produção sustentável de biocombustíveis · sustentabilidade de biocombustíveis: histórico...
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“MUDANÇAS AMBIENTAIS GLOBAIS E DESENVOLVIMENTO
ECONÔMICO SUSTENTÁVEL”
Produção sustentável de biocombustíveis
Viçosa
18 de Outubro de 2012
Luciane Chiodi Bachion ([email protected])
www.iconebrasil.org.br
Sustentabilidade de biocombustíveis:
histórico Publicação do relatório de Nicolas Stern; mudança climática hot spot
IV relatório IPCC
Biocombustíveis como solução
Biocombustíveis vilões
• Preços das commodities e alimentos (Food vs fuel global)
• Desmatamento direto (com foco em GEE),
• iLUC
Debate intenso
• Queda do preços de commodities;
• iLUC é incorporado nas legislações (EPA; CARB);
• Multiplicação das iniciativas multistakeholder de certificação;
Algumas definições e muitas dúvidas
• Aprovação do etanol de cana-de-açúcar pela EPA e CARB.
• Falta definição na RED (Diretiva Europeia de Energia Renováveis)
• Novos temas relacionados a LUC e água.
• Seleção de iniciativas de certificação
2006
2007
2008
2009
2010
Efeitos induzidos: impactos locais meios de sobrevivência
populações (food vs fuel local,acesso a água), biodiversidade.
2011
Alguns números no Brasil
¤ Matriz energética 47% renovável
¤ 15 milhões de veículos flex-fuel
¤ Cana-de-açúcar :
• 19% da produção primária de energia;
• 4,7% da eletricidade;
• Balanço energético próximo de 9;
• 9 milhões de hectares, 405 usinas;
• Produtividade média de 75-80 t/ha, com potencial teórico de 380
• 2ª maior renda do setor agrícola
Area used for sugarcane for ethanol (4 Mha, 0.5%)
Area used for agriculture (76.7 Mha, 9%)
Rural properties area (355 Mha, 42%)
Total country area (851 Mha, 100%)
Source: Horta Nogueira e Seabra (2008)
Uso da Terra no Brasil 2011
554 milhões/ha de vegetação nativa 107 milhões/ha de Unidades de Conservação 103.5 milhões/ha de Terras Indígenas Regularizadas 274 milhões de/ha de vegetação nativa em propriedades privadas (APPs hídricas e de topo de morro + Reserva Legal) 69.5 remanescentes de vegetação nativa em APPs
60 milhões/ha de área produtiva (grãos, frutas e florestas
plantadas)
38 milhões/ha urbanização e outros usos
198 milhões/ha de pastagens
Fontes: Ministério do Meio Ambiente - MMA; IBGE – PAM (2010) e Censo Agropecuário (2006); INPE – TerraClass; Agricultural Land Use and Expansion Model Brazil - AgLUE-BR (Gerd Sparovek, ESALQ-USP). Notas 1) Os dados de Unidades de Conservação excluem as chamadas Áreas de Proteção Ambiental – APAs; 2) Os dados de APPs consideram vegetação nativa ripária, em topo de morros e encostas; 3) O dado de remanescentes de vegetação nativa inclui terras quilombolas, florestas públicas não regularizadas e outros remanescentes de vegetação nativa.
Dinâmica da produção de cana-de-açúcar
no Brasil
Fonte: INPE-Unicamp, IBGE e CTC. Extraído de Unica
Produtividade (litros por hectare)
0
1.000
2.000
3.000
4.000
5.000
6.000
7.000
Sugar
cane
Brazil
Beet EU Sugar
cane
India
Corn US Cassava
Thailand
Wheat
EU
Source: IEA – International Energy Agency (2005) e MTEC.
Balanço energético de combustíveis fósseis
(estimativas)
Note: Figures represent the amount of energy contained in the listed fuel per unit of fossil fuel input.
Source: Various, compiled by World Watch Institute.
ETHANOL BIODIESEL
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Sugar
Cane
Wheat Sugar
Beets
Corn Palm Oil Waste
vegetable
Oil
Soy Rape
Tempo necessário para anular o débito de
carbono na produção de biocombustíveis
Fonte: Fargione (2008), extraído de Borsari (2009)
Principais regulamentações
EUA
Renewable Fuel
Standard – RFS2
Low Carbon Fuel
Standard/California
136 bilhões de litros em 2022 (36 bilhões de galões)
Diferentes classes de biocombustíveis de acordo com os insumos e a
capacidade de reduzir emissões
Biocombustíveis de celulose, hemi-celulose ou lignica, redução mínima de
60%
Biocombustíveis avançados (cana e biodiesel), redução mínima de 50%
Biocombustíveis renováveis (milho), redução mínima de 20%
União Europeia
European Climate Change Programme – ECCP e EU Emissions Trading
System - EU ETS
Metas 20-20-20: reduzir emissões de GEEs até 2020 em pelo menos 20%
comparado a 1990; 20% do consumo de energia é proveniente de energias
renováveis; reduzir 20% no uso de energia primária via eficiência
energética.
Renewable European Directive
10% dos combustíveis para transportes sejam renováveis em 2020
• reduzir emissões em pelo menos 35% comparada aos combustíveis
fósseis; a partir de 1/01/2017 redução de pelo menos 50%; a partir de
1/01/2018 redução de pelo menos 60%;
• Critérios de sustentabilidade adicionais
Mandato RFS-2 8
0 b
ilh
õe
s d
e lit
ros
56 b
ilh
ões d
e lit
ros
2022
O mandato avançado é de quase 80 bilhões
de litros em 2022, dos quais 60 bilhões
refere-se ao biocombustível celulósico
(redução de GEE de 60%), 4 bilhões ao
diesel de biomassa (-50%) e 15 bilhões para
“outros avançados” (-40%, mínima)
Esse é o mandato básico ou convencional.
Estende-se de 40 bilhões de litros hoje para
57 em 2015, e não deve ser aumentado.
Qualquer tipo de biocombustível pode
preencher essa demanda tendo redução de
GEE de 20% ou já esteja em produção em
2007
RINs são gerados para cada categoria
Valor RINs comercializados (cents/galão)
Fonte: Argus Medea
Emissões calculadas pelo EPA
(500.000)
-
500.000
1.000.000
1.500.000
2.000.000
2.500.000
Sugarcane Ethanol No CBI Marginal Elec
Fuel Production International Land Use Change
International Farm Inputs and Fert N2O Other (fuel and feedstock transport)
Domestic Soil Carbon International Livestock
International Rice Methane Tailpipe
Domestic Rice Methane Domestic Farm Inputs and Fert N2O
Domestic Livestock
- 61%
Cogen
- 17% Pastagens,
safrinhas,
cana como perene
Emissões diretas e indiretas pelo CARB
(LCFS)
Combustível Emissões diretas
Emissões indiretas (GTAP)
Emissões totais
Gasolina (referência) 95.86 0 95, 83
Etanol de milho (condições médias do meio Oeste – EUA)
69,4 30 99,4
Etanol de milho (condições médias da Califórnia) 55,2 30 95,66
Etanol de cana-de-açúcar (condições médias Brasil) 27,4 46 73,4
Etanol de cana-de-açúcar (BR. mecanizado e créditos de eletricidade)
12,4 46 58,4
Etanol de cana-de-açúcar (BR. créditos de eletricidade) 20,4 46 66,4
Fonte: CARB
x
x
x
Formato das árvores de substituição (grãos-pasto-floresta)
Produtividade das áreas novas
Safrinhas
Pastagens
Perene vs anual para estoques de carbono
Avanço da colheita mecanizada
Estoque carbono cana acima do solo
Certificações de sustentabilidade no
âmbito da RED-UE
¤ Bonsucro EU
¤ ISCC
¤ Abengoa RED Bionergy Sustainability Assurance
¤ Greenergy Brazilian Bioethano Verification Programme
¤ Biomass Biofuels Sustainability Voluntary Scheme
¤ Rountable on Sustainable Biofuels
¤ Rountable for Responsible Soy
Hoje 2,04% da superfície global sob cana é certificada Bonsucro. Isso
representa 30,5 milhões de toneladas de cana, 2,2 milhões de
toneladas de açúcar e 1.6 milhões de toneladas de etanol.
Áreas convertidas para de cana (2006 a 2008)
(mil ha e %)
Source: CANASAT/INPE, published in Nassar, A.M., Rudorff, B. F. T., Antoniazzi, L. B., Aguiar, D. A., Bacchi, M. R. P. and Adami, M, 2008. Prospects of the
Sugarcane Expansion in Brazil: Impacts on Direct and Indirect Land Use Changes. In: Sugarcane Ethanol: Contributions to Climate Change Mitigation and
the Environment. Zuurbier, P, Vooren, J (eds). Wageningen: Wageningen Academic Publishers.
Região Centro Sul: Classes de Uso da Terra Convertidos para Cana, 2007 and 2008
(1,000 ha)
Intensificação do pasto
Unidade 1996 2008 Variação
anual
Variação
total no
período
Produção de carne Milhões tons 6,186.9 9,765.4 5.34% 57.8%
Área de Pasto Milhões ha 184,141 180,143 -0.14% -2.17%
Taxa de abate % do rebanho 0.1781 0.2175 2.57% 22.1%
Taxa de lotação Cabeça/ha 0.8596 1.1111 2.69% 29.3%
Peso da carcaça Tons/Cabeça 0.2194 0.2243 0.16% 2.24%
Carne por hectare Tons/ha 0.0336 0.0542 5.49% 61.3%
Fonte: ICONE, extraído de IBGE, UFMG e ICONE
Expansão na amazônia: Moratória da soja
Source: Abiove e Globalsat (www.abiove.com.br).
Bioma Amazônia: Area sob monitoramento entre 2006 e 2008 e tipo de
uso (hectares)
Área total monitorada
157,896 hectares
Fonte: Unica
Área de cana x taxa annual de
desmatamento na Amazônia Legal
Área de cana x desmatamento
Source: IBGE and Prodes
0
1.000
2.000
3.000
4.000
5.000
6.000
7.000
8.000
9.000
10.000
-500
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
3.500
Desmatamento Variação da área de cana Área de cana
1,000 ha 1,000 ha
Vegetação suprimida e remanescente do
Cerrado (2002-2010)
2002 2008 2009 2010
Áreas desmatadas 43,7 47,8 48,22 48,54
Vegetação remanescente 55,7 51,5 51,16 50,84
Corpos d' água 0,62 0,62 0,62 0,62
Vegetação suprimida e remanescente do Cerrado (2002-2010) - tendo
como referência a área total do bioma de 2.039.386 km²
Fonte: http://siscom.ibama.gov.br/monitorabiomas/cerrado/
Accumulated Deforestation
(1,000 hectares)
Source: LAPIG/UFG, PRODES/INPE, SOS Mata Atlântica, MMA
0,0
500,0
1.000,0
1.500,0
2.000,0
2.500,0
3.000,0
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Amazon Savanna Atlantic Forest
Zoneamento agroecológico da cana
Principais determinações:
Proteção de áreas com vegetação
original nativa e proibição do plantio nos
biomas Amazônia, Pantanal e na Bacia do
Alto Paraguai;
Plantio da cana-de-açúcar em áreas
onde o uso da água seja o menor
possível;
Projeto de Lei que orienta o crescimento
do plantio com base na segurança
alimentar e sem prejudicar a produção de
alimentos;
Buscar novos espaços para produção
de cana aproveitando áreas de pastagens
ou aquelas ocupadas pela pecuária.
Que o país não utilize mais de 7,5% de
sua área para o plantio de cana, o que
equivale a 64, 7 milhões de hectares
Conceito Método /
mensuração Dados
Resultados /
implicações
ACV direto
(UE e EUA) Consolidado
Definido/
variável
Incompletos /
pouco
disseminados
Consolida o bioetanol de
cana como melhor opção
disponível
Efeitos indiretos
(RFS2) Definido Definido
Incompletos /
pouco
disseminados
Criação de um mercado
que remunera
externalidades
Efeitos indiretos
(UE) Em discussão Em discussão Em discussão
Pode eliminar o mercado
p maioria biocomb.
Modelos apontam
diferencial da cana
Meios de
sobrevivência, água,
Biodiversidade (UE)
Definido na
RED/ em
definição
Em definição
Uso de
iniciativas de
certificação
Indefinidos.
Coletados em
cada caso
Seleção de certificadores
e produtores Potencial
de replicação fora da UE
Conclusões: Indicadores de
sustentabilidade (visão p/ bioetanol de cana)
Desenvolvimento de ferramentas transversais que permitam avaliar os
indicadores específicos em conjunto; agenda propositiva (e não reativa)
Indicadores ambientais: do campo ao
mercado
0,00
40,00
80,00
120,00
160,00
Eficiência do Uso daTerra (Ano 2000 =
100)
Energia por Unidadede Produto (Ano 2000
= 100)
Emissões de CO2(Ano 2000 = 100)
Perda do Solo (Ano2000 = 100)
1994-1996
2000-2002
2009-2011
Soja
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
Eficiência do Uso daTerra (Ano 2000 = 100)
Energia por Unidade deProduto (Ano 2000 =
100)
Emissões de CO2 (Ano2000 = 100)
Perda do Solo (Ano2000 = 100)
1994-1996
2000-2002
2009-2011
Cana
Aumento da eficiência no período entre 2009-2011, contrário de outras
culturas, que tiveram maior ganho em 2000-02
Adoção da mecanização nos anos mais recentes
Menor uso de fertilizantes, principalmente nitrogênio
Aumento da produtividade
Cana-de-açúcar – economia de baixo
carbono
O etanol e a bioeletrecidade evitaram 10% das emissões totais de energia
do Brasil em 2006. Esse valor atingirá 18% em 2020
Considerando apenas os setores de transporte e eletricidade, as emissões
evitadas atingiram 22% em 2006 e poderão chegar a 43% em 2020
O potencial para novos usos (substituição de outros combustíveis fósseis e
aumento das exportações) pode aumentar consideravelmente essa
participação.