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Programa Nacional de Sanidade de Equídeos DSA/DDA/SEAPA/RS Programa de Sanidade de Equideos - PNSE no RS GUSTAVO NOGUEIRA DIEHL FISCAL ESTADUAL AGROPECUÁRIO MÉDICO VETERINÁRIO, MSc MUERMO EQUINO: EPIDEMIOLOGIA CLÍNICA Y DIAGNÓSTICO EM RIO GRANDE DO SUL

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Programa Nacional de Sanidade de Equídeos – DSA/DDA/SEAPA/RS

Programa de Sanidade de

Equideos - PNSE no RS

GUSTAVO NOGUEIRA DIEHL

FISCAL ESTADUAL AGROPECUÁRIO

MÉDICO VETERINÁRIO, MSc

MUERMO EQUINO: EPIDEMIOLOGIA

CLÍNICA Y DIAGNÓSTICO EM

RIO GRANDE DO SUL

Novos conceitos em saúde

animal: • Responsabilidades compartilhadas

– Proprietários e entidades representativas

– Médicos Veterinários privados

– Laboratórios privados credenciados

– Estabelecimentos comerciais e de abate

– Serviço Veterinário Oficial (federal, estadual e

municipal)

• OIE – saúde única

– Saúde animal X saúde pública

Programa Nacional de Sanidade de Equídeos – DSA/DDA/SEAPA/RS

Programa Nacional de Sanidade de Equídeos – DSA/DDA/SEAPA/RS

Prevenir, controlar ou erradicar doenças dos equídeos, promovendo as seguintes atividades:

I - educação sanitária; II - estudos epidemiológicos; III - fiscalização e controle do trânsito de equídeos; IV - cadastramento, fiscalização e certificação sanitária de estabelecimentos; e V - intervenção imediata quando da suspeita ou ocorrência de doença de notificação obrigatória.

PNSE - estratégia

Programa Nacional de Sanidade de Eqüídeos – DSA/DDA/SEAPA/RS

Situação Sanitária

• Doenças de equídeos da lista da OIE: • Febre do Oeste do Nilo*;

• Peste equina africana*;

• Arterite viral equina*;

• Encefalomielite equina (Leste e Oeste);

• Encefalomielite equina venezuelana*;

• Durina*;

• Influenza equina;

• Metrite contagiosa equina*;

• Mormo,

• Peste equina*;

• Piroplasmose equina;

• Rinopneumonia equina.

* Sem registro oficial de casos no país.

Lista de Doenças de

Notificação Compulsória

• Porque algumas doenças são de notificação obrigatória e outras não?

Doenças de impacto econômico elevado

Rápida difusão em uma mesma unidade geográfica

Pouca eficiência em procedimentos terapêuticos

Possibilidade de erradicação do agente causador

Sanidade animal e reserva de mercado

Porque preocupar-se com doenças

dos equídeos?

• Doenças como AIE ocorrem em % baixo

mas não podem se negligenciadas

• Importância atividade

• Fortíssima relação com ser humano

• Saúde pública

• Restrições realização de eventos

• Prevenção para evitar situações como...

Porque preocupar-se com doenças

dos equídeos?

Programa Nacional de Sanidade de Equídeos/RS – DDSA/DDA/SEAPA-RS

Porque preocupar-se com doenças

dos equídeos?

Bases da Defesa Sanitária

Animal

• Controle da movimentação e do estoque de

animais;

• Manejo = obrigações sanitárias (vacinações,

testes diagnósticos, colheitas de amostras);

• Monitoramento e vigilância sanitária.

Controle de movimentação

• O SVO precisa saber origem e destino

de animais em trânsito (em caso de

foco, pode rastrear);

• O documento de trânsito é a Guia de

Trânsito Animal (GTA);

• Todo produtor rural que tenha animais

deve ter cadastro na SEAPI (IDA),

que fará o controle do estoque e da

movimentação (GTA).

DFDSA

MORMO

Etiologia

• Agente: Burkholderia mallei - bacilo

gram negativo.

• Espécies suscetíveis: mamíferos

– Equídeos são mais suscetíveis seguidos dos

felinos e caninos

Curiosidades

• Descrita por Aristóteles e Hipócrates séculos III e IV a.C.

• I Guerra Mundial

• Suspeita-se uso como agente biológico

• Grande nº de casos em humanos na Rússia após a guerra.

• Último caso em humanos EUA trabalhador laboratório ano 2000

• No período entre 1968 e 2000 não houve qualquer registro oficial da doença em território brasileiro, sendo considerada extinta pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)

Transmissão

• Contato com fluídos corporais dos animais doentes, como: pus, urina, secreção nasal e fezes (direto ou fômites)

• Via aerógena

• Agente pode penetrar no organismo pela via digestiva, respiratória, genital ou cutânea, alcançando a circulação sanguínea e linfática

• Período de incubação de 1 a 14 dias até 06 meses OIE

Fatores predisponentes

• Ambiente com elevada umidade e calor

• Aglomeração de equídeos

• Sistema de criação coletiva

• Higiene ineficiente dos equipamentos e

instalações

• Ausência de programas sanitários de

controle e erradicação

5. Sinais clínicos

FORMA AGUDA FORMA CRÔNICA

- Febre

- Descarga nasal

mucopurulenta ou

sanguinolenta

- Úlceras necróticas na

cavidade nasal

- Pneumonia

fibrinopurulenta

- Abscessos nodulares

- Artrite Purulenta

- Linfangite e edema

- Emagrecimento

- Sem sintomatologia

clínica

- Febre intermitente

- Magreza

- Edema dos membros

- Semiflexão dos membros

- Sinuvite

- Abscessos hepáticos,

esplênicos e miosite

piogranulomatosa

Mormo em Humanos

• Transmissão para Homem contato direto com animais infectados

• Doença ocupacional

• Forma pulmonar altamente fatal

• As infecções podem ser classificadas em: localizadas, cutâneas, pulmonares, generalizadas e crônicas supurativas da pele

• Os sintomas gerais incluem febre, dores musculares, dor no peito, rigidez muscular e cefaléia. (Dispnéia – morte)

• Podem ainda apresentar lacrimejamento excessivo dos olhos, sensibilidade à luz e diarréia.

Doença no homem

Diagnóstico

• Suspeita Clínica: NOTIFICAÇÃO AO SVO

• Fixação de complemento

• Teste da Maleína

• Western Blotting*

FC

É o mais acurado dos testes sorológicos

para o Diagnóstico de Mormo (90 –95%). Sendo a reação

positiva logo após uma semana de infecção,

permanecendo positiva por longo período de tempo

( Mormo crônico principalmente em Equinos)

Maleinização

Teste da Maleína • Histórico:

• O teste da maleína foi o primeiro teste de diagnóstico para o mormo.

• Tem sido o melhor teste para o diagnóstico a campo em programas de erradicação desde 1890.

• Foi desenvolvido por militares veterinários Russos em 1891.

• Estados Unidos e Canadá iniciaram o uso deste teste de diagnóstico em 1905.

• Aplicação intradermopalpebral é a mais recomendada.

Maleina positiva • Reação +

• Edema na pálpebra com ou sem

presença de corrimento

Maleína negativo

• Reação - Não há reação ou somente

pequena pápula no ponto de

inoculação

Medidas de prevenção e

controle • O tratamento não é indicado, pois os animais

permanecem infectados por toda a vida, tornando-se fontes de infecção para outros animais.

• O controle do mormo é baseado no isolamento da área que contém animais doentes, sacrifício destes animais positivos, isolamento e reteste dos suspeitos, cremação dos corpos dos infectados, desinfecção das instalações e todo o material que entrou em contato com os doentes.

• Controle do trânsito de animais entre os Estados e internacionalmente, com apresentação de resultados negativos de testes realizados

Base Legal – IN 24/2004

• Normas para controle e erradicação de

Mormo

• Diagnóstico: fixação do complemento

• Validade do exame 60 dias

• (180 dias - propriedades controladas)

• Medidas para a erradicação dos focos

• Controle de trânsito intra e interestadual

• Participação em eventos hípicos

Mormo no mundo

Mormo no Brasil

Maio 2014

Abril 2013

novembro 2014

Programa Nacional de Sanidade de Equídeos/RS – DDSA/DDA/SEAPA-RS

Os estados que estão atualmente infectados com MORMO são:

Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás,

Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,

Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte,

Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima,

Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.

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TOTAL BRASIL

75 focos jan – jun 2015

Programa Nacional de Sanidade de Eqüídeos/RS – DDSA/DDA/SEAPA-RS

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Histórico

• 13/04/15 – Reunião na SEAP com entidades representativas da equinocultura gaúcha sobre adoção de medidas

para mitigação de risco para ocorrência de Mormo no Rio Grande do Sul que resultou na publicação da IN

02/2015 publicada no DOE de 26/05/15.

• 15/04/15 – Notificação por terceiros na Inspetoria de Defesa Agropecuária (IDA) de Rolante de propriedade com

equino fêmea com sinais de doença respiratória a mais de 30 dias que não respondeu a longo tratamento

antimicrobiano. Na visita a propriedade, apóso exame clínico da égua doente, foram observados sinais

respiratórios, bronquite, taquipnéia, apatia, edema e claudicação (sinais sugestivos de mormo). Neste

estabelecimento rural (Haras e Hotelaria) havia 41 equinos, nesta data somente o equino com sinais clínicos teve

sangue coletado para posterior encaminhamento ao Laboratório Oficial para exame diagnóstico de mormo –

suspeita inicial.

• 15/04/15 – Lavrado Auto de Interdição.

• 16/04/15 – Égua com sintomatologia clínica veio a óbito na propriedade com acompanhamento do enterrio pela

IDA Rolante.

• 04/05/15 – Emissão Laudo Negativo para exame de Mormo pelo Laboratório Oficial - Lanagro/PE (Western

Blotting - WB)–recebido em 05/05/15.

• 05/05/15 – Orientação da Coordenação do Programa Nacional de Sanidade dos Equídeos (PNSE) para que a

investigação fosse mantida e que os demais equinos da propriedade fossem coletados para realização de teste

de Fixação do Complemento (FC) no LANAGRO-PE e que qualquer resultado diferente de "negativo" será

automaticamente submetido ao teste de WB. Orientação encaminhada à IDA de Rolante na mesma data.

• 05/05/15 – Mantida interdição e investigação, agendada data para nova coleta.

• 13/05/15 – Segunda visita a propriedade foco para atender orientação da coleta para exame diagnóstico de

mormo dos demais equídeos da propriedade, nenhum animal apresentava sinais clínicos sugestivos de mormo.

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Histórico • 01/06/15 – Recebimento às 17:50 do Laudo do LANAGRO/PE de 01 equino com resultado positivo para mormo

nas provas de FC e WB, 01 equino com resultado positivo para mormo na FC e negativo no WB e 01 equino com

resultado inconclusivo para mormo nas provas de FC e WB.

• 01/06/15 – Recebimento do Ofício da 101/2015 - SSA/SFA/RS – MAPA com solicitações de ações tomadas

frente ao diagnóstico positivo para Mormo, em atendimento as medidas preconizadas pela IN 24/2004.

• 02/06/15 – Reunião entre responsáveis das divisões e departamentos DSA, DCIS, DDA, DA e Gab. do Secretário

da SEAP para definição das ações a serem adotadas para controle do foco, contato com responsáveis da SR e

IDA envolvida. Redação da Circular 044/2015 e IN 03/2015.

• 03/06/15 – Publicação no DOE da IN 03/2015 tornando obrigatória a apresentação de teste negativo para mormo

para trânsito intraestadual de equinos e revogação da IN 02/2015.

• 03/06/15 – Sacrifício do equino positivo, desinfecção de materiais e utensílios na propriedade, início da

investigação epidemiológica de propriedades com vínculo.

• 03/06/15 até o presente momento – Investigação dos vínculos epidemiológicos. Interdição das propriedades com

vínculo epidemiológico com a propriedade foco e coleta dos equinos para diagnóstico laboratorial. Foram

interditadas 07 propriedades com vínculo com a propriedade foco e coletado sangue para exame diagnóstico de

um total de 28 animais (sendo 03 por receberem animais que estiveram na propriedade foco nos últimos 06

meses e 04 por serem lindeiras a propriedade foco), além de visitas em todas as propriedades de Rolante ou

municípios vizinhos (Taquara, Igrejinha e Sapiranga) que haviam recebido equídeos de Estados com ocorrência

de mormo em 2015 (total de 04 propriedades haviam recebido equídeos do Estado de SC). Nenhum dos animais

destas propriedades com vínculo epidemiológico apresentou sinais clínicos sugestivos de mormo no momento do

exame clínico.

• 10 e 11/06/15 – nova reunião com entidades representativas da equinocultura gaúcha para compartilhamento das

ações adotadas para controle do foco de mormo.

• 17/06/15 - encaminhamento dos formulários de investigação de doenças gerados a partir da investigação para a

SSA/SFA/RS – MAPA.

• 18/06/15 - encaminhamento das amostras coletadas para diagnóstico de mormo para a SSA/SFA/RS – MAPA.

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Situação outubro 2015

Total suspeitas investigadas - 49

Total focos confirmados – 12 (16 equinos)

Total suspeitas descartadas – 24

Aguardam diagnóstico confirmatório – 14

Equinos do RS testados jun-jul 2015 – 17.575

Municípios com focos:

Uruguaiana, Alegrete, Santo Antônio das Missões,

São Jorge, Cruz Alta, Boa Vista do Cadeado,

Rolante, Nova Ramada, Pelotas, Camaquã

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+ FC

Fluxo de ações frente ocorrência/suspeita

de Mormo

Teste

FC SVO Coleta SVO Equino suspeito Investiga vínculos s/ interdição

Desinterdição

Maleína

I

Sacrifício

Saneamento prop

foco e interdição e

coleta SVO

vínculos

45 d

Sacrifício

Desinterdição

AC/IC - FC

Teste

FC SVO ...

Fontes de Consulta

Perspectivas e desafios

Programa Nacional de Sanidade de Eqüídeos – DSA/DDA/SEAPA/RS

• Aumento do número de cadastros de

eventos equestres no SDA;

• Aumento cadastro de criadores de

equinos

• Aumento emissões eGTA

• Educação sanitária

• Retomar status de livre da ocorrência de

mormo

Considerações Finais

• Todas as medidas de defesa sanitária animal cabíveis foram

tomadas, em atendimento ao de suspeita de mormo notificado no

mês de junho do ano corrente. Atualmente, aguarda-se a conclusão

dos exames de diagnóstico para dar continuidade as ações de

controle da doença. As propriedades vínculo e foco encontram-se

interditadas e sob vigilância contínua do Serviço Veterinário Oficial

até que se encerrem os procedimentos de saneamento. A principal

suspeita da origem do foco é o ingresso de equídeos por trânsito

informal provenientes de Estado com ocorrência de mormo ou que

tenham participado de evento em Estado com ocorrência de

mormo.

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