programa filosofia - blocos capitalizáveis

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO DIRECÇÃO-GERAL DE INOVAÇÃO E DE DESENVOLVIMENTO CURRICULAR ENSINO RECORRENTE DE NÍVEL SECUNDÁRIO 10º E 11º ANOS CURSOS CIENTÍFICO – HUMANÍSTICOS CURSOS TECNOLÓGICOS CURSOS ARTÍSTICOS ESPECIALIZADOS Maria Manuela Bastos de Almeida (Coordenação) Autores Fernanda Henriques Joaquim Neves Vicente Maria do Rosário Barros Homologação 1/10/2004 (10.º Ano) 24/08/2005 (11.º Ano)

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MINISTRIO DA EDUCAO DIRECO-GERAL DE INOVAO E DE DESENVOLVIMENTO CURRICULAR ENSINO RECORRENTE DE NVEL SECUNDRIO 10 E 11 ANOS CURSOS CIENTFICO HUMANSTICOS CURSOS TECNOLGICOS CURSOS ARTSTICOS ESPECIALIZADOS Maria Manuela Bastos de Almeida (Coordenao) Autores Fernanda Henriques Joaquim Neves Vicente Maria do Rosrio Barros Homologao 1/10/2004 (10. Ano) 24/08/2005 (11. Ano) 1ESTRUTURA DO PROGRAMA 1 PARTE - Introduo Natureza da disciplina de Filosofia e sua integrao no currculo Da Filosofia no Ensino SecundrioDo presente Programa de Filosofia 2 PARTE - Apresentao do Programa

1. Finalidades 2. Objectivos Gerais

No domnio cognitivoNo domnio das atitudes e dos valoresNo domnio das competncias, mtodos e instrumentos 3. Viso Geral dos Contedos/Temas [dos Mdulos] 10 ano - Contedos/Temas dos Mdulos 1, 2 e 311 ano - Contedos/Temas dos Mdulos 4, 5 e 6Quadro dos conceitos operatrios

4. Metodologia: princpios, sugestes e recursos

Princpios metodolgicos Sugestes metodolgicas gerais 5. Avaliao

Princpios reguladores da avaliaoFontes privilegiadas da avaliao Critrios de referncia para a avaliao sumativa 3 PARTE Desenvolvimento do Programa 4 PARTE Bibliografia Geral 3 3 4 6 6 7 7 7 8 9 9 10 11 13 13 16 17 17 19 20 22 58 2 Viver juntos Para que pode servir a filosofia contempornea? Para viverjuntosdamelhormaneira:nodebateracional,sem oqualnoexistedemocracia,naamizade,semaqual no existe felicidade, finalmente na aceitao, sem a qual no existe serenidade. Como escreveu Marcel Conche a propsito de Epicuro, "trata-se de conquistar a paz (pax, ataraxia) e a philia, ou seja a amizade consigo prprio e a amizade com o outro." Eu acrescentaria: e com a Cidade, oquepoltica,ecomomundo-quecontmoeu,o outro, a Cidade -, o que sabedoria. Dir-se- que isso no novo A filosofia nunca o .A sabedoria -o sempre. Andr Comte-Sponville * * in COMTE-SPONVILLE, A. e FERRY, L. (2000). A Sabedoria dos Modernos. Dez Questes para o Nosso Tempo. (pp. 456-457). Lisboa: Instituto Piaget.31 PARTE - Introduo Natureza da disciplina de Filosofia e sua integrao no currculo Da Filosofia no Ensino Secundrio ORelatrioDelors1,aoapresentaroquedesignavacomopilaresdaeducao,paraalmdos trsprincpiosjclssicos-aprenderaconhecer,aprenderafazer,aprenderaser-enunciavaum quartoprincpio,devalorfulcralparaamanutenododesenvolvimentodavidahumana,asaber: aprenderaviverjuntos.ParaaComissoresponsvelpeloreferidoRelatrio,estenovopilar educativocorrespondeaoreconhecimentodanecessidadedeinvestiratarefaeducativadeum trabalhorealizadonohorizontedacompreensodainterdependnciamtuadahumanidadeeda identificaodovalorprpriodecadaestruturacomunitriaecultural.Assim,saberovalordas diferenasedoseucontributoespecficoparaonossopatrimniocomumvistocomooimperativo educativo que sustentar o nosso futuro possvel. Nesse quadro, o mesmo Relatrio Delors reconhece a importncia da disciplina de Filosofia - em conjuntocomaHistria-naconfiguraodestenovoimperativoeducativoqueoaprenderaviver juntos consubstancia; ambas as disciplinas poderoassumir um importante papel na constituio de uma conscincia capaz de discernir o valor da abertura e da integrao e tambm de reinventar novas formas de vida em comum. Por outro lado, a UNESCO vem solicitando a todos os Estados a introduo ou o alargamento da formao filosfica a toda a educao secundria, considerando substantivo o vnculo entre Filosofia e Democracia,entreFilosofiaeCidadania2.EstaaproximaoentreaFilosofiaeamanutenoe consolidaodavidademocrticatemavercomoreconhecimentodovalordaaprendizagemdesta disciplina no apenas no processo do saber de si, de cada um, como tambm no aperfeioamento do seudiscernimentocognitivoetico,contribuindo,assim,directamente,paraacapacitaodecada jovem para o juzo crtico e para a participao na vida comunitria. EsteapeloinserosistemticadaFilosofianosecundriorelevadeumaconcepodesta disciplina de que decorrem trs funes essenciais: "permitir a cada um aperfeioar a anlise das convices pessoais"; "aperceber-se da diversidade dos argumentos e das problemticas dos outros"; "aperceber-se do carcter limitado dos nossos saberes, mesmo dos mais assegurados".3 1 DELORS, J. (dir.). (1996). Educao - Um Tesouro a Descobrir. Porto: Asa. 2 DROIT, R.-P. (1995). Philosophie et dmocratie dans le monde - une enqute de l'UNESCO. Paris: UNESCO.(p. 105) 3 Ibidem. 4Inscrita na componente de formao geral de todos os cursos do ensino secundrio4, a disciplina deFilosofiareconhecidaemPortugalcomocomponenteimprescindveldaformaogeralda educao secundria. EstaposiodadisciplinadeFilosofianoconjuntocurricularpermitequePortugal,mantendoa suaposiodestacadaanvelinternacional,respondafavoravelmentesrecomendaesda UNESCO atrs referidas e, sobretudo, cabe salientar, consagra a velha tradio portuguesa de atribuir Filosofiaumpapelconstantenonossoplanodeestudos.Narealidade,nocontextodaReforma Pombalina,comeouaensinar-seFilosofia,noquedesignaramoshojeporeducaosecundria, desde1791,ouseja,hmaisdedoissculos,e,adespeitodealgunsmomentosdecrise5,tal disciplina nunca deixou de figurar nos currculos daquele nvel de ensino. A insero da Filosofia na nossa estrutura curricular, articulada com o que atrs ficou dito sobre o vnculodestadisciplinacomasquestesdacidadaniaedademocracia,fazpensarumdeterminado paradigma filosfico, ligado a uma concepo de Filosofia como uma actividade de pensar a vida e no como um mero exerccio formal; ou seja, preconiza uma concepo de Filosofia que se articula com o exercciopessoaldarazo,desenvolvendoumaatitudedesuspeita,crtica,sobreorealcomodado, mas, ao mesmo tempo, a determina como um posicionamento compreensivo, integrador e viabilizador deumatransformaodomundo.Talparadigmasupeque"pensarporsimesmo"avidaobrigaa umadiscussopblica,aoreconhecimentodomomentodeverdadeinerenteacadaposioem debate,e,simultaneamente,dimensiona-senumavocaodeuniversalidadedarazo,fazendodela no s uma componente essencial da formao pessoal como tambm um instrumento da vivncia e aprofundamento da vida democrtica. Do presente Programa de Filosofia No horizonte do que atrs fica dito, a disciplina de Filosofia dever, pois, promover condies que viabilizem uma autonomia do pensar, indissocivel de uma apropriao e posicionamento crticos face realidadedada,quepassaporpensaravidanassuasmltiplasinterpretaes.Talimperativo determinaaprticadainterpretaocomoviaparaaapropriaodorealedaconscinciadesi- interpretaodostextos,dasmensagensdosmedia,dasproduescientficasetecnolgicas,das instituies, em suma, da(s) cultura(s). Desta maneira, a intencionalidade estruturante da disciplina de Filosofia, no ensino secundrio, dever ser: contribuir para que cada pessoa seja capaz de dizer a sua palavra,ouvirapalavradooutroedialogarcomela,visandoconstruirumapalavracomume integradora. Orientadoporestagrandeintencionalidade,oProgramadeFilosofia,queagoraseapresenta comunidadedocente,bemcomoaosestudantesaquemsedestina,representaumaadaptaodo actual Programa de Filosofia do curso diurno s exigncias do Regime de organizao, funcionamento e avaliao dos cursos de ensino recorrente de nvel secundrio de educao, aprovado pela Portaria 4 Dec.-Lei n. 74/2004, de 26 de Maro. 5 Em 1903 e 1904, houve propostas de abolio do ensino da filosofia. Cf. E. FEY (1978). Ensino da Filosofia em Portugal. Brotria.Culturae informao, vol. 107, n 1, pp. 19-36; ns 2-3, pp. 191-208; n 4, pp. 278-295; n 5, pp. 419--454. 5n550-E/2004,de21deMaio,quedeterminaumaestruturamodular.Porseulado,oProgramade Filosofiadocursodiurnoumareformulao,comalgumasinovaesnoplanodoparadigma organizadordotrabalhofilosfico,doProgramadeIntroduoFilosofia,aprovadoem1991,pelo Despacho n 24/ME/91, de 31 de Julho6. Procurmos manter a liberdade de movimentao dos docentes na gesto dos contedos, que o Programa de 1991 proporcionava, por nos parecer um imperativo da prpria Filosofia e, tambm, por issocorresponderdimensodoreferidoprogramamaisfavoravelmentedestacadapelocorpo docente7. Reformos mais esse aspecto pela criao de opes que possibilita a cada docente uma perspectivao pessoal do percurso a realizar. Por todas estas razes, consideramos que o ensino da filosofia se deve recortar de um conjunto definalidadesqueproporcioneumsuportedetrabalhoreflexivoatodososnveisdavidaedoviver. Neste contexto, e porque no h autonomia do pensarque se constitua a partir do indiferentismo, ousemenraizamentoscio-poltico-cultural,esemodomniododiscurso,dacompreensodosseus vrios tipos e das suas possibilidades de verdade ou verosimilhana, preconizamos que a consumao da intencionalidade estruturante da Filosofia, no ensino secundrio, obriga a equacionar com o mesmo grau de importncia, objectivos dos domnios cognitivo, das atitudes e valores e das competncias, mtodos e instrumentos. 6 Ver documento respectivo. 7Cf.HENRIQUES,F.eBASTOS,M.(org.).(1998).OsActuaisProgramasdeFilosofiadoSecundrio-BalanoePerspectivas.Lisboa: CFUL/DES. E tambm HENRIQUES, F.(coord.), O Ensino da Filosofia. Figura e controvrsias, Lisboa, CF-UL, 2001. 62 PARTE - Apresentao do Programa 1. Finalidades A disciplina de Filosofia, -emco-responsabilidadecomasdemaisdisciplinasdasreascurricularesdo ensino secundrio, -tendopresentesosobjectivosdefinidosnaLeideBasesdoSistemaEducativo para o ensino secundrio, -tendotambmemconsideraoosprincpiosorientadoresdaorganizaoeda gesto curriculares fixados no Decreto-Lei n 74/2004, de 26 de Maro, assume, como suas, a partir da sua especificidade, as seguintes finalidades: Proporcionar instrumentos necessrios para o exerccio pessoal da razo, contribuindo paraodesenvolvimentodoraciocnio,dareflexoedacuriosidadecientfica,paraa compreensodocarcterlimitadoeprovisriodosnossossaberesedovalorda formao como um continuum da vida. Proporcionar situaes orientadas para a formulao de um projecto de vida prprio, pessoal, cvico e profissional, contribuindo para o aperfeioamento da anlise crtica das convicespessoaiseparaaconstruodeumdilogoprpriocomumarealidade social em profundo processo de transformao. Proporcionar oportunidades favorveis ao desenvolvimento de um pensamento tico e poltico crtico, responsvel e socialmente comprometido, contribuindo para a aquisio decompetnciasdialgicasquepredisponhamparticipaodemocrticaeao reconhecimento da democracia como o referente ltimo da vida comunitria, assumindo a igualdade, a justia e a paz como os seus princpios legitimadores. Proporcionarmeiosadequadosaodesenvolvimentodeumasensibilidadeculturale esttica, contribuindo para a compreenso da riqueza da diversidade cultural e da Arte comomeioderealizaopessoal,comoexpressodaidentidadeculturaldospovose como reveladora do sentido da existncia. Proporcionarmediaesconducentesaumatomadadeposiosobreosentidoda existncia,contribuindoparaacompreensodaarticulaoconstitutivaentreoser humanoeomundoedasuadinmicatemporal,assumindoaresponsabilidade ecolgica como valor e como exigncia incontornvel. 7 2. Objectivos Gerais A - No domnio cognitivo 1.Apropriar-se progressivamente da especificidade da Filosofia. 1.1.Distinguir a racionalidade filosfica de outros tipos de racionalidade. 1.2.Reconhecer o trabalho filosfico como actividade interpretativa e argumentativa. 1.3.Reconhecer o carcter lingustico-retrico e lgico-argumentativo do discurso filosfico. 1.4.Reconhecer a Filosofia como um espao de reflexo interdisciplinar. 1.5.Reconhecer a necessidade de situar os problemas filosficos no seu contexto histrico-cultural. 1.6.Identificar as principais reas e problemas da Filosofia. 2.ReconhecerocontributoespecficodaFilosofiaparaodesenvolvimentodeumpensamentoinformado, metdico e crtico e para a formao de uma conscincia atenta, sensvel e eticamente responsvel. 2.1.Adquiririnstrumentoscognitivos,conceptuaisemetodolgicosfundamentaisparao desenvolvimento do trabalho filosfico e transferveis para outras aquisies cognitivas. 2.2.Adquiririnformaesseguraserelevantesparaacompreensodosproblemasedos desafiosquesecolocamssociedadescontemporneasnosdomniosdaaco,dos valores, da cincia e da tcnica. 2.3.Desenvolverumpensamentoautnomoeemancipadoque,porintegraoprogressivae criteriosadossaberesparcelares,permitaaelaboraodesntesesreflexivaspessoais, construtivas e abertas. 2.4.Desenvolverumaconscinciacrticaeresponsvelque,medianteaanlisefundamentadada experincia, atenta aos desafios e aos riscos do presente, tome a seu cargo o cuidado tico pelo futuro. B - No domnio das atitudes e dos valores 1.Promover hbitos e atitudes fundamentais ao desenvolvimento cognitivo, pessoal e social. 1.1.Adquirir hbitos de estudo e de trabalho autnomo. 1.2.Desenvolver atitudes de discernimento crtico perante a informao e os saberestransmitidos. 1.3. Desenvolver atitudes de curiosidade, honestidade e rigor intelectuais. 1.4.Desenvolverorespeitopelasconviceseatitudesdosoutros,descobrindoasrazesdosque pensam de modo distinto. 1.5.Assumir as posies pessoais, com convico e tolerncia, rompendo com a indiferena. 1.6. Desenvolver atitudes de solidariedade social e participao na vida da comunidade. 2. Desenvolver um quadro coerente e fundamentado de valores. 2.1. Reconhecer distintos sistemas de valores e diferentes paradigmas de valorao. 2.2.Adquirir o gosto e o interesse pelas diversas manifestaes culturais. 2.3.Desenvolver uma sensibilidade tica, esttica, social e poltica. 2.4.Comprometer-senacompreensocrticadooutro,norespeitopelosseussentimentos, ideias e comportamentos. 2.5.Assumir o exerccio da cidadania, informando-se e participando no debate dos problemas de interesse pblico, nacionais e internacionais. 2.6.Desenvolver a conscincia do significado tico e da importncia poltica dos direitos humanos. 2.7.Desenvolveraconscinciacrticadosdesafiosculturaisdecorrentesdanossaintegrao numa sociedade cada vez mais marcada pela globalizao. 8 C - No domnio das competncias, mtodos e instrumentos 1.Ampliar as competncias bsicas de discurso, informao, interpretao e comunicao. 1.1.Iniciardiscursividadefilosfica,prestandoparticularateno,nosdiscursos/textos, anlisedasarticulaeslgico-sintcticaseanlisedosprocedimentos retrico-argumentativos. 1.2.Iniciarcomunicaofilosfica,desenvolvendodeformaprogressivaascapacidadesde expresso pessoal, de comunicao e de dilogo. 1.3.Iniciaraoconhecimentoeutilizaocriteriosadasfontesdeinformao,designadamente obras de referncia e novas tecnologias. 1.4.Iniciarleituracrticadalinguagemicnica(BD,pintura,fotografia)eaudiovisual(cinema, televiso), tendo por base instrumentos de descodificao e anlise. 1.5.Dominarmetodologiasetcnicasdetrabalhointelectualquepotenciemaqualidadedas aquisies cognitivas e assegurem a auto-formao e a educao permanente. 1.6.Desenvolverprticasdeexposio(oraleescrita)edeintervenonumdebate, aprendendoaapresentardeformametdicaecompreensvelasideiasprpriasouos resultados de consultas ou notas de leitura. 2.Iniciar s competncias especficas de problematizao, conceptualizao e argumentao. 2.1.Reconhecer que os problemas so constitutivos e originrios do acto de filosofar. 2.2.Questionarfilosoficamenteaspseudo-evidnciasdaopiniocorrente,porformaa ultrapassar o nvel do senso comum na abordagem dos problemas. 2.3.Determinareformularadequadamenteosprincipaisproblemasquesecolocamnombito dos vrios temas programticos. 2.4.Desenvolveractividadesespecficasdeclarificaoconceptual:aproximaoetimolgica, aproximao semntica, aproximao predicativa, definio, classificao. 2.5.Adquirir e utilizar de forma progressiva e correcta os conceitos operatrios - transversais da filosofia (vide Quadro de Conceitos, pp. 11 -12). 2.6.Identificareclarificardeformacorrectaosconceitosnuclearesrelativosaos temas/problemas propostos reflexo pelo programa. 2.7.Desenvolver actividades de anlise e confronto de argumentos. 3. Iniciar s competncias de anlise e interpretao de textos e composio filosfica. 3.1.Analisar a problemtica sobre a qual um texto toma posio, identificando o tema/problema, a(s) tese(s) que defende ou a(s) resposta(s) que d, as teses ou respostas que contraria ou as teses ou respostas que explicitamente refuta. 3.2.Analisaraconceptualidadesobreaqualassentaumtexto,identificandoostermosou conceitos nucleares do texto, explicitando o seu significado e as suas articulaes. 3.3.Analisaraestruturalgico-argumentativadeumtexto,pesquisandoosargumentos,dando conta do percurso argumentativo, explorando possveis objeces e refutaes. 3.4.Confrontar as teses e a argumentao de um texto com teses e argumentos alternativos.3.5.Assumir posio pessoal relativamente s teses e aos argumentos em confronto. 3.6.Redigircomposiesdeanliseedeinterpretaodetextosqueincidamsobretemas/ /problemas do programa efectivamente desenvolvidos nas aulas. 3.7. Desenvolver, seguindo planos/guies ou modelos simples, temas/problemas programticos, que tenham sido objecto de abordagem nas aulas. 93. Viso Geral dos Contedos/Temas [dos Mdulos] 10 ano - Contedos/Temas dos Mdulos 1, 2 e 3 MDULO 1 A FILOSOFIA, A ACO HUMANA E OS VALORES 1. Introduo filosofia e ao filosofar1.1. O que a Filosofia? - uma resposta inicial 1..2.A dimenso discursiva do trabalho filosfico 2. A aco humana e os valores como questes filosficas 2.1. Anlise e compreenso do agir 2.1.1. A rede conceptual da aco 2.1.2. Determinismo e liberdade na aco humana 2.2. Anlise e compreenso da experincia valorativa 2.2.1. Valores e valorao - a questo dos critrios valorativos 2.2.2. Valores e cultura - a diversidade e o dilogo de culturas MDULO 2 A ACO HUMANA E OS VALORES TICO-POLTICOS ANLISE E COMPREENSO DA EXPERINCIA CONVIVENCIAL 1. Inteno tica e norma moral 2. A dimenso pessoal e social da tica - o si mesmo, o outro e as instituies 3. A necessidade de fundamentao da moral - anlise comparativa de duas perspectivas filosficas 4. tica, direito e poltica - liberdade e justia social; igualdade e diferenas; justia e equidade MDULO 3 (OPO 1) A ACO HUMANA E OS VALORES ESTETICOS ANLISE E COMPREENSO DA EXPERINCIA ESTTICA1. A experincia e o juzo estticos 2. A criao artstica e a obra de arte 3. A Arte produo e consumo, comunicao e conhecimento 4. Tema/Problema do mundo contemporneo (Opo por 4.1., 4.2. ou 4.3.) 4.1. A obra de arte na era das indstrias culturais 4.2. Arte e ideologia 4.3. Outro tema MDULO 3 (OPO 2) A ACO HUMANA E OS VALORES RELIGIOSOS ANLISE E COMPREENSO DA EXPERINCIA RELIGIOSA1. A Religio e o sentido da existncia - a experincia da finitude e a abertura transcendncia 2. As dimenses pessoal e social das religies 3. Religio, razo e f - tarefas e desafios da tolerncia 4. Tema/Problema do mundo contemporneo (Opo por 4.1., 4.2. ou 4.3.) 4.1. A dessacralizao do mundo e a perda do sentido 4.2. A paz mundial e o dilogo inter-religioso 4.3. Outro tema 1011 ano - Contedos/Temas dos Mdulos 4, 5 e 6 MDULO 4 RACIONALIDADE ARGUMENTATIVA E FILOSOFIA 1. Argumentao e lgica formalOpo pela abordagem segundo os paradigmas das lgicas aristotlica ou proposicional 1.1. Distino validade verdade1..2. Formas de inferncia vlida 1.3. Principais falcias 2. Argumentao e retrica2.1. O domnio do discurso argumentativo a procura de adeso do auditrio 2.2. O discurso argumentativo principais tipos de argumentos e de falcias informais 3. Argumentao e Filosofia3.1.Filosofia, retrica e democracia 3.2. Persuaso e manipulao ou os dois usos da retrica 3.3. Argumentao, verdade e ser MDULO 5 O CONHECIMENTO E RACIONALIDADE CIENTFICA E TECNOLGICA 1.Descrio e interpretao da actividade cognoscitiva1.1. Estrutura do acto de conhecer1.2. Anlise comparativa de duas teorias explicativas do conhecimento 2.Estatuto do conhecimento cientfico 2.1. Conhecimento vulgar e conhecimento cientfico 2.2.Cincia e construo validade e verificabilidade das hipteses 2.3. A racionalidade cientfica e a questo da objectividade MDULO 6DESAFIOS E HORIZONTES DA FILOSOFIA Opo por 1., 2. ou 3. 1.A filosofia e os outros saberes1.1. Realidade e verdade a plurivocidade da verdade1.2. Necessidade contempornea de uma racionalidade prtica pluridisciplinar 1.3. Tema /Problema do mundo contemporneo (Opo por 1.3.1., 1.3.2., ou 1.3.3.) 1.3.1.Acincia, o poder e os riscos 1.3.2.A tecnocincia e a tica1.3.3.Outro tema 2.A filosofia na cidade2.1. Espao pblico e espao privado 2.2. Convico, tolerncia e dilogo a construo da cidadania 2.3. Tema /Problema do mundo contemporneo (Opo por 2.3.1., 2. 3.2., ou2.3.3.) 2.3.1.O impacto da sociedade da informao na vida quotidiana 2.3.2.Os direitoshumanos e a globalizao 2.3.2.1.Outro tema 3.A filosofia e o sentido3.1. Finitude e temporalidade a tarefa de se ser no mundo 3.2. Pensamento e memria responsabilidade pelo futuro 3.3. Tema /Problema do mundo contemporneo (Opo por 3.3.1., 3.3.2., ou 3.3.3.) 3.3.1. A responsabilidade ecolgica3.3.2.A responsabilidade pelas geraes futuras3.3.3.Outro tema11 Quadro de conceitos operatrios A prtica filosfica distingue-se, talvez em primeiro lugar, pela especificidade e radicalidade dos temas/problemas que aborda, sejam eles metafsicos ou gnosiolgicos, ticos ou estticos, lgicos ou epistemolgicos. Mas o trabalho filosfico distingue-se tambm pela especificidade da linguagem que utiliza, em particular pela especificidade dos conceitos que mobiliza. Cunhados e apurados ao longo da histriadafilosofia,comelesqueafilosofiaconfiguraodiscursosobreostemas/problemas abordados, assumindo portanto esses conceitos um carcter heurstico e operatrio ou instrumental. Deentreosconceitosoperatrioscomquetrabalhaafilosofia,tomadoscomoinstrumentos intelectuais de anlise e de reflexo, poder-se-o distinguir trs grupos maiores: os conceitos gerais ou transversais, aqueles que atravessam todas ou quase todas as abordagens temticas; osconceitosespecficosouregionais,aquelescomosquaisafilosofiaconfiguraa abordagem de temas/problemas particulares (metafsicos, gnosiolgicos, ticos, estticos, lgicos ou epistemolgicos);osconceitosmetodolgicosouinstrumentais,aquelesquedizemrespeitos competncias e metodologia do trabalho filosfico. Os conceitos especficos ou regionais propostos aprendizagem pelo presente programa so aquelesqueconstamdosenunciadosrelativosaosContedos/Temasprogramticos,cuja explicitao mais pormenorizada se pode ver no Desenvolvimento do Programa (pp.22-57). Relativamenteaosconceitosgeraisoutransversaiseaosconceitosmetodolgicosou instrumentais, que ho-de informar, do princpio ao fim, o trabalho filosfico e a abordagem dos vrios temas/problemas, entendeu-se por bem dar-lhes um lugar de destaque (vide quadros abaixo).Pretendeu-se assim chamar a ateno para a importncia da sua progressiva introduo e do seu uso sistemtico no trabalho do dia-a-dia, consideradas as suas vantagens (filosficas) sobre os termos mais vulgares da linguagem corrente. Nosecircunscrevemanenhumarubricaprogramticaespecfica;elesho-desimser introduzidos medida da sua oportunidade e convenincia. Devero ser aprendidos como se aprende, naturalmente,umalngua.Cadadocentefarumusopermanenteerigorosodeles,semprequeos temasouasactividadesoexigirem;osalunoseasalunasutiliz-los-o,tambm,progressivamente: inicialmente de modo incerto, logo depois de forma mais segura e explcita. Osquadrosqueseseguemincluemalgunsdosquesejulgarammaisfrequentes,semqualquer pretenso de esgotar a lista de outros que nela poderiam ter lugar. 12 CONCEITOS GERAIS OU TRANSVERSAIS absoluto / relativo abstracto / concretoantecedente / consequenteaparncia / realidade a priori / a posterioricausalidade / finalidade compreenso / explicaocontingente / necessriodeduo / induodogmtico / crticodvida / certezaemprico / racionalessncia / existnciafinitude / infinitude formal / materialidentidade / contradio imediatez / mediaointuitivo / discursivo particular / universalsaber / opiniosensvel / inteligvel sentido / referncia ser / devir subjectivo / objectivo substncia / acidente verdade / validade teoria / prtica transcendente / imanente CONCEITOS METODOLGICOS OU INSTRUMENTAIS Conceptualizar / conceptualizao Aproximao lingusticaAproximao predicativa Aproximao extensiva Aproximao metafrica Problematizar / problematizao Problema filosfico Questionamento filosfico Argumentar / argumentao Tese Argumento e contra-argumento Defesa e refutao 134. Metodologia: princpios, sugestes e recursos Princpios metodolgicos Os princpios subjacentes s sugestes metodolgicas que iro ser propostas implicam um tipo de aula centrado no trabalho efectivo, assente fundamentalmente na anlise e interpretao de textos e outros documentos. O dilogo, aqui tambm suposto, sobretudo pensado como um debate a partir de um elemento comum a docentes e alunos e alunas que servir, simultaneamente, como o lugar da procuradeinformaes,eopontodepartidadaanlisecrtica.Procura-seque,desdeoinciodo trabalho,cadadiscentepossatomariniciativasdeinterpretaoecompreensodostemase,assim, caminharnosentidodaconfiguraoprogressivadasuaautonomia,factorabsolutamente imprescindvel na aprendizagem da filosofia. Arelevnciadadaaumdocumentodereferncianocontextododesenvolvimentodasaulas, correspondeconvico,jreferidanaintroduo,queoexercciopessoaldarazoimplicaa alteridade, ou seja, que pensar pensar com ou pensar a partir de. Ditoporoutraspalavras,tem-secomoideiareguladoraaaulacomoespaodetrabalhoque permitaaassimilaopessoaleaposiocrtica,masondeseassumetambmafilosofiacomo produtocultural,comelementostericosestruturadosquenecessrioconhecer.Ouseja,supe-se umtrabalhodesntesepessoaldapartedasalunasealunos,mastambmaaquisiodedados informativos sobretudo no sentido da clarificao conceptual e de rigor argumentativo. Transportada para o plano das aprendizagens, esta ideia reguladora, obriga configurao de um processo sustentado por trs princpios: princpio da progressividade das aprendizagens; princpio da diferenciao das estratgias; princpio da diversidade dos recursos. Princpio da progressividade das aprendizagens Com este princpio pretende-se assinalar que, embora a dinmica da realidade seja complexa e nunca linear, deve haver o cuidado pedaggicode definir precedncias nas aprendizagens, nos em termos dos ncleos temticos a abordar como das actividades a desenvolver nessa abordagem e dos recursos documentais a serem utilizados. Asimplicaesmetodolgicasdestaoponaconduodoprocessodeensinoede aprendizagem so mltiplas, sendo de salientar as seguintes: a)naimportnciaenorigordaavaliaodiagnstica,sobretudodainicial, especialmente, das competncias discursivas e reflexivas; b)nopapeldosdocentesedealunosealunas,privilegiandoumalgicada aprendizagem relativamente a uma lgica de ensino; c)naplanificaodeactividadesquetenhamemcontaaprogressividadedas competncias a desenvolver; 14d)naescolhadedocumentaodeapoioadequadaconsecuodessa progressividade. Princpio da diferenciao de estratgias Este princpio decorre de duas exigncias especficas: a)porumlado,oprivilegiardeumalgicadeaprendizagem,quetenhaemcontaos diferentes estilos de aprendizagem prprios de cada discente, sendo imperioso que as professoraseosprofessoresrecorramaformasdiversificadasdeabordare fundamentarasquestesparaqueestudantesmaisanalticosoumaisintuitivos,por exemplo, no sejam sempre beneficiados ou prejudicados; b)poroutrolado,adiferenciaodeestratgiasumaconsequnciadirectada diversidade dos objectivos que o programa prope. Princpio da diversidade dos recursos Este princpio , desde logo, um corolrio dos anteriores. A sua suposio implica que as aulas devemassentarnavariedadederecursosquecadasituaopossibilitar.Indicamososqueparecem ser mais relevantes: 1-Emprimeirolugarostextos.Ahistriadafilosofiatemfiguranostextosqueforamsendo escritos,easuainterpretao,semprerenovada,permitequeafilosofiasevconstituindonasua novidade. Contudo, prope-se que se utilizem na sala de aula diferentes tipos de textos e no apenas os que o canon catalogou de filosficos. Exemplificando: a)Ostextosfilosficosdevemconstituirosmaisimportantesmateriaisparaoensinoea aprendizagem do filosofar.Asuaselecoadequadarepresentaumdosmaioresdesafiosparaasprofessoraseos professores.Nemsemprefcilencontrarostextosquetmincidncianos temas/problemasemestudo,nemsemprefcilencontrarostextosapropriadosaonvel em que se encontram os jovens e as jovens, nem sempre fcil encontrar diferentes textos que reflictam distintas posies/teses/respostas sobre um mesmo problema. A adequao aostemaseaadequaoaonveldosalunosealunas,assimcomoaexpressode distintasposiessobreummesmotemasotrsdosmaisrelevantescritriosdasua seleco. Umsegundoedecisivodesafio,paraaexperinciabemsucedidadotrabalhocomos textosfilosficosdizrespeitosorientaesparaasualeitura,anlise,interpretaoe discusso. Sem instrues claras sobre o trabalho a empreender, sem guies explcitos de actividades,corre-sesempreoriscodeintroduzirconfusonastarefas,propiciadorade experincias mal sucedidas e consequente desmotivao. b)Paraalmdostextosfilosficos,osdicionriosespecializados,ashistriasdafilosofiae outrasobrasdereferncia,filosficasouno,deveroconstituirtambmalgunsdos recursos a mobilizar. 15Sendoaactividadefilosficaumaactividadeporexcelnciadeinvestigao,aprticade consultadediversificadasfontesdeinformaodeverserimplementadaassiduamente, residindo aqui uma das dimenses formativas da filosofia, contribuindo deste modo para o desenvolvimentodecompetnciasfundamentais.Estaprticamaisvantajosamente estimulvelsefordesencadeadaemfunodeprojectosespecficosdeintervenopor parte dos alunos ealunas: necessidadede prepararuma exposio naaula, necessidade deapresentarumpequenotrabalhomonogrfico,necessidadedeelaborarumanotade leitura. c)Autilizaodetextosliterriosdeveassumirtambmumpapelrelevante,namedidaem queelespodemconstituir-secomomatriamesmasobreaqualaactividadefilosfica, comoactividadeinterpretativa,sepodeexercer.Aobraliterriaaoconfigurarummundo, ondepadecemeagemsereshumanosnumquadroderelaescomplexas,explicita modos possveis de ser, de agir e de habitar a realidade, podendo funcionar como indutor de contedos, levando alunas e alunos a sair de si e confrontar-se com essa perspectiva de viver,pensareserquelhesproposta.Esteprocesso,simultneo,dedescentraoe alargamentodaexperinciapessoal,criacondiesfavorveisaoexercciofilosficoda crtica e compreenso. 2 - Tambm os meios audiovisuais podem ser objecto de mltiplas utilizaes na aula de filosofia e contriburem para o desenvolvimento de diversas competncias. Orecursoatransparncias,comoapoioapresentaodeexposies,deesquemas integradores dos percursos conceptuais, ou para exibir a estrutura argumentativa de textos, reveste-se de importncia indispensvel. Ovisionamentodedocumentosoufilmespodetornar-serelevante,senomesmo imprescindvel,paramotivareoperacionalizaraabordagemdedesafiosactuais.Aexibiodespots publicitrios,deexcertosdeintervenespolticasedefragmentosflmicos,poderconstituir oportunidade privilegiada para o exerccio da crtica social e poltica. Paraqueaexibiodedocumentosaudiovisuaissetornemaisformativa,parecenecessrio que seja acompanhada de critrios ou guies de anlise, evitando a recepo passiva, desenvolvendo hbitos de leitura activa, desencadeando atitudes de distanciamento e anlise crtica. 3 - Por fim, mas no em ltimo lugar, o computador. O computador adquiriu definitivamente um lugarprivilegiadoentreosrecursosdeaprendizagem.Paraalmdemeioinstrumentalparao processamento de texto e de outras informaes e tambm para a comunicao inter-individual e em rede,eleabreportassmaisdiferentesfontesdeinformao,comdestaqueparaosCD-ROMsea Internet.Aelaboraodetrabalhosescolareseanecessriapesquisadeinformaestmno computadorumespaoeoportunidadescadavezmaispotenciados,compossibilidadesilimitadas. Professores e professoras tm aqui um dos seus mais importantes desafios e alunos e alunas uma das mais profcuas possibilidades.

16Sugestes metodolgicas gerais Paraalmdasnotasjexplicitadasapropsitodosprincpiosmetodolgicosedassugestes maisespecficasqueaparecemnodesdobramentodoprograma,pretende-seaquirealardois aspectos: 1-Antesdemais,afirmaranecessidadederecorrernaabordagemdostemasaautores especficos da histria da filosofia que com eles mantenham relaes privilegiadas. Esse recurso deve ser feito tendo tambm em conta, no s o gosto e a formao de cada docente, como tambm uma diferenciao temporal que d visibilidade riqueza e diversidade da produo filosfica. 2-Emsegundolugar,sugere-seque,nodecursodoprocessodasaulas,sedrelevo importncia da aquisio de um mtodo prprio de trabalho que, embora integrando tcnicas mais ou menospadronizadas,corresponda,contudo,aomodoespecficodeseredepensardecada estudante.Nessecontexto,poder-se-,porexemplo,apresentarediscutirdiferentesmodelosou perspectivas de anlise e interpretao de textos, mostrando as potencialidades de cada um. Esta importncia da metodologia poder ainda ser evidenciada se se tiver o cuidado de propor actividades de leitura ou de escrita que sejam acompanhadas de guies ou de planos adequados e se solicitequequalquerproduoescritacontenhasempreoesquemaquepresidiuaoseu desenvolvimento. 175. Avaliao A avaliao constitui para qualquer didctica disciplinar um dos mais complexos problemas. Antes mesmo deseconstituircomoumproblemaestritamentepedaggicooutcnico,elaumproblemaideolgicoe poltico, tico e deontolgico, de justia e equidade, sobretudo. Perspectivadapormuitoscomopea-chavedossistemaseducativosparaoexercciosempre controverso do controlo e da seleco sociais, a avaliao transforma-se num campo de confrontao ideolgica, a exigir dos professores e das professoras uma atitude institucional crtica. Porqueoprocessodaavaliaovaiterrepercussessobresereshumanosnicoseconcretos, aindaporcimamuitodiferentesunsdosoutros,comorigenssociaiseculturaismuitodspares,a avaliao exige sensibilidade e, sobretudo, justia e equidade. EmFilosofia,porviadaespecificidadeecomplexidadedosprocessoscognitivosqueestoem apreo no ensino e na aprendizagem do filosofar, a avaliao reveste-se de dificuldades pedaggicas particulares,aexigirnoapenasintervenosensata,cuidadoresponsvelejustiaequitativa,mas tambmcritriosexplcitosetransparentesdeconsecuobemsucedidadastarefas,diversidadee adequaodeinstrumentos,pluralidadeeriquezadasfontes,oportunidadeesensibilidadena comunicao das observaes e dos resultados. Oproblemamaiorresideseguramentenadificuldadeemprocederaumaavaliaojustae equitativa. Segundo que mximas de justia se deve avaliar: 1) a cada um a mesma coisa?; 2) a cada umsegundoosseusmritos?;3)acadaumsegundoassuasobras?;4)acadaumsegundooseu trabalho?; 5) a cada um segundo o seu esforo?; 6) a cada um segundo os resultados alcanados?; 7) de cada um segundo as suas possibilidades?; 8) de cada um segundo as suas condies? Reconhecidososdesafioseasdificuldadesapontadas,nopodeoPrograma,aindaporcima ignorando as situaes e as circunstncias concretas, propor orientaes normativas rgidas. O que se propeapenasumconjuntodePrincpiosgerais,comindicaodeumapluralidadedeFontesa utilizar,aquesejuntamalgunsCritriosdeavaliaosumativa.Esclarece-sequeoscritriosde avaliaosumativaadianteexplicitadossopropostosantesdemaiscomoreferenciaisparaguiaro processodeensinoesobretudodeaprendizagem,umavezqueumaavaliaosumativanopode exceder o que foi efectivamente objecto de actividades de ensino e de aprendizagem. Princpios reguladores da AvaliaoConsiderandoqueentreosdiversoselementosqueintegramoprocessodeensinoede aprendizagem (objectivos, contedos, competncias, actividades, recursos e avaliao) deve existir correspondncia e articulao;considerando que a avaliao tem por funo prioritria regular e optimizar o processo de ensino e de aprendizagem, ajudando o aluno a aprender e o professor a ensinar; considerandoqueastarefaseasactividadesdeavaliaodevem,semprequepossvel, coincidir com as tarefas e actividades de ensino e aprendizagem; 18considerando tambm a especificidade e complexidade dos processos cognitivos intrnsecos aprendizagem do filosofar, assim como as caractersticas prprias do trabalho filosfico; a avaliao em Filosofia dever corresponder s exigncias que a seguir se enunciam:

a) Predominantemente formativa e qualitativa Dever,aolongodoprocessodeensinoedeaprendizagem,informareregularocursodas aquisiescognitivasearealizaobemsucedidadasactividadesedasprodues(discursivas, sobretudo)emqueseconcretizamascompetnciasaadquirir,tendoporrefernciainstrues claras para a realizao das tarefas e critrios precisos para apreciao dos resultados. b) Tendencialmente contnuaDever acompanhar e articular-se com todos os momentos e actividades em que se concretiza o processodeensinoedeaprendizagem,evitandoaquisiescognitivaserrneasourealizaes equivocadas que venham a prejudicar aquisies e realizaes futuras. c) Atenta s competncias e s actividadesDever prestar ateno particular s competncias e s actividades, tendo em considerao que a filosofia se define de modo substantivo como exerccio e actividade de pensamento e juzo, como saber-fazer racional crtico. d) Diagnstica e prognstica Deverantecederoprprioprocessodeiniciaoaofilosofarpropriamentedito,analisandoas condiesdepossibilidadedetrabalhofilosfico:limitesepotencialidadeslingusticas, competnciasedeficinciasdiscursivas,dificuldadesefacilidadesdecomunicao,hbitose mtodos de estudo e trabalho intelectual. e) Democrtica e participada Dever ser realizada com os alunos e alunas, enquanto primeiros interessados em experincias cognitivas bem sucedidas, enquanto intrpretes privilegiados de reais dificuldades, enquanto nicos conhecedoresdealgumasdvidasouhesitaes,enquantonicosconhecedoresdealgumas potencialidades que passam despercebidas. f) Sumativa Segundo a Portaria 550-E/2004, de 21 de Maio, A avaliao sumativa consiste na formulao de um juzo globalizante sobre o grau de desenvolvimento das aprendizagens do aluno e tem como objectivos a classificao e certificao (art.18). 19 Fontes privilegiadas da Avaliao Considerandoadiversidadeeheterogeneidadescio-culturaldapopulaoescolareos diferentes estilos individuais de aprendizagem; considerando que o recurso privilegiado aos testes escritos no coincide com a natureza da maiorpartedasactividadesdeensinoedeaprendizagem,predominantementeorais,nem permite avaliar com autenticidade muitas das aquisies e competncias cognitivas; considerandotambmaespecificidadeecomplexidadedosprocessoscognitivos,assim como as exigncias particulares do trabalho filosfico; aavaliaoemFilosofiadeverdiversificarasfonteseosinstrumentosdeavaliao, nomeadamente: a)Aobservao,tosistemticaquantopossvel,tendoporfinalidaderecolherinformaes sobre hbitos de trabalho, atitudes, grau de participao e interesse e, em particular, sobre a evoluo no processo de aprendizagem. b)Asintervenesorais,emdebates,emrespostaasolicitaesdaprofessoraoudo professor,possibilitaroapreciaraqualidadedaprecisoconceptualedaclareza discursiva, a capacidade da comunicao e o valor da argumentao. c)As exposies orais, a partir de leituras ou de pesquisas solicitadas, permitiro apreciar a pertinncia da interpretao, a capacidade de trabalho autnomo, a aquisio de mtodos de pesquisa, o conhecimento e o domnio das fontes de informao. d)Asproduesescritas-actaserelatrios,resumosenotasdeleitura,apreciaese reflexespessoais-possibilitaroavaliaracapacidadedeescutaecompreensooral,a qualidadedeleituracompreensivaesuaexpressoescrita,acapacidadede(se) questionar (sobre) matrias controversas. e)Aanliseeinterpretaodetextosargumentativos-anlisemetdica,comousem guio,interpretao,discusso-permitirapreciarascapacidadesdedetectarelementos essenciaistaiscomo:tema/problema,tese/posiodoautor,argumentos/provas despendidosetambmapreciarascapacidadesdecontraporposiesalternativase explicitar argumentos/provas pertinentes. f)Ascomposiesfilosficasdedesenvolvimentometdico(filosfico)de temas/problemas, efectivamente tratados nas aulas, possibilitaro apreciar as capacidades de interpretar, problematizar e argumentar um tema filosoficamente relevante. g)Outrasfontes-cadadocente,porsuainiciativaouporacordocomogrupodeFilosofia, poder obviamente socorrer-se de outras fontes: designadamente, algum pequeno trabalho monogrfico, planificado de antemo, fichas de trabalho, organizao de dossiers temticos ou caderno de actividades. Os critrios de apreciao devero ser previamente definidos e explicitados perante cada turma. 20Critrios de referncia para avaliao sumativaUmavezque,respeitadooregimedeavaliaodasaprendizagensfixadopelaPortaria550- -E/2004,de21deMaio,aresponsabilidadepeloajustamentodecontedos,deobjectivos,de competnciasedecritriosdaavaliaosumativacabeescolae,emparticular,aoConselhode Grupo, nenhum programa pode fixar critrios rgidos, universais e obrigatrios de avaliao.Entendeu-se, no entanto, que o Programa no poderia silenciar a questo concreta dos critrios deavaliaosumativa,nopropondoquaisquerindicadoresdaconsecuodosobjectivosgerais fixados. Partiu-sedoprincpioqueumdosfactoresmaisdecisivosparagarantirjustianaavaliaoe evitar tacteios por parte dos alunos e das alunas e arbitrariedades no desejadas pelos professores e pelas professoras seguramente a transparncia e a clareza dos critrios de avaliao. Admitiu-se tambm, como condio da legitimidade da avaliao, a coerncia e continuidade dos critrios de avaliao com os critrios de realizao bem sucedida das actividades de aprendizagem: no legtimo avaliar o que no foi intencionalmente ensinado e/ou no foi objecto de actividades de aprendizagem (de exerccio) ao longo do processo. Considerou-se, ainda, que importava clarificar que indicadores de sucesso devero ser tomados comoindciossegurosparaoreconhecimentodasaprendizagensprevistasedasaquisies cognitivas desejadas. Por esta razo, se indicam no os contedos sobre que deve recair a avaliao de conhecimentos mas preferencialmente o tipo de actividades ou tarefas em que se ho-de revelar o nvel e a qualidade das aquisies cognitivas e das competncias alcanadas. Oscritriosdeavaliaosumativaqueaseguirseenunciam,sendopropostosto-scomo critriosdereferncia,devero,noentanto,sertomadoscomomarcosoubalizasparaumacordo pedaggico-didcticodesejvel,entredocenteseentredocentesediscentes,admitindoqueas clusulas especficas s podem ser estabelecidas localmente e localmente assinadas. Eis,assim,oscritriosquedeveromobilizaredireccionarasaprendizagenseque, consequentemente, devero balizar tambm as actividades de avaliao sumativa. 21 No final do 11 ano, os alunos e as alunas devero ser capazes de: 1.Recolher informao relevante sobre um tema concreto do programa e, utilizando fontes diversas -obrasdereferncia,suporteselectrnicosououtros-compar-laeutiliz-lacriticamentena anlise dos problemas em apreo. 2.Clarificar o significado e utilizar de forma adequada os conceitos fundamentais, relativos aos temas/problemas desenvolvidos ao longo do programa de Filosofia. 3.Redigirtextos-sobaformadeacta,sntesedeaula(s)ourelatrio-queexpressemdeforma clara, coerente e concisa o resultado do trabalho de compreenso e reflexo sobre os problemas filosficos efectivamente tratados. 4.Participaremdebatesacercadetemasrelacionadoscomoscontedosprogramticos, confrontando e valorando posies filosficas pertinentes ainda que conflituantes e auscultando e dialogando com os intervenientes que sustentam outras interpretaes. 5.Analisar textos de carcter argumentativo - oralmente ou por escrito -, atendendo:- identificao do seu tema/problema; - clarificao dos termos especficos ou conceitos que aparecem; - explicitao da resposta dada ou da tese defendida; - anlise dos argumentos, razes ou provas avanados;- relao de contedo com os conhecimentos adquiridos. 6.Comportextosdecarcterargumentativosobrealgumtema/problemadoprograma efectivamentetratadoeacercadoqualtenhamsidodiscutidasdistintasposiesouteseseos correspondentes argumentos: -formulando com preciso o problema em apreo; -expondo com imparcialidade as teses concorrentes; -confrontando as teses concorrentes entre si; -elaborando uma resposta reflectida questo ou problema. 7.Realizar um pequeno trabalho monogrfico acerca de algum problema filosfico de interesse para oestudante,relacionadocomalgumcontedoprogramticoefectivamenteabordadoe metodologicamente acompanhado pelo docente nas tarefas de planificao. 22 3 PARTE Desenvolvimento do Programa MDULOS 1, 2 e 3 10 ANO MDULOS 4, 5 e 6 116 11 ANO 23 MDULO 1A FILOSOFIA, A ACO HUMANA E OS VALORES Contedos / Temas 1. Introduo filosofia e ao filosofar1.1. O que a Filosofia? - uma resposta inicial 1.2. A dimenso discursiva do trabalho filosfico 2. A aco humana e os valores como questes filosficas 2.1. Anlise e compreenso do agir 2.1.1. A rede conceptual da aco 2.1.2. Determinismo e liberdade na aco humana 2.2. Anlise e compreenso da experincia valorativa 2.2.1. Valores e valorao - a questo dos critrios valorativos 2.2.2. Valores e cultura - a diversidade e o dilogo de culturas Gesto: 24 tempos lectivo de 90(12 semanas) CONCEITOSESPECFICOSNUCLEARES 1.Filosofia,problemaouquestofilosficos,discurso,interpretao, problema/questo,tese,argumento,conceito,juzoeraciocnio,subjectivoeobjectivo,concretoeabstracto.2. Aco,razo/causa,fim,inteno,projecto,motivo,desejo,deliberao,deciso,determinismo,liberdade,valor, preferncia valorativa, critrio valorativo, cultura. 24MDULO 1 A FILOSOFIA, A ACO HUMANA E OS VALORES Objectivos / Competncias 1. Referir algumas definies de filosofia e caracterizar a especificidade do trabalho filosfico:identificando algumas reas e alguns problemas da filosofia; distinguindo questes filosficas de questes no filosficas; reconhecendo o trabalho filosfico como uma actividade interpretativa e discursiva. 2. Caracterizar compreensivamente a especificidade do agir humano: distinguindo os mais importantes conceitos da rede conceptual da aco: aco, inteno, motivo, deliberao, deciso e agente; distinguindo o que fazemos (aces) do que nos acontece e do que acontece na natureza (eventos); reconhecendo a presena de intenes, razes e fins na origem das aces genuinamente humanas. 3. Analisar criticamente a complexidade do agir humano: reconhecendo o duplo carcter consciente e inconsciente dos motivos e dos desejos; dando conta da experincia complexa da deliberao e da deciso; dando conta da dificuldade da atribuio de responsabilidade ao agente pelos actos praticados. 4. Determinar e formular adequadamente o problema do determinismo e liberdade na aco humana:reconhecendo o carcter condicionado e situado da liberdade humana; reconhecendo as vrias esferas ou dimenses da aco humana como campos de possibilidades para o exerccio responsvel e o desenvolvimento perfectvel da liberdade humana. 5.Caracterizaraespecificidadedaexperinciavalorativaeestabeleceroseuvnculocomasculturaseos correspondentes sistemas de valores e paradigmas de valorao: reconhecendo a experincia valorativa como uma ruptura com a indiferena; distinguindo a experincia valorativa de outros tipos de experincia; dando conta da diversidade dos critrios valorativos nas diversas culturas; reconhecendo a necessidade de um dilogo intercultural. Competncias especialmente visadas Para este primeiro mdulo, prope-se, em particular, a ampliao das competncias bsicas de discurso, informao, interpretao e comunicao enunciadas no Programa (p. 8), com destaque para as seguintes: Iniciardiscursividadefilosfica,prestandoparticularateno,nosdiscursos/textos,anlisedas articulaes lgico-sintcticas e anlise dos procedimentos retrico-argumentativos. Iniciar comunicao filosfica, desenvolvendo de forma progressiva as capacidades de expresso pessoal, de comunicao e de dilogo. Desenvolver prticas de exposio (oral e escrita) e de interveno num debate, aprendendo a apresentar de forma metdica e compreensvel as ideias prprias ou os resultados de consultas ou notas de leitura. 25MDULO 1 A FILOSOFIA, A ACO HUMANA E OS VALORES Sugestes metodolgicas Percursos de aprendizagemActividades de aprendizagem 1. Introduo filosofia e ao filosofar Breve resposta questo - O que a filosofia? Distinoentrequestesfilosficasequestesno filosficas Iniciao discursividade filosfica 2. Anlise da especificidade humana do agir Distino entre o que fazemos e o que (nos) acontece Caracterizaodosactosgenuinamentehumanos(a presena de razes e fins,intenese projectos na base das aces) 3. Anlise da complexidade do agir As dimenses consciente e inconsciente dos motivos e dos desejos Acomplexidadedaexperinciadadeliberaoeda deciso 4. O problema do determinismo e da liberdade As condicionantes fsico - biolgicas e histrico culturais A aco como campo de possibilidades - espao para a liberdade do agente 5. A experincia valorativa, os valores e as culturas Aexperincia valorativa como uma relao afectiva ao mundo e uma ruptura com a indiferena Os valores e os critrios valorativos (subjectivos, intersubjectivos e universais) Os valores e as culturas: multiculturalismo e dilogo intercultural Desenvolvimentodeactividadesquepossibilitemo diagnstico e a ampliao das competncias bsicas dediscurso,informao,interpretaoe comunicao,enquantopr-requisitosdotrabalho filosfico. Prope-se tambm algumas actividades de conceptualizao. 1. Actividades de leitura compreensiva de textos: - Exerccios de anlise lgico-sintctica e de anlise lgico-argumentativa; -Questeseexercciosdirigidoscompreensoe interpretao. 2. Actividades de conceptualizao: -Aproximaopredicativaaosconceitosdarede conceptual da aco; - Aproximao predicativa e metafrica aos conceitos de determinismo e liberdade. 3. Actividades de debate (discusso dirigida): -Anlisedecasosededilemasquemobilizema sensibilidadeepermitamclarificareconfrontarcom outrososvaloreseasprefernciasvalorativas individuais; - Procura intersubjectiva de boas razes e avaliao dos argumentos que justificam (ou no) as opinies emitidas ou as solues preconizadas para os casos e os dilemas analisados. Avaliao A avaliao sumativa interna na modalidade de frequncia presencial, a realizar em contexto de turma, de forma contnua, neste mdulo 1, dever ter por referncia os objectivos cognitivos enunciados e as competncias bsicas efectivamente desenvolvidas.Osinstrumentosdeavaliao,almdediversificados,devemserconcebidosemconformidadecoma tipologia das actividades efectivamente trabalhadas nas aulas. Naavaliaosumativainternanamodalidadedefrequncianopresencial, a prova escrita, nas duas formas que pode assumir - incidindo s sobre o mdulo 1 ou sobre os trs mdulos-, dever ter por referncia os objectivos cognitivos e as competncias bsicas enunciados para o mdulo. Assim, dever incluir itens que permitam avaliar os contedos deste mdulo e as competncias bsicas de leitura compreensiva, de interpretao discursiva e de conceptualizao (definio ou clarificao de alguns conceitos nucleares). 26MDULO 1 A FILOSOFIA, A ACO HUMANA E OS VALORES Bibliografia8 1. Introduo filosofia e ao filosofar Aavv (1994). Formas Histricas da Comunicao e seus Desafios Actuais, nmero monogrfico de Caderno de Filosofias, n 6/7. Comunicaes no II Encontro de Didctica da Filosofia, da APF. De interesse para um conhecimento de diversas posies filosficas sobre o ensino e a transmisso da filosofia. Apel, K.-O. (1985). La Transformacin de Ia Filosofa, I e II. Madrid: Taurus Ediciones. Demarcando-se dos que admitem a "morte da filosofia", o autor prope a transformao da Filosofia transcendental clssica da conscincia numa filosofia transcendental da linguagem que reconhea o carcter dialgico e comunicativo da razo. Cossuta, F. (1998). Didctica da Filosofia. Porto: Asa. As dimenses constitutivas do texto filosfico - Proposta de um mtodo de leitura. Folscheid, D. & Wunennburger, J.-J. (1997). Metodologia Filosfica. So Paulo: Martins Fontes. Aleituraeproduodetextosnaaprendizagemdafilosofia.Explicaoecomentriodetextos, dissertao - abordagem terica e exerccios prticos. Izuzquiza, I. (1982). La Clase de Filosofa como Simulacin de la Actividad Filosfica. Madrid: Anaya. Exposiotericasobreaauladefilosofiacomolaboratrioconceptual,desimulaognosiolgica queconstituiosproblemasfilosficoscomomaterialdetrabalho-investigao;completadapor diversos planos de experincias de simulao. Langer, S. (1971). Filosofia em Nova Chave. S. Paulo: Ed. Perspectiva. Com base numa posio sobre a origem da linguagem que reputa como essencialmente expressiva, aautora apresenta o smbolo como nova chave para a abordagem filosfica. Meyer, M. (1991). A Problematologia. Lisboa: Publ. Dom Quixote. O retorno ao sentido originrio da "interrogao radical" em Filosofia - uma alternativa ao niilismo e "cientismo". Moscariello, A. (1985). Como Ver um Filme. Lisboa: Ed. Presena. Umaabordagemdocinemacomoumainterpretaoespecficadarealidade;procuraforneceruma chave de anlise dos elementos com os quais essa interpretao se constri, recorrendo a exemplos de pelculas clebres. 2.A aco humana e os valores como questes filosficas Barata-Moura, J. (1982). Para uma crtica da "Filosofia dos Valores". Lisboa: Livros Horizonte. Olivrorenedoistextos.Noprimeiro,quedottuloobra,oautorapresentaumaanliseda "Filosofiadosvalores",salientandoasuabaseidealista,presente,designadamente,nosupostoda irredutibilidade do dever-ser ao ser. No segundo, sobre o tema: "Conhecer, Valorar e Agir", confronta-se a unidade dialctica da prtica e do conhecimento com a contraposio abstracta do "conhecer" e do "valorar". Camps, V. (1996). Paradoxos do Individualismo. Lisboa: Relgio d'gua. Partindodeumaanlisedequestescandentesdasociedadeactual,comoadotrabalho,ada qualidadedevida,adacomunicao,aautoraproblematiza-asluzdoindividualismocomovalor paradoxal. Comte-Sponville, A. & Ferry, L. (2000). A Sabedoria dos Modernos: Dez questes para o nosso tempo. Lisboa: Instituto Piaget. Artigos dos dois autores sobre dez questes que, emergindo da dinmica cultural contempornea, sopensadas no quadro da reflexo filosfica, comportando ainda uma concluso onde se discute a funo e a utilidade da Filosofia hoje. 8 Todas as datas indicadas referem-se s das edies citadas. Todas as citaes das obras traduzidas so feitas a partir do ttulo da respectiva traduo. 27 Mostern, J. (1987). Racionalidad y Accin Humana. Madrid: Alianza Editorial. Explicaosucintadasnoesderacionalidadeeracionalidadeprtica,interesseedesejo,crere saber, e uma exposio muito clara dos conceitos que integram a rede conceptual da aco. Ricoeur, P. (1988). O Discurso da Aco. Lisboa: Ed. 70. Noquadrohabitualdopensarricoeuriano,estetextoconfrontaedialectizaasperspectivas fenomenolgica e analtica a propsito da problemtica do agir humano. White, A. R. (org.). (1976). La Filosofa de l'Accin. Mxico: F.C.E.. Recolha de textos de nove dos mais representativos autores que escreveram sobre Filosofia da aco (Austin,Danto,Melden,Davidson,Anscombe,eoutros).Conceitosabordados:aces,razese causas, responsabilidade, inteno e motivos. Sugestes de leituras para estudantes 1. Introduo filosofia e ao filosofar Breyner, S. M. (1989). A Viagem. In Contos Exemplares. s/l: Figueirinhas. Jaspers, K. (1984) Iniciao Filosofia. Lisboa: Guimares Ed.. Kant, I. (1988). Resposta pergunta: Que o Iluminismo? In A Paz Perptua e Outros Opsculos. Lisboa: Ed. 70. Nagel, Th. (1995). Que Quer Dizer Tudo Isto? Uma Introduo Filosofia. Lisboa: Gradiva. Plato (1993). Apologia de Scrates. In utifron, Apologia de Scrates, Crton. Lisboa: INCM. Reich, W. (1977). Escuta Z Ningum. Lisboa: Publ. Dom Quixote. Srgio, A. (1980). Prefcio do Tradutor. In RUSSELL, B.. Os Problemas da Filosofia. Coimbra: Armnio Amado. Warburton, N. (1998). Elementos Bsicos de Filosofia. Lisboa: Gradiva.Zambrano, M. (1993). A Metfora do Corao e Outros Escritos. Lisboa: Assrio e Alvim. 2. A aco humana e os valores como questes filosficas Eco, U. (s/d). O Nome da Rosa. Lisboa: Diffel. Huxley, A. (s/d). Admirvel Mundo Novo. Lisboa: Livros do Brasil.

28 MDULO 2A ACO HUMANA E OS VALORES TICO-POLTICOS ANLISE E COMPREENSO DA EXPERINCIA CONVIVENCIAL Contedos / Temas 1. Inteno tica e norma moral 2. A dimenso pessoal e social da tica - o si mesmo, o outro e as instituies 3. A necessidade de fundamentao da moral - anlise comparativa de duas perspectivas filosficas 4. tica, direito e poltica - liberdade e justia social; igualdade e diferenas; justia e equidade CONCEITOSESPECFICOSNUCLEARES Moral,tica,intenotica,normamoral,valores,liberdademoral, responsabilidademoral,conscinciamoral,conscinciacvica,Direito,Justia,Estado,poltica,sociedadecivil, liberdade poltica, justia social, equidade. Gesto: 22 tempos lectivo de 90 (11 semanas) 29MDULO 2 A ACO HUMANA E OS VALORES TICO-POLTICOS Objectivos / Competncias 1. Distinguir a inteno tica da norma moral: clarificando o sentido das expresses inteno tica e norma moral; justificando a prioridade da inteno tica sobre a norma moral; diferenciando o carcter terico e reflexivo da tica do carcter factual e normativo da moral. 2. Reconhecer as diversas dimenses da tica - o eu, o outro e as instituies: dando conta das exigncias ticas de cada um (eu) para consigo mesmo; explicitando algumas das exigncias ticas do cuidado pelo outro nas relaes interpessoais; explicitando o papel das instituies sociais e polticas na construo de sociedades justas. 3. Referenciar e questionar algumas das teorias de fundamentao da moral: enunciando os critrios de apreciao da moralidade dos actos humanos propostos por algumas teorias ticas; comparando, confrontando e discutindo os argumentos avanados pelas teorias ticas estudadas; assumindo posio pessoal argumentada sobre as teorias ticas estudadas. Os estudantes devero ser capazes de referenciar, comparar e avaliar duas teorias ticas filosoficamente relevantes. 4.Discutiropapeldasinstituiespolticas(Direito,EstadoeJustia)naordenaosocialepolticadas sociedades, tendo por referncia princpios e valores ticos fundamentais: clarificando as competncias das instituies polticas na promoo da liberdadee da justia social; atribuindo a um Estado de direito a obrigao de garantir a igualdade e o respeito pelas diferenas; reconhecendo o papel do Direito e da Justia na regulao e resoluo de conflitos de interesses; questionando os diversos regimes polticos em funo de critrios e valores ticos como a justia e a equidade. Competncias especialmente visadas Para este mdulo, prope-se que se avance para a iniciao s competncias especficas de problematizaoeeargumentao, assim como de anlise metdica de textos e de comentrio. Determinar e formular adequadamente os principais problemas que se colocam no mbito da tica. Identificar e clarificar de forma correcta os conceitos nucleares relativos aos temas/problemas propostos reflexo pelo programa no mbito da tica. Analisaraproblemticasobreaqualumtextotomaposio,identificandootema/problema,a(s)tese(s)que defendeoua(s)resposta(s)qued,astesesourespostasquecontrariaouastesesourespostasque explicitamente refuta. Confrontar as teses e a argumentao de umtexto comteses e argumentos alternativos. Assumir posio pessoal relativamente s teses e aos argumentos em confronto. 30 MDULO 2 A ACO HUMANA E OS VALORES TICO-POLTICOS Sugestes metodolgicas Percursos de aprendizagemActividades de aprendizagem 1. Distino entre inteno tica e norma moral Justificao da prioridade da inteno tica sobre a norma moral Distinoentreocarctertericodaticaeo carcter normativo da moral Identificao de algumas das questes ticas 2.Anlisedasdimensesdaticaedainteno tica Compreensodaindissociabilidadedarelao consigomesmo,comosoutrosecomas instituies no agir tico 3.Questionamentodafundamentaodamorale doscritriosdeapreciaodamoralidadedos actos humanos Oscritriosdeapreciaodamoralidadedos actos humanos luz das vrias teorias ticas Anlisecomparativadeduasteoriasticas,das suas teses e dos seus argumentos Prope-seoconfrontodeduasperspectivas clssicas,oudeduascontemporneas,ou deumaperspectivaclssicaedeuma contempornea 4.Anlisedopapeldasinstituiespolticas (Direito,EstadoeJustia)naordenaosociale poltica das sociedades O papel das instituies polticas na promoo da liberdade e da justia social Oestadodedireitocomopromotorda universalidadedajustiaegarantedodireito igualdade e do direito diferena Asalvaguardadosdireitoshumanose responsabilidade pelas geraes vindouras Continuaodeactividadesdeleituracompreensivade textos, de conceptualizao e de debate. Iniciao de actividades de aprendizagem de competncias mais especficas do trabalho filosfico: actividadesdeiniciaoaprendizagemda problematizao-determinaoeformulao adequada dos problemas filosficos ticos e polticos; actividadesdeiniciaoaprendizagemdaargumentao - pesquisa de teses e seus argumentos, anlise de objeces e contra-argumentos; actividadesdeiniciaoaprendizagemdaanlise metdicadetextosargumentativos-identificao do(s)problema(s)filosfico(s),explicitaodatese defendida,anlisedosargumentos,razesouprovas avanados,anlisedasobjecesadmitidasedos contra-argumentos; actividades de iniciao aprendizagem do comentrio filosfico (de textos curtos) - interpretao rigorosa do texto a comentar; formulao do problema filosfico em causa,comparaoeconfrontocomoutrastesese argumentosalternativossobreoproblemaemapreo, tomada de posio pessoal argumentada. Obs.: Nestas actividades de iniciao s competncias especficas do trabalho filosfico, os primeiros textos a analisar e sobretudo a comentarho-desercurtos,defcilinterpretaoecomuma estruturaargumentativaevidente.Osdocentesdevero proporcionar algum esquema ou guio das actividades a realizar. Avaliao A avaliao sumativa interna na modalidade de frequncia presencial, a realizar em contexto de turma, de forma contnua, nestemdulo2,deverterporrefernciaosobjectivoscognitivosenunciadoseascompetnciasespecficas efectivamente desenvolvidas. Os instrumentos de avaliao devem ser concebidos em conformidade com a tipologia das actividades efectivamente trabalhadas nas aulas. Naavaliaosumativainternanamodalidadedefrequncianopresencial, a prova escrita, nas duas formas que pode assumir - incidindo s sobre o mdulo 2 ou sobre os trs mdulos-, dever ter por referncia os objectivos cognitivos e as competncias bsicas enunciados para o mdulo. Assim, dever incluir itens que permitam avaliar os contedos deste mdulo e as competncias especficas de anlise metdica de textos e de comentrio. 31MDULO 2 A ACO HUMANA E OS VALORES TICO-POLTICOS Bibliografia9

Aavv (1992). Concepciones de la tica. Madrid: Editorial Trotta. Volume da Enciclopdia Ibero-Americana de filosofia dedicado tica, onde apresentada uma histria da tica organizada segundo as diferentes correntes. Arendt, H. (1995). Verdade e Poltica. Lisboa: Relgio d'gua. A relao conflituosa entre a verdade e a poltica. Uma reflexo filosfica sobre a legitimidade ou a ilegitimidade da mentira e de dizer sempre a verdade em poltica. CerqueiraGonalves,J.(1999).EmLouvordaVidaedaMorte.Ambiente-ACulturaOcidentalem Questo. Lisboa: Colibri. Exerccioreflexivo,emtornodaquestodoambiente,queprocuradefinirumquadroespeculativo abertointerpretaoediferenciaocapazdeconstituirumnovocaminhoparaumpensar radicalmente ontolgico dessa problemtica. Changeux, J. P. (dir.). (1999). Uma Mesma tica para Todos?. Lisboa: Instituto Piaget. Obraquerenecomunicaesdetrezepensadorescontemporneos,apresentadasnasJornadas Anuais de tica, Paris, 1997. Questiona a possibilidade de encontro tico dos homens em relao a problemas provocados pelo desenvolvimento da cincia, apesar da diversidade e conflitualidade das suas condies econmicas, culturais, filosficas e religiosas. Clement, G. (1996). Care, Autonomy and Justice. Feminism and the Ethics of Care. Colorado: Westview Press. Olivroanalisaoqueconsideraostiposideaisdeumaticadajustiaedocuidado,tendocomo objectivoovalormoraldeumaticadocuidado.Admiteacompatibilidadeentreambasas aproximaes, mas recusa a sua mtua assimilao. Ferry, L. (1993). A Nova Ordem Ecolgica. A rvore, o animal e o homem. Porto: Asa. Anlise das bases filosficas e polticas dos movimentos ecolgicos fundamentalistas. Os equvocos da "deep ecology" ou a pseudo dicotomia entre uma tica humanista e uma tica do ambiente. A defesa de uma "ecologia democrtica". Gonzlez Martel, J. (1996). El Cine en el Universo de la tica. El cine-frum. Madrid: Anaya. Seleco e anlise de diversos filmes que podem servir de base para o tratamento filosfico e pedaggico de questes ticas. Haarscher, G. (1997). Filosofia dos Direitos do Homem. Lisboa: Instituto Piaget. Abordagem histrico-filosfica dos direitos do homem, seguida de uma reflexo que procura fazer o ponto da situao sobre o significado dos direitos humanos, hoje. Habermas, J. (1989). Conscincia Moral e Agir Comunicativo. Rio de Janeiro: Ed. Tempo Brasileiro. A crtica da modernidade em Habermas conduz a uma reafirmao da actualidade da tarefa filosfica comoexignciademediaopelaracionalidade.Nestaobra,apresentaumateoriafilosficadas relaes humanas na sociedade contempornea que, partindo da tica da discusso de Apel, conduz fundamentao, no mbito do agir comunicativo, de uma moral da intercompreenso. Jonas, H. (1992). Le Principe Responsabilit. Une thique pour la civilisation technologique. Paris: Les d. du Cerf. Princpios e fundamentos de uma tica da responsabilidade para uma civilizao tecnolgica que, partindo de uma heurstica do perigo, assegure a sobrevivncia e o futuro s geraes vindouras. Rachels, J. (2004). Elementos de Filosofia Moral. Lisboa: Gradiva. Esta obra, partindo da questo O que a moralidade?, trata temas e teorias centrais da filosofia moral, designadamente o utilitarismo e a moral kantiana, integrando problemas de tica aplicada. 9 Todas as datas indicadas referem-se s das edies citadas. Todas as citaes das obras traduzidas so feitas a partir do ttulo da respectiva traduo. 32Rawls, J. (1993). Uma Teoria da Justia. Lisboa: Ed. Presena. Tratado de filosofia social e poltica, de inspirao contratualista, que procura determinar os princpios aos quais deveriam ser submetidas as instituies e as polticas, por forma a alcanar o assentimento e o consenso. Singer, P. (2000). tica Prtica. Lisboa: Gradiva. Obradeticaaplicadaque,partindodadeterminaodoqueedoquenoatica,reflecte filosoficamentesobrequestescruciaisdasociedadeactual,taiscomo:oaborto,aeutansia,o problema da fome no mundo, os refugiados. Soromenho-Marques, V. (1996). A Era da Cidadania. De Maquiavel a Jefferson. Mem Martins: Publ. Europa--Amrica. O horizonte filosfico da luta pela afirmao da cidadania. A concepo do ser humano como "sujeito jurdico-poltico portador de direitos universais". A obra constituda por seis ensaios que analisam a evoluodopensamentofilosfico-polticoemautorestaiscomo:Maquiavel,Hobbes,Locke, Rousseau, Kant, Jefferson. Soromenho-Marques, V. (1998). O Futuro Frgil. Os desafios da crise global do ambiente. Mem Martins: Publ. Europa-Amrica. Acrisedoambientecomocrisedacivilizaootemacentraleaglutinadordosseisensaiosque constituem esta obra, onde se abordam temas de poltica pblica e de tica, de economia, da teoria dosmovimentossociaisedasrelaesinternacionais.Asituaoportuguesaconfrontadacoma realidade internacional. Sousa Santos, B. (1998). Reinventar a Democracia. Lisboa: Gradiva. A democracia moderna, assente na ideia de contrato social, no obstante as inovaes positivas que trouxe, encontra-se hoje em crise, por nela predominarem processos de excluso social. Importa, por isso, reinvent-la; eis algumas propostas do autor. Sugestes de leituras para estudantes Dostoievsky, F. (1999). Crime e Castigo. Mem Martins: Publ. Europa-Amrica. Kant, I. (1988). Resposta pergunta: Que o Iluminismo?. In A Paz Perptua e Outros Opsculos. Lisboa: Ed. 70. Nagel, Th. (1995). Que Quer Dizer Tudo Isto? Uma Introduo Filosofia. Lisboa: Gradiva. Plato (1993). Apologia de Scrates. In utifron, Apologia de Scrates, Crton. Lisboa: INCM. Plato (1993). Crton. In utifron, Apologia de Scrates, Crton. Lisboa: INCM. Popper, K. & Lorenz, K. (1990). O Futuro est Aberto. Lisboa: Ed. Fragmentos. Reich, W. (1977). Escuta Z Ningum. Lisboa: Publ. Dom Quixote. Sartre, J.-P. (1972). As Mos Sujas. s/l: Publ. Europa-Amrica. Savater, F. (1993). tica para um Jovem. Lisboa: Ed. Presena. Sfocles (1992). Antgona. Coimbra: INIC. Warburton, N. (1998). Elementos Bsicos de Filosofia. Lisboa: Gradiva. 33 MDULO 3 (OPO 1) A ACO HUMANA E OS VALORES ESTTICOS ANLISE E COMPREENSO DA EXPERINCIA ESTTICA Contedos / Temas 1. A experincia e o juzo estticos 2. A criao artstica e a obra de arte 3. A Arte produo e consumo, comunicao e conhecimento 4. Tema/Problema do mundo contemporneo (opo por um tema) 4.1. A obra de arte na era das indstrias culturais 4.2. Arte e ideologia 4.3. Outro tema

4Gesto: 20 tempos lectivo de 90 (10 semanas) CONCEITOSESPECFICOSNUCLEARES-Esttica,experinciaesttica,teoriaesttica,gosto,juzoesttico,til, agradvel, belo, horrvel, sublime, arte, obra de arte, artista, espectculo, criao artstica, industrializao da esttica. 34 MDULO 3 (OPO 1) A ACO HUMANA E OS VALORES ESTTICOS Objectivos / Competncias 1. Reconhecer a especificidade da experincia esttica: distinguindo a experincia esttica de outros tipos de experincia; distinguindo as trs modalidades da experincia esttica: da natureza, da criao artstica e da contemplao da obra de arte. 2. Esclarecer a particularidade do juzo esttico: questionando o problema da subjectividade ou universalidade do juzo esttico; questionando a possibilidade da comunicao da experincia esttica. 3. Questionar o conceito de arte e de obra de arte: esclarecendo o significado antropolgico da arte e da criao artstica; dando conta da evoluo do conceito de arte e de obra de arte ao longo dos tempos; problematizando os critrios para a definio de arte segundo diferentes teorias estticas. 4.Analisarcriticamentealgunsdebatescontemporneosacercadoestatutoefunodaartenasociedade actual: questionando os efeitos da reduo da obra de arte a um objecto de consumo ou a um valor de mercado; interpretando o significado e as intenes de algumas tendncias e movimentos estticos contemporneos; dando conta do vnculo entre a criao artstica e os contextos histrico, cultural e poltico; dando conta da especificidade da comunicao pela arte e da polissemia da linguagem artstica; dando conta do carcter cognitivo da arte, enquanto configurao e revelao de novos modos de habitaro mundo. Competncias especialmente visadas Almdascompetnciasbsicaseespecficasapontadasparaosmdulosanteriores(problematizao, conceptualizaoeargumentao,anlisemetdicadetextosecomentrio),nestemdulodevero,ainda,ser privilegiadas outras: Iniciar ao conhecimento e utilizao criteriosa das fontes de informao, designadamente obras de referncia e novas tecnologias. (Competncia a desenvolver em particular no tratamento do tema/problema escolhido). Promover a aquisio de hbitos de estudo e trabalho autnomos. Iniciar leitura crtica da linguagem icnica (BD, pintura, fotografia) e audiovisual (cinema, televiso), tendo por base instrumentos de descodificao e anlise que permitam superar as abordagens do senso comum. Desenvolver prticas de exposio (oral e escrita) e de interveno num debate, aprendendo a apresentar de forma metdica e compreensvel as ideias prprias ou os resultados de consultas ou notas de leitura. 35MDULO 3 (OPO 1) A ACO HUMANA E OS VALORES ESTETICOS Sugestes metodolgicas Percursos de aprendizagemActividades de aprendizagem 1.Reconhecimentodaespecificidadedaexperincia esttica no triplo registo de experincia esttica da natureza experincia esttica da criao artstica experincia esttica da contemplao da obra de arte 2. Esclarecimento da particularidade do juzo esttico Formulaoeanlisedaquestodapossibilidadeou impossibilidade da comunicao da experincia esttica Formulao e discusso do problema da subjectividade ou universalidade do juzo esttico 3. Problematizao do conceito de arte e de obra de arte Esclarecimento do significado antropolgico da arte e da criao artstica Anlise do conceito de arte e de obra de arte ao longo dos tempos Apreciao dos critrios de julgamento do que arte e obra de arte, seleccionando obras de arte consentneas com esses critrios 4.Apreciaodosdebatescontemporneosacercado estatuto e funo da arte na sociedade contempornea Anlise das consequncias da reduo da obra de arte a objecto de consumo e a valor de mercado Esclarecimentodosignificadoedasintenesde correntesestticascontemporneas,observandoas obras e lendo as explicaes dos seus autores Reconhecimento do vnculo entre a criao artstica e os contextos histrico, cultural e poltico Descoberta do carcter cognitivo e comunicativo da arte, enquanto configurao de outros modos de ver e dar a ver o mundo Explorao de diversos tipos de obras de arte para nelas descobrir a especificidade da linguagem artstica, metafrica, simblica ... e por isso polissmica Continuao de actividades de leitura compreensiva e metdicadetextos,deconceptualizao,de problematizao e de argumentao. Iniciaoaumtrabalhosistemticodeleituracrtica da linguagem icnica: Interpretao de documentos e obras artsticas- Visionamento de filmes, slides, video-clips... Audio de obras musicais. Anlise de textos tericos sobre o fenmeno artstico. Aabordagemdotema/problemaumaboa oportunidadeparadesenvolveractividadesde iniciaoao conhecimento e utilizao criteriosa das fontesdeinformao,designadamenteobrasde referncia e novas tecnologias. Avaliao Aavaliaosumativainternanamodalidadedefrequnciapresencial,arealizaremcontextodeturma,deforma contnua, neste mdulo 3 (opo 1), dever ter por referncia os objectivos cognitivos enunciados e as competncias especficasefectivamentedesenvolvidas.Osinstrumentosdeavaliaodevemserconcebidosemconformidadecoma tipologia das actividades desenvolvidas nas aulas. Na avaliao sumativa interna na modalidade de frequncia no presencial, a prova escrita, nas duas formas que pode assumir - incidindo s sobre o mdulo 3 (opo 1) ou sobre os trs mdulos-, dever ter por referncia os objectivos cognitivos e as competncias bsicas enunciados para o mdulo. Assim, dever incluir itens que permitam avaliar os contedos deste mdulo e as competncias especficas de leitura crtica da linguagem icnica. 36 MDULO 3 (OPO 1) A ACO HUMANA E OS VALORES ESTETICOS Bibliografia10

Adorno, T. W. (1982). Teoria Esttica. Lisboa: Ed. 70. A obra reflecte sobre a relao da arte com a sociedade e a ideologia. Aparici, R.& Garcia-Matilla, A. (1987). Lectura de Imgenes. Madrid: Ediciones de la Torre. Temastratados:I-Alfabetizao,audiovisualeensino;II-Comovemosasimagens?;IIIA Comunicao; IV - A iluso do real; V - Elementos bsicos da imagem; VI - Leitura de uma imagem fixa. Contm diversos guies para anlise dos meios audiovisuais. Benjamin, W. (1992). Sobre Arte, Tcnica, Linguagem e Poltica. Lisboa: Relgio d'gua. Conjunto de textos que rene reflexes do autor sobre diferentes manifestaes da arte e em especialsobre a sua perda de aura na actualidade. Dufrenne, M. (1953). Phnomnologie de l'exprience esthtique - 2 vol. I. L'objet esthtique. II. La perception esthtique. Paris: PUF. Obra que aplica o mtodo fenomenolgico arte, pretendendo encontrar a sua essncia e unidade. A esttica surge ao mesmo tempo como uma disciplina especfica, dirigida a obras particulares e como disciplina filosfica, exigindo generalidade e radicalidade. Ferry, L. (1990). Homo Aestheticus: l' invention du got l'ge dmocratique. Paris: Grasset. A partir da tese segundo a qual a histria da esttica moderna se pode ler como uma histria da subjectividade, o autor analisa os grandes momentos da histria do individualismo democrtico em paralelo com os momentos da subjectivizao do gosto. Gombrich, E. (1995). Arte e Iluso. Um Estudo da Psicologia da Representao Pictrica. So Paulo: Martins Fontes. Obra que analisa a percepo, a representao, a semelhana, colocando a questo do estilo e do espectador. Haar, M. (1994). L'Oeuvre d'Art. Essai sur l'ontologie des oeuvres. Paris: Hatier. Obra que sintetiza com rigor e clareza o que a obra de arte e a relao entre arte e verdade, a partir de textos precisos de Plato, Aristteles, Kant, Schelling, Schopenhauer, Hegel, Nietzsche, Heidegger e Merleau-Ponty. Pita, A. P. (1999). A Experincia Esttica como Experincia do Mundo. Porto: Campo das Letras. UmaanlisesistemticadaobradeMikelDufrenne,umestudodasrelaesentreoartsticoeo filosfico,porumlado,aticaeaesttica,poroutro.MostraqueemDufrenneaticanecessitada dimenso esttica. Sugestes de leituras para estudantes Breyner, S. M. (1991). Artes Poticas. In Obra Potica III (pp. 93-96, 166-169, 349-350). S/l: Ed. Caminho Warburton, N. (1998). Elementos Bsicos de Filosofia. Lisboa: Gradiva. Wilde, O. (1995). O Retrato de Dorian Gray. Lisboa: Ed. Estampa. 10 Todas as datas indicadas referem-se s das edies citadas. Todas as citaes das obras traduzidas so feitas a partir do ttulo da respectiva traduo. 37 MDULO 3 (OPO 2) A ACO HUMANA E OS VALORES RELIGIOSOS ANLISE E COMPREENSO DA EXPERINCIA RELIGIOSA Contedos / Temas 1. A Religio e o sentido da existncia - a experincia da finitude e a abertura transcendncia 2. As dimenses pessoal e social das religies 3. Religio, razo e f - tarefas e desafios da tolerncia 4. Tema/Problema do mundo contemporneo (opo por um tema) 4.1. A dessacralizao do mundo e a perda do sentido 4.2. A paz mundial e o dilogo inter-religioso 4.3. Outro tema Gesto: 20 tempos lectivo de 90 (10 semanas) CONCEITOSESPECFICOSNUCLEARES:Religio,sentidodaexistncia,transcendncia, imanncia, finitude, divino, deus, igreja, culto, doutrina, dogma, razo, f, tolerncia. 38 MDULO 3 (OPO 2) A ACO HUMANA E OS VALORES RELIGIOSOS Objectivos / Competncias 1. Analisar de forma compreensiva a especificidade da experincia religiosa: caracterizando a experincia religiosa como experincia da finitude humana e abertura transcendncia; explicitando alguns dos sentimentos que acompanham a experincia religiosa; dando conta de algumas explicaes da fenomenologia das religies para a gnese da atitude religiosa. 2. Analisar de forma crtica o vnculo entre religio e sentido da existncia: reconhecendo que a religio pode ser considerada uma resposta substantiva questo do sentido da existncia; reconhecendo que a religio pode ser considerada uma resposta ilusria questo do sentido da existncia. 3.Distinguir nas religies a dimenso pessoal da dimenso social e institucional: reconhecendo o carcter privado e ntimo da atitude religiosa,reconhecendo o carcter pblico e institucional das religies. 4. Analisar de forma informada e crtica as relaes entre razo e f e entre filosofia e religio: reconhecendo que a f ou crena religiosa no pode evitar o desafio da razo ou da racionalidade; reconhecendo que a razo e a filosofia no podem evitar o desafio da religio e da religiosidade humana; dando conta das relaes (de dilogo e de conflito) entre filosofia e religio (ou teologia) ao longo da histria ocidental. 4. Analisar de forma informada e crtica a situao religiosa actual, os problemas e os desafios: interpretando o significado da recente dessacralizao do mundo e da perda do sentido;reconhecendo o problema da (in)tolerncia religiosa e a necessidade do dilogo inter-religioso como desafios e tarefas para as sociedades contemporneas e para a paz mundial. Competncias especialmente visadas s competncias bsicas e especficas apontadas para os mdulos anteriores (problematizao, conceptualizao e argumentao, anlise metdica de textos e comentrio), acrescentam-se as seguintes: Iniciar ao conhecimento e utilizao criteriosa das fontes de informao, designadamente obras de referncia e novas tecnologias. (Competncia a desenvolver em particular no tratamento de um dos temas/problemas); Promover a aquisio de hbitos de estudo e trabalho autnomos; Desenvolver prticas de exposio (oral e escrita) e de interveno num debate, aprendendo a apresentar de forma metdica e compreensvel as ideias prprias ou os resultados de consultas ou notas de leitura. Construir um texto argumentativo. 39 MDULO 3 (OPO 2) A ACO HUMANA E OS VALORES RELIGIOSOS Sugestes metodolgicas Percursos de aprendizagemActividades de aprendizagem 1. Anlise da especificidade da experincia religiosa A experincia religiosa - a finitude humana e abertura transcendncia Sentimentos que acompanham a experincia religiosa Explicaesdafenomenologiadasreligiesparaa gnese da atitude religiosa 2.Anlisedovnculoentrereligioesentidoda existncia Areligiocomorespostaquestodosentidoda existnciaavontadedesentidoeafugaaovazio existencial A religio como resposta ilusria ou alienada questo dosentidodaexistnciaocarcterabsurdoda existncia; a construo de um sentido para a existncia como tarefa humana pessoal e colectiva 3.Distinoentreadimensopessoaleadimenso social e institucional das religies A vivncia religiosa como relao pessoal com o divino A vivncia religiosa como manifestao colectiva 3.Analisecrticadasrelaesentrerazoefeentre filosofia e religio 1.Relaoentrerazoefdimensocrticaversus explorao ideolgica; 2.Asrelaes(dedilogoedeconflito)entrefilosofiae religio (ou teologia) ao longo da histria ocidental 4.Analisedasituaoreligiosaactual,dosproblemas e desafios 3.O significado da recente dessacralizao do mundo e a perda do sentido 4.O problema da (in)tolerncia religiosa e a necessidade do dilogo inter-religioso como desafios e tarefas para as sociedades contemporneas e para a paz mundial Continuao de actividades de leitura compreensiva e metdicadetextos,deconceptualizao,de problematizao e de argumentao. A especificidade temtica deste mdulo 3 (opo 2), permite que se d especial ateno s competncias fundamentaisparaintervirnumdebate,pesquisare seleccionar informao, saber ouvir, saber expor. Sugere-searealizaodeumdebate, antecipadamentepreparadoeconduzidodeforma metdica, o que implica: formulao clara do tema/problema a investigar e a debater; pesquisa e seleco de informao adequada; exposioordenadadospontosdevistaedos argumentos em causa; confrontoefectivodepontosdevistaede argumentos,norespeitopelasregrasdodebate argumentativo; momentodedeterminaodasconclusese/ou dos pontos no consensuais. O debate poderia ser complementado pela redaco da questo disputada. Avaliao Aavaliaosumativainternanamodalidadedefrequnciapresencial,arealizaremcontextodeturma,deforma contnua, neste mdulo 3 (opo 2), dever ter por referncia os objectivos cognitivos enunciados e as competncias especficas efectivamente desenvolvidas. Os instrumentos de avaliao devem ser concebidos em conformidade com a tipologia das actividades desenvolvidas nas aulas. Na avaliao sumativa interna na modalidade de frequncia no presencial, a prova escrita, nas duas formas que pode assumir - incidindo s sobre o mdulo 3 (opo 2) ou sobre os trs mdulos, dever ter por referncia os objectivos cognitivos e as competncias bsicas enunciados para o mdulo. Assim, dever incluir itens que permitam avaliar os contedos deste mdulo e a competncia especfica de construo de um texto argumentativo. 40 MDULO 3 (OPO 2) A ACO HUMANA E OS VALORES RELIGIOSOS Bibliografia11 Derrida, J. & Vattimo, G. (dir.). (1997). A Religio. Lisboa: Relgio d'gua. Conjunto de comunicaes apresentadas num congresso sobre o tema, realizado em Capri, em 1994, centradas sobre o lugar do fenmeno religioso na actualidade. Farouki, N. (1997). A F e a Razo. Lisboa: Instituto Piaget. O conflito ou a complementaridade entre f e razo vistos atravs da histria destas ideias. Proposta de uma "nova grelha de leitura" da histria que desmonta o preconceito da oposio simplista entre f e razo, o preconceito da unicidade da razo e da verdade. Jonas, H. (1994). Le concept de Dieu aprs Auschwitz. Paris: Payot. Texto onde o autor tematiza a exigncia de pensar Deus depois da tragdia do holocausto com base em novas categorizaes, com destaque para a categoria da impotncia de Deus. Pereira, M. B. (1988). Sobre o discurso da f num mundo secularizado. Igreja e Misso, 142, pp. 193-268. Apreciao crtica da Teologia como discurso da f. Para manter a sua capacidade interpelante comoumavozcrticadasociedade,aTeologianopodeignorarasuacondiohumana,arrogar-sea consumao da conscincia verdadeira, sair da histria e abandonar o mundo. Ricoeur, P. (1990). Amour et Justice. Tbingen: J.C.B. Mohr (Paul Siebeck). Exerccioreflexivoqueprocurapensarareflexoentreamorejustia,evidenciandoadesproporo entre os dois termos e a necessidade prtica de os confrontar e dialectizar evitando discursos fceis e unilaterais. Rosenzweig, F. (1982). L'toile de la Rdemption. Paris: d. du Seuil. Ofilsofojudeu,confrontanestaobra,escritanastrincheirasda1Guerra,o"velho"pensamento filosfico,sistemtico,totalitrioeateu,comasdolorosasquestesdosculo.Sum"pensamento novo", espiritualmente inspirado, poder ser redentor. Vergote, A. (1989). Religion, Foi, Incroyance. Bruxelles-Lige: d. Mardaga. Anlise da temtica da religio do ponto de vista psicolgico que se debrua sobre os parmetros variados implicados quer na experincia quer na prtica religiosas. Sugestes de leituras para estudantes Dostoievsky, F. (1999). Crime e Castigo. Mem Martins: Publ. Europa-Amrica. Martin du Gard, R. (s/d). O Drama de Jean Barrois. Lisboa: Inqurito. Russell, B. (1967). Porque no Sou Cristo. Porto: Braslia Editora. Swanburne, R. (1998 ) Ser Que Deus Existe?. Lisboa: Gradiva. Valadier, P. (1996). Cartas a um cristo inquieto. S/l: Temas e Debates. Warburton, N. (1998). Elementos Bsicos de Filosofia. Lisboa: Gradiva. 11 Todas as datas indicadas referem-se s das edies citadas. Todas as citaes das obras traduzidas so feitas a partir do ttulo da respectiva traduo. 41 MDULO 4RACIONALIDADE ARGUMENTATIVA E FILOSOFIA Contedos / Temas 1.Argumentao e lgica formal Opo pela abordagem segundo os paradigmas das lgicas aristotlica ou proposicional 1.1. Distino validade - verdade 1.2. Formas de inferncia vlida 1.3. Principais falcias 2. Argumentao e retrica 2.1. O domnio do discurso argumentativo a procura de adeso do auditrio 2.2. O discurso argumentativo principais tipos de argumentos e falcias informais 3. Argumentao e filosofia 3.1. Filosofia, retrica e democracia 3.2. Persuaso e manipulao ou os dois usos da retrica 3.3. Argumentao, verdade e ser Gesto: 24 tempos lectivos de 90 (12 semanas)CONCEITOS ESPECFICOS NUCLEARES 1. Lgica formal, juzo e proposio, raciocnio e argumento, premissaeconcluso,validadeeverdade,formalgica,infernciavlidaefalcia,induoededuo,lgica silogstica, silogismo, lgica proposicional, conectivas proposicionais, tabelas de verdade. 2. Demonstrao e argumentao, retrica, ethos, logos e pathos, orador, auditrio, opinio pblico, verosmil. 3. Sofista, filosofo,verdade, bem e ser. 42 MDULO 4RACIONALIDADE ARGUMENTATIVA E FILOSOFIA Objectivos / Competncias 1. Reconhecer o papel da lgica na construo e anlise de argumentos: distinguindo, nos argumentos,premissa(s) de concluso; distinguindo a validade ou invalidade dos argumentos da verdade ou falsidade das proposies; distinguindo argumentos dedutivos de argumentos no dedutivos (indutivos, por analogia, de autoridade...); distinguindo argumentos vlidos de argumentos invlidos e falcias. 2A. Distinguir formas de inferncia vlida de formas de inferncia invlida segundo a lgica aristotlica (Opo 1): identificando e distinguindo as quatro modalidades de proposies categricas (A, E, I, O) e os seus graus de oposio; Identificando a forma ou estrutura dos silogismos categricos; avaliando a correco ou incorreco dos silogismos luz das regras do silogismo; identificando as falcias formais do silogismo categrico. 2B - Distinguir formas de inferncia vlida de formas de inferncia invlida segundo a lgica proposicional (Opo 2): reconhecendo as mais importantes conectivas proposicionais e as correspondentes tabelas de verdade; formalizando argumentos, enunciados em linguagem natural, reduzindo-os forma cannica e/ou transpondo-os para a linguagem simblica; testando a validade dos argumentos, recorrendo s tabelas de verdade; avaliando argumentos pelo recurso s leis ou regras de inferncia vlida: modus ponens e modus tollens; reconhecendo as falcias formais da afirmao da consequente e negao da antecedente. 3. Analisar o papel da retrica e da lgica informal na construoe anlise crtica dos discursos argumentativos: distinguindo lgica formal de lgica informal e demonstrao de argumentao; reconhecendo a importncia dos meios de persuaso (ethos, logos e pathos),na procura deadeso do auditrio;identificando alguns dos mais importantes tipos de argumentos no dedutivos; identificando as falcias informais mais frequentes. 4. Apreciar luz das crticas da filosofia retrica os bons usos e os maus usos da argumentao: reconhecendo, por um lado,a possibilidade do contributo benfico da retrica para a democracia; reconhecendo, por outro, que toda a argumentao filosoficamente aceitvel deve ser regulada pela procura da verdade e pelo conhecimento efectivo da realidade. Competncias especialmente visadas Para este mdulo prope-se que se desenvolvam de forma metdica as competncias de argumentao: Desenvolver a capacidade para analisar criticamente e avaliar de forma fundamentada argumentos; Desenvolver as habilidades necessrias para expressar as suas ideias de forma clara e inequvoca; Desenvolver a habilidade de elaborar e apresentar argumentos de forma rigorosa e convincente. 43MDULO 4RACIONALIDADE ARGUMENTATIVA E FILOSOFIA Sugestes metodolgicas Percursos de aprendizagemActividades de aprendizagem 1.Clarificao do papel da lgica formal na construo e anlise de argumentos Clarificao de noes elementares: proposio e argumento, premissa e concluso Distino entre validade de um argumento e verdade das proposies Distino entre argumentos dedutivos e argumentos no dedutivos 2A Estudo das formas de inferncia vlida luz da lgicaaristotlica Distino entre as quatro modalidades de proposies categricas Anlise e avaliao de silogismos luz das regras dos silogismos categricos correctos. Identificao das falcias formais do silogismo 2B Estudo das formas de inferncia vlida luz da lgica proposicional Anlise das conectivas proposicionais Construo de tabelas de verdade Formalizao de argumentos: reduo forma cannica e transposio para a linguagem proposicional Testagem da validade dos argumentos mediante as tabelas de verdade Avaliao de argumentos mediante recurso s leis ou regras de inferncia vlida: modus ponens e modus tollens,Identificaodas falcias da afirmao da consequente e negao da antecedente. 3.Clarificao do papel da retrica na construo e anlise de argumentos Distino entre demonstrao e argumentao Anlise dos meios de persuaso na produo de discursos, tendo em vista a adeso do auditrio Avaliao dos diversos tipos de argumentos e falcias informais nos discursos argumentativos 4.Clarificao das crticas da filosofia argumentao manipuladora, sem tica Clarificao das relaes entre fil