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Curso sobre o Regimento Interno do Tribunal de Justiça de Alagoas Prof. Rodrigo Rodrigues Mestre em Direito Público pela Universidade Federal de Alagoas. Professor na Unit/AL. Assessor de Desembargador no TJ/AL DIFICULDADE DE SE ELABORAR UM REGIMENTO INTERNO Não é fácil a tarefa de elaborar um regimento, não só porque os limites das matérias que deve tratar são de difícil verificação, mas também porque, em diversas oportunidades, a legislação ordinária complementar, e até mesmo Constitucional, passa a tratar de atividades que deveriam ser regulamentadas por normas regimentais. É evidente o perigo de se pensar que o Regimento Interno pode ser um novo Código de Processo Civil ou Penal, aplicável exclusivamente para a Corte, ou que a norma interna do Tribunal poderia solucionar os inconvenientes existentes nas leis ordinárias que regulam o direito processual. Só uma clareza na identificação dos limites das normas regimentais, é que impede equívocos dessa natureza. Deste modo, é incompatível com tal relevância, uma elaboração que se restrinja a transcrever os termos prescritos no Código de Processo Civil ou na legislação esparsa, ou mesmo que promova um festival de “cópia” das normas regimentais dos Regimentos dos Tribunais Superiores e dos outros Tribunais estaduais e federais, sob pena de se frustrar o objetivo de criar um Regimento apto a contribuir para uma adequada prestação jurisdicional. A EDIÇÃO DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL O RI do TJAL foi aprovado em agosto de 2014. Já em março de 2015 foi aprovado o Novo CPC, que terá vigência a partir de março de 2016. Isso cria a necessidade de alteração do RI ante inovações trazidas pelo Novo CPC. Por isso, sempre que possível, serão feitas referências ao que consta no Novo CPC, de modo a indicar eventual necessidade de alteração ou desconsideração do texto regimental, em razão da regulamentação trazida pelo Novo CPC. NECESSIDADE DE CONSTANTE ATUALIZAÇÃO È fora de dúvidas que o Regimento Interno precisa ser, constantemente, objeto de estudo, para se verificar se o mesmo atende à tramitação das demandas. Há situações em que somente a prática é que pode demonstrar eventual acerto ou erro.

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Curso sobre o Regimento Interno do Tribunal de Justiça de Alagoas

Prof. Rodrigo RodriguesMestre em Direito Público pelaUniversidade Federal de Alagoas.Professor na Unit/AL. Assessor deDesembargador no TJ/AL

DIFICULDADE DE SE ELABORAR UM REGIMENTO INTERNO

Não é fácil a tarefa de elaborar um regimento, não só porque os limites das matérias quedeve tratar são de difícil verificação, mas também porque, em diversas oportunidades, alegislação ordinária complementar, e até mesmo Constitucional, passa a tratar deatividades que deveriam ser regulamentadas por normas regimentais.

É evidente o perigo de se pensar que o Regimento Interno pode ser um novo Código deProcesso Civil ou Penal, aplicável exclusivamente para a Corte, ou que a norma internado Tribunal poderia solucionar os inconvenientes existentes nas leis ordinárias queregulam o direito processual. Só uma clareza na identificação dos limites das normasregimentais, é que impede equívocos dessa natureza.

Deste modo, é incompatível com tal relevância, uma elaboração que se restrinja atranscrever os termos prescritos no Código de Processo Civil ou na legislação esparsa,ou mesmo que promova um festival de “cópia” das normas regimentais dos Regimentosdos Tribunais Superiores e dos outros Tribunais estaduais e federais, sob pena de sefrustrar o objetivo de criar um Regimento apto a contribuir para uma adequadaprestação jurisdicional.

A EDIÇÃO DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

O RI do TJAL foi aprovado em agosto de 2014. Já em março de 2015 foi aprovado oNovo CPC, que terá vigência a partir de março de 2016.

Isso cria a necessidade de alteração do RI ante inovações trazidas pelo Novo CPC. Porisso, sempre que possível, serão feitas referências ao que consta no Novo CPC, de modoa indicar eventual necessidade de alteração ou desconsideração do texto regimental, emrazão da regulamentação trazida pelo Novo CPC.

NECESSIDADE DE CONSTANTE ATUALIZAÇÃO

È fora de dúvidas que o Regimento Interno precisa ser, constantemente, objeto deestudo, para se verificar se o mesmo atende à tramitação das demandas. Há situações emque somente a prática é que pode demonstrar eventual acerto ou erro.

A análise que será feita do RI atingirá apenas os pontos mais importantes, já que suaextensão e especificidade impedem um exame exaustivo.

Ademais, busca-se que esse estudo seja dinâmico, de modo que não haja apenas umaleitura do texto regimental.

DA ORGANIZAÇÃO E DA COMPETÊNCIADA COMPOSIÇÃO

QUORUM DE FUNCIONAMENTO

O quórum do plenárioSeção IIDo Pleno

Art. 5º O Tribunal de Justiça, funcionando em sessão plenária, écomposto pela totalidade dos desembargadores, sendo presidido pelorespectivo Presidente e, nos seus impedimentos, sucessivamente, peloVice-Presidente e pelo desembargador mais antigo.

§ 1º. Para o cálculo de quorum será computado o número total decargos existentes no Tribunal, excetuando-se os cargos que seencontrem vagos.

O Código de Organização Judiciária, em seu art. 34, I, estabelece o quorum para ofuncionamento do Plenário (“..O Plenário com a presença de pelo menos a maioriasimples de seus membros, desimpedidos, inclusive o Presidente, ressalvadas ashipóteses previstas na Constituição da República...”), de modo que resta desnecessáriotratar dessa matéria no presente regimento.

§ 2º. São considerados no cálculo do quorum os cargos, cujosmembros que se declararem impedidos ou suspeitos, ou que seencontrem afastados em razão de férias, licenças ou outrosmotivos temporários.

§ 3º Aplica-se a fórmula de cálculo do quorum estabelecida nopresente artigo para a instauração e julgamento de procedimentosadministrativos disciplinares contra magistrados.

O entendimento adotado no dispositivo segue o posicionamento do Conselho Nacionalde Justiça, e se justifica pelo fato de que eventual vaga de cargo do respectivo Tribunal,altera o quorum de funcionamento (Pedido de Providências 7222-92.2013.00.0000julgado em 29 de abril de 2014).

PEDIDOS DE PROVIDÊNCIAS. TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA2ª REGIÃO. QUÓRUM PARA A ABERTURA DE PROCEDIMENTO

ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR CONTRA MAGISTRADO. MAIORIAABSOLUTA. PREVISÃO DE QUÓRUM QUALIFICADO. BASE DE CÁLCULO.NÚMERO EFETIVO DE MEMBROS. PEDIDO DE PROVIDENCIASJULGADO PROCEDENTE.1. A base de cálculo para a aferição do quórum de maioria absoluta exigido para asdeliberações sobre abertura de Procedimento Administrativo Disciplinar contramagistrado deve levar em consideração o número de membros efetivos dorespectivo Tribunal ou Órgão Especial, com exclusão dos desembargadorespermanentemente afastados e do número de cargos vagos.2. Não podem ser excluídos da base de cálculo para a formação do quórum demaioria absoluta os desembargadores que se declararem impedidos ou suspeitos devotar ou que estejam afastados em caráter temporário.3. Necessário o resgate do posicionamento adotado outrora por este Conselho – quandodo julgamento do PCA nº 200810000010813 – no sentido de excluir da base de cálculoo número de cargos vagos e os membros do Tribunal que estiverem efetivamenteimpedidos de votar em caráter não eventual.4. Pedidos de Providências conhecido e julgado procedente.(CNJ - PP - Pedido de Providências - Conselheiro - 0007222-92.2013.2.00.0000 - Rel.GILBERTO MARTINS - 187ª Sessão - j. 22/04/2014 ).

O quórum da especializada e a necessidade derepresentatividade das 3 Câmaras.

Art. 6º A composição e o quorum mínimo das Câmaras Isoladas e daSeção Especializada Cível são os definidos pelo Código deOrganização Judiciária do Estado de Alagoas – COJAL.

Lei Estadual 6.564/2005Art. 16. As Câmaras Isoladas Cíveis serão individualmente compostas por trêsdesembargadores, e a Câmara Criminal por quatro desembargadores, todos devidamenteescolhidos e designados pelo Tribunal Pleno. (Redação dada pela Lei nº 7.004, de12.12.2008.)

Parágrafo único. Para o funcionamento da Seção Especializada Cível,além do quorum mínimo disposto na forma do caput deste artigo, seráexigida a representatividade das três Câmaras Cíveis.

O Código de Organização Judiciária (art. 34, II) estabelece o quorum de 5 (cinco)desembargadores, mas não fala na necessidade de representatividade de cada uma dasCâmaras Cíveis. Assim, permite-se que o Regimento Interno estabeleça também esserequisito.

ELEIÇÕES

O prazo para a realização das eleições dos cargos diretivos

DAS ELEIÇÕES E DO EXERCÍCIODos Cargos Diretivos

Art. 7º A eleição do Presidente, do Vice-Presidente e do Corregedor-Geral da Justiça é regida pela Lei Orgânica da Magistratura Nacional -LOMAN e pelo Código de Organização Judiciária de Alagoas -COJAL, e ocorrerá, no mínimo, noventa dias antes do fim do mandatoem curso.

A data da posse é definida por lei estadual 7.338/2012.

Resolução Conselho Nacional de Justiça N.º 95/2009:Art. 1º A transição dos cargos de direção dos tribunais descritos nos incisos II aVII do Art. 92 da Constituição Federal fica regulamentada por esta Resolução,com o objetivo de fornecer aos dirigentes eleitos subsídios para a elaboração eimplementação do programa de gestão de seus mandatos.

Art. 2º O processo de transição tem início com a eleição dos dirigentes do tribunal e seencerra com as respectivas posses.

Parágrafo único. A eleição ocorrerá, no mínimo, 60 (sessenta) dias antes dotérmino do mandato de seus antecessores.

Impossibilidade de participação dos membros do TER

Art. 9º São elegíveis, para os cargos de direção do Tribunal de Justiça,os participantes do Tribunal Regional Eleitoral que estejam noexercício de mandato, devendo renunciar ao período restante até adata da posse, caso eleitos.

Parágrafo único. O Presidente e o Vice-Presidente do Tribunal deJustiça, bem como o Corregedor-Geral, não poderão participar doTribunal Regional Eleitoral, inclusive como suplentes.

Esse artigo, não obstante reproduzir o texto da Loman (Art. 122 - Os Presidentes eVice-Presidentes de Tribunal, assim como os Corregedores, não poderão participar deTribunal Eleitoral), acrescenta a impossibilidade de atuar como suplente.

Realização de eleição para suprir vaga

Art. 10. Surgindo vaga para quaisquer cargos diretivos do Tribunal, énecessária a realização de eleição, dentro do prazo de dez dias, acontar da data da vacância, independentemente do prazo restantepara o fim do mandato interrompido.

Veja-se como consta no COJ:

Art. 33. Ocorrendo a vacância, durante o biênio, dos cargos de Presidente e VicePresidente, far-se-á eleição dentro do prazo de dez dias, a contar da data da abertura decada vaga, salvo ocorra esta quando faltar menos de seis meses para o fim do mandato,hipótese em que o Vice-Presidente assumirá automaticamente a Presidência, ou seráchamado o Desembargador mais antigo, no caso de vacância em ambos os cargos.O Art. 33 do COJ é omisso em relação à vacância de Corregedor e trata de formadiferente do entendimento do Conselho Nacional de Justiça abaixo transcrito:

CONSULTA. CARGOS DE DIREÇÃO DE TRIBUNAL. EXERCÍCIO EM CARÁTERDE SUBSTITUIÇÃO. OBRIGATORIEDADE DE NOVA ELEIÇÃO. REDUÇÃO DOMANDATO EM CURSO.I – Conforme inteligência do parágrafo único do art. 102 da Loman é necessária arealização de eleição para os cargos diretivos de Tribunal, mesmo que paraexercício de “mandato tampão”, ou seja, inferior a um ano.(CNJ - CONS - Consulta - 0002836-58.2009.2.00.0000 - Rel. MORGANA DEALMEIDA RICHA - 89ª Sessão - j. 08/09/2009 ).

RECURSO ADMINISTRATIVO EM PROCEDIMENTO DE CONTROLEADMINISTRATIVO. MODIFICAÇÃO DO REGIMENTO INTERNO.SUBSTITUIÇÃO DO CARGO DE CORREGEDOR. ANTIGUIDADE.IMPOSSIBILIDADE. MANDATO TAMPÃO. ELEIÇÃO. NECESSIDADE.PRECEDETES.1. Não se aplica a antiguidade como critério para designar substitutos de mandatotampão. Este Conselho já decidiu que é imperativa a realização de eleição paraescolha de dirigente, ainda que para completar o mandado.2. A eleição para os cargos de direção dos tribunais, inclusive para o cargo deCorregedor, é ordem que decorre da própria LOMAN.3. Recurso conhecido e, no mérito, improvido.(CNJ - RA – Recurso Administrativo em PCA - Procedimento de ControleAdministrativo - 0008139-19.2010.2.00.0000 - Rel. PAULO DE TARSO TAMBURINISOUZA - 124ª Sessão - j. 12/04/2011 ).

Na hipótese acima, a eleição será para cumprir o prazo restante do mandato já iniciado enão concluído pela vacância do cargo.

Definição da presidência dos órgãos fracionados e seçãoespecializada

Art. 16. A forma de eleição para presidência das Câmaras Isoladas eda Seção Especializada Cível, nesta última quando couber, é definidanos termos do Código de Organização Judiciária de Alagoas.

Artigos 18 e 19 do COJ.Art. 18. A Presidência de cada Câmara Isolada será exercida por um dos seusmembros, eleito por seus pares, com mandato de dois anos.

Art. 19. A Seção Especializada Cível será presidida pelo Vice-Presidente doTribunal de Justiça, salvo se for ele integrante da Câmara Criminal, hipótese em

que a presidência da Seção incumbirá àquele que, dela componente, for eleito pelosseus pares, para mandato de dois anos.

Parágrafo único. A eleição dar-se-á na primeira sessão do órgãofracionário ocorrida após a sessão de posse dos cargos diretivos.

Definição da antiguidade no tribunal

Art. 18. A antiguidade dos desembargadores conta-se da data da posseno respectivo cargo.

Parágrafo único. Havendo mais de uma posse no mesmo dia,deverá ser considerado mais antigo o desembargador com maioridade.

No STF, a ordem é posse, nomeação e idade.RISTF - Art. 17. A antiguidade do Ministro no Tribunal é regulada na seguinte ordem:I – a posse;II – a nomeação;III – a idade.

Obs: só há uma ordem de antiguidade no tribunal, não se havendo falar em novaordem de antiguidade nos órgãos fracionados.

Atuação do Desembargador durante as férias

Art. 24. Durante os períodos de licença e férias, salvo contraindicaçãomédica, o desembargador poderá proferir decisões e votos emprocessos que lhe hajam sido enviados em razão de pedido de vista,ou tenham recebido o seu visto como relator ou revisor, vedada, noentanto, qualquer nova distribuição.

Nesse sentido autoriza a LOMAN – art. 71, § 2º. “Salvo contraindicação médica, omagistrado licenciado poderá proferir decisões em processos que, antes da licença, lhehajam sido conclusos para julgamento ou tenham recebido o seu visto como relator ourevisor.”

PrecedentesRITJDFT Art. 37. O desembargador ou o juiz de direito substituto de segundo grau quese ausentar, ainda que por motivo de férias, e que houver pedido vista antes doafastamento, poderá comparecer e proferir decisões nos respectivos processos, salvo, nahipótese de licença, se houver contraindicação médica.

RITJES Art. 29 - No pedido de licença para tratamento de saúde, o Desembargadorindicará o dia de seu afastamento. E, salvo contra-indicação médica, o licenciado poderáproferir decisões em processos em que, antes da licença, haja pedido vista, lançadorelatório ou atuado como Revisor.

RITJPB Art. 129. O desembargador afastado em virtude de licença, salvo contra-indicação médica, ou férias, por período superior a trinta dias, poderá participar dojulgamento dos processos em que tenha lançado relatório; visto, como revisor; oupedido de vista, como vogal.

Veja-se a seguinte decisão do CNJ, em procedimento que analisou artigos doRITJDFT:

PROCEDIMENTO DE CONTROLE ADMINISTRATIVO. TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS. IMPUGNAÇÃO DEDISPOSITIVO REGIMENTAL QUE ESTABELECE POSSIBILIDADE AODESEMBARGADOR OU JUIZ SUBSTITUTO DE SEGUNDO GRAUPROFERIR DECISÕES EM DETERMINADAS CIRCUNSTANCIAS DURANTEO PERÍODO DE FÉRIAS, SALVO NA HIPOTESE DE CONTRAINDICAÇÃOMEDICA. ILEGALIDADE NÃO RECONHECIDDA. PRECEDENTES DOSTRIBUNAIS SUPERIORES.Trata-se de Procedimento de Controle Administrativo instaurado por JOSÉVIGILATO DA CUNHA NETO, contra a participação do Desembargador AlfeuGonzaga Machado do TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL ETERRITÓRIOS – TJDFT, na sessão de julgamento da Primeira Turma Cíveldaquela Corte, durante seu período de férias, bem como contra os artigos 35, 36 e37 do Regimento Interno do TJDFT, com pedido final de regulamentação genéricadas férias dos magistrados.No presente caso, a matéria específica quanto a validade do julgamento doDesembargador mencionado é jurisdicional.A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (HC 79.476/PR, RHC 2.130/RJ,HC 9.209/PR e REsp 1292000), bem como Supremo Tribunal Federal (HC 76874-1/DF) afastam a inconstitucionalidade da atuação do juiz durante o gozo de suasférias, não havendo ilegalidade nos dispositivos impugnados.Quanto a regulamentação das férias, a questão é legal.Procedimento de Controle Administrativo conhecido apenas no que tange àimpugnação das normas e julgado improcedente.(CNJ - PCA - Procedimento de Controle Administrativo - 0003817-48.2013.2.00.0000 - Rel. DEBORAH CIOCCI - 177ª Sessão - j. 22/10/2013 ).

Voto escrito sem a presença física. Divergência com o novoCPC

Outro tema trazido pelo NCPC – que não constava no CPC 73 – e que foi objeto deconsideração pelo RITJAL de 2014 foi o julgamento sem a presença física dosjulgadores.

Isso já ocorre no STF da seguinte forma:

Desde a reforma do judiciário (EC 45/2004), para que um recurso extraordinário sejaconhecido, a parte recorrente deve demonstrar a chamada repercussão geral. Terrepercussão geral significa dizer que a causa discute um tema que transcende o litigante,sendo do interesse de todos. Ex: tem repercussão geral a definição do índice de reajustedos precatórios judiciais.

O Ministro Relator, em determinado processo, produz seu voto sobre a existência ounão da repercussão geral e disponibiliza esse voto aos demais ministros, que devemdizer se concordam ou discordam dele. Só que esse plenário é eletrônico, ou seja, tudoocorre mediante manifestações eletrônicas de cada gabinete. Se o Ministro não semanifesta sobre esse voto no prazo de 20 dias, isso significa o reconhecimento tácito darepercussão geral (RISTF).

Isso é o que ocorre, hoje, no STF.

Ocorre que o RITJAL foi além da autorização da LOMAN, na medida em que autorizao julgamento mediante a apresentação de voto por escrito enviado ao Presidente doórgão Relator. Veja-se como consta no parágrafo único do art. 24 do RITJAL:

Parágrafo único. Nas hipóteses elencadas no caput deste artigo,não podendo se fazer presente no momento do julgamento, poderáo desembargador licenciado ou no gozo de férias, encaminhar seuvoto, por escrito, ao desembargador Presidente do órgão julgador.

Esse, talvez, tenha sido o dispositivo mais criticado do RITJAL, seja por desprestigiar amanifestação oral do advogado, que poderia ocorrer na sessão de julgamento, seja portambém não considerar o teor dos votos dos demais desembargadores.

O NCPC tratou da possibilidade de se realizar o julgamento colegiado sem a presençafísica dos julgadores, mas apresentou soluções diversas e, em certa medida, contráriaaquilo que consta atualmente no RITJAL.

Consta no NCPC o seguinte:

Art. 945. A critério do órgão julgador, o julgamento dos recursos e dos processos decompetência originária que não admitem sustentação oral poderá realizar-se por meioeletrônico.

§ 1o O relator cientificará as partes, pelo Diário da Justiça, de que o julgamento se farápor meio eletrônico.

§ 2o Qualquer das partes poderá, no prazo de 5 (cinco) dias, apresentar memoriais oudiscordância do julgamento por meio eletrônico.

§ 3o A discordância não necessita de motivação, sendo apta a determinar o julgamentoem sessão presencial.

§ 4o Caso surja alguma divergência entre os integrantes do órgão julgador durante ojulgamento eletrônico, este ficará imediatamente suspenso, devendo a causa serapreciada em sessão presencial.

Isso mostra que o RI deve sofrer alterações, de modo a se adequar à disciplinainaugurada pelo NCPC.

Substituição de desembargador em órgão fracionado

Art. 28. Os Presidentes das Câmaras Isoladas e da SeçãoEspecializada Cível, nas licenças, faltas, suspeições e impedimentos,serão substituídos pelos desembargadores mais antigos nosrespectivos órgãos judicantes.

Art. 29. O desembargador que funcione como vogal em CâmaraCível, quando ausente, afastado ou impedido, será substituído,mediante sorteio, por integrante das demais Câmaras Cíveis.

§ 1º Na hipótese de impossibilitado de participação dodesembargador sorteado, será convocado aquele que, na SeçãoEspecializada Cível, lhe seguir na ordem de antiguidade; se, emrelação aos restantes, igualmente houver impedimento, convocar-se-ão, por sorteio, desembargadores da Câmara Criminal.

§ 2º Nas licenças, faltas ou impedimentos ocasionais, osdesembargadores da Câmara Criminal serão substituídos, porsessão e mediante sorteio, pelos desembargadores das CâmarasCíveis.

Art. 30. O desembargador revisor será substituído pelo desembargadordo mesmo órgão judicante que lhe seguir na ordem decrescente deantiguidade.

§1º Quando, em Câmara isolada, tiver de se proceder à substituição derevisor, em face de impedimento dos demais membros integrantes, aconvocação recairá em desembargador de outra Câmara Cível,mediante sorteio.

Art. 31. Constatada, previamente, na forma deste Regimento, eventualimpossibilidade de comparecimento de desembargadores à sessão dejulgamento da Seção Especializada Cível, de modo a comprometer oquorum de instalação, serão convocados desembargadores queintegrem a Câmara Criminal, mediante sorteio a ser realizado comantecedência mínima de quarenta e oito horas.

Substituição do Presidente do órgão julgador

Art. 32. Havendo, por qualquer motivo, a substituição do Presidenteda sessão de julgamento, o desembargador que passar a exercer aPresidência somente votará nos casos onde for admissível o voto doPresidente, salvo nos feitos em que seja relator ou revisor.

Essa redação se justifica para evitar que um desembargador, ao substituir o Presidente,participe do julgamento emitindo voto, quando tal possibilidade não se assegura aodesembargador Presidente. Estabelecendo essa restrição, mantém-se a uniformidade detratamento.

Porém, nos casos em que o substituto seja relator ou revisor, impedir sua participaçãosignificaria criar um tumulto processual desnecessário, na medida em que haveria anecessidade de redistribuição para outro relator ou designação de um novo revisor.

Afastamento e processo urgente

Art. 33. Nos casos de afastamento por período igual ou superior a trêsdias, o pedido de redistribuição dos feitos que reclamem soluçãourgente, deverá ser avaliado pelo desembargador Presidente, queanalisará a existência da efetiva urgência alegada.

A Loman possui regramento sobre isso, da seguinte forma:

Art. 116 - Quando o afastamento for por período igual ou superior a três dias, serãoredistribuídos, mediante oportuna compensação, os habeas corpus, os mandados desegurança e os feitos que, consoante fundada alegação do interessado, reclamemsolução urgente. Em caso de vaga, ressalvados esses processos, os demais serãoatribuídos ao nomeado para preenchê-la.

Assim, cabe ao Tribunal, no Regimento Interno, disciplinar a forma como essasredistribuições são realizadas.

Parágrafo único. Em caso de deferimento do pedido, será realizada aredistribuição, respeitando-se a prevenção do órgão julgador.

Afastamento das funções do primeiro grau ao juiz convocado

Art. 36. Os juízes convocados ficam afastados da jurisdição de suasrespectivas unidades durante todo o período de convocação, e nãopoderão aceitar ou exercer outro encargo jurisdicional ouadministrativo durante o período de convocação.

Resolução do Conselho Nacional de Justiça n.º 72/2009.

Vinculação do juiz convocado aos processos que lhe foremdistribuídos

Art. 37. O juiz de direito convocado para substituir membro doTribunal de Justiça, por mais de trinta dias, além de integrar o quorumprevisto neste artigo, funcionará com jurisdição plena, sendo vedadasua participação nas matérias de ordem administrativa.

§1º O juiz de direito na condição estabelecida no caput, salvo motivode força maior, lançará relatório ou visto, conforme o caso, nos feitosque lhe for encaminhado, antes do término do período da respectivasubstituição, devendo colocá-los em julgamento no prazo máximo desessenta dias, sob pena de ser vedada nova convocação.

Não realização de redistribuição de processos ao juizconvocado, salvo exceções regimentais

Art. 37 §2º Não haverá redistribuição de processo aos juízesconvocados, salvo vacância do cargo ou situações de urgênciadevidamente reconhecida pelo próprio magistrado convocado.

A definição do revisor do juiz convocado

Art. 37 §4º Será revisor do juiz convocado o desembargador queseguir a antiguidade do desembargador substituído, inclusive no casode vacância.

DA TRANSFERÊNCIA ENTRE GABINETES OU ÓRGÃOSJULGADORES

Art. 40. Os desembargadores têm direito a transferência para outrogabinete ou Câmara, onde haja vaga, antes da posse de novodesembargador, ou, em caso de permuta, para qualquer outro gabineteou órgão fracionário, ciente o Tribunal, observado o disposto peloConselho Nacional de Justiça sobre a distribuição e redistribuição defeitos.

§1º Ocorrendo vacância, o Presidente do Tribunal publicará edital,pelo prazo de cinco dias, para que os desembargadores interessadosrequeiram transferência para o lugar vago.

§2º Havendo mais de um pedido, terá preferência o do desembargadormais antigo no Tribunal.

RITJBA Art. 17 – Na ocorrência de vaga, o Presidente do Tribunal publicará edital,pelo prazo de 5 (cinco) dias, para que os desembargadores interessados requeiramtransferência para o lugar vago, devendo ser transferido o mais antigo.

Art. 41. O desembargador, ao se transferir para outro órgãofracionário ou gabinete, assumirá os processos respectivos ereceberá, na nova atuação, idêntica ou superior quantidade deprocessos da unidade anterior.

§1º No caso disposto no caput deste artigo, o desembargadormanterá sua vinculação à parcela mais antiga dos processos que jápossuía, de modo que tenha volume de trabalho compatível com asituação a que estava vinculado antes da transferência, incluídosno cálculo aqueles em que tenha produzido relatório ou lançadovisto.

RESOLUÇÃO 139 do Conselho Nacional de Justiça.Art. 1º O magistrado de Tribunal Superior ou de Segunda Instância, ao se transferir paraoutro órgão fracionário ou gabinete, assumirá os processos respectivos e receberá nanova atuação idêntica ou superior quantidade de processos da unidade anterior.§ 1º Os Tribunais deverão regulamentar os procedimentos a serem adotados em taishipóteses, seja permitindo distribuição exclusiva ao magistrado na nova atuação atéatingir o número de processos anteriormente sob sua direção, seja determinando suavinculação à parcela dos processos antigos.§ 2º A regulamentação deverá ter como princípio a garantia de que o magistrado tenhavolume de trabalho compatível com a situação a que estava vinculado antes datransferência.§ 3º Em caso de distribuição suplementar na nova atividade, o quantitativo de processosdeve atingir o número anterior num prazo máximo de nove meses.§ 4º Na hipótese de se manter sob a condução do magistrado parcela do acervo anterior,esta recairá exclusivamente sob os processos com distribuição mais antiga.§ 5º Enquanto não regulamentado pelo tribunal, o magistrado transferido receberádistribuição exclusiva na nova atuação, até que a soma dos processos atinja o mesmonúmero antes sob a sua condução na anterior atividade.Art. 2º Ao verificar grave desequilíbrio entre o número de processos distribuídos a cadamagistrado, em razão de causas objetivas, poderão os Tribunais estabelecer regratemporária destinada a remediá-lo nas distribuições futuras, salvo em relação a acervodesproporcional de cargo vago, a cujo respeito os tribunais disporão livremente.

§2º A hipótese de que trata o caput deste artigo não se aplica aos casosde permuta entre desembargadores.

Adotou-se tal posição por reputar que ao aceitar a permuta, o Desembargador expressasua aceitação e conhecimento sobre o quantitativo de processos que assumirá no novogabinete ou Câmara.

Atribuições do Presidente do Tribunal de Justiça

Art. 49. Respeitado o disposto nas Constituições Federal e Estadual, ena legislação infraconstitucional de regência, especialmente noCódigo de Organização Judiciária de Alagoas, são atribuições doPresidente do Tribunal de Justiça:

XII - compete, ainda, ao Presidente do Tribunal:

g) no Tribunal Pleno, votar em matéria administrativa, na proposta deedição, revisão e cancelamento de enunciado de súmula do Tribunal ede súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal, nas ações eincidentes de controle de constitucionalidade, nos incidentes deuniformização de jurisprudência, nos deslocamentos de competênciapara fins de prevenção ou composição de divergência, nos habeascorpus e nas questões de ordem, tendo, quando necessário, voto dedesempate, na forma deste Regimento;

Ausência de relatoria do Presidente da especializada

Art. 57. O Presidente da Seção Especializada Cível não funcionarácomo relator ou revisor, nos processos de competência do referidoórgão, cabendo-lhe apenas o voto de desempate, salvo nos incidentesque instaurar e nas hipóteses do parágrafo único deste artigo.

Observar o que consta no art. 107.

Art. 107. Os feitos de competência da Seção Especializada Cível serãodistribuídos aos desembargadores que a compõe, com exceção do seuPresidente, salvo nos incidentes que este houver instaurado e nasdemais exceções previstas neste Regimento.

Parágrafo único. O Presidente da Seção Especializada Cível, naslicenças, faltas e impedimentos, será substituído na forma desteRegimento, e o substituto manterá os impedimentos inerentes ao cargoque ocupar interinamente, salvo se for o relator ou revisor do feito.

Reflete os termos do COJ, que estabelece o seguinte:

Art. 146, parágrafo único. Nos impedimentos ocasionais ou nos afastamentosdecorrentes de licença, férias ou qualquer outra circunstância, o Presidente da SeçãoEspecializada Cível será substituído pelo desembargador mais antigo, o qual, todavia,não deixará de funcionar como relator ou revisor.

Atribuições do Relator

Art. 58 XX - dispensar a revisão nas hipóteses legais;

LOMAN art. 90, § 1º - Com finalidade de abreviar o julgamento, o Regimento Internopoderá também prever casos em que será dispensada a remessa do feito ao revisor,desde que o recurso verse matéria predominantemente de direito.

Veremos ainda o que o Novo CPC estabelece sobre a Revisão.

Pedidos de urgência formulados em dia de expediente forense

Art. 60. Os pedidos de urgência formulados em dia de expedienteforense, sendo que fora do horário de funcionamento do Tribunal,serão apreciados pelo correspondente desembargador relator.

Paragrafo único. Estando impossibilitado de apreciar o pedido, omesmo será analisado pelo Presidente do órgão julgador ou, se este

também estiver impossibilitado, a apreciação caberá ao Presidente doTribunal de Justiça.

Dos revisores

Art. 61. Será revisor o desembargador que se seguir ao relator, naordem decrescente de antiguidade, competindo-lhe:

I - confirmar, completar ou retificar o relatório;

II - pedir dia para julgamento dos feitos nos quais estiver habilitado aproferir voto;

III – sugerir ao relator a realização de diligências.

Paragrafo único. Entendendo desnecessária a diligência mencionadano caput deste artigo, o relator determinará o retorno dos autos aorevisor, que, após seu visto, solicitará dia para julgamento, podendosuscitar a necessidade da realização da diligência, no momento do seuvoto no órgão colegiado.

Art. 62. Nos casos de revisão, o revisor deverá se manifestar em até:

I - vinte dias, nos feitos cíveis, excetuada a hipótese de embargosinfringentes, em que o prazo será de quinze dias;

II - dez dias, nos feitos criminais.

Durante a elaboração desse artigo, houve discussão sobre a possibilidade de seestabelecer alguma consequência pelo descumprimento do prazo.

Ausência do revisão no julgamento

Art. 163. Comprovada a impossibilidade de comparecimento derevisor à sessão de julgamento, por duas sessões consecutivas, tendoesse aposto o seu visto nos autos, será designado um novo revisor,aplicando-se os termos do artigo imediatamente anterior,oportunizando-se, novamente, a realização de sustentação oral.

§ 1º A comprovação de que trata o caput deste artigo, far-se-ámediante certidão emitida pela secretaria do respectivo órgão julgador,em consonância com os termos deste Regimento.

§ 2º Não se aplica o contido no caput deste artigo, quando osafastamentos se derem por férias e licenças legais.

§ 3º A designação do novo Revisor, quando possível, acontecerá naprópria sessão de julgamento.

Art. 63. Ressalvadas as hipóteses legais e as contidas nesteRegimento, a demanda não poderá ser julgada sem a participação derevisor.

Parágrafo único. A designação de revisor poderá ocorrer na própriasessão de julgamento, nos termos deste Regimento.

Neste sentido RITJPB art. 183, §5º. Nenhuma causa será julgada na ausência do relator,ou do revisor, a menos que já tenham proferido seus votos, inclusive quanto ao mérito.

Obs: situação da Especializada, diante da comunicação contida no memorando nº 235-328/2013, dando conta de que restou decido sobre a não obrigatoriedade da presença dodesembargador revisor quando do julgamento do processo por ele revisado.

Forma de intimação das Procuradorias

Art. 68. As intimações efetuam-se de ofício, em processos pendentes,e consideram-se feitas pela publicação dos atos no Diário de JustiçaEletrônico - DJe, sendo, todavia, as intimações do Ministério Público,da Defensoria Pública, da Procuradoria de Estado e da FazendaMunicipal, realizadas pessoalmente ou em portal próprio.

O Novo CPC também estabelece a necessidade de intimação pessoal de toda aadvocacia pública:

Art. 269. § 3o A intimação da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios ede suas respectivas autarquias e fundações de direito público será realizada perante oórgão de Advocacia Pública responsável por sua representação judicial.

Correção de ofício de publicações

Art. 69. A retificação de publicação no órgão oficial com efeito deintimação, decorrente de incorreções ou omissões, será providenciada:

I – de ofício, pela respectiva secretaria, devidamente certificado omotivo, quando ocorrer:

a) omissão total do nome ou supressão parcial do prenome ousobrenome do Advogado constituído;

b) erro grosseiro na grafia do nome da parte ou do Advogado, deforma a tornar impossível a identificação;

c) omissão ou erro no número do processo.

II - mediante despacho do Presidente do Tribunal, da SeçãoEspecializada Cível ou de Câmara isolada, ou do relator.

Prioridade de julgamento

Art. 75. Terão prioridade de tramitação:

I - as demandas criminais e, dentre estas, as de réus presos;

II - os processos em que seja parte idoso, menor de idade e portadorde deficiência física;

III - as ações de habeas corpus, de mandado de segurança;

IV - os recursos ajuizados em feitos que, em primeiro grau, tramitaramno rito sumário; e

V - as demandas que tenham qualquer outro tipo de prioridadeestabelecida em lei ou em metas estabelecidas pelo Conselho Nacionalde Justiça.

Parágrafo único. A prioridade deverá ser registrada na capa dosprocessos físicos ou nos cadastros dos feitos eletrônicos, de modo apermitir sua rápida identificação.

Veja-se o que estabelece o Novo CPC:

Art. 1.048. Terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou tribunal, osprocedimentos judiciais:

I - em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual ou superior a 60(sessenta) anos ou portadora de doença grave, assim compreendida qualquer dasenumeradas no art. 6o, inciso XIV, da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988;

II - regulados pela Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e doAdolescente).

§ 1o A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando prova de suacondição, deverá requerê-lo à autoridade judiciária competente para decidir ofeito, que determinará ao cartório do juízo as providências a serem cumpridas.

§ 2o Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que evidencieo regime de tramitação prioritária.

§ 3o Concedida a prioridade, essa não cessará com a morte do beneficiado,estendendo-se em favor do cônjuge supérstite ou do companheiro em união estável.

§ 4o A tramitação prioritária independe de deferimento pelo órgão jurisdicional edeverá ser imediatamente concedida diante da prova da condição de beneficiário.

PLANTÃO

Art. 77. O plantão judicial de segundo grau, regulamentado emResolução do Tribunal de Justiça, realizar-se-á nas dependências docorrespondente edifício-sede e funcionará presencialmente:

I - nos dias em que não houver expediente forense, no horário das 8hàs 12h, respeitado o art. 49, XII, i, deste Regimento Interno;

XII - compete, ainda, ao Presidente do Tribunal:

i) decidir os pedidos de urgência em ações e recursosainda não distribuídos, inclusive nas hipóteses de dúvidasuscitada pelo órgão de distribuição no Tribunal, e nosfeitos já distribuídos, cujos requerimentos sejamapresentados durante os dias em que não houverexpediente forense.

II - nos dias úteis, no horário das 13h30min às 17h, respeitado o art.60 deste Regimento Interno;

Nos dias úteis, a competência, para os processos já distribuídos, é do Relator.

Discutiu-se sobre o fim do plantão exclusivo do Presidente, de modo que cada um dos12 Desembargadores (Excluídos Presidente, Vice-Presidente e Corregedor) ficariaresponsável pelo plantão de um mês. Porém, essa proposta foi rejeitada.

Art. 79. A competência decorrente do plantão exaure-se comapreciação sobre a tutela de urgência, não vinculando o magistradopara os demais atos processuais, devendo proceder-se à distribuiçãodos processos, na forma deste Regimento.

Parágrafo único. O Agravo interno contra decisão proferida no próprioplantão deve ser analisado pelo desembargador que receber o feitoapós a distribuição, devendo, se for o caso, exercer o juízo deretratação.

Art. 82. Nos casos de impedimento ou suspeição do Presidente e Vice-Presidente do Tribunal de Justiça ou, ainda, em ocorrendo casofortuito ou força maior, responderá pelo Plantão o desembargadormais antigo, e assim sucessivamente.

Do preparo

Art. 89. Sem o respectivo preparo, nos casos em que a lei o exigir,nenhum processo será admitido, nem se praticarão nele atosprocessuais, salvo os que forem ordenados de ofício pelo relator, peloPlenário, pela Seção Especializada Cível, pela Câmara isolada, oupelos respectivos Presidentes, mediante decisão fundamentada.

Art. 90. Quando autor e réu recorrerem, cada recurso estará sujeito apreparo integral.

RISTF art. 58.

§ 1º Tratando-se de litisconsortes necessários, bastará que um dosrecursos seja preparado, para que todos sejam julgados, ainda que nãocoincidam suas pretensões.

CPC Art. 47. Há litisconsórcio necessário, quando, por disposição de lei ou pelanatureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir a lide de modo uniforme paratodas as partes; caso em que a eficácia da sentença dependerá da citação de todos oslitisconsortes no processo.

RISTF art. 58, § 1º.

§ 2º O disposto no parágrafo anterior é extensivo ao assistente.

§ 3º O terceiro prejudicado que recorrer fará o preparo do seu recurso,independentemente do preparo dos recursos que, porventura, tenhamsido interpostos pelo autor ou pelo réu.

Sobre o tema, o Novo CPC estabelece regulamentação inovadora:

Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrentecomprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o respectivopreparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena dedeserção.

§ 4o O recorrente que não comprovar, no ato de interposição dorecurso, o recolhimento do preparo, inclusive porte de remessa e deretorno, será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar orecolhimento em dobro, sob pena de deserção.

§ 7o O equívoco no preenchimento da guia de custas não implicará aaplicação da pena de deserção, cabendo ao relator, na hipótese dedúvida quanto ao recolhimento, intimar o recorrente para sanar o víciono prazo de 5 (cinco) dias.

Da Distribuição

Art. 94. Tendo-se procedido ao cadastro no sistema de processamentoeletrônico, serão os autos analisados, informados, distribuídos e

conclusos ao relator, pelo Diretor da Distribuição dos FeitosJudiciários ou seu substituto legal, por delegação do Presidente doTribunal de Justiça.

Paragrafo único. Nos casos de incompatibilidade ou imprecisãoentre o disposto nas normas de regência e o cadastramento inicialefetivado pela parte peticionante, o Presidente do Tribunal deJustiça, ou servidor delegado para tanto, intimará o requerentepara promover as correções necessárias, remetendo-se, emseguida, o feito ao Relator.

Art. 96. Participarão da distribuição todos os desembargadores,exceto o Presidente do Tribunal, o Corregedor-Geral da Justiça, eaqueles que estejam no gozo de férias ou licença, devidamentedeferidas, independentemente do prazo, ressalvadas as hipótesesde prevenção do julgador e demais exceções previstas nesteRegimento.

Parágrafo único. Os feitos distribuídos após o afastamento, masantes do deferimento da licença ou das férias, permanecerão sob arelatoria do desembargador sorteado, e somente serãoredistribuídos na hipótese de ser identificada a urgência damedida pleiteada, nos termos deste Regimento.

Art. 97. Ao desembargador que se deva aposentar, porimplemento de idade, não serão distribuídos feitos durante osnoventa dias anteriores à aposentação, salvo as hipóteses deprevenção do julgador.

RISTJ art. 70, § 5º (60 dias), RITJDFT, art. 159, § 2º. RITJBA art. 159 RITJES, art.164, § 2º. A exceção não consta nos Tribunais mencionados.

§ 1º Não concorrerá à distribuição o desembargador que tiverrequerido sua aposentadoria, desde a data em que for protocoladoseu pedido.

§ 2º Na hipótese do parágrafo imediatamente anterior, em nãoocorrendo a aposentação pleiteada no prazo de sessenta dias, odesembargador voltará a concorrer à distribuição de feitos na formadeste Regimento.

Art. 99. Distribuído ou redistribuído um feito cível a determinadodesembargador, ficará automaticamente firmada a competência daCâmara Cível a que este pertencer para todos os recursos e incidentes,inclusive para os processos acessórios, ressalvada a competência daSeção Especializada Cível ou do Tribunal Pleno.

§ 1º Aplica-se o caput deste artigo, inclusive na hipótese em que orecurso gerador da prevenção já tenha sido julgado.

§ 2º Se no momento da distribuição ainda não houver sido julgadaa ação ou o recurso, haverá prevenção do desembargador.

Na Câmara Cível, a regra é a prevenção do órgão, mas será do próprio Desembargadorse a ação ou recurso que gerar a prevenção ainda não tiver sido julgada.

Ocorre que o Novo CPC passa a estabelecer a prevenção do Desembargador comoregra, nos seguintes termos:

Art. 930. Far-se-á a distribuição de acordo com o regimento interno do tribunal,observando-se a alternatividade, o sorteio eletrônico e a publicidade.

Parágrafo único. O primeiro recurso protocolado no tribunal tornará prevento orelator para eventual recurso subsequente interposto no mesmo processo ou emprocesso conexo.

§ 3º Não se caracterizará prevenção se o relator, sem terapreciado liminar, nem o mérito da causa ou recurso, nãoconhecer do pedido, declinar da competência ou homologarpedido de desistência por decisão transitada em julgado.

No caso da Criminal, a prevenção é do próprio Desembargador, pois só há uma únicacâmara.

Art. 109. A distribuição de feitos criminais torna preventa acompetência do relator para todos os recursos posteriores, tanto naação, quanto na execução referente ao mesmo processo, desde queintegrante da Câmara Criminal.

Parágrafo único. A distribuição do inquérito, sindicância e adistribuição realizada para efeito da concessão de fiança ou dedecretação de prisão preventiva ou de qualquer diligência anterior àdenúncia ou queixa, prevenirá a da ação penal.

Prevenção de Desembargador que se encontra afastado dadistribuição e questçoes de urgência

Art. 101. Vislumbrada a conexão ou a continência a outro processo já distribuído, cujacompetência já esteja firmada a um desembargador afastado da distribuição por motivode férias ou licença, havendo pedido de providências urgentes, serão os autosencaminhados ao Presidente do órgão julgador, que devolverá os autos, após apreciar opedido, para distribuição ao relator prevento.

Impedimento ou suspeição do Relator e nova redistribuição

Art. 103. Em caso de impedimento ou suspeição do relator, a quem ofeito houver sido distribuído, proceder-se-á à nova distribuição, entretodos os demais desembargadores habilitados, ficando sem efeito aanterior, operando-se, oportunamente, a compensação.

Assim, essa nova distribuição não fica restrita à Câmara do desembargadorimpedido/suspeito, mas pode ocorrer para as demais. Só não ocorrerá se essa câmara forpreventa.

Parágrafo único. Na redistribuição decorrente do contido no caputdeverá ser observada a prevenção eventualmente existente,redistribuindo-se o feito entre os desembargadores da Câmarapreventa.

Prevenção e julgamento de ED e Agravo regimental

Art. 113. Os embargos declaratórios terão como relator odesembargador que houver lavrado o Acórdão, salvo se não maisintegrar o órgão julgador.

Art. 114. O recurso de agravo regimental terá como relator odesembargador que houver proferido a decisão agravada, salvo se nãofor mais o relator do feito.

Dúvida na distribuição

Art. 120. Surgindo dúvida sobre a forma de se realizar a distribuiçãoem feito específico, poderá o órgão competente solicitaresclarecimento, mediante expediente a ser apreciado pelodesembargador Presidente do Tribunal que, no prazo de quarenta eoito horas, indicará, em decisão escrita e fundamentada, a forma a serprocedida.

Parágrafo único. Cópia da decisão mencionada no caput seráencaminhada para a Comissão de Organização e AtualizaçãoRegimental, para eventual proposta de modificação no RegimentoInterno do Tribunal de Justiça.

Das Atas e das Pautas de Julgamento

Art. 124. O fechamento das pautas de julgamento ocorrerá sete diasantes à sessão em que os processos tenham de ser julgados, devendo ogabinete remeter o material referente àquelas, até o horário deencerramento do expediente externo do Tribunal.

Art. 125. Independem de pauta:

I - o julgamento de conflito de jurisdição ou competência e deatribuições;

II - as arguições de incompetência;

III - as exceções de suspeição e de impedimento;

IV - as questões de ordem sobre a tramitação dos processos;

V - os embargos de declaração quando julgados na sessão subsequenteao seu ajuizamento;

O STJ possui o entendimento no sentido de que não se pode exigir a inclusão em pautados Embargos de declaração, nos seguintes termos:

HABEAS CORPUS. CRIME DE ROUBO MAJORADO. EMBARGOS DEDECLARAÇÃO OPOSTOS CONTRA O ACÓRDÃO DE JULGAMENTO DORECURSO DE APELAÇÃO. ALEGAÇÃO DE NULIDADE ANTE A FALTA DEINTIMAÇÃO DO DEFENSOR PÚBLICO DA DATA DA SESSÃO DEJULGAMENTO DOS EMBARGOS. INOCORRÊNCIA. HABEAS CORPUSDENEGADO.1. Mostra-se prescindível a intimação pessoal do defensor público da data dasessão de julgamento dos embargos de declaração, dadas as característicasprocedimentais próprias desse recurso, que independe de pauta e deve ser levadoem mesa, não sendo cabível sustentação oral. 2. Ordem de habeas corpusdenegada.(HC 238411/SP, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em11/12/2012, DJe 17/12/2012)

HABEAS CORPUS. JULGAMENTO DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NAINSTÂNCIA ORDINÁRIA. ALEGAÇÃO DE NULIDADE ANTE A FALTA DEINTIMAÇÃO DO DEFESA DA DATA DA SESSÃO DE JULGAMENTO. WRIT NÃOCONHECIDO.1. À diferença da apelação, do recurso em sentido estrito e dos embargosinfringentes, o julgamento dos embargos de declaratórios independe de inclusãoem pauta, mediante publicação na Imprensa Oficial, uma vez que o feito éapresentado em mesa e não cabe a sustentação oral.2. Habeas corpus não conhecido.(HC 210.478/SP, Rel. Ministro CAMPOS MARQUES (desembargador CONVOCADODO TJ/PR), QUINTA TURMA, julgado em 07/05/2013, DJe 10/05/2013)

A grande diferença é que da mesma forma que os embargos de declaração devemser julgados em mesa, os códigos processuais estabelecem o momento em quedevem ser julgados – a sessão subsequente ao ajuizamento. Assim, somente semostra necessária a inclusão na pauta quando o julgamento ocorrer após o prazoestabelecido pela legislação processual, sendo certo que tal providência não traráprejuízo para as partes.

Corroborando esse entendimento, o Novo CPC passa a estabelecer o seguinte:

Art. 1.024. O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias.

§ 1o Nos tribunais, o relator apresentará os embargos em mesa na sessão subsequente,proferindo voto, e, não havendo julgamento nessa sessão, será o recurso incluído empauta automaticamente.

VI - o julgamento do habeas corpus, salvo quando houverrequerimento da parte impetrante ou do paciente para acorrespondente inclusão; e

Veja-se o que decide o STJ:

RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. INTIMAÇÃO DO DEFENSORCONSTITUÍDO PARA SESSÃO DE JULGAMENTO DO WRIT. AUSÊNCIA DEREQUERIMENTO EXPRESSO. AUSÊNCIA DE NULIDADE. PRELIMINARREJEITADA. INQUÉRITO POLICIAL. TRANCAMENTO.1. Na linha da jurisprudência desta Corte, em razão da natureza célere e urgentedo writ e por prescindir de sua inclusão em pauta, não havendo préviorequerimento expresso por parte do advogado do recorrente, não há que se falarem nulidade do julgamento de habeas corpus realizado em sessão cuja data não lhefoi cientificada.Enunciado n. 431 da Súmula do STF.(...) (RHC 32.366/RS, Rel. Ministro CAMPOS MARQUES (desembargadorCONVOCADO DO TJ/PR), QUINTA TURMA, julgado em 06/11/2012, DJe09/11/2012)

VII - o julgamento do agravo interno, salvo quando apresentadocontra decisão que nega seguimento ou dá provimento a recurso,que exige a inclusão na pauta de julgamento.

Ocorre que o Novo CPC passa a exigir inclusão em pauta do agravo interno, nosseguintes termos:

Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para orespectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras doregimento interno do tribunal.

§ 1o Na petição de agravo interno, o recorrente impugnará especificadamente osfundamentos da decisão agravada.

§ 2o O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-sesobre o recurso no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual, não havendoretratação, o relator levá-lo-á a julgamento pelo órgão colegiado, com inclusão empauta.

Presença do advogado e supressão de defeito na publicação da

ata

Art. 126. Achando-se presentes ao menos um dos advogados daspartes, não obstará ao julgamento qualquer defeito, omissão ouintempestividade na publicação da pauta.

RITJBA Art. 194 – Achando-se presentes todos os Advogados das partes, não obstará aojulgamento qualquer defeito, omissão ou intempestividade na publicação da pauta.

DO JULGAMENTO PELOS ÓRGÃOS COLEGIADOS

Julgamento por órgão formado exclusivamente por juízesconvocados

Art. 144. As Câmaras e a Seção Especializada não poderão funcionarquando integradas exclusivamente por juízes convocados.

PODE FUNCIONAR SE A COMPOSIÇÃO FOR MAJORITARIAMENTE DEJUÍZES CONVOCADOS:

EMENTA: HABEAS CORPUS. PENAL. PROCESSUAL PENAL. PROCESSO DECOMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI. EXCESSO DE LINGUAGEM DADECISÃO DE PRONÚNCIA. FUNDAMENTO DE MÉRITO NÃO ANALISADONAS INSTÂNCIAS PRECEDENTES. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA.IMPOSSIBILIDADE DE CONHECIMENTO DA ALEGAÇÃO. JULGAMENTO NOTRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO: CÂMARA COMPOSTAMAJORITARIAMENTE POR JUÍZES CONVOCADOS. INOCORRÊNCIA DEOFENSA AO PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL. INEXISTÊNCIA DENULIDADE. PRECEDENTES. HABEAS CORPUS CONHECIDO EM PARTE E,NESSA EXTENSÃO, DENEGADO. 1. Inexistindo prévia manifestação das instânciasprecedentes sobre questão de fundo da impetração, a apreciação da alegação implicasupressão de instância, o que não é admitido consoante a jurisprudência desta Corte. 2.Julgamento de habeas corpus por colegiado integrado majoritariamente por magistradosde primeiro grau convocados: inexistência de contrariedade ao princípio do juiz natural.3. Habeas corpus conhecido em parte e, nessa extensão, denegado. (HC 111507,relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Segunda Turma, julgado em 04/06/2013,PROCESSO ELETRÔNICO DJe-124 DIVULG 27-06-2013 PUBLIC 28-06-2013)

Art. 145. O Procurador-Geral de Justiça poderá credenciarProcuradores de Justiça para funcionar junto ao Plenário e aos órgãosfracionários do Tribunal.

Art. 146. A Câmara Criminal funcionará com, no mínimo, três de seusmembros e as Câmaras Cíveis somente com a totalidade deles.

A composição da Câmara Criminal foi estabelecida na lei estadual n.º 7.004/2008, masnão estabeleceu quórum de funcionamento.

Parágrafo único. Presentes os quatro membros da Câmara Criminal, asdeliberações serão tomadas pela maioria de votos, observando-se,quando houver empate, o contido neste Regimento.

Art. 149. Ausente o Presidente que iniciou o julgamento, esteprosseguirá sob a presidência de seu substituto, sem que haja aincidência dos impedimentos do cargo que ocupa.

RISTJ art. 162, § 5º. Não há esta parte final. Isso é muito importante para o Plenário epara a especializada. Isso garante que o Desembargador, que tinha direito de voto noinício do julgamento, não o perca.

SUSTENTAÇÃO ORAL

Art. 157. Desejando proferir sustentação oral, deverá o advogadorequerer, até trinta minutos antes da sessão, seja o feito julgado emprimeiro lugar, sem prejuízo das preferências legais.

O Estatuto da ordem – lei 8.906/94, art. 7º, IX - prevê a possibilidade de sustentaçãooral em todos os processos. Mas o STF, em liminar, suspendeu os efeitos desse artigo.Adin nº 1127.

Art. 158. Não haverá sustentação oral no julgamento de agravo deinstrumento, embargos declaratórios, arguição de suspeição, arguiçãode impedimento, reexame necessário, conflito de competência,desaforamento e no agravo regimental, salvo, neste último caso,quando ajuizado contra decisão que nega seguimento ou dáprovimento a recurso em que haja direito à sustentação oral.

Justifica-se a sustentação oral no agravo regimental ajuizado contra decisão que negaseguimento ou dá provimento ao recurso de apelação, uma vez que é a oportunidade emque o recurso será apreciado pelo colegiado, e se não houvesse a decisão monocrática,seria possível a sustentação oral. É que ao julgar o agravo regimental, o objeto dorecurso é o mesmo da apelação.

Importante destacar que o Novo CPC passou a admitir a sustentação oral em diversosrecursos, nos seguintes termos:

Art. 937. Na sessão de julgamento, depois da exposição da causa pelo relator, opresidente dará a palavra, sucessivamente, ao recorrente, ao recorrido e, nos casos desua intervenção, ao membro do Ministério Público, pelo prazo improrrogável de 15(quinze) minutos para cada um, a fim de sustentarem suas razões, nas seguinteshipóteses, nos termos da parte final do caput do art. 1.021:

VI - na ação rescisória, no mandado de segurança e na reclamação;

VIII - no agravo de instrumento interposto contra decisões interlocutórias queversem sobre tutelas provisórias de urgência ou da evidência;

IX - em outras hipóteses previstas em lei ou no regimento interno do tribunal.

§ 3o Nos processos de competência originária previstos no inciso VI, caberá sustentaçãooral no agravo interno interposto contra decisão de relator que o extinga.

§ 4o É permitido ao advogado com domicílio profissional em cidade diversa daquelaonde está sediado o tribunal realizar sustentação oral por meio de videoconferênciaou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real,desde que o requeira até o dia anterior ao da sessão.

Art. 159 § 4º O assistente de acusação somente poderá produzirsustentação oral nos julgamentos posteriores ao recebimento dadenúncia.

Esse é o entendimento do STF:

EMENTA: QUESTÃO DE ORDEM. PROPOSTA DE SUSPENSÃO CONDICIONALDO PROCESSO. ART. 89 DA LEI 9.099/95. OPORTUNIDADE DEMANIFESTAÇÃO DO DENUNCIADO. PRINCÍPIOS DA PRESUNÇÃO DEINOCÊNCIA E DA AMPLA DEFESA. (…) QUESTÃO DE ORDEM. PEDIDO DESUSTENTAÇÃO ORAL PELA VÍTIMA. Antes do recebimento da denúncia, à falta deprevisão legal, não se admite pedido de sustentação oral pela vítima, ainda que naqualidade de assistente da acusação. (...)(Pet 3898, relator(a): Min. GILMARMENDES, Tribunal Pleno, julgado em 27/08/2009, DJe-237 DIVULG 17-12-2009PUBLIC 18-12-2009 EMENT VOL-02387-02 PP-00140)

§ 5º É vedada a sustentação oral do assistente de acusação em sede dehabeas corpus.

Nesse sentido decide o STJ: PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NOHABEAS CORPUS. INTERVENÇÃO DE ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO.IMPOSSIBILIDADE.É firme a jurisprudência desta Corte e do c. Pretório Excelso em não admitir, em sedede habeas corpus, a intervenção de assistente de acusação ou de qualquer interessado emdecisão desfavorável ao paciente.Agravo Regimental desprovido.” (AgRg no HC 112778/PB, Rel. Ministro FELIXFISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 02/10/2008, DJe 10/11/2008)

Art. 160. Nas sessões administrativas do pleno, o Presidente daAssociação Alagoana de Magistrados – ALMAGIS poderá usar dapalavra, por quinze minutos, quando a matéria for relacionada à defesadas prerrogativas dos magistrados e da instituição, salvo disposiçãolegal em contrário.

Parágrafo único. Aplica-se o caput deste artigo ao Presidente doSindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado de Alagoas -SERJAL, quando o Plenário tratar de matéria relacionada aosservidores da justiça.

DAS SESSÕES DE JULGAMENTO

Art. 165. Tendo havido interrupção do julgamento, em sessão na qualo relator ou revisor já tenham proferido os seus votos, e estandoausentes quando da retomada do julgamento, a sessão prosseguirá,computando-se os votos já proferidos, salvo em relação às questõesainda não decididas em que não tenha havido o voto do relator oudo revisor.

RISTJ. Art. 162.

§ 1º Se o vogal que houver comparecido ao início do julgamento, eque ainda não tenha votado, estiver ausente, o seu voto serádispensado, desde que obtidos suficientes votos concordantes sobretodas as questões debatidas.

RISTJ art. 162. RITJES art. 120, § 4º.

§ 2º Se durante a suspensão do julgamento houver o Relator ouRevisor deixado de integrar definitivamente o Tribunal de Justiça,serão computados os votos por eles já proferidos, e ao novo Relator ouRevisor caberá somente proferir voto nas questões ainda nãodecididas.

§ 3º Não se aplica a exceção prevista no caput quando a ausência doRelator ou do Revisor ultrapassar 60 (sessenta) dias contados apartir de sua ausência na sessão, hipótese em que deverá haver adesignação de novo Relator, mediante sorteio, ou de novo Revisor,para o seguimento do julgamento.

DO EMPATE NO JULGAMENTO

Art. 166. Havendo empate no julgamento, o Presidente o desempatará,salvo nas seguintes hipóteses, onde não votará:

RITJRN art. 215, RITJPB art. 191. RITJMG art. 77, § 5º.

I - no julgamento de matéria administrativa relativa a servidor público,havendo empate na votação, o Presidente proclamará a decisão maisfavorável àquele;

II - nos embargos infringentes, em matéria cível, prevalecerá a decisãoembargada;

RITJRN art. 215, RITJPB art. 191. RITJMG art. 77, § 5º.

III - no julgamento do mérito em ação rescisória, a ação será julgadaimprocedente;

RITJRN art. 215, RITJPB art. 191. RITJMG art. 77, § 5º.

IV - no agravo, considerar-se-á mantida a decisão recorrida;RITJRN art. 215, RITJPB art. 191. RITJMG art. 77, § 5º. RITJRS art. 196, V. RITJPRart. 254, § 3º. RITJSP art. 136, § 3º, III.

V – em julgamento de matéria criminal ou disciplinar, se nãoparticipou da votação, proferirá o voto de desempate; se houverparticipado, prevalecerá a decisão mais favorável ao réu oudemandado, se for o caso.

RITJGO art. 200.

Art. 170. Quando, na votação de questão indecomponível, ou dequestões distintas, se formarem correntes divergentes de opinião, semque nenhuma alcance a maioria exigida, proceder-se-á da seguinteforma:

I - tratando-se de determinação do valor ou quantidade, o resultado dojulgamento será expresso pelo quociente da divisão dos diversosvalores ou quantidades homogêneas, pelo número de votantes;

RITJPB art. 190. RITJMT art. 94, § 5º. RITJTO, art. 105. RITJSP, art. 136, § 1º.

O RITJRJ estabelece solução diferente: Art.83 - Se, em relação a uma única parte dopedido, não se puder formar a maioria, em virtude de divergência quantitativa, oPresidente disporá os diversos votos, com as quantidades que cada qual indicar, emordem decrescente de grandeza, prevalecendo a quantidade que, com as que lhe foremsuperiores ou iguais, reunir votos em número suficiente para constituir a maioria.

II - em qualquer outra hipótese de dispersão de votos, o Presidenteescolherá duas opiniões divergentes, submetendo-as à deliberação portodos os membros do órgão julgador e, eliminada uma delas, a outraserá votada com uma das restantes, e assim sucessivamente, até quefiquem reduzidas a duas, sobre as quais se votará definitivamente;

RITJRN art. 222. RITJGO art. 198. RITJMS art. 393. RITJTO, art. 105. RITJSC, art.139.

III - se mais de duas opiniões se formam acerca da pena criminal ouadministrativa aplicável, sem que nenhuma alcance maioria, os votosdados pela aplicação da pena mais grave serão reunidos aos dadospara a imediatamente inferior e, assim por diante, até constituir-se amaioria sobre a totalidade dos julgadores.

RITJRN art. 222. RITJTO, art. 105. RITJSC, art. 139. RITJSP, art. 136, § 2º.

Parágrafo único. Divergindo os julgadores no tocante às razões dedecidir, sem que ocorra qualquer das hipóteses previstas no caputdeste artigo, mas convergindo na conclusão, os votos serãocomputados conjuntamente, assegurado aos diversos votantes o direitode declarar, em separado, as razões do seu voto.

RITJRJ art. 82, parágrafo único.

Pedido de vista

A Fundação Getúlio Vargas realizou uma pesquisa intitulada “O Supremo e o Tempo”,com base nos processos em tramitação no STF. Verificou-se que há processos paradosem razão de pedidos de vistas formulados há mais de 10 anos.

Para se ter uma ideia, houve um pedido de vistas formulado em 1999 pelo Min NelsonJobim, que se aposentou em 2006. O Processo foi novamente posto em julgamento, mashouve um pedido de vista do Min Gilmar Mendes, que devolveu o processo parajulgamento em outubro de 2014. Foram 15 anos sem que o julgamento, já iniciado,fosse concluído (RE 240.785).

Por sua vez, o Min. Carlos Ayres Brito pediu vistas de 76 processos, mas só devolveupara julgamento 06.

O RITJAL de 2014 criou uma regra sobre o pedido de vista que foi objeto de diversascríticas, mas que foi aprovado pelo Plenário. A rega diz o seguinte:

Art. 171. O desembargador que não se julgar habilitado a proferirimediatamente seu voto poderá pedir vista dos autos, devendo restituí-los no prazo máximo de dez dias, contados do dia do pedido,permitindo-se a antecipação do voto àquele julgador que se manifestarapto.

§ 4º Decorrido o prazo de dez dias, e inexistindo apresentação devoto até a quarta sessão seguinte ao fim desse prazo, ou, nomáximo, em sessenta dias contados do encerramento domencionado prazo, os autos serão requisitados pelo Presidente doórgão, sendo o julgador em mora substituído na forma desteRegimento.

§ 5º Não se aplica o parágrafo imediatamente anterior durante operíodo de férias e licenças do desembargador que pediu vistas,desde que não excedido o prazo de 120 dias ininterruptos, hipóteseem que deve ser aplicada a consequência prevista no § 6º desteartigo.

Precedentes TJRS – art. 187, II, TJBA – art. 192, §2º, TJSE – art. 162, II

§ 6º Tendo o Desembargador que solicitou vista deixado deintegrar o Tribunal, sem ter apresentado seu voto, devem os autos

retornar ao Relator, para continuação do julgamento, com adesignação de novo Revisor e a participação de magistradosubstituto, se necessário.

Isso significa que o Desembargador em mora será retirado do julgamento, ou seja, deixade participar do julgamento do processo que pediu vistas por não ter obedecido o prazoque lhe tinha sido atribuído.

As críticas ao dispositivo do RITJAL foram inúmeras, e os argumentos giravam emtorno de uma suposta lesão ao princípio do juiz natural ou da natureza imprópria dosprazos processuais atribuídos aos magistrados.

Ocorre que as críticas começaram a diminuir quando o STJ, no mês de outubro de 2014,modificou seu RI e incluiu regra idêntica a do TJAL no seu regimento.

Quando da modificação do RISTJ, o Presidente do STJ, Ministro Francisco Falcãodisse: “Agora, os pedidos de vista serão feitos, realmente, quando houver dúvida ouem caso de matéria extremamente importante”.

Isso mostra que, em algumas situações, o pedido de vista não tinha simplesmente oobjetivo de permitir um maior esclarecimento do julgador, mas servia como umamaneira de impedir o julgamento da causa.

Isso demonstrou que a proposta aprovada em Alagoas tem fundamentação suficiente enão colide com qualquer norma constitucional.

Para afastar qualquer dúvida sobre a legalidade de tal medida, o Novo CPC tambémtrouxe essa regra, nos seguintes termos:

Art. 940. O relator ou outro juiz que não se considerar habilitado a proferirimediatamente seu voto poderá solicitar vista pelo prazo máximo de 10 (dez) dias, apóso qual o recurso será reincluído em pauta para julgamento na sessão seguinte à data dadevolução.

§ 1o Se os autos não forem devolvidos tempestivamente ou se não for solicitada pelojuiz prorrogação de prazo de no máximo mais 10 (dez) dias, o presidente do órgãofracionário os requisitará para julgamento do recurso na sessão ordinária subsequente,com publicação da pauta em que for incluído.

§ 2o Quando requisitar os autos na forma do § 1o, se aquele que fez o pedido devista ainda não se sentir habilitado a votar, o presidente convocará substituto paraproferir voto, na forma estabelecida no regimento interno do tribunal.

Assim, o NCPC, além de estabelecer a substituição do julgador em mora – que pode serum Desembargador ou Ministro que pediu vista do processo e não devolveu no prazoque lhe tinha sido concedida, atribuiu ao Regimento Interno a disciplina desse instituto.

Por certo, sobre esse tema, Alagoas não precisará criar novas regras, uma vez que jáconsta tal disciplina em seu RI.

Art. 172. Ao retornar os autos para julgamento, o julgador que tenhasolicitado vistas dos autos deverá apresentar voto por escrito, aindaque exclusivamente para concordar com os termos de votoanteriormente proferido por outro magistrado.

Sugerido em virtude do que foi detectado pelo órgão responsável pela estatística, notocante à necessidade de constar algum registro no sistema, principalmente para fins demapa.

Da Conclusão do Julgamento

Art. 173. Encerrada a votação, o Presidente proclamará a decisão,podendo os julgadores alterar seus votos até antes da proclamação doresultado, consignando-se em ata a alteração.

Art. 176. Não haverá necessidade de lavratura de acórdão, quando ojulgamento for convertido em diligência, caso em que o relator, porato nos autos, mencionará o resultado da decisão e mandará cumpri-la,no prazo estabelecido pelo colegiado.

Do Voto Vencido

Art. 177. Sendo vencido, o julgador deverá apresentar, por escrito, osfundamentos de seu voto, no prazo de dez dias.

O RITJGO, art. 208, § 4º estabelece o seguinte: § 4º Vencido, no todo ou em parte, odesembargador deverá obrigatoriamente, declarar expressamente os fundamentos do seuvoto;

O Novo CPC estabelece o seguinte:

Art. 941 § 3o O voto vencido será necessariamente declarado e considerado parteintegrante do acórdão para todos os fins legais, inclusive de pré-questionamento.

§ 1º A publicação das conclusões do Acórdão somente ocorrerá após ajuntada dos fundamentos do voto vencido, salvo se decorrido o prazoestabelecido no caput deste artigo.

§ 2º Tendo deixado de integrar o Tribunal, ou diante de qualquer outrasituação impeditiva, será realizada a publicação do acórdão,consignando-se em certidão o motivo da não-apresentação do votovencido.

Relator deixa o Tribunal com acórdão para lavrar

Art. 180. Deixando o desembargador de integrar o Tribunal, ehavendo sob sua relatoria processos julgados e sem a elaboração docorrespondente acórdão, a respectiva lavratura caberá aodesembargador em atividade que tiver proferido o primeiro votovencedor, acompanhando o do relator, ainda que esteja ocupandoa Presidência do Tribunal ou a Corregedoria-Geral da Justiça outenha deixado de integrar o órgão julgador.

§ 1º Não mais integrando o Tribunal de Justiça nenhum dosdesembargadores que acompanhou o voto do relator, a lavraturacaberá ao desembargador indicado pelo Presidente do órgão julgador,utilizando-se da gravação do áudio da sessão de julgamento.

§ 2º Caso o Presidente do Tribunal ou o Corregedor-Geral daJustiça sejam designados para lavrar o acórdão de julgamentoque participaram como integrantes do Plenário, a estes caberáapreciar os pedidos que lhe sejam posteriores, bem como arelatoria de eventuais recursos de embargos de declaração.

Relatoria de feito pelo Desembargador designado para lavraro Acórdão

§ 3º Caso o Desembargador Relator tenha, em decisão monocrática,negado seguimento a ação ou recurso, e sendo tal decisão reformadapor órgão colegiado do tribunal, caberá ao Desembargador designadopara lavrar o Acórdão a Relatoria do feito, cujo seguimento havia sidonegado.

Art. 181. Os acórdãos serão assinados exclusivamente pelo relator queos lavrou.

DEMANDAS DE COMPETÊNCIA ORIGINÁRIADo Pedido Originário de Habeas Corpus

Competência: originariamente, o Novo Regimento Interno estabeleceu a competênciado Plenário. Porém, houve a alteração de sua redação, de modo que agora acompetência é da Câmara, tal como era antes do Novo Regimento Interno. Vencido odes. Tutmés, que entendia mais adequado o julgamento pelo plenário.

Distribuição: apenas para os membros da Câmara Criminal.

Obs: no caso de prisão civil, a competência é da Câmara Cível, nos seguintes termos:

Art. 47. Compete às Câmaras Cíveis:

IV - julgar os habeas corpus, quando se tratar de prisão civil;

Pauta: Independe de pauta, salvo quando houver requerimento da parte impetrante ou dopaciente para a correspondente inclusão.

Art. 159 § 5º É vedada a sustentação oral do assistente de acusação emsede de habeas corpus.

Empate na votação do habeas corpus

Art. 190. No julgamento de habeas corpus, havendo empate navotação, o Presidente proclamará a decisão mais favorável aopaciente.

Não é ação penal, mas o empate também beneficia o paciente.

Do Inquérito e da Ação Penal Originária

Art. 198. A ação penal não será distribuída a desembargador quetenha votado pelo não recebimento da denúncia ou queixa.

Art. 205. Na fixação do montante da pena a ser aplicada, em razãoda procedência da acusação, não votarão os desembargadores quetenham concluído pela rejeição da peça acusatória.

Revisão criminal

Competência: Plenário

Art. 42. Respeitado o disposto nas Constituições Federal e Estadual, enas normas infraconstitucionais de regência, compete ao TribunalPleno:IX - Processar e julgar, originariamente:l) as revisões criminais;

Nos Tribunais onde só há uma Câmara Criminal, a revisão criminal é sempre julgadapelo Pleno – Art. 624, § 2º:

CPP. Art. 624. As revisões criminais serão processadas e julgadas:§ 2o Nos Tribunais de Justiça ou de Alçada, o julgamento será efetuado pelas câmarasou turmas criminais, reunidas em sessão conjunta, quando houver mais de uma, e, nocaso contrário, pelo tribunal pleno.

Distribuição

Art. 116. Não será distribuída a ação de revisão criminal, nem atuarácomo revisor, o desembargador que tenha proferido qualquer decisãoou participado do julgamento colegiado atacado, salvo na hipótese em

que todos os desembargadores que integram a Câmara criminal seenquadrem nessa situação.

CPP. Art.625. O requerimento será distribuído a um relator e a um revisor, devendofuncionar como relator um desembargador que não tenha pronunciado decisão emqualquer fase do processo. RITJRN art. 302. RITJPR art. 312. RITJSE art. 255, RITJSP,art. 109, § 3º.

Parágrafo único. O desembargador que tenha proferido qualquerdecisão ou participado do julgamento colegiado atacado, poderáparticipar do julgamento na condição de vogal.

Art. 207. Para o ajuizamento da revisão criminal é desnecessária aatuação de advogado, podendo a inicial ser subscrita pelo própriointeressado.

O CPP estabelece da seguinte forma:Art. 623. A revisão poderá ser pedida pelo próprio réu ou por procurador legalmentehabilitado ou, no caso de morte do réu, pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.

Parágrafo único. Na hipótese de requerimento pelo própriocondenado, sem intervenção de advogado, a petição poderá serapresentada em meio físico, ficando a cargo do Tribunal de Justiça adigitalização para tramitação no sistema de processo eletrônico e acomunicação do fato à Defensoria Pública, a fim de queacompanhe a atuação do autor.

Nesse sentido é o entendimento do STJ:Revisão. Pedido (réu/procurador). Defesa (falta). Nulidade (absoluta).1. A revisão pode ser requerida pelo próprio réu, é verdade. Quando assim for, há de sernomeado defensor para o réu.2. Não é lícito ao defensor nomeado – defensor público, no caso – pronunciar-secontra o pedido formulado, sob pena, evidentemente, de o réu ficar sem defesa.3. A falta de defesa envolve nulidade de índole absoluta.4. Habeas corpus parcialmente deferido para que a revisão tenha prosseguimento.(HC 40354/SP, Rel. Ministro NILSON NAVES, SEXTA TURMA, julgado em03/05/2005, DJ 01/08/2005, p. 572)

Art. 210. Após a solicitação de dia para julgamento pelo revisor, arevisão criminal será julgada pelo Plenário, admitindo-se arealização de sustentação oral, nos moldes deste Regimento.

O COJ exige a participação de revisor, nos seguintes termos:

Art. 23. Haverá revisão nos processos relativos a ações rescisórias, a ações penaisoriginárias e a revisões criminais.

Rescisória

Competência:

Art. 212. O julgamento da ação rescisória compete:

I - ao Plenário do Tribunal de Justiça, com relação aos seus acórdãos;

II - à Seção Especializada Cível, nas demais hipóteses.

Distribuição

Art. 117. Sempre que possível, nas ações rescisórias, será excluídoda distribuição o Desembargador que tenha atuado como relatorou revisor no feito originário.

O Novo CPC inovou para estabelecer de forma mais ampla, nos seguintes termos:

Art. 971. Parágrafo único. A escolha de relator recairá, sempre que possível, emjuiz que não haja participado do julgamento rescindendo.

Parágrafo único. A restrição do caput não impede a participação dodesembargador no julgamento colegiado na condição de vogal.

Mandado de segurançaCompetênciaPlenário, nas seguintes situações:

Art. 42. Respeitado o disposto nas Constituições Federal e Estadual, enas normas infraconstitucionais de regência, compete ao TribunalPleno:

IX - Processar e julgar, originariamente:

e) os habeas data e os mandados de segurança contra atos doGovernador do Estado, da Assembleia Legislativa, bem como demembros da respectiva mesa, do Tribunal de Contas, do próprioTribunal de Justiça ou de atos de seus membros, do Procurador-Geraldo Estado, do Procurador-Geral de Justiça, do Corregedor-Geral daJustiça, do Defensor Público-Geral do Estado e do Corregedor-Geralda Defensoria Pública;

h) os mandados de segurança, quando a autoridade coatora for juiz dedireito em matéria criminal;

Seção especializada cível, nas seguintes situações:

Art. 46. Compete à Seção Especializada Cível processar e julgar:

VI - os mandados de segurança quando a autoridade coatora for juizde direito;

DistribuiçãoArt. 118. O mandado de segurança será distribuído para um dosintegrantes das Câmaras Cíveis, salvo quando o ato atacado possuirnatureza criminal ou tenha sido proferido por autoridade no exercíciode jurisdição criminal.

O COJ estabelece o seguinte: Art. 21. Serão distribuídos aos desembargadoresintegrantes da Câmara Criminal os processos de mandado de segurança, quando aautoridade apontada como coatora for Juiz de Direito ou Juiz Substituto em VaraCriminal, os habeas corpus, os desaforamentos, os conflitos de competência entreJuízes Criminais, as ações penais originárias, os embargos infringentes em matériacriminal e as revisões criminais.

Momento das Arguições de Incompetência, de Suspeição e de Impedimento

Art. 224. A arguição de suspeição do desembargador relator deverá sersuscitada até quinze dias após a publicação da distribuição, quandofundada em motivo preexistente; a do desembargador revisor e dosdemais desembargadores que integram o órgão julgador deverá seralegada até antes do início do julgamento colegiado.

Sobre o tema, assim decide o STJ:PROCESSUAL CIVIL. EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO DE MINISTRO DO STJ.INTEMPESTIVIDADE. NÃO CONHECIMENTO.1. O art. 274 do RISTJ estabelece que "a arguição de suspeição do relator poderáser suscitada até quinze dias após a distribuição, quando fundada em motivopreexistente; no caso de motivo superveniente, o prazo de quinze dias será contadodo fato que a ocasionou. A do revisor, em igual prazo, após a conclusão; a dos demaisMinistros, até o início do julgamento.2. Não restam dúvidas de que os motivos ensejadores da presente exceção são anterioresà atribuição da MC nº 19.028/RJ, conforme se depreende da exordial. Assim, é evidentea intempestividade da exceção de suspeição, porquanto somente foi proposta apósescoado o prazo previsto no art. 274 do Regimento Interno do Superior Tribunal deJustiça. Exceção de suspeição não conhecida.” (ExSusp .127/DF, Rel. MinistroHUMBERTO MARTINS, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/05/2013, DJe31/05/2013)

Em relação ao revisor e aos demais desembargadores, a proposta estabelece que asuspeição deve ser alegada até antes do julgamento, uma vez que o revisor só seráconhecido pelas partes no momento da publicação da pauta de julgamento, após o seuvisto.

§1º Mesmo após o decurso do prazo para arguição de que trata o caputdeste artigo, qualquer desembargador poderá reconhecer suasuspeição.

§2º No caso da suspeição ou do impedimento derivar de motivo

superveniente à distribuição do feito, o prazo de quinze dias serácontado do fato que a ocasionou.

Art. 230. A arguição de suspeição ou impedimento dedesembargador será sempre individual, não ficando os demaisdesembargadores impedidos de apreciá-la, ainda que tambémrecusados.

IGUAL AO RISTF – Art. 284. A arguição será sempre individual, não ficando osdemais Ministros impedidos de apreciá-la, ainda que também recusados. RISTJ ART.281.

Art. 231. O reconhecimento da suspeição ou impedimento pordesembargador, não impede que o feito seja redistribuído para omesmo órgão fracionário.

Art. 232. A afirmação de suspeição pelo arguido, ainda que por outrofundamento, põe fim ao incidente.

IGUAL AO ART. 277 DO RISTJ. § 2º A afirmação de suspeição pelo arguido, aindaque por outro fundamento, põe fim ao incidente.

Da Declaração Incidental de Inconstitucionalidade

Art. 244. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros,poderá o Tribunal de Justiça declarar a inconstitucionalidade de lei ouato normativo do poder público.

§ 1º Não atingida a maioria necessária à declaração deinconstitucionalidade, estando ausentes desembargadores emnúmero que possam influir no julgamento, este será suspenso, afim de serem colhidos, na sessão subsequente, os votos faltantes.

§ 2º Caso não alcançado o quorum de que trata o caput desteartigo, por três sessões consecutivas, considerar-se-á rejeitada aarguição.

RITJES art. 167, § 2º. RITJRS art. 216, § 1º. No RITJCE art. 116, aguarda-seindependentemente do prazo.

Da Ação Direta de Inconstitucionalidade

Art. 246. Se, no julgamento do mérito da ação, não for alcançada a maioria necessária àdeclaração da inconstitucionalidade, estando licenciados ou ausentes desembargadoresem número que possa influir no julgamento, este será suspenso, a fim de aguardar-se ocomparecimento dos não presentes.

Parágrafo único. Na hipótese de, por três sessões consecutivas, não for atingido o

quórum de trata o caput deste artigo, considerar-se-á rejeitada a arguição.

Do Desaforamento de Julgamento

Competência: Câmara Criminal. Pelo Regimento anterior, a competência era doPlenário.

Art. 48. Compete à Câmara Criminal:

VI – julgar os pedidos de desaforamento;

Art. 250. O desaforamento será julgado pela Câmara Criminal.

CPP Art. 427. § 1o O pedido de desaforamento será distribuído imediatamente e terápreferência de julgamento na Câmara ou Turma competente.

Sustentação oral: Não há.

Art. 158. Não haverá sustentação oral no julgamento de agravo deinstrumento, embargos declaratórios, arguição de suspeição, arguiçãode impedimento, reexame necessário, conflito de competência,desaforamento e no agravo regimental, salvo, neste último caso,quando ajuizado contra decisão que nega seguimento ou dáprovimento a recurso em que haja direito à sustentação oral.

DA RECLAMAÇÃO

O Regimento Interno não trata da reclamação, uma vez que o STF entende que tal açãosó pode ser criada no âmbito dos Estados se houver sua previsão na ConstituiçãoEstadual, o que não acontece com Alagoas.

O Regimento Interno anterior tratava da matéria. Porém, o STF suspendeu todos osdispositivos, com a fundamentação já mencionada.

Ocorre que o Novo CPC passa a estabelecer o seguinte:

Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para:

I - preservar a competência do tribunal;

II - garantir a autoridade das decisões do tribunal;

III - garantir a observância de decisão do Supremo Tribunal Federal em controleconcentrado de constitucionalidade;

IV - garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de precedenteproferido em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção decompetência.

§ 1o A reclamação pode ser proposta perante qualquer tribunal, e seu julgamentocompete ao órgão jurisdicional cuja competência se busca preservar ou cuja autoridadese pretenda garantir.

Assim, deverá ser estabelecido no Regimento Interno o rito da Reclamação.

Da Uniformização de Jurisprudência

Competências atribuídas aos RI pelo Novo CPC.

Um dos pilares do Novo Código de Processo Civil é o prestígio aos precedentes –posições consolidadas. O modelo inaugural do CPC de 1973, por assegurar uma amplaliberdade de convencimento e interpretação normativa do magistrado, criava uma sériainsegurança – entendida aqui como falta de previsibilidade do resultado.Ex: adicional de periculosidade/tempo de serviço sem a edição de lei. Divergênciadentro do TJAL. Jurisprudência lotérica.

O NCPC caminha para o prestígio às posições consolidadas, a fim de evitar decisõescontrárias entre órgãos jurisdicionais para fatos idênticos.

É o modelo da common law se fortalecendo no direito Brasileiro.

Indicações da importância da uniformização de jurisprudência

Novo CPCArt. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegrae coerente.

Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:

I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado deconstitucionalidade;

II - os enunciados de súmula vinculante;

III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandasrepetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos;

IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucionale do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional;

V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados.

Antes se valorizava apenas as decisões dos Tribunais Superiores. Com o NCPC, ospróprios Tribunais Estaduais e os TRFs passam a vincular as decisões dos juízes.

Hoje, o RI do TJAL disciplina essa matéria da seguinte forma:

Competência: Plenário.

Art. 255. A uniformização de jurisprudência, nos termos da legislaçãoprocessual e deste Regimento, pode resultar de um dos seguintesprocedimentos:

I - incidente de uniformização de jurisprudência;

II - deslocamento de competência para julgamento de recurso;

III - pedido autônomo de edição de súmula.

Parágrafo único. Em qualquer caso será ouvida a Procuradoria-Geralde Justiça, no prazo de 15 (quinze) dias.

Art. 256. No incidente de uniformização de jurisprudência,reconhecida a divergência pela Câmara, será lavrado o acórdão esobrestado o julgamento do feito, que deve ser remetido ao Plenário,para designação da sessão de julgamento.

O CPC estabelece o seguinte:

Art. 479. O julgamento, tomado pelo voto da maioria absoluta dos membros queintegram o tribunal.

Porém, a LOMAN estabelece o seguinte:

§ 3º - A cada uma das Seções caberá processar e julgar:

c) a uniformização da jurisprudência, quando ocorrer divergência na interpretação dodireito entre as Turmas que a integram;

§ 1º Somente serão admitidas para aferição da divergência, asdecisões do Tribunal já transitadas em julgado.

§ 2º Da decisão em que se admitir a instauração dos incidentes nãocaberá recurso, salvo embargos de declaração.

§ 3º A Câmara poderá determinar a suspensão da tramitação de todosos processos, nos quais o julgamento do incidente possa ter influência,cumprindo ao Presidente do respectivo órgão fazer a devidacomunicação aos demais julgadores.

Distribuição:

Art. 257. O relator do incidente de uniformização dejurisprudência será, preferencialmente, o mesmo do acórdão quereconheceu a existência da divergência, ainda que não ocupe maiso órgão julgador fracionário, desde que integre a SeçãoEspecializada Cível.

§ 1º Não sendo possível, será relator outro desembargador que tenhaparticipado do julgamento que reconheceu a divergência.

Do Deslocamento de Competência para Fins de Prevenção ouComposição de Divergência

O CPC/73 estabelece o seguinte:

Art. 555. § 1o Ocorrendo relevante questão de direito, que faça conveniente prevenir oucompor divergência entre câmaras ou turmas do tribunal, poderá o relator propor sejao recurso julgado pelo órgão colegiado que o regimento indicar; reconhecendo ointeresse público na assunção de competência, esse órgão colegiado julgará orecurso.

Modifica-se o órgão julgador (permanecendo o mesmo Relator).

Competência: Plenário.

Art. 263. Compete ao Plenário o julgamento de recurso em que orelator houver proposto a modificação da competência, para finsde prevenir ou compor divergência entre Câmaras, nos termos doCódigo de Processo Civil.

§ 1º O recurso poderá ser remetido ao Plenário mediante decisãomonocrática do relator, não cabendo recurso contra a mesma, salvoembargos de declaração.

§ 2º Qualquer desembargador poderá propor, durante o julgamentopela Câmara ou Seção Especializada, que haja o deslocamento dacompetência.

§ 3º Acolhida a proposta, será o recurso enviado para apreciação peloPlenário, independentemente da lavratura de acórdão.

Art. 264. No julgamento do deslocamento de competência, o TribunalPleno reunir-se-á com o quórum mínimo de dois terços de seusmembros, cabendo-lhe a apreciação do recurso, em toda sua extensão.

O Novo CPC estabelece de forma semelhante:

DO INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA

Art. 947. É admissível a assunção de competência quando o julgamento de recurso, deremessa necessária ou de processo de competência originária envolver relevante questãode direito, com grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos.

§ 1o Ocorrendo a hipótese de assunção de competência, o relator proporá, de ofício ou arequerimento da parte, do Ministério Público ou da Defensoria Pública, que seja orecurso, a remessa necessária ou o processo de competência originária julgado peloórgão colegiado que o regimento indicar.

§ 2o O órgão colegiado julgará o recurso, a remessa necessária ou o processo decompetência originária se reconhecer interesse público na assunção de competência.

§ 3o O acórdão proferido em assunção de competência vinculará todos os juízes eórgãos fracionários, exceto se houver revisão de tese.

§ 4o Aplica-se o disposto neste artigo quando ocorrer relevante questão de direito arespeito da qual seja conveniente a prevenção ou a composição de divergência entrecâmaras ou turmas do tribunal.

DOS RECURSOS PARA O TRIBUNAL DE JUSTIÇADa Apelação

Art. 277. Não haverá revisor nos recursos de apelação na execuçãofiscal, nas demais hipóteses estabelecidas em lei, bem como nos feitosem que a matéria discutida for predominantemente de direito.

A LEI PERMITE QUE O REGIMENTO FAÇA ISSO (ART. 35 6.830/80). CPC art.551, § 3º (rito sumário, despejo, indeferimento de inicial), ECA art. 198 (infância ejuventude), Lei Complementar 76/1993 art. 13, § 2º (desapropriação para fins dereforma agrária – competência federal ), Lei 12.016/2009, art. 20, § 1º (apelação emmandado de segurança).

A LOMAN ESTABELECE O SEGUINTE:Art. 90 - O Regulamento Interno disporá sobre as áreas de especialização do TribunalFederal de Recursos e o número de Turmas especializadas de cada uma das Seções bemassim sobre a forma de distribuição dos processos.

§ 1º - Com finalidade de abreviar o julgamento, o Regimento Interno poderá tambémprever casos em que será dispensada a remessa do feito ao revisor, desde que o recursoverse matéria predominantemente de direito.

Entendimento do STJ:“PROCESSUAL CIVIL. APELAÇÃO. DISPENSA DO revisor. MATÉRIAPREDOMINANTEMENTE DE DIREITO. EXISTÊNCIA DE PREVISÃOREGIMENTAL. PRECEDENTES. VIOLAÇÃO AO ART. 535 DO CPC.INEXISTÊNCIA. PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL. MATÉRIA CONSTITUCIONAL.

AUSÊNCIA DE INDICAÇÃO DE DISPOSITIVO DE LEI FEDERAL VIOLADO.RECURSO ESPECIAL PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESSA PARTE,DESPROVIDO.”(REsp 1187491/RJ, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI,PRIMEIRA TURMA, julgado em 09/11/2010, DJe 18/11/2010)

“PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. APELAÇÃO. DISPENSA DErevisor NO JULGAMENTO DE APELAÇÃO. EXISTÊNCIA DE MATÉRIA FÁTICOPROBATÓRIA. ARTIGO 551 DO CPC. NULIDADE ABSOLUTA.CONFIGURAÇÃO.I. O posicionamento desta Corte é no sentido de que havendo previsão no RegimentoInterno do Tribunal, é possível a dispensa do revisor da apelação desde que a matériadiscutida nos autos seja eminentemente de direito.II. No caso dos autos, contudo, a atuação do revisor torna-se imprescindível, nãoincidindo a exceção apontada, porquanto existe matéria fático probatória que necessitade aprofundamento, o que não acontece quando se trata de matéria de direito.III. Recurso Especial conhecido e provido.” (REsp 775.381/SP, Rel. Ministro SIDNEIBENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 15/12/2009, DJe 04/02/2010)

Parágrafo único. Caso o órgão julgador, pela deliberação da maioriade seus membros, entenda que a apelação apresentada para julgamentosem revisor não envolve matéria predominantemente de direito,poderá determinar a retirada de pauta do recurso, com a remessa dosautos ao correspondente revisor.

O Novo CPC acaba com a revisão.

Do Agravo de Instrumento

Art. 278. No julgamento do agravo de instrumento não haverárevisor, sendo vedada a sustentação oral.

O Novo CPC muda tudo isso, na medida em que passa a admitir sustentação oral:

Art. 937. Na sessão de julgamento, depois da exposição da causa pelo relator, opresidente dará a palavra, sucessivamente, ao recorrente, ao recorrido e, nos casos desua intervenção, ao membro do Ministério Público, pelo prazo improrrogável de 15(quinze) minutos para cada um, a fim de sustentarem suas razões, nas seguinteshipóteses, nos termos da parte final do caput do art. 1.021:

VIII - no agravo de instrumento interposto contra decisões interlocutórias queversem sobre tutelas provisórias de urgência ou da evidência;

Art. 279. Proferida decisão liminar concedendo o pedido de urgência,deverá a mesma ser imediatamente comunicada ao juízo de primeirograu, independentemente de publicação da decisão.

Art. 280. O relator, ao solicitar informações ao magistrado de primeirograu, poderá indicar aspectos específicos da demanda que reputa

relevante ter conhecimento para o julgamento do recurso.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – CÍVEL E PENAL

Art. 283. Os embargos de declaração serão dirigidos ao relator doacórdão, que os apresentará em mesa para julgamento na primeirasessão, independentemente de revisão, sendo desnecessária a inclusãoem pauta, desde que julgados na sessão subsequente ao seuajuizamento.

Da mesma forma que os embargos de declaração devem ser julgados em mesa, oscódigos processuais estabelecem o momento em que devem ser julgados – a sessãosubsequente ao ajuizamento. Assim, somente se mostra necessária a inclusão napauta quando o julgamento ocorrer após o prazo estabelecido pela legislaçãoprocessual, sendo certo que tal providência não trará prejuízo para as partes.

Corroborando esse entendimento, o Novo CPC passa a estabelecer o seguinte:

Art. 1.024. O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias.

§ 1o Nos tribunais, o relator apresentará os embargos em mesa na sessãosubsequente, proferindo voto, e, não havendo julgamento nessa sessão, será orecurso incluído em pauta automaticamente.

Art. 284. Ajuizado recurso de embargos de declaração contra decisãomonocrática, poderá este ser julgado pelo relator.

§ 1º Quando ajuizado embargos declaratórios contra decisãocolegiada, somente o órgão poderá julgar o recurso.

§ 2º Deixando o relator da decisão ou Acórdão embargados de atuarno feito, caberá ao novo relator o julgamento do recurso, ainda quenão tenha participado do julgamento atacado.

Dos Embargos Infringentes

Cabimento: CPC Art. 530. Cabem embargos infringentes quando o acórdão nãounânime houver reformado, em grau de apelação, a sentença de mérito, ou houverjulgado procedente ação rescisória. Se o desacordo for parcial, os embargos serãorestritos à matéria objeto da divergência.

Desse conceito, já é possível perceber quais os requisitos para seu cabimento:1) Acórdão não unânime (julgamento por maioria).2) Apelação ou ação rescisória.3) Reforma da decisão atacada (apelação) ou julgamento procedente da ação

(rescisória) – Deve ter havido o julgamento do mérito da ação pelo Tribunal.

Sempre exige que haja a reforma de uma decisão anterior.

Na apelação, fica o juiz e mais um Desembargador de um lado, e os outros doisdesembargadores de outro. Por isso se justifica um novo julgamento.

Ex: Sentença que julga procedente ação de indenização por danos morais. Se oTribunal, por maioria, entender que a sentença deve ser modificada, ficará 2 x 2 (Juiz e1 Des x 2 Des). Por isso, cabem embargos infringentes.

É também um recurso de fundamentação vinculada, uma vez que seu objeto é restritopara a matéria que foi objeto da divergência entre os Desembargadores. O voto vencidoé o limite dos embargos infringentes (se não houver a apresentação do votovencido, a discordância é geral)

Competência: Seção Especializada Cível ou Plenário

Art. 42. Respeitado o disposto nas Constituições Federal e Estadual, enas normas infraconstitucionais de regência, compete ao TribunalPleno:

IX - Processar e julgar, originariamente:

n) os embargos infringentes que forem opostos, quando couber, àsdecisões da Câmara Criminal, da Seção Especializada Cível e doPlenário;

Art. 46. Compete à Seção Especializada Cível processar e julgar:

I - os embargos infringentes opostos aos acórdãos das Câmaras Cíveis;

Art. 286. Opostos os embargos infringentes, estes serão cadastrados,cabendo à correspondente secretaria, independentemente dedespacho, abrir vista ao recorrido para contrarrazões, no prazolegal; após, o relator do acórdão embargado apreciará aadmissibilidade do recurso.

CPC - Art. 531. Interpostos os embargos, abrir-se-á vista ao recorrido para contra-razões; após, o relator do acórdão embargado apreciará a admissibilidade do recurso.

§ 1º Da decisão monocrática que inadmitir os embargos infringentescaberá recurso de agravo, a ser apreciado na primeira sessão seguintepela Seção Especializada Cível.

O art. 532 do CPC estabelece o seguinte:Art. 532. Da decisão que não admitir os embargos caberá agravo, em 5 (cinco) dias,para o órgão competente para o julgamento do recurso.

Como é a Especializada que fará a última admissibilidade, a esta caberá a competênciapara julgar mencionado agravo. É o que ensina Marinoni (Processo de Conhecimento,vol. II, 10ª ed. Pág. 555) e Freitas Câmara (Vol. II, 17ª ed. p. 106)

Ressalte-se que nas hipóteses de competência do Plenário, o agravo regimentaldeve ser julgado por esse órgão.

Art. 287. Certificada nos autos a impossibilidade de apresentação dovoto vencido, proferido no julgamento que resultou no acórdãoembargado, os embargos infringentes devem compreender atotalidade da decisão, por desacordo geral.

Art. 288. Os embargos infringentes independem de preparo.

Distribuição:Art. 289. Admitidos os embargos infringentes, serão os autosremetidos ao órgão competente para sorteio de novo relator.

O CPC/73 atribui ao Regimento Interno a competência de disciplinar o rito:

CPC/73 Art. 533. Admitidos os embargos, serão processados e julgados conformedispuser o regimento do tribunal.

§ 1º A escolha do relator recairá, quando possível, em julgadorque não haja participado do julgamento anterior.

É o que estabelece o CPC/73:

Art. 534. Caso a norma regimental determine a escolha de novo relator, esta recairá, sepossível, em juiz que não haja participado do julgamento anterior.

§ 2º Não sendo possível o cumprimento do disposto no parágrafoimediatamente anterior, excluir-se-ão da distribuição aquelesjulgadores que tenham participado do julgamento anterior comorelator ou revisor.

O NCPC extingue os embargos infringentes. Mas cria algo muito pior (técnica deampliação de julgamento). Veja-se o que é criado:

Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento teráprosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, queserão convocados nos termos previamente definidos no regimento interno, emnúmero suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial,assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suasrazões perante os novos julgadores.

§ 1o Sendo possível, o prosseguimento do julgamento dar-se-á na mesma sessão,colhendo-se os votos de outros julgadores que porventura componham o órgãocolegiado.

§ 2o Os julgadores que já tiverem votado poderão rever seus votos por ocasião doprosseguimento do julgamento.

§ 3o A técnica de julgamento prevista neste artigo aplica-se, igualmente, ao julgamentonão unânime proferido em:

I - ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença, devendo, nesse caso,seu prosseguimento ocorrer em órgão de maior composição previsto no regimentointerno;

II - agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar parcialmente omérito.

Na verdade, não há sequer como chamar esse instituto de recurso, pois ele não évoluntário, e sim automático, ou seja, será aplicado mesmo sem qualquer manifestaçãodas partes.

Qual a ideia desse dispositivo? Que a divergência seja valorizada, de modo que o votovencido seja apreciado por outros desembargadores. Aqueles que defendem odispositivo alegam que uma decisão por maioria não teria em si a característica dejustiça.

Assim, sempre que, nos órgãos fracionados, um deles apresentar voto divergente,deverá haver a necessidade de convocação de 2 desembargadores de outros órgãosfracionados. Repita-se: esse procedimento ocorrerá sempre que houver um votodivergente proferido em agravo de instrumento ou ação rescisória que reformar adecisão de primeiro grau. No caso de apelação, basta que o julgamento seja nãounânime, ainda que confirme a sentença.

Ou seja, haverá uma convocação diária de outros desembargadores que, além deatuarem nos órgãos de que fazem parte, terão também que participar dos julgamentosnos outros órgãos.

Certamente, para evitar todo esse transtorno e essa multiplicação de convocações, oDesembargador que entender de forma diversa irá expor sua posição pessoal de que nãoconcorda com o entendimento da maioria, mas a acompanhará para manter a viabilidadefuncional do Tribunal. Com isso, deixará de existir a divergência, passando a existirapenas a ressalva do entendimento pessoal.

Esse dispositivo não constava no projeto original apresentado no Senado, mas foiincluído pelo Senador Relator e mantido durante a tramitação na Câmara dosDeputados. Retornando o Projeto do NCPC ao Senado, o instituto foi retirado, sendoque na votação final, foi novamente incluído, sob o argumento de que caberia àPresidência da República vetar o dispositivo.

De fato, a AJUFE, a AMB e a ANAMATRA enviaram documento requerendo o vetopresidencial a esse art. 942 do NCPC.

Mesmo assim, não houve o veto ao dispositivo, e, por enquanto, ele está no NCPC.

Certamente, será ainda objeto de inúmeras análises e muito mais críticas do que elogios,já que na prática, haverá uma maior demora no julgamento da demanda, na medida emque será realizada a suspensão do julgamento para uma nova análise por parte de outrosmagistrados do Tribunal.

Dos Agravos Internos ou Regimentais

Prazo: a legislação atual estabelece 5 dias. O Novo CPC estabelece 15 dias.

Distribuição:Art. 114. O recurso de agravo regimental terá como relator odesembargador que houver proferido a decisão agravada, salvo se nãofor mais o relator do feito.

Inclusão em pauta: em regra, não há. Porém, haverá na seguinte hipótese:

Art. 125. Independem de pauta:

VII - o julgamento do agravo interno, salvo quando apresentadocontra decisão que nega seguimento ou dá provimento a recurso, queexige a inclusão na pauta de julgamento.

O Novo CPC passa a exigir a inclusão em pauta:

Art. 1.021 § 2o O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado paramanifestar-se sobre o recurso no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual, nãohavendo retratação, o relator levá-lo-á a julgamento pelo órgão colegiado, com inclusãoem pauta.

Sustentação oral: em regra não há. Porém, haverá na seguinte hipótese:

Art. 158. Não haverá sustentação oral no julgamento de agravo deinstrumento, embargos declaratórios, arguição de suspeição, arguiçãode impedimento, reexame necessário, conflito de competência,desaforamento e no agravo regimental, salvo, neste último caso,quando ajuizado contra decisão que nega seguimento ou dáprovimento a recurso em que haja direito à sustentação oral.

Justifica-se a sustentação oral no agravo regimental ajuizado contra decisão que negaseguimento ou dá provimento ao recurso de apelação, uma vez que é a oportunidade emque o recurso será apreciado pelo colegiado, e se não houvesse a decisão monocrática,seria possível a sustentação oral.

O Novo CPC cria hipóteses em que caberá sustentação oral:

Art. 937 § 3o Nos processos de competência originária previstos no inciso VI (na açãorescisória, no mandado de segurança e na reclamação), caberá sustentação oral noagravo interno interposto contra decisão de relator que o extinga.

Ademais, o Novo CPC cria a seguinte vedação:

Art. 1.021 § 3o É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos dadecisão agravada para julgar improcedente o agravo interno.

Dos Recursos Criminais

Art. 303. Julgada a apelação criminal relativa a réu preso, a Secretaria docorrespondente órgão julgador comunicará a decisão ao juízo originário.

Parágrafo único. Não se conhecendo da apelação criminal e sendo determinado o seuprocessamento como recurso em sentido estrito, o relator determinará a baixa dos autosà instância inferior para que, no prazo de dez dias, o correspondente magistrado sustenteou reforme a decisão recorrida.

DAS COMISSÕES

Art. 326. O Tribunal contará com as seguintes comissõespermanentes:

I - Comissão de Organização e Atualização Regimental;

II - Comissão de Jurisprudência;

III - Comissão de Orçamento, Planejamento e Finanças;

§ 1º As comissões, permanentes ou não, atuarão no âmbito de suasatribuições, segundo suas denominações, e emitirão parecer, antes dadeliberação pelo Plenário, na matéria administrativa de sua alçada.

Das Emendas ao Regimento

Art. 328. A qualquer desembargador é facultada a apresentação deemendas ao Regimento Interno do Tribunal de Justiça.

§1º As propostas serão apresentadas por escrito à Presidência doTribunal de Justiça e, após parecer da Comissão Permanente deOrganização e Atualização Regimental, serão distribuídas, em cópia, atodos os desembargadores, com apreciação na segunda sessão plenáriasubsequente a mencionada distribuição.

§ 2º Considerar-se-ão aprovadas as propostas de emendas queobtiverem o voto favorável da maioria absoluta do Tribunal.

§ 3º As emendas aprovadas serão datadas e numeradas em ordemconsecutiva, acrescentado-se ao número de ordem e deste, separadospor uma barra, os dois dígitos finais do ano respectivo, e entrarão emvigor na data de sua publicação no Diário da Justiça Eletrônico – DJe,salvo disposição em contrário.

Da Interpretação Regimental

Art. 329. Compete a qualquer desembargador, componente dasCâmaras Isoladas ou da Seção Especializada Cível, antes de proferir ovoto, solicitar o pronunciamento prévio do Tribunal Pleno:

I - quando houver divergência quanto à interpretação e à aplicação danorma regimental;

II - em caso de ausência de previsão normativa interna acerca dedeterminada matéria.

§ 1º Em qualquer das situações elencadas nos incisos imediatamenteanteriores, constará prévio parecer escrito da Comissão Permanente deOrganização e Atualização Regimental, sobre a matéria discutida.

§ 2º O quórum de deliberação sobre a matéria tratada neste artigo seráde maioria absoluta.

§ 3º O feito restará suspenso, até que se aprecie a questão levantada.

§ 4º O julgamento proferido nesses casos terá efeito vinculante emrelação a todos os órgãos julgadores do Tribunal.

§ 5º Se o Tribunal entender conveniente baixará ato interpretativo.