produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

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ROSEANO MEDEIROS DA SILVA PRODUÇÃO DE MUDAS DE MARACUJAZEIRO- AMARELO COM DIFERENTES TIPOS DE ENXERTIA E USO DA CÂMARA ÚMIDA MOSSORÓ RN 2012

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Page 1: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

ROSEANO MEDEIROS DA SILVA

PRODUÇÃO DE MUDAS DE MARACUJAZEIRO-

AMARELO COM DIFERENTES TIPOS DE

ENXERTIA E USO DA CÂMARA ÚMIDA

MOSSORÓ – RN

2012

Page 2: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

ROSEANO MEDEIROS DA SILVA

PRODUÇÃO DE MUDAS DE MARACUJAZEIRO-AMARELO

COM DIFERENTES TIPOS DE ENXERTIA E USO DA

CÂMARA ÚMIDA

Dissertação apresentada à Universidade

Federal Rural do Semi-Árido, como parte

das exigências para obtenção do título de

Mestre em Agronomia: Fitotecnia.

ORIENTADOR:

Prof. D. Sc. VANDER MENDONÇA

MOSSORÓ – RN

2012

Page 3: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

Ficha catalográfica preparada pelo setor de classificação e

catalogação da Biblioteca “Orlando Teixeira” da UFERSA.

S586p Silva, Roseano Medeiros da.

Produção de mudas de maracujazeiro-amarelo com diferentes

tipos de enxertia e uso da câmara úmida / Roseano Medeiros da

Silva. – Mossoró, 2012.

59 f.: il.

Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) Área de concentração

em Fruticultura – Universidade Federal Rural do Semi-Árido.

Orientador: Prof. D. Sc. Vander Mendonça.

1. Passiflora edulis Sims. 2. Propagação. 3. Enxertia. I. Título.

CDD: 634.425

Bibliotecária: Vanessa de Oliveira Pessoa

CRB15/453

Page 4: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

ROSEANO MEDEIROS DA SILVA

PRODUÇÃO DE MUDAS DE MARACUJAZEIRO-AMARELO

COM DIFERENTES TIPOS DE ENXERTIA E USO DA

CÂMARA ÚMIDA

Dissertação apresentada à Universidade

Federal Rural do Semi-Árido, como parte

das exigências para obtenção do título de

Mestre em Agronomia: Fitotecnia.

APROVADA EM: ____/____/2012

09 18

Page 5: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

Aos meus pais, José Ramos (in

memorian) e Rosita Medeiros, pela

minha vida e formação e por serem

exemplo de caráter e a quem devo tudo

que sou.

Dedico

A minha noiva Ana Verônica pela

amizade, companheirismo e amor.

Ofereço

Page 6: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

AGRADECIMENTOS

À Deus, pela saúde e força para enfrentar cada dia;

À Universidade Federal Rural do Semi-Árido, pela formação acadêmica e pela

oportunidade de concluir o curso de mestrado em fitotecnia;

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)

pela concessão da bolsa de estudo;

À Pós-Graduação em Fitotecnia e a todos aqueles que compõem o corpo

docente pelos ensinamentos transmitidos durante o mestrado;

Ao Professor Vander Mendonça, pela orientação, pelas oportunidades,

ensinamentos, pelo exemplo de profissionalismo e competência, pelo apoio na

realização deste trabalho e pela amizade conquistada;

Aos membros da banca examinadora, Renato Dantas Alencar e Django Jesus

Dantas pela contribuição no enriquecimento deste trabalho;

Aos meus pais José Ramos e Rosita Medeiros, pelo amor e incentivo;

A minha noiva Ana Verônica pelo companheirismo, carinho e ajuda que

sempre me deu no decorrer do curso;

Aos meus padrinhos Cícero e Graça, pelo apoio e atenção que sempre me

deram;

Aos meus Amigos Celso Pommer, Patrício Maracajá, Aécio Cândido, Roberto

Pequeno, Eudes Cardoso, Kaio Gráculo, Cillas Policarto, Tarcísio Martins, Hortência

Gomes, Socorro Gomes, Eliane Menezes, Karen Mariany, Pedro Ramualyson, Carol

Lima, Flaviano Souto, João Guilherme, João Maria e Elisia pelo apoio e amizade;

A todos os colegas do Grupo de Pesquisa em Fruticultura e do curso de Pós-

Graduação em Fitotecnia, pelo convívio e pela amizade conquistada ao longo do curso;

Enfim, a todos que direta ou indiretamente contribuíram por mais uma etapa

concluída.

Page 7: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

BIOGRAFIA

ROSEANO MEDEIROS DA SILVA, filho do Agricultor e Sindicalista José Ramos da

Silva e da Agricultora Rosita Medeiros da Silva, nasceu em 06 de junho de 1987 no

distrito Sítio Campo Comprido, município de Cuité, Paraíba. Iniciou os estudos em

1994, no Grupo Escolar Pedro Viana da Costa, na mesma comunidade rural, onde

concluiu o fundamental I. Em 1999 foi estudar o fundamental II na Escola Técnica

Agrícola de Cuité – ETAC. Concluiu o ensino Médio em 2005, na Escola Estadual

Orlando Venâncio dos Santos, na mesma cidade. Em fevereiro de 2006 ingressou no

curso de Agronomia, onde foi monitor de Horticultura e desenvolveu vários trabalhos

na área de Fruticultura Tropical, fazendo parte do Grupo de Pesquisa Passiflora – GPP,

coordenado pelo professor Eudes de Almeida Cardoso e em dezembro de 2010

diplomou-se Engenheiro Agrônomo pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido –

UFERSA, Mossoró – RN. No período de 2006 a 2008 foi professor de Química e

Biologia da Escola Estadual José de Freitas Nobre, Mossoró – RN. Em março de 2011

iniciou o curso de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia, na área de

concentração em Fruticultura Tropical e Propagação de Plantas da UFERSA, sendo

bolsista da CAPES. No mestrado foi integrante do Grupo de Pesquisa em Fruticultura

coordenado pelo professor Vander Mendonça, concluindo o curso em setembro de

2012. Durante o período da Graduação à conclusão do Mestrado desenvolveu diversos

trabalhos de pesquisa nesta área, tendo no seu currículo mais de 20 artigos publicados

em periódicos e 10 resumos expandidos publicados em anais de congressos, entre

outros diversos trabalhos.

Page 8: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

RESUMO GERAL

SILVA, Roseano Medeiros da. Produção de mudas de maracujazeiro-amarelo com

diferentes tipos de enxertia e uso da câmara úmida. 2012, 59f. Dissertação

(Mestrado em Agronomia: Fitotecnia) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido

(UFERSA), Mossoró – RN, 2012.

O objetivo deste trabalho foi avaliar a combinação de três formas de realização da

enxertia pelo método de garfagem e uso da proteção da enxertia com câmara úmida na

a produção de mudas de maracujazeiro-amarelo. O delineamento experimental adotado

foi o de blocos completos casualizados em esquema fatorial 3x2, com seis repetições,

sendo cada parcela constituída de nove plantas, onde os fatores foram as combinações

de três formas de realização da enxertia pelo método de garfagem (fenda cheia, fenda

lateral e fenda simples) e utilização e não do uso da proteção da enxertia com câmara

úmida. Para produção das mudas dos porta-enxertos e enxertos foram utilizadas

sementes da cultivar FB 100 e redondo-amarelo da marca comercial Topseed®

respectivamente. As enxertias foram realizadas aos 70 dias após a semeadura. Aos 21

dias após as enxertias foram retiradas as proteções por câmara úmida e avaliado a

porcentagem de pegamento. Aos 28, 42 e 56 dias após a enxertia foi avaliado a

sobrevivência em porcentagem de plantas que permaneceram vivas. Aos 56 dias após a

enxertia avaliou-se o número de folhas, diâmetro do enxerto e porta-enxerto, altura da

planta e massa seca da parte aérea. Verificou-se interação significativa para os

diferentes tipos de enxertia e uso da câmara úmida aos 21 dias após a enxertia, os tipos

de enxertia que apresentaram as maiores porcentagem de pegamento foram: fenda

cheia (94,45%) e fenda lateral (91,67%). Não houve influência do uso da proteção com

câmara úmida para as enxertias tipo fenda cheia e lateral. Com a realização da enxertia

do tipo fenda simples, verificou-se diminuição da taxa de pegamento quando não se

utiliza a proteção. Os tipos de enxertia por fenda cheia e fenda lateral apresentaram os

maiores índices de sobrevivência e permaneceram em 86,12% e 91,67%

respectivamente para os 28, 42 e 56 dias após a enxertia. As plantas provenientes de

enxertos protegidos com câmara úmida apresentaram a maior média de porcentagem

de sobrevivência (79,63%) para os 28, 42 e 56 dias após a enxertia. O uso da câmara

úmida promoveu um decréscimo no crescimento das plantas, sendo necessário um

menor tempo de permanência da proteção sobre as plantas. As enxertias de garfagem

tipo fenda cheia e lateral associadas ao uso da proteção com câmara úmida

promoveram os melhores índices de pegamento e sobrevivência das mudas de

maracujazeiro-amarelo.

Palavras Chave: Passiflora edulis Sims, propagação, enxertia.

Page 9: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

GENERAL ABSTRACT

SILVA, Roseano Medeiros da. Production of seedlings of yellow passion fruit

through different types of grafting and use of moisture chamber. 2012, 57f.

Dissertation (Masters in Plant Science) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido

(UFERSA), Mossoró – RN, 2012.

The objective of this study was to evaluate the combination of three forms of grafting

methods and use of protective grafting with moist chamber in the production of yellow

passion fruit seedlings. The experimental design was a randomized complete block in a

3x2 factorial arrangement with six replications, each plot consisting of nine plants,

where the factors were the combinations of three embodiments of the method of

grafting (cleft, side slit and simple slot) with the use of grafting protection with moist

chamber or not using it. Seeds from FB 100 passion fruit cultivar were used for

production of rootstock plants. On the other hand, seeds from the rounded-yellow

cultivar (Topseed® Company) were used for production of scions. Grafting were

performed 70 days after sowing. After 21 days, grafts were removed from the

protection of the moisture chamber. At this time, the effectiveness of grafts was

evaluated. At 28, 42 and 56 days after grafting it was evaluated the amount of plants

remained alive. Fifty six days after grafting it was evaluated the number of leaves,

graft and rootstock diameter, plant height and shoot dry weight. There was a

significant interaction for different types of grafting and use of moist chamber at 21

days after grafting. Types of grafting with the highest percentage of graft effectiveness

were: cleft (94.45%) and side slit (91.67%). There was no influence on the use of

protection with moist chamber for cleft and side slit. Cleft type grafting showed a

decrease in the rate of fixation when not using moist chamber protection. Cleft grafting

and side slit showed the higher rates of survival with 86.12% and 91.67% respectively

for the 28, 42 and 56 days after grafting. Plants from grafts protected with moist

chamber had the highest average survival percentage (79.63%) for 28, 42 and 56 days

after grafting. The use of moist chamber caused a decrease in plant growth showing

that there is a need for plants to remain in it much less than the used in the trial. Cleft

and side slit grafting types associated with the use of protection promoted by moist

chamber lowest rates of fixation and survival of seedlings of yellow passion

Keywords: Passiflora edulis Sims, propagation, grafting.

Page 10: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – Resumo da análise de variância para avaliação de diferentes tipos de

enxertia (TE) e uso da proteção (PT) na produção de mudas de maracujazeiro. Mossoró

– RN, 2011. .................................................................................................................. 48

TABELA 2 – Médias da porcentagem de pegamento de mudas de maracujazeiro em

função do tipo de enxertia e uso da proteção com câmara úmida. Mossoró – RN,

2011............................................................................................................................... 49

Page 11: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1. Dados médios mensais de temperatura máxima, média, mínima e umidade

relativa (UR %) para região de Mossoró – RN no período da condução do experimento

com base nos mapas agroclimáticos do INMET (2011) .............................................. 46

FIGURA 2. Avaliação de tipos de enxertia quanto à porcentagem de sobrevivência das

mudas aos 28, 42 e 56 dias após a realização. Mossoró – RN, 2011

....................................................................................................................................... 51

FIGURA 3. Avaliação da influência do uso da proteção da enxertia quanto à

porcentagem de sobrevivência aos 28, 42 e 56 dias após a realização. Mossoró – RN,

2011 .............................................................................................................................. 52

FIGURA 4. Diâmetro do porta-enxerto em função do tipo de enxertia aos 56 dias após

a realização. Mossoró – RN, 2011 ............................................................................... 53

FIGURA 5. Avaliação da influência do uso da proteção da enxertia sobre a altura das

plantas – ALP (cm), diâmetro do porta-enxerto – DPE (mm) e matéria seca da parte

aérea – MSPA (g). Mossoró – RN, 2011...................................................................... 54

Page 12: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

SUMÁRIO

CAPÍTULO I – PEGAMENTO DE MUDAS DE MARACUJAZEIRO-

AMARELO EM DIFERENTES TIPOS DE ENXERTIA E USO DA CÂMARA

ÚMIDA..................................................................................................... 13

1. INTRODUÇÃO ................................................................................. 14

2. REVISÃO DE LITERATURA ......................................................... 16

2.1 ORIGEM E TAXONOMIA DO MARACUJAZEIRO .................... 16

2.2 DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA DO MARACUJAZEIRO ............ 17

2.3 ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS ............................................... 18

2.4 PRINCIPAIS CULTIVARES DE MARACUJAZEIRO .................. 19

2.5 PROPAGAÇÃO DO MARACUJAZEIRO ...................................... 23

2.5.1 Sexuada ....................................................................................... 23

2.5.2 Assexuada ................................................................................... 24

2.5.2.1 Enxertia ........................................................................................ 25

2.6 FATORES QUE AFETAM A PROPAGAÇÃO POR ENXERTIA .......27

2.7 FATORES FITOSSANITÁRIOS .................................................... .......30

2.7.1 Pragas e doenças ........................................................................ 30

REFERÊNCIAS ...................................................................................... 33

CAPÍTULO II – PEGAMENTO DE MUDAS DE MARACUJAZEIRO-

AMARELO EM DIFERENTES TIPOS DE ENXERTIA E USO DA CÂMARA

ÚMIDA..................................................................................................... 40

RESUMO ................................................................................................. 41

ABSTRACT ............................................................................................. 42

Page 13: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

1. INTRODUÇÃO ................................................................................. 43

2. MATERIAL E MÉTODOS .............................................................. 45

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................... 48

4. CONCLUSÃO .................................................................................... 56

REFERÊNCIAS ...................................................................................... 57

Page 14: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

13

CAPÍTULO I

PRODUÇÃO DE MUDAS DE MARACUJAZEIRO-AMARELO COM

DIFERENTES TIPOS DE ENXERTIA E USO DA CÂMARA ÚMIDA

Page 15: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

14

1. INTRODUÇÃO

A produção de maracujá vem ganhando grande importância no mundo, o

Brasil é o maior produtor e consumidor mundial da fruta. Segundo dados do IBGE

(2011), a produção em 2010 foi de 920.158 toneladas, onde cerca de 76% é produzida

na região Nordeste em uma área colhida de 47.677 hectares, na qual 95% é cultivada

com maracujá-amarelo (P. edulis Sims) e 5% é cultivada com maracujá-doce (P. alata

Dryander).

Apesar do Brasil ser considerado o maior produtor mundial, não estar entre os

maiores exportadores, pois o consumo interno é maior que sua produção. A partir da

década de 80 a cultura do maracujá vem adquirindo expressão econômica, devido ao

aumento da área cultivada e da produção dos frutos impulsionando a profissionalização

da atividade. Mas, segundo El-Moor (2002), as doenças têm sido limitante para a

cultura do maracujazeiro, ocasionando a redução da vida útil dos pomares e

aumentando os custos de produção, devido à necessidade de aplicação de medidas de

controle.

Pires (2007), afirma que devido a esses fatores, torna-se necessário manter os

genótipos resistentes a doenças e de qualidade superior disponíveis para o cultivo

através da propagação assexuada. A propagação em escala comercial é realizada por

via sexual, no entanto a propagação por enxertia poderá ter grande importância para a

cultura, na solução de problemas relativos a pragas e doenças.

Algumas espécies de passifloráceas nativas apresentam resistência a doenças,

porem, segundo Chaves et al. (2004), a utilização destas como porta-enxertos oriundas

de sementes tem sido dificultada pela diferença de diâmetro entre o porta-enxerto e o

enxerto, além de outras características morfológicas e fenológicas. Silva et al. (2011),

trabalhando com germinação e crescimento inicial de mudas de cinco espécies de

maracujazeiro visando obtenção de porta-enxerto, observaram que as espécies P.

foetida, P. morifolia, P. giberti e P. alata apresentaram o mesmo comportamento

Page 16: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

15

quanto ao diâmetro do caule, podendo serem utilizadas como porta-enxertos para o

maracujazeiro-amarelo.

Segundo Hartmann et al., (1990); Simão, (1998); Cavichioli et al., (2009) na

propagação de frutíferas, o método de enxertia mais utilizado é o de garfagem com o

uso da proteção do enxerto com saquinhos de polietileno transparente, com a

finalidade de proteger e formar uma câmara úmida que impede a troca de umidade

entre o ambiente interno e o externo, mantendo assim, a umidade da região enxertada e

favorecendo o processo de fixação e soldadura da enxertia. No que diz respeito ao

processo de enxertia para o maracujazeiro, Ruggiero (1991) afirma que os tipos de

enxertia mais usados são por fenda cheia e inglês simples, como pegamento superior a

90%, em ambos os processos.

Na passicultura, a propagação assexuada já é utilizada na manutenção de

materiais de plantio com boas características agronômicas e vem favorecendo a

multiplicação de plantas produtivas e tolerantes a pragas e doenças (MELETTI, 2000).

Neste sentido, o objetivo deste trabalho foi avaliar a influência da combinação

dos tipos de enxertia pelo método de garfagem e o uso da proteção com câmara úmida

na produção de mudas de maracujazeiro-amarelo.

Page 17: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

16

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 ORIGEM E TAXONOMIA

O gênero Passiflora é originário da América do Sul, predominantemente no

Centro-oeste do Brasil (LEITÃO FILHO; ARANHA, 1974). A família Passifloraceae

pertence à ordem Violales (CRONQUIST, 1988), que é constituída de um

agrupamento natural de famílias, originárias das Theales, uma ordem primitiva. Esta

família apresenta os seguintes gêneros: Adenia, Chlorophoranthus, Crossostemma,

Deidania, Dilkea, Echinothamus, Hollrungia, Machadoa, Mitostemma, Modecca,

Parapsia, Passiflora, Schlechterina, Smeathmannia, Tetrapathaea, Tetrastylis e

Tryphostemma (KILLIP, 1938; LEITÃO FILHO; ARANHA, 1974).

No Brasil, a família é representada por quatro gêneros, Dilkea (ocorrência no

Amazonas e Pará), Mitostemma (presente no Mato Grosso, Rio de Janeiro e Rio

Grande do Sul), Passiflora (de ocorrência em todo o País) e Tetrastylis (Estados da

Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro) (REITZ, 1980). No entanto, segundo Leitão

Filho; Aranha (1974), apenas os gêneros Dilkea e Passiflora representam esta família

no País.

O maracujá pertence à ordem Passiflorales, tribo Passiflorae e família

Passifloraceae, esta com 18 gêneros e 620 especies. Os gêneros Dilkea e Passiflorae

são os únicos existentes no Brasil, sendo que o segundo e composto de 24 subgêneros e

465 especies (LOPES, 1994).

As plantas de maracujá são consideradas perenes em sua grande maioria,

existindo em pequeno número espécies como e o caso de P. gracilis Jack

(VANDERPLANK, 1996).

Dentre as principais espécies do gênero Passiflora temos 150 a 200 originárias

do Brasil, que podem ser utilizadas como alimentícias, medicinais e ornamentais,

muitas das quais com finalidade múltipla, no entanto, apenas 70 espécies possuem

Page 18: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

17

frutos comestíveis (CUNHA et al., 2002). Para Oliveira (1996), o maracujazeiro

amarelo (Passiflora edulis Sims) é a espécie mais cultivada no país.

2.2 DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA

O maracujazeiro caracteriza-se como uma planta trepadeira glabra. Segundo

Martin; Nakasone (1970) as principais espécies do gênero são diplóides, com

2n=2x=18 cromossomos.

Para Vanderplank (1996) as raízes são do tipo axial e 73 a 85 % de todas as

suas ramificações estão concentradas entre 15 e 45 cm de profundidade, o caule é

cilíndrico ou angulado, raramente quadrangular, em geral estriado longitudinalmente.

As folhas são alternas, geralmente simples, inteiras ou lobadas, raramente

compostas, os pecíolos podem ou não apresentar glândulas nectaríferas que variam de

tamanho, número e forma. Esta glândula ocorre na margem da bráctea ou na parte

dorsal da folha, sendo uma característica importante para a classificação taxonômica.

As estípulas são variáveis quanto à forma e bordo e também são úteis para classificar

espécie (VANDERPLANK, 1996).

Esta cultura apresenta estruturas denominadas de gavinhas, que são

modificações foliares, utilizada para prender a planta a suportes, e que em algumas

espécies, são ausentes.

Para Bruckner et al. (1995) as flores reúnem-se em inflorescências e são

hermafroditas, actinomorfas, geralmente isoladas ou aos pares nas axilas foliares. O

pólen de uma planta é incapaz de fertilizar suas próprias flores ou flores de plantas que

possuem constituição genética similar, apresentando auto-incompatibilidade, onde

nesta espécie, predomina a auto-incompatibilidade homomórfica do tipo esporofítica.

Segundo Matsumoto; São José (1991), para que ocorra a polinização e

fertilização é necessária a presença de diferentes genótipos e de insetos polinizadores

ou a polinização manual. Tanto o pegamento do fruto quanto o seu tamanho são

Page 19: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

18

influenciados pela quantidade de pólen depositado no estigma (AKAMINE;

GIROLAMI, 1959).

Vanderplank (1996) define o fruto como uma baga, pericarpo carnoso,

indeiscente, não dividido em lóculos e com muitas sementes. As sementes são

compridas lateralmente, com testa reticulada ou verrugosa, cobertas por arilo

saciforme, suculento e colorido, de origem funicular.

De acordo com Bruckner; Silva (2001), a frutificação ocorre nos ramos do ano,

ou seja, nas brotações emitidas na respectiva estação de crescimento. As flores brotam

a partir dos ramos novos e se abrem por volta do meio-dia, estando aptas a serem

polinizadas no período da tarde. Caso não haja polinização, as flores abertas murcham

e caem. Ocorrendo a polinização e, conseqüentemente a fecundação, a flor se fecha e

tem início o desenvolvimento do fruto (TEIXEIRA, 1994).

É uma frutífera relativamente precoce começando a produção com cerca de 6 a

9 meses após o plantio. Nas condições do sudoeste da Bahia, o primeiro surto de

floração ocorre nove meses após a semeadura e pode se estender por até nove meses do

ano, sendo que durante o período de outubro a março é verificada a maior ocorrência

de flores e em dezembro há um pico de florescimento (MATSUMOTO et al., 1991).

2.3 ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS

O Brasil é o maior produtor mundial de maracujá, teve uma produção em

2010, de 920.158 t numa área de 62.019 ha com um rendimento médio de 14,84 t/ha,

segundo dados do IBGE (2011). Segundo o mesmo levantamento, dentre os estados

brasileiros, o destaque de produção é para o estado da Bahia, o principal produtor com

461.105 t produzidas em 2010 em uma área de 32.378 ha, tendo um rendimento médio

de 14,24 t/ha, seguido por Ceará, Espírito Santo, Sergipe e Minas Gerais. O estado do

Rio Grande do Norte é o décimo quinto produtor de maracujá, com uma produtividade

Page 20: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

19

abaixo da média nacional (8,70 t/ha) com uma área colhida de 614 hectares. Essa baixa

produtividade está diretamente ligada à baixa tecnologia e a problemas fitossanitários.

Nos últimos anos a produção nacional não foi suficiente para abastecer o

consumo interno, havendo necessidade de importação de polpa de outros países para

abastecer a indústria de sucos nacional (COSTA; COSTA, 2005; FERRAZ; LOT,

2007; NOGUEIRA et al., 2007). Neste contexto, percebe-se um espaço para expansão

da cultura no País, tanto em função do déficit na produção quanto nas expectativas de

aumento da demanda por frutas, em função dos hábitos de vida mais saudáveis, que

vêm despertando a atenção da população mundial nos últimos anos. Porém, são

necessários maiores investimentos em pesquisa a fim de dar suporte técnico à

atividade.

Nogueira et al., (2007), afirma quer a produção, em geral, ocorre em pequenas

propriedades, a maioria no contexto de agricultura familiar, em área cultivada variando

de 1 a 5 hectares. As necessidades de tratos culturais fazem com que a atividade seja

exigente em mão-de-obra, notadamente nas fases de plantio, florada (polinização) e

colheita. Contudo, ultimamente tem crescido o número de plantios em grande escala,

sob irrigação por pivô central, visando atender à demanda industrial.

2.4 PRINCIPAIS CULTIVARES DE MARACUJAZEIRO

Devido aos avanços significativos empregadas na tecnologia de produção do

maracujazeiro amarelo, já existem algumas seleções e híbridos, com sementes

disponíveis comercialmente. Essas cultivares foram criadas pelas empresas Flora

Brasil, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária e Instituto Agronômico de

Campinas, suas cultivares são identificadas pelas abreviações FB, BRS e IAC

respectivamente. As principais lançadas no mercado são: Seleção FB 100, Híbrido FB

200, BRS Gigante Amarelo, BRS Sol do Cerrado, BRS Ouro Vermelho, IAC Monte

Alegre, IAC Maravilha e IAC Jóia.

Page 21: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

20

A Seleção FB 100, desenvolvido pela Flora Brasil, conhecida por seleção

Maguary ou Araguari apresenta alto rendimento de suco e alto teor de açúcares, polpa

de cor amarela-alaranjada, alta produtividade e rusticidade. É uma mistura de clones

desenvolvida para atender o mercado industrial, apresentando variação de coloração de

casca, frutos desuniformes em tamanho e sabor e de tamanho pequeno (COSTA et al.,

2008).

O híbrido FB 200 (Yellow Master) da Flora Brasil, têm como principais

características o vigor de plantas, tamanho de frutos, formato ovalado, coloração de

polpa amarela-alaranjada, bom rendimento de suco e normal teor de açúcares.

Destinado para o mercado de frutas “in natura” (COSTA, et al., 2008).

O hibrido BRS gigante amarelo, desenvolvido pela Embrapa, foi obtido com

base no melhoramento populacional por seleção recorrente e obtenção e avaliação de

híbridos intraespecíficos. É derivado das matrizes selecionadas MSC (matriz derivada

da seleção Sul Brasil) X GA (matriz derivada da seleção Redondão). Seu número de

referência no Registro Nacional de Cultivares - MAPA é 21712. Os frutos são de

coloração amarelos, formato oblongo, com a base e o ápice ligeiramente achatados,

pesando de 120 a 350g, rendimento de polpa em torno de 40% e teor de sólidos

solúveis de 13 a 15° Brix. Sua produtividade nas condições do Distrito Federal,

irrigado e plantado no período de maio a julho, no espaçamento de 2,5 m x 2,5 m, tem

ficado em torno de 42 t/ha no primeiro ano, mesmo com ataque da virose. No segundo

ano de produção, essa produtividade fica em torno de 20 a 25 t/ha, dependendo do

manejo (EMBRAPA, 2008a). Tem boa tolerância à antracnose e bacteriose, mas é

susceptível à virose, verrugose e às doenças causadas por patógenos de solo (COSTA,

et al., 2008).

O híbrido BRS Sol do cerrado é derivado das matrizes Seleção GA-2 e MA

(matriz derivada da seleção Redondão). Seu número de referência no Registro

Nacional de Cultivares - MAPA é 21716. Os frutos são amarelos, grandes, com

formato oblongo, sendo afilados no ápice e mais arredondados na base. Pesam de 150 a

Page 22: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

21

350 g, apresentam rendimento de polpa em torno de 38 %, e teor de sólidos solúveis de

13 a 14° Brix. Sua produtividade nas condições do Distrito Federal, com irrigação e

plantado no período de maio a julho, no espaçamento de 2,5 m x 2,5 m, tem ficado

acima de 40 t/ha no primeiro ano de produção, sem o uso da polinização manual. No

segundo ano de produção, essa produtividade fica em torno de 20 a 25 t/ha,

dependendo do manejo. Tem tolerância a doenças foliares, como bacteriose, antracnose

e virose. É susceptível a doenças causadas por patógenos de solo. Não há informações

sobre maiores danos causadas por pragas (EMBRAPA 2008c).

O hibrido BRS Ouro vermelho é derivado das matrizes selecionadas (Cv. Sul

Brasil Marília X Seleção de Passiflora edulis Roxo) F1 x matriz derivada do GA-2.

Seu número de referência no Registro Nacional de Cultivares – MAPA é 21713.

Produz de 10 % a 20 % de frutos de casca vermelha ou arroxeada. Os frutos pesam de

120 a 350 g, são arredondados, com teor de sólidos solúveis de 13 a 15° Brix e

rendimento de suco em torno de 40%. Nas condições do Distrito Federal, vem-se

obtendo em torno de 40 t ha-1

no primeiro ano de produção, se plantado de maio a

julho, com irrigação, no espaçamento de 2,5 x 2,5m. Tal produtividade tem sido obtida

sem a polinização manual. Tem sido tolerante a doenças foliares, incluindo a virose.

Em diferentes locais, tem-se comportado como tolerante a doenças causadas por

patógenos do solo (EMBRAPA 2008b).

Os híbridos IAC - 273, IAC - 275 e IAC - 277, lançados em 1999 pelo IAC,

que atualmente constituem as cultivares IAC Monte Alegre, IAC Maravilha e IAC -

Jóia. Estes híbridos intra-varietais F2 selecionados pela qualidade de fruto e

produtividade. Foram originados dos híbridos da Série 270, resultantes de um

programa de melhoramento de nove anos, baseado em seleção massal,

retrocruzamentos e teste de progênies.

O maracujazeiro IAC - Monte Alegre (IAC-273) foi desenvolvido para o

segmento in natura. Seus frutos são alongados, grandes e pesados: apresentam, em

média, 8,8 cm de diâmetro longitudinal, 7,5 cm de diâmetro transversal e 200-240 g de

Page 23: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

22

peso. Correspondem às classes 3A e 4A do mercado atacadista de São Paulo, onde

alcançam preços bastante elevados. A cavidade interna é profunda e completamente

preenchida, resultando numa proporção média de 47% de polpa em relação à casca,

quando decorrente de polinização manual. A coloração interna é alaranjada; e o teor de

sólidos solúveis totais apresenta média anual de 14-15 °Brix, sendo tanto maior quanto

menor a pluviosidade, podendo atingir até 17 °Brix. A casca é espessa (0,7 a 1 cm),

conferindo maior resistência ao transporte a longas distâncias. O potencial produtivo

desta cultivar é de 52 t/ha/ano, obtida em condições de sequeiro e sob polinização

manual (MELETTI, 2001).

A cultivar IAC – Maravilha (IAC – 275), selecionada por seu elevado

rendimento industrial em função da casca fina, tem dupla finalidade: além de ser

utilizada pela agroindústria, também vem sendo comercializado in natura,

principalmente nos mercados que privilegiam o peso e não apenas o tamanho dos

frutos. Os frutos da IAC - Maravilha são do padrão 2A do mercado atacadista, com

média de 180 g de peso, menores que os produzidos pelas cultivares Monte Alegre e

Jóia, mas bastante densos. A produtividade anual média tem ficado em torno de 48

t/ha, quando se utiliza polinização manual complementar. A seleção para intensificação

da coloração da polpa foi realizada para tornar o suco mais atraente, em termos

comerciais (MELETTI, 2001).

A cultivar IAC - Jóia inicialmente distribuída com a denominação IAC-277,

também foi desenvolvida para atender ao segmento de frutas frescas. Seus frutos são

muito parecidos externamente com os da IAC-Monte Alegre (IAC-273), sendo difícil

para o produtor distinguí-los visualmente. A principal diferença está na espessura da

casca: a cultivar Jóia possui casca menos espessa (de 5 a 6 mm), o que aumenta a

proporção da polpa para 49% do peso do fruto. Os frutos são internamente mais

suculentos, a coloração interna é amarelo-alaranjada e o teor de sólidos solúveis totais

(SST) varia de 13 a 16,6 °Brix. Seus frutos também são grandes e pesados, de forma

mais pronunciada quando se utiliza polinização manual complementar. A

Page 24: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

23

produtividade da cultivar Jóia, em relação à Monte Alegre, tem se mostrado 10%

inferior, na média dos pomares avaliados (MELETTI, 2001).

2.5 PROPAGAÇÃO DO MARACUJAZEIRO

2.5.1 Sexuada

Propagação sexuada é o processo onde ocorre a fusão dos gametas masculinos

e femininos para formar uma só célula, denominada zigoto, no interior do ovário, após

a polinização (FACHINELLO et al, 2005).

Segundo São José (1991), a multiplicação em escala comercial no Brasil e em

muitos países é feita por sementes. Muitos autores relatam que o poder germinativo das

sementes de maracujá não é superior a um ano, podendo o período de armazenagem

influir diretamente sobre a capacidade de emergencia e vigor das mesmas, bem como o

ambiente de conservação também afetar o poder germinativo das sementes.

Para Lima; Trindade (2004), na propagação por sementes, as plantas dos

pomares comerciais possuem elevada variabilidade e baixa uniformidade dos pomares.

As sementes utilizadas, geralmente são provenientes de plantios anteriores,

contudo com os novos híbridos disponíveis no mercado essa prática deve ser evitada.

Quando as sementes forem reaproveitadas de plantios anteriores, estas devem ser

retiradas de plantas vigorosas, produtivas, precoces, com flores com estigma/estilete

totalmente curvos, resistentes a doenças e a pragas, produtoras de frutos grandes,

maduros e com alto rendimento de suco (LIMA, 2009),

Devido a viabilidade de a semente ser muito curta, o plantio deve ser feito após

a coleta dos frutos. Segundo Melleti et al. (2002), a semente recém colhida apresenta

um tipo de dormência temporária, que tem sido superada com o armazenamento,

variando de região para região, em geral possibilitando a obtenção de índices de

germinação superiores a 95% , valor que decresce, 8% ao mês com o prosseguimento

Page 25: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

24

do armazenamento. Contudo, dependendo das condições climáticas a germinação

ocorre de duas a quatro semanas após a semeadura (SÃO JOSÉ, 1991).

A desuniformidade na germinação de sementes de passifloráceas leva a

ampliação de contratação de mão de obra nos viveiros pela necessidade de replantes

periódicos, reclassificação dos lotes e descarte de recipientes sem plântulas (MELETTI

et al., 2002).

As mudas propagadas por sementes podem apresentar sintomas de doenças

quando ainda estão no viveiro ou estufa, ou quando implantadas no campo em período

chuvoso, tendo em vista a intensidade dos problemas fitossanitários (JUNQUEIRA et

al., 2001).

O plantio das mudas no local definitivo deve ser feito quando as mesmas

estiverem com 15 a 25 cm de atura, podendo chegar a 30 cm, o que pode ocorrer entre

45 a 75 dias após a semeadura. Nessa ocasião tem inicio a emissão das gavinhas

(LIMA et al., 1994).

De acordo com Fonseca (2002), nos cultivos comercias com mudas obtidas por

via sexuada há grande variação na produtividade, forma, tamanho e coloração do fruto.

2.5.2 Assexuada

A propagação vegetativa ou assexuada se dar pelos processos de estaquia ou

enxertia, possibilita a multiplicação de plantas matrizes selecionadas, mantendo suas

características desejáveis, como alta produtividade e uniformidade na obtenção de

frutos com teores elevados de suco e sólidos solúveis, além da obtenção de plantas

mais resistentes à doenças (SALOMÃO et al. 2002).

Page 26: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

25

2.5.2.1 Enxertia

Ruggiero (1991) define a enxertia como um processo que apresenta várias

vantagens, tais como a conservação das características da planta-mãe, o controle de

doenças e patógenos de solo, fator que aumenta a vida útil dos pomares e possibilita

também uma melhoria na qualidade dos frutos. O processo da enxertia é resultante da

união de duas plantas, uma que contribui com o sistema radicular, sendo denominado

cavalo ou porta-enxerto, e outra que contribui com a parte aérea e conseqüentemente

com a frutificação, denominada cavaleiro ou enxerto (LIMA; CUNHA, 2004). A base

da enxertia é a união dos biontes (hipobionte e epibionte), a qual ocorre pelo contato e

entrelaçamento dos calos, produzidos pelo tecido cambial do porta-enxerto e do

enxerto, como resultado da reação ao corte dos tecidos (JANICK, 1968). A formação

de pomares com população de plantas homogêneas é garantida pela enxertia, além de

possibilitar a união de mais de um genótipo, combinando as características desejáveis

de ambos em uma planta composta (PIO et al. 2008). O uso de porta-enxertos

resistentes a doenças causadas por fungos de solo prolonga a vida útil da planta,

preservando as qualidades do material de plantio (LIMA; CUNHA, 2004). Vários

autores utilizaram espécies de passifloráceas nativas como porta-enxerto para o

maracujazeiro-amarelo, como por exemplo, Chaves et al. (2004) utilizaram estacas

herbáceas enraizadas e Nogueira Filho (2003) usou em enxertia hipocotilenonar. A

enxertia tem como vantagens: obtenção de plantas filhas iguais as planta-mãe, controle

de nematóides, resistência à seca, resistência a Phytophthora, resistência à morte

prematura das plantas, melhoria na qualidade dos frutos e aumento da longevidade da

cultura (MENEZES et al. 1994; RUGGIERO; OLIVEIRA, 1998). Para Pio et al.

(2008), a enxertia é uma das etapas mais críticas da produção de mudas, pois, a

eficiência depende da qualidade dos porta-enxertos e dos garfos ou borbulhas, da

habilidade do enxertador e das condições climáticas. A época de realização e os

métodos de enxertia encontram-se entre os fatores externos que afetam ou que podem

Page 27: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

26

afetar o pegamento dos enxertos. Corrêa (1978) recomenda a enxertia por garfagem em

maracujá-amarelo é viável, tanto para o tipo fenda cheia quanto para o inglês simples,

apresentando taxa de pegamento de até 90%. Nesse processo de enxertia consegue-se

soldar um garfo (ramo destacado) sobre outra planta (porta-enxeto) de maneira que

permita o seu desenvolvimento.

No tipo de garfagem por fenda cheia, corta-se o porta enxerto de maneira bem

lisa na altura em que receberá o enxerto, fazendo em seguida uma fenda perpendicular

com profundidade de 2 a 3 centímetros, onde será introduzido o garfo em forma de

cunha. Os cortes devem ser bem lisos para que as camadas fiquem em contato integral.

O enxerto e o porta-enxerto devem ter, preferencialmente, o mesmo diâmetro. Na

fenda simples ou inglês simples, o garfo e o porta-enxerto são cortados em bisel

(chanfradura), unindo-se as partes e posteriormente amarrados. Para a soldadura ser

bem feita, os cortes devem ser bem lisos e com ferramentas adequadas (LORENZI et

al. 2006). Os mesmos autores enfatizam que após os cortes as superfícies do enxerto e

porta-enxerto devem estar uniformes e limpas para que haja uma boa soldadura das

partes. A amarração das partes não deverá estar frouxa nem muito apertada, mantendo

um constante intenso para que resulte numa união perfeita. Após a amarração os

enxertos devem ser resguardados contra umidade e fungos. Para as condições

brasileiras, a época mais adequada para a realização da garfagem é no início da

brotação da primavera (agosto-setembro), embora se obtenham bons índices de

pegamento quando a enxertia é realizada em outras épocas (RUGGIERO; OLIVEIRA,

1998). Menezes et al. (1994) observaram que, o maior número de mortes dos enxertos

ocorreu entre 30 e 60 dias após a enxertia e que, o total pegamento dos enxertos

estabiliza-se por volta de 60 dias após a mesma. A técnica da enxertia hipocotiledonar

é recomendada por Kimura (1994), apresentando excelente rendimento, metodologia

simples e redução de tempo para a formação da muda quando comparada à enxertia em

mudas desenvolvidas.

Page 28: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

27

2.6 FATORES QUE AFETAM A PROPAGAÇÃO POR ENXERTIA

Segundo Fachinello et al. (2005), vários fatores, isolados ou em conjunto,

podem influenciar na formação da união entre o enxerto e o porta-enxerto, sendo eles

incompatibilidade e fatores ambientais. A incompatibilidade é um importante fator que

afeta a propagação por enxertia, diz-se que duas plantas são incompatíveis quando, por

motivos intrínsecos a elas, não são capazes de formar uma união perfeita,

impossibilitando o desenvolvimento normal da nova planta. Os principais sintomas de

incompatibilidade são: falta de união entre o enxerto e porta-enxerto, que pode

promover a quebra no local da enxertia; diferenças do crescimento ou no vigor do

enxerto e do porta-enxerto, resultando em diferenças entre os diâmetros dos mesmos;

desenvolvimento excessivo abaixo, acima ou no ponto de união; amarelecimento das

folhas, seguido de desfolhamento precoce; crescimento vegetativo reduzido; diferença

entre enxerto e porta-enxerto, com relação ao inicio e ao final do período vegetativo; e

morte prematura da planta (FACHINELLO et al., 2005). O principal sintoma de

incompatibilidade é, sem dúvida, a ruptura no local da enxertia, o que pode ocorrer em

seguida à produção da muda ou alguns anos após (RODRIGUES et al., 2004). Entre os

fatores que afetam a incompatibilidade, podem ser citados os seguintes: afinidade

genética, fatores fisiológicos, fatores bioquímicos, consistência dos tecidos, afinidade

anatômica, porte e vigor, e sensibilidade a doenças (FACHINELLO et al., 2005). A

temperatura tem influência marcante no processo da enxertia, especificamente, na taxa

de divisão celular que afeta a divisão de novas células, responsáveis pela união entre o

enxerto e porta-enxerto, e o processo de desidratação. De modo geral, temperaturas

inferiores a 4°C e superiores a 32°C dificultam o processo de cicatrização

(FACHINELLO et al., 2005). As células novas que formam o calo e a união entre o

enxerto e o porta-enxerto apresentam paredes finas e bastante sensíveis a desidratação.

Também, para que ocorra a multiplicação celular satisfatória, é necessário que as

Page 29: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

28

paredes celulares estejam turgidas. Isso faz com que haja necessidade de se manter um

alto teor de umidade no local da enxertia.

O teor de umidade do solo é importante no processo da enxertia. No período da

enxertia, um déficit hídrico provoca redução na divisão celular na região do cambio,

tanto do enxerto quanto do porta-enxerto. Com isso, a casca torna-se muito aderida ao

lenho, dificultando seu desprendimento e a realização da enxertia (FACHINELLO et

al., 2005). O uso da câmara úmida tem por finalidade impedir a troca de umidade entre

o ambiente interno e o externo, mantendo elevada a umidade relativa do ar. Na enxertia

hipocotiledonar de maracujazeiro-amarelo, o uso da câmara úmida propiciou 100% de

sobrevivência em mudas enxertadas sobre P. giberti (CAVICHIOLI et al., 2009).

Durante a divisão e alongamento celulares há intensa atividade respiratória e elevada

necessidade de oxigênio. Por isso, o oxigênio pode tornar-se um fator limitante no

pegamento, quando são utilizadas ceras ou outros protetores que não permitem as

trocas gasosas, principalmente em plantas com maior atividade respiratória

(FACHINELLO et al., 2005) e a intensa luminosidade pode causar dessecação rápida

do enxerto. Assim os autores recomendam fazer a enxertia com dias de baixa

luminosidade. O vento pode provocar a quebra do enxerto no ponto de união, além de

acelerar o processo de desidratação, após a enxertia. Poderá, também, deslocar o

enxerto e prejudicar a coincidência entre o cambio e ambas as partes. Por isso, a

enxertia deve ser evitada em dias ventosos, principalmente, da enxertia de garfagem.

Geralmente, porta-enxertos mais jovens possibilitam maior índice de pegamento,

devido a uma atividade celular mais intensa, que facilita o processo da cicatrização

(FACHINELLO et al., 2005). Segundo os mesmos autores, a época mais adequada

para a enxertia depende da biologia da planta e do tipo de enxerto a ser feito. Para os

mesmos autores, o grau de parentesco entre as plantas utilizadas como enxerto e porta-

enxerto é um fato importante, pois, quanto maior for a afinidade botânica, maiores

serão as possibilidades de pegamento. Recomenda-se usar plantas que, no mínimo,

pertençam à mesma família. As plantas utilizadas na enxertia devem estar livres de

Page 30: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

29

pragas e doenças, que podem comprometer o pegamento e o desenvolvimento da nova

planta (FACHINELLO et al., 2005).

Por muitas vezes, uma técnica mal utilizada pode causar sérios problemas na

cicatrização do enxerto. Os resultados mais freqüentes do uso inadequado das técnicas

de enxertia são a pequena área de contato entre os câmbios do enxerto e porta-enxerto,

cortes desuniformes, amarração errada ou demorada, danos mecânicos na retirada da

gema, desidratação dos ramos fornecedores de gemas, ferramentas pouco afiadas ou

contaminadas, entre outros (FACHINELLO et al., 2005). Os mesmos autores

concluíram que quanto mais rápido for feito o processo da enxertia, melhor será o

índice de pegamento, uma vez que as partes envolvidas sofrerão menor influência dos

fatores externos. Outro fator relacionado com a habilidade do enxertador é a

uniformidade dos cortes, que possibilitam melhor contato entre as partes enxertadas.

Para que ocorra a união, é extremamente necessário que se mantenha o enxerto na

posição normal, principalmente tratando-se da enxertia de garfagem. No caso da

enxertia de gema, recomenda-se manter a polaridade, mas a inversão da mesma não

compromete a formação de uma união satisfatória. Porque na enxertia de garfagem, na

qual é usado um fragmento maior do ramo, com xilema e floema formados, o fluxo de

substancias fica totalmente comprometido, enquanto que na enxertia de gema, o

sistema vascular da nova planta é formado mais tarde, com o desenvolvimento da

gema. Muitas plantas frutíferas, principalmente as pertencentes à família das

Mirtáceas, apresenta abundante exsudação de substancias tóxicas ao tecido, por

ocasião do corte ou ferimento. Essas substâncias são, principalmente, compostos

fenólicos que sofrem oxidação ao entrarem em contato com as condições ambientais, o

que dificulta a formação do calo e o processo de cicatrização (FACHINELLO et al.,

2005).

Page 31: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

30

2.7 FATORES FITOSSANITÁRIOS

2.7.1 Pragas e doenças

Diversas espécies de artrópodes que se encontram associadas à cultura do

maracujazeiro, no entanto, somente algumas são consideradas pragas, pelos seus

efeitos de redução da produção, diretamente e indiretamente. O efeito direto ocorre

pela destruição dos tecidos vegetais (folhas, ramos, botões florais, flores e frutos) e

pela desvalorização do produto, e o efeito indireto é a transmissão de doenças.

Segundo Fancelli; Lima (2002) a importância desses insetos-praga pode variar de

região para região, espoca do ano (condições climáticas) e manejo da cultura.

As pragas de maior importância são as lagartas (Diono juno juno, Agraulis

vanillae vanillae), percevejos (Diactor bilineatus, Holhymenia clavigera, Leptoglossus

gonagra), broca-da-haste (Philonis passiflorae, P. obesus), mosca-das-frutas

(Anastrepha spp., Ceratitis capitata), mosca-do-botão-floral (Protearomyia sp.,

Neosilba pendula, Diasops sp.) e ácaro plano (Brevipalpus phoenicis). Mas, dentre as

pragas da cultura também podemos citar o besouro crisomelideo (Diabrotica speciosa)

(Germar), que além de atacar a cultura na fase de crescimento inicial tanto no viveiro

como no campo também pode ser o responsável pela transmissão do vírus do mosaico

amarelo do maracujazeiro Passionfruit yellow mosaic virus (PFYMV), como já

descrito por Crestani et al. (1986).

Dentre as doenças causada por fungos que atacam as mudas, a mais importante

é o tombamento de mudas ou damping-off. Pode ser causado pelos fungos Pythium

aphanidermatum (Edson) Fitz, P. ultimum Tow, Phytophthora parasítica (Dastur),

Fusarium sp. e Rhizoctonia sp.. Os patógenos causadores desse tipo de doença

normalmente são cosmopolitas. São muito agressivos e poucos especializados,

afetando diversos tipos de plantas e matam rapidamente a plântula e se multiplicam às

expensas dos nutrientes obtidos. Esses patógenos são freqüentemente encontrados no

Page 32: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

31

solo, inclusive sementeiras, onde podem viver saprofiticamente (SANTOS FILHO et

al., 2004). As doenças quem ocorrem no sistema radicular de maior importância para a

cultura do maracujá são a murcha ou fusariose e a podridão do colo, atribuídas a

fungos dos gêneros Fusarium e Phytophthora, respectivamente (SANTOS FILHO et

al., 2004). A murcha ou fusariose é causada pelos fungos Fusarium oxysporum

Schlecht. f. sp. passiflorae Purss (PURSS, 1958) ou Fusarium solani (Mart) App; Wr.

(EMECHEBE; MUKIIBI, 1976; PLOETZ, 1991; LUTCHMEAH; MUSAPHUR,

1993) e caracteriza-se pelos sintomas de murcha e secamento das folhas, em

conseqüência de lesões necróticas que se formam nas raízes e no colo da planta ou pela

obstrução e impermeabilização de vasos do xilema.

A podridão do colo é uma doença causada por fungos do gênero Phytophthora

(YOUNG, 1970). Os sintomas de murcha são resultantes de uma podridão seca e

corticosa observada o colo da planta, ficando com os tecidos tornam-se intumescidos,

com rachaduras e internamente a casca apresenta-se marrons avermelhados com

tecidos firmes e aderidos ao câmbio. A doença ocorre em reboleiras, se disseminando

de uma planta à outra. O patógeno prefere solos argilosos, pesados e encharcados e

ricos em matéria orgânica. A bacteriose do maracujazeiro causada por Xanthomonas

campestres pv. passiflorae ocorre em todas as regiões do país, podendo ser fator

limitante à produção. Os sintomas tornam-se evidentes quando manchas de cor verde-

escuro, encharcadas, translúcidas e halo amarelado tornam-se evidentes. A bactéria

pode também atingir feixes vasculares ocasionando redução na frutificação e levando a

morte da planta (CASTRO, 2008)

Diversos nematóides têm sido encontrados em associação ao sistema radicular

do maracujazeiro (SHARMA; LOOF, 1972; MILNE, 1982), embora somente o

nematóide das galhas, Meloidogyne spp., e o nematóide Rotylenchulus reniformis

causem danos de expressão econômica, limitando a produtividade e a longevidade das

plantações (SHARMA et al., 2003). A virose do endurecimento dos frutos pode ser

causada por duas espécies de vírus (Passionfruit woodiness virus, PWV e Cowpea

Page 33: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

32

aphid-borne mosaic virus, CABMV), é a principal doença de etiologia viral do

maracujazeiro no Brasil e atualmente está disseminada na maioria das regiões

produtoras (KITAJIMA; RESENDE, 2001; NASCIMENTO et al., 2006). Os danos são

maiores quanto mais cedo as plantas são infectadas, reduzindo número, peso e valor

comercial dos frutos. Os sintomas se caracterizam com a malformação, rugosidade,

clareamento das nervuras e mosaico nas folhas.

Page 34: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

33

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Page 41: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

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CAPÍTULO II

PRODUÇÃO DE MUDAS DE MARACUJAZEIRO-AMARELO COM

DIFERENTES TIPOS DE ENXERTIA E USO DA CÂMARA ÚMIDA

Page 42: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

41

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi avaliar a combinação de três formas de realização da

enxertia pelo método de garfagem e uso da proteção da enxertia com câmara úmida na

a produção de mudas de maracujazeiro-amarelo. O delineamento experimental adotado

foi o de blocos completos casualizados em esquema fatorial 3x2, com seis repetições,

sendo cada parcela constituída de nove plantas, onde os fatores foram as combinações

de três formas de realização da enxertia pelo método de garfagem (fenda cheia, fenda

lateral e fenda simples) e utilização e não do uso da proteção da enxertia com câmara

úmida. Para produção das mudas dos porta-enxertos e enxertos foram utilizadas

sementes da cultivar FB 100 e redondo-amarelo da marca comercial Topseed®

respectivamente. As enxertias foram realizadas aos 70 dias após a semeadura. Aos 21

dias após as enxertias foram retiradas as proteções por câmara úmida e avaliado a

porcentagem de pegamento. Aos 28, 42 e 56 dias após a enxertia foi avaliado a

sobrevivência em porcentagem de plantas que permaneceram vivas. Aos 56 dias após a

enxertia avaliou-se o número de folhas, diâmetro do enxerto e porta-enxerto, altura da

planta e massa seca da parte aérea. Verificou-se interação significativa para os

diferentes tipos de enxertia e uso da câmara úmida aos 21 dias após a enxertia, os tipos

de enxertia que apresentaram as maiores porcentagem de pegamento foram: fenda

cheia (94,45%) e fenda lateral (91,67%). Não houve influência do uso da proteção com

câmara úmida para as enxertias tipo fenda cheia e lateral. Com a realização da enxertia

do tipo fenda simples, verificou-se diminuição da taxa de pegamento quando não se

utiliza a proteção. Os tipos de enxertia por fenda cheia e fenda lateral apresentaram os

maiores índices de sobrevivência e permaneceram em 86,12% e 91,67%

respectivamente para os 28, 42 e 56 dias após a enxertia. As plantas provenientes de

enxertos protegidos com câmara úmida apresentaram a maior média de porcentagem

de sobrevivência (79,63%) para os 28, 42 e 56 dias após a enxertia. O uso da câmara

úmida promoveu um decréscimo no crescimento das plantas, sendo necessário um

menor tempo de permanência da proteção sobre as plantas. As enxertias de garfagem

tipo fenda cheia e lateral associadas ao uso da proteção com câmara úmida

promoveram os melhores índices de pegamento e sobrevivência das mudas de

maracujazeiro-amarelo.

Palavras Chave: Passiflora edulis Sims, propagação, enxertia.

Page 43: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

42

ABSTRACT

The objective of this study was to evaluate the combination of three forms of grafting

methods and use of protective grafting with moist chamber in the production of yellow

passion fruit seedlings. The experimental design was a randomized complete block in a

3x2 factorial arrangement with six replications, each plot consisting of nine plants,

where the factors were the combinations of three embodiments of the method of

grafting (cleft, side slit and simple slot) with the use of grafting protection with moist

chamber or not using it. Seeds from FB 100 passion fruit cultivar were used for

production of rootstock plants. On the other hand, seeds from the rounded-yellow

cultivar (Topseed® Company) were used for production of scions. Grafting were

performed 70 days after sowing. After 21 days, grafts were removed from the

protection of the moisture chamber. At this time, the effectiveness of grafts was

evaluated. At 28, 42 and 56 days after grafting it was evaluated the amount of plants

remained alive. Fifty six days after grafting it was evaluated the number of leaves,

graft and rootstock diameter, plant height and shoot dry weight. There was a

significant interaction for different types of grafting and use of moist chamber at 21

days after grafting. Types of grafting with the highest percentage of graft effectiveness

were: cleft (94.45%) and side slit (91.67%). There was no influence on the use of

protection with moist chamber for cleft and side slit. Cleft type grafting showed a

decrease in the rate of fixation when not using moist chamber protection. Cleft grafting

and side slit showed the higher rates of survival with 86.12% and 91.67% respectively

for the 28, 42 and 56 days after grafting. Plants from grafts protected with moist

chamber had the highest average survival percentage (79.63%) for 28, 42 and 56 days

after grafting. The use of moist chamber caused a decrease in plant growth showing

that there is a need for plants to remain in it much less than the used in the trial. Cleft

and side slit grafting types associated with the use of protection promoted by moist

chamber lowest rates of fixation and survival of seedlings of yellow passion

Keywords: Passiflora edulis Sims, propagation, grafting.

Page 44: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

43

1. INTRODUÇÃO

O maracujazeiro é uma cultura que vem se destacando como uma das

principais frutíferas cultivadas no Brasil, com destaque de produção para os estados da

Bahia, Ceará e Minas Gerais. Apesar de o Brasil ser considerado o maior produtor

mundial, não esta entre os maiores exportadores, pois o seu consumo interno é maior

que sua produção.

A propagação em escala comercial é realizada por via sexual, no entanto a

propagação por enxertia poderá ter grande importância para a cultura, na solução de

problemas relativos a pragas e doenças. A enxertia no maracujazeiro amarelo é uma

técnica recomendada por vários autores (NOGUEIRA FILHO et al., 2005; CHAVES

et al., 2004; LIMA; CUNHA, 2004; SILVA et al., 2005; SILVA et al., 2011). Uma das

vantagens do uso da enxertia é o controle de fitopatógenos através do uso adequado de

porta-enxerto. Para Ruggiero; Oliveira (1998), a utilização da enxertia na cultura do

maracujazeiro tem como principais vantagens a resistência à morte prematura das

plantas, melhoria na qualidade dos frutos e aumento da longevidade da cultura.

Segundo Ruggiero (1991), os tipos de enxertia de garfagem mais usados

para o maracujazeiro são a fenda cheia e o inglês simples, com pegamento

superior a 90%, em ambos os processos. No entanto, Pace (1984) testando

quatro métodos de enxertia em maracujazeiro amarelo, concluiu que a garfagem

do tipo fenda lateral foi mais eficiente, com 89% de pegamento.

Quanto a proteção da enxertia, alguns autores como Hartmann et al.,

(1990); Simão, (1998) e Cavichioli et al., (2009) descrevem que, o uso da

proteção do enxerto com saquinhos de polietileno transparente, tem a finalidade

de proteger e formar uma câmara úmida que impede a troca de umidade entre o

ambiente interno e o externo, mantendo assim, a umidade da região enxertada e

favorecendo o processo de fixação e soldadura da enxertia.

Page 45: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

44

Nesse sentido, o objetivo deste trabalho foi avaliar diferentes tipos de enxertia

e uso da proteção com câmara úmida na produção de mudas de maracujazeiro-amarelo.

Page 46: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

45

2. MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no período de junho a novembro de 2011 no

viveiro de produção de mudas (50% de interceptação de entrada de luz) do

Departamento de Ciências Vegetais da Universidade Federal Rural do Semi-Árido –

UFERSA, Mossoró – RN. O delineamento experimental adotado foi o em blocos

completos casualizados com seis repetições, sendo cada parcela constituída de nove

plantas em um esquema fatorial 3x2, onde os fatores foram as combinações de três

formas de realização da enxertia pelo método de garfagem (fenda cheia, fenda lateral e

fenda simples) e utilização e não do uso da proteção com câmara úmida.

Para produção das mudas dos porta-enxertos e enxertos de maracujazeiros

foram utilizadas sementes da cultivar FB 100 e redondo-amarelo da marca comercial

Topseed®

respectivamente. A semeadura foi realizada no dia 28 de junho de 2011 em

sacos de polietileno preto com capacidade para 1 litro de volume, sendo o substrato

composto da mistura de terra de barranco (75%) e esterco bovino curtido (25%),

acrescido de uma mistura de 500 g m3 de uma formulação comercial de N-P-K (4-14-

8).

Aos 70 dias após a semeadura, quando as plantas se apresentavam em fase de

irem para o campo foram realizadas as enxertias, segundo a disposição do

delineamento experimental. Os porta-enxertos foram decepados com tesoura de poda

abaixo do primeiro par de folhas, a uma altura média de 10 cm a partir do colo. Para a

realização das enxertias utilizou-se uma lâmina tipo “bisturi” e para proteção e fixação

da enxertia foi utilizado à fita biodegradável. Para os tratamentos que correspondiam

ao uso da proteção por câmara úmida foi utilizados sacos plásticos transparente de

4x22 cm sem o amarrio da base.

O sistema de irrigação adotado foi microasperssão, controlado no interior do

viveiro por timer, programado para duas vezes ao dia pela manhã e a tarde por 45 min.

Page 47: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

46

As médias mensais de temperatura e umidade relativa do ar foram

interpretados com base nos dados dos mapas agroclimáticos do INMET para a região

de Mossoró para a época de condução do experimento (Figura 1).

Figura 1. Dados médios mensais de temperatura máxima – T ºCmax ( ),

média – T ºCmed ( ), mínima – T ºCmin ( ) e umidade relativa – UR % (

) para região de Mossoró – RN no período da condução do experimento

com base nos mapas agroclimáticos do INMET (2011).

Aos 21 dias após as enxertias foram retiradas as proteções por câmara úmida e

avaliado a porcentagem de pegamento para todos os tratamentos. Aos 28, 42 e 56 dias

após a enxertia foi avaliado a sobrevivência em porcentagem de plantas que

permaneceram vivas. Aos 56 dias após a enxertia avaliou-se número de folhas,

diâmetro do enxerto e porta-enxerto na altura da enxertia medido com auxilio de

Page 48: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

47

paquímetro digital com precisão de duas casas decimais, altura da planta medindo-se

da base ate o meristema apical e massa seca da parte aérea obtida em estufa de

circulação forçada aos 65 °C por 48 horas.

Os dados de porcentagem de pegamento e sobrevivência foram transformados

em Arc.Sen√X(%)/100 para fins de análise estatística. Os resultados obtidos foram

submetidos a analise de variância e as medias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de

probabilidade, utilizando o auxilio do software ASSISTAT®

(SILVA; AZEVEDO,

2002).

Page 49: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

48

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com a análise de variância (Tabela 1) houve diferença significativa

para os diferentes tipos de enxertia e uso da proteção com câmara úmida para a maioria

das características avaliadas. Verifica-se que houve interação significativa para

porcentagem de pegamento aos 21 dias após a enxertia.

Tabela 1, continuação.

F.V G.L

QUADRADOS MÉDIOS

NFL DPE DEN APL MSPA

unidade planta-1 ----------- mm --------- cm g

TE 2 15,23n.s 0,54** 0,15n.s 112,84n.s 0,56 n.s

PT 1 1,92 n.s 0,40* 0,39n.s 1806,39** 4,97**

TE*PT 2 8,21 n.s 0,04n.s 0,01n.s 10,96 n.s 0,21 n.s

TRAT. 5 9,76 n.s 0,31* 0,14 n.s 410,79* 1,30 n.s

BLOCOS 5 2,30 n.s 0,09 n.s 0,07 n.s 32,96 n.s 0,15 n.s

ERRO 25 5,16 0,09 0,3 129,52 0,55

TOTAL 35 - - - - -

C.V (%) - 21,83 5,66 11,49 22,54 27,65 ** = P≤0,01; * = P≤0,05; n.s = não significativo. 1 – Os dados de porcentagem foram transformados em Arc.Sen√x/100.

Os tipos de enxertia que apresentaram as maiores porcentagem de pegamento

aos 21 dias foram fenda cheia e fenda lateral. Não houve influência do uso da proteção

Tabela 1 - Resumo da análise de variância para avaliação de diferentes tipos de enxertia (TE) e uso da

proteção (PT) na produção de mudas de maracujazeiro, PEG (%) – porcentagem de pegamento aos 21

DAE, SOBREVIVÊNCIA (%) – porcentagem de sobrevivência aos 28, 42 e 56 DAE, NFL (und) –

número de folhas, DPE (mm) – diâmetro do porta-enxerto, DEN (mm) – diâmetro do enxerto, ALP (cm)

– altura da planta e MSPA (g) – matéria seca da parte aérea aos 56 DAE, (DAE) – dias após a enxertia.

Mossoró – RN, 2012.

F.V G.L

QUADRADOS MÉDIOS

PEGAMENTO (%)1 SOBREVIVÊNCIA (%)1

21 DAE

28 DAE 42 DAE 56 DAE

TE 2 3,33** 2,86** 3,21** 3,22**

PT 1 1,01**

0,87* 1,07** 1,07**

TE*PT 2 0,48**

0,14n.s 0,21n.s 0,21n.s

TRAT. 5 1,73** 1,37** 1,58** 1,58**

BLOCOS 5 0,14*

0,14n.s 0,10 n.s 0,10 n.s

ERRO 25 0,05

0,13 0,08 0,08

TOTAL 35 - - - -

C.V (%) - 18,57 32,52 26,81 26,81

Page 50: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

49

com câmara úmida para as enxertias tipo fenda cheia e lateral, portanto há uma

diminuição da taxa de pegamento quando não se utiliza a proteção no tipo fenda

simples (Tabela 2).

Tabela 2 – Médias da porcentagem de pegamento de mudas de maracujazeiro em função do tipo de

enxertia e uso da proteção com câmara úmida. Mossoró – RN, 2012.

TIPOS DE ENXERTIA1

PEGAMENTO (%)2 – 21 DIAS

PROTEÇÃO DA ENXERTIA

COM SEM

FENDA CHEIA

94,45 aA

94,45 aA

FENDA LATERAL

94,45 aA

88,89 aA

FENDA SIMPLES 66,67 bA 11,12 bB 1 – Médias seguidas pela mesma letra, maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. 2 – Os dados de porcentagem foram transformados em Arc.Sen√x/100.

Esses resultados concordam em partes com os obtidos por Lima (2009), que

observando o efeito de diferentes métodos de enxertia e ambiente na otimização de

métodos de propagação do maracujazeiro por estaquia e enxertia, observou que não

houve diferença para os tipos de enxertia por garfagem fenda cheia e lateral como

também não sofreram interferência do ambiente interno aberto e fechado para o índice

de porcentagem de pegamento. Chaves et al. (2004), estudando a enxertia de

maracujazeiro-azedo em estacas herbáceas enraizadas de espécies de passifloras

nativas também não observaram efeito significativo da proteção do enxerto com saco

de plástico no índice de pegamento da enxertia. Santos et al. (2011), trabalhando com

tipos de enxertia em diferentes idades de plântulas de maracujazeiro não observaram

diferenças para os tipos de enxertia por garfagem em fenda cheia e fenda simples. Isso

pode estar relacionado à idade da enxertia, pois os mesmos autores afirmam que a

antecipação da enxertia para 15 dias após a emergência das plântulas facilita uma

melhor fixação e soldadura do material. Roncatto et al. (2011), estudando modalidade

de enxertia para o maracujazeiro não observaram diferença para os tipos de enxertia

por garfagem fenda cheia e lateral quando verificaram a porcentagem de pegamento

Page 51: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

50

aos 20 dias após a realização, portanto ao passar do tempo a enxertia por fenda cheia se

sobressaiu.

O menor índice de pegamento encontrado pelo tipo fenda simples também

pode estar relacionado a esse tipo de enxertia apresentar como inconveniência a

dificuldade de fixação por apresentar uma menor superfície de contato, como descrito

por Nachitigal et al. (2005), isso associado ao não uso da proteção provocar um

ressecamento maior da área enxertada, para que isso não ocorra é necessário se manter

um alto teor de umidade no local da enxertia. Segundo Corrêa et al. (2010), o uso da

proteção com câmara úmida tem por finalidade impedir a troca de umidade entre

ambiente interno e o externo, mantendo assim a umidade do local da enxertia.

Quanto aos tipos de enxertia, Lima et al. (1999), avaliando porta-enxertos e

tipos de enxertia para o maracujazeiro amarelo, não observaram diferença significativa

entre os tipos fenda cheia e fenda simples. Já Roncatto et al. (2011), observaram que a

enxertia por garfagem em fenda cheia mostrou-se mais adequada para o maracujazeiro,

obtendo 98% de pegamento contra 70% por fenda lateral, porém Pace (1984) testando

quatro métodos de enxertia em maracujazeiro amarelo, concluiu que a garfagem do

tipo fenda lateral foi mais eficiente, com 89% de pegamento. Porém, Lima (2005),

descreve que o método de enxertia do tipo fenda cheia é o mais usado, com pegamento

de até 90%. Chaves et al. (2004) e Silva et al. (2005) conseguiram percentagem de

98% de pegamento, utilizando enxertia por fenda cheia em porta-enxerto por estaca.

Menezes et al. (1994) afirma que, quando se trabalha com enxertia intraespecífica em

maracujazeiro, os resultados são mais promissores, alcançando até 100% de

pegamento, pois existe maior afinidade quando a enxertia é feita sobre a própria

espécie.

Os tipos de enxertia por fenda cheia e fenda lateral apresentaram os maiores

índices de sobrevivência e permaneceu em 86,12% e 91,67% respectivamente para os

28, 42 e 56 dias após a enxertia (Figura 2).

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51

Figura 2. Avaliação de tipos de enxertia quanto à porcentagem de sobrevivência aos

28, 42 e 56 dias após a realização. Mossoró – RN, 2012.

O baixo índice de sobrevivência das mudas enxertadas por fenda simples

podem estar diretamente ligada ao baixo índice de pegamento influenciado pelo não

uso da câmara úmida. Nogueira Filho et al. (2011), estudando a enxertia

hipocotiledonar no maracujazeiro observou que a percentagem de enxertos pegos

permaneceu a mesma durante 60 dias de observações para a enxertia do P. edulis Sims

sobre ele mesmo.

As plantas provenientes de enxertos protegidos com câmara úmida

apresentaram a maior média de porcentagem de sobrevivência (79,63%) para os 28, 42

e 56 dias após a enxertia (Figura 3). Corrêa et al. (2010), trabalhando com uso da

câmara úmida em enxertia convencional de maracujazeiro amarelo, observaram que o

uso da proteção da enxertia com câmara úmida favorece a sobrevivência dos enxertos.

Page 53: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

52

Figura 3. Avaliação da influência do uso da proteção da enxertia quanto à

porcentagem de sobrevivência aos 28, 42 e 56 dias após a realização. Mossoró – RN,

2012.

Cardoso et al. (2010), avaliando a eficiência de tipos de proteção na

substituição de copa por garfagem lateral no cajueiro comum, observaram que o uso da

proteção favorece tanto a porcentagem de pegamento como a sobrevivência dos

enxertos.

O diâmetro do porta-enxerto para os tipos de enxertia por fenda cheia e fenda

lateral apresentaram o maior crescimento (5,33mm) e (5,34mm) respectivamente

(Figura 4).

Page 54: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

53

Figura 4. Diâmetro do porta-enxerto em função do tipo de enxertia aos 56 dias após a

realização. Mossoró – RN, 2012.

Verificou-se que o uso da proteção com câmara promoveu um decréscimo em

relação à altura da planta e diâmetro do porta-enxerto e consequentemente diminui o

peso da matéria seca da parte aérea (Figura 5).

Page 55: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

54

Figura 5. Avaliação da influência do uso da proteção da enxertia sobre a altura das

plantas – ALP (cm), diâmetro do porta-enxerto – DPE (mm) e matéria seca da parte

aérea – MSPA (g). Mossoró – RN, 2012.

Corrêa et al. (2010), trabalhando com uso da câmara úmida em enxertia

convencional de maracujazeiro amarelo, também observaram que o uso da câmara

úmida prejudicou o crescimento das plantas, porém não houve interferência do uso da

câmara sobre o diâmetro do porta-enxerto e matéria seca da parte aérea. Já Cavichioli

et al. (2009), estudando o uso da câmara úmida em enxertia hipocotiledonar em

maracujazeiro amarelo, observaram que o uso da câmara úmida provocou um

decréscimo sobre o crescimento do diâmetro do porta-enxerto e o peso da matéria seca

da parte aérea.

Jacomino et al. (2000), avaliando métodos de proteção da enxertia para plantas

frutíferas, observaram que para a nogueira macadâmia o uso de saquinhos de

polietileno prejudicou o diâmetro e comprimento das brotações. O uso da proteção da

enxertia prejudica o desenvolvimento apical da planta, para isso recomenda-se o uso de

sacos maiores, que não interfiram no desenvolvimento da gema apical ou a redução do

Page 56: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

55

tempo da permanência do saco plástico. Para Hartmann et al. (1990), o rápido

pegamento da enxertia é fundamental para o sucesso da operação, pois diminui o

período em que o enxerto fica exposto aos riscos da desidratação.

Com base nas variáveis analisadas, os melhores tipos de enxertia para o

maracujazeiro amarelo são por garfagem em fenda cheia e lateral. Para um melhor

índice de pegamento das enxertias é fundamental o uso da proteção com câmara

úmida. Porém, o uso da câmara úmida promoveu um decréscimo no crescimento das

plantas, sendo assim, necessário um menor tempo possível de permanência da proteção

sobre as plantas.

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56

4. CONCLUSÃO

As enxertias de garfagem tipo fenda cheia e lateral associadas ao uso de

proteção por câmara úmida promoveram os melhores índices de pegamento e

sobrevivência para o maracujazeiro-amarelo.

Page 58: produção de mudas de maracujazeiro- amarelo com diferentes tipos

57

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