Profª Ms. Tercia de Tasso Moreira PittaPedagoga, psicopedagoga e

Mestre em Educação, Arte e História da CulturaOficina de Texto

UNIP

São recursos que tornam mais expressivas as mensagens.

Subdividem-se em

figuras de som,

figuras de construção,

figuras de pensamento e

figuras de palavras.

consiste na repetição ordenada de mesmos sons consonantais.

“Esperando, esperando, esperando, esperando o trem.

Esperando alguém.” Chico Buarque

"Quem bebe Grapete repete Grapete”

Atma: "A Atma é ótima“

Pense forte, pense Ford."

"Vira verão Samoa.“

b) assonância: consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos.

“Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do litoral.”

“Moda Moldes. Tudo na moda. Tudo com moldes.” (Molda Moldes).

“Novos vôos, novos horários, nova Vasp.”

Na aproximação de palavras de sons parecidos, mas de

significados distintos.

“Eu que passo, penso e peço.”

“Tomou Doril, a dor sumiu.”

“O importante é comparar antes de comprar” (Lojas Americanas)

“O Cartão Nacional Visa, avisa.”

Na omissão de um termo facilmente identificável pelo contexto.

Um termo que já apareceu antes.

Na repetição de conectivos ligando termos da oração ou elementos do período

Na mudança da ordem natural dos termos na frase.

Na concordância não com o que vem expresso, mas com o que se subentende, com o que está implícito.

consiste na omissão de um termo facilmente identificável

pelo contexto.

“Na sala, apenas quatro ou cinco convidados.” (omissão

de havia)

“BFB. Banco Francês e Brasileiro e Japonês e Inglês e Alemão e Suíço e.” (BFB)

consiste na elipse de um termo que já apareceu antes.

Ele prefere cinema; eu, teatro. (omissão de prefiro)

“DN Turismo. Você leva a vida. A gente leva Você.”

“A VR faz paletós, camisas, gravatas, calças e ciúmes”

consiste na repetição de conectivos ligando termos da oração ou elementos do período.

“ E sob as ondas ritmadas e sob as nuvens e os ventos e sob as pontes e sob o sarcasmo e sob a gosma e sob o vômito (...)”

“O preço que você quer, do jeito que você pode.” (Carrefour)

consiste na mudança da ordem natural dos termos na frase.

“De tudo ficou um pouco. Do meu medo. Do teu asco.”

consiste na concordância não com o que vem expresso,

mas com o que se subentende, com o que está implícito.

A silepse pode ser:

De gênero

De número

De pessoa

• De gênero

Vossa Excelência está preocupado.

• De númeroOs Lusíadas glorificou nossa literatura.

• De pessoa

“O que me parece inexplicável é que os brasileiros

persistamos em comer essa coisinha verde e mole que se

derrete na boca.”

Consiste em deixar um termo solto na frase. Normalmente, isso ocorre porque se inicia uma determinada construção sintática e depois se opta por outra.

Ruptura da ordem lógica da frase. É um recurso muito utilizado nos diálogos, que procuram reproduzir na escrita a língua falada.

Também permite a caracterização de estados de confusão mental.

“Dois gatinhos miando no muro, conversávamos sobre como é complicada a vida dos animais”.

“Novas espécies de tubarão no Japão, pensava em como é misteriosa a natureza”.

“A vida, não sei realmente se ela vale alguma coisa”. “Automobil, o revendedor Lada do seu lado.”

consiste numa redundância cuja finalidade é reforçar a mensagem.

“E rir meu riso e derramar meu pranto.”

Consiste na repetição de uma mesma palavra no início de versos ou frases.

Repetição sistemática de termos ou de estruturas sintáticas no princípio de diferentes frases ou de membros da mesma frase. É um recurso de ênfase e coesão.

Exemplo :

Vi uma estrela tão alta, Vi uma estrela tão fria! Vi uma estrela luzindo Na minha vida vazia. (Manuel Bandeira)

“ Amor é um fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer”

consiste na aproximação de termos contrários, de palavras que se opõem pelo sentido.

“Os jardins têm vida e morte.”

É a coordenação de termos ou orações sem utilização de conectivo. Esse recurso costuma imprimir lentidão ao ritmo narrativo.

"Foi apanhar gravetos, trouxe do chiqueiro das cabras uma braçada de madeira meio ruída pelo cupim, arrancou touceiras de macambira, arrumou tudo para a fogueira." (Graciliano Ramos)

é a figura que apresenta um termo em sentido oposto ao usual, obtendo-se, com isso, efeito crítico ou humorístico.

“A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças.”

“Que bolsa barata, custou só mil reais!”

consiste em substituir uma expressão por outra menos brusca; em síntese, procura-se suavizar alguma afirmação desagradável.

“Aquele rapaz não é legal, ele subtraiu dinheiro.

Acho que não fui feliz nos

exames.

“Ele enriqueceu por meios

ilícitos”. (em vez de ele roubou)

trata-se de exagerar uma idéia com finalidade enfática.

“Estou morrendo de sede. (em vez de estou com muita sede)

consiste em atribuir a seres inanimados predicativos que são próprios de seres animados.

“O jardim olhava as crianças sem dizer nada”.

“Seu computador está morrendo de vontade de ver este anúncio”.

é a apresentação de idéias em progressão ascendente(clímax) ou descendente (anticlímax)

“Um coração chagado de desejos Latejando, batendo, restrugindo.”

“Supercreditaço Ponto Frio Bonzão.” (Supermercado Bonzão)

“Super na performance, mini no preço.”

(Edisa Informática)

Consiste na interpelação enfática a alguém

(ou alguma coisa personificada).

“Senhor Deus dos desgraçados! Dizei-me vós, Senhor Deus!”

Consiste em empregar um termo com significado diferente do habitual, com base numa relação de similaridade entre o sentido próprio e o sentido figurado.

A metáfora implica, pois, uma comparação em que o conectivo comparativo fica subentendido.

“Meu pensamento é um rio subterrâneo.”

Como a metáfora, consiste numa transposição de

significado, uma palavra que usualmente significa uma coisa

passa a ser usada com outro significado.

A metonímia explora sempre alguma relação lógica entre os

termos. Observe:

“Não tinha teto em que se abrigasse.” (teto em lugar de casa)

"Hoje é dia de sofá“,(Blockbuster)

- “Sem chute, está é a equipe que ganha

todos os jogos do Campeonato Paulista”

(propaganda de emissora de Rádio)

Ocorre quando, por falta de um termo específico para designar um conceito, torna-se outro por empréstimo. Entretanto, devido ao uso contínuo, não mais se percebe que ele está sendo empregado em sentido figurado.

“O pé da mesa estava quebrado”.

“Vou colocar um fio de azeite na sopa”.

consiste em substituir um nome por uma expressão que o identifique com facilidade:

“...os quatro rapazes de Liverpool (em vez de os Beatles)”

trata-se de mesclar, numa expressão, sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido.

“A luz crua da madrugada invadia meu quarto.”

“Acorda, trabalhador.” (panfleto da CUT, no qual aparece um nó de corda)

A gramática é um conjunto de regras que estabelece um determinado uso da língua, denominado norma culta ou língua padrão. Acontece que as normas estabelecidas pela gramática normativa nem sempre são obedecidas, em se tratando da linguagem escrita. O ato de desviar-se da norma padrão no intuito de alcançar uma maior expressividade, refere-se às figuras de linguagem. Quando o desvio se dá pelo não conhecimento da norma culta, temos os chamados vícios de linguagem.

consiste em grafar ou pronunciar uma palavra em desacordo com a norma culta.

pesquiza (em vez de pesquisa) prototipo (em vez de protótipo)

“Felizcidade” (outdoor em comemoração ao aniversário de Curitiba)

“A „inteligentsia‟ brasileira finge que não lê „O Globo‟. O que é uma tremenda „burritsia‟.”

consiste em desviar-se da norma culta na construção sintática.

“Fazem dois meses que ele não aparece. (em vez de faz ; desvio na sintaxe de concordância)

“Revolusim” (numa de uma chapa eleitoral)

“Alfabetização” (panfleto sobre o tema)

;

trata-se de construir a frase de um modo tal que ela apresente mais de um sentido.

O guarda deteve o suspeito em sua casa. (na casa de quem: do guarda ou do suspeito?)

“Acorda, trabalhador.” (panfleto da CUT, no qual aparece um nó de corda)

“Revolusim” (numa de uma chapa eleitoral)

“Alfabetização” (panfleto sobre o tema)

d) cacófato: consiste no mau som produzido pela junção de palavras.

“Paguei cinco mil reais por cada”.

A empresa é dirigida pela dona Rosa”.

Não pensei nunca nisso.

consiste na repetição desnecessária de uma idéia.

“O pai ordenou que a menina entrasse para dentro imediatamente”.

“Vi com meus próprios olhos.”

“Ela cantou uma canção linda!”.

trata-se da repetição de palavras terminadas pelo mesmo som.

“O menino repetente mente alegremente”.

A imensa pança balança.

Todo o poema é uma grande metáfora, onde existe uma comparação implícita entre a vida e uma escada que vamos subindo; a forma como está enunciado assemelha-se a uma adivinha –

“Adivinhaste…”

Vai a caminho do Solmas nunca passa do chão. - antítese entre “sol” e “chão”

Os degraus, quanto mais altos,mais estragados estão.Nem sustos nem sobressaltosservem sequer de lição - aliteração dos S

Quem tem medo não a sobe.Quem tem sonhos também não. - anáfora

Há quem chegue a deitar foraO lastro do coração. - hipérbole

A tradição publicitária construiu uma série de pressupostos e critérios que fundamentaram a criação de boa leva de frases publicitárias ao longo da história. Mas nem sempre tais critérios são respeitados.

1 - Deve ter um único período

Exceção: "Algumas coisas não têm preço. Para todas as outras, existe Mastercard."

2 - Deve respeitar a ordem direta dos termos gramaticais.

Exceção: "Se é Cica, bons produtos indica."

3 - Deve ser uma frase afirmativa.

Exceções:"Não dá para não ler." (Folha)"Não tem comparação." (Brastemp)"É fresquinho porque vende mais ou vende mais porque é fresquinho?" (Tostines)"Qual é a sua Terra?""Tomou?" (Parmalat)

Se é Bayer é bom. (Bayer)Não esqueça da minha Caloi! (Bicicletas Caloi)Tem 1001 utilidades. (Bombril)É impossível comer um só! (Cheetos)Legítimas, só Havaianas. (Sandálias Havaianas)Terrível contra os insetos. (Inseticida SBP

Boa noite! Obrigada! Tercia