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1 ® Brasiliano INTERISK Brumadinho: Miopia na Gestão de Riscos por parte da Administração Brumadinho: Miopia na Gestão de Riscos por parte da Administração Prof. Dr. Antonio Celso Ribeiro Brasiliano, CIGR,CRMA,CES,DEA,DSE,MBS

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1® Brasiliano INTERISK

Brumadinho: Miopia na Gestão de Riscos por parte da AdministraçãoBrumadinho: Miopia na

Gestão de Riscos por parte da AdministraçãoProf. Dr. Antonio Celso Ribeiro Brasiliano, CIGR,CRMA,CES,DEA,DSE,MBS

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Brumadinho: Miopia na Gestão de Riscos por parte da Administração

A Vale, uma das grandes empresas brasileiras e uma das referências mundiais em mineração, não conseguiu evitar uma catástrofe na sua operação.

A miopia de seus administradores e de seus gestores levaram a perdas de vidas humanas e a impactos ambientais massivos.

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SUMÁRIO

Introdução ....................................................................................................... 4

Estrutura da Vale e as Melhores Práticas ........................................................ 5

Técnica de Construção da Barragem de Rejeitos: alteamento a montante ou jusante? ................................................................ 21

Análise de Risco .............................................................................................. 26

Consequências para a Vale .............................................................................. 39

Pontos de Reflexão ......................................................................................... 41

Gerenciamento de Riscos ................................................................................ 44

Sobre o Autor .................................................................................................. 46

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Introdução

Quando a Barragem de 88 metros de altura, com um reservatório de 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos rompeu em Brumadinho – MG, perto das 13 horas, no dia 25 de janeiro de 2019, simplesmente engolfou tudo pela frente, como se fosse de papelão. Incluiu todo o conjunto de edificações administrativas da própria Vale, incluindo o refeitório, repleto de funcionários. O mar de lama caminhou ainda pelas comunidades vizinhas, destruindo casas e uma pousada pelo seu caminho. Foi algo aterrorizante.

Seu Presidente, Fabio Schvartsman, não tinha explicações para fornecer, pois simplesmente ainda não acreditava no acontecido. Os maiores questionamentos foram em relação à Mariana, pois como que a Vale não aprendeu nada com um desastre de alta magnitude depois de 3 anos e 3 meses? Erros de gestão? Negligência? Descaso? Incompetência? Complacência? Perguntas que devem ser respondidas nas investigações!

Neste meu artigo irei focar alguns pontos, que possuo conhecimento, visando fazer com que nós, gestores de riscos possamos fazer uma reflexão sobre o acontecido. Na minha opinião, como em qualquer grande desastre, o rompimento de uma barragem, nunca tem um único motivo, além de dar contínuos avisos de que algo não está bem.

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ESTRUTURA DA VALE E AS MELHORES PRÁTICAS

Estrutura da Vale – Conselho de Administração – Comitê de Governança, Conformidade e Riscos

A Vale é uma sociedade anônima regida por um Estatuto e pelas disposições legais que lhe forem aplicáveis. Ingressou no denominado Novo Mercado, da B3 S.A. – Brasil, Bolsa, Balcão (“B3”), onde está sujeita seus acionistas, controladores, administradores e membros do Conselho Fiscal às disposições do Regulamento de Listagem do Novo Mercado da B3 (“Regulamento do Novo Mercado”).

O Artigo 14o, capítulo IV – Administração, Subseção III – Atribuições, de seu estatuto, descreve nos itens:

XIII - deliberar sobre as políticas de riscos corporativos e financeiras da sociedade propostas pela Diretoria Executiva;

XIX - deliberar sobre as políticas e o plano anual de auditoria interna da sociedade, propostos por seu responsável, bem como tomar conhecimento dos seus relatórios e determinar a adoção de medidas necessárias;

Na Seção II, Dos Comitês, artigo 15o, O Conselho de Administração contará, em caráter permanente, com 05 (cinco) comitês de assessoramento, a seguir

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denominados: Comitê de Pessoas, Comitê de Governança, Conformidade e Risco, Comitê Financeiro, Comitê de Auditoria e Comitê de Sustentabilidade.

Ou seja, o CA possui um Comitês específico de Governança, Conformidade e Riscos, onde sua missão é assessorar o Conselho de Administração, inclusive no acompanhamento das atividades da sociedade, a fim de conferir maior eficiência e qualidade às suas decisões. Os membros do comitê de GCR deverão ter notória experiência e capacidade técnica em relação às matérias objeto de responsabilidade do comitê em que participam e estarão sujeitos aos mesmos deveres e responsabilidades legais dos administradores (artigos 14o e 15o). A composição é responsabilidade do CA (artigo 18o)

Portanto o Conselho de Administração não pode alegar desconhecimento sobre a matéria de Riscos, além do próprio comitê de GCR possuir um Regimento Interno que dita sua missão, atribuição, remuneração, gestão, reuniões, responsabilidades e deveres, avaliação e mudança do regimento.

No Capítulo IV, Atribuições, possui como foco:

...

(iv) monitorar a adequação, fortalecimento e funcionamento de todos os sistemas de controles internos da Vale e propor melhorias;

(v) monitorar o escopo de atuação e efetividade das áreas responsáveis por governança corporativa, conformidade, integridade corporativa, gestão de riscos e controles da Vale e propor melhorias;

(vi) apoiar o Conselho de Administração na definição do limite de exposição a riscos da Sociedade;

(vii) avaliar os procedimentos adotados pela Sociedade quanto à efetividade dos processos e controles para identificar, avaliar, monitorar e gerenciar riscos;

(viii) monitorar o mapa integrado de risco da Vale, bem como propor melhorias nos planos de mitigação;

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Fica claro que a Vale possui estrutura de Governança e fiscalização para verificar se o processo de Gestão de Riscos está sendo executado de forma correta e com a efetividade necessária.

No entanto, não foi encontrado no site da Vale o Regimento Interno do Comitê de Auditoria para verificar suas atribuições e funções, específicas de riscos corporativos.

Na minha opinião e seguindo as melhores práticas de mercado, o Comitê de GCR não possui legitimidade para realizar pareceres oficiais para o Conselho de Administração. Quem tem essa legitimidade é o Comitê de Auditoria que é os olhos do Conselho de Administração. O Comitê de Auditoria possui independência total de verificar a eficácia do processo de gestão de riscos, controles internos, conformidade e governança. É de suma importância este elo com o Conselho de Administração, pois a auditoria interna não deve focar apenas nos controles financeiros, mas focar nos riscos inerentes críticos e se estes possuem controles suficientes para suportar os processos.

A auditoria checa se há riscos operacionais com consequências estratégicas, do tipo do rompimento da barragem. Verifica se o plano de manutenção e inspeção estão sendo seguidos. Por exemplo: as auditorias contratadas pela Vale para realizar as inspeções são contratadas de forma criteriosa? Os pareceres são elaborados observando a prevenção e mitigação de riscos? Ou somente cumprem a legislação? A equipe de auditores, consultores sofrem “pressão” da área operacional para evitar não conformidades? A auditoria está considerando todos os riscos envolvidos? Os processos Geotécnicos são gerenciados pela Lei de Murphy? A independência da auditoria interna tem que ser total para que possa ter uma atitude proativa, uma atitude firme, fortalecendo os princípios da Governança, Riscos e Conformidade – GRC.

Embora o Conselho de Administração da Vale, tenha o assessoramento do Comitê de Governança, Conformidade e Riscos, há a necessidade do canal de comunicação com a Auditoria Interna e seu respectivo Comitê. Hoje eu enxergo que há muita discussão técnica e talvez pouca efetividade nas ações cobradas pela auditoria, na minha percepção!

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CVM

A Vale é obrigada a preencher um formulário padrão para a Bolsa de Valores de São Paulo, onde neste documento, que se encontra abaixo, afirma que há avaliação de riscos e monitoramento do mapa integrado por parte do conselho de administração.

A Vale afirma para a CVM, através do formulário preenchido abaixo, que possui controles e riscos monitorados, que existe um processo efetivo e eficaz de gerenciamento de riscos. O rompimento da barragem desta forma não pode ser considerado um acidente, mas sim um grave erro de grande magnitude. Tem de ser apuradas responsabilidades técnicas e de gestão, pois, na minha visão houve crime, além de complacência e negligência.

Fonte: Site da Vale, acessado em 05 de março de 2019

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Relatório de Sustentabilidade – 2017

No Relatório da Vale de 2017, último que tivemos acesso no site da Vale em 05 de março de 2019, possui as seguintes informações que considero pertinentes:

Organograma

No organograma ao acima, página 23 do Relatório de Sustentabilidade 2017, não pudemos identificar a área de riscos corporativos, como gerência ou diretoria de riscos ligada diretamente ao Diretor ou Presidente.

Se a área de riscos corporativos estiver ligada a uma das diretorias listadas no organograma, área operacional e/ou administrativa, que possui departamentos com processos, a gestão de riscos perde a liberdade de ação, perde a

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independência, o que fere as melhores práticas, entre elas o Modelo de Governança das Três Linhas de Defesa. Nela há a sugestão de possuir uma diretoria de Riscos ou Gerência de Riscos Corporativos ligada diretamente ao Diretor Presidente, evitando interferências. Para haver Governança tem que haver segregação de função. Se a área de riscos estiver debaixo de alguma área administrativa e/ou operacional corre o risco realizar suas avaliações de forma não independente, ficando sempre na dependência da aprovação do diretor da área o aval do seu relatório. Isto gera miopia para a alta gestão. Portanto deveria haver uma área de riscos corporativos que integrasse todas as disciplinas de riscos da Vale, incluindo os riscos geotécnicos, visando dar ao Conselho de Administração e ao Diretor Presidente uma visão holística e estratégica dos riscos realmente impactantes. Neste caso a área de riscos corporativos utilizaria ferramentas mais avançadas do tipo Matriz de Impactos Cruzados para saber a motricidade dos riscos e não só a Matriz de Riscos. Há a necessidade da Vale implantar a Inteligência em Riscos Corporativos – IRC.

Gestão de Barragens e Resíduos Minerais

Nas páginas 66, 67 e 69 do Relatório de Sustentabilidade 2017, descreve o processo que gerencia as Barragens de Resíduos, afirmando que a Vale segue os padrões internacionais, tais como Comitê Internacional de Grandes Barragens – ICOLD e a Associação de Mineração do Canadá – MAC. Escreve que possui um Sistema Integrado de Gestão de Riscos em Estruturas Geotécnicas, baseadas em três pilares: pessoas, processos e tecnologia.

“Em Processos, os procedimentos são organizados em: Gestão de Segurança, Gestão de Riscos e Gestão de Emergência, em todo o ciclo de vida da estrutura, desde sua concepção, implantação, operação, manutenção e monitoramento, considerando em todas estas fases o prognóstico dos riscos e o estado de prontidão no caso de uma eventual emergência.”

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Fonte: Relatório de Sustentabilidade 2017 - Vale (página 66)

Na minha visão o plano de emergência que a Vale possuía, no caso da Mina de Feijão I, não era de Emergência e sim um “atestado de óbito”. Pois não havia qualquer tipo de ação de mitigação a se fazer com as pessoas em caso de materialização do rompimento total da barragem. A onda de rejeitos atingiria o refeitório e área administrativa em um minuto. Com esse tempo, ficaria impossível retirar as pessoas do refeitório e área administrativa. A única ação seria mudar o local dessas instalações para outro local seguro. Como esta ação não aconteceu, a administração assumiu o risco. Na minha interpretação, houve dolo eventual, pois sabiam do risco que as pessoas estavam expostas, caso houvesse a materialização. Como houve o rompimento, nada pode ser feito!

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Fonte: Relatório de Sustentabilidade 2017 - Vale (página 67)

“No pilar Sistemas de Informação, a área de Ferrosos possui dois sistemas que suportam os geotécnicos com informações para a tomada de decisão de forma rápida e efetiva. Um deles é o Geotec, que armazena os dados de monitoramento e manutenção das estruturas. O outro é o GRG (Gestão de Riscos Geotécnicos), que armazena informações técnicas das estruturas, o Plano de Segurança de Barragens e as informações sobre as análises de risco.”

Estes sistemas não alertaram a tempo e não emitiram sinais de que algo estava fora do padrão. Poderia ter um Painel de Monitoramento automático com os principais indicadores, visando melhor visualização.

As auditorias externas juntamente não funcionaram muito bem, pois com uma catástrofe desta magnitude, algo deve ter saído fora dos eixos.

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Fonte: Relatório de Sustentabilidade 2017 - Vale (página 69)

Outro ponto diz respeito às Zonas de Autossalvamento, que os avisos não foram eficazes e as ações imediatas não funcionaram. Estas Zonas são responsabilidade da Vale. Deveria haver um Plano específico do que fazer, como fazer, com quais recursos e quem fazer. Isto não aconteceu, infelizmente.

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Gestão de Riscos Corporativos

Na página 118 do Relatório de Sustentabilidade 2017, há a descrição da área de Riscos Corporativos, que pelo meu entendimento, minha interpretação, não há uma integração com todas as disciplinas de riscos da Vale. Não há interconectividade entre riscos, nem a Inteligência em Riscos Corporativos - IRC. Como descreve no relatório é realizado por “cluster”, ou seja, áreas segregadas. Esta visão cria miopia, principalmente com uma empresa do tamanho da Vale.

A pedido do Conselho de Administração da Vale o processo de Gestão de Riscos está passando por uma revisão.

Mesmo assim carece que funcione nos moldes da área bancária, Riscos Integrados, independentes da disciplina. Inclusive nos Bancos só existe um único CRO para toda instituição. Antigamente era um CRO para cada disciplina de riscos. Basileia unificou o processo, visando obter melhores resultados.

Fonte: Relatório de Sustentabilidade 2017 - Vale (página 118)

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Sudbery Alerts

A Vale montou um processo de comunicação, no Canadá, de emergência, para a comunidade onde tem 5 minas. Todo processo é automatizado, via telefone. Está no Relatório de Sustentabilidade 2017, páginas 127 e 128. Ideia excelente para operacionalizar no Brasil, principalmente pelos custos projetados.

Pergunta: Qual o motivo de não ter feito um piloto em áreas tão críticas como a de Minas Gerais, Brasil?

Fonte: Case de Sucesso no Canadá, Sistema de Aviso de Emergência Automático. Relatório de Sustentabilidade 2017 - Vale (página 127 e 128)

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Melhores Práticas – Três Linhas de Defesa

Visando não alongar, vou citar somente o Modelo das Três Linhas de Defesa que abarca toda a alta gestão, como também o COSO ERM 2017 inclui o Conselho de Administração como supervisor de riscos. Considero o Modelo das Três Linhas de Defesa estratégicos para a Vale, principalmente no que concerne a integração dos riscos sob um único Framework e o estudo da interconectividade entre eles. Sugestão inclusive do Fórum Mundial. Não se utiliza mais somente a Matriz de Riscos, onde temos como resultado a criticidade, mas também a Matriz de Interconectividade – o que um risco influencia em outro – Matriz de Impactos Cruzados – MIC, gerando a motricidade dos riscos. Se cruzar a criticidade com a Motricidade teremos a Matriz de Priorização, que revelará para a alta gestão da Vale os riscos realmente críticos e impactantes.

Uma das ferramentas adequadas a Governança Corporativa, lançada em 21 de setembro de 2010 pela FERMA - Federação das Associações Europeias de Gestão de Riscos e pelo ECIIA – Confederação Europeia do Instituto de Auditoria Interna, é a Orientação sobre a 8ª Diretriz Jurídica Europeia da Empresa (Art. 41), que recomenda a implementação operacional para monitorar a auditoria, controle interno, sistema de gestão de risco e conformidade com eficácia. O objetivo do documento foi o de auxiliar a gestão sênior na implementação da gestão de riscos, controle interno, compliance e auditoria interna e as relações com a diretoria executiva e conselho.

O documento estabelece claramente as responsabilidades entre as áreas e suas relações. O conselho de administração é responsável pela fiscalização e supervisão da gestão de riscos da empresa e pelo Framework de controle. Todos na empresa desempenham uma função na gestão eficaz de riscos, mas a responsabilidade primária para a gestão e o controle dos riscos é delegada ao nível de gestão adequado dentro da empresa. Ou seja, o processo é descentralizado e o dono do processo é o dono do risco.

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O Diretor Presidente possui a responsabilidade final perante o conselho de administração para a gestão de riscos e o Framework de controles internos. Para cumprir essas tarefas eficientemente, eles buscam se assegurar de várias fontes dentro da organização. O modelo abaixo é o original publicado.

De acordo com o modelo apresentado, o conselho de administração e o diretor executivo, em nome da alta administração, são responsáveis pela supervisão e monitoramento dos processos de gestão de riscos e, para assumir de forma efetiva essas atribuições, eles necessitam de resultados provenientes das várias áreas envolvidas com este assunto.

Esse modelo ganhou rapidamente um reconhecimento mundial por parte das organizações e das entidades que representam as funções de gerenciamento de riscos e controles e, a partir de 2013, passou a ser divulgado através de uma Declaração de Posicionamento do IIA – The Institute of Internal Auditors, inclusive no Brasil.

O modelo das Três Linhas de Defesa é uma forma simples e eficaz de melhorar a comunicação do gerenciamento de riscos e controle por meio do esclarecimento dos papéis e responsabilidades essenciais. O modelo apresenta um novo ponto de vista sobre as operações, ajudando a garantir o sucesso contínuo das iniciativas de gerenciamento de riscos, e é aplicável a qualquer organização - não importando seu tamanho ou complexidade.

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No modelo de Três Linhas de Defesa temos as seguintes responsabilidades:

1. O controle da gerência é a primeira linha de defesa no gerenciamento de riscos;

2. As diversas funções de estabelecer políticas, processos, controle de riscos e supervisão de conformidade são da gerência de riscos - segunda linha de defesa, além de integrar todas as disciplinas de riscos em uma única Matriz de Riscos;

3. A avaliação independente, a avaliação do processo de gestão de riscos, a eficácia da conformidade, governança, a eficácia dos controles críticos que suportam os riscos inerentes críticos, é da terceira de defesa – Auditoria Interna. Esta se reporta diretamente com o comitê de auditoria e este com o Conselho de Administração.

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A Segunda Linha, deve realizar a integração das informações de riscos e controles, levando os riscos e controles considerados relevantes para a presidência. A partir daí o Conselho de Administração terá uma visão holística dos riscos da empresa.

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Matriz de Impacto Cruzados – Teorema de Bayes

Matriz de Interconectividade – Motricidade

Utilização de ferramentas para enxergar a motrocidade dos riscos:

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A auditoria é peça chave para o processo ser auditado de forma independente.

Seguindo o IPPF Guide 2120, a auditoria consegue realizar a Auditoria Baseada em Riscos. Desta forma torna-se muito mais eficaz no seu trabalho, pois foca nos controles e riscos considerados críticos, auxiliando o Conselho de Administração na tomada de decisão.

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TÉCNICA DE CONSTRUÇÃO DA BARRAGEM DE REJEITOS: ALTEAMENTO A MONTANTE OU JUSANTE?

Pesquisa realizada na Escola Politécnica da USP – SP, através de um simulador oferece um parâmetro de acidentes para barragem de rejeitos. Uma barragem de rejeitos é um dique de contenção de entulhos e detritos, em sua maioria contaminados, provenientes dos processos de extração de minérios.

O modelo simula o alteamento de barragens e é compreensível por todos que trabalham no local. Construído a partir de barragens reais, o protótipo é resultado de uma pesquisa realizada pelo engenheiro Fernando Ivan Vásquez Arnez, do Departamento de Engenharia de Minas e de Petróleo, coordenada pelo professor Soares. De acordo com o docente, o lado da montante é onde ficam os rejeitos e a água, e o lado da jusante é a parede oposta, onde fica a terra seca e compactada.

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Cerca de 71,1% dos casos de acidentes em barragens de rejeitos têm como principais causas a liquefação e o piping, causando mortes, impactos ambientais de grandes proporções e prejuízos para as mineradoras. A liquefação acontece quando um sedimento sólido passa a se comportar como se fosse um líquido devido a um aumento de pressão no solo, causando deslizamentos de terra semelhantes a uma avalanche. Já o piping é a passagem de água com partículas por um solo com erosão subterrânea, originando assim a formação de canais dentro da massa de solo.

O estudo, baseado em uma análise estatística de 45 casos de acidentes ocorridos em todo o mundo, revela que esses imprevistos são causados pela infiltração de líquidos no maciço da barragem que não são controlados pela mineradora, seja durante a construção, no funcionamento da barragem ou na fase de abandono. O problema se agrava porque a maior parte das barragens de rejeitos é construída pelo método de alteamento para montante, ou seja, quando a barragem é aumentada colocando-se novos diques de contenção sobre os rejeitos já existentes no lado da montante. Esse método apresenta sérios problemas relacionados aos aspectos construtivos e de segurança.

No método de alteamento para montante, os diques de contenção são feitos sobre os rejeitos não compactados. Fonte: Adaptado da Escola Politécnica (Poli) - USP

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Segundo Arnez, o autor da pesquisa, as barragens com alteamento a montante, além de serem de baixo custo, possibilitam maior capacidade de armazenamento de rejeitos. “No entanto, há poucas especificações técnicas relacionadas a este tipo de estruturas”, diz.

Para controlar os riscos de liquefação ou piping, as mineradoras costumam colocar medidores de pressão d’água (piezômetros) ou lançar corantes na lagoa da barragem durante o alteamento. Outras usam softwares que simulam o comportamento da barragem, mas os dados apresentados geralmente só são compreendidos pelos técnicos mais capacitados. “Ou seja, nem sempre os funcionários que trabalham na barragem têm parâmetros e conhecimentos técnico-científicos para detectar indícios de risco iminente. Em muitos casos, o problema é detectado tarde demais para evitar uma tragédia”, ressalta Arnez.

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Fica claro que o processo de construção de Barragem por Alteamento a Montante é Inseguro. Abaixo temos uma tabela de vantagens e desvantagens.

Método de Montante Método de Jusante

Mét

odo

Con

stru

tivo

• Método mais antigo, e o mais empregado;

• Construção de dique inicial e os diques do alteamento periféricos com material de empréstimo, estéreis da lavra ou com underflow de ciclonagem;

• Lançamento a partir crista por ciclonagem ou spigost.

• Construção de dique inicial impermeável e barragem de pé;

• Separação dos rejeitos na crista do dique por meio de hidrociclones;

• Dreno interno e impermeabilização a montante.

Vant

agen

s

• Menor custo;

• Maior velocidade de alteamento;

• Utilizado em lugares onde há limitante de área.

• Maior segurança (menor probabilidade de ruptura);

• Superfície de ruptura passando em zona resistente e compactada;

• Maior controle do nível freático;

• Compactação de todo o corpo da barragem;

• Pode-se misturar os estéreis da lavra

Des

vant

agen

s

• Difícil controle do nível freático;

• A superfície de ruptura passa pelo material de baixa resistência;

• Difícil construção de sistema de drenagem eficiente;

• Susceptibilidade de liquefação;

• Possibilidade de piping

• Custo mais elevado;

• Necessidades de grandes quantidades de underflow (problemas nas 1as etapas);

• Ocupa maior área;

• Deslocamento do talude de jusante (proteção superficial só no final da construção).

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Só para termos uma ideia em termos matemáticos, embora eu não seja fã, a World Information Service on Energy informou que desde 2011 até 2018, sem levar em consideração Brumadinho, tivemos a seguinte quantidade de acidentes com barragens de alteamento a montante no mundo:

ANO NÚMERO DE ACIDENTES

2011 2

2012 3

2013 2

2014 4

2015 2

2016 3

2017 3

2018 4

TOTAL DE ACIDENTES 23

MÉDIA DE ACIDENTES ANO 3,28

DESVIO PADRÃO 0,8

COEFICIENTE VARIAÇÃO POSITIVO 96,52%

Temos uma média de 3,38 acidentes ao ano, com desvio padrão de 0,8, para cima ou para baixo e chance da média de manter, se nada for feito, com coeficiente de variação positivo de 96,52%.

Isto quer dizer que a probabilidade de termos 3 acidentes por ano no mundo, com mortes, é muito alta para este tipo de barragem de rejeito. Totalmente inseguro.

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Países com maior número de acidentes na década, segundo a World Information Service on Energy: 2010 - 2019

PAÍS NÚMERO DE ACIDENTES

BRASIL 04

CANADÁ 04

CHINA 03

ESTADOS UNIDOS 03

Fica claro que no Brasil, em termos de legislação tem que haver uma radicalização em proibir as barragens com alteamento a montante. Mesmo as que estão sendo desativadas. As empresas devem ser obrigadas a desconstruir e paralisar suas atividades, evitando desta forma maiores catástrofes.

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ANÁLISE DE RISCO

A legislação da DMPN, segue a linha da ANA e da ANAEEL para a avaliação de riscos. A Portaria da DNPM número 70.389 de 17 de maio de 2017, é a última que substituiu as portarias 143 de 2012 e a 523 de 2013. Classifica os riscos, levando em consideração dois macros critérios:

• Categoria do Risco

• Dano potencial associado.

Utiliza uma Matriz 3 x 3 com cinco categorias conforme abaixo:

DANO POTENCIAL ASSOCIADO

CATEGORIA DE RISCO ALTO MÉDIO BAIXO

ALTO A B C

MÉDIA B C D

BAIXO C D E

Considero um erro, uma Matriz com nove “gomos” possuir cinco níveis de criticidade. Deveria ter no máximo três níveis. Se a DNPM optar por cinco níveis deveria ter uma Matriz 5 x 5. Seria mais lógico e adequado.

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Monitoramento

Art. 7º. O empreendedor é obrigado a implementar sistema de monitoramento de segurança de barragem em até 24 meses após a data de início da vigência desta Portaria.

§ 1º O nível de complexidade do sistema de monitoramento dependerá da classificação em DPA da barragem de mineração.

§ 2º Para as barragens de mineração classificadas com DPA alto, existência de população a jusante com pontuação 10 e características técnicas com método construtivo contendo pontuação 10, o empreendedor é obrigado a manter o monitoramento com acompanhamento em tempo integral adequado à complexidade da estrutura, sendo de sua responsabilidade a definição da tecnologia, dos instrumentos e dos processos de monitoramento. Este é o caso da Barragem da Mina de Feijão I, pois construção com alteamento a montante já ranqueia nota 10.

§ 3º As informações advindas do sistema de monitoramento, devem estar disponíveis para as equipes ou sistemas das Defesas Civis estaduais e federais e do DNPM, sendo que para as barragens de mineração com DPA alto, estas devem manter vídeo-monitoramento 24 horas por dia de sua estrutura devendo esta ser armazenada pelo empreendedor pelo prazo mínimo de noventa dias.

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Segundo o artigo 15o da Portaria 70.389 de 17 de maio de 2017 do DMPN – Departamento Nacional de Produção Mineral, as inspeções seguem a seguinte periodicidade:

Art. 16. A periodicidade máxima da Revisão Periódica de Segurança de Barragem, RPSB será definida em função da DPA - Dano Potencial Associado, sendo:

I. DPA alto: a cada 3 (três) anos;

II. DPA médio: a cada 5 (cinco) anos; e

III. DPA baixo: a cada 7 (sete) anos.

§ 1° Sempre que ocorrerem modificações estruturais, como alteamentos ou modificações na classificação dos rejeitos depositados na barragem de mineração de acordo com a NBR ABNT nº 10.004, no prazo de seis meses contados da conclusão da modificação, o empreendedor ficará obrigado a executar e concluir nova RPSB.

§ 2° Para o caso de barragens de mineração alteadas continuamente, independente do DPA, a RPSB será executada a cada dois anos ou a cada 10 metros alteados, prevalecendo o que ocorrer antes, com prazo máximo de seis meses para a conclusão da citada Revisão.

§ 3° No caso de retomada de Barragens de Mineração por processo de reaproveitamento de rejeitos, o empreendedor deverá executar previamente a RPSB, sob pena de interdição imediata da estrutura.

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A Categoria do Risco possui três critérios, segundo a Matriz de Classificação:

QUADRO 2 - Matriz de Classificação quanto à categoria de Risco (resíduos e rejeitos)1.1 - Características Técnicas - CT

Altura (a) Comprimento (b) Vazão de Projeto (c)

Método Construtivo (d) Auscultação (e)

altura < 15m (0)

comprimento < 50m (0)

CMP (cheia máxima provável) ou decamilenar

(0)

Etapa única (0)

Existe instrumentação

de acordo com o projeto técnico (0)

15m < altura < 30m (1)

50m < comprimento < 200m (1)

Milenar (2)

Alteamento a jusante

(2)

Existe instrumentação desacordo com

o projeto, porém em processo de

instalação de instrumentos

para adequação ao projeto (6)

30m < altura < 60m (4)

200m < comprimento < 600m (2)

TR = 500 anos (5)

Alteamento por linha de centro

(5)

Existe instrumentação desacordo com o projeto sem processo de instalação de instrumentos

para adequação ao projeto (6)

altura > 60m (7)

comprimento > 600m (3)

TR inferior a 500 anos ou

desconhecida / estudo não

confiável (10)

Alteamento a montante ou desconhecido

ou que já tenha sido alteada a montante ao

longo do clclo de vida da

estrutura (10)

Barragem não instrumentada em desacordo

com o projeto (8)

CT = ∑ (a até e)

Podemos verificar que o método construtivo a montante leva a pontuação máxima, o que demonstra sua insegurança.

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QUADRO 3 - Matriz de Classificação quanto à categoria de Risco (resíduos e rejeitos)1.2 - Estado de Conservação - EC

Confiabilidade das Estruturas Extravasoras

(f)Percolação (g) Deformidades e

Recalque (h)Deterioração dos

Taludes / Paramentos (1)

Estruturas civis bem mantidas e em operação

normal / barragem sem necessidade de

estruturas extravasoras (0)

Percolação totalmente controlada pelo sistema

de drenagem (0)

Não existem deformações e recalques

com potencial de comprometimento da segurança da estrutura

(0)

Não existe deterioração de taludes e paramentos

(0)

Estruturas com problemas identificados e medidas corretivas em

implantação (3)

Umidade ou surgência nas áreas de jusante,

paramentos, taludes e ombreiras estáveis e

monitorados (3)

Existência de trincas e abatimentos com

medidas corretivas em implantação (2)

Falhas na proteção dos taludes e paramentos, presença de vegetação

arbustiva (2)

Estruturas com problemas identificados e sem implantação das medidas corretivas em

necessárias (6)

Umidade ou surgência nas áreas de jusante, paramentos, taludes

e ombreiras sem implantação das medidas corretivas necessárias (6)

Existência de trincas e abatimentos sem

implantação das medidas corretivas em necessárias

(6)

Erosões superficiais, ferragem exposta,

presença de vegetação arbórea, sem

implantação das medidas corretivas necessárias (6)

Estruturas com problemas identificados,

com redução de capacidade vertente e sem medidas corretivas

(10)

Surgência nas áreas de jusante com carreamento

de material ou com vazão crescente ou

infiltração do material contido, com potencial

de comprometimento da segurança da estrutura

(10)

Existência de trincas, abatimentos ou

escorregamentos, com potencial de

comprometimento da segurança da estrutura

(10)

Depressões acentuadas nos taludes,

escorregamentos, sulcos profundos de erosão,

com potencial de comprometimento da segurança da estrutura

(10)

EC = ∑ (f até i)

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QUADRO 4 - Matriz de Classificação quanto à categoria de Risco (resíduos e rejeitos)1.3 - Plano de Segurança da Barragem - OS

Documentação de Projeto (j)

Estrutura Organizacional e Qualificação dos Profissionais na

equipe de Segurança da Barragem (k)

Manuais de Procedimentos para Inspeções de Segurança e

Monitoramento (l)

Plano de Ação Emergencial PAE

(quando exigido pelo órgão fiscalizador)

(m)

Relatórios de inspeção e

monitoramento da instrumentação e de Análise de Segurança

(n)

Projeto executivo e “como construído” (0)

Possui unidade administrativa

com profissional técnico qualificado responsável pela

segurança da barragem (0)

Possui manuais de procedimentos

para inspeção, monitoramento e

operação (0)

Possui PAE (0)

Emite regularmente relatórios de inspeção

e monitoramento com base na

instrumentação e de Análise de Segurança

(0)

Projeto executivo e “como construído” (2)

Possui profissional técnico qualificado

(próprio ou contratado)

responsável pela segurança da barragem (1)

Possui apenas manual de procedimento de monitoramento (2)

Não possui PAE (não é exigido pelo órgão

fiscalizador) (2)

Emite regularmente apenas relatórios de

Análise de Segurança (2)

Projeto “como está” (3)

Possui unidade administrativa

sem profissional técnico qualificado responsável pela

segurança da barragem (3)

Possui apenas manual de procedimento de

inspeção (4)

PAE em elaboração (4)

Emite regularmente apenas relatórios

de inspeção e monitoramento (4)

Projeto básico (5)

Não possui unidade administrativa e

responsável técnico qualificado pela

segurança da barragem (6)

Não possui manuais ou procedimentos

formais para monitoramentos e

inspeções (8)

Não possui PAE (quando for

exigido pelo órgão fiscalizador) (8)

Emite regularmente apenas relatórios de inspeção visual (6)

Projeto Conceitual (8) - - -

Não emite regularmente

relatórios de inspeção e monitoramento e de Análise de Segurança (8)

Não há documentação de

projeto (10)- - - -

PS = ∑ (j até n)

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No meu ponto de vista falta o critério da frequência de acidentes e fazer média ponderada para ser mais assertivo. Por exemplo:

• Características Técnicas – Peso 5

• Estado de Conservação – Peso 4

• Frequência – Peso 4

• Plano de Segurança da Barragem – Peso 3

Total seria somado multiplicado pelos pesos e dividido por 16

Dano Potencial Associado:

QUADRO 5 - Classificação quanto ao Dano Potencial Associado - DPA (Resíduos e Rejeitos)

Volume total do Reservatório (a)

Existência de população a jusante (b) Impacto Ambiental (c) Impacto sócio econômico

(d)

Muito pequeno < =

500 mil m3 (1)

INEXISTENTE (não existem pessoas permanentes /

residentes ou temporárias / transitando na área afetada a jusante da barragem) (0)

INSIGNIFICANTE (área afetada a jusante da

barragem encontra-se totalmente descaracterizada de suas condições naturais

e a estrutura armazena apenas resíduos Classe II B = Inertes, segundo a NBR

10.004 da ABNT) (0)

INEXISTENTE (não existem quaisquer instalações na área afetada a jusante da

barragem) (0)

Pequeno 500 mil a 5 milhões m3 (2)

POUCO FREQUENTE (não existem pessoas ocupando

permanentemente a área afetada a jusante

da barragem, mas existe estrada vicinal de uso local)

(3)

POUCO SIGNIFICATIVO (área afetada a jusante da barragem não apresenta

área de interesse ambiental relevante ou áreas

protegidas em legislação específica, excluídas APPs e armazena apenas resíduos

Classe II B = Inertes, segundo a NBR 10.004 da

ABNT) (2)

BAIXO (existe pequena concentração de

instalações residenciais, agrícolas, industriais ou de infraestrutura de relevância sócio econômico cultural na

área afetada a jusante da barragem) (1)

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QUADRO 5 - Classificação quanto ao Dano Potencial Associado - DPA (Resíduos e Rejeitos)

Volume total do Reservatório (a)

Existência de população a jusante (b) Impacto Ambiental (c) Impacto sócio econômico

(d)

Médio 5 milhões a 25 milhões m3 (3)

FREQUENTE (não existem pessoas ocupando

permanentemente a área afetada a jusante

da barragem, mas existe rodovia municipal ou estadual ou federal ou outro local e/ou

empreendimento de permanência eventual de pessoas que poderão ser

atingidas) (5)

SIGNIFICATIVO (área afetada a jusante da

barragem apresenta área de interesse ambiental

relevante ou áreas protegidas em legislação

específica, excluídas APPs e armazena apenas resíduos

Classe II B = Inertes, segundo a NBR 10.004 da

ABNT) (6)

MÉDIO (existe moderada concentração de

instalações residenciais, agrícolas, industriais ou de infraestrutura de relevância sócio econômico cultural na

área afetada a jusante da barragem) (1)

Grande 25 milhões a 50

milhões m3 (4)

EXISTENTE (existem pessoas ocupando

permanentemente a área afetada a jusante da barragem, portanto vidas

humanas poderão ser atingidas) (10)

MUITO SIGNIFICATIVO (barragem armazena

rejeitos ou resíduos sólidos, classificados na Classe II A = Não Inertes, segundo a NBR 10.004 da ABNT) (8)

ALTO (existe alta concentração de

instalações residenciais, agrícolas, industriais ou de infra-estrutura de relevância sócio econômico cultutal na

área afetada a jusante da barragem) (5)

Muito grande > = 50 milhões m3 (5)

-

MUITO SIGNIFICATIVO AGRAVADO (barragem

armazena rejeitos ou resíduos sólidos,

classificados na Classe I = Perigosos segundo a NBR

10.004 da ABNT) (10)

-

EC = ∑ (f até i)

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Tabelas para calcular a:

NOME DA BARRAGEM:

DATA DA CLASSIFICAÇÃO E ENQUADRAMENTO

1 CATEGORIA DE RISCO (CRI) PONTOS

1.1 Características Técnicas (CT)

1.2 Estado de Conservação (EC)

1.3 Plano de Segurança de Barragens (PS)

PONTUAÇÃO TOTAL (CRI) = CT + EC + PS

CLASSIFICAÇÃO DE RISCO

FAIX

AS

DE

CLA

SSIF

ICA

ÇÃ

O CATEGORIA DE RISCO CRI

ALTO >= 65 OU EC* = 10 (*)

MÉDIO 37 < CRI < 65

BAIXO <= 37

(*) Pontuação (10) em qualquer coluna de Estado de Conservação (EC) implica automaticamente CATEGORIA DE RISCO ALTA e a necessidade providências imediatas pelo responsável da barragem.

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NOME DO EMPREENDEDOR:

CLASSIFICAÇÃO PARA BARRAGENS DE MINERAÇÃO

2 DANO POTENCIAL ASSOCIADO (DPA) PONTOS

2.1 Volume total do reservatório

2.2 Existência de população a jusante

2.3 Impacto ambiental

2.4 Impacto sócio econômico

PONTUAÇÃO TOTAL (DPA)

CLASSIFICAÇÃO DE DANO

FAIX

AS

DE

CLA

SSIF

ICA

ÇÃ

O DANO POTENCIAL ASSOCIADO DPA

ALTO >= 30

MÉDIO 7 < DPA < 13

BAIXO <= 7

MATRIZ DE CLASSIFICAÇÃO

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O risco de Brumadinho no atual critério da Vale, deu como resultado a probabilidade baixa e DPA alto, classificado na categoria C.

DANO POTENCIAL ASSOCIADO

CATEGORIA DE RISCO ALTO MÉDIO BAIXO

ALTO A B C

MÉDIA B C D

BAIXO C D E

Na nossa ótica, seguindo as mesmas premissas, ainda sem levar em consideração a frequência e a média ponderada, chegamos a uma probabilidade de 68, que pela tabela é considerada Alta, > = 65.

Neste caso a Barragem da Mina de Feijão I – Brumadinho, subiria do nível C para o nível A.

DANO POTENCIAL ASSOCIADO

CATEGORIA DE RISCO ALTO MÉDIO BAIXO

ALTO A B C

MÉDIA B C D

BAIXO C D E

Isto significa que a atenção deveria ser redobrada e o nível de alerta poderia ir para o Nível 2, o que já colocaria a população e os colaboradores em prontidão, incluindo não frequentar as instalações perto da barragem.

Portanto, no meu ponto de vista, houve uma sub avaliação do risco, não levando em consideração o fator de liquefação, que é altamente volátil. Esta volatidade causa instabilidade emergente na barragem. Não tem como este risco ser considerado baixo, mesmo sendo monitorado diariamente, pois a instabilidade pode ser um processo que pode ter início a qualquer momento pelo fator liquefação.

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CONSEQUÊNCIAS PARA A VALE

As principais consequências negativas para a Vale, não na ordem cronológica, foram:

1. Desgaste de sua imagem nacional e internacional;

2. Ações da Vale que despencaram, perdendo cerca de R$ 72,8 bilhões,

3. Embora com a troca da presidência já tenha havido uma pequena reação;

4. Impacto negativo na economia de Minas Gerais;

5. Bloqueio na justiça de R$ 11 bilhões, cerca de 45% do seu caixa;

6. Pedido de afastamento do Diretor Presidente da Vale e de mais 13 executivos, a pedido da força tarefa que realiza as investigações além de executivos da Vale presos para averiguações;

7. Desgaste com o público interno, stress para levantar a moral dos colaboradores;

8. Perda do grau de Investimento perante agências de Classificação de riscos;

9. MPF recomendou ao DNPM que só aprove apenas barragens com alteamento a jusante. As barragens com alteamento a montante serão desativadas até 2021;

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10. Indenizações e acordos bilaterais na região;

11. Pedido da força-tarefa que o presidente e mais oito executivos não entrem nas edificações da Vale e nem troquem informações com os empregados durante as investigações;

12. Desgaste com população local, em função da imagem – não presença no local do acidente – sentem-se desamparados. A Vale, na opinião da população local passa a sensação que não suporta dar apoio diante da magnitude do evento.

Estas 12 consequências são, no meu ponto de vista, as que marcarão de forma inconteste a Vale por anos, em função deste terrível acidente, pelas mortes ocorridas, corpos não achados, pelo sofrimento, bens perdidos e os desacertos no caminhar dos fatos.

Infelizmente é uma realidade.

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Conclusão

Não cabe a mim julgar, muito pelo contrário, tenho amigos na Vale e sei o sofrimento que estão passando. Ninguém queria que isto acontecesse.

Mas como somos profissionais do risco, temos que refletir, pensar e tentar responder as seguintes perguntas, ressalto que todas as respostas são da minha reflexão e opinião:

1. Daria para evitar a tragédia de Brumadinho, com a magnitude de todas as as mortes? Sim daria, através de ações operacionais, alocando para locais seguro todas as instalações que foram atingidas da Vale. Quanto a comunidade, a chamada Zona de Alto Salvamento – ZAS – áreas com até 10 km ou 30 mimutos para a chegada da onda de rejeito, ações de aviso automático, como sirenes com acionamento automático, rotas de fuga, pontos de encontro sinalizada, sinergia e integração entre a Defesa Civil, Integração do PAE da Vale com os Planos de Contingência dos Municípios atingidos;

2. Teria condições de ter dado uma resposta mais efetiva? Sim, através de equipes integradas com outras unidades da Vale, incluindo Carajás, integração com as Unidades da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros. Sabemos que as prefeituras, defesas civis. Sabemos que tanto as empresas e seus executivos como os órgãos públicos dão pouca importância para a operacionalização e treinamento dos Planos de Contingência dos Municípios, integrados com os PAE das empresas. Sabemos também que grande parte dos executivos negam o risco, o que tem como consequência complacência

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com Planos de Emergêngia, Contingência e de Continuidade de Negócios, incluindo os treinamentos e as Simulações;

3. Faltaram Recursos? Sim, principalmente pela descrença, faltou planejamento e integração dos Planos de Contingência dos Municípiios e os PAE da Vale;

4. O Plano Operacional funcionou? Não, não funciounou. Houve uma paralisia em função das mortes de seus funcionários. Não houve uma reação rápida por parte de outras unidades da Vale em suportar a crise de Brumadinho;

5. As Três Linhas de Defesa, tão falada, de fato, funcionou? Ao que parece e visto “ na diagonal”, não funcionou. Não houve integração e independência, além da inexistência área de riscos corporativos para integrar as inúmeras disciplinas de riscos da Vale;

6. A auditoria interna realizou seu papel de fiscalizador, de forma independente e incisivo? Não podemos afirmar, mas pelo visto a auditoria interna não possui esta função, o que considero um erro;

7. A Diretoria e o Diretor Presidente sabiam da problemática de Usina de Rejeitos de Brumadinho? Sim, pelo que saiu noticiado nas inúmeras mídias, com os colaboradores da Vale e os consultores que foram detidos, comentaram em depoimentos que o assunto da Usina foi debatido, discutido e divulgado internamente sobre a problemática da barragem. Mas nada foi realizado de concreto;

8. O Conselho de Administração sabia da problemática? Discutiram o problema e consequências? Deveria saber através do Diretor Presidente, cruzando a informação com o comitê de auditoria e do comitê de GRC. Se não sabia houve omissão de informação, o que configura um grave desvio de conduta e delito;

9. Houve crime? Sim, tivemos alguns crimes que foram cometidos, incluindo ambientais mas o principal crime, no meu ponto de vista foi o de dolo eventual, pela morte das pessoas, pois a administração assumiu o risco;

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10. Há falta de fiscalização e legislação no Brasil? Na minha opinião não, não há necessidade de mais fiscalização e mais legislação. As que temos são boas. O que falta? Falta maturidade das empresas, seus executivos e administradores – Conselho de Administração. Tem que haver um tempo de dedicação para tratar de assuntos críticos e importantes. Devem saber questionar uma Matriz de Riscos. Na minha vivência como consultor de riscos há mais de 30 anos afirmo que nosso nível de maturidade empresarial ainda é baixo. A negação persiste. Por esta razão as empresas devem ser responsabilizadas de forma direta, pela suas ações e consequências. Neste caso seus administradores e executivos, vindo desde o Conselho de Administração, Presidente, Diretoria, Gerências, técnicos, Supervisores e Coordenadores devem ser punidos civil e criminalmente. A lei deve servir de contra peso para dar exemplo.

É doloroso e muito difícil fazer este exame, mas torna-se necessário. Só quem já passou por situações de crise sabe, eu já passei algumas, sabe que na hora o que vale é ter muita imaginação e flexibilidade, mas também é importante possuir um norte – seu guia de emergência ou contingência. Na hora não pensamos, temos que agir e rápido, pois vidas dependem desta velocidade.

Os executivos da alta gestão que não souberem gerenciar riscos estarão fadados ao fracasso, pois neste século XXI, o que mais enxergamos é a volatilidade e incerteza dos contextos empresariais.

Claro que estou em uma posição privilegiada. Estou de camarote. Muito mais fácil para mim do que para quem está, neste momento sob a pressão da sociedade e da mídia.

Desejo sucesso nesta dura caminhada!

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Gerenciamento de Riscos

O Software INTERISK interage diretamente e em conjunto com os serviços de consultoria (desta forma o cliente recebe toda a assessoria técnica conceitual para personalizar o INTERISK), com uma relação custo versus benefício extremamente atrativa. Além de integrar todas as informações de todas as disciplinas de riscos da sua empresa, facilitando e agilizando o trabalho dos profissionais das 2ª e 3ª linhas de defesa.

É um software que atende as áreas relacionadas a Governança, Riscos e Compliance, automatizando e facilitando o trabalho de profissionais atuantes em Gestão de Riscos, Controles Internos, Prevenção de Perdas, auditores, etc.

Sua comercialização é feita por locação, mensal, e sua plataforma é acessada em nuvem, com armazenamento seguro.

Módulo GRC – Gestão de Riscos Corporativos

O módulo de GRC fornece o máximo de precisão para os Gestores de Riscos Corporativos uma vez que fica fácil saber quais são os Riscos Críticos para seu negócio e seus respectivos fatores e controles.

Além de quanto cada risco desses pode influenciar em outro, assim sabemos com mais clareza quais riscos necessitam de prioridade de tratamento.

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INTERISK faz o cálculo integrando os dados cadastrados e nos mostra quais são esses riscos em matrizes dinâmicas com filtros!

Em cada empresa existem inúmeras disciplinas de riscos que se diferenciam entre si e exigem diferentes ferramentas e métricas para cada uma. Trabalhar em cima dessas disciplinas não é uma tarefa fácil caso você não utilize algum software que integre elas e tenha as ferramentas necessárias. Uma vez que planilhas estão desatualizadas, é inadmissível para uma empresa insistir em SAP.

Identificação de Processos Críticos - BIA

Identificação dos Fatores de Riscos

Plano de Ação

Matriz de Riscos Inerentes

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Sobre o Autor

Prof. Dr. Antonio Celso Ribeiro Brasiliano, CIGR,CRMA,CES,DEA,DSE,MBS

É Presidente da Brasiliano INTERISK e idealizador do Software - Inteligência em Riscos Corporativos INTERISK;

Profissional com experiência nacional e internacional, com mais de 30 anos de mercado, nas áreas de governança, riscos, compliance, auditoria, controles internos e segurança corporativa, com vivência nos países: Portugal, Cabo Verde, Angola, Moçambique, Uruguai, Argentina, Paraguai, Colômbia, México;

Doutor em Science et Ingénierie de L’Information et de L’Intelligence Stratégique – UNIVERSITÉ PARIS – EST ( Marne- La- Vallée) – Paris – França;

Master Degree - Diplome D´Etudes Approfondies (DEA) en Information Scientifique et Technique Veille Technologique –UNIVERSITÉ TOULON – Toulon - França;

Especializado em: Inteligência Competitiva pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ; Gestión da Seguridad Empresarial Internacional pela Universidad Pontifícia Comillas de Madrid – Espanha; Planejamento Empresarial pela Fundação Getulio Vargas - SP; Elaboração de Currículos pelo Centro de Estudos de Pessoal do Exército – CEP – Exército Brasileiro;

Bacharel em: Ciências Militares, graduado pela Academia Militar das Agulhas Negras e em Administração de Empresas, graduado pela Universidade Mackenzie;

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Certificações em: Gestión de Riesgos – CIGR pela CEAS Espanha; Risk Management Assurance – CRMA pelo IIA Global (Institute of Internal Auditors); Especialista em Segurança Empresarial – CES pela Associação Brasileira de Segurança Orgânica;

Autor de 16 livros versando sobre Governança, Compliance, Gestão e Análise de Riscos, entre os mais recentes :

Inteligência em Riscos: Gestão Integrada em Riscos, com a inclusão do COSO ERM 2017 e ISO 31000: 2018 – Método Brasiliano; Mundo VICA – Volátil, Incerto, Complexo, Ambíguo. Estamos Preparados?

Professor Convidado: do IPT da USP do Programa de Mestrado; da Fundação Dom Cabral para Cursos de Governança e Gestão de Riscos; Atual Coordenador Técnico e Professor do MBA - Gestão de Riscos Corporativos em convênio com a Brasiliano INTERISK e Faculdade de Engenharia de São Paulo – FESP;

Membro da Comissão de Estudo Especial de Gestão de Riscos da ABNT/CEE-63 – ISO 31000/31010/31004 – Gestão de Riscos e ISO 22301/22313 Gestão de Continuidade de Negócio – Segurança da Sociedade.

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Sobre a Brasiliano INTERISK

A Brasiliano INTERISK acredita que a diferença neste mercado de extrema

volatilidade e turbulência está na constante inovação de valor. É necessário

quebrarmos paradigmas e buscarmos a diferenciação e a liderança de custos

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É proibida a reprodução desta obra por qualquer meio,em seu todo ou em partes, sem autorização expressa da autora e do editor.

Imagem da Capa, Página 4, Página 44, : Corpo de Bombeiros de Minas Gerais

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