizes Básicas da Educação Nacional.

LUCKESI,C.C. O Verificação ou avaliação: o que pratica a escola? In:

LUCKESI,C.C.Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. S/ao Paulo:

Cortez, 2003, p. 85-101.

33

8 - ANEXOS

8.1 - QUESTIONÁRIO PROFESSOR

Este questionário é um instrumento de pesquisa que será aplicado aos

professores e visa coletar informações sobre as Progressões Parciais nos primeiros

anos do Ensino Médio da escola X. Os dados obtidos serão analisados em

investigação científica desenvolvida no Curso de Pós Graduação em Supervisão

Escolar da Faculdade Dom Alberto.

1 – Qual é o sexo ( ) masculino

( ) feminino

2 – Qual é a sua fixa de idade ( ) de 20 a 25

( ) de 25 a 30

( ) de 30 a 35

( ) de 35 a 40

( ) mais de 40

3 – Qual é seu nível de formação ( ) Licenciatura Curta

( ) Licenciatura Plena

( ) Pós Graduação

( ) Mestrad

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4 – Qual sua carga horária ( ) Até 10 hora

( ) Entre 10 e 20 horas.

( ) Entre 20 e 30 horas

( ) Entre 30 e 40 horas

( ) Mais de 40horas.

5 – Em quantas escolas você trabalha ( ) 1 escola

( ) 2 escolas

( ) 3 escolas

( ) mais de 3 escolas

¨6 – Qual a disciplina que você leciona.

7 – Quais as disciplinas os alunos apresentam mais dificuldades

8 – Que estratégias pedagógicas você adota para evitar que o aluno fique em

Progressão Parcial

9 – Que metodologia de ensino você adota nas aulas de Progressão Parcial

10 – Essa metodologia é a igual a que você usa para as aulas regulares

11 – Você observa interesse por parte dos alunos que estão Progressão Parcial em

aprender os conteúdos que não alcançaram aprovação.

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12 – Quais as estratégias que você poderia usar para melhorar o aproveitamento e a

freqüência nas aulas de Progressão Parcial.

13 – Que tipo de avaliação você realiza na Progressão Parcial

14 – Quais os instrumentos de avaliação você adota.

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8.2 - QUESTIONÁRIO ALUNOS

1 – Você encontra dificuldades de aprendizagem ( ) sim

( ) Não

2 – Qual a disciplina que você encontra mais dificuldades

3 – Que fatores contribuem para essa dificuldade ( ) Falta de atenção.

( ) Falta de comprometimento

( ) Metodologia inadequada

( ) Sistema de avaliação.

4 – Que estratégias você adota para sanar essas dificuldades.

5 – Você escolhe a disciplina que quer ficar em Progressão Parcial ( ) Sim

( ) Na

6 – Se sim, sua escolha é motivada por qual situação

7 – Você assiste as aulas de Progressão Parcial regularmente, aproveitando ao máximo

o horário e o conteúdo

8 – A progressão Parcial ajuda você a recuperar os conteúdos com defasagem

( ) Sim

( ) Não

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9 – A defasagem da disciplina em Progressão Parcial atrapalha seu rendimento na

série atual

10 – As metodologias aplicadas na Progressão Parcial é eficiente para você sanar suas

dificuldades

11 – Que tipo de avaliação é feita na Progressão Parcial.