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Aula 00 Curso: Direito Constitucional p/ ICMS RJ Professor: Jonathas de Oliveira

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Curso: Direito Constitucional p/ ICMS RJ

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Caro amigo(a) concurseiro(a),

É com enorme prazer que inicio este curso aqui no Exponencial Concursos. Trata-se de um curso de Direito Constitucional de teoria e questões comentadas para o cargo de Auditor Fiscal da Receita do Estado do Rio de Janeiro.

Além disso, muito embora o último certame organizado pela Fundação Carlos Chagas (FCC) não tenha exigido aprofundamento jurisprudencial, buscaremos apresentar resumidamente o entendimento das nossas principais cortes (Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justiça) sempre que isso se fizer necessário à correta assimilação dos tópicos. Dito isso, passemos às apresentações.

Meu nome é Jonathas de Oliveira e minha rápida história nos concursos se inicia aos 23 anos, quando em 2012, sem maior pretensão, fui aprovado para um concurso de nível municipal em Armação de Búzios (RJ). Alguns meses depois, dei início à minha preparação, focado desde o começo para a área fiscal. No início de 2013 fui aprovado para Oficial de Fazenda da Secretaria de Estado de Fazenda do Rio de Janeiro e, em outubro daquele ano, para Auditor Fiscal da Receita do Estado do Espírito Santo, em 3º lugar, cargo que exerço atualmente.

Ao longo dos meus 11 meses de estudo, pude travar contato com diferentes materiais e metodologias e constatar a dificuldade que os candidatos (com as mais diversas formações – aqui, por exemplo, é um Turismólogo que vos fala!) ao almejado cargo na administração pública encontram para conciliar, resumir e esquematizar conteúdos vastos e muitas vezes demasiadamente prolixos.

É nesse sentido que a formatação deste curso visa a ser não apenas um instrumento de transmissão de informações com eficiência, eficácia e efetividade, mas também uma ferramenta metodológica ao amigo e à amiga concurseiros, contribuindo para que o estudo para concursos públicos seja feito com a maior praticidade possível, obtendo os melhores resultados, sem desperdício de tempo.

O curso apresenta mais de 200 mapas mentais (esquematizações, quadros e diagramas), a fim de estimular a fixação, assim como mais de 400 questões comentadas, optando-se por aquelas que melhor representam o estilo da banca, tanto em relação à forma, quanto ao conteúdo.

APRESENTAÇÃO

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ATENÇÃO! Desde a publicação do edital de 2013, três novas emendas foram introduzidas à Constituição Federal, são elas:

EC nº 75/2013

Acrescenta a alínea e ao inciso VI do art. 150 da Constituição Federal, instituindo imunidade tributária sobre os fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham. (ALTA RELEVÂNCIA PARA CONCURSOS DA ÁREA FISCAL)

EC nº 76/2013

Altera o § 2º do art. 55 e o § 4º do art. 66 da Constituição Federal, para abolir a votação secreta nos casos de perda de mandato de Deputado ou Senador e de apreciação de veto. (MÉDIA RELEVÂNCIA PARA CONCURSOS DA ÁREA FISCAL)

EC nº 77/2013

Altera os incisos II, III e VIII do § 3º do art. 142 da Constituição Federal, para estender aos profissionais de saúde das Forças Armadas a possibilidade de cumulação de cargo a que se refere o art. 37, inciso XVI, alínea "c". (BAIXA RELEVÂNCIA PARA CONCURSOS DA ÁREA FISCAL)

Em relação à Constituição do Estado do Rio de Janeiro, também houve a seguinte modificação:

EC nº 56/2013

Acrescenta inciso ao art. 111 da Constituição do Estado do Rio de Janeiro, instituindo a iniciativa popular para apresentação de emendas constitucionais. (MÉDIA RELEVÂNCIA PARA CONCURSOS DA ÁREA FISCAL)

Após anos sendo organizado pela Fundação Getúlio Vargas, em 2013 o concurso para Auditor Fiscal do Estado do Rio de Janeiro passou a ser de responsabilidade da FCC.

A disciplina Direito Constitucional faz parte do Grupo 2 (G2) da Prova 1 (P1), o qual é composto também pelas disciplinas Direito Administrativo, Direito Civil e Direito Penal, num total de 24 questões.

Nas provas aplicadas em janeiro de 2014, 8 questões eram dedicadas exclusivamente à nossa disciplina. Para ser aprovado, o candidato precisava pontuar um mínimo de 60% por disciplina ou grupo de disciplinas e não menos que 65% na P1 e 65% na P2.

Histórico e análise das provas Direito Constitucional

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Ou seja, torna-se de fundamental importância assegurar o maior número de pontos possíveis nas chamadas “disciplinas-núcleo” dos concursos. Sendo recorrentes na maior parte dos programas da área fiscal, de gestão, de controle, dentre outras, a disciplina Direito Constitucional é um verdadeiro “pilar” que não podem ser negligenciado. É dela e das demais disciplinas-chave que o candidato vai extrair a maior parte dos pontos que blindarão sua eliminação e o manterão na zona de competitividade.

Para ilustrar a incidência dos tópicos no fisco fluminense, vamos traçar um panorama dos últimos certames (2007, 2008, 2009, 2010, 2011 – todos pela FGV – e 2014 – pela FCC).

Desde os tempos da Fundação Getúlio Vargas, a disciplina Direito Constitucional engloba os seguintes tópicos:

1. Conceitos de teoria do Estado. 2. Princípios do Estado Democrático de Direito. 3. Conceito de Constituição. 4. Regras materialmente constitucionais e formalmente constitucionais. 5. Tipos de Constituição. 6. Hermenêutica constitucional. 7. O Direito Constitucional e os demais ramos do direito. 8. Poder constituinte originário e derivado. 9. Controle de constitucionalidade. 10. Controle judiciário difuso e concentrado. 11. Ação declaratória de constitucionalidade e Ação direta de inconstitucionalidade. 12. Constituição da República Federativa do Brasil: a) Princípios fundamentais e Direitos e Deveres individuais e coletivos. O habeas corpus. O mandado de segurança. O direito de petição. O mandado de injunção. A ação popular. A ação civil pública. O habeas data. b) Direitos sociais. Cidadania plena e participação político-social. c) Direitos Humanos: Direito à vida, à liberdade, à igualdade, dignidade humana e justiça. Nacionalidade. Direitos políticos. d) Organização político-administrativa. O federalismo no Brasil. Repartição de rendas. Repartição de competências. Competências constitucionais: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Intervenção nos estados e municípios. Administração pública, disposições gerais e servidores públicos civis. e) Separação de poderes. Sistemas de governo. Poder Legislativo, Poder Executivo e Poder Judiciário. Ministério Público. f) Processo legislativo. g) Defesa do Estado e as instituições democráticas. h) Princípios gerais da atividade econômica e financeira. i) Sistema Tributário Nacional e do Orçamento e Finanças Públicas. 13. Constituição do Estado do Rio de Janeiro: a) Fundamentos do Estado. b) Poder Legislativo, Poder Executivo e Poder Judiciário. c) Funções essenciais à justiça. d) Administração Pública. e) Servidores Públicos Civis. f) Segurança Pública. g) Tributação, finanças e orçamentos.

Para facilitar o planejamento e a execução dos estudos, segue um Raio-X de todo o Direito Constitucional cobrado na história recente (2007-2014) do AFRE-RJ.

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Provas AFRE-RJ 2007, 2008, 2009, 2010, 2011 e 2014

Tópico(s) Gabarito Quantidade de questões*

1 - 0

2 Teoria Constitucional (Conflito aparente de princípios, Princípios de Interpretação

Constitucional)

2

3, 4 e 5 Teoria Constitucional (Elementos constitucionais)

1

6 - 0

7 - 0

8 - 0

9, 10 e 11 Lei 9.868/1999, art. 27; Teoria Constitucional (Controle direto de constitucionalidade); Teoria Constitucional (Controle difuso de

constitucionalidade); CF/88, art. 103

7

12– a CF/88, art. 5º; STF – Súmula Vinculante 25; STF – Súmula Vinculante 28; Lei 7.347, art.

9

12- b e c CF/88, art. 15 1

12 – d CF/88, art. 18, 21, 22, 24, 25, 30 e 32; ADCT, art. 17; Teoria Constitucional e

Administrativa (entidades da administração indireta)

8

12 – e CF/88, art. 84, 92, 102, 103 e 105; Teoria Constitucional (Sistema, regime e forma)

5

12 – f CF/88, art. 60 e 62 3

12 – g - 0

12 – h CF/88, art. 170, IX 1

12 – i CF/88, art. 145, 146, 149-A, 151, 154, 155; Jurisprudência STF (ADI 939/DF –

anterioridade como cláusula pétrea)

6

13 CERJ, art. 99 (Simétrico à CF/88, art. 49) 1

Outros Lei 1.079/1950, art. 4º, II c/c CF/88, art. 52, I (Crimes de Responsabilidade)

1

* Excluídas as anulações (1 no AFRE-RJ de 2008)

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Pois bem, meus caros... Podemos deduzir várias coisas a partir desse raio-x, porém duas delas em particular chamam a atenção.

Em primeiro lugar, à exceção do AFRE-RJ de 2008 (tido como uma das provas mais difíceis já realizadas em âmbito fiscal), em que 6 das 7 questões (1 posteriormente anulada) estavam diretamente amparadas na doutrina constitucional, a tradição das bancas no Rio de Janeiro é de não se adensarem nesse aspecto.

Em segundo, a incidência do conteúdo da Constituição do Estado do Rio de Janeiro é quase irrelevante. Se pararmos pra pensar que a única vez em que fora cobrada 1 questão do tópico (2014 – FCC), a resposta poderia ser dada com o conhecimento da Constituição Federal de 1988 (por simetria), temos uma boa referência de quanto vale a pena se debruçar sobre ele.

Por prudência, e para facilitar a organização e contextualização dos estudos, nenhum ponto será negligenciado. De todo modo, não nos eximiremos de, vez ou outra, reforçar que alguns tópicos merecem, consideravelmente, mais empenho que outros.

Aula Tópico Data

00 Introdução ao Direito Constitucional. O Direito Constitucional e os demais ramos do direito. Estrutura da Constituição Federal de 1988. Conceitos de teoria do Estado. Princípios do Estado Democrático de Direito

disponível

01 Conceito de Constituição. Regras materialmente constitucionais e formalmente constitucionais. Tipos de Constituição. Hermenêutica constitucional. Poder constituinte originário, derivado e difuso

14/06

02 Controle de constitucionalidade. Controle judiciário difuso e concentrado. Ação direta de inconstitucionalidade (genérica e por omissão) e Ação declaratória de constitucionalidade

21/06

03 Constituição da República Federativa do Brasil: Princípios fundamentais. Direitos e Deveres individuais e coletivos. O direito de petição. O habeas corpus. O mandado de segurança (individual e coletivo). O mandado de injunção. O habeas data. A ação popular. A ação civil pública

28/06

04 Constituição da República Federativa do Brasil: Direitos 05/07

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sociais. Nacionalidade. Direitos Políticos.

05 Constituição da República Federativa do Brasil: Organização político-administrativa. Repartição de competências. Competências constitucionais: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Outros aspectos: Estados federados, Municípios, Distrito Federal e Territórios

12/07

06 Constituição da República Federativa do Brasil: Intervenção nos estados e municípios. Administração pública, disposições gerais e servidores públicos civis

19/07

07 Constituição da República Federativa do Brasil: Separação de poderes: Poder Legislativo, Poder Executivo

26/07

08 Constituição da República Federativa do Brasil: Separação de Poderes: Poder Judiciário. O Ministério Público

02/07

09 Constituição da República Federativa do Brasil: Processo legislativo

09/08

10 Constituição da República Federativa do Brasil: Defesa do Estado e as instituições democráticas. Princípios gerais da atividade econômica e financeira.

16/08

11 Constituição da República Federativa do Brasil: Sistema Tributário Nacional. Repartição de rendas.

23/08

12 Constituição da República Federativa do Brasil: Orçamento e Finanças Públicas

30/08

13 Constituição do Estado do Rio de Janeiro 03/09

14 Prova AFRE-RJ 2014 comentada 10/09

15 Lista de exercícios completa 10/09

Então, guerreiros e guerreiras... Seguindo a estrutura acima, poderemos explorar, com o devido aprofundamento, todos os pontos da disciplina, ponderando cada qual de acordo com sua incidência nos certames passados e perspectiva para as próximas provas.

Mãos à obra!

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Assunto Página

1- Introdução ao Direito Constitucional 09

2- O Direito Constitucional e os demais ramos do Direito 10

3- Estrutura da Constituição Federal de 1988 11

4- Conceitos de teoria de Estado 15

4.1- Conceito e elementos de Estado 15

4.2- Poderes e funções do Estado 16

4.3- Formação e formas de Estado 19

4.4- Formas e regimes de governo 22

5- Princípios do Estado Democrático de Direito 26

5.1- Princípios e regras 26

5.2- Princípios do Estado democrático de direito na doutrina 27

6- Questões comentadas 30

7- Lista de exercícios 33

8- Gabarito 35

9- Referencial Bibliográfico 35

Olá concurseiros e concurseiras!

Tendo sido feita a devida apresentação, daremos largada ao nosso curso de Direito Constitucional voltado para o concurso de Auditor Fiscal da Receita do Estado do Rio de Janeiro (vulgo ICMS-RJ).

Conforme previamente mencionado, os aspectos teórico-doutrinários de Direito Constitucional não costumam ser cobrados com rigor elevado nas provas para o fisco fluminense.

Ainda assim, faz-se necessária a abordagem prática do tema, tanto para evitarmos surpresas desagradáveis no momento da prova (em último caso, a banca tem discricionariedade para “inovar”) quanto para contextualizarmos os próximos tópicos. Comecemos!

Aula 00 – Introdução ao Direito Constitucional. O Direito Constitucional e os demais ramos do direito. Estrutura da Constituição Federal de 1988. Conceitos de teoria do Estado. Princípios do Estado Democrático de Direito

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Conforme anota o grande jurista José Afonso da Silva, o Direito é um sistema normativo, ou seja, do qual extraímos regras e princípios imperativos de conduta. Este sistema é composto de unidades estruturais (ramos) organicamente dispostas.

A doutrina majoritária compreende que a subdivisão da ciência jurídica reveste-se de importância prática para seu ordenamento e estudo. Porém, em última análise, o Direito é uno.

Assim é que, o Direito Administrativo, o Direito Tributário, o Direito Financeiro, dentre outros ramos do denominado Direito Público, muito embora apresentem especificidades quando comparados aos ramos do dito Direito Privado – Civil e Empresarial, por exemplo –, abrigam-se sob um mesmo arranjo lógico-normativo: “O” Direito.

É importante que se visualize tal unidade, por exemplo, para uma melhor articulação e compreensão de regras e princípios (a distinção será vista logo adiante) que dão sustentação aos “diferentes” ramos, dando-lhes a adequada interpretação e harmonização.

E o que é o Direito Constitucional?

Direito Constitucional é o ramo do Direito Público que tem por objeto a Constituição dos Estados nacionais.

No momento oportuno, apresentaremos os diferentes sentidos e tipologias que a palavra “Constituição” pode assumir. No entanto, em sentido jurídico – aquele a que devemos dar mais atenção – a Constituição é o fundamento de validade normativa dos Estados nacionais.

No plano jurídico-positivo (o Direito vigente, que rege nosso dia a dia), a nossa Constituição Federal de 1988, situa-se no topo da pirâmide normativa. Essa pirâmide é um recurso visual consagrado por Hans Kelsen e que traduz o princípio da supremacia da Constituição. Em última instância, é à Constituição que todo o agir público se reporta, numa relação de verticalidade hierárquica.

Por exemplo, imagine-se o seguinte caso. A Constituição Federal atribui competência exclusiva aos Estados e ao Distrito Federal para a instituição do Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD). Pois bem, todos os atos subsequentes em relação ao ITCMD não podem afrontar, ativa ou omissivamente, as diretrizes e limites dispostos pela Constituição, sob pena de incorrerem em inconstitucionalidade. A Constituição é suprema!

Assim, não poderia lei municipal instituir o tributo. Tampouco poderia a resolução nº 048/2007 (que, no estado do Rio de Janeiro, dá diversas providências a respeito do imposto), estabelecer a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias aos seus dispositivos (o que exige lei em

1- Introdução ao Direito Constitucional

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sentido estrito, conforme dispõe o Código Tributário Nacional, recepcionado em sua quase totalidade pela CF/88, com status de lei complementar).

Perceba-se que todo o corpo legislativo (e o agir público é vinculado à existência de lei prévia que o autorize) extrai seu fundamento de validade da Lei Maior, a Constituição Federal. Visualizando a conexão entre os dois extremos, teríamos, portanto, a seguinte relação de HIERARQUIA:

A esquematização DIDÁTICA do Direito, assim como tudo o mais nesta ciência, não é unânime entre os autores. De todo modo, numa abordagem pragmática, podemos propor as seguintes especializações:

*Não é necessário memorizar o diagrama acima. Vamos focar na compreensão!

Norma Hipotética Fundamental

Constituição Federal 1988

Constituição do Estado do Rio de Janeiro

Lei do Estado do RJ

Resolução do Secretário de Estado de Fazenda

DIREITO

Direito Público

Direito PúblicoInterno

D. Constitucional

D. Administrativo

D. Tributário

D. Financeiro

D. Econômico

D. Processual

D. Penal

D. Urbanístico

Direito Público Externo

Direito Internacional

Público

Direito Difuso/Social

D. do Trabalho

D. Ambiental

D. Previdenciário

Direito Privado

D. Civil

D. Empresarial

D. InternacionalPrivado

2- O Direito Constitucional e os demais ramos do Direito

É a ideia lógica que sustenta o plano jurídico-

positivo

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O Direito Constitucional é, portanto, ramo do Direito Público. As diferenças fundamentais entre o Direito Público e o Direito Privado podem ser sintetizadas da seguinte forma:

OBSERVAÇÃO: Alguns autores, como Pedro Lenza (2012), chamam a atenção para a progressiva superação da supracitada dicotomia Direito Público vs Direito Privado.

Fato é que, no atual Estado Democrático de Direito em que vivemos, observa-se uma TENDÊNCIA de supremacia dos direitos fundamentais sobre os direitos particulares estruturados pelo Direito Privado, notadamente pelo Direito Civil.

Por exemplo, o Código Civil sofre um processo de descodificação tendo como contrapartida a criação de microssistemas (como o Estatuto da Criança e do Adolescente, o Código de Defesa do Consumidor, o Estatuto do Idoso, dentre outros). Estes, por sua vez, extraem seu fundamento de validade diretamente dos direitos fundamentais expressos na Constituição.

Assim, mesmo as relações entre particulares, tradicionalmente regidas pelo Direito Privado (como aquelas delineadas no Código Civil) e pela supremacia do interesse dos particulares, não estariam, por exemplo, isentas da força normativa dos direitos fundamentais assegurados pela Carta Magna.

A Constituição Federal, promulgada em 5 de outubro de 1988, compreende um preâmbulo, nove títulos (divididos em, respectivamente, capítulos, seções e subseções), além do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT).

DIREITO PÚBLICO

• Supremacia do interessepúblico sobre o privado

• Eficácia vertical: a produção deefeitos se dá no sentido Estadox Particular

• Indisponibilidade dointeresse público (não hávontade livre do administrador,este deve sempre agir em proldo bem comum)

• Normatização

DIREITO PRIVADO

• Equivalência dos interessesprivados

• Eficácia horizontal: a produçãode efeitos se dá no sentidoParticular x Particular

• Disponibilidade do interesseprivado (autonomia de vontade;os particulares, desde querespeitada a legalidade, sãolivres em seu agir)

• Contratualização

3- Estrutura da Constituição Federal de 1988

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OBSERVAÇÃO:

PREÂMBULO

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

Importante notar que a doutrina majoritária entende que o preâmbulo reflete um posicionamento político-ideológico do poder constituinte, porém não jurídico.

E o que isso significa?

Por exemplo, sendo instado a examinar se a invocação da “proteção de Deus” seria ou não norma de reprodução obrigatória pelas Constituições Estaduais (CE) e Leis Orgânicas (LO) do Distrito Federal e dos Municípios, o STF se manifestou contrário a um discutível caráter normativo do preâmbulo da CF/88 (ADI 2.076/AC). Ou seja, as CE e LO não precisam invocar a “proteção de Deus”. O preâmbulo não carrega regras e princípios.

(FCC / Promotor do Ministério Público - CE / 2011) A invocação à proteção de Deus, constante do Preâmbulo da Constituição da República vigente:

a) é inconstitucional.

b) é ilícita.

c) não tem força normativa.

d) não foi recepcionada pelo texto constitucional.

e) é expressão de reprodução obrigatória nas Constituições estaduais.

Resolução: Alternativa C. Questão simples de uma temática já pacificada pelo STF, conforme exposto acima.

Esquematicamente, e desconsiderando as subdivisões dos Títulos, temos a seguinte anatomia constitucional:

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PREÂMBULO

TÍTULO I – Dos Princípios Fundamentais (art. 1º a 4º)

TÍTULO II– Dos Direitos e Garantias Fundamentais (art. 5º a 17)

TÍTULO III – Da Organização do Estado (art. 18 a 43)

TÍTULO IV – Da Organização dos Poderes (art. 44 a 135)

TÍTULO V– Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas (art. 136 a 144)

TÍTULO VI – Da Tributação e Orçamento (art. 145 a 169)

TÍTULO VII – Da Ordem Econômica e Financeira (art. 170 a 192)

TÍTULO VIII – Da Ordem Social (art. 193 a 232)

TÍTULO IX – Das Disposições Constitucionais Gerais (art. 233 a 250)

ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS (art. 1º a 97)

Em provas da área fiscal, particularmente para o concurso de Auditor Fiscal da Receita do Estado do Rio de Janeiro, reveste-se de fundamental importância o conteúdo que se estende do art. 1º ao art. 192. É sobre esse trecho do corpo constitucional que o candidato deve focar a maior parte da sua carga de leitura e de resolução de exercícios. Em toda história recente desse certame, apenas 1 questão (de cunho não doutrinário) versou sobre tema que não se encontrava nesse recorte.

Vale ainda notar que o texto constitucional sofreu diversas alterações desde sua promulgação. Modificações estas, fruto dos poderes constituintes derivados de revisão (esgotado) e de reforma, conceitos a serem abordados mais adiante. Além disso, embora não promova mudança físico-formal da Carta Magna, destaque-se o fenômeno da mutação constitucional, conferindo-lhe novos sentidos interpretativos.

Por fim, podemos analisar a Constituição sob mais um aspecto.

Na lição de José Afonso da Silva, de acordo com sua finalidade, as normas constitucionais podem ser agrupadas em cinco categorias de elementos:

Natureza político- ideológica

Natureza jurídica

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(FGV / Auditor Fiscal da Receita Estadual – RJ / 2008) São elementos orgânicos da Constituição:

a) a estruturação do Estado e os direitos fundamentais.

b) a divisão dos poderes e o sistema de governo.

c) a tributação e o orçamento e os direitos sociais.

d) as forças armadas e a nacionalidade.

e) a segurança pública e a intervenção.

Resolução: Alternativa B. Fácil né, pessoal? Basta recordar que os elementos orgânicos são aqueles que compõem a regulação da organização e funcionamento do Estado.

ELEM

EN

TO

S

CO

NS

TIT

UC

ION

AIS

Elementos orgânicos

Contidos nas normas que regulam a estrutura do Estado e dos Poderes e o sistema de governo. Na Constituição de 1988, concentram-se nos Títulos III (Da Organização do Estado), IV (Da Organização

dos Poderes e do Sistema de Governo), Capítulos II e III do Título V (Das Forças Armadas e da Segurança

Pública) e VI (Da Tributação e do Orçamento)

Elementos limitativos

Contidos nas normas relativas aos direitos e garantias fundamentais: direitos e garantias individuais, direitos de nacionalidade, direitos

políticos e democráticos. Concentram-se no Título II (Dos Direitos e Garantias Fundamentais),

excetuando-se o Capítulo II (Direitos Sociais)

Elementos sócio-ideológicos

Contidos nas normas que traduzem o compromisso de cunho intervencionista do

Estado Social Democrático . Concentram-se no Capítulo II do Título II e nos Títulos VII (Da Ordem Econômica e Financeira) e VIII (Da Ordem Social)

Elementos de estabilização constitucional

Contidos nas normas destinadas a garantir a solução de conflitos constitucionais, a defesa da

Constituição, do Estado e das instituições democráticas. Representam instrumentos de defesa do Estado e da paz social. Concentram-se no art. 102,

I, “a” (ação de inconstitucionalidade); arts. 34 a 36 (Da Intervenção); arts. 59, I, e 60 (Processos de

emendas à Constituição); arts. 102 e 103 (Jurisdição constitucional); Título V (Da Defesa do Estado e das

Instituições Democráticas, especialmente o Capítulo I, que trata do estado de defesa e do estado de sítio,

uma vez que os Capítulos II e III do Título V tipificam-se como elementos orgânicos)

Elementos formais de aplicabilidade

Contidos nas normas que traduzem regras de aplicação da Constituição. Concentram-se no

preâmbulo (embora este não tenha força normativa por si só), no ADCT e no art. 5º, § 1º, que estabelece

que as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.

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Vamos brevemente elucidar alguns conceitos que, vez ou outra as bancas colocam no nosso caminho.

Seguindo a lição de Cicco e Gonzaga (2008), podemos conceituar Estado como instituição organizada, política, social e juridicamente, a qual ocupa um território definido e é regida por uma lei maior, usualmente na forma de Constituição. Ademais, é dirigida por um governo soberano, reconhecido interna e externamente ao território e responsável pela organização e controle social, uma vez que detém a competência legítima do uso da força e da coerção.

Destacam-se nessa definição três elementos: povo, território e governo.

(NCE-UFRJ / Agente Executivo da CVM / 2008) O Estado constitui-se de três elementos originários e indissociáveis - Povo, Território e Governo soberano - que se referem respectivamente:

a) ao componente humano do Estado; o elemento condutor do Estado; a base física do Estado;

b) ao componente humano do Estado; a base física do Estado; o elemento condutor do Estado;

c) à base física do Estado; o componente humano do Estado; o elemento condutor do Estado;

d) ao elemento condutor do Estado; o componente humano do Estado; a base física do Estado;

e) ao elemento condutor do Estado; a base física do Estado; o componente humano do Estado.

Elementos do Estado

Povo Governo Território

4.1- Conceito e elementos de Estado

4- Conceitos de teoria de Estado

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Resolução: Alternativa C. Advirta-se que povo não é sinônimo de população. Povo é a parcela da população vinculada política e juridicamente ao Estado.

A finalidade maior do Estado é a promoção do bem comum.

Mas quem detém originariamente o poder no Estado? Segundo a Constituição Federal, “todo o poder emana do povo” (CF/88, art. 1º, parágrafo único). Tal poder é “dividido” (temos então, não mais um único poder, mas Poderes1) e manifestado por meio de diferentes funções, ou seja, “especializações” do agir do Estado.

Na maior parte das democracias contemporâneas prepondera a teoria (abrandada) de Montesquieu, a denominada teoria da tripartição de Poderes, tipicamente identificados como Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário.

É o caso brasileiro, como podemos extrair da Constituição (e aplicar por simetria aos demais entes subnacionais2):

“Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”.

No Brasil, o supracitado abrandamento é perfeitamente estabelecido, dentre outros fatores, uma vez que cada Poder incorpora, além de uma ou mais função típica, outras funções atípicas. Vejamos.

1 Para fins didáticos, entenda-se tal afirmação como integralmente correta. No entanto, em última análise, advirta-se que o poder político é uno. A dita separação de poderes nada mais é que uma abordagem de cunho funcional.

Além da unicidade, são tidas como características do poder político a imprescritibilidade (a possibilidade de se exercê-lo não é extinta com o tempo) e a indelegabilidade (o exercício do poder é delegável a representantes, mas sua titularidade – o poder emana do povo – não). 2

A exceção parcial é o Judiciário. Inexiste tal Poder em âmbito estritamente municipal.

Poderes do Estado

Executivo Legislativo Judiciário

4.2- Poderes e funções do Estado

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Poder Funções típicas Funções atípicas

Executivo

1- Provimento direto de bens e

serviços públicos, atos de

administração, chefia de Estado e

de governo

- Legislar: por exemplo, na edição de medidas provisórias (art. 62) e leis delegadas (art. 68)

- Julgar: por exemplo, instaurando, inquirindo e julgando processos administrativos disciplinares (em âmbito federal, lei 8.112/90, art. 151)

Legislativo

1- Elaboração de leis

2- Fiscalização contábil,

financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do

Poder Executivo.

- Executar: por exemplo, ao dispor sobre sua organização, funcionamento, funções de serviços e criação de cargos (art. 51, IV e art. 52, XIII)

- Julgar: por exemplo, a Câmara dos Deputados autoriza (art. 51, I) e o Senado Federal julga o Presidente e outros agentes políticos nos crimes de responsabilidade (art. 52, I)

Judiciário

1- Instituir a coisa julgada com base na aplicação da

legislação

- Executar: por exemplo, os tribunais organizam suas secretarias e serviços auxiliares, provêem cargos necessários à administração da Justiça, concedem férias, licenças e outros afastamentos a seus membros (art. 96, I)

- Legislar: por exemplo, os tribunais elaboram seus regimentos internos (art. 96, I, “a”).

Atente-se que o Poder Legislativo é o único que possui duas funções típicas, quais sejam, legislar e fiscalizar diretamente (sem necessidade de provocação) o Poder Executivo.

Além disso, outro fator nos permite visualizar que a tripartição de Poderes não é algo estanque.

A nossa Constituição (assim como outras) estabelece mecanismos de freios e contrapesos, de controle recíproco entre os Poderes, de modo que há evidente interpenetração no agir do Estado, evitando a arbitrariedade e proporcionando maior equilíbrio a este.

Deste modo, muito embora o art. 2º da Carta Maior assegure a independência dos Poderes, mais correto é compreender nosso Estado como um sistema caracterizado pela interdependência dos Poderes. Um

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exemplo prático é a possibilidade de veto conferida ao Presidente da República nos processos legislativos que lhe são submetidos à deliberação (art. 66).

(FCC / Técnico Judiciário do TRE SP / Área Administrativa / 2012) O mecanismo pelo qual os Ministros do Supremo Tribunal Federal são nomeados pelo Presidente da República, após aprovação da escolha pelo Senado Federal, decorre do princípio constitucional da:

a) separação de poderes.

b) soberania.

c) cidadania.

d) inafastabilidade do Poder Judiciário.

e) solução pacífica dos conflitos.

Resolução: Alternativa A. Perceba-se que o mecanismo de freios e contrapesos advém do princípio da separação de poderes expresso no art. 2º da CF/88. Os demais itens caracterizam princípios fundamentais, coordenando fundamentos (soberania e cidadania), princípios do Estado referentes a regras processuais (inafastabilidade do Poder Judiciário) e princípios nas relações em âmbito internacional (solução pacífica dos conflitos) e serão tratados detidamente na aula 03.

(FCC / Auditor Fiscal Tributário Municipal - SP / 2007) A separação de poderes é um critério funcional de limitação de poder:

a) incompatível com o Estado Democrático de Direito.

b) compatível com os Estados organizados como federações.

c) incompatível com os Estados regidos por constituições rígidas.

d) compatível com as monarquias absolutistas.

e) incompatível com os Estados unitários descentralizados.

Resolução: Alternativa B. Basta ter em mente que o Brasil é um Estado Democrático de Direito que se qualifica como federação (CF/88, art. 1º) e aqui predomina a separação de poderes (CF/88, art. 2º).

IMPORTANTE!! Não se pode confundir a existência de funções atípicas com o mecanismo de freios e contrapesos. A existência de funções atípicas implica num maior dinamismo da atuação de cada um dos três poderes, os quais exercem atribuições complementares às suas principais. Já o mecanismo de freios e contrapesos cuida diretamente da articulação dos poderes entre si em prol das finalidades do Estado.

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(FCC / Auditor Fiscal Tributário Estadual – PB / 2006 / Adaptada) Considera-se exemplo do mecanismo de freios e contrapesos, que caracteriza a divisão de funções entre os órgãos do poder na Constituição brasileira de 1988, a:

a) nomeação pelo Presidente da República, após aprovação pelo Senado Federal, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.

b) possibilidade de adoção, pelo Presidente da República, de medidas provisórias, com força de lei.

c) possibilidade de Deputado Federal ou Senador ser investido em cargo de Ministro de Estado, sem perder o respectivo mandato.

d) autorização, concedida pelo Congresso Nacional ao Presidente da República para exercer atribuição legislativa limitada no objeto e no tempo.

Resolução: Alternativa A. Em sua essência, nenhuma das alternativas apresenta informações incorretas. Porém, esta é a única que aborda o supracitado mecanismo.

A alternativa “B” trata de uma função atípica do Poder Executivo, não de mecanismos de controle entre os Poderes. O item “C” versa sobre uma das prerrogativas legais (art. 56, I) dos Deputados Federais e Senadores. O item “D” versa sobre o instituto das leis delegadas (delegação legislativa ou delegação receptícia) (art. 68).

Os Estados são centros de poder soberano. Sumariamente, podem ser classificados, sob esse aspecto, em Estados simples – nos quais há apenas um centro, como o Brasil – e Estados compostos – nos quais há coexistência de centros, como a commonwealth. Aqui, a análise é focada nos Estados simples.

A formação de Estados se dá por basicamente três modos:

Formação de Estados (modos)

ORIGINÁRIO

Ocorre por meio da conjunção inédita dos elementos território, população e

governo. Não se verifica na idade contemporânea.

Ex: Atenas

SECUNDÁRIO

Ocorre por meio da desagregação ouagregação de Estados previamente

constituídos.

Ex: Estados Unidos da América

DERIVADO

Se processa quando o novo Estadosurge mediante concessão de outro Estado. O estado concedente continha

territorialmente o Estado derivado.

Ex: Israel

4.3- Formação e formas do Estado

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Em concursos públicos (das mais diversas áreas), as questões quase sempre têm como ponto de partida o modelo secundário.

No que diz respeito à forma de Estado, encontramos dois modelos fundamentais, quais sejam: o Estado unitário e a Federação.

O Estado unitário é caracterizado pela existência de uma única organização política nacional. Muito embora existam variedades mais flexíveis desse tipo, regra geral, não há aqui a existência de diferentes níveis de governo (federal, estadual, distrital, metropolitano, municipal, etc.). Ou seja, a organização político-administrativa não compreende esferas autônomas.

Por sua vez, a federação resulta do vínculo indissolúvel3 (vide art. 1º da CF/88) entre unidades autônomas (porém, não soberanas). Essa organização político-administrativa compreende esferas de governo distintas e descentralizadas, dotadas de competências muitas vezes exclusivas ou privativas, no entanto, normatizadas por uma mesma Constituição Federal. Trata-se do caso brasileiro.

“Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. [...]”

(FCC / Técnico Judiciário do TRT da 3ª Região / Área Judiciária / 2005) O Brasil, segundo dispõe a Constituição, adota a forma de Estado:

a) federal, descentralizada por regiões e estados.

b) unitária centralizada.

c) unitária descentralizada.

d) confederada.

e) federal.

3CF/88, art. 60 [...] § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; [...]

Formas de Estado

Estado unitário Federação

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Resolução: Alternativa E. Questão tranquila. Como regra, as bancas tendem a cobrar tais conceitos de forma bastante direta, sem muito rebuscamento.

Por fim, cumpre destacar a existência de diferentes tipologias de federalismo, de acordo com a perspectiva assumida. Três grupos são de maior relevância:

(FCC / Notário e Registrador – TJ PE / Remoção / 2013) Em relação à possibilidade de aplicação do conceito de federação assimétrica ao Brasil, é correto afirmar:

a) A concepção inclui a ideia de simetria de fato entre os componentes da federação, como a criação de regiões de desenvolvimento.

b) O conceito compreende a noção da simetria de direito para corrigir e compensar a estrutura da federação, v.g., a fixação de benefícios legais na área tributária.

c) A diferença entre os entes federados no Brasil pode ocorrer tanto na área social, como na econômica.

d) Os elementos da federação assimétrica não são aplicáveis à realidade nacional diante da determinação constitucional que a federação é indissolúvel, não há permissão a secessão.

e) A assimetria somente pode ser transitória e pressupõe um tratamento desigual para corrigir desigualdades.

Federalismo

Simétrico vs Assimétrico

Grau de compatibilidade

econômica, política, social e cultural entre os entes federados.

Quanto mais homogêneos tais fatores

se apresentam no território e entre a população, mais

simétrico o federalismo.

Cooperativo vs Dual

Configuração da repartição de

competências entre os entes federados e sua

articulação.

Quanto mais rígida tal repartição, mais dual o federalismo. Por outro lado, havendo maior interpenetração de

atribuições, por meio de competências

concorrentes ou comuns, mais cooperativo será o

federalismo.

Por agregação vs Por desagregação

Formação do Estado federado.

No federalismo por agregação, Estados antes soberanos vinculam-se para formar um novo

Estado indissolúvel. Os entes passam a ter

autonomia (a soberania é da União). Já no federalismo por

desagregação, um Estado antes unitário reconfigura

sua estrutura político-administrativa, tornando-a

descentralizada

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Resolução: Alternativa C. É o conceito de federalismo assimétrico. A própria Constituição Federal reconhece a existência de discrepâncias entre as regiões. Não por acaso, estatui, por exemplo:

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: [...]

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; [...]

e

Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação em um mesmo complexo geoeconômico e social, visando a seu desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais.

Segundo Canotilho (1993), ao tratarmos das formas de governo, estamos analisando a lógica da estruturação jurídico-constitucional dos poderes, órgãos e agentes constitucionais de soberania. Abordamos uma questão de cunho institucional, em que se deseja saber como o Estado se organiza para a coordenação de Poderes e exercício de suas funções com vistas à consecução do bem comum.

O Estado contém o governo, porém o contrário não é verdadeiro. O governo é um dos elementos constitutivos do Estado e, enquanto governos são arranjos temporários, Estados são, em tese, estruturas permanentes.

A classificação mais comum é a que compreende como formas fundamentais a monarquia e a república.

De acordo com Farias Neto (2011), podemos apontar como características distintivas de cada qual:

Formas de Governo

Monarquia República

4.4- Formas e regimes de governo

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O Brasil é uma República Federativa, de acordo com disposição constitucional expressa.

“Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: [...]”

(FCC / Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças Públicas - SP / 2010) Considere:

I. O Brasil é uma República, adotada desde 15 de novembro de 1889, consagrada na Constituição de 1891, e em todas as constituições subsequentes. II. O Brasil é uma federação composta pela União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios.

Essas afirmações dizem respeito, técnica e respectivamente, às formas de:

a) regime político e governo.

b) estado e de governo.

c) governo e de estado.

d) separação de poderes e de governo.

e) estado e de regime político.

Resolução: Alternativa C. Viram, pessoal? Esse é o estilo FCC para esse conteúdo.

Por sua vez, na análise relativa aos regimes de governo (ou sistemas de governo), busca-se primordialmente identificar a forma de relacionamento entre os Poderes Legislativo e Executivo. Desse exame, encontramos dois regimes principais: o parlamentarismo e o presidencialismo.

MONARQUIA

• Vitaliciedade• Hereditariedade

• Irresponsabilidade política do Chefe de Estado (não há

prestação de contas das decisões ou crime de

responsabilidade)

REPÚBLICA

• Temporariedade• Eletividade

• Responsabilidade política do Chefe de Estado (háprestação de contas das

decisões e crime de responsabilidade)

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Temos como características centrais de ambos:

(ESAF / Agente Executivo da CVM / 2010) Correlacione as colunas abaixo e, ao final, selecione a opção que expresse a correlação correta.

( ) República (1) Forma de Governo

( ) Estado Unitário (2) Sistema de Governo

( ) Parlamentarismo (3) Forma de Estado

( ) Federação

( ) Monarquia

( ) Presidencialismo

a) 1, 2, 3, 1, 2, 3

b) 1, 3, 2, 3, 1, 2

Regimes/Sistemas de Governo

Parlamentarismo Presidencialismo

PARLAMENTARISMO

• Poder Executivo dual: distinçãoentre Chefe de Estado e Chefe deGoverno

• Elevada interdependência dosPoderes Executivo e Legislativo

• Existência de um órgão executivo(gabinete de Ministros) dirigido peloPrimeiro Ministro (chefe degoverno), cujos atos sãoreferendados pelo Parlamento

• Possibilidade permanente dedissolução do gabinete e doParlamento

• É compatível com a formamonárquica e com a republicana

PRESIDENCIALISMO

• Poder Executivo uno: não hádistinção entre Chefe de Estado eChefe de Governo

• Relativa autonomia do Executivoe do Legislativo na condução de suasfunções típicas

• As funções executivas centraiscabem à figura do Presidente daRepública, não havendointerferêcia direta do Parlamento.Os Ministros de Estado podem sernomeados e exoneradosdiscricionariamente (ad nutum)

• Não há possibilidade dedissolução do Parlamento semeleições gerais

• Compatível apenas com a formarepublicana

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c) 3, 1, 2, 1, 2, 3

d) 2, 3, 1, 2, 3, 1

e) 3, 2, 1, 2, 1, 3

Resolução: Alternativa B. Questão ilustrativa que resume o que foi visto até agora. Formas de Governo: República e Monarquia. Sistemas de Governo: Parlamentarismo e Presidencialismo. Formas de Estado: Estado Unitário e Federação.

(ESAF / Auditor Fiscal do Tesouro Estadual – RN / 2005) Sobre Poderes do Estado e respectivas funções, formas de Estado e formas e sistemas de governo, marque a única opção correta.

a) A adoção do princípio de separação de poderes, inspirado nas lições de Montesquieu e materializado na atribuição das diferentes funções do poder estatal a órgãos diferentes, afastou a concepção clássica de que a unidade seria uma das características fundamentais do poder político.

b) O Estado unitário distingue-se do Estado federal em razão da inexistência de repartição regional de poderes autônomos, o que não impede a existência, no Estado unitário, de uma descentralização administrativa do tipo autárquico.

c) Em um Estado federal temos sempre presente uma entidade denominada União, que possui personalidade jurídica de direito público internacional, cabendo a ela a representação do Estado federal no plano internacional.

d) O presidencialismo é a forma de governo que tem por característica reunir, em uma única autoridade, o Presidente da República, a Chefia do Estado e a Chefia do Governo.

e) Sistema de governo pode ser definido como a maneira pela qual se dá a instituição do poder na sociedade e como se dá a relação entre governantes e governados.

Resolução: Alternativa B.

O item “A” peca ao afirmar que a separação de poderes (divisão funcional) afasta a unicidade do poder político. Conforme observado previamente, o poder político é uno.

A respeito do item “C”, destaque-se que não é a União, pessoa jurídica de direito público interno (Código Civil, art. 41, I), mas sim a República Federativa do Brasil que representa a federação em âmbito internacional, como se pode extrair da CF/88, art. 4º.

O item “D” contém uma pegadinha comum: o presidencialismo é regime/sistema de governo, não forma!!! O mesmo ocorre com o item “E”, ao apresentar a definição de forma de governo como sendo a de sistema. ATENÇÃO!

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Previamente destacamos que, em seu sentido jurídico, a Constituição é o fundamento de validade normativa dos Estados nacionais.

A doutrina contemporânea convencionou classificar o “gênero” normas em “espécies”, quais sejam: princípios e regras.

Conforme expõem Mendes e Branco (2010), analisando especialmente as contribuições teóricas de Ronald Dworkin e Robert Alexy, algumas características distintivas entre tais espécies são:

NORMAS

PRINCÍPIOS REGRAS

- Ponderação;

- Dimensão de peso e valor;

- Instrumentos de otimização;

- Havendo conflito aparente entre princípios, a solução deverá se dará pelo prevalecimento de um sobre o outro no caso concreto.

- Tudo ou nada;

- Dimensão de especificidade;

- Instrumentos de definição;

- Havendo conflito entre regras, a solução deverá ser buscada, sucessivamente, pelos critérios:

(i) Hierárquico;

(ii) de Especialidade; HEC

(iii) Cronológico.

ou pelo afastamento de um delas ou pela derrota (superação) de uma delas ou pela declaração de invalidade (total ou parcial) de uma delas.

(FGV / Auditor Fiscal da Receita Estadual – RJ / 2008) Havendo conflito aparente entre princípios, a situação será resolvida pela dimensão:

a) de validade.

b) de eficácia.

c) de vigência.

d) de valor.

e) política.

5.1- Princípios e regras

5- Princípios do Estado Democrático de Direito

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Resolução: Alternativa D. Observe-se que o conflito é meramente aparente, conforme expõe o enunciado. Mais adiante veremos que isso decorre de um princípio maior: o da unidade da Constituição.

Podemos apontar a primorosa conceituação elaborada por Celso Antônio Bandeira de Mello (2000, 450-451), para o qual o princípio é [...] “mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental que se irradia sobre diferentes normas compondo-lhes o espírito e servindo de critério para sua exata compreensão e inteligência exatamente por definir a lógica e a racionalidade do sistema normativo, no que lhe confere a tônica e lhe dá sentido harmônico”.

Por outro lado, pedimos vênia para conceituar regra como uma disposição específica que estabelece parâmetros objetivos de operacionalização num determinado sistema jurídico, visando a dotá-lo de certos padrões práticos gerais.

Não há um conceito a ser memorizado. No entanto, ter tal distinção em mente é importante na compreensão de diversos pontos da matéria. Por exemplo, ao estudarmos a tarefa de hermenêutica (interpretação) das normas constitucionais.

Fecharemos a aula com um tópico do edital que dificilmente é cobrado por alguma banca.

Os referidos princípios encontram-se esparsos pelo texto constitucional. Ressalte-se, ainda, a existência de outros princípios complementares (como aqueles que regem mais especificamente a administração pública), presentes não apenas na Carta Maior como na legislação infraconstitucional.

Adotando a lição de José Afonso da Silva (2005, p. 122), temos:

5.2- Princípios do Estado Democrático de Direito na doutrina

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(ESAF / Analista Tributário da Receita Federal do Brasil / Área Tributária e Aduaneira / 2006 / Adaptada) Sobre princípios fundamentais na Constituição de 1988, marque a única opção correta.

a) Em função da forma de governo adotada na Constituição de 1988, existe a obrigação de prestação de contas por parte da administração pública.

b) Por ser o Brasil uma federação, é reconhecida, na Constituição brasileira, a autonomia de Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios.

c) Em razão da independência funcional, um dos elementos essenciais do princípio de separação dos poderes, o exercício das funções que integram o poder político da União é exclusivo.

d) Segundo a doutrina, não se constitui em um princípio do Estado Democrático de Direito o princípio da constitucionalidade, o qual estaria ligado apenas à noção de rigidez constitucional.

PR

INC

ÍPIO

S

(est

ado d

emocr

átic

o d

e dirie

to)

constitucionalidade

exprime, em primeiro lugar, que o Estado Democrático de Direito se funda na legitimidade

de uma Constituição rígida, emanada da vontade popular, que, dotada de supremacia,

vincule todos os poderes e os atos deles provenientes, com as garantias de atuação livre

de regras da jurisdição constitucional

democráticonos termos da Constituição, há de constituir

uma democracia representativa e participativa, pluralista, e que seja a garantia

geral da vigência e eficácia dos direitos fundamentais (art. 10)

sistema de direitos fundamentais

compreende os direitos individuais, coletivos, sociais e culturais (títulos II, VII e VIII)

justiça social

referido no art. 170, caput, e no art. 193, como principio da ordem econômica e da ordem social

igualdade

divisão de poderes (art. 2º) e independência do

juiz (art. 95)

legalidade (art. 5º, II)

segurança jurídica (art. 5º, XXXVI a LXXIII)

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Resolução: Alternativa A. A Constituição Federal de 1988 adota a forma republicana de governo. Uma das características fundamentais deste arranjo é a prestação de contas por parte da administração pública.

A alternativa “B” incorre em erro por afirmar que os Territórios possuem autonomia. Estes são costumeiramente tratados, sob o ponto de vista doutrinário, como espécies de autarquias (pessoas jurídicas de direito público) da União, o que será detalhado no momento oportuno.

O item “C” peca ao desconsiderar a existência de funções atípicas em cada um dos Poderes, conferindo certa flexibilidade à atuação destes em todas as esferas de governo. Já o item “D” erra ao ignorar um dos princípios centrais da República Federativa do Brasil, conforme já destacado.

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Vamos treinar mais um pouco. O repertório de questões da FCC é bem pequeno para este conteúdo, portanto, aproveitemos questões de outras bancas com estilo semelhante.

01. (CESPE / Auditor Federal de Controle Externo / Auditoria Governamental / 2008) Com referência ao regime e à forma de governo do Brasil, julgue o item abaixo.

A república e a forma federativa de Estado foram arroladas expressamente como cláusulas pétreas pelo constituinte originário.

Resolução: Errado. Antecipando um pouco a matéria, veremos que apenas a forma federativa é blindada como cláusula pétrea (art. 60, §4º, I). Não há previsão EXPRESSA de que a república também o seja.

02. (ESAF / Auditor Fiscal de Receita Federal do Brasil / Auditoria / 2000) De uma Constituição que adota uma chefia dual do Executivo, com um Chefe de Estado e um Chefe de Governo, em que a permanência deste no cargo depende da confiança do Poder Legislativo, pode-se dizer que adota característica típica do:

a) Bicameralismo

b) Estado unitário

c) Federalismo de equilíbrio

d) Presidencialismo

e) Parlamentarismo

Resolução: Letra E. Na alternativa “A”, bicameralismo diz respeito à estruturação do Poder Legislativo, não do Executivo. A alternativa “B” trata de uma das formas de Estado, mas não do sistema/regime de governo, conforme solicita o enunciado. Idem para o item “C”. Por sua vez, o item “D” incorre num erro simples: no presidencialismo, a chefia do Executivo é una e a permanência do chefe de governo e de Estado (a mesma pessoa) no cargo – ressalvadas situações extremas, como as de impeachment –, se dá pela via da eleição.

03. (FAURGS / Agente Fiscal do Tesouro do Estado – RS / 2006) Sobre os Poderes de Estado, assinale a alternativa correta.

a) São Poderes da União: Legislativo, Executivo, Judiciário e Ministério Público Federal.

b) No âmbito estadual, o Ministério Público, apesar da autonomia orçamentária, está vinculado ao Poder Executivo.

6- Questões Comentadas

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c) No Brasil, a Constituição Federal não pode prever regras de composição de Poderes Estaduais.

d) O Ministério Público não é um dos Poderes da República Federativa do Brasil.

e) O Poder Executivo em nível de governo estadual é exercido pelos governadores, prefeitos e seus secretários.

Resolução: Alternativa D. O Ministério Público é instituição (não Poder) permanente e essencial à função jurisdicional do Estado (art. 127), sendo autônomo e não vinculado a qualquer dos Poderes, o que já nos possibilita descartar as alternativas “A” e “B”.

A alternativa “C” é incorreta uma vez que a Constituição Federal estabelece diretrizes a serem sim aplicadas nos entes subnacionais (Estados, DF e Municípios), seja por comando direto, seja por simetria de forma jurídica.

Por fim, a letra “E” peca ao inserir os prefeitos (chefes do Executivo no âmbito municipal) no nível de governo estadual.

04. (CESPE / Analista de Infraestrutura – MPOG / Área I / 2012) Com relação aos princípios do direito constitucional, julgue o item a seguir.

A Federação brasileira − formada, de acordo com o disposto na CF, pela união indissolúvel da União, dos estados-membros, do Distrito Federal e dos municípios − é um federalismo do tipo assimétrico, em razão da falta de homogeneidade entre os entes federativos.

Resolução: Correta. O critério da simetria diz com a homogeneidade dos fatores econômicos, políticos e sócio-culturais nos diferentes entes do Estado brasileiro. A nossa federação se caracteriza por elevadas disparidades de Produto Interno Bruto, renda per capita, oferta e prestação de serviços públicos, dentre outros fatores.

05. (FEMPERJ / Analista de Controle Externo do TCE – RJ / Controle Externo / 2012) A Constituição da República de 1988 consagrou no seu art. 2º a teoria da "tripartição dos Poderes" exposta por Montesquieu. Contudo, o fez de forma abrandada, na medida em que essa separação não é pura e absoluta. Assim sendo, cada poder exerce funções típicas e atípicas.

Sobre o tema, é correto afirmar que são funções:

a) típicas do Poder Judiciário julgar e administrar;

b) atípicas do Poder Legislativo administrar e fiscalizar;

c) típicas do Poder Executivo administrar e legislar;

d) típicas do Poder Executivo administrar e julgar;

e) típicas do Poder Legislativo fiscalizar e legislar.

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Resolução: Item E. Questão direta e sem pegadinhas. O único dos três Poderes que detém duas funções típicas é o Poder Legislativo.

06. (FCC / Juiz do Trabalho do TRT da 1ª Região / 2012) Em 1993, o eleitorado brasileiro participou de plebiscito para definição da forma e do sistema de governo que deveriam vigorar no País. Se o resultado do plebiscito houvesse modificado o sistema de governo brasileiro de presidencialista para parlamentarista, mas mantido a forma republicana de governo, o texto da Constituição Federal, necessariamente, deveria ser reformado para:

a) incluir a previsão de eleições indiretas, realizadas pelo Parlamento, para a escolha do Chefe de Estado.

b) acrescentar a possibilidade de o Chefe de Estado ter mandato por tempo indeterminado e escolher seu sucessor, a fim fiscalizar a atuação do Chefe de Governo com imparcialidade.

c) modificar competências, no âmbito da União, tanto do Poder Executivo, quanto do Poder Legislativo, para que fossem especificadas as atribuições a serem exercidas pelo Chefe de Governo em conjunto com o Parlamento.

d) implantar uma monarquia constitucional, para que a chefia do Poder Executivo fosse dividida entre o Primeiro Ministro, responsável pelas funções do governo, e o Chefe de Estado, responsável pelas funções de representação do Estado brasileiro.

e) alterar regras de competência do Congresso Nacional para que este pudesse processar e julgar o Primeiro Ministro por crime de responsabilidade, sendo proibido, em regimes democráticos, exonerá-lo do cargo apenas pela perda do apoio parlamentar.

Resolução: Alternativa C. De antemão, observe-se que o enunciado usa o termo “necessariamente”. O candidato deve estar atento à morfologia do texto das questões, em especial aos advérbios e conjunções.

No parlamentarismo, o Chefe de Estado é o Monarca (poder obtido por hereditariedade) ou o Presidente (poder obtido por eleições). Regra geral, é o Chefe de Estado quem escolhe o Chefe de Governo, cuja permanência no cargo dependerá do referendo dos seus atos pelo Parlamento. Assim, descartamos a alternativa “A”.

Para a implantação do parlamentarismo não é necessário que o mandato do chefe de Estado seja por tempo indeterminado. Podemos lembrar que tal regime é compatível tanto com a forma republicana, caracterizada pela eletividade, quanto com a forma monárquica. Erradas as letras “B” e “D”.

Finalmente, em relação ao item “E”, no parlamentarismo, não há qualquer óbice à exoneração do Primeiro Ministro pela falta de apoio parlamentar. Pelo contrário, a permanência deste depende, em regra, da confiança do Parlamento.

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01. (CESPE / Auditor Federal de Controle Externo / Auditoria Governamental / 2008) Com referência ao regime e à forma de governo do Brasil, julgue o item abaixo.

A república e a forma federativa de Estado foram arroladas expressamente como cláusulas pétreas pelo constituinte originário.

02. (ESAF / Auditor Fiscal de Receita Federal do Brasil / Auditoria / 2000) De uma Constituição que adota uma chefia dual do Executivo, com um Chefe de Estado e um Chefe de Governo, em que a permanência deste no cargo depende da confiança do Poder Legislativo, pode-se dizer que adota característica típica do:

a) Bicameralismo

b) Estado unitário

c) Federalismo de equilíbrio

d) Presidencialismo

e) Parlamentarismo

03. (FAURGS / Agente Fiscal do Tesouro do Estado – RS /2006) Sobre os Poderes de Estado, assinale a alternativa correta.

a) São Poderes da União: Legislativo, Executivo, Judiciário e Ministério Público Federal.

b) No âmbito estadual, o Ministério Público, apesar da autonomia orçamentária, está vinculado ao Poder Executivo.

c) No Brasil, a Constituição Federal não pode prever regras de composição de Poderes Estaduais.

d) O Ministério Público não é um dos Poderes da República Federativa do Brasil.

e) O Poder Executivo em nível de governo estadual é exercido pelos governadores, prefeitos e seus secretários.

04. (CESPE / Analista de Infraestrutura do MPOG / Área I / 2012) Com relação aos princípios do direito constitucional, julgue o item a seguir.

A Federação brasileira − formada, de acordo com o disposto na CF, pela união indissolúvel da União, dos estados-membros, do Distrito Federal e dos municípios − é um federalismo do tipo assimétrico, em razão da falta de homogeneidade entre os entes federativos.

7- Lista de Exercícios

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05. (FEMPERJ / Analista de Controle Externo do TCE – RJ / Controle Externo / 2012) A Constituição da República de 1988 consagrou no seu art. 2º a teoria da "tripartição dos Poderes" exposta por Montesquieu. Contudo, o fez de forma abrandada, na medida em que essa separação não é pura e absoluta. Assim sendo, cada poder exerce funções típicas e atípicas.

Sobre o tema, é correto afirmar que são funções:

a) típicas do Poder Judiciário julgar e administrar;

b) atípicas do Poder Legislativo administrar e fiscalizar;

c) típicas do Poder Executivo administrar e legislar;

d) típicas do Poder Executivo administrar e julgar;

e) típicas do Poder Legislativo fiscalizar e legislar.

06. (FCC / Juiz do Trabalho do TRT da 1ª Região / 2012) Em 1993, o eleitorado brasileiro participou de plebiscito para definição da forma e do sistema de governo que deveriam vigorar no País. Se o resultado do plebiscito houvesse modificado o sistema de governo brasileiro de presidencialista para parlamentarista, mas mantido a forma republicana de governo, o texto da Constituição Federal, necessariamente, deveria ser reformado para:

a) incluir a previsão de eleições indiretas, realizadas pelo Parlamento, para a escolha do Chefe de Estado.

b) acrescentar a possibilidade de o Chefe de Estado ter mandato por tempo indeterminado e escolher seu sucessor, a fim fiscalizar a atuação do Chefe de Governo com imparcialidade.

c) modificar competências, no âmbito da União, tanto do Poder Executivo, quanto do Poder Legislativo, para que fossem especificadas as atribuições a serem exercidas pelo Chefe de Governo em conjunto com o Parlamento.

d) implantar uma monarquia constitucional, para que a chefia do Poder Executivo fosse dividida entre o Primeiro Ministro, responsável pelas funções do governo, e o Chefe de Estado, responsável pelas funções de representação do Estado brasileiro.

e) alterar regras de competência do Congresso Nacional para que este pudesse processar e julgar o Primeiro Ministro por crime de responsabilidade, sendo proibido, em regimes democráticos, exonerá-lo do cargo apenas pela perda do apoio parlamentar.

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1 Errado

2 E

3 D

4 Correta

5 E

6 C

CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitucional e teoria da Constituição. 6. ed. Coimbra: Almedina, 1993.

DE CICCO, Cláudio; GONZAGA, Álvaro de Azevedo. Teoria geral do estado e ciência política. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008.

FARIAS NETO, Pedro Sabino de. Ciência política: Enfoque integral avançado. São Paulo: Atlas, 2011.

KELSEN, Hans. Teoria pura do Direito. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 16. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.

MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 12. ed. São Paulo: Malheiros, 2000.

MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2005.

9- Referencial Bibliográfico

8- Gabarito