programa estratégico de reabilitação urbana do núcleo...
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Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO
URBANA DO NÚCLEO POMBALINO DE VILA
REAL DE SANTO ANTÓNIO
ÁREA DE REABILITAÇÃO URBANA
Ao abrigo do Decreto-Lei n.º 307/2009, de 23 de outubro com as alterações introduzidas pela Lei n.º 32/2012, de 14 de agosto.
2015
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
Índice
INTRODUÇÃO..............................................................................................................................
1.ENQUADRAMENTO ..................................................................................................................
1.1 ENQUADRAMENTO GERAL ....................................................................................................
1.1.1 TIPO DE OPERAÇÃO DE REABILITAÇÃO URBANA .........................................................
1.1.2. PROPOSTA DE DELIMITAÇÃO DA ÁREA DE REABILITAÇÃO URBANA (ARU) ..................
1.2 ENQUADRAMENTO HISTÓRICO .........................................................................................
1.4 ENQUADRAMENTO TERRITORIAL ......................................................................................
1.5 ENQUADRAMENTO LEGAL .................................................................................................
2. ANÁLISE AO PLANO DE PORMENOR DE SALVAGUARDA DO NÚCLEO POMBALINO DE VILA
REAL DE SANTO ANTÓNIO ...........................................................................................................
2.1 REGIME JURÍDICO APLICÁVEL AOS PLANOS DE PORMENOR DE REABILITAÇÃO URBANA 18
2.2 OBJETO DOS PLANOS DE PORMENOR DE REABILITAÇÃO URBANA .....................................
2.3 ÂMBITO TERRITORIAL DOS PLANOS DE PORMENOR DE REABILITAÇÃO URBANA ...............
2.4 CONTEÚDO MATERIAL DOS PLANOS DE PORMENOR DE REABILITAÇÃO URBANA ..............
2.5 CONTEÚDO DOCUMENTAL DOS PLANOS DE PORMENOR DE REABILITAÇÃO URBANA .......
2.6 ELABORAÇÃO DOS PLANOS DE PORMENOR DE REABILITAÇÃO URBANA ............................
2.7 ACOMPANHAMENTO DA ELABORAÇÃO DOS PLANOS DE PORMENOR DE REABILITAÇÃO
URBANA ..................................................................................................................................
2.8 REGIME DOS PLANOS DE PORMENOR DE REABILITAÇÃO URBANA EM ÁREAS QUE
CONTÊM OU COINCIDEM COM PATRIMÓNIO CULTURAL IMÓVEL CLASSIFICADO OU EM VIAS
DE CLASSIFICAÇÃO E RESPETIVAS ZONAS DE PROTEÇÃO .........................................................
3. OBJECTIVOS, METODOLOGIAS E ORGANIZAÇÃO ......................................................................
3.1 OBJECTIVOS.......................................................................................................................
3.2. METODOLOGIAS ...............................................................................................................
3.3 O PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA COMO COMPLEMENTO DO
PLANO DE PORMENOR DE SALVAGUARDA DO NÚCLEO POMBALINO ......................................
3.4 CATEGORIA DE ESPAÇOS ...................................................................................................
3.5 CODIFICAÇÃO DOS QUARTEIRÕES E DOS EDIFÍCIOS ...........................................................
4.LEVANTAMENTO E DIAGNÓSTICO ............................................................................................
4.1 LEVANTAMENTO E DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ATUAL ....................................................
4.1.1 VALOR PATRIMONIAL .................................................................................................
4.1.2 ESTADOS DE CONSERVAÇÃO .......................................................................................
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
4.1. 3 NÍVEIS DE INTERVENÇÃO / TIPO DE INTERVENÇÃO ....................................................
4.1.4 ESPAÇO PÚBLICO E EQUIPAMENTOS...........................................................................
4.1.5 CIRCULAÇÃO E ESTACIONAMENTOS ...........................................................................
4.1.6 PAVIMENTOS ..............................................................................................................
4.1.7 MOBILIÁRIO URBANO E INFRA-ESTRUTURAS EXISTENTES ....................................... 33
4.1.8 TRANSPORTES ............................................................................................................
4.1.9 EQUIPAMENTOS .........................................................................................................
4.2 CONCLUSÕES ....................................................................................................................
4.2.1 ESPAÇO PÚBLICO E CONTEXTO URBANO.....................................................................
4.2.2 CONJUNTO URBANO...................................................................................................
5. OPÇÕES ESTRATÉGICAS DE REABILITAÇÃO E DE REVITALIZAÇÃO DA ÁREA DE REABILITAÇÃO
URBANA......................................................................................................................................
5.1 ENQUADRAMENTO DAS OPÇÕES ESTRATÉGICAS DE DESENVOLVIMENTO .........................
5.2 OPÇÕES ESTRATÉGICAS DE REABILITAÇÃO.........................................................................
5.3 OPÇÕES ESTRATÉGICAS DE REABILITAÇÃO.........................................................................
5.3.1 OPÇÕES ESTRATÉGICAS - REABILITAÇÃO EDIFICADO ...................................................
5.3.2 OPÇÕES ESTRATÉGICAS - REABILITAÇÃO ESPAÇO PÚBLICO E EQUIPAMENTOS ............
5.3.3 OPÇÕES ESTRATÉGICAS DE REABILITAÇÃO – INFRAESTRUTURAS ................................ 46
6.PRAZO DE EXECUÇÃO DA OPERAÇÃO DE REABILITAÇÃO URBANA ............................................
6.1 PRAZO DE EXECUÇÃO DA OPERAÇÃO DE REABILITAÇÃO URBANA .....................................
6.2 CRONOGRAMA DE INTERVENÇÕES ....................................................................................
7.PRIORIDADES E OBJETIVOS NA EXECUÇÃO DA OPERAÇÃO DE REABILITAÇÃO URBANA......... 53
7.1 PRIORIDADES E OBJETIVOS NA EXECUÇÃO DA OPERAÇÃO DE REABILITAÇÃO URBANA ......
8.AÇÕES ESTRUTURANTES DA OPERAÇÃO DE REABILITAÇÃO URBANA ........................................
8.1 PROGRAMA DA OPERAÇÃO DE REABILITAÇÃO URBANA,AÇÕES ESTRUTURANTES DE
REABILITAÇÃO URBANA A ADOTAR .........................................................................................
8.1.1 PROJETOS ESTRATÉGICOS E ESTRUTURANTES DE INTERVENÇÃO ................................
8.1.2 AÇÕES ESTRUTURANTES DE REABILITAÇÃO URBANA – EDIFÍCIOS ...............................
8.1.3 AÇÕES ESTRUTURANTES DE REABILITAÇÃO URBANA – ESPAÇOS URBANOS E VERDES
DE UTILIZAÇÃO COLETIVA ....................................................................................................
9.MODELO DE GESTÃO DA ÁREA DE REABILITAÇÃO URBANA E DE EXECUÇÃO DA RESPETIVA
OPERAÇÃO DE REABILITAÇÃO URBANA .......................................................................................
9.1 DETERMINAR O MODELO DE GESTÃO DA ÁREA DE REABILITAÇÃO URBANA E DE
EXECUÇÃO DA RESPETIVA OPERAÇÃO DE REABILITAÇÃO URBANA ..........................................
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10.QUADRO DE APOIOS E INCENTIVOS E SOLUÇÕES DE FINANCIAMENTO DAS AÇÕES DE
REABILITAÇÃO ............................................................................................................................
10.1 QUADRO DE APOIOS E INCENTIVOS ÀS AÇÕES DE REABILITAÇÃO EXECUTADAS PELOS
PROPRIETÁRIOS E DEMAIS TITULARES DE DIREITOS E PROPOR SOLUÇÕES DE
FINANCIAMENTO DAS AÇÕES DE REABILITAÇÃO .....................................................................
10.1.1 PROPOSTA DE BENEFÍCIOS FISCAIS ...........................................................................
11.PROGRAMA DE INVESTIMENTO PÚBLICO ...............................................................................
11.1 PROGRAMA DE INVESTIMENTO PÚBLICO NA ECONOMIA LOCAL NECESSÁRIO AO
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA OPERAÇÃO .................................................................
12.PROGRAMA DE FINANCIAMENTO DA OPERAÇÃO DE REABILITAÇÃO URBANA ........................
12.1 PROGRAMA DE FINANCIAMENTO DA OPERAÇÃO DE REABILITAÇÃO URBANA –
RECUPERAÇÃO DO EDIFICADO, COM ESTIMATIVA DOS CUSTOS TOTAIS DA EXECUÇÃO ...........
ESTIMATIVA ORÇAMENTAL – QUADRO RESUMO .................................................................
Princípios gerais de sustentabilidade económico-financeira da ação de reabilitação
proposta. Imperativo de autossustentabilidade financeira. .................................................
13. ENTIDADE GESTORA DA ÁREA DE REABILITAÇÃO URBANA ....................................................
13.1 ENTIDADE GESTORA DA ÁREA DE REABILITAÇÃO URBANA...............................................
13.2 PODERES DELEGADOS À ENTIDADE GESTORA ..............................................................
ANEXOS ......................................................................................................................................
ANEXO 1 – DEFINIÇÕES ...........................................................................................................
ANEXO 2 – PEÇAS DESENHADAS ..............................................................................................
ANEXO 3 – FICHAS INDIVIDUAIS DOS IMÓVEIS ......................... Erro! Marcador não definido.
ANEXO 4 – QUADROS QUARTEIRÃO ESTIMATIVA ORÇAMENTAL .............................................
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INTRODUÇÃO
“A reabilitação urbana assume-se hoje como uma componente indispensável
da política das cidades e da política de habitação, na medida em que nela
convergem os objetivos de requalificação e revitalização das cidades, em
particular das suas áreas mais degradadas, e de qualificação do parque
habitacional, procurando-se um funcionamento globalmente mais
harmonioso e sustentável das cidades e a garantia, para todos, de uma
habitação condigna.”
In: preâmbulo Decreto-Lei n.º 307/2009, de 23 de outubro alterado pela Lei n.º 32/2012, de 14 de agosto
Figura 1 – Planta com a designação dos proprietários dos lotes – imagem retirada do livro “Vila Pombalina – Vila Real de Santo António” de Rui Figueiras, edição da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António (1999).
Atualmente a reabilitação urbana é sem dúvida uma mais-valia, um conjunto de
ações capaz de estimular a atividade económico-social das cidades, tendo em
conta a realidade dos seus centros históricos que se foram esvaziando com o
desenvolvimento da expansão urbana. Em Portugal, os casos mais evidentes
são o caso de Lisboa cujo centro é habitado por 547 mil habitantes e a Área
Metropolitana por cerca 2,8 milhões, e do Porto com um centro de 237 mil
habitantes e a Área Metropolitana por 1,2 milhões.
O investimento por parte de vários municípios na reabilitação urbana, de forma
a contrariar a tendência de abandono dos seus centros históricos, incide
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fortemente na melhoria do espaço público, na aposta em espaços de circulação
pedonal em detrimento dos espaços de circulação motor, e em obras de
qualificação no edificado para arrendamento ou compra aliciando novos
públicos.
A reabilitação e regeneração urbanas são hoje motores de desenvolvimento
humano da competitividade local, regional e nacional. Naturalmente a
singularidade urbanística e a otimização dos recursos paisagísticos apresentam-
se como impulsionadores de competitividade dos municípios numa realidade que
já não é apenas regional ou nacional, mas global. É nos centros históricos das
cidades que essa singularidade é mais evidente. É no seu núcleo mais antigo e
tradicional, construído e consolidado ao longo dos séculos, que se identifica o
tipo de vivências ao nível cultural e social dos seus habitantes. Ou seja, é no
centro histórico que identificamos a forma como as várias gerações se
apropriaram/apropriam do espaço urbano. Na ausência de choques ou
alterações radicais, os centros urbanos evoluem naturalmente consoante as
opções e as situações económicas da sua população.
O que sucedeu no caso de Vila Real de Santo António, foi precisamente o
inverso, a queda das indústrias tradicionais ligadas ao pescado, combinada com
a evolução exponencial da indústria turística, originou grandes assimetrias que
afetaram quase de imediato a evolução demográfica e económica da população,
e a longo prazo o tecido urbano tradicional.
Com o crescimento do turismo, o investimento e desenvolvimento foi desviado
do centro urbano tradicional para as periferias em que o custo das operações
urbanísticas era menor e sem constrangimentos construtivos, com uma
legislação mais permissiva. Ora este investimento privado, foi acompanhado por
um investimento público de forma a suprimir as necessidades de
infraestruturação dessas áreas, antes periféricas e que ganham destaque num
curto espaço temporal em relação ao centro urbano tradicional e consolidado. A
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inexistência de planeamento urbano provocou e continua a provocar
desigualdades na qualidade e quantidade das infraestruturas de que as
populações usufruem.
Nas circunstâncias atuais, em que as transformações sociais são constantes e
a uma velocidade cada vez maior, importa assegurar a manutenção da nossa
identidade, suscitando incertezas à forma de atuar sobre o nosso património
cultural.
É neste contexto que a Câmara Municipal de Vila Real de Santo António cria a
VRSA – Sociedade de Reabilitação Urbana, E.M., tendo sido substituída pela
VRSA – Sociedade de Gestão Urbana aquando da aprovação do Regime
Jurídico da Reabilitação Urbana, por via do Decreto-Lei n.º 307/2009, de 23 de
Outubro (RJRU). É da responsabilidade da VRSA – SGU proceder à reabilitação
– requalificação – regeneração – revitalização – renovação do Núcleo Pombalino
e da sua Zona Envolvente, bem como de melhorar significativamente o nível de
infraestruturação e a qualidade urbanística.
Ao herdar as competências da VRSA – Sociedade de Reabilitação Urbana a
VRSA – Sociedade de Gestão Urbana, torna-se nos termos do RJRU entidade
gestora da Área de Reabilitação Urbana, correspondente a este Programa
Estratégico de Reabilitação Urbana, tendo em vista o desenvolvimento de uma
operação de reabilitação urbana sistemática, nos termos dos artigos 31.º e
seguintes do RJRU, constituindo-se, em consequência, uma Área de
Reabilitação Urbana coincidente com a área de intervenção deste Programa
Estratégico.
Com este modelo de organização e gestão urbanística estão reunidas condições
favoráveis para que os novos desafios que se apresentam ao município sejam
superados. É necessário garantir a sustentabilidade dos projetos, o que implica
uma atuação eficaz na gestão e no planeamento urbano. A sustentabilidade
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ganha maior importância no momento em que os níveis de comparticipação
comunitária diminuem, a concorrência internacional aumenta e o novo regime de
finanças públicas municipais obriga ao rigor técnico e financeiro.
Instituições como o Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) têm
destinado parte das suas verbas para a reabilitação urbana apoiando entidade
públicas (Municípios) e particulares através de programas públicos que
coordena.
A Comissão Europeia numa iniciativa conjunta do Banco Europeu de
Investimento (BEI) e Council of Europe Development Bank (CEB) criaram o
programa Joint European Support for Sustainable Investment in City Areas,
(JESSICA) que tem patrocinado a regeneração urbana através da criação de
Fundos de Investimentos em vários países europeus, incluindo Portugal, com
Vila Real de Santo António a ser uma das cidades beneficiadas por este
programa.
Importa perceber como atuar na defesa do património, mantendo a sua
autenticidade e integridade, preservando a identidade cultural, sem esquecer as
exigências que o mundo atual obriga. Na preservação desta herança importa
estabelecer um método e objetivos a alcançar. O centro histórico de Vila Real de
Santo António vale pelo conjunto do seu edificado e não pelo valor particular de
um edifício. Por este motivo deve ser considerado como um todo, o edificado, o
espaço público e não esquecendo as suas características socioeconómicas,
resultado de um processo em contínua evolução e mudança. Qualquer
intervenção deve envolver todos os sectores da população e requer um projeto
de planeamento integrado, cobrindo uma vasta gama de atividades.
A reabilitação do património edificado do centro histórico de Vila Real de Santo
António será obrigatoriamente um exercício de equilíbrio, entre a salvaguarda da
memória e a imagem para o futuro. O conhecimento e a compreensão das
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características originais é requisito indispensável para determinar os
instrumentos de intervenção, de forma a manter a autenticidade e valorizar o
património. Além do conhecimento e compreensão do passado, é necessário
realizar o mesmo exercício para o presente. É neste alinhamento de ideias que
este Programa Estratégico de Reabilitação Urbana foi concebido.
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1.1 ENQUADRAMENTO GERAL
Nos termos do disposto na legislação em vigor, os objetivos gerais de um
programa estratégico estruturam as intervenções de reabilitação com base em
dois conceitos fundamentais: o conceito de «área de reabilitação urbana», cuja
delimitação tem como efeito determinar a parcela territorial que justifica uma
intervenção integrada, e o conceito de «operação de reabilitação urbana»,
correspondente à estruturação concreta das intervenções a efetuar no interior da
respetiva área de reabilitação urbana.
A delimitação de área de reabilitação urbana está associada à exigência da
determinação dos objetivos e da estratégia da intervenção, sendo este também
o momento da definição do tipo de operação de reabilitação urbana a realizar e
da escolha da entidade gestora.
1.1.1 TIPO DE OPERAÇÃO DE REABILITAÇÃO URBANA
Nos termos do Regime Jurídico da Reabilitação Urbana (RJRU) – Decreto-Lei
n.º 307/2009, de 23 de Outubro – o tipo de regeneração urbana por iniciativa
pública foi alterado. De um modelo rígido e formal passou-se para uma ação
flexível e desformalizada, tendo subjacente uma preocupação operacional e de
sustentabilidade financeira.
De acordo com o novo regime são dois os tipos de operação de Reabilitação
Urbana:
Operação de reabilitação urbana simples: dirigindo-se sobretudo à reabilitação
do edificado, num quadro articulado de coordenação e apoio da respetiva
execução;
Operação de reabilitação urbana sistemática: intervenção integrada de uma área
para a reabilitação do edificado e para a qualificação das infraestruturas, dos
equipamentos e dos espaços verdes e urbanos de utilização coletiva, visando a
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requalificação e revitalização do tecido urbano, associada a um programa de
investimento público.
Em ambos os casos atribui-se à delimitação da área de reabilitação urbana um
conjunto significativo de efeitos, de que se destaca a obrigação de definição dos
benefícios fiscais associados aos impostos municipais sobre o património.
Decorrerá também deste ato a atribuição aos proprietários do acesso aos apoios
e incentivos fiscais e financeiros à reabilitação urbana.
E no âmbito de uma operação de reabilitação urbana sistemática que se
desenvolve a estratégia de reabilitação urbana da área de reabilitação
urbana, que agora se apresenta.
1.1.2. PROPOSTA DE DELIMITAÇÃO DA ÁREA DE REABILITAÇÃO URBANA (ARU)
Pretende-se aumentar a área de delimitação da ARU existente, de forma a
abranger toda a área de intervenção do Plano de Pormenor de Salvaguarda do
Núcleo Pombalino de Vila Real de Santo António (PPS.NP.VRSA).
A redelimitação da Área de Reabilitação Urbana torna-se relevante pois a área
da atual ARU engloba apenas metade da área do Núcleo Pombalino (dividida
em 3 unidades de execução), e pretende-se com a alteração de delimitação da
ARU que esta se estenda para a restante área do Núcleo Pombalino, e a pela
Zona Envolvente (designações definidas pelo PPS.NP.VRSA), criamos duas
unidades novas, a Unidade de Execução 4 que comporta a restante área do
Núcleo Pombalino e a Unidade de Execução 5 composta pela totalidade da Zona
Envolvente.
A ARU é então constituída por 5 unidades de execução, as unidades de
execução 1, 2 e 3 correspondentes às existentes e as unidades de execução 4
e 5 propostas, abrangendo 71 quarteirões, com um total de 941 edifícios e
perfazendo um total de 199,078 hectares.
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Legenda:
Área do Núcleo Pombalino _ 104,441 ha
Área da Zona Envolvente _ 94,637 ha
ARU VRSA _ 177,735 ha
Figura 2 – Proposta de delimitação da ARU de Vila Real de Santo António
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1.2 ENQUADRAMENTO HISTÓRICO
Vila Real de Santo António, designada como “a cidade do Marquês”, é um marco
incontornável do Absolutismo, do Iluminismo e do Urbanismo. Pensada como
“cidade ideal” e nascida de um plano urbanístico racional, ela é demonstração
de poder do Estado Absolutista e uma perfeita representação do Iluminismo em
Portugal.
A fundação da vila deve-se a Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de
Pombal, com o propósito de travar a contínua usurpação dos recursos da zona
por parte de estrangeiros, principalmente os espanhóis e ingleses, retirando a
riqueza de terras algarvias. No séc. XVIII, a atividade comercial e cultural de
Portugal atravessava uma fase de estagnação, rapidamente transformada numa
fase de regressão.
A localização geoestratégica do Algarve permitia a Portugal posicionar-se de
forma privilegiada em relação à vizinha Espanha, manifestando a sua soberania
nacional. É implementada uma Reforma na economia algarvia, uma das ações
desta reforma foi a criação da “Companhia Geral das Pescarias Reais do Reino
do Algarve” de forma a fomentar a atividade pesqueira.
Foram criadas várias “Sociedades” para a pesca da sardinha que, juntamente com a Companhia
das Reais Pescarias do Algarve, teriam o monopólio da pesca, transformação e comércio do
pescado. A Companhia das Reais Pescarias do Algarve teria a função de inspecionar todo o
desenvolvimento da atividade que agora se encontrava legislada.
O Marquês de Pombal ordenou ao Governador do Algarve, a 17 de Dezembro de 1773, que
mandasse delinear o plano de uma “Vila regular”. O local escolhido para a implantação desta
nova vila foi Santo António de Arenilha, pelo facto de Monte Gordo não reunir as condições para
se tornar o centro urbano, pois já tinha sido abundantemente usado durante a primeira metade
do século XVIII pelos estrangeiros. Foi ordenado ao Governador do Algarve, por Carta Régia
datada de 30 de Dezembro de 1773, assinada por D. José I, que fizesse reedificar a Vila de
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Santo António de Arenilha no terreno vizinho às suas ruínas, junto ao porto dos iates. Esta Vila
deveria ser um centro dinamizador do projeto reformista do Marquês de Pombal.
Ao edificar esta nova Vila, o poder administrativo e político, instalou-se definitivamente em Vila
Real de Santo António, tornando-se esta o centro e “motor” da Reforma das Pescarias da região
do Algarve.
Toda a construção da Vila teve controlo de custos com todos os materiais orçamentados,
racionalizados em desenho, estandardizados e construídos em Lisboa, e posteriormente
transportados para o local da obra. Durante os anos de 1774 e 1775, a Vila foi sendo edificada
e progredindo a vários ritmos. A 6 de Agosto de 1774 estavam já concluídas a Casa da Câmara,
a Alfândega, as Sociedades das Pescarias e o Quartel, dando-se início, de seguida, à 2ª fase da
edificação da vila com a construção da Igreja Matriz. Desta 2ª fase fazia também já parte a
construção das casas de habitação (térreas e de dois pisos) e a construção de um cemitério.
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1.4 ENQUADRAMENTO TERRITORIAL
“As áreas de reabilitação urbana podem abranger, designadamente, áreas e
centros históricos, património cultural imóvel classificado ou em vias de
classificação e respetivas zonas de proteção, áreas urbanas degradadas ou
zonas urbanas consolidadas.” (RJRU, Artigo 12º)
Enquadrado nas primeiras áreas descritas acima temos o Núcleo Pombalino
definido no PPS.NP.VRSA.
Figura 3 – Delimitação do Núcleo Pombalino
O município em conjunto com a VRSA-SGU têm vindo a realizar esforços para
melhorar a imagem urbana da cidade, quer ao nível do seu espaço público, quer
ao nível do edificado. São vários os exemplos dos investimentos e intervenções
desenvolvidos nos últimos anos, com vista à modernização, revitalização e
requalificação, nomeadamente:
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
As obras de requalificação e reabilitação do edifício da Câmara Municipal;
As obras do programa Realce;
A requalificação da Praça Marquês de Pombal, do Largo António Aleixo e
do Largo Lutegarda Guimarães de Caíres;
A requalificação da iluminação no centro histórico;
Novo material urbano;
O projeto cidade com mobilidade;
Estudos, nomeadamente a viabilidade construtiva do parque subterrâneo
para a Praça Marquês de Pombal, no centro histórico; A recolha e seleção
dos lixos no centro histórico; A viabilidade de alojamento turístico para o
centro histórico;
Restauro do edifício da Alfandega;
Entre outros.
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1.5 ENQUADRAMENTO LEGAL
USO DO SOLO E EDIFICABILIDADE
As operações de reabilitação urbana deste programa estratégico de reabilitação
urbana são enquadradas pelo Plano Diretor Municipal e pelo Plano de Pormenor
de Salvaguarda do Núcleo Pombalino, aplicando-se conjuntamente os
condicionamentos à edificabilidade definidos para a área onde se integra.
No que respeita ao regulamento do Plano de Pormenor de Salvaguarda do
Núcleo Pombalino de Vila Real de Santo António (PPS.NP.VRSA), estabelece
as regras a que devem obedecer a ocupação, uso e transformação deste espaço
urbano, definindo as condições de urbanização, edificabilidade e transformação
dos edifícios.
Quanto ao Património salienta-se o facto de todo o conjunto das
edificações/construções Pombalinas de Vila Real de Santo António ter sido
classificado como Conjunto de Interesse Público (CIP), conforme consta na
Portaria n.º 574/2011, do Diário da República, 2.ª série, n.º 109, de 6 de junho
de 2011.
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Figura 4- Planta de Condicionantes do Plano de Pormenor de Salvaguarda do Núcleo Pombalino de Vila Real de Santo
António
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2. ANÁLISE AO PLANO DE PORMENOR DE SALVAGUARDA DO NÚCLEO POMBALINO DE VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
2.1 REGIME JURÍDICO APLICÁVEL AOS PLANOS DE PORMENOR DE
REABILITAÇÃO URBANA
O plano de pormenor de reabilitação urbana obedece ao disposto no
Regulamento Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial, com as
especificidades introduzidas pelo decreto-lei n.º 307/2009 de 23 de outubro.
Sempre que a área de intervenção do plano de pormenor de reabilitação urbana
contenha ou coincida com património cultural imóvel classificado ou em vias de
classificação, e respetivas zonas de proteção, que determine, nos termos da Lei
n.º 107/2001, de 8 de setembro, a elaboração de um plano de pormenor de
salvaguarda do património cultural, cabe ao plano de pormenor de reabilitação
urbana a prossecução dos seus objetivos e fins de proteção, dispensando a
elaboração daquele.
Nos casos previstos acima e na parte que respeita ao património cultural imóvel
classificado ou em vias de classificação e respetivas zonas de proteção, o plano
de pormenor de reabilitação urbana obedece ainda ao disposto nos n.ºs 1 e 3 do
artigo 53.º da Lei n.º 107/2001, de 8 de setembro.
2.2 OBJETO DOS PLANOS DE PORMENOR DE REABILITAÇÃO URBANA
O Plano de Pormenor de Salvaguarda do Núcleo Pombalino de Vila Real de
Santo António (PPS.NP.VRSA) estabelece as regras a que obedecem a
ocupação, uso e transformação dos espaços urbanos designados por Núcleo
Pombalino e Zona Envolvente, definindo as condições de urbanização,
edificabilidade e transformação dos edifícios, bem como a caracterização dos
espaços públicos.
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
Este plano enquadra-se na figura do Plano de Conservação, Reconstrução e
Reabilitação Urbanas, previsto na alínea c) do n.º 2 do artigo 91.º do Decreto -
Lei 380/99, de 22 de Setembro.
Estão sujeitas à aplicação das disposições do plano, todas as intervenções
urbanísticas e arquitetónicas relativas ao uso do solo, subsolo, suas alterações
e licenciamento ou autorização de quaisquer operações urbanísticas.
2.3 ÂMBITO TERRITORIAL DOS PLANOS DE PORMENOR DE
REABILITAÇÃO URBANA
A área total abrangida pelo Plano de Pormenor é de 199,078ha, correspondendo
104,441ha ao espaço urbano designado por Núcleo Pombalino, e 94,637ha ao
espaço urbano designado por Zona Envolvente.
Figura 5 – Área total do PPS.NP.VRSA
2.4 CONTEÚDO MATERIAL DOS PLANOS DE PORMENOR DE
REABILITAÇÃO URBANA
O conteúdo material de um plano deve ser adaptado às condições da área
territorial a intervir e aos objetivos previstos na sua elaboração, estabelecendo
nomeadamente:
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
A definição e caracterização da área de intervenção identificando, quando se
justifique, os valores culturais e naturais a proteger;
As operações de transformação fundiária necessárias e a definição das regras
relativas às obras de urbanização;
O desenho urbano, exprimindo a definição dos espaços públicos, de circulação
viária e pedonal, de estacionamento bem como do respetivo tratamento,
alinhamentos, implantações, modelação do terreno, distribuição volumétrica,
bem como a localização dos equipamentos e zonas verdes;
A distribuição de funções e a definição de parâmetros urbanísticos,
designadamente índices, densidade de fogos, número de pisos e cérceas;
Indicadores relativos às cores e materiais a utilizar;
As operações de demolição, conservação e reabilitação das construções
existentes;
As regras para a ocupação e gestão dos espaços públicos;
A implantação das redes de infraestruturas, com delimitação objetivas das áreas
a elas afetas;
Os critérios de inserção urbanística e o dimensionamento dos equipamentos de
utilização coletiva e a respetiva localização no caso dos equipamentos públicos;
A identificação dos sistemas de execução do plano e a programação dos
investimentos públicos associados, bem como a sua articulação com os
investimentos privados;
A estruturação das ações de perequação compensatória.
Para além do conteúdo descrito acima, o plano deve ainda adotar um conteúdo
material específico apropriado à promoção da reabilitação urbana na sua área
de intervenção, estabelecendo nomeadamente:
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
a) A delimitação das unidades de execução, para efeitos de programação da
execução do plano;
b) A identificação e articulação, numa perspetiva integrada e sequenciada, dos
principais projetos e ações a desenvolver em cada unidade de execução;
c) Os princípios e as regras de uso do solo e dos edifícios, com vista à:
i) Valorização e proteção dos bens patrimoniais, culturais, naturais e
paisagísticos existentes na sua área de intervenção;
ii) Sua adequação à estratégia de revitalização económica, social e cultural da
sua área de intervenção, em articulação com as demais políticas urbanas do
município;
d) A identificação e classificação sistemática dos edifícios, das infraestruturas
urbanas, dos equipamentos e dos espaços urbanos e verdes de utilização
coletiva de cada unidade de execução, estabelecendo as suas necessidades e
finalidades de reabilitação e modernização ou prevendo a sua demolição,
quando aplicável.
2.5 CONTEÚDO DOCUMENTAL DOS PLANOS DE PORMENOR DE
REABILITAÇÃO URBANA
O PPS.NP.VRSA é constituído pelos seguintes elementos:
a) O Regulamento;
b) Planta de Condicionantes, à escala 1: 1000
c) Mapa de Ruído Diurno, à escala 1: 1000
d) Mapa de Ruído Noturno, à escala 1: 1000
e) Série 1_Planta de Implantação – pd1.01, à escala 1:1000;
f) Série 2_Mapas de Definição do Edificado – pd2.01a pd2.09;
g) Série 3_Mapas de Pormenores – pd3.01;
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
h) Série 4_Mapas de Vãos – pd4.01a pd4.21;
i) Série 5_Caracterização do Espaço Público – pd5.01;
j) Série 6_Novas Construções na Zona Envolvente – pd6.01;
Acompanham o PPS.NP.VRSA:
a) Relatório fundamentando as soluções e propostas do Plano de Pormenor;
b) Série 7_Plantas de Enquadramento, Situação Existente, Condicionantes, e
Mapa de Ruído com a Planta de Enquadramento – pd7.01 à escala 1:5000,
Planta da Situação Existente – pd7.02 à escala 1:1000, com indicação dos
licenciamentos aprovados à data do início da elaboração Plano e dos processos
em curso até Março de 2005.
c) Quadros de síntese da caracterização formal e material dos edifícios;
d) O programa de execução e plano de financiamento;
e) Fichas individuais de atuação recomendáveis para os edifícios da Rua da
Princesa, ilustrando cenários de implementação das medidas regulamentadas
pelo Plano para cada classe de edifícios;
f) Série 8_Mapas de Caracterização da Situação Existente — Edifícios – pd8.01
a pd8.17, à escala 1:1000:
g) Série 9_Mapas de Caracterização da Situação Existente — Espaço Público –
pd9.01 a pd9.04, à escala 1:1000;
h) Fichas de caracterização dos quarteirões e dos edifícios;
i) Relatório do processo de levantamento e caracterização;
j) Extrato do Regulamento do Plano Diretor Municipal de Vila Real de Santo
António;
k) Extrato da Planta de Ordenamento do Plano Diretor Municipal de Vila Real de
Santo António;
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
l) Participações recebidas em sede de discussão pública e respetivo relatório de
ponderação.
2.6 ELABORAÇÃO DOS PLANOS DE PORMENOR DE REABILITAÇÃO
URBANA
A elaboração do plano de pormenor de reabilitação urbana é da competência da
câmara municipal, por iniciativa própria ou mediante proposta apresentada pelos
interessados. A câmara municipal pode encarregar uma entidade privada da
preparação do projeto do plano de pormenor e dos elementos que o
acompanham.
A câmara municipal define os termos de referência do plano de pormenor, os
quais integram, sempre que a prevista área de intervenção do plano abranja uma
área de reabilitação urbana já delimitada em instrumento próprio, a estratégia de
reabilitação urbana ou o programa estratégico de reabilitação urbana em causa.
2.7 ACOMPANHAMENTO DA ELABORAÇÃO DOS PLANOS DE PORMENOR
DE REABILITAÇÃO URBANA
O acompanhamento da elaboração dos planos de pormenor de reabilitação
urbana é facultativo.
A câmara municipal solicita o acompanhamento que entender necessário no
decurso da elaboração dos planos, à comissão de coordenação e
desenvolvimento regional territorialmente competente ou a outras entidades
representativas dos interesses a ponderar.
Após elaboração da proposta do plano este é apresentado à comissão de
coordenação e desenvolvimento regional territorialmente competente que,
procede à realização de uma conferência de serviços com todas as entidades
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
representativas dos interesses a considerar. Estas devem pronunciar-se sobre o
plano de pormenor de reabilitação urbana em razão da localização ou da tutela
de servidões administrativas e de restrições de utilidade pública.
A pronúncia favorável das entidades ou o acolhimento das suas propostas de
alteração determinam a dispensa de consulta dessas entidades em sede de
controlo prévio das operações urbanísticas.
2.8 REGIME DOS PLANOS DE PORMENOR DE REABILITAÇÃO URBANA
EM ÁREAS QUE CONTÊM OU COINCIDEM COM PATRIMÓNIO CULTURAL
IMÓVEL CLASSIFICADO OU EM VIAS DE CLASSIFICAÇÃO E RESPETIVAS
ZONAS DE PROTEÇÃO
Quando a área de intervenção do plano de pormenor de reabilitação urbana
contenha ou coincida com património cultural imóvel classificado, caso do núcleo
histórico pombalino classificado como Conjunto de Interesse Público (CIP), que
determine, nos termos da Lei n.º 107/2001, de 8 de setembro, a elaboração de
um plano de pormenor de salvaguarda do património cultural, cabe ao plano de
pormenor de reabilitação urbana a prossecução dos seus objetivos.
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
Figura 6 – Núcleo histórico pombalino classificado como Conjunto de Interesse Público (CIP)
Por ser uma intervenção num conjunto classificado o município é obrigado a
trabalhar em parceria com os serviços da administração central ou regional
autónoma responsáveis pelo património cultural, devendo estes prestar o apoio
técnico necessário nos trabalhos de preparação e conceção do projeto do plano
de pormenor de salvaguarda.
Os termos da colaboração da administração do património cultural podem ser
objeto de um protocolo de parceria a celebrar com a câmara municipal
competente, sem prejuízo do acompanhamento obrigatório do plano de
pormenor de reabilitação urbana.
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
Depois da aprovação do plano é dada a dispensa de consulta da administração
do património cultural em sede de controlo prévio das operações urbanísticas
durante a vigência do plano de pormenor de reabilitação urbana, com exceção
para ações de demolição total ou parcial de património cultural imóvel
classificado que não pode ocorrer sem prévia e expressa autorização da
administração do património cultural competente.
O conteúdo dos planos de pormenor de salvaguarda deve estabelecer, para
além do disposto no RJIGT, o que está descrito na Lei n.º 107/2001:
“a) A ocupação e usos prioritários;
b) As áreas a reabilitar;
c) Os critérios de intervenção nos elementos construídos e naturais;
d) A cartografia e o recenseamento de todas as partes integrantes do conjunto;
e) As normas específicas para a protecção do património arqueológico existente;
f) As linhas estratégicas de intervenção, nos planos económico, social e de
requalificação urbana e paisagística.”
O Projeto de Operação de Reabilitação Urbana é efetuado através de Plano de
Pormenor de Reabilitação Urbana, sendo que da análise ao Plano de Pormenor
de Salvaguarda do Núcleo Pombalino de Vila Real de Santo António aprovado
se conclui que este cumpre os requisitos legais para tal, adotando-se o mesmo
para o efeito.
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
3. OBJECTIVOS, METODOLOGIAS E ORGANIZAÇÃO
(enquadramento para fundamentar a criação da ARU de acordo com o artigo 12º do Decreto-Lei n.º 307/2009 de 23 de
outubro)
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
3.1 OBJECTIVOS (de acordo com o artigo 12º do Decreto-Lei n.º 307/2009 de 23 de outubro)
São objetivos deste Programa Estratégico de Reabilitação Urbana:
a) A implementação de estratégias que permitam a reabilitação e requalificação
do centro histórico de Vila Real de Santo António numa referência de qualidade
pelo seu ambiente, a qual deverá decorrer da valorização sustentada do seu
carácter urbano e arquitetónico singular;
b) A definição e o estabelecimento de regras de atuação que permitam
salvaguardar e valorizar o património urbanístico e arquitetónico existente,
mediante a sua proteção material e a definição de usos e normas adequadas às
suas características morfológicas;
c) A definição das bases para o lançamento e execução de intervenções
exemplares nos domínios da construção, reabilitação e requalificação dos
edifícios e espaços públicos;
d) O estabelecimento de estratégias de atuação que conduzam à recuperação e
valorização urbana integral de Vila Real de Santo António;
e) A determinação de princípios e regras para a ocupação, uso e transformação
do solo, de modo a promover a sua adequação às potencialidades locais;
f) A definição das regras a que devem obedecer as novas construções, bem
como as ações de conservação e transformação dos edifícios existentes, de
modo a garantir maiores níveis de integração no conjunto;
g) O reforço das dinâmicas económicas, culturais e de sociabilização urbanas,
com a transformação e valorização de uma área de intervenção sensível;
h) O incentivo da integração de usos comerciais, culturais e de lazer, e a
definição das bases de requalificação urbana, favorecendo as condições de
trânsito pedonal, definindo as áreas de circulação restrita e regulando o tráfego
automóvel e o estacionamento.
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
O RJRU na alínea a) e seguintes do n.º 2 do artigo 33º prevê como objetivos do
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana:
a) Apresentar as opções estratégicas de reabilitação e de revitalização da área
de reabilitação urbana, compatíveis com as opções de desenvolvimento do
município;
b) Estabelecer o prazo de execução da operação de reabilitação urbana;
c) Definir as prioridades e especificar os objetivos a prosseguir na execução da
operação de reabilitação urbana;
d) Estabelecer o programa da operação de reabilitação urbana, identificando as
ações estruturantes de reabilitação urbana a adotar, distinguindo,
nomeadamente, as que têm por objeto os edifícios, as infraestruturas urbanas,
os equipamentos, os espaços urbanos e verdes de utilização coletiva, e as
atividades económicas;
e) Determinar o modelo de gestão da área de reabilitação urbana e de execução
da respetiva operação de reabilitação urbana;
f) Apresentar um quadro de apoios e incentivos às ações de reabilitação
executadas pelos proprietários e demais titulares de direitos e propor soluções
de financiamento das ações de reabilitação;
g) Descrever um programa de investimento público onde se discriminem as
ações de iniciativa pública necessárias ao desenvolvimento da operação;
h) Definir o programa de financiamento da operação de reabilitação urbana, o
qual deve incluir uma estimativa dos custos totais da execução da operação e a
identificação das fontes de financiamento;
i) Identificar, caso não seja o município a assumir diretamente as funções de
entidade gestora da área de reabilitação urbana, quais os poderes que são
delegados na entidade gestora, juntando cópia do ato de delegação praticado
pelo respetivo órgão delegante, bem como, quando as funções de entidade
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
gestora sejam assumidas por uma sociedade de reabilitação urbana, quais os
poderes que não se presumem delegados;
j) Mencionar, se for o caso, a necessidade de elaboração, revisão ou alteração
de plano de pormenor de reabilitação urbana e definir os objetivos específicos a
prosseguir através do mesmo.
3.2. METODOLOGIAS
Trabalhos de Levantamento efetuados:
Levantamento dos alçados dos imóveis, que se encontram integrados no Núcleo
Pombalino de Vila Real de Santo António – 20/06/2013 a 20/08/2013
Consulta e levantamento de dados na Conservatória do Registo Predial de Vila
Real de Santo António, relativos a cada imóvel – 30/05/2014 a 31/12/2014
Podem existir, como a própria lei prevê, caso de desatualização dos registos.
Trabalhos Específicos efetuados:
O Programa Estratégico de Reabilitação Urbana, reúne o diagnóstico do
edificado e do espaço urbano público, e servirá para propor planos e
procedimentos de intervenção de reabilitação dos espaços urbanos e de
revitalização das atividades. A elaboração deste documento prevê que se
estabeleça uma estrutura base para a sua organização, dividindo-a em duas
fases distintas em cada nível:
1ª Fase Diagnóstico e Caracterização
2ª Fase Estratégia/Proposta de Intervenção.
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
Este documento será executado de acordo com o descrito no artigo 33.º e
seguintes do RJRU os quais deverão ser constituídos pelos seguintes
elementos:
Definição dos edifícios a reabilitar e a extensão das intervenções neles previstos;
Indicação dos respetivos proprietários, arrendatários e demais titulares de
direitos;
Projeto Base de Intervenção, no qual se descrevem as opções estratégicas em
matéria de reabilitação, designadamente no que concerne a habitação,
acessibilidades, equipamentos, infraestruturas e espaço público; explicando
sumariamente as razões das opções tomadas, de modo a refletir a ponderação
entre os diversos interesses públicos relevantes;
Planificação e estimativa orçamental das operações a realizar;
Indicação dos eventuais interessados em colaborar com os proprietários na
recuperação dos imóveis;
3.3 O PROGRAMA ESTRATÉGICO DE REABILITAÇÃO URBANA COMO
COMPLEMENTO DO PLANO DE PORMENOR DE SALVAGUARDA DO
NÚCLEO POMBALINO
Tendo em consideração que a área de intervenção do Programa Estratégico de
Reabilitação Urbana coincide na totalidade com a do Plano de Pormenor de
Salvaguarda do Núcleo Pombalino de Vila Real de Santo António, este foi
devidamente integrado no plano de pormenor de reabilitação urbana.
Este Programa Estratégico de Reabilitação Urbana vem adotar – em parte e no
estritamente necessário - o conteúdo desse plano de pormenor de salvaguarda,
consagrando as regras e os princípios de salvaguarda e valorização do
património classificado ou em vias de classificação e respetivas zonas de
proteção estabelecidos na Lei n.º 107/2001, de 8 de setembro.
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
3.4 CATEGORIA DE ESPAÇOS
A área urbana abrangida pelo presente Programa de Reabilitação Urbana
corresponde à área urbana abrangida pelo Plano de Pormenor, constituída por
duas zonas sujeitas a disposições e normas diferenciadas e delimitadas. Uma
das zonas o Núcleo Pombalino (área dos limites do Plano Pombalino de 1773)
que corresponde a um retângulo conformado, a Norte pela Rua de Ayamonte; a
Nascente pela Avenida da República; a Sul pela Rua 25 de Abril e a Poente pela
Rua D. Pedro V e Rua José Guimarães. Sendo a outra a Zona Envolvente (ZE)
— cintura em torno do Núcleo Pombalino, com cerca de 50 metros de largura,
correspondente a uma linha de quarteirões a Norte, no eixo Nascente – Poente,
uma linha de quarteirões a Sul, também no eixo Nascente – Poente, e duas
linhas de quarteirões a Poente, no eixo Norte – Sul.
Importa referir que inserido no Núcleo Pombalino, é definida uma Zona de
Intervenção Sensível (ZIS) constituída pelos sectores da atividade industrial no
Plano Pombalino, correspondente às duas primeiras linhas de quarteirões junto
ao Rio Guadiana, e pelos quarteirões que conformam a Praça Marquês de
Pombal, as atuações nesta zona são consideradas de interesse público
prioritário.
3.5 CODIFICAÇÃO DOS QUARTEIRÕES E DOS EDIFÍCIOS
Para os quarteirões da área reabilitação urbana constituída, foi adotada a
codificação existente no Plano de Pormenor sendo numerados com um código
“Qn”. Os quarteirões da área abrangida pelo Plano de Pormenor são numerados
com um código Qn, em que n varia entre 1 a 41 no Núcleo Pombalino e I a XXIX
na ZE.
Para os edifícios de cada quarteirão, determinou-se a correspondência com o
artigo matricial em que os prédios se encontram inscritos, sendo também
identificados por ordem alfabética e classificados com um código Qn_x_Pn ou
Qn_x_En (quarteirão_edifício_classe), consoante se trate ou não de edifícios
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
com características pombalinas como descrito no PPS.NP.VRSA. O índice n
varia entre 1 e 3 nos edifícios com características pombalinas e entre 1 e 6 nos
outros edifícios. Na ZE, a codificação dos edifícios apenas identifica a classe a
que pertencem nos casos em que os mesmos estejam sujeitos a medidas de
proteção.
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
4.LEVANTAMENTO E DIAGNÓSTICO
(enquadramento para fundamentar a criação da ARU de acordo com o artigo 12º do Decreto-Lei n.º 307/2009 de 23 de
outubro)
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
4.1 LEVANTAMENTO E DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ATUAL
A ARU de Vila Real de Santo António abrange a totalidade da área abrangida
pelo PPS.NP.VRSA, com 199,078ha, correspondendo 104,441ha ao espaço
urbano designado por Núcleo Pombalino, e 94,637ha ao espaço urbano
designado por Zona Envolvente. A ARU contém um total de 941 edifícios.
A área de intervenção da ARU está totalmente inserida na jurisdição do
regulamento do Plano de Pormenor de Salvaguarda do Núcleo Pombalino de
Vila real de Santo António (Aviso n.º 29326/2008 de 2 de Dezembro), pelo que
foram considerados em sede de Plano de Pormenor de Reabilitação Urbana, o
teor desse plano, consagrando as regras e os princípios de salvaguarda e
valorização do património,
O levantamento foi realizado a partir do espaço público, por razões pragmáticas
como autorizações e meios.
Nos pontos seguintes caracteriza-se esta ARU, em termos de edificado, espaço
público e equipamentos.
Os dados apresentados têm como base, levantamentos fotográficos e consultas
efetuadas na Conservatória do Registo Predial.
4.1.1 VALOR PATRIMONIAL
Para os 941 edifícios, definiram-se as seguintes categorias de Valor Patrimonial:
Edifício com características pombalinas ― edifícios que mantêm, global ou
parcialmente, a volumetria, composição de alçados, elementos arquitetónicos ou
sistemas construtivos previstos no Plano Pombalino e ilustrados nas peças
desenhadas da Série 2_Mapas de Definição do Edificado e Série 3_Mapas de
Pormenores, quer com a manutenção de elementos arquitetónicos originais,
quer com a reconstituição e restauro dos mesmos, identificados na peça
desenhada da Série 1_Planta de Implantação - pd1.01, com as classes P1, P2 e
P3;
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
Edifício com interesse arquitetónico – edifícios que apresentam qualidades
arquitetónicas e construtivas relevantes.
Edifício sem interesse arquitetónico – edifícios que não apresentam
qualidades arquitetónicas e construtivas relevantes.
4.1.2 ESTADOS DE CONSERVAÇÃO
Para proceder à análise do estado de conservação dos edifícios foram definidas
as seguintes categorias:
Bom – Edifícios que não necessitam intervenções de relevo (grau 1 e 2);
Razoável – Edifícios que necessitam de intervenção a médio prazo ao nível de
fachadas e estrutural (grau 3);
Mau – Edifícios que necessitam intervenção urgente de reabilitação, ao nível
estrutural. (grau 4 e 5)
4.1. 3 NÍVEIS DE INTERVENÇÃO / TIPO DE INTERVENÇÃO
Nos termos do Decreto-Lei n.º 307/2009 de 23 de Outubro, o Programa
Estratégico de uma Operação de Reabilitação Sistemática, deve identificar os
edifícios a reabilitar, o seu estado de conservação e a extensão das intervenções
previstas para os mesmos.
Neste ponto apresentam-se as propostas de intervenção, definindo-se diferentes
Níveis de Intervenção:
Grau 1 – (Sem Intervenção) Edifício novo e/ou não apresenta patologias a
salientar;
Grau 2 – (Ligeira) Grau de reabilitação mais baixo que considera apenas
pequenas intervenções na envolvente exterior do edifício (substituição de
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
caixilharia, pintura de elementos de fachada, substituição de algerozes e outras
pequenas intervenções isoladas). Este nível corresponde a uma intervenção
para reparação de pequenos problemas ocasionais sem efeitos estruturais;
Grau 3 – (Média) Contempla maiores intervenções, nomeadamente pintura total
das fachadas e de outros elementos exteriores do edifício, substituição de todas
as caixilharias, intervenções nas redes de abastecimento de água, esgotos, gás,
etc. Este nível de intervenção corresponde a obras de carácter estrutural
contribuindo para assegurar ou beneficiar a segurança do edifício;
Grau 4 – (Profunda) Prevê a contenção de fachadas, sendo o restante, um
edifício novo;
Grau 5 – (Demolição) Corresponde à execução de um novo edifício e demolição
do existente.
As fichas individuais em anexo identificam a necessidade de intervenção em
cada um dos imóveis que compõem a ARU.
4.1.4 ESPAÇO PÚBLICO E EQUIPAMENTOS
No que diz respeito ao espaço público é de referir inexistência de zonas verdes
pela própria morfologia do Centro Histórico.
Registou-se insuficiências quanto ao número de papeleiras de lixo e
insalubridades pontuais no espaço público causadas pelos contentores
superficiais de recolha de resíduos sólidos urbanos.
É de louvar o rebaixamento dos passeios para pessoas com mobilidade reduzida
executada na Primeira Unidade de Intervenção, devendo no entanto a medida
ser alargada a toda a ARU, identificou-se também a necessidade de
regularização dos canais de circulação pedonal e identificou-se ainda
desregulação na ocupação do espaço público na área predominantemente
comercial não se identificando percursos acessíveis para pessoas com
mobilidade reduzida.
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
4.1.5 CIRCULAÇÃO E ESTACIONAMENTOS
Do levantamento efetuado constata-se que:
- A circulação de tráfego automóvel é ordenada;
- Verifica-se a existência de passadeiras apenas na Av. da República, não se
tendo no entanto identificado na restante área conflitos entre veículos
motorizados e peões;
- Existem lugares de estacionamento suficientes para colmatar as necessidades
dos residentes do Centro Histórico, no entanto em época alta e festivas
identificou-se a falta de lugares disponíveis para rotação sobretudo pela pressão
da área comercial;
4.1.6 PAVIMENTOS
O espaço público existente na ARU, no qual se incluem arruamentos, passeios,
vias de circulação automóvel, praça e largos apresenta na generalidade
condições razoáveis de conservação, estando a ser levado a efeito obras de
repavimentação de acordo com o previsto no PPS.NP.VRSA de forma a
demarcar o Núcleo Pombalino da Zona Envolvente.
Na área de intervenção podem distinguir-se diferentes tipos de pavimentos
existentes:
Pavimentos Betuminosos em conformidade com o PPS.NP.VRSA (vias de
circulação automóvel na Zona Envolvente);
Calçada Miúda em conformidade com o PPS.NP.VRSA (Passeios);
Calçada Grada em conformidade com o PPS.NP.VRSA (Vias de circulação
automóvel no Núcleo Pombalino);
Calçada Grada em conformidade com o PPS.NP.VRSA (Zonas pedonais
inseridas na área predominantemente comercial);
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
Lajetas de Pedra em conformidade com o PPS.NP.VRSA (Praça Marquês de
Pombal);
Mosaico hidráulico em desconformidade com o PPS.NP.VRSA (Rua Teófilo
Braga)
4.1.7 MOBILIÁRIO URBANO E INFRA-ESTRUTURAS EXISTENTES
Do levantamento efetuado verificou-se a existência de mobiliário urbano:
- Cabinas telefónicas - suficiente;
- Iluminação Pública- suficiente;
- Pilaretes - a reordenar;
- Marcos do Correio - suficiente;
- Painéis Publicitários - a remover;
- Papeleiras - insuficientes;
- Contentores de lixo indiferenciado doméstico – insuficientes e a reordenar;
- Ecopontos - insuficientes e a reordenar;
- Suporte para bicicleta - suficientes;
- Dispensadores caninos - a remover;
- Floreiras - a requalificar;
- Bancos - suficientes.
4.1.8 TRANSPORTES
Existe serviço de táxis e serviço rodoviário interurbano que servem a área.
Existe ligação fluvial para Espanha.
Existe um porto comercial inativo.
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
4.1.9 EQUIPAMENTOS
Verifica-se a existência de equipamentos diversos:
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Encarnação;
Centro Cultural António Aleixo;
Esquadra da Policia de Segurança Pública (PSP);
Posto territorial da Guarda Nacional Republicana (GNR);
Estação de Correios;
Porto de Recreio.
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
4.2 CONCLUSÕES
(orientações para a definição da estratégia e modelo de intervenção)
4.2.1 ESPAÇO PÚBLICO E CONTEXTO URBANO
Atualmente existe uma preocupação com o espaço público, o que tem levado as
autarquias à reabilitação de espaços existentes, à construção de novos espaços
públicos urbanos e a ações de pedonização de algumas zonas de cidade, de
modo a evitar conflitos entre circulação automóvel e circulação pedonal.
A ideia de espaço público evoluiu, para um conceito lúdico - cultural – funcional,
já não é apenas um espaço funcional, é um espaço munido de equipamentos,
entretenimento, diversão, cultura, resultado das exigências dos dias de hoje.
No caso da zona histórica de Vila Real de Santo António, a resolução dos
problemas existentes no espaço público, têm de ser desenvolvidos de um ponto
de vista urbanístico, a partir da análise das morfologias sociais e urbanas.
Qualquer intervenção no espaço público deve fazer a aproximação do espaço
público com o privado, aproximação muito forte no centro histórico de Vila Real
de Santo António. Devem ser criados espaços singulares e significativos com
vista a servir não só os habitantes locais, mas também os turistas. Pretende-se
criar uma imagem capaz de atrair novos habitantes e fomentar o turismo nacional
e internacional.
Os espaços públicos a reabilitar deverão estar diretamente ligados, à
componente de recreio, lazer e consumo; reflexo do devido acompanhamento
das mudanças comportamentais.
Pretende-se a recuperação do edificado existente, uma vez que a degradação
de alguns imóveis é bem visível e desvaloriza o restante património. A criação
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
de estacionamento (a introdução de parqueamento em área próxima ao centro
histórico é já uma realidade), e zonas de cargas e descargas para comerciantes.
A qualificação do espaço urbano, nomeadamente arranjo da calçada, melhoria
dos passeios, a supressão dos pilaretes. Está ainda previsto o reforço da
iluminação pública nos largos e ruas secundárias e o melhoramento da limpeza
das ruas.
O presente programa estratégico estabelece que o uso dos espaços públicos
mais tradicionais se adaptem às novas necessidades, oferecendo atualidade e
modernidade de modo a não se tornarem vazios completos.
Pretendemos a criação de espaço público para as pessoas: Acessibilidade,
mobilidade, fluidez, transparência e normalização
Os espaços públicos intervencionados devem ser concebidos de forma a
oferecer ao utilizador um ambiente agradável, com mobiliário público adequado
ao espaço e às necessidades de todos, com uma iluminação noturna eficaz que
assegure um elevado nível de segurança.
Como princípios definidos para a política de intervenção no espaço público,
pode-se referir a eliminação de barreiras arquitetónicas e de barreiras
visuais. Assim na reabilitação das zonas de circulação pedonal na ARU de Vila
Real de Santo António, devem ser introduzidas, rampas, rebaixamento de
passeios, etc., de forma a facilitar a utilização do espaço público por deficientes
e demais utilizadores.
A planificação em sede de Execução da Operação de Reabilitação Urbana
Sistemática da ARU de Vila Real de Santo António deve prever o diálogo entre
espaço privado e espaço público, entre cheio e vazio.
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
O objetivo principal é melhorar a imagem do núcleo antigo, a sua acessibilidade
e circulação, utilizando o espaço público de forma a fortalecer a sua identidade
própria, conciliando uma linguagem contemporânea, com a imagem e
identificação que o centro histórico sempre ofereceu aos cidadãos,
requalificando o espaço público.
A decisão deverá resultar de uma devida programação destes espaços, com
base na adequação procura/oferta que conclua, pela requalificação dos espaços
públicos urbanos (de modo a que possam desempenhar, novamente, um papel
de destaque na sociabilização urbana) e criação de novos espaços.
Poder-se-á também utilizar os que possuem capacidade de adaptação a outras
finalidades e funcionalidades, reconvertendo e quando possível adaptá-los ao
imprevisto, pois quanto mais versáteis mais atuais eles são e mais utilizados
serão numa sociedade em mudança constante.
4.2.2 CONJUNTO URBANO
O processo de reabilitação do núcleo pombalino pressupôs a compreensão do
território, a partir da análise multifuncional da área de estudo, de modo a
apreender as relações de interligação e interdependência com a cidade.
As conclusões resultantes deste processo de análise aprofundaram o
conhecimento das patologias do tecido urbano e foram particularmente
pertinentes para as estratégias de intervenção definidas.
Assim, a estratégia de reabilitação unirá, num primeiro nível, propostas
concretas e quantificadas de reequilíbrio das funções urbanas fundamentais,
sustentadas no conhecimento do tecido urbano de Vila Real de Santo António e
na sua compatibilização com as zonas envolventes. Os espaços públicos e, por
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
inerência, os conjuntos edificados que se definem e integram, apresentam uma
hierarquia planeada que é parte integrante e indissociável do legado patrimonial
existente.
A reabilitação dos espaços públicos terá como objetivo vincar essa hierarquia e,
em alguns casos, restabelecê-la, além de melhorar as condições da sua fruição
pela renovação dos pavimentos, infraestruturas, mobiliário urbano e sinalética.
Os elementos de arte urbana presentes, por vezes também com carácter
patrimonial, serão considerados neste contexto da reabilitação dos espaços
públicos, bem como na vertente da recuperação do património edificado quando
a este estiverem afetos.
A partir dos princípios globais de reabilitação urbana, procedentes da análise
efetuada na ARU de Vila Real de Santo António, e das suas relações com a
envolvente, próxima e remota, foram estabelecidas as condições de
enquadramento para estabelecer as Opções Estratégicas a desenvolver na
ARU, nomeadamente as descritas no capítulo ”Opções Estratégicas de
Reabilitação Urbana” (de acordo com o artigo 33º do Decreto-Lei n.º 307/2009
de 23 de Outubro), onde se encontram representadas as opções estratégicas
em matéria de reabilitação, designadamente no que concerne à política de
habitação (direcionada para o arrendamento urbano), acessibilidades,
equipamentos, infraestruturas e espaço público, explicando sumariamente as
razões das opções tomadas de modo a refletir os interesses públicos relevantes.
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
5. OPÇÕES ESTRATÉGICAS DE REABILITAÇÃO E DE
REVITALIZAÇÃO DA ÁREA DE REABILITAÇÃO URBANA (de
acordo com a alínea a) do n.º 2 do artigo 33º do Decreto-Lei n.º 307/2009 de 23 de Outubro)
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
5.1 ENQUADRAMENTO DAS OPÇÕES ESTRATÉGICAS DE
DESENVOLVIMENTO
O Plano Estratégico resulta da análise e diagnóstico efetuado à área em causa,
que permitiu construir e consolidar as bases de uma leitura partilhada sobre os
desafios e as oportunidades que se colocam ao concelho e ao seu espaço de
inserção regional.
Como principais eixos da estratégia de desenvolvimento de VRSA temos:
Qualificação e valorização dos espaços empresariais;
Valorização do património cultural e natural;
Qualificação e valorização do território para a função residencial e turística, para
o qual a estratégia definida na presente Operação de Reabilitação Urbana para
a ARU de VRSA pretende dar resposta.
O planeamento estratégico estabelece linhas de objetivos para o território, que
devem ser transpostas para os instrumentos aplicáveis de planeamento e gestão
do território.
O PPS.NP.VRSA (publicado em 2008 – DR 2.ª série,11 de dezembro, Aviso n.º
29326/2008) é, por excelência, o instrumento com capacidade para introduzir,
quer as medidas orientadoras dos objetivos que se pretendem atingir, quer as
medidas limitativas dos eventuais tendências que se pretendam contrariar.
5.2 OPÇÕES ESTRATÉGICAS DE REABILITAÇÃO
O processo de reabilitação – requalificação – regeneração – revitalização –
renovação da ARU pressupõe a compreensão prévia do território de uma área
de estudo mais abrangente, de modo a compreender as relações de interligação
e interdependência.
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
As conclusões resultantes do processo de análise serviram para definir as
estratégias de intervenção. Foram reveladas as necessidades e desequilíbrios
funcionais ao nível dos usos dos espaços (habitação, comércio, serviços,
equipamentos, etc.) e dos fluxos pedonais e viários, trânsito e estacionamentos.
Logo, a estratégia de reabilitação vinculará, numa primeira fase, propostas
concretas e quantificadas de reequilíbrio das funções urbanas fundamentais,
sustentadas no conhecimento do Núcleo Pombalino e na sua compatibilização
com as zonas envolventes. Os espaços públicos e, por inerência, os conjuntos
edificados que se definem e integram, apresentam uma hierarquia planeada que
é parte integrante e indissociável do legado patrimonial existente.
Com a reabilitação dos espaços públicos temos como objetivo, o melhoramento
das condições da sua fruição pela renovação dos pavimentos, infraestruturas,
mobiliário urbano e sinalética.
Definidos assim os parâmetros globais de reabilitação urbana do Núcleo
Pombalino, bem como as suas relações com a envolvente, próxima e remota,
foram estabelecidas as condições de enquadramento para a elaboração do
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana, no qual se descrevem as opções
estratégicas em matéria de reabilitação, “nomeadamente as que têm por objeto
os edifícios as infraestruturas, os espaços urbanos e verdes de utilização
coletiva, e as atividades económicas” (alínea d) do n.º 2 do art.º 33º do Decreto-
Lei nº 307/2009 de 23 de outubro).
Para este Programa Estratégico de Reabilitação Urbana determinou-se um
conjunto de intervenções de reabilitação, cujos princípios orientadores
são:
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
Privilegiar uma escala de intervenção diferente da geralmente considerada
em reabilitação (agora o conjunto edificado em detrimento do imóvel
individualizado);
Aplicar uma visão sistémica do objeto de reabilitação, considerando,
naturalmente, a sua dimensão histórica e patrimonial, técnica e
construtiva, mas igualmente a dimensão ambiental e social, financeira e
económica.
Privilegiando a perceção da intervenção no seu conjunto, pela maior valorização
urbana que daí resulta, permite-se um salto qualitativo importante: o passar da
recuperação estrita do edificado à revitalização funcional, dos usos, das
acessibilidades, do espaço público; o passar das preocupações, legítimas e
prementes, de segurança, estabilidade e salubridade, para uma visão integrada
e estrategicamente pró-ativa, que reflita sensibilidades culturais e ambientais, a
defesa dos moradores e comerciantes, e incorporando fatores de correção no
mercado.
a) Princípios Técnicos de Intervenção
O património arquitetónico, independentemente do tipo, estará sempre sujeito a
intervenções periódicas de forma a garantir a sua preservação física. Cada
objeto é único e produto de uma época, de um estilo, de uma visão social ou,
muitas vezes, de uma simples necessidade prática.
Constituídos por materiais e técnicas diferentes, é em si um espelho das
tradições, das possibilidades e do desenvolvimento técnico/social, servindo
como simples infraestrutura ou onde uns habitaram e outros trabalharam, muitos
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
chegaram aos nossos dias alterados, desprezados e a maioria com um futuro
muito incerto.
O Programa Estratégico de Reabilitação Urbana serve como ferramenta na
batalha contínua que é a preservação do património, o conjunto pombalino, no
nosso caso concreto. Encaramos o processo em si como um processo contínuo,
tendo em consideração que o edificado que chegou aos nossos dias, com um
alto grau de autenticidade, são aqueles que foram considerados como tendo
sofrido intervenções coerentes, normalmente restringidas ao absolutamente
necessário, executadas com materiais e técnicas tradicionais de origem (ou
compatíveis), e ainda aquelas cuja finalidade e uso se mantiveram inalterados.
Continuidade é, pois, um dos termos chave do presente Programa
Estratégico de Reabilitação Urbana.
As intervenções a realizar no edificado, podem ser de vários tipos e graus, uma
simples manutenção, uma modernização, uma reabilitação total, uma mudança
de uso, alterações de plano, acréscimos, etc. Quanto maior a intervenção, maior
é o perigo de se cometerem erros que, inevitavelmente, vão conduzir à
destruição de valores. Mesmo uma simples manutenção, sem o devido
conhecimento e sensibilidade poderá acabar de uma maneira desastrosa.
O objeto alvo de intervenção será sempre respeitado como testemunho e
portador de história da qual os seus valores materiais, técnicos, arquitetónicos,
artísticos ou outros, nunca deverão ser separados ou ignorados.
Antes de qualquer intervenção, esta terá de ser planeada identificando o que se
pretende fazer: criação e/ou caracterização do programa funcional,
levantamento detalhado do imóvel, levantamento de patologias, etc. Garantindo
desta forma que qualquer problema seja previsto antes da intervenção e nunca
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
depois. A intervenção terá de ser sempre executada por profissionais
competentes e conhecedores da matéria.
b) Reabilitação Integrada
O presente Programa Estratégico de Reabilitação Urbana encontra-se
fortemente direcionado a sustentabilidade arquitetónica, económica, social e
financeira da intervenção, beneficiando da utilização dos recursos financeiros
existentes ou criados para o efeito. Deste modo, as intervenções a realizar,
passam a ser inevitavelmente uma atividade de gestão integrada e sustentada.
Pretende-se apostar na intervenção nesta área urbana, não somente como uma
recuperação física, mas como uma reabilitação integrada, ancorada na
preservação da linguagem arquitetónica do objeto, criando condições de
habitabilidade adaptadas às necessidades atuais da população.
O método aqui passa por considerar o todo e não apenas um edifício; o edificado
e sua ambiência. Ao se intervir num, automaticamente dever-se-á ter em atenção
o contexto em que está inserido. O conhecimento da história permite-nos tomar
com consciência as melhores opções na salvaguarda deste património.
c) Reabilitação Sustentada
As ações sustentáveis constituem um incentivo para a atuação do Programa
Estratégico de Reabilitação Urbana, assumindo-as como um produto que
privilegia a qualidade em detrimento da quantidade. No sentido de intervir com
bom senso e de forma equilibrada e sustentada, pretende-se valorizar não só os
edifícios e o núcleo urbano onde estão inseridos, mas igualmente importante a
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
identidade local, já que o objetivo final é a preservação do património para que
este possa ser usufruído pela geração atual e gerações vindouras.
A sustentabilidade favorecerá a relação do construído com a paisagem:
Baseando-se em fatores dinâmicos de competitividade;
Valorizando as potencialidades específicas dos imóveis e da sua localização;
Promovendo a qualidade ambiental;
Promovendo a conservação e valorização do edificado arquitetónico.
5.3 OPÇÕES ESTRATÉGICAS DE REABILITAÇÃO
5.3.1 OPÇÕES ESTRATÉGICAS - REABILITAÇÃO EDIFICADO
Nos termos da legislação aplicável, o Programa Estratégico de Reabilitação
Urbana deverá incluir uma proposta de reabilitação do território.
Recuperação do património imóvel público identificado:
Hotel Guadiana (em fase de expropriação);
Edifício da Antiga Alfândega;
Edifício das Salgas;
Edifício da PSP;
Edifício dos serviços de ação social do município;
Edifício dos serviços da VRSA-SGU;
Edifício da antiga Pousada da Juventude;
Edifício do Centro Cultural;
Edifício dos Antigos Correios;
Edifício do Balneário Público.
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
Recuperação de Propriedade Privada de interesse relevante:
Edifício do Antigo Mercado do Peixe;
Edifício “Casa dos Folques”;
Edifício “Casa Cor de Rosa”;
Edifícios Pombalinos da Frente Ribeirinha;
Edifícios da Praça Marquês de Pombal;
Edifícios Pombalinos.
5.3.2 OPÇÕES ESTRATÉGICAS - REABILITAÇÃO ESPAÇO PÚBLICO E EQUIPAMENTOS
Reorganizar e enterrar Resíduos Sólidos Urbanos;
Sistema de sombreamento do espaço público nas zonas de maior afluência
(Verão);
Renovação da rede de drenagem de águas residuais (ligação à ETAR) e pluviais;
Reabilitação/substituição de pavimentos;
Reorganização de trânsito/estacionamento/zonas de cargas e descargas;
Remoção de equipamentos/elementos perturbadores do espaço público.
5.3.3 OPÇÕES ESTRATÉGICAS DE REABILITAÇÃO – INFRAESTRUTURAS
A ARU está dotada das infraestruturas adequadas para o nível dos serviços
requeridos atualmente:
Abastecimento de Água;
Drenagem de Águas Residuais (em renovação e ligação à ETAR);
Rede de Distribuição de Energia;
Iluminação Pública;
Telecomunicações;
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
Identificou-se a necessidade de ampliação da rede de Drenagem de Águas
Pluviais, sendo que atualmente existem troços de rede unitária
(residuais/pluviais);
Identificou-se a necessidade de expansão de redes de abastecimento de Gás,
estando apenas uma pequena área da ARU infraestruturada;
Identificou-se que embora a rede de abastecimento de água esteja operacional
está obsoleta, composta por troços em fibrocimento.
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
6.PRAZO DE EXECUÇÃO DA OPERAÇÃO DE REABILITAÇÃO
URBANA (de acordo com a alínea b) do n.º 2 do artigo 33º do Decreto-Lei n.º 307/2009 de
23 de Outubro)
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
6.1 PRAZO DE EXECUÇÃO DA OPERAÇÃO DE REABILITAÇÃO URBANA
O Programa Estratégico para a Operação de Reabilitação Sistemática da Área
Reabilitação Urbana de Vila Real de Santo António vigorará pelo prazo de 15
anos contados a partir do dia da sua publicação em Diário da República,
podendo ser prorrogado por proposta municipal à assembleia municipal.
A Entidade Gestora elaborará anualmente um Relatório de Monitorização de
Operação de Reabilitação em curso, o qual será submetido à apreciação da
Assembleia Municipal.
A cada 5 anos de vigência da área de reabilitação urbana, a Câmara Municipal
submeterá à apreciação da Assembleia Municipal um relatório de avaliação da
execução da operação de reabilitação urbana, acompanhado, se for o caso, de
uma proposta de alteração do respetivo instrumento de programação.
O referido relatório e os termos da sua apreciação pela Assembleia Municipal,
serão objeto de divulgação na página eletrónica do Município e da Entidade
Gestora.
A presente estratégia de reabilitação urbana poderá ser alterada a todo o tempo,
nos termos do disposto no artigo 20.º-B do RJRU.
6.2 CRONOGRAMA DE INTERVENÇÕES
Para as operações de reabilitação de edificado privado, não se prevê prazos
máximos para a sua concretização, por dependerem da iniciativa privada, no
entanto deverá ser implementado o plano de intervenção de Edifícios
Pombalinos e de elevado valor arquitetónico.
Quadro. Cronograma das intervenções a 15 anos máx. Descrição das
intervenções e estimativas de custo.
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
Quadro Resumo de Investimento 2015-2030
AçõesData prevista
para conclusão
da atividade
Investimento
EstimadoFonte de Financiamento
Reabilitação de pavimentos existentes - demarcação do Núcleo Pombalino- Calçada/Betuminosos 2015 90.000,00 € Investimento VRSA SGU
Renovação da rede de drenagem de águas residuais (l igação ETAR) e pluviais 2015 500.000,00 € Fundos comunitários
Implementação de limitadores de trânsito automóvel nas áreas pedonais 2015 6.000,00 € Investimento VRSA SGU
Reorganização de estacionamento / Zonas de cargas e descargas 2015 2.000,00 € Investimento VRSA SGU
Implementação de Posto de Turismo 2017 60.000,00 € Fundos comunitários
Implementação de sanitários públicos com horário alargado - remodelação do atual Balneário Público 2017 40.000,00 € Fundos comunitários
Implementação de sombreamento na via pública 2017 60.000,00 € Investimento VRSA SGU
Sinalética cultural 2017 20.000,00 € Investimento VRSA SGU
Substituição do pavimento da Rua Teófilo Braga (Poente) 2020 200.000,00 € Investimento municipal
Reordenar e enterrar resíduos sólidos urbanos 2020 160.000,00 € Fundos comunitários
Implementação de caminhos acessíveis/rebaixamento passeios/substituição de caleiras 2020 120.000,00 € Investimento VRSA SGU
Requalificação da Avenida da República (alargamento de passeio e eliminação de estacionamento) 2020 300.000,00 € Fundos comunitários
Criação de espaço lúdico infantil 2020 80.000,00 € Investimento VRSA SGU
Remoção de elementos perturbadores da leitura de fachadas pombalinas e edifícios de elevado valor arquitetónico 2020 40.000,00 € Investimento VRSA SGU
Implementação de programa de incentivo à reabilitação urbana 2020 800.000,00 € Programas IHRU
Implementação de programa de incentivo à instalação de unidades turísticas 2020 800.000,00 € Fundos comunitários
Implementação de plano de reabilitação de Edifícios Pombalinos e de elevado valor arquitetónico 2020 300.000,00 € Investimento VRSA SGU
Implementação de arte urbana em espaço público 2025 200.000,00 € Investimento municipal
Remoção de equipamentos de infraestruturas técnicas perturbadoras do espaço público 2025 400.000,00 € Investimento privado
Reabilitação de Edifícios Públicos e de Propriedade Pública 2025 3.000.000,00 € Investimento privado
Criação de bolsas de estacionamento na Zona Envolvente ao Núcleo Pombalino 2025 400.000,00 € Investimento privado
Implementação de cortina arbórea no perímetro do núcleo pombalino - previsto no PPSNPVRSA 2030 30.000,00 € Investimento municipal
Abertura de Ruas - previsto no PPSNPVRSA 2030 500.000,00 € Investimento municipal
TOTAL 8.108.000,00 €
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
7.PRIORIDADES E OBJETIVOS NA EXECUÇÃO DA OPERAÇÃO
DE REABILITAÇÃO URBANA (de acordo com a alínea c) do n.º 2 do artigo 33º do Decreto-Lei
n.º 307/2009 de 23 de Outubro)
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
7.1 PRIORIDADES E OBJETIVOS NA EXECUÇÃO DA OPERAÇÃO DE
REABILITAÇÃO URBANA
Objetivos específicos para a prossecução da operação de reabilitação urbana:
Promover a reabilitação dos edifícios;
(Re) Habitar no núcleo histórico e zona envolvente;
Garantir a qualidade urbana do núcleo histórico e zona envolvente;
Manter a métrica construtiva, a materialidade, a paleta de cores, o
desenho, a composição característica de elementos dos edifícios e
reverter as situações indesejáveis;
Criar condições para mais e melhores atividades comerciais/económicas;
Criar condições para o estímulo de eventos culturais.
Como primeira prioridade a estabelecer, temos a promoção às condições
necessárias para a reabilitação do edificado. Estas intervenções deverão pautar-
se por uma conservação da qualidade urbanística e exclusão de dissonâncias.
Pretende-se a partir da reabilitação do edificado, que parte dos restantes
objetivos sejam concretizados designadamente a habitação no núcleo histórico
e sua zona envolvente e a garantia da qualidade urbana do núcleo histórico.
Os estabelecimentos comerciais serão igualmente beneficiados na promoção e
no incentivo à sua melhoria que contribuirá para criar condições para mais e
melhores atividades económicas.
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
8.AÇÕES ESTRUTURANTES DA OPERAÇÃO DE
REABILITAÇÃO URBANA (de acordo com a alínea d) do n.º 2 do artigo 33º do Decreto-Lei n.º
307/2009 de 23 de Outubro)
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
8.1 PROGRAMA DA OPERAÇÃO DE REABILITAÇÃO URBANA,AÇÕES
ESTRUTURANTES DE REABILITAÇÃO URBANA A ADOTAR
8.1.1 PROJETOS ESTRATÉGICOS E ESTRUTURANTES DE INTERVENÇÃO
O regime jurídico da reabilitação urbana (RJRU) consagrado no Decreto-Lei nº
307/2009 de 23 de Outubro, com as alterações introduzidas pela Lei n.º 32/2012
de 14 de Agosto, veio sistematizar e organizar o quadro legal da reabilitação
urbana, componente reconhecidamente indispensável da política de cidades.
A prioridade atribuída à reabilitação urbana nas políticas urbanas, o papel
desempenhado pela requalificação e revitalização das cidades no ordenamento
do território e a sua importância no urbanismo, levaram a que a Câmara
Municipal de Vila Real de Santo António tenha decidido conceber o presente
Programa Estratégico.
A Câmara Municipal dá assim continuidade à orientação de fazer acompanhar
as principais alterações que são introduzidas no quadro legal e regulamentar do
ordenamento do território e do urbanismo, da publicação de documentos de
orientação doutrinária e metodológica que contribuam para um entendimento
uniforme e para uma aplicação esclarecida dos textos legais.
Este Programa Estratégico pretende dar continuidade a alguns projetos
estruturantes anteriormente implementados, que servem de âncora ao processo
de reabilitação na ARU. São os seguintes:
Alojamento turístico para o centro histórico – Alojamento a Céu Aberto;
Estimular o comércio tradicional – Centro Comercial a Céu Aberto;
Promover a atividade cultural.
8.1.2 AÇÕES ESTRUTURANTES DE REABILITAÇÃO URBANA – EDIFÍCIOS
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
Alojamento a Céu Aberto
(contrato programa para a reabilitação e exploração conjunta de imoveis
situados no centro histórico propriedade da câmara municipal de VRSA e a
VRSA-SGU.)
Lançamento de Concurso Público para a seleção de parceiro privado, que
promova a conceção, construção/reabilitação, exploração e manutenção dos
imóveis da propriedade da CM VRSA e SGU, inseridos no centro histórico de
VRSA.
A reabilitação e exploração conjunta dos imóveis propriedade da CMVRSA e da
VRSA-SGU, inseridos no centro histórico de VRSA, para a finalidade de
desenvolver a um alojamento a céu aberto, consubstanciando a oferta de Hotel
de Charme, Hotel Design e Apartamentos de Charme, que integrados formam
um Resort Turístico alicerçado na História de VRSA.
Além da CMVRSA e da VRSA-SGU existem parcerias com outras entidades
públicas e privados.
8.1.3 AÇÕES ESTRUTURANTES DE REABILITAÇÃO URBANA – ESPAÇOS URBANOS E VERDES DE UTILIZAÇÃO COLETIVA
Centro Comercial a Céu Aberto
No âmbito da candidatura à Iniciativa JESSICA – Joint European Support for
Sustainable Investment in
City Areas, criou-se o conceito de Centro Comercial a Céu Aberto, com vista a
dinamizar o núcleo central da cidade
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
As obras de requalificação do espaço público servirão para devolve-lo ao peão,
melhorando a acessibilidade (nomeadamente a pessoas com mobilidade
condicionada) e as condições de conforto de utilização. Os trabalhos centrar-se-
ão em áreas bem definidas e delimitadas e incluirão repavimentações pontuais,
criação de sombreamento, plantação de elementos arbóreos e renovação do
mobiliário urbano e iluminação pública.
A regulamentação da ocupação da via pública deverá ser implementada em
parceria com os comerciantes locais, prevendo-se a remodelação das
esplanadas e demais equipamentos expositivos exteriores, com o objetivo de
desenvolver uma linguagem única, que contribua para a uniformização do
conjunto.
Com a criação de uma imagem de marca, pretende-se contribuir para a
promoção, comunicação e marketing de um novo conceito de vivência da cidade,
que atraia novos públicos e estimule a economia local.
Projeto de Remodelação de parte da Avenida da República
O projeto surge na sequência do Projeto de Reabilitação e Dinamização
Económica do Centro Histórico Pombalino de Vila Real de Santo António
elaborado pela VRSA-SGU e incide sobre o lado poente da referida Avenida,
entre a Rua de 25 de Abril e a Rua de Ayamonte. Os trabalhos incluem o
alargamento dos passeios fronteiros aos quarteirões ribeirinhos.
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
9.MODELO DE GESTÃO DA ÁREA DE REABILITAÇÃO URBANA
E DE EXECUÇÃO DA RESPETIVA OPERAÇÃO DE
REABILITAÇÃO URBANA
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
9.1 DETERMINAR O MODELO DE GESTÃO DA ÁREA DE REABILITAÇÃO
URBANA E DE EXECUÇÃO DA RESPETIVA OPERAÇÃO DE
REABILITAÇÃO URBANA
O modelo de execução da operação de reabilitação urbana a adotar prevê que
as execuções das ações sejam feitas das seguintes formas:
No caso dos edifícios públicos e espaços públicos a execução das ações é
promovida pela VRSA-SGU, nas ações sobre edifícios privados, a execução
recairá, preferencialmente sobre os particulares, estes contaram o apoio da
entidade gestora, nomeadamente ao nível de informação sobre legislação,
identificação de opções de financiamento, acompanhamento das obras, entre
outras que se venham a afigurar como necessárias.
O envolvimento dos particulares é verdadeiramente fundamental em todo este
processo, nessa medida cabe à VRSA-SGU, um papel primordial de criação de
uma política de estímulo à recuperação do património edificado e à qualificação
dos projetos. Nessa medida, a entidade gestora terá também um papel
fundamental de divulgação da operação de reabilitação urbana junto dos
particulares e de consciencialização pública da importância do património
edificado e da sua conservação, através de ações de sensibilização da
população e agentes económicos.
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
10.QUADRO DE APOIOS E INCENTIVOS E SOLUÇÕES DE
FINANCIAMENTO DAS AÇÕES DE REABILITAÇÃO
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
10.1 QUADRO DE APOIOS E INCENTIVOS ÀS AÇÕES DE REABILITAÇÃO
EXECUTADAS PELOS PROPRIETÁRIOS E DEMAIS TITULARES DE
DIREITOS E PROPOR SOLUÇÕES DE FINANCIAMENTO DAS AÇÕES DE
REABILITAÇÃO
A delimitação de uma ARU obriga à definição pelo município de um quadro de
benefícios fiscais associados aos impostos municipais sobre o património (IMI,
IMT). Confere aos proprietários e titulares de outros direitos, ónus e encargos
sobre os edifícios ou frações nela compreendidos o direito de acesso aos apoios
e incentivos fiscais e financeiros à reabilitação urbana, nos termos estabelecidos
na legislação aplicável, sem prejuízo de outros benefícios e incentivos relativos
ao património cultural, nos termos das alíneas a) e b) do artigo 14.º do RJRU.
10.1.1 PROPOSTA DE BENEFÍCIOS FISCAIS
QUADRO DE BENEFICIOS FISCAIS
Imposto sobre o valor acrescentado (IVA)
Às seguintes verbas aplica-se a taxa reduzida de 6%:
• “Empreitadas de reabilitação urbana, tal como definida em diploma
específico, realizadas em imóveis ou em espaços públicos localizados em áreas
de reabilitação urbana (áreas críticas de recuperação e reconversão urbanística,
zonas de intervenção das sociedades de reabilitação urbana e outras)
delimitadas nos termos legais, ou no âmbito de requalificação e reabilitação de
reconhecido interesse público nacional”.
Imposto municipal sobre imóveis (IMI)
• Os prédios urbanos objeto de ações de reabilitação são passíveis de
isenção de IMI por um período de 5 anos, a contar do ano, inclusive da conclusão
da mesma reabilitação, podendo ser renovada por um período adicional de 5
anos. As ações de reabilitação têm que ter iniciado após 1 de janeiro de 2008 e
estar concluídas até 31 de dezembro de 2020.
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
• Os prédios urbanos têm que se localizar em Áreas de Reabilitação Urbana
ou têm de ser prédios arrendados passíveis de atualização faseada das rendas
nos termos dos artigos 27.º e seguintes do NRAU. Esta isenção está dependente
de deliberação da Assembleia Municipal do respetivo município onde se insere
o prédio urbano. (Consultar números 7, 19, 20, 21, 22 e 23 do artigo 71.º do EBF)
Imposto municipal sobre transmissões onerosas de imóveis (IMT)
• São isentas de IMT as aquisições de prédio urbano ou de fração
autónoma de prédio urbano destinado exclusivamente a habitação própria e
permanente, na primeira transmissão onerosa do prédio reabilitado, quando
localizado em Área de Reabilitação Urbana. As ações de reabilitação têm que
ter iniciado após 1 de janeiro de 2008 e estar concluídas até 31 de dezembro de
2020. Os prédios urbanos têm que se localizar em Áreas de Reabilitação Urbana
ou têm de ser prédios arrendados passíveis de atualização faseada das rendas
nos termos dos artigos 27º e seguintes do NRAU. Esta isenção está dependente
de deliberação da Assembleia Municipal do respetivo município onde se insere
o prédio urbano.
(Consultar números 8, 19, 20, 21, 22 e 23 do artigo 71.º do EBF)
Imposto sobre o rendimento das pessoas singulares (IRS)
• São dedutíveis à coleta, até ao limite de 500€, 30% dos encargos
suportados pelo proprietário relacionados com a reabilitação de imóveis
localizados em Área de Reabilitação Urbana e recuperados nos termos das
respetivas estratégias de reabilitação ou imóveis arrendados passíveis de
atualização faseada das rendas nos termos dos artigos 27.º e seguintes do
NRAU que sejam objeto de ações de reabilitação.
(Consultar n.º 4 do artigo 71.º do EBF)
• As mais-valias auferidas por sujeitos passivos de IRS residentes em
território português são tributadas à taxa autónoma de 6%, sem prejuízo da
opção pelo englobamento, quando sejam inteiramente decorrentes da alienação
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
de imóveis situados em Área de Reabilitação Urbana, recuperados nos termos
das respetivas estratégias de reabilitação.
(Consultar n.º 5 do artigo 71.º do EBF)
• Os rendimentos prediais auferidos por sujeitos passivos de IRS residentes
em território português, são tributadas à taxa de 6%, sem prejuízo da opção pelo
englobamento, quando sejam inteiramente decorrentes do arrendamento de
imóveis situados em Área de Reabilitação Urbana, recuperados nos termos das
respetivas estratégias de reabilitação ou imóveis arrendados passíveis de
atualização faseada das rendas nos termos dos artigos 27.º e seguintes do
NRAU, que sejam objeto de ações de reabilitação.
(Consultar n.º 6 do artigo 71.º do EBF)
INCENTIVOS FINANCEIROS
A criação de um regime excecional para as obras de conservação para os
imóveis situados no Núcleo Pombalino e Zona de Envolvente que íntegra o
PPS.NP.VRSA, de forma a isentar aquelas obras do pagamento de taxas
administrativas normalmente associadas às operações de licenciamento
urbanísticos, nomeadamente, mas não exclusivamente, as taxas devidas pela
apreciação de pedidos e pela emissão dos alvarás necessários à realização da
obra.
OUTROS INCENTIVOS E APOIOS
Deverá ser prestado apoio aos procedimentos administrativos próprios da
instrução de processos de licenciamentos de operações urbanísticas ou de
candidaturas, assim como apoio técnico nas áreas da arquitetura e engenharia
às obras de reabilitação consideradas de escassa relevância urbanística ou
isentas de licenciamento municipal, nomeadamente pelo apoio com recurso a
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
suportes gráficos, aconselhamento para técnicas e métodos de construção,
seleção e escolha de materiais.
Sugere-se ainda que sejam criadas a “Bolsa de projetistas e consultores,
prestadores de serviços de empreitadas e fornecedores de materiais de
construção” e a “Bolsa de imóveis destinados a venda e aluguer”, informação
disponível nos serviços físicos e nos sites da CMVRSA e da SGU-VRSA.
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
11.1 PROGRAMA DE INVESTIMENTO PÚBLICO NA ECONOMIA LOCAL
NECESSÁRIO AO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA OPERAÇÃO
Fazem parte do programa de investimento público na presente ARU, os
seguintes projetos:
• A reabilitação e exploração conjunta de imóveis propriedade da CM VRSA
e da VRSA-SGU, inseridos no centro histórico de VRSA, com o propósito de
desenvolver um “Alojamento a Céu Aberto”, integrando um Hotel de Charme, um
Hotel Design e Apartamentos de Charme, formando um Resort Turístico
alicerçado na História de VRSA;
• Implementação de um programa cultural contínuo;
• Consolidação do Centro Comercial a Céu Aberto.
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
12.PROGRAMA DE FINANCIAMENTO DA OPERAÇÃO DE
REABILITAÇÃO URBANA
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
12.1 PROGRAMA DE FINANCIAMENTO DA OPERAÇÃO DE REABILITAÇÃO
URBANA – RECUPERAÇÃO DO EDIFICADO, COM ESTIMATIVA DOS
CUSTOS TOTAIS DA EXECUÇÃO
ESTIMATIVA ORÇAMENTAL – QUADRO RESUMO
Quarteirões Estimativa Orçamental
Núcleo Pombalino
Q1 22.840,00 €
Q2 314.568,00 €
Q3 428.456,00 €
Q4 A 304.980,00 €
Q4 B 261.602,00 €
Q5 139.480,00 €
Q6 208.654,00 €
Q7 248.016,00 €
Q8 334.400,00 €
Q9 358.600,00 €
Q10 283.796,00 €
Q11 227.356,00 €
Q12 614.400,00 €
Q13 184.920,00 €
Q14 316.560,00 €
Q15 668.448,00 €
Q16 660.472,00 €
Q17 449.052,00 €
Q18 1.285.188,00 €
Q19 376.116,00 €
Q20 248.272,00 €
Q21 710.128,00 €
Q22 - €
Q23 746.088,00 €
Q24 176.602,00 €
Q25 309.240,00 €
Q26 395.144,00 €
Q27 1.179.874,00 €
Q28 361.208,00 €
Q29 585.318,00 €
Q30 407.484,00 €
Q31 261.480,00 €
Q32 379.184,00 €
Q33 565.072,00 €
Q34 278.544,00 €
Q35 980.280,00 €
Q36 344.446,00 €
Q37 434.840,00 €
Q38 202.808,00 €
Q39A 322.900,00 €
Q39B 360.590,00 €
Q40 604.716,00 €
Q41 97.200,00 €
Total NP 17.639.322,00 €
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NOTA: (1) Custos estimados de construção sem IVA e não incluindo os seguintes custos: Aquisição do imóvel, indemnizações,
realojamentos, projetos, gestão e fiscalização, comercialização, taxas e licenças administrativas.
(2) As áreas de referência são as constantes nas cadernetas prediais.
(3) Os valores estimados estão sempre sujeitos à posterior elaboração, por parte dos donos de obra, de um caderno
de encargos com as especificações dos trabalhos a realizar.
Em anexo poderão ser consultados os quadros por quarteirão que serviram de
base a este quadro resumo.
Zona Envolvente
QI 118.372,00 €
QII 34.000,00 €
QIII 110.908,00 €
QIV 458.044,00 €
QV 248.076,00 €
QVI 236.880,00 €
QVII 390.840,00 €
QVIII 229.176,00 €
QIX 911.552,00 €
QX 345.014,00 €
QXI 457.640,00 €
QXII 112.846,00 €
QXIII 151.732,00 €
QXIV 4.104.736,00 €
QXV 290.256,00 €
QXVI 391.822,00 €
QXVII 669.400,00 €
QXVIII 468.132,00 €
QXIX 353.480,00 €
QXX 150.120,00 €
QXXI 332.836,00 €
QXXII 186.880,00 €
QXXIII 320.604,00 €
QXXIV 835.424,00 €
QXXV 894.352,00 €
QXXVI 591.452,00 €
QXXVII A/B 1.985.086,00 €
QXXVIII 444.444,00 €
QXXIX 948.000,00 €
Total ZE 16.772.104,00 €
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12.2 SUSTENTABILIDADE ECONÓMICA E FINANCEIRA DAS
INTERVENÇÕES NA EXECUÇÃO DO PROGRAMA ESTRATÉGICO DE
REABILITAÇÃO URBANA
Princípios gerais de sustentabilidade económico-financeira da ação de reabilitação proposta. Imperativo de autossustentabilidade financeira.
A intervenção adotada assenta no pressuposto de sustentabilidade financeira
endógena. Nesses termos, a intervenção de reabilitação/regeneração urbana
proposta deverá ser financiada por fluxos financeiros privados, não devendo
depender da ação de qualquer fluxo de financiamento público, pelo menos no
sentido tradicional do termo. A intervenção será tendencialmente
autossustentável do ponto de vista financeiro, pelo menos na parte referente aos
imóveis.
Considerando os diversos constrangimentos jurídico-financeiros, as entidades
públicas não estão em condições de financiar operações de reabilitação. Para
este facto concorrem, quer as obrigações decorrentes do Pacto de Estabilidade
e Crescimento (congeminadas com a redução de receita proveniente dos
impostos) que limitam a ação da Administração Central, quer as limitações
decorrentes do Programa de Estabilidade e Crescimento aprovado pelo
Governo, que limitam o endividamento das autarquias locais. Tais
constrangimentos impedem qualquer ação pública, seja a que nível for, no
financiamento integral deste tipo de intervenções.
A. Política de Financiamento – Sistema Tripartido
Quando falamos em reabilitação há que ter em conta a conjugação de duas
valências essenciais que assentam, por si só, em dois pressupostos:
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
1.º- Uma lógica de recuperação do espaço urbano e desenvolvimento social
(reabilitação integrada);
2.º- Uma lógica de geração de lucros essenciais para a autossustentação do
projeto e para a remuneração dos capitais investidos (reabilitação
autossustentada).
Não se poderá esperar que a Câmara Municipal de Vila Real de Santo António
ou o Estado Português, desenvolvam todo o esforço necessário à reabilitação
do Núcleo Pombalino. Efetivamente, uma política deste teor seria não só
financeiramente inviável como iria originar uma subsidiodependência totalmente
evitável.
Note-se, que não se está a falar de projetos individualizados de frações ou
edifícios. Está em causa, neste propósito, um núcleo urbano degradado e
descaracterizado a vários níveis. A aposta num sistema sustentável irá constituir
uma decisiva alavanca para a atuação em sede de reabilitação. Assumindo-o
como um produto que privilegia a qualidade em detrimento da quantidade, deve
sujeitar a sua ação a uma constante análise da capacidade da sua carga
sistémica, promovendo deste modo, a monitorização e avaliação dos resultados
com base em indicadores.
No entanto, e em termos de sustentabilidade da operação, os fluxos financeiros
decorrentes de construção nova deverão ser necessariamente aplicados na
angariação de recursos financeiros para a ação de reabilitação. Por sua vez, os
custos com infraestruturas urbanas de proximidade terão de ser sustentados
pelos novos promotores imobiliários, pelo menos em parte.
Primeiro Nível de Financiamento – Ação Privada – Proprietários dos
Imóveis
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
Será exigido um esforço financeiro na reabilitação dos imóveis por parte dos
seus proprietários
Assim, efetua-se uma distinção entre os imóveis habitados (pelos próprios ou
por arrendatários) e os imóveis devolutos. Neste último caso, a ação da VRSA -
SRU será mais musculada, indo exigir a sua reabilitação imediata. Efetivamente,
neste último caso não existem condicionantes de ordem económico-social a
respeitar, sendo que os edifícios devolutos geram enormes externalidades
negativas nas áreas em redor (insegurança, insalubridade, degradação
paisagística), fatores redutores dos níveis de Bem-Estar Social que
fundamentam a ação de intervenção mais acutilante.
Nesta perspetiva, poderá ser desenvolvida uma ação privada de reabilitação,
mas coordenada a nível global pela entidade gestora por via do Programa
Estratégico de Reabilitação Urbana.
Este tipo de iniciativa deverá ser a base da intervenção, atento o princípio da
subsidiariedade da ação pública face à ação privada. De facto, se a ação privada
– coordenado pelo instrumento público de orientação – for suficiente para a
resolução da questão, para a concretização da ação de reabilitação, não será
necessária qualquer ação pública (salvaguardado, claro está, a intervenção no
espaço público).
A intervenção pública limitar-se-á, neste nível, ao papel regulador e orientador
do mercado.
Segundo Nível de Financiamento – Fundos provenientes da Promoção
Imobiliária (dos proprietários atuais ou de parceiros) – Ação Mista –
Parcerias Público-Privadas
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
A área de intervenção da ARU tem uma localização apetecível da perspetiva
imobiliária. Nesta perspetiva, a VRSA - SRU poderá desenvolver ações de
expropriação de determinados imóveis (armazéns degradados, anexos ilegais,
casas abarracadas) e aí negociar a construção com o promotor-regulador (ou
colocar esses imóveis no mercado), com salvaguarda dos mecanismos
concursais, gerando assim a liquidez necessária à subsidiação dos proprietários
privados carenciados e ao melhoramento dos espaços públicos. Este modelo de
Parceria Público-Privada visando a regeneração urbana deverá ser fomentada,
adicionando-se um elevado grau de certeza quanto ao conteúdo das
intervenções possíveis e a garantia de uma aprovação célere dos processos de
licenciamento.
Note-se que as mais-valias fundiárias realizadas deverão ser integralmente
reinvestidas na realização das diversas operações de reconversão urbanística.
Importante referir que os terrenos serão valorizados tendo em consideração a
melhoria da qualidade urbanística.
Neste nível, para além do papel regulador e orientador, a ação pública deverá
fomentar a criação das parcerias (por via da VRSA, SGU), tendo em vista a
catalisação dos investimentos e a convergência de interesses, nos diversos
sectores de atividade económica.
Note-se que o alcance destas parcerias (designadamente, concessão
urbanística, administração conjunta, empreitada única ou contrato de
reabilitação urbana) pode estender-se para além da área de intervenção.
Efetivamente, qualquer ação relevante na área concelhia poderá ter como
elemento de compensação o financiamento de ações relevantes ao nível do
Núcleo Pombalino de Vila Real de Santo António, justificando-se, desta forma,
uma intervenção mediadora da VRSA, SGU.
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Terceiro Nível de Financiamento – Ação Pública – Instrumentos de
Financiamento Público Inovadores
Quando se fala em autossustentabilidade da operação de reabilitação do Núcleo
Pombalino de Vila Real de Santo António e na desnecessidade de financiamento
público da mesma, tal não significa que a intervenção pública seja totalmente
desprezada. Efetivamente, não se poderá esquecer que existe um interesse
público da coletividade na reabilitação desta zona habitacional histórica. Por
outro lado, face aos imperativos constitucionais de redistribuição de riqueza, uma
ação de cofinanciamento dos proprietários carenciados seria totalmente
justificada. No entanto, e sem prejuízo dos fundos disponíveis para o efeito, as
entidades públicas, nomeadamente a VRSA - SGU, deverá utilizar de forma
inovadora os instrumentos que tem ao seu dispor no sentido do apoio a esta
ação de reabilitação, sem que venha a ser necessário despender qualquer
recurso público adicional.
Note-se que o Plano de Pormenor de Salvaguarda do Núcleo Pombalino de
Vila Real de Santo António já prevê mecanismos de perequação.
Assim, em jeito de conclusão, face ao atual enquadramento legal e constitucional
regulador da atividade urbanística vigente no nosso País, os instrumentos
perequativos configuram-se como instrumentos obrigatórios de compensação,
que se corporizam na exigência de um montante pecuniário ao proprietário que
detenha uma capacidade edificatória superior ao índice médio de construção,
montante esse que deveria necessariamente ser canalizado para os
proprietários que sofram um constrangimento edificatório superior ao mesmo
índice médio, ou seja, que detenham um direito concreto a construir inferior ao
índice padrão médio.
Catalisação de Apoios Públicos – Fundos Municipais e Fundos Nacionais
(IHRU)
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Para além destes modelos de financiamento, caberá à VRSA, SGU, enquanto
entidade gestora a catalisação dos apoios disponíveis ao nível do IHRU bem
como a aplicação dos fundos para habitação social disponíveis, e
eventualmente, a candidatura à iniciativa JESSICA e aos Fundos de
Desenvolvimento Urbano.
Conclusões quanto ao custo de obra
A estimativa de obra pressupõe o desenvolvimento integral dos mecanismos de
autossustentabilidade propostos. Nesta ótica, será reduzido o esforço financeiro
público a efetuar. Os fluxos provenientes da ação de reabilitação/regeneração
das áreas deverão ser suficientes para compensar os custos.
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13.1 ENTIDADE GESTORA DA ÁREA DE REABILITAÇÃO URBANA
A entidade gestora da ARU como anteriormente referido será a VRSA-SGU que tem
como uma das suas funções gerir a área afeta ao PPS.NP.VRSA, por delegação de
competências executadas pela Câmara Municipal de Vila Real de Santo António.
Com este modelo procura-se agilizar todo o processo de reabilitação, nomeadamente a
nível de:
Recursos humanos.
Existência de uma estrutura mais operacional e eficiente no tratamento dos processos
de licenciamento urbanístico de reabilitação;
Especificidade de atuação.
Equipa direcionada exclusivamente para a promoção, incentivo e viabilização de
operações de reabilitação urbana do edificado.
Contactos com os agentes intervenientes no processo.
Promover enquanto entidade gestora, o contacto direto e portanto privilegiado com
proprietários, empreiteiros, Câmara Municipal, entidades governamentais, entre outros.
Com uma entidade direcionada exclusivamente para a gestão da ARU, torna-se assim
mais fácil o atendimento aos processos de reabilitação urbana quer pela afetação
exclusiva dos recursos humanos quer pela relação de proximidade com todos os
intervenientes. Este facto permite assegurar a monitorização de todos os processos,
desde a fase de instrução até à sua conclusão.
A entidade gestora deve ter sempre presente que a reabilitação do edificado cabe, em
primeira instância, aos seus proprietários no sentido de realizar todas as obras
necessárias à manutenção ou reposição da sua segurança, salubridade e arranjo
estético, conforme previsto no Artigo 89.º, Decreto-Lei nº 555/1999 de 16 de dezembro
(na sua redação atual).
As disposições urbanísticas a observar na reabilitação dos edifícios ou frações assenta
no enquadramento legal em vigor, designadamente o PPS.NP.VRSA.
13.2 PODERES DELEGADOS À ENTIDADE GESTORA
O Município de Vila Real de Santo António não assumirá as funções de entidade
gestora da ARU de VRSA, delegando na VRSA - Sociedade de Gestão Urbana,
E.M. o uso de todas as competências ao seu dispor, e no âmbito da lei, na
execução do presente Programa Estratégico de Reabilitação Urbana.
Programa Estratégico de Reabilitação Urbana
Nos termos da alínea i) do n.º 2 do artigo 33.º, do artigo 36.º, dos artigos 44.º a
48.º do Decreto-Lei n.º 307/2009, de 23 de Outubro, são delegados à VRSA,
Sociedade de Gestão Urbana, E.M., os seguintes poderes:
as competências para a prática dos atos administrativos inseridos nos
procedimentos de licenciamento e de comunicação prévia de operações
urbanísticas, e ainda de autorização de utilização, que, nos termos do
disposto no regime jurídico da urbanização e da edificação, aprovado pelo
Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de Dezembro, sejam da competência da
câmara municipal ou do seu presidente;
inspeções e vistorias, nomeadamente as competências para ordenar e
promover, em relação a imóveis localizados na respetiva área de
reabilitação urbana, a realização de inspeções e vistorias de fiscalização,
nos termos previstos no regime jurídico da urbanização e da edificação,
aprovado pelo Decreto -Lei n.º 555/99, de 16 de Dezembro;
adoção de medidas de tutela da legalidade urbanística nos termos
previstos no regime jurídico da urbanização e da edificação, aprovado
pelo Decreto -Lei n.º 555/99, de 16 de Dezembro.
cobrança de taxas;
receção das cedências ou compensações devidas.
A VRSA – Sociedade de Gestão Urbana, E.M, na qualidade de entidade gestora
irá usar todos os Instrumentos de Execução da Operação de Reabilitação
Urbana Sistemática, previstos nos artigos 54.º e seguintes do RJRU,
nomeadamente:
imposição de obras coercivas, quando os proprietários tiverem
possibilidades de sustentar os encargos da operação, e sem prejuízo de
programas específicos de apoio eventualmente existentes para o caso;
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o desenvolvimento de empreitada única, quando tal se constituir como
forma mais eficiente de proceder às intervenções;
a ordem de demolição de edifícios, quando estiverem reunidos os
requisitos constantes do artigo 57.º do RJRU;
o direito de preferência quando estiverem reunidos os requisitos
constantes do artigo 58.º do RJRU;
o arrendamento forçado, quando estiverem reunidos os requisitos
constantes do artigo 59.º do RJRU;
a constituição de servidões, nos termos do artigo 60.º do RJRU;
o desenvolvimento de ações de expropriação, quando estiverem reunidos
os requisitos constantes do artigo 61.º do RJRU;
o desenvolvimento de venda forçada, quando estiverem reunidos os
requisitos constantes do artigo 62.º do RJRU;
e, a reestruturação de propriedade, nos termos do artigo do artigo 64.º do
RJRU.