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: A LUTA - PARTE I A LUTA - PARTE I Capa A Luta I 10/20/06 1:36 PM Page 3

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Capa A Luta I 10/20/06 1:36 PM Page 3

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DEDICAÇÃO

Vamos dedicar este nossotrabalho de trazer ao

público a parte mais popularda obra de Euclides,

“A Luta”, e os canudensesgrandes antecessores da

nobreza social e cósmica doMST, para duas musas:

2 e 3 Dedicatoria 10/20/06 10:51 AM Page 2

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AO POETA OSWALD DE ANDRADE,O Oficina tem 9 anos pré “O Rei da Vela”. Se chegarmos a 2007, estaremoscomemorando 40 anos de Tropicalismo e da influência do Poeta Antropófago emtodas nossas recriações – reinventor do ritual de desmascaramento da sociedadede espetáculos pela sagração religiosa de seus rituais, chamava o livro de Euclides da Cunha de Anunciador do Povo Brazyleiro. Criou o Manifesto do Teatro de Estádio em “Do Teatro que É Bom”, em 1943. Este texto encontra-se no livroPonta de Lança ou em www.antropofagia.com.br.

AO EMPRESÁRIO ACIMA DE TUDO ARTISTA, ANIMADOR, ATOR SILVIO SANTOS Nesses 25 anos, tivemos a sorte de contracenar com um dos mais poderosos atores doCapitalismo Vídeo Finaceiro – nosso antagonista que nos inspirou em todos trabalhosque fizemos desde que ele, Silvio, quis comprar o Oficina. Se não fosse essa lutacom este homem na selva das cidades, o Oficina não passaria talvez de um teatroalienado numa caixa preta. Não teria sido levado a ter seu trabaho tão ancorado notempo e ao mesmo tempo tão praticamente implicado na transmutação deste tempo.Olhos nos Olhos, encontramo-nos no Teatro Oficina com Silvio Santos e mudamos ahistória da Luta no mundo entre o Poder da Presença e a Presença do Poder. Silviosendo o representante de uma presença do poder econômico financeiro midiático,enorme, esteve no Oficina sem ninguém de sua corporação ou de sua família; Veiocom o poder de sua presença, diante do poder da nossa. Vimos que somos irmãosno poder humano do artista. Juntos abrimos uma brecha no simbolismo dogmáticoimplacável do shopping na sociedade de espetáculos.No mundo dominado pelos fundamentalismos, abrimos nossas portas ao poder da intervenção humana da cultura e estamos na iminência de dar ao mundo umexemplo democrático e de construção de um outro mundo, além dos massacres edas guerras.Ambos, OSWALD E SILVIO, são as possibilidades de o Teatro no mundo dar um salto para a centralidade, a popularidade, a existência no mundo, na TV e mais, no mundo Cyber do Teatro Brazyleiro.

Louvação a Oswald de Andrade A Silvio Santos REUNIDOS COMO POESIAS

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A Luta para além do “eu”.Em plena hegemonia aparente doindividualismo, de despolitização, de retorno do fascismo no capitalismomidiático e de racismo, para fazer “Os Sertões”, nós tivemos de lutar poralguma coisa mais forte que nossanovela privada das oito.25 anos de contracenação antagônicajudicial entre o projeto de Estádio doTeatro Oficina no seu entorno tombado e o do shopping, resultaram um projetode uma paródia miniatura de teatro deestádio. Um teatro de menos de 1000

lugares. Virou Teatro Bela Vista FestivalCenter. Não aceitamos. Muito menosfomos procurados pelo Grupo SilvioSantos como tínhamos combinado emreunião para discutirmos sobre a gestãodo novo espaço. O conquistado com avisita de Silvio Santos gorou. E épreciso recomeçar tudo do zero.Nada a ver com as idéias desenvolvidasno projeto inspirado em “Os Sertões” –em primeiro tratamento por João Batistae Beatriz Corrêa, meu irmão e minhasobrinha. Em torno deste fato corre numcerto meio, a fofoca de nepotismo.

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PA N D E N GAII

C O M S I LV I OSA NTO S C O M O E ST Á ?

CANUDOS OFICINA INSPIRADOSPELO TESOURO DE UMA ÁRVORETAL QUAL A ÁRVORE QUE LINA BARDI CONSTRUIU, EM TORNO, SUA CASA NO MORUMBÍ,A CEZALPINA DO TERREIRO OFICINA, VENCENDO TIJOLOS, VIDROS, FERROS, ATRAVESSANDO A RUA CANUDOS EXPANDINDO-SE DESMASSACRANTE PARA A CIDADE EM TORNO DELA ESTÁ A NOSSAVANGUARDA PARA SER A CENA, O SKENE DO TEATRO DE ESTÁDIO QUE SOMADO ÀOFICINA DE FLORESTAS E À UNIVERSIDADE POPULAR ANTROPOFÁGICA FAZ OCONJUNTO QUE QUEREMOS CONSTRUIR COM SILVIO SANTOS, QUE BATIZAMOS“ANHANGABAÚ DA FELICIDADE”

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Meu irmão já entrou em situaçõesdifíceis do Projeto. Nos anos 80 num momento, as obrasforam desautorizadas pela Secretaria daCultura com a qual temos uma relaçãoesquizofrênica há 24 anos e que éproprietária do Teatro, paradoxalmentefoi desapropriado para realizar os finsdo Tombamento. O Ciclo depende dosSecretários de Cultura. Fernando deMorais, Ricardo Ohtake e agora JoãoBatista de Andrade, foram ossecretários que disseram e dizem simao Oficina. Os demais, homens deaparelho, disseram "não", velada ouexplicitamente. No ano de 1984, aSecretaria considerava as obras, que começamos a realizar com Lina,indevidas. Muitos membros doCondephaat até hoje não reconhecem oTeatro Oficina estreado com “Ham-let”e que está em cartaz com sucessosseguidos de l993 até os dias de hoje.Consideram que houve derrubada doTeatro de Flávio Império. Hipocritamentetem a desonestidade de usar o laudo do próprio Flávio Império mas omitindostanilisticamente o trecho em queFlávio Império observa que oTombamento do Oficina não poderiajamais significar congelamento daarquitetura, pois estava tombado pelacaracterísitica da maior parte dosgrupos de vanguarda dos anos 60: o

fato de terem deixado o Palco Italianopara construirar a cada peça um Teatro.Essa hipocrisia e falta de ética é a do“rouba e não faz”, o culto daesterilidade. Quando o projeto foi proibido por unstempos, por um Secretário de que nemme lembro o nome, Marcelo Suzuki, para não arriscar perder seu CREA(documento oficial da profissão dearquiteto), afastou-se do trabalho das obras do Oficina. Ele trabalhavadiretamente com Lina nessa ocasião.Neste momento nós recebíamos umaVerba da Embrafilmes para aconstrução de uma Cabine para aprojeção do Filme “O Rei da Vela” no Teatro Oficina. Meu irmão, arquiteto consagrado, comobras no Japão e em muitos outrospaíses, tendo quase feito o o Metrô de Bagdá (interrompido pela Guerra),detentor de vários prêmios – entre elesum para o projeto de reconstrução doCentro de São Paulo –, e arquiteto doMetrô de Copacabana, onde fica oTeatro Gláucio Gil, em que a pedreira dapaisagem é aproveitada criando o maisbelo Metrô do Brasil, neste ano de 1984.No Oficina, construiu o mezanino quehoje contracena com outro palco criadono seu oposto norte e conseguiuaproveitar os recursos da Embrafilmepara a obra não parar. “O Rei da Vela” >>

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foi proibido, ao mesmo tempo que eraderrotado o projeto das diretas já nasCâmaras Federais e que o Brasilreentrava um período obscuronovamente na luta da abertura. Mas oTeatro avançou. Quando os Marcelos Suzuki e Ferrazapareceram contratados pelo GrupoSilvio Santos e me pediram umPrograma para o Teatro de Estádio, eufiz. Quando vi o projeto que realizarampude constatar que era na realidade ode um Shopping com um Teatro, queutilizava algumas idéias mal digeridas

do Programa do Teatro de Estádio. Entãofiz a proposta ao meu irmão: que sefizesse um projeto baseado noPrograma, para simplesmentepublicarmos numa edição bilíngue,como uma Arquitetura Urbana Utópica.Mas o projeto evoluiu de tal maneira,principalmente com a entrada notrabalho da jovem arquiteta BeatrizPimenta Corrêa, minha sobrinha, queme fez perceber que não havia nada de“utópico” no sentido de não realizável.Fomos nos baseando cada vez mais napaisagem de Cocorobó, hoje inundada,

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mas levando em conta o que Euclidesdeixou tombado na sua descriçãominuciosa e bela da paisagem que a Tropa da Segunda Coluna da 4ªExpedição encontrou, surpreendida e extasiada. Duas Arquibancadas de Amphieatro Paralelas em Curvas de Nível de Pedrarias perfuradas porBromélias Rubras, onde em baixopassava o leito mais seco que aguadodo Vaza-Barris, tendo, no Centro, umailha Palco em torno da qual o MelVermelho, nome indígena do rio, seBifurcava.Em torno desta idéia foi desenhada no Computador a alternativa completapara o Quarteirão do Oficina, quecertamente vai evoluir muito, masfinalmente incorporava desde o Projetode Lina para o Teatro de Estádio, queprevia todo Quarteirão, e tudo que aevolução da história do Oficina UzynaUzona conquistou nesses 25 anos deluta para que não se faça um Shoppingem seu entorno Tombado. “Os Sertões”trouxe a contribuição preciosa deEuclides da Cunha. Meu irmão e minhasobrinha criaram tudo por amor,inicialmente, sem nenhuma perspectivade realização. Pessoas do mesmosangue, quando, talentosas criam. E no caso, foram movidas não porinteresses mas pelo amor, não somenteà minha pessoa mas à arquitetura, ao

urbanismo e principalmente à vida. João Batista é um apaixonado pela suaarte-profissão. Faz um projeto por contaprópria, de ampliação do Ibirapuera efoi quem se dispôs nesta luta difícil adar a visualização que o movimentonatural de expansão que o TeatroOficina, depois de 48 anos de existênciacomprimida, precisa e pode dar ao paíse ao mundo.Para a área do Minhocão e terrenos quesobraram da sua Desapropriação oarquiteto Paulo Mendes da Rocha criouo projeto que possibilitará o surgimentoda Primeira Praça expressiva para aCultura do Bexiga, com uma Torre deMemória Cyber do Teatro em São Paulo,outra Torre de Produção com um Bar de todas as Pingas – dos vários Bacosdo mundo –, Casa de Produção eAdministração, Bilheteria, Salas deEnsaios, Hotelzinho para hóspedesresidentes do Teatro. Em baixo doMinhocão Banheiros para HomensMulheres e Anjos, Bar, Sala de Esperado Teatro Oficina, e num rebaixamentodo chão um Anfiteatro que servirátambém de Camarim de CarrosAlegóricos e de Animais para as Óperasde Carnaval. O Chão será unificado econtagiará com sua matéria e cor acalçada em frente, do Oficina. O encontro com Silvio Santos, oSerendipity, no dia 18 de abril de 2004, >>

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nos colocou em contato com suagrandeza humana e deu um salto naevolução desta luta entre o capital e a criação de um teatódromo paradionisíacas internacionais. Agora ascoisas voltaram atrás e desejamos porum novo encontro com Silvio Santos.Graças à luta social de muitas pessoaspela história dos quase 50 anos anos do Oficina Uzyna Uzona e sobretudo pela comoção causada pela montagemde “Os Sertões”, não vamos sermassacrados pela especulaçãoimobiliária, o que talvez fosseconsiderado normal em termos dosvalores da casta dominante brasileira.O livro de Euclides encenado impedeque o Massacre de Canudos se repitapois foi escrito para conter os crimesdas nacionalidades. Tem nos inspiradomuito e dado força para esta luta.

Lutamos em 5 Frentes:

1. Queremos um novo encontro comSilvio Santos, Pessoa Física, para lhefazer uma proposta concreta. O senadorSuplicy vem tentando este encontro.

2. Esperamos que o Condephaat, apedido do Govenador Cláudio Lembo edo Secretário de Cultura João Batista de Andrade, e na ação do advogado daAssociação Teatro Oficina Uzyna Uzona,

Cristiano Fogaça, reveja sua decisão depermitir a construção do Shopping doGrupo Silvio Santos na área do entornode 300 metros do Teatro Oficinatombado e portanto com o direitoConstitucional de influenciar o que quer que se queira fazer na área.Contamos que a Justiça acolherá a ação impetrada pelo Teatro OficinaUzyna Uzona para que não permita aconstrução de um Shopping no entornodo Teatro criado pela arquitetos LinaBardi e Edson Elito e que irá desfigurá-lo inteiramente.

3. Lutamos Junto ao Minc, ao MinistroGilberto Gil e ao Iphan para que realizeum Tombamento Histórico qualificadopara o entorno do Oficina destinado acomplementar o Manifesto ArquitetônicoUrbanístico, criado por Lina Bardi, quese realiza com a construção do Teatrode Estádio por ela planejado e riscadodesde 24 de agosto de 1980.

4. Campanha de Esclarecimento eApoio junto à população do Bairro doBixiga, aos Artistas e ao público doTeatro no Brasil e no Exterior.

5. Trabalho Teatral e de Criação de uma Consciência dos Direitos Culturaisda Arte Pública através da própriaencenação de “Os Sertões”.

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C A N TO C O N TO D A L U TA I

O Teatro abriu na Luta I com a eternaRenascida Renée Gumiel incarnando de Branco a Pomba Gira da Paz, cobradançando ao sopro do faquir DaniloTomic. Agora um Tamborim, a mesmaFlauta, a Pomba da Paz rebola à bossaIpanema Clássica de Vera Barreto Leite,sucedendo a recém-morrida recém-nascida ainda bebê, Renée. Ela está presente no Banquete sendocomida por todos nós: seus gestos,respiração, dedos, sua VOZ, seu imensotalento e paixão pela arte do Teatro.Vera, é óbvio, quer e vai criar suaRepública, sua Paz com Tamborim. Mas Renée, como Madame Morineau,Eugênio Kusnet, Cacilda Becker, CéliaHelena, Raul Cortez, Oswald deAndrade, Shakespeare, Nietzsche,Dionísios, Edgard Ferreira, SandyCeleste, Surubim, é entidade amada e por isso cultuada neste terreiro esempre baixará.O Candomblé do Teatro cultua seusancestrais devorando-os. Renée estárenascida e abre novamente, com suaPaz-Terna, a Luta de 2006-007. A pazperturbada pelos sinais dos Berimbause da Corneta Militar que retorna noCanto Coral “Diário Confessional” deOswald de Andrade para todos atores:

soldados e jagunços, público, mandrá-goras, não esquecerem nos mais difíceismomentos da Luta as novas categoriasque o poeta filósofo introduziu no teatro:“O Humor e a Vertigem”.Euclides Drummond abre seu Livro na3ª Parte, “A Luta”, e anuncia a históriado incidente que determinou a guerra: a não entrega da Madeira para a IgrejaNova no prazo combinado. Motivo,causas imediatas, gotas d’água daguerra de Canudos: do Amor primeirosócio, entra o Negócio.Entram duas personagens do TeatroOficina de “Na Selva das Cidades”,criada com Lina Bardi e origem cênicado Terreiro Eletrônico Atual. Shilink, oPolicial Madeireiro, apreendeu seuestoque dos contrabandistas daAmazônia e o prepara para enviar para a Igreja Nova de Canudos. Garga, osertanejo, traz o dinheiro de Canudosnuma camisinha, escondida no cu. OsTambores anunciam o salto mortal.Garga dá uma cambalhota e apruma a bunda para o ar, como uma urna, eShilink retira o pagamento conselheiristade dentro cheirando prazeirosamente acamisinha. Atiça-se no desempenharbem seu negócio, com motivaçãoreforçada por seu entusiasmo de

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cúmucicação com o “Tão Bom Senhor”que Garga cultiva com carinho no seurebolado provocador.A Cena precede um Prólogo de Ópera doTeatro de Estádio, com o Divo RicardoBittencourt Juiz Barbosa Leone, queinventou uma personagem que misturao General Barbosa da 4ª expedicão como Juiz aparecido no fim do Homem II noseu casamento civil interrompido porum bando de Conselheiro que, além deroubar sua Helena, é chicoteado porJoão Grande. Nessa abertura o Juiz desesperadocanta seu Bode abrindo seu abcessofechado em Praça Pública, no Teatro de Estádio:

“Meu Bode Berra! Declaro a verdadeira causa desta Guerra:É o Gol da Paixão humana.Quero a minha Bela Helena de voltaSerei o Menelau desta Tróia de TaipaUm Tambor de Guerra explode nocoração, do meu coração.”

Impede por vingança e ressentimentoque Shilink, que já está de partida naEstação de Joazeiro com as Madeiras,vá entregá-las para a Igreja Nova deCanudos. A primeira guerra telegrafadabatuca nos corpos do mundo inteiro.Canudos ameaça invadir Joazeiro.

Forma-se a Primeira Expedicão paraCanudos depois de muita briga doGovernador da Bahia que não querintervenção do poder federal em seuEstado.Corpo de Infantaria de Infantes, namaioria adolescentes do Bixigão; CorpoMédico chefiado pela Entidade Médicoque seguirá Sertões adentro emmetamorfoses atuadas pela doutoratrizLuciana Domschke com sua ambulânciapuxada a Bois – heróis dessa guerra epersonagens do enredo cada vez maisdecisivo nas ações. O Protagonista é oTenente Pires Ferreira, presentado pelojovem grande ator Freddy Allan. Em Canudos fica-se sabendo por doismalandros ceguinhos de mentira que as tropas estão acantonadas em Uauá.Usando a mesma tática que destruiuMacbeth, os Sertanejos atacamcamuflados com árvores de caatinga e surpreendem a Tropa literalmetne de calças na mão. Os sertanejosconcordam com Beatinho e ManoelQuadrado em fazer uma tomadapacífica de Uauá com a armaenfeitiçadora de seus cantos, o poder de sua mística, e da Bandeira doDivino. Diante das armas de repetiçãodo Exército, nunca imaginadas por eles, pegos de surpresa, reagem comseus trabucos e facões que somados ao ataque de fúria guerreira sonora

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mântrica enlouquecem Soldados e oMédico e põe em fuga todo exército.Primeira trágica vitória sertaneja que já custou centenas de mártires. É o Prelúdio da guerra sertaneja dasBacantes transmitido para todoplaneta.O Alto Comando reúne-se diante davergonha de um exército posto pracorrer. Trazem reforço internacional com a chegada dos Field Marechaiscomandados por Condoleeza Rice atoque de Piano para treinarem aestratégia do Chorus Line, o musicalamericano. Trazem um quepe militar,

modelo novo, para a tropa. Tem a forma de um Palco Italiano na Cabeçados Soldados. Cortininhas vermelhas,dourados, fechando os rostos comoorelhas de burros.O Cabo Wanderley começa sua históriacujo fim está mostrado na “Terra”:aquela cena do Soldado MumificadoMorto Vivo estivando debaixo da Árvore:higrômetro testemunhando a secura dos ares. A Tropa chega em MonteSanto recebida por uma VerônicaCantora Adriana Capparelli que desce do alto da montanha cantandoseu protesto pela transformação do

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lugar Santo em Praça de Guerra. Para marcar seu repúdio opera omilagre de fazer surgir o rosto do Cabo Wanderley como Cristo no seu pano de Verônica. O Cabo ficamarcado como a personagem de destino trágico nesta Guerra.A Tropa é recebida como vitoriosa pelopovo de Monte Santo, mais convencidaainda de sua invulnerabilidade quandocontempla o Poder dos Canhões eMetralhadoras Krupps mostrados numaprocissão e exposição sacra. A Prefeitade Monte Santo saúda a Tropa com umBanquete de Ano Novo de 1897, fogos,Cidra, confete, danças, discursostriunfalistas sob a passagem de umArco do Triunfo do Tempo.O jovem e ambicioso Cabo Wanderleyescapa do assédio das mulheres de Monte Santo, representadas pelas do público do dia do espetáculo, e vaisó para os haustos dos picos de Monte Santo passar o amanhecer do 1º dia do ano.Leva seu retrato milagroso captado por Verônica e coloca numa sala de ex-votos da capelinha mais alta pedindoao Senhor dos Passos, que lá caiu, queo erga para alguma coisa nova, forte,neste novo ano. Faz surgir a Aurora napessoa da Beata Verônica e sob suasluzes faz seus pedidos e o juramento de sua verdade desencontrada: Lina Bo Bardi

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“Gosto da vida em cada gota de ouroque me é dada.Porque ser assim? Acho que soulunático. Não torço pra ninguém, nem pra derrota do fanático.”

Seguem bem municiados para Canudosatravés das Cidades Mortas das Pedrasdo Cambaio. É a Paisagem do PróprioOficina, com suas Galerias, suaestreiteza de coluna vertebral e gileteonde estão tocaiados encrustrados osguerrilheiros sertanejos que chamamaos berros o inimigo: “Avança Fraquezado Governo”. A Tropa é pega desurpresa e reage com sua forçaHighTech, exibindo o poder dos peidosfatais de suas Krupps. Atravessam com suas metralhadoras e canhões as caatingas em seus uniformes doImpério Austro-Húngaro reduzidos atiras. São tocaiados várias vezes, mas seguem Machotauros. O Chefe João Grande e o Bixigão atacam emnegaceio, driblando os homens comPalco Italiano na Cabeça, rodando ágeis e duendes, num teatro de 360º,fazendo o exército desperdiçarinutilmente toda sua munição.O Comando está exausto e a tropaacampa na Lagoa do Cipó, onde sãoatacados de surpresa pelos jagunços.Os soldados diante do vacilo dos

superiores avançam sobre os jagunçose os põem pra correr. O Alto Comandoentretanto faz um balanço da muniçãoe descobre que toda ela foi gasta.Decidem não prosseguir o ataque e sairdo sertão, não deixando armas. Ossoldados atiram a esmo seus projéteis.Estes, em vez de atingirem os jagunçospróximos da linha de guerra, desenhamuma parábola nos céus e vão cair noportal de Canudos, intimidando osjagunços com esses poderes vindo doscéus!?A fuga em Canudos é em massa.João Grande é atingido fatalmente numde seus negaceios com o inimigo. ALagoa do Cipó virada Sangue canta seu desespero ao Sol. O Conselheiromanda que se retirem as escadas dosandaimes da Igreja para ficar no altopreso, sem poder fugir com a chegadados invasores. A fuga é dos dois lados, sem os doislados saberem disto. Vira em milagrequando Conselheiro abraçado à ÁrvoreSagrada do Oficina, pedindo que ela dêa prova de sua divindade conquistandoos inimigos, ouve chegarem osguerreiros da linha de frente anunciandoo recuo da Tropa. As mulheres amarramem torno da Árvore uma Faixa Cor deRosa de Cetim. A árvore torna-se Totem do TerreiroEletrônico. Pajeú vai com os guerrilheirospara o desfiladeiro do Cambaio onde vão

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ter que passar os inimigos com suasKrupps e ameaça provocar umaavalanche de Bedengós, fazendo amontanha soterrar o exército se eles não entregarem as armas. O Exércitofoge mais uma segunda vez, espavorido.Os rochedos do Cambaio rolam em cimadeles sob a vaia dos Jagunços.Cai a tarde, silêncio. Os mortos por todoespaço são enterrados no Jardim, oucom João Grande, levados em cortejospara os subterrâneos das Trincheiras do Oficina. Ex-votos de cera sãoqueimados. A Morte surge com suafoice. O público, ao canto de 18 vezesda “Incelença” revive o plantio dosMortos de Canudos, do Oriente Médio,das Favelas do Brasil e do Mundo.A Segunda derrota do Exércitodetermina uma reação Nacional.Marechal Floriano Peixoto recusa-se aentregar sua faixa Presidencial a umPresidente Civil que considera fraco. ARepública passa a faixa em seu lugar,por real politik, sem muita simpatia por seu recém assumido sofisticadoPrimeiro Presidente Civil Brasileiro. Na Crise de fracasso de duasexpedições buscam no Serviço deMarketing e Inteligência a Personagemque possa debelar a Guerra de Canudos.Um Menino vidente é chamado paradecidir num teste, entre atoresnecessários para o momento. Este Ator

por sua vez será trabalhado por umMarketeiro Diretor de Teatro paracorresponder ao que se busca.Assim como hoje tenta-se de todamaneira ressuscitar Carlos Lacerda sem nenhum ator ou banca demarketing que saiba fazê-lo.O teste é feito com o ator baianoRicardo Bittencourt, que passa emtodos os requisitos, mesmo nos testesindiscretos. Na realidade revela ser ele mesmo, o próprio Moreira César,reincarnado no Cavalo do ator Ricardoque será o Ricardo Quarto da 3ªExpedição.Prudente assiste uma longa sessão deexame do candidato, de seu passado,liderando o linchamento de umjornalista, degolando mais de 200cabeças em Inhatu Mirim, uma dasbelas ilhas da cidade de FlorianoPeixoto: Florianópolis.Nesse acontecimento os 200assassinados no momento da degolaejaculam e da suas ejaculações nascemMandrágoras que são arrancadas daTerra por uma Índia Paraguaya, levadaspor Gaivotas a Canudos, para vingarema morte de seus pais. Moreira treinou uma Divisão Militar deCrianças que chama para recomendá-lodiante de Prudente, utilizando ocarisma ifantil. Conselheiro, Euclides da Cunha e o próprio Moreira, diante da

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situação, têm um ataque simultâneo deEpilepsia. Na sessão em que entra umamédica neurologista deve-se escolher aquem dar a Camisa de Força e aPúrpura, Manto dos Escolhidos.Prudente, referindo-se à peça que viuem Londres, de Oscar Wilde, termina por ceder à pressão dos JacobinosFalcões linha dura para ser fiel a seunome, Prudente. Coroa como chefe da 3ª Expedição Moreira César e ao mesmotempo impõe a Camisa de Força aAntônio Conselheiro que paramentadogargalha sua condição de Anarquia

Encamisada.A tropa embarca sob o Comandocentralizado do César que ultrpassatodas as medidas e etiquetas parachegar imediatamente na Zona doConflito e entrar em Canudos,esmagando a inssurreição. Faz aburguesia e a nobreza Bahiana que o esperam no Porto carregar comoestivadores seu material de Guerra para a Estação da Calçada. A ViúvaNegra, vinda de Inhatu Mirim, mostraseu cabelo embranquecido em um diadiante do Massacre de Santa Catarina

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e denuncia em Praça Pública Moreiracomo responsável por desaparecidosdurante o AI-5, mostrados no Vídeo. Elaé fuzilada na Porta do Oficina. O César começa ser batido pela Secacomo a neve bateu Napoleão. Os olhosdo Cabo Wanderley encontram as águasdos olhos da Zabaneira. Os doisatraem-se, ela, com uma varinha derabdomante hipnotizada pelos fluxosamorosos, toca nas águas subterrâneasque cantam fartas oxuns em plenaseca. Os engenheiros vêm com oinstrumento de perfuração masWanderley percebe decepcionado quenão são perfuradores, mas macacospara levantar pesos. César furiosoculpa Wanderley pela parada insensatae condena o exército à uma marchaforçada pelo deserto sem interrupçãoonde os soldados e o próprio MoreiraCésar vão desmaiando pelos caminhosaté serem parados pela natureza.Em Canudos, enquanto isso, chamamagora lutadores, sem indagarprocedência, todos irmanados na novadesordem mundial: cubanos,muçulmanos, palestinos, judeus,vietnamitas, bolivianos, lavradores doMST, quilombolas do PCC, americanos,cabanos, balaios, e todo público para apista. Chega o Anjo Negro Zé Paiva comsua Asa de Armamentos.João Abade Aury Porto, o Comandante

da Rua, recebe a todos, e Mata Hari AnaGui dá ordens aos presentes a tomaremtodas as portas de proteção do arraial,em Gaza, Chiapas, nos Altos da Bolíviae outros cantos do Globo onde se passaalguma coisa que não seja consumo eexploração finaceira. Todos começam atrabalhar cantando um reggae dançado,felizes, pois imaginam que vão serdeixados em paz pelo Inimigo. A CoriféiaLetícia Billie entretanto canta umsamba blue. Tira gostosamente todosda ilusão e incita a formação de raízessolidárias para reagirem à invasãoiminente. O Shopping do Grupo SSalardeia começar este mês suaconstrução.Tomam os Mutãs, Árvores nas alturasde suas Copas, como ponto de tiro. AnjoNegro faz demonstração de suashabilidades aéreas. Os canudensesdescobrem sua pólvora para fazer suasmunições. Buscam ferro para aconstrução de suas armas. Sacrificampara a Mãe Terra que vai ser aberta emMina um sertanejo: Fred Steffen,escolhido como Bode. O ator assume aCoroação com o chifre de Bode pelassuas próprias mãos. Vai passar por todoprocesso de formação de um Guerreirode Teato. Sua Cabeça é esmagada pelosertanejo Fransérgio Estevão nú bárbarocom seu Malho.A Terra é cavada, encontra-se o ferro da

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Bigorna, onde todo o corpo do iniciadopassa a ser malhado como no Oficinahá quase 50 anos são os que passampor aqui. Todos os chacras: a cabeça, opescoço, o peito, o ventre, o baixoventre, os sexos. Passado no malho osertanejo iniciado mergulha nasbocetas das mulheres sangrando com oritual e levanta-se pronto para todos oscombates. A Cabra dos piquetes avançados surgefugida da prisão de César, anunciandosua chegada com poderosíssimoequipamento militar. Quando o nome doCorta Cabeças é anunciado entra emtranse de possessão. Incorpora o César

estuprando-a como a um menino.As Beatas Bacantes Cantoras juntamervas aromáticas para conter a tensãodo arraial e Conselheiro chama todospara abandonarem por um tempo olugar, que está muito carregado.Abandonam armas e saem emmeditação silenciosa pelas veredasaconselhadoras do coração do sertão doBixiga buscando a tranqüilidade parapisarem de novo na pista. Os soldados bêbados de triunfalismoscantam suas glórias militares em tornode seu chefe e decidem atacarPitombas para onde são atraídos porPajeú. Os sertanejos simulam fuga eabandono de armas muito frágeis, oque encoraja César a atacar Canudosmesmo com seus homens famintos. OCabo Wanderley Haroldo Ferrari tentapersuadir César invocando a chegadados Idos de Março e o perigo que Césarcorre. Chegam a um Camarim onde seinstalam para contemplar Canudos pelaprimeira vez. Extasiados constatam aexistência real daquele mítico lugar.César manda com um Triple Merda suasKrupps mandarem cartões de visita aConselheiro em forma de Bombas. Osino de Thimóteo Camila Mota emCanudos alardeia o bombardeio.Silêncio. César decide com seusmeninos consultores atacar Canudossem uma bala, somente à baionetas. A >>

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Ordem do ataque é dada e Canudos épenetrada. Os camarins e banheiros doTeatro Oficina são invadidos. A Cidadelade Canudos é incarnada nas MulheresUnidas por uma Manta Única. Abrem aspernas para receber os invasores,deixam que os soldados saciem suassedes e fomes em seus ventres para de repente, com uma chave de pernas e bocetas, esmagarem o adversário que foge espavorido pelo Vaza Barris. ACavalaria fracassa na sua Travessia doRio para atacar Canudos. César decideentão comandar a luta diretamente. Éatingido por uma bala vinda do próprioOrdenança, Cabo Wanderley, quesempre o alertara para não avançarafoitamente para Canudos.Simultaneamente outra bala de JoãoAbade e mais outras da Zabaneira oatingem. Cai o César agonizante.Num quadrado da Bandeira Brazileira,no seu losango amarelo, tendo comocentro um Barril de Azul Pólvora, Césaragoniza. Todos querem passar o poderao velho fumador de cachimbo CoronelTamarindo Félix Oliveira que recusasentar-se no Trono de Pólvora. Não seomite entretanto de dar sua ordem:Murici Murici, Cada um Cuide de Si.Decidem então apresentar a retirada aoCésar. Este nega-se e tenta apoiar-seem Salomão da Rocha Adriano Salhab,comandante da Artilharia, que foi voto

vencido entre os que querem a retirada.Salomão canta, garantindo quepoderiam ainda avançar e tomarCanudos. Moreira implora ajoelhadopara que não cometam semelhantedesrespeito à honra do exército. Comonada consegue, dita para seuOrdenança, responsável por dois tirosde seu ferimento, mas que Césarignora, seu testamento. Declara seurepúdio à decisão dos militares e seussubordinados. Ao mesmo tempo, comtodos os pontos e vírgulas, declara seu abandono da carreira Militar. Passasua espada ao seu Menino de Ouro, seu descobridor. Sua morte é anunciadacomo um sol aceso por seus olhos nanoite trágica. É dado o toque de partidaenquanto colocam o corpo do Césarnuma maca com a bandeira brasileira.O nervosismo e a histeria para a fugarecalca-se por um momento para asolenidade do enterro de César, mas napassagem por desfiladeiros são vaiadospelos jagunços. A maioria abandona ocorpo de César e foge para todos oslados. O Corpo fica com as criançasAnjos da Guarda de César, o Menino de Ouro, e o Cabo Wanderley queprosseguem com o cortejo. CoronelTamarindo surge voltando atrás a suaordem de fuga e deserção. De armas na mão em seu cavalo, redimindo-se deseu erro, exige o retorno dos desertores >>

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para a formação no Acampamento epreparo para novo ataque a Canudos. Entra Pajeú atirando e os desertoresficam entre o Oficial e o GeneralGuerrilheiro. Tamarindo escapa comCunha Matos para longe dos tiros dosjagunços que miram nas medalhasreluzentes dos Oficiais. Pajéu PedroEpifânio e Jesuíno Samuel de Assisencontram-se. Jesuíno apaixonara-sepor Helena que já tinha um filho dePajeú. Pajeú o submeteu a uma surrade facão e sal grosso nas feridas.Jesuíno passara a trabalhar para oExército como Guia para vingar-se dePajeú por quem nutre paradoxalmenteuma Paixão. Agora implora perdão ao general da Banda. Este o perdoademonstrando seu Poder, deixa que seumaior inimigo e futuro matador, fuja. O Corifeu dos desertores, induzindogrupos a irem abandonandohierarquias, mochilas, armas, até asfardas, para a fuga apoteótica emdesespero, encontra o pequeno cortejode César. Deixam um ferido quecarregavam na estrada deserta, que sesuicida, e fogem, encorajando os Anjosda Guarda de Moreira que carregavamseu corpo a fazerem o mesmo.O Cortejo fica reduzido ao corpo deCésar no chão, o Menino de Ouro e oCabo Wanderley. Wanderley esquecendoa presença do Menino de Ouro chuta a

maca com o cadáver de César. Vai fugirmas percebe o menino correndo em suadireção com a espada de César. Tapa osolhos e atira matando o menino.Abraça-se a ele. Desesperado busca umcavalo para tentar salvá-lo. Apontandoa espada para os céus clama comoRicardo II: Meu reino por um cavalo.Entra a Zabaneira que abraça o MeninoMorto e Wanderley. Tiram o corpo daestrada mas Wanderley não desgrudado corpo do menino. A Zabaneira

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arranca-o com muita paixão e faz comque ele a siga pela estrada, certo?Entram os desertores nus e são caçadospela Artilharia de Salomão da Rocha.Tamarindo reaparece impedindo a fugado Corneteiro. Faz com que ele toque ochamado de reunião dos desertores.Tamarindo é atingido por uma bala ecai de seu cavalo. O Corneteiro piradosenta-se no Barril de pólvora e toca suacorneta, sem saber o que fazer. A Cabraatira dentro da Corneta do Corneteiro.Tamarindo, único sobrevivente estáferido e amarrado na estrada. Entramos Jagunços em torno da maca deixadacom o corpo do César e a BandeiraBrasileira. As Mandrágoras começam a tirar as tripas do César de dentro daBola Azul da Bandeira. Os Jagunçosavançam apaixonados pelo novoarmamento que acabaram deconsquistar realizando seu maior sonho.Krupps com a marca de Essem ondeforam fabricadas. As Mandrágorasfazem o rito da vingança de InhatúMirim. Dispõem os corpos nus de todosos mortos na pista diante de Tamarindoque é posto no trono de Pólvora pelaZabaneira mais apaixonada por ele.Tamarindo contempla o ritual obrigadopor João Abade.Pacientemente todas as Mandrágorasdispõem-se atrás de cada corpo, Helenaatrás do César e juntas degolam as

cabeças. Enfeitam a estrada do Angico,Pista do Oficina, com as cabeças dossoldados. Decoram o espaço comuniformes, botas, quepes, penduradoscomo uma Instalação de ArtesPlásticas. As futuras expedições queousarem ultrapassar aquele portal doAngico para Canudos terão de enfrentareste Corredor de Horror. O Sangue correenquanto os corpos são queimados poruma tocha. O cheiro de carne queimadaenche o ar. A Coriféia da Voz Canta osEstranhos Frutos plantados e colhidospelas Mandrágoras. Tamarindo éconduzido até a Bandeira do Brasil, semcalças, beija a bandeira e é empaladopelas mulheres com um tronco deárvore e pendurado na estrada comoProtagonista da instalação. Todosdeixam a estrada do Angico. Fica somente o Fantasma de Tamarindoque canta o Canto dos Bodesesquecidos no silêncio dos ventos e do nada. A Pista fica com os corpos e o cadáver balançando, a luz vaisaindo e nos baixos ouve-se um tropelde Bárbaros que repentinamente abrem as tampas dos céus subterrâneos em que se acoitavam e vêm à Luz,incitando a queima da almasubterrânea e o desembocar das Catacumbas Líricas nasCatacumbas políticas do Corpo SemOrgãos Sertão, saudando a Multidão.

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PRELÚDIO - 1ª EXPEDIÇÃO

1 . Do amor primeiro sócio, o negócio2 . Drama de amor3 . Song de helena 4 . Embargo judicial5 . Raps contínuos dos contínuos

dos telegramas bahia-joazeiro-queimadas

6 . Desfile da primeira expedição7 . Joazeiro 8 . Nicolau e mariquinha9 . Mau agouro

10 . Partida11 . Uáuá12 . Noite de escorpião13 . Canudos 14 . Caminho de uauá15 . Alvorada em uauá16 . Desordem de feira turbulenta

reanima uauá 17 . Joazeiro

2ª EXPEDIÇÃO

18 . Conflitos da república democrática grande discussão em rede pelo espaço todo

19 . Preparativos da reação em canudos20 . Baronesa de jeremoabo chegando

com divine21 . Incêndio na assembléia on-line22 . Guilhotina23 . Teatro – teato : ópera de

ensaio de musical americano.24 . Partida da 2ª expedição25 . Queimadas –

oração meditativa26 . Monte santo

27 . Festa de ano novo 28 . O rap dos vaqueiros 29 . Rap funk dos guerrilheiros 30 . Banquete31 . Discurso 32 . Subida a monte santo

no primeiro dia do ano 33 . Na praça de operações

– 15 de janeiro 34 . Caatingas entram em campo

de acão e movimentação 35 . Primavera: anteu – coro sertanejo 36 . O exército perdido encontra o guia 37 . Cambaio: canto das almas

penadas do cambaio 38 . Kundalini39 . Primeiro recontro40 . Tentativa de escalar as estruturas 41 . Fracasso no galgar as estruturas 42 . Voltam os jagunços atirando43 . O atirador fantástico44 . Mergulhão da dança do gasta bala 45 . Revolta do baixo exército 46 . Conquista das trincheiras 47 . O dólmen 48 . Fim do cambaio 49 . Trilha de canudos: os guerreiros

vacilam perdem o axé 50 . Segundo combate:

tabuleirinhos51 . O sinal do tiro 52 . Corpo a corpo53 . Canhão retomado & futebol

do negacear 55 . Morte de joão grande 55 . Canudos: a légio fulminata

de joão abade

ROTEIRO

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56 . Num extremo da pista lagoa do cipó, soldados exaustos de gastar balas de atirar

57 . A parábola das balas fatigadas 58 . No outro extremo. Na lagoa do cipó.

Exaustão na tropa59 . Reunião de oficiais

– decisaõ de retirada 61 . Baixas 62 . Sangue ressecado 63 . Entre a lagoa do cipó e a

legio fulminata64 . O encanto de conselheiro

perdido, legio fulminata65 . Perseguição 66 . Chuva de pedras 67 . Plantio dos mortos 68 . Canto da primeira parte da

excelência69 . Excelência – adriana – chico –

joão cabral – coro

EXPEDIÇÃO MOREIRA CEZAR

70 . Floriano peixoto71 . Casting72 . Contra argumentação 73 . Primeira expedição regular contra

canudos75 . Salvador76 . Queimadas77 . Monte santo78 . Toque de chamada74 . Canto do desejo da paz75 . Conselho dos doze76 . Orquestra do arsenal ativo 77 . Grã circo canudos 78 . Rito da invenção da bigorna 79 . Síncope de espanto extraordinário

80 . Partida de monte santo81 . A bela e a besta82 . Seca83 . Taitá do exército, psicologia do

soldado brasileiro, se eu voltar!84 . Pitombas85 . Primeiro encontro86 . Idos de março87 . Eletric sound88 . Cidadela mundéu89 . O exército fraciona-se, planos

aproximados, labirinto de toda a planta baixa do arraial, corografia da caça levando o caçador para armadilha, perseguição

90 . Mandrágoras cidadela91 . Fogo em cezar92 . Retirada da cidadela –

Travessia do vaza-barris93 . Hora da ave maria94 . Quadrado 95 . Novo cezar 96 . Retirada97 . Debandada98 . Artilharia 99 . Última tentativa de tamarindo100 . Instalação101 . Tropel de bárbaros

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PRELÚDIO – 1ª EXPEDIÇÃO

Oswald de AndradeDiário ConfessionalFragmentosMais do angústia, a ansiedade paira sobre o mundo emtransformação.o Pensamento ávido de totalidadeTotalidadeAs soluçõesParadigmasDicotomiaO ser é comunal e devorativoO ser é comunal e devorativoMundo antropofágico da energia eirradiaçãoAs novas categorias: O humor A vertigemO ser é comunal e devorativoO ser é comunal e devorativoMundo antropofágico da energia eirradiaçãocategoriasO humorA vertigem

DRAMA DE AMORCORO Drama de AmorIncidente desencadeador Da Guerra da Tróia de Taipa

Tocada com Muita Gaita.JUIZ ARLINDO LEONI Tenho velha dívida, com esse Fantasma AgitadorSertanejo, Vou saldar, eu Juiz do Bom Conselho,salvando a adorada Helena dona do meu desejo Sequestrada Por Pajeú, Este bandoleiro! PAJEÚGeneral Othelo Haitiano de AntônioConselheiro JUIZ ARLINDO LEONINuma cena Publica OrquestradaDiante da Minha mãe: República Minha esposa, minha Helena, meutesouro Toda minha prata, todo meu ouro Sem poder reagir, humilhado Chicoteado,Eu Juiz Arlindo Leoni Tragico Bufoni Venho neste estado neste Estádio Bode que Berra Declarar a verdadeira causa destaGuerraÉ o Gol da Paixão humana.Quero a minha Bela Helena de voltaSerei o Menelau desta Troia de TaipaUm Tambor de Guerra explode nocoração do meu coração

10 ATO

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SONG DE HELENA HELENAFugi para Canudos visionário Filha de meu pai bilionárioQueria seu Baú explodindo em riqueza Dinheiro, dinheiro, vindo de mais emais beleza Canudos não ama a pobrezaTrouxe nova peste, invenção da maismoderna riqueza. CORO (2x)O amor é livre e grande demaisPra ser julgado por nósPobres mortaisHELENAApaixonei-me por Pajeú General da Capoeira, belo nuGuru do BexigãoConquistou meu coraçãoArtérias, Harpas CifrãoMas era tua Arlindo, Saía em Caras, meu coração vibrava Eras me tudo lindo Arlindo.Era Rainha da Orgya nos teusCamarotes Agora em Canudos da Orgya doutambem os motes Mas quero verdadeira Orgya Tudo com Todas, Todo Dia! Misturas, Finanças, Cultura, Bonança,HerançasTudo é Comercio afinal Tudo é Social Mas eu quero mais, Alem do bem e do Miau. JUIZ LEONI

Pare, eu estou muito angustiadoVocê me seduziu, fui enganado…Neste Estado Neste Estádio Abro meu abcesso fechadoDa LUTA, jogo… …o Prólogo!

RAPS CONTÍNUOS DOSCONTÍNUOS DOS TELEGRAMAS BAHIA-JOAZEIRO-QUEIMADAS(Cogata Dj de Queimadas, vai entrandojunto com o de Joazeiro e os deSalvador. Os telegramas serão cantados-ditados pelas autoridades, transmitidospor seus telégrafos em show de percussão corporal e recebidos eretransmitidos pelos telégrafos destinatários das mensagens)COMISSARIO DE POLÍCIA CORONEL JOÃOEVANGELISTA PEREIRA SHILINKTelégrafo, mande para Queimadas Este recado SHILINK / COGATA TELÉGRAFO Cogata Garga! Anuncio em prantosdistrato feito Não posso entregar madeira, de nenhum jeito!impedimento legal Juiz, que asneiraenciumado, desajuizado Exigiu rompimento por ele tramado.PS: E o presente aniversário aindaesperado?Cogata, o seu Shilink aqui, não é culpado, está desconsolado. CHEFE DE GABINETE - DJ GRAMA BAHIANODr. Luís Vianna,

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digníssimo governador da Bahia,um urgente telegramaJUIZ LEONIBoato correntecidade florescente será esses dias assaltada por gente de Antônio Conselheiro, Providência urgente evitar Êxodo população já em deserção. GOVERNADOR LUIS VIANA DA BAHIARespondo a esse juiz paranóicoQuer Brasil sangrando, ato heróicoMas a Bahia mesmo resolveE essas estrepolias dissolve.Governo não move força por boatos mande vigiar estradas no recato

governo fica prevenido enviar trem expresso, força pra rechaçar garantir tranquilidade cidade.Agora muda o tom Para o General Solon: Sr. general comandante de distritoDesfalcada força policial aquartelada nesta capitalrequisito:cem praças de linha,a fim seguirem a Juazeiro, apenas me chegue aviso do juizdaquele polipeiro. JUIZ ARLINDO LEONIContínuo acorde ligeiropasse este telegrama ao Governador da Bahia, >>

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esqueça o travesseiro…ESCRIVÃOEsqueça o travesseiro…DJ GRAMA BAHIANOEsqueça o travesseiro…GOVERNADOR DA BAHIA Esqueça travesseiro?O que? Que trapaceiro!(ditando a seu chefe de gabinete,para General Solon)Sequazes Conselheiro distantes de Juazeiro dois dias, nossos portos Chegam dia dos Mortos,2 novembro. “Lembrosr. General afinal satisfação minha requisição”GENERAL SOLONJá chega atrasadaChega dessa enrolada…(para o recruta, ditando para oGovernador da Bahia)Prontamente satisfaço requisição, dr. governador do Estado, força cem praças da guarnição, bater fanáticos arraial fanatizado, número suficiente, pergunto?GOVERNADOR DA BAHIASuficiente!GENERAL SOLONConfio inteiro conhecimento vosso noassunto!

DESFILE DA PRIMEIRA EXPEDIÇÃO

TABOLETA: ESTAÇÃO DA CALÇADASALVADORTENENTE PIRES FERREIRA Nono Pelotão,Em Frente!INFANTARIANós somos estes infantesCujos peitos amantes,Nunca temem lutar,Vivemos,Morremos,Para o Brasil nos consagrar!Nós peitos nunca vencidosDe valor desmedidos,No fragor da disputa,MostremosQue em nossa pátria temos,

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Valor imensoNo intensoDa luta.És a nobre Infantaria, Das armas, a rainha,Por ti dariaA vida minha,E a glória prometida,Nos campos de batalha,Está contigoAnte o inimigoPelo fogo da metralha!(O Corpo Militar segue para Joazeiro.Apito de Trem. Sai a Taboleta daEstação da Calçada, e entra a de:

JOAZEIROChegam os Infantes a Juazeiro marchando heróicos) INFANTES DA INFANTARIABrasil te darei com amor,Toda seiva e vigor,Quem em meu peito se encerra,Fuzil!Servil!Meu nobre amigo para guerra!Ó meu amado pendão,Sagrado pavilhão,Que a glória conduz,Com luz,Sublime,Amor se exprimeSe do alto me falas,Todo roto por balas!És a eterna majestade,Das linhas combatentesÉs a entidade,

Dos mais valentes.Quando o toque da vitóriaMarcar nossa alegriaEu cantarei,Eu gritarei,És a nobre Infantaria!TENENTE PIRES FERREIRA Alto!

NICOLAU E MARIQUINHA(Surgem os dois mulambos dois palhaços fazendo troca troca numteatro de sombras, com caralhos debanana, ao som de um shote, sãoimediatamente interrompidos por um Oficial) DUPLA SERTANEJA DE GUIAS Nicolau e Mariquinha Nós somo meio cego, lá da terrinha Não conheçemo a região Nem somo guia de profissão Mas desviamo do bom caminhoTemos faro e nos falta farinhaO destino senhor dos anél Escolheu nosso papél.Não somos nada sortudo Guia pra Canudo!

PARTIDATENENTE PIRES FERREIRAAgora é Festa, é aniversário doSenhor Meu Pai, Pelotões! Formai! Marchai. Marchai. Manhã Tropical! 12 de novembro! Marchemos cabeça, corpo, e membrosem terreno agro, despovoado nas vias,>>

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temos duzentos quilômetros de travessia,Eu comandante, sou cruelmente sincero É inexeqüível marchar E vossas forças poupar,Mas confio em vossa garra InfantesNo vosso heroísmo irradiante! INFANTES DA INFANTARIA Mamãe, da Primeira Expedição é hora Deus Pai, agora é com o Senhor, ecom a nossa Senhora.Vamos indo! Está sendo lindo!Começo abençoante!Abraçados nesta paragem exuberante! Oh! Belo sertão de Curaçá, Oh! Feracíssima trajetória até Santo Antônio da Glória!Perlongando sem riscos Mares de verde bravio a margem direita do Francisco, Santo Rio; Fecundas praias de Vila Nova daRainha.Nossa espedição navega ondas vegetais marinhas!TENENTE PIRES FERREIRAFesta! É aniverseario do Senhor Meu Pai! INFANTES DA INFANTARIAFesta!TENENTE PIRES FERREIRAEm frente Pelotões! Marchai. Marchai.INFANTES DA INFANTARIAMas ai desatino! Saimos da verdemoldura

Entramos no quadro, na textura, dapinturaÉ certo É o deserto.Joazeiro era lindo de cantar Tão belo quanto o Sertão de Curaçá Mas durou pouco, que afliçãoNosso coração bate, é o vasto sertão! Pequena é nossa expedição O segundo dia de viagem desperta quarenta quilômetros, estrada deserta marchando, vamos calcando até essa ipueiraminiatura na pintura inteira. GUIA DE UM OLHO SÓ Oásis! Miragem!Lagoa do Boi! GUIA SEM NENHUM OLHO Já foi Restos d’água pra lavagem.TENENTE PIRES FERREIRAEm frente!INFANTARIA DE INFANTESPelos tabuleiros o dia inteiro desdobra-se abrasador, sem sombras um inferno azul de corna terra nua o ardor reverbera, multiplica, destempéraa altíssima temperaturaacelera, destrambela nossa estrutura nossas funções vitais, Tenente! Alta!Ai! Cansaço subito nos assalta!

UÁUÁTENENTE PIRES FERREIRA >>

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Povo de Uauá por que essa inquietação, por que? Somos o Exército Brasileiro e estamosprotegendo vocês.Atenção, em Uauá num dia da pátriasagrado, o Hino da Bandeira cantemos afinados: TODOS“Salve Lindo Pendão da esperança!Salve Símbolo augusto da paz!Tua nobre presença a lembrança A Grandeza da pátria nos traz. Recebe o afeto que se encerra em nosso peito juvenilQuerido simbolo da terraDa amada terra do Brasil“ Viva o Brasil!!! Viva!!!CONSELHERISTAS DE UAUÁ POMBEIROS DE CANUDOS EM UAUÁIsso, fujam deixem o campo prontoPro Confronto.Santo Expedito é pra já, nesse choteVamos lá, Olimambô! No trote…trote… trote… trote Travessia noite a dentro, nós descampados em fora,avisar o Conselheiro que já é chegadaa hora.Voltamos com ele em procissão Sem confronto, ao encontro dessaexpedicão,Fora dos papéis da República, praquem preste.Espalhando o teatro da peste…

NOITE DE ESCORPIÃO

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CABO VIADO CASTRATTI Repouso merecido, Dormimos, sonhamos, tranqüilos,Acantonados, sem grilos

CANUDOSPOMBEIROSTem cem praças de pré um rebotalho Soldados Infantes, sem fé. A Tropa toda dorme, só um galo acantar em toda Uauá.Se sairmos agora nosso povopegamos eles no sono novo. A fuga do povo é em massa! A arena está vazia aos lutadores todo este dia JOÃO ABADE (que começa a carregar uma cruzimensa)O Carcará canta o prelúdio do dia Vamos para a benção da procissão MANÉ QUADRADO Juntem Folhas Vivas Galhos Secostortos Comisssão de Frente Vivos e Mortos!JOÃO ABADEVou de Pagador de Promessa, meucorpo suporta. Mas se nossa peste não abrir a porta essa cruz vira raquéte, ariéte! A procissão vira combate, na percussão. À Jesus dos Combates, Louvação! CONSELHEIRO

Louvação! COROLouvação!COMPADECIDAO que esta Bandeira Tomara divina pomba da Paz Vai Baixar CONSELHEIROPomba Pomba GIRAPomba Pomba PIRACORO E PÚBLICO Pomba Pomba GIRAPomba Pomba PIRACONSELHEIROEu não vou pra procissão.Anima este povo Beatinho, pra procissão!Prá isso te passo o bastão.COROBatuta birutaoscila vacilano vacila do não vacila!BEATINHONão vamos sangrar, basta os te-atos.Na Batuta Beatinho, Afoxé Fé-Procissão derviche de ocupação Olimabô! CORO GERALOlimambô!Primeiro Passo Toma tomar conta do espaçoTem espaço a beçaSó você sabe do seu Antes ocupedepois se vire, olhe em volta, dê um rolê >>

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não esqueça que você está cercadocuidado com as imitações.BEATINHODá um rolêBreque!Outro pra verRoletrando Rolando.FURIASFurias! Bacantes! Espalhar nossa peste de amor,o quanto antes! MANÉ QUADRADO Coro de Oficina de Florestas Avança! Longínquo na mudez da terra adormida dança!

CAMINHO DE UAUÁCORO DO PRELÚDIO SERTANEJOFlorestas Caminham Umbus, Coqueiros,Alecrins dos taboleirosCanudos de PitoBroméliasFavelasPalmeiras do DiaboJoazeiros Cabeças de FradeFacheiros QuipásJurema, Juremá!!! A reza, a peste, a força pode Procissão na cadência do canto do bode A reza, a peste, a força pode Procissão na cadência do canto dobode JOÃO GRANDE

Um pelotão escasso de infantaria, oculto pelas caatingas envolventes, Pode dispersar-nos em minutos.JOÃO ABADEMas Uauá na frente não revela lutadores a postos.Dormem, Dormentes.CORO (2x)Dorme menino grande que eu velareipor ti Sonha o que bem quiseres, nós chegamos aqui.

ALVORADA EM UAUÁGUIA DE UM OLHO SÓ Sinto uma Floresta que Caminha Me diziam que eu só ia morrer No dia em que as árvores caminhassem Não estamos bêbados nem chapados Estamos tendo um Sonho acordados? TENENTE PIRES FERREIRA

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(de sua casa, dormindo) Deixem de besteira, a tropa tem quedormir, vamos atacar Canudos quando o Solsurgir. GUIA SEM OLHO Eram muitos. Três mil. Uma bacanal?Avançavam sem ordem, num carnaval Na madrugada girando, feito espiral GUIASNão é sonho é realidade!Ou a realidade virou sonho de verdade?COROChegamos, beiramos a linha de sentinelas avançadas. Despertem, espadas embainhadas!

DESORDEM DE FEIRA TURBULENTA REANIMA UAUÁ GUIASIsso que é feira animada. Turbulenta.Uauá capital da terra Grande!Esquenta!TENENTE PIRES FERREIRA Fuzilaria em Massa!Ouçam o prelúdio de nossas armasde repetição!INFANTARIA (2x)Bala balaBala balaBala balaBala La I KaMATUTOSCom um balido abala a baladaA bala abalada

Abala a balada do baile de gala INFANTARIAMATUTOSBala bala Com um balido abala a baladaBala balaA bala abaladaBala bala Abala a balada do baile de galaBala La I KaMéééééMATUTOSJoão JoãoFura a paredeFura a paredeFura a paredeComo um furacãoTem aí 100 macaco Comblé na mãoFura aqui Fura aquiFura aqui Fura aquiFura lá Fura láFura lá Fura láAlémAlém do AlémAlém do AlémAlém do AlémAquiJÁ!INFANTARIA MATUTOSBala bala A EEEE IIII UU OBala balaA EEEE IIII UU OBala bala A EEEE IIII UU O >>

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Bala La I KaA EEEE IIII UU O(Os matutos conjuntos à roda dossímbolos sacrossantos, no largo,começaram de ser demolidos emmassa. Baqueam em grande número;e torna-se-lhes a luta desigual adespeito da vantagem numérica.)ESTEVÃO JAGUNÇO COZINHEIRO DE ARMASNa estonteadora ebriez do tiroteioé um recreio Canta a receita, desse lento produto Executa heroísmo imóvel de dois minuto.Minha mão revolve os aiós, que cheiro retira pólvora primeiro depois a bucha as balas, puxa;a vareta não esquece maluco, enfia pelo cano largo do teu trabuco ceva devagarinho como quem fodeja que pódesoca lá dentro esses ingredientes, prepara o alimento, dos soldados,esquente; escorva a polvora engatilha o cão, vai lá clavinote no pinote dá cabo, disparaçãogoza!CORO SERTANEJOViva a Peste da Paixão! Viva!Viva o nosso Bom Jesus! Viva!Viva o nosso Conselheiro! Viva!Viva o Infante nosso irmão!

Em ronda desnorteada e célere. variemos esta gente séria. Apitos. Gritos, Zoeiras.Giros revoltos, folhas de parreiras atraindo pro plaino desafogado dacantiga A luta de amor com os infantes nacaantiga.

JOAZEIRO JUIZ ARLINDO LEONI E as linhas do telégrafo transmitem aopaís inteiro o prelúdio da guerra sertaneja… (o telegrama de Arlindo é retransmitidopelo telégrafo em todas as línguas domundo …Espanhol …Alemão…Inglês …Francês …Italiano …russo…árabe …chinês …japonês…nagô… As notícias do prelúdio daguerra sertaneja irradiam de todos ospontos, enchem o espaço REMIXADAScom sons de telégrafos, demolições,gemidos, gozos, orações, somadas àmúsica do revoluteio - Começa oTROPEL DE BÁRBAROS emPercurssão com os telégrafos… Temade toda esta parte da luta. Começana boca de um cantador, vão para osCoros até a versão remix, com telégrafos, pânico internacional…)CANTADORA força recuou ninguém sabe bem por quepor medo não encarou?Ou viu o que ninguém vê?Bandido dioido armado

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fogo, facão, foice, machado…Bandido dioido armado fogo, facão, foice, machado…COROToando hino pomba girandoa bandeira do divinocirandandandandandandandandandandandandandandoGuerrando luta cantando dançando na batutaGuerrando luta cantando dançando na batuta ai! ai! ai! tropel de bárbaro ia! ia! ia! doce amargoai! ai! ai! tropel de bárbaro ia! ia! ia! doce amargo …(O TROPEL chega ao sertão:Queimadas, Monte Santo; ao litoral:Salvador, Rio, na Rua do Ouvidor,

onde o remix entra gravado e ésucesso no sertão mundial: China,Russia, Áfricas, Américas; em SãoPaulo já radiofonizado, mixado emsom do tropel do horror, sendo cobertos por telégrafos em varias línguas de Radio, de Tv, deComputadores em Bagdá, Paris, Nova York, Berlim, Luanda, Xangai…)

2ª EXPEDIÇÃO

TEATRO – TEATO ÓPERA DE ENSAIO DE MUSICALAMERICANO

CONDOLEEZZA RICE One, Two, Three, Four FIELDMARECHAISFields marechais Trazemos padrões internacionais.Aqui por contrato Com o Ministro da Guerra Dionísio deCastro.That’s it!COROThat’s it!FIELDMARECHAISDoutores na arte de matar hoje naEuropa,invadimos a ciência, o teatro, com atropa,perturbando seu remanso retinindo esporas insolentes semcanso. Leis formulamos para a guerra eloqüentes >>

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pra batalhas inteligentes.Guerreiro, de nossa mão a heróica machadinha foi pro chão de dois gumes,levávamos no quadril:a Francisca, foi traída, risca!Sumiu…O lápis calculista surgiu.Com lápis do artista estrategista riscamos o Line do FIELDMARECHAIS e COROCoro FIELDMARECHAISSoldados, entrem nele sem Choro.(Brasileiros exitam tímidos, com medode perder sua singularidade ou seujeito de ser e lutam contra a entrada nalinha; os Fields ordenam com fúria:) RIGHT NOW! (os brasileiros intimidados entram; osFields tiram os chapéus e demonstramque é para os brasileiros apanharemdo chão e solenemente se coroarem.Tambores rufam. Todos apanham ospalcos-quepes, erguem pra os céus eos colocam na cabeça. Um apito,todos fecham as cortinas)Meia volta, volver! Diante do inimigo coreografia padrão Corpos sarados sorrindo, luzes, canhões Tam tam tam tam tam tambores, bandeiras, blockbusters, explosões, numa única pulsação

irresistíveis, como São Sebastião (Cenas de Soldados marchando contra o Inimigo em Musicais brasileiros e americanos)

PARTIDA DA 2ª EXPEDIÇÃOMAJOR FEBRÔNIO DE BRITO(Para o povo a e multidão: prestes a entrar no trem para Queimadas.Todos estão com as baionetas apontadadas como para uma punctura.)Juremos à República, aqui naEstação da Calçada Indo agora pra Queimadas: Canudos, doença cancerosa será lancetada.

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CORO DO EXÉRCITOURRA! MAJOR FEBRÔNIO DE BRITODia 25 de novembro, dia dos encon-tros: AlegriaCORO DO EXÉRCITOAlegria!MAJOR FEBRÔNIO DE BRITO Eu, comandante do 9° Batalhão deInfantaria, Meu nome é Febrônio de Brito,Meu desejo: ser vosso Major favorito. Embarquemos.Ouço o apito SOLDADOS, GOVERNADOR DA BAHIA, INTERI-NOS PRESIDENTES E MINISTRO DA GUERRA Viva o comandante Febrônio de Brito.REPÚBLICATRIPLE MERDE! TODO O TEATROMERDE

QUEIMADASORAÇÃO MEDITATIVAMAJOR E TROPAXô Xô Xô!!!MAJOR FEBRÔNIO DE BRITOAtenção Pelotão! Estou revoltado,o plano afundou, o transporte combinado, não chegou, a paciência acabou. Meu intento: arremetida fulminante, ao mocó da rebelião nesse instante, levando só muniçãoque possam os praças, já na lona,carregar nas patronas.

SOLDADOSO que?!Trágica decisão. Quem fala por nós nesta situação?CABO WANDERLEYA Partida mais rápida de Queimadasnão vai condenar em Monte Santo aestada mais demorada?TROPAÉ!FEBRÔNIO DE BRITONão Cabo. Não.(no suingue) Atenção Tropa, no suingue!Marchar, Marchar, É o nosso canto, mesmo no desencanto.TROPAMarchar, Marchar, É o nosso canto, mesmo no desencanto.

MONTE SANTOFEBRÔNIO DE BRITOAno Velho adeus pro novo preparemos o colo:trilhando esse solo,Marchar, Marchar,É o nosso canto, mesmo no desencanto. Tropa! Estacar!Cá em Quirinquinquá, Ouço o ano novo nesse canto estamos diante de Monte Santo.VERÔNICA DE MONTE SANTO As lágrimas de sangue que a virgemchorou >>

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anunciaram esse dia que MonteSanto virou Praça de Guerra. Verônica, faço vossos retratos sonoros, nos séculos de tristezas sangrentasque o Monte encerra.Descobridores, invasores,séculos opostos, desamores,os mesmos rancores. Massa de quartzo de serra, das arquiteturas monumentais daterra, a vertente oriental caindo, a pique,lembra vejam, a muralha chinesa. Rua saindo da praça – a via-sacra dapobreza, nem foi preciso ladrilhar, macadamizada de quartzo alvíssimo, em um século de romarias ao santíssimo,traz os passos de multidões semconta a talhar, em milhares de degraus em caracol, vereda branca de sílica, mais de doisquilômetros ao solescada subindo fugindo pro céu…Vosso retrato me dói na voz do coração.Monte Santo Centro de Guerra, deOperação!Não, Não, Não

FESTA DE ANO NOVO CORO DA CIDADERaça que ia morrer, desconhecida na história, entre paredes de taipa,

de nossas casas de escória,quase acidentes do solo, tocas deanimal Mas agora de obscuro arraial, grandissíssimo quartel, acaçapado!Major Febrônio, o povo está reanimado!!!

O RAP DOS VAQUEIROS VAQUEIRO IDiz que é capaz de esboroar o MonteSanto.VAQUEIRO IIAbalar com um só tiro, mais forte que mil “roqueiras”, as rochas do sertão, inteiras. é o cão! O que não pode esse progresso dessa civilização!?

RAP FUNK DOS GUERRILHEIROS VAQUEIRO I

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Toco pro norte, pra Canudos. Ninguém me percebe.Encantados com o triunfo, é nosso trunfo. VAQUEIRO IIIFico aqui espiando, indagando, contando, o número de praças.Todo trem de guerra vai passar pornossa olhada VAQUEIRO I E IIITodo trem de guerra vai passar pornossa olhada VAQUEIRO IIIdespacha já pra aldeia sagrada, e conta tudo pra jagunçada.VAQUEIRO I E IIILouvado seja o senhor jesus cristo!E o anti-cristo!

DISCURSOFEBRÔNIO Em todos os tons e na Igualdade -“Pátria… Glória… Liberdade!” COROPátria Glória Liberté Egalité!Pátria Glória et! Liberté Egalité!Pátria Glória Liberté Egalité!Pátria Glória et! Liberté Egalité!Canta eloqüência, vibrante,matéria-prima dos períodos retum-bantes retumbantes!Contra as Rodas dos carros de Shiva. SOLDADORodas dos canhões Krupp na Estiva! COROrodando OUTRO SOLDADO pelas chapadas estiradasCOROrodando TERCEIRO SOLDADOpor serranias empinadas COROrodando QUARTO SOLDADOpelos tabuleiros aos ventos COROdeixando sulcos sanguinolentos.FEBRÔNIORebeldes a ferro e fogo COROdestruídos serão!FEBRÔNIOÉ preciso um grande exemplo CORO >>

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e uma lição.FEBRÔNIOAos rudes impunes, criminosos retardatários COROdos sertões, FEBRÔNIOQue tem a gravíssima culpa de umapego estúpido às mais antigasCOROTradições, FEBRÔNIOrequer corretivo sangrento,COROque saiam afinal da barbaria queescandaliza o nosso tempo, e que entrem para a civilização iluminada, a pranchada!SOLDADOSEstá selado, brindado:o exemplo será dado.PREFEITACrianças ao assunto:O Arco do Triunfo! TODOS10…9…8…7…6…5…4…3…2…1…MEIA NOITE!!!Feliz Ano de l897! PREFEITA(abrindo a garrafa de Cidra) Ciiiiiiiiiiiiiidra e… confetiTODOSCidra e confetiVem a Vitória97 na história só honra e glória

aos vencedores muitos amoresarco do triunfocoroa o prenúncioderrota do jagunçoJurema e aruá!

NA PRAÇA DE OPERAÇÕES – 15 DE JANEIRO FEBRÔNIOMachoTauro Marchar!MACHO TAUROMachoTauro: um é um. Um é tudo Assim vamos pra Canudos!Thank you, sejamos moraisDevemos tudo aos Fieldmarechais. MACHOTAURO - CORO GERAL DO EXÉRCITOMacho Tauro CATINGASimpotente MACHOTAUROpossante,

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na envergadura de aço e grifos de baionetas, CAATINGASdesarmado!MACHOTAUROMinha garganta de sede exsica!Minha barriga de fome grita!CAATINGApra retaguarda animal!MACHO TAURO E CAATINGA O deserto estéril ameaça, pior mal! O Flagelo é iminente!Foge MachoTauro demente!

PRIMAVERA ANTEU – CORO SERTANEJO SERTANEJOS SOBEM NAS MÃES COMO PLANTAS HOMENS Natureza mãe, protetora do filho bem amadoTalha-nos Anteus,da terra indomáveis como o Deusdetendo a marcha dos exércitosateus. CAATIGASAnteus! Anteus!Não afastem filhos amantes meusOs pés de nossas seivas,pés nossos céusNão tirem do nosso chãoÉ vossa força de pagão.

CAMBAIOCANTO DAS ALMAS PENADAS DO CAMBAIO (TODOS OLHAM EXTASIADOS PARAO ESPAÇO, SUAS LUZES E PARA SÍ,

PARA SEU LABIRINTO. Chegaramem GANESHA – o PORTAL DO LABYRINTO. Respiração kundalini,eterno retorno, dos baixos, cagando aexpiração chamando a inspiraçãopara a cabeça com contrição no cupara chamar o ar à cabeça, expirandodevagar para seu corpo interno – quecom o externo fazem um corpo semorgãos, para as estruturas de seusossos e órgãos em contacto com asestruturas do Corpo Pista) Pedra encaminhaSobremarinha Amontoando convulsivos colossos recortando os fossos fundas gargantas,degraus sucessivos, espantas.Trilhas só pra cabras de Pã, baluarte derruído, de TitãCidade Encantada Por, Órion, Constelada.Vale Vaza-Barris estranheza fortaleza redutos de, Marte,obras de arte.Matuto passa com medo de almapenada, sem desfitar a espora dos ilhais docavalo, em disparada, lá dentro população silenciosa trágica jagunços, encrustrados, >>

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na montanha mágica…Desmoronamentos seculareslento emocionamento eterno nos ares KUNDALINIA via sacra pra Canudos passa retilínea subindo em declive, comprimida convive, mergulhando por fim, no labirinto onde mora o inextintoTouro Preto,Serpente bem enfrente, na estrutura angustura.MANDRÁGORA DAS ALTURAS não tem a largura da rede de segurança

tem é a largura do arameDESFILADEIROPassagem para um teatro de passagem E a exataA precisa estreitezaDe crista de Gilete.

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O ATIRADOR FANTÁSTICOCORO DOS LUTADORES FANTÁSTICOS EMLINHA DE MONTAGEMEvoluímos na linha de fabricação, da primeira pra segunda expedição.Solitário demorado que aflição napunheta Agora nós faz junto, na suruba comboceta. PRIMEIRO LUTADOR – ESTEVÃOA porva, a bucha as balas, enfio noxote Vai, passo Clavinote SEGUNDO LUTADOR – JOÃO ABADETe pego, na mesma ode Cevo, soco, como quem fodeTERCEIRO LUTADOR – PAJEÚEngatilho o cãoDisparação!

MERGULHÃO DA DANÇA DO GASTA BALA JOÃO GRANDE - RAPFUNK Pras balas gastarfunkear sem pararBIXIGÃOfunkear sem pararJOÃO GRANDEgastar gastar gastar gastar as bala! E não chegar no arraial, EXÉRCITObala…bala…bala…bala…bala…bala…bala…bala…bala…JOÃO GRANDEVem Comigo Bexigão! Dançar o Sertão!

Falsear peleja franca pessoal! JOÃO GRANDE E BIXIGÃOMiraatira! EXÉRCITObala…bala…bala…bala…bala…bala…bala…bala…bala…JOÃO GRANDECriançada bala! Abala! Canhão estrala!BIXIGÃOBexigão quer bala! EXÉRCITObala…bala…bala…bala…bala…bala…bala…bala…bala…JOÃO GRANDECanhão, Manuliche, mande! Sou Bexigão, sou… BIXIGÃO…João Grande!

SANGUE RESSECADO LAGOA DO CIPÓCorre minha água-de-guerra impura,Sol, bate de chapa na minha figura Me destaca sinistra no pardo escuroda terra requeimada…uma nódoa amplíssima, de sangue,iluminada!

CANTO DA PRIMEIRA >>

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PARTE DA EXCELÊNCIACORO PUXADO POR CORIFÉIA CABRANos abismos profundosnas grotasfins de mundoscolhendo vossos corpos Ah! nossos mortos,vamos andando. Vossa esquerda mão em nossos ombros pousando,vamos andando.Al Aqsa, palestinos,judeus,Esses mortos também são seus

EXCELÊNCIA – ADRIANA – CHICO – JOÃO CABRAL – CORO CORIFÉIA DIVA Amado João Ao passares em Jordão E os demônios te atalharemperguntando o que e que levas,diz que levas ceracapuz e cordão mais a Virgem da Conceição uma Excelência dizendo que a hora é hora.Ajunta agricultoresque o corpo vira semente plantadosmortes nascentesCORODuas Excelências dizendo que a hora é hora.Ajunta agricultoresque o corpo vira semente plantados

mortes nascentes(Cantam nove Excelencias conduzindo o Povo para o Jardim e para os Subterrâneos)LUZMuito baixo no horizonte, o sol desce vagarosamente, e roça a orla cintilante, adourada, do extremo mais remoto na chapada, e seu último clarão, a cavaleiro das sombras, que se adunam na baixada, cai no dorso da montanha:Aclara, Ilumina, fugaz, usina,o préstito, que à cadência das rezadas vaiseguindo.Desliza insensivelmente, subindo, à medida que lentamente as sombrasascendem, até ao alto,onde os seus últimos raios cintilam píncaros altaneiros, enormes círios tesos, prestes acesos, prestes apagados, na meia luz do crepúsculo, bruxuleados.Brilham as estrelas primeiras. Rutilando na altura,a cruz resplandecente Órion constelação alevanta-se gigante, titã sobre o sertão… >>

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EXPEDIÇÃO MOREIRA CEZAR

FLORIANO PEIXOTOFLORIANO PEIXOTOOs movimentos dos Jacobinos, estacar não vão.Pela nova situação adentro dilatar-se-ão. (LUZ NAS GALERIAS, na personagemque representa agora, de um lado:Coro da Multidão Criminosa, escritoem letras Garrafais numa faixaSangue. No outro lado, na platéiamenor: Coro da Multidão Consciente,com uma Camisa de Força comouma bandeira enfeitando seu Balcão) CORO DA MULTIDÃO CRIMINOSA(no meio do Público, deve-se projetaro Texto no projetor central para que opúblico possa fazer junto.) Tolerância Zéro Somos a Multidão Criminosa RepúblicanaMundial inertee absolutamente neutral.Nós, maioria consciente,mas retraída, sofremos mimetismoe vestimos a feição moral medíocrecomedida. (Entra Marcha Fúnebre Evolutivacomo a de Chopin, são as PompasFúnebres do enterro de Floriano) FLORIANISTAS JACOBINOS(trazendo Arca da Aliança, um Baú

20 ATO

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com as cinzas de Floriano)Hoje não é comédia É dia da Brasileira Tragédia.Marechal Floriano PeixotoLá se vai nosso garoto.Musa da GuaritaFênix! Ressuscita!REPÚBLICAVamos agora viver da exaltação gloriosa do seu cadavêr… CUNHA MATOSMarechal Floriano Peixoto seu túmulo, nesse país roto,é nessa hora triste sem esperançaNossa Arca de Aliança Pra nós rebeldia impenitente,MILITARES JACOBINOSURRA!!CUNHA MATOSseu nome, grande Homem no meio da Pátria em desordem, é agora, palavra de ordem.COROOrdem e Progresso. CORO DA MINORIA PENSANTENós somos a minoria,pensante do Brasil Nossa retração criminosa permite,excessos a milEm meio à indiferença geral Aceita, aplaude, as mediocridades irritadiças afinal!Não nos assusta terror econômicodesesperador: torne-se insolúvel, arrasador.

CORO DO EXÉRCITOSomos o Exército da República nascenteElemento ponderador da agitaçãocrescente. SOLO IDesde os escravos libertadosEstamos nós predestinadosCORO DO EXÉRCITO Cortejam nos,atraem-nos afanosamenete imprudentemente, amorais,E a multidão. Quer o quê? CORO DA MULTIDÃO CRIMINOSA Bush e o Bento XVI!

CASTINGCORO DO EXÉRCITO A Nova do desastre do Cambaio, aterradoraPara chefe da expedição vingadora, um de nós será o escolhido Marechal Floriano Peixoto morreu de ofendido. CORO DA MULTIDÃO CRIMINOSAA Multidão sedenta agora aguarda CORO DO EXÉRCITO O fetichismo político exigeManipansos de farda.CORO DA MULTIDÃO CRIMINOSANós opinião nacional, oscilamos… no aquilatar vencedores e vencidos…Nesse baralhamento >>

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perdidos… diante de nossa visão estreita… sentimental e suspeita… Em todos os tons, todas as cores,propagamos sem pudores O Mercenarismo! O Mercenarismo!O Mercenarismo!(Cobrem uma pessoa do público solenemente na Pista com a PúrpuraSangue)Imortais de quarto de hora! que nossa carência adora destinados à suprema sina de uma placa na esquina!Mercenarismo! Mercenarismo!Mercenarismo!

HINO DO PARTIDO NACIONALSOCIALISTADie Fahne hochDie Reihen festgeschlossenS.A. marchiert in ruhig festem trittKameraden, die Roten und ReaktionerschossenMarchieren in GeistIn unseren Reihen mit(Com a bandeira altae as fileiras bem armadasS.A. marcha em passo tranqüilo e firme. Camaradas, os "vermelhos" eos "reação" fuziladosmarcham em espírito junto com nossas fileiras.)

(Entra o Jovem Moreira Cezar; canto,trilha, a luz, o vídeo, vão trazendo oflash back, Moreira e o Jovem Cezarficam de quatro como Bebês, Erês.)MOREIRA CEZAR E COROAtirei o pau no gato-toMas o gato-toNão morreu-reu-reuDona Chica-caAdmirou-se-seCom o berroCom o berroQue o gato deu!Miau!

CONTRA ARGUMENTAÇÃO OFICIAL ARGENTINO Es um hombreMuy esquizito…MOREIRA CEZAR E JOVEM CEZAREsquizito?Que dizes?És um Hombre?És Mujer?Esquisito és tuArgentino de merda!OFICIAL ARGENTINO Yo soy el oficial argentinoFu victima de su desatino Herido por este cutillo, por suerte, a tiempo detenido, no mas que por cierta palavra de milengua, mal compreendida.Esquisito.Pero no tuve la mala suerte de un

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periodista, que causando un escandalo izquerdista,hizo intolerables acusaciones a laCorte del antiguo Império,y habiendo acusado el ejército dedelicto serio, fue resuelto por algunos oficiales,como supremo recurso, absurdo justiciamiento. La solución fulminante, desesperantedel linchamiento!!! (Um grupo de rebeldes, ligados a umcolar de lâmpadas elétricas acesasque iluminam os rostos que os vídeosampliam, em formação ordenada depelotão de fuzilamento. Mulheres queserão Mandrágoras nascidas do esperma dos decaptados, entram e se deitam no lado oposto aos condenados na pista. Estes vão sendodecapitados pela espada de Moreira,ao desligarem-se as lâmpadas. Nosrostos a última expressão é de gozo.Cada um que é decapitado goza e faznascer uma Mandragora. Cada umadelas replica com o gozo do nascimento.) BLUE DO FANTASMA DO MARJOR ALFREDOPAULO DE FREITASFui ultrajado a rebencadas sem con-templação Cezar começou a encarcerar suspei-tos da revolução Fui embarcado de Niterói com a farda que cobriu meu corpoaté o fim

a barca fez meia volta ao aproximar-se de Inhatu Mirim. COROInhatu Miriam BLUE DO FANTASMA DO MARJOR ALFREDOPAULO DE FREITAS Com mais 184 cabeças a minha foidecepadao mar bebia nosso sangue, a terranosso esperma guardava. MANDRÁGORAS E DECAPTADOSo mar bebia nosso sangue, a terranosso esperma guardava. >>

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(Mulheres tocam no esperma sangue,ungem a boceta e a cabeça, vãovirando Mandrágoras)UMA MANDRÁGORA(a capela) Aurora nasceu envergonhada,na Ilha de Inhatu Mirim ficou vermelha simcom a sangria que a maré trouxeacanhada(entra arranjo orquestral na trilha, osom do mar, deste movimento fortede nascimento, origem dasMandrágoras de Canudos)MANDRÁGORASSó nós Floriano, alegres demosFloradamandrágoras nascidas do gozo decada cabeça cortada.Gritando da nossa separação da Terra

fomos arrancadas(Uma India paraguaya Velha lhesarranca da Terra, elas gritam) Por Mandrágora Índia Paraguaja, da Guerra mal lembradaAs Gaivotas apiedadas nos levarampra Canudos (Acordeom Trágico, anunciador da cena de sangue do Angico) Onde esperamos você Cezar pra servir em miúdos.(Vinheta Samba–Bossa de Protesto da Minoria Pensante) UM MEMBRO ILUSTRE DA MINORIA PENSANTETerminou a revolta da Armada,mas a opinião nacional está abalada. Governança civil, recém inaugurada, Exija do responsável, que contas sejam prestadas.

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(Telégrafos acompanhando o pedidode esclarcimentos de Prudente, muitobaixinhos, até que cessam, e deixamum silêncio absoluto para a respostade Moreira) CRIANÇA ADORADALIDERANDO UM CORO DELAS UNIFORMIZADAS(Cantam para todos, para o público,mas principalmente para recomendarMoreira ao presidente da Repúblicacomo chefe da Terceira Expedição) Nosso Cezar, nosso amorAdorado imperador Criou o melhor corpo do Exército doBrasil, Com lucidez e amor ao mundo infantil qualidades eminentes, francas, raras de chefe disciplinador, inteligente,caras contestando com bravuraaos que chamam o seu gênio de loucurainterpretando como maldita pedofilia a inclusão da infância na infantaria. Dai a Cezar o que é de Cezar Criança reza, reza,Só ele pode ser escolhido Pra nós vermos Canudos destruído. Nosso Cezar, nosso amorAdorado imperador Cria o melhor corpo do Exército doBrasil, Com lucidez e amor ao mundo infantil!… (Moreira aplaude e faz o púbico

aplaudir as crianças, entram Euclidese Antonio Conselheiro que tem nomeio dos aplausos, um ataque epilético simultâneo. Entra Dra. AnaNina Rodrigues com avental deMédica sobre o Traje do século 19 de Ana)

PRIMEIRA EXPEDIÇÃO REGULARCONTRA CANUDOSCABO ORDENAÇA WANDERLEYE cá estou eu de volta, ainda cabo,ainda cruDesfilando e penetrando no NavioItaipuDiante daqueles que todo mundoprezaNosso Novo CezarTROPA(ovacionando Moreira com o gestoRomano)Ave Cezar!

SALVADOR(O navio apita anunciando a chegadaem Salvador; a banda toca a introdução da Baixa do Sapateiro;Uma taboleta da galeria se abre,escrito BAHIA. No cais as mesmaspessoas, vestidas quase da mesmamaneira do Rio, agora com turbantesesperam. Estão todos preparados pradiscursar. O Prefeito, um tocador deAcordeons Famoso, começa a cantaro Hino da Bahia, acompanhado deseu coro)PREFEITO E POPULAÇÃO DE SALVADOR >>

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Coronel Moreira Cezar,a Bahia vos quer muito bem.Que o brilho da luz…

MONTE SANTO(contra-regras jogam areia peloscaminhos e nela soldados marchamsem sair do lugar) SOLDADOSMarchemos para o desconhecido,veredas desfreqüentadas, nosso chefeenfrenta decididosubamos sem cantilvarando do Itapicuru ao Vaza?Barril,É o divorcio das águas divortiumaquarum,desmedido areal…Regato? Nenhum.Jornada longa, é certo150 quilômetros ilhados no deserto.

TOQUE DE CHAMADACORO DE SERTANEJOSVenham lutadores, aventureirosCorrendo o sertão inteirodos Estados nordeste, do seu quintalsurge a capital de um novo estadointernacionalCORIFÉIACoração do mundo,CORO DE SERTANEJOSbarriga da fome do capital!Jagunços do S. Francisco!Lavradores do MST!Cangaceiros do Cariris!CanhemborasQuilombolas do PCC!

Ruski, ChechenosCalangos!Balaios! ArmêniosIsraelitasPalestinosVietnamistasLatinos ArtistasCabanos! MuçulmanosCubanos AmericanosAfricanosHaitianosdas entranhas religiosas de renegadosno instinto da nova desordem irmanados.(Surge amanhecendo, camadas degente vindas de todos os lados: osdoentes; toda sorte de gente e o lutador solitário)CORO DOS QUE ESTÃO CHEGANDO E DECANUDOSAnjo Negro Zumbidos raros puros daqui.ANJO NEGRONo coice dessa procissão Anjo Negro, sigo minha solidão samurai solteirocapanga à disposição procuro um teatro maior à minha índole pior (João Abade Abóia) impulsivavadia valentiade lutador que luta pela luta.

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CANTO DO DESEJO DA PAZ(GRUPOS RUIDOSOS INDO AO TRABALHO, uns com picaretas furamos muros da Igreja Nova, outrosespionam no meio do público cantando; outro grupo de foice eenxada prepara a terra e o Jardim;outros vão construir trincheiras. Todostem que ter um trabalho específicoque fazem ao som do Reggae)COROS DOS TRABALHADORES TESUDOS Vão nos deixar em pazsó queremos criar trepare muito mais…Vão nos deixar em paz só queremos criar trepare muito mais…E partimos bem trepados, felizes… caminhos entrelaçados, raízes…pequenos grupos ruidosos, ruidosos,ruidosos carregamos armas,carnosos,ferramentas de trabalho batucamos, batucamos, batucamos phoderosos massacres passados,esquecidos nos corpos eróticosacordem novos vagidos Vão nos deixar em paz só queremos criar trepare muito mais…Vão nos deixar em paz

só queremos criar trepare muito mais…vão… na cidade e no sertãovão… na cidade e no sertãona cidade e no sertão

CONSELHO DOS DOZECORIFÉIA DIABA Pra que se deixar iludir,Pra que? Nesse ir e vir de ofícios, bons vícios… CORIFÉIA E CORO DA GUARDA CATÓLICARaízes disciplinem-secongreguem-se arregimentem-seprum objetivo único presente: reagir à invasão iminente.PAJEÚA terra de alto a baixo e no meio é um modelo em cheio serrote empinado é redutos, rio escavado até o ossovira fossoCaatinga trançada É natural barricada CONSELHO DOS DOZESobre as terras altas (olham as estruturas do Oficina, ondeapanham as enxadas e picaretas) nas passarelas bem acima em ribaltasrolando, carregando, pedras amontoando >>

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bocas no chão, no desvão ,a enxada é opereta da terra vem o açoocupando todo o espaçoópera de picareta

ORQUESTRA DO ARSENAL ATIVO GRÃ CIRCO CANUDOS MUTÃZEIROS(Espaço aéreo; valsa do trapézio oudas evoluções que Zé Paiva, Largatixae Daniel fazem, trapézios e cordas decirco) Arbustos mais altos, frondosos, galhos interiores, trançamos caprichosossem desfazer a fronde, lugar de esconde esconde

dois metros do chão, pequeno jirau suspenso, ascenso atiradores invisíveis nas folhagensengenharia avoenga vem no nossogensMutã indígena tocaia o jaguar palanque pra disparar!OS PIROS(pólvora e enxofre no chão) Temos carvão, oh temos o salitre arrancado à flor da terra mais pro nortee temos também cá, junto ao São Franciscosem dificuldades o enxofre no cisco. É só misturar na dosagem exata,

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Pilar, e o explosivo Surge aqui na lata.Descobrimos a pólvora!

SÍNCOPE DE ESPANTOEXTRAORDINÁRIO(O arraial está preparado para a luta;as Mandrágoras lutam com as forçasda fetiçaria)MANDRÀGORASVem a noiteNós a legião da beataria corajosa,nesta situação perigosavamos encantar os combatentes acendamos fogos ardentes prolongando além do tempo consagrado, Ritos, rezas, em todo espaço contagiado Ramas aromáticas de caçatinga Vindas de dentro do Santuário dacaatinga

TAITÁ DO EXÉRCITO PSICOLOGIA DO SOLDADOBRASILEIROSE EU VOLTAR!SOLOQuanto mais aproxima o inimigo Mais alegria explode do meu exércitoamigo Me coça, me estroça, me faz cantar. CORO DE SOLDADOSLances perigosos, emoção de morrerde mataro planeta agora vive a passar mundos, misturados, fim de todas as

raçasinstintos guerreiros em alta nos praças, imprevidência selvagem, inconsciência, sabotagemdesapego à vida, à sortearremesso fatalista pra morte.(dá uns passos como seguisse para aBatalha) Sigo para batalha, turbulento folguedo. Insuportável é a paz, me relaxa, meda medo.Inclassificável nas paradas de rua passo sem garbo, como quem járecua, mole de carne e de bundasob a espingarda corcunda. (Para o Desfile, ainda em Forma) A guerra é melhor meio de instrução,decreto inimigo, meu instrutor predileto, transmuda-me, na virada de um dia, enrijam-me,exercícios de cansar, energia! Na marcha do combate, o que nunca tivemos nas capitais, o arrebatealtivez do porte, segurança do passo sem medo da morte, precisão do tiro, celeridade das cargassem sucumbir nas provações maisamargas.

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Ninguém me imita, desafio, no caminhar dias a fio…não bosquejo reclamações, nem as mais levesnas aperturas que nunca são breves Quem me parelha no resistir à fome? Ainda rindo, rebolando o abdome? Meto (fôdo) no delírio do martírioTroçar joça mais séria gozo na riqueza da miséria.

Do combate, rir… quem é capaz de entrar e sair?(marchando como os Feldmarechaisamericanos mais Prussianos) O prussiano na vitória ou na derrota cu-de-ferro, podômetro preso à bota.(transmuda-se em garotão arruaceiro) Sou desordenado, revoltadogaroto heróico, terrível, necessárioarrojando contra o adversário, (breque) com bala, pranchada, dou de lambujapiada é o que sai da minha bocasuja. Sou impróprio aos desdobramentos das grandes massas nas campanhasclássicas e nos grandes eventos!Quando o inimigo me chega à pontada espada quero combater na minha jogada. Sem rancor, fanfarrão, entre balas e cutiladas, arriscando me a loucurabarateando a bravura. (mudança brusca de ritmo, todosolham pra Moreira no Centro)Faço tudo porém, de olhos fixos em quem me quer bemquem me dirige a energia dele viva me exige.

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Mas à mínima vacilação do diretor Viro de pronto só dor minha ousadia extintasou um ser perdido, sinta. Mas hoje, agora: tudo vaticina vitória Com tal chefe?como cogitar reveses nessa história? Firmes para a frente, impacientes ter às mãos o adversário esquivo,vender a pele do urso sertanejo vivo, Quando eu voltar… ninguém vai acreditarvou virar de guerra heróiminha vida como dói!Burburinhos, evoéssulcados por ondas risadas em ré ré mal contidos da ralé Quando eu voltar… ninguém vai acreditarvou virar de guerra heróiminha vida como dói!Burburinhos, evoéssulcados por ondas risadas em ré ré mal contidos da ralé.

SOLDADOSTropa marche marche, absoluta Na atração irreprimível da luta, ebriez mental deliciosa, estonteiabalanceia entre a força heroificada e a brutalidadeli-be-ra-da!!!!!!!!Num exército que persegue há

o mesmo automatismo impulsivo do que foge espavorido O pânico, a bravura poema, o extremo pavor, e a audácia extrema, a mesma vertigem, a mesma nevrose estimulam, alucinam em idênticadose o homem que foge à morte e o homem que quer matar. O exército antes de tudo é, uma multidão um evoébasta uma centelha de paixão súbita mutação espontânea geração milhares de indivíduos diversos se fazem animal único perverso fera anônima monstruosa caminhando para dado objetivo no tempo imperativoOFICIAIS CAUTELOSOS(Música de Exército de Robots) Somente um chefe de fortaleza moral pode impor no tumulto outro ritualestrategistas farejam no instinto:primeira vitória: o contágio emocionalextintoUm plano de guerra riscado a compasso exige almas inertes, nervos de aço máquinas de matar encarrilhadasnas linhas projetadasCORONEL MOREIRA CEZAR Ideal sinistro de ação ao invés de reprimir a agitação quero mais é a emoção, a osmose

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Declaro-me expoente da paixão. Da nevrose!

CIDADELA MUNDÉUMANDRÁGORAS CIDADELACOROFrágil donzela,sou Canudos pior, pior que uma cidadelaAgressores, agressores destruam-meaos coices!quebrem minhas foices!abatam-me as paredes!minhas redes!meus tetos de barro!varem-me com seus carros!Eu sou inconsistente, flexível, traiçoeira,fácil me penetrar,bater,varrer

me dominardifícil demais é me deixar.Te atraio oh assalto,vêm oh ímpeto das cargas do asfalto invasores do alto, nas minhas vielas contorcidasnas minhas entranhas descontraídas. SERTANEJOSNa história sombria das cidades batidas,humílimo vilarejo surjo em Majestadenum lampejo de trágica originalidade.Intacto sou fragílimo, domável feito escombros – formidável. (os soldados do exército se encorajame aproximam famintos; chegam até asbocetas e fartam-se, as mulheresdevem estar sem terra nas bocetas)MANDRAGORASParedes vulvas enlameadasAmortecem suas estocadasSuas granadas de canhãoSem explosão(as Mandrágoras dão uma chave deboceta nos soldados, percutindo aomesmo tempo com tambor. Muda acena, a luz, tudo)MANDRAGORASFera sem espertezaestá presa está presacidade mundéucidade armadilha do Tabaréu Desaba!ACABA!

HORA DA AVE MARIA(Escutam todos apavorados; o sineiro >>

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da Igreja velha para de tocar interrompendo o alarma. No norte osjagunços disparam a última descarga,fumaça densa; harmoniosamente aLuz faz cair a noite na claridademorta do crepúsculo; descobrindo-seatirando aos pés os chapéus decouro, as mulheres acendendofogueiras, começam a murmurar asnotas da Ave Maria)AVE MARIA No Monte todoa noite desce… reza uma preceAve Maria Ave Maria

NOVO CEZAR SALOMÃO DA ROCHA É possível revide, novo assaltoa força pega o inimigo incauto.Antes do sol despontar uma arremetida sobre os fanáticos,vai nos acordar.(explodindo, mas mantendo comotodos um falar soçobrado por causada agonia de Cezar) A vitória deve ser alcançada a despeito de tudo que tenha que sersacrificado.Nos quatro lados desse quadrado malfeito joga-se o destino da República, seuconceito.É preciso vencer. Repugnarevolta

humilha angustia é de mataré de morreressa situação ridícula mas grave,infernos!Aqui no meio de canhões modernos, carregando armas primorosas, sentados um bando de medrosassobre cunhetes repletos de cartuchos…dando-nos aos luxos de sermos encurralados por uma turba de matutos sem ficar putos!

INSTALAÇÃOESTRANHO FRUTO Nos arbustos marginais onde ninguém alcança calças e dólmãs multicores de festança, restos de fardas, selins, cinturões, capotes, mantas, quepes de listras rubras, cantis e mochilas tantas Caatinga nua, mirrada aparece de repente de estranhos frutos carregada desabrocha, florescente. Colorida extravagantemente no vermelho forte das divisas, no azul desmaiado dos dólmãs nos brilhos dos talins das chapasvivas Aroma fresco e doce da carnaúba copada

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invadido pelo cheiro repentino da carne queimada.(As Mandrágoras pegam o corpo doTamarindo, do trono do barril de pólvora, levam seu corpo até Jardim,diante da Cezalpina, o Angicão doTeatro Oficina, no alto do Janelão. OsJagunços sobem com o corpo; embaixo Mandrágoras erguem um longuíssimo tyrso e enterram entre aspernas no parangolé do cu deTamarindo. Uma Barriga envolvendoo cú e a pança, deixando o pau defora, que permita que entre o canopelo cú e saia pelo peito, quer dizer,em sua boca. Tamarindo geme, grita.Empalam lentamente.) MANDRÁGORA ESTRANHO FRUTOA uma banda avulta, num galho seco empalado,

protagonista do drama, estranho fruto dependurado, o velho comandante dançando, indo e vindo com a brisa do nordeste o coronel Tamarindo. Aqui está uma fruta para os urubus bicarem para a chuva lavar para os ventos secarem Aqui estão estranhos frutos neles o sol se deita para as árvores derrubarem azeda e estranha colheitaAPODREÇA

TROPEL DE BÁRBAROSCORONós soterrados, agora, lancetamos opus.Na ação, na ação, nação retornamos à Luz.Chegamos à barricada Coragem incendiária destruir a própria alma desvairada!Desvairada… Destruir a própria alma desvairada!Desvairada… Nascida nos céus subterrâneos em que nos acoitamos. As catacumbas líricas se esgotam,míticasOu desembocam,nas catacumbas políticas Corpo Sertão Sem orgãos saúda o cosmos, multidão.

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OS S E RTOE S - A LUTA - PARTE I

de Euclides da CunhaTEATRO OFICINA UZYNA UZONA

Direção e Dramaturgia JOSÉ CELSO MARTINEZ CORRÊAConselheira CATHERINE HIRSCHDiretora assistente CAMILA MOTA

FICHA TÉCNICA

ATUADORESADRIANA CAPPARELLI célula do corpo semórgãos do teatro de estádio, mandrágora decanudos, habitante de uauá, field marechal,verônica de monte santo, aurora deusatroiana, caatinga, mandrágora das alturas,carpideira do funeral de joão grande, multidãocriminosa/jacobina, soldado motorista doatentado contra o 'periodista', mandrágoranascida do gozo de cada cabeça cortada,água, côro canudos, cidadela mundéu, mandrágora estranho fruto, tropel dos bárbaros soterrados retornando à luzADRIANO SALHAB célula do corpo sem órgãosdo teatro de estádio, jagunço cantador dotropel de bárbaros, capitão josé salomãoagostinho da rocha, tropel dos bárbarossoterrados retornando à luz ANDRÉ LUIZ SANTANA célula do corpo semórgãos do teatro de estádio, telégrafo, chefede gabinete do governador, jagunço bombeiro,fugitivo de canudos, soldado, artilheiro, tropeldos bárbaros soterrados retornando à luz

ANNA GUILHERMINA célula do corpo semórgãos do teatro de estádio, santa mariacompadecida, mata hari incendiária, caatinga,alma penada do cambaio, santa ana, minoriapensante, mandrágora nascida do gozo decada cabeça cortada índia paraguaya,sociedade carioca no cais, sociedade baiana,mata hari zabaneira rabdomante, buceta daterra, cidadela mundéu, tropel dos bárbarossoterrados retornando à luzAURY PORTO célula do corpo sem órgãos doteatro de estádio, coronel joão evangelistapereira vulgo shilink, joão abade incendiário,marechal floriano peixoto, joão abadecomandante da rua, tropel dos bárbarossoterrados retornando à luzCAMILA MOTA célula do corpo sem órgãos do teatro de estádio, cabra pombeira, índiadivina, povo de monte santo, jurema, caatingaleguminosa, alma penada do cambaio, cabravedora, coriféia que canta todos os mortossob a constelação de órion, jacobina, multidão criminosa, viúva de floriano, jovem >>

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capitão moreira cezar, thimotinho sineiro, exúda bigorna, tropel dos bárbaros soterradosretornando à luz CÉLLIA NASCIMENTO célula do corpo semórgãos do teatro de estádio, habitante dejoazeiro, habitante de uauá, canudense daprocissão mandrágora floresta, habitante de monte santo, caatinga, alma mandrágorapenada do cambaio, coro elegante/minoriapensante, fantasma do major alfredo paulode freitas, zabaneira, cidadela mundéu,mandrágora decaptadora, tropel dos bárbaros soterrados retornando à luzDANIEL CAMILO célula do corpo sem órgãosdo teatro de estádio, dj intendente, soldadoda infantaria da 1ª expedição, soldado palco italiano do 9º batalhão, artilheiro daexpedição moreira cezar, tropel dos bárbarossoterrados retornando à luzDANILO TOMIC célula do corpo sem órgãosdo teatro de estádio, general solon, oficialvenceslau, coro do casting, major cunhamatos, vila nova, tropel dos bárbaros soterrados retornando à luzELENILDO DE MOURA (UGA) célula do corposem órgãos do teatro de estádio, soldado da infantaria da 1ª expedição, soldado palcoitaliano do 9º batalhão, artilheiro da 2ª expedição, jacobino/multidão criminosa,infante de cezar, soldado desertor da 3ªexpedição, tropel dos bárbaros soterradosretornando à luzFÉLIX OLIVEIRA célula do corpo sem órgãosdo teatro de estádio, manuel quadrado, ministro da guerra dionísio castro, oficial decálculo, coronel pedro nunes tamarindo, tropeldos bárbaros soterrados retornando à luzFIORAVANTE ALMEIDA célula do corpo semórgãos do teatro de estádio, policial, subtenente oficial I, cabo toputo da artilharia, jacobino/multidão criminosa,

fã de qualquer celebridade que vira coveiro,coro da revolta do setembro negro fuziladoem florianópolis, soldado esquadrão damorte, norberto cariri, tropel dos bárbarossoterrados retornando à luzFRANCISCO RODRIGUES célula do corpo semórgãos do teatro de estádio, subtenenteplatão, soldado palco italiano artilheiro da 2ª expedição, jacobino/multidão criminosa,coro da revolta do setembro negro fuziladoem florianópolis, tenente platão, ferido suicida da 3ª expedição, tropel dos bárbaros soterrados retornando à luzFRANSÉRGIO ARAÚJO célula do corpo semórgãos do teatro de estádio, governador dabahia, estevão pombeiro, estevão cozinheirode armas, alma do cambaio, jagunço vedorestevão, porta voz chefe do cerimonial/minoria pensante, soldado de moreira cezar,estevão piro, ferreiro ephesto malhador dabigorna, soldado mestiço sentinela, soldadocorifeu vanguarda da deserção, ferreiro sertanejo, tropel dos bárbaros soterradosretornando à luzFREDERICK STEFFEN célula do corpo semórgãos do teatro de estádio, sertanejopombeiro, soldado palco italiano porta bandeira da broadway, jacobino/multidãocriminosa, coro do casting, soldado da 3ªexpedição, touro atuador sacrificado malhado na bigorna, tropel dos bárbarossoterrados retornando à luzFREDDY ALLAN célula do corpo sem órgãosdo teatro de estádio, tenente manuel da silvapires ferreira, tropel dos bárbaros soterradosretornando à luzGUILHERME CALZAVARA célula do corpo semórgãos do teatro de estádio, corneteiro da 1ª expedição, corneteiro palco italiano do 9º batalhão, jacobino/multidão criminosa,coro do casting, corneteiro jacobino da 3ª

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expedição, canudense desertor, tropel dosbárbaros soterrados retornando à luzHAROLDO COSTA FERRARI célula do corposem órgãos do teatro de estádio, garga sertanejo, beatinho, cabo wanderley, presidente prudente de morais, tropel dosbárbaros soterrados retornando à luzITO ALVES célula do corpo sem órgãos do teatrode estádio, jagunço pombeiro expedito, tropeldos bárbaros soterrados retornando à luzJULIANE ELTING célula do corpo sem órgãosdo teatro de estádio, vaca importada daambulância do médico da 1ª expedição, field marechal, povo de monte santo, arco do triunfo, caatinga, pelada da linha de fabricação, mandrágora sertaneja, 1ª damaadelaide, zabaneira, sertaneja defensora de casa, mandrágora decaptadora, tropeldos bárbaros soterrados retornando à luzKARINA BUHR célula do corpo sem órgãos do teatro de estádio, ceguinha de canudos,

deslumbrada habitante de uauá, habitantede joazeiro, habitante de monte santo, arcodo triunfo, caatinga, alma penada do cambaio, mandrágora, jacobina/multidãocriminosa, arca da aliança, oficial do atentadocontra o 'periodista', mandrágora nascida dogozo de cada cabeça cortada, aristocraciacarioca/baiana, coro dos doze, buceta daterra na criação da bigorna, zabaneira quemarcha com o exército, cidadela mundéu,mandrágora decaptadora, tropel dos bárbaros soterrados retornando à luzLETÍCIA COURA célula do corpo sem órgãosdo teatro de estádio, habitante de joazeiro,habitante de uauá, canudense da procissãomandrágora floresta, field marechal, habitante de monte santo, caatinga, almamandrágora penada do cambaio, coro elegante/minoria pensante, oficial de altoescalão no atentado contra o ‘periodista’,mandrágora nascida do gozo de cada cabeça>>

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cortada, população do rio de janeiro, dona da elite baiana, jagunça que chega emcanudos, cega ferreira hemeralopaica beijaboca da escuridão, cidadela mundéu, mandrágora decaptadora, tropel dos bárbaros soterrados retornando à luzLUCIANA DOMSCHKE célula do corpo semórgãos do teatro de estádio, médico da 1ªexpedição, terra santa, habitante de montesanto, alma penada do cambaio, médicaterra, coro elegante/minoria pensante – anada cunha, mandrágora nascida do gozo decada cabeça cortada, médico epilético dr.nina rodrigues, médico dr. ferreira nina,médico insuficiente para o nº de feridos da3ª expedição, terra, tropel dos bárbarossoterrados retornando à luzMARCELO DRUMMOND célula do corpo semórgãos do teatro de estádio, guia cegomariquinhas, euclides da cunha, tropel dos bárbaros soterrados retornando à luzMARIANA DE MORAES célula do corpo semórgãos do teatro de estádio, canudense daprocissão mandrágora floresta, habitante demonte santo, arco do triunfo, alma penadado cambaio, lagoa do cipó, coro elegante/minoria, pensante indignada, mandrágoranascida do gozo de cada cabeça cortada,população do rio de janeiro, dona da elitebaiana, sertaneja, zabaneira carmem, tropeldos bárbaros soterrados retornando à luzMARIANO MATTOS MARTINS célula do corposem órgãos do teatro de estádio, escrivãotelégrafo do bom conselho, alferes carlosaugusto coelho dos santos, macaco recruta,artilheiro palco italiano da krupp, coro elegante/minoria pensante, fotógrafo papparazzi, fantasma do jornalista apulcrode castro incorporado em todos os dândisdas mídias de agora, engenheiro tenentealfredo do nascimento, jagunço das colinas

de golá, soldado mestiço sentinela, soldadodesertor da 3ª expedição, tropel dos bárbarossoterrados retornando à luzNAOMY SCHÖLLING célula do corpo semórgãos do teatro de estádio, ceguinha decanudos, habitante de joazeiro, field marechal,habitante de monte santo, caatinga, almapenada do cambaio, mandrágora, jacobina/multidão criminosa, mandrágora nascida dogozo de cada cabeça cortada, aristocraciacarioca/baiana, buceta da terra na criaçãoda bigorna, zabaneira que marcha com oexército, cidadela mundéu, mandrágoradecaptadora, tropel dos bárbaros soterradosretornando à luzOTÁVIO ORTEGA célula do corpo sem órgãosdo teatro de estádio, músico sertanejo,pombeiro, sanfoneiro sertanejo, anteu,jacobino/multidão criminosa, prefeito tocadorde salvador, tropel dos bárbaros soterradosretornando à luzPATRÍCIA AGUILLE célula do corpo semórgãos do teatro de estádio, helena leone datróia de taipa, prefeita de monte santo, fieldmarechal, sertaneja, capitão pedreira franco:o homem e o cavalo, oficial argentino, mandrágora decaptadora helena da tróia de taipa, tropel dos bárbaros soterradosretornando à luzPEDRO EPIFÂNIO célula do corpo sem órgãosdo teatro de estádio, pajeú, habitante deuauá, habitante de joazeiro, touro preto, soldado palco italiano da 2ª expedição, anteupajeú, jacobino/multidão criminosa, tropeldos bárbaros soterrados retornando à luzRICARDO BITTENCOURT célula do corpo semórgãos do teatro de estádio, juiz militarmenelau barbosa arlindo leone, presidenteinterino manuel vitorino, coronel moreiracezar, tropel dos bárbaros soterrados retornando à luz

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RODOLFO DIAS PAES (DIPA) célula do corposem órgãos do teatro de estádio, guia de umolho só nicolau, anteu, quinquim de coiqui,jacobino/multidão criminosa, tropel dos bárbaros soterrados retornando à luzSÁLVIO PRADO célula do corpo sem órgãos do teatro de estádio, boi da ambulância domédico da 1ª expedição, soldado palco italianoda 2ª expedição, coro elegante/minoria pensante, artilheiro da 3ª expedição, tropeldos bárbaros soterrados retornando à luzSAMUEL DE ASSIS célula do corpo sem órgãosdo teatro de estádio, sertanejo, cogata telégrafo, habitante de joazeiro, habitante deuauá, canudense, field marechais, vaqueiro demonte santo, jesuíno guia capitão, jacobino/multidão criminosa, tropel dos bárbarossoterrados retornando à luzSYLVIA PRADO célula do corpo sem órgãos doteatro de estádio, brasylina, coro de joazeiro,hermafrodita, pombeira brasylina, povo demonte santo, caatinga, alma penada docambaio, sertanejo chao lin, jacobino, celebridade, oficial do atentado contra o'periodista', mandrágora nascida do gozo de cada cabeça cortada, viúva negra, mandrágora nascimento da bigorna, mandrágora decaptadora, tropel dos bárbaros soterrados retornando à luz VERA BARRETO LEITE entidade da paz, célulado corpo sem órgãos do teatro de estádio,república, baronesa de jeremoabo, tropel dosbárbaros soterrados retornando à luzWILSON FEITOSA JR célula do corpo semórgãos do teatro de estádio, sertanejo, habitante de uauá, major febrônio de brito,jacobino/multidão criminosa, coro do casting,engenheiro militar domingos leite, soldadodesertor da 3ª expedição, tropel dos bárbarossoterrados retornando à luzZÉ CELSO MARTINEZ CORRÊA célula do corpo>>

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sem órgãos do teatro de estádio, antônioconselheiro, personal actor trainner, tropeldos bárbaros soterrados retornando à luz ZÉ DE PAIVA célula do corpo sem órgãos doteatro de estádio, joão grande, condoleezzarice, jacobino/multidão criminosa, coro darevolta do setembro negro fuzilado em florianópolis, anjo negro, tropel dos bárbarossoterrados retornando à luz

ATUADORES DO MOVIMENTOBIXIGÃOANELIÊ SCHINAIDER célula do corpo semórgãos do teatro de estádio, vagalume, sertaneja da procissão de florestas, almapenada do cambaio, coro do gasta bala dejoão grande, soldado do atentado contra o‘periodista’, infante de cezarARICLENES BARROSO célula do corpo semórgãos do teatro de estádio, infante da 1ªexpedição, população de monte santo, almapenada do cambaio, coro do gasta bala dejoão grande, jacobino/multidão criminosa,menino dourado adorador, tropel dos bárbaros soterrados retornando à luzBEIÇO – GILMÁRIO JÚNIOR célula do corposem órgãos do teatro de estádio, infante da1ª expedição, alma penada do cambaio, coro do gasta bala de joão grande, infantede cezarCAROLINA ALMEIDA célula do corpo semórgãos do teatro de estádio, vagalume, sertaneja da procissão de florestas, almapenada do cambaio, coro do gasta bala de joão grande, infante de cezarDÉBORA SANTOS célula do corpo sem órgãosdo teatro de estádio, vagalume, sertaneja da procissão de florestas, alma penada do cambaio, coro do gasta bala de joão grande,soldado do atentado contra o “periodista”,infante de cezar

EDILSON DOS SANTOS célula do corpo semórgãos do teatro de estádio, infante da 1ªexpedição, infante suicida que se recusa adesertar, população de monte santo, almapenada do cambaio, coro do gasta bala dejoão grande, jacobino/multidão criminosa,coro da revolta do setembro negro fuziladoem florianópolis, infante de cezar, trio deanjos adorados, tropel dos bárbaros soterrados retornando à luzEDÍSIO DOS SANTOS célula do corpo semórgãos do teatro de estádio, infante da 1ªexpedição, população de monte santo, almapenada do cambaio, coro do gasta bala dejoão grande, jacobino/multidão criminosa,infante de cezar, trio de anjos adorados, tropeldos bárbaros soterrados retornando à luzEDNA DOS SANTOS célula do corpo sem órgãosdo teatro de estádio, habitante de joazeiro,habitante de uauá, criança sertaneja, população de monte santo, alma penada do cambaio, jacobina/multidão criminosa,infante de cezar, jaguncinha defensora do lar em invasão do exército, tropel dos bárbaros soterrados retornando à luzGENI DE LIRA célula do corpo sem órgãos do teatro de estádio, vagalume, sertaneja da procissão de florestas, alma penada do cambaio, coro do gasta bala de joão grande,infante de cezarIVAN CARDOSO célula do corpo sem órgãosdo teatro de estádio, vagalume, sertanejo da procissão de florestas, alma penada docambaio, coro do gasta bala de joão grande,infante de cezarJACQUELINE BRAGA célula do corpo semórgãos do teatro de estádio, habitante dejoazeiro, habitante de uauá, vagalume, criança sertaneja, população de montesanto, caatinga, alma penada do cambaio,jacobina/multidão criminosa, infante de

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cezar, jaguncinha defensora do lar eminvasão do exército, tropel dos bárbarossoterrados retornando à luzJHONATHA FERREIRA célula do corpo semórgãos do teatro de estádio, infante da 1ªexpedição, serafim filho de pajeú, almapenada do cambaio, coro do gasta bala de joão grande, infante de cezarJULIANE LIRA célula do corpo sem órgãos do teatro de estádio, vagalume, sertaneja da procissão de florestas, alma penada docambaio, coro do gasta bala de joão grande,infante de cezarLUNA OLIVEIRA célula do corpo sem órgãosdo teatro de estádio, vagalume, sertaneja da procissão de florestas, alma penada docambaio, coro do gasta bala de joão grande,infante de cezarMARIANA OLIVEIRA célula do corpo semórgãos do teatro de estádio, sertaneja daprocissão de florestas, alma penada do cambaio, coro do gasta bala de joão grande,infante de cezarTHIAGO MARTINHO célula do corpo semórgãos do teatro de estádio, infante da 1ªexpedição, alma penada do cambaio, coro dogasta bala de joão grande, infante de cezar

XANDY célula do corpo sem órgãos do teatrode estádio, infante da 1ª expedição, almapenada do cambaio, coro do gasta bala dejoão grande, infante de cezar

MÚSICA E SONORIZAÇÃODiretor da trilha sonora LIRA PAES - LIRINHAArranjos das músicas da expedição moreira cezar THEO SOLNIKCompositores ADRIANA CAPPARELLI, ADRIANO SALHAB, CAMILA MOTA, CELSO SIM, DANIEL CAMILO, EDÍSIO DOS SANTOS,FIORAVANTE ALMEIDA, GUILHERMECALZAVARA, ITO ALVES, KARINA BUHR, LAURA FINOCCHIARO, LETÍCIA COURA, LIRINHA, OTÁVIO ORTEGA, RODOLFO DIASPAES (DIPA), THEO SOLNIK, WILSON FEITOSAJR, ZÉ CELSOOperador de som RODRIGO GAVADireção de sound design RODOLFO DIASPAES (DIPA)Roadie RODRIGO ANDREOLLI

MÚSICOS INSTRUMENTISTASGuitarra, violão ADRIANA CAPPARELLIBaixo, bandolim, rabeca, violinoADRIANO SALHAB

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Percussão ANDRÉ LAGARTIXAPercussão DANIEL CAMILOTrompete GUILHERME CALZAVARAPercussão ITO ALVESPercussão KARINA BUHRCavaquinho LETÍCIA COURAPiano, acordeon, escaleta OTAVIO ORTEGABanjo, guitarra, cavaquinhoWILSON FEITOSA JRPreparação do coro GÜNTHER GIESE,LETÍCIA COURA, NAOMY SCHÖLLING, RATNABALI, THEO SOLNIK

VÍDEODireção original ELAINE CÉSARDireção na remontagem 2006 FERNANDOCOIMBRA Co-direção na remontagemGABRIEL FERNANDES Câmeras DANIEL LARA, GABRIEL FERNANDES Operador e VJ CHARLES LIMA DA SILVA, FERNANDO COIMBRAGaffer RODRIGO ANDREOLLIColaboração MARÍLIA HALLA, OSWALDO SANTANA

CENAMaestra de cena ELISETE JEREMIASDiretor de cena ESTANISLAU AZEVEDOContra-regras GIOVANI AZEVEDO, HENRIQUEMARTINSCamareira diretora CIDA MELO Camareiras ALICE QUEIROZ, TEREZINHA

ARTE/CENÁRIODiretor de arte e cenografia OSVALDOGABRIELICoordenação de objetos na remontagem2006 ZÉ DE PAIVAAssistente da direção de arte DALMOLOUZADA

Aderecistas MÁRIO LOPES, EDUARDO MOREIRA, OCÉLIO DE SÁConstrução do espaço cênico VALTÊNCIO DA SILVA VIEIRA, ZECA – ZK PRODUÇÕES,GENIVAL PEREIRA DE MAGALHÃES

FIGURINOFigurinos OLINTHO MALAQUIAS e SÔNIAUSHIYAMACoordenação da remontagem 2006SYLVIA PRADOAssistentes de figurino CRISTIANO CARVALHO, SOFIA BORGESCostureiras ALICE FERRAZ, LECI DEANDRADE, SILVIA CASTRO, WAL NOGUEIRA,MARILENE RODRIGUES, SR. MIGUEL

ILUMINAÇÃODiretor de iluminação MARCELO DRUMMONDOperadores de luz IRENE SELKA, PEDRO TERRATécnico geral RAFAEL MARTINS SANCHEZPEREIRAMontagem RICARDO MORAÑEZ, RAFAEL MARTINS SANCHEZ PEREIRA, IRENE SELKA,PEDRO TERRAOperadores de foco móvel CAROLINA MERCALDI OLIVEIRA, TOM RIBEIRO, PAULOFÁVERO GOMES, PRISCILA CUNHA CASTRO

PRODUÇÃOProdutoras ANA RÚBIA DE MELO, BIA FONSECA Produtor internacional MATHIAS PEESAssistente de produção MARIANO MATTOSMARTINS

DIVULGAÇÃOSite TOMMY PIETRA(Des)programação visual – projeto gráficoARTUR LESCHER, DORIEN BARRETTO

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Assistentes de arte AMANDA DAFOE, ANDERSON MIGUEL, EVERALDO GUIMARÃESProdutor gráfico HORACIO SEIRevisão FERNANDA DIAMANTAssessoria de comunicação FRANCINERAMOSApoio de divulgação FIORAVANTE ALMEIDAFotos LENISE PINHEIRO, ANA ROJAS, PEDROTERRA

BIXIGÃOCoordenação SYLVIA PRADO LOPESProdução Flávia Lobo de FelícioOficinasDança Afro Ito AlvesCanto preparação do coro LETÍCIA COURATeatro FIORAVANTE ALMEIDA E MARIANO MATTOSTeat(r)o CAMILA MOTACapoeira AGUINALDO DE SOUZA ROCHADomador de crianças ZÉ DE PAIVA

Nutrição ROSELI APARECIDAAgradecimentos: NILSE SCHINAIDER, EDSONAURELIANO, SIMONE RODRIGUEZ, MARIANALUZ, MANUELA PRADO, ARIANA MATTOS, JUÁMATTOS, FLÁVIA PRETA, TIAGO LOPES

COREOGRAFIAHAROLDO ALVES

PREPARAÇÃO CORPORALDIOGO GRANATO, ITO ALVES, NICOLAS TREVIJANO, ROSE AKRAS

PREPARAÇÃO DAS CENASDO ELENCO INFANTILCAMILA MOTA, FIORAVANTE ALMEIDA, ZÉ DE PAIVA

ADMINISTRAÇÃODiretor administrativo AURY PORTOAuxiliar administrativo SIMONE RODRIGUESSecretária ELISA FERRAZArquivista THAIS SANDRI

MANUTENÇÃO DO TEATROZelador EDSON AURELIANOConservação EMERSON AURELIANO, MARCELO MÁRCIO DE PAULA, JOHN LENNON

ASSESSORIA JURÍDICAMARTHA MACRUZ

ASSESSORIA CONTÁBILPAULA CRISTINA ROMANO

CONSULTORIA MÉDICALUCIANA DOMSCHKE

TRADUTOR DE TEXTO PARA O TUPYEDUARDO NAVARRO

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APOIO CULTURAL

tel. 11 3159-5106

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CASA DE VELASSANTA RITAwww.srita.com.br

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ACADEMIA Templo Shaolim

BIO 3 BRASIL Terapia Alternativatel: 11.8294-3586

APOIOINSTITUCIONAL

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SECRETARIA DE ESTADO DACULTURA DE SÃO PAULO

PATROCÍNIO

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Rua Jaceguai, 520 - Bixiga - São Paulo - SP - Brasilcep: 01315-010 - tel: 55 11 3106 5300/3106 2818www.teatroficina.com.br - [email protected]

TEATRO OFICINA

UZYNA UZONA

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Capa A Luta I 10/20/06 1:35 PM Page 2