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Cátedra UNESCO de Educação do Campo

e Desenvolvimento Territorial

Universidade Estadual Paulista

Júlio de Mesquita Filho

Organização

das Nações Unidas

para a Educação,

a Ciência e a Cultura

Praça da Sé, 108, 3º andar - salas 307 e 308 - Centro – São Paulo - SP - CEP 01001-900 Fone: (11) 3105-7052

PROGRAMA DE DISCIPLINA

Disciplina Código Questão Agraria da América Latina e Caribe

Semestre Ano Letivo

Área de Concentração

“Desenvolvimento Territorial”

Linha de Pesquisa:

Campesinato, capitalismo e tecnologias;

Curso: MESTRADO

Número de créditos: 4 Carga Horária: 60 horas

Professores responsáveis: Bernardo Mançano Fernandes, Carlos Alberto Feliciano,

Mirian Claudia Lourenção Simonetti, Nelson Rodrigo Pedon.

DISCIPLINA OFERECIDA NOS DIAS: Horário:

Aulas teóricas: 40 Aulas práticas: 20

EMENTA

Na América Latina e Caribe, assim como nas demais regiões do mundo, o capitalismo em sua atual etapa hegemônica mundial pós-1990 intensificou o processo expropriatório de comunidades camponeses, indígenas e afrodescendentes. Apropriando bens comuns e naturais, reprimarizando as economias nacionais, espoliando os territórios, desterritorialização das populações locais e impulsionando novas dinâmicas de estrangeirização, aquisição de terras e acaparamiento da terra, tem enfrentado resistências a esse processo por parte das populações atingidas. Nessa perspectiva desenvolvemos uma reflexão histórica/geográfica sobre o





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surgimento das questões agrárias da América Latina e Caribe, por meio da disputa territorial, abordando diferentes paradigmas para debater as ofensivas e contra-ofensivas construídas pelos sujeitos territoriais do campo, sejam elas revolucionárias e/ou reformistas a esse processo hegemônico do capital. Diante disso, poderemos compreender episódios de distintos países que compõem América Latina e Caribe frente a essa disputa socioterritorial e suas estratégias de luta na perspectiva de mudança de suas estruturas agrária e modelos de desenvolvimento durante o século XX e a centralidade do debate atual da Questão Agrária do Século XXI.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

1. Visões sobre a questão agrária na America Latina e Caribe: projeto-agroexportador, violência e resistência

2. Transformações e continuidades do capitalismo agrário na America Latina e Caribe nos últimos 30 anos.

3. Experiências de Reformas Agrárias e de movimentos socioterritoriais na América Latina e Caribe.

4. O debate da questão agrária na América latina acerca dos projetos contra-hegemônico: socialismos e bem viver.

5. O debate paradigmático: a questão agrária e o capitalismo agrário: teorias, políticas e modelos de desenvolvimento.

6. Formação das questões agrárias da América Latina e Caribe: capitalismo, socialismo, projeto-agroexportador, violência e resistência.

7. Transformações do capitalismo agrário na América Latina e Caribe: do latifúndio e república da banana ao agronegócio e república da soja.

8. Experiências de reformas agrárias e de movimentos socioterritoriais na América Latina e Caribe: capitalismo e socialismo.

9. Novos elementos da questões agrárias para o debate e disputa territorial: projetos e propostas contra-hegemônicas

OBJETIVOS

1. Refletir sobre as diferentes visões dos autores acerca da questão agrária: Kausty,

Lênin, Martins, Oliveira, Fernandes, Stédile;

2. Apontar a diferentes formas de violência e expropriação do capital, com ênfase para

a formação do agronegócio, contra os bens naturais e os povos do campo e

experiências de reforma agrária na América Latina e Caribe na sua relação com

Estado;





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3. Debater os elementos e a diversidade de resistências construídas pelos

movimentos socioterritoriais;

4. Analisar experiências de luta pela terra e pela reforma agrária, a partir da formação

dos movimentos socioterritoriais;

5. Fomentar o debate sobre a continuidade e relevância sobre a questão agrária

contemporânea na America Latina e Caribe com destaque para as experiências

socialistas e do Bem Viver na América latina;

6. Estudar os processos de formação da questões agrárias na América Latina e

Caribe a partir do desenvolvimento do capitalismo e do socialismo no campo;

7. Apontar a diferentes formas de violência e expropriação do capital, com ênfase para

a formação do agronegócio, contra os bens naturais e os povos do campo e

experiências de reforma agrária na América Latina e Caribe na sua relação com

Estado;

8. Debater os elementos e a diversidade de resistência construído pelos movimentos

socioterritoriais;

9. Analisar experiências de luta pela terra e pela reforma agrária, a partir da formação

dos movimentos socioterritoriais. Fomentarodebatesobreacontinuidadeerelevância

sobreaquestãoagráriacontemporâneanaAméricaLatinaeCaribe.

METODOLOGIA - Apresentação do programa e do material proposto, aulas expositivas, leituras de material bibliográfico e discussões a partir de vivências; - Discussões em grupo a partir de uma orientação/questão geral e posterior debate com toda turma. - Construir uma atividade com a turma que contemple compreender e identificar os novos elementos da Questão Agrária atual na relação tempo comunidade. - Orientação para construção de artigos coletivos para entrega na disciplina





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- A leitura da literatura é fundamental para acompanhar a exposição dos temas propostos no seminário.

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO Participação nas aulas e atividades; Seminários; trabalho escrito; exercícios em sala; apresentação de questões temáticas por escrito pelos alunos para o debate, a partir de bibliografia indicada.

BIBLIOGRAFIA ACOSTA, R. P - Legado de la Revolución Mexicana en la reforma agraria cubana de 1959 Política y Cultura, núm. 33, 2010, pp. 35-58 Universidad Autónoma Metropolitana Unidad Xochimilco Distrito Federal, México Disponible en: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=26712504003ALMEYRA, G. ; CONCHEIRO BÓRQUEZ, L.; PEREIRA, J. M. M.; PORTO-GONÇALVES, C. W. – Capitalismo: tierra e poder en America Latina: (1982-2012). Volumes I, II, III. Clacso, 2014 BARTRA, Armando. 2003. Cosechas de la ira. Economía política de la contrarreforma agraria. Editorial Itaca, México. Bartra, Armando. Os Novos Camponeses. São Paulo: Editora da Unesp, 2013. BORON, A. La construcción de la democracia en el campo latinoamericano / compilado por Hubert C. de Grammont - 1a ed. - Buenos Aires : Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales - CLACSO, 2006. 368 p. 23x16 cm. (Grupos de trabajo de CLACSO BUAINAIN, Antônio Márcio. Luta pela Terra, Reforma Agrária e Gestão de Conflitos no Brasil. Campinas: Editora da Unicamp, 2008. BUENROSTRO Y ARELLANO, Alejandro. OLIVEIRA, Ariovaldo. Chiapas, construindo a esperança. São Paulo: Paz e Terra, 2002. CECEÑA, A. AGUILAR, MOTTO. Territorialidad de la dominación: La Integración de la Infraestructura Regional Sudamericana (IIRSA) Buenos Aires, 2007. IIRSA. Planificiación territorial indicativa.2004. CECEÑA, A. E (ORG) - Hegemonias e emancipações no século XXI 1a ed. - Buenos Aires : Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales - CLACSO, 2005. DATALUTA – BANCO DE DADOS DA LUTA PELA TERRA. Relatórios anuais, disponíveis em http://www2.fct.unesp.br/nera/ DELGADO, Guilherme Costa (2005), “Questão Agrária no Brasil: 1950-2003". In: Luciana Jaccoud (Org.), Questão Social e Políticas Sociais no Brasil Contemporâneo, Brasília DF: IPEA DESMARAIS, annette. La Vía Campesina: la globalización y el poder del campesinado. Madrid: Editorial Popular, 2007. FELICIANO, C. A – Estado, apropriação e concentração de terra e poder: da propriedade como direito natural ao questionamento da função social da terra. In: MITIDIERO, M. GARCIA, VIANA, P – A questão agrária no século XIX: escalas, dinâmicas e conflitos territoriais. São Paulo: Expressão Popular, 2015. FELICIANO, Carlos. 2009. “Território em disputa: terras (re)tomadas no Pontal do Paranapanema”. Tese. USP, 575 p FERNANDES, Bernardo Mançano. Estrangeirização de terras na nova conjuntura da questão agrária. In Conflitos no Campo Brasil, 2010. Goiânia: CPT, 2011.





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Professores responsáveis pela disciplina: Bernardo Mançano Fernandes, Carlos Alberto Feliciano, Mirian Claudia Lourenção Simonetti, Nelson Rodrigo Pedon.

Disciplina APROVADA no Conselho do Curso de Pós-Graduação ____/____/____

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