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Universidade Federal do Rio de Janeiro Escola de Química Programa de Pós-graduação em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos EXTRAÇÃO, MODIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO AMIDO DE JUNÇA (Cyperus esculentus): APLICAÇÃO NO MICROENCAPSULAMENTO DO EXTRATO FLUIDO DE JUNÇA POR LIOFILIZAÇÃO. JONAS DE JESUS GOMES DA COSTA NETO TESE APRESENTADA AO CORPO DOCENTE DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUÍMICOS E BIOQUÍMICOS DA ESCOLA DE QUÍMICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS À OBTENÇÃO DO GRAU DE DOUTOR EM CIÊNCIAS. Orientadores: Maria Helena Miguez da Rocha Leão, D.Sc. Priscilla Filomena Fonseca Amaral, D.Sc. Gizele Cardoso Fontes Sant’Ana, D.Sc. Rio de Janeiro, R.J. - Brasil 2017

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Universidade Federal do Rio de Janeiro

Escola de Química

Programa de Pós-graduação em Tecnologia de Processos

Químicos e Bioquímicos

EXTRAÇÃO, MODIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO AMIDO DE JUNÇA

(Cyperus esculentus): APLICAÇÃO NO MICROENCAPSULAMENTO DO

EXTRATO FLUIDO DE JUNÇA POR LIOFILIZAÇÃO.

JONAS DE JESUS GOMES DA COSTA NETO

TESE APRESENTADA AO CORPO DOCENTE DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM

TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUÍMICOS E BIOQUÍMICOS DA ESCOLA DE QUÍMICA DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, COMO PARTE DOS REQUISITOS

NECESSÁRIOS À OBTENÇÃO DO GRAU DE DOUTOR EM CIÊNCIAS.

Orientadores:

Maria Helena Miguez da Rocha Leão, D.Sc.

Priscilla Filomena Fonseca Amaral, D.Sc.

Gizele Cardoso Fontes Sant’Ana, D.Sc.

Rio de Janeiro, R.J. - Brasil

2017

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EXTRAÇÃO, MODIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO AMIDO DE JUNÇA

(Cyperus esculentus): APLICAÇÃO NO MICROENCAPSULAMENTO DO

EXTRATO FLUIDO DE JUNÇA POR LIOFILIZAÇÃO.

Jonas de Jesus Gomes da Costa Neto

Tese submetida ao corpo docente do curso de pós-graduação em Tecnologia de Processos

Químicos e Bioquímicos da Escola de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro,

como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de doutor em Ciências.

Aprovada por:

Orientadores

________________________________________

Profa. Maria Helena Miguez da Rocha Leão, D.Sc

_________________________________________

Profa. Priscilla Filomena Fonseca Amaral, D.Sc

_________________________________________

Profa. Gizele Cardoso Fontes Sant’Ana, D.Sc

Banca Examinadora

_________________________________________

Profa. Maria Antonieta Peixoto G. Couto, D.Sc.

_________________________________________

Profa. Karen Signori Pereira, D. Sc.

_________________________________________

Profa. Priscilla Vanessa Finotelli., D.Sc.

_________________________________________

Profa. Kelly Alencar Silva, D.Sc.

_________________________________________

Prof. Andre Linhares Rossi , D.Sc

Rio de Janeiro, R.J. - Brasil

2017

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FICHA CATALOGRÁFICA

C469Nete

COSTA NETO, Jonas de Jesus Gomes.

Extração, modificação e caracterização do amido de junça

(cyperus esculentus): aplicação no microencapsulamento do

extrato fluido de junça por liofilização / Jonas de Jesus Gomes da

Costa Neto. – 2017. -- Rio de Janeiro, 2017.

200 f.

Orientadora: Maria Helena Miguez da Rocha Leão

Rocha Leão

Coorientadora: Priscilla Filomena Fonseca Amaral

Gizele Fonttes Cardoso Sant’Ana

Tese (doutorado) – Universidade Federal do Rio deJaneiro, Escola

de Química, Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de

Processos Químicos e Bioquímicos, 2017.

1. Microencapsulamento. 2. Cyperus esculentus. 3. Liofilização. 4.

Biopolímeros. 5 Extrato de junça.

I. Rocha-Leão, Maria Helena Miguez da Rocha Leão. II. Amaral,

Priscilla Filomena Fonseca Amaral, coorient. III. Sant’Ana, Gizele

Cardoso Fontes Sant’Ana, coorient. IV. Título.

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“O fardo é proporcional às forças, como a recompensa será proporcional à resignação e à

coragem.”

Alan Kardec

“ Don’t worry about a thing, Cause every little thing, Gonna be all right.”

Bob Marley

Dedico

Ao meu amor Taísa

Ao meu filho Gabriel;

A minha mãe Angela

Aos meus familiares e irmãs;

Ao meu avô Jonas

A minha avó Nilda (in memorian).

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Agradecimentos

Agradeço primeiramente a Deus, por sempre ter me guiado nesse caminho

tão difícil que é a vida, além de permitir fazer inúmeros AMIGOS, ao longo dela.

Ao meu avô Jonas de Jesus Gomes da Costa, pelo exemplo de avô e pai na

minha vida, pelos ensinamentos além do seu tempo, pela retidão e determinação

passados a mim, e principalmente, pelas incansáveis horas me ensinando gramática.

Sem esses ensinamentos eu não estaria aqui.

A minha avó Nilda Vital Pereira da Costa, in memorian, que vibrou comigo

quando passei nesse programa de doutorado e avisou que passaria muito tempo aqui

comigo porque adorava o Rio, mas foi passear enternamente aos céus dois meses

depois.

A minha querida mãe Angela Rossana Pereira da Costa, que para mim é um

exemplo de mulher forte, perseverante e determinada que me assumiu

incondicionalmente ao nascer e será sempre minha fortaleza.

A minha Esposa Taísa Lisboa Montagner Gomes, minha alma gêmea, meu

amor, minha parceira para toda vida, que foi incansável, extremamente forte e

determinada durante todo o meu doutorado, pois me apoiou desde o inicio mesmo

distante, em São Luis – MA, nos dois primeiros anos. Anos difíceis, e mesmo assim

lutamos e conseguimos por meio de uma transferência para a UNIRIO, estar juntos nos

dois anos seguintes.

Ao meu esperado e amado filho Gabriel Montagner Gomes da Costa, que

veio ao mundo para unir ainda mais a minha família com sorrisos, birras e olhares que

nos demosntam. Também agradeço por estagiar no Doutorado ao meu lado em quase

todas as madrugadas desses últimos dois anos, escutando e avaliando com os olhos

todas as minhas apresentações. Ele vai ser expert em estatística, principalmente,

planejamento experimental. A toda minha família, pela força, carinho, e disponibilidade

em todos os momentos.

As mimhas orientadoras Maria Helena, Gizele Cardoso e Priscilla Amaral,

por terem acreditado no meu potencial, pelos ensinamentos, pela experiência, pelo

exemplo de profissionais da educação e pesquisa, pelo carinho no olhar ao discutir os

encaminhamentos da minha tese, que ocorreram de maneira acurada, clara e

multidisciplinar e, principalmente, por estarem ao meu lado durante esses 4 anos de

pesquisa e muita luta.

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Aos amigos do grupo BIOSE: Adejanildo (DEJA), Fabiane, Fabiana, Carol,

Luana, Jully, Tatiana, Roseli e todos os colegas dos laboratórios 123 e 103 que

continuam ou já seguiram suas vidas, por terem me recebido de braços abertos e,

também, por serem solícitos para ensinar e ajudar no que fosse necessário.

Ao laboratório de microbiologia de alimentos administrado pela professora

Karem Signori, que permitiu que todas as minhas análises microbiológicas fossem

realizadas sem empencilhos ou dificuldades. A aluna de mestrado Thais por ter a

paciência e o compromisso de me ajudar com todas as análises.

Ao laboratório de Bioanálises 106 por permitir o uso do HPLC em análises

cruciais da minha tese. Ao LADEQ, onde a professora Sueli com bastante simpatia

permitiu que eu realizasse várias análises importantes.

Ao laboratório multiusuários da COPPE que me recebeu com bastante

profissionalismo e me ajudou com as análises que foram o “coração” da minha tese.

Ao Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) pela disponibilidade por

intermédio da professora Maria Helena e Priscila Finotelli, a realização e entendimentos

de várias análises estruturais.

Ao Instituto Tecnológico do Exercito, que por meio do meu amigo Daniel

Lins realizou com bastante detalhamento e paciências minhas análises térmicas.

Ao LADEBIO – NBPD, pelo apoio e confiança para realizar todas as

análises que fossem necessárias.

Ao laboratório de microscopia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro

que permitiu com bastante detalhamento as análises de imagens das minhas amostras.

Ao laboratório de Tecnologia Inorgânica (I.124) por ceder alguns materiais

necessários para o desenvolvimento da minha tese.

Ao Programa de controle e qualidade de água e alimentos (PCQA) da

Universidade Federal do Maranhão, representados pelos professores Victor e Adenilde

que facilitaram e realizaram inúmeras análises centesimais em tempo recorde.

Ao departamento de tecnologia de alimentos do Instituto Federal do

Maranhão campus maracanã, o qual faço parte enquanto docente desde 2011, pelo apoio

e pela confiança no meu trabalho. À Diretora Geral Lucimeire que com carinho, e

admiração (mútua) acreditou que essa etapa seria importante para a instituição e para

minha vida profissional.

Agradeço o apoio financeiro da CNPq, CAPES e IFMA.

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Resumo da tese de pesquisa apresentada à Escola de Química da Universidade Federal

do Rio de Janeiro EQ/UFRJ como parte integrante da tese de doutorado.

COSTA NETO, Jonas de Jesus Gomes da. Extração, modificação e caracterização

do amido de junça (cyperus esculentus): aplicação no microencapsulamento do

extrato fluido de junça por liofilização. Rio de Janeiro, 2017. Programa de Pós-

Graduação em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos, Escola de Química,

Universidade Federal do Rio de Janeiro.

A junça, tiger nuts ou chufa é um tubérculo pertencente à família das Ciperaceas, do

qual se obtém um extrato chamado no Brasil, principalmente no estado do Maranhão, de

“leite” de junça e na Espanha de “Horchata de chufa”. No Brasil, esse tubérculo é

considerado uma erva daninha por sua característica alelopata, sendo alvo de herbicidas,

principalmente em culturas de arroz. A bebida extraída desse vegetal é bastante

perecível necessitando de processos que aumentem seu tempo de prateleira e

estabilidade microbiológica. Portanto, esse trabalho se propôs a otimizar a produção do

extrato de junça por meio de planejamentos experimentais sequenciais e extrair o amido

desse tubérculo para o processo de microencapsulação. Para a otimização do extrato de

junça, foram considerados os efeitos de concentração de metabissulfito de sódio, tempo

de saturação, temperatura de saturação e proporção de água, no rendimento e na

composição centesimal (proteína, lipídio, amido, cálcio e açúcar total) do extrato de

junça. As melhores condições operacionais foram obtidas via desireability, cujos

melhores resultados foram: tempo de saturação de 8h, temperatura de saturação de

22°C, concentração de metabissulfito de sódio de 0,20% e proporção de água 1:1. O

rendimento foi 78%, proteína 2,60%, açúcar total 3,7% e amido 8,72%. Para a extração

do amido foi realizado um planejamento experimental sequencial levando em

consideração o rendimento de extração em relação às seguintes variáveis independentes:

concentração de bissulfito de sódio, tempo de saturação, tempo de mistura e temperatura

de saturação. Todas as variáveis independentes foram consideradas (p < 0,05) no

Delineamento Composto Central rotacional (DCCR), obtendo-se as seguintes condições

ótimas: 0,21% de bissulfito de sódio, 41 minutos de tempo de mistura, 15 horas de

tempo de saturação, temperatura de saturação de 25°C e rendimento de 33,5%. A

eficiência da modificação química do amido de junça foi de 0,04. O amido nativo e o

amido modificado apresentaram-se semelhantes quanto a composição química e teor de

amilose e amilopectina, com partículas no formato oval e esférico sem presença de

ranhuras. Os difratogramas mostraram padrão cristalino tipo A para ambos sem

alteração significativa na estrutura molecular do amido nativo. O amido modificado se

mostrou mais resistente, com um processo de gelatinização a 67,52ºC. O amido nativo

apresentou maior poder de intumescimento e índice de solubilidade. No processo de

microencapsulação o blend de inulina e amido de junça modificado preservaram o pH

de frescor e índice de estabilidade da emsulsão dessa bebida, definindo-se as

concentrações ótimas de inulina (9,40%) e amido de junça modificado (0,40%) em

relação ao índice de emulsificação, por meio de um DCCR. As microesferas do extrato

de junça obtidas por liofilização apresentaram formato esférico com vários tamanhos,

algumas imperfeições, superfície lisa e fina porosidade com tamanho de partículas de

1,01 µm e degradação térmica após a temperatura de 346,32ºC, denotando uma

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excelente resistência térmica. Não ocorreram alterações estruturais significativas no

material ativo após o processo de microencapsulamento e não houve perda de

estabilidade no intervalo de 60 dias confirmando a capacidade de preservação do extrato

de junça após a microencapsulação. No intervalo de 30 a 90 dias houve estabilidade de

teores de vitamina C na presença ou ausência de luz A estabilidade oxidativa das

microesferas apresentou um tempo de indução de 46 horas e o microencapsulamento

aumentou o tempo de prateleira do extrato de junça de 11 dias (literatura) para 60 dias.

Os valores de mesófilos aeróbios totais e fungos totais apresentaram valores abaixo da

ordem de 106 UFC/ml, mostrando boa estabilidade microbiológica.

Palavras-chaves: Microencapsulamento; Cyperus esculentus; Liofilização;

Biopolímeros; Extrato de junça.

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Abstract of the research proposition presented to the Escola de Química of the Universidade

Federal do Rio de Janeiro (EQ/UFRJ) as one of the requirements to fulfill the Doctorate.

COSTA NETO, Jonas de Jesus Gomes da, Extraction, modification and

characterization of tiger nut starch (cyperus esculentus): application in the

microencapsulation of tiger nut milk by lyophilization. Rio de Janeiro, 2017.

Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos,

Escola de Química, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

The tiger nuts or chufa is a tuber of the Ciperaceas family, from which tiger nut milk is

obtained and called “leite de junça” in Brazil, mainly in the state of Maranhão, and

"Horchata de chufa" in Spain of. In Brazil, this tuber is considered a weed because of its

allelophatic characteristic, being the target of herbicides, mainly in rice crops. The

beverage obtained from this vegetable is highly perishable, which requires processes to

increase its shelf life and microbiological stability. Therefore, this work aimed at

optimizing the production of the tiger nut milk by means of sequential experimental

designs and to extract the tubercle starch for microencapsulation. The effects of sodium

metabisulfite concentration, saturation time, saturation temperature and water ratio on

yield and centesimal composition (protein, lipid, starch, calcium and total sugar) were

considered for the optimization of tiger nut milk. The best operating conditions were

obtained through desirability function, whose best results were: saturation time of 8 h,

saturation temperature of 22 ° C, sodium metabisulfite concentration of 0.20% and

water ratio 1:1. The yield was 78%, protein 2.60%, total sugar 3.7% and starch 8.72%.

For the starch extraction, a sequential experimental design was carried out taking into

account the extraction yield in relation to the following independent variables: sodium

bisulfite concentration, saturation time, mixing time and saturation temperature. All the

independent variables were considered (p <0.05) for the Central Composite Design

(CCD), achieving the following optimum conditions: 0.21% sodium bisulfite, 41

minutes mixing time, 15 h for saturation time and temperature of 25 °C and yield of

33.5%. The starch chemical modification efficiency was 0.04. Native starch and

modified starch were similar in chemical composition and amylose and amylopectin

content, with oval and spherical particles with no grooves present. The diffractograms

showed a type A crystalline pattern for both without significant alteration in the

molecular structure of the native starch. The modified starch was more resistant, with a

gelatinization process at 67.52 °C. Native starch presented higher swelling power and

solubility index. In the microencapsulation process the blend of inulin and modified

tiger nut starch preserved the freshness pH and stability index of the emulsion of that

beverage, with optimal concentrations of 9.40% of inulin and 0.40% of modified tiger

nut starch (0.40%) relative to the emulsification index, by means of a CCD. The

microspheres of the lyophilized tiger nut milk were spherical in shape with various

sizes, some imperfections, smooth surface and fine porosity with particle size of 1.01

μm and thermal degradation at temperatures higher than 346.32 ºC, denoting an

excellent thermal resistance. There were no significant structural alterations in the active

material after the microencapsulation process and there was no loss of stability within

60 days confirming the preservation capacity of the tiger nut milk after

microencapsulation. Between 30 to 90 days vitamin C content was stable in the

presence or absence of light. The oxidative stability of the microspheres presented an

induction time of 46 hours and the microencapsulation increased the shelf life of tiger

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nut milk from 11 days (literature) to 60 days. Total aerobic mesophiles and total fungi

counts were below 106 CFU / ml, showing good microbiological stability.

Keywords: Microencapsulation; Cyperus esculentus; Lyophilization; Biopolymers;

Tiger nut extract.

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SUMÁRIO

I - INTRODUÇÃO...........................................................................................................1

II – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................4

II.1 – JUNÇA: CONSIDERAÇÕES GERAIS........................................................................................4

II.1.1 - Histórico................................................................................................................5

II.1.2 - Composição química da junça...............................................................................6

II.2 – PRODUTOS DA JUNÇA...............................................................................................................8

II.2.1 - Óleo de junça.........................................................................................................8

II.2.2 - Farinha de junça...................................................................................................11

II.2.3 - Amido de junça....................................................................................................12

II.2.4 - Extrato de junça...................................................................................................13

II.3 – SUBPRODUTOS OBTIDOS NA PREPARAÇÃO DO EXTRATO DE JUNÇA................16

II.3.1 - Resíduo sólido (TNF)..........................................................................................16

II.3.2 - Resíduo líquido (TNLC)......................................................................................19

II.4 – MICROENCAPSULAÇÃO.........................................................................................................21

II.4.1 - Conceito...............................................................................................................21

II.4.2 - Histórico..............................................................................................................22

II.4.3 - Aplicações...........................................................................................................23

II.4.4 - Material encapsulante..........................................................................................25

II.5 – TÉCNICAS DE MICROENCAPSULAMENTO..........................................................30

II.5.1 - Spray Drying........................................................................................................30

II.5.2 - Liofilização..........................................................................................................32

III – OBJETIVOS DO TRABALHO...........................................................................35

III.1 – OBEJETIVO GERAL.............................................................................................35

III.2 – OBJETICOS ESPECÍFICOS...................................................................................35

IV – METODOLOGIAS EXPERIMENTAIS............................................................36

IV.1 - OBTENÇÃO E PREPARO DE MATÉRIA PRIMA.....................................................36

IV.2 - EXTRATO DE JUNÇA.............................................................................................36

IV.2.1 - Produção do extrato de junça.............................................................................36

IV.2.1 - Otimização do processo de Produção do extrato de junça.................................37

IV.2.2 - Desireability Function (DF)……………………………………………...........39

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xii

IV.3 – AMIDO DA FARINHA DE JUNÇA..........................................................................40

IV.3.1 - Extração do amido de junça...............................................................................40

IV.3.2 - Otimização do processo de extração do amido de junça...................................41

IV.3.3 - Modificação química do amido extraído da junça.............................................43

IV.3.4 - Determinação do grau de substituição (GS) do amido de junça modificado.....43

IV.3.5 - Determinação do teor de amilose do grânulos...................................................44

IV.3.6 - Poder de inchamento (PI) e índice de solubilização (IS) dos grânulos..............44

IV.4 – MICROENCAPSULAMENTO DO EXTRATO DE JUNÇA........................................45

IV.4.1 - Avaliação preliminar de alguns biopolímeros utilizados no processo de

microencapsulamento do extrato de junça.......................................................................45

IV.4.2 - Otimização do processo de microencapsulamento do extrato de junça.............45

IV.4.3 - Solubilidade do extrato microencapsulado........................................................46

IV.4.4 - Índice de emulsificação (I.E) do extrato microencapsulado..............................46

IV.4.5 - Estabilidade oxidativa do extrato microencapsulado.........................................47

IV.4.6 - Tempo de prateleira do extrato de junça in natura e microencapsulado...........47

IV.4.7 - Estabilidade microbiológica do extrato de junça in natura e

microencapsulado............................................................................................................47

IV.5 - CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO EXTRATO MICROENCAPSULADO, DO

AMIDO NATIVO E DO AMIDO MOFIFICADO DE JUNÇA ................................................48

IV.5.1 - Morfologia por microscopia eletrônica de varredura (MEV)............................48

IV.5.2 - Análise de difração de raio X (DRX)................................................................48

IV.5.3 - Análise do tamanho da partícula........................................................................49

IV.5.4 - Análise Termogravimétrica (TG)......................................................................49

IV.5.5 - Análise por Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC) dos grânulos...........49

IV.5.6 - Análise de infravermelho (FTIR).......................................................................49

IV.6 – COMPOSIÇÃO CENTESIMAL DA JUNÇA, EXTRATO DE JUNÇA, EXTRATO DE

JUNÇA MICROENCAPSULADO, RESÍDUO SÓLIDO DE JUNÇA, AMIDO E AMIDO

MODIFICADO DE JUNÇA.................................................................................................50

IV.6.1 – Umidade............................................................................................................50

IV.6.2 – Proteína..............................................................................................................50

IV.6.3 – Amido................................................................................................................51

IV.6.4 – Cálcio.................................................................................................................52

IV.6.5 – Lipídio...............................................................................................................53

IV.6.6 – Cinzas................................................................................................................53

IV.6.7 – Açúcar total.......................................................................................................54

IV.6.8 – Açúcar redutor...................................................................................................54

IV.6.9 – Ferro..................................................................................................................55

IV.6.10 – Vitamina C......................................................................................................55

IV.6.11 – Carboidrato......................................................................................................56

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xiii

V – RESULTADOS E DIUSCUSSÕES.......................................................................57

V.1- PRODUÇÃO DO EXTRATO DE JUNÇA.....................................................................57

V.1.1 - Planejamento experimental fatorial fracionário..................................................57

V.1.2 - Delineamento composto central rotacional (DCCR)...........................................60

V.1.3 - Otimização do Delineamento composto central rotacional.................................78

V.1.4 - Composição centesimal da junça, extrato de junça e resíduo sólido obtido da

extração (RS)...................................................................................................................80

V.2 – EXTRAÇÃO DO AMIDO DE JUNÇA........................................................................82

V.2.1 - Planejamento experimental fatorial fracionário..................................................82

V.2.2 - Delineamento composto central rotacional (DCCR)...........................................84

V.3 – MODIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO AMIDO NATIVO E

MODIFICADO DE JUNÇA.................................................................................................91

V.3.1 - Modificação química por OSA do amido nativo de junça..................................91

V.3.2 - Composição química do amido nativo e modificado de junça............................91

V.3.3 - Micrografias e tamanho de partícula do amido nativo e modificado de

junça.................................................................................................................................92

V.3.4 - Análise termogravimétrica (TG) do amido nativo e modificado de junça..........95

V.3.5 - Análise de infravermelho (FT-ir) do amido nativo e modificado de junça.........97

V.3.6 - Difração de raio X (DRX) do amido nativo e amido modificado.......................99

V.3.7 - Calorimetria expoloratória diferencial (DSC) do amido nativo e modificado de

junça...............................................................................................................................101

V.3.8 - Poder de intumescimento (PI) e Solubilidade (IS) do amido nativo e modificado

de junça..........................................................................................................................103

V.4 – MICROENCAPSULAMENTO DO EXTRATO DE JUNÇA VIA

LIOFILIZAÇÃO..............................................................................................................106

V.4.1 - Avaliação preliminar de alguns encapsulantes para uso no microencapsulamento

do extrato de junça.........................................................................................................106

V.4.2 - Determinação das melhores concentrações de inulina/amido modificado de

junça (A4) via Delineamento Composto Central (DCCR) para microencapsulação do

extrato de junça..............................................................................................................109

V.4.3 - Caracterização físico-química das microesferas do extrato de junça.............117

V.4.3.1 - Composição química do extrato de junça

microencapsulado..........................................................................................................117

V.4.3.2 - Micrografia e tamanho de partícula do extrato de junça

micorencapsulado..........................................................................................................119

V.4.3.3 - Análise termogravimétrica (TG) do extrato de junça

micorencapsulado..........................................................................................................122

V.4.3.4 - Análise de infravermelho (FT-ir) do extrato de junça

microencapsulado..........................................................................................................124

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V.4.3.5 Difração de raio X (DRX) do extrato de junça microencapsulad.....................125

V.4.4 - Avaliação da solubilidade do extrato de junça microencapsulado num intervalo

de 0 a 60 dias.................................................................................................................127

V.4.5 - Efeito do armazenamento sobre a concentração de Vitamina C no extrato de

junça microencapsulado................................................................................................129

V.4.6 - Estabilidade Oxidativa (ácidos voláteis) do extrato de junça

microencapsulado..........................................................................................................131

V.4.7 - Tempo de prateleira do extrato e junça microencapsulado...............................134

V.4.8 - Estabilidade microbiológica do extrato e junça microencapsulado..................136

VI – CONCLUSÃO DO CAPÍTULO V...................................................................139

VII – CONCLUSÕES FINAIS...................................................................................141

VIII – SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS..........................................142

IX – PRODUÇÃO CIENTÍFICA...............................................................................144

X – REFERÊNCIAS....................................................................................................146

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xv

LISTA DE FIGURAS

Figura II.1 - Junça (Cyperus esculentus)-a) planta inteira, b) espiga, c) semente,

d)tubérculo........................................................................................................................4

Figura II.2 - Tubérculos de junça..................................................................................5

Figura II.3 - (A) Microesfera; (B) Microcápsula........................................................22

Figura II.4 - Reação de Obtenção do Capsul®...........................................................28

Figura II.5 - Estrutura do CMC (carboximetilcelulose)..............................................28

Figura II.6 - Esquema de spray drying de ciclo aberto co-corrente. 1- alimentação;

2- ar quente; 3- pó; 4- ciclone de separação; 5- exaustão do ar úmido;...................32

Figura IV.7 – Produção do extrato de junça...............................................................37

Figura IV.8 – Extração do amido da farinha de junça..............................................41

Figura V.9 - Diagrama de pareto para o planejamento experimental fatorial

fracionário 24-1

da produção do extrato de junça: (a) Rendimento (%); (b) Proteína

(%); (c) Amido (%); (d) Açúcar Total (%); (e) Cálcio (mg/g) (f) Lipídio

(%)...........................................................................................................................59 e 60

Figura V.10 - Gráfico normal dos resíduos para produção do extrato de junça:

Rendimento (%).............................................................................................................64

Figura V.11 - Dados experimentais versus dados preditos (normais) para a

variável resposta rendimento (%) na produção do extrato de junça.......................65

Figura V.12 - Superfícies de resposta para o rendimento (%) na produção do

extrato de junça (a) X1 – X3 (concentração de metabissulfito de sódio –

temperatura de saturação); (b) X3 – X2 (temperatura de saturação – tempo de

saturação); (c) X1 – X2 (concentração de metabissulfito de sódio – tempo de

saturação).......................................................................................................................66

Figura V.13 - Gráfico normal dos resíduos para produção do extrato de junça:

proteína (%)...................................................................................................................68

Figura V.14 - Dados experimentais versus dados preditos (normais) para variável

resposta proteína (%) na produção do extrato de junça...........................................69

Figura V.15 - Superfície de resposta para a variável proteína (%) na produção do

extrato de junça: X2 – X3 (tempo de saturação – temperatura de saturação).........70

Figura V.16 - Gráfico normal dos resíduos para a variável resposta açúcar total

(%) na produção do extrato de junça..........................................................................72

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xvi

Figura V.17 - Dados experimentais versus dados preditos (normais) da produção

do extrato de junça para o açúcar total (%)...............................................................72

Figura V.18 - Superfície de resposta para a variável açúcar total (%) na produção

do extrato de junça: X1 – X2. (concentração de metabissulfito de sódio – tempo de

saturação).......................................................................................................................73

Figura V.19 - Gráfico normal dos resíduos para produção do extrato de junça:

Amido (%)......................................................................................................................75

Figura V.20 - Dados experimentais versus dados preditos (normais) para a

variável resposta amido (%) da produção do extrato de junça................................76

Figura V.21 - Superfícies de resposta para a variável amido (%) na produção do

extrato de junça (a) X3 – X2 (temperatura de saturação – tempo de saturação); (b)

X1 – X2 (concentração de metabissulfito de sódio – tempo de saturação); (c) X1 – X3

(concentração de metabissulfito de sódio – temperatura de saturação)...................77

Figura V.22 - Perfil dos valores preditos e função desejabilidade para rendimento,

proteína, amido e açúcar total na produção do extrato de junça. A linha vertical

tracejada indica os valores reais após a otimização...................................................79

Figura V.23 - Diagrama de pareto para o planejamento experimental fatorial

fracionário 24-1

da extração do amido de junça: Rendimento (%)...........................84

Figura V.24 - Gráfico normal dos resíduos para extração do amido de junça:

Rendimento....................................................................................................................87

Figura V.25 - Dados experimentais versus dados preditos (normais) para extração

do amido de junça: rendimento (%)............................................................................88

Figura V.26 - Figura V.26 - Superfícies de resposta para o rendimento da extração

do amido de junça: (a) Y1 – Y2 (concentração de bissulfito de sódio – tempo de

saturação); (b) Y2 – Y3; (tempo de saturação – tempo de mistura); (c) Y2 – Y4

(tempo de saturação – temperatura de saturação).............................................89 e 90

Figura V.27 - Micrografias do amido nativo e amido de junça modificado. (a)

amido nativo com aumento de 1000x; (b) amido modificado com aumento de

1000x; (c) amido nativo com aumento de 2000x; (d) amido modificado com

aumento de 2000x..........................................................................................................93

Figura V.28 - Distribuição do tamanho de partículas do amido nativo. * A linha

pontilhada se refere à distribuição cumulativa das partículas..................................94

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xvii

Figura V.29 - Distribuição do tamanho de partículas do amido de junça

modificado. * A linha pontilhada se refere à distribuição cumulativa das

partículas........................................................................................................................94

Figura V.30 - Termograma (TG) do amido nativo. Linha tracejada corresponde à

derivada do termograma...............................................................................................95

Figura V.31 - Termograma (TG) do amido modificado. Linha tracejada

corresponde à derivada do termograma.....................................................................96

Figura V.32 - Espectros de absorção na região do infravermelho do amido nativo

de junça...........................................................................................................................98

Figura V.33 - Espectros de absorção na região do infravermelho do amido de

junça modificado............................................................................................................99

Figura V.34 - Difratograma de Raio X do amido nativo de junça..........................100

Figura V.35 - Difratograma de Raio X do amido de junça modificado.................101

Figura V.36 - DSC do amido nativo e modificado de junça....................................102

Figura V.37 – Poder de intumescimento e Solubilidade do amido e amido

modificado de junça (- - amido nativo; - - amido modificado)............................105

Figura V.38 - Extrato de junça microencapsulado com os polímeros A1, A2, A3 e

A4. Br = Branco; A1= 10% Maltodextrina e 8,5% de goma arábica; A2 = 0,6% de

goma xantana e 1,0% de matodextrina; A3 = 10% Inulina; A4 = 10% Inulina e

0,5% de amido de junça modificado..........................................................................107

Figura V.39 - Reconstituição do extrato de junça micrencapsulando com os

encapsulantes A1. A2, A3, e A4. Br = Branco; A1= 10% Maltodextrina e 8,5% de

goma arábica; A2 = 0,6% de goma xantana e 1,0% de matodextrina; A3 = 10%

Inulina; A4 = 10% Inulina e 0,5% de amido de junça modificado.........................108

Figura - V.40 Diagrama de pareto para o delineamento composto central

rotacional (DCCR) para o índice de estabilidade no microencapsulado do extrato

de junça reconstituído.................................................................................................111

Figura V.41 - Gráfico normal dos resíduos para índice de estabilidade do extrato

de junça microencapsulado.........................................................................................113

Figura V.42 - Dados experimentais versus dados preditos (normais) para o índice

de estabilidade do extrato de junça microencapsulado............................................114

Figura V.43 - Superfície de resposta para o índice de estabilidade do extrato de

junça microencapsulado com o blend de inulina e amido de junça modificado.

*Inulina (Z1); Amido de junça modificado (Z2)........................................................115

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Figura V.44 - Extrato de junça. (a) microencapsulado; (b)

reconstituído.................................................................................................................117

Figura V.45 - Micrografias da microesfera de extrato de junça: (a) aumento de

1000x; (b) aumento de 2000x......................................................................................120

Figura V.46 - Distribuição do tamanho de partículas da microesfera do extrato de

junça. * A linha pontilhada se refere à distribuição cumulativa das

partículas......................................................................................................................121

Figura V.47 - Termograma (TG) do extrato de junça microencapsulado. Linha

tracejada corresponde à derivada do termograma. Linha tracejada corresponde à

derivada do termograma.............................................................................................123

Figura V.48 - Espectros de absorção na região do infravermelho do extrato de

junça microencapsulado..............................................................................................124

Figura V.49 - Difratogramos de raio X do extrato de junça microencapsulado...126

Figura V.50 - Solubilidade das microesferas de extrato de junça obtidas por

liofilização ao longo de 60 dias....................................................................................128

Figura V.51 Concentração de Vitamina C ao longo do tempo das microesferas de

extrato de junça na presença e ausência de luz. *Letras iguais são consideradas

iguais com grau de certeza de 95% (p < 0,05)...........................................................130

Figura V.52 - Estabilidade oxidativa do extrato de junça microencapsulado. (a)

evolução do processo de oxidação; (b) Determinação do tempo em que a

microesfera sofreu o processo de oxidação. * A Curva refere-se ao processo de

oxidação; ** As linhas diagonais que se cruzam referem-se ao ponto de intersecção

que compreendem a oxidação da microesfera; *** Linha vertical refere-se ao

tempo de indução para oxidação lípídica da microesfera...........................131 e 132

Figura V.53 - Microesferas de extrato de junça oxidadas após 46 horas............133

Figura V.54 - Tempo de prateleira do extrato de junça in natura e

microencapsulado em função do pH. (- - Extrato de junça microencapsulado; - -

Extrato de junça in natura......................................................................................... 135

Figura V.55 Estabilidade microbiológica do extrato de junça in natura e

microencapsulado. *Me.M = mesófilos totais do extrato de junça

microencapsulado; Me.In = mesófilos totais do extrato de junça in natura; F.M =

fungos totais do extrato de junça microencapsulado; F.In = fungos totais do extrato

de junça in natura. (- - Me.M; - - Me.In; - - F.M; - - F.In)............................137

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xix

LISTA DE TABELAS

Tabela II.1 - Estimativa da composição química da junça (Cyperus esculentus)

(g/100g).............................................................................................................,,.........7 e 8

Tabela II.2 - Composição de ácidos graxos do óleo de junça e óleo de oliva..............9

Tabela II.3 - Concentração de minerais do óleo extraído da junça............................9

Tabela II.4 - Perfil de ácido graxo do óleo de junça e outros óleos vegetais............10

Tabela II.5 - Comparação da composição da farinha de mandioca e farinha de

mandioca enriquecida com junça (porção de 100g)...........................................11 e 12

Tabela II.6 - Propriedades físico-químicas do amido da junça.................................12

Tabela II.7 - Composição aproximada do resíduo sólido obtido na produção do

extrato de junça (g/100g)...............................................................................................17

Tabela II.8 - Comparação das propriedades físico-químicas da fibra do resíduo

sólido obtidos da produção do extrato de junça (TNF), subprodutos do limão,

bagasso de romã e bagasso de cana de açúcar............................................................18

Tabela II.9 - Composição aproximada do resíduo líquido obtido no processamento

do extrato de junça................................................................................................19 e 20

Tabela IV.10 - Fatores e níveis estudados via planejamento experimental fatorial

fracionário para produção do extrato de junça..........................................................38

Tabela IV.11 - Fatores e níveis estudados via delineamento composto central

rotacional para produção do extrato de junça............................................................39

Tabela IV.12 - Fatores e níveis estudados via planejamento experimental fatorial

fracionário para extração do amido de junça.............................................................42

Tabela IV.13 - Fatores e níveis estudados via delineamento composto central

rotacional para extração do amido de junça...............................................................42

Tabela V.14 - Fatores e níveis estudados via delineamento composto central

rotacional para avaliação da estabilidade de emulsão do microencapsulado de

extrato de junça reconstituído......................................................................................46

Tabela V.15 - Variáveis respostas estudadas via planejamento experimental

fatorial fracionário para produção do extrato de junça............................................58

Tabela V.16 - Variáveis respostas estudadas via Delineamento composto central

rotacional para produção do extrato de junça............................................................62

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xx

Tabela V.17 - Análise de variância (ANOVA) para o Delineamento composto

central rotacional do modelo ajustado para o rendimento na produção do extrato

de junça (R2=0,8651)......................................................................................................63

Tabela V.18 - Análise de variância (ANOVA) para o Delineamento composto

central rotacional do modelo ajustado para a concentração de proteína na

produção do extrato de junça (R2=0,8730)..................................................................67

Tabela V.19 - Análise de variância (ANOVA) para o Delineamento composto

central rotacional do modelo ajustado para o açúcar total na produção do extrato

de junça (R2=0,8331)......................................................................................................71

Tabela V.20 - Análise de variância (ANOVA) para o Delineamento composto

central rotacional do modelo ajustado para o amido na produção do extrato de

junça (R2=0,6355)...........................................................................................................74

Tabela V.21 - Composição química da Junça, Extrato de junça e resíduo sólido

(RS) produzido nas condições ótimas..........................................................................80

Tabela V.22 - Variável resposta estudada via planejamento experimental fatorial

fracionário para extração do amido de junça.............................................................83

Tabela V.23 - Variável resposta estudada via Delineamento composto central

rotacional para produção do extrato de junça............................................................85

Tabela V.24 - Análise de variância (ANOVA) para o delineamento composto

central rotacional do modelo ajustado para o rendimento da extração do amido de

junça (R2=0,6822)...........................................................................................................86

Tabela V.25 - Composição química do amido nativo e amido de junça

modificado......................................................................................................................92

Tabela V.26 - Resultados preliminares de alguns encapsulantes utilizados no

microencapsulamento do extrato de junça................................................................107

Tabela V.27 - Variáveis respostas estudadas via Delineamento composto central

rotacional para avaliação do índice de estabilidade do microencapsulado de

extrato de junça reconstituído....................................................................................110

Tabela V.28 - Análise de variância (ANOVA) para o Delineamento composto

central rotacional do modelo não ajustado para o índice de estabilidade no

microencapsulado do extrato de junça reconstiuído. (R2 = 0,900)..........................112

Tabela V.29 - Valores de índice de estabilidade experimentais, previstas pelo

modelo e desvios para o delineamento composto central rotacional (DCCR) para o

índice de estabilidade do extrato de junça reconstituído.........................................116

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xxi

Tabela V.30 – Composição química do extrato in natura e microencapsulado de

junça..............................................................................................................................118

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xxii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

SFA Ácidos graxos saturados

MUFA Ácidos graxos monoinsaturados

PUFA Ácidos graxos polinsaturados

AT% Açúcar total

CAPSUL® Amido de milho modificado comercial

AM% Amido

Br Branco

CPE concentrado proteico de ervilhas

DCCR Delineamento composto central rotacional

DF Desireability function

DSC Diferential Scanning Calorimetry

DRX Difração de raio X

F.M Fungos no extrato de junça microencapsulado

F.In Fungos no extrato de junça in natura

g.L Grau de liberdade

GS Grau de substituição

IE Índice de emulsificação

IS Índice de solubilidade

L Linear

Me.M Mesófilos totais no extrato de junça microencapsulado

Me.In Mesófilos totais no extrato de junça in natura

MEV Microscopia eletrônica de Varredura

AOAC Official Methods of Analysis

OSA Octenil succínico

PA Peso da amostra em gramas

PRC Peso do resíduo da centrifugação em gramas

PRE Peso do resíduo da evaporação em gramas

PI Poder de intumescimento

PCQA Programa de Controle e Qualidade de alimentos

P% Proteína

Q Quadrático

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xxiii

M.S Quadrado médio

R% Rendimento

SS Soma quadrática

TNF Tiger nuts fiber

TNLC Tiger nuts liquid co-product

TG Termogravimetria

CMC Carboximetilcelulose

X1 Metabissulfito de sódio

X2 Tempo de saturação

X3 Temperatura de saturação

X4 Proporção de água

Y1 Bissulfito de sódio

Y2 Tempo de saturação

Y3 Tempo de mistura

Y4 Temperatura de saturação

Z1 Concentração de inulina

Z2 Concentração de amido de junça modificado

A1 10 % goma arábica/8,5% maltodextrina

A2 goma xantana/1,0% maltodextrina

A3 10 %inulina

A4 10% inulina/0,5% amido de junça modificado

(+) Presença

(-) Ausência

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Capítulo I – INTRODUÇÃO 1

1. INTRODUÇÃO

Junça (Cyperus esculentus), também denominada, juncinha, tiririca-amarela,

“tiger nuts” ou “chufa”, Cyperus esculentus, da família das Ciperáceas, é cultivada em

especial em solos arenosos (OKOLI et al. 1996). A planta é originária do leste da

África e sua utilização é muito antiga. A junça produz tubérculos com um núcleo

amarelado cercado por uma envoltura fibrosa de coloração marrom. Os tubérculos são

doces ao paladar, ricos em carboidratos e gorduras, e são comestíveis. Não há casos

notificados sobre toxicidade (MARX et al. 1985; SANCHEZ-ZAPATA et al, 2012).

O Estado do Maranhão vem se destacando pelo seu grande potencial agrícola,

devido a uma série de fatores, como a sua extensão territorial, terras férteis e um bom

clima para o desenvolvimento de plantas tropicais. Já nesse Estado a junça vem sendo

cultivada em algumas cidades do interior como Morros, Barra do Corda, Codó,

Barreirinhas, Tutóia e Icatú (COSTA NETO, 2008).

As plantas da família das Ciperáceas são consideradas em sua maioria como

ervas daninhas, por se alastrarem por áreas alagadas destinadas à produção de outras

culturas como, por exemplo, o arroz e o milho (ERASMO et al., 2003). Por esse

motivo, a junça teve sempre um papel de “vilão”, já que compete com culturas de

regiões alagadas, sendo uma erva alelopata, capaz de inibir o crescimento de outro

vegetal devido à concorrência por nutrientes. Até pouco tempo era alvo de herbicidas

por falta de conhecimento. No entanto, alguns estudos como o de Umerie e Uka em

1998 e Pinto, (2007) demonstraram que essa planta possui excelente valor nutricional,

uma vez que é rica em carboidratos, lipídios, proteínas e minerais, podendo ser

incorporada na alimentação humana. A junça é um vegetal com grande utilidade

abrangendo diversos produtos alimentícios. Porém, apesar de suas qualidades

nutricionais acentuadas, esta planta ainda não teve uma utilização em escala industrial

definida (CHELKOWSKI & LEONCZUK, 1978; OKLADNIKOV et al, 1977;

SHILENKO, 1979)

Em estudos mais recentes, como o de Oliveira em 2006, com o extrato fluído e

Pinto em 2007, com os tubérculos da junça “in natura”, foram encontrados valores bem

significativos para teores de lipídios, fibras e carboidratos, demonstrando sua grande

importância nutricional. As propriedades de alguns componentes da junça também vêm

sendo estudadas pela medicina. Segundo Salem et al., (2005), descobriu-se que o

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Capítulo I – INTRODUÇÃO 2

consumo dos tubérculos inteiros por ratos resultou em uma atenuação no

desenvolvimento de aterosclerose, pois alguns constituintes da junça exibem

propriedades anti-inflamatórias e imunoestimulatórias.

A junça se apresenta como uma excelente fonte de fibras, com alta capacidade

de retenção de água, e óleos insaturados que podem auxiliar numa dieta alimentar no

sentido de diminuir, o teor de triglicerídeos e colesterol no sangue, além de ser efetiva

no tratamento e prevenção de várias doenças como: câncer de colon, doenças

cardiovasculares, obesidade, diabetes, desordens gastrointestinais, etc (ALEGRÍA-

TORÁN, FARRÉ-ROVIRA et al, 2003; ADEJUYITAN et al, 2009; CHUKWUMA et

al, 2010; BORGES et al, 2008)

O “extrato de junça” ou “horchata” um subproduto extraído da junça, é uma

bebida não alcóolica muito consumida na Espanha e em alguns países africanos, e que

nos últimos anos vem se expandindo pelo mundo. Na Espanha, movimenta 60 milhões

de euros, o que corresponde aproximadamente a 40-50 milhões de litros por ano

(SANCHEZ-ZAPATA et al, 2012). Possui baixa acidez (6,3-6,8) e alta qualidade

nutricional, o que aumenta seu potencial quanto à comercialização. É um produto rico

em amido, ácido oleico, linoleico, proteínas e aminoácidos, principalmente, arginina

(SELMA et al, 2003; MORELL & BARBER, 1983; NAVARRO et al, 1984) e pode ser

utilizado como flavorizante de sorvetes, aditivos alimentares, produtos da indústria de

panificação, biscoitos, sopas instantâneas, como fonte alternativa de extrato para

produtos fermentados como iogurte, doces, cerveja e licor (MOSQUERA et al, 1996;

COSKUNER et al, 2002; SANFUL, 2009).

Além disso, o extrato de junça já é utilizado na medicina tradicional, como

redutor de triglicerídeo e colesterol, tratamento de flatulência, indigestão, diarreia, além

de apresentar uma propriedade antihepatoxica (UMERIE et al, 1997; VICTOR et al,

1990; ODRINDE et al, 1998; LINSSEN et al, 1989; SANCHEZ et al, 2009;

BIXQUERT-JIMÉNEZ, 2003).

Contudo, apesar de um grande potencial comercial, este extrato apresenta uma

alta perecibilidade, ou seja, possui um tempo de prateleira muito curto. Isso ocorre,

pois, esse produto não pode passar por processos a quente que ultrapassem 60 ou 72°C,

pois acima dessas temperaturas o amido gelatiniza e altera as características sensoriais

do produto. Desta maneira tem-se uma deterioração microbiana mais rápida dificultando

uma produção em escala industrial (CORTÉS et al, 2005; SELMA et al, 2003, DJONDI

et al., 2007).

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Capítulo I – INTRODUÇÃO 3

Portanto, neste trabalho realizou-se o microencapsulamento por liofilização do

extrato de junça obtido em processo otimizado, utilizando um blend de encapsulantes

compostos por inulina e amido de junça modificado quimicamente pelo ácido octenil

succínico com o objetivo de aumentar o tempo de prateleira e conferir estabilidade

microbiológica ao extrato, possibilitando sua produção em escala industrial.

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Capítulo II – REVISÃO BILIOGRÁFICA 4

II - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

II.1 - Junça.

II.1.1 - Considerações gerais

A junça, também conhecida como tirica-amarela, juncinha-mansa, chufa

(Espanha), yellow-nutsedge, tiger nuts, possui nome cientifico de Cyperus

esculentus, da família das Ciperáceas, e com aproximadamente 3000 espécies, a

família das Ciperáceas apresenta 220 espécies mais conhecidas como ervas-

daninhas, das quais quase 42% destas ervas daninhas são do gênero Cyperus

(EYHERABIDE et al., 2001).

Esta planta é originalmente nativa da região do mediterrâneo, mas seu

desenvolvimento espalhou-se para muitos outros países. A máxima produção de

tubérculos acontece em terras que permanecem úmidas ou que são irrigadas

constantemente. A junça pode resistir a inundações temporárias, porém, não deve

ser completamente coberta pela água, pois inundações prolongadas atrapalham o seu

desenvolvimento. Em épocas de seca elas são reduzidas severamente, causando até

a morte. (UMERIE & ENEBELI, 1996).

A estrutura do Cyperus esculentus, sua forma, tubérculos, espiga e grãos são

mostrados na Figura II.1.

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Capítulo II – REVISÃO BILIOGRÁFICA 5

Figura II.1 - Junça (Cyperus esculentus)-a) planta inteira, b) espiga, c) semente,

d)tubérculo. (OLIVEIRA, 2006).

É uma planta perene, herbácea, com estatura variável de 40 a 60 cm. A parte

subterrânea é constituída de bulbos basais e tubérculos, que são estruturas globosas, os

quais se formam nas extremidades dos rizomas. O pseudocaule emerge dos bulbos

basais; que são eretos trígonos, glabros e esverdeados. Apresentam folhas verdadeiras

basais emergindo em conjunto de três; e folhas que são constituídas de invólucros de

três a nove folhas na base da inflorescência, com comprimentos variados (EMBRAPA,

2006).

A junça produz tubérculos subterrâneos com um núcleo amarelado, cercado por

uma envoltura fibrosa de coloração marrom (UMERIE & UKA, 1997). Os tubérculos

da junça (Figura II.2) são ingredientes diários da dieta de muitas pessoas no norte da

África e também na Espanha. No norte da África, os tubérculos são consumidos “in

natura”, após serem deixados de molho em água por algum tempo para sua hidratação.

Figura II.2 - Tubérculos de junça. (UMERIE & ENEBELI, 1996).

II.1.2 - Histórico

No Egito antigo, a junça já era reconhecida como um importante alimento

energético, onde sua cultura foi desenvolvida para atender a população local, na região

do vale do Rio Nilo. Evidências apontam para seu grande consumo, principalmente

torrada na forma de doces, quando encontraram seus vestígios em tumbas antigas

(SANCHEZ-ZAPATA et al, 2012; NEGBI, 1992; ZOHARY, 1986).

No sudoeste da Europa, a junça foi introduzida, principalmente na idade média,

pelos árabes após a expansão destes pelo norte da Africa, resultando num cultivo

europeu por vários séculos (SANCHEZ-ZAPATA et al, 2012; PASCUAL, et al, 2000).

Em relação aos países europeus que receberam e cultivaram a junça, após a

expansão árabe, a Espanha se destacou, principalmente, na região de Valência pelo

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Capítulo II – REVISÃO BILIOGRÁFICA 6

apreço à hortaliça e utilização dos tubérculos para desenvolvimento de uma bebida

refrescante não alcóolica, conhecida atualmente como “Horchata de Chufa” (SALEM et

al., 2005; SANCHEZ-ZAPATA et al, 2012).

Atualmente, a junça é cultivada no nordeste da Nigéria, Niger, Mali, Senegal,

Gana e Togo, onde é consumida in natura como alimento complementar (SANCHEZ-

ZAPATA el al., 2012)

II.1.3 - Composição Química da junça

A junça é um tubérculo bastante nutritivo, que caracteriza principalmente pela

alta presença de carboidratos e óleos, o qual representa em torno de 24,5% de sua

composição total. Apresentam, também, excelentes concentrações de proteínas,

vitaminas, lipídios, fibras dentre outros como pode ser observado na Tabela II.1.

Em relação aos ácidos graxos, a junça apresenta 17,5% de ácidos graxos

saturados, 72,9% de ácidos graxos monoinsaturados e 9,6% de ácidos graxos poli-

insaturados. (LINSSEN, 1988). A composição média dos ácidos graxos presentes é:

ácido mirístico (14:0) 0,2%, ácido esteárico (18:0) 3,2%, ácido araquídico (20:0) 0,4%,

ácido palmitoléico (16:1 n-7) 0,3%, ácido oleico (18:1 n -9) 72,6%, ácido linoleico

(18:2 n-6) 8,9%, e ácido linolênico (18:3 n-3) 0,4%. (SANCHEZ-ZAPATA et al, 2012).

Além dos compostos supracitados e listados na Tabela II.1, a junça possui uma

gama de outros compostos muito importantes, quando se trata do seu uso como

alimento, como é o caso da presença de fitoesterois e vitamina E (MARX, 1985;

YEBOAH et al, 2011, SANCHEZ-ZAPATA et al, 2012).

Segundo Yeboah et al, (2011), o óleo de junça contém 120,1µg/g de vitamina E,

e em relação ao teor de fitoesterois possui 50,37% de β-sitosterol (517,25µg/g), 3.75%

δ5-avenasterol (37,57µg/g) e 1,73% δ

7-avenasterol (17,04µg/g). Quanto ao

estigmasterol, o teor encontrado foi de 20,62% (225,25µg/g) e campesterol de 15,33%

(161,35µg/g).

De acordo com Chukwuma et al, (2010), que estudaram as características

fitoquímicas da junça, neste tubérculo existe a presença de altos teores de alcaloides,

resinas, esteróis, glicosídeos cianogênicos, saponinas e taninos. No entanto, quando a

junça sofre processos de cocção, (assada) é detectável, somente, a presença de

alcaloides, esteróis e resinas. Além disso, os alcaloides, saponinas e taninos encontrados

são conhecidos por sua atividade antimicrobiana (TREASE & EVANS, 2005). Os

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Capítulo II – REVISÃO BILIOGRÁFICA 7

alcaloides inibem determinas atividades enzimáticas em mamíferos e também afetam a

presença do glucagon e o estímulo dos hormônios da tireóide (CHUKWUMA et al,

2010). Quanto às saponinas, estudos apontam sua utilidade na redução de processos

inflamatórios no sistema respiratório. Os taninos, que têm propriedades adstringentes,

possuem atividade antimicrobiana e preventiva de queda de dente infecções urinárias e

infecções bacterianas. Assim, percebe-se o grande potencial bioquímico e

farmacológico da junça para desenvolvimento de medicamentos (CHUKWUMA et al,

2010; SANCHEZ-ZAPATA et al, 2012).

Tabela II.1 - Estimativa da composição química da junça (Cyperus esculentus) (g/100g)

Compostos

(MOKADAY &

DOLEV et al,

1970)

(MARX, 1985)

(ALÉGRIA-TORÁN &

FARRÉ-ROVIRA et al,

2003)

Lipídio 24,49 15,9 - 25,20 24,49

Fibra 8,91 * 8,91

Proteína 5,04 6,36 -10,20 5,04

Cinzas 1,70 * 1,70

Amido 29,90 17,00 – 22,60 *

Açúcar redutor 1,70 * *

Açúcar Total 15,42 * 15,42

Sacarose 13,03 15,70 – 24,60 *

Carboidrato 43,30 45,00 – 77,00 43,30

Carotenoides * 0,06 - 0,07 *

Alfa-Tocoferol * 6,95 a 9,32 *

Gama-Tocoferol * 1,20 a 2,52 *

Ácido Ascórbico * 4,94 a 7,54 *

Na * 32,40 *

K * 424,40 *

Ca * 92,80 *

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Capítulo II – REVISÃO BILIOGRÁFICA 8

Mg * 92,9 *

Fe * 3,90 *

Cu * 1,00 *

Zn * 3,50 *

SMn * 0,25 *

* Concentração não informada

A composição da junça vem despertando a atenção não apenas como alimento

energético, mas também como matéria-prima para a indústria de biocombustíveis, os

óleos vegetais são usados para a produção de biodiesel (NASCIMENTO, 2007). Na

área médica foi possível observar através de estudos feitos com ratos que o consumo

dessa hortaliça pode diminuir o desenvolvimento da aterosclerose, devido a

propriedades antiinflamatórias e imunoestimulatórias. Apesar de vários estudos acerca

das propriedades da junça, é possível notar que a valorização desse produto ainda é

muito baixa (DJONDI et al., 2005).

II.2 - Produtos da junça

II.2.1 - Óleo de Junça

O óleo de junça possui coloração dourada amarronzada com sabor de nozes.

Pode ser utilizado para temperos de salada, uma vez que apresenta altas concentrações

de ácidos graxos monoinsaturados, como por exemplo, a presença do ácido oleico. Esse

óleo também apresenta baixa concentração de ácidos poli-insaturados (ácido linolênico

e linoleico) e ácidos saturados (ácido palmítico) (11,4%), além de teores significativos

de Vitamina E (OZCAN et al, 2010; EZEH et al, 2016). A tabela II.2 mostra o perfil de

ácidos graxos do óleo de junça em comparação com o óleo de oliva uma vez que ambas

possuem perfis semelhantes, denotando a possível importância desse óleo na indústria

de alimentos (EL-DIFRAWI et al, 1981; FREGA et al, 1984).

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Capítulo II – REVISÃO BILIOGRÁFICA 9

Tabela II.2 - Composição de ácidos graxos do óleo de junça e óleo de oliva

Ácidos graxos Óleo de junça (%)* Óleo de Oliva (%) **

Palmítico C16 13,4 – 14,1 10,8 – 11,5

Esteárico C18 3,0 – 3,3 2,5 – 2,6

Palmitoléico C16:1 0,2 – 0,3 0,6 – 1,5

Oleico C18:1 71,7 – 73,5 70,5 – 75,5

Linoleico C18:2 8,7 – 9,1 7,5 – 15,1

Linolênico C18:3 0,4 0,5 – 1,0

Araquídico C20 0,2 – 0,5 0,3 – 0,5

* (EL-DIFRAWI et al, 1981; FREGA et al, 1984; OZCAN et al, 2010)

** (BELITZ et al, 1985)

De acordo com Ozcan et al. (2010), a junça após processo de secagem para

extração do óleo, possui 35% de umidade, 21,6% de óleo cru, 8,11% de proteína crua,

22,13% de fibra crua, 10% de açúcar total, 18,6% de amido, 78% de ácido ascórbico

(mg/kg), extrato de álcool solúvel 9,81% e extrato de água solúvel de 18,98%. O óleo

de junça, possui uma concentração significativa de minerais como mostra a Tabela II.3.

Tabela II.3 - Concentração de minerais do óleo extraído da junça* (OZCAN et al, 2010)

Minerais Valores (mg/Kg) Minerais Valores (mg/Kg)

Ag 0,487 K 9821,7

Al 709,15 Li 0,75

B 28,21 Mg 1190,50

Ba 3,67 Mn 2,36

Ca 739,09 Na 2407,38

Cd 0,14 Ni 10,52

Co 0,19 P 3012,56

Cr 23,13 Sr 5,90

Cu 5,77 V 0,64

Fe 412,54 Sn 11,67

Ga 0,59

* Matéria seca

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Capítulo II – REVISÃO BILIOGRÁFICA 10

É um óleo considerado de alta qualidade, pois sua extração não envolve a

utilização de calor. (OKLADNIKOV et al, 1977; EZEBOR et al, 2005; SHAKER et al,

2009; BAMISHAIYE et al, 2011; LINSSEN et al, 1988; HE et al, 1996). A tabela II.4

mostra o perfil de ácido graxo do óleo de junça comparado com vários outros óleos de

importância na indústria de alimentos e na indústria de cosméticos.

Tabela II.4 - Perfil de ácidos graxos do óleo de junça e outros óleos vegetais

Óleo % SFA % MUFA % PUFA Referência

Junça 17,5 72,9 9,3 Linssen, (1988)

Azeitona 15,3 73,8 10,0 Ollivier, (2003)

Avelã 7,8 83,1 9,0 Christopoulou (2004)

Macadâmia 15,4 80,4 3,6 Dubois, (2007)

Abacate 16,4 67,8 15,2 Moreno, (2003)

Sem. Damasco 4,8 66,4 28,8 Dubois, (2007)

Colza 8,0 62,4 31,5 Dubois, (2007)

Amenduim 18,3 49,6 30,8 Christopoulou (2004)

Farelo de arroz 21,3 42,4 35,9 Dubois, (2007)

Pistache 25,8 47,2 27,4 Yousfi, (2002)

Argan 17,8 45,9 35,8 Charrouf, (1999)

Nogueira 14,8 0,4 84,0 Tsamouris, (2002)

Lupinus 26,4 17,4 55,8 Garcia-lopez, (2001)

Girassol 12,8 22,4 66,0 Christopoulou (2004)

Milho 14,8 28,1 57,1 Christopoulou (2004)

Chia 10,0 7,3 81,1 Ayerza (1995)

Ácidos graxos saturados (SFA)

Ácidos graxos monoinsaturados (MUFA)

Ácidos graxos polinsaturados (PUFA)

Fonte: Sanchez-Zapata et al, (2012)

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Capítulo II – REVISÃO BILIOGRÁFICA 11

II.2.2 Farinha de Junça

A farinha de junça tem um gosto doce único e pode ser utilizada para diversos

fins. Por não apresentar glutén e possuir um alto teor de açúcar total, a mesma pode ser

utilizada como alternativa à tradicional farinha de trigo, e então possivelmente inserida

em dietas com restrição de glúten, além da função de aditivo, principalmente na

flavorização de sorvetes, ou na confecção de produtos nas indústrias de massas, pães e

biscoitos (OSAGIE et al, 1998; ADEJUYITAN et al, 2009; BAMISHAIYE et al,

2011).

Segundo Omowaye et al, (2008), a farinha de junça possui uma excelente

concentração de aminoácidos que suprem a necessidade dietética de um adulto ao dia

conforme especificações da FAO/WHO. Assim torna-se um interessante alimento

nutritivo com vantagens terapêuticas que podem facilitar o desenvolvimento de novos

produtos na indústria de massas e biscoitos em substituição à mandioca (FAO/WHO,

1985; ANDERSON et al, 1994; OSAGIE et al, 1998; ADEJUYITAN et al, 2009).

A farinha de junça também pode ser incorporada à vários alimentos, em função

do seu teor nutritivo. No Brasil, principalmente no Norte-Nordeste, ainda existem

situações de desnutrição e a junça pode ser uma alternativa ao ser complementada em

alimentos baratos e tradicionais dessa região, como a convencional “farinha d’água ou

farinha de mandioca, que é muito produzida e consumida. De acordo com Costa Neto,

(2008), a junça incorporada à farinha de mandioca durante o processo de torração sofreu

algumas perdas, principalmente de vitaminas, contudo ainda conferiu quantidades

satisfatórias de nutrientes (350 Kcal/100g), principalmente de proteína, como pode se

observar na tabela II.5

Tabela II.5 - Comparação da composição da farinha de mandioca e farinha de mandioca

enriquecida com junça (porção de 100g) (COSTA NETO, 2008)

Parâmetros Farinha enriquecida

com junça

Farinha de Mandioca

(BRANDÃO, 2007)

Umidade (%) 6,20 9,50

Cinzas (%) 0,80 0,67

Proteínas (%) 8,20 0,58

Lipídios (%) 7,20 1,13

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Capítulo II – REVISÃO BILIOGRÁFICA 12

Carboidratos (%) 77,60 75,00

Amido (%) 63,00 *

Acidez (%)** 2,10 1,92

* Valor não informado

II.2.3 - Amido da Junça

O amido é composto exclusivamente de D-glicose, é um dos compostos

orgânicos mais abundantes da terra. Quimicamente, é um carboidrato polimérico que

consiste de unidades de anidroglucose unidas por ligações glicosídicas do tipo α-D-(1-

4). É constituída por duas moléculas, a amido-amilose (15-30%), polímero de cadeia

linear e a amilopectina (85-70%), polímero de cadeia ramificada. (MANEK et al, 2012;

AWOLU et al, 2017)

Segundo Manek, (2012) o amido de junça não apresentou dificuldade em sua

extração, possuindo coloração branco brilhante, sem odor, com uma textura lisa, grãos

de médio tamanho e eficiente capacidade de gelatinização. Algumas características

físico-químicas podem ser observadas na tabela II.6.

Tabela II.6 - Propriedades físico-químicas do amido da junça. (MANEK, 2012)

Parâmetros físico-químicos Amido de junça

Densidade aparente (g/cm3) 0,601

Densidade verdadeira (g/cm3) 1,66

Índice de Carr 20,19

Proporção de Hausner 1,25

Intervalo do tamanho da partícula (µm) 2,0-17,0

Temperatura de inchaço (ºC) 65

Temperatura de colagem (ºC) 75-79

Temperatura de caramelização (ºC) 220-229

Temperatura de carbonização (ºC) 260-264

Amilose (%) 11,5

Amilopectina(%) 88,5

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Capítulo II – REVISÃO BILIOGRÁFICA 13

II.2.4 - Extrato de junça, “Horchata de chufa”, ou “Kunnu aya”.

O extrato de junça é uma bebida refrescante, não alcóolica com aparência de

extrato, muito comum no norte da Nigéria (kunnu aya) e na Espanha, principalmente na

cidade de Valência, a qual é preparada com água e açúcar. (CORRALES, 2012). Tem

um importante impacto econômico, movimentando 60 milhões de euros, cuja produção

já atinge outros países europeus e da América: Reino Unido, Portugal, França,

Argentina e Estados Unidos (SANCHEZ-ZAPATA, 2012).

A produção do extrato fluido requer um processo de saturação da junça em água

durante aproximadamente 8hs, para então ocorrer à moagem, após a qual formará uma

massa que será prensada para extração do fluido. É uma bebida rica em amido e,

portanto, o processo de aquecimento acima de 72ºC, leva ao desenvolvimento do

processo de gelatinização (formação de gomas) que altera as propriedades sensoriais da

mesma. Consequentemente processos de controle microbiológico que se baseiam no uso

de temperaturas superiores a 72º não podem ser utilizados. Portanto, há uma limitação

para comercialização industrial dessa bebida, pois sua vida de prateleira é reduzida

(EJOH, et al 2005; CORRALES et al, 2012; KIZZIE-HAYFORD, et al. 2015).

Devido ao fato, da “horchata de chufa” sofrer mudanças sensoriais em processos

realizados em altas temperaturas (pasteurização), ainda é inexistente um procedimento

padrão e otimizado em escala industrial. Isso é problemático, principalmente, quando se

trata do teor de umidade, uma vez que se deseja uma proporção ótima de água e

horchata no sentido de conservar suas características nutricionais e sensoriais.

Atualmente, modelos matemáticos veem sendo propostos como meio de predição e

otimização do processo de obtenção desse produto, que se baseia principalmente na

saturação. Esses modelos auxiliam na verificação da influência da cinética de diferentes

variáveis nesse processo (KROKIDA & MARINOS-KOURIS, 2003; VERDÚ et al,

2017). Em relação aos modelos existentes, o de Peleg (1988), é um dos mais usados, por

ser mais simples por verificar a absorção de água durante o processo de saturação

(CORTÉS et al, 2003; CORTÉS et al, 2004; CORTÉS et al, 2005).

Recentemente, processos com ausência de calor vêm sendo testados para

controle e estabilidade das características físico-químicas e microbiológicas desse

produto, para então aumentar o tempo de prateleira do mesmo. Dentre eles têm-se o

extrato tratado com campo elétrico pulsado (PEF), no sentido de inibir moderadamente

a ação do Enterobacter aerogenes e Listeria monocytogenes com desprezíveis

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Capítulo II – REVISÃO BILIOGRÁFICA 14

mudanças na composição dos lipídios (CORTES et al, 2005; SELMA et al, 2003;

SELMA et al, 2006; OKYERE & ODAMTTEN, 2014). Outro método utilizado para

controle da estabilidade microbiológica se baseia no uso da irradiação UV-C, que é

conhecida por ter propriedades germicidas, e já foi testada para superfícies de alimentos

e sucos de frutas. Contudo, existe um forte fator limitante quanto ao uso do UV-C, que é

a baixa penetração do mesmo em matrizes de alimento. Isso ocorre, pois existem

inúmeras substância naturais que absorvem radiação no intervalo de comprimento de

onda ultravioleta, além da existência de sólidos solúveis, grande quantidade de

partículas em suspensão e alta quantidade de populações microbianas, que unidas

diminuem a capacidade de penetração do mesmo. Para otimização do sistema de

descontaminação por UV-C, se faz necessário o uso de reatores industriais com

diferentes geometrias, pelo fato de conseguir um maior e significativo grau de

penetração do mesmo em alimentos (BINTSIS et al, 2000; KOUTCHMA et al, 2007;

LOPEZ-MALO et al, 2002; CORRALES et al, 2012).

Em um estudo realizado por Corrales et al, (2012) utilizando radiação UV,

foram obtidos resultados satisfatórios para o extrato de junça fresco, pois a característica

antioxidante dessa bebida não foi afetada significativamente. Quanto à estabilidade

oxidativa de ácidos graxos e atividade enzimática, Corrales et al, (2012) constataram

que não houve mudança significativa desses parâmetros. Contudo ressaltam, que para o

estudo da atividade enzimática são necessárias análises mais específicas, pois é difícil

prever a atividade das polifenoloxidase e peroxidase para essa bebida.

Quanto à estabilidade microbiológica, Corrales et al, (2012) e Boe, (1988),

perceberam que está associado ao pH. Valores de pH acima de 6,3 apontam para um

frescor no extrato de junça, que em amostras sem tratamento microbiológico permanece

estável por volta de 2 ou 3 dias, decrescendo e para um pH 3,2, devido ao

desenvolvimento de processos degenerativos como: ação de micro-organismos e

atividade enzimática. Esses processos causam a gelatinização do amido do extrato de

junça que influencia decisivamente na perda de qualidade sensorial da mesma.

Com o uso do UV-C, é possível obter um aumento da vida de prateleira do

extrato de junça. As amostras tratadas apresentaram um aumento de 2 dias com baixa

incidência de luz (1,41 J.cm-2

) e pH estabilizado acima de 6,3 durante 7 dias e aumento

de 4 dias com alta incidência de luz. (4,23 cm-2

) e pH estabilizado acima de 6,3 por 11

dias.

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Capítulo II – REVISÃO BILIOGRÁFICA 15

Entretanto, apesar de todos os avanços atingidos, o tempo de prateleira desse

produto não ultrapassou os 11 dias para todas as amostras analisadas, devido à

dificuldade de penetração da luz UV-C no extrato de junça, devido à grande quantidade

de material suspenso, principalmente grão de amido que resultam no espalhamento da

luz UV-C, dificultando sua ação (CORRALES et al, 2012).

De acordo com Cortés et al, (2004) o estudo realizado com a utilização da

técnica não termal baseada em PEF (campo elétrico pulsado), para sanitização do

extrato de junça, mostrou excelentes resultados em relação à estabilidade oxidativa em

lipídios e pH (acima de 6,3), porém não conteve a atividade enzimática totalmente, pois

durante a estocagem sob refrigeração a mesma se regenerou e voltou a deteriorar a

bebida, diminuindo seu tempo de prateleira. Além disso, a estabilidade microbiológica

também não foi satisfatória, pois conferiu à bebida apenas mais um 1dia de prateleira.

Contudo, se associada a outras técnicas não termais pode resultar em um produto mais

estável e com maior tempo de vida, facilitando sua comercialização e produção

industrial.

O extrato de junça pode ser utilizado em processos de fermentação resultando

num crescimento rápido de bactérias probióticas como Lactobacillus acidophilus Ki e

Bifidobacterium animalis Bb12, originando alimentos funcionais de alto teor nutricional

(SANCHES-ZAPATA, et al, 2012). Pode, também, ser batida com amêndoas,

liberando os benefícios nutricionais dos frutos secos, da horchata e da bactéria

probiótica, originando um sabor e consistência peculiares e com acidez e aroma

similares ao do iogurte (DELZENNE, 2009; ROBERFROID, 2007).

Esse extrato fluido é uma bebida com baixíssima concentração de açúcar, além

de ser apta para celíacos (não possui glutén) e intolerantes à lactose, já que contém

carboidratos a base de sacarose e amido e um alto conteúdo de arginina, que libera o

hormônio que produz a insulina (OLIVEIRA et al, 2006; CORRALES et al, 2012).

Quanto às características medicinais do extrato de junça, destaca-se a redução do

colesterol e triglicérides, pois este contribui para a redução do colesterol LDL e

aumento do HDL, devido à presença do ácido oleico. Além disso, apresenta uma

quantidade satisfatória de vitamina E, que pode também ajudar a reduzir o colesterol

devido ao seu efeito antioxidante sobre as gorduras (OLIVEIRA et al, 2006; LINSSEN

et al, 1988)

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Capítulo II – REVISÃO BILIOGRÁFICA 16

É, também, empregada nas práticas de medicina caseira no tratamento

sintomático do sarampo, de enfermidades febris, gripe e diarreia, sendo que a última é

sanada devido à presença das enzimas catalase, lipase e amilase (CORRÊA, 1978;

ZAPATA-SANCHEZ et al, 2012).

II.3 - Subprodutos da preparação do extrato de junça

Os subprodutos podem representar até 60% do material vegetal processado, fato

que gera um problema adicional na industrialização dessa bebida. Os resíduos formados

são definidos como sólidos (TNF - Tiger nuts fiber) e líquidos (TNLC - tiger nuts liquid

co-product) e ambos podem ser aproveitados no sentido de agregar valor a outros

produtos alimentares e também na produção de ingredientes como: polifenois, isolados

de proteína e fibras dietéticas. O rendimento médio de separação sólido/liquido para os

subprodutos do extrato de junça é de 47,12% para o resíduo sólido e de 52,88% para o

resíduo líquido (SANCHES-ZAPATA et al, 2012).

II.3.1 -Resíduo sólido (TNF)

Segundo Sanchez-Zapata (2009) o resíduo sólido já vem sendo utilizado como

fibra dietética no processamento de alimentos, cujas características físico-químicas

demonstram uma elevada porcentagem destas (59,71%), das quais 99,8% são de fibras

insolúveis, além de outras características que tornam esse resíduo promissor na indústria

de alimentos, como pode ser visto da Tabela II.7.

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Capítulo II – REVISÃO BILIOGRÁFICA 17

Tabela II.7 - Composição aproximada do resíduo sólido obtido na produção do extrato

de junça (g/100g)

Componente (%) Resíduo sólido

Umidade 61,23

Proteína 1,75

Lipídio 8,85

Cinzas 0,99

Fibra dietética total 59,71

Fibra dietética insolúvel 59,61

Fibra dietética solúvel 0,105

Fonte: Sanchez-Zapata (2009)

Além disso, a quantidade de fibras no resíduo sólido é superior quando

comparado a outras fontes de fibras alimentares como: farelo de aveia, farelo de arroz,

pêssego, repolho, peras, maçãs, cenouras e casca de laranja

(JONGAROONTAPRANGSEE et al, 2007; VASQUEZ et al, 2009).

Outra propriedade importante relacionada ao resíduo sólido desta bebida refere-

se a suas elevadas capacidades de retenção de água (WHC) e óleo (OHC): 8,01g/g e

6,92g/g, respectivamente. Isso demonstra que apesar do teor de fibras dietéticas solúveis

ser baixo em relação à fibra total desse resíduo, os valores de WHC e OHC são

considerados elevados quando comparados a outras fontes de fibras (fibra de coco, fibra

de milho, fibra de trigo, e cascas) devido ao tipo de polissacarídeos existentes em sua

composição. (LOPES et al, 1996; VASQUEZ et al, 2009). A capacidade emulsificante

e estabilidade emulsificante, 70,3% e 100% respectivamente, também são propriedades

importantes desse resíduo, pois permitem que outros alimentos que necessitam da

formação de emulsão adquiram boa estabilidade durante uma longa vida de prateleira

(SANCHEZ-ZAPATA, 2009). Assim, levando em consideração todas as propriedades

favoráveis supracitadas, fatores como pH e cor, também, corroboram para a utilização

promissora desse resíduo, como pode ser visto na Tabela II.8. Seu alto valor de L*

(luminosidade) e baixos valores de a* (coordenada vermelho/verde) e b* (coordenada

amarelo/azul) demonstram que a incorporação desse resíduo sólido (TNF) não

modificaria de maneira significativa a coloração para avermelhada e amarelada do

produto a ser modificado, principalmente, para carnes (LARIO et al, 2004).

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Capítulo II – REVISÃO BILIOGRÁFICA 18

Tabela II.8 - Comparação das propriedades físico-químicas da fibra do resíduo sólido

obtidos da produção do extrato de junça (TNF), subprodutos do limão, bagasso de romã

e bagasso de cana de açúcar.

Parâmetros Resíduo sólido

(TNF)a

Subprodutos

do limãob

Bagasso de

romãc

Bagasso de

cana de açúcard

Atividade de

água 0,987 0,960 0,139 **

pH 6,73 3,96 4,5 **

L* 75,29 66,98 62,80 57,89

a* 2,17 -2,63 7,30 3,47

b* 17,11 27,44 17,30 15,60

** Valores não encontrados

Fonte: aSanchez-Zapata (2009);

bLario (2004);

cViuda-Martos (2012);

dSangnark (2003)

Recentemente, algumas aplicações foram testadas envolvendo produtos cárneos,

ou seja, adição de TNF em carne de hambúrguer de porco (SANCHEZ-ZAPATA et al,

2010) e transportador de ácidos graxos insaturados em alguns parâmetros de qualidade

de uma salsicha curada. (SANCHEZ-ZAPATA et al, 2012b).

Quanto à aplicação de TNF na formulação de carne de hambúrguer de porco, foi

analisada a utilização de doses crescentes (0%, 5%, 10% e 15%). Baseando-se nas

características físico-químicas e propriedades sensoriais de hambúrgueres, percebeu-se

que o TNF conferiu maior valor nutritivo (maior teor de fibra) e melhores características

de cozimento (maior rendimento de cozimento, melhor retenção de gordura e retenção

de umidade) do que hambúrgueres controle. Porém, os hambúrgueres com TNF se

apresentaram menos suculentos, mais granulados e com um menor sabor de carne

quando comparados a hambúrgueres controle, fato que não reduziu sua aceitação global

(SANCHEZ-ZAPATA et al, 2010).

Em relação ao transporte de ácidos graxos insaturados em salsichas curadas, a

adição de TNF (1% e 2%) melhorou a incorporação desses ácidos graxos na massa da

carne, sabendo que o aumento do teor de TNF aumenta a incorporação de ácidos graxos

insaturados. Além disso, não houve modificações físico-químicas significativas quando

comparados à salsichas controle. Houve apenas modificações microbiológicas com

formação de bolores e leveduras, mas na contagem final de maturação se apresentou

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Capítulo II – REVISÃO BILIOGRÁFICA 19

semelhante às salsichas controles. A incorporação do TNF controlou o aumento da

oxidação lipídica devido, principalmente, aos compostos antioxidantes (fenólicos)

(SANCHEZ-ZAPATA et al, 2012b).

II.3.2 - Resíduo líquido (TNLC)

O aproveitamento do resíduo líquido obtido na produção do extrato de junça

significa revalorizar um resíduo que seria despejado no meio ambiente, no sentido de

diminuir possíveis impactos ambientais, além de reaproveitar composto bioativos, como

polifenois, que ainda existem neste. Assim, foram realizadas análises físico-químicas do

TNLC, que apresentou pH 7,05, densidade 1024,94g/L, teor fenólico total 169,8

mgGAE/L, brix 3,22 e coloração L*54,67, a*-1,14 e b*9,08 que não causam grandes

modificações nas propriedades de pH e coloração dos produtos onde serão adicionados

(SANCHEZ-ZAPATA et al, 2012a). Além disso, foi determinada sua composição

aproximada como mostra a Tabela II.9.

Tabela II.9 - Composição aproximada do resíduo líquido obtido no processamento do

extrato de junça

Componente (%) Resíduo líquido (TNLC)

Umidade 94,44

Proteína 16,90*

Carboidrato 67,44*

Cinzas 7,37*

Ácido graxo total 8,27*

Ácido oxálico 0,02

Ácido tartárico 0,01

Ácido fumárico 0,01

Ácido lático 0,26

Àcido cítrico 0,14

Ácido málico 0,09

Sacarose 3,63

Frutose 1,65

Glicose 1,40

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Capítulo II – REVISÃO BILIOGRÁFICA 20

Rafinose 0,34

Glicerol 0,04

* Matéria seca

Fonte: Sanchez-Zapata et al, (2012a)

Sanchez-Zapata et al. (2012b) demonstraram que o resíduo líquido (TNLC) pode

ser utilizado como ingrediente alimentar na indústria de alimentos, principalmente,

como substituto da água adicionadas. No entanto devido à sua elevada carga

microbiológica, se faz necessário a pasteurização desse resíduo, antes da adição nos

alimentos processados ou crus. Além disso, o TNLC também é uma valiosa fonte de

antioxidantes naturais (compostos fenólicos) com propriedades antioxidantes

importantes que são responsáveis, principalmente, pela inibição da peroxidação lipídica,

facilitando sua adequação como ingrediente alimentar.

Sanchez-Zapata et al. (2012b) avaliaram a substituição da água por TNLC na

formulação de carne de hambúrgueres suínos. O objetivo do trabalho foi estudar o efeito

da substituição de água por TNLC nas características físico-químicas e de cozimento

das carnes de hambúrgueres suíno. A formulação tradicional simples para carne de

hambúrguer foi utilizada, ou seja, 55% de carne de porco magra, 45% de toucinho de

porco, 18% de água no formato de gelo (w/w), 1,5% de cloreto de sódio (w/w) e 0,2%

de pimenta branca. Em relação à carne adicionada com água, não houve diferença

estatística (p > 0,05) para umidade, pH, proteína, lipídio e teores de cinzas com a carne

adicionada de TNLC, contudo, houve uma diminuição (p < 0,05) na atividade de água

(0,991 – 0,978). Os resultados mostraram que as formulações com TNLC obtiveram um

maior rendimento de cozimento (p < 0,05), ou seja, 90,73% em detrimento de 82,29%

para carnes que tiveram água em sua formulação, além da importante diminuição da

retenção de gordura de 83,99% para 69,17% e, também, diminuição da retenção de água

de 88,62% para 83,40% para carnes adicionadas com TNLC. (p< 0,05).

O TNLC também melhorou a textura da carne cozida e aumentou sua espessura

de 10,20% para 13,90%, devido a menores valores de dureza (12N.mm), gomosidade

(2,43 N.mm) e mastigabilidade (12,98 N.mm) (p< 0,05), fato que torna a utilização

desse resíduo valiosa na indústria de alimentos de maneira geral.

Além da adição promissora de TNLC em produtos cárneos, Sanchez-Zapata et

al. (2012a) avaliaram a utilização desse resíduo como fonte de carbono para

crescimento dos micro-organismos probióticos Lactobacillus acidophilus comerciais e

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Capítulo II – REVISÃO BILIOGRÁFICA 21

Bifidobacterium animalis Ki Bb12. Os resultados mostraram que o TNLC aumentou a

atividade prebiótica, além de permitir que esses micro-organismos supracitados

produzissem metabolitos que não eram produzidos em fontes de carbono usuais, sendo

assim, uma promissora fonte que poderia ser avaliada e estudada no comportamento de

outros micro-organismos, principalmente em processos microbiológicos na indústria de

alimentos.

Desta maneira, se faz necessário uma gama maior de estudos para esse resíduo

líquido, uma vez que as pesquisas demonstraram resultados promissores.

II.4 - Microencapsulamento

II.1 - Conceito

É um processo físico em que pequenas partículas sólidas, gotículas de líquidos

ou gases, denominadas “material ativo” ou “núcleo” são envolvidos por uma fina

membrana polimérica de origem animal ou sintética, também chamada “material de

parede” ou “agente encapsulante” para evitar perdas ou danos do encapsulado

(BARROSO, 2012; DIAS, 2009; SOUZA, 2007; PIERUCCI, 2005). É um processo

baseado no modelo da célula viva, em que ocorre a preservação de uma substância que é

liberada de maneira conveniente conforme situações físicas, químicas e biológicas

específicas (KRASAEKOOPT; BHANDARI; DEETH, 2003).

O termo microencapsulamento abrange, também, a obtenção de diferentes

produtos, como microcápsulas, microesferas, micropartículas e aprisionamento de

substâncias ativas, as quais diferem entre si quanto à distribuição do ativo na matriz

encapsulante. As microcápsulas possuem o ativo concentrado próximo ao centro,

envolvido por um filme contínuo e definido do material de parede; microesferas

possuem o ativo distribuído uniformemente em uma matriz; micropartícula é um termo

que pode ser aplicado em ambas as situações (POTHAKAMURY & BARBOSA-

CÁNOVAS 1995), observado na Figura II.3. O tipo de distribuição do núcleo também

pode variar de acordo com a técnica de microencapsulamento (ZELLER, SALEEB &

LUDESCHER, 1999).

As partículas formadas podem ser classificadas quanto ao tamanho, sendo

denominadas macrocápsulas (>5000μ), microcápsulas (0,2-5000μ) ou nanocápsulas

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Capítulo II – REVISÃO BILIOGRÁFICA 22

(<0,2μ). O formato das mesmas pode ser esférico, alongado, monolíticos ou agregados,

com paredes simples ou múltiplas (KING, 1995).

Essas microcápsulas possibilitam a proteção da substância de interesse em

relação a processos físico-químicos como: evaporação, oxidação e reações químicas

(BARROSO, 2012). Quanto ao agente polimérico, substância que envolve o “material

ativo”, este pode representar de 1 a 70% do peso da microcápsula, contudo

comercialmente representa de 3 a 30% do peso (CONSTANT & STRINGHETA, 2002;

BARROSO, 2012).

Figura 3 (A) Microesfera; (B) Microcápsula. Fonte: Suave et al. (2006)

II.4.2 - Histórico

O microencapsulamento tem seu primórdio por volta da década de 30, mas seu

efetivo uso só ocorreu em 1954 com a empresa norte americana National Cash Register

através de um papel de cópia sem carbono. A técnica se baseava na aplicação de uma

fina camada de microcápsulas na superfície do papel que continha uma tinta sem cor. A

pressão do lápis sobre o papel rompia as microcápsulas liberando a tinta incolor e

provocando uma reação com um reagente incolor existente na superfície do mesmo,

resultando num ganho de coloração e assim produzindo em outra folha uma cópia

idêntica (RÉ, 2000; BARROSO, 2012; SOUZA et al, 2007).

Essa técnica é relativamente recente, mas vem crescendo intensamente nos

últimos 20 anos, principalmente nas áreas farmacêuticas e de alimentos. Na área de

alimentos o microencapsulamento, teve seu início nos anos 60 pelo Instituo de

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Capítulo II – REVISÃO BILIOGRÁFICA 23

Pesquisas Touthwest (EUA) com a microencapsulação de óleos essenciais para prevenir

a oxidação e a perda de substâncias voláteis e controlar a liberação do aroma. A técnica

se estendeu também para o desenvolvimento de aditivos e ingredientes alimentares

melhorando, principalmente, a qualidade nutricional e vida de prateleira, (BARROSO,

2012; CONSTANT; STRINGHETA et al, 2002).

Em relação às microcápsulas produzidas, no início apresentavam dimensões

variadas de 5 μm a 2 mm. Mais recentemente, esses sistemas vêm sendo produzidos

com tamanhos que podem variar de 1 a 5000 μm, dependendo de diversos fatores

envolvidos no processo de preparação das microcápsulas (HERRERO; MARTÍN DEL

VALLE; GÁLAN, 2006; DIAS, 2009).

II.4.3 - Aplicações

O processo de microencapsulação apresenta inúmeras aplicações em diversos

segmentos da indústria (BOH et al., 1999) como: a incorporação de substâncias

hidrofóbicas em sistemas aquosos (PALMIERI et al., 2002); para o mascaramento de

sabor e odor desagradáveis; aumento da estabilidade e prazo de validade (HAWKINS;

BLEDSOE; DUNCAN et al, 2000; ERSUS & YURDAGEL, 2007); redução de

toxicidade, e liberação modificada de fármacos (DIAS, 2009).

A microencapsulação tem aplicações na área farmacêutica, de produtos

agroquímicos, de processamento de alimentos, de cosméticos, pigmentos, adesivos,

agentes de cura e encapsulação de células vivas (BARROSO, 2012).

Na área farmacêutica a importância dessa técnica se apresenta na capacidade de

liberar no organismo o “material ativo” na hora e lugar certos, de acordo com estímulos

específicos como: mudança de pH, rompimento físico, intumescimento, dissolução etc,

além de mascarar possíveis odores e sabores desagradáveis vinculados ao princípio

ativo (ANSEL; POPOVICH; ALLEN, 1999).

Em agrotóxicos, o microencapsulamento vem realizando um papel muito

importante durante os anos, no que se diz respeito à eficiência de ação, acurácia e perda

do mesmo, além de diminuição do seu poder tóxico e de persistência ambiental

(KUMBAR; AMINABHAVI, 2002; BAJPAI; GIRI, 2002).

No setor alimentício se baseiam principalmente na transformação de um líquido

em sólido de modo a facilitar sua manipulação, transporte e adição em formulações;

separar materiais reativos; reduzir toxicidade do material ativo; promover liberação

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Capítulo II – REVISÃO BILIOGRÁFICA 24

controlada do ativo encapsulado (inserção do agente ativo no local e tempo desejados, a

uma taxa específica); reduzir volatilidade ou flamabilidade de líquidos; mascarar sabor

e odor de determinados componentes; aumentar a vida de prateleira; e proteger contra a

luz, umidade e calor (BARROSO, 2012 SHU; ZHAO; LIU, 2005; PIREUCCI, 2005;

SOUZA, 2007).

Para componentes de alimentos, as principais vantagens oferecidas pelo

microencapsulamento são: proteção de componentes sensíveis de outros ingredientes no

armazenamento, proteção de perdas nutricionais ou mesmo adicionar materiais com

valor nutritivo após o processamento de alimentos, incorporação de mecanismos não

usuais ou dependentes do tempo em formulações, mascarar ou preservar aromas e

flavours, e, finalmente, promover atratividade adicional ao marketing de produtos

alimentícios. Os conservantes, corantes, edulcorantes, enzimas, antioxidantes, aromas e

nutrientes, são exemplos de aditivos que podem ser beneficiados pelo

microencapsulamento e pela liberação controlada (RISCH et al, 1995).

A microencapsulação de ingredientes alimentícios atua nas seguintes áreas:

(DZIEZAK, 1988; BARROSO, 2012).

- Aromas: prevenir a oxidação, volatilização, controlar a liberação e evitar a

aglomeração

- Edulcorantes: diminuir a higroscopicidade, prolongar a sensação de doçura, aumentar

a fluidez e elevar a resistência térmica;

- Em especiarias para manter a qualidade do “flavor”;

- Corantes naturais: reduzir problemas de solubilidade, de oxidação, manuseio, etc;

- Temperos: manter a intensidade, inibir sua reação com outros ingredientes, reduzir ou

eliminar problemas com micro-organismos;

- Vitaminas, minerais, óleos essenciais e outros compostos voláteis: manter a

estabilidade em condições de elevadas temperaturas e umidade, reduzir a reatividade

com outros ingredientes, reduzir a incrustação em bebidas secas, controlar sua liberação

para melhorar absorção no trato gastrintestinal;

- Acidulantes: reduzir a higroscopicidade e a degradação da cor e do sabor e evitar a

mudança de pH antecipada, que é responsável pela desnaturação de proteínas e hidrólise

do amido.

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Capítulo II – REVISÃO BILIOGRÁFICA 25

II.4.4 - Material encapsulante

Diversos materiais podem ser utilizados como “material de parede” ou material

encapsulante para fabricação de microcápsulas. Dentre esses materiais têm-se os de

origem natural ou semi-sintética como: carboidratos, proteínas gomas, ésteres de

celulose e alguns lipídios. De acordo com o processo de obtenção das micropartículas

dois tipos básicos de estruturas podem ser obtidos: um sistema do tipo reservatório,

onde o material nuclear forma uma única partícula mononucleada, a qual está envolvida

por uma fina camada, (microcápsula); e outro sistema do tipo matricial, onde o material

encapsulado está disperso de maneira uniforme sob uma matriz polimérica, denominado

de microsfera (ANAL & SINGH, 2007, DIAS, 2009).

O material de parede, geralmente carboidratos, necessita ser emulsificante, bom

formador de filme, ter baixa viscosidade com altos níveis de sólidos, apresentar baixa

higroscopicidade, favorecer a adequada liberação do conteúdo quando reconstituído no

produto final, apresentar sabor suave e estável durante o armazenamento, dar proteção

ao produto encapsulado e ser econômico. O material de revestimento deve ser insolúvel

e não reativo com o material interno (BERTOLINI, 1999).

Dentre os materiais encapsulantes se destacam: a goma arábica, o amido, a

maltodextrina, o amido modificado ou Capsul®, a CMC (carboximetilcelulose), o

concentrado protéico de ervilhas (CPE) e a inulina.

A goma arábica (ou goma acácia) é um exsudato natural de espécies de Acácias.

A principal fonte é a Acacia senegal L., mas pode ser obtida de outras espécies.

Espécies de Acácias são encontradas na África (zonas sub-Saara), Austrália, Índia e

América, onde foram plantadas para reduzirem a erosão do solo e como fonte de goma.

Os principais países produtores de goma são Senegal, Mali, Mauritania, Nigéria e

Sudão. A goma arábica é formada por uma longa cadeia polimérica, que é capaz de

aumentar a viscosidade quando solubilizadas ou dispersas em água. Podem ser

utilizadas para encapsulação, estabilização de emulsões e algumas são capazes de

formar géis constituída por arranjo ramificado de galactose (~45%), arabinose (~24%),

ramnose (~13%), ácido glicurônico (~16%), ácido 4-o-metil glucurônico (~15%)

(NUSSINOVITCH, 1997) e cerca de 2% de um componente protéico (ANDERSON;

HOWLETT; McNAB, 1985; DIAS, 2009). Tem sido tradicionalmente utilizada em

microencapsulação porque apresenta baixa viscosidade em solução aquosa, favorece a

estabilidade das emulsões, tem boa retenção de compostos voláteis (acima de 85%) e

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Capítulo II – REVISÃO BILIOGRÁFICA 26

confere proteção efetiva contra a oxidação (REINECCIUS, 1991; ROSENBERG,

TALMON; KOPELMAN, 1990; BHANDARI et al. 1992). No entanto, sua estrutura é

altamente permeável ao oxigênio, o que limita sua aplicação em materiais susceptíveis a

oxidação (SOOTTITANTAWAT et al., 2005). A combinação de outro polímero à goma

arábica tem sido uma alternativa que vem sendo investigada buscando a redução desta

permeabilidade ao oxigênio (BUFFO & REINECCIUS, 2000)

O amido é um material abundante e barato. No seu estado natural, o amido, em

forma de grânulos, é insolúvel em água fria. Entretanto, quando uma dispersão aquosa

de amido sofre aquecimento suficiente para romper os grânulos, forma-se uma pasta

capaz de produzir filmes de boas propriedades mecânicas. Por outro lado, a viscosidade

das soluções de amido é geralmente alta demais para a maior parte dos processos de

encapsulação. Além disso, o amido não possui grupos hidrofóbicos, não exercendo,

portanto, praticamente nenhum efeito estabilizante de emulsões, a não ser pelo aumento

da viscosidade (REINECCIUS, 1991). Um método utilizado para reduzir a viscosidade

do amido e aumentar sua solubilidade em água é a dextrinização, que consiste no

aquecimento dos grânulos de amido em presença de ácido ou base; como resultado,

ocorre hidrólise parcial do polímero, assim como repolimerização para formar cadeias

mais ramificadas. Os graus de hidrólise e repolimerização podem ser variados para

obtenção de produtos com diferentes propriedades de solubilidade e viscosidade,

embora um tratamento térmico drástico possa tornar o produto muito escuro e com

sabor alterado (BARROSO, 2012).

As maltodextrinas são carboidratos (D-glicose) obtidos a partir da hidrólise do

amido de milho, sendo constituídas por um grupo de oligossacarídeos composto de pelo

menos três unidades de glicose. São conectadas, primariamente, por ligações (α 1,4),

tendo DE inferior a 20. O termo DE (equivalente de dextrose) é uma medida do

conteúdo de açúcares redutores, expressa como glicose. A dextrose possui DE 100 e o

amido, DE 0 (zero). À medida que aumenta o DE, aumenta a redução do ponto de

congelamento, higroscopicidade, osmolaridade, solubilidade, doçura relativa e

habilidade de promover escurecimento (“browning”). Por outro lado, dextrinas de

menor DE promovem inibição de cristalização, aumentam a viscosidade (corpo) e a

adesividade (CHRONAKIS, 1998; PIERUCCI, 2005).

Maltodextrinas com mesmo DE podem exibir diferentes propriedades, por isso,

para melhor compreensão da funcionalidade biológica e física deste material, é

necessário o conhecimento acerca do perfil de oligossacarídeos. (WHITE et al 2003)

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Capítulo II – REVISÃO BILIOGRÁFICA 27

Através de cromatografia líquida de troca iônica com detecção por pulso

amperométrico, White et al. (2003) verificaram que maltodextrinas com DE 10

possuem maior proporção de materiais de alto peso molecular, sendo detectado açúcares

com grau de polimerização até 30, do que maltodextrinas com DE 20, nas quais o maior

grau de polimerização detectado foi 14 (PIERUCCI, 2005).

As maltodextrinas são obtidas pela acidificação e/ou hidrólise enzimática do

amido de milho e subsequente secagem para obtenção do material em forma de pó.

Estes polímeros normalmente contêm glicose, maltose, maltotriose, além de derivados

poliméricos de glicose de alto peso molecular, que variam dependendo do grau e do

método de hidrólise empregado. (DIAS, 2009) São possíveis substitutos para a goma

arábica em emulsões atomizadas devido ao se baixo custo, baixa higroscopicidade e

evitando a aglomeração das partículas; tem efeito antioxidante e mostra retenção de

voláteis na faixa de 65 a 80% (KENYON & ANDERSON 1988; REINECCIUS et al,

1991). Por outro lado, maltodextrinas têm baixa capacidade emulsificante e limitação

para retenção de substâncias voláteis, necessitando sua associação com a goma arábica

que resulta no encarecimento do processo (SHAHIDI & HAN 1993;

APINTANAPONG; NOOMHORM, 2003; RISCH; REINECCIUS, 1995; DIAS, 2009).

O amido modificado ou Capsul® é um agente encapsulante usado pela excelente

retenção de voláteis (acima de 93%), pela estabilização da emulsão, baixa viscosidade,

propriedade emulsificante e capacidade de reter o encapsulado mais para o interior da

microcápsula (KING; TRUBIANO; PERRY, 1976; DIAS, 2009). O Capsul® é

modificado quimicamente por meio de hidrólise parcial do amido seguida da reação

com um componente hidrofóbico, o ácido octenil succínico (REINECCIUS, 1988),

como indicado na Figura II.4. Com isso, o amido é atraído para a interface óleo-água de

uma emulsão, podendo assim ser utilizado como encapsulante. O polímero assim

produzido tem boa solubilidade em água e excelente retenção do material volátil de

aroma após a secagem, excelente capacidade emulsificante, inclusive para óleos

essenciais cítricos e vegetais. (BANGS; REINECCIUS, 1988; TRUBIANO;

LACOURSE, 1988). Também tem se tornado um substituto da goma arábica nos

processos de microencapsulamento por custar em média 3 vezes menos (FINOTELLI,

2002; ARBURTO; TAVARES; MARTUCCI, 1998). De acordo com o laudo analítico

fornecido pelo fabricante, o Capsul® é um amido alimentício modificado obtido de

milho ceroso, o qual possui baixo teor de amilose (WEBER, 2005), com valor de pH em

torno de 3,25 e altamente solúvel em água (97%). É utilizado pelas indústrias

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Capítulo II – REVISÃO BILIOGRÁFICA 28

farmacêutica e alimentícia como um aditivo alimentar desde que o conteúdo de ácido

octenil succínico não exceda 3% (MAIA, 2004; BASTOS, 2007). Além disso, o Capsul

possui baixa viscosidade, o que permite seu uso em maiores concentrações que a goma

arábica e isso explica, ao menos parcialmente, a melhor retenção de sabor.

(REINECCIUS, 1988).

Figura II.4 - Reação de Obtenção do Capsul® Fonte; Finotelli (2002)

A CMC é largamente utilizada em diversas indústrias, como a têxtil,

farmacêutica, química e de alimentos. Sua aplicabilidade se dá em função de suas

propriedades funcionais gelificante, emulsificante, estabilizante e formadora de filmes.

Na indústria farmacêutica, é normalmente utilizada para promover maior solubilidade a

drogas hidrofóbicas (FEDDERSEN & THORP, 1993). Além disso, existem relatos

sobre seu uso na imobilização de células (ULUDAG, DE VOS & TRESCO, 2000) e

enzimas (DALLA-VECCHIA et al 2005). Porém, a utilização da CMC como agente

microencapsulante de nutrientes ainda é desconhecida. (Figura II.5)

Fonte; Pierucci, (2005)

Figura II.5 - Estrutura do CMC (carboximetilcelulose)

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Capítulo II – REVISÃO BILIOGRÁFICA 29

O concentrado protéico de ervilhas (CPE) é um material obtido a partir de

ervilhas amarelas (Pisum sativum), que possui alto teor em proteínas (82%). Devido ao

seu baixo conteúdo em fatores antinutricionais e à sua propriedade não alergênica, o

CPE tem sido utilizado como alternativa para a fortificação em diversos tipos de

alimentos e produtos farmacêuticos (SCHWENKE, 2001). As propriedades funcionais

do CPE foram investigadas por (CHOI & HAN 2001), os quais verificaram que os

filmes comestíveis produzidos com CPE possuem força e elasticidade resistentes ao

manuseio, com propriedades físicas e mecânicas compatíveis com filmes de proteínas

de soja e de soro de extrato. Além disso, os autores também concluíram que durante a

desnaturação térmica, houve a formação de pontes intermoleculares de sulfito, que

resultou no aumento da integridade dos filmes formados (CHOI & HAN, 2002).

Inulina é uma frutana polidispersa, constituída de uma mistura de polímeros e

oligômeros superiores lineares de frutose. As unidades de β-D-frutofuranosil são

mantidas entre si por ligações do tipo β(2→1), e possuem uma molécula de glicose na

porção inicial de cada cadeia linear de frutose unida por uma ligação tipo (α1-β2

(ROBERFROID, 1993). O GP destas cadeias pode alcançar 60 unidades ou mais de

frutosila (VAN HAASTRECHT, 1995).

A hidrólise (ácida ou enzimática) da inulina produz oligômeros lineares,

estruturalmente designados GFn, em que G e F são glicose e frutose, e n representa o

número de unidades frutofuranosil obtidas pela hidrólise; Fm é constituída apenas por

frutose e m representa o número de unidades frutofuranosil obtidas. Os valores de n e m

variam entre 2 e 9 (DE BRUYN et al., 1992), sendo que GFn e Fm têm propriedades

físico-químicas muito semelhantes. Embora se observe a presença de grupo terminal

frutose redutor, os produtos tipo Fm são redutores, enquanto os GFn são não-redutores.

Oligômeros de frutose (a fração com baixo GP) são denominados de fruto-açúcar,

frutooligossacarídeos (FOS) ou, de forma simplificada, oligofrutoses (ROBERFROID,

1993).

Alguns polissacarídeos de origem marinha como: alginato, quitosana e

carragena, possuem aplicações para processos de encapsulação. Esses compostos podem

criar um ambiente mais adequado em regiões específicas do alimento - por exemplo, um

ambiente mais ácido na superfície do produto, favorecendo o efeito de ácidos orgânicos

utilizados como conservantes (BARROSO, 2012).

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Capítulo II – REVISÃO BILIOGRÁFICA 30

II.5 - Técnicas de microencapsulamento

Os métodos de microencapsulamento podem ser divididos em: métodos

mecânicos, se destacando a atomização com secagem ou spray drying, spray coating,

spray chilling, leito fluidizado, extrusão, centrifugação com múltiplos orifícios, co-

cristalização, liofilização; métodos físico-químicos, como os processos de coacervação

simples ou complexa, separação por fase orgânica, envolvimento lipossômico ou

separação de fases; e métodos químicos, como por exemplo, a polimerização interfacial

e inclusão molecular; (RÉ, 1998 CARDOSO, 2000).

A escolha do método depende das características físico-químicas do material

nuclear, do material de cobertura, do tamanho das partículas obtidas e o custo

operacional, para então definir o método de preparação (WENDEL & ÇELIK, 1997;

WATANABEA et al., 2004).

A formação das cápsulas segue três etapas gerais: preparação de uma suspensão,

deposição do material de parede ao redor do recheio e fixação ou solidificação da

estrutura da parede, realizada por aquecimento, ligações cruzadas ou retirada do

solvente (BARROSO, 2012).

Os sistemas parede-recheio dão origem à formação de dois tipos de

microcápsulas; emulsão do tipo óleo em água ou vice-versa (método convencional) e

parede e recheio dispersos em uma única fase do mesmo solvente. Cada sistema produz

cápsulas com características de retenção do recheio diferentes e consequentemente,

podem apresentar características de liberação também distintas (BARROSO, 2012).

II.5.1 - Spray Drying

É um processo de secagem por atomização com partículas suspensas no ar, que

vem sendo usado há décadas em diversos processos industriais para a obtenção de

materiais desidratados na forma de pós finos. Consiste na formação de um material

particulado sólido a partir da atomização de um sistema líquido sob uma corrente de ar

quente, no interior de uma câmara de secagem. Este sistema líquido pode se apresentar

como uma dispersão ou uma pasta. Objetivamente o spray drying pode ser descrito em

4 etapas distintas de maneira sucessiva: atomização do líquido, contato do líquido

atomizado com o ar aquecido, secagem do material e separação do produto seco a partir

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Capítulo II – REVISÃO BILIOGRÁFICA 31

do ar aquecido (MARRETO,2006; RÉ, 1998; LOKSUWAN, 2007; DIAS, 2009;

PIERUCCI, 2005).

Na área de alimentos, promove a secagem de soluções, suspensões, emulsões e

polpas. O processo é de relativo baixo custo, quando comparado à liofilização, e

apresenta diversas vantagens como alta produtividade, rapidez, aplicabilidade para

produtos termicamente sensíveis e no caso de alimentos, um produto com maior valor

nutritivo, estável e versátil (RÉ, 1998; BARROSO, 2012; SOUZA, 2007).

As principais variáveis do processo de secagem por spray drying são de ordem

operacional, como a temperatura do ar de entrada e saída, padrão do fluxo de ar,

distribuição de temperatura e umidade, tempo de residência, e de ordem estrutural,

como geometria da câmara e o tipo do atomizador (RÉ, 1998; CARDOSO, 2000).

Quanto às características relativas ao fluído atomizado, especial atenção é dada a

viscosidade, solubilidade, estabilidade da solução/ suspensão/ emulsão formada, etc.

A microencapsulação por spray drying baseia-se na obtenção de uma matriz que

retém o composto de interesse na sua estrutura. Essa estrutura formada é normalmente

do tipo “esponja”, com o recheio disperso ao longo da mesma. A distribuição do recheio

faz dessa partícula um sistema multinucleado sendo adotado muitas vezes o termo

microesfera para defini-la (TEUNOU; PONCELET, 2002).

Devido às vantagens de secagem rápida, evitando que altas temperaturas afetem

o recheio, relativo baixo custo, alta retenção do recheio e boa estabilidade quanto à

estocagem (REINECCIUS, 1988; JACKSON; LEE, 1991; RÉ, 1998; ONEDA; RÉ,

2000), esse processo vem sendo muito estudado para obtenção de partículas com

utilizações diversas pela indústria farmacêutica, de alimentos, agrícola, dentre outras.

A formação da micropartícula por spray drying ocorre pela rápida perda de

umidade da gotícula aspergida pelo atomizador e consequente formação de uma matriz

rígida composta pelo material de parede. A eficiência na retenção do recheio está

associada a parâmetros do processo como temperatura de secagem e tamanho de

gotícula formada, características do material de parede, como temperatura de transição

vítrea, tamanho das moléculas e características do recheio como polaridade, pressão de

vapor, tamanho de molécula (RÉ, 1998; CARDOSO, 2000; REINECCIUS, 1988). A

retenção do recheio envolve também um fenômeno de difusão seletiva (RÉ, 1998) onde

numa primeira fase, o recheio se difunde na solução do material de parede. Com a

rápida perda da umidade e o início da formação da matriz, o coeficiente de difusão do

recheio, comparado ao da água, através da mesma, começa a diminuir rapidamente e

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Capítulo II – REVISÃO BILIOGRÁFICA 32

assim ocorre a retenção, em paralelo à formação da parede da cápsula. As

microcápsulas formadas pelo processo de spray drying apresentam tamanhos variando

entre 10 e 100μm (FINNEY; BUFFO; REINECCIUS, 2002).

O tipo mais comum é de ciclo aberto co-corrente, no qual a substância

atomizada e o ar secante são simultaneamente injetados na mesma direção em uma

câmara, normalmente através de bicos concêntricos. A secagem ocorre na câmara

quando há mistura entre a substância e o ar; as partículas resultantes separam-se do ar,

sendo depositadas em uma câmara-base. Esse tipo de equipamento é utilizado em todas

as indústrias onde as temperaturas de secagem são inferiores a 600 °C (química,

laticínios, alimentos, cerâmica e bioquímica). (Figura II.6) (CARDELLO;

CELESTINO, 1996)

Figura II.6 - Esquema de spray drying de ciclo aberto co-corrente. 1- alimentação; 2- ar

quente; 3- pó; 4- ciclone de separação; 5- exaustão do ar úmido; Fonte: Zbicinski et al,

(2000)

II.5.2 - Liofilização

A liofilização é uma técnica de secagem por refrigeração, na qual a retirada de

umidade dos produtos é feita por sublimação a partir dos produtos, previamente

congelados. (COSTA, 2007). Os liofilizadores, em geral, mantêm os alimentos

congelados a uma temperatura de ate -40°C e, em seguida, com o aumento gradativo da

temperatura, a água congelada é retirada sob a forma de vapor. A liofilização ocorre em

três estágios: (1) congelamento do alimento em um equipamento de congelamento

convencional; (2) remoção da água durante a secagem; (3) secagem do alimento.

(FELOWS, 2006).

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Capítulo II – REVISÃO BILIOGRÁFICA 33

A vantagem da utilização da liofilização na secagem é a manutenção das

características nutritivas e sensoriais do produto final. Contudo, trata-se de uma

operação mais lenta, com custo mais alto, já que o congelamento e a produção do vácuo

constituem custos adicionais no processo de secagem. Assim, o uso dessa técnica na

indústria de alimentos está restrito aos produtos de altos valores agregados, como café,

chás e infusões, ingredientes para comida pronta como legumes, macarrão, carne,

pescado, além de várias ervas aromáticas (RATTI, 2001).

É reconhecidamente o melhor método para obtenção de produtos desidratados de

alta qualidade. Este processo de secagem possui uma série de vantagens que o torna o

método preferido para a conservação de materiais biológicos (MLADENOV et al.,

1993; PITOMBO, 2001). O material permanece congelado até estar completamente

seco, portanto elimina-se o encolhimento e a migração dos constituintes dissolvidos, ou

seja, o processo retém a forma original do material. O produto final liofilizado apresenta

uma estrutura uniforme e uma porosidade muito fina, permitindo uma reidratação muito

rápida, embora o torne mais susceptível á ação da umidade e oxigênio (COSTA, 2007).

Além disso, as modificações físico-químicas são inibidas, minimizando a perda de

constituintes voláteis ou a perda de atividade biológica ou outra atividade na

preservação da estrutura molecular (PITOMBO et al., 1994; PITOMBO, 1999;

PITOMBO & LIMA, 2003).

É um processo de não-equilíbrio que está sob controle cinético e envolve estados

vítreos meta-estáveis ao invés de equilíbrio termodinâmico de fases (FRANKS, 1991).

Portanto, o entendimento da liofilização está relacionado às questões estruturais, como

as transições vítreas, e os fenômenos reológicos (PITOMBO, 1989). Portanto, os

produtos liofilizados possuem boa estabilidade durante o armazenamento, resultando

em longo tempo de vida-de-prateleira (PITOMBO, 1989; FITZPATRICK &

SAKLATVALA, 2003).

Mukai-Correa et al. (2005) constataram a considerável reidratação de

microcápsulas secar por liofilização após contato com a água e mudança parcial de sua

estrutura. Além disso, essas microcápsulas podem se prestar ao desenvolvimento de

microdietas para substituir ou complementar, em parte, o alimento vivo.

É uma técnica que vem mostrando eficiência para processos de

microencapsulação, pois desenvolve microcápsula de dimensões bem definidas, como

observados no estudo de microencapsulação de bactérias probióticas, L. paracasei

realizado por Semyonov et al, (2010). Outro fator importante dessa técnica envolve a

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Capítulo II – REVISÃO BILIOGRÁFICA 34

influência da pressão em sua eficiência, onde pressões acima de 100 mPa podem

provocar degradação na estrutura do polímero (material de parede) resultando na

coalescência de gotas e emulsões com partículas de tamanhos menores, que podem

levar à redução do produto de interesse (KAUSHIK et al, 2007).

No Brasil, há indústrias que utilizam o processo de liofilização, no entanto, sua

produção é quase toda voltada para exportação, decorrente de equipamentos específicos

de alto valor e dispendiosa manutenção. Contudo, com a crescente mudança de hábitos

alimentares, espera-se que a liofilização desempenhe um papel cada vez mais

importante para conservação dos alimentos (BORGOGNONI, 2005).

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Capítulo III – OBJETIVOS 35

III – Objetivos

III.1 - Objetivo Geral

Extrair e modificar quimicamente o amido de junça para utilização no processo

de microencapsulamento do extrato fluido obtido desse tubérculo levando em

consideração a manutenção da estabilidade microbiológica e aumento do tempo

prateleira.

III.2 - Objetivos Específicos

Avaliar o processo de obtenção e otimização do extrato e amido de junça via

estratégia sequencial de planejamento;

Realizar a modificação química do amido extraído;

Caracterizar morfologicamente e físico-quimicamente o amido nativo, o amido

modificado da junça e microesferas do extrato de junça;

Avaliar preliminarmente o uso de diferentes matrizes poliméricas, incluindo o

amido de junça modificado, no processo de microencapsulamento desse extrato;

Otimizar o processo de microencapsulamento do extrato de junça, via DCCR;

Avaliar a estabilidade das microesferas de extrato de junça via determinação de

vitamina C, índice de solubilidade, tempo de prateleira e estabilidades oxidativa

e microbiológica;

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Capítulo IV – METODOLOGIAS EXPERIMENTAIS 36

IV - METODOLOGIAS EXPERIMENTAIS

IV. 1 - Obtenção e preparo da matéria-prima

A junça (Cyperus esculentus) com diâmetros de 0,5-1,0 cm foi obtida no

município de Morros-MA, latitude 02° 51’ 52” S e longitude 44° 02’ 22” W, a leste da

capital maranhense. O tubérculo foi sanitizado com solução 10% de hipoclorito de sódio

e em seguida lavado com água destilada, seco a 50°C por 48 h e posteriormente

estocado sob congelamento. (- 4°C).

IV. 2 - Extrato de junça

IV. 2.1 Produção do extrato de junça

Para produção do extrato, 40 g de junça foram supsensas em 100 ml de uma

solução de de metabissulfito de sódio (Sigma-Aldrich CO., MO, USA). A supensão foi

incubada em banho maria (QUIMIS) sem agitação. Após a saturação a junça foi lavada

com água destilada e, em seguida, foi adicionada água deionizada para realização da

trituração num liquidificador industrial (Fak metalurgica 800 W). Posteriormente, para

remoção do material sólido e obtenção do extrato, utilizou-se uma peneira com abertura

de 0,2 mm. O procedimento de extração foi realizado de acordo com o diagrama de

blocos mostrado na Figura IV.7.

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Capítulo IV – METODOLOGIAS EXPERIMENTAIS 37

Figura IV.7 – Produção do extrato de junça.

IV. 2.2 - Otimização do processo de produção do extrato de junça.

Para otimização da produção do extrato fluido de junça, utilizou-se a estratégia

sequencial de planejamentos experimentais. Primeiramente, foi aplicado um

planejamento experimental fatorial fracionário em dois níveis com 4 variáveis 24-1

,

totalizando 8 pontos fatoriais e 3 pontos centrais (CESTARI et al, 1996). O objetivo do

planejamento fatorial fracionário foi avaliar os fatores (variáveis independentes)

estatisticamente significativos, no nível de significância de 10% (p < 0,1) para produção

do extrato de junça e 5% (p < 0,05) para extração do amido da farinha de junça. Para o

planejamento experimental fatorial fracionário, os parâmetros fixados e adotados como

variáveis independentes, para produção do extrato foram: concentração de

metabissulfito de sódio (%), tempo de saturação (h), proporção de água e temperatura

de saturação (°C). As variáveis resposta utilizadas para seleção das melhores condições

Junça (40g)

Sanitização

Saturação em solução de

Na2S2O5

Lavagem

Moagem e adição de

água deionizada

Peneiramento (0,2mm)

Extrato de Junça

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Capítulo IV – METODOLOGIAS EXPERIMENTAIS 38

em relação à produção do extrato foram: o rendimento do extrato e as concentrações de

proteína, cálcio, lipídio e amido.

A Tabela IV.10 apresenta os valores que representam os limites para cada

parâmetro estudado na obtenção do extrato de junça.

Vale ressaltar que o intervalo de temperatura variou de 25-65°C, sendo o último

definido previamente até 60°C pelo fato de que temperaturas superiores causam a

gelatinização do amido (CORTÉS et al, 2004; DJOMDI et al, 2007; EJOH et al, 2006).

Tabela IV.10 - Fatores e níveis estudados via planejamento experimental fatorial

fracionário para produção do extrato de junça.

Após o planejamento fatorial fracionário, foi realizado um Delineamento

composto central rotacional (DCCR) para obtenção das condições ótimas para produção

do extrato de junça.

Para produção do extrato de junça foi realizado um delineamento de dois níveis

com 8 pontos fatoriais (23), 6 pontos axiais e 3 pontos centrais para as variáveis

independentes: Concentração de metabissulfito de sódio (X1), tempo de saturação (X2) e

temperatura de saturação (X3), apresentados na Tabela IV.11. Os valores mostrados na

Tabela IV.11 representam os limites para cada parâmetro estudado. As variáveis de

resposta utilizadas para a seleção das melhores condições foram: concentrações de

proteína (%), amido (%) e açúcar total (%) e rendimento em produto (%).

Fatores Níveis

-1 0 +1

Metabissulfito de sódio (X1) (% m/v)

Tempo de saturação (X2) (h)

Temperatura de saturação (X3) (°C)

Proporção de água (X4)

0,025 0,075 0,125

8,000 19,00 30,00

25,00 35,00 55,00

1:1 1:3 1:5

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Capítulo IV – METODOLOGIAS EXPERIMENTAIS 39

Tabela IV.11 Fatores e níveis estudados via delineamento composto central rotacional

para produção do extrato de junça.

*Concentração de metabissulfito de sódio (X1); Tempo de saturação (X2); Temperatura

de saturação (X4)

IV. 2.3 - Desireability Function (DF)

Essa função tem como objetivo mostrar os melhores valores para cada variável

analisada por meio do Delineamento composto central rotacional, quando o mesmo

ocorre com mais de uma variável resposta, cuja função (𝑑𝑓𝑖) se baseia em um intervalo

numérico de 0-1, onde 1 e 0 significam o máximo e o mínimo, respectivamente, de

desejabilidade conforme a equação de Derringer e Suich (Eq.1) (1980) (GHAEDI et al.,

2015)

(𝑑𝑓𝑖) = (U – α)wi

, α ≤ U ≤ β

(β – α)

(𝑑𝑓𝑖) = 1, U > β

(𝑑𝑓𝑖) = 1, U < α (1)

Na Eq. (1) α e β são os menores e maiores valores, respectivamente, (obtidos da

resposta i) e wi é o nível de importância. Na Eq. (2) os escores de desejabilidade

individuais para os valores previstos de cada variável dependente são combinados com a

função DF por meio de suas médias geométricas para todos os valores diferentes de

(𝑑𝑓𝑖).

DF = [𝑑𝑓𝑖v11 x 𝑑𝑓𝑖v2

2 . . . 𝑑𝑓n]1/n

, 0 ≤ 𝑣𝑖 ≤ 1 (i = 1, 2, 3, . . ., n)

∑ 𝑣𝑖𝑛𝑖−1 = 1 (2)

Onde, 𝑑𝑓𝑖 indica a desejabilidade da resposta Ui (i = 1, 2, 3, . . ., n) e 𝑣𝑖 representa a

importância das respostas, conseguindo assim, avaliar os níveis das variáveis de

Fatores* Níveis Ponto axial (α = 1,68)

-1 0 +1 - α + α

X1 (%) 0,075 0,18 0,30 0,05 0,37

X2 (h) 4,000 6,00 8,00 3,00 9,00

X3 (T°C) 25,00 30,0 35 21,6 38,4

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Capítulo IV – METODOLOGIAS EXPERIMENTAIS 40

previsão que produzem as respostas esperadas mais desejáveis (KHODADOUST et al,

2013).

IV. 3 – Amido da farinha de junça.

IV. 3.1 Extração do amido de junça

Para extração do amido da junça, foi realizada uma moagem dos tubérculos,

previamente secos a 50°C por 48 h e sanitizados com solução de 10% de hipoclorito de

sódio, por meio de um moinho de facas tipo Willye (tecnal TE – 680). O processo de

extração foi realizado conforme o procedimento descrito por Guraya et al. (2004) com

modificações, utilizando 10 g da farinha de junça em suspensão numa solução de 125

ml de bissulfito de sódio (Sigma-Aldrich CO., MO, USA). A suspensão foi incubada em

banho-maria seguida de um processo de moagem num processador industrial (Fak

metalurgica 800W). Posteriormente, a mistura foi passada por uma peneira de 100 mesh

para, em seguida, ser centrifugada a 2515,5 g por 10 minutos. O sobrenadante foi

descartado e o resíduo de fundo submetido a uma secagem em liofilizador a -40°C. O

procedimento de extração foi realizado conforme o diagrama de blocos apresentrado na

Figura IV.8.

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Capítulo IV – METODOLOGIAS EXPERIMENTAIS 41

Figura IV.8 – Extração do amido da farinha de junça.

IV. 3.2 Otimização do processo de extração do amido de junça.

Assim como para otimização da produção do extrato de junça, utilizou-se a

estratégia sequencial de planejamentos, por meio de um planejamento experimental

fatorial fracionário em dois níveis com 4 variáveis 24-1

, totalizando 8 pontos fatoriais e 3

pontos centrais, seguido de um delineamento composto central rotacional (DCCR).

Para o planejamento experimental fatorial fracionário, os parâmetros fixados e

adotados como variáveis independentes, para extração do amido foram: concentração de

bissulfito de sódio, tempo de saturação (h), tempo de mistura (min) e temperatura de

saturação (°C). A variável resposta utilizada para seleção das melhores condições

operacionais foi o rendimento em amido (%)

Farinha de junça (10g)

Banho-maria

Moagem

Peneira – 100 mesh

Centrifugação – 2515,5 g

Secar em liofilizador

Retido sólido

125ml NaHSO3

Retido descartado

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Capítulo IV – METODOLOGIAS EXPERIMENTAIS 42

A Tabelas IV.12 apresenta os valores que representam os limites para cada

parâmetro estudado na obtenção do amido de junça.

Vale ressaltar que o intervalo de temperatura variou de 25-55°C, sendo o último

definido previamente até 60°C pelo fato de que temperaturas superiores causam a

gelatinização do amido (CORTÉS et al, 2004; DJOMDI et al, 2007; EJOH et al, 2006).

Tabela IV.12 - Fatores e níveis estudados via planejamento experimental fatorial

fracionário para extração do amido de junça

Após o planejamento fatorial fracionário, foi realizado um DCCR para obtenção

das condições ótimas para produção para extração do amido.

Para extração do amido, foi realizado um delineamento de dois níveis com 16

pontos fatoriais (24), 8 pontos axiais e 3 pontos centrais para as variáveis independentes:

Bissulfito de sódio (Y1), tempo de saturação (Y2), tempo de mistura (Y3) e temperatura

de saturação (Y4). A variável resposta utilizada foi o rendimento em produto (%). Esse

delineamento com todos os valores limites para cada parâmetro são apresentados na

Tabela IV.13.

Tabela IV.13 - Fatores e níveis estudados via delineamento composto central rotacional

para extração do amido de junça.

*Concentração de bissulfito de sódio (Y1); Tempo de saturação (Y2); Tempo de mistura

(Y3) Temperatura de saturação (Y4).

Fatores Níveis

-1 0 +1

Bissulfito de sódio (Y1) (% m/v)

Tempo de saturação (Y2) (h)

Tempo de mistura (Y3) (min)

Temperatura de saturação (Y4) (°C)

0,06 0,16 0,26

12,0 16,0 20,0

10,0 20,0 30,0

25,0 37,5 50,0

Fatores* Níveis Ponto axial (α = 2,00)

-1 0 +1 - α + α

Y1 (%) 0,16 0,40 0,28 0,04 0,52

Y2 (h) 15,0 22,5 30,0 7,50 37,5

Y3 (min) 20,0 30,0 40,0 10,0 50,0

Y4 (T°C) 25,0 30,0 35,0 20,0 40,0

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Capítulo IV – METODOLOGIAS EXPERIMENTAIS 43

IV. 3.3 - Modificação química do amido extraído da junça

A succinilação do amido foi realizada em meio alcalino segundo procedimento

descrito por Song et al, (2006). Sete gramas do amido foram suspensos em 20 mL de

água deionizada e pH ajustado em 8,5. Uma quantidade de 0,21 g do ácido octenil

succínico (OSA) foi diluído 3 vezes, em álcool etílico absoluto. A reação de

modificação do amido totalizou 4 h sendo conduzida a 35°C em banho-maria com

agitação. Foi adicionado 90 μL da solução de OSA a cada 15 minutos durante as duas

primeiras horas, com agitação e ajuste do pH em 8,5 com hidróxido de sódio (0,1 M).

Nas duas horas seguintes, o pH da solução foi ajustado de 20 em 20 minutos. No

término da reação o pH foi ajustado em 6,5 com uma solução de ácido clorídrico 3%

(p/p). A mistura foi centrifugada a 1232,6 g por 10 minutos e lavada duas vezes com

água deionizada e álcool etílico 70% respectivamente. O resíduo foi seco em uma estufa

a 35°C por 48 h.

IV.3.4 - Determinação do grau de substituição (GS) do amido de junça modificado.

O grau de substituição foi realizado por uma titulação alcalina, segundo o

procedimento de Kweon et al. (2001). Inicialmente, 1g do amido modificado de junça,

foi disperso em 25 ml de uma solução 2,5 mol.L-1

ácido clorídrico/álcool isopropílico

sob agitação por 30min. A dispersão foi filtrada (papel de filtro) em um funil de

separação a vácuo e o resíduo lavado com 100 ml de álcool isopropílico. Em seguida, o

retido foi disperso em 300 ml de água deionizada e aquecido em um banho-maria com

água fervendo por 20min para a gelatinização do grânulo de amido. A dispersão foi

titulada com uma solução de 0,1 mol.L-1

de hidróxido de sódio (NaOH). O grau de

substituição foi determinado de acordo com a equação 3.

GS = 0,162 x (A x N/p)

1 – [0,101 x (A x N/p)]

(3)

Onde: A = volume de NaOH utilizado na titulação; N = normalidade da solução de

NaOH; P = peso do amido seco.

Durante a titulação, o amido pode sofrer alguma degradação, sendo necessário obter um

valor branco pela titulação do amido não substituído (SWEEDMANA et al, 2013).

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Capítulo IV – METODOLOGIAS EXPERIMENTAIS 44

IV. 3.5 - Determinação do teor de amilose dos grânulos.

O teor de amilose foi determinado utilizando o método colorimétrico do iodo

simplificado, que se baseia na transmissão de luz através de um complexo colorido que

a amilose forma ao reagir com o iodo, de acordo com a metodologia de Martinez e

Cuevas (1989). O complexo formado foi medido no comprimento de onda de absorção

máxima de luz 610 nm em espectrofotômetro de absorção molecular UV-vis. Foi

utilizada a amilose pura de batata (Sigma Chemical) como padrão. A determinação da

amilopcetina foi realizado por diferença em relação ao valor de amilose.

IV. 3.6 - Poder de intumescimento (PI) e índice de solubilização (IS) dos grânulos.

O poder de inchamento e índice de solubilização foram determinados conforme

a metodologia de Leach et al. (1959), com modificações. Em tubos de centrífuga, foram

colocados aproximadamente 1,25 g de amido e 15 mL de água destilada. Os tubos com

a suspensão foram levados para um banho termostático em diferentes temperaturas (30,

40, 50, 60, 70 e 80) ºC, por 30 minutos, sendo homogeneizados em um agitador de

tubos a cada 5 minutos. Em seguida, os tubos foram centrifugados a 9000 rpm por 10

minutos. O sobrenadante foi colocado em placa de Petri. A placa com sobrenadante foi

seca em estufa por 3 horas a 105 ºC e pesada para determinação do amido solubilizado.

O amido sedimentado no tubo de centrífuga foi pesado. O poder de inchamento (PI) e o

índice de solubilidade (IS) foram calculados de acordo com as Equações 4 e 5,

respectivamente.

P.I (g.g-1

) = PRC (4)

PA-PRE

I.S (%) = PRE x 100 (5)

PA

Onde; PRC = Peso do resíduo da centrifugação em gramas;

PA = Peso da amostra em gramas;

PRE = Peso do resíduo da evaporação em gramas;

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Capítulo IV – METODOLOGIAS EXPERIMENTAIS 45

IV.4 - Microencapsulamento do extrato de junça

IV.4.1 Avaliação preliminar de alguns biopolímeros utilizados no processo de

microencapsulamento do extrato de junça

O material encapsulante foi definido de acordo com o estudo realizado por Silva

(2012) a partir do estudo preliminar que avaliava a inlfluência no índice de estabilidade

de emulsão (I.E) e pH da bebida da combinação de alguns biopolímeros como: 10 %

goma arábica/8,5% maltodextrina (A1), 0,6% goma xantana/1,0% maltodextrina (A2),

10 %inulina (A3) e 10% inulina/0,5% amido de junça modificado (A4). Foi avaliado,

também, o índice de emulsão e pH para o extrato de junça controle sem uso de

quaisquer encapsulantes, que foi denominado de branco (Br).

O processo de microencapsulamento foi realizado por liofilização, logo após a

obtenção do extrato de junça e inserção dos blends encapsulantes, para evitar qualquer

oxidação de seus componentes e/ou perda de sua estabilidade microbiológica. As

amostras foram suspensas em 10 ml de água e colocadas sob agitação (10 min) por meio

de um bastão magnético. Depois, foram congeladas em ultrafreezer a -40 °C por 24 h.

Em seguida foi levada ao liofilizador de bancada L101 por um período de

aproximadamente 48 h. A temperatura de saída da amostra foi de aproximadamente 25

°C em uma pressão aproximada de 77 μmHg.

IV.4.2 Otimização do processo de microencapsulamento do extrato de junça

Com intuito de adequar o processo de microencapsulamento do extrato de junça,

foi realizado um delineamento composto central rotacional (DCCR) com dois níveis e

duas variáveis independentes: concentrações de inulina (Z1) e amido de junça

modificado (Z2). Esse delineamento apresentou 4 pontos fatoriais, 4 pontos axiais e 5

pontos centrais. A variável resposta estudada foi o índice de estabilidade (I.E) (item

IV.4.4). Esse delineamento com todos os valores e limites para cada parâmetro são

apresentados na Tabela IV.14

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Capítulo IV – METODOLOGIAS EXPERIMENTAIS 46

Tabela IV.14 - Fatores e níveis estudados via delineamento composto central rotacional

para avaliação da estabilidade de emulsão do microencapsulado de extrato de junça

reconstituído.

* Concentração de inulina (Z1); Concentração de amido modificado de junça (Z2)

IV. 4.3 Solubilidade do extrato microencapsulado.

A solubilidade das amostras foi determinada segundo a metodologia modificada

descrita por Cano-Chauca (2005). Para a análise, 0,25 g de cada amostra foram

colocados em becker de 50 ml e adicionados 25 ml de água destilada, obtendo-se uma

suspensão, a qual foi centrifugada 905,6 g, por 5 min. Em seguida, 20 ml do

sobrenadante foi colocado em placa de petri seca e vazia, com massa computada

anteriormente, que foi levada à estufa de circulação de ar a 105°C por 5 h. A

solubilidade foi calculada pela diferença de massa e os resultados serão expressos em

percentual de solubilidade.

IV. 4.4 Índice de emsulsificação do extrato microencapsulado (I.E).

Para avaliar o índice de estabilidade de emulsão, reconstituiu-se 2,5 g de extrato

de junça microencapsulado com 10 ml de água destilada em tubos de ensaio de 15 ml

sob agitação (vortex) por 10 min. Após 24 h avaliou-se a formação de fases, que foram

mensuradas verticalmente em centímetros por meio de um paquímetro (Digimess). Para

cálculo do índice de estabilidade utilizou-se a Equação 6. Em relação à magnitude da

estabilidade de emulsão, quanto mais próximo do número absoluto 1,0, maior a

estabilidade do extrato de junça microencapulado.

I.E = altura da emulsão (6)

altura total

Fatores* Níveis Ponto axial (α = 1,41)

-1 0 +1 - α + α

Z1 (%) 5,0 7,5 10 3,96 11,03

Z2 (%) 0,5 0,75 1,0 0,39 1,10

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Capítulo IV – METODOLOGIAS EXPERIMENTAIS 47

IV. 4.5 Estabilidade oxidativa do extrato microencapsulado.

Para determinação da estabilidade oxidativa do extrato de junça

microencapsulado foi utilizada a técnica de condutimetria, que baseia-se no registro das

variações de condutividade da água destilada proveniente da coleta de ácidos de baixo

peso molecular, obtidos após oxidação forçada da amostra (SILVA, 1999). Para esta

análise utilizou-se o equipamento Rancimat (marca Metrohm, modelo 743; Suiça),

segundo método Cd 12b-92 da AOCS (1997). As análises foram realizadas por um

período de 70 horas. Utilizou-se 3 g de amostra, temperatura de 110 ºC, fluxo de ar de

10 L/min e volume de água deionizada de 50 ml nos frascos contendo os eletrodos.

A oxidação foi induzida pela passagem de ar pela amostra, que foi mantida à

temperatura constante. As leituras de condutividade crescente da água em função do

acúmulo destes compostos de oxidação resultaram em uma curva, que traçada em

função do tempo de reação, permitiu o cálculo de período de indução (PI), expresso em

horas.

IV. 4.6 Tempo de prateleira do extrato de junça in natura e microencapsulado.

O tempo de prateleira foi avaliado por meio de determinação do pH (medido em

pHmetro Digmed DM-22) ao longo de 60 dias para amostras de extrato de junça in

natura e microencapsulada.

A amostra in natura foi armazenada sob refrigeração a 8 ºC durante todo período

de análise. Já a amostra de extrato microencapsulado de junça foi armazenda na

ausência de luz em temperatura ambiente de 25 ºC. Para determinação do pH do extrato

de junça microencapsulado, foi realizada sua reconstituição em água deionizada na

proporção 1:5 m/m no intervalo de 0 a 60 dias.

IV. 4.7 Estabilidade microbiológica do extrato de junça in natura e

microencapsulado

Foi estimada a estabilidade microbiológica do extrato de junça por meio da

enumeração de mesófilos aeróbios totais e fungos totais, adotando-se contagens de 5 e 4

log UFC/ml, respectivamente, como limites máximos para manutenção da qualidade do

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Capítulo IV – METODOLOGIAS EXPERIMENTAIS 48

produto (MOYSSIADI, 2004). A avaliação microbiológica foi realizada nos tempos: 0,

7, 15, 30 e 50 dias. Todas as análises foram realizadas em triplicata.

Em um tubo contendo 9 ml de água peptonada 0,1% (Difco®, França), foi

colocado 1 g das amostras (liofilizada reconstituída e in natura), pesada em condições

assépticas, com posterior homogeneização em Vortex Basic modelo K45-2820 (Kasvi,

Paraná, Brasil), para realização das diluições seriadas de forma que a contagem de

unidades formadoras de colônias fosse possível (MIDURA; BRYANT, 2001).

Para cada diluição, foi realizado o plaqueamento em profundidade em Ágar

Padrão para Contagem (Difco®, França), e as placas foram incubadas à 35°C por 48 h

para contagem total de aeróbios mesófilos (MORTON, 2001). Já para contagem de

bolores e leveduras, o plaqueamento foi realizado em superfície em Ágar Dicloran Rosa

de Bengala Cloranfenicol (Difco®, França) e as placas foram incubadas à 25 ºC por

cinco dias (BEUCHAT; COUSIN, 2001).

IV. 5 - Caracterização físico-química do extrato de junça microencapsulado, do

amido e do amido modificado de junça.

IV. 5.1 - Morfologia por microscopia eletrônica de varredura. (MEV)

A morfolofia do amido de junça (modificado e natural) e das microesferas foi

determinada por microscopia eletrônica de varredura de acordo com a metodologia,

modificada, descrita por Shu (2006). Cada amostra foi pulverizada sobre uma fita dupla

face, pré-fixada a um suporte (stub), retirando o excesso logo após sua deposição. Em

seguida, as amostras foram cobertas com ouro/ paládio (40/60) no metalizador com um

potencial de aceleração entre 1.0 kV e 10 kV, de acordo com a fluidez da mostra.

Posteriormente todas as amostras foram visualizadas no microscópio eletrônico de

varredura. (Hitachi, modelo S5200).

IV. 5.2 – Análise de difração de raio X (DRX).

A caracterização estrutural do amido foi realizada por um equipamento de

difração de raio X (SHIMADZU, XRD-6000) em temperatura ambiente de 25ºC. As

amostras foram embaladas em células de alumínio e iluminadas por uma radiação de

CuKα (λ = 1,54056 Å) 30 kV e 30 mA. As amostras foram escaneadas entre os ângulos

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Capítulo IV – METODOLOGIAS EXPERIMENTAIS 49

de difração 10° a 80° 2θ, suficientes para cobrir todos os picos de difração da amostra

que sejam significativos. Um filtro de níquel foi utilizado para reduzir a contribuição do

Kβ no sinal de raio-X.

IV. 5.3 - Análise do tamanho da partícula.

A distribuição do tamanho das partículas foi obtida utilizando um equipamento

de difração a laser (Beckman Coulter LS 13 320) com a amostra suspensa em água a

20°C. Todas as medidas foram realizadas em triplicata.

IV. 5.4 - Análise Termogravimétrica (TG).

As curvas termogravimétricas das amostras de amido nativo, amido modificado

e microencapsulado do extrato de junça, foram realizadas com o termoanalisador

NETZSCH STA 409 Pc Luxx. Cerca de 4,00 mg das amostras foram colocadas em

cadinho de alumínio para análise num intervalo de temperatura de 40°C – 550°C, numa

razão de 10°C/min. A análise foi realizada em atmosfera de nitrogênio com vazão de 60

ml/min.

IV. 5.5 – Análise por Calorimetria exploratória diferencial (DSC) dos grânulos

As curvas de DSC foram obtidas por meio do calorímetro DSC-8000 da Perkin

Elmer, sob as seguintes condições experimentais: atmosfera dinâmica de nitrogênio com

vazão de 60 ml/min; razão de aquecimento 10 °C/min, em um intervalo de 30 °C – 230

ºC; cápsula de alumínio parcialmente fechada e massa de amostra em torno de 5,0 mg.

A célula DSC foi calibrada antes dos ensaios no eixo de temperatura utilizando padrões

de índio (Tfusão = 156,4°C) metálico com pureza de 99,99%. Para quantidade de calor

empregou-se o ϶Hfusão do índio metálico (28,5 Jg-1

).

IV. 5.6 – Análise de infravermelho (FTIR)

Para a análise de FTIR, o espectro foi coletado empregando o módulo de ATR,

com 32 scans e 4 cm-1

de resolução em um Espectrômetro de Infravermelho, Spectrum

100, da Perkin Elmer.

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Capítulo IV – METODOLOGIAS EXPERIMENTAIS 50

IV. 6 - Composição centesimal da junça, extrato de junça, resíduo sólido da

extração, amido nativo, amido modificado de junça e extrato de junça

microencapsulado.

As análises físico-químicas da composição centesimal da junça, amido de junça,

extrato de junça e resíduo obtido na extração do extrato foram realizados no Laboratório

do Programa de Controle e Qualidade de Alimento e Água da Universidade Federal do

Maranhão (PCQA-UFMA) usando os métodos descritos em Normas Analíticas do

Instituto Adolfo Lutz (2005) e Official Methods of Analysis of AOAC International

(1997). Os parâmetros analisados foram: proteína, carboidrato, lipídio, umidade, teor de

cálcio, teor de ferro, ácido ascórbico, açúcar total, açúcar redutor e amido quantificável.

IV. 6.1 Umidade

A determinação de umidade foi realizada pesando-se 5 g da amostra em cápsula

de porcelana previamente aquecida em estufa a 105°C, por 1 hora. Após isso, foi

resfriada em dessecador até a temperatura ambiente e pesado. A amostra foi aquecida

em estufa a 105°C, por 3 horas e resfriou-se em dessecador, até a temperatura ambiente.

Pesou-se novamente. Repitiu-se as operações de aquecimento e resfriamento até

obtenção do peso constante. A umidade foi determinada conforme a Equação 7.

umidade%m

100xN (7)

Onde: N = perda de peso em gramas da amostra;

m = massa da amostra em gramas.

IV. 6.2 – Proteína

Para determinação do conteúdo proteico das amostras, pesou-se 0,1 g da amostra

em papel com ausência de nitrogênio. Transferiu-se para um tubo de Kjeldahl,

juntamente com 4,0 ml de ácido sulfúrico e adicionou-se 1,0 g de uma mistura catalítica

(K2SO4 e Se, numa proporção de 2:1). Aqueceu-se em uma chapa elétrica apropriada, na

capela, até a solução se tornar clara e esfriou-se em seguida. Acrescentou-se com

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Capítulo IV – METODOLOGIAS EXPERIMENTAIS 51

cuidado, 2 ml de água destilada, acrescentando 1 ml do indicador fenolftaleína.

Adaptou-se o tubo ao conjunto de destilação e mergulhou-se a extremidade afilada do

condensador em 40 ml de ácido clorídrico (0,02 mol.L-1

) no erlenmeyer de 250 mL com

3 gotas do indicador misto de Patterson (vermelho de metila e azul de metileno) na

proporção de 5:1.

Titulou-se o excesso de ácido clorídrico (0,02 mol.L-1

) com solução de

hidróxido de sódio (0,02 mol.L-1

). A porcentagem do nitrogênio é expressa pela

Equação 8

m

0,028V x %N (8)

Onde: %N = porcentagem de nitrogênio; V = diferença entre o volume de ácido

clorídrico (0,02 mol L-1

) adicionado e o volume de hidróxido de sódio (0,02 mol L-1

)

gastos na titulação da amostra em mL.

0,028 = Miliequivalente grama do N versus a concentração da solução

versus a percentagem.

m = massa da amostra em gramas

A porcentagem de proteína é expressa pela Equação 9.

%P = %N x 5,75 ou 6,25 ou 6,38 (9)

Onde: %P = e %N

5,75 = fator de conversão para proteína vegetal.

IV. 6.3 – Amido

A quantidade de amido presente nas amostras foi determinada conforme o

método químico de Fehling (IAL, 2005) em que 5 g de amostra foi passado para um

erlenmeyer de 250 ml mais 100 ml de água destilada e 5 mL de ácido clorídrico

concentrado. Cobriu-se com um tampão de algodão e colocou-se em autoclave por 30

minutos a 1 atm.

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Capítulo IV – METODOLOGIAS EXPERIMENTAIS 52

Deixou-se esfriar e passou-se para um balão volumétrico de 500 ml com

algumas gotas de fenolftaleína (1 a 3 gotas). Colocou-se uma quantidade de solução

concentrada de NaOH 10M (5,5 ml), equivalente ao ácido adicionado, afim de

neutraliza-lo e completou-se o volume com água destilada agitando bem. Filtrou-se e

colocou-se o líquido em uma bureta (glicose).

Mediu-se 5 ml de cada uma das soluções de Fehling (A e B), juntou-se 40 ml de

água destilada e 3 gotas de azul de metileno a 1% e ferveu-se por 1 minuto. Em seguida

titulou-se (a quente), com a solução de glicose até coloração vermelho brilhante.

Determinou-se o percentual de amido conforme equações 10 e 11.

Volume Gasto 0,05 (titulo de Fehling)

500 ml x (g) glicose

%Glicose = 0,05 * 500

1,5625 g de Glicose

100 g % de Glicose

% Glicose = 0,05 * Vamostra * 100 (10)

Vtitulante * mamostra

% de Amido = % de Glicose * 0,9 (11)

Onde: 0,9 = Fator de Conversão da Glicose em Amido

IV. 6.4 - Teor de cálcio

Para determinação do teor de cálcio, tomou-se uma alíquota de 100 ml da

amostra e adicionou-se 2 ml de ácido nítrico concentrado (HNO3) para a digestão ácida.

Após essa etapa, o produto resultante foi filtrado em papel filtro e adicionados 1 ml de

óxido de lantânio e 2 ml de cloreto de potássio a 20%. As amostras foram aferidas para

100 ml e, posteriormente, submetidas à análise do cálcio (AOAC, 1997). Todas as

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Capítulo IV – METODOLOGIAS EXPERIMENTAIS 53

determinações foram feitas em triplicata. O teor de cálcio nas amostras foi determinado

por espectrofotometria de absorção atômica, em equipamento Varian, modelo Spectra-A

100-200 (110 V), com faixa de comprimento de onda de 185 a 900 mm, seleção de

comprimento de onda e fenda automatizadas, utilizando-se uma lâmpada de 10 mA,

combustível acetileno, meio suporte óxido nitroso e estequiometria de chama reduzida,

com cone vermelho de 1-1,5 cm de altura. O comprimento de onda utilizado na

determinação foi de 422,7 nm.

IV. 6.5 - Lipídios

A determinação do percentual de lipídios nas amostras foi realizada pesando-se

3 g da amostra em um cartucho apropriado para este tipo de análise pertencente ao

aparelho de extração Soxhlet. Com o auxílio de um pedaço de algodão desengordurado,

cobriu-se o cartucho. Extraiu-se em aparelho de Soxhlet, utilizando o solvente hexano

por cinco horas. Evaporado o solvente colocou-se o balão com resíduo na estufa a 105

°C para evaporar o solvente restante. Esfriou-se em dessecador até a temperatura

ambiente e pesou-se. O teor de lipídios foi determinado conforme a equação 12.

m

100xN%lipídios (12)

Onde: N = massa em gramas de lipídio

m = massa da amostra em gramas

IV. 6.6 - Cinzas

A determinação de cinzas foi realizada pesando-se 5 g da amostra em cadinho

de porcelana previamente aquecido em mufla a 650 ºC, resfriado em dessecador até a

temperatura ambiente e pesado. Carbonizou-se a amostra na mufla a 650 ºC. Resfriou-se

em dessecador até a temperatura ambiente e pesou-se. O valor das cinzas foi expresso

de acordo com a Equação 13.

m

100xNcinzas% (13)

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Capítulo IV – METODOLOGIAS EXPERIMENTAIS 54

Onde: N = massa em gramas da cinza

m = massa da mostra em grama

IV. 6.7 - Açúcar total

Para determinação do açúcar total em glicose, pesou-se 2 g da amostra e

desengordurou-se por soxlet. A amostra foi transferida para um erlenmeyer de 500 ml

com junta esmerilhada. Adicionou-se 5 ml de ácido clorídrico. Após essa etapa,

colocou-se em uma chapa de aquecimento e adaptou-se o refrigerador de refluxo ao

frasco. Deixou-se em ebulição por 3 horas a partir do início da ebulição. Esperou-se

esfriar a solução e neutralizou-se com hidróxido de sódio a 40%. Transferiu-se a

amostra para um balão volumétrico de 250 ml. Completou-se o volume com água

destilada e agitou-se. Após isso, transferiu-se a amostra para uma bureta de 25 ml e

titulou-se com a solução de Fehling (A+B) que foram colocadas em um erlenmeyer de

250 ml (40 ml de água destilada e 10 ml da solução de Fehling A e B). Aqueceu-se até

ebulição e adicionou-se, às a gotas, a solução da bureta sobre a solução de Fehling em

ebulição, agitando sempre, até que esta solução passasse de azul a incolor (no fundo do

balão deverá ficar um resíduo vermelho de Cu2O). O açúcar total foi definido de acordo

com a Equação 14.

Açúcar total (%) = 100 x A x a (14)

P x V

Onde: A = nº de mL da solução de P g da amostra

a = nº de g de glicose correspondente a 10 mL das soluções de Fehling

P = massa da amostra (g)

V = nº de mL da solução da amostra gasto na titulação

IV. 6.8 - Açúcar redutor

Para determinação do açúcar redutor total, utilizou-se o método de Lane-Eynon,

em que utilizou-se 5 g para a amostra sólida ou 6 ml para amostra líquida com posterior

transferencia para um balão volumétrico de 250 ml adicionados de 5 ml de solução de

ferrocianeto de potássio 15% e 5 ml de acetato de sulfato de zinco 30%. Agitou-se o

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Capítulo IV – METODOLOGIAS EXPERIMENTAIS 55

sistema e aferiu-se com água destilada. Esperou-se a sedimentação do sistema e filtrou-

se utilizando papel filtro. Em um erlenmeyer de 250 ml, pipetou-se 10 ml da solução de

Fehling A e 10 ml de Fehling B e adicionou-se 40 ml de água aquecendo até atingir a

ebulição. Colocou-se a solução filtrada (amostra) na bureta e titulou-se, sem agitação, a

solução de Fehling (A+B) até o desaparecimento da coloração azul. Após isso,

adicionou-se 2 gotas de azul de metileno 0,5% e continuou-se a titulação até o

desaparecimento da coloração azul. O teor de açucar redutor foi realizado conforme a

Equação 15

Açúcar redutor (%) = 100 x 250 x T (15)

V x P

Onde: T = Título da solução de Fehling em açúcar redutor

V = Volume da amostra gasto na titulação (mL)

P = Peso da amostra (g)

100 = Percentagem

250 = Volume da solução

IV. 6.9 – Ferro

Para a determinação do teor de ferro foram utilizados os ácidos nítrico e

perclórico para a digestão nitro-perclórica das amostras a 50 °C por 10 a 15 minutos, a

100 °C até digerir todo o material e atingir a temperatura de 150 °C. Após resfriamento

e diluição do material com água desmineralizada, foi realizada a leitura em

espectrofotômetro de absorção atômica, equipamento Varian, modelo Spectra-A 100-

200 (110 V) com comprimentos de onda de 248,3, corrente de 6,0 mA e fenda espectral

de 0,2 nm.

IV. 6.10 – Vitamina C

As análises para quantificar o teor de vitamina C na fase líquida foram realizadas

por Cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) (Waters®). Para realização das

análises foi utilizada uma coluna Aminex® HPX-87H, 300x7,8 mm (Bio-

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Capítulo IV – METODOLOGIAS EXPERIMENTAIS 56

RadLaboratoriesLtd) acoplada a uma pré-coluna trocadora de cátions (Bio-

RadLaboratoriesLtd), detector de IR (Waters 2414), bomba binária (Waters 1525),

forno e módulo controlador de temperatura (Waters) e software Breeze.

A fase móvel utilizada foi H2SO4 0,005 M, com vazão de 0,8 ml/min, volume de

injeção de 20 µl e a temperatura de 60 °C. O padrão analítico de ácido ascórbico (Sigma

ChemicalCo., St. Louis, Missouri) foi diluído em água Milli-Q e injetado em triplicata

para a preparação da curva padrão que relaciona a área relacionada ao pico do composto

com sua concentração.

IV. 6.11 – Carboidrato

A determinação de carboidrato foi realizada pela diferença entre o valor 100 e o

somatório dos valores já obtidos das análises anteriores (umidade, cinza, proteína e

lipídios). O carboidrato total foi definido conforme Equação 16.

Carboidrato total (%) = 100 - (%umidade + %cinzas + %proteína + %lipídios) (16)

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 57

V- RESULTADOS e DISCUSSÕES

V.1 - Produção do extrato de junça

V.1.1 - Planejamento experimental fatorial fracionário.

Para avaliação das melhores condições operacionais do processo de obtenção do

extrato fluido de junça relacionados ao rendimento e alguns nutrientes (amido, proteína

e açúcar total, lipídio, teor de cálcio), foi realizado um planejamento experimental

fatorial fracionário seguido de um Delineamento composto central rotacional (DCCR).

Essa sequência de planejamentos objetivou-se em diminuir o quantitativo de ensaios de

modo que não houvesse dificuldades na identificação das variáveis independentes e

interações estatisticamente significativas (p < 0,1). A análise estatística foi realizada em

um nível de significância de 10% devido à variabilidade relacionada aos diâmetrros da

junça em estudo, uma vez que o tamanho do tubérculo interfere no rendimento e teor de

proteína no extrato obtido (EJOH et al, 2006; DJONDI et al. 2006).

Os resultados obtidos na realização a partir do planejamento experimental

fatorial fracionário (24-1

) com suas respectivas condições operacionais são apresentados

na Tabela V.15. Cada ensaio foi realizado em triplicata com determinação do desvio

padrão. Pode-se observar que o rendimento variou entre 25,22 ± 0,01% e 78,20 ± 0,01%

com variância de 47,27%, a proteína entre 0,29 ± 0,01% e 1,49 ± 0,01% com variância

de 0,130%, o amido entre 2,70±0,02% e 7,50±0,01% com variância de 2,51% e açúcar

total entre 1,27±0,02% e 6,25±0,02% com variância de 2,42%. O teor de cálcio variou

entre 10,66±0,01 mg/100g e 18,30±0,01 mg/100g com variância de 11,40% e lipídio

entre 2,58%±0,01 e 7,52±0,02% com variância de 3,33%. Os pontos centrais para as

seis respostas apresentaram uma variância menor que 10%. O rendimento apresentou

uma variância de 2,77%, a proteína de 0,0003%, o açúcar total de 0,029% e o amido de

0,003%, indicando uma boa repetibilidade do processo em estudo (BOX et al., 1978)

(Tabela V.14). Além disso, demonstra que as variações nos valores das variáveis

dependentes são decorrentes à variações dos valores impostos nas variáveis

independentes.

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 58

Tabela V.15 - Variáveis respostas estudadas via planejamento experimental fatorial fracionário para produção do extrato de junça.

Ensaio X1

*

X2*

X3*

X4*

Proteína

(%)

Cálcio

(mg/100g)

Lipídio

(%)

Amido

(%)

Açúcar

total

(%)

Rendimento

(%)

1 -1(0,025) -1(8,000) -1(25,00) -1(1:1) 1,49 10,66 6,531 7,503 6,252 77,10

2 +1(0,125) -1(8,000) -1(25,00) +1(1:5) 0,69 18,50 3,462 4,560 2,232 47,20

3 -1(0,025) +1(30,00) -1(25,00) +1(1:5) 0,29 10,70 2,804 2,702 1,303 26,00

4 +1(0,125) +1(30,00) -1(25,00) -1(1:1) 1,19 16,00 7,324 5,711 4,492 78,10

5 -1(0,025) -1(8,000) +1(55,00) +1(1:5) 0,53 10,70 2,582 3,521 2,161 25,20

6 +1(0,125) -1(8,000) +1(55,00) -1(1:1) 1,21 10,70 5,973 7,180 4,850 78,20

7 -1(0,025) +1(30,00) +1(55,00) -1(1:1) 1,04 10,70 7,520 5,701 2,991 77,15

8 +1(0,125) +1(30,00) +1(55,00) +1(1:5) 0,34 10,70 2,761 2,700 1,274 25,22

9 0(0,075) 0(19,00) 0(40,00) 0(1:3) 0,86 16,00 4,812 4,604 2,372 55,14

10 0(0,075) 0(19,00) 0(40,00) 0(1:3) 0,89 18,30 5,274 4,692 2,401 55,80

11 0(0,075) 0(19,00) 0(40,00) 0(1:3) 0,86 16,00 4,382 4,710 2,681 52,60

*Concentração de metabissulfito de sódio (X1); Tempo de saturação (X2); Temperatura de saturação (X3); Proporção de água (X4)

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 59

Ao analisar os diagramas de pareto (Figura V.9), observa-se que todas as

variáveis independentes se apresentaram estatisticamente significativas, num nível de

significância de 10% (p < 0,1).

No entanto, a variável independente que mais influenciou nas variáveis de

resposta foi à proporção de água com um efeito negativo, ou seja, quanto menor a

proporção de água, maior é o rendimento da extração e outros nutrientes. Entretanto,

pelo fato da proporção de 1:1 de água/junça já representar o limite do sistema de

extração em estudo, não foi possível utilizar proporções menores. O tempo e a

temperatura de saturação também apresentaram efeito negativo para todas as respostas

avaliadas. Para a concentração de metabissulfito de sódio, o efeito foi oposto (efeito

positivo) no que diz respeito ao rendimento e teor de nutrientes do extrato de junça.

(a) (d)

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 60

(b) (e)

(c) (f)

Figura V.9 - Diagrama de pareto para o planejamento experimental fatorial fracionário

24-1

da produção do extrato de junça: (a) Rendimento (%); (b) Proteína (%); (c) Amido

(%); (d) Açúcar Total (%); (e) Cálcio (mg/g) (f) Lipídio (%)

V.1.2- Delineamento composto central rotacional (DCCR)

Existem várias maneiras de obtenção da superfície de resposta, tais como

Delineamento composto central rotacional, planejamento Box-Behnken e planejamento

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 61

fatorial de três níveis, que possuem de maneira geral diferentes características e

propriedades (AHMAD et al, 2009). Entre os três citados o DCCR é a técnica mais

comum para estudos de otimização de processos e avaliação de suas principais

interações utilizando um menor número de experimentos.

Após a avaliação dos resultados obtidos a partir do planejamento fatorial

fracionário, (item V.1.1), foram definidas as variáveis independentes para serem

avaliadas no DCCR: temperatura de saturação, tempo de saturação e concentração de

metabissulfito de sódio, pois todas apresentaram influência estatisticamente

significativa nas respostas. Em relação à variável proporção de água, os resultados

indicaram que menores proporções de água teriam um efeito positivo, mas na prática

não seria possível reduzir seu conteúdo. Portanto, a variável proporção de água não foi

considerada no DCCR. As variáveis de resposta utilizadas no DCCR foram: rendimento

(%), concentração de proteína (%), concentração de amido (%) e concentração de

açúcar total (%) e os resultados apresentados na Tabela V.15. A variável resposta

concentração de lipídio foi desconsiderada no DCCR porque somente a variável

independente proporção de água foi significativa para sua resposta (p < 0,1). A

concentração de cálcio, não foi considerada no DCCR porque apenas as variáveis

independentes: concentração de metabissulfito de sódio e temperatura de saturação

foram estatisticamente significativas (p < 0,1) para sua resposta. O rendimento variou

entre 65,71±0,01% e 78,12±0,01% com variância de 14,16%, a proteína entre

1,10±0,02% e 2,13±0,02% com variância de 0,066%, o amido entre 4,67±0,02 e

8,67±0,03% com variância de 1,53% e açúcar total entre 1,49±0,03% e 6,11±0,01%

com variância de 1,46% (Tabela V.16). Nos pontos centrais a variação do rendimento

foi de 4,00%, a proteína de 0,053%, o açúcar total 0,39% e amido de 0,22%, mostrando

uma significativa repetibilidade para o processo de extração, umas vez que apresentam

valores inferiores a 10%, como descrito por Box et al. (1978).

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 62

Tabela V.16 Variáveis respostas estudadas via Delineamento composto central rotacional para produção do extrato de junça.

Ensaio X1

*

X2*

X3*

Proteína

(%)

Amido

(%)

Açúcar total

(%)

Rendimento

(%)

1 -1(0,075) -1(4,000) -1(25,00) 2,031 7,201 2,920 65,71

2 +1(0,300) -1(4,000) -1(25,00) 1,891 5,141 3,931 73,70

3 -1(0,075) -1(4,000) +1(35,00) 1,962 6,451 4,161 76,33

4 +1(0,300) -1(4,000) +1(35,00) 1,830 5,542 4,381 75,80

5 -1(0,075) +1(8,000) -1(25,00) 1,860 4,993 2,642 78,01

6 +1(0,300) +1(8,000) -1(25,00) 1,972 8,672 4,423 72,02

7 -1(0,075) +1(8,000) +1(35,00) 1,992 6,310 2,223 76,03

8 +1(0,300) +1(8,000) +1(35,00) 1,754 4,674 3,874 69,03

9 0(0,180) -1,68(3,000) 0(30,00) 2,013 7,584 3,962 77,04

10 0(0,180) +1,68(9,000) 0(30,00) 1,881 7,780 2,771 75,03

11 0(0,180) 0(6,000) -1,68(21,60) 2,130 6,961 2,223 73,22

12 0(0,180) 0(6,000) +1,68(38,40) 1,960 7,393 4,264 78,12

13 -1,68(0,050) 0(6,000) 0(30,00) 1,690 6,202 1,570 73,02

14 +1,68(0,370) 0(6,000) 0(30,00) 1,651 4,993 6,110 72,01

15 0(0,180) 0(6,000) 0(30,00) 1,442 5,104 2,740 67,01

16 0(0,180) 0(6,000) 0(30,00) 1,542 4,901 1,491 71,02

17 0(0,180) 0(6,000) 0(30,00) 1,104 5,800 2,033 69,00

*Concentração de metabissulfito de sódio (m (X1); Tempo de saturação (X2); Temperatura de saturação (X3).

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 63

Para otimização do processo de produção do extrato de junça e determinação de

um modelo preditivo ajustado (p < 0,1) realizou-se, primeiramente, a análise de

variância (ANOVA) para todas variáveis de respostas como mostram as Tabelas V.17 a

V.20.

Tabela V.17 - Análise de variância (ANOVA) para o Delineamento composto central

rotacional do modelo ajustado para o rendimento na produção do extrato de junça

(R2=0,8651)

*Concentração de metabissulfito de sódio (X1); Tempo de saturação (X2); Temperatura

de saturação (X3) a

SS: soma quadrática; b g.L: graus de liberdade;

c M.S : quadrado médio;

d Teste para

comparar o modelo de variância com a variância residual (erro).

Os resultados da Tabela V.17 mostram um coeficiente de determinação

significativo para o rendimento (R2 = 86,5%). Esse valor demonstra a significância do

modelo uma vez que do total de variações (100%), o modelo foi incapaz de explicar

apenas 13,5%.

Os termos quadráticos (Q) das variáveis independentes temperatura de saturação

e tempo de saturação, e os termos lineares (L-L) de interação de tempo de saturação -

temperatura de saturação e tempo de saturação - concentração de metabissulfito de

sódio apresentaram-se estatisticamente significativos ao nível de confiança de 10%

Fator* SSa g.L

b M.S

c F

d P-valor

1 – X2 (L) 0,0523 1 0,05235 0,01309 0,919370

X2 (Q) 49,2326 1 49,23261 12,30815 0,072520

2 – X3 (L) 17,6082 1 17,60823 4,40206 0,170783

X3(Q) 43,5742 1 43,57424 10,89356 0,080824

3 – X1 (L) 3,5225 1 3,52255 0,88064 0,447090

X1 7,9624 1 7,96238 1,99059 0,293727

X1L – X2L 39,2941 1 39,29411 9,82353 0,088493

X1L – X3L 51,1274 1 51,12736 12,78184 0,070108

X2L – X3L 11,5909 1 11,59092 2,89773 0,230814

Ajuste 22,5786 5 4,51571 1,12893 0,531513

Erro puro 8,0000 2 4,00000

Total SS 226,7184 16

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 64

conforme a Tabela V.17. Esses resultados sugerem que o modelo é adequado para

avaliar o comportamento do rendimento em relação às variáveis independentes tempo

de saturação, temperatura de saturação e concentração de metabissulfito de sódio, além

de apresentar uma normalidade dos resíduos (Figura V.10) e uma falta de ajuste não

significativa (p > 0,01) (Tabela V.17) que denota a capacidade do modelo em selecionar

as melhores condições. Esse fator é corroborado através da avaliação do teste F, para F-

falta de ajuste (1,128), (Tabela V.17) em que o valor foi 8,24 vezes menor que o F-

tabelado (9,29). Além disso, o valor do Teste F-calculado (44,98) para a regressão

mostrou ser significativo, uma vez que o F-calculado foi maior que o valor do Teste F-

tabelado (2,72), levando-se à rejeição da hipótese nula. Portanto, quando o valor do

Teste F-calculado for aproximadamente 3 vezes maior que o valor do Teste F-tabelado,

como descrito por Box et al. (1978), o modelo pode ser considerado preditivo.

Figura V.10 - Gráfico normal dos resíduos para produção do extrato de junça:

Rendimento (%)

Contudo, este modelo apresentou uma imprecisão na predição dos dados

experimentais (Figura V.11) devido à inserção de variáveis independentes não

significativas (p > 0,1) (Tabela V.16) que apresentou significância estatística (p < 0,1)

para as interações lineares.

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 65

Figura V.11 - Dados experimentais versus dados preditos (normais) para a variável

resposta rendimento (%) na produção do extrato de junça.

Com base na análise de variância (ANOVA) (Tabela V.17) e regressão, tem-se a

equação do modelo a partir das variáveis reais (Eq.17).

R(%) = 90.67 + 0.52(X2)2 + 0.078(X3)

2 – 0.22X2.X3 – 11.22X2.X1 (17)

Através desse modelo, foi possível obter as superfícies de resposta apresentadas

na Figura V.12. Observa-se que o aumento do rendimento (R%) é decorrente do

aumento do tempo de saturação (X2) e da temperatura de saturação (X3) (Figura V.12).

O aumento de ambas as variáveis permite que o tubérculo de junça absorva uma maior

quantidade de água como já observado por Ejoh e Djondi et al. (2006). Esse fato

repercute diretamente na capacidade de produzir uma maior quantidade de extrato,

consequentemente, um maior rendimento. Os limites máximos para essas variáveis são

de 12 h de saturação e 60 °C, pois acima de 60 °C o extrato gelatiniza e pode apresentar

uma coloração mais escura (reação e maillard) se a extração for realizada em mais de 12

h, prejudicando as características sensoriais devido à ação de proteases, amilases e

lipases (PELEG, 1988; EJOH et al, 2006; DJONDI et al.,2006).

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 66

(a) (b)

(c)

Figura V.12 - Superfícies de resposta para o rendimento (%) na produção do extrato de

junça (a) X1 – X3 (concentração de metabissulfito de sódio – temperatura de saturação);

(b) X3 – X2 (temperatura de saturação – tempo de saturação); (c) X1 – X2 (concentração

de metabissulfito de sódio – tempo de saturação).

Para a variável resposta concentração de proteína, os resultados da Tabela V.18

mostram um coeficiente de determinação significativo (R2 = 87,3%). Esse valor

demonstra a significância do modelo, uma vez que do total de variações (100%), o

modelo foi incapaz de explicar apenas 12,3%, similar à resposta para o rendimento.

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 67

Tabela V.18 - Análise de variância (ANOVA) para o Delineamento composto central

rotacional do modelo ajustado para a concentração de proteína na produção do extrato

de junça (R2=0,8730)

*Concentração de metabissulfito de sódio (X1); Tempo de saturação (X2); Temperatura

de saturação (X3) a

SS: soma quadrática; b g.L: graus de liberdade;

c M.S : quadrado médio;

d Teste para

comparar o modelo de variância com a variância residual (erro).

O valor do Teste F (51,65) para regressão mostrou ser significativo, uma vez que

o F-calculado foi maior que o valor do teste F-tabelado (2,72), mostrando que o modelo

pode ser considerado preditivo.

Assim, sugere-se que esse modelo é adequado para avaliar o comportamento da

concentração de proteína em relação às variáveis independentes: tempo de saturação e

temperatura de saturação (Tabela V.18) denotando sua capacidade em selecionar as

melhores condições exprimentais. Além disso, apresentou normalidade para os resíduos

(Figura V.13) e falta de ajuste não significativa (p > 0,1), cujo ovalor do F-ajuste

(0,108) (Tabela V.18) foi 86,01 vezes menor que o F-tabelado (9,29).

Fator* SSa g.L

b M.S

c F

d P-valor

1 – X2 (L) 0,009052 1 0,009052 0,17015 0,719992

X2 (Q) 0,473094 1 0,473094 8,89275 0,096456

2 – X3 (L) 0,019901 1 0,019901 0,37407 0,603055

X3 (Q) 0,650503 1 0,650503 12,22750 0,072947

3 – X1 (L) 0,011022 1 0,011022 0,20719 0,693618

X1 (Q) 0,127666 1 0,127666 2,39974 0,261469

X2L – X3L 0,000200 1 0,000200 0,00376 0,956685

X2L – X1L 0,002611 1 0,002611 0,04909 0,845224

X3L – X1L 0,013995 1 0,013995 0,26306 0,659059

Ajuste 0,028958 5 0,005792 0,10887 0,978830

Erro puro 0,106400 2 0,053200

Total SS 1,065024 16

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 68

Figura V.13 - Gráfico normal dos resíduos para produção do extrato de junça: proteína

(%).

Entretanto, este modelo apresentou uma imprecisão na predição dos dados

experimentais (Figura V.14) devido, principalmente, à simplicidade do modelo

estatístico, que apresentou, apenas, os termos quadráticos (Q) das variáveis

independentes: Tempo de saturação e Temperatura de saturação estatisticamente

significativos (p < 0,1) (Tabela V.18).

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 69

Figura V.14 - Dados experimentais versus dados preditos (normais) para variável

resposta proteína (%) na produção do extrato de junça.

Com base na análise de variância (ANOVA) (Tabela V.18) tem-se a equação do

modelo a partir das variáveis reais, Eq.18.

P% = 12.26 + 0.051(X2)2 – 0,57.X3 + 0.009(X3)

2 (18)

Por meio desse modelo, foi possível obter as superfícies de resposta

apresentadas na Figura V.15. Assim, o aumento da concentração de proteína (P%) é

decorrente do aumento do tempo de saturação (X2) e temperatura de saturação (X3)

(Figura V.15) O aumento de ambas as variáveis permite que o tubérculo de junça

absorva uma maior quantidade de água. Esse processo ocorre de maneira semelhante à

saturação de grãos de soja para obtenção do extrato, observados por Johnson e Snyder

(1978). Assim, com uma maior capacidade de absorção de água, devido a uma menor

resistência da camada superficial do tubérculo, ocorre uma maior solubilização da

proteína, permitindo que o extrato obtido tenha uma maior concentração desse nutriente

como já observado por Ejoh e Djomdi et al. (2006). Contudo, a faixa experimental para

a variável tempo de saturação não pode ultrapassar 12 h, por conta da possível ação de

proteases (EJOH et al.,2006). Para a variável independente temperatura de saturação, a

faixa experimental não pode ultrapassar 60°C devido ao desenvolvimento do processo

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 70

de difusão das proteínas para o precipitado formado durante o processo de saturação

(GODIN, 1996). Esses fatores influenciam decisivamente na diminuição dos teores de

proteína no extrato obtido, além de causar uma coloração mais escura no extrato de

junça (EJOH et al, 2006; PELEG, 1988; OLIVEIRA et al, 2006; DJOMDI et al, 2007).

Figura V.15 - Superfície de resposta para a variável proteína (%) na produção do extrato

de junça: X2 – X3 (tempo de saturação – temperatura de saturação)

Os resultados da Tabela V.19 mostram um coeficiente de determinação

significativo para a concentração de açúcar total (R2 = 83,3%). Esse valor demonstra a

significância do modelo, uma vez que do total de variações (100%), o modelo foi

incapaz de explicar apenas 16,7%. Neste planejamento apenas os termos linear (L) e

quadrático (Q) da variável independente concentração de metabissulfito, apresentaram-

se estatisticamente significativo no nível de confiança de 10%.

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 71

Tabela V.19 - Análise de variância (ANOVA) para o Delineamento composto central

rotacional do modelo ajustado para o açúcar total na produção do extrato de junça

(R2=0,8331)

*Concentração de metabissulfito de sódio (X1); Tempo de saturação (X2); Temperatura

de saturação (X3) a

SS: soma quadrática; b g.L: graus de liberdade;

c M.S : quadrado médio;

d Teste para

comparar o modelo de variância com a variância residual (erro).

O valor do Teste F (35,08) para a regressão mostrou ser significativo, uma vez

que o F-calculado foi maior que o valor do teste F-tabelado (2,72), mostrando que o

mesmo pode ser considerado preditivo.

Além disso, o modelo referente à concentração de açúcar total se caracterizou

por apresentar normalidade nos resíduos (Figura V.16) e uma falta de ajuste não

significativa (p > 0,1) que denota a capacidade do modelo em selecionar as melhores

condições experimentais, como apresentado na Tabela.V.19, cujo o valor do F-ajuste

(1,68) foi 5,53 menor vezes que o F-tabelado (9,29).

Fator* SSa g.L

b M.S

c F

d P-valor

1 – X2 (L) 1,25160 1 1,25160 3,18447 0,216270

X2 (Q) 2,07747 1 2,07747 5,28572 0,148243

2 – X3 (L) 1,23061 1 1,23061 3,13105 0,218837

X3 (Q) 1,67170 1 1,67170 4,25333 0,175276

3 – X1 (L) 11,83782 1 11,83782 30,11911 0,031634

X1 (Q) 3,73029 1 3,73029 9,49104 0,091181

X2L – X3L 0,88445 1 0,88445 2,25032 0,272369

X2L – X1L 0,61287 1 0,61287 1,55933 0,338111

X3L – X1L 0,13342 1 0,13342 0,33948 0,619070

Ajuste 3,30334 5 0,66067 1,68095 0,413548

Erro puro 0,78607 2 0,39303

Total SS 24,51481 16

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 72

Figura V.16 - Gráfico normal dos resíduos para a variável resposta açúcar total (%) na

produção do extrato de junça.

Entretanto, este modelo apresentou uma imprecisão na predição dos dados

experimentais devido, principalmente, à simplicidade do modelo estatístico que

apresentou, apenas, os termos linear e quadrático da variável independente concentração

de metabissulfito de sódio, estatisticamente significativo (p < 0,1). (Figura V.17)

Figura V.17 Dados experimentais versus dados preditos (normais) da produção do

extrato de junça para o açúcar total (%).

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 73

Com base na análise de variância (ANOVA) (Tabela V.19) e regressão, tem-se a

equação do modelo a partir das variáveis reais, Eq.19.

AT% = 13,17 – 9,21X1 + 45,34(X1)2 (19)

Assim, a resposta açúcar total (AT%) foi influenciada, somente, pela variável

independente concentração de metabissulfito de sódio que tem a função de inibir o

crescimento de micro-organimos durante o processo de saturação como descritos por

Ejoh et al. (2006) e Sanches-Zapata et al. (2012). O aumento na faixa de estudo não

alterou significativamente (p > 0,05) a quantidade desta variável de resposta no extrato

produzido (EJOH et al, 2006; OLIVEIRA et al, 2006; SANCHES-ZAPATA et al,

2012). Com o objetivo de interpretar com mais clareza a influência da concentração de

metabissulfito de sódio e do tempo de saturação na quantidade de açúcar total presente

no extrato, a superfície de resposta é apresentada na Figura V.18. Observa-se que se tem

um mínimo de açúcar total com menores concentrações de metabissulfito de sódio e

maiores tempos de saturação.

Figura V.18 - Superfície de resposta para a variável açúcar total (%) na produção do

extrato de junça: X1 – X2 (concentração de metabissulfito de sódio – tempo de

saturação).

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 74

No DCCR os termos quadráticos (Q) das variáveis independentes tempo de

saturação e temperatura de saturação, e os termos lineares de interação (L-L) de tempo

de saturação - concentração de metabissulfito de sódio e temperatura de saturação -

concentração de metabissulfito de sódio apresentaram-se estatisticamente significativos

ao nível de confiança de 10% para uma porcentagem da variação explicada de 63,55%,

conforme a Tabela V.19.

Tabela V.20 - Análise de variância (ANOVA) para o Delineamento composto central

rotacional do modelo ajustado para o amido na produção do extrato de junça

(R2=0,6355).

*Concentração de metabissulfito de sódio (X1); Tempo de saturação (X2); Temperatura

de saturação (X3) a

SS: soma quadrática; b g.L: graus de liberdade;

c M.S : quadrado médio;

d Teste para

comparar o modelo de variância com a variância residual (erro).

A partir desses resultados, sugere-se que esse modelo é adequado para avaliar o

comportamento do amido em relação às variáveis independentes tempo de saturação e

temperatura de saturação, além de apresentar normalidade dos resíduos (Figura V.19). O

modelo possui uma falta de ajuste não significativa (p > 0,1) em que o valor de F-ajuste

(7,25) (Tabela V.20) foi 1,30 vezes menor que o F-tabelado (9,29), denotando a

capacidade do modelo em selecionar as melhores condições. Para confirmação da

Fator* SSa g.L

b M.S

c F

d P-valor

1 – X2 (L) 0,05687 1 0,056873 0,25466 0,663925

X2 (Q) 5,28000 1 5,280001 23,64180 0,039790

2 – X3 (L) 0,46010 1 0,460095 2,06013 0,287677

X3 (Q) 2,88420 1 2,884202 12,91434 0,069462

3 – X1 (L) 0,73308 1 0,733082 3,28246 0,211718

X1 (Q) 0,02380 1 0,023800 0,10657 0,775081

X2L – X3L 0,67861 1 0,678612 3,03856 0,223430

X2L – X1L 3,12603 1 3,126030 13,99715 0,064598

X3L – X1L 2,28764 1 2,287636 10,24314 0,085318

Ajuste 8,10197 5 1,620393 7,25549 0,125551

Erro puro 0,44667 2 0,223333

Total SS 23,45401 16

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 75

capacidade de predição do modelo, foi realizado o Teste F (44,98) para a regressão, cujo

resultado se mostrou significativo, uma vez que o F-calculado foi maior que o valor do

Teste F-tabelado (2,72), levando-se à rejeição da hipótese nula.

Figura V.19 - Gráfico normal dos resíduos para produção do extrato de junça: Amido

(%).

Contudo, além de não apresentar um coeficiente de determinação alto, este

modelo possui uma imprecisão (Figura V.20) importante na predição dos dados

experimentais como já verificados no Teste F, cujo o valor de F (ajuste) não foi 3 vezes

menor que o F (tabelado). Isso ocorreu devido à inserção da variável independente

concentração de metabissulfito de sódio não significativa (p > 0,1) (Tabela V.20) que

apresenta interações lineares (L-L) estatisticamente significativas (p < 0,1) com as

variáveis independentes: tempo de saturação e temperatura de saturação não

significativos (p > 0,1).

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 76

Figura V.20 - Dados experimentais versus dados preditos (normais) para a variável

resposta amido (%) na da produção do extrato de junça.

Com base na análise de variância (ANOVA) (Tabela V.20) e regressão, tem-se a

equação do modelo a partir das variáveis reais estatisticamente significativas, Eq. 20.

AM (%) = 23.36 + 0.171(X2)2 + 0.020(X3)

2 + 2.77X2.X1 – 0.95X3.X1 (20)

Por meio desse modelo, foi possível obter as superfícies de resposta

apresentadas na Figura V.21. O aumento do teor de amido (AM%) é possível

aumentando-se os termos quadráticos do tempo de saturação (X2) e temperatura de

saturação (X3) (Figura V.21a). Em contrapartida, a interação linear entre temperatura de

saturação e concentração de metabissulfito de sódio influenciou negativamente nessa

variável resposta. Essa condição torna o acompanhamento da quantidade de amido

nesse produto, um fator primordial na produção. O decréscimo desse nutriente pode

representar uma baixa qualidade do produto. Isso não ocorreu no estudo realizado neste

trabalho, uma vez que após a realização da análise exploratória via planejamento

experimental fatorial fracionário e modificação da faixa de estudo, a quantidade do

amido aumentou, (p < 0,05) denotando assim a importância desse trabalho quanto à

produção dessa bebida em escala industrial.

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 77

(a) (b)

(c)

Figura V.21 - Superfícies de resposta para a variável amido (%) na produção do extrato

de junça (a) X3 – X2 (temperatura de saturação – tempo de saturação); (b) X1 – X2

(concentração de metabissulfito de sódio – tempo de saturação); (c) X1 – X3

(concentração de metabissulfito de sódio – temperatura de saturação).

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 78

V.1.3 - Otimização do Delineamento composto central rotacional (DCCR)

A opção desejabilidade (desireability function) no softwere Statistica tem o

objetivo de otimizar processos com mais de uma variável dependente, onde existe um

intervalo numérico que define a desejabilidade do analista em relação à condição ótima

do processo. O intervalo é compreendido de 0,0 – 1,0, no qual (0,0) significa não

desejado e (1,0) significa desejado, cujas definições permitem selecionar a condição

mais eficiente para o processo em questão (GHAEDI et al, 2015). A figura V.22 mostra

os resultados para a otimização do Delineamento composto central rotacional via função

desejabilidade. É possível observar que as condições ótimas das variáveis independentes

desse estudo, para obtenção das respostas máximas de rendimento, proteína e amido

são: tempo de saturação de 8 h, temperatura de saturação de 22°C e concentração de

metabissulfito de sódio de 0,20% (Figura V.22). É importante ressaltar que para a

variável açúcar total a resposta desejada via função desireability corresponde aos

valores mínimos e intermediários, uma vez que, valores maiores de açúcar total no

extrato representam uma diminuição do teor de amido durante a estocagem (Figura

V.22), influenciando decisivamente a qualidade sensorial do mesmo, como já observado

por Sanches-Zapata et al. (2012).

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 79

Figura V.22 - Perfil dos valores preditos e função desejabilidade para rendimento,

proteína, amido e açúcar total na produção do extrato de junça. A linha vertical

tracejada indica os valores reais após a otimização.

* X1: concentração de metabissulfito de sódio; X2: tempo de saturação; X3: temperatura

de saturação.

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 80

V.1.4 Composição centesimal da junça, extrato de junça e resíduo sólido obtido na

extração. (RS)

Após a definição das melhores condições operacionais para produção do extrato

de junça via função desejabilidade, foi realizada a análise composicional do mesmo

extrato de junça produzido nas melhores condições, assim como a análise do resíduo

sólido (RS) formado durante sua produção e a análise do material inicial antes da

produção do extrato de junça, como mostra a Tabela V.21.

Tabela V.21 - Composição química da Junça, Extrato de junça e resíduo sólido (RS)

produzido nas condições ótimas.

Compostos (%) Junça Extrato de Junça RS

Amido 23,8±0,03 8,72±0,02 11,9±0,01

Açúcar redutor 9,80±0,02 3,30±0,01 2,70±0,02

Açúcar total 12,1±0,03 6,00±0,04 4,87±0,01

Umidade 33,5±0,02 82,18±0,03 67,06±0,04

Cinzas 1,03±0,01 0,22±0,04 0,56±0,03

Lipídio 15,70±0,01 8,39±0,01 7,26±0,03

Proteína 6,30±0,01 2,60±0,03 3,05±0,01

Carboidrato total ** 46,54±0,02 7,61±0,03 22,07±0,03

Ferro * 4,25±0,01 1,88±0,01 3,1±0,01

Cálcio * 53,52±0,02 42,5±0,02 10,45±0,03

Vitamina C * 4,51±0,02 1,76±0,01 2,63±0,02

* Valores em mg/100g; ** Carboidrato + Fibras

É possível notar na Tabela V.21 que no extrato de junça os compostos que se

apresentaram de maneira majoritária foram o amido (8,72±0,02 %), lipídio

(8,39±0,01%), carboidrato (7,61±0,03%) e açúcar total (6,00±0,04%). Alguns autores

obtiveram valores menores para o lipídio (3,09%) (ALÉGRIA-TORAN & FARRÉ-

ROVIRA, 2003). Além disso, o resultado encontrado para a proteína (2,60±0,03) foi

bastante relevante, pois foi superior aos valores obtidos por Alégria-Toran & Farré-

Rovira (2003) e Pascual et al, (2000). Esses autores obtiveram percentuais de proteína

de 0,91%, 0,90% e 1,8%, respectivamente. Em relação aos outros compostos, é

importante destacar o teor de vitamina C (1,76±0,01 mg/100g), um valor elevado

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 81

mesmo após possíveis perdas durante o processo de obtenção do extrato. O teor de

cálcio foi mais elevado (p < 0,05), sendo, aproximadamente, 4 vezes maior quando

comparado com o resultado obtido no experimento realizado no planejamento

experimental fatorial fracionário (Tabela V.15). Além disso, observa-se uma

significativa concentração de ferro de 1,88 mg/100g.

Com isso, percebe-se que o estudo de otimização para produção do extrato via

planejamento sequencial de experimentos influenciou de maneira importante nas

características nutricionais do extrato em estudo.

Quanto aos compostos analisados na matéria prima inicial (junça) conforme a

Tabela V.21 apresentaram-se em maior quantidade: amido (23,8±0,03%), carboidrato

(46,54±0,02%) e lipídio (15,70±0,01%), resultados semelhantes aos valores encontrados

por Mokaday & Dolev (1970) (29,90%; 43,30%; 24,49% respectivamente) e Marx et al.

(1985) (17,00% - 22,60%; 45,00% – 77,00%; 15,9% – 25,50% respectivamente). É

importante citar que para os demais compostos, os resultados, também, foram

semelhantes aos observados por Marx et al, (1985) e Mokaday & Dolev, (1970).

Em relação ao RS, foi possível perceber que mesmo otimizando o processo de

produção do extrato de junça, o teor de nutrientes encontrados nesse resíduo (Tabela

V.21) foi significativo, pois apresentou altos valores de proteína (3,05±0,01%),

carboidrato (22,07±0,03%) e amido (11,9±0,01%). Foram resultados importantes, pois

representam um resíduo com alto valor nutricional (Tabela V.21) podendo ser utilizado

de maneira complementar na indústria de alimentos, uma vez que além de ter maiores

valores de proteína quando comparado aos resultados obtidos por Sanchez-Zapata et al,

(2009) que foi de aproximadamente 1,75%, apresentou teores importantes de vitamina

C (2,63±0,02mg/100g), ferro (3,1±0,01mg/100g) e cálcio (10,45±0,03mg/100g).

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 82

V.2 Extração do amido de junça

V.2.1 Planejamento experimental fatorial fracionário

Para avaliação das melhores condições operacionais do processo de extração do

amido de junça para avaliação do rendimento conforme a metodologia descrita por

Guraya et al. (2004), foi realizado um planejamento experimental fatorial fracionário

seguido de um Delineamento composto central (DCCR). Essa sequência de

planejamentos objetivou-se em diminuir o quantitativo de ensaios de modo que não

houvesse dificuldades na identificação das variáveis independentes e interações

estatisticamente significativas (p < 0,05). A análise estatística foi realizada em um nível

de significância de 5%. Cada ensaio foi realizado em triplicata com determinação do

desvio padrão.

Os resultados obtidos ao se realizar o planejamento experimental fatorial

fracionário (24-1

) com suas respectivas condições operacionais são apresentadas na

Tabela V.22. Para extração do amido através do planejamento experimental fatorial

fracionário observou-se que o rendimento variou entre 12,53±0,02% e 17,70±0,04%

com uma variação pequena de 2,81%. Os pontos centrais para as seis respostas

apresentaram uma variação baixíssima de 0,023% indicando uma boa repetibilidade do

processo de extração do amido, uma vez que é considerado uma variação até 10%,

conforme Box et al. (1978) (Tabela V.22). Além disso, demonstra que as variações nos

valores das variáveis dependentes são decorrentes às variações dos valores impostos nas

variáveis independentes.

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 83

Tabela V.22 - Variável resposta estudada via planejamento experimental fatorial

fracionário para extração do amido de junça.

Ensaio Y1*

Y2*

Y3*

Y4*

**Rendimento (%)

1 -1(0,06) -1(12,0) -1(10,0) -1(25,0) 12,5

2 +1(0,26) -1(12,0) -1(10,0) +1(50,0) 14,4

3 -1(0,06) +1(20,0) -1(10,0) +1(50,0) 15,1

4 +1(0,26) +1(20,0) -1(10,0) -1(25,0) 13,4

5 -1(0,06) -1(12,0) +1(30,0) +1(50,0) 17,5

6 +1(0,26) -1(12,0) +1(30,0) -1(25,0) 15,3

7 -1(0,06) +1(20,0) +1(30,0) -1(25,0) 17,7

8 +1(0,26) +1(20,0) +1(30,0) +1(50,0) 15,9

9 0(0,16) 0(16,0) 0(20,0) 0(37,5) 16,9

10 0(0,16) 0(16,0) 0(20,0) 0(37,5) 16,6

11 0(0,16) 0(16,0) 0(20,0) 0(37,5) 16,8

*Concentração de bissulfito de sódio (Y1); Tempo de saturação (Y2); Tempo de mistura

(Y3) Temperatura de saturação (Y4)

** Rendimento = Diferença entre a massa de junça seca pela massa obtida após a

extração

Ao analisar o diagrama de pareto (Figura V.23), nota-se que todas as variáveis

independentes envolvidas no estudo de extração do amido foram estatisticamente

significativas, num nível de significância de 5% (p < 0,05). Assim, todas as variáveis

independentes devem ser consideradas no DCCR, ou seja, a concentração de bissulfito

de sódio (Y1), o tempo de saturação (Y2), o tempo de mistura (Y3) e a temperatura de

saturação (Y4).

Pode-se observar na Figura V.23, que os melhores resultados para o rendimento

de extração do amido foram obtidos em maiores tempos de mistura, concentração de

bissulfito de sódio e tempo de saturação (efeito positivo). Para a variável independente

temperatura de saturação, ocorreu uma tendência para menores valores de temperatura

(efeito negativo) no que diz respeito à variável resposta rendimento. É importante

enfatizar que a variável independente que mais influenciou o rendimento de extração do

amido foi o tempo de mistura, com um efeito positivo, ou seja, quanto maior o tempo de

extração, maior é o rendimento de extração do amido de junça.

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 84

Figura V.23 - Diagrama de pareto para o planejamento experimental fatorial fracionário

24-1

da extração do amido de junça: Rendimento (%).

V.2.2 - Delineamento composto central rotacional (DCCR)

Com o objetivo de otimizar o processo de extração do amido de junça e avaliar

suas principais interações utilizando um menor número de experimentos, utilizou-se o

Delineamento composto central rotacional (DCCR). Como as variáveis estudadas no

planejamento experimental fatorial fracionário, (item V.2.1) foram estatisticamente

significativas, todas foram consideradas no DCCR. Portanto a concentração de

bissulfito de sódio (Y1), o tempo de saturação (Y2), o tempo de mistura (Y3) e a

temperatura de saturação (Y4) foram definidas como variáveis independentes. (Tabela

V.23)

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 85

Tabela - V.23 Variável resposta estudada via Delineamento composto central rotacional

para a extração do amido de junça.

Ensaio

Y1*

Y2*

Y3*

Y4*

Rendimento (%)

1 -1(0,16) -1(15,0) -1(20,0) -1(25,0) 24,3

2 +1(0,40) -1(15,0) -1(20,0) -1(25,0) 26,5

3 -1(0,16) -1(15,0) +1(40,0) -1(25,0) 12,8

4 +1(0,40) -1(15,0) +1(40,0) -1(25,0) 12,2

5 -1(0,16) +1(30,0) -1(20,0) -1(25,0) 8,9

6 +1(0,40) +1(30,0) -1(20,0) -1(25,0) 11,2

7 -1(0,16) +1(30,0) +1(40,0) -1(25,0) 11,3

8 +1(0,40) +1(30,0) +1(40,0) -1(25,0) 10,7

9 -1(0,16) -1(15,0) -1(20,0) +1(35,0) 23,7

10 +1(0,40) -1(15,0) -1(20,0) +1(35,0) 33,5

11 -1(0,16) -1(15,0) +1(40,0) +1(35,0) 3,2

12 +1(0,40) -1(15,0) +1(40,0) +1(35,0) 21,1

13 -1(0,16) +1(30,0) -1(20,0) +1(35,0) 19,9

14 +1(0,40) +1(30,0) -1(20,0) +1(35,0) 17,4

15 -1(0,16) +1(30,0) +1(40,0) +1(35,0) 21,6

16 +1(0,40) +1(30,0) +1(40,0) +1(35,0) 20,5

17 0(0,28) 0(22,5) 0(30,0) -2,00(20,0) 24,4

18 0(0,28) 0(22,5) 0(30,0) +2,00(40,0) 13,5

19 0(0,28) -2,00(7,5) 0(30,0) 0(30,0) 11,5

20 0(0,28) 2,00(37,5) 0(30,0) 0(30,0) 16,5

21 0(0,28) 0(22,5) -2,00(10,0) 0(30,0) 20,5

22 0(0,28) 0(22,5) 2,00(50,0) 0(30,0) 14,4

23 -2,00(0,04) 0(22,5) 0(30,0) 0(30,0) 10,0

24 +2,00(0,52) 0(22,5) 0(30,0) 0(30,0) 12,1

25 0(0,28) 0(22,5) 0(30,0) 0(30,0) 16,7

26 0(0,28) 0(22,5) 0(30,0) 0(30,0) 19,5

27 0(0,28) 0(22,5) 0(30,0) 0(30,0) 21,1

* Concentração de bissulfito de sódio (Y1); Tempo de saturação (Y2); Tempo de mistura

(Y3) Temperatura de saturação (Y4).

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 86

No Delineamento composto central rotacional observa-se que o rendimento de

extração do amido variou entre 8,90±0,01% e 33,50±0,03% apresentando uma variância

de 43,9%. Os pontos centrais para as seis respostas apresentaram uma variação pequena

de 1,81% indicando uma boa repetibilidade do processo de extração do amido, como

descrito por Box et al. (1978) (Tabela V.23). Além disso, demonstra que as variações

nos valores das variáveis dependentes são decorrentes às variações dos valores impostos

nas variáveis independentes.

Para otimização do processo de extração do amido de junça e,

consequentemente, determinação de um modelo preditivo ajustado (p < 0,05) realizou-

se, primeiramente, a análise de variância (ANOVA) para a variável resposta

rendimento, como mostra a Tabela V. 24.

Tabela V.24 - Análise de variância (ANOVA) para o delineamento composto central

rotacional do modelo ajustado para o rendimento da extração do amido de junça

(R2=0,6822).

Fator* SSa g.L

b M.S

c F

d P-valor

1 – Y4 (L) 18,727 1 18,7267 6,47235 0,125965

Y4 (Q) 1,046 1 1,0463 0,36161 0,608693

2 – Y2 (L) 27,735 1 27,7350 9,58583 0,090398

Y2(Q) 22,023 1 22,0233 7,61173 0,110101

3 – Y3 (L) 171,735 1 171,7350 59,35541 0,016434

Y3 (Q) 0,503 1 0,5029 0,17383 0,717223

4 – Y1 (L) 41,976 1 41,9762 14,50789 0,062532

Y1 (Q) 64,945 1 64,9450 22,44644 0,041778

1L – 2L 62,410 1 62,4100 21,57028 0,043367

1L – 3L 1,102 1 1,1025 0,38105 0,599958

1L – 4L 27,040 1 27,0400 9,34562 0,092409

2L – 3L 267,322 1 267,3225 92,39257 0,010651

2L – 4L 60,840 1 60,8400 21,02765 0,044412

3L – 4L 0,903 1 0,9025 0,31192 0,632686

Ajuste 354,700 10 35,4700 12,25920 0,077726

Erro puro 5,787 2 2,8933

Total SS 1134,376 26

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 87

* Concentração de bissulfito de sódio (Y1); Tempo de saturação (Y2); Tempo de mistura

(Y3); Temperatura de saturação (Y4). a

SS: soma quadrática; b g.L: graus de liberdade;

c M.S : quadrado médio;

d Teste para

comparar o modelo de variância com a variância residual (erro).

É possível observar na Tabela V.24 que no DCCR o termo linear (L) da variável

independente tempo de mistura, o termo quadrático (Q) da variável independente

concentração de bissulfito de sódio e as interações lineares (L-L) de concentração de

bissulfito de sódio – tempo de saturação, tempo de saturação – tempo de mistura e

tempo de saturação – temperatura de saturação apresentaram-se estatisticamente

significativos ao nível de confiança de 5%. Além disso, os resultados da tabela V.23

mostram um coeficiente de determinação razoável para o rendimento (R2 = 68,22%).

Esse resultado sugere que esse modelo (Tabela V.24) é adequado para avaliar o

comportamento do rendimento em relação às variáveis independentes em estudo, além

de apresentar normalidade dos resíduos. (Figura V.24)

Figura V.24 - Gráfico normal dos resíduos para extração do amido de junça:

Rendimento.

O modelo possui uma falta de ajuste não significativa (p > 0,05) (Tabela V.25),

em que o valor de F-ajuste (12,25) foi 1,58 vezes menor que o F-tabelado (19,39)

denotando a capacidade do modelo em selecionar as melhores condições. Para

confirmação da capacidade de predição do modelo, foi realizado o Teste F (16,46) para

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 88

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Valores observados

0

5

10

15

20

25

30

35

Va

lore

s P

red

ito

s

a regressão, cujo resultado se mostrou significativo, uma vez que o F-calculado foi

maior que o valor do F-tabelado (3,01), levando-se à rejeição da hipótese nula.

Contudo, além de não apresentar um coeficiente de determinação alto, este

modelo apresentou uma imprecisão (Figura V.25) importante na predição dos dados

experimentais como já verificados no Teste F, cujo o valor de F (ajuste) não foi 3 vezes

menor que o F (tabelado). Isso ocorreu devido à inserção das variáveis independentes

tempo de saturação e temperatura de saturação não significativas, (p > 0,05) que

apresentaram interações lineares (L-L) estatisticamente significativas (p < 0,05) com as

variáveis independes: tempo de mistura e concentração de bissulfito de sódio. (p < 0,05)

(Tabela V.25).

Figura V.25 - Dados experimentais versus dados preditos (normais) para extração do

amido de junça: rendimento (%).

Além disso, em relação à análise de variância (ANOVA) (Tabela V.24) e

regressão floi possível determinar a equação do modelo reparametrizado a partir das

variáveis reais (Eq.21).

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 89

R.A(%) = 84,07 – 121,16(Y12) – 1,94Y2 – 1,30Y3 – 1,99Y4 – 0,053Y1.Y2 + 0,055Y2.Y3

– 2,16Y2.Y4. (21)

Através desse modelo, foi possível obter as superfícies de resposta apresentadas

na Figura V.26. Observa-se que o aumento do rendimento (R.A%) é decorrente da

diminuição quadrática (Q) da concentração de biussulfito de sódio (Y1), do tempo de

mistura (Y3) e interação linear (L-L) entre tempo de saturação – temperatura de

saturação (Y2-Y4). Aumenta, também, com os aumentos das interações lineares (L-L)

entre tempo de saturação e tempo de mistura (Y2-Y3) e concentração de bissulfito de

sódio e tempo de saturação (Y1-Y2). Além disso, foi possível otimizar o processo de

extração do amido de junça e as condições ótimas foram: 0,21% de bissulfito de sódio e

41 minutos de tempo de mistura. Para as variáveis independentes tempo de saturação e

temperatura de saturação, que não se apresentaram estatisticamente significativos (p >

0,05) (Tabela V.24) foram definidos 15 h e 25 °C, respectivamente. Esses valores

corresponderam às menores condições experimentais do intervalo estudado para

avaliação do rendimento de extração do amido.

(a) (b)

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 90

Figura V.26 - Superfícies de resposta para o rendimento da extração do amido de junça:

(a) Y1 – Y2 (concentração de bissulfito de sódio – tempo de saturação); (b) Y2 – Y3;

(tempo de saturação – tempo de mistura); (c) Y2 – Y4 (tempo de saturação – temperatura

de saturação).

Após a otimização do processo de extração foi possível observar que o

isolamento do amido de junça foi relativamente fácil, pois não houve interferência de

outros compostos, principalmente, proteína e lipídio no rendimento de extração do

mesmo. É importante ressaltar que na literatura não existe uma concentração padrão de

proteína e lipídio que determine um maior ou menor rendimento para extração do

amido. Contudo, é possível que maiores rendimentos ocorram em menores teores de

proteína e lipídio em relação à matéria seca, para esse tipo de amido que tem baixo teor

de amilose (Tabela V.21 e Tabela V.25) (ZAVAREZE et al, 2009; UMERIE et al,

1997b).

Assim, o rendimento observado para a extração do amido de junça foi de 33,5%.

Esse resultado foi considerado satisfatório, pois o amido de junça apresentou valores

inferiores de proteína e lipídio quando comparado aos valores observados na matéria

seca da mesma (Tabela V.21). Além disso, a literatura reporta rendimentos de extração

do amido desse tubérculo de aproximadamente 21% (UMERIE et al, 1997b), 37%

(MANEK et al, 2012) e 32,3%. (BUILDERS, 2013).

(c)

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 91

V.3 Modificação e caracterização físico-química do amido nativo e modificado de

junça.

V.3.1 Modificação química por OSA do amido nativo de junça.

O amido extraído da junça foi modificado pela esterificação das hidroxilas do

amido com o ácido octenil succínico anidro, resultando em um amido hidrofobicamente

modificado. A eficiência da reação foi realizada pela determinação do grau de

substituição que apresentou um valor de 0,04. Esse valor é similar aos valores obtidos

para amido de milho modificado comercial (Capsul) que gira em torno 0,04 (SONG, et

al, 2006). Além disso, como o grau de substituição é dependente do conteúdo de

amilose e das condições da reação, existe uma grande variação de resultados

encontrados na literatura. Song et al. (2006) encontraram graus de substituição de 0,018

e 0,025 utilizando as mesmas condições reacionais deste estudo, porém utilizando

amido de arroz.

V.3.2 Composição química do amido nativo e modificado de junça.

A composição química do amido de junça depende, basicamente, de sua origem

biológica. Observa-se na Tabela V.25 que o amido nativo e o amido modificado de

junça apresentaram menores valores de umidade, cinzas, proteína e lipídio quando

comparado com os valores obtidos da matéria seca de junça. Isso mostra que durante o

processo de extração do amido, ocorreram perdas naturais desses compostos em virtude

das etapas de separação inerentes à metodologia de extração utilizada. Quanto ao teor de

carboidrato é importante frisar que ocorreu um aumento significativo (p < 0,05) devido,

também, ao processo de extração que visa isolar, somente, o amido. O amido nativo de

junça apresentou maiores teores de amilopectina (83,9%) em relação aos teores de

amilose (16,1%) (Tabela 1). Manek et al. (2012) obtiveram valores ligeiramente

superiores de amilopectina (88,5%). Os valores de amilose e amilopectina do amido

modificado foram semelhantes aos valores obtidos no amido nativo. Esse resultado

sugere que após a modificação química não houve uma alteração na estrutura cristalina

do amido modificado de junça, com possível processo de succinilação na região de

amilose da molécula (SONG et al. 2006).

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 92

Quanto à composição química do o amido nativo e amido modificado

apresentados na Tabela V.25, percebe-se que a umidade (0,033%) e o lipídio (4,04%)

apresentaram valores menores no amido modificado. Esse fato pode estar associado ao

processo de hidrólise parcial do amido nativo durante o processo de succinilação

(octenil-succínico) e suspensão em álcool etílico 97%. Os valores de carboidrato

(87,4%), proteína (4,75%) e cinzas (0,26%) foram maiores no amido modificado em

virtude do processo de substituição pelo ácido octenil succínico (SONG et al. 2006). O

teor de amido em torno de 92% foi semelhante para ambos os amidos, demostrando a

eficiência do processo de extração otimizado (GURAYA et al., 2004).

Tabela V.25 - Composição química do amido nativo e amido de junça modificado.

Parâmetro (%) Amido nativo Amido modificado

Umidade 0,037±0,003 0,033±0,002

Cinzas 0,150±0,01 0,260±0,01

Proteína 4,040±0,14 4,750±0,11

Lipídio 8,410±0,51 4,040±0,21

Carboidrato 87,40±0,12 91,00±0,09

Amilose 16,10±0,003 17,00±0,001

Amilopectina 83,90±0,002 83,00±0,002

Amido 92,2±0,54 92,0±0,16

± desvio padrão.

V.3.3 Micrografias e tamanho de partícula do amido nativo e modificado de junça.

Geralmente a forma e tamanho dos grânulos de amido estão estritamente

relacionados com as fontes biológicas do qual este é isolado. Lineback (1984) e

Lindeboom et al. (2004) relatam que a maioria dos grânulos de amidos de raízes e de

tubérculos, são ováis e redondos, embora também existam grânulos esféricos,

poligonais e irregulares, cuja condição depende de sua origem biológica.

De acordo com a Figura V.27 observa-se que os grânulos do amido nativo de

junça possuem superfície lisa sem ranhuras e, em sua maioria, formatos ováis e

esféricos. Esses resultados apresentam-se de acordo com os dados obtidos por Lineback

(1984) e Lindeboom et al. (2004) para amidos de tubérculos variados e por Jing et al,

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 93

(2012) e Manek, et al. (2012) para o amido de junça. Somente um pequeno número de

granulos apresentaram formatos irregulares.

Figura V.27 - Micrografias do amido nativo e amido de junça modificado. (a) amido

nativo com aumento de 1000x; (b) amido modificado com aumento de 1000x; (c) amido

nativo com aumento de 2000x; (d) amido modificado com aumento de 2000x.

A modificação química do amido de junça não alterou o formato dos grânulos,

que apresentou formas geométricas similares ao amido nativo, destacando-se o

predomínio do formato oval, como mostra a Figura V27.

De acordo com a análise da distribuição do tamanho de partícula, os grânulos do

amido nativo de junça apresentou tamanho médio de 0,182 μm num intervalo de 0,09-

0,40 μm e o amido modificado apresentou tamanho médio de 0,156 μm num intervalo

de 0,07-0,35 μm, como mostram as Figura V.28 e Figura V.29, respectivamente. O

tamanho médio encontrado para os grânulos do amido nativo foi menor que os

tamanhos médios encontrados por Manek et al. (2012) (8,31 μm) e Jing, et al. (2012)

(a) (b)

(c) (d)

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 94

(8,60 μm). Para os grânulos do amido de junça modificado por ácido octenil succínico,

não existem dados sobre o tamanho de partícula reportado na literatura.

Figura V.28 - Distribuição do tamanho de partículas do amido nativo.

* A linha pontilhada se refere à distribuição cumulativa das partículas.

Figura V.29 Distribuição do tamanho de partículas do amido de junça modificado

* A linha pontilhada se refere à distribuição cumulativa das partículas.

Comparando a outras fontes botânicas e outros tubérculos, o intervalo de

tamanho do amido nativo de junça (3,0-9,0 μm) apresentou-se bem menor que os

intervalos observados para amido de milho (2-32 μm), amido de arroz (2-20 μm), amido

de trigo (2-45 μm), amido de batata (10-100 μm) e amido de tapioca (5-35 μm) (ROWE

et al. 2003).

Diâmetro da partícula

Par

tícu

las

norm

aliz

adas

Diâmetro da partícula

Par

tícu

las

norm

aliz

adas

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 95

0 100 200 300 400 500 600

20

40

60

80

100

temperatura (°C )

pe

rda

de

ma

ss

a (

%)

-18

-16

-14

-12

-10

-8

-6

-4

-2

0

2

DT

G (%

/min

)

V.3.4 Análise termogravimétrica (TG) do amido nativo e modificado de junça

A partir das curvas obtidas por análise termogravimétrica foi possível avaliar a

decomposição térmica do amido nativo e amido modificado apresentadas nas Figuras

V.30 e V.31, respectivamente. Para o amido nativo foi possível visualizar duas etapas

de decomposição térmica. A primeira etapa ocorreu no intervalo de temperatura de 42 -

274 °C representando uma perda de massa correspondente a 8,37% (w/w), que está

relacionada à perda de água que estava ligada ao amido (CASTANO et al, 2012). De

maneira geral, o máximo de água ligada ao amido corresponde a 13% (w/w), pois altas

concentrações de água afetam a fluidez e propriedades mecânicas deste (CEREDA &

VILPOUX, 2003; PARAMAKRISHNAN et al, 2015). A segunda etapa da

decomposição térmica ocorreu no intervalo de 274 - 340°C com perda de massa

correspondente a 58,66% (w/w) para o amido nativo. Além disso, por meio da curva

derivada do termograma (DTG), foi possível perceber, mais um evento térmico

relacionado ao processo de caramelização e decomposição da matéria orgânica com

velocidade máxima na temperatura de 396°C, além dos eventos de degradação já

citados que ocorreram com velocidades máximas nas temperaturas de 98,4°C

(desidratação) e 324,6°C (despolimerização). Esse comportamento referente à

existência de mais um evento térmico registrado pela DTG, foi semelhante ao

observado para amido de milho e fécula de batata conforme reportado por Lima et al,

(2012).

Figura V.30 - Termograma (TG) do amido nativo. Linha tracejada corresponde à

derivada do termograma.

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 96

Assim como observado para o amido nativo, foi possível visualizar duas etapas

de degradação térmica para o amido modificado. A primeira etapa ocorreu no intervalo

de 42 – 261 °C com uma perda de 22,54% (w/w) equivalente ao processo de

desidratação. Em comparação com o amido nativo a perda de água ligada foi maior,

pois com a modificação do amido houve um aumento desse fator em função da

succiniliação. Para o amido modificado, não se aplica valores aceitáveis de 13% de água

ligada. A segunda etapa ocorreu no intervalo de 261 – 350°C com perda de massa de

57,30% (w/w) do polissacarídeo. Esse resultado demonstrou que a temperatura inicial

de degradação do amido modificado (261°C) foi menor que a temperatura inicial de

degradação observada para o amido nativo (274°C). Embora o amido nativo tenha

iniciado a degradação depois do amido modificado, o mesmo apresentou uma perda de

massa maior 58,66 %(w/w) em relação ao último (57,30 %). Esse fato pode estar

relacionado a uma maior velocidade de degradação do amido nativo (17,20 %/min) em

relação ao amido modificado (9,35 %/min), denotando uma maior resistência térmica do

último.

Figura V.31 - Termograma (TG) do amido modificado. Linha tracejada corresponde à

derivada do termograma

Por meio da curva derivada do termograma (DTG) do amido modificado foi

possível definir as temperaturas nas quais a velocidade de degradação foi máxima

(AGGARWAL & DOLLIMORE, 1998; RUDNIK, et al, 2006). Na primeira etapa,

0 100 200 300 400 500 600

0

20

40

60

80

100

Temperatura (°C)

pe

rda

de

ma

ss

a (

%)

-10

-8

-6

-4

-2

0

DT

G (%

/min

)

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 97

referente à desidratação, a temperatura que apresentou velocidade máxima foi 76°C. Na

segunda etapa, referente à despolimerização, que acontece com temperaturas maiores

que 300°C, a velocidade máxima foi em 308°C.

A partir das análises termogravimétricas (Figuras V.30 e V.31), também foi

possível determinar o teor de inorgânicos nas amostras de amido nativo e amido

modificado de junça (ARAUJO et al, 2006). O teor de inorgânicos foi de 18,30 % para

o amido nativo e 14,68 % para o amido modificado. Contudo, não foi possível encontrar

dados compatíveis com os valores de cinzas do amido nativo (0,15%) e amido

modificado (0,26%) (Tabela V.24) determinados convencionalmente. Esse fato é

reportado na literatura por Lima et al. (2012) para análises realizadas sob atmosfera

controlada de N2. Além disso, os valores de inorgânicos do amido nativo foram

semelhantes aos encontrados para amido de trigo (17,31 %) conforme estudo realizado

por Lima et al. (2012).

V.3.5 Análise de infravermelho (FT-ir) do amido nativo e modificado de junça.

A espectroscopia de absorção na região do infravermelho foi usada para a

caracterização do amido e amido de junça modificado. A Figura V.32 mostra o espectro

de infravermelho do amido nativo, que apresentou bandas na região de 2900-3000 cm-1

correspondente ao estiramento C-H e 1163 cm-1

, 1150 cm-1

, 1124 cm-1

e 1103 cm-1

correspondentes ao estiramento C-O e C-C com alguma contribuição do estiramento C-

OH. As bandas 1077 cm-1

, 1067 cm-1

, 1047 cm-1

, 1022 cm-1

, 994 cm-1

e 928 cm-1

foram

atribuídas às deformações C-OH e CH2. O grupo C-O-C (éter) presente em um anel de

seis átomos (como no monômero de glicose) absorve em 1150-1085 cm-1

. Para o grupo

éter existe a possibilidade de deslocamento caso haja qualquer tipo de deformação axial,

ou seja, simétrica ou assimétrica (SILVERSTEIN, et al, 1991). Foi possível perceber,

também, deformações moleculares existentes nas moléculas do amido nativo a 3400 e

1650 cm-1

, atribuídas ao estiramento e deformação angular de ligações –OH da H2O.

Além dessas bandas, foi possível observar uma banda próximo a 2926 cm-1

, atribuída a

deformação axial de ligações C-H. Esses resultados são bastante similares aos

resultados obtidos para amido de milho (LIMA, et al, 2012).

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 98

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500

50

60

70

80

90

100

Tra

ns

mit

ân

cia

(u

.a)

Número de ondas (cm-1)

As bandas na região de 1200 a 1000 cm-1

são consideradas bandas características

do amido, de maneira geral, e são atribuídas a vibrações de deformação axial de C-O em

álcoois e a vibrações de deformação axial do sistema O-C-O.

V.32 - Espectros de absorção na região do infravermelho do amido nativo de junça.

O espectro de absorção na região do infravermelho do amido modificado,

apresentado na Figura V.33, foi muito semelhante ao espectro do amido nativo,

apresentando estiramento e deformações moleculares semelhantes. Esse fato demostra

que não houve alterações moleculares e estruturais significativas após o processo de

modificação do amido nativo.

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 99

V.33 - Espectros de absorção na região do infravermelho do amido de junça

modificado.

V.3.6 Difração de raio X (DRX) do amido nativo e amido modificado

O s grânulos de amido, devido à sua cristanilidade, apresentam padrões que o

classificam como do tipo A, B ou C. O tipo de padrão é definido de acordo com os

arranjos de empacotamento das duplas hélices de amilopectina (ZOBEL, 1964). O

padrão do tipo A, é obtido quando ocorre um arranjo de empacotamento fechado com

moléculas de água entre cada dupla hélice. O padrão B ocorre quando se tem um arranjo

com um empacotamento hexagonal mais aberto com moléculas de águas na cavidade

central da dupla hélice (IMBERTY et al, 1988). O padrão C, forma polimórfica, é

considerado uma mistura entre os padrões A e B, sendo mais semelhante ao padrão A,

se diferenciando por apresentar um pico em torno de 5° 2θ. É comum em amidos

obtidos de leguminosas e sementes (VAN SOEST et al, 1996)

De acordo com as Figuras V.34 e V.35, correspondentes aos difratogramas do

amido de junça e amido modificado, respectivamente, foi possível perceber que em

ambas as amostras, os picos com maior intensidade observados ocorreram

aproximadamente em 15°, 17°, 18° e 23° 2θ, fato que caracteriza esse amido como

padrão cristalino do tipo A. É importante ressaltar que amidos de origem tuberosa,

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500

50

60

70

80

90

100

Tra

ns

mit

ân

cia

(u

.a)

número de ondas (cm-1)

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 100

geralmente, apresentam um pico forte em 17° 2θ e picos medianos em 5°, 15°, 22° e 24°

2θ, que o caracteriza como padrão cristalino do Tipo B (ZOBEL, 1964).

Assim, percebe-se que o amido de junça, apesar de ser um tubérculo, não

apresenta padrão cristalino semelhante a outros tubérculos, se diferenciando,

principalmente, devido à presença de um pico em 5° 2θ. O amido de junça se assemelha

ao padrão cristalino observado para o amido de milho, que apresenta picos mais

intensos, aproximadamente, em 5°, 15°, 22° e 24° 2θ conforme estudo realizado por

Manek et al. (2012).

Quanto ao amido modificado, pôde-se constatar que a modificação química não

alterou a estrutura cristalina do grânulo do amido nativo, devido às substituições

ocorrerem, provavelmente, na região de amilose do mesmo.

Figura V.34 – Difratograma de Raio X do amido nativo de junça.

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 101

Figura V.35 - Difratograma de Raio X do amido de junça modificado.

V.3.7 Calorimetria expoloratória diferencial (DSC) do amido nativo e modificado

de junça

As curvas obtidas por calorimetria exploratória diferencial (DSC) podem

apresentar picos exotérmicos e/ou endotérmicos que caracterizam transições ou reações

que tenham ocorrido durante a análise, como transição vítrea, gelatinização, fusão,

oxidação e decomposição, entre outras. As curvas obtidas para o amido nativo e

modificado apresentadas na Figura V.36 foram realizadas com o objetivo de avaliar,

principalmente, o processo de gelatinização dos mesmos. Para o amido nativo,

ocorreram dois picos endotérmicos: o primeiro apresentou-se no intervalo de 62,27 –

75,55°C (∆H = 228,86 J.g-1

) com máximo em 67,52°C, relacionado ao processo de

gelatinização do amido. O segundo pico ocorreu no intervalo de 100,67 – 116,67°C (∆H

= 789,51 J.g-1

) com máximo em 106,36°C correspondente ao processo de fusão desse

amido (EERLINGEN et al, 1996; SINGH, et al, 2003). Esse resultado é concordante

com a temperatura registrada na DTG do amido nativo apresentada na Figura V.30. O

processo de decomposição, não foi possível avaliar via DSC, pois o mesmo inicia-se

acima do intervalo de temperatura aplicado nesse estudo. Esse fato pode ser observado

no termograma do amido nativo (Figura V.30), no qual o processo de decomposição

inicia-se a partir de 274°C.

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 102

Figura V.36 - DSC do amido nativo e modificado de junça.

Para o amido modificado, observou-se apenas um pico endotérmico que ocorreu

no intervalo de 104,76 – 117,65 °C (∆H = 714,28 J.g-1

) com máximo em 108,28°C,

relacionado ao processo de fusão do amido modificado. Resultado semelhante ao

observado para o amido nativo, quanto ao processo de fusão. Além disso, é importante

ressalatar que para o amido o milho modificado comercial os picos endotérmicos

ocorreram em temperaturas inferiores ao observado nesse estudo. Chung et al. (2010)

obtiveram um pico endotérmico para o amido de milho modificado que variou de 70,5 a

74ºC, dependendo das condições de pH e aquecimento utilizados na reação de

modificação com ácido octenil succínico. Isso indica que o amido de junça modificado

se apresentou mais resistente ao aumento de temperatura que a amido de milho

modificado, pois apresentou picos endotérmicos em maiores temperaturas. (104,76 –

117,65 °C). Isso pode ser explicado pelo grau de cristanilidade, pois segundo

Thirathumthavorn e Charoenrein (2006) o pico endotérmico tem sido relacionado ao

grau de perfeição dos cristais nos grânulos do amido, quanto menor a temperatura,

menor é o grau de cristalinidade do amido.

Quanto ao processo de decomposição, assim como ocorrido no amido nativo,

não foi possível avaliar, pois o mesmo iniciou-se a partir de 261°C (Figura V.31). É

importante ressaltar, que não foi possível identificar um pico endotérmico para o

processo de gelatinização, podendo o mesmo ter ocorrido, rapidamente, durante o

50 100 150 200 250

-10

0

10

20

30

40

50

60

DS

C (

mW

)

Temperatura (°C)

Amido nativo Amido modificado

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 103

mesmo intervalo de temperatura observado para o processo de fusão (EERLINGEN et

al, 1996; SINGH, et al, 2003). Esse resultado sugere que a fração de amilose no amido

modificado encontra-se mais estável que no amido nativo, pois quanto mais estável a

fração de amilose maior a temperatura de gelatinização.

Este resultado corrobora o fato de que o processo de modificação química do

amido nativo tenha ocorrido na fração de amilose, como já sugerido pela difração de

raio X (DRX) e análise de infravermelho (FTIR) (HOOVER, 2000; HOOVER, 2001;

JENKINS & DONALD, 1997). Este fato, segundo Tester e Morrison (1990), indica que

o amido modificado possui um nível mais alto de cristalinidade do que o amido nativo,

o que está de acordo com o fato de que o ácido (OSA) ataca preferencialmente a região

amorfa do grânulo. Isso pode ser observado na análise de DRX (Figuras V.34 e V.35)

cuja cristalinidade do amido modificado (76,91%) apresentou-se maior que a

cristalinidade do amido nativo (55,94%).

Contudo, apesar do amido modificado se apresentar mais estável quanto ao

processo de gelatinização, foi possível notar que este se encontra, sensivelmente, mais

instável ao processo de fusão, que o amido nativo. Isso é explicado devido a um menor

valor da entalpia de fusão do amido modificado (∆H = 714,28 J.g-1

) em relação à

entalpia de fusão do amido nativo (∆H = 789,51 J.g-1

). Isso ocorre porque quanto menor

for à entalpia de fusão menos energia será necessário para desestabilizar o polímero

(EERLINGEN et al, 1996; FERRERO, et al, 1996; SINGH, et al, 2003; ALI, et al,

2013).

V.3.8 Poder de intumescimento e Solubilidade do amido nativo e modificado de

junça.

O poder de intumescimento não é somente uma medição da capacidade de

hidratação de um amido, mas um indicativo da existência de algumas forças

associativas que influenciam a capacidade de inchamento dos grânulos, como: tamanho

da partícula, teor de lipídios, temperatura e proporção de amilose/amilopectina

(JACOBS et al, 1998; TESTER et al, 1998; WADUGE et al, 2006; MANEK et al,

2012).

Conforme a Figura V.36 é possível observar que o amido nativo e modificado de

junça apresentaram comportamentos semelhantes quanto ao poder de intumescimento,

que aumentou com o aumento de temperatura. Ambos apresentaram aumento

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 104

significativo do poder de intumescimento no intervalo de temperatura de 70 – 80°C.

Esse comportamento pode ser explicado em função do rompimento das ligações de

hidrogênio quando se atinge a temperatura de gelatinização do amido de junça (60°C),

cujas moléculas de água se ligam aos grupos hidroxilas liberados, promovendo a

expansão do grânulo (HOOVER & MANOEL, 1996).

É importante ressaltar que o amido modificado apresentou, em sua totalidade,

valores menores de poder de intumescimento, mostrando-se mais resistente à

capacidade de absorção de água, ou seja, menor capacidade de inchamento do grânulo.

Esse fato pode estar relacionado a um menor tamanho de partícula do amido

modificado (0,156 μm) quando comparado ao amido nativo (0,182 μm). Isso ocorre,

pois menores tamanhos de partículas representam empacotamentos mais compactos, que

consequentemente causam uma maior resistência à absorção de água. Além disso, a

presença de lipídio na composição de ambos os amidos pode influenciar num menor

poder de intumescimento devido a uma possível formação do complexo amilose-lipídio

dentro do grânulo (TESTER & MORRISON, 1990, OLAYINKA, et al, 2008, MANEK,

et al, 2012)

A proporção amilose/amilopectina é outro fator que pode influenciar o poder de

intumescimento, pois o processo de intumescimento inicia-se na fração de amilose,

onde menores teores facilitam o desenvolvimento do processo de gelatinização com

consequente aumento do poder de intumescimento (gelatinização do amido). O processo

de inchamento continua seguindo para a estrutura cristalina, que comprometida com a

quebra das pontes de hidrogênio, colaboram com o aumento da capacidade de

inchamento e solubilidade de grânulo (ZAVARESE et al, 2009).

Apesar da proporção amilose/amilopectina afetar o poder de intumescimento dos

grânulos de amido em geral, para o amido nativo e modificado de junça, não houve uma

influência significativa. Isso ocorreu, pois a proporção amilose/amilopectina do amido

nativo (16,1%/83,9%) e modificado (17%/83%) e estrutura cristalina (Figura V.37)

foram similares.

Além disso, vale salientar que o poder de intumescimento do amido nativo de

junça é significativamente menor quando comparado com o poder de intumescimento

do amido de milho e batata (ZAVARESE et al, 2009; MANEK et al, 2012). Essa

propriedade torna o amido nativo de junça um ligante bastante promissor em

formulações farmacêuticas (MANEK eta al, 2012).

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 105

30 40 50 60 70 80

1

2

3

4

5

6

7

8

amido nativo amido modificado

Po

de

r d

e in

tum

es

cim

en

to (

g/g

)

Temperatura (°C)

30 40 50 60 70 80

0

2

4

6

8

10

So

lub

ilid

ad

e (

%)

Temperatura (°C)

amido nativo amido modificado

Figura V.37 – Poder de intumescimento e Solubilidade do amido e amido modificado

de junça.

Quanto à solubilidade do amido nativo e amido modificado de junça (Fig.V.37),

ambos apresentaram comportamentos e valores semelhantes até a temperatura de 60°C.

No intervalo de 60-80°C ocorreu um aumento significativo da solubilidade para ambos

os amidos, porém para o amido nativo o aumento da solubilidade foi bastante superior

ao observado para o amido modificado. Esse fato pode ser explicado pelo

fortalecimento das ligações intermoleculares no amido modificado, com o possível

aumento nas interações entre as moléculas de amilose e amilopectina, formando uma

estrutura mais estável que reduz o lixiviamento das moléculas de amilose dos grânulos

(GOMES, et al, 2005).

O aumento de solubilidade no intervalo de temperatura de 60-80°C ocorreu

devido à instauração do processo de gelatinização que permite uma maior entrada de

água no grânulo do amido com consequente aumento do inchamento e solubilidade.

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 106

V.4. Microencapsulamento do extrato de junça via liofilização

V.4.1 Avaliação preliminar de alguns encapsulantes para uso no

microencapsulamento do extrato de junça.

Inicialmente, alguns testes preliminares foram desenvolvidos para determinar

qual ou quais materiais encapsulantes conseguiram encapsular e estabilizar o extrato de

junça com sucesso. As concentrações e encapsulantes definidas inicialmente foram

baseadas no estudo de Silva, (2012) para amostras oleosas. Os encapsulantes utilizados

para realização desse estudo foram: 10 % goma arábica/8,5% maltodextrina (A1), 0,6%

goma xantana/1,0% maltodextrina (A2), 10 %inulina (A3) e 10% inulina/0,5% amido

de junça modificado (A4).

Após o microencapsulamento com os encapsulantes: A1-A4 e o Branco, foi

possível notar que as amostras apresentaram-se mais oleosas e com uma coloração mais

amarelada com aumento de intensidade no sentido A3 Branco, como mostra a Figura

V.38. O branco não apresenta material encapsulante em sua composição, por isso sua

coloração amarelada. Pode ter ocorrido uma rápida oxidação lipídica do extrato,

denotando a dificuldade de preservação de suas características naturais. Já o extrato de

junça encapsulado com 10% inulina/0,5% amido de junça modificado (A4), apresentou

coloração branca com ausência da característica oleosa. (Fig.V.38) Assim, a priori, o

encapsulante A4 apresentou melhores resultados quando comparado aos outros

encapsulantes em estudo. Contudo, além da coloração e aspecto não oleoso do

microencapsulado, foi necessário avaliar se a emulsão (formação de fases) e o pH do

extrato permaneciam estáveis após 24 h. É importante frisar que o valor de pH num

intervalo de 6,70 a 7,03 (95 %) confirma o frescor do extrato de junça. (CORRALES et

al, 2012)

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 107

Figura V.38 - Extrato de junça microencapsulado com os polímeros A1, A2, A3 e A4.

Br = Branco; A1= 10% Maltodextrina e 8,5% de goma arábica; A2 = 0,6% de goma

xantana e 1,0% de matodextrina; A3 = 10% Inulina; A4 = 10% Inulina e 0,5% de amido

de junça modificado.

A Tabela V.26 e Figura V.39 mostram os resultados obtidos após a reconstituição do

extrato de junça microencapsuladoem água.

Tabela V.26 - Resultados preliminares de alguns encapsulantes utilizados no

microencapsulamento do extrato de junça.

*Br = Branco; A1= 10% Maltodextrina e 8,5% de goma arábica; A2 = 0,6% de goma

xantana e 1,0% de matodextrina; A3 = 10% Inulina; A4 = 10% Inulina e 0,5% de amido

de junça.modificado. ** (+) = presente; (-) = ausente

Encapsulante* pH (reconstituído) Precipitado**

(reconstituído)

Índice de

Estabilidade

(reconstituído)

Br 6,23 (+) 0,131

A1 6,43 (+) 0,136

A2 7,03 (+) 0,991

A3 6,8 (+) 0,850

A4 6,8 (-) 0,995

Br A1 A2 A3 A4

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 108

Figura V.39 - Reconstituição do extrato de junça micrencapsulando com os

encapsulantes A1. A2, A3, e A4.

Br = Branco; A1= 10% Maltodextrina e 8,5% de goma arábica; A2 = 0,6% de goma

xantana e 1,0% de matodextrina; A3 = 10% Inulina; A4 = 10% Inulina e 0,5% de amido

de junça modificado.

Após determinação do pH e índice de emulsificação do extrato de junça

microencapsulado, foi possível observar (Tab.V.26) que o branco e encapasulante A1

após a reconstituição, não foram capazes de preservar o frescor (pH < 6,70) do extrato,

tampouco a estabilidade da emulsão que apresentou três fases bem definidas, com

formação de precipitado (Fig.V.39). O encpasulante A2, apesar de preservar o frescor

do extrato (pH=7,03) e apresentar um alto índice de estabilidade (0,991) apresentou

uma elevada viscosidade, possilvemente devido a presença da goma xantana,

descaracterizando o aspecto líquido do extrato de junça. Já os encapsulantes A3 e A4

preservaram o pH de frescor (6,70 ≤ pH ≤ 7,03) (CORRALES et al, 2012) do extrato,

além de apresentar elevados índices de emulsificação quando comparada a amostra A1 e

o branco (Tabela V.26). Entretanto, o encapsulante A3 apresentou uma ligeira

precipitação, fato que corroborou com a escolha do encapsulante A4 para

microencapsulação do extrato de junça, pois o mesmo foi capaz de manter estável a

emulsão e pH de frescor após 24 hs. Além disso, porção hidrofóbica do amido

modificado pode ter favorecido a formação de micelas, fazendo interações com a porção

oleosa do extrato, permitindo um maior índice de emulsificação. (Tabela V.26).

A partir dessa etapa, foi realizado um delineamento composto central rotacional

(DCCR) para avaliar as melhores concentrações de inulina e amido de junça modificado

(A4) em relação ao índice de emulsificação (I.E – índice de emulsificação).

Br A1 A2 A3 A4

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 109

V 4.2 Determinação das melhores concentrações de inulina/amido modificado de

junça (A4) via Delineamento Composto Central (DCCR) para microencapsulação

do extrato de junça.

Após alguns testes preliminares avaliados no item V.4.1, foi definido como

encapsulante para o processo de microencapsulamento do extrato de junça, uma mistura

de inulina (Z1) e amido de junça modificado (Z2). Com a combinação desses

biopolímeros a bebida apresentou-se estável sem a presença de precipitados e/ou

formação de múltiplas fases (Figura V.39). Para avaliação das melhores concentrações

de ambos em relação à estabilidade de emulsão da bebida, foi realizado um

delineamento composto central rotacional (DCCR) x’No DCCR foram definidos em

quais concentrações de inulina e amido modificado de junça (variáveis independentes) a

bebida apresentava um maior índice de estabilidade (variável dependente).

De acordo com a Tabela V.27 o índice de emsulsificação variou de 0,121±0,03%

a 0,998±0,03% com uma variância de 8,11%. É importante salientar que quanto mais

próximo do valor absoluto 1,00, maior a estabilidade da emulsão. Nos pontos centrais a

variância do índice de estabilidade foi de 0,168% denotando uma significativa

repetibilidade em relação às concentrações de inulina e amido de junça modificado

utilizadas nessa condição, umas vez que apresentou valor inferior a 10%, como descrito

por Box et al. (1978).

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 110

Tabela V.27 - Variáveis respostas estudadas via Delineamento composto central

rotacional para avaliação do índice de estabilidade do microencapsulado de extrato de

junça reconstituído.

Ensaio Z1* Z2* I.E (%)**

1 -1(5,000) -1(0,500) 0,322

2 +1(10,00) -1(0,500) 0,720

3 -1(5,000) +1(1,000) 0,121

4 +1(10,00) +1(1,000) 0,875

5 -1,41(3,964) 0(0,750) 0,122

6 +1,41(11,03) 0(0,750) 0,891

7 0(7,500) -1,41(3,964) 0,998

8 0(7,500) +1,41(11,03) 0,861

9 0(7,500) 0(0,750) 0,676

10 0(7,500) 0(0,750) 0,750

11 0(7,500) 0(0,750) 0,710

12 0(7,500) 0(0,750) 0,750

13 0(7,500) 0(0,750) 0,710

* Concentração de inulina (Z1); Concentração de amido modificado de junça(Z2); Índice

de estabilidade (I.E)

Ao analisar o diagrama de pareto (Figura V.40), observa-se que as variáveis

independentes Z1, Z2 e sua interação linear se apresentaram estatisticamente

significativas, num nível de significância de 5% (p < 0,05). Somente o termo linear da

variável Z2 não foi estatisticamente significativo. (p > 0,05).

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 111

-2,47047

4,06862

5,229125

-12,4817

23,65317

p=,05

Efeito estimado padronizado (Valor Absoluto)

Z2(%)(L)

Z2(%)(Q)

Z1L - Z2L

Z1(%)(Q)

Z1(%)(L)

Figura - V.40 Diagrama de pareto para o delineamento composto central rotacional

(DCCR) para o índice de estabilidade no microencapsulado do extrato de junça

reconstituído.

Concentração de inulina (Z1) e Concentração de amido modificado de junça (Z2).

A partir do gráfico de pareto apresentado na Figura V.40, foi possível notar que

a variável independente que mais influenciou na variável de resposta foi à concentração

de inulina linear (Z1)(L) com um efeito positivo, ou seja, com o aumento de sua

concentração, ocorre, também, o aumento do índice de estabilidade do extrato de junça

reconstituído. O mesmo comportamento observado para Z1 ocorreu para a interação

linear entres ambas variáveis independentes (Z1 e Z2) (L-L), enfantizando o efeito

sinérgico dessa interação no índice de estabilidade do extrato reconstituído. Entretanto,

é importante ressaltar que concentrações maiores que 10% de inulina (Z1) e 1,0% de

amido de junça modificado (Z2) causavam a formação de precipitados no extrato de

junça, gerando uma emulsão bifásica não desejável para comercialização do produto.

Assim não foi possível avaliar o comportamento do índice de estabilidade com

concentrações de inulina e amido de junça modificado superiores, aos valores estudados

nesse DCCR.

Para otimização das melhores concentrações de inulina e amido de junça

modificado em relação ao índice de estabilidade e consequentemente determinação de

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 112

um modelo preditivo ajustado (p < 0,05) realizou-se, primeiramente, a análise de

variância (ANOVA) para a variável resposta como mostra a Tabela V.28.

Tabela V.28 - Análise de variância (ANOVA) para o Delineamento composto central

rotacional do modelo não ajustado para o índice de estabilidade no microencapsulado do

extrato de junça reconstiuído. (R2 = 0,900)

*Concentração de inulina (Z1); Concentração de amido modificado de junça (Z2); a

SS: soma quadrática; b g.L: graus de liberdade;

c M.S : quadrado médio;

d Teste para

comparar o modelo de variância com a variância residual (erro).

Os resultados da Tabela V.28 mostram um coeficiente de determinação

significativo para o índice de estabilidade (R2 = 90,0%). Esse valor demonstra uma

possível significância do modelo uma vez que do total de variações (100%), o modelo

foi incapaz de explicar apenas 10,0%.

Contudo, avaliando a Tabela V.28, foi possível observar que a falta de ajuste foi

significativa (p < 0,05), porém de acordo com Rodrigues & Iemma (2014), a falta de

ajuste não se torna importante no desenvolvimento de um modelo preditivo quando o

erro puro do mesmo, que está associado à variabilidade dos pontos centrais, apresenta

valor muito baixo tendendo ao zero. Para comprovação dessa afirmação, Rodrigues &

Iemma, (2014) calcularam o erro de ajuste e erro relativo apresentados nas Equações 22

e 23 referentes à relação entre a resposta experimental e resposta predita no modelo.

Esses termos são representações numéricas do gráfico de valores preditos pelos valores

experimentais.

Erro de ajuste = Y – Ŷ (22)

Fator* SSa g.L

b M.S

c F

d P-valor

1 – Z1 (L) 0,626609 1 0,626609 559,4723 0,000019

Z1 (Q) 0,174488 1 0,174488 155,7928 0,000237

2 – Z2 (L) 0,006836 1 0,006836 6,1032 0,068912

Z2(Q) 0,018540 1 0,018540 16,5537 0,015240

Z1L – Z2L 0,030625 1 0,030625 27,3438 0,006388

Ajuste 0,088818 3 0,029606 26,4339 0,004253

Erro Puro 0,004480 4 0,001120

Total SS 0,968831 12

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 113

Erro relativo = (Y – Ŷ) x 100 (23)

Y

Onde: Y = resposta experimental;

Ŷ = resposta resposta pervista pelo modelo

Avaliando os resultados obtidos na Tabela V.28 para variável resposta índice de

estabilidade (I. E), observou-se que o resultado do erro puro do modelo de 0,001 foi

muito baixo tendendo a zero, situação que se enquadra na condição de predição e

otimização do modelo com falta de ajuste, descritos por Rodrigues & Iemma (2014).

Contudo, antes de desenvolver o modelo matemático para o índice de

estabilidade (I.E) é importante notar que o gráfico de normalidade e dados

experimentais versus preditos apresentados nas Figuras V41 e V42 mostra que as

especificações do modelo estão satisfeitas.

Figura V.41 - Gráfico normal dos resíduos para índice de estabilidade do extrato de

junça microencapsulado.

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 114

Figura V.42 - Dados experimentais versus dados preditos (normais) para o índice de

estabilidade do extrato de junça microencapsulado.

Assim, com base na análise de variância (ANOVA) (Tabela V.27) e Regressão

(0,90) tem-se a equação do modelo a partir das variáveis reais. Eq.24

I.E (%) = - 0,214 + 0,391Z1 – 0,026(Z1)2 -2,41Z2 + 0,142Z1.Z2 (24)

Após definição do modelo matemático foi possível otimiza-lo, percebendo que o

ídice de estabilidade aumentava com a menor concentração de amido de junça

modificado (Z2) e maior concentração de inulina (Z1), como pode ser visto na superfície

de resposta apresentada na figura V.43. As concentrações ótimas de inulina (Z1) e

amido de junça modificado (Z2) foram 9,40% e 0,40% respectivamente.

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 115

Figura V.43 - Superfície de resposta para o índice de estabilidade do extrato de junça

microencapsulado com o blend de inulina e amido de junça modificado.

*Inulina (Z1); Amido de junça modificado (Z2).

Depois do desenvolvimento do modelo matemático para o ídice de estabilidade

do extrato de junça reconstituído encapsulado pelo blend inulina e amido de junça

modificado, confirmou-se a possibilidade de predição e otimização desse modelo por

meio dos resultados obtidos a partir do erro de ajuste (Eq.22) e erro relativo (Eq.23)

descritos por Rodrigues & Iemma (2014). Os resultados podem ser observados na

Tabela V.29.

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 116

Tabela V.29 - Valores de índice de estabilidade experimentais, previstas pelo modelo e

desvios para o delineamento composto central rotacional (DCCR) para o índice de

estabilidade do extrato de junça reconstituído.

°Ensaio Z1* Z2* I.E (%) I.E

prev.

Erro de

ajuste

Erro

relativo

(%)

1 -1(5,000) -1(0,500) 0,322 0,452 -0,131 -40,543

2 +1(10,00) -1(0,500) 0,720 0,835 -0,114 -15,860

3 -1(5,000) +1(1,000) 0,121 0,215 -0,094 -77,300

4 +1(10,00) +1(1,000) 0,875 0,872 0,126 12,577

5 -1,41(3,964) 0(0,750) 0,122 0,005 0,117 95,989

6 +1,41(11,03) 0(0,750) 0,891 0,799 0,092 10,351

7 0(7,500) -1,41(3,964) 0,998 0,872 0,126 12,577

8 0(7,500) +1,41(11,03) 0,861 0,782 0,080 9,255

9 0(7,500) 0(0,750) 0,676 0,782 0,080 9,255

10 0(7,500) 0(0,750) 0,711 0,723 0,034 4,539

11 0(7,500) 0(0,750) 0,758 0,723 -0,012 -1,755

12 0(7,500) 0(0,750) 0,758 0,723 0,034 4,539

13 0(7,500) 0(0,750) 0,715 0,723 -0,012 -1,755

* Concentração de inulina (Z1); Concentração de amido modificado de junça (Z2);

Índice de estabilidade experimental (I.E); índice de estabilidade previsto (I.E prev)

Pode-se observar na tabela V.29 que os erros relativos foram baixos na região

desejada em que o índice de estabilidade está maximizado, pois erros relativos menores

que 20 % são considerados satisfatórios, segundo Rodrigues e Iemma (2014). Esse

resultado corrobora com o baixíssimo valor do erro puro (0,001), confirmando a

possibilidade de desenvolvimento de um modelo preditivo e otimizado para o índice de

estabilidade, apesar do mesmo apresentar uma falta de ajuste significativa (p < 0,05)

(Tab.V29). No entanto, os ensaios 1, 3 e 5 apresentaram um erro relativo muito alto, ou

seja, -40,543, -77,300 e 95,989 % respectivamente, que representam baixíssimos

valores de índice de estabilidade: 0,322, 0,121 e 0,122 respectivamente. Esse fato

mostra que o modelo não se ajusta para concentrações iguais ou menores que 5,0 % de

inulina, porém não prejudica a capacidade de predição e otimização do modelo

(RODRIGUES & IEMMA, 2014). Além disso, nota-se que a condição experimental de

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 117

3,964 % (α = -1,41) de inulina apresentada no ensaio 5, foi a mais crítica, confirmando

que em concentrações baixas de inulina, o extrato de junça microencapsulado não

apresenta estabilidade de emulsão. Além disso, é possível confirmar que a variável

resposta concentração de inulina foi o principal fator no DCCR possuindo o maior

efeito como já observado no gráfico de pareto apresentado na Figura V.40.

V.4.3 Caracterização físico-química do extrato de junça microencapsulado.

V.4.3.1 Composição química do extrato de junça microencapsulado.

Após o processo de microencapsulamento com o blend de inulina (9,40 %) e

amido de junça modificado (0,40 %), o extrato de junça microencapsulado apresentou

uma tendência para a coloração branca com uma textura “arenosa” (Figura V.44) e fácil

dissolução em água. O extrato reconstituído também apresentou uma tendência para

coloração branca com bastante semelhança ao “leite” de soja, como mostra a Figura

V.44.

(a) (b)

Figura V.44 - Extrato de junça. (a) microencapsulado; (b) reconstituído;

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 118

A partir da definição da proporção ótima do blend de inulina e amido de junça

modificado, foi realizado a composição centesimal do extrato de junça

microencapsulado e extrato de junça liofilizado, para avaliação da influência dos

encapsulantes no extrato microencapsulado, como mostra a Tabela V.30.

Tabela V.30 – Composição química do extrato in natura e microencapsulado de junça.

* Valores em mg/100g; ± desvio padrão; ** Carboidrato + fibras

Foi possível observar na Tabela V.30 que os extratos de junça microencapsulado

e liofilizado apresentaram concentrações majoritárias de amido, açúcar total, lipídio e

carboidrato. Esse fato esta associado à origem biológica da junça (tubérculo)

(ALÉGRIA-TORAN & FARRÉ-ROVIRA, 2003; SANCHEZ-ZAPATA et al, 2012;

PASCUAL et al, 2000) e a possível influência dos encapsulantes utilizados no processo

de microencapsulação desse extrato. No extrato de junça microencapsulado nota-se um

siginificativo aumento (p < 0,05) desses constituintes em relação ao extrato liofilizado,

cujo incremento pode estar relacionado à utilização dos encapsulantes inulina e amido

de junça modificado (Tabela V.25). A umidade observada para ambos os extratos está

de acordo para produtos dessa natureza, uma vez que Oetterer (2006) define como

adequado um intervalo de 5 a 13% de umidade para produtos liofilizados e/ou

microencapsulados.

Foi possível avaliar também, por meio do teste T, que as concentrações de

açúcar redutor, cinzas, proteína e cálcio foram estatisticamente maiores (p < 0,05) no

extrato microencapsulado. Esse fato pode estar associado, mais uma vez, à inserção dos

Compostos (%) Extrato de Junça

liofilizado

Extrato de Junça

Microencapsulado

Amido 8,42±0,02 30,20±0,06

Açúcar redutor 3,60±0,01 16,80±0,04

Açúcar total 6,20±0,04 33,60±0,03

Umidade 4,29±0,03 4,70±0,03

Cinzas 0,21±0,04 1,10±0,05

Lipídio 8,69±0,01 23,70±0,02

Proteína 2,90±0,03 5,40±0,01

Carboidrato Total** 7,61±0,03 65,10±0,04

Ferro * 1,89±0,01 1,84±0,02

Cálcio * 42,7±0,02 191,65±0,03

Vitamina C * 2,66±0,01 3,17±0,05

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 119

encapsulantes sabendo que ambos são ricos nesses constituintes, principalmente,

açúcares e lipídios (GALANTE, 2008; MANEK, et al, 2012; OZCAN, et al, 2010). As

concentrações de vitamina C foram estatisticamente iguais (p > 0,05) para ambos os

extratos. É importante ressaltar que para ambos os extratos a determinação de vitamina

C foi realizada no tempo zero, logo após a produção dos mesmos. Quanto ao valor

energético observado para cada 100 g dos extratos, foi possível observar que o extrato

de junça microencapsulado (495,30 Kcal/100g), obteve um valor cerca de 4 vezes maior

que o valor energético observado para o extrato liofilizado (120,25 Kcal/100g)

demonstrando que o microencapsulamento, além de conferir funcionabilidade alimentar

(inulina) ao extrato “leite” de junça, aumentou o valor energético do mesmo, ampliando

seu potencial na indústria de alimentos, principalmente, para fins esportivos e

terapêuticos (CORRÊA, 1978; LORENZI et al, 2002; OLIVEIRA et al, 2006;

CORRALES et al, 2012; LINSSEN et al, 1988).

V.4.3.2 Micrografia e tamanho de partícula do extrato de junça micorencapsulado.

A morfologia das microesferas de extrato de junça foi avaliada por meio da

microscopia eletrônica de varredura (MEV). Essa técnica vem sendo utilizada em

diversos estudos envolvendo esferas e cápsulas como uma ferramenta capaz de

relacionar as propriedades físico-químicas com a estrutura morfológica. Isso permite

avaliar possíveis imperfeições, presença de poros e separação de fases (SANT’ANA,

2013).

As microesferas do extrato de junça vizualizadas com aumento de 1000x e

2000x podem ser observadas na Figura V.45 (a) e V.45 (b) respectivamente.

A caracterização morfológica das microesferas do extrato de junça (Figura V.45)

mostrou superfícies contínuas sem fissuras, rachaduras ou interrupções, o que é

essencial para garantir a baixa permeabilidade e boa proteção do material ativo,

principalmente, compostos voláteis. Em geral, as microesferas apresentaram forma

esférica e vários tamanhos com algumas imperfeições e superfície lisa com uma fina

porosidade, características típicas de processos de microencapsulamento por liofilização

(COSTA, 2007). Segundo Pothakamury et al. (1995), a superfície lisa pode dificultar a

liberação do material ativo, devido a uma menor área superficial. Entretanto, é

importante salientar que o grau de integridade e porosidade das microesferas são fatores

primordiais na avaliação da eficiência do polímero como matriz encapsulante.

Por outro lado, Segundo Chang, Scire e Jacobs (1988), o aumento do tamanho

das micropartículas resulta numa redução da área da superfície, conferindo uma melhora

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 120

na retenção e estabilidade, porém é acompanhado de um maior grau de imperfeição da

superfície da partícula, o que leva a uma redução da proteção em relação a processos

oxidativos.

Foi possível observar, também, a presença de pontes de ligação e aglomerados

entre as microesferas que podem estar relacionados ao uso de altas concentrações de

inulina (9,40 %) como já observado por Lacerda et al, (2016). A formação desses

aglomerados, que se caracteriza pela ocorrência de partículas menores posicionadas na

superfície de partículas maiores, proporcionam uma melhor estabilidade do extrato de

junça microencapsulado. Isso ocorre porque as partículas externas do aglomerado

protegem as partículas internas e, consequentemente, o extrato de junça presente nos

mesmos.

(a)

(b)

Figura V.45 - Micrografias da microesfera de extrato de junça: (a) aumento de 1000x;

(b) aumento de 2000x.

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 121

Além disso, é importante enfatizar que o uso combinado do amido de junça

modificado (0,40 %) com a inulina (9,40 %) foi bastante satisfatório, pois segundo

Fernandes et al. (2016) o uso isolado de inulina como encapsulante pode causar fissuras

nas microesferas, deixando-a mais sucscetível à perdas e processos oxidativos. Fato que

não ocorreu nesse estudo.

A análise de distribuição do tamanho de partícula ofereceu a visualização da

faixa de tendência principal do tamanho das microesferas de extrato de junça, como

observado na Figura. V.46.

Figura V.46 - Distribuição do tamanho de partículas da microesfera do extrato de junça.

* A linha pontilhada se refere à distribuição cumulativa das partículas.

As microesferas apresentaram distribuição monomodal indicando uma produção

homogênea pelo processo de liofilização, num intervalo de 0,25 a 5,00 μm, com

tamanho médio de 1,01 μm. A curva S reflete a quantidade percentual de partículas de

tamanhos diferentes (75% das partículas apresentaram tamanho de até 1,68 μm, 50%

apresentaram tamanho de até 0,97 μm e 25% apresentaram tamanho de até 0,57 μm).

Esse resultado sugere que essas microesferas encontram-se estáveis, com capacidade

satisfatória de aprisionamento do material ativo (extrato de junça), em virtude do seu

tamanho de partícula, pois microesferas com tamanhos inferiores a 100 μm são mais

estáveis e solúveis (BARBOSA & MERCADANTE, 2005; REINECCIUS, 1989). Além

disso, a tendência atual é de se obter materiais com menores tamanhos (PAGANI,

2010). Essas características são muito desejadas no extrato de junça microencapsulado

devido à necessidade do uso de água para sua reconstituição.

Diâmetro da partícula

Par

tícu

las

norm

aliz

adas

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 122

V.4.3.3 Análise termogravimétrica (TG) do extrato de junça micorencapsulado.

A TG baseia-se no estudo da variação de massa de uma determinada amostra,

resultante de uma transformação física (sublimação, evaporação, condensação) ou

química (degradação, decomposição, oxidação) em função da temperatura. Isso

possibilita investigar a estabilidade térmica dos polímeros e conhecer o limite de

temperatura na qual os polímeros podem ser trabalhados (MANO et al., 2003;

SANT’ANA, 2013).

A figura V.47 mostra o resultado da análise térmica da microesfera do extrato de

junça. Para a microesfera (inulina/amido de junça modificado) do extrato de junça foi

possível visualizar por meio da curva derivada do termograma (DTG) quatro etapas de

decomposição térmica. A primeira etapa ocorreu no intervalo de temperatura de 42,00

– 213,92 °C, com velocidade máxima de desidratação em 81,34°C, representando uma

perda de massa correspondente a 3,31% (w/w), que está relacionada ao processo de

desidratação da microesfera. A segunda etapa da decomposição térmica ocorreu no

intervalo de 213,92 – 243,65 °C com velocidade máxima de perda em 223,90 ºC. A

perda de massa correspondeu a 23,34% (w/w). Nesse intervalo, segundo Leone et al.

(2014) e Fernandes et al. (2016) ocorreram os processos de decomposição e

despolimerização das unidades poliméricas da inulina. A terceira etapa térmica foi

referente à decomposição e despolimerização do amido de junça modificado, que

iniciou-se em 261ºC, com máximo de perda de massa (19,85%) em 307,3°C. É

importante ressaltar que esse resultado está de acordo com análise termogravimétrica

realizada, isoladamente, para esse amido como mostra a Figura V.31. Isso ocorreu

porque o processo de decomposição desse amido aconteceu no mesmo intervalo de

temperatura (261 – 350ºC) em ambas condições, como pode ser observado nas Figuras

V.32 e V.47.

Além disso, o amido de junça modificado apresentou uma maior resistência

térmica e menor perda de massa quando comparado à inulina.

A quarta etapa ocorreu no intervalo de 346,32°C – 441,08°C, correspondente à

decomposição do material ativo (extrato de junça), com um máximo de perda (36,94%)

em 403,0 °C.

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 123

Figura V.47 - Termograma (TG) do extrato de junça microencapsulado. Linha tracejada

corresponde à derivada do termograma. Linha tracejada corresponde à derivada do

termograma.

A perda de massa residual (inorgânicos) ocorreu a partir de 599ºC, cujo valor

correspondeu a 15,82% de perda. Segundo Rodante et al. (2002) a capacidade de

interação entre polímeros pode ser avaliada pela massa residual obtida, ou seja, quanto

maior a quantidade de massa no final do processo, maior é a interação entre os

polímeros e o material ativo. Para esse estudo envolvendo o processo de

microencapsulamento do extrato de junça, não ocorre na literatura estudos semelhantes

a fim de comparações quanto ao teor de massa residual. Assim, não foi possível avaliar

a magnitude de interação entre os biopolímeros (encapsulantes) e material ativo (extrato

de junça).

Os resultados mostraram também a estabilidade térmica das microesferas entre

121,31-182,00ºC, denotando a viabilidade em reconstituir o extrato de junça em

temperaturas superiores a 60°C. Esse resultado se mostrou bastante importante porque

60ºC corresponde a temperatuta limite para preparo do extrato de junça sem que

processos degenerativos ocorram, como podem ser observados nos estudos

desenvolvidos por Corrales, et al, (2012), Sanchez-Zapata, et al, (2012a), Ejoh, et al,

(2007), Cortés, et al, (2003) e Cortés, et al, (2005).

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 124

V.4.3.4 Análise de infravermelho (FT-ir) do extrato de junça microencapsulado.

A análise da microesfera por espectroscopia na região do infravermelho é

importante para avaliar as possíveis interações químicas entre os biopolímeros

(encapsulantes) e o material ativo (extrato de junça).

A Figura V.48 mostra o espectro de infravermelho da microesfera de

inulina/amido de junça modificado com o extrato de junça.

A inulina apresenta grupos OH presentes de maneira bastante significativa em

sua estrutura molecular correspondentes à absorção na região de 3000 a 3500 cm-1

. As

bandas na região de 1000 e 1200 cm-1

são compatíveis com a presença de grupos cetal

(C-O-C-O-C) (MUDANNAYAKE et al., 2015; XU et al., 2016).

Assim, como na inulina, o espectro de absorção (Figura V.33) do amido de junça

modificado apresentou bandas fortes na região de 3000 a 3500cm-1

correspondentes ao

estiramento e deformação angular de ligações –OH da H2O (FERNANDES, et al, 2016).

Ocorre, também, uma forte semelhança entre os espectros de inulina e amido

modificado na região de 1200 a 1000 que, segundo Lima, et al, (2012), Fernandes et al,

(2016) e Leone et al, (2014), são bandas características do amido, de maneira geral, e da

inulina, devido as vibrações de deformação axial de C-O em álcoois e a vibrações de

deformação axial do sistema O-C-O.

Figura V.48 - Espectros de absorção na região do infravermelho do extrato de junça

microencapsulado.

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 125

Assim, como não houve picos adicionais ao espectro de infravermelho da

microesfera do extrato de junça, com a adição da inulina, conforme observados nas

Figuras V.33 e V.48, conclui-se que não existiu interação química entre os

encapsulantes (biopolímeros) e o material ativo (extrato de junça), pois não foram

formados novos grupos químicos, confirmando a estabilidade química do extrato de

junça e, principalmente, a manutenção de sua qualidade nutricional como mostra a

Tabela V.28.

V.4.3.5 Difração de raio X (DRX) do extrato de junça microencapsulado.

A difração de raio X é uma técnica que vem sendo muito utilizada na avaliação

de estruturas poliméricas, uma vez que seu principio depende do fenômeno de

interferência que ocorre quando uma onda em movimento se espalha a partir de um

número de centros e esses têm relação direta com os domínios cristalinos e amorfos

presentes em sua estrutura (BILLMEYER Jr., 1984; SANT’ANA, 2013). Os compostos

sólidos são considerados cristalinos, amorfos ou com domínios cristalinos e amorfos

(semicristalinos) e difratam facilmente a radiação X (SANT’ANA, 2013).

O padrão de difração de raio X do extrato de junça microencapsulado pelo

blend: inulina (9,40%) e amido de junça modificado por OSA (0,40 %) encontram-se na

Figura V.49.

É possível notar que existe a presença de bandas amorfas e picos cristalinos

caracterizados pelos encapsulantes inulina e amido de junça modificado

respectivamente, utilizados no microencapsulamento do extrato de junça. Esse fato

mostra o sucesso desse processo que não resultou em modificações estruturais

importantes no produto final, preservando o material ativo de interesse.

Os três picos cristalinos que ocorreram em 15º, 18º e 22º no intervalo de 10º a

25º 2θ representaram bem a característica semicristalina do amido modificado por OSA

na estrutura da microesfera (SAKANAKA, 2007; MANEK, et al, 2012). Dessa forma

percebe-se que o emprego da inulina de maneira conjunta com esse amido modificado

não alterou sua cristanilidade que por conseguinte não causou modificações importantes

na estrutura da microesfera, preservando as características nutricionais do extrato de

junça.

Quanto as característica desses encapsulantes, a região de amilose e ligações

ramificadas da amilopectina formam a região amorfa do amido, responsável por

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 126

absorver água mais prontamente em temperaturas inferiores à temperatura de

gelatinização, sendo de suma importância para reconstituição do extrato de junça. Já

regiões cristalinas são constituídas por estruturas em dupla hélice formada pelas cadeias

lineares mais externas das moléculas de amilopectina (SANT’ANA, 2013).

Esse resultado, principalmente na região cristalina, foi semelhante ao

difratograma obtido, somente, para amido de junça modificado observado na Figura

V.35.

As bandas observadas no intervalo de 30° a 40° 2θ podem indicar a presença da

inulina, como observado por Leone et al, (2014) pois essas bandas não se apresentam

no difratograma do amido de junça modificado como observado na figura V.35. Quanto

ao estado amorfo, foi perceptível a partir de 25º 2θ, caracterizando-se por ser meta-

estável em função, principalmente, da remoção de água por desidratação ou

congelamento (liofilização).

Figura V.49 - Difratogramos de raio X do extrato de junça microencapsulado.

Assim, é importante ressaltar que o microencapsulamento realizado por esses

encapsulantes foi satisfatório, pois a presença do carater amorfo é desejavel, permitindo

que a mesma possa ser dissolvida em meio aquoso. Além disso, foi possível notar,

também, que apesar da concentrações de 8,30% de óleo presentes no extrato, não houve

modificações na intensidade dos picos do amido de junça modificado (figuras V.35 e

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 127

V.49) utilizado para encapsular o extrato de junça. Isso indica a possibilidade do

material ativo está totalmente protegido após o processo de microencapsulamento por

liofilização. (YU, 2001).

V.4.4 Avaliação da solubilidade do extrato de junça microencapsulado

A avaliação da solubilidade das microesferas do extrato de junça apresentada na

Figura V.50, mostra que ao longo de 60 dias não houve uma variação significativa (p =

0,073) (teste T) desse parâmetro, cujo valor de solubilidade ao longo desse período foi

de 73,0 ±0,15% a 76,3 ±0,10%. Esse resultado mostra uma evidente estabilidade da

solubilidade das microesferas do extrato de junça ao longo do período estudado. Além

disso, é importante ressaltar, que o processo de congelamento (-50°C) para posterior

liofilização não afetou a solubilidade dessas microesferas.

Esse fato pode ser explicado por meio dos resultados obtidos na caracterização

morfológica das microesferas do extrato de junça (item V.4.3.2), que apresentaram

superfície lisa com uma fina porosidade e tamanho de partícula inferior a 100 μm, que,

segundo Barbosa & Mercadante (2005) e Reineccius, (1989), resultam em microesferas

mais estáveis e solúveis. Essa característica morfológica, também, foi determinante na

ausência de possíveis rompimentos das microesferas ao longo dos 60 dias, pois caso

ocorresse, o elevado conteúdo lipídico (8,69%) do extrato de junça diminuiria a

capacidade de solubilização desse material em água. Esse resultado sugere que o

processo de microencapsulação utilizando o blend inulina/amido de junça modificado

aconteceu de forma satisfatória.

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 128

Figura V.50 - Solubilidade das microesferas de extrato de junça obtidas por liofilização

ao longo de 60 dias.

Além disso, é importante ressaltar que o valor de solubilidade encontrado para

essas microesferas encapsuladas por inulina (9,40%) e amido de junça modificado

(0,40%) foi similar aos resultados obtidos por Lacerda et al. (2016), que encontraram

solubilidades de 76,8 a 85,0% para as microesferas da polpa de jussara utilizando

inulina e matodextrina como encapsulantes via spray drying.

Outros resultados similares foram obtidos por Fazaeli et al. (2012) utilizando

como encapsulantes goma arábica e matodextrina (solubilidade de 77 a 85%), Santos, et

al. (2005) utilizando goma arábica e grânulos porosos de amido de arroz e gelatina

(solubilidade de 77,01 a 78,33%), Landim (2008) utilizando goma arábica,

maltodextrina e goma de cajueiro (68%), Mendes (2012) utilizando goma de cajueiro e

goma arábica (76,22%).

Possíveis diferenças de solubilidade, como no caso do estudo realizado por

Cano-Chauca et al. (2005) utilizando goma arábica e maltodextrina (90%), podem ser

justificados pela utilização de núcleos diferentes na microencapsulação. Além disso,

processos de microencapsulamento utilizando goma arábica apresentam valores maiores

de solubilidades em função de sua estrutura ramificada que causa o seu enovelamento

estrutural, permitindo rápidas reconstituições do microencapsulado em água (MENDES,

2012).

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 129

V.4.5 Efeito do armazenamento sobre a concentração de Vitamina C no extrato de

junça microencapsulado.

A concentração de vitamina C das microesferas do extrato de junça armazenadas

ao longo de 120 dias na ausência e presença de luz foi determinada por cromatografia

líquida de alta eficiência (CLAE). Os valores de vitamina C foram determinados nos

tempos 0, 30, 60, 90 e 120 dias de armazenamento a 25 °C.

Como pode ser visto na Figura V.51, as microesferas do extrato de junça

mostraram-se estáveis ao longo de 90 dias em ambas às situações de armazenamento.

As microesferas armazendas na presença de luz apresentaram um valor de 2,97 ±0,12%

a 3,25 ±0,17% mg.mL-1

ao longo do tempo. As microesferas armazendas na ausência de

luz apresentaram um valor médio de 3,10±0,14 a 3,42 ±0,20% mg.mL-1

ao longo do

tempo.

Para avaliação de possíveis diferenças significativas entre os resultados obtidos

na presença e ausência de luz ao longo de 120 dias foi realizado a ANOVA com um

grau de 95% de confiabilidade. Após a realização do ANOVA o resultado do p-valor

foi significativo (p < 0,05) para as variáveis independentes: tempo e tipo de

armazenamento (ausência e presença de luz).

Conforme a Figura V.51, em relação à condição de armazenamento, foi possível

observar que ocorreram diferenças estatisticamente significativas (p < 0,05) entre as

concentrações de vitamina C das microesferas de extrato de junça armazenadas na

ausência e presença de luz ao longo de 120 dias, com exceção do tempo 0, onde as

concentrações de vitamina C foram estatisticamente iguais (p > 0,05). Foi possível

observar, também, que a partir de 30 dias as microesferas armazenadas na ausência de

luz apresentaram valores de vitamina C estatisticamente (p < 0,05) maiores que as

microesferas armazenadas na presença de luz. Assim, esse resultado sugere que as

microesferas de extrato de junça devem ser acondicionadas em recipientes que privem a

presença de luz.

Em relação à variável tempo (Figura V.51) foi possível notar que a partir de 30

dias houve uma diminuição (p < 0,05) da concentração de vitamina C para as

microesferas armazenadas na presença de luz. Contudo, no intervalo de 30 a 90 dias

essas microesferas mantiveram-se estáveis quanto à concentração desse nutriente. Para

as microesferas armazenadas na ausência de luz os valores de vitamina C permaneceram

estáveis (p > 0,05) ao longo dos 90 dias.

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 130

A partir de 120 dias ocorreu uma diminuição significativa (p < 0,05) da

concentração de vitamina C (Figura V.52), em ambas as condições de armazenamento,

indicando que a partir desse período existe uma forte tendência à diminuição do teor

desse nutriente no extrato de junça microencapsulado.

Figura V.51 - Concentração de Vitamina C ao longo do tempo das microesferas de

extrato de junça na presença e ausência de luz.

*Letras iguais são consideradas iguais com grau de certeza de 95% (p < 0,05).

O resultado desse estudo foi bastante importante porque indicou o sucesso do

processo de microencapsulamento com a excelente capacidade encapsulante do blend de

inulina (9,40 %) e amido de junça modificado (0,40 %) na preservação do extrato de

junça até 90 dias (p > 0,05). Esse fato foi concordante com os resultados explicados no

item 4.3.2 referente às características morfológicas das microesferas, ou seja, a presença

de superfície lisa com porosidade fina e formação de aglomerados contribui com a

manunteção nutricional do material ativo.

Além disso, é imporante frisar que o uso do amido de junça modificado como

material encapsulante associado à inulina foi crucial para manuntenação do teor de

vitamina C ao longo dos 90 dias. Esse fato pode ser explicado por meio dos estudos

realizados por Saénz et al. (2009) e Rivas (2012) que demonstraram que o uso isolado

de inulina como encapsulante, resulta em microesferas com menor teor de atividade

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 131

antioxidante. Esse resultado pode ser explicado por Fernandes et al. (2016) que ao

realizar o mirocencapsulamento, somente, com o encapsulante inulina, obteve

microesferas com fissuras e invaginações, deixando-as mais sucscetíveis à perdas

nutritivas e a processos oxidativos.

V.4.6 Estabilidade Oxidativa (ácidos voláteis) do extrato de junça

microencapsulado

Para determinação da estabilidade oxidativa das microesferas utilizou-se a

técnica de condutimetria, que baseia-se no registro das variações de condutividade da

água destilada proveniente da coleta de ácidos de baixo peso molecular, obtidos após

oxidação forçada da amostra (SILVA; BORGES; FERREIRA, 1999).

A estabilidade oxidativa, representada pelas Figuras V.52 (a) e V.52 (b), mostra

que a microesfera sofreu a oxidação a partir do tempo de indução de 46 horas a 15

μS.cm-1

.

(a)

0 , 0

2 , 5

5 , 0

7 , 5

1 0 , 0

1 2 , 5

1 5 , 0

1 7 , 5

2 0 , 0

0 1 0 2 0 3 0 4 0 5 0 6 0 7 0

µS

/c

m

hTempo (h)

Conduti

vid

ade

(µS

/cm

)

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 132

(b)

Figura V.52 - Estabilidade oxidativa do extrato de junça microencapsulado. (a)

evolução do processo de oxidação; (b) Determinação do tempo em que a microesfera

sofreu o processo de oxidação.

* A Curva refere-se ao processo de oxidação; ** As linhas diagonais que se cruzam

referem-se ao ponto de intersecção que compreendem a oxidação da microesfera; ***

Linha vertical refere-se ao tempo de indução para oxidação lípídica da microesfera.

O tempo de indução de 46 horas para oxidação lipídica da microesfera do extrato

de junça indicou que o encapsulamento utilizando o blend de inulina (9,40 %) e amido

de junça modificado (0,40 %) foi capaz de proteger o material ativo do processo de

oxidação durante 46 horas. Após esse tempo, as microesferas foram totalmente oxidadas

como pode ser visto na Figura V.53. Esse fato pode ser corroborado por meio da

micrografia observada na Figura V.45 (b), na qual é possível perceber esferas que se

caracterizam por possuir superfícies lisas e fina porosidade, que segundo Pothakamury

et al. (1995) culminam em microesferas mais resistentes, principalmente, a processos

oxidativos.

4 6 . 0 2

0 , 0

2 , 5

5 , 0

7 , 5

1 0 , 0

1 2 , 5

1 5 , 0

1 7 , 5

2 0 , 0

0 1 0 2 0 3 0 4 0 5 0 6 0 7 0

µS

/c

m

hTempo (h)

Conduti

vid

ade

(µS

/cm

)

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 133

Figura V.53 - Microesferas de extrato de junça oxidadas após 46 horas de indução no

equipamento Rancimat.

Além de a característica morfológica contribuir com a estabilidade da

microesfera diante de processos oxidativos, é oportuno enfatizar que o ácido oleico é o

óleo mais abundante no extrato de junça (OZCAN, et al 2010). Assim, para efeito de

comparação com outros extratos vegetais ricos nesse mesmo óleo, tem-se como

exemplo o extrato de soja, que apresentou um tempo de indução de 5,2 horas para sofrer

o processo de oxidação (TABEE et al, 2008). Assim, percebe-se mais uma vez que o

encapsulamento foi de suma importância na manutenção da qualidade nutricional do

extrato de junça.

Entretanto é importante ressaltar que comparações entre resultados de

estabilidade oxidativa em rancimat para diferentes matrizes vegetais ricas em óleos

monoinsaturados e poli-insaturados são prejudicadas pelas diferentes condições

analíticas empregadas no diversos estudos realizados, com temperatura variando entre

90°C e 150°C, massas de amostras entre 2 g e 12 g e fluxo de ar de 10 a 20 L/h

(JUNIOR, 2010). Além disso, o tipo de encapsulante e técnica de microencapsulação

(spray drying, liofilização, geilificação, dentre outras) empregados no processo de

microencapsulamento podem ser determinantes na resistência da microesfera à

processos oxidativos, como já citado no item 4.3.2 deste cerne.

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 134

V.4.7 Tempo de prateleira do extrato e junça microencapsulado.

O tempo de prateleira de um alimento pode ser definido como o período de

tempo no qual o alimento é seguro para o consumo e/ou apresenta qualidade aceitável

para os consumidores, obedecendo a uma legislação alimentar vigente (FU, 1997;

VITALI E QUAST, 2002). De acordo com Padula (2002) a inaceitabilidade de um

produto pode estar relacionada com diversos aspectos como: a presença de micro-

organismos patogênicos e deteriorantes, alterações na aparência, cor, odor, textura,

perda do valor nutricional dentre outros. Alterações indesejáveis podem estar

relacionadas, principalmente, aos aspectos microbiológicos, enzimático e ocorrência de

reações químicas, normalmente de natureza oxidativa (SUZART, 2009).

Para avaliação do tempo de prateleira do extrato de junça, foi realizado um

estudo comparativo de estabilidade ao pH entre o extrato in natura e microencapsulado

ao longo de 60 dias a 25 °C, conforme a Figura V.54.

Para estudo do tempo de prateleira do extrato de junça, adotou-se o pH como

parâmetro estudado, porque segundo Corrales et al. (2012) o pH está fortemente

relacionado com o frescor e preservação nutricional, química e microbiológica dessa

bebida. Esse fato é relevante porque pH´s menores que 6,3 são ocasionados pela ação de

enzimas (polifenoloxidase e peroxidase) e, principalmente, de micro-organismos

(leveduras), que resultam na formação de gomas que prejudicam as características

sensoriais dessa bebida.

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 135

Figura V.54 - Estabilidade ao pH do extrato de junça in natura e microencapsulado a 25

°C.

.

Assim, obsevou-se na Figura V.54 que no extrato de junça in natura o pH caiu

abruptamente desde o tempo zero variando de 7,00 a 4,03, denotando que nessa

condição, o consumo deve ocorrer logo após o preparo, pois o processo de degeneração

vinculado ao baixo pH acontece rapidamente.

Contudo em relação ao extrato de junça microencapsulado, foi possível notar

que o pH manteve-se estável ao longo de 60 dias variando de 6,88 a 6,99, garantido

nesse período estudado o frescor dessa bebida, que segundo Corrales et al. (2012)

corresponde a valores de pH´s superiores a 6.3.

Esse resultado foi bastante satisfatório porque o pH do extrato de junça

microencapsulado permaneceu estável com valores acima de 6.3 ao longo de 60 dias.

Os únicos estudos reportados na literatura referentes ao aumento de tempo de prateleira

do extrato de junça em condição de frescor apresentaram-se inferiores ao resultado

obtido para o extrato microencapsulado. Corrales, et al, (2012), utilizando radiação UV-

C, conseguiram estender o tempo de prateleira de 2 ou 3 dias para 11 dias e Cortés et al.

(2004) conseguiram estender, utilizando a técnica não termal PEF (campo elétrico

pulsado) de 3 para 5 dias.

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 136

V.4.8 Estabilidade microbiológica do extrato de junça in natura e

microencapsulado.

A análise microbiológica é um recurso que permite avaliar quais e quantos

micro-organismos estão presentes no alimento. Esse processo é fundamental para se

conhecer as condições de higiene em que o alimento foi preparado, os riscos que o

alimento pode oferecer à saúde do consumidor e se o alimento terá ou não vida útil

pretendida. O acompanhamento microbiológico, também, se torna importante na

verificação dos padrões e especificações legais (FRANCO & LANDGRAF, 1996).

Para avaliação da estabilidade microbiológica do extrato de junça

miroencapsulado, foi realizado um estudo comparativo com o extrato in natura ao longo

de 50 dias para mesófilos aeróbios totais e fungos totais. É importante ressaltar, que por

se tratar de um alimento ainda não regulado pela Agência Nacional de Vigilância

Sanitária (ANVISA), em ambas as formas, líquida (in natura) ou microencapsulada,

não foi possível traçar um comparativo dos resultados microbiológicos com possíveis

padrões e normas estabelecidos por este órgão.

Assim, só foi possível avaliar as condições microbiológicas que envolveram o

processo de obtenção e microencapsulamento do extrato de junça. Contudo é relevante

citar, que alimentos que não possuem padrões estabelecidos para contagem microbiana

total, apresentam sinais de deterioração e presença de patógenos quando apresentam

contagens iguais ou superiores à ordem de 106 UFC/ml (BOE, 1988; FRANCO &

LANDGRAF, 1996; SILVA, 2002; MOYSSIADI, 2004). Nessa ordem de contagem os

alimentos podem sofrer descaracterizações sensoriais, perda de valor nutricional e de

atratividade do alimento. Porém para alimentos de origem microbiológia, tais

considerações não são válidas, pois podem apresentar números superiores a 106 UFC/ml

(FRANCO & LANDGRAF, 1996).

Na Figura V.55 é possível avaliar de maneira comparativa os resultados

microbiológicos obtidos para os mesófilos aeróbios totais e fungos totais ao longo de 50

dias de armazenamento para o extrato de junça in natura e microencapsulado.

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 137

Figura V.55 - Estabilidade microbiológica do extrato de junça in natura e

microencapsulado.

*Me.M = mesófilos totais do extrato de junça microencapsulado; Me.In = mesófilos

totais do extrato de junça in natura; F.M = fungos totais do extrato de junça

microencapsulado; F.In = fungos totais do extrato de junça in natura.

Quanto à estabilidade microbiológica do extrato de junça in natura, os valores

de mesófilos aeróbios permaneceram ao longo de 50 dias abaixo da ordem de 106

UFC/ml, fato um tanto contraditório em virtude do natural processo de deterioração do

extrato de junça após 2 ou 3 dias de armazenamento sob-refrigeração (8°C), já

observado por Corrales et al. (2012). Assim, aparentemente os valores de mesófilos

aeróbios totais que variaram de 2,0.103 a 5,4.10

5 UFC/ml, apresentaram-se adequados

para o extrato de junça in natura. No entanto, avaliando o tempo de prateleira para essa

bebida, apresentado na Figura V.54, percebe-se que após o tempo 0 o valor de pH cai

vertiginosamente de 7,0 para 4,31, condição não adequada para o crescimento dos

mesófilos, fato que explica valores abaixo dar ordem de 106 UFC/ml. É importante

ressaltar, também, que de acordo com Corrales et al. (2012) e Boe (1988) o pH possui

uma associação forte com a estabilidade microbiológica do extrato de junça, cujo

valores de pH’s acima de 6,3 apontam para um frescor no extrato, que pode apresentar

estabilidade microbiológica por volta de 2 ou 3 dias. Após isso o pH diminui para o

intervalo de pH de 4,0 a 3,2, em função do processos degenerativos relacionados

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CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÕES 138

principalmente aos micro-organismos e atividade enzimática (polifenoloxidase e

peroxidases). Esses processos causam a gelatinização do amido do extrato de junça que

influencia decisivamente na perda de qualidade sensorial da mesma como mostra a

Figura V.39 referente à amostra controle do extrato de junça.

Assim, avaliando a baixa influência dos mesófilos aeróbios na degradação do

extrato de junça in tatura, em função do pH, foi possível observar na figura V.55 que ao

contrario do que aconteceu com estes, os fungos apresentaram um ascedente

crescimento a partir do tempo zero, ultrapassando a ordem de 106 UFC/ml após 15 dias

e atingindo a ordem de 108 UFC/ ml em 50 dias. Esse resultado indicou que o meio

ácido (pH 3,0 a 4,0) foi, provavelmente, resultado do crescimento de fungos, de modo

que esses podem ser os principais causadores do processo de deterioração do extrato de

junça. Alguns fungos filamentosos têm a habilidade de transformar açucares em ácidos

e gomas, explicando assim, o decréscimo de pH e processo de gelatinização do amido

(SILVA, 2002). Esse processo pode ser visto na amostra de extrato de junça apenas

liofilizada (branco) apresentada na Figura V.39.

Quanto a estabilidade microbiológica do extrato de junça microencpasulado, foi

possível observar por meio da Figura V.55, que ao longo de 50 dias o crescimento de

mesófilos aeróbios (5,3.103 a 2,7.10

4 UFC/ml) e fungos (8,8.10

3 a 2,2.10

4 UFC/ml) foi

controlado, permanecendo abaixo do valor de 106 UFC/ml. Esse resultado indica que

houve estabilidade microbiológica do extrato de junça microencapsulado dentro do

período estudado, uma vez que valores abaixo da ordem de 106 UFC/ml garantem,

segundo Silva (2002) e (BOE, 1988), a adequação do processo de obtenção do produto

quanto à condição microbiológica. Esse resultado corrobora com o tempo de prateleira,

uma vez que ao longo de 60 dias o pH se manteve estável na condição de frescor, ou

seja, pH´s acima de 6,3 (CORRALES, et al. 2012), garantindo a qualidade nutricional e

microbiológica dessa bebida. (Figura V.54)

Além disso, é pertinente frisar que o resultado da estabilidade microbiológica

(Figura V.55) observado para o extrato de junça microencapsulado foi bastante

satisfatório, pois preservou ao longo de 50 dias as condições microbiológicas e

nutricionais dessa bebida. (Tabela V.30.)

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CAPÍTULO VI – CONCLUSÕES DO CAPÍTULO V____________________________139

VI - CONCLUSÕES DO CAPÍTULO V

Foi possível prever o rendimento e os teores de proteína, amido e açúcar total

em relação às variáveis independentes envolvidas no processo de produção do

extrato. Isso foi possível por meio de modelos matemáticos ajustados e

preditivos com excelentes coeficientes de determinação em torno de 80 % de

explicação;

As condições ótimas de produção do extrato de junça foram: 8 horas de

saturação, 22°C de temperatura de saturação, 1:1 de proporção de água/junça e

0,20 % de metabissulfito de sódio;

Foi possível otimizar o processo de extração do amido de junça, obtendo um

rendimento de 33,5% com teor de 92% de amido nas seguintes condições

ótimas: 0,21% de bissulfito de sódio, 41 minutos de mistura, 15 horas de

saturação e 25°C de temperatura de saturação;

O processo de modificação química do amido via esterificação das hidroxilas foi

eficiente;

O amido modificado via esterificação não apresentou modificações moleculares

importantes, preservando sua estrutura química, mas com uma maior resistência

térmica em relação ao amido nativo;

O amido de junça apresentou padrão cristalino do tipo A, mesmo padrão

observado para amidos originados do milho;

A modificação química do amido não alterou a morfologia e/ ou degradou os

grânulos do amido, preservando sua estrutura;

O amido de junça modificado apresentou temperatura de gelatinização superior

ao observado para o amido nativo;

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CAPÍTULO VI – CONCLUSÕES DO CAPÍTULO V____________________________140

O extrato de junça se mostrou mais estável quanto à homogeneidade e pH de

frescor com o uso do blend de inulina e amido de junça modificado;

As melhores concentrações de inulina e amido de junça modificado para o

processo de microencapsulamento via liofilização foram: 9,40 e 0,40 %

respectivamente;

Concentrações inferiores a 5,00 % de inulina não conseguem estabilizar o

extrato de junça microencapsulado após reconstituição em água;

O extrato de junça microencapsulado apresentou maior valor calórico (495

Kcal/100g) quando comparado a um extrato liofilizado sem a presença de

encapsulantes;

O processo de microencapsulamento forneceu microesferas sem depressões e

/ou rompimentos;

As microesferas apresentaram uma fina camada superficial unidas num

aglomerado de micropartículas, que permitiu preservação do material ativo;

As microesferas armazenadas na ausência de luz apresentaram estabilidade em

relação aos teores de vitamina C entre 30 e 90 dias;

O tempo de indução em relação a estabilidade oxidativa das microesferas foi de

46 horas;

Os encapsulantes e extrato de junça (material ativo) não apresentaram interações

e as microesferas apresentaram elevada resistência térmica (346,32 °C);

As microesferas apresentaram elevada estabilidade de solubilidade e tempo de

prateleira;

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CAPÍTULO VII– CONCLUSÕES FINAIS___________________________________141

VII - CONCLUSÕES FINAIS

A obtenção e otimização do processo de extração do amido de junça é animador

porque a junça é um vegetal sem qualquer tipo de uso em escala industrial no

Brasil, podendo ser uma alternativa de baixo custo para obtenção do mesmo;

O estudo realizado para o amido de junça modificado foi preponderante para seu

sucesso enquanto encapsulante do seu próprio extrato. Essa utilização pode

diminuir os custos do processo de microencapsulamento do extrato em escala

industrial, pois ambos os processos podem estar vinvulados numa mesma planta

industrial de maneira intergrada;

O amido e amido modificado de junça apresentou um grande potencial como

encapsulantes na preservação do material ativo devido, principalmente, à sua

resistência térmica;

O extrato de junça microencapsulado passou apresentar características

prebióticas em função da inserção da inulina como encapsulante. Esse fato foi

importante porque ampliou as potencialidades alimentares intrínsicas a esse

extrato;

O microencapsulamento foi primordial para que os processos oxidativos

ocorressem lentamente;

Os resultados de tempo de prateleira obtidos para o extrato de junça

microencapsulados representam um resultado inédito, pois a literatura reporta

um tempo de prateleira máximo de 11 dias;

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CAPÍTULO VIII – SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS__________142

VIII – Sugestões para trabalhos futuros

Estudar o processo de microencapsulação do extrato de junça via spray drying e

geilificação;

Realizar a reologia do extrato de junça microencapsulado e amido de junça

nativo e modificado;

Extrair e caracterizar o óleo de junça descartado durante o processo de extração

do amido;

Otimizar via planejamento sequencial o processo de extração do óleo de junça;

Estudar o processo de microencapsulação do óleo de junça utilizando o amido

de junça modificado;

Estudar e avaliar a utilização do resíduo sólido (TNF) obtido a partir da

produção do extrato de junça como aditivo ou complemento na indústria de

alimentos;

Avaliar a aplicação do TNF como fonte de carbono para processos

biotecnológicos;

Estudar a ação das enzimas polifenoloxidases e oxidases no processo de

degradação do extrato de junça reconstituído;

Identificar e determinar as concentrações de aminoácidos no extrado de junça in

natura e microencapsulado;

Avaliar a influência de componentes antinutricionais e presença de micotoxinas

no extrao de junça in natura e microencapsulado;

Determinar a concentração de outros antioxidantes, principalmente, vitamina E

no extrato de junça in natura e microencapsulado;

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CAPÍTULO VIII – SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS__________143

Realizar testes de análise sensorial como: Análise descritiva quantitativa (ADQ),

Teste de aceitação e intenção de compra;

Estudar o processo de fermentação do extrato de junça para produção de bebidas

alcoolicas;

Realizar estudos econômicos e agronômicos de implementação da cultura de

junça no Brasil;

Avaliar os impactos socioeconômicos da cultura dos tubérculos de junça após

cursos de extenção voltados para a implementação e utilização desse tubérculo,

na agricultura familiar;

Realizar o estudo de viabilidade econômica para inserção da produção do extrato

de junça e outros subprodutos da junça em escala industrial;

Avaliar e estudar a possível legalização da junça e seus subprodutos em relação

à Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento;

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CAPÍTULO IX – PRODUÇÕES CIENTÍFICAS _ 144

IX PRODUÇÃO CIENTÍFICA

Artigos completos aceito em periódicos

REVISTA CIÊNCIA, TECNOLOGIA & AMBIENTE – QUALIS B5

1 - COSTA NETO, J. J. G. da, GOMES, T.L.M, SANTOS, F.F, FREITAS, K.L.M,

AMARAL , Produção De Biossurfactante Por Yarrowia lipolytica Utilizando Resíduos

Agroindustriais.

Artigos completos publicados em periódicos

JOURNAL OF FOOD STUDIES.

3 - COSTA NETO, J. J. G. da, GOMES, T.L.M, AMARAL , P. F. F., SANT´ANA, G.

C. F, ROCHA LEÃO, M. H. M. Simultaneous optimization of the extraction process

and nutritional value of tiger nut milk by sequential design strategy.

Artigos completos submetidos em periódicos

REVISTA POLÍMEROS

1 – COSTA NETO, J. J. G. da, GOMES, T.L.M, SILVA, R.L, AMARAL , P. F. F.,

SANT´ANA, G. C. F, ROCHA LEÃO, M. H. M. Extraction, chemical modification by

octenyl succinic and characterization of cyperus esculentus starch.

REVISTA CIÊNCIA E TECNOLOGIA

2 - COSTA NETO, J. J. G. da, GOMES, T.L.M, SANTOS, F.F, FREITAS, K.L.M,

AMARAL , P. F. F., SANT´ANA, G. C. F, ROCHA LEÃO, M. H. M. Extração do

amido do resíduo de junça (cyperus esculentus): otimização e caracterização.

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CAPÍTULO IX – PRODUÇÕES CIENTÍFICAS _ 145

Publicação em Anais de Congressos (Trabalho completo)

1 - J. J. G. da COSTA NETO, P. F. F. AMARAL, G. C. FONTES, M. H. M. ROCHA

LEÃO. Otimização de um processo de extração de leite de junça via estrategia

sequencial de planejamentos. In XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE

ENGENHARIA QUÍMICA, 2016, Fortaleza.

2 - J. J. G. da COSTA NETO, P. F. F. AMARAL, G. C. FONTES, M. H. M. ROCHA

LEÃO. Produção do “leite” de junça (cyperus esculentus) via planejamento de

experimentos. In XX CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA QUÍMICA,

2014, Florianópolis.

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