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ANO II | N.º 4 | JUL-DEZ 2018 Revista da Família Hospitaleira no Brasil TECNOLOGIAS DIGITAIS E SAÚDE MENTAL Nomofobia e distúrbio de games ATENDIMENTO DE TRANGÊNEROS Novo desafio na Saúde EXORCISMO Existe curso para isso? ENTREVISTA Dr. Roberto Siqueira Castro Um advogado diferente PROFISSÕES DE SAÚDE Regulação, tendências e desafios SAÚDE&HOSPITALIDADE

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Page 1: PROFISSÕES DE SAÚDE - siqueiracastro.com.br OH - Um... · nunca me arrependi e que muito me orgulho. OH! - Por que o seu escritório cresceu tanto? Dr. R - Na minha longa carreira

ANO II | N.º 4 | JUL-DEZ 2018Revista da Família Hospitaleira no Brasil

TECNOLOGIAS DIGITAIS E SAÚDE MENTAL Nomofobia e distúrbio de games

ATENDIMENTO DE TRANGÊNEROS Novo desafio na Saúde

EXORCISMOExiste curso para isso?

ENTREVISTA Dr. Roberto Siqueira CastroUm advogado diferente

PROFISSÕES DE SAÚDERegulação, tendências e desafios

SAÚDE&HOSPITALIDADE

Page 2: PROFISSÕES DE SAÚDE - siqueiracastro.com.br OH - Um... · nunca me arrependi e que muito me orgulho. OH! - Por que o seu escritório cresceu tanto? Dr. R - Na minha longa carreira

22 | OH! SAÚDE&HOSPITALIDADE

ENTREVISTA

CARIOCA, GRADUADO EM DIREITO PELA UERJ, MESTRE EM MASTER OF LAWS LLM - MICHIGAN STATE UNIVERSITY E DOUTOR EM DIREITO PÚBLICO PELA UERJ, O DR. CARLOS ROBERTO SIQUEIRA CASTRO É, ATUALMENTE, PROFESSOR TITULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL DA UERJ. É PROFESSOR VISITANTE DA FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSITÉ PANTHÉON-ASSAS – PARIS II, CONSELHEIRO FEDERAL DA OAB (RJ) E EX-ASSESSOR DA ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE DE 1987-88. ADVOGADO DO MAIS ALTO PADRÃO, LIDERA UM DOS MAIORES ESCRITÓRIOS DE ADVOCACIA DO BRASIL, COM REPRESENTAÇÕES TAMBÉM NO EXTERIOR, ATUANDO EM TODOS OS RAMOS DO DIREITO.CONHECEMO-LO EM 2016, QUANDO FOI, COM SUA ESPOSA, AO ENCONTRO DA ORDEM HOSPITALEIRA, NO LAR SJD, EM ITAIPAVA, COM UMA PARCERIA UNILATERAL CAÍDA DO CÉU E LOGO CONCRETIZADA: TIRAREM DO PAPEL O PROJETO DO CENTRO DE ATIVIDADES IRMÃO FERNANDES, ASSUMINDO INTEGRALMENTE O CUSTO DA SUA CONSTRUÇÃO. “CAÍDO DO CÉU” PORQUE JUNTO DE DEUS ESTÁ UM ANJO QUE OS INSPIRA: MARIA CLARA, SUA FILHA, ABRAÇADORA DE CAUSAS SOCIAIS, PRECOCEMENTE FALECIDA.

Revista OH! - O senhor não escolheu ser carioca. E ser ad-vogado, era sua vocação mesmo ou alguma vez duvidou?Dr. Roberto - Gosto muito de ser carioca. Apesar de todos os problemas que a cidade do Rio de Janeiro está hoje en-frentando, é a cidade mais linda do planeta e o carioca é o povo mais acolhedor e simpático que eu conheço. Quanto à escolha da profissão, sempre tive inclinação para as Ciências Humanas. Na adolescência, pensei em ser diplomata e fazer concurso para o Instituto Rio Branco do Itamaraty. Mas, para tanto, precisava estar cursando alguma faculdade, normal-mente Direito, Economia ou Relações Internacionais. Optei pela Faculdade de Direito. Quando já estava no 3º ano da faculdade, o curso jurídico me encantou muito, o que me fez desistir da ideia da carreira diplomática. Percebi que a mi-nha verdadeira vocação era ser advogado, opção essa da qual nunca me arrependi e que muito me orgulho. OH! - Por que o seu escritório cresceu tanto?Dr. R - Na minha longa carreira de advogado, experimentei várias fases da advocacia. No início, os escritórios eram de pequeno porte. Com o tempo e com o crescimento das em-presas em geral os escritórios de advocacia foram crescendo e alguns deles se tornaram firmas de grande porte. São so-ciedades de advogados com centenas de profissionais e com filiais em vários estados brasileiros. É o caso do nosso escri-tório. Creio que eu e meus sócios conseguimos formar uma excelente equipe e aproveitar, com dedicação, dignidade e competência, as oportunidades que o mercado ofereceu.

Dr. ROBERTO SIQUEIRA CASTRO:"Os Direitos Humanos são hoje uma exigência do processo civilizatório e do convívio social. "

OH! - Se ele estivesse ameaçado, era capa de mobilizar os seus associados para defender o papa Francisco? E Lula da Silva?Dr. R - Seria sempre uma grande honra e uma oportunida-de divina poder defender e estar próximo do Papa Francis-co. Quanto ao ex-presidente Lula e quaisquer outras pessoas que sejam acusadas da prática de crimes, penso que todos merecem o direito de defesa e a todos deve ser garantida a presunção de inocência, como determina a Constituição De-mocrática do Brasil. OH! - Avaliando globalmente o caminho da humanidade, considera que ela caminha para melhor ou para pior?Dr. R - Como pessoa sempre otimista, considero que a hu-manidade caminha para um horizonte melhor. Os Direitos Humanos são hoje uma exigência do processo civilizatório e do convívio social. É claro que nada é simples e tudo se faz sempre com muita luta. Como dizia o poeta Fernando Pes-soa, tudo vale a pena quando a alma não é pequena. OH! - Seu mega-escritório tem uma vasta obra social. É co-mum isso nos escritórios de advocacia?Dr. R - Temos muito orgulho dos projetos sociais que há mui-tos anos procuramos realizar no nosso escritório, envolvendo toda nossa comunidade de sócios, advogados, estagiários, funcionários e colaboradores. Tenho de reconhecer que isso não é comum nos escritórios de advocacia, mas, na medida em que cada um possa dar um pouco de si em benefício dos

mais necessitados e das pessoas em estado de orfandade so-cial, sobretudo crianças e idosos, o nosso mundo certamente poderá melhorar e alcançar as condições mínimas e indis-pensáveis para a promoção da dignidade humana, da solida-riedade e da fraternidade social.

OH! - Ouve-se às vezes dizer que “vivemos num mundo cão”. Com tanta experiência de advocacia, o senhor subs-creve essa afirmação?Dr. R - Existem realmente situações de “mundo cão” por todo lado. A paisagem social não é animadora nestes tempos, po-rém, acredito que o amor e a solidariedade têm uma incrível e poderosa capacidade transformadora das realidades adver-sas. Nesse sentido, muito me encanta a frase de Madre Teresa de Calcutá: “não importa o que fazemos nesta vida, mas sim a quantidade de amor que colocamos em nossas ações”

OH! - Considera que as faculdades de Direito estão prepa-rando bem os alunos para os desafios de hoje?Dr. R - Creio que não, até porque os desafios da educação são imensos e nem sempre tangíveis. Vivemos numa época de mudanças frenéticas em que a velocidade do fluxo de infor-mações e de conhecimentos pela internet ultrapassa a nossa capacidade de organização racional. Além disso, o impacto da inteligência artificial da robótica muda a cada dia o mer-cado de trabalho e impõem aos professores e alunos novas pautas da busca do aprendizado. Por isso uma Faculdade de Direito como todas as demais de outras áreas estará sempre sendo desafiada pelas novas tecnologias e pelos novos sa-beres. Importante, a meu ver, é preservar sempre os valores mais edificantes do espírito humano e abrir espaço para a conquista dessa nova era de conhecimentos científicos.

OH! - Quanto à judicialização da Saúde, esse é o caminho ou é um mal necessário?Dr. R - A judicialização da Saúde existe porque, infelizmente, o estado e a sociedade civil ainda não criaram instituições e instrumentos capazes de universalizar os serviços de saúde para todos aqueles que deles precisam. Enfim, a omissão do Estado e da sociedade em prover para todos um serviço de saúde adequado ensejou que muitas pessoas, por neces-sidades legítimas, fossem bater à porta do poder judiciário para fins de obter internações hospitalares, cirurgias e medi-camentos que deveriam ter sido ofertados e que não foram.

OH! - Quem vos trouxe até ao Lar São João de Deus, foi Ma-ria Clara mesmo, lá do céu?Dr. R - Eu e minha esposa chegamos pela primeira vez ao Lar São João de Deus, em Itaipava para assistir a missa dominical. Tivemos então a oportunidade de conhecer essa importante casa de acolhida e de cuidados para as pessoas idosas. Fica-mos encantados com o trabalho de benemerência social que realiza, bem como com a generosidade e espírito de doação de toda a equipe de colaboradores do Lar SJD.

OH! - Qual a primeira imagem que formou do Lar SJD e qual a imagem que tem hoje?Dr. R - Minha percepção foi definitiva. É um centro de aju-da humanitária e caritativa para pessoas idosas, muitas delas doentes e que recebem um acolhimento de excelente nível, assistência médica, oferta de alimentação, de medicamentos e, sobretudo de calor humano e de companhia e carinho de que tanto necessitam os idosos. OH! - Doar custa muito?Dr. R - Penso que custa muito mais caro não doar. O custo do egoísmo é a tristeza, a amargura e o desencanto com a vida. Doar gera alegria, sentimentos gratificantes, novas amizades e elevação espiritual.

OH! - Onde se imagina aos 90 anos, quando o senhor já for idoso?Dr. R - Se eu estiver no Lar São João de Deus estarei muito bem cuidado e feliz, com a graça de Deus.

OH! - Para terminar, convidamos o senhor a reagir a cada uma de nossas palavras, também com uma palavra ou frase:

Constituição brasileira? Democrática e cidadã.Rio de Janeiro? Cidade ainda, com muito custo, maravilhosa.Lares de Idosos? Assistência comunitária fundamental. To-das as pessoas serão idosas um dia.Instituto Maria Clara? Obra social que traduz o espírito de luz de sua fundadora.Mãe? Muita saudade.Réu? Todos têm direito de defesa.Casamento homoafetivo? Opção sexual e familiar a respeitar.São João de Deus? Extraordinário espírito de doação ao pró-ximo. Exemplo de santidade.Eleições de 2018? Grande desafio e chance de mudanças que não podemos desperdiçar.Maria Clara? Um raio de luz.Amor? Sublime sentimento.Deus? Nosso pai criador e salvador, que nos ama e perdoa.

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