produção orgânica salva vida de ex-plantador de fumo
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·PRODUÇÃO O~GÂNICASALVA·VIDA DE EX-PLANTADOR DE FU'MO
Mas nem. sempre foi assim. Antes ele só Inácio lutou muito para recuperar a terra onde plantava fumoproduzia com uso de agrotóxico, que conheceuatravés de seu pai, Francisco Sales. Inácio plantava fumo para uma grande empresa de fabricação decigarros. Era essa empresa quem financiava a compra do agrotóxico, mas sem nunca se preocupar coma saúde do agricultor, que usava os produtos para espantar as pragas sem usar nenhum tipo de
proteção.
o Agricultor familiar Uoston Luis Sales,conhecido como Inácio, tem 32 anos e moracom sua esposa, Klívia Ferreira, e sua filhinha,Sara, no Sítio Brejo, distante 5 quilômetros domunicípio de Olho D'água do Borges, localizadona região semiárida do Rio Grande do Norte, amais de 300 quilômetros da capital Natal,
Hoje ele trabalha em sua pequena área,plantando hortaliças e fruteiras (Coentro,alface, jerimum, feijão, batata doce, banana,macaxeira, mamão, pimenta de cheiro, manga,cajarana, pimentão e cebolinha), dentro de umsistema orgânico e com adoção de tecnologiasde irrigação localizada.
Inácio mostra o tonel onde fabrica seus próprios defensivos
Inácio disse que ainda se queixa dosproblemas causados pela cultura do fumo:"Sinto o nariz entupindo, falta de fôlego eproblemas no sangue devido ao cheiro doveneno (agrotóxico) que era muito forte. Umdia, precisei fazer uma doa.ção de sangue edescobrir que estava doente e que precisavame tratar. Fiquei preocupado de mais, porquetenho muitos outros amigos que adoeceram ouestão adoecendo como eu", disse Inácio.
Desde 2007, Inácio resolveu deixar de vez aplantação de fumo e também o uso do veneno,porém, quando tentou plantar outra coisa naárea, descobriu que a terra estava desgastadae sem nutrientes. Quando se planta fumo, aárea usada só agüenta no máximo duas
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plantações e isso se for usado um adubo fortee muito produto químico.
Quando o agricultor começou a mudar decultura a terra não suportava e, por ISso, 'asplantas morriam ou não nasciam. Por contadisso, ficou inviável para Inácio manter a
.atividade de produção.
A mudança para Inácio aconteceu a partir docontato com outros agricultores, que fazemparte da Associação dos Feirantes' daAgricultura Familiar de Olho D'água doB'orges (AFAFA). Esse grupo' recebeacompanhamento técnico e capa citação ,para produzirem de forma correta, ou seja,agroecologicamente.
Inácio procurou ajuda técnica na associação localCom isso, Inácio começou a trabalhar pararecuperar a terra que tinha sido destruída pela plantação de fumo e pelo uso de veneno.
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Segundo Inácio, desde então, a sua vida mudou de verdade: "hoje já vejo melhoras, primeiro na minhasaúde, segundo na área. Já posso plantar várias vezes no mesmo lugar, as plantas saem melhores, osolo ficou mais frio e melhorou a qualidade dos produtos. Agora, os clientes não reclamam e,o que euvendo chega a durar uma semana: Só luto agora com produtos agroecológicos, jamais oriento alguém ausar inseticidas na plantação. Ser agroecologicamente correto é melhor para a minha vida, para minhasaúde e 'para a minha terra", disse Inácio. '-
Atualmente, a família de Inácio participa da Feira de Agricultura Familiar de Olho D'água do Borges,comercializando produtos de. rnelhorqualidade e, claro, sem agrotóxico, ajudandoa seus clientes a se alimentarem melhor.
lnácio mostra sua horta já pronta para colher
Realização:
Também leva os seus produtos orgânicospara vender na feira tradicional de Patú,município que fica próximo de Olho D'água doBorges, tendo uma boa aceitação e procurapor. parte da população que está procurandocomprar produtos de primeira qualidade.
Porém, o mais importante na história deInácio é o que ele aprendeu. Primeiro que nãoé preciso usar veneno ou produto químicopara plantar, porque isso acaba com a terra.Segundo, que antes de vender aquilo queplanta, ele precisa garantir que sua casaestará bem abastecida com produtos limpos.que não ponha em risco a saúde sua ou desua família.
Programa Uma Terra e Duas Águaswww.asabrasil.org.br