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Boletim do Sindicato dos Professores das Universidades Federais de Santa Catarina | Florianópolis, setembro de 2015 | nº 802 Plebiscito será realizado online nos dias 19 e 20 de outubro, com participação de todos os professores da UFSC Professores vão às urnas para escolher reitor(a) da UFSC CHARGE: FRANK MAIA EDIÇÃO ESPECIAL

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Boletim do Sindicato dos Professores das Universidades Federais de Santa Catarina | Florianópolis, setembro de 2015 | nº 802

Plebiscito será realizado online nos dias 19 e 20 de outubro, com participação de todos os professores da UFSC

Professores vão às urnas para escolher reitor(a) da UFSC

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EDIÇÃO ESPECIAL

2 Apufsc-Sindical | Setembro 2015

A Apufsc-Sindical, desde que se tornou sindicato independente e recebeu sua Carta Sindical, vem trabalhando de forma sistemá-tica na condução da gestão, com transpa-rência em suas atividades e coerência em suas ações. Logo, não poderia agir de forma diferente quanto ao processo de consulta in-formal à comunidade universitária acerca da escolha do (a) candidato (a) ao cargo de reitor (a) e de vice-reitor (a) da UFSC.

A lisura no processo de consulta informal deve ser buscada a todo custo, para que se possa restabelecer a ordem, a legalidade e o desenvolvimento de uma universidade digna da sociedade que a mantém. O que se está presenciando é inaceitável vindo de uma insti-tuição que existe para formar cidadãos e pro-fissionais éticos, competentes e honestos. O que vem acontecendo na UFSC depõe contra os objetivos de uma instituição de ensino.

A Comissão Eleitoral Representativa de Entidades da Universidade Federal de San-ta Catarina – Comeleufsc/2015 é composta por representantes das entidades Andes/SC, APG, DCE e Sintufsc. Legalmente o Andes/SC não representa os docentes da Universidade, por determinação judicial não pode atuar no estado de Santa Catarina como sindicato re-presentante dos professores das universida-des federais no estado. A presença do Andes na Comeleufsc/2015 inviabilizou a participa-ção da Apufsc nesse processo. Como legítima representante sindical da categoria docente na UFSC, a Apufsc se viu, por coerência, na obrigação de não dar qualquer endosso a aqueles que agem em desacordo com a lei. Assim, o Conselho de Representantes (CR) do Sindicato deliberou pela realização de uma consulta organizada pela entidade sindical.

O Decreto 1.916/96, que regulamenta o processo de escolha dos dirigentes de institui-ções federais de ensino superior, nos termos da Lei 9.192/95, diz em seu parágrafo 4º: “O colegiado máximo da instituição poderá regu-lamentar processo de consulta à comunidade universitária, procedendo à elaboração das listas tríplices, caso em que prevalecerão a vo-tação definida no § 2º e o peso de setenta por cento dos votos para a manifestação do corpo

docente no total dos votos da comunidade”. Na UFSC, o Conselho Universitário (CUn),

colegiado máximo da instituição, em reunião de 17/03/2015, regulamentou o processo de consulta em desacordo com a legislação vi-gente, sendo prontamente contestado pela Apufsc. Deve o CUn, em seu espaço e com seus membros, efetuar a eleição retirando do resultado desta a lista tríplice a ser enviada a quem de fato e direito nomeia o reitor – o Ministro da Educação, por delegação do pre-sidente da república.

Até as eleições de 2012 as entidades, legalmente instituídas, representativas das categorias que compõem a comunidade uni-versitária, definiam uma comissão eleitoral responsável por efetuar consulta informal, nos moldes de uma pesquisa de opinião, para apurar os nomes mais citados como candida-tos ao cargo de reitor e vice-reitor. O resultado da consulta era encaminhado ao CUn como manifestação da opinião dos votantes.

Atualmente, há uma situação diferencia-da, eivada de ilegalidade, o que merece con-sideração por parte daqueles professores que entendem que o respeito às leis deve se so-brepor aos interesses específicos.

Assim sendo, a Apufsc-Sindical não dei-xará seus filiados, nem os demais docentes da UFSC, sem um instrumento de manifesta-ção de sua opinião em relação aos nomes a serem encaminhados ao CUn para a eleição do(a) próximo(a) reitor(a). Em respeito a to-dos aqueles que decidiram por um sindicato independente, a Apufsc realizará sua própria consulta informal ao cargo de reitor (a) e vice--reitor (a). Dessa consulta deverão participar todos os docentes da UFSC, ativos, aposen-tados e substitutos, filiados e não filiados à Apufsc. Os resultados serão entregues ao CUn segmentados por categoria.

A votação será eletrônica e manterá os seguintes princípios básicos:

1º - Individualidade (somente um voto por pessoa);

2º - Anonimato (voto secreto);3º - Inviolabilidade (impossibilidade de

rastrear quem votou em quem);4º - Publicidade (resultados abertos para

consulta).A partir de tais princípios, o sistema a ser

implantado deverá:- guardar os resultados e detalhes da pes-

quisa de opinião em banco de dados para consulta futura;

- incluir chapas e participantes;- definir datas e horários de início e fim,

abrindo e fechando automaticamente nas da-tas e horários definidos;

- permitir o acesso da pessoa a ser con-sultada por meio de uma identificação (CPF, SIAPE,...) e senha a ser distribuída;

- garantir a configuração para voto único por pessoa;

- apresentar resultados por categoria de docente (da ativa, aposentados e substitutos) e por centro, departamento e total;

- demonstrar os resultados em números, por-centagens e gráficos, de forma total e parcial.

O servidor eletrônico com o banco de da-dos contendo os resultados da consulta ficará fora da Apufsc. Desta forma, nem a diretoria nem os demais associados da Apufsc terão possibilidade de acessar os dados.

Caso nenhuma chapa atinja o percentual de 50% mais um, a Apufsc realizará um segun-do turno, nos mesmos moldes do primeiro.

A atual Diretoria está convicta de que o papel da Apufsc, em relação à escolha do (a) próximo (a) reitor(a), é possibilitar a todos os professores da UFSC que manifestem sua opi-nião acerca de quem gostariam de indicar como gestor da universidade. Quanto ao CUn, lamen-tavelmente omisso em seu papel de normatizar o processo eleitoral dentro da lei, caberá aco-lher os resultados das consultas informais, que agora apresentam um desafio a seus membros, pois haverá duas consultas, uma efetuada pela Apufsc e outra pela Comeleufsc, com dois re-sultados que poderão ser iguais ou não.

Caberá aos membros do Cun a tarefa de deliberar, dentro da lei, sobre os resultados encaminhados, lembrando que a Apufsc é a legitima representante sindical da categoria docente na UFSC.

Essa edição especial do boletim traz as principais propostas dos cinco candidatos que concorrem ao cargo de reitor(a) da UFSC.

EDITORIAL

Diretoria da Apufsc-Sindical

Apufsc-Sindical fará consulta própria e independente para eleição para reitor(a)

3Apufsc-Sindical | Setembro 2015

ENTREVISTA

Cláudio José Amante e Rogério Cid Bastos

Apufsc-Sindical - Como o senhor vê a atuação da Universidade junto à comunidade catarinense?Cláudio Amante - A UFSC necessita ser a vanguarda de ideias e práticas que vi-sam uma sociedade melhor e mais justa, em todos os aspectos. Mas a UFSC está perdendo o seu DNA. Pretendemos res-taurar a confiança de toda a comunidade na própria UFSC. Como fazer? Dialogando com todas as instituições (públicas ou privadas) localizadas nos mais variados cenários locais, regionais, nacional e internacional. É necessário reaproximar-se da socieda-de, antecipando-se aos desafios. Criar oportunidades para uma efetiva trans-formação social. Como fazer? Com uma gestão itinerante que valorize todos os campi. A UFSC deu dois passos adiante quando criou os campi no inte-rior. Eles foram criados, mas a identida-de UFSC, o DNA UFSC não foi corre-tamente trabalhado; criando programas que promovam a geração de riqueza, como o Programa de Agricultura Livre de Agrotóxicos; ampliando as oportu-nidades de acesso aos bens intelectuais e materiais da UFSC; firmar parcerias para dar sustentabilidade a tais ações.

AS - Com relação às atividades-fim da Universidade, como trabalhar o princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão?CA - O trinômio ensino, pesquisa e ex-tensão deve ser entendido como algo ne-cessário! Porém, é preciso ultrapassar a cultura das universidades napoleônicas. As atuais tecnologias de comunicação e de informação trouxeram novas oportu-nidades e forte impacto para as Univer-sidades. Uma consequência direta é que a interdisciplinaridade e a horizontali-dade deve constituir a base de um novo modelo educacional. Pode ser levando educação ao campo, pode ser gerando

propriedade intelectual e atuando junto ao mundo empresarial.

AS - Qual a posição do senhor sobre a infraestrutura da UFSC, principalmente espaço físico, pessoal, segurança e condições de trabalho?CA - A UFSC necessita reconhecer o valor de seus profissionais – técnicos e professores – e estudantes que se es-forçam para manter a Universidade atuante. Porém, pessoas, centros e pro-gramas possuem necessidades diferen-tes, mas todos têm os mesmos direitos e devem ter acesso igual às mesmas oportunidades. É necessário distribuir verbas com crité-rios transparentes. Promover melhorias na infraestrutura – laboratórios, equipa-mentos, espaços, bibliotecas.Segurança: Soluções em áreas degrada-das, em todo o mundo, ocorreram com a recuperação e a reocupação. Na UFSC o que ocorre? Uma corrente que fecha o campus ao acesso da comunidade. A Universidade não pode ser reflexo da so-ciedade. Ela tem que ser um espelho!

AS - Quais serão as suas prioridades à frente da gestão da UFSC?CA - Diversas são as prioridades para a próxima gestão, dentre elas podemos citar: redefinir a política de gestão de pessoas; conferir flexibilidade às estru-turas curriculares; fomentar a mobili-dade entre os campi; estabelecer uma política propositiva de cotas visando diminuir as desigualdades sociais; atuar com agilidade para aquisição de mate-riais didáticos necessários para o ensino em sala de aula, laboratórios e clínicas; ampliar a estrutura e o acervo de todas as bibliotecas da UFSC, principalmente nos campi; aumentar os refeitórios do RU para facilitar o acesso com a dimi-nuição das filas; melhorar a iluminação e o sistema de monitoramento eletrô-

nico de toda a universidade, adotar os procedimentos de segurança, ampliar o efetivo da equipe de segurança e de equipamentos de apoio; internaciona-lizar os programas de pós-graduação, criar novos cursos, redefinir o papel do DIT como aliado do pesquisador e construtor de pontes com a sociedade; fomentar a autonomia dos pesquisa-dores na formulação e coordenação de projetos de pesquisa; expandir as con-dições de permanência dos estudantes na UFSC; reconhecer as atividades de extensão como importante veículo de difusão de todos os saberes e fazeres produzidos na UFSC; valorizar todas as iniciativas artísticas, culturais e es-portivas; minimizar os efeitos das desi-gualdades sociais, raciais e econômicas presentes no momento atual de nosso país e construir espaço universitário saudável.

“Diversas são as prioridades para próxima gestão: redefinir a política de gestão de pessoas; conferir flexibilidade às estruturas curriculares; fomentar a mobilidade entre os campi”

Cláudio José AmanteGraduado em Odontologia. Coordenou o curso de Odontologia, onde atua. Foi pró-reitor de Assuntos Estudantis e Secretário do Fórum de Pró-Reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis.

Rogério Cid BastosGraduado em Estatística e Ciências Jurídicas. Atua no Dpto de Engenharia do Conhecimento. Foi Chefe do Departamento de Ciências Estatísticas e da Computação. Foi Diretor de Implantação do REUNI.

4 Apufsc-Sindical | Setembro 2015

ENTREVISTA

Edson Roberto De Pieri e Carlos Alberto Marques

Apufsc-Sindical - Como o senhor vê a atuação da Universidade junto à comunidade catarinense?Edson De Pieri - Já houve mais presen-ça e articulação, como na gestão do Prof. Diomário Queiroz (1992). Hoje são várias as ações, principalmente individuais, com as redes de ensino, agricultura, serviços e indústria. Um exemplo é o HU. Outro, o Sapiens Parque, um parque tecnológico de inovação na capital. Ali o nosso papel é pri-mordial com a instalação de laboratórios e de uma Incubadora. Vale recordar que a UFSC foi criada há 55 anos para formar boa parte dos jovens catarinenses, mas com o tempo este papel mudou rumo à quali-ficação profissional, à ajuda na inovação e no desenvolvimento científico, intervenção em demandas sociais, meio ambiente e no resgate da história e da cultura. Hoje, atra-vés dos campi, nos aproximamos das de-mandas regionais, algo positivo, mas que deve ser potencializado e apoiado. O de-senvolvimento do estado está muito ligado à excelência da UFSC.

AS - Com relação às atividades-fim da Universidade, como trabalhar o princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão?EP - Este princípio deve estar presente articu-ladamente em variadas formas e conteúdos. Um exemplo é na formação profissional dos alunos. Quando no ensino o objeto de estu-do tem relação com problemas da realidade (novos ou já estudados), sua investigação sis-temática e as soluções construídas, quando devolvidas à sociedade por meio da extensão e do profissional formado, constituem ex-pressão desse princípio. Além disso, estare-mos formando um aluno mais criativo e in-telectualmente mais autônomo na profissão. A UFSC é uma instituição do conhecimento, portanto, acadêmica, é um patrimônio da sociedade para alavancar o desenvolvimento e a cidadania. Por isso, devemos formar pes-soas qualificadas para desempenhar tarefas.

E também é lugar de produzir conhecimento via pesquisa, realimentar o ensino e, princi-palmente, de retornar à sociedade. Esse tripé não pode continuar a ser retórico, precisamos dar substancialidade ao princípio e praticá-lo permanentemente.

AS - Qual a posição do senhor sobre a infraestrutura da UFSC, principalmente com relação a espaço físico, pessoal, segurança e condições de trabalho?EP - Diversos projetos trouxeram aumento no espaço físico nos últimos tempos, mas as carências são muitas e históricas. Temos edi-ficações antigas que precisam ser restaura-das e novas que têm problemas. A expansão de vagas no Reuni gerou demandas de espa-ço e infraestrutura, de moradia estudantil, mas também de rede lógica e energia elé-trica, etc. Demandas que precisam também ser supridas nos campi. Sobre condições de trabalho, cada vez mais alunos e professores conseguem materiais e instrumentos às pró-prias custas ou com seus projetos. Ou seja, pagamos para trabalhar. Também é preciso redimensionar o quadro de TAEs, até para implementar a jornada de 6H onde se justi-fica e a legislação permitir. Já no quadro de docentes, a distribuição de vagas via Reuni parece ter ocorrido diferente do pactuado pelos departamentos. A retirada do abono permanência fará com que muitos docentes se aposentem, comprometendo o ensino e a pesquisa/pós-graduação. Sobre segurança - uma questão urgente -, nossa posição é clara e pública: reconhecemos a necessidade do apoio da PM, especialmente no período no-turno, regulada por um protocolo de práti-cas e condutas. Tudo será feito em conjunto com o pessoal da DESEG, com mais aparato tecnológico e iluminação.

AS - Quais serão as suas prioridades à frente da gestão da UFSC?EP - Iniciaremos pela escolha da equipe de gestão, por competência, representatividade e compromisso institucional. Em seguida,

a reforma administrativa, com superinten-dentes e diretores administrativos, dando o caráter executivo às pró-reitorias e à UFSC--Multicampi; modificações que envolve-rão os diretores de unidades e campi, que ajudarão a identificar e resolver gargalos administrativos, compartilhando e descen-tralizando a gestão. Depois, daremos início a parte acadêmica para mudanças curricu-lares e pedagógicas, envolvendo chefes de departamentos e coordenadores de cursos. Na pesquisa e extensão, incluiremos a re-visão das resoluções para dar agilidade aos processos e reduzir a burocracia. Encami-nharemos ainda soluções para questões ur-gentes: segurança, BU e EBSERH. Por fim, uma acurada análise das contas será feita para dar sustentabilidade aos programas, resolver problemas de infraestrutura e es-tabelecer um programa de racionalidade de despesas. Ou seja, economizar para concen-trar despesas onde for imprescindível.

“Hoje, através dos campi, nos aproximamos das demandas regionais, algo positivo, mas que deve ser potencializado e apoiado. O desenvolvimento do estado está muito ligado à excelência da UFSC”

Edson Roberto De PieriProfessor do Departamento de Automação e Sistemas, atualmente é vice-diretor do Centro Tecnológico (CTC) e diretor técnico da Fundação de Ensino e Engenharia de Santa Catarina (FEESC).

Carlos Alberto MarquesProfessor do Departamento de Metodologia de Ensino, foi diretor do Centro de Ciências da Educação entre 2002 e 2008. Atualmente é coordenador da Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica.

5Apufsc-Sindical | Setembro 2015

ENTREVISTA

Irineu Manoel de Souza e Mônica A. Aguiar dos Santos

Apufsc-Sindical - Como o senhor vê atuação da Universidade junto à comunidade catarinense?Irineu Souza - A UFSC possui uma atuação destacada no desenvolvimento científico e tecnológico da comunidade catarinense, com reflexos nacionais e in-ternacionais. Contudo, entendemos que uma universidade deve ter uma função relevante também nas demais dimensões da sociedade, para poder cumprir seu verdadeiro papel.Neste contexto, avaliamos que a UFSC poderia ter uma presença efetiva nas discussões dos grandes temas nacionais, como por exemplo a saúde pública e a se-gurança pública. É preciso, portanto: aproximar mais a universidade da sociedade, por meio de projetos específicos de extensão uni-versitária; criar políticas e ações para aumentar a integração e a promoção conjunta de ações entre a comunidade externa e a UFSC, democratizando os sa-beres, promovendo a criação conjunta de conhecimento e socializando os recursos da universidade que resultem em benefí-cios para a sociedade e comunidades si-tuadas nas regiões dos campi; e expandir as ações da Sepex, realizando os eventos em todos os campi.

AS - Com relação às atividades-fim da Universidade, como trabalhar o princípio da indissociabilidade entre o ensino, pesquisa e extensão?IS - Defendemos a necessidade de reva-lorizar a graduação, por meio do reco-nhecimento de sua centralidade na uni-versidade. Como parte desse esforço, é necessário estreitar os laços entre os pro-gramas de pós-graduação e os cursos de graduação. Iremos apoiar os docentes que quiserem realizar pesquisas multi, inter e transdis-ciplinares e incentivar a co-criação de conhecimento por meio da cooperação

entre os centros e departamentos de en-sino.E trataremos de aprimorar as políticas, os programas e as ações de extensão, de forma a ampliar a sua importância e sua integração às ações de ensino e pesquisa, assegurando a sua contribuição para o interesse coletivo de caráter público.

AS - Qual a posição do senhor sobre a infraestrutura da UFSC, principalmente com relação a espaço físico, pessoal, segurança e condições de trabalho?IS - Podemos iniciar dizendo que a pre-sença efetiva do Reitor, participando do dia a dia da instituição, assegurará ativi-dade constante da Reitoria, o que facilita-rá o diálogo e a identificação dos proble-mas. A gestão democrática e participativa viabilizará o registro das necessidades e o encaminhamento das soluções, ao man-ter diálogo permanente com as entidades representativas sindicais e estudantis.Mas algumas providências serão toma-das com maior rapidez, para enfrentar dificuldades já conhecidas, como a ne-cessidade de criar um projeto coerente de expansão do Campus da Trindade. É importante cuidar da imagem física dos campi, zelando também pela mobilidade e acessibilidade. Como parte do esforço para aumentar a segurança, vamos melhorar a iluminação no campus da Trindade e encaminhar projeto de reativação do cargo de segu-rança universitária, por meio da Andifes.Além disso, será necessário ampliar a oferta de moradias estudantis e acelerar a construção das instalações necessárias e permanentes, como salas de aula e la-boratórios.

AS - Quais serão suas prioridades à frente da gestão da UFSC?IS - Defenderemos intransigentemente a autonomia universitária, o caráter público e a democratização da UFSC e

atuaremos frontalmente contrários aos cortes de verbas impostos pelo MEC às universidades federais.E consideramos como tarefa urgente resgatar a esperança, retomar o ânimo da vida universitária em suas diferentes comunidades e áreas do conhecimento.Para conseguir isso, da nossa lista de Princípios e Ações podemos destacar: revitalizar as atividades culturais e artísticas; quanto ao HU: assegurar que o hospital seja 100% SUS e vinculado diretamente à UFSC. Dizer não à EBSERH, garantindo o financiamento constitucional. Recompor o quadro de TAEs do HU; implantar um Programa Institucional de Apoio à Docência, valorizando a função do professor e seu papel como servidor público e cidadão; regulamentar as 30 horas semanais pelo atendimento contínuo, para todos os TAEs.

“A gestão democrática e participativa viabilizará o registro das necessidades e o encaminhamento das soluções, ao manter diálogo permanente com as entidades representativas sindicais e estudantis”

Irineu Manoel de SouzaDoutor em Gestão do Conhecimento pela UFSC, professor da graduação e pós-graduação em Administração. Dedica-se à gestão pública nas áreas de gestão universitária e gestão de pessoas.

Mônica Aparecida Aguiar dos SantosGraduada em Agronomia pela Universidade de Taubaté, doutora em Engenharia Agrícola pela Universidade Estadual de Campinas. Atualmente é professora associada no Campus de Curitibanos.

6 Apufsc-Sindical | Setembro 2015

ENTREVISTA

Luis Carlos Cancellier de Olivo e Alacoque Lorenzini Erdmann

Apufsc-Sindical - Como o senhor vê a atuação da Universidade junto à comunidade catarinense?Luis Cancellier - A UFSC vive hoje isolada. É como se fossemos uma ilha, sem comunicação com o continente. Por isso, é preciso uma articulação urgente da Universidade com os setores produtivos da indústria, do comércio e da agricultura, e principalmente com os órgãos públicos do Executivo, do Legislativo e do Judiciário. A Universidade precisa de parcerias. Num momento de grave crise econômica, a Universidade não pode abrir mão do apoio de todos os setores. É necessária uma ação permanente junto aos órgãos de representação, seja no plano estadual como nacional. O movimento A UFSC PODE MAIS surgiu com o objetivo de propor uma nova gestão para a UFSC, focada na excelência acadêmica e na eficácia administrativa. Plural e democrática, autônoma e saudável, de modo que a UFSC seja líder em suas áreas de atuação e protagonista nas suas finalidades, com aproveitamento pleno de seu potencial transformador da sociedade. Cancellier e Alacoque pretendem implantar uma gestão compartilhada e transparente, com ações cooperativas e colaborativas, baseadas no reconhecimento e no respeito às diferenças. Lideram o movimento que quer uma Universidade integradora, que agregue os campi de Araranguá, Joinville, Blumenau e Curitibanos e que realmente tenha alta competência para que a eficiência administrativa e a excelência acadêmica promovam o bom desenvolvimento do ensino, da pesquisa, da extensão, da cultura, esporte e lazer.

AS - Com relação às atividades-fim da Universidade, como trabalhar o princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão?LC - Os cortes orçamentários atingem dire-tamente o ensino, a pesquisa e a extensão. Mas nem por isso nós perdemos a perspec-tiva de uma Universidade de qualidade, de

excelência. Existem alternativas de finan-ciamentos e de busca de recursos. É ne-cessário que os pesquisadores tenham ple-na liberdade de captar recursos. Além do mais é necessária uma ação intensa junto à bancada federal catarinense no Congresso Nacional para que haja suplementações de recursos vindos de emendas parlamentares.

AS - Qual a posição do senhor sobre a infraestrutura da UFSC, principalmente com relação a espaço físico, pessoal, segurança e condições de trabalho?LC - A UFSC precisa readequar os seus es-paços físicos. Constatamos, principalmente nos campi, que existem muitos locais aluga-dos. O que dá a noção de universidade é jus-tamente o funcionamento dos diversos seto-res em um espaço comum. Vamos lutar para que a UFSC consiga construir seus prédios e que as instalações possam ser reunidas, de modo a criar uma verdadeira identidade.É tempo de resgatar nos professores, como também nos técnicos-administrativos, o orgulho de fazer parte da UFSC e de valo-rizar o talento destas pessoas, para pensar e construir o futuro da UFSC. Para que isso ocorra é necessário oferecer boas condições de trabalho e respeito.É fundamental, por fim, resolver o problema da insegurança no campus urgentemente. O problema afeta os três setores, colocando em risco a vida de todos nós aqui. A Universida-de tem que ter coragem, tem que ter deter-minação e tem que tomar medidas urgentes que resolvam o problema da insegurança.

AS - Quais serão as suas prioridades à frente da gestão da UFSC?LC - Segurança é urgente, é uma pauta priori-tária da próxima administração. Vamos reali-zar ajustes, acordos com a Polícia Militar, com a Secretaria de Segurança Pública e Secretaria de Justiça e Cidadania, formação e capacita-ção do Deseg e a criação de uma Secretaria de Segurança na UFSC para que este trabalho articulado com os órgãos estaduais possa ser

efetivamente realizado dentro do Campus. Em dado momento esta questão tem que ser levada para os campi do interior também.Resolver a situação do HU é outro desafio. A crise atual que leva à redução de leitos e à impossibilidade de contratação de servi-dores precisa urgentemente ser resolvida. Então, não havendo a possibilidade de esta solução vir pelo MEC, o que se coloca como alternativa no momento é firmar o contrato de gestão com o Governo Federal, para que ao menos em um primeiro momento, se es-tanque esta sangria, que se possa contratar os servidores e reabrir os leitos.Queremos uma Universidade integradora, que agregue os campi e que realmente te-nha alta competência para que a eficiência administrativa e a excelência acadêmica promovam o bom desenvolvimento do en-sino, da pesquisa, da extensão, da cultura, esporte e lazer, para que sejamos uma Uni-versidade eficiente e saudável.

“É tempo de resgatar nos professores, como também nos técnicos-administrativos, o orgulho de fazer parte da UFSC e de valorizar o talento destas pessoas, para pensar e construir o futuro da UFSC”

Luis Carlos Cancellier de OlivoPossui graduação, mestrado e doutorado em Direito pela UFSC, especialista em Gestão Universitária e Direito Tributário. Atualmente é Diretor do Centro de Ciências Jurídicas.

Alacoque Lorenzini ErdmannGraduada em Enfermagem e em Desenho e Plástica. Possui doutorado em Filosofia da Enfermagem. Recebeu o prêmio Destaque Pesquisador UFSC – 50 anos, em 2010.

7Apufsc-Sindical | Setembro 2015

ENTREVISTA

Roselane Neckel e Lúcia Helena Martins Pacheco

Roselane NeckelLicenciada em História pela UFSC, com mestrado e doutorado em História do Brasil pela PUC/SP. Professora do Departamento de História desde 1996 e reitora da UFSC desde 2012.

Apufsc-Sindical - Como a senhora vê a atuação da Universidade junto à comunidade catarinense?

Roselane Neckel - A UFSC deve man-ter sua presença decisiva na comunidade catarinense, através da alta qualidade de sua produção acadêmica e de sua aten-ção às necessidades da população. Refor-çaremos ações como a interiorização da Universidade, com a consolidação dos campi; o atendimento da comunidade, através do Núcleo da Terceira Idade, do Museu de Arqueologia e Etnologia, do SAPSI, do Projeto Fortalezas, da partici-pação no Projeto Rondon, entre outras; a tutoria do Programa Mais Médicos no estado e a participação do HU no Proje-to Rede Cegonha. Também a política de ações afirmativas para egressos de esco-las públicas, negros, indígenas e, a partir deste ano, quilombolas vêm aproximan-do a UFSC de comunidades até então ex-cluídas do ensino superior.

AS - Com relação às atividades-fim da Universidade, como trabalhar o princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão?

RN - A defesa da indissociabilidade en-tre ensino, pesquisa e extensão como princípio institucional é fundamental para garantir uma produção acadêmica de qualidade. A UFSC tornou-se, du-rante esta gestão, a quarta melhor uni-versidade federal do país, considerando ensino, pesquisa e extensão. Na gradua-ção, 30 cursos atingiram a classificação máxima em ranking nacional. Os cursos de pós-gradução obtiveram excelentes resultados, com sete premiações no Prê-mio CAPES 2015. Na pesquisa, a UFSC recebeu o Prêmio Jovem Cientista 2015 do CNPQ, na categoria “Mérito Institu-cional”. Nossa proposta é de continuar

investindo na articulação entre ensino pesquisa e extensão, incrementando as estruturas coletivas e de uso comum, re-forçando a Educação Básica, expandindo a pós-graduação, apoiando a adequação dos PPCs das Licenciaturas, entre outras ações.

AS - Qual a posição da senhora sobre a infraestrutura da UFSC, principalmente com relação a espaço físico, pessoal, segurança e condições de trabalho?

RN - Ao assumirmos a reitoria, encon-tramos uma situação preocupante, com falta de planejamento, o que dificultava a elaboração de novos projetos e o cumpri-mento dos cronogramas. Estabelecemos critérios e prioridades, renegociamos prazos e iniciamos muitas obras, algu-mas já concluídas, outras em conclusão e outras em fase inicial, além da aquisi-ção do Prédio Santa Clara. Nossa meta é continuar agindo de forma responsável, transparente e profissional, de modo a atender as prioridades estabelecidas em todos os campi. Reforçaremos ações de ampliação do quadro docente e técnico e a melhoria das condições de trabalho. Além das ações que já foram realizadas, como a contratação de pessoal para as portarias, a criação da Comissão Perma-nente de Segurança, o controle de acesso de veículos, a instalação de modernos sistemas de câmeras em todo o campus central, que melhoraram as condições de segurança da UFSC.

AS - Quais serão as suas prioridades à frente da gestão da UFSC?

RN - As nossas prioridades serão pau-tadas em: transparência e compromis-so institucional. Este compromisso está

alicerçado na ética, na independência e nas necessidades da instituição, estabe-lecidas através de critérios e prioridades discutidas pela comunidade e a partir de suas instâncias institucionais de deci-são; democracia e diálogo. Os princípios da democracia e do diálogo, em nossa concepção devem ser voltados a toda a comunidade universitária, o que pressu-põe o respeito às diferenças e o reforço das instâncias coletivas e institucionais de debate e decisão; qualidade e presen-ça social. Defendemos que a qualidade do conhecimento hoje é indissociável de sua dimensão social e de sua contribui-ção para a construção da cidadania e da justiça; o campus como espaço de cida-dania. Pensar o cotidiano nos campi, do ponto de vista da segurança, da mobili-dade, da circulação e da convivência.

“A UFSC deve manter sua presença decisiva na comunidade catarinense, através da alta qualidade de sua produção acadêmica e de sua atenção às necessidades da população”

Lúcia Helena Martins PachecoGraduada em Eng. Elétrica e Psicologia, possui Doutorado em Eng. de Produção e Sistemas. Professora do Depto de Informática e Estatística. Foi diretora técnica da FEESC. Chefe de Departamento. É vice-reitora da UFSC desde 2012.

Publicação mensal do Sindicato dos Professores das Universidades Federais de Santa Catarina (Apufsc-Sindical)

DIRETORIA GESTÃO 2014/2016 PRODUÇÃO

Jornalista Responsável Clodoaldo Volpato (SC - 2028 JP)Projeto Gráfico Cristiane Cardoso (SC-634 JP)Editoração Eletrônica Bianca Enomura

Impressão Gráfica Rio SulTiragem 4.000 exemplaresDistribuição gratuita e dirigida

ENTRE EM CONTATO

Endereço: Sede da Apufsc, Campus Universitário, CEP 88040-900, Florianópolis/ SC

(48) 3234-5216 | 3234-3187

www.apufsc.org.br

[email protected]

O conteúdo dos artigos assinados é de responsabilidade dos autores

Presidente Wilson Erbs

Vice-Presidente Valmir José Oleias

Secretário Geral Edinice Mei Silva

1º Secretário Luiz Gonzaga de Souza Fonseca

Diretor Financeiro Bernardo Walmott Borges

Diretor Financeiro Adjunto Antonio de Miranda Wosny

Diretor de Divulgação e Imprensa Rose Elaine de Liz Waltrick

Diretor de Promoções Sociais, Culturais e Científicas Jovelino Falqueto

Diretor de Assuntos de Aposentadoria Bernadete Limongi

COMISSÃO EDITORIAL 2015/2016

Presidente Rose Elaine de Liz Waltrick

MembrosAnelise Reich CorseuilEdinice Mei SilvaJoana Sueli de Lazari

SINDICATO

Como será a consulta realizada pelo SindicatoA comissão designada pelo Conselho de

Representantes (CR) da Apufsc estabeleceu as diretrizes para a condução do proces-so de consulta informal, que será realizada pelo Sindicato nos dias 19 e 20 de outubro, para escolha do (a) próximo (a) reitor (a) da Universidade Federal de Santa Catariana (USFC). A consulta será exclusiva para os professores da UFSC, filiados ou não ao Sin-dicato. Os docentes da ativa, aposentados e substitutos terão direito a voto. O resultado da consulta será segregado por categoria. Caberá ao Conselho Universitário (CUn) decidir o que fazer com os dados recebidos.

Não haverá inscrição de candidatos. A consulta terá como base os nomes dos pro-

fessores que manifestaram publicamente o desejo de ser reitor (a) e vice-reitor (a).

A consulta, que acontece das 8h do dia 19 de outubro às 23h do dia 20 de outubro, será online e ininterrupta através do site da Apu-fsc, ou seja, o sistema estará à disposição dos professores durante os dois dias. Para os pro-fessores que precisarem de assistência na hora de votar ou que preferirem votar presencial-mente, será disponibilizado um computador na sede do Sindicato do Campus Universitá-rio, com a presença de um funcionário para o suporte técnico, que estará disponível nos dois dias da consulta, das 8h às 18h.

O resultado final será encaminhado ao CUn no dia 21 de outubro, às 21h, conten-

Procedimentos da votação eletrônicaTodos os professores da UFSC, filiados e

não filiados, ativos, aposentados e substitu-tos, vão receber por e-mail no dia 19 de outu-bro um link (www.apufsc.com.br/voto) e uma senha única para a Consulta de Votos a ser realizada a partir das 8h do dia 19 de outubro até às 23h do dia 20 de outubro, horário oficial de Brasília. A senha é de utilização única para esse processo de consulta.

Ao clicar no link, o professor será direcio-

nado para a página de login, onde deverá ser digitado o usuário: número do CPF e a senha (enviada por e-mail).

Importante observar que só poderão votar os professores com o cadastro em dia e que possuam e-mail.

Qualquer dúvida sobre o seu cadastro e atualização devem ser solucionadas an-tes do dia 13 de outubro pelo telefone (48) 3234-5216, com Mauricio. Depois desta data

somente pessoalmente na sede da Apufsc do Edifício Max & Flora.

O sistema eletrônico que será utilizado para a realização da consulta manterá os seguintes princípios básicos: individualida-de, ou seja, somente um voto por pessoa; anonimato; e inviolabilidade, impossibili-tando o rastreamento de quem votou em quem. Os resultados serão abertos para consultas.

Professor(a), neste momento histórico é fundamental que você participe da consulta empreendida pelo seu Sindicato!

do a contagem dos votos válidos (excluindo os votos nulos e em branco), por segmento.

Por ocasião da entrega dos resultados da consulta ao CUn, a Apufsc também en-caminhará a relação, segregada por catego-rias, de todos os professores que votaram. O resultado será divulgado pelos meios de comunicação do Sindicato e também enca-minhado à imprensa estadual.

A consulta da Apufsc não será realizada na mesma da data de qualquer outra con-sulta referente à escolha do (a) do reitor (a) para não tumultuar o processo e não con-fundir os professores.

Em caso de segundo turno, o procedimento a ser adotado será o mesmo do primeiro turno.