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Profa. Dra. Eliane Comoli Depto de Fisiologia da FMRP-USP

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Profa. Dra. Eliane ComoliDepto de Fisiologia da FMRP-USP

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Neurotransmissão

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ROTEIRO DE AULA TEÓRICA: NEUROTRANSMISSÃO

1. Definição de sinapse a. sinápse elétricab. sinápse química

2. Princípios da Transmissão Sináptica Químicaa. neurotransmissores e mecanismo de ação b. síntese e armazenamentoc. liberação de neurotransmissoresd. receptores e proteínas efetorase. reciclagem

3. Princípios da Integração Sinápticaa. potenciais inibitórios pós-sinápticosb. potenciais excitatório pós-sinápticosc. somatição temporal e espacial

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Sinápses

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Sinápse é o termo que designa o local de comunicação entre

neurônios.

O neurônio pré-sinápticogeralmente transporta a

informação para o neurônio pós-sináptico (célula

alvo).

O processo de transferência de informação na sinápse é

chamado transmissão sináptica

Sinápse

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a. axodendríticab. axoaxônica

c. dendrodendríticad. axossomática

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Sinápse pode ser do tipo:

Elétrica Química

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Sinápse Elétrica

é mediada por fluxo de corrente iônica direta do terminal pré-sináptico para o terminal pós-sináptico através de canais do tipo gap-junctions ou

junções comunicantes (diâmetro de 2nm), que conectam os citoplasmas dessas células permitindo continuidade entre as duas células.

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As junções comunicantes são constituídas por um par de hemi-canais, cada qual composto por 6 subunidades de proteínas idênticas (conexinas);

formam o poro no centro, sendo cada hemi-canal chamado conexon.

Junções do tipo GAP ou comunicantes

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Sinápse Elétrica

.

A corrente flui através dos canais, deposita carga positiva no lado interno da membrana pós-sináptica, despolarizando-a.

Se a despolarização atinge o limiar, canais dependentes de voltagem pós-sinápticos abrem-se e geram um potencial de ação.

A sinápse elétrica é transmissão direta e instantânea, portanto mais rápida.

Os neurônios podem disparar sincronicamente.

A sinápse elétrica é evolutivamente mais antiga. Em invertebrados é encontrada em neurôniossensoriais e motores em circuitos neurais mediando resposta de fuga.

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Sinápse Química

Os terminais pré e pós-sinápticos são separados por

um espaço de 10-20nm, chamado fenda sináptica.

No terminal pré-sináptico encontram-se organelas esféricas de diâmetro de

50nm chamadas vesículas sinápticas.

As vesículas sinápticas armazenam

neurotransmissores (substâncias químicas usadas

na comunicação entre os terminais).

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Na membrana do terminal pré-sináptico existem os sítios

de liberação de neurotransmissores, região

chamada zona ativa.

No terminal pós-sináptico, uma camada espessa proteica

é chamada densidade pós-sináptica.

A densidade pós-sináptica contém receptores de

neurotransmissores que convertem os sinais químicos

em potenciais graduados.

Sinápse Química

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a) mecanismo de síntese de neurotransmissores e empacotamento nas vesículas; b) mecanismo de liberação desse neurotransmissor em resposta a um potencial pré-sináptico; c) mecanismo que cause resposta no terminal pós-sináptico; d) mecanismo de remoção dos neurotransmissores na fenda sináptica.

Princípios da Neurotransmissão Química

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Remoção do Neurotransmissor

O neurotransmissor deve ser removido da fenda sináptica, através de:

a) difusão do neurotransmissor para o meio extracelular;

b) recaptação de aminoácidos e aminas nos terminais pré-sinápticos;

c) degradação enzimática na própria fenda. ex: acetilcolina degradada pela

acetilcolinesterase.

Evita dessensibilização dos receptores pós-sinápticos devido ao fechamento dos

canais iônicos após longo período da presença do neurotransmissor na fenda.

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Pot. de ação no terminal Entrada de Ca+2 causa a Abertura de canais receptorespré-sináptico abre fusão de vesículas e Na+ entra na célula pós-sinápticacanais de Ca+2 liberação de neurotransmissor a vesícula se recicladependentes de voltagem por exocitose

Transmissão Sináptica

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A vesícula libera seu conteúdo na fenda sináptica mediante influxo de Ca+2 que ocorre em cada potencial de ação. O Ca+2 é responsável pela mobilização da maquinaria proteica envolvida com a liberação do neurotransmissor na fenda sináptica; envolve: a) a mobilização das vesículas; b) arraste e direcionamento para as zonas ativas do terminal; c) ancoramento na zona ativa e preparo para liberação; d) liberação do neurotransmissor.

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Proteínas envolvidas na liberação do Neurotransmissor

b) NSF e SNAP: envolvidasno arraste e direcionamentoda vesícula em direção `azona ativa do terminal;

c) VAMPS e sinaptotagminas(vesícula), sintaxinas e neurexinas (membrana axonal): envolvidas no ancoramento, fusão e liberação do neurotransmissor. Contribuem para a formação do poro de fusão.

a) sinapsinas: proteínas associadas `a vesicula; mediam interações entre a vesícula e citoesqueleto do terminal nervoso. Com o influxo de Ca+2 torna-se fosforilada e libera a vesícula ancorada no citoesqueleto.

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Neurotransmissores

Moléculas pequenas:a) aminoácidos: glutamato , aspartato, glicina e GABA); b) aminas: acetilcolina, dopamina, epinefrina, histamina, noradrenalina e serotonina.

Moléculas grandes peptídicasarmazenadas em grânulos secretores:colecistoquinina, endorfinas, encefalinas, neuropeptídeo Y, somatostatina, substância P, hormônio liberador de tireotrofina e peptídeo intestinal vasoativo.

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Neurotransmissores

Um neurotransmissor deve seguir quatro critérios:

a) ser sintetizados por neurônios;

b) estarem presentes no terminal pré-sináptico e serem liberados em quantidades suficientes para exercer uma ação definida no neurônio pós-sináptico ou órgão efetor;

c) quando administrado exogenamente deve mimetizar a ação endógena;

d) mecanismo de remoção da fenda.

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Neurotransmissores

Um terminal pode apresentar mais de um tipo deneurotransmissor.

Transmissões mais rápidas no SNC são mediadas poraminoácidos.

Aminoácidos e aminas são sintetizados no citosol e transportados pelas vesículas sinápticas até o terminal axonalonde ficam concentrados.

Grânulos que contém peptídeos ativos sintetizados no retículo e clivados no aparelho de Golgi, são transportados até o terminal axonal onde sofrem modificações.

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Receptores

Ionotrópico Metabotrópico

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O glutamato é o principal transmissor excitatório no

cérebro e na medula espinhal.

Há vários tipos de receptores glutamatérgicos que podem ser receptores ionotrópicos ou

metabotrópicos.

Mecanismo de Ação do Glutamato

Receptores Ionotrópicos

Receptores Metabotrópicos

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Receptores ionotrópicos (GABAA) Receptores Metabotrópicos (GABAB)

Mecanismo de Ação do GABA: O GABA é o principal transmissor inibitório no cérebro e medula espinhal.

Os receptores GABAA são ionotrópicos e formam poros de Cl-. Geram aumento da permeabilidade ao Cl- , consequente influxo de Cl- e hiperpolarização.

Os receptores GABAB são metabotrópicos e através de cascata envolvendo 2os mensageiros ativam canais de K+, gerando aumento da permabilidadeao K+ e conseqüente efluxo de K+ resultando em hiperpolarização.

Cl-

K+

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Mecanismo de Ação da Acetilcolina

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Mecanismo de remoção da Acetilcolina da fenda sináptica:

Ação da Acetilcolinesterase

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Mecanismo de remoção da Acetilcolina da fenda sináptica:

Ação da Acetilcolinesterase

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Mecanismo de Ação da Noradrenalina

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Princípios da Integração Sináptica

O neurônio pós-sináptico integra o complexo de sinais químicos que resultam em inúmeros potenciais excitatórios pós-sinápticos (PEPS) e potenciais inibitórios pós-sinápticos (PIPS).

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despolarização

hiperpolarização

Potencial Excitatório

Pós-sináptico (PEPS)

Potencial Inibitório Pós-

sináptico (PIPS)

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Os potenciais pós-sinápticos são integrados, sendo que o efeito somatório ao ultrapassar um valor limiar pode gerar uma reposta de saída, o potencial de ação.

Somação

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Somação Temporal e Espacial

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Três neurônios excitam o neurônios pós-sináptico.

Seus potenciais graduados excitatórios (PEPS), separadamente, estão todos abaixo do limiar.

Os PEPS chegam juntos na zona de estímulo e somados geram um sinal supralimiar.

O sinal supralimiar desencadeia um potencial de ação.

Somação Espacial

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Somação Espacial

Dois neurônios excitam o neurônios pós-sináptico e um neurônio inibe.

O dois PEPS são diminuídos pela somação com o PIPS.

Ao cehagarem na zona de estímulo geram um sinal sublimiar.

Nenhum potencial de ação é gerado.

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Inibição Pré-sináptica

Ausência de reposta

Resposta

Resposta

Célula Alvo

Neurônio Inibitório

Na inibição pré-sináptica um neurônio modulatório realiza sinápse em um colateral do neurônio pré-sináptico.

Um dos alvos do neurônio pré-sináptico pode ser seletivamente inibido.

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Inibição Pós-sináptica

Célula Alvo

Ausência de reposta

Ausência de resposta

Ausência de resposta

Neurônio Inibitório

Neurônio Excitatório

Na inibição pós-sináptica todos os alvos da célula pós-sináptica serão igualmente inibidos.

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Como funciona a sinápse?https://www.youtube.com/watch?v=Ibzfwtdtong