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#148 EDIÇÃO OÁSIS PROFECIAS DA IBM Cinco coisas que mudarão nosso futuro NOVA YORK DÁ VERTIGEM A metrópole vista do alto dos seus arranha-céus O CÍRCULO DOURADO DA INSPIRAÇÃO Como grandes líderes levam à mudança e à motivação AS DEZ MAIORES DESCOBERTAS CIENTÍFICAS DE 2013 CIÊNCIA DÁ PASSOS DE GIGANTE

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#148

Edição Oásis

PROFECIAS DA IBMCinco coisas que mudarão nosso futuro

NOVA YORK DÁ VERTIGEMA metrópole vista do alto dos seus arranha-céus

O CÍRCULO DOURADO DA INSPIRAÇÃOComo grandes líderes levam à mudança e à motivação As dEz mAiorEs dEsCobErtAs

CiEntífiCAs dE 2013

CIÊNCIA DÁ PASSOS DE

GIGANTE

2/41OÁSIS . Editorial

por

Editor

PEllEgriniLuis

N ossa matéria de capa trata de algumas das mais importantes descobertas científicas acontecidas ao longo de 2013. Foi um ano rico, no qual os pesquisadores das exatas deram passos

de gigante no desvendar de mais segredos do tempo e do espaço. Sobretudo na área médica, as inovações são tantas e todas muito importantes. revolucionarão o universo da saúde e da doença, e tudo isso é muito animador.

Mas, como opinião pessoal, o recado que considero mais importan-te é aquele dado por Simon Sinek, especialista norte-americano em liderança e motivação. Em conferência proferida no tEd-ideas Worth Spreading ele explica as leis da liderança, particularmente a qualidade de líder que possibilita a ele ensinar aos outros como se tornar um líder verdadeiro e inspirar transformações.

Para Sinek, todo ensinamento do gênero deve “partir de dentro” do próprio líder, sob risco de cair no vazio e não surtir nenhum efeito. E,

As pessoAs não comprAm o que você fAz; elAs comprAm o porquê você fAz” –

simon sinek

OÁSIS . Editorial

por

Editor

PEllEgriniLuis

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aplicado ao marketing, esse ensinamento precioso pode ser traduzido em: “as pessoas não compram o que você faz; elas compram o por-quê você faz”. Conselho muito útil e propício nesta época do ano em que todos nós, de um modo ou de outro, fazemos planos e projetos alvissareiros para o período que se inicia. Confira. E receba os nossos melhores votos de Boas Festas e um ótimo ano novo.

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BER

TACIÊNCIA DÁ

PASSOS DE GIGANTEAs dez maiores descobertas científicas de 2013

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omo em todo final de ano que se respeite, chegou o momento de prestar con-tas. As feitas pela revista Science a respeito das des-cobertas científicas mais

importantes do ano que termina estão entre as mais abalizadas e esperadas. Entre o sono que restaura as energias, a origem dos raios cósmicos e novas tera-pias contra o câncer, aqui estão os estu-dos mais marcantes feitos em 2013.

CA origem dos raios cósmicos, a utilidade do sono, novas abordagens na luta contra o câncer: a pesquisa científica em 2013 foi longe, e promete muito mais no futuro

Por: EquiPE oásis

As dez mais da ciência:

1. A imunoterapia contra os tumores. O primeiro prêmio para a área de pesquisa mais útil e promis-sora toca este ano a uma abordagem totalmente inovadora na luta contra o câncer. A imunoterapia consiste na ativação do sistema imunológico, que normalmente está empenhado na proteção do cor-po contra os perigos externos, para que lute tam-bém contra as células. A técnica na verdade remete aos anos 80, sobretudo ao trabalho do cientista James Allison, que agora opera na University of Texas MD Anderson Cancer Center di Houston. Ela consiste na manipulação dos linfócitos T (células fundamentais para a resposta imunológica) blo-

queando com anticorpos um seu receptor específi-co, de modo a que essas células respondam contra os tumores, enfrentando-os. Resultados clínicos encorajadores já foram obtidos com esse trata-mento na luta contra as metástases de melanoma e contra algumas formas de leucemia, embora ainda subsistam algumas dúvidas quanto aos efeitos co-laterais dessa terapia.

2. “Microcirurgia” genética. O segundo lugar toca a uma complexa técnica de manipulação genética chamada CRISPRs (Clustered Regularly Interspa-ced Short Palindromic Repeats) que consente

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intervir com muita precisão em genes de células animais e vegetais, modificando-as, ativando-as ou eliminando-as.

3. O cérebro transparente. Ela se chama “clarity”, clareza, e é uma nova técnica de visualização cere-bral que permite a observação de pequenas áreas do cérebro (até o momento, do cérebro de ratos) com grande clareza. Removendo a camada de lipí-dios da membrana celular, que normalmente inter-fere na passagem da luz, o cérebro aparece trans-parente aos instrumentos de observação e desse modo o seu estudo se torna muito mais fácil.

http://youtu.be/c-NMfp13Uug

4. Células tronco de embriões humanos. Uma nova técnica que lança mão, entre outras coisas, do uso da cafeína. Ela permitiu a obtenção de células tronco (células capazes de se diferenciar em qual-quer outro tipo de célula humana) a partir de em-briões humanos clonados com finalidades terapêu-ticas. Trata-se de um desafio ligado às complexas implicações éticas que o tema encerra, mas capa-zes de oferecer novos desenvolvimentos para a

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cura e a pesquisa de doenças até agora incuráveis.

5. Miniórgãos em proveta. Trata-se de obter, a par-tir de células pluripotentes, pequenos modelos de órgãos humanos não maiores que um grão de ar-roz, mas com tecidos extremamente similares aos do nosso fígado, dos nossos rins e do nosso cére-bro. Tal feito foi alcançado por pesquisadores do Instituto de Biotecnologia de Viena. Esses estu-diosos usaram esses pequeninos órgãos para fazer testes e experimentos, poupando desse modo as cobaias animais.

6. A origem dos raios cósmicos. Um século após a sua descoberta, e graças ao trabalho do telescó-pio espacial Fermi Gamma-ray, sabemos agora de onde provêm os raios cósmicos. Eles surgem das ondas de choque provocadas pela explosão de es-trelas particularmente grandes (supernovas) e das nuvens de gás e de poeiras criadas por esses fenô-menos.

7. Energia limpa a baixo custo. No campo das des-cobertas tecnológicas assinala-se a criação de uni

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dades fotovoltaicas a base de perovskite, mineral econômico e fácil de ser produzido. Tais unidades são capazes de converter em eletricidade cerca de 15% da energia dos raios solares que captam. Elas ainda não alcançaram a eficiência das unidades fo-tovoltaicas a base de silício, mas o desenvolvimen-to dessa tecnologia é muito promissor.

8. Dormir é limpar. 2013 foi um ano importante também para as pesquisas sobre o sono. Confir-mou-se que durante essa fase da nossa vida o cére-bro é “limpo” das proteínas que acumulou em ex-cesso. Esse depósito excessivo de proteínas, como

se sabe, pode favorecer o aparecimento de doenças degenerativas como o Alzheimer. Quem faz a lim-peza do cérebro é o líquido cerebroespinhal que, durante a noite, flui em toda parte no interior do nosso órgão pensante.

9. As bactérias são nossas aliadas. Os micróbios que povoam o corpo humano desempenham um papel vital na proteção de algumas doenças, para tornar mais eficazes algumas terapias (por causa do seu papel no sistema imunológico) e para res-ponder a situações de desconforto e privação físi-ca, como a má nutrição.

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10. Vacinas e design. Quando se trata de criar uma vacina, o seu “look” molecular conta muito: a aná-lise da disposição e da estrutura das suas molécu-las pode ajudar a criar vacinas com objetivos espe-cíficos, como aconteceu no caso do estudo sobre a vacina contra o vírus respiratório sincicial huma-no, responsável por infecções que atingem milhões de crianças todos os anos.

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SPROFECIAS DA IBMCinco coisas que mudarão nosso futuro

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m dezembro de 2006 a IBM lançou a iniciativa “5in5” e pas-sou a apontar a cada ano as cin-co coisas que mudariam nossas vidas nos próximos cinco anos. Também neste final de 2013 chegam pontualmente as previ-sões dos especialistas da empre-sa, válidos até 2018.

Se nas previsões feitas o ano passado, válidas até 2017, aparecia a hipótese de um computador

E

em um mundo que se transforma num ritmo cada vez mais rápido, é difícil imaginar como será o nosso futuro até mesmo a curto prazo. os especialistas da megaempresa iBm tentam imaginar essas mudanças. eles nos mostram 5 hipóteses fascinantes sobre como a tecnologia mudará nossas vidas nos próximos 5 anos

Por: EquiPE oásis

capaz de reconhecer os odores e receitas culi-nárias tornadas ainda mais apetitosas graças a conselhos digitais, este ano os argumentos que mudarão nossas vidas são muito diferentes e interessantes. Aqui estão eles:

Escola e medicina

Do ponto de vista estritamente pessoal, ele-mentos como a educação e a saúde são os que passarão pelas mudanças mais radicais. No primeiro caso, com uma escola que se adap-tará cada vez mais às exigências e às capaci-dades do estudante, e não ao contrário, como foi exigido até agora. Quanto ao universo da medicina, os doutores usarão cada vez mais os recursos e as descobertas relativas ao DNA e a engenharia genética para curar e prevenir do-enças.

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Segurança e compras online

Em quase todo o mundo, a barreira das compras online foi definitivamente derrubada. São milhões de pessoas em todo o mundo que preferem comprar na rede, mais do que ir a uma loja ou shopping Center. Mas ainda existe o risco rela-tivo à segurança. As coisas mudarão muito no futuro próxi-mo, diz a IBM, primeiro porque teremos à disposição guar-diães digitais que defenderão os nossos dados, e segundo porque a experiência de comprar online será cada vez mais dividida em duas etapas: consultar a loja online e comprar fisicamente, de modo a poder controlar a qualidade da mer-cadoria.

Invasão dos celulares

Uma última inovação que veremos prosperar nos próximos cinco anos, desde que os seus governantes o queiram, serão cidades que respondem de maneira veloz e direta aos seus moradores. Em 2017 prevê-se que 3 bilhões de smartpho-nes (celulares inteligentes) estarão sendo usados em todo o mundo. A cidade do futuro estará ao alcance do dedo in-dicador, reunindo dados e informações diretamente para o nosso telefone: tráfego, horários, trajeto dos ônibus, teatros, museus, todas as informações estarão disponíveis em pou-cos átimos. Será um futuro, mais do que nunca, digital.

GPS e reconhecimento vocal para todos

Todas essas previsões do projeto 5 em 5 são bem funda-mentadas na teoria. Mas serão confirmadas na prática? As primeiras previsões da IBM, feitas em 2006, se revelaram quase todas acertadas. Em 2006 foi lançada a hipótese dos serviços de geolocalização através de telefones celulares e hoje todos os smartphones possuem o GPS. Previa-se o reconhecimento vocal e hoje todos os possuidores de iPho-ne que usam o sistema Siri sabem de que estamos falando. Houve a hipótese da telemedicina e hoje importantes pas-sos à frente dela foram dados; imaginava-se a utilização da nanotecnologia que hoje é cada vez mais usada; enfim, previa-se a implementação do sistema 3D na Internet, mas isso até agora não aconteceu.

Projeto 5in5 2013

Estas são as principais previsões do Projeto 5in5, da IBM, para o quinquênio 2014/2018:

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IANOVA YORK DÁ VERTIGEMA metrópole vista do alto dos seus arranha-céus

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ma nova perspectiva da cidade

Homens de negócio com escritórios nos últimos andares, lavadores de vidraças destituídos de medo das alturas, super--heróis do gênero Bat-

man ou o Homem-Aranha estão habitua-dos a viver nas alturas de Nova York. Mas

todos os demais, que vivem, caminham e dirigem carros lá em baixo normalmente não podem gozar de paisagens tira-fôlego como estas. Navid Baraty, fotógrafo nor-te-americano, desvelou aos novaiorquinos novas e fascinantes perspectivas da sua ci-dade. Esta série de fotos, que fazem parte do projeto Intersection, mostra Nova York vista do alto de alguns dos seus maiores arranha-céus.

U

subir ao alto dos maiores edifícios de nova York para fotografar a cidade lá de cima: foi a ideia do fotógrafo navid Baraty. ele inverteu a perspectiva que normalmente usamos para fotografar a cidade. o resultado do seu trabalho... dá vertigem

Por: EquiPE oásisFotos: Navid Baraty, dE Nova york

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1 Geometrias de tirar o fôlego

Dessa altura podemos observar detalhes e geometrias surpreendentes. Uma ideia que o fotógrafo teve quando estava no alto de um arranha-céu situado em Tóquio, outra grande metrópole do mundo moderno.

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2 A cidade que não dorme

As geometrias das ruas e dos bairros de Nova York: aspectos da cidade que não são percebidos por quem passa a vida lá embaixo.

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3 Os taxis

Os onipresentes taxis de Nova York. A série de imagens ao alto está atualmente exposta nas paredes da estação Bo-wling Green, no metrô de Nova York.

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4 Um novo olhar

Navid Baraty, fotógrafo originário do Brooklin, afirma que dessas alturas é possível sentir o coração pulsante da me-trópole.

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5 Perspectiva invertida

“Depois de ter tirado inúmeras fotos de arranha-céus de baixo para o alto percebi que a vida real da cidade pode ser melhor percebida quando dirigimos as lentes do alto dos prédios para a superfície das ruas”, diz Baraty.

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6 No centro do formigueiro

“Daqui de cima sentimos a energia e o fluxo vital da cidade: o movimento contínuo dos taxis amarelos que passam pelas ruas, as vagas de pedestres que se apressam quando fica verde o semáforo, as suas pequenas figuras que desapa-recem ao longo das ruelas e das entradas do metrô, o coro das buzinas”, completa o fotógrafo.

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7 Somos nós aqueles lá embaixo

25 mil pessoas transitam todos os dias pela estação Bowling Green do metrô de Nova York.

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8 Tabuleiro metropolitano

Os elementos característicos da cidade se transformam, vistos do alto, em tantas peças de um imenso xadrez, movidas todas pelo mesmo frenesi.

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9 Ordem no caos

Até o engarrafamento de uma rua muito transitada parece acontecer de maneira ordenada, quando visto aqui do alto.

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10 Aos que sofrem de vertigem

Observar as fotografias de Baraty dá a sensação de se debruçar do parapeito de um dos colossos de aço e concreto que perfuram o céu de Manhattan.

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11 Em busca do ângulo ideal

Baraty visitou muitos arranha-céus de Nova York antes de encontrar os ângulos e enquadramentos adequados para o seu projeto.

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12 Cada vez mais alto

A altura e a hora do dia, ou da noite, mudam completamente o semblante da cidade. Nova York parece não descansar nunca.

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O CÍRCULO DOURADO DA INSPIRAÇÃOComo grandes líderes levam à mudança e à motivação

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pós seus estudos em antropologia, Simon Sinek direcionou sua car-reira para convencer as pessoas de que elas têm de fazer aquilo que À

simon sinek, um dos maiores especialistas mundiais em liderança, explica nesta conferência a sua teoria batizada de “começar com o por quê”, destinada a ensinar os outros como se tornar um líder verdadeiro e inspirar transformações. seus exemplos incluem a Apple, martin luther king, e os irmãos Wright

vídEo: tEd - idEas Worth sPrEadiNgtradução: FErNaNdo MariNhEiro. rEvisão: FErs gruENdliNg

realmente as inspira e motiva. Através de seus esforços para descobrir, e depois man-ter, os estímulos que sustentam seu entu-siasmo em relação à vida e ao trabalho, pas-sou a ajudar seus amigos a encontrar os seus “por quês”. Escreveu vários livros a respeito.

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siMoN siNEk

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Vídeo da conferência de Simon Sinek no TED

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Tradução integral da palestra de Simon Sinek

Como você explica quando as coisas não saem como previsto? Ou melhor, como você explica quando os outros são capazes de alcan-çar coisas que parecem desafiar todas as suposições? Por exem-plo: Por que a Apple é tão inovadora? Ano após ano, após ano, após ano, eles são mais inovadores que todos seus concorrentes. E eles são apenas uma empresa de computador. Eles são como todos os outros. Possuem o mesmo acesso ao mesmo talento, as mesmas agências, os mesmos consultores, a mesma mídia. Então por que eles parecem ter alguma coisa diferente? Por que foi Mar-tin Luther King que liderou o Movimento de Direitos Civis? Ele não era o único homem que sofreu em uma América pré-direitos civis. E certamente ele não era o único grande orador do dia. Por que ele? E por que foi que os irmãos Wright conseguiram um voo motorizado controlado com tripulação enquanto certamente ha-via outros grupos que eram mais qualificados, melhor financia-dos, e eles não conseguiram um voo tripulado motorizado, e os irmãos Wright os derrotaram. Há algo mais em jogo aqui.

Cerca de três anos e meio atrás eu fiz uma descoberta, e essa des-coberta mudou profundamente minha visão de como eu pensava que o mundo funcionava e ainda mudou profundamente a forma que eu atuo nele. Como percebi - existe um padrão - como per-cebi, todos os grandes e inspiradores líderes e organizações no mundo, seja a Apple, ou Martin Luther King ou os irmãos Wright, todos eles pensam, agem e comunicam exatamente da mesma forma. E isso é o oposto completo de todos os outros. O que eu fiz foi codificá-lo. E é provavelmente a ideia mais simples do mundo. Eu a chamo de círculo dourado.

Por quê? Como? O quê? Essa pequena ideia ilustra por que algu-mas organizações e alguns líderes são capazes de inspirar enquan-to outros não. Deixe-me definir os termos rapidamente. Cada pessoa, cada organização no planeta sabem o que fazem. 100%.

Alguns sabem como eles fazem isso, quer você o chame de sua proposta diferenciada de valor ou seu processo proprie-tário ou seu USP. Mas muito poucas pessoas ou organiza-ções sabem por que fazem o que fazem. E com “por que” não quero dizer “ter lucro”. Isso é um resultado. É sempre um resultado. Com “por que” eu quero dizer: qual seu pro-pósito? Qual é a causa? Qual é a sua crença? Por que sua organização existe? Por que você sai da cama pela manhã? E por que alguém deveria se importar? Bom, como resulta-do, a forma como pensamos, agimos, nos comunicamos é de fora para dentro. É óbvio. Nós partimos da coisa mais clara para a mais confusa. Mas os líderes inspirados e as organizações inspiradas, indepen-dente de seu tamanho, área da indústria, todos pensam, agem e comunicam de dentro para fora.

Deixe-me dar um exemplo. Eu uso Apple pois eles são fá

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Tradução integral da palestra de Simon Sinek

ceis de entender e todos entendem. Se a Apple fosse como todos os outros, uma mensagem de marketing dela deveria se parecer com isso: “Nós fazemos ótimos computadores. Eles são lindamen-te projetados, fáceis de usar e têm uma interface amigável. Quer comprar um?” - Não. É assim que a maioria de nós se comunica. É assim que o marketing é feito. Que a maioria das vendas são fei-tas. E é assim que a maioria de nós se comunica interpessoalmen-te. Nós dizemos o que fazemos, como somos diferentes ou melho-res e nós esperamos algum tipo de atitude, uma compra, um voto, alguma coisa do tipo. Aqui está nosso novo escritório de advoca-cia. Temos os melhores advogados com os maiores clientes. Nós sempre representamos nossos clientes. Faça negócio conosco. Aqui está o nosso carro novo. Ele é econômico. Tem bancos de

couro. Compre nosso carro. Mas isso não é inspirador.É assim que a Apple realmente se comunica. “Tudo o que fazemos, nós acreditamos em desafiar o status quo. Nós acreditamos em pensar de forma diferente. A forma que desafiamos o status quo é fazendo nossos produtos muito bem projetados, fáceis de usar e com uma interface ami-gável. Acabamos fazendo excelentes computadores. Quer comprar um?” Totalmente diferente, certo? Você está pron-to para comprar um computador de mim.Tudo o que fiz foi inverter a ordem da informação. Isso prova que as pessoas não compram o que você faz; elas compram o porquê você faz. As pessoas não compram o que você faz; elas compram o porquê você faz.

Isso explica por que cada pessoa nessa sala se sente perfei-tamente confortável em comprar um computador da Ap-ple. Mas também nos sentimos perfeitamente confortáveis em comprar um MP3 da Apple, ou um telefone da Apple, ou um DVR da Apple. Mas, como eu disse antes, Apple é apenas uma empresa de computador. Não há nada que os diferencie estruturalmente de qualquer um de seus concor-rentes. Seus concorrentes são igualmente qualificados para fazer esses produtos. Na verdade, eles tentaram. Há alguns anos, a Gateway lançou TVs com tela plana. Eles eram qua-lificados para fazer TVs tela plana. Eles vinham fabricando monitores de tela plana por anos. Ninguém comprou. A Dell apareceu com aparelhos MP3 e PDAs. E eles fabricam produtos de ótima qualidade. E eles podem fabricar pro-dutos perfeitamente bem projetados. e ninguém comprou. Na verdade, falando sobre isso, nem nos imaginamos com-prando um MP3 da Dell. Por que você compraria um MP3 de uma empresa de computadores? Mas fazemos isso todos os dias. Pessoas não compram o que você faz; elas compram

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Tradução integral da palestra de Simon Sinek

o porquê você faz. O objetivo não é fazer negócios com todo mun-do que precisa do que você tem. O objetivo é fazer negócios com pessoas que acreditam no que você acredita. Aqui está a melhor parte.

Nada do que estou dizendo é minha opinião. É tudo fundamen-tado nos princípios da biologia. Não psicologia, biologia. Ao olhar uma seção transversal do cérebro humano, vendo de cima para baixo, o que você vê é que o cérebro humano é na verdade dividi-do em três componentes principais que se correlacionam perfei-tamente com o círculo dourado. Nosso cérebro mais novo, nosso cérebro homo sapiens, nosso neocórtex, corresponde ao nível “o quê”. O neocórtex é responsável por todo nosso pensamento ana-lítico, racional e pela linguagem. As duas seções do meio formam nosso cérebro límbico. E o cérebro límbico é responsável por to-dos nossos sentimentos, como confiança e lealdade. Também é responsável por todo comportamento humano, tomada de deci-são, e não tem capacidade para linguagem.

Em outras palavras, quando nos comunicamos de fora para den-tro, sim, as pessoas podem entender enormes quantidades de informação complicada como características, benefícios, fatos e números. Mas isso não influencia o comportamento. Quando nos comunicamos de dentro para fora, falamos diretamente para a parte do cérebro que controla o comportamento, e então permiti-mos que as pessoas racionalizem com as coisas tangíveis que di-zemos e fazemos. É daí que vem as decisões intuitivas. Sabem, às vezes vocês podem dar a alguém todos os fatos e números, e eles dizem, “eu sei de todos os fatos e detalhes ditos, mas sinto que isso não está certo.” Por que usamos esse verbo, “sinto” que não está certo? Porque a parte do cérebro que controla toda tomada de decisão, não controla a linguagem. E o melhor que podemos dizer é, “Eu não sei. Apenas sinto que não está certo.” Ou às vezes

você diz estar seguindo seu coração, ou seguindo sua alma. Bem, eu odeio dizer mas, não há outras partes do corpo controlando seu comportamento.Tudo está acontecendo no seu cérebro límbico, a parte do cérebro que controla as deci-sões e não a linguagem.

Mas se você não sabe o porquê faz o que faz, e as pessoas respondem ao porquê você faz o que faz, então como você vai conseguir pessoas que votem em você, ou comprem algo de você, ou, mais importante, que sejam leais e queiram fazer parte daquilo que você faz. De novo, o objetivo não é vender para pessoas que precisam do que você tem; o obje-tivo é vender para pessoas que acreditam no que você acre-dita. O objetivo não é apenas contratar pessoas que precisam de um emprego; é contratar pessoas que acreditam no que

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você acredita. Eu sempre digo que, se você contratar pessoas ape-nas porque podem fazer um trabalho, elas vão trabalhar pelo seu dinheiro, mas se você contratar pessoas que acreditam no que você acredita, elas vão trabalhar para você com o sangue, suor e lágrimas. E em nenhum lugar existe exemplo melhor do que os irmãos Wright.

A maioria das pessoas não sabem sobre Samuel Pierpont Langley. E no início do século 20, a corrida pelo voo tripulado era como o pontocom de hoje. Todo mundo estava tentando isso. E Samuel Pierpont Langley tinha o que achamos ser a receita para o su-cesso. Quero dizer, mesmo agora, se perguntar às pessoas, “Por que seu produto ou por que sua empresa fracassou?” e as pessoas

sempre dão a permutação das mesmas três coisas, sub--capitalizados, as pessoas erradas, más condições de merca-do. É sempre as mesmas três coisas, então vamos explorar isso. Samuel Pierpont Langley recebeu 50 mil dólares do Departamento de Guerra para criar uma máquina voadora. Dinheiro não era problema. Ele ocupava uma cadeira em Harvard e trabalhou no Smithsonian e era extremamente bem relacionado. Ele conhecia todas as grandes mentes da época. Ele contratou as melhores mentes que o dinheiro po-dia encontrar. E as condições de mercado eram fantásticas. O New York Times o seguia por todos os lugares. E todo mundo estava torcendo por Langley. Então como nunca ouvimos falar de Samuel Pierpont Langley?

A poucas centenas de quilômetros, em Dayton, Ohio, Orvil-le e Wilbur Wright, eles não tinham nada do que considera-mos ser a receita para o sucesso. Eles não tinham dinheiro. Eles pagaram pelo seu sonho com os rendimentos de sua loja de bicicletas. Ninguém da equipe dos irmãos Wright tinha ensino superior, nem mesmo Orvile ou Wilbur. E o New York Times os seguia a nenhum lugar. A diferença foi que, Orville e Wilbur foram impulsionados por uma causa, um propósito, uma crença. Eles acreditavam que se eles pudessem criar essa máquina voadora, isso iria mudar o rumo do mundo. Samuel Pierpont Langley era diferente. Ele queria ser rico e queria ser famoso. Ele estava em busca de resultado. Ele estava em busca da riqueza. E eis que, olhe o que aconteceu. As pessoas que acreditaram no sonho dos irmãos Wright, trabalharam com eles com sangue, suor e lágrimas. Os ou-tros trabalharam apenas pelo pagamento. E eles contam histórias de que toda vez que os irmãos Wright saíam, eles tinham de ter cinco conjuntos de peças, porque essa é a

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quantidade de vezes que eles falhavam antes do jantar.

Até que em 17 de dezembro de 1903, os irmãos Wright voaram, e ninguém estava lá para vivenciar isso. Nós descobrimos alguns dias depois. E mais uma prova de que Langley estava motivado pela coisa errada, no dia que os irmãos Wright decolaram, ele de-sistiu. Ele poderia ter dito, “Essa é uma descoberta incrível rapa-zes, e eu vou melhorar sua tecnologia,” mas ele não disse. Ele não foi o primeiro, não ficou rico, não ficou famoso, então ele desistiu.

As pessoas não compram o que você faz; elas compram o porquê você faz. E se você falar sobre o que você acredita, vai atrair aque-les que acreditam no que você acredita. Mas por que é importan-te atrair aqueles que acreditam no que você acredita? Uma coisa chamada de lei da difusão da inovação. E se você não conhece a lei, você certamente conhece a terminologia. Os primeiros 2,5% de nossa população são os nossos inovadores. Os próximos 13,5% de nossa população são nossos adeptos iniciais. Os próximos 34% são a maioria inicial, a maioria tardia e os retardatários. O único motivo dessas pessoas comprarem telefone de tecla é porque não se acha mais telefones de disco para comprar. (Risos)

Nós todos ficamos em vários lugares em vários momentos des-sa escala, mas o que a lei da difusão da inovação nos diz é que se você quer sucesso em um mercado de massa ou aceitação de uma ideia em massa, você não pode tê-lo até alcançar esse ponto de inclinação entre 15% e 18% de penetração no mercado. E então o sistema vira. E eu amo perguntar às empresas, “Qual é a sua con-versão nos novos negócios?” e eles dizem, “Oh, é cerca de 10%”, orgulhosos. Bem, você pode tropeçar em 10% dos clientes. Todos nós temos cerca de 10% que apenas “entendem”. É assim que nós os descrevemos, certo. É como aquela intuição, “Oh, eles enten-dem”. O problema é: como encontrar aqueles que entendem an-

tes de fazer negócios, contra os que não entendem? Então é isso aqui, este pequeno espaço, que você tem de fechar, o que Jeffrey Moore chama de “cruzando o abismo”. Porque, como podem ver, a maioria inicial não vai tentar algo até que alguém tenha tentado primeiro. E esses caras, os ino-vadores e os adeptos iniciais, eles não têm problemas em seguir a intuição. Eles não têm problemas em tomar essas decisões intuitivas que são motivadas pelo que eles acre-ditam sobre o mundo e não apenas por qual produto está disponível.Essas são as pessoas que ficaram na fila por seis horas para comprar um iPhone quando ele lançou, quando simples-mente podiam ir na loja na outra semana e comprar um da prateleira. Essas são as pessoas que pagaram 40 mil dólares em TVs tela plana quando elas lançaram, mesmo a tecnologia sendo inferior. E, a propósito, eles não fizeram isso porque a tecnologia era tão formidável. Eles fizeram isso por eles mesmos. Porque eles queriam ser os primei-ros. As pessoas não compram o que você faz; elas compram o porquê você faz. E o que você faz simplesmente prova o que você acredita. Na verdade, as pessoas vão fazer as coi-sas que provam o que elas acreditam. O motivo das pessoas que compraram o iPhone nas primeiras seis horas, ficaram na fila por seis horas, foi por causa do que elas acreditavam sobre o mundo, e como elas queriam que todo mundo as vissem. Eles foram os primeiros. As pessoas não compram o que você faz; elas compram o porquê você faz.

Então deixe-me dar um exemplo famoso, um fracasso e um sucesso famoso da lei da difusão da inovação. Primeiro, o fracasso famoso. É um exemplo comercial. Como foi dito antes, instantes atrás, a receita para o sucesso é dinheiro, pessoas certas e boas condições de mercado. Certo. Você

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Tradução integral da palestra de Simon Sinek

deve ter sucesso então. Olhem o TiVo. Desde o lançamento do TiVo, há cerca de oito ou nove anos, até hoje, eles são o único pro-duto de mais alta qualidade no mercado, não tem disputa. Eles são extremamente bem financiados. Condições de mercado foram fantásticas. Nós usamos TiVo como verbo. Eu TiVo coisas na por-caria do meu DVR na Time Warner o tempo todo.Mas TiVo é um fracasso comercial. Eles nunca ganharam dinhei-ro. E quando eles abriram o capital suas ações estavam em 30 ou 40 dólares e então despencaram, e nunca foram negociadas aci-ma de 10. Na verdade, eu nem acho que tenham sido negociadas acima de seis, exceto por alguns picos. Porque veja, quando TiVo lançou seu produto, eles disseram a todos nós o que tinham. Eles disseram, “Nós temos um produto que pausa TV ao vivo, pula comerciais, rebobina TV ao vivo e memoriza seus hábitos de vi-sualização sem você sequer pedir.” E a maioria cínica disse, “Não acreditamos em você. Não precisamos disso. Não gostamos disso. Está nos assustando.” E se eles tivessem dito, “Se você é o tipo de pessoa que gosta de ter o total controle de cada aspecto de sua vida, rapaz, nós temos um produto para você. Ele pausa TV ao vivo, pula comerciais, memoriza seus hábitos de visualização, etc., etc.” As pessoas não compram o que você faz; elas compram o porquê você faz. E o que você faz serve apenas como prova do que você acredita.Agora, deixe-me dar um exemplo bem sucedido da lei de difusão da inovação. No verão de 1963, 250 mil pessoas compareceram ao The Mall em Washington para ouvir Dr. King falar. Eles não enviaram convites, e não havia website para checar a data. Como você faz isso? Bem, Dr. King não era o único homem na América que era um grande orador. Ele não era o único homem na Amé-rica que sofreu antes dos direitos civis. De fato, algumas de suas ideias eram ruins. Mas ele tinha um dom. Ele não saía por aí di-zendo às pessoas o que precisava mudar na América. Ele saiu di-zendo às pessoas o que ele acreditava. “Eu acredito. Eu acredito.

Eu acredito,” ele dizia às pessoas. E as pessoas que acredita-vam no que ele acreditava pegaram sua causa, e a tornaram deles, e eles disseram a outras pessoas. E algumas dessas pessoas criaram estruturas para levar a palavra para ainda mais pessoas. E vejam só, 250 mil pessoas compareceram no dia certo, na hora certa,para ouvi-lo falar.Quantos foram lá por ele? Zero. Eles apareceram por eles mesmos. É o que eles acreditavam sobre a América que le-vou eles a viajarem de ônibus por oito horas, para ficar sob o sol de Washington em meados de agosto. Isso é o que eles acreditaram e não é sobre negros versus brancos. 25% do público era branco. Dr. King acreditava que existem duas leis diferentes neste mundo, aquelas feitas por uma autori-dade maior e aquelas que são feitas pelo homem. E até que todas as leis que são feitas pelos homens sejam consistentes com as leis que são feitas pela autoridade maior, não vive-remos em um mundo justo. Aconteceu então que o Movi-mento dos Direitos Civis era a coisa perfeita para ajudá-lo a trazer sua causa à vida. Seguimos, não por ele, mas por nós mesmos. E, a propósito, ele fez o discurso “eu tenho um sonho”, e não o discurso “eu tenho um plano”. (Risos)Agora ouça os políticos com seus planos abrangentes de 12 pontos. Eles não estão inspirando ninguém. Porque há líderes e aqueles que lideram. Os líderes têm uma posição de poder ou autoridade. Mas aqueles que lideram nos inspi-ram. Sejam eles indivíduos ou organizações, nós seguimos aqueles que lideram, não porque temos de seguir, mas por-que queremos seguir. Seguimos aqueles que lideram, não por eles, mas por nós mesmos. E esses que começam com “por que” possuem a habilidade de inspirar aqueles a sua volta ou encontrar aqueles que os inspiram.Muito obrigado.

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