produÇÃo orgÂnica de tomate em diferentes ambientes de...

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS FACULDADE DE AGRONOMIA ELISEU MACIEL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA PRODUÇÃO ORGÂNICA DE TOMATE EM DIFERENTES AMBIENTES DE CULTIVO EUCLIDES SCHALLENBERGER Tese apresentada à Universidade Federal de Pelotas, sob a orientação do Prof. Dr. Carlos Rogério Mauch, como parte das exigências do Programa de Pós-graduação em Agronomia, área de concentração em Produção Vegetal, para obtenção do titulo de Doutor em Ciências (DS). PELOTAS Rio Grande do Sul Brasil Novembro de 2005

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

FACULDADE DE AGRONOMIA ELISEU MACIEL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

PRODUÇÃO ORGÂNICA DE TOMATE

EM DIFERENTES AMBIENTES DE CULTIVO

EUCLIDES SCHALLENBERGER

Tese apresentada à Universidade Federal de Pelotas, sob a orientação do Prof. Dr. Carlos Rogério Mauch, como parte das exigências do Programa de Pós-graduação em Agronomia, área de concentração em Produção Vegetal, para obtenção do titulo de Doutor em Ciências (DS).

PELOTAS Rio Grande do Sul – Brasil

Novembro de 2005

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

FACULDADE DE AGRONOMIA ELISEU MACIEL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

PRODUÇÃO ORGÂNICA DE TOMATE

EM DIFERENTES AMBIENTES DE CULTIVO

EUCLIDES SCHALLENBERGER

Tese apresentada à Universidade Federal de Pelotas, sob a orientação do Prof. Dr. Carlos Rogério Mauch, como parte das exigências do Programa de Pós-graduação em Agronomia, área de concentração em Produção Vegetal, para obtenção do titulo de Doutor em Ciências (DS).

PELOTAS Rio Grande do Sul – Brasil

Novembro de 2005

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EUCLIDES SCHALLENBERGER

PRODUÇÃO ORGÂNICA DE TOMATE EM DIFERENTES AMBIENTES DE CULTIVO

Tese apresentada à Universidade Federal de Pelotas, sob a orientação do Prof. Dr. Carlos Rogério Mauch, como parte das exigências do Programa de Pós-graduação em Agronomia, área de concentração em Produção Vegetal, para obtenção do titulo de Doutor em Ciências (DS).

Comitê de Orientação:

Prof. Dr. Carlos Rogério Mauch-FAEM/UFPel - Orientador Dr. Murito Ternes – Epagri/EEI – Co-orientador Dr. João Carlos Costa Gomes-Embrapa/CPACT – Co-orientador

Aprovada em:10 de novembro de 2005 Homologada em:____/______/___

Banca Examinadora:

Prof. Dr. Carlos Rogério Mauch Orientador PPGA-DFT/FAEM/UFPel

Dr. José Angelo Rebelo Pesquisador Epagri-Itajaí-SC

Profª. Drª Roberta Marins Nogueira Peil PPGA-DFT/FAEM/UFPel

Profª Drª Marta Elena G. Mendez PPGA-DFT/FAEM/UFPel

Dr. José Ernani Schwengber Pesquisador Embrapa-CPACT-Pelotas-RS

Profª Drª Tânia B. G. A. Morselli PPGA-Solos/FAEM/UFPel

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“Nasceste no lar que precisavas, Vestiste o corpo físico que merecias,

Moras onde Deus te proporcionou, de acordo com teu adiantamento.

Possuis os recursos financeiros coerentes com as tuas necessidades, nem mais, nem menos, mas o justo para as tuas lutas terrenas.

Teu ambiente de trabalho é o que elegeste espontaneamente para a tua realização.

Teus parentes, amigos são as almas que atraíste, com tua própria afinidade.

Portanto, teu destino está constantemente sob teu controle.

Tu escolhes, recolhes, eleges, atrais, buscas, expulsas, modificas tudo aquilo que te rodeia a existência.

Teus pensamentos e vontade são a chave de teus atos e atitudes...

São as fontes de atração e repulsão na tua jornada vivência.

Não reclames nem te faças de vítima.

Antes de tudo, analisa e observa.

A mudança está em tuas mãos.

Reprograma tua meta,

Busca o bem e viverás melhor.

Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo,

Qualquer Um pode Começar agora e fazer um Novo Fim.”

Chico Xavier

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Aos meus filhos

Bárbara e Felipe,

Razão, Força e Inspiração,

dedico

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Cornélio e Bárbara, pela coragem e exemplo.

À Epagri-Empresa de Pesquisa Agropecuaria e Extensão Rural de Santa

Catarina e à Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel/Programa de Pós-

Graduação em Agronomia (PPGA) pela oportunidade.

Ao Professor Dr. Carlos Rogério Mauch, pela especial orientação,

amizade e apoio oferecidos durante todo curso.

Ao Pesquisador da Epagri Dr. Murito Ternes e ao pesquisador da

Embrapa e professor Dr. João Carlos Costa Gomes, pela co-orientação e

colaboração.

Aos professores, Drª. Marta Elena Gonzales Mendez, Drª. Roberta

Marins Nogueira Peil, Drª. Tânia Beatriz Gamboa Araújo Morselli, Dr. Amauri

de Almeida Machado e João Gilberto Corrêa da Silva, pelos ensinamentos,

sugestões e apoio.

A todos os professores e funcionários do Departamento de Fitotecnia da

FAEM/UFPel e do PPGA, pela amizade e colaboração.

À Embrapa pela concessão de bolsa de estudos.

A todos os colegas de curso, em especial à Aninha, Augusto, Bárbara,

Camila, Dilon, Eduardo, Geórgia, Gorete, Islaine, Janete, Lúcia, Mariana,

Márcio, Rosa, Tatiana, Vivi, pela grande amizade e feliz convívio e também à

Larissa pelo apoio na tabulação e análise dos dados microclimáticos.

Aos colegas pesquisadores da Epagri de Itajaí, em especial ao Dr. José

Angelo Rebelo, Dr. Henry Stuker, Dr. Honório Francisco Prando e MSc.

Renato Arcângelo Pegoraro, pela orientação e apoio.

Aos funcionários da Epagri de Itajaí, em especial ao técnico agrícola

Pedro Paulo Fantini e aos funcionários de campo do projeto hortaliças.

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Aos funcionários da Gerência de Recursos Humanos-GRH da Epagri,

em especial à colega Tânia C. Bianchini.

Ao Ministério do Meio Ambiente/Fundo Nacional de Meio Ambiente-

MMA/FNMA, e ao Prodetab/Embrapa, pelo aporte financeiro que viabilizou a

implementação dos trabalhos de campo e a geração deste trabalho.

Aos colegas do Climerh/Epagri, em especial ao Dr. Hamiltom Justino

Vieira pelo apoio, dedicação e conhecimentos transmitidos.

À Eliane Luisa Machado Diniz e aos filhos Cláudio e Fernando e

namoradas Thaise e Cilene, pelo amor, carinho e grande amizade

demonstrados.

À todas as pessoas, que de alguma forma, contribuíram para a

realização deste trabalho, através de amizade, incentivo e apoio.

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ÍNDICE

Página AGRADECIMENTOS ......................................................................................... vi

LISTA DE TABELAS ........................................................................................... x

LISTA DE FIGURAS ......................................................................................... xii

SUMÁRIO ........................................................................................................ xvi

SUMMARY ..................................................................................................... xviii

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 1

2. REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................... 4

2.1 – A produção alternativa de alimentos ..................................................... 4 2.1.1 - Movimentos de agricultura alternativa ............................................. 6 2.1.2- Agroecologia .................................................................................. 10 2.1.3 – A agricultura orgânica oficial ......................................................... 13 2.1.4 – A agricultura orgânica oficial no Brasil .......................................... 14 2.1.5 – Sistema de conversão das propriedades. ..................................... 15 2.1.6 – Certificação de produtos orgânicos ............................................... 16 2.1.7 – Mercado de produtos orgânicos ................................................... 16

2.2 – O cultivo protegido ............................................................................... 18 2.2.1 – A utilização de telas anti-insetos em cultivo protegido ................. 24 2.2.2 – Vantagens do uso de telas anti-insetos ........................................ 25 2.2.3 – Alterações microclimáticas provocadas pelas telas anti-insetos .. 27

2.3 – A cultura do tomateiro .......................................................................... 29 2.3.1 - Exigências climáticas do tomateiro ................................................ 30 2.3.1.1 – Temperatura .............................................................................. 30 2.3.1.2 – Umidade relativa do ar ............................................................... 31 2.3.1.3 - Radiação solar ............................................................................ 32

2.4 - Problemas fitossanitários da cultura do tomateiro ................................ 32 2.4.1- Ocorrência de doenças ............................................................... 33 2.4.2 – Ocorrência de pragas .................................................................... 34

3. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................. 37

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................... 42

4.1 – Aspectos microclimáticos dos ambientes utilizados. ........................... 42 4.1.1 – Temperatura. ................................................................................ 42 4.1.2 – Molhamento foliar .......................................................................... 45

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4.1.3 – Radiação solar .............................................................................. 46 4.2 - Fenologia da planta .............................................................................. 47

4.2.1 – Duração das fases fenológicas. .................................................... 47 4.2.2 – Crescimento e desenvolvimento das plantas ................................ 49 4.2.2.1 – Altura das plantas ...................................................................... 49 4.2.2.2 – Diâmetro do caule. ..................................................................... 52 4.2.2.3 – Altura do primeiro cacho floral................................................... 54 4.2.2.4 – Número de cachos por planta .................................................... 55 4.2.2.5 – Área foliar ................................................................................... 56 4.2.2.6 - Produção de matéria seca .......................................................... 58 4.2.3 – Aborto de flores ............................................................................. 60

4.3 – Ocorrência de doenças ........................................................................ 62 4.3.1 – Ocorrência de doenças nas plantas .............................................. 62 4.3.1.1 – Requeima (Phythophtora infestans) .......................................... 62 4.3.1.2 - Mancha-de-cladospório (Cladosporium fulvum) ........................ 65 4.3.2– Ocorrência de doenças nos frutos. ................................................ 66

4.4 - Ocorrência de pragas. .......................................................................... 67 4.5 – Produção de frutos ............................................................................. 71

4.5.1 – Número total de frutos ................................................................... 71 4.5.2 – Peso total dos frutos ..................................................................... 74 4.5.3 – Tamanho dos frutos ...................................................................... 77 4.5.3.1 – Frutos grandes ........................................................................... 77 4.5.3.2 – Frutos médios ............................................................................ 78 4.5.3.3 – Frutos pequenos ........................................................................ 79 4.5.3.4 – Frutos não comerciais ................................................................ 80 4.5.3.5 - Peso médio dos frutos ................................................................ 81 4.5.4– Frutos com podridão apical ........................................................... 82 4.5.5 – Frutos com defeito ........................................................................ 84

4.6 – Descarte de frutos ............................................................................... 85 4.7 – Produção comercial de frutos .............................................................. 86

5. CONCLUSÕES ............................................................................................ 91

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 93

7 - APÊNDICES ............................................................................................ 105

APÊNCICE 1 ............................................................................................. 106

APENDICE 2 ............................................................................................ 107

APÊNDICE 3 ............................................................................................ 108

APÊNDICE 4 ............................................................................................ 109

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 Número de horas de molhamento foliar ocorridas na cultura do tomateiro no período de 29/07 a 12/12/2002 em Itajaí-SC, nos ambientes formados pelos abrigos RT (revestido por tela), ST (sem tela), AF (com tela afídeo), CI (com tela citros), CL (com tela clarite) e CA (céu aberto). ............................................................................... 45

TABELA 2 Ocorrência dos estádios fenológicos das plantas do tomateiro em

dias após o plantio, cultivados nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite) no período de 29/07 a 12/12/2002 e 02/09/ a 29/12/2004 em Itajaí-SC. ......................................................................................................... 48

TABELA 3 Porcentagem de frutos atacados por broca-pequena, broca-grande

e traça, no cultivo do tomateiro realizado no período de 29/07 a 12/12/2002 em Itajaí-SC nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite. ............ 70

TABELA 4 Porcentagem de frutos atacados por broca-pequena, broca-grande

e traça, no cultivo do tomateiro realizado no período de 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC, nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite). ........... 70

TABELA 5 Número total de frutos ha-1 de tomateiro produzidos no período de

29/07 a 12/12/2002 e 02/09/ a 29/12/2004 em Itajaí-SC, nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite). ............................................................. 72

TABELA 6 Peso total de frutos de tomateiros em t ha-1 obtidos nos cultivos

realizados de 29/07 a 12/12/2002 e 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC, nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite). .......................................................... 75

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TABELA 7 Porcentagem de frutos grandes de tomateiro, obtidos nos cultivos realizados nos períodos de 29/07 a 12/12/2002 e 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC, nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite). ........... 78

TABELA 8 Porcentagem de frutos médios de tomateiro, obtidos nos cultivos

realizados nos períodos de 29/07 a 12/12/2002 e 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC, nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite). ........... 79

TABELA 9 Porcentagem de frutos pequenos de tomateiro, obtidos nos cultivos

realizados nos períodos de 29/07 a 12/12/2002 e 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC, nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite). ........... 80

TABELA 10 Porcentagem de frutos não comerciais de tomateiro, obtidos nos

cultivos realizados nos períodos de 29/07 a 12/12/2002 e 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC, nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite). ........... 81

TABELA 11 Peso médio dos frutos de tomateiro, obtidos nos cultivos

realizados nos períodos de 29/07 a 12/12/2002 e 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC, nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite). ........... 82

TABELA 12 Porcentagem de frutos descartados, nos cultivos realizados nos

períodos de 29/07 a 12/12/2002 e 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC, nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite). .......................................................... 86

TABELA 13 Produção comercial de frutos de tomate, obtida nos cultivos

realizados nos períodos de 29/07 a 12/12/2002 e 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC, nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite). ........... 87

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 Média das temperaturas máximas registradas durante o cultivo do

tomateiro no período de 29/07 a 12/12/2002 em Itajaí-SC, nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite). ............................................... 43

FIGURA 2 Média das temperaturas máximas registradas no cultivo do

tomateiro no período de 29/07 a 12/12/2002 em Itajaí-SC, nos ambientes (AF) (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), CL (abrigo com tela clarite), RT (abrigo revestido por tela), ST (abrigo sem tela) e CA (céu aberto). ............................................. 44

FIGURA 3 Intensidade luminosa (% em relação ao ambiente CA-céu aberto)

ocorrida na cultura do tomateiro no cultivo de 2004, em Itajaí-SC, nos ambientes CA (céu aberto), ST (abrigo sem tela), CL (abrigo com tela clarite), CI (abrigo com tela citros), AF (abrigo com tela afídeo) e RT (abrigo revestido por tela). ........................................ 47

FIGURA 4 Altura das plantas de tomateiros (cm) registrada em dias após o

plantio, no período de cultivo entre 29/07/2002 a 12/12/2002 em Itajaí-SC, nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite). .......................... 50

FIGURA 5 Altura das plantas de tomateiros (cm) registrada em dias após o

plantio, no período de cultivo entre 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC, nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite). .......................... 51

FIGURA 6 Diâmetro do caule dos tomateiros (mm) registrado em dias após o

plantio, no período de cultivo entre 29/07 a 12/12/2002 em Itajaí-SC, nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite). .......................... 53

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FIGURA 7 Diâmetro do caule dos tomateiros (mm) registrado em dias após o plantio, no período de cultivo entre 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC, nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite). .......................... 54

FIGURA 8 Altura do primeiro cacho floral de tomateiros, cultivados entre 29/07

a 12/12/2002 e 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC, nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite). ................................................................ 55

FIGURA 9 Número de cachos por tomateiro, cultivados nos períodos de

29/07 a 12/12/2002 e 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite). ............................................... 56

FIGURA 10 Área Foliar (cm2.planta-1) de tomateiros no cultivo de 2004 em

Itajaí-SC, nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite). .......................... 57

FIGURA 11 Área foliar (cm2 planta-1) e severidade da requeima em

tomateiros, cultivadas no período de 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC, nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite). .......................... 58

FIGURA 12 Peso seco das plantas (g.planta-1), aos 30, 70, 105 e 122 dias

após o plantio, cultivados no período de 02/09/2004 a 29/12/2004 em Itajaí-SC nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite). .......................... 59

FIGURA 13 Porcentagem de aborto de flores de tomateiro durante cultivo

realizado nos períodos de 29/07 a 12/12/2002 e 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite). .......................... 61

FIGURA 14 Severidade da requeima (Phythophtora infestans) no tomateiro

cultivado nos períodos de 29/07 a 12/12/2002 e 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite). .......................... 63

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xiv

FIGURA 15 Horas molhamento foliar e a severidade da requeima (Phythophtora infestans) em tomateiros cultivados no período de 29/07/ a 12/12/2002 em Itajaí-SC nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite)............................................................................................ 64

FIGURA 16. Severidade da mancha-de-cladospório (Cladosporium fulvum) em

tomateiros cultivados nos períodos de 29/07 a 12/12/2002 e 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite). ...................................................................................................... 65

FIGURA 17 Porcentagem de frutos infectados por Phythophtora infestans, nos

cultivos de tomateiros nos períodos de 29/07/2002 a 12/12/2002 e 02/09/2004 a 29/12/2004 em Itajaí-SC nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite)............................................................................................ 67

FIGURA 18 Porcentagem de frutos atacados por pragas, nos cultivos do

tomateiro nos realizados de 29/07 a 12/12/2002 e 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite). ...................................................................................................... 68

FIGURA 19 Número total de frutos ha–1 e severidade da requeima

(Phythophtora infestans) em tomateiros nos cultivos de 29/07/2002 a 12/12/2002 (A) e 02/09/2004 a 29/12/2004 (B) em Itajaí-SC, nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite). ............................................... 73

FIGURA 20 Relação entre a severidade da requeima (Phythophtora infestans),

e o número total de frutos ha-1 de tomateiro cultivados nos períodos de 29/07 a 12/12/2002 (A) e 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC. ... 74

FIGURA 21 Peso total dos frutos (t ha-1) e severidade da requeima

(Phythophtora infestans), em tomateiros, cultivados nos períodos de 29/07 a 12/12/2002 (A) e 02/09 a 29/12/2004 (B) em Itajaí-SC, nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite). ......................................... 76

FIGURA 22 Relação entre a Severidade da requeima (Phythophtora infestans),

e o peso total de frutos(t ha-1) de tomateiro, cultivados nos períodos de 29/07 a 12/12/2002(A) e 02/09 a 29/12/2004(B) em Itajaí-SC. 77

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FIGURA 23 Porcentagem de frutos de tomateiro com podridão apical obtidos nos cultivos realizados nos períodos de 29/07 a 12/12 e 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC, nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite). ...................................................................................................... 83

FIGURA 24 Porcentagem de frutos de tomate com defeitos, obtidos nos

cultivos realizados nos períodos de 29/07 a 12/12/2002 e 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC, nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite). ...................................................................................................... 84

FIGURA 25 Produção comercial (t.ha-1) de tomates dos cultivos em ambientes

com cobertura plástica e sem cobertura plástica nos períodos de 29/07 a 12/12/2002 e 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC. .............. 88

FIGURA 26 Média de produção comercial de tomate (t.ha-1) nos ambientes

com e sem tela anti-insetos nos cultivos de tomateiro nos períodos de 29/07 a 12/12/2002 e 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC. ......... 90

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SUMÁRIO

EUCLIDES SCHALLENBERGER. D. S.. Universidade Federal de Pelotas, Novembro de 2005. Produção orgânica de tomate em diferentes ambientes de cultivo. Professor Orientador: Carlos Rogério Mauch. Co-orientadores: Murito Ternes e João Carlos Costa Gomes. Em busca de melhor qualidade de vida e saúde, a sociedade está provocando

mudanças na forma de produzir e consumir alimentos, procurando cada vez

mais produtos saudáveis e livres de agroquímicos, produzidos de forma

orgânica. Dentre os alimentos mais procurados encontra-se o tomate. Porém,

a produção desta hortaliça no sistema orgânico é um desafio para produtores e

técnicos, uma vez que o tomate se encontra entre os produtos agrícolas de

maior demanda por agroquímicos, pela complexidade de problemas

fitossanitários que a planta apresenta. O presente trabalho objetivou avaliar a

produção orgânica de tomate em diferentes ambientes de cultivo. A hipótese

para isto foi a de que, se a planta for conduzida em cultivo protegido, onde as

condições para desenvolvimento de doenças foliares são desfavoráveis,

associado ao uso de telas anti-insetos nas laterais dos abrigos, impedindo a

entrada de insetos praga na cultura, é possível produzir tomate de forma

orgânica. Para tanto, foi desenvolvido o trabalho na Estação Experimental da

Epagri de Itajaí-SC, onde foram conduzidos dois cultivos de tomate híbrido

fortaleza, nos anos 2002 e 2004 no período inverno/primavera/verão. Este

trabalho constou da avaliação do cultivo à céu aberto e em abrigos plásticos

com e sem uso de telas anti-insetos na lateral dos abrigos. Para controle das

doenças, foram utilizados apenas produtos permitidos pelas normas oficiais de

produção orgânica (calda bordalesa e calda viçosa), sendo que a nutrição das

plantas foi realizada somente com composto orgânico. Foram avaliados seis

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ambientes de cultivo: Cultivo protegido sem tela, cultivo protegido e uso de tela

anti-afídeo (0,5mm), cultivo protegido e uso de tela citros (1,0mm); cultivo

protegido e uso de tela clarite (2,0mm); cultivo em campo aberto e cultivo em

abrigo sem plástico, revestido na parte superior e lateral com tela citros.

Constatou-se que a utilização do plástico na cobertura dos abrigos,

desfavorece o surgimento da doença requeima (Phythophtora infestans) em

tomateiros, proporcionando maior produção total de frutos nestes ambientes

protegidos. Já a utilização das telas anti-insetos nas laterais dos abrigos, além

de propiciar expressiva diminuição da porcentagem de frutos atacados por

pragas, não prejudica a produção total de frutos, e que a produção nos

ambientes a céu aberto e revestido com tela anti-inseto, superior e

lateralmente, não é propicio ao cultivo de tomateiro no sistema orgânico.

Concluiu-se que é possível produzir tomate de forma orgânica, utilizando

plástico na cobertura dos abrigos e telas anti-insetos nas laterais.

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SUMMARY

EUCLIDES SCHALLENBERGER. D. S.. Universidade Federal de Pelotas,

november of 2005. Organic tomato production in different cultivation

ambient Adviser: Carlos Rogério Mauch. Co-adviser: Murito Ternes and João

Carlos Costa Gomes.

Looking for better life quality and health, the current society is provoking

changes in the way of produce and consume aliments, seeking healthy

products more and more, free from pesticide residues, produced by organic

system. One of the products more sought it is the tomato. Although, the

production of tomato by organic system is a challenge for farmers and

technicians, once this vegetable is found among the agricultural products of

larger demand of pesticide, by the complexity of problems at pests and

diseases that the plant presents. The present work objectified to evaluate the

Organic Tomato production in different crops ambient. The hypothesis for this

work has been that, if the plant be carried in protected cultivation, where the

conditions for development of plants diseases are unfavourable, associated to

the use of Insect-proof screens in the borders of the greenhouse, impeding the

entrance of insects pests in the crop, it is possible to produce tomato by organic

system. Therefore, the work was developed in the Experimental Station of

Epagri Itajaí-SC, where two tomato cultivations were carried, hybrid Fortaleza,

at the years 2002 and 2004 in the winter/spring/summer period. The work

consisted from the evaluation of the cultivation in field and in plastic covered

greenhouse with and without Insect-proof screens. For control of the plant

diseases, were used only products allowed by the Brazilian organic official

norms of production (calda bordalesa and calda viçosa), and the nutrition of the

plants was only accomplished with organic compost. They were carried six

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cultivation sites: protected cultivation without Insect-proof screens, protected

cultivation with use of Insect-proof screens anti-aphid (0,5mm), protected

cultivation with use of Insect-proof screens citros (1,0mm); protected cultivation

with use of Insect-proof screens clarite (2,0mm); cultivation in field and

cultivation in screenhouse, without plastic, covered in the upper and borders

part with Insect-proof screens citros. It was verified that the use of the plastic in

the covering of the plastic house, decrease the appearance of the disease Late

Blight (Phythophtora infestans) in the plants, providing larger total production of

fruits. The use of the Insect-proof screens in the borders of the plastic house,

propitiated great decrease the percentage of fruits damaged by pests. It was

also observed that the use of Insect-proof screens doesn't decrease the total

production of fruits and that the production in field and in the screenhouse,

covered with Insect-proof screens in the upper and in the borders, it is not

propitious to the tomato cultivation by organic system. It was ended that is

possible to produce tomato by organic system, using plastic in the covering and

Insect-proof screens in the borders of plastic house.

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1. INTRODUÇÃO

A produção mundial dos principais cultivos agrícolas passou por

profundas transformações ao longo dos últimos anos, caracterizando-se por um

notável incremento da produtividade, porém com um aumento considerável

dos custos de produção e com sérios prejuízos ao ambiente. Isto ocorreu a

partir da década de 1960, em função da chamada “revolução verde”, quando foi

implementado um modelo de desen

volvimento, no qual foi estimulada a utilização indiscriminada dos chamados

“insumos modernos”, buscando-se o aumento da produção agrícola, indiferente

aos reflexos negativos ambientais e sociais que este modelo estava causando.

Na mesma década surge a produção hortícola em ambiente protegido, uma

prática que busca oferecer ao produtor, redução de riscos e aumento da

rentabilidade e da qualidade da produção. Um rápido aumento da área de

cultivo em ambiente protegido aconteceu na década de 1970, principalmente

na Costa do Mediterrâneo em países como Espanha e Itália. Já no Brasil, o

cultivo em ambiente protegido iniciou a partir da década de 1970, com cultivos

de flores e hortaliças.

Mais recentemente, surge como contraponto à chamada “revolução

verde”, a produção orgânica de alimentos, motivada pela demanda da

sociedade que busca cada vez mais alimentos saudáveis, livres de resíduos de

produtos agroquímicos e pelo respeito ao ambiente durante o cultivo. No

entanto, a produção de alimentos orgânicos constitui-se em um desafio para o

setor agrícola, uma vez que os métodos tradicionais de produção envolvem a

utilização massiva de agroquímicos, principalmente nos tratamentos

fitossanitários dos cultivos e, acima de tudo, uma crescente dependência por

pacotes tecnológicos. Esta dependência é variável entre as espécies de

interesse agronômico, já que algumas demandam quantidades mínimas de

agroquímicos para uma produção economicamente viável, enquanto outras são

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totalmente dependentes. Entre as espécies que demandam intensa utilização

de agroquímicos destaca-se o tomateiro, caracterizando-se como uma hortaliça

muito suscetível a diversas pragas e doenças, que quando não controladas

adequadamente, inviabilizam seu cultivo, causando graves danos econômicos.

Esta elevada suscetibilidade se deveu, em parte, ao programa de

melhoramento genético adotado, com o estreitamento da base genética e ao

cultivo em regiões distintas do seu centro de origem, onde passou a ser

infectado por novos patógenos presentes nesta nova área, e também,

potencializados pelos sistemas de cultivos inadequados.

A produção orgânica de hortaliças está centrada, principalmente, no

cultivo de alface, repolho, brócolis, couve, cenoura, beterraba e cebola. Porém,

a grande dificuldade dos produtores está na produção orgânica de tomate, pela

complexidade de problemas fitossanitários que esta cultura apresenta. Os

produtores não dispõem de produtos alternativos comprovadamente eficientes

no controle de pragas. Por outro lado, poucos trabalhos de pesquisa com a

utilização de telas para proteção de pragas têm sido realizados no Brasil.

Algumas alternativas têm sido propostas, como por exemplo a utilização de

barreiras físicas para proteção dos cultivos à entrada de determinadas pragas

que causam danos diretos ou indiretos a cultura.

Como alternativa ao cultivo tradicional, que resulta em uma alta

demanda de produtos químicos para controle de pragas e doenças e todas as

possíveis conseqüências que possam daí surgir, passa-se a sugerir um

sistema de produção que favoreça as plantas e, ao mesmo tempo, estabeleça

um ambiente desfavorável ao desenvolvimento de doenças e à ocorrência de

pragas.

A hipótese deste trabalho é a de que o cultivo protegido, associado ao

uso de barreiras, que impeçam a entrada de insetos e controlem determinados

fatores ambientais e associado a uma nutrição equilibrada, fornecida por meio

de compostagem orgânica, poderá viabilizar o cultivo orgânico de tomate,

proporcionando, assim, um produto livre de resíduos agroquímicos, produzido

em um sistema pouco contaminante ao ambiente e economicamente viável.

Por esta razão, foi proposta a realização deste trabalho, que teve como

objetivos:

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a) Estudar o crescimento e desenvolvimento bem como o rendimento

da cultura e a qualidade dos frutos do tomateiro, cultivado em

sistema orgânico sob as condições de céu aberto e em diferentes

ambientes protegidos com plástico e/ou telas anti-insetos;

b) Estudar as variações microclimáticas ocorridas nos diferentes

ambientes de estudo e suas conseqüências no crescimento e

desenvolvimento do tomateiro, assim como na ocorrência de pragas

nos frutos e na incidência de doenças nas plantas e,

c) Determinar qual o ambiente que propicia melhores condições para o

cultivo do tomateiro no sistema orgânico.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 – A produção alternativa de alimentos

A história da agricultura remonta os tempos da antiga civilização. O

homem abandonou a vida nômade, transformando-se em pastor e agricultor.

Algumas evoluções foram acontecendo na agricultura, sendo que na história

recente, os gregos e romanos deixaram documentos classificando as terras de

acordo com sua fertilidade, capacidade de uso e meios e métodos para obter

melhores colheitas. Remontam desta época conhecimentos relacionados à

matéria orgânica, ao uso de cinzas, ao emprego do esterco, ao uso de

leguminosas para melhoria da fertilidade do solo, ao manejo de desequilíbrios

biológicos, às associações favoráveis e desfavoráveis de plantas e a rotação

de culturas. A grande guinada nos conhecimentos de agricultura e nutrição

vegetal ocorreu em 1840, com o químico alemão Justus Von Liebig. Ele

afirmava que a nutrição das plantas dava-se pela absorção de substâncias

minerais e não da matéria orgânica do solo. O húmus era um produto

transitório entre os materiais orgânicos e os nutrientes minerais e que o

crescimento da planta seria controlado pelo nutriente em menor quantidade,

conhecido como “lei do mínimo”. Liebig baseou suas idéias no pressuposto

que o solo fosse um mero corpo estático, sem vida, constituído de rochas

intemperizadas que armazenava a água e os outros nutrientes minerais. Seus

estudos originaram os conhecimentos de química agrícola, propiciando o

florescimento da indústria de fertilizantes minerais solúveis (Gliessman, 2001).

Na metade do século passado, o rápido crescimento da população

mundial, principalmente dos países do terceiro mundo, representava uma

grande ameaça à estabilidade mundial, via “déficit” alimentar. Para afastar este

fantasma, foi concluído que deveriam ser melhoradas as técnicas de produção

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de alimentos. Diversas iniciativas neste sentido foram incrementadas,

culminando com o movimento chamado “Revolução Verde”. A tecnologia

sugerida pela “Revolução Verde”, permitiu que se aumentasse a produtividade

das culturas e melhorasse a “qualidade” comercial do produto final. O

desenvolvimento de novas cultivares e híbridos de plantas ou raças de animais,

permitiu a sua adaptação em uma ampla área geográfica e a utilização de

novos organismos polinizadores, simbiontes ou agentes de controle biológico,

fazem parte do desenvolvimento tecnológico que caracterizou a agropecuária

nas últimas décadas. Assim, a agricultura mundial esteve voltada para o

aumento da produção e da produtividade. Para isto, foram utilizados

intensamente adubos químicos solúveis, agrotóxicos, sementes de plantas

híbridas e, de outro lado, com estreita variabilidade genética, ambas altamente

exigentes em insumos minerais e químicos, mecanização excessiva do solo e

monocultivo, Jucksch et al (2000). Para atender seus objetivos, a

“Revolução Verde” não considerou os efeitos que esta agricultura causava ao

ambiente, à saúde humana e à dificuldade da permanência do pequeno

produtor rural em sua propriedade. Sob um ecossistema desequilibrado, esta

agricultura tornou-se mortal e escravizadora pela dependência cada vez maior

de insumos que provocava, o que a tornava insustentável. Passadas algumas

décadas, a “Revolução Verde” mostrou ter causado inúmeros problemas, que

não foram questionados por ocasião da euforia de sua implantação, que

segundo Altieri (2002) são a diminuição drástica da biodiversidade;

compactação e erosão do solo; eliminação, inibição ou redução sensível de

flora microbiana do solo; poluição alimentar; da água; do solo, pelos

agrotóxicos e adubos minerais solúveis; recrudescimento e surgimento de

novas pragas e doenças nos cultivos; mecanização inadequada; monocultura

e produção em grande escala para exportação, em detrimento do consumo

interno; perda da autonomia dos produtores, tornando-os dependentes dos

bancos e das indústrias; aumento da fome, mesmo com o “sucesso” da

“Revolução Verde”; desagregação social e marginalização de grande parte da

população rural; sucateamento da agricultura familiar e êxodo rural.

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2.1.1 - Movimentos de agricultura alternativa

Ao longo dos últimos anos, vários movimentos partilham objetivos

semelhantes e princípios gerais de produção agrícola alternativa. Diversos

autores descrevem estes movimentos, dentre os quais destacamos (De Barba,

2001; Deffune, 2001; Altieri, 2002; Ormond, 2002).

a) Agricultura Biológica

A agriculturta biológica surgiu na França na década de 1960.

Caracteriza-se pela importância do controle biológico, no manejo integrado de

pragas e pela Teoria da Trofobiose, a primeira identificação científica da

ligação entre fontes de elementos nutrientes, pesticidas e interferência no

metabolismo secundário de resistência sistêmica de plantas a pragas e

doenças. Isso reforça de maneira insofismável a importância do uso da

adubação orgânica e demais técnicas biológicas e alelopáticas em substituição

aos agroquímicos.

b) Agricultura biodinâmica

Na Alemanha, em 1924, são lançadas as bases da agricultura

biodinâmica, caracterizada pela busca da harmonia e do equilíbrio das

unidades produtivas (terra, plantas, animais e o homem) utilizando as

influências do sol e da lua. A tese advoga que, para se estabelecer o elo entre

as formas de matéria e de energia presentes no ambiente natural, somente

devem ser utilizados os elementos orgânicos produzidos na propriedade

agrícola, já que esta é considerada um organismo, um ser indivisível. A idéia

fundamental, trabalhada pela agricultura biodinâmica, é que o universo é feito

de redes de complexos campos de energia sutil, a maioria delas

desconhecidas e negadas pela ciência ortodoxa, por não dispor de

metodologias para confirmá-la. Um destes campos energéticos é formado

pelas forças formativas etéreas, responsáveis pela organização do corpo

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etéreo dos seres vivos. Os vegetais também possuem este campo energético.

É neste campo, envolvendo estas duas dimensões, a física e a supra-sensível

que a agricultura biodinâmica trabalha, tendo como cenário a propriedade

agrícola. Esta é entendida como um organismo agrícola o mais fechado

possível em si mesmo, onde o solo, a planta, o animal e o homem interagem

harmoniosamente com o meio ambiente.

Muitas técnicas utilizadas na agricultura biodinâmica, são comuns à

outras escolas de agricultura alternativa, tais como: adubação orgânica,

conservação do solo e da água, rotação e diversificação de culturas e

recuperação da fertilidade do solo. Outras são específicas e originais da

agricultura biodinâmica, como o uso dos preparados biodinâmicos, de um

calendário agrícola, baseado na influência dos fatores cósmicos

complementares ao fotoperíodo e ao clima em geral. Este calendário leva em

conta a influência dos ritmos e ciclos lunares, nas plantas e nos animais. Os

preparados biodinâmicos são biocatalizadores energéticos, reguladores de

processos biológicos, que agem diretamente na força vital dos vegetais. Os

preparados biodinâmicos são identificados por números que vão de 500 a 508.

O de número 500 é feito a partir de esterco bovino, o de número 501 de sílica e

os demais a partir das seguintes espécies vegetais: milefólio, camomila, urtiga,

carvalho, dente de leão, valeriana e cavalinha. A quantidade de substância

efetivamente aplicada de cada um é mínima, correspondendo a uma dosagem

homeopática.

c) Agricultura natural

No Japão, em 1935, foi definida a filosofia do que seria uma “agricultura

natural”, segundo a qual existem espírito e sentimento em todos os seres vivos

(vegetal e animal). A agricultura natural valoriza o solo como fonte primordial de

vida. Para fertilizá-lo, procura fortalecer sua energia natural utilizando os

insumos disponíveis no local de produção. Seu objetivo é obter produtos por

sistemas agrícolas que simulam as condições originais da natureza. A

originalidade desta escola está na recomendação do uso da cobertura morta,

adubos verdes, folhagens e compostos feitos unicamente com vegetais; no

auxílio de microorganismos efetivos que é uma suspensão de populações e

espécies de microorganismos; no emprego do “bokashi”, que é um fermentado

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obtido pelos microorganismos, farelos, farinhas e melaço. Dentro desta linha

está o trabalho que substitui toda movimentação do solo por roçadas, cobertura

verde e morta, combinadas com semeaduras consorciadas de cereais e

leguminosas ou coquetéis de hortaliças e ervas aromáticas no meio do pomar

não podado.

d) Permacultura.

Na Austrália, em 1971, foi difundido o conceito de permacultura, que

também é um modelo de agricultura integrada com o ambiente. A denominação

permacultura, deriva da fusão das palavras permanente, no sentido de

duradouro, e agricultura, dando sentido de uma agricultura permanente.

A permacultura baseia-se no planejamento, na implantação e na

manutenção de ecossistemas produtivos, adequados a realidade local, que

tenham a diversidade, a estabilidade e a resistência dos ecossistemas naturais.

Defende a manutenção de sistemas agro-silvo-pastoril, visando também um

aproveitamento permanente dos espaços verticais da vegetação.

e) Agricultura orgânica.

A história da agricultura orgânica remonta ao início da década de 1920,

com o trabalho de um pesquisador inglês, que, em viagem à Índia, observou as

práticas agrícolas de compostagem e adubação orgânica utilizadas pelos

camponeses. Desenvolveu o método de compostagem chamado “Indore”, que

é base da agricultura orgânica. Relatou suas experiências posteriormente em

seu livro, Intitulado “An Agricultural Testament” (Um testamento agrícola), de

1940. O principio fundamental da agricultura orgânica é o de que, um solo

provido com altos níveis de matéria orgânica, assegura uma vida intensa e rica

para a flora microbiana, pela qual a nutrição e sanidade das plantas são

plenamente atendidas. O solo não deve ser visto como um conjunto de

substâncias químicas, pois neles ocorrem uma série de processos vivos e

dinâmicos, essenciais para as plantas.

Segundo a FAO/OMS (1999), a agricultura orgânica é um sistema

holístico de gestão da produção que fomenta e melhora a qualidade do

agroecossistema (em particular, a biodiversidade), dos ciclos biológicos e da

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atividade biológica do solo. Os sistemas de produção orgânica se baseiam em

normas específicas e precisas, cuja finalidade é lograr agroecossistemas, que

sejam sustentáveis do ponto de vista social, ecológico, técnico e econômico.

Para Paschoal (1994) a agricultura orgânica é um método de agricultura

que visa o estabelecimento de sistemas agrícolas ecologicamente equilibrados

e estáveis, economicamente produtivos em grande, média e pequenas escalas,

de elevada eficiência quanto à utilização dos recursos naturais de produção e

socialmente bem estruturados, que resultem em alimentos saudáveis, de

elevado valor nutritivo e livres de resíduos tóxicos, e em total harmonia com a

natureza e com as reais necessidades da humanidade.

Segundo a Associação de Agricultura Orgânica - AAO, a Agricultura

Orgânica é o sistema de produção que exclui o uso de fertilizantes sintéticos de

alta solubilidade e agrotóxicos, além de reguladores de crescimento e aditivos

sintéticos para a alimentação animal. Sempre que possível, baseia-se no uso

de estercos animais, rotação de culturas, adubação verde, compostagem e

controle biológico de pragas e doenças. Busca manter a estrutura e

produtividade do solo, trabalhando em harmonia com a natureza, (AAO, 2005).

O emprego de compostos orgânicos, como base central de sistemas

orgânicos de produção é uma tecnologia adotada no mundo todo. Seu grau de

eficiência depende do sistema e da forma como se executa o processo de

preparo do mesmo e das matérias primas utilizadas. A riqueza nutricional e

biológica que os compostos orgânicos conferem ao solo e às plantas auxiliam

sobremaneira no cultivo de plantas em sistemas de cultivo orgânico, permitindo

melhorar as qualidades químicas, físicas e biológicas do solo e promover um

desenvolvimento vegetativo adequado à obtenção de produtividade técnicas e

economicamente viáveis (Souza, 1998) .

Parte de alguns nutrientes contidos nos resíduos orgânicos estão na

forma orgânica, devendo ser mineralizados para serem absorvidos pelas

plantas. A partir daí, a fração mineralizada comporta-se de forma semelhante

aos nutrientes dos adubos minerais. Todo potássio, aplicado através do adubo

orgânico, comporta-se como mineral desde a aplicação, uma vez que não faz

parte de nenhum composto orgânico estável; portanto, não necessita sofrer a

ação dos microorganismos. O fósforo sofre mineralização de cerca de 60% no

primeiro ano de cultivo e cerca de 20% no segundo ano. Para o nitrogênio a

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taxa de mineralização é de cerca de 50% no primeiro ano e 20% no segundo

ano. A partir do terceiro ano a totalidade do N e P aplicada na forma orgânica

encontra-se mineralizada, (Sociedade ...., 1994).

Os materiais orgânicos variam muito em sua composição química, e a

dose mais adequada depende das condições de mineralização, dos teores de

nutrientes e do nível de fertilidade do solo. A adubação orgânica é realizada em

função do nutriente mais limitante (Ernani, 1981).

A produção de composto orgânico é uma tecnologia recomendada para

a produção orgânica de hortaliças, pelo equilíbrio dos seus nutrientes e

também pela composição microbiana benéfica que contém. O composto

orgânico é um produto obtido pelo processo de decomposição microbiana

aeróbica de resíduos vegetais e animais, que os transforma em húmus,

gerando um adubo de elevada qualidade (Souza, 1999)

2.1.2- Agroecologia

Diferente das escolas de agricultura alternativa, a agroecologia surgiu

como uma ciência que estuda os sistemas agrícolas, baseados em princípios

agronômicos, ecológicos e sócio-econômicos, para possibilitar a

sustentabilidade no meio rural.

A agroecologia está em constante construção. Ela busca o resgate e a

valorização do conhecimento local e empírico dos agricultores e os

conhecimentos advindos da experimentação e pesquisa, visando a divulgação

dos mesmos, para que sejam aplicados com vista à obtenção da

sustentabilidade agrícola. A agroecologia busca também a reintegração do

agricultor às suas condições humanas (Schallenberger et al., 2001).

O processo de resgate mundial do conhecimento tradicional e o saber

local, bem como sua valorização e sistematização ocorreu, inicialmente, graças

aos vários movimentos populares organizados por Organizações não

Governamentais, mais intensamente a partir da década de 1960. No Brasil, o

“Manifesto Ecológico Brasileiro” do Eng. Agr. José Lutzemberger, de 1973, o

trabalho da professora Ana Primavesi, em “Manejo Ecológico de Solos

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Tropicais” e o trabalho do professor Adilson D. Paschoal da Escola Superior

Luiz de Queiroz SP, foram importantes para o desenvolvimento da

agroecologia. O movimento ambientalista mundial tem, também, influenciado a

política agrícola de diversos países. A publicação do livro “Primavera

Silenciosa” de Rachel Carson, lançado em 1962 no EUA, foi um alerta de que

não haveria humanidade sem natureza. Muito antes disto, na Índia, Mahateman

Ghandi lideraria o ambientalismo político na epígrafe “Não há natureza sem

justiça social”. Atualmente, a proposta agroecológica vai além das variáveis

técnico-econômicas, indo ao encontro das mudanças sociais e ecológicas para

levar a agricultura para uma base verdadeiramente sustentável. Como

princípios e bases da agroecologia, podemos destacar que o objetivo

fundamental da agroecologia é trabalhar os sistemas agrícolas onde seja

valorizado o componente humano, as interações ecológicas e o sinergismo

entre os componentes biológicos, fazendo com que estes componentes, criem

eles próprios, a fertilidade do solo, a produtividade e a proteção de culturas e

criações, a fim de que seja alcançada, a produção sustentável de alimentos

(Altieri, 1999).

A disciplina cientifica que enfoca o estudo da agricultura a partir de uma

perspectiva ecológica, denomina-se agroecologia e se define como um marco

teórico, cujo fim é analisar os processos agrícolas de maneira mais ampla. O

enfoque agroecológico considera os sistemas agrícolas como unidades

fundamentais de estudo; e nestes sistemas, os ciclos minerais, as

transformações de energia, os processos biológicos e as relações sócio-

econômicas são analisadas como um todo. Deste modo, à investigação

agroecológica interessa não somente a maximização da produção de um

componente particular, senão a otimização do agroecossitema total (Deffune,

2001).

A agroecologia provê as bases ecológicas para conservação da

biodiversidade na agricultura e desempenha um importante papel no

restabelecimento do equilíbrio ecológico dos agroecossitemas, de maneira a

alcançar a produção sustentável. A biodiversidade promove uma variedade de

processos de renovação e serviços ecológicos aos agroecossitemas; quando

estes se perdem, os custos são significativos (Khantounian et al., 1996).

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Como o desenvolvimento agrícola implica inevitavelmente num certo

grau de transformação física da paisagem e de artificialização dos

ecossistemas, é essencial conceber estratégias que enfatizem métodos e

procedimentos para alcançar um desenvolvimento ecologicamente sustentável.

A agroecologia pode servir como paradigma diretivo já que define, classifica e

estuda os sistemas agrícolas a partir de uma perspectiva ecológica e sócio-

econômica. No passado, a falta de uma compreensão integral contribuiu para a

crise ecológica e sócio-econômica atual que afeta a agricultura moderna

(Gliessmann, 2001).

A agroecologia tem surgido como um enfoque novo ao desenvolvimento

agrícola, mais sensível às complexidades das agriculturas locais, ao ampliar os

objetivos e critérios agrícolas para abarcar propriedades de sustentabilidade,

segurança alimentar, estabilidade biológica, conservação dos recursos e

eqüidade, junto com o objetivo de uma maior produção. O objetivo é promover

tecnologias de produção estáveis e de alta adaptabilidade ambiental. Como

princípios da agroecologia, segundo Altieri (2002), podemos, destacar:

diversificação animal e vegetal em termos de espécie ou genética no tempo e

no espaço, reciclagem de nutrientes e matéria orgânica, otimização da

disponibilidade de nutrientes e equilíbrio do fluxo de nutrientes, provisão de

condições edáficas ótimas para o crescimento de cultivos, manejando a

matéria orgânica e estimulando a biologia do solo, minimização de perdas por

insetos, patógenos e plantas daninhas mediante medidas preventivas e

estímulo da fauna benéfica, antagonistas e alelopatia, exploração de sinergias

que emergem de interações planta-planta, planta-animal e animal-animal.

Diversos estudos têm demonstrado a relação entre o estado nutricional e

a fitossanidade das plantas, porém quem deu valiosa contribuição neste

sentido foi Chaboussou (1987) em sua Teoria da Trofobiose. De acordo com

esta teoria, qualquer ser vivo sobreviverá e terá multiplicação abundante se

dispuser de alimento(s) adequado(s) à sua demanda vital. Fatores externos

que provoquem distúrbios fisiológicos nas plantas, como os provocados pelas

aplicações de agrotóxicos, que alteram o metabolismo da planta, favorecem

os organismos daninhos, que se aproveitam da planta estressada.

Paschoal (1994) constatou que todos os sistemas vivos requerem um

suprimento de nutrientes e energia em quantidade e forma adequadas. Para se

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compreender a função de diversos grupos de microorganismos no sistema solo

planta, bem como sua capacidade de sobrevivência, é necessário conhecer a

maneira como eles satisfazem suas demandas de nutrientes e os mecanismos

que desenvolveram para capturar, conservar e transferir a energia requerida

para as biossínteses.

2.1.3 – A agricultura orgânica oficial

Agricultura orgânica é um conjunto de processos de produção agrícola

que parte do pressuposto básico de que a fertilidade é função direta da matéria

orgânica contida no solo. A ação de microorganismos presentes nos

compostos biodegradáveis existentes ou colocados no solo, possibilitam o

suprimento de elementos minerais e químicos necessários ao desenvolvimento

dos vegetais. Complementarmente, a existência de uma abundante fauna

microbiana diminui os desequilíbrios resultantes da intervenção humana na

natureza. Alimentação adequada e ambiente saudável resultam em plantas

mais vigorosas e mais resistentes a pragas e doenças ( Deffune, 2001).

Os primeiros movimentos em favor de sistemas orgânicos guardam

pouca ligação com a agricultura orgânica praticada hoje. Inicialmente não havia

padrões, regulamentos ou interesse em questões ambientais e de segurança

alimentar.

Na década de 1970, começaram a surgir na Europa os primeiros

produtos orgânicos para venda. O movimento se solidificou no final da década

de 1980, tendo seu maior crescimento em meados dos anos 1990, com o

programa instituído pelo Council Regulation da Comunidade Econômica

Européia, no documento 2092/91, de 24 de junho de 1991, que estabeleceu as

normas e os padrões de produção, processamento, comercialização e

importação de produtos orgânicos de origem vegetal e animal nos seus

estados membros. Tal documento vem sendo alterado com freqüência para

incorporar os avanços nas práticas de produção, processamento e

comercialização desses produtos (Ormond, 2002).

A Internacional Federation of Organic Agriculture Movements (IFOAM),

procura agregar todas as associações e pessoas que pesquisam, ensinam e

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divulgam as técnicas da agricultura orgânica, bem como as que produzem,

processam e comercializam alimentos orgânicos e insumos naturais.

No Brasil, ainda na década de 1970, a produção orgânica estava

diretamente relacionada com movimentos filosóficos que buscavam o retorno

do contato com a terra como forma alternativa de vida em contraposição aos

preceitos consumistas da sociedade moderna. A recusa de uso do pacote

tecnológico da chamada agricultura moderna, intensivo em insumos sintéticos

e agroquímicos e vigorosa movimentação de solo, acrescenta a vertente

ecológica ao movimento. A comercialização dos produtos obtidos era feita de

forma direta, do produtor ao consumidor, e tinha como clientes aqueles que

propugnavam filosofias análogas, assemelhando-se a uma “ação entre

amigos”. Com o crescimento da consciência de preservação ecológica e a

busca por alimentação cada vez mais saudável, houve expansão da clientela

dos produtos orgânicos e, na década de 80, organizaram-se muitas das

cooperativas de produção e consumo de produtos naturais hoje em atividade,

bem como os restaurantes dedicados a esse tipo de alimentação. Na década

de 90, alavancados pela ECO 92, proliferaram os pontos comerciais de venda

de produtos naturais e, no final da década, os produtos orgânicos entraram,

com força, nos supermercados (Ormond, 2002).

Da mesma maneira que no restante do mundo, a existência de um

mercado crescente e rentável tem atraído novos empreendedores, que visam,

essencialmente, aos lucros que podem advir da atividade e, embora

mantenham os preceitos técnicos da agricultura orgânica, se distanciam cada

vez mais da filosofia que deu origem ao movimento.

2.1.4 – A agricultura orgânica oficial no Brasil

As normas oficiais de produção e comercialização de produtos orgânicos

no Brasil, foram oficializadas inicialmente pela Instrução Normativa 007/99, de

17 de maio de 1999. Posteriormente novas leis e portarias foram sendo

editadas, visando complementar as normas. Dentre elas destacamos a lei

10.831 de 23/12/2003, a instrução Normativa 16 de 11/06/2004 e a Portaria

158 de 08/07/2004. Todas procuram basear-se nas diversas correntes de

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agricultura alternativa existentes no Brasil, baseando-se também nas normas

internacionais da IFOAM.

A Instrução Normativa 007/99, do Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento (Mapa), que normatiza a agricultura orgânica, em seu item 1.1,

considera “sistema orgânico de produção agropecuária e industrial todo aquele

em que se adotam tecnologias que otimizem o uso dos recursos naturais e

socioeconômicos, respeitando a integridade cultural e tendo por objetivo a

auto-sustentação no tempo e no espaço, a maximização dos benefícios

sociais, a minimização da dependência de energias não-renováveis e a

eliminação do emprego de agrotóxicos e outros insumos artificiais tóxicos,

organismos geneticamente modificados por transgenia ou por radiações

ionizantes em qualquer fase do processo de produção, armazenamento e de

consumo, e entre os mesmos privilegiando a preservação da saúde ambiental

e humana, assegurando a transparência em todos os estágios da produção e

da transformação”, visando:

a) - oferta de produtos saudáveis e de elevado valor nutricional, isentos de

qualquer tipo de contaminantes que ponham em risco a saúde do consumidor,

do agricultor e do meio ambiente;

b) - preservação e a ampliação da biodiversidade dos ecossistemas, natural ou

transformado, em que se insere o sistema produtivo;

c) - conservação das condições físicas, químicas e biológicas do solo, da água

e do ar; e

d) - fomento da integração efetiva entre agricultor e consumidor final de

produtos orgânicos e o incentivo à regionalização da produção desses produtos

orgânicos para os mercados locais (Brasil, 1999).

2.1.5 – Sistema de conversão das propriedades.

Conversão é o nome dado à mudança de processo de manejo do solo e

de animais e se inicia pela suspensão total do uso de insumos sintéticos e sua

substituição por insumos naturais e biodegradáveis renováveis pelo período

necessário à “desintoxicação” da área. Enquanto a terra e os animais

apresentarem vestígios de agroquímicos ou fertilizantes sintéticos, a sua

produção não poderá ser considerada orgânica. O tempo necessário para que

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este processo se complete depende das condições do solo e do tipo de cultivo

a ser realizado. No caso de culturas vegetais anuais, o prazo oscila entre um e

dois anos, chegando a três anos para culturas permanentes (Brasil, 1999).

2.1.6 – Certificação de produtos orgânicos

O Colegiado Nacional de Certificação Orgânica, instituído pela

Normativa nº 007, de maio de 1999, do Ministério da Agricultura, é a instituição

que está regulamentando, nacionalmente, o processo de credenciamento de

entidades certificadoras. Na área estadual, estão sendo implantados os

colegiados estaduais que serão responsáveis pelo credenciamento e

fiscalização das entidades certificadoras nos diversos estados brasileiros

(Souza et al., 2001).

Um produto agrícola se beneficia da designação de “orgânico”, se a

propriedade rural cumprir o período de conversão e as regras da Normativa

007/99 do Mapa, fiscalizadas e certificadas por entidades certificadoras

regulamentadas (Brasil, 1999).

2.1.7 – Mercado de produtos orgânicos

a) Mercado mundial

Segundo a IFOAM, o sistema orgânico já é praticado em mais de uma

centena de países ao redor do mundo, sendo observada uma rápida expansão,

sobretudo na Europa, EUA, Japão, Austrália e América do Sul. Esta expansão

está associada, em grande parte, ao aumento de custos da agricultura

convencional, à degradação do meio ambiente e à crescente exigência dos

consumidores por produtos “limpos”, livres de substâncias químicas ou

geneticamente modificadas (Darolt, 2003).

De acordo com Yussefi (2003), atualmente cerca de 23 milhões de

hectares são manejados organicamente no mundo, em aproximadamente

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400.000 propriedades orgânicas, o que representa pouco menos de 1% do total

das terras agrícolas do mundo.

As estatísticas mundiais sobre o setor de alimentos orgânicos mostram

que o comércio mundial de alimentos orgânicos (considerando 16 países

europeus, América do Norte e Japão) movimentou aproximadamente US$ 21

bilhões em 2001 e provavelmente atinjam 29 a 31 bilhões em 2005 (Kortbech-

Olesen, 2003).

b) Mercado no Brasil

A produção orgânica no Brasil, avaliada pelo Instituto Biodinâmico

permite uma estimativa de valor de mercado da produção brasileira de

orgânicos na faixa de US$ 220 milhões a US$ 300 milhões, dependendo da

performance de produtividade de frutas e palmito e da margem aplicada pelos

distribuidores (Ormond, 2002).

No Brasil, a área ocupada pela agropecuária orgânica é de 269.718 ha,

sendo 116.982 ha utilizados para a pastagem de bovino de corte e de leite

manejado segundo normas da agricultura orgânica e os restantes 152.736 ha

destinados ao cultivo dos mais diversos produtos agrícolas, desde commodities

a especiarias, incluindo também produtos típicos de atividade extrativista

(Ormond, 2002).

Segundo Darolt (2002), dos cultivos nos quais se identificou a correlação entre

quantidade de produtores e culturas, a soja e as hortaliças aparecem como

destaque. No caso da soja, o fato é explicado pela demanda do mercado do

Japão e da União Européia por soja orgânica (mesmo antes da difusão dos

transgênicos) e pela experimentação de produtores de soja em manejo

orgânico (área média de 21 ha por produtor). O caso das hortaliças é

conseqüência da adequação do sistema de produção orgânica às

características de pequenas propriedades com gestão familiar, seja pela

diversidade de produtos cultivados em uma mesma área, seja pela menor

dependência de recursos externos, com maior utilização de mão-de-obra e

menor necessidade de capital.

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2.2 – O cultivo protegido

O cultivo protegido tornou-se uma alternativa à proteção das plantas

contra as adversidades climáticas, permitindo a produção em períodos críticos,

além de possibilitar a regularização da oferta e melhor qualidade dos produtos.

Isto acontece porque no cultivo protegido ocorrem alterações microclimáticas

que favorecem e protegem as culturas, possibilitando melhores condições de

desenvolvimento e produção das plantas, Sentelhas & Santos (1995).

O início da utilização do polietileno na agricultura data da década de

1960, quando a utilização do plástico revolucionou a produção de hortaliças em

diversas partes do mundo. Nas décadas de 1970 e 1980 houve grande

expansão do cultivo protegido, particularmente na Ásia e Costa do

Mediterrâneo, estimando-se que são cultivados, atualmente, no mundo cerca

de 200.000 ha de hortaliças em cultivo protegido. Hoje, o cultivo em ambiente

protegido consiste numa tecnologia amplamente consolidada em países como

China, Japão, Espanha, Itália, Grécia, Holanda e Estados Unidos (Sentelhas &

Santos, 1995).

No Brasil, o uso desta tecnologia iniciou na década de 1970, com rápido

crescimento na década de 1990, quando eram cultivados cerca de 1.390 ha

em 1998. São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul são os estados com maior

área cultivada. Dentre as hortaliças mais cultivadas, destacam-se o tomate,

pimentão, alface e pepino (Vechia & Koch, 1999).

O cultivo protegido proporciona em geral rendimentos superiores ao

cultivo a céu aberto. Além desta vantagem, os produtos colhidos apresentam

melhor qualidade; as plantas consomem menos água; diminui-se a lixiviação

dos nutrientes; melhora-se o aproveitamento da radiação solar; há um aumento

significativo da temperatura interna do ar e do solo; os patógenos do solo,

nematóides e plantas daninhas podem ser controlados com aplicação de filmes

plásticos (Martins et al., 1999).

Para Rebelo et al., (2005), entre as vantagens do cultivo protegido,

destacam-se a humanização do trabalho do agricultor, a racionalização no uso

dos insumos agrícolas, a garantia de produção, a melhor qualidade dos

produtos e o aumento de renda do produtor.

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O efeito da cobertura plástica causa modificações microclimáticas no

interior dos abrigos, tornando viável a produção de vegetais em épocas ou

lugares cujas condições climáticas são críticas. No entanto, nem todas

modificações microclimáticas são benéficas aos cultivos, sendo que em muitas

vezes estas modificações, como ausência de chuvas e elevação da

temperatura e umidade, prejudicam o desenvolvimento das plantas ou

favorecem o surgimento de pragas e doenças, causando prejuízos aos

produtores (Sentelhas & Santos, 1995).

Cultivando tomateiro em ambiente protegido e a céu aberto, Martins et

al., (1992) constataram efeito positivo e favorável da proteção plástica sobre

as plantas, tanto na redução do período de molhamento foliar, como na

redução da ocorrência de doenças foliares e no aumento da produtividade da

cultura.

As principais modificações microclimáticas observadas em ambientes

protegidos são:

a) Temperatura

A temperatura do ar no interior dos abrigos plásticos está ligada ao

balanço de energia, que irá depender do tamanho do abrigo, do tipo de plástico

e das condições meteorológicas locais (Buriol et al., 1993). Durante o dia, por

causa da radiação líquida positiva, a superfície aquece a parcela de ar próxima

a ela, desencadeando um processo convectivo. Com isso, as temperaturas

máximas podem atingir valores bem superiores aos observados no exterior dos

abrigos (Sentelhas & Santos, 1995).

Buriol et al., (1997) constataram que em túneis baixos de polietileno

transparente, as temperaturas médias e máximas diárias do ar foram mais

elevadas sob os túneis do que no exterior. Após o pôr do sol, à medida que a

noite avança, o balanço de energia vai se tornando negativo devido à alta

transmissividade do plástico à radiação de onda longa, permitindo a perda

noturna de energia. Com isso, a temperatura do ar no interior dos abrigos

cobertos com polietileno de baixa densidade sofre uma queda acentuada,

tendendo que a temperatura mínima seja igual ou ligeiramente superior ao

ambiente externo. Isso pode acontecer em noites com ventos moderados

associados à céu limpo. No interior dos abrigos, devido à ausência de mistura

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mecânica das camadas de ar influentes, a perda de energia se torna intensa,

causando a inversão térmica (Montero et al., 1985; Buriol et al., 1993;

Pezzopane et al., 1995). Para Castilla Prados (1998), em dias ensolarados a

temperatura no interior dos abrigos durante o dia será bem superior à

temperatura externa.

O efeito estufa, que é a maior disponibilidade de calor no ambiente

interno do abrigo, está diretamente relacionado, durante o dia, à passagem da

radiação solar (ondas curtas) através do plástico para o interior do abrigo e

retenção da radiação de onda longa. O “efeito estufa” nos abrigos é,

relativamente, maior nos dias mais frios e, dependendo das condições

meteorológicas, a temperatura mínima do ar no interior dos abrigos pode ser

menor do que aquela no ambiente externo (Buriol et al., 1993). Isso ocorre pois

o plástico atualmente utilizado nos abrigos é do tipo PEBD (Polietileno

transparente de baixa densidade), que é bastante transmissível à radiação

terrestre (onda longa), sendo assim muito pequeno o efeito estufa

proporcionado. Atualmente existem outros tipos de plásticos, conhecidos como

térmicos, como aqueles com o copolímero EVA (acetato de etileno vinil), que

têm menor transmissividade à radiação de onda longa, diminuindo, assim, a

perda noturna de energia (Sentelhas & Santos, 1995).

Para diminuir as temperaturas diurnas excessivamente elevadas no

interior de abrigos plásticos, Schneider et al., (1998) avaliaram a aplicação na

face interna da cobertura plástica de uma mistura de 10% de cal apagada em

água e também o sombreamento, através da colocação de uma malha de

sombra de transmissividade de 70%, aplicada na altura do pé direito dos

abrigos. Estas duas técnicas possibilitaram uma redução média de 3ºC em

relação ao abrigo testemunha.

A temperatura média do solo no interior de abrigos plásticos, em leituras

realizadas nos horários de 9, 15 e 21 horas, é maior que as médias observadas

no ambiente externo ao abrigo, independente do horário de observação. Nos

dias mais frios, a diferença de temperatura entre o ambiente interno e externo

do abrigo é mais elevada (Schneider et al., 1993a).

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b) Radiação solar

A radiação solar global incidente no interior de abrigos cobertos com

plástico é sempre menor que a incidente sobre uma superfície livre. A redução

da densidade de fluxo da radiação é em virtude dos processos de reflexão e de

absorção pela cobertura plástica (Pezzopane et al., 1995). Com relação à

transmissividade da radiação solar, Sentelhas et al., (1999) constataram que o

filme plástico de PVC (policloreto de vinil) azul apresenta transmissividade

média da radiação solar global, da radiação fotossinteticamente ativa e da

iluminância respectivamente de 65, 60 e 70%, ao passo que no PVC

transparente a transmissividade média foi de 71, 72, e 85% respectivamente.

Farias et al., (1993) relatam que em média 83% da radiação solar global

verificada externamente, ao redor das 12 horas, penetrou no interior de abrigos

plásticos, variando este percentual de 65 a 90%. Em dia de céu límpido, em

média, 45% da radiação global interna correspondeu à radiação difusa, ao

passo que, externamente, este percentual foi de 24%, evidenciando o efeito

dispersante da cobertura plástica. Apesar da redução da radiação solar global

no interior de abrigos, ocorre um aumento da fração da radiação solar difusa,

sendo isso importante, uma vez que a radiação difusa é multidirecional,

podendo ser mais bem aproveitada pelas plantas. Em condições externas de

mínima ou nula radiação solar direta, os valores absolutos externos de

radiação difusa foram superiores aos observados no interior de abrigos

plásticos. Ao longo de um dia, observou-se que a maior transmissividade da

cobertura plástica à radiação solar (93%) ocorreu das 14 às 16 horas, sendo

menor nos horários próximos ao nascer e pôr-do-sol (52 e 77%), para às 8 e 17

horas, respectivamente, mostrando que a transmissibilidade da cobertura

plástica varia em função do ângulo de incidência da radiação solar (Sentelhas

& Santos, 1995).

Cultivando tomateiro em estufa plástica, Radin (2002) observou que

houve redução de 30% na radiação fotossintéticamente ativa, mesmo assim

houve aumento da eficiência de utilização desta radiação em cerca de 33% na

primavera-verão e 43% no cultivo no verão-outono, em virtude da maior

quantidade de luz difusa no interior do abrigo e ao comportamento das folhas

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inferiores, que passaram a atuar como folhas de sombra, tornando-se mais

eficientes na fotossíntese.

A radiação solar interceptada pelas plantas está diretamente ligada à

fotossíntese e à produção total de matéria seca (Marcelis, 1993). Nos estádios

iniciais de desenvolvimento da planta, o acúmulo de massa seca é reduzido,

em virtude da menor área foliar para interceptação da radiação solar e

realização da fotossíntese, mas, à medida que a planta cresce, há um

aumento da área foliar, capturando mais energia, com ganho de matéria seca

(Loomis & Connor, 1992).

Reisser Júnior (2002) observou que o tomateiro de crescimento

determinado cultivado em estufas plásticas apresenta maior altura de planta,

em resposta à menor disponibilidade de radiação solar, na comparação com

cultivo em ambiente externo. O crescimento das plantas em cultivo protegido é

maior do que o verificado a céu aberto, atribuído principalmente ao aumento da

temperatura no interior dos abrigos, (Segovia, 1997). Para o desenvolvimento

normal das cultura, é necessário que a radiação recebida seja igual ou superior

ao limite trófico estabelecido para a cultura, que no caso das hortaliças, situa-

se em 8,4 MJ.m-2.dia-1 (Andriolo, 2000).

A radiação solar é utilizada também para a solarização do solo, que é

um método de controle de patógenos do solo. A radiação que passa por uma

cobertura plástica transparente para o solo úmido nos meses de verão propicia

o aumento do fluxo de calor latente para o solo (Schneider et al., 1993 b),

controlando patógenos, como Sclerotinia sclerotiorum (Veiga et al .,1998).

c) Evapotranspiração

A cobertura plástica do abrigo altera o balanço de radiação e o balanço

energético com relação ao ambiente exterior. Em conseqüência, altera também

a evapotranspiração. Farias et al., (1994) constataram uma redução na

evapotranspiração entre 45% e 77% da verificada na parte externa dos abrigos,

já Rosemberg et al., (1989) constataram valores de 60 a 80%. A diminuição da

evapotranspiração das culturas no interior dos abrigos ocorre em virtude da

diminuição da radiação solar e da menor ação dos ventos, principais fatores da

demanda evaporativa das plantas.

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A evapotranspiração no interior de abrigos plásticos é cerca de 50%

inferior a que ocorre no ambiente externo (Buriol et al., 2001). As maiores

diferenças entre os valores da evaporação no interior e exterior de abrigos

ocorrem em dias límpidos e de umidade relativa do ar reduzida. Em dias

nublados ou com chuva e umidade relativa do ar elevada ocorrem valores de

evapotranspiraração mais elevados no interior que no exterior. Para Heldwein

et al., (2001), a evapotranspiração no interior dos abrigos foi, em média, 52%

menor que no ambiente externo, mas tal diferença tende a decrescer ao longo

do ciclo das culturas. A espécie cultivada também interfere na diferença de

evaporação entre os ambientes externo e interno do abrigo.

d) Umidade relativa do ar

Os valores da umidade relativa do ar no interior de abrigos plásticos são

muito variáveis, sendo inversamente proporcionais aos valores da temperatura

do ar (Buriol et al., 1993). Desta forma, com o aumento da temperatura durante

o período diurno, a umidade relativa do ar diminui, ficando próxima ou até

algumas vezes menor do que a do ambiente externo ao abrigo. À noite, com a

diminuição da temperatura, a umidade relativa do ar sobe muito no interior do

abrigo, chegando quase sempre a 100% (Sentelhas & Santos, 1995).

Para Abreu et al., (1994), a umidade relativa do ar é maior no interior dos

abrigos do que na parte externa dos mesmos, em virtude da menor ventilação

que ocorre no seu interior. Diversos autores também relatam diminuição da

ventilação natural no interior de abrigos (Fernandez & Bailey, 1992; Feuilloley

et al., 1994; Kittas et al., 1995; Boulard & Draoui, 1995; Papadakis et al., 1996

e Kittas et al., 2001). Abou-Hadid & El-Beltagy (1992) verificaram que mesmo

em regiões onde a umidade relativa do ar é extremamente baixa, ocorre

expressiva elevação da umidade relativa do ar no interior dos abrigos.

A porcentagem média da umidade relativa do ar é superior no interior

abrigos em relação à porcentagem média da umidade relativa do ar do exterior,

no período noturno. No período diurno, só é inferior àquela do exterior nas

horas do dia em que ocorre elevação da temperatura do ar, em torno da 8 às

14 horas. Nos meses de inverno, nos dias em que a umidade do ar é muito

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elevada e nos dias de chuva ou com céu encoberto, a umidade relativa do ar

no interior dos abrigos permanece mais elevada do que aquela do exterior

durante o período diurno também (Buriol et al., 2000).

Banuelos et al., (1985) constataram, quando cultivando tomateiro em

ambiente protegido, com umidade relativa do ar ao redor de 95%, a ocorrência

de maior porcentagem de frutos com sintomas de deficiência de cálcio, quando

comparado ao cultivo em ambiente com cerca de 55% de umidade relativa do

ar.

Francescangeli et al., (1994), observaram que cultivando tomateiro em

ambiente protegido com cobertura de tela sombreadora 20%, ocorreu maior

porcentagem de frutos com sintomas de deficiência de cálcio, ao redor de 11%,

ao passo que o cultivo em ambiente protegido sem tela sombreadora, a

ocorrência foi de 1% dos frutos.

Pezzopane et al., (1995) observaram que o manejo das cortinas do

abrigo influi diretamente na umidade relativa do ar. Com as cortinas fechadas,

a umidade do ar no interior dos abrigos é maior do que a do exterior em virtude

da não renovação do ar naquele ambiente. Com a abertura das cortinas, a

umidade no interior dos abrigos cai rapidamente, ficando próxima do ambiente

externo.

A ventilação natural no interior de abrigos plásticos provocada pela

abertura das cortinas laterais, provoca diminuição da temperatura interna dos

abrigos, além de diminuir a umidade relativa do ar, desfavorecendo o

surgimento de doenças foliares, como Botrytis cinerea (Abreu et al., 1994).

2.2.1 – A utilização de telas anti-insetos em cultivo protegido

A utilização de telas anti-insetos para proteção de culturas não é uma

prática de uso corrente entre os produtores de hortaliças no Brasil.

A procura pelo uso de telas para controle de pragas em cultivo protegido

tem crescido rapidamente. Isto ocorre devido ao rigoroso controle

governamental no uso de agrotóxicos, diminuição de eficácia e disponibilidade

de alguns inseticidas, preocupação com a saúde dos trabalhadores rurais e

com a saúde pública. O uso de telas é uma alternativa limpa em substituição ao

tradicional controle químico de pragas. A utilização de telas em cultivo

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protegido deve seguir os seguintes passos: seleção da malha adequada para o

controle dos insetos praga; desenhar o abrigo de forma que o uso das telas

não comprometa a ventilação em seu interior; construir sistema de gaiolas com

porta dupla para entrada nos abrigos; antes da instalação da tela, fazer

inspeção no interior dos abrigos para retirar possíveis focos de insetos ou

estruturas de multiplicação; estabelecer uma rotina de observação no interior,

visando detectar possíveis insetos, fazendo seu controle imediatamente

(Ranch, 2002).

Berlinger et al., (2002) relatam que até o ano de 1990, o controle da

mosca branca (Bemisia tabaci) em Israel, era realizado por meio da utilização

de inseticidas. A partir desta data, iniciou-se com sucesso a utilização de telas

anti-insetos para o controle desta praga transmissora de vírus na cultura do

tomateiro em ambiente protegido.

Embora esta prática não seja corrente entre produtores brasileiros,

Ribeiro (1981) relata que a utilização de telas de nylon no cultivo do tomateiro,

reduziu a incidência viroses ligadas a afídeos vetores de vírus.

Trani (2002) utilizou telas sombrite com malha de 1 e 2mm nas laterais

de abrigos tipo túneis, para controle de insetos no cultivo de couve.

Para o cultivo orgânico do tomateiro em cultivo protegido, pesquisadores

da Pesagro recomendam que nas laterais dos abrigos com cobertura de

polietileno, seja colocada tela branca de nylon com malha de 1mm (Pesagro,

2002).

2.2.2 – Vantagens do uso de telas anti-insetos

As telas de exclusão de insetos em cultivo protegido, oferecem vários

benefícios. Além da imediata proteção às plantas, elas eliminam os possíveis

problemas de resistência de inseticidas, satisfazem a demanda pública para

produtos livres de agroquímicos, permitem o uso mais eficiente de agentes de

biocontrole e abelhas para polinização. Finalmente, a principal vantagem é a

enorme redução em despesas e exposição aos agrotóxicos (Berlinger et al.,

2002).

A utilização de telas para controle de insetos transmissores de vírus em

tomate tornou-se uma solução economicamente viável, resultando em uma

expansão na área total de cultivo de tomate em estufa e também de outras

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hortaliças (Berlinger et al., 1990; Bethke et al., 1994; Berlinger et al., 1996b;

Arsenio et al., 1999; Taylor et al., 2001).

Para Bell & Baker (2000), a utilização de telas anti-insetos traz

benefícios econômicos para os produtores e também para os consumidores,

pela redução do uso de agrotóxicos e redução nos custos de produção.

O cultivo protegido, nos trópicos, protege as plantas de ventos fortes,

chuvas intensas, insetos e doenças. A utilização de telas anti-insetos nos

abrigos, reduz a exposição dos trabalhadores rurais aos pesticidas, excluindo

ou eliminando doenças causadas por insetos, reduzindo custos de produção,

pela drástica redução no uso de agrotóxicos (Soni et al., 2005).

A resistência aos inseticidas apresentada por pulgões, trips e mosca

branca torna seu controle menos efetivo, além de causar prejuízos

econômicos e ambientais. O manejo integrado de pragas, com práticas de

exclusão de insetos, mostra-se como uma tática favorável à redução no uso de

agrotóxicos. Dentre as medidas de exclusão está a utilização de telas nos

cultivos protegidos. Bell & Baker (1997) relatam que a utilização de telas em

ambientes protegidos, visando a exclusão de insetos, tem diminuído custos de

produção, além de ter relaxado as medidas de proteção aos trabalhadores

rurais. Com a utilização de telas, diminui a presença de insetos transmissores

de vírus, diminuindo muito a necessidade de utilização de inseticidas. A

escolha do tipo de tela a ser utilizado deve levar em conta que esta é uma

técnica que provoca diminuição na ventilação no interior dos abrigos, podendo

causar danos ao cultivo.

Baker & Jones (1989) relatam que o uso de telas em cultivo protegido

tem diminuído a presença de pragas no interior dos abrigos e de insetos

transmissores de doenças.

Os problemas ambientais e de saúde provocados pelos agrotóxicos

estão sensibilizando a opinião pública e os trabalhadores de abrigos

protegidos. A exposição dermal e respiratória aos pesticidas é maior nos

trabalhadores em cultivo protegido do que nos demais trabalhadores rurais. A

utilização de telas para controle de pragas em abrigos é uma alternativa viável,

que propiciará redução na entrada de insetos nestes ambientes, reduzindo

conseqüentemente o uso de agrotóxicos (Baker & Schearing, 2002).

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2.2.3 – Alterações microclimáticas provocadas pelas telas anti-insetos

O cultivo em ambientes protegidos promove condições ambientais

favoráveis ao desenvolvimento de vários insetos pragas, que são difíceis de

serem controlados, devido à ausência de inimigos naturais no interior dos

abrigos e à falta de inseticidas registrados para utilização em cultivo protegido.

A utilização de telas nas entradas dos abrigos pode impedir a entrada destes

insetos pragas, evitando o uso de agrotóxicos. Entretanto, a utilização de telas

diminui a ventilação no interior dos abrigos, prejudicando as culturas. A escolha

do tipo de tela deve ser feita em função do inseto praga a ser controlado. São

recomendadas as seguintes malhas para controle de insetos: minadores de

folhas (40 mesh); mosca branca (52 mesh); pulgões (78 mesh); trips (132

mesh). Para cada tipo de tela deve ser calculada a área de telado necessária

para promover uma boa ventilação no interior do abrigo (Ghidin & Roberts,

2002). Um dos objetivos principais do cultivo protegido é proteger as culturas

das condições climáticas desfavoráveis. Infelizmente, as ótimas condições

propiciadas para as plantas também são favoráveis para acelerar o

desenvolvimento de insetos (Berlinger et al., 2002)

Fatnassi et al (2003) relatam que a utilização de telas anti-insetos tipo

anti-trips e anti-afídeo, resultaram num significativo aumento da temperatura e

umidade relativa do ar no interior dos abrigos. Tanny et al (2003), observaram

que a utilização da tela anti-afídeo de 50 mesh (malha 0,5 x 0,5mm) resultou na

redução da taxa de ventilação entre 51 e 71% no interior do abrigo, e que esta

redução foi maior no centro do abrigo do que nas laterais. A variação na taxa

de redução da ventilação esteve em função da direção e velocidade dos ventos

no exterior do abrigo. Estes autores observaram também que na parte superior

do abrigo, a temperatura era maior e a umidade relativa menor, quando

comparada à parte inferior do abrigo.

Os estudos da mudança de temperatura, umidade relativa do ar e da

redução da taxa de ventilação no interior de abrigos com utilização de telas

anti-insetos, também foram realizados por (Sase & Christianson, 1990;

Brundrett, 1993; Kosmos et al., 1993; Pearson & Owen, 1994; Montero et al.,

1996; Miguel et al., 1997; Miguel, 1998; Miguel et al., 1998; Muñoz et al., 1998;

Teitel et al., 1999; Miguel & Silva, 2000; Teitel, 2001).

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Teitel (2001) constatou que utilizando telas anti-insetos nas aberturas

dos telhados dos abrigos, ocorre diminuição da ventilação e aumento da

temperatura e umidade relativa do ar no interior dos abrigos, e que a

diminuição da ventilação é proporcional ao adensamento da malha da tela anti-

inseto. Com tela anti-insetos de 17 mesh (malha 1,47 x 1,47mm), a equação da

velocidade do vento no interior do abrigo é: y=0,187x + 0,176 e com tela anti-

inseto de 50 mesh (malha 0,5 x 0,5mm) a equação é: y=0,067x + 0,068; sendo

x a velocidade do vento em (m3 s-1) no exterior do abrigo.

Bartzanas et al., (2002) estudando a influência da utilização da telas

anti-insetos em cultivo protegido, concluíram que a utilização das telas reduz

drasticamente a velocidade dos ventos no interior dos abrigos e promove

aumento do gradiente de temperatura nos abrigos.

Visando o controle de pragas, a escolha do tamanho da malha da tela

anti-insetos para utilização em cultivo protegido, deve ser feita baseada nas

dimensões do tórax do inseto, tendo em mente sempre que quanto menor a

malha, menor será a ventilação no interior dos abrigos (Bell & Baker, 2000).

A utilização de telas em abrigos, permite controle de pragas, porém

diminui a ventilação no interior dos abrigos, prejudicando os processos de troca

de energia e massa de ar com o ambiente externo. Com isto, ocorre a

diminuição da concentração de CO2 do ar do interior dos abrigos. A falta de

ventilação também provoca excesso da umidade relativa do ar, favorecendo

a condensação na parte interior dos plásticos, com gotejo sobre as plantas,

favorecendo o desenvolvimento de doenças (Para & Gómez, 1998).

As telas anti-insetos podem excluir insetos de abrigos e podem reduzir a

necessidade de agrotóxicos. Elas também podem ser usadas como barreiras

contra fatores do ambiente externo e facilitar o controle biológico de pragas

dentro do abrigo. Porém, as telas têm uma grande desvantagem, pois elas

reduzem a taxa de ventilação por causa da resistência delas à corrente de ar

(Teitel & Shklyar, 1998).

Reisser Júnior (2002) cultivando tomateiro em estufa plástica com

cortina de tela anti-insetos e em estufa plástica sem cortina, observou que no

ambiente com tela anti-insetos houve menor disponibilidade de radiação

fotossinteticamente ativa, menor velocidade do vento e maior umidade relativa

do ar, quando comparada com as estufas sem tela anti-insetos. Este autor

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concluiu que as temperaturas do ar dentro de estufas plásticas, com ou sem

telas anti-insetos, dependem das condições térmicas do ambiente externo.

2.3 – A cultura do tomateiro

O tomateiro é uma planta dicotiledônea do gênero Lycopersicon

pertencente à família Solanaceae. Esta é uma família botânica extremamente

diversificada que engloba cerca de 90 gêneros e 2.600 espécies. O tomateiro

foi inicialmente descrito por Linnaeus como Solanum lycopersicon. Em 1754,

Miller estabeleceu o gênero Lycopersicon, classificando o tomateiro como

Lycopersicon lycopersicum (L.). Finalmente, em 1987 foi confirmado o binômio

Lycopersicon esculentum Miller. O gênero Lycopersicon apresenta um número

relativamente pequeno de espécies, aproximadamente nove, porém, somente

Lycopersicon esculentum Mill. é cultivada como hortaliça. As espécies

silvestres deste gênero são utilizadas no melhoramento do tomateiro (Giordano

et al., 2003).

O tomateiro é originário da América do Sul (Centro de Origem Peruano,

Equatoriano, Boliviano), mais precisamente, da região compreendida entre o

Equador até o norte do Chile e o litoral do Pacífico, até uma altitude de

aproximadamente 2000m. Diversas espécies silvestres são ainda hoje

encontradas nesta área (Minami & Haag, 1980).

Da América do Sul o tomateiro foi, provavelmente, levado pelos nativos

sul-americanos para o México e pelos viajantes europeus para outras partes do

mundo. Inicialmente, o tomateiro foi cultivado como planta ornamental nos

jardins europeus, sendo que os italianos iniciaram seu cultivo e uso na

alimentação humana. Cultivares de frutos grandes e carnosos, obtidas nos

últimos cem anos, estão eliminando as cultivares nativas, inclusive na sua

região de origem (Gómez et al., 2000).

O tomateiro apresenta porte herbáceo, podendo ser de crescimento

determinado ou indeterminado, com folhas compostas de um número ímpar

de folíolos peciolados com limbo foliar oval e bordas serreadas. A

inflorescência é um rácimo. O caule adulto é semi-lenhoso que, em contato

com o solo, emite raízes adventícias (Cançado Júnior et al., 2003).

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A ampla adaptação da planta, aliada aos processos de melhoramento

genético, impulsionou o cultivo do tomateiro, que é realizado em praticamente

todo o mundo. É a segunda hortaliça mais cultivada, sendo superada apenas

pela batata. A ampla aceitação e preferência pelo tomate devem-se às suas

qualidades gustativas, ao aporte de vitaminas e minerais e à possibilidade de

um amplo uso, tanto no estado fresco quanto industrializado (Gómez et al.,

2000).

A produção mundial de tomate no ano 2003 foi de 112.308.298 t, obtidas

em 4.231.669 ha, com uma produtividade média de 26.539 t ha-1. A China é o

maior produtor, com 1.205.153 ha plantados, sendo responsável por 25% da

produção mundial, seguido pela Índia com 520.000 ha. O Brasil é o oitavo

produtor mundial e o primeiro produtor da América Latina (FAO, 2004).

No Brasil, em 2002, a produção de tomate alcançou 3.652.923 t obtidas

em 62.647 ha. A produtividade média nacional foi de 58,309 t.ha-1 A região

Sudeste concentra a maior área plantada com tomateiro, sendo que o maior

produtor nacional é o estado de Goiás, com uma produção de 951.410 t,

obtidas em 12.512 ha. O segundo maior produtor é o estado de São Paulo com

765.990 t, seguido pelo estado de Minas Gerais, com 637.219 t (IBGE, 2004).

2.3.1 - Exigências climáticas do tomateiro

O tomateiro, mesmo sendo originário de uma região que apresenta

temperaturas moderadas (médias de 15ºC a 19ºC) e precipitações não muito

intensas, floresce e frutifica em condições climáticas bastante variáveis. A

planta pode desenvolver-se em climas do tipo tropical de altitude, subtropical e

temperado, o que permite o seu cultivo em diversas regiões do mundo. Porém,

existem limitações de cultivo, dependentes das condições locais de

temperatura, umidade relativa do ar e radiação solar (Embrapa, 2003).

2.3.1.1 – Temperatura

A temperatura é um dos fatores climáticos mais limitantes à cultura não

se adaptando o seu cultivo em locais com temperaturas abaixo de 10ºC e

acima de 35ºC (Minami & Haag, 1980).

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A temperatura exerce forte influência em todas as fases do

desenvolvimento da cultura do tomateiro, sendo que para germinação das

sementes, a temperatura mínima é de 11ºC, a ótima de 16 a 29ºC e a máxima

de 34ºC (Gómez et al., 2000).

A temperatura ótima para o desenvolvimento vegetativo encontra-se na

faixa de 20ºC a 24ºC, tolerando a planta temperaturas que oscilam entre 10ºC

a 34ºC neste estádio. (Cermeño, 1979; Gómez et al., 2000). Quando

submetido a temperaturas inferiores a 12ºC o tomateiro tem seu crescimento

reduzido, sendo sensível a geadas. A velocidade de crescimento do talo da

planta aumenta com a elevação da temperatura (Nuez, 2001). Uma

termoperiodicidade ao redor de 6ºC é benéfica para o desenvolvimento do

tomateiro (Gómez et al., 2000).

Para a floração, a temperatura ideal se encontra entre 12 e 25ºC,

sendo que, temperaturas abaixo de 10ºC e acima de 40ºC afetam

drasticamente a produção de pólen e o pegamento dos frutos. Temperaturas

noturnas próximas de 32ºC causam abortamento de flores, (Cermeño, 1979;

Gómez et al., 2000; Embrapa, 2003). Com temperaturas médias de 20ºC, as

flores se desenvolvem mais rapidamente do que a 16ºC (Nuez, 2001).

A coloração e o desenvolvimento dos frutos também são afetados pelas

temperaturas. Em temperaturas médias superiores a 28ºC, formam-se frutos

com coloração amarelada, em razão da redução da síntese de licopeno

(responsável pela coloração vermelha típica dos frutos), mau desenvolvimento

dos frutos e formação de frutos ocos (Minami & Haag, 1980; Embrapa, 2003).

A temperatura do solo ideal para o desenvolvimento da cultura do

tomateiro situa-se entre 21 e 30ºC, sendo que temperaturas abaixo de 20ºC

reduzem o crescimento da planta (Cermeño, 1979).

2.3.1.2 – Umidade relativa do ar

A umidade relativa do ar tem forte influência no desenvolvimento e

rendimento da cultura do tomateiro. Sob condições de alta umidade relativa

ocorre a formação de orvalho e as folhas se mantêm úmidas por longo período

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do dia, favorecendo o desenvolvimento de doenças de origem bióticas

(Embrapa, 2003). Para Andriolo (2000), a alta umidade ainda provoca

diminuição no fluxo de transpiração da planta, afetando a absorção de

nutrientes, especialmente o cálcio, causando uma doença fisiológica conhecida

como podridão apical dos frutos.

Para o cultivo do tomateiro em ambiente protegido, a umidade ideal

situa-se entre 50 e 60%. Acima destes valores, as plantas podem ficar

expostas a determinados patógenos e a polinização não ocorre com

normalidade. Com baixa umidade relativa do ar, ocorre dificuldade de fixação

do pólen no estigma, e com alta umidade, o pólen se compacta dificultando a

deiscência das anteras e a liberação do pólen e, conseqüentemente

prejudicando a polinização e reduzindo a produtividade da cultura (Grange &

Hand, 1987; Cermeño, 1979).

A baixa umidade também provoca excessiva taxa de transpiração da

planta, provocando fechamento dos estômatos com conseqüente diminuição da

fotossíntese, e seus reflexos na planta (Andriolo, 2000).

2.3.1.3 - Radiação solar

Dentre as exigências climáticas para o cultivo do tomateiro, a radiação

solar pode ser um fator limitante em determinadas regiões e épocas do ano. De

acordo com a FAO (1990), o tomateiro exige no mínimo 200 cal cm-2dia-1 para

o seu desenvolvimento normal e abaixo desta radiação, ocorre paralisação do

crescimento e até morte da planta.

O tomateiro não responde significativamente ao fotoperíodo,

desenvolvendo-se bem tanto em condições de dias curtos quanto de dias

longos (Embrapa, 2003).

2.4 - Problemas fitossanitários da cultura do tomateiro

Dentre as hortaliças cultivadas tradicionalmente, o tomateiro é o mais

suscetível a doenças e pragas, que dificultam seu cultivo, e impõem ao

produtor o uso intenso de produtos químicos para o seu controle. Isto eleva os

custos de produção e aumenta os riscos à saúde pública e ao ambiente. Caso

não controladas eficientemente, as pragas e doenças podem comprometer até

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100% da produção de tomates. A incidência e severidade das pragas e

doenças dependem do grau de resistência e suscetibilidade da cultivar, do

manejo da cultura, das condições edafoclimáticas e do período de cultivo,

(Epamig, 1992; Rebelo et al., 2000; Gómez et al., 2000).

2.4.1- Ocorrência de doenças

A cultura do tomateiro está sujeita a mais de uma centena de doenças

que podem ser de origem parasitária (biótica) e não parasitária (abiótica). As

de origem bióticas são causadas por fungos, bactérias, vírus e outros seres

vivos. A ocorrência destas doenças está na dependência da presença do

agente causador, da sensibilidade da cultivar e das condições ambientais. As

de origem abiótica são causadas por temperatura e luminosidade inadequadas,

falta ou excesso de nutrientes e água, fitotoxidez, salinidade e outros, (Gómez

et al., 2000; Lopes et al., 2003).

A ocorrência de doença nas plantas é resultante de uma complexa inter-

relação patógeno-hospedeiro-ambiente físico (Burrage, 1978). A duração do

período de molhamento foliar é de grande importância nos processos

epidemiológicos, favorecendo a germinação de esporos de fungos e sua

penetração nos tecidos das plantas (Pezzopane et al., 1995)

Dentre as doenças fúngicas que causam danos econômicos aos

produtores, tanto nos cultivos a céu aberto como em cultivo protegido, pode-se

citar a pinta preta (Alternaria solani), a requeima (Phythophtora infestans), a

septoriose (Septoria lycopersici), a mancha-de-cladospório (Cladosporium

fulvum), o mofo-cinzento (Botrytis cinerea) e o oídio (Erysiphe cichoracearum).

A pinta-preta (Alternaria solani) é uma doença que ocorre em todas

regiões produtoras de tomate. Esta doença é favorecida por altas temperaturas

( 24 a 29ºC) e umidade elevada, sendo mais severa no verão ou em condições

de altas temperaturas.

A requeima (Phythophtora infestans) é uma das doenças mais

destrutivas do tomateiro, podendo comprometer toda produção em poucos

dias. É favorecida por umidade elevada e temperatura entre 14 e 22ºC. Em

temperaturas acima de 30ºC a requeima dificilmente ocorre.

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A mancha-de-cladospório (Cladosporium fulvum) é uma doença bastante

dependente das condições climáticas para se desenvolver. Só ocorre sob

longos períodos de alta umidade relativa do ar (90%). Não ocorre sob

condições de umidade abaixo de 85%. Por isto, é mais freqüente no Norte do

Brasil e em cultivo protegido.

O mofo-cinzento, (Botrytis cinerea) é uma doença muito rara em cultivos

a céu aberto, mas pode se tornar severa em cultivo protegido, caso haja

excesso de umidade no interior dos abrigos.

O oídio (Erysiphe cichoracearum) pode ocorrer em tomateiro cultivado a

céu aberto, porém assume maior importância quando a planta é cultivada em

ambientes protegidos. As condições ótimas para o desenvolvimento desta

doença são baixa intensidade luminosa, temperaturas entre 20 a 27ºC e alta

umidade, podendo desenvolver-se também em condições de baixa umidade

relativa do ar (50%), (Lopes & Santos, 1994; Mizubuti & Brommonschenkel,

1996; Garbor & Wiebe, 1997; Gómez et al., 2000; Lopes et al., 2003;).

2.4.2 – Ocorrência de pragas

O tomateiro é atacado por uma série de pragas, algumas principais e

outras secundárias. Dentre as pragas principais, existem aquelas que causam

danos diretos à planta e/ou fruto, como a broca-pequena-do-fruto

(Neoleucinodes elegantalis), a traça do tomateiro (Tuta absoluta), a broca-

grande (Heliothis spp) e a larva minadora (Liriomyza spp.), ou ainda pragas que

causam danos indiretos (por serem transmissoras de vírus) como por exemplo

os tripes (Frankliniella schulzei), a mosca branca (Bemisia sp.) e os pulgões

(Myzus persicae e Macrosiphum euphorbiae).

A broca-pequena-do-fruto (Neoleucinodes elegantalis) é uma pequena

mariposa com cerca de 25mm de envergadura e coloração geral branca. Após

o acasalamento, a fêmea coloca os ovos nos frutos bem pequenos, junto ao

cálice. Depois de nascidas, as lagartinhas penetram nos frutos, saindo de seu

interior para empupar, por meio de um orifício redondo, característico do seu

dano no fruto.

A broca–grande-do-fruto (Heliothis spp) quando adulta é uma mariposa

que mede de 30 a 40mm de envergadura; possui asas anteriores de coloração

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cinza esverdeada e posteriores esbranquiçadas com manchas escuras. A

fêmea coloca os ovos em qualquer parte da planta. Depois de eclodidas, as

lagartas raspam as folhas e frutos, podendo adentra-se nestes, destruindo a

polpa, os inutilizando para o mercado. A lagarta, à medida que vai se

alimentando, aumenta de tamanho, chegando a 50mm de comprimento com

coloração entre verde e marrom com listras longitudinais. Após a fase larval, a

lagarta abandona o fruto para empupar no solo.

A traça do tomateiro (Tuta absoluta) é uma praga que surgiu no Brasil a

partir de 1980 em Jaboticabal-SP, e daí espalhou-se para todo o país. Os

adultos são pequenas mariposas de hábitos crepusculares-noturnos. Medem

11mm de envergadura e apresentam cor cinza-prateada. A função dos adultos

é reprodutiva. As fêmeas colocam os ovos na parte aérea da planta,

preferencialmente nas folhas. Dos ovos eclodem as lagartinhas mastigadoras,

de coloração verde-rosada, que passam a alimentar-se de toda a parte aérea

da planta (broto apical, folhas, caules, botões florais, flores e frutos), iniciando o

ataque nos brotos apicais. A fase de lagarta dura 14 dias, quando a praga

empupa dentro de um casulo de seda na própria folha do tomateiro. A

disseminação da traça ocorre pelo vento, pelo próprio vôo e pelo transporte de

frutos contaminados com as lagartas.

A larva minadora (Liriomyza spp.) ocorre em diversas partes do mundo,

causando prejuízos em muitos cultivos. Os adultos são mosquinhas (dípteros)

de coloração escura com manchas laterais amarelas. Medem de 1,5 a 2,0mm

de comprimento. As fêmeas colocam os ovos dentro do tecido da folha, na

página inferior. Após alguns dias eclodem as larvinhas que minam as folhas

das plantas, vivendo dentro delas, no parênquima. Suas minas são estreitas e

serpentiformes. Após a fase larval, abandonam a folha e transformam-se em

pupas no solo.

Os tripes (Frankliniella schulzei) são insetos pequenos, que apresentam

dois pares de asas franjadas, aparelho bucal raspador-sugador e é sugador de

seiva. Os adultos são insetos de corpo alongado, e medem no máximo 3mm de

comprimento sendo de cor marrom escura quase preta. As formas jovens, sem

asas, são de coloração amarela. Vivem abrigados no interior de flores, nos

botões florais e nos brotos ou na página inferior das folhas. Alimentam-se

exclusivamente de seiva. Os adultos e ninfas, ao alimentarem-se da seiva de

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plantas viróticas, contaminam-se com o vírus, e ao serem levados pelo vento

para outras lavouras, sugam a seiva de plantas sadias, transmitindo vírus.

A mosca branca (Bemisia sp.) são insetos sugadores, que causam

prejuízos diretos por sugar a seiva e depauperar as plantas sugadas, e

indiretos, por serem transmissores de vírus. Em tomateiro, as moscas brancas

ao sugarem a seiva, além de induzirem ao amadurecimento irregular dos

frutos, favorecem o surgimento de fumagina, fungo de revestimento que se

nutre de excreções açucaradas de certos insetos.

Os pulgões (Myzus persicae e Macrosiphum euphorbiae) são insetos de

coloração verde-clara e medem 2mm de comprimento. As colônias são

formadas por adultos e ninfas ápteros que se instalam na página inferior das

folhas, brotos terminais e ao longo do caule. A reprodução é partenogenética,

não necessitando de macho. Em plantas com alta população, ocorrem alguns

pulgões com asas que irão procurar novas plantas, disseminando-se pela

lavoura. A infestação inicia-se com fêmeas aladas vindas pelo vento de outras

plantas hospedeiras. Os pulgões causam prejuízos diretos ao tomateiro pela

sucção da seiva e indiretos, pela transmissão de vírus (Gallo, 1978; Minami &

Haag, 1980; Gonçalves et al., 1997; Picanço & Maequini, 1999; Souza & Reis,

2003).

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3. MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi conduzido na área de pesquisa da Estação Experimental

de Itajaí, pertencente à Epagri-Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão

Rural de Santa Catarina em Itajaí-SC. A estação está situada a 27o 34’ de

latitude Sul, 48o 30’ de longitude Oeste de Greenwich e altitude de 5 m. O

clima do lugar é temperado, com chuvas bem distribuídas e verão quente, do

tipo Cfa, conforme a classificação de Köeppen.

O trabalho constou de avaliações agronômicas e microclimáticas ao

longo do período de dois cultivos de tomateiros, realizados nas seguintes

épocas: 1º cultivo em 2002: semeadura em 16/09, plantio em 29/07 e última

colheita em 12/12/2002 e 2º cultivo em 2004: semeadura em 26/07, plantio

em 02/09 e última colheita em 29/12/2004.

Foram utilizados seis ambientes com dimensões de 10,0m x 7,0m,

visando observar o comportamento do tomateiro em cultivo orgânico em

ambiente protegido. Quatro ambientes foram criados em abrigos tipo

pampeano medindo 10,0m x 7,0m, com altura de pé direito de 2,0m e altura da

cumeeira de 3,5m. Os abrigos apresentavam somente o teto com PEBD, com

espessura de 100µm. Em três destes abrigos foi avaliado o efeito de tipos de

telas anti-insetos dispostos nas laterais dos abrigos, instaladas antes do

plantio e permanecendo até o final do experimento. No quarto abrigo, não havia

tela nas laterais. O quinto ambiente constituiu-se de área totalmente revestida

com tela tipo citros, tanto nas laterais como na parte superior, medindo 10,0m x

7,0m, com altura de pé direito de 2,0m e altura da cumeeira de 3,5m de altura,

também colocada antes do plantio e permanecendo até o final do

experimento. O sexto ambiente foi a céu aberto.

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Os três tipos de telas anti-insetos avaliados (Apêndice 1) foram:

a) – Tela afídeo: 50 mesh - malha 0,5 x 0,5 mm - (20 fios/cm de tela)

b) – Tela citros: 25 mesh - malha 1,0 x 1,0 mm - (10 fios/cm de tela)

c) – Tela clarite: 12 mesh - malha 2,0 x 2,0 mm - ( 5 fios/cm de tela)

As denominações dadas aos ambientes utilizados foram:

AF - Cultivo em abrigo tipo pampeana com tela afídio nas laterais

CI - Cultivo em abrigo tipo pampeana com tela tipo citros nas laterais

CL - Cultivo em abrigo tipo pampeana com tela clarite nas laterais

ST - Cultivo em abrigo tipo pampeana sem proteção de tela nas laterais

RT - Cultivo em área revestida por tela tipo citros superior e lateralmente

CA - Cultivo a céu aberto

Em todos os ambientes utilizou-se mudas de mesmo tamanho e vigor,

do híbrido “Fortaleza”, produzidas em bandejas de poliestireno com 128

células, instaladas em cultivo protegido.

O espaçamento dos tomateiros utilizado em todos os ambientes foi de

1,00m entre as linhas e de 0,50m entre as plantas, com condução vertical,

com duas hastes por planta, tutorados por bambú. A irrigação foi realizada por

gotejamento e as demais práticas de manejo da cultura, como desbrota,

amontoa e poda foram realizadas conforme as recomendações contidas no

Manual de Cultivo Protegido (Rebelo et al., 2005). A adubação foi realizada

seguindo as normas oficiais de adubação e calagem para os estados do RS e

SC (Sociedade.....1994). Utilizou-se na adubação somente composto orgânico,

que foi elaborado com palha de arroz e esterco de aves, utilizando-se

quantidades recomendadas conforme análise do solo (Tabela 4A e 4C do

apêndice 4) e análise dos teores de nutrientes do composto orgânico

empregado (Tabela 4B e 4D do apêndice 4) para aos cultivos de 2002 e 2004

respectivamente. O controle de doenças, foi realizado com calda bordaleza e

calda viçosa.

O delineamento experimental foi estabelecido considerando cada

ambiente como uma Unidade Experimental. Em cada ambiente foram avaliadas

quatro linhas com 10 plantas úteis por linha, sendo cada linha uma repetição.

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39

Em todos ambientes foram realizadas as seguintes avaliações:

a) Avaliações dos aspectos microclimáticos

Em todos os ambientes foram coletados dados de temperatura do ar,

luminosidade e duração do período de molhamento foliar (DPM). A

temperatura e o molhamento foliar foram medidos somente no cultivo de

2002 e a luminosidade somente em 2004. Estes dados foram coletados por

estação meteorológica automática, com transmissão de dados

instantâneos via telefonia. Foi usado um “datalogger” marca Campbell

modelo CR10X, com 12 portas analógicas de 13 “bits” de resolução e

128.000 “bits” de memória. Para ligar um maior número de sensores foi

usado um “multiplexer” de estado sólido para termopares marca Campbell

modelo AM25T com 25 entradas e um “multiplexer” chaveado por relês

marca Campbell modelo AM 16/32 com 32 entradas. A temperatura do ar foi

medida com o transmissor “Transmicor” modelo T220 da Gefran. Este

equipamento possui um sensor de temperatura Pt100 com exatidão de

0,2ºC e um sensor capacitivo para medição da umidade (exatidão de 2,5%

entre 5 e 95% de umidade relativa do ar). Para determinação do

molhamento foliar, utilizou-se “Sensor de Molhamento Folhar Epagri”, tipo

prato, com 8 cm de diâmetro e 18 espirais de filamentos banhados em ouro.

A luminosidade foi medida manualmente, ao meio-dia, em quatro locais por

ambiente à 1,80 m de altura do solo, por meio de Luxímetro digital modelo

LD-550 da ICEL/Manaus, com escala de medição de 0,1 a 200.000 lux. A

unidade de medida, Lux, é uma unidade de iluminamento no Sistema

Internacional de Unidades, equivalente à produção de um fluxo luminoso

uniformemente distribuído sobre uma superfície na proporção de 1 lúmen

por metro quadrado.

b) Fenologia

Foram observadas as datas de ocorrência de:

Primeira inflorescência;

Floração plena - quando 50% das plantas apresentaram um cacho floral;

Início e fim da colheita e;

Ciclo - no de dias desde o plantio das mudas até a última colheita;

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40

40

c) Crescimento e desenvolvimento

Altura da planta (cm);

Diâmetro do caule (mm) medido a 20 cm do solo,

Peso seco (g) ( caule, folhas e raízes) medido somente em 2004;

Altura do primeiro cacho (cm);

Número de cachos por planta;

Número de flores abortadas;

Área foliar (cm2) medida somente em 2004;

A determinação da área foliar (AF), foi baseada no método não destrutivo,

desenvolvido por Blanco & Folegatti (2003). Este mesmo método foi

utilizado na determinação da área foliar da videira por outros autores (Pedro

Júnior et al., 1986; Gutierrez & Lavin, 2000) Inicialmente, faz-se a

determinação da equação de regressão que melhor expressa a relação

entre a área de diversas folhas de tomateiro, medida pelo maior

comprimento e maior largura de cada folha, e a área foliar destas mesmas

folhas, determinada pelo medidor digital LI-COR3000. Posteriormente,

determinou-se na planta, a altura relativa da folha que melhor representa a

área foliar média da planta. Daí, fez-se a determinação do maior

comprimento e maior largura desta folha representativa da planta, aplica-se

a equação de regressão obtida anteriormente e multiplicou-se pelo número

de folhas da planta. Obteve-se então a AF daquela planta. Neste trabalho,

foram realizadas medições semanais, em 10 plantas por ambiente,

obtendo-se a AF média das plantas de cada ambiente.

d) Avaliação de doenças

Percentual, peso e número de frutos infectados por doenças;

Severidade das doenças requeima (Phythophtora infestans) e mancha-de-

cladospórium (Cladosporium fulvum). A avaliação da severidade destas

doenças foi realizada por meio de leituras feitas semanalmente, onde

foram quantificadas, em cada ambiente, as plantas com a incidência das

doenças. O nível de severidade foi atribuído, com nota de 0 a 10, sendo

nota 0 (zero) para as plantas sem nenhum sintoma da doença e nota 10

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41

(dez) para as plantas com mais de 50% da área foliar afetada pela doença.

Utilizou-se, para isto, a escala diagramática (Apêncice 2), com diferentes

percentuais de área foliar lesionada, conforme James (1971).

e) Avaliação do ataque de insetos pragas

Percentual, peso e número de frutos atacados por:

Broca-pequena (Neoleucinodes elegantalis)

Broca-grande (Heliothis spp)

Traça-do-tomateiro (Tuta absoluta)

f) Avaliação de dados de produção

Peso médio dos frutos (g)

Número e peso total de frutos.ha-1

Produção comercial em t.ha-1

Dentro de cada item dos dados de produção, foram avaliados o número,

peso e percentual de frutos tipo comercial. Os frutos foram classificados

por tamanho, para frutos redondos, segundo normas oficiais para

padronização do Ministério da Agricultura (Portaria nº 553, de 30 de

agosto de 1995), sendo frutos grandes (diâmetro acima de 9,0 cm),

frutos médios (diâmetro entre 6,5 a 9,0 cm), frutos pequenos (diâmetro

entre 5,0 a 6,5 cm) e frutos não comerciais (diâmetro inferior a 5,0 cm).

Número, peso e percentual de frutos com defeitos, doentes e com podridão

apical.

g) Análise estatística

Os dados foram submetidos à analise de variância e comparação de

médias pelo teste Duncan a 1% de probabilidade, utilizando-se o programa

de análise estatística WinStat (Machado & Conceição, 2004).

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42

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados encontrados no presente trabalho, permitiram fazer as

discussões relatadas a seguir.

4.1 – Aspectos microclimáticos dos ambientes utilizados.

Relatamos a seguir os aspectos microclimáticas verificados nos

diferentes ambientes de cultivo.

4.1.1 – Temperatura.

A temperatura variou nos ambientes, o que demonstra que o uso de

plástico e de telas anti-insetos provoca alteração na temperatura dos abrigos.

Na Figura 1 visualiza-se a média das temperaturas máximas nos

diferentes ambientes de cultivo ao longo do desenvolvimento da cultura do

tomateiro, durante o primeiro período de cultivo estudado. Nos ambientes com

cobertura plástica, ocorreu aumento das temperaturas, enquanto que nos

ambiente onde não havia plástico na cobertura dos abrigos, estas temperaturas

foram menores. Nos ambientes formados pelos abrigos com cobertura

plástica, ambiente sem tela, com tela afídeo, com tela citros e com tela clarite

ocorreram maiores temperaturas, com média das máximas de 29,7ºC,

enquanto que nos ambientes sem cobertura plástica, ambiente céu aberto e

abrigo revestido apenas por tela, foram registradas as menores temperaturas,

com média das máximas de 28,2ºC. A média da temperatura máxima mensal

mais elevada foi registrada no ambiente formado com tela afídeo. Em agosto,

no início do plantio, foi de 27,7ºC, e em dezembro, no término do cultivo,

alcançou 36,33ºC. Já o ambiente céu aberto, registrou a menor média das

máximas, 23,6ºC em agosto e 32,22ºC em dezembro. Segundo Sentelhas &

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43

Santos (1995), durante o dia, em virtude da radiação líquida positiva, as

temperaturas máximas no interior de abrigos, atingem valores bem superiores

aos que ocorrem no exterior dos abrigos. Diversos autores também

constataram que há aumento significativo da temperatura do ar no interior de

abrigos plásticos em relação à temperatura externa (Montero et al., 1985;

Robledo & Martin, 1988; Martins et al., 1999).

FIGURA 1 Média das temperaturas máximas registradas durante o cultivo do tomateiro no período de 29/07 a 12/12/2002 em Itajaí-SC, nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite).

Na Figura 2 estão apresentados os resultados da média das

temperaturas máximas, onde observa-se que o uso das telas anti-insetos na

lateral dos abrigos provoca aumento da temperatura no interior dos abrigos. A

média das temperaturas máximas foi mais elevada, durante todo período de

cultivo, no ambiente do abrigo com tela afídeo que tem malha mais adensada,

onde se registrou 31,5ºC, ao passo que no ambiente do abrigo sem tela, a

23.6 23.8

29.0

30.732.2

27.7 28.3

32.133.3

36.3

20

25

30

35

40

Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro

Ciclo do tomateiro

Te

mp

era

tura

ºC

ST

CA

AF

CI

RT

CL

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44

média das temperaturas máximas foi de 29,0ºC. Teitel (2001) constatou que ao

utilizar telas anti-insetos nas aberturas dos abrigos, ocorre diminuição da

ventilação e aumento da temperatura no interior dos abrigos, e que a

diminuição da ventilação é proporcional ao adensamento da malha da tela anti-

inseto. (Reisser Júnior, 2002; Fatnassi et al., 2003) constataram que no cultivo

em ambiente protegido, com e sem tela anti-insetos, a temperatura interna foi

maior no abrigo com tela do que no abrigo sem tela, pois neste ambiente, em

virtude da menor ventilação provocada pela presença da tela, não ocorre

resfriamento do ambiente, deixando a temperatura mais elevada. Tanny et al.,

(2003), observaram que a utilização da tela anti-afídeo de 50 mesh (malha 0,5

x 0,5mm) resultou na redução da taxa de ventilação entre 51 e 71% no interior

do abrigo.

27

28

29

30

31

32

AF CI CL RT ST CA

Tratamentos

Média

das tem

pera

tura

s

máxim

as (

ºC

)

A

B BC C

D

FIGURA 2 Média das temperaturas máximas registradas no cultivo do

tomateiro no período de 29/07 a 12/12/2002 em Itajaí-SC, nos ambientes (AF) (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), CL (abrigo com tela clarite), RT (abrigo revestido por tela), ST (abrigo sem tela) e CA (céu aberto). Médias com a mesma letra, não diferem entre si pelo teste de Duncan a 1%. CV.= 1,12%.

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45

4.1.2 – Molhamento foliar

O período de molhamento foliar foi alterado pela cobertura dos abrigos e

pelos tipos de telas anti-insetos das laterais dos abrigos. A Tabela 1 apresenta

o número de horas de molhamento foliar ocorrido em cada ambiente estudado.

Nos abrigos onde havia cobertura plástica, seja sem tela, com tela clarite, com

tela cit;ros e com tela afídeo, ocorreu menor período de molhamento foliar, com

média nestes ambientes de 638 horas, sendo o menor valor encontrado no

abrigo com tela clarite onde se registraram 455 horas de molhamento foliar.

Nos ambientes onde não havia cobertura plástica, seja a céu aberto ou

revestido por tela, ocorreu maior período de molhamento foliar, com média de

1.169 horas, sendo o maior valor registrado no ambiente revestido por tela,

com duração de 1.286 horas de molhamento foliar. Martins et al., (1992),

cultivando tomateiro em ambiente protegido e a céu aberto, constataram efeito

positivo da proteção plástica sobre as plantas, pela redução do período de

molhamento foliar.

TABELA 1 Número de horas de molhamento foliar ocorridas na cultura do tomateiro no período de 29/07 a 12/12/2002 em Itajaí-SC, nos ambientes formados pelos abrigos RT (revestido por tela), ST (sem tela), AF (com tela afídeo), CI (com tela citros), CL (com tela clarite) e CA (céu aberto).

Ambientes Molhamento foliar ( horas)

RT 1.286 a

CA 1.053 b

ST 807 c

AF 756 c

CI 537 d

CL 455 d

Médias com a mesma letra na coluna, não diferem entre si pelo teste de Duncan a 1% . CV.= 6.81%.

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46

4.1.3 – Radiação solar

No ambiente a céu aberto, ocorreu a maior luminosidade, atingindo

94.700 lux, enquanto que no ambiente revestido por tela, ocorreu a menor

luminosidade, que foi de 51.572 lux, representando 54,4% da luminosidade do

ambiente céu aberto. A Figura 3 apresenta a porcentagem de luminosidade

incidente em cada ambiente de cultivo estudado, em relação ao ambiente céu

aberto. Observou-se que o plástico reduz a luminosidade no interior dos

abrigos, pois no ambiente coberto com PEBD e sem tela, a luminosidade foi de

81,1% da registrada no ambiente céu aberto. Segundo Martins et al., (1999), a

disponibilidade de radiação no interior dos abrigos plásticos é inferior àquela

que incide no ambiente externo. Farias et al., (1993), observaram que em

abrigo tipo capela, o percentual de radiação solar que penetrou no interior do

abrigo, variou entre 65 a 90% do total da radiação externa. Sentelhas et al.,

(1999) constataram que o filme de PVC transparente apresenta

transmissividade média da radiação solar global (Qg), da radiação

fotossinteticamente ativa (RFA), e da iluminância (IL) respectivamente de 71%,

72%, e 85%. Para Kurata (1990), a radiação no interior dos abrigos, sempre

será menor do que a do exterior, porque ocorrem processos de reflexão e

absorção pela estrutura do abrigo. Segundo Kemples et al., (2000), a cobertura

plástica modifica as condições climáticas, quando comparadas ao ambiente

externo, causando redução na radiação interna. Observou-se também que o

emprego da tela anti-insetos afídeo provocou diminuição da luminosidade no

interior dos abrigos, representando 56,6% da luminosidade do ambiente céu

aberto, enquanto que no abrigo sem tela este porcentual foi de 83,1%. Reisser

Júnior (2002) cultivando tomateiro em ambiente protegido, com e sem tela anti-

insetos nas laterais do abrigo, constatou menor radiação interna nos abrigos

com tela anti-insetos.

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47

FIGURA 3 Intensidade luminosa (% em relação ao ambiente CA-céu aberto) ocorrida na cultura do tomateiro no cultivo de 2004, em Itajaí-SC, nos ambientes CA (céu aberto), ST (abrigo sem tela), CL (abrigo com tela clarite), CI (abrigo com tela citros), AF (abrigo com tela afídeo) e RT (abrigo revestido por tela). Médias com a mesma letra, não diferem entre si pelo teste de Duncan a 1%. CV.= 9,98%

4.2 - Fenologia da planta

Relatamos a seguir os aspectos relacionados com a fenologia da planta

e período de duração da colheita nos dois anos de cultivo.

4.2.1 – Duração das fases fenológicas.

A ocorrência dos diferentes estádios fenológicos ao longo do

desenvolvimento da cultura transcorreu de forma semelhante em todos

ambientes estudados, não havendo grandes diferenças entre os ambientes.

Reisser Júnior (2002) também constatou que o tomateiro em ambiente

protegido, à céu aberto e em ambiente protegido com tela anti-insetos na

lateral do abrigo, teve semelhante duração das fases fenológicas em qualquer

destes ambientes. Houve diferença no ciclo total da cultura entre as épocas de

cultivo.

54.4%56.6%

71.6%79.6%83.1%

100.0%

0

20

40

60

80

100

120

CA ST CL CI AF RT

Tratamentos

lum

ino

sid

ad

e (

%)

em

rela

ção

ao

am

bie

nte

céu

ab

ert

o

A

B BBC

CD D

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48

48

O período de produção das mudas no cultivo de 2002, quando a

semeadura foi realizada em 19/06, foi de 40 dias. Já em 2004, onde a

semeadura ocorreu em 26/07, o período de sementeira diminuiu para 36 dias.

Os dados referentes aos estádios fenológicos do tomateiro estão na

Tabela 2. O primeiro cacho floral surgiu, em média, 16 dias após o plantio

(DAP), e aos 31 DAP, metade do número das plantas já apresentavam

floração plena.

No cultivo de 2002, transplantado em 29/07, o início da colheita foi aos

85 DAP e durou 49 dias, com ciclo total de cultivo de 174 dias. Em 2004, onde

o transplante ocorreu em 02/09, a primeira colheita se deu aos 77 DAP e

durou 40 dias, com ciclo total de cultivo de 153 dias.

TABELA 2 Ocorrência dos estádios fenológicos das plantas do tomateiro em

dias após o plantio, cultivados nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite) no período de 29/07 a 12/12/2002 e 02/09/ a 29/12/2004 em Itajaí-SC.

Estádios

fenológicos

Ano 2002 Ano 2004

ST CA AF CI RT CL ST CA AF CI RT CL

1ª cacho floral

16 17 15 15 18 16 16 17 15 17 18 16

Floração plena

31 32 28 30 31 30 32 34 29 31 32 31

Primeira colheita

85 85 85 85 85 85 77 77 77 77 77 77

Duração da Colheita

49 49 49 49 49 49 40 40 40 40 40 40

Última Colheita

134 134 134 134 134 134 117 117 117 117 117 117

Ciclo total** 174 174 174 174 174 174 153 153 153 153 153 153

**Ciclo total compreende o período desde a semeadura até a última colheita.

O encurtamento do ciclo ocorrido em 2004, pode ser atribuído às

temperaturas médias mais elevadas ocorrida neste período de cultivo, quando

comparadas ao período de 2002. Em 2004, a temperatura média externa nos

primeiros 60 dias após o plantio foi de 19,2ºC, enquanto que em 2002, foi de

17,3ºC. Segundo Minami & Haag (1980), a duração das fases fenológicas do

tomateiro está diretamente ligada com a época de cultivo, hábito de

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49

crescimento da cultivar do tomateiro e manejo da cultura. Em épocas com

temperaturas menores, ocorre diminuição do crescimento e aumento do ciclo

da cultura. Para Silva et al., (1999) que trabalharam com a cultura da alface, o

aumento da temperatura acelera o desenvolvimento da planta, reduzindo seu

ciclo.

4.2.2 – Crescimento e desenvolvimento das plantas

As diferenças observadas, principalmente d temperatura e luminosidade

nos diferentes ambientes estudados, provocaram variações no crescimento e

desenvolvimento das plantas ao longo do período observado.

4.2.2.1 – Altura das plantas

A altura das plantas diferiu entre os ambientes desde a primeira semana

após o plantio e foi semelhante nos dois anos de cultivo.

Na Figura 4 estão apresentados os dados de crescimento das plantas no

ano de 2002, onde observa-se que houveram dois grupos que se comportaram

de forma diferente, sendo um grupo composto pelas plantas dos ambientes tela

afideo, tela citros e tela clarite que cresceram mais rapidamente em altura, e

outro grupo formado pelas plantas dos ambientes sem tela, céu aberto e

revestido por tela, que tiveram crescimento mais lento. No abrigo com tela de

malha mais adensada, (tela afídeo), as plantas apresentaram maior altura,

atingindo 21,7cm de altura aos 14 DAP. Já no ambiente céu aberto e no abrigo

revestido com tela, as plantas apresentaram crescimento em altura mais lento,

atingindo, neste período, 13,9cm no ambiente céu aberto e 17,3cm no abrigo

revestido por tela. Aos 70 DAP, as plantas do abrigo sem tela atingiam

162,3cm, 198,3cm no abrigo tela afídeo 186,0cm no abrigo tela citros e

186,9cm no abrigo tela clarite. Já as plantas dos ambientes a céu aberto e do

abrigo revestido com tela que apresentaram menor altura, atingiam neste

período, 132,3cm e 148,1cm respectivamente.

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50

50

FIGURA 4 Altura das plantas de tomateiros (cm) registrada em dias após o plantio, no período de cultivo entre 29/07/2002 a 12/12/2002 em Itajaí-SC, nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite).

Na Figura 5 estão apresentados os resultados do crescimento das plantas

no ano de 2004. Observa-se novamente a formação de dois grupos, sendo

que, neste ano o grupo de plantas que cresceram mais rapidamente em altura

foi composto pelas plantas dos ambientes com plástico na cobertura (sem tela,

tela afídeo, tela citros e tela clarite). O outro grupo, formado pelas plantas dos

ambientes sem cobertura plástica (céu aberto e revestido por tela) tiveram

crescimento em altura mais lento. Neste ano de cultivo com temperaturas

médias mais elevadas, as plantas apresentaram crescimento um pouco mais

acelerado atingindo no ambiente do abrigo com tela afídeo, aos 14 DAP,

28,5cm, enquanto que no ambiente externo céu aberto, atingiram apenas

16,8cm. Já aos 70 DAP, as plantas dos abrigos com cobertura plástica e com

a tela afídeo atingiram 222,6cm, abrigo com tela citros 214,4cm, abrigo com

tela clarite 198,5cm e abrigo sem tela 196,6cm. As plantas do ambiente céu

aberto atingiram apenas 135,2cm e no abrigo revestido por tela 128,5 cm.

0

50

100

150

200

250

14 21 28 35 42 49 56 63 70 77

Dias após o plantio

Altura

de tom

ate

iros (

cm

)ST

CA

AF

CI

RT

CL

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51

51

0

50

100

150

200

250

14 21 28 35 42 49 56 63 70

Dias após o plantio

Altu

ra d

e to

ma

teir

os (

cm

)ST

CA

AF

CI

RT

CL

FIGURA 5 Altura das plantas de tomateiros (cm) registrada em dias após o plantio, no período de cultivo entre 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC, nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite).

Em todos os ambientes onde se utilizou plástico na cobertura dos

abrigos, desprovidos de tela ou com tela, ocorreu maior crescimento em altura

das plantas. Este maior crescimento em altura pode ser atribuído às

temperaturas mais elevadas ocorridas nestes ambientes, e também ao maior

enfolhamento das plantas em face da menor incidência da requeima nos

ambientes protegidos por plástico. Para Martins et al., (1999), apesar da

redução da radiação solar global no interior dos abrigos, ocorre um aumento da

fração da radiação solar difusa, sendo isto importante, uma vez que a radiação

difusa é multidirecional, podendo ser melhor aproveitada pela planta,

notadamente por plantas capazes de grande interceptação da luz. Reisser

Júnior (2002) constatou que as plantas em cultivo protegido apresentaram

maior altura dos que as cultivadas em ambiente externo. Para Segovia et al.,

(1997) o crescimento das plantas em cultivo protegido é maior do que o

verificado em ambiente natural, devido, principalmente, ao aumento da

temperatura no interior dos abrigos.

A menor velocidade de crescimento ocorreu nos ambientes sem

cobertura plástica, céu aberto e abrigo revestido com tela, onde a média das

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52

temperaturas máximas foi menor e a severidade da requeima foi maior. Abreu

et al., (1994) relatam que as baixas temperaturas provocam diminuição do

crescimento das plantas. Nuez (2001) cita que o crescimento da planta

aumenta com a elevação da temperatura. Portanto, o maior crescimento das

plantas no ambiente do abrigo com tela afídeo pode ser creditado à maior

temperatura e menor luminosidade ocorrida neste ambiente.

A aplicação de telas anti-insetos nas laterais dos abrigos também influi

no crescimento das plantas. Reisser Júnior (2002) constatou que as plantas de

tomateiro cultivadas em ambiente protegido com telas anti-insetos nas laterais,

apresentaram maior altura do que as cultivadas em ambiente protegido, sem

tela. Observou-se que o adensamento da malha da tela anti-insetos

provocou aumento na altura das plantas. Este comportamento foi semelhante

nos dois anos de cultivo, 2002 e 2004 e pode ser atribuído ao aumento de

temperatura e diminuição da luminosidade registradas nos abrigos com as telas

anti-insetos. Entre os ambientes com cobertura plástica, a maior altura foi

observada no ambiente do abrigo com a tela afídeo, que apresentou maior

média das temperaturas máximas e menor luminosidade. A menor altura foi

registrada no abrigo sem tela, onde ocorreram a menor média das

temperaturas máximas e maior luminosidade entre os ambientes com cobertura

plástica.

4.2.2.2 – Diâmetro do caule.

Os registros do diâmetro do caule mostram que ao longo do crescimento

da cultura, houve alternância entre as medidas tomadas e entre os ambientes.

Na Figura 6 está apresentado o diâmetro do caule das plantas no cultivo de

2002, onde se observa que no primeiro registro aos 14 DAP, o menor diâmetro

do caule encontrava-se no ambiente a céu aberto, com 3,2mm e o maior

diâmetro no abrigo com tela clarite 4,5mm. Com o passar do tempo, no

entanto, nas plantas do ambiente céu aberto o diâmetro do caule aumentava,

chegando a 12,2mm aos 42 DAP. Ao final das leituras, aos 99 DAP, os

maiores diâmetros encontravam-se nas plantas do ambiente do abrigo sem tela

15,0mm, ambiente céu aberto e abrigo com tela clarite, ambos com 14,4mm. O

menor diâmetro encontrava-se nas plantas cultivadas no ambiente do abrigo

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53

revestido com tela, 12,5mm. Já as plantas do abrigo com tela afídeo, que

apresentaram maior altura, tinham o diâmetro do caule de apenas 13,6mm,

indicando estiolamento.

FIGURA 6 Diâmetro do caule dos tomateiros (mm) registrado em dias após o plantio, no período de cultivo entre 29/07 a 12/12/2002 em Itajaí-SC, nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite).

Na Figura 7 está apresentado o diâmetro do caule no cultivo de 2004

onde constata-se comportamento semelhante ao cultivo de 2002. Aos 14 DAP,

o maior diâmetro encontrava-se no ambiente do abrigo com tela citros,

5,7mm enquanto que o menor diâmetro encontrava-se no ambiente do abrigo

revestido com tela, 3,5mm. No final das leituras, aos 99 DAP, os diâmetros das

plantas encontravam-se semelhantes, com exceção das plantas do ambiente

revestido por tela que apresentou o menor diâmetro , atingindo apenas 9,4mm.

2.0

4.0

6.0

8.0

10.0

12.0

14.0

16.0

14 21 28 35 42 49 56 63 70 77 85 92 99

Dias após o plantio

Diâ

me

tro

do

ca

ule

(m

m)

ST

CA

AF

CI

RT

CL

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54

2.0

4.0

6.0

8.0

10.0

12.0

14.0

16.0

14 21 28 35 42 49 56 63 70 77 85 92 99

Dias após o plantio

Diâ

me

tro

do

ca

ule

do

to

ma

teiro

(mm

)

ST

CA

AF

CI

RT

CL

FIGURA 7 Diâmetro do caule dos tomateiros (mm) registrado em dias após

o plantio, no período de cultivo entre 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC, nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite).

4.2.2.3 – Altura do primeiro cacho floral

Houve uma relação direta entre altura da planta e altura do primeiro

cacho floral. Na Figura 8 estão registradas as alturas do primeiro cacho floral

das plantas dos cultivos de 2002 e 2004. Em 2002, as plantas do ambiente do

abrigo com tela afídeo, que apresentaram maior crescimento em altura,

também apresentaram a maior altura do primeiro cacho floral, 56,5cm, seguida

pela altura nas plantas do ambiente do abrigo revestido com tela, 51,2cm. No

cultivo de 2004, a maior altura do primeiro cacho foi nas plantas do ambiente

do abrigo revestido com tela, 47,8cm, seguida pela altura nas plantas do

abrigo com tela afídeo, 45,1cm. A menor altura foi encontrada nas plantas do

abrigo sem tela, 36,9cm, nas plantas do cultivo de 2002 e 35,3 cm nas plantas

do ambiente a céu aberto, em 2004.

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55

FIGURA 8 Altura do primeiro cacho floral de tomateiros, cultivados entre

29/07 a 12/12/2002 e 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC, nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite). Médias com a mesma letra, (maiúsculas 2002 e minúsculas 2004), não diferem entre si pelo teste de Duncan a 1%. CV.=4,55% (2002); CV.=6,82% (2004)

4.2.2.4 – Número de cachos por planta

Nas plantas dos ambientes onde não havia cobertura plástica, ambiente

céu aberto e abrigo revestido com tela, ocorreu o menor número de cachos,

tanto no cultivo de 2002 como de 2004. Nestes ambientes as plantas foram

severamente infectadas pela doença foliar requeima. Na Figura 9 encontra-se

registrado o número médio de cachos florais por planta. Em 2002, as plantas

do ambiente céu aberto tiveram menor média, 8,0 cachos florais por planta,

seguido pelo abrigo revestido com tela, com 9,3 cachos planta-1. Já no cultivo

de 2004, o ambiente do abrigo revestido com tela apresentou o menor número

de cachos, 8,2 cachos planta-1, seguido pelo ambiente céu aberto com 9,2

cachos planta-1. As plantas do abrigo sem tela apresentaram no ano de 2002,

0

10

20

30

40

50

60

ST CA AF CI RT CL

Tratamentos

Alt

ura

do

pri

meir

o c

ach

o f

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l

de t

om

ate

iro

(cm

)

2002 2004

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A

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a

c

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56

11,5 cachos florais por planta, seguido pelas plantas do abrigo com tela clarite,

com 10,9 cachos florais por planta e em 2004 11,6 cachos planta-1 no abrigo

sem tela e 11,5 cachos planta-1 no abrigo com tela clarite. O número de cachos

florais por planta influi diretamente na produtividade da cultura.

FIGURA 9 Número de cachos planta-1 por tomateiro, cultivados nos

períodos de 29/07 a 12/12/2002 e 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite). Médias com a mesma letra (maiúsculas 2002 e minúsculas 2004), não diferem entre si pelo teste de Duncan a 1%. CV.= 5,31% (2002); CV.= 4,05 (2004).

4.2.2.5 – Área foliar

A área foliar diferiu entre os ambientes. Na Figura 10 encontra-se a

evolução da área foliar nos diferentes ambientes de cultivo, durante o

desenvolvimento da cultura do tomateiro até os 70 DAP Observou-se a

existência de três grupos de plantas. No primeiro grupo, formado pelas plantas

dos ambientes onde havia cobertura plástica para proteção das plantas contra

chuvas (ambiente do abrigo sem tela, abrigo com tela afídeo, abrigo com tela

citros e abrigo com tela clarite) ocorreu um maior desenvolvimento da área

foliar das plantas, atingindo em média nestes ambientes, 459 cm2 planta-1 no

0

2

4

6

8

10

12

14

ST CA AF CI RT CL

Tratamentos

me

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e c

ach

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tom

ate

iro

2002

2004

A

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57

início do cultivo, chegando no final das medições, aos 70 DAP, com 31.170cm2

planta-1. No segundo grupo, formado pelas plantas do ambiente céu aberto, a

área foliar foi menor, atingindo 185 cm2 planta-1 no início do cultivo e 18.976

cm2 planta-1 no término das medições aos 70 DAP. O terceiro grupo formado

pelas plantas do ambiente revestido por tela, atingiu 197 cm2 planta-1 no início

do cultivo e 8.282 cm2 planta-1 no término das medições aos 70 DAP. Reisser

Júnior & Buriol (1996) também constataram que nos cultivos em ambientes

protegidos ocorre maior desenvolvimento da área foliar das plantas. Para

Farias et al., (1993), a ocorrência de maior radiação difusa no interior de

abrigos, quando comparada ao ambiente externo, favorece a realização de

fotossíntese, contribuindo para o aumento da área foliar das plantas. Fora dos

abrigos, as plantas, além de não contarem com os benefícios da cobertura

plástica, foram severamente infectados por Phytophtora infestans, o que

reduziu drasticamente a área foliar.

0

5

10

15

20

25

30

35

14 21 28 35 42 49 56 63 70

Dias após o plantio

Àre

a fo

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o to

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teir

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(cm

2 )

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0

ST

CA

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CL

a

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aaa

FIGURA 10 Área Foliar (cm2 planta-1) de tomateiros no cultivo de 2004 em

Itajaí-SC, nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite). Médias (última leitura aos 70 DAP) com a mesma letra não diferem entre si pelo teste de Duncan a 1%. CV.= 21,13%.

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58

58

Na Figura 11 está representada a severidade da requeima e a área foliar

das plantas. Nos ambientes sem proteção plástica, ambiente céu aberto e

abrigo revestido por tela, ocorreu maior severidade da requeima, com índice

médio de severidade nestes ambientes de 8,24. Como conseqüência disto,

nestes ambientes ocorreu destruição da folhagem das plantas e menor

desenvolvimento da área foliar com média no final do ciclo de 13.604cm2

planta-1. Já nos ambientes com proteção plástica, o índice médio de severidade

da requeima foi de apenas 1,32, e por isto, a área foliar média nestes

ambientes subiu para 31.170 cm2 planta-1.

0

5

10

15

20

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30

35

ST CA AF CI RT CL

Tratamentos

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3

4

5

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10

Severiade d

a r

equeim

a

Área foliar Severidade requeima

FIGURA 11 Área foliar (cm2 planta-1) e severidade da requeima em

tomateiros, cultivadas no período de 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC, nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite).

4.2.2.6 - Produção de matéria seca

A produção de matéria seca de raízes, caule e folhas aumentou com o

aumento da área foliar, demonstrando que nos ambientes onde houve alta

severidade da requeima, com menor área foliar, ocorreu também menor

produção de matéria seca. Já nos ambientes onde a severidade da doença foi

reduzida, houve maior área foliar e conseqüentemente maior produção de

matéria seca. Na Figura 12, está demonstrada a produção de matéria seca nos

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59

diferentes ambientes, ao longo do crescimento das plantas, onde observou-se

novamente a existência de dois grupos de plantas, com diferentes

comportamentos em relação à matéria seca. Nos ambientes sem cobertura

plástica (céu aberto e revestido com tela), onde a severidade da requeima foi

maior, a produção de matéria seca foi menor, atingindo aos 30 DAP 2,08g

planta-1 no abrigo revestido com tela e 5,08g planta-1 no ambiente céu aberto.

No outro grupo de plantas, formado pelas plantas dos ambientes com cobertura

plástica, atingiu no ambiente do abrigo com tela afídeo 35,18g planta-1 e no

ambiente do abrigo sem tela 30,30g. Aos 70 DAP, o menor peso seco

continuou ocorrendo nos ambientes sem cobertura plástica, atingindo 136,43g

planta-1 no ambiente do abrigo revestido com tela e 146,83g planta-1 no

ambiente céu aberto. Já no ambiente do abrigo tela afídeo atingiu neste

período 184,73g planta-1 e no ambiente do abrigo tela clarite 182,28g planta-1.

FIGURA 12 Peso seco das plantas (g planta-1), aos 30, 70, 105 e 122 dias após o plantio, cultivados no período de 02/09/2004 a 29/12/2004 em Itajaí-SC nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite). Médias (última leitura aos 122 DAP) com a mesma letra não diferem entre si pelo teste de Duncan a 1%. CV.=7,9%.

0

50

100

150

200

35 70 105 122

Dias após o plantio

Maté

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g) ST

CA

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CI

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CL

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bb

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60

60

Segundo Martinez Garcia (1978), o maior crescimento vegetativo das

plantas nos cultivos em ambientes protegidos é devido ao maior período diário

de abertura estomática que ocorre nestes ambientes, causando aumento da

produção de matéria seca.

Reisser Júnior (2002) cultivando tomateiros em ambientes protegidos e

a céu aberto, também constatou que as plantas dos ambientes protegidos com

tela anti-insetos apresentaram maiores taxas de produção de matéria seca do

que as plantas de ambiente protegido sem tela, e estas maiores do que as

plantas de fora dos abrigos.

4.2.3 – Aborto de flores

Houve diferença na porcentagem de aborto de flores entre os diversos

ambientes de cultivo do tomateiro. A presença das telas anti-insetos provocou

aumento do aborto de flores. Nos ambientes sem a presença de telas anti-

insetos, houve menor porcentagem de aborto de flores nos dois anos de

cultivo, quando comparada aos ambientes com a presença das telas. Na Figura

13 apresenta-se a porcentagem de aborto de flores nos dois anos de cultivo.

Nas plantas do abrigo (RT) revestido com tela ocorreram as maiores

porcentagens de aborto de flores nos dois anos de cultivo, sendo 23,98% em

2002 e 28,30% em 2004. As menores porcentagens de aborto de flores

ocorreram no ambiente do abrigo sem tela, nos dois anos de cultivo, sendo

10,36% em 2002 e 17,13% em 2004. Este comportamento pode ser atribuído

à menor ventilação e aumento da umidade relativa do ar que ocorre com a

presença e com o adensamento da tela anti-insetos. Fatnassi et al., (2003)

relatam que o uso telas anti-insetos causam aumento de temperatura e da

umidade relativa do ar nos abrigos. Ghidin & Roberts (2002) destacam que o

uso de telas anti-insetos provoca redução na ventilação no interior de abrigos.

Esta redução na ventilação, causando aumento da umidade relativa do ar,

associada à ausência de insetos, provoca sensível diminuição na vibração das

plantas, com conseqüente dificuldade no desprendimento do pólen, reduzindo

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61

61

a fecundação e conseqüentemente aumentando a porcentagem de aborto de

flores. Para Grange & Hand (1987) a alta umidade relativa do ar favorece o

aborto de flores, pois com umidade alta, o pólen se compacta e adere na

antera, dificultando a deiscência das anteras, prejudicando a polinização, e

favorecendo o aborto da flor.

O aborto de flores ocorreu de forma mais acentuado no cultivo de 2004,

quando comparado com o cultivo de 2002. Isto pode ser atribuído à maior

temperatura média ocorrida no cultivo de 2004, que foi realizado cerca de 30

dias após o cultivo de 2002. Durante o florescimento, de acordo com Cuartero

et al., (1995), com temperaturas acima de 30ºC pode ocorrer abortamento de

flores.

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Tratamentos

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FIGURA 13 Porcentagem de aborto de flores de tomateiro durante cultivo realizado nos períodos de 29/07 a 12/12/2002 e 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite). Médias com a mesma letra, (maiúsculas 2002 e minúsculas 2004), não diferem entre si pelo teste de Duncan a 1%. CV.= 11,02% (2002); CV.= 8,54% (2004).

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62

4.3 – Ocorrência de doenças

Avaliou-se, neste trabalho, a ocorrência de doenças nas folhas e nos

frutos.

4.3.1 – Ocorrência de doenças nas plantas

No presente trabalho, observou-se a ocorrência de duas doenças

foliares ao longo do cultivo do tomateiro, a requeima (Phythophtora infestans)

e a mancha-de-cladospório (Cladosporium fulvum).

4.3.1.1 – Requeima (Phythophtora infestans)

A requeima incidiu com alta severidade nos ambientes onde não havia

proteção plástica das plantas contra as chuvas, ou seja, nos ambientes a céu

aberto e no abrigo revestido com tela. Nos ambientes que continham plástico na

cobertura dos abrigos, abrigo sem tela, abrigo com tela afídeo, abrigo com tela

citros, e abrigo com tela clarite, onde as plantas estavam protegidas das

chuvas, a ocorrência da requeima foi mínima. Este comportamento da requeima

foi semelhante nos dois anos de cultivo.

Na Figura 14 encontra-se a quantificação da severidade da requeima nos

seis ambientes de cultivo do tomateiro, nos anos de 2002 e 2004. Em 2002, no

ambiente céu aberto o grau de severidade alcançou 9,34 e no ambiente do

abrigo revestido com tela 7,36. Nos ambientes com cobertura plástica, atingiu

1,05 no ambiente do abrigo com tela clarite, 1,18 no abrigo com tela citros, 1,65

no ambiente do abrigo com tela afídeo e 1,57 no abrigo sem tela. Em 2004 no

ambiente céu aberto o nível de severidade alcançou 9,21 e no ambiente do

abrigo revestido com tela 7,18. Já nos ambientes com proteção, atingiu 1,05 no

ambiente do abrigo com tela clarite, 1,21 no abrigo tela citros, 2,36 no ambiente

do abrigo com tela afídeo e 1,00 no abrigo sem tela. Rebelo (2003) cultivando

pepineiro em dois ambientes, estufa plástica e céu aberto, constatou que a

ocorrência e severidade da doença mancha reticulada (Leandria momordicae)

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foi maior no ambiente céu aberto do que no ambiente estufa, embora a umidade

relativa média do ar fosse maior e mais duradoura no interior dos abrigos. O

autor constatou que a severidade está ligada ao número de dias com chuva.

FIGURA 14 Severidade da requeima (Phythophtora infestans) no tomateiro cultivado nos períodos de 29/07 a 12/12/2002 e 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite). Médias com a mesma letra, (maiúsculas 2002 e minúsculas 2004), não diferem entre si pelo teste de Duncan a 1%. CV.=22,96% (2002); CV.=16,88% (2004).

O cultivo protegido tem sido relatado como uma das formas de controlar

certos fatores ambientais, favorecendo o desenvolvimento das culturas e ao

mesmo tempo, desfavorecendo o surgimento de doenças nas plantas. Reisser

Júnior (2002) relata que o cultivo protegido protege as plantas de chuvas e

ventos, dificultando o desenvolvimento de patógenos e favorecendo a

manutenção saudável da área foliar, propiciando aumentos de produtividade.

O cultivo do tomateiro em ambiente protegido, propicia a redução na

aplicação de agrotóxicos utilizados para o controle de doenças nas plantas,

pelo desfavorecimento do ambiente à severidade das doenças, provocado por

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um ambiente favorável ao desenvolvimento das plantas (Rebelo et al., 2000;

Carrijo & Makishima, 2003)

Observou-se também neste trabalho, maior severidade da requeima nos

ambientes onde ocorreu maior duração do molhamento foliar. Na Figura 15

encontra-se o registro do molhamento foliar e da severidade da requeima

(Phythophtora infestans). Nos dois ambientes onde não havia cobertura

plástica protegendo contra as chuvas, (abrigo revestido com tela e

ambiente céu aberto), ocorreram os maiores períodos de molhamento foliar,

1.286 horas e 1.053 horas respectivamente. Nestes ambientes foram

registrados os maiores índices de severidade da requeima. Já nos ambientes

com cobertura plástica (abrigo sem tela, abrigo com tela afídeo, abrigo com

tela citros e abrigo com tela clarite) ocorreram respectivamente 807, 756, 537

e 455 horas de molhamento foliar. Nestes ambientes, os índices de

severidade da requeima foram menores.

Mizubuti & Brommonschenkel (1996) relatam que os esporos do fungo da

requeima, requerem filme de água na superfície da folha para germinarem. Boff

et al (1991) constataram uma correlação positiva entre o número de dias de

chuva nas plantas de tomateiro e a ocorrência da doença foliar alternaria.

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Molhamento Requeima

FIGURA 15 Horas molhamento foliar e a severidade da requeima

(Phythophtora infestans) em tomateiros cultivados no período de 29/07/ a 12/12/2002 em Itajaí-SC nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite).

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4.3.1.2 - Mancha-de-cladospório (Cladosporium fulvum)

A severidade da mancha-de-cladospório (Cladosporium fulvum), foi

mais acentuada nos ambientes que continham tela anti-insetos nas laterais dos

abrigos, com tela afídeo, com telas citros, com tela clarite e revestido com

tela. Nos ambientes sem utilização de telas anti-insetos, abrigo sem tela e

céu aberto a incidência da mancha-de-cladospório foi menor nos dois anos de

cultivo. Na Figura 16 registra-se a severidade da mancha-de-cladospório no

tomateiro nos cultivos de 2002 e 2004. Em 2002, no ambiente céu aberto

praticamente não ocorreu a doença e no ambiente abrigo sem tela, o grau de

severidade atingiu 2. Neste mesmo ano, no ambiente do abrigo com tela clarite

o grau de severidade atingiu nível 6, no abrigo com tela afídeo 5, no abrigo

revestido com tela 5 e no abrigo com tela citros atingiu nível 4. Em 2004 o

comportamento foi semelhante, atingindo no ambiente céu aberto nível 1, e

no abrigo sem tela o nível de severidade atingiu 2, enquanto que no ambiente

do abrigo com tela clarite atingiu nível 5, no abrigo com tela afídeo 5, no abrigo

revestido com tela 4 e no abrigo com tela citros atingiu nível 4.

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FIGURA 16. Severidade da mancha-de-cladospório (Cladosporium

fulvum) em tomateiros cultivados nos períodos de 29/07 a 12/12/2002 e 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite). Médias com a mesma letra, (maiúsculas 2002 e minúsculas 2004), não diferem entre si pelo teste de Duncan a 1%. CV.=25,67% (2002); CV.=45,67% (2004).

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A mancha-de-cladospório (Cladosporium fulvum) é uma doença bastante

dependente das condições climáticas para se desenvolver, só ocorrendo em

longos períodos de alta umidade relativa do ar (90%). Não incide sob

condições de umidade do ar abaixo de 85%. Por isto, é mais freqüente no

Norte do Brasil e em cultivo protegido. A temperatura ideal para o

desenvolvimento desta doença é de 24ºC, mas pode ocorrer com temperaturas

entre 10 e 32ºC, (Lopes & Santos, 1994; Garbor & Wiebe,1997; Lopes et al

2003).

O fato da mancha-de-cladospório ter ocorrido de forma mais amena nos

ambientes sem utilização de telas anti-insetos, abrigo sem tela e ambiente céu

aberto, pode ser atribuído à maior ventilação que ocorre nestes ambientes, em

virtude da ausência de tela anti-insetos.

Reisser Júnior (2002) relata que o uso de telas anti-insetos nas laterais

das estufas reduz a velocidade dos ventos, elevando a umidade relativa do ar

do ambiente. Bell & Baker (1997) relatam que a utilização de telas em

ambientes protegidos visando a exclusão de insetos, provoca diminuição na

ventilação no interior dos abrigos, podendo causar danos ao cultivo.

4.3.2– Ocorrência de doenças nos frutos.

As doenças encontradas nos frutos foram causadas basicamente por

Phythophtora infestans.

Na Figura 17 registra-se as porcentagens de frutos infectados por P.

infestans, onde observa-se que nos dois ambientes onde ocorreram altas

porcentagens de frutos infectados por doenças, foram naqueles onde não havia

cobertura plástica para proteção das plantas, cultivo a céu aberto e abrigo

revestido com tela com 13,58% e 8,36%, respectivamente, dos frutos

infectados no cultivo de 2002. No cultivo de 2004, 2,8% dos frutos do ambiente

céu aberto e 1,39% dos frutos do abrigo revestido com tela estavam infectados

pelo referido patógeno. Estes ambientes não possuem cobertura plástica que

protege as plantas das chuvas. Lopes & Santos (1994) relatam que chuvas

favorecem o desenvolvimento da doença também nos frutos. Nestes

ambientes, ocorreu alta severidade da doença nas folhas. Assim, a incidência

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da doença nos frutos é decorrência quase que direta da presença da doença

na planta.

Nos ambientes onde havia presença de plástico na cobertura dos

abrigos, a porcentagem de frutos infectados por P. infestans foi baixa, sendo

no abrigo sem tela 0,20%, abrigo com tela afídeo 0,53%, abrigo com tela

citros 0,31% e abrigo com tela clarite 0,16% dos frutos infectados em 2002 e

0,25% no abrigo sem tela, 0,44% no abrigo com tela afídeo, 1,14% no abrigo

com tela citros e 0,77% no ambiente do abrigo com tela clarite em 2004.

FIGURA 17 Porcentagem de frutos infectados por Phythophtora infestans,

nos cultivos de tomateiros nos períodos de 29/07/2002 a 12/12/2002 e 02/09/2004 a 29/12/2004 em Itajaí-SC nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite). Médias com a mesma letra, (maiúsculas 2002 e minúsculas 2004), não diferem entre si pelo teste de Duncan a 1%. CV.=67,35% (2002); CV.=109,82% (2004).

4.4 - Ocorrência de pragas.

As principais pragas encontradas e avaliadas no tomateiro foram a

broca-pequena-do-tomateiro (Neoleucinodes elegantalis), traça-do-tomateiro

(Tuta absoluta) e a broca-grande-do-tomateiro (Heliothis spp).

Na Figura 18 apresenta-se o percentual total de frutos atacados por

pragas nos anos de 2002 e 2004. Observou-se que nos ambientes onde havia

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tela anti-insetos nas laterais dos abrigos, a porcentagem de frutos atacados por

pragas foi muito inferior aos ambientes sem tela, nos dois anos de cultivo.

Em 2002, nos ambientes sem uso das telas anti-insetos (ambiente céu

aberto e abrigo sem tela), em média, 16,52% dos frutos foram atacados por

pragas, ao passo que nos ambientes com tela (abrigo com tela clarite, abrigo

com tela afídeo, abrigo com tela citros e revestido por tela), em média apenas

1,12% dos frutos estavam danificados por pragas.

Já no cultivo de 2004, ocorreu maior incidência de pragas, destacando-

se ainda mais a importância das telas anti-insetos. Neste ano, nos ambientes

sem uso de tela (ambiente céu aberto e abrigo sem tela), em média 53,7%

dos frutos foram atacados por pragas, ao passo que nos ambientes com tela

(abrigo com tela clarite, abrigo com tela afídeo, abrigo com tela citros e

revestido por tela), em média, apenas 6,7% dos frutos estavam danificados por

pragas.

FIGURA 18 Porcentagem de frutos atacados por pragas, nos cultivos do tomateiro nos realizados de 29/07 a 12/12/2002 e 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite). Médias com a mesma letra, (maiúsculas 2002 e minúsculas 2004), não diferem entre si pelo teste de Duncan a 1%. CV.=39,30% (2002); CV.=14,91% (2004).

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Ranch (2002) tem relatado que o uso de telas é uma alternativa limpa

em substituição ao tradicional controle químico de pragas. Bell & Baker (1997)

relatam que a utilização de telas em ambientes protegidos visando a exclusão

de insetos, tem diminuído custos de produção, além de ter relaxado as

medidas de proteção aos trabalhadores rurais. Baker & Jones (1989) relatam

que o uso de telas em cultivo protegido tem diminuído a presença de pragas

no interior dos abrigos e de insetos transmissores de agentes patogênicos.

No Brasil, Trani (2002) utilizou telas sombrite com malha de 1 e 2mm

nas laterais dos abrigos tipo túneis, para controle de insetos no cultivo da

couve. Para o cultivo do tomateiro em ambiente protegido, Pesagro (2002),

recomenda o uso de tela branca de nylon com malha de 1mm na lateral dos

abrigos.

Na Tabela 3 apresenta-se a porcentagem de frutos atacados por broca-

pequena, broca-grande e traça, no cultivo do tomateiro realizado no ano de

2002. Observou-se que a mais freqüente praga no cultivo de 2002 foi a broca

pequena, (Neoleucinodes elegantalis), com cerca de 10% dos frutos atacados

por esta praga nos ambientes sem a presença das telas anti-insetos (ambiente

céu aberto e abrigo sem tela). A broca-grande-tomateiro (Heliothis spp),

ocorreu em 6,24% dos frutos na ambiente céu aberto e 3,37% no abrigo sem

tela. Nos ambientes com tela a ocorrência da broca grande foi muito baixa. A

traça-do-tomateiro (Tuta absoluta) teve incidência baixa, sendo que apenas

2,21% dos frutos do ambiente céu aberto e 1,07 % no abrigo sem tela, foram

atacados por esta praga. Nos ambientes com tela, a ocorrência da traça foi

baixa, menor que de 0,5% dos frutos.

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TABELA 3 Porcentagem de frutos atacados por broca-pequena, broca-grande e traça, no cultivo do tomateiro realizado no período de 29/07 a 12/12/2002 em Itajaí-SC nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite.

Tratamentos Broca-pequena Broca-grande Traça

ST 10,01 a 3,37 b 1,07 b CA 10,49 a 6,24 a 2,21 a AF 0,42 b 0,76 bc 0,03 c CI 0,13 b 0,31 c 0,48 c RT 0,23 b 1,14 bc 0,11 c CL 0,42 b 0,41 c 0,16 c

Médias com a mesma letra na coluna não diferem entre si, pelo teste de Duncan a 1%. CV.=63,59% (Broca-grande); CV.=24,07% (Broca-pequena); CV.=32,50% (Traça).

A Tabela 4 apresenta a porcentagem de frutos atacados por broca-

pequena, broca-grande e traça, no cultivo do tomateiro realizado no ano de

2004. Observou-se que neste ano de cultivo a ocorrência de pragas foi mais

elevada, sendo que a broca-pequena ocorreu em 28,44% dos frutos do abrigo

sem tela e em 27,49% dos frutos do ambiente céu aberto. A broca-grande

também foi de ocorrência alta em 2004, atingindo 22,19% dos frutos do

ambiente céu aberto e 20,04% dos frutos do abrigo sem tela. A traça-do-

tomateiro teve menor incidência, ocorrendo em 5,06 % dos frutos do abrigo

sem tela e 4,155 dos frutos do ambiente céu aberto. Nos ambientes com

utilização das telas anti-insetos, a porcentagem de frutos atacados por pragas

foi baixa.

TABELA 4 Porcentagem de frutos atacados por broca-pequena, broca-grande

e traça, no cultivo do tomateiro realizado no período de 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC, nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite).

Tratamentos Broca Pequena Broca Grande Traça

ST 28,44 a 20,04 a 5,06 a CA 27,49 a 22,19 a 4,15 a AF 0,61 b 1,11 b 0,94 b CI 0,55 b 5,01 b 1,43 b RT 0,43 b 4,21 b 0,21 b CL 1,21 b 4,29 b 0,12 b

Médias com a mesma letra na coluna não diferem entre si, pelo teste de Duncan a 1%. CV.=33,98% (Broca-grande); CV.=23,02% (Broca-pequena); CV.=53,32% (Traça).

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4.5 – Produção de frutos

Avaliou-se neste trabalho o número total de frutos e também a produção total em peso.

4.5.1 – Número total de frutos

Nos ambientes onde havia plástico na cobertura dos abrigos, (abrigo

sem tela, abrigo com tela clarite, abrigo com tela citros e abrigo com tela

afídeo), o número total de frutos foi bem maior do que nos ambientes onde não

havia plástico, (ambiente céu aberto e abrigo revestido por tela), tanto no

cultivo de 2002 quanto no cultivo de 2004.

Na Tabela 5 apresenta-se o número total de frutos nos cultivos de 2002

e 2004. Em 2002, no abrigo sem tela, o número total de frutos foi 1.073.000

frutos.ha-1 e no abrigo com tela clarite 902.750 frutos ha-1. No abrigo revestido

por tela (RT), o número total de frutos foi menor, alcançando 451.250 frutos

ha-1 e no ambiente céu aberto 602.750 frutos ha-1

.

Em 2004, no abrigo sem tela, o número total de frutos foi 752.000 frutos

ha-1, no abrigo tela clarite 746.850 frutos ha-1. Já no abrigo revestido por tela, o

número total de frutos foi menor, 315.737 frutos ha-1 e no ambiente céu aberto

360.342 frutos ha-1.

Segundo Martins et al (1999) a produção em ambiente protegido,

proporciona em geral rendimentos superiores ao cultivo em campo aberto. Para

Rebelo et al (2005), além de melhor qualidade da produção, o cultivo protegido

provoca aumento de produtividade.

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TABELA 5 Número total de frutos ha-1 de tomateiro produzidos no período de 29/07 a 12/12/2002 e 02/09/ a 29/12/2004 em Itajaí-SC, nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite).

Tratamentos Produção total de frutos ha-1 de tomateiro

2002 2004

ST 1.073.000 a 752.000 a

CL 902.750 ab 746.850 a

CI 887.000 ab 737.380 a

AF 719.000 bc 675.281 a

CA 602.750 cd 360.342 b

RT 451.250 d 315.737 b

Médias com a mesma letra na coluna não diferem entre si, pelo teste de Duncan a 1%. CV.=12,41% (2002); CV.=12,53% (2004)

A menor produção de frutos no ano de 2004, comparada com a do ano

de 2002, pode ser atribuída à maior porcentagem de aborto de flores que

ocorreu no ano de 2004, provavelmente devido às temperaturas mais altas

registradas neste cultivo, uma vez que o plantio de 2004, ocorreu 34 dias após

o plantio de 2002. Cermeño (1979), relata que altas temperaturas ocorridas na

fase de florescimento podem ocasionar aborto de flores, implicando em

menores produções de frutos.

Outro efeito a observar é a influencia da requeima na produção total de

frutos. Constatou-se que a ocorrência da requeima (Phythophtora infestans)

nas plantas afetou o número total de frutos produzidos, nos dois anos de

cultivo, 2002 e 2004. Na Figura 19 está apresentada a severidade da doença

requeima e número total de frutos de tomateiro. Observou-se que nos

ambientes onde não havia plástico na cobertura dos abrigos, (ambiente céu

aberto e abrigo revestido por tela), ocorreu alta severidade da requeima

ocasionada pela exposição das plantas à chuva associada a temperaturas

amenas, o que favorece o desenvolvimento da doença. Nestes ambientes, a

produção total de frutos foi baixa, com média de 432.000 frutos ha-1. Já nos

ambientes com cobertura plástica, (abrigo sem tela, abrigo com tela afídeo,

abrigo com tela citros e abrigo com tela clarite) o índice de severidade da

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73

requeima foi baixo, e a produção de frutos foi maior, chegando em média a

811.000 frutos ha-1.

0

200

400

600

800

1000

1200

ST CA AF CI RT CL

Tratamentos

Fru

tos h

a-1

x (

1.0

00

)

0

2

4

6

8

10

se

ve

rid

ad

e d

a

req

ue

ima

Frutos/ha Sev. Requeima

A

0

150

300

450

600

750

900

ST CA AF CI RT CL

Tratamentos

Fru

tos h

a-1

( x 1

.00

0)

0

2

4

6

8

10

Se

ve

rid

ad

e d

a

req

ue

ima

Frutos/ha Sev. Requeima

B

FIGURA 19 Número total de frutos ha–1 e severidade da requeima

(Phythophtora infestans) em tomateiros nos cultivos de 29/07/2002 a 12/12/2002 (A) e 02/09/2004 a 29/12/2004 (B) em Itajaí-SC, nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite).

Na Figura 20 apresenta-se a relação linear entre severidade da doença

e número total de frutos de tomateiro cultivados em 2002 e 2004. Constatou-se

que houve uma relação linear negativa entre a severidade da requeima e o

número total de frutos, pois à medida em que aumentou a severidade da

requeima (Phythophtora infestans) nos tomateiros, diminuiu o número total de

frutos.

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74

74

y = -49,028x + 953,33

R2 = 0,6334

0

200

400

600

800

1000

1200

0 2 4 6 8 10

Grau de severidade

me

ro d

e fru

tos.

ha-1

( x

1.0

00

)

A B

FIGURA 20 Relação entre a severidade da requeima (Phythophtora

infestans), e o número total de frutos ha-1 de tomateiro cultivados nos períodos de 29/07 a 12/12/2002 (A) e 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC.

4.5.2 – Peso total dos frutos

O peso total dos frutos foi proporcional ao número total de frutos nos

dois anos de cultivo.

Nos ambientes onde havia a presença de plástico na cobertura dos

abrigos, obteve-se maior peso total de frutos, comparada com a produção nos

ambientes sem a proteção do plástico, nos dois anos de cultivo.

Na Tabela 6 estão apresentados os resultados do peso total dos frutos

de tomateiros nos seis ambientes de cultivo, realizados nos anos de 2002 e

2004. Em 2002, o maior peso total de frutos foi obtido no ambiente do abrigo

sem tela com 115.32 t ha.-1, seguido pelo ambiente do abrigo com com tela

clarite com 96,13 t ha.-1. A menor produtividade foi obtida no ambiente do

abrigo revestido por tela com 41,03 t ha.-1.

Em 2004, o maior peso também foi obtido no abrigo sem tela com 81,55

t ha.-1, seguido novamente pelo ambiente do abrigo com tela clarite com 80,52

t ha.-1. A menor produtividade também foi obtida no abrigo revestido por tela

com 24,09 t ha.-1.

y = -54,863x + 798,75

R2 = 0,9391

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 2 4 6 8 10

Grau de severidade

Núm

ero

de fru

tos.h

a-1

( x

1.0

00)

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75

75

TABELA 6 Peso total de frutos de tomateiros em t ha-1 obtidos nos cultivos realizados de 29/07 a 12/12/2002 e 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC, nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite).

Tratamentos Produção total de frutos de tomateiro (t ha-1)

2002 2004

ST 115,32 a 81,55 a

CL 96,13 ab 80,52 a

CI 93,10 ab 79,51 a

AF 74,20 bc 73,06 a

CA 65,04 cd 38,44 b

RT 41,03 d 24,09 b

Médias com a mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Duncan a 1%. CV.=15,62% (2002); CV.=15,10% (2004).

Diversos autores relatam que o cultivo do tomateiro em ambiente

protegido proporciona aumento de produtividade, estabilidade da produção e

melhora a qualidade do produto. Isto decorre, dentre outros fatores, em face

das condições ambientais mais favoráveis no interior dos abrigos, ausência de

chuvas e maior quantidade de radiação difusa, (Martins et al 1999; Reisser

Júnior, 2002; Carrijo & Makishima, 2003).

Nos ambientes onde não havia plástico na cobertura dos abrigos, céu

aberto e abrigo revestido por tela, ocorreu o menor peso total de frutos, com

média neste ambientes de 53,03 t ha-1 em 2002 e 31,24 t ha-1 em 2004. Isto

decorre do fato destes ambientes estarem expostos à chuvas, o que favoreceu

o desenvolvimento da doença requeima nas plantas, diminuindo a produção e

o peso total de frutos. Reisser Junior (2002) também obteve menores

produções de tomate a céu aberto do que em estufas. Nos ambientes com

cobertura plástica, abrigo sem tela, abrigo com tela afídeo, abrigo com tela

citros e abrigo com tela clarite, obteve-se maior peso total de frutos, com média

nestes ambiente em 2002 de 94,68 t ha-1 e 78,66 t ha-1 em 2004. Isto ocorreu

pois nestes ambientes, protegidos da chuva, a severidade da requeima foi

menor, resultando em maior produção.

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76

76

Na Figura 21, está apresentada a severidade da requeima nas plantas e

peso total de frutos, onde se observa que nos ambientes céu aberto e abrigo

revestido por tela as plantas sofreram maior severidade da requeima

(Phythophtora infestans), produzindo menos. Já nos ambientes com plástico na

cobertura dos abrigos, (abrigo sem tela, abrigo com tela afídeo, abrigo com

tela citros e abrigo com tela clarite), o índice de severidade da requeima foi

bem menor e conseqüentemente o peso total dos frutos foi maior. (Lopes &

Santos, 1994; Mizubuti & Brommonschenkel, 1996; Zambolim et al 1999;

Gómez et al 2000), relatam que a ocorrência de doenças nas plantas de

tomateiro causam redução na produção de frutos.

0

20

40

60

80

100

ST CA AF CI RT CL

Tratamentos

Pe

so

to

tal (t

ha1

)

0

2

4

6

8

10

Se

ve

rid

ad

e d

a

req

ue

ima

Produção Sev. Requeima

A

0

20

40

60

80

ST CA AF CI RT CL

Tratamentos

Pe

so

to

tal (t

ha

-1)

0

2

4

6

8

10

Se

ve

rid

ad

e

req

ue

ima

Produção Sev. Requeima

B

FIGURA 21 Peso total dos frutos (t ha-1) e severidade da requeima

(Phythophtora infestans), em tomateiros, cultivados nos períodos de 29/07 a 12/12/2002 (A) e 02/09 a 29/12/2004 (B) em Itajaí-SC, nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite).

Houve uma relação linear negativa entre a severidade da requeima e o

peso total de frutos de tomateiro, pois à medida em que aumentou a

severidade da requeima em tomateiros, diminui linearmente o peso total de

frutos.

Na Figura 22 apresenta-se esta relação linear entre severidade da

requeima e peso total de frutos de tomateiro.

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77

77

A

y = -6,5122x + 86,75

R2 = 0,8743

0

20

40

60

80

100

120

0 2 4 6 8 10

Severidade da requeima

Peso tota

(t.ha

-1)

de fru

tos d

e

tom

ate

iro

B

FIGURA 22 Relação entre a Severidade da requeima (Phythophtora infestans),

e o peso total de frutos(t ha-1) de tomateiro, cultivados nos períodos de 29/07 a 12/12/2002(A) e 02/09 a 29/12/2004(B) em Itajaí-SC.

4.5.3– Tamanho dos frutos

Os frutos foram classificados nas seguintes categorias:

4.5.3.1 – Frutos grandes

Na Tabela 7 apresenta-se o percentual de frutos grandes obtidos nos

cultivos de 2002 e 2004. Observou-se uma baixa porcentagem de frutos

grandes (diâmetro maior de 9,0cm), sendo que a maior porcentagem foi obtida

no ambiente céu aberto, 11,07% em 2004. As menores porcentagens de frutos

grandes nos dois anos de cultivo foram obtidas no ambiente do abrigo

revestido por tela, 1,55% em 2002 e 0,32% em 2004, destacando este

ambiente como não favorável à produção de frutos tipo grande.

y = -5,4411x + 100,87

R2 = 0,5772

0

20

40

60

80

100

120

140

0 2 4 6 8 10

Severidade da requeima

Peso tota

l (t

.ha

-1)

de fru

tos d

e

tom

ate

iro

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78

TABELA 7 Porcentagem de frutos grandes de tomateiro, obtidos nos cultivos realizados nos períodos de 29/07 a 12/12/2002 e 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC, nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite).

Tratamentos Frutos grandes de tomateiro (%)

2002 2004

CA 5,57 a 11,07 a

CL 3,94 ab 3,03 b

ST 3,88 ab 5,06 b

CI 3,69 ab 3,78 b

AF 3,11 bc 4,22 b

RT 1,55 c 0,32 c

Médias com a mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de

Duncan a 1%. CV.=39,42% (2002); CV.=63,13% (2004).

4.5.3.2 – Frutos médios

Na Tabela 8 apresenta-se os resultados da porcentagem de frutos

médios de tomateiros cultivados em 2002 e 2004. A porcentagem de produção

de frutos médios (diâmetro entre 6,5 e 9,0 cm), apresentou valores ao redor de

35% no ambiente céu aberto e também nos abrigos com plástico na cobertura,

(abrigo sem tela, abrigo com tela afídeo, abrigo com tela citros e abrigo com

tela clarite), nos anos de 2002 e de 2004. Já no ambiente do abrigo revestido

por tela, a porcentagem de frutos médios foi menor e diferente dos demais,

atingindo 22,16% no ano de 2002 e 11,08% no ano de 2004. Estes resultados

mostram que os ambientes com plástico na cobertura dos abrigos, com e sem

tela anti-insetos e o ambiente céu aberto, são mais adequados para produção

de frutos médios, pois tiveram produções semelhantes e superiores ao

ambiente do abrigo revestido por tela.

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79

TABELA 8 Porcentagem de frutos médios de tomateiro, obtidos nos cultivos realizados nos períodos de 29/07 a 12/12/2002 e 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC, nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite).

Tratamentos Frutos médios de tomateiros (%)

2002 2004

ST 35,38 a 43,07 a

CA 34,72 a 38,22 a

CL 32,78 a 32,66 a

CI 32,76 a 34,79 a

AF 31,24 a 32,66 a

RT 22,16 b 11,08 b

Médias com a mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Duncan a 1%. CV.=17,67% (2002); CV.=18,78% (2004).

4.5.3.3 – Frutos pequenos

Na Tabela 9 apresenta-se os percentuais de produção de frutos

pequenos nos cultivos de 2002 e 2004. A maioria dos frutos pertenceu a esta

categoria de classificação, (tamanho entre 5,00 a 6,5cm), nos dois anos de

cultivo. A porcentagem de frutos pequenos ficou ao redor de 44%, em todos

ambientes, com exceção do ambiente céu aberto, que diferenciou-se dos

demais, produzindo menores porcentuais de frutos desta categoria, 37,73%

dos frutos produzidos em 2002 e 25,27% em 2004.

Constatou-se que, nas condições em que foi realizado o trabalho com a

cultivar Fortaleza, a grande maioria dos frutos produzidos foram classificados

com tamanho médio e pequeno.

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80

TABELA 9 Porcentagem de frutos pequenos de tomateiro, obtidos nos cultivos realizados nos períodos de 29/07 a 12/12/2002 e 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC, nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite).

Tratamentos Frutos pequenos de tomateiros (%)

2002 2004

CL 45,70 a 46,37 a

RT 45,63 a 45,15 a

ST 45,39 a 40,30 a

AF 45,04 a 40,12 a

CI 44,52 a 38,35 a

CA 37,73 b 25,27 b

Médias com a mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Duncan a 1%. CV.=8,76% (2002); CV.=12,56% (2004).

4.5.3.4 – Frutos não comerciais

Na Tabela 10 apresenta-se os percentuais de produção de frutos de

tomateiro não comerciais nos cultivos realizados em 2002 e 2004. Foi no

ambiente revestido por tela onde se obteve a maior porcentagem de frutos não

comerciais, diferindo-se dos demais ambientes, com 30.64% da produção total

de frutos classificados nesta categoria em 2002 e 43.37% em 2004. Estes

resultados mostram que o ambiente do abrigo revestido por tela não é ideal

para produção de tomates, resultando num ambiente que propicia condições

para produção de grande quantidade de frutos de tamanho não comercial.

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81

TABELA 10 Porcentagem de frutos não comerciais de tomateiro, obtidos nos cultivos realizados nos períodos de 29/07 a 12/12/2002 e 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC, nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite).

Tratamentos Porcentagem de frutos não comerciais

2002 2004

RT 30.64 a 43.43 a

CA 21.96 b 25.43 b

AF 20.60 b 23.06 bc

CI 19.01 b 22.98 bc

CL 17.56 b 17.91 bc

ST 15.33 b 11.55 c

Médias com a mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Duncan a 1%. CV.=26,43% (2002); CV.=25,49% (2004).

4.5.3.5 - Peso médio dos frutos

Na Tabela 11 apresenta-se os resultados do peso médio dos frutos de

tomateiros cultivados em 2002 e 2004. O ambiente do abrigo revestido por tela

foi o que apresentou peso médio menor e diferente dos demais ambientes, nos

dois anos de cultivo, atingindo 88,9g em 2002 e 74,4g por fruto em 2004. Nos

demais ambientes, o peso médio foi semelhante nos dois anos de cultivo,

atingindo no ambiente do abrigo sem tela 107,5g em 2002 e no ambiente do

abrigo com tela clarite 109,1g em 2004. Os ambientes, com exceção do

ambiente revestido por tela, não influíram no peso médio dos frutos.

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82

TABELA 11 Peso médio dos frutos de tomateiro, obtidos nos cultivos realizados nos períodos de 29/07 a 12/12/2002 e 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC, nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite).

Tratamentos Peso médio dos frutos de tomateiros (g)

2002 2004

ST 107.52 a 106,99 a

CL 106.57 a 109,16 a

CA 105.39 a 106,19 a

CI 105.03 a 107,81 a

AF 103.09 a 107,48 a

RT 88.94 b 74,47 b

Médias com a mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Duncan a 1%. CV.=6,36% (2002); CV.=5,83% (2004).

4.5.4– Frutos com podridão apical

Na Figura 23 apresenta-se os valores da porcentagem de frutos de

tomateiros com sintomas de podridão apical nos cultivos de 2002 e 2004. Foi

no ambiente céu aberto que se obteve a maior porcentagem de frutos com

podridão apical, sendo 2,18% em 2002 e 1,41% em 2004. Nos ambientes com

cobertura plástica e com a presença de telas anti-insetos, a porcentagem de

frutos com podridão apical foi menor, atingindo 0,02% dos frutos no ambiente

do abrigo com tela citros em 2002 e 0,05% no abrigo com tela afídeo em 2004.

Exceto no ambiente céu aberto, que apresentou maiores porcentuais de frutos

com sintomas de podridão apical, nos demais ambientes a perda de frutos por

podridão apical foi baixa, não comprometendo comercialmente a produção.

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83

FIGURA 23 Porcentagem de frutos de tomateiro com podridão apical obtidos nos cultivos realizados nos períodos de 29/07 a 12/12 e 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC, nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite). Médias com a mesma letra, (maiúsculas 2002 e minúsculas 2004), não diferem entre si pelo teste de Duncan a 1%. CV.=232,10% (2002); CV.=97,31% (2004).

Atribui-se o maior percentual de frutos com podridão apical no ambiente

a céu aberto (CA) à maior ventilação, insolação e conseqüentemente, maior

evapotranspiração ocorrida neste ambiente, o que pode favorecer o

surgimento de frutos com sintomas de podridão apical. Segundo Embrapa

(2003) plantas expostas ao vento e com maior transpiração estão mais sujeitas

à esta sintomatologia. Para Bradfield & Guttridge (1984), com base na teoria

da pressão radicular, é possível desfavorecer o surgimento de podridão apical,

mantendo a umidade relativa do ar elevada no ambiente de cultivo. Segundo

Martins & Gonzales (1995) a evapotranspiração no ambiente externo é 40%

superior à ocorrida no interior de abrigos. A diminuição da evapotranspiração

no interior dos abrigo, ocorre devido à diminuição da radiação solar e da ação

dos ventos, principais fatores da demanda evaporativa das plantas. Para

Dalmasso et al (1997), plantas de tomateiro cultivadas em ambiente protegido

consomem menos água do que as plantas em ambientes à céu aberto.

0

0.5

1

1.5

2

2.5

ST CA AF CI RT CL

Tratamentos

Po

rce

nta

ge

m d

e fru

tos d

e

tom

ate

iro

s c

om

po

dri

o

ap

ica

l

2002 2004

AB

A

B BAB

B

a

b b b bb

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84

84

4.5.5 – Frutos com defeito

Na Figura 24 apresenta-se a porcentagem de frutos de tomateiros com

defeitos durante os cultivos de 2002 e 2004. Os seis ambientes cultivados com

tomateiros em 2002 mostraram-se semelhantes quanto à porcentagem de

frutos com defeitos, ou seja, frutos com lóculo aberto e defeitos morfológicos.

Esta porcentagem ficou ao redor de 2%. Em 2004, cerca de 3,5% dos frutos

estavam com defeitos, sendo que o ambiente do abrigo com tela citros

apresentou 5,25% dos frutos com defeitos, diferindo dos ambientes do abrigo

com tela afídeo e revestido por tela que apresentaram 2,5% e 2,25%

respectivamente dos frutos defeituosos. Estes defeitos nos frutos, não podem

ser atribuídos unicamente ao ambiente de cultivo, mas também a uma

característica da cultivar plantada.

FIGURA 24 Porcentagem de frutos de tomate com defeitos, obtidos nos cultivos realizados nos períodos de 29/07 a 12/12/2002 e 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC, nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite). Médias com a mesma letra, (maiúsculas 2002 e minúsculas 2004), não diferem entre si pelo teste de Duncan a 1%. CV.=41,95% (2002); CV.=34,49% (2004).

0

1

2

3

4

5

6

ST CA AF CI RT CL

Tratamentos

Po

rce

nta

ge

m d

e fru

tos d

e

tom

ate

iro

s c

om

de

feito

s 20022004

AA

AA

A A

ab

ab

b

a

b

ab

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85

85

4.6 – Descarte de frutos

O cultivo do tomateiro nos diferentes ambientes estudados, mostrou

diferenças muito significativas no aproveitamento final dos frutos de tomate.

Na tabela 12 apresenta-se a porcentagem de frutos de tomateiro

descartados nos cultivos de 2002 e 2004. Em 2002, ano de baixa incidência de

pragas, nos ambientes onde não havia plástico na cobertura dos abrigos, (céu

aberto e abrigo revestido por tela), ocorreu a maior porcentagem de frutos

descartados, por pragas, doentes, com defeitos, com sintomas de podridão

apical e com tamanho não comercial. No ambiente céu aberto, 49,612% dos

frutos apresentaram algum problema e foram descartados e no ambiente

revestido por tela, este percentual foi de 39,19% dos frutos, mas foram iguais

entre si. Já nos ambientes com plástico na cobertura dos abrigos, (abrigo sem

tela, abrigo com tela afídeo, abrigo com tela citros e com tela clarite), em

média, 24% dos frutos foram descartados e eles não diferiram entre si.

No ano de 2004, em que houve maior incidência de pragas, além do uso

do plástico, as telas anti-insetos mostraram-se muito eficientes no

aproveitamento final dos frutos. Neste ano de cultivo, nos ambientes onde

havia plástico na cobertura dos abrigos e tela anti-insetos nas laterais, (abrigo

com tela citros, com tela anti-afídeo e com tela clarite), as perdas foram de

33,43%, 27,27% e 26,27% respectivamente dos frutos. Nos ambientes sem

proteção de plástico e sem tela nas laterais, as perdas foram de 71,80% dos

frutos produzidos no ambiente céu aberto, 61,74% no ambiente do abrigo sem

tela e 47,75% no ambiente revestido por tela.

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TABELA 12 Porcentagem de frutos descartados, nos cultivos realizados nos períodos de 29/07 a 12/12/2002 e 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC, nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite).

Tratamentos Frutos de tomateiros descartados (%)

2002 2004

CA 49,61 a 71,80 a

RT 39,19 ab 47,75 c

ST 29,65 bc 61,74 b

AF 23,85 c 27,28 d

CI 22,33 c 33,43 d

CL 20,61 c 26,27 d

Médias com a mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Duncan a 1%. CV.=16,92% (2002); CV.=10,11% (2004).

Constata-se a importância do cultivo protegido no aproveitamento final

da produção, pois nos dois anos de cultivo, nos ambientes sem proteção

plástica ocorreram perdas significativas, que comprometem comercialmente o

cultivo. O uso das telas anti-insetos é importante na redução das perdas, mas

sua importância torna-se significativa em anos de maior ocorrência de pragas.

4.7 – Produção comercial de frutos

Na Tabela 13 apresenta-se os resultados da produção comercial de frutos

de tomateiros nos seis ambientes de cultivo, nos anos de 2002 e 2004. Em

2002, a maior produtividade comercial foi obtida nos ambientes com cobertura

plástica, sendo que, no ambiente do abrigo sem tela, a produção comercial

alcançou 92.385 t ha.-1 e nos abrigos com tela clarite e tela citros obteve-se

produções semelhantes. Apenas no ambiente do abrigo com tela afídeo, a

produção comercial diferiu do ambiente sem tela, com 66.415 t ha.-1. A menor

produção foi obtida no ambiente revestido por tela, que foi de 32.015 t ha.-1. Em

2004, a maior produção comercial ocorreu nos ambientes com cobertura

plástica e tela anti-insetos nas laterais, (abrigo com tela clarite, abrigo com

tela citros e com tela afídeo), atingindo no ambiente tela clarite, 69,11 t ha.-1.

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87

Neste ano, devido ao ataque intenso de pragas, a produção no ambiente do

abrigo sem tela foi severamente prejudicada, obtendo produção de 38,19 t

ha.-1, menor que nos abrigos com tela. A menor produção em 2004 ocorreu

nos ambientes céu aberto com 15.52 t ha.-1 e revestido por tela com 16,42 t

ha.-1.

TABELA 13 Produção comercial (t ha.-1)de frutos de tomate, obtida nos cultivos realizados nos períodos de 29/07 a 12/12/2002 e 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC, nos ambientes ST (abrigo sem tela), CA (céu aberto), AF (abrigo com tela afídeo), CI (abrigo com tela citros), RT (abrigo revestido por tela) e CL (abrigo com tela clarite).

Tratamentos Produção comercial de tomates (t ha-1)

2002 2004

ST 92,385 a 38,19 b

CL 86,300 ab 69,11 a

CI 82,710 ab 64,55 a

AF 66,415 bc 64,69 a

CA 43,770 cd 15,52 c

RT 32,015 d 16,42 c

Médias com a mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Duncan a 1%. CV.=17,02% (2002); CV.=16,70% (2004).

Estes resultados mostram a importância da cobertura plástica na

produção comercial, pela redução na severidade da requeima, pela função

guarda-chuva que o mesmo oferece às plantas, e como conseqüência,

aumento de produtividade. Nos ambientes onde havia plástico na cobertura dos

abrigos, (ambiente do abrigo sem tela, com tela afídeo, com tela citros e tela

clarite), a produção comercial de frutos foi maior do que nos ambientes onde

não havia plástico, céu aberto e abrigo revestido por tela. Estes resultados

foram semelhantes nos dois anos de cultivo, o que reforça a grande

importância da cobertura plástica na produção comercial de frutos.

Na Figura 25 mostra-se a média da produção comercial de frutos de

tomateiros nos ambientes com e sem cobertura plástica, durante os cultivos de

2002 e 2004. Observou-se que em 2002, nos ambientes com proteção plástica,

a média da produção comercial foi de 81,95 t ha-1 e nos ambiente sem

cobertura plástica, 38,0 t ha-1. Em 2004 nos ambientes com plástico na

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cobertura, a média de produção comercial foi de 59,13 t ha-1 e nos ambientes

sem plástico, 16,0 t ha-1. Nos dois anos de cultivo houve diferença estatística

entre os valores da produção comercial nos ambientes com e sem plástico na

cobertura. Estes resultados mostram que o uso do plástico favorece o

desenvolvimento das plantas e ao mesmo tempo dificulta o surgimento de

doenças pela proteção contra chuvas, permitindo produtividade comercial

superior aos ambientes onde não há cobertura plástica nos abrigos. Reisser

Junior (2002) também obteve maiores produções de tomate em estufas do que

em ambiente a céu aberto. Para (Lopes & santos, 1994; Mizubuti &

Brommonschenkel, 1996; Zambolim et al 1999; Gómez et al 2000), a exposição

das plantas à chuva favorece o desenvolvimento de doenças nas plantas,

diminuindo a produção comercial de frutos. Estes autores relatam que a

ocorrência de doenças nas plantas de tomateiro causam redução na produção

de frutos.

FIGURA 25 Produção comercial (t.ha-1) de tomates dos cultivos em ambientes com cobertura plástica e sem cobertura plástica nos períodos de 29/07 a 12/12/2002 e 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC. Médias com a mesma letra (maiúscula 2002 e minúscula 2004) não diferem entre si pelo teste de Duncan a 1%. CV.=15,29% (2002); CV.=26,61% (2004).

81,9

59,1

38,0

16,00

20

40

60

80

100

2002 2004

Períodos de cultivo

Pro

du

çã

o c

om

erc

ial d

e

tom

ate

(t.h

a-1

)

Com Plástico Sem PlásticoA

a

b

B

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No cultivo de 2002, a ocorrência de pragas foi menor do que a ocorrida

em 2004, atingindo em média 16,52% dos frutos nos ambientes sem tela e

1,12% nos ambientes com tela. Por este motivo, no ambiente do abrigo sem

tela a produção comercial foi semelhante aos ambientes com tela clarite e

tela citros que produziram respectivamente 92,38 t.ha-1, 86,30 t ha-1 e 82,71

t ha-1. No cultivo de 2004 a ocorrência de pragas foi bem superior à ocorrida

no ano de 2002, atingindo em média 53,7% dos frutos dos ambientes sem tela

e 6,7% dos frutos dos ambientes com tela. Assim, pode-se avaliar melhor a

grande importância do uso das telas anti-insetos na produção comercial de

frutos. Neste ano, a produção comercial no ambiente do abrigo sem tela foi

menor do que nos ambientes onde havia a presença de telas anti-insetos,

alcançando neste ambiente 38,19 t ha-1.

Na Figura 26 mostra-se a média da produção comercial de tomates nos

ambientes com e sem tela nos cultivos de 2002 e 2004. Avaliando-se a média

da produção comercial nos ambientes com e sem tela, observa-se que no ano

de 2002 não houve diferença estatística entre estes ambientes, que

produziram em média 92,4 t ha-1 no ambiente sem tela e 78,5 t ha-1 nos

ambientes com tela. Já em 2004, ano de alta incidência de pragas, houve

diferença estatística entre os ambientes, pois no ambiente sem tela, a

produção comercial foi de 38,2 t ha-1 enquanto que nos ambientes com tela , a

média da produção foi de 66,1 t ha-1.

A presença de telas anti-insetos, aumenta sua importância na proteção

das plantas, na medida em que ocorre maior incidência de pragas.

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FIGURA 26 Média de produção comercial de tomate (t.ha-1) nos ambientes com e sem tela anti-insetos nos cultivos de tomateiro nos períodos de 29/07 a 12/12/2002 e 02/09 a 29/12/2004 em Itajaí-SC. Médias com a mesma letra (maiúscula 2002 e minúscula 2004) não diferem entre si pelo teste de Duncan a 1%. CV.=7,32% (2002); CV.=2,91% (2004).

78,566,1

92,4

38,2

0

20

40

60

80

100

2002 2004

Períodos de cultivo

Pro

du

çã

o c

om

erc

ial d

e

tom

ate

s (

t.h

a-1

)

Com tela Sem telaA

A

b

a

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5. CONCLUSÕES

Nas condições em que foi conduzido este trabalho, é possível concluir

que:

O ambiente protegido com cobertura plástica e telas anti-insetos nas

laterais é o que propicia as melhores condições para produção orgânica

de tomate;

O uso da cobertura plástica em cultivo protegido, é desfavorável ao

incremento da severidade de doenças, fator preponderante no

crescimento e desenvolvimento da planta e na expressão do potencial

produtivo do tomateiro;

A utilização de telas anti-insetos nas laterais dos abrigos, proporciona

sensível redução no ocorrência de pragas;

O uso de telas anti-insetos na lateral dos abrigos, reduz a luminosidade

e aumenta a temperatura no interior do abrigo, acelerando o crescimento

em altura das plantas e provocando maior percentual de flores

abortadas;

Nos ambientes céu aberto e revestido por tela ocorre maior severidade

da doença requeima e menor desenvolvimento foliar, resultando em

menor produção comercial de frutos;

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Nos ambientes com cobertura plástica e tela anti-insetos nas laterais,

ocorre menor percentual de descarte de frutos, e maior produção

comercial de tomates, e

É viável tecnicamente produzir tomate no sistema orgânico em abrigos

com cobertura plástica e telas anti-insetos nas laterais.

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7 - APÊNDICES

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APÊNCICE 1

a

b

c

FIGURA 1 A. Telas anti-insetos utilizadas nos abrigos: a) Tela clarite- 12 Mesh (2,0 x 2,0 mm - 5 fios por cm de tela); b) Tela citros- 25 Mesh (1,0 x 1,0 mm – 10 fios por cm de tela); c) Tela afídeo- 50 Mesh (0,5 x 0,5 mm – 20 fios por cm de tela).

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APENDICE 2

FIGURA 2 A. Escala diagramática, representando 1, 10, 25 e 50% de lesão

por doença em folhas de tomateiro, conforme James (1971), utilizada na determinação da severidade de doenças nas folhas da cultura do tomateiro.

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APÊNDICE 3

Composição das caldas utilizadas no controle de doenças foliares da cultura do tomateiro:

TABELA 3 A. Composição da calda cordalesa, para 100 litros de água

Produto Quantidade

Cal hidratada 500 g

Sulfato de cobre 500 g

TABELA 3 B. Composição da calda viçosa, para 100 litros de água.

Produto Quantidade

Cal hidratada 1500 g Sulfato de cobre 1000 g Sulfato de zinco 150 g Sulfato de magnésio 800 g Ácido bórico 150 g Cloreto de potássio 400 g

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APÊNDICE 4

TABELA 4 A. Resultado da análise do solo do local da pesquisa.-Ano 2002

% Argila m/V

pH-água 1:1

Índice SMP

P Mg L-1

K Mg L-1

% M. O. m/v

Al cmoclL

Ca+Mg cmolc/L

22 5.4 6.3 464 450 3.2 0.2

6.7

TABELA 4 B. Resultado da análise do composto orgânico utilizado na adubação do tomateiro. – Ano 2002.

N %

P %

K %

Ca %

Mg %

Fe %

Mn %

Zn %

Cu %

B %

C %

C/N Umid %

1.91 1.37 1.93 1.25 0.74 0,42 0,12 0,04

0,09

0,02 29.8 15,6

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TABELA 4 C. Resultado da análise do solo do local da pesquisa.-Ano 2004

% Argila m/V

pH-água 1:1

Índice SMP

P Mg L-1

K Mg L-1

% M. O. m/v

Al cmoclL

Ca+Mg cmolc/L

22 5.4 6.4 475 470 3.2 0.2

6.9

TABELA 4 D. Resultado da análise do composto orgânico utilizado na adubação do tomateiro. – Ano 2004.

N %

P %

K %

Ca %

Mg %

Fe %

Mn %

Zn %

Cu %

B %

C %

C/N Umid %

1.87 1.42 1.83 1.37 0.85 0,44 0,10 0,06

0,08

0,02 28.7 15,3

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