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Unidade 4 Vencimento, Pagamento e Protesto Prof.ª. Godameyr A. P. de Calvares Direito Empresarial III Este material foi gentilmente cedido pela Prof.ª Roberta C. de M. Siqueira e parcialmente modificado para utilização em sala. ATENÇÃO: Este material é meramente informativo e não exaure a matéria. Foi retirado da bibliografia do curso constante no seu Plano de Ensino. São necessários estudos complementares. Mera orientação e roteiro para estudos.

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Unidade 4 Vencimento, Pagamento e Protesto

Unidade 4Vencimento, Pagamento e ProtestoProf.. Godameyr A. P. de CalvaresDireito Empresarial III

Este material foi gentilmente cedido pela Prof. Roberta C. de M. Siqueira e parcialmente modificado para utilizao em sala.ATENO: Este material meramente informativo e no exaure a matria. Foi retirado da bibliografia do curso constante no seu Plano de Ensino. So necessrios estudos complementares. Mera orientao e roteiro para estudos.

4.1 VencimentoD exigibilidade ao crdito. A partir dele que a ao executiva pode ser ajuizada.

Define o termo inicial do prazo prescricional, bem como o termo inicial dos juros moratrios legais.

Nas letras de cmbio, NO so admitidos vencimentos sucessivos, devendo haver sempre um vencimento nico. A LUG afirma a nulidade do ttulo que contenha vencimentos diferentes ou sucessivos (art. 33).

2Portanto, no se admite nos ttulos de crdito o vencimento condicionado ou impreciso. H que se determinar precisamente o dia de vencimento, que admitido pelas modalidades previstas no art. 33 da LUG.

3VENCIMENTO a data em que o ttulo se torna exigvel. Deve ser certo, nico, possvel e de uma das modalidades previstas na lei.

MODALIDADES:

Poder ser ordinrio ou extraordinrio.

O vencimento ordinrio aquele que vence com o trmino do prazo estipulado. Pode apresentar as seguintes formas:

4VENCIMENTO VISTA: o vencimento ocorre no momento apresentao do ttulo ao sacado, que poder ser feita no prazo de at 1 ano a contar da emisso (art. 34, LUG). No apresentao no prazo (1 ano) no extingue o direito de crdito, implicando apenas perda de direito contra os obrigados indiretos no ttulo.

VENCIMENTO A DIA CERTO: o vencimento ocorre em data previamente combinada, fixada no calendrio. Se for para o princpio, meado ou fim do ms, entende-se que ser nos dias 1, 15 e 30 ou 31 (LUG, art. 36).

5A CERTO TEMPO DA DATA: vencimento em que o sacador fixa um prazo a contar da data da emisso do ttulo. No se escreve no ttulo a data, mas o prazo para se chegar nesta data. No se inclui o dia da emisso na contagem, mas o primeiro dia til posterior.

A CERTO TEMPO DA VISTA: o vencimento acontece aps determinado prazo, mencionado no ttulo, a contar do aceite. fundamental a apresentao do ttulo para aceite. Se houver falta do aceite, deve haver um protesto, a partir do qual conta-se o prazo para o vencimento do ttulo de crdito.6O vencimento extraordinrio ou antecipado o que ocorre pela falta ou recusa de aceite ou pela falncia do aceitante ou do sacador.

A LUG prev no art. 43, os casos de vencimento antecipado do ttulo, ou seja, casos que autorizam o credor a exigir o pagamento do ttulo imediatamente:

Recusa total ou parcial do aceite;Falncia do sacado ou aceitante, suspenso de pagamentos pelo sacado ou aceitante e execuo frustrada contra o sacado ou aceitante;Falncia do sacador na letra no aceitvel.7O Brasil adotou a reserva prevista no artigo 10 do Anexo II, do Decreto n. 57.663/66, pela qual "fica reservada para a legislao de cada uma das Altas Partes Contratantes a determinao precisa das situaes jurdicas a que se referem os nos 2 e 3 do art. 43.

Divergncia doutrinria:

Fran Martins entende que esto em vigor no Brasil todas as hipteses de vencimento antecipado previstas no artigo 43 da LUG.

8Para Luiz Emygdio da Rosa Junior, Fbio Ulhoa Coelho, Antnio Mercado Junior, Waldirio Bulgarelli e Wille Duarte Costa, os n. 2 e 3 do artigo 43 da LUG no tm aplicabilidade no Brasil, estando em vigor apenas o artigo 19 do Decreto n 2.044/1908, ou seja, estariam em vigor apenas as seguintes hipteses de vencimento antecipado:

a falta ou recusa total ou parcial de aceitea falncia do aceitante.

9PRORROGAO DE VENCIMENTO:

Nosso direito NO admite dias de perdo ou dias de graa em relao letra de cmbio, ou seja, no se concede dias de tolerncia para o cumprimento da obrigao (LUG, art. 74).

Em caso de concesso de tolerncia, o credor poder perder os direitos contra os devedores indiretos, pois exigido, para cobrana deles, protesto tempestivo (art. 53).

Caso haja prorrogao, essa conveno s vale em relao s partes que o ajustaram.104.2 ApresentaoDeve ser feita pelo portador ao devedor principal para que este pague a quantia constante do ttulo na data do vencimento, no local indicado na crtula (LUG, art. 38).

O pagamento dever ser buscado pelo credor junto ao devedor, por ser quesvel a obrigao cambiria.

Por PORTADOR LEGTIMO deve-se entender a pessoa que tem seu nome no ttulo, seja originariamente, seja por endosso.

Falta de pagamento ao portador legtimo: o ttulo deve ser apresentado ao Tabelionato de Protestos (lavrar protesto por falta de pagamento).11Nos ttulos VISTA, a apresentao dever ocorrer at 1 ano aps a emisso do ttulo, admitidas alteraes desse prazo pelo sacador e apenas reduo pelos endossantes.

Nos demais tipos de vencimento (a dia certo, a certo tempo da data, a certo tempo da vista), a apresentao deve ser feita no dia do vencimento ou em um dos dois dias teis seguintes (art. 38). Ateno!

Todavia, neste particular, o Brasil adotou a reserva ao texto da LUG, prevista no artigo 5 do anexo II do Decreto n. 57.663/66, pelo qual poder se prever que "em relao s letras pagveis no seu territrio, o portador dever fazer a apresentao no prprio dia do vencimento".12Apesar da reserva, alguns autores entendem que a reserva precisa ser completada, encontrando-se vigente ainda a LUG, que determina a apresentao num dos dois dias teis seguintes.

A maior parte da doutrina entende que est em vigor a norma do artigo 20 do Decreto n. 2.044/1908, exceto no que tange sano, que exige a apresentao no dia do vencimento, ou em sendo feriado, no primeiro dia til imediato.

Esse prazo poder ser prorrogado em razo de um caso fortuito ou de um motivo de fora maior. Cessado o impedimento, o portador dever fazer a apresentao o mais breve possvel. Pela LUG (art. 54), se o fortuito se prolongar por mais de 30 dias, podem ser promovidas as aes, independentemente da apresentao.13Desobedincia ao prazo no traz maiores consequncias ao credor que no perder qualquer direito. S ocorre perda de direitos contra os DEVEDORES INDIRETOS se no for feito o protesto (art. 53).

144.3 PagamentoA POSSE do ttulo pelo devedor faz presuno de pagamento da dvida cambial. Se quem paga :

O aceitante: extingue-se a obrigao cambiria pagamento EXTINTIVO.

O avalista do aceitante: h desonerao de todos os coobrigados do ttulo, havendo ao cambial do avalista contra seu avalizado pagamento RECUPERATRIO. No extingue a vida til do ttulo, na medida que faz nascer o direito de regresso.15Um dos coobrigados: h desonerao dos endossantes e avalistas que lhe so posteriores na ordem de endossos, podendo ele se voltar contra os que lhe so anteriores pagamento RECUPERATRIO.

O sacador: h desonerao de todos os endossantes e avalistas que lhe so posteriores, podendo voltar-se contra o aceitante e seu avalista pagamento RECUPERATRIO.16O pagamento DEVE abranger o valor escrito no ttulo Princpio da literalidade.

Nem sempre o pagamento se limitar ao que est escrito, podendo incidir encargos: multas, juros de mora, juros remuneratrios, comisses etc.

A maior parte desses encargos s poder ser exigida se estiver expressamente prevista no ttulo.17O devedor pode intentar pagar o ttulo antes do vencimento, o que gerar duas situaes:1. O credor poder recusar-se ao recebimento antecipado.2. o devedor assume os riscos de eventuais irregularidades no pagamento, como o risco de pagar pessoa errada.JUROS MORATRIOS

So uma sano pela mora do devedor.

Previsto na LUG, arts. 48 e 49 e por isso, NO precisam estar escritos expressamente no ttulo.

Mesmo em caso de omisso, sero devidos (mora ex re).

Divergncia entre sees do STJ se a taxa correta de juros a taxa SELIC (varivel) ou a taxa fixa de 1% ao ms prevista no art. 161, 1, do CTN. 19A divergncia entre as sees do STJ acabou sendo resolvida por meio dos Embargos de Divergncia no Recurso Especial n. 727.842: os juros de mora decorrentes de descumprimento de obrigao civil so calculados conforme a taxa referencial do Sistema Especial de Liquidao e Custdia (SELIC), por ser ela que incide como juros moratrios dos tributos federais.

Mesmo posteriormente a tal orientao, ainda h decises do STJ divergindo sobre o tema (STJ, AgReg no REsp 832.418/SP).20JUROS REMUNERATRIOS:

Sua funo remunerar o credor pela indisponibilidade do capital. No decorrem automaticamente da lei. essencial que estejam previstos no documento para serem cobrados.

No podem existir nos ttulos atpicos (CC, art. 890) e no cheque (Lei n. 7.357/85), art. 10).

21Nas letras de cmbio e notas promissrias, a pactuao dos juros possvel, mas apenas nos ttulos com vencimento vista ou a certo termo da vista (LUG - art. 5).

Legislao impe certos limites para sua fixao (por exemplo, no mtuo, no podem ultrapassar 1% ao ms e nos outros contratos, o limite 2% ao ms, conforme o Decreto n. 22.626/33 Lei da usura).224.3.1 Prova do PagamentoA prova de pagamento deve constar no prprio ttulo.

O recibo em separado NO tem valor perante terceiros, produzindo efeitos apenas em relao s partes.

A entrega do ttulo ao devedor configura presuno de pagamento, que poder ser elidida por prova em contrrio.

Em caso de pagamento parcial deve haver dupla quitao: escrita no ttulo e outra em separado. Documento no entregue, uma vez que ainda ser usado parta cobrana do valor restante.234.3.2 Pagamento ParcialO portador NO PODE RECUSAR o pagamento parcial pelo aceitante no vencimento do ttulo (LUG, art. 39).

Caso recuse, PERDE o direito de cobrana contra os obrigados indiretos em relao quantia oferecida para pagamento.

Tal regra visa a proteger os devedores indiretos, que s devem responder pela falta de pagamento do devedor principal ou do sacado. Se a falta de pagamento parcial, sua responsabilidade tambm dever ser parcial.

244.3.3 Outras formas de Extino das ObrigaesAs obrigaes cambirias, podero ser extintas, tambm por meio de transao, compensao, novao, confuso etc., ou seja, por todas as formas de extino das obrigaes em geral.

Pode haver pagamento parcial por parte de uma dos devedores solidrios, bem como remisso parcial. No caso, este fica excludo da solidariedade e os devedores restantes, comprometidos (ainda solidrios) apenas ao pagamento do restante (abatida a quota-parte).254.3.4 Principais Caractersticas do Pagamento exigvel aps o vencimentoDeve ser pago ao ltimo portadorDeve ser buscado junto ao devedor: quesvelPode ser parcial, com dupla quitaoQuitao escrita no ttulo e devoluo ao devedorJuros moratrios so devidos, por determinao da LUC

26Juros remuneratrios pactuveis na letra de cambio e na nota promissria possvel o pagamento antecipado

4.4 Protesto a prova de que o portador do ttulo o apresentou para ACEITE ou PAGAMENTO e que nenhum dos dois ocorreu, razo pela qual passa a ter o direito de se voltar contra os coobrigados cambirios.

A falta de protesto ou o protesto efetuado fora do prazo legal implicam a perda do direito de regresso do portador contra os coobrigados cambirios (LUG, art. 53).

O protesto realizado pelos Tabelionatos de Protesto, sendo ato solene e extrajudicial.28O protesto normatizado pela Lei 9.492/97.

Art. 1, conceitua protesto como o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplncia e o descumprimento e obrigao originada em ttulos e outros documentos de dvida.

Conceito incompleto: no menciona a recusa de aceite.

29Fabio Ulhoa Coelho: ato praticado pelo credor, perante o competente cartrio, para fins de incorporar ao ttulo de crdito a prova de fato relevante para as relaes cambiais, como a falta de pagamento, a falta de aceite etc.

sempre ato do credor do ttulo de crdito.30TIPOS DE PROTESTO: Na forma do artigo 21 da Lei 9.492/97, h 3 (trs) hipteses em que o protesto pode ser tirado (efetuado):

Protesto por falta de pagamento: Aps o vencimento, o protesto poder ser efetuado por falta de pagamento, vedada a recusa da lavratura e registro do protesto por motivo no previsto na lei cambial (art. 21, 2).

Protesto por falta de aceite: poder ser efetuado antes do vencimento da obrigao e aps o decurso do prazo legal para o aceite ou a devoluo (art. 21, 1).

31Protesto por falta de devoluo: devido quando o sacado retiver a letra de cmbio ou a duplicada enviada para aceite e no proceder devoluo dentro do prazo legal. Esse protesto poder basear-se na segunda via da letra de cmbio ou nas indicaes da duplicada, que se limitaro a conter os mesmos requisitos lanados pelo sacador ao tempo da emisso da duplicata, vedada a exigncia de qualquer formalidade no prevista na lei que regula a emisso e circulao das duplicatas (art. 21, 3).

32Sumula 153, STF. Simples protesto cambirio no interrompe a prescrio (Revogada pelo art. 202, CC).

Art. 202, CC. A interrupo da prescrio, que somente poder ocorrer uma vez, dar-se-:I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citao, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual;II - por protesto, nas condies do inciso antecedente;III - por protesto cambial;IV - pela apresentao do ttulo de crdito em juzo de inventrio ou em concurso de credores;V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;VI - por qualquer ato inequvoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor.Pargrafo nico. A prescrio interrompida recomea a correr da data do ato que a interrompeu, ou do ltimo ato do processo para a interromper.

33O servio de protestos cabe ao Tabelio de Protestos de Ttulos a quem cabe:

Art. 3. Compete privativamente ao Tabelio de Protesto de Ttulos, na tutela dos interesses pblicos e privados, a protocolizao, a intimao, o acolhimento da devoluo ou do aceite, o recebimento do pagamento, do ttulo e de outros documentos de dvida, bem como lavrar e registrar o protesto ou acatar a desistncia do credor em relao ao mesmo, proceder s averbaes, prestar informaes e fornecer certides relativas a todos os atos praticados, na forma desta Lei.3435Da no obrigatoriedade do protesto: O protesto no obrigatrio para acionar o devedor principal e seus avalistas, vez que a sua obrigao para com o pagamento apura-se diretamente da crtula.

lcito ao credor protestar o ttulo antes de acionar o devedor principal e os seus avalistas, tratando-se de MEDIDA FACULTATIVA, para o exerccio do direito ao de execuo.

Somente para acionar outros coobrigados, faz-se necessrio o protesto, que passa a ser OBRIGATRIO.36PAGAMENTO EM CARTRIO: A partir do vencimento do ttulo, incidem juros de mora e correo monetria.

Por isso, o pagamento de ttulo em cartrio, para fins de evitar a efetivao do protesto, deve compreender esses encargos, alm do valor do ttulo.

Tambm ser devido, o reembolso das despesas e custas incorridas pelo credor, na tentativa de protestar o ttulo, conforme artigo 19 da Lei 9.492/97.

37A CORREO MONETRIA devida em decorrncia do previsto na Lei n. 6.899/81, que a assegura, a partir do vencimento, na execues de ttulos extrajudiciais.

Se o credor pode exigir, em juzo, atualizao monetria, ele tambm pode cobrar no mbito extrajudicial, ainda que no exista expressa meno no texto do documento creditcio. A propsito, quando esse o caso, o credor deve, ao encaminhar o ttulo ao cartrio de protesto, apresentar tambm o demonstrativo do valor atualizado e do critrio de atualizao (Lei 9.492/97, art. 11).38EFEITOS DO PROTESTO:

POR FALTA DE ACEITE: possibilidade de cobrana antecipada dos devedores indiretos (sacador, endossantes e respectivos avalistas) do ttulo de crdito. No produz efeitos em relao ao sacado, pois ele s d o aceite se quiser.

POR FALTA DE PAGAMENTO: cobrana dos devedores indiretos (sacador, endossantes e respectivos avalistas), em caso de no pagamento pelo sacado; protesto no essencial para cobrana do devedor principal (aceitante e respectivos avalistas), mas para os indiretos sim.39Protesto resguarda os direitos do portador contra os demais coobrigados, permitindo o ajuizamento da AO CAMBIAL contra eles tambm.

Outro efeito a INTERRUPO DA PRESCRIO (CC, art. 202). Reincio do prazo de contagem. Smula 153 do STF perdeu sua aplicao*.

Configurao de IMPONTUALIDADE para fins de pedido de falncia (art. 94, I, da Lei n. 11.101/2005).

Inscrio em cadastros de INADIMPLENTES (banco de dados sobre crdito). Ex.: SPC, SERASA, Equifax. Restrio do crdito do mercado.40Conforme era assente na doutrina e jurisprudncia, o simples protesto cambirio NO interrompia a prescrio. Apenas o protesto judicial (art. 867, CPC) tinha o condo de interromper a prescrio, conforme determinava o disposto no art. 172 do CC de 1916. No havia dissenso a este respeito.

O CC de 2002, entendeu por bem estender os efeitos da interrupo da prescrio ao PROTESTO CAMBIAL . Atualmente, tanto o protesto judicial, bem como o protesto cambial, interrompe a fluncia da prescrio.41ATENO:

Ao cautelar de Protesto Judicial (arts. 867 a 873 CPC/1973) deixa de existir no novo CPC.

No novo CPC o protesto judicial substitudo por um procedimento de jurisdio voluntria, na seo da Notificao e da Interpelao, arts. 726 a 729.

Art. 726. omissis 2 Aplica-se o disposto nesta Seo, no que couber, ao protesto judicial.

42PRAZO PARA O PROTESTO:

O protesto por FALTA DE ACEITE s ser realizado enquanto ainda se pode dar o aceite, ou seja, at o vencimento do ttulo. O protesto por FALTA DE PAGAMENTO pode ser feito aps o vencimento do ttulo, a qualquer momento.

ATENO: O Decreto n. 2.044/1908 diz que ele deve ser tirado at 1 DIA TIL aps o vencimento do ttulo. Se for feito aps este prazo, perde-se o efeito de cobrana dos devedores indiretos.43SUSTAO DO PROTESTO: medida judicial que impede a lavratura do protesto (art. 17, Lei n. 9.492/97).

S pode ser realizada enquanto NO LAVRADO o protesto. Depois de lavrado o protesto, pode-se sustar os efeitos do protesto.Medida cautelar atpica ou antecipao de tutela (art. 237, 7 do CPC). Ao principal discute a existncia da obrigao ou a validade do ttulo.44CANCELAMENTO DO PROTESTO:

Para retirar o registro do protesto, deve ser feito o seu cancelamento (art. 26).

Pode ocorrer se no existir mais o fato provado pelo protesto: pagamento do ttulo.

Deve ser apresentado no cartrio a prova do pagamento: apresentao do ttulo. Excepcionalmente se admite declarao firmada pelo credor (firma reconhecida).45Pode ser requerido por qualquer pessoa. O STJ entende que a iniciativa do devedor.

Cancelamento por outros motivos que no o pagamento - ORDEM JUDICIAL (arts. 26, 4 e 34).

No h prazo fixado em lei para o cancelamento do protesto: o decurso de prazo no cancela o protesto (cadastro de inadimplentes 5 anos ou at a prescrio da cobrana da obrigao).

A lei, atravs do Artigo 206, 3, VIII, CC, estipula que prescreve em 3 anos:

VIII - a pretenso para haver o pagamento de ttulo de crdito, a contar do vencimento, ressalvadas as disposies de lei especial;

46A Justia tem entendido que PRESCRITO o ttulo o mesmo NO poder ser protestado.

Havendo o protesto aps o prazo de prescrio, o consumidor tem todo o direito de exigir na justia a sua imediata SUSTAO.

No caso do cheque, que tm lei especial (Lei n 7.357/85) o prazo de prescrio do direito de cobrana de 6 meses e o prazo legal para o protesto de 30 (trinta dias) quando emitido no lugar onde dever ocorrer o pagamento e, de 60 (sessenta) dias, quando emitido em outro lugar do Pas ou no exterior e o protesto deve ser feito no lugar de pagamento ou do domiclio do emitente.

Portanto, o protesto de cheque fora destes prazos ou em outra cidade que no aquela que for o do lugar de pagamento ou do domicilio do emitente, ILEGAL.

47Embora os cartrios de protesto NO ESTEJAM OBRIGADOS a negar o protesto de ttulos de crdito (cheques, notas promissrias, letra de cmbio e duplicata) prescritos (com mais de 3 anos da data em que o ttulo venceu e no foi pago), no caso de haver o protesto aps o prazo de prescrio, o mesmo ilegal e o consumidor tem o direito de buscar a justia o pedido da imediata sustao do mesmo.

Vale ressaltar que, embora os prazos de prescrio sejam inferiores a 5 anos, para efeitos de SPC e SERASA continua valendo o prazo de 5 anos a contar da data de vencimento da dvida.48CLUSULA SEM DESPESAS/ SEM PROTESTO:

um instituto que assegura ao credor contra qualquer devedor, seja ele principal ou codevedor, os direitos de crdito da crtula INDEPENDENTEMENTE DE PROTESTO.

Ao credor assistir o direito de cobrana do ttulo contra qualquer um SEM o prvio protesto. Referida clusula poder ser inserida pelo sacador, pelos endossantes ou pelos avalistas.

Ex.: Pague-se a Diogo a quantia de 600 reais sem despesa (ou sem protesto).49PROTESTO INDEVIDO:

A lavratura do protesto pode causar danos ao devedor: divulgao do estado de insolvncia.

Apontamento para protesto NO configura dano, mas o registro SIM.

Protesto indevido aquele irregular sob o ponto de vista formal ou aquele onde a dvida inexiste e ainda aquele abusivo. O prejuzo causado ao devedor deve ser indenizado: danos materiais e morais.

Responsabilidade da pessoa que levou o ttulo a protesto: conduta causadora do dano. Em regra, no h responsabilidade do tabelio, excepcionalmente, em casos de defeito da prestao do servio, poder haver responsabilidade (falha na prestao do servio).50Principais caractersticas do Protesto:

ato formal praticado perante oficial pblico. meio de comprovao de mora.Pode ser facultativo ou necessrio. requisito para mover ao contra os coobrigados.Pode ser objeto de sustao e cancelamento.

51A declarao do banco sacado o dispensa no cheque.Interrompe a prescrio.Permite a incluso do nome em cadastro de inadimplentes dispensado pela clusula sem protesto ou sem despesas.