produÇÃo de forragem e desempenho de vacas … · vinÍcius lopes da silva produÇÃo de forragem...

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PRODUÇÃO DE FORRAGEM E DESEMPENHO DE VACAS LEITEIRAS EM PASTAGEM DE BRACHIARIA BRIZANTHA CV. MARANDU SOB DOSES CRESCENTES DE ADUBAÇÃO NITROGENADA VINÍCIUS LOPES DA SILVA 2015

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PRODUÇÃO DE FORRAGEM E DESEMPENHO DE

VACAS LEITEIRAS EM PASTAGEM DE BRACHIARIA

BRIZANTHA CV. MARANDU SOB DOSES CRESCENTES

DE ADUBAÇÃO NITROGENADA

VINÍCIUS LOPES DA SILVA

2015

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DE BAHIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA

PRODUÇÃO DE FORRAGEM E DESEMPENHO DE

VACAS LEITEIRAS EM PASTAGEM DE Brachiaria

brizantha cv. MARANDU SOB DOSES CRESCENTES DE

ADUBAÇÃO NITROGENADA

Autor: Vinícius Lopes da Silva

Orientador: Prof. Dr. Fabiano Ferreira da Silva

ITAPETINGA

BAHIA - BRASIL

Março de 2015

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VINÍCIUS LOPES DA SILVA

PRODUÇÃO DE FORRAGEM E DESEMPENHO DE VACAS

LEITEIRAS EM PASTAGEM DE Brachiaria brizantha cv.

MARANDU SOB DOSES CRESCENTES DE ADUBAÇÃO

NITROGENADA

Tese apresentada, como parte das

exigências para obtenção do título de

DOUTOR EM ZOOTECNIA, ao

Programa de Pós-Graduação em

Zootecnia da Universidade Estadual

do Sudoeste da Bahia.

Orientador: Prof. Dr. Fabiano Ferreira da Silva

Coorientador: Prof. Dr. Fábio Andrade Teixeira

ITAPETINGA

BAHIA - BRASIL

Março de 2015

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Catalogação na Fonte:

Adalice Gustavo da Silva - CRB 535 - 5ª Região

Bibliotecária - UESB - Campus de Itapetinga-Ba

Índice sistemático para desdobramentos por assunto:

1. Correção e adubação do solo - Pastagem tropical – Produção forrageira – Estações do ano

2. Bovinos de leite - Consumo e digestibilidade – Desempenho animal 3. Viabilidade - Análise econômica

636.214 Silva, Vinícius Lopes da.

8584f Produção de forragem e desempenho de vacas leiteiras em pastagem de

Brachiaria brizantha cv. Marandu sob doses crescentes de adubação

nitrogenada / Vinícius Lopes da Silva.

Itapetinga-Ba: UESB, 2015.

86f.

Tese apresentada como parte das exigências para obtenção do título de DOUTOR EM ZOOTECNIA, ao Programa de Pós-Graduação em

Zootecnia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Sob a

orientação do Prof. D. Sc. Fabiano Ferreira da Silva e coorientação do Prof. D. Sc. Fábio Andrade Teixeira.

1. Correção e adubação do solo - Pastagem tropical - Produção

forrageira - Estações do ano. 2. Bovinos de leite - Consumo e

digestibilidade - Desempenho animal. 3. Viabilidade - Análise econômica.

I. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - Programa de Pós-

Graduação em Zootecnia. II. Silva, Fabiano Ferreira da. III. Teixeira, Fábio

Andrade. IV. Título.

CDD (21): 636.214

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA

Área de Concentração: Produção de Ruminantes

DECLARAÇÃO DE APROVAÇÃO

Título: “Produção de forragem e desempemho de vacas leiteiras em pastagem de Brachiaria

brizantha cv. Marandu sob doses crescentes de adubação nitrogenada”.

Autor: Vinícius Lopes da Silva

Orientador: Prof. Dr. Fabiano Ferreira da Silva

Coorientador: Prof. Dr. Fábio Andrade Teixeira

Aprovado como parte das exigências para obtenção do Título de DOUTOR EM

ZOOTECNIA, ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: PRODUÇÃO DE RUMINANTES, pela Banca Examinadora:

__________________________________________

Prof. Dr. Fabiano Ferreira da Silva – UESB Presidente

__________________________________________ Prof. Dr. Alexandre Menezes Dias – UFMS

__________________________________________

Prof. Dr. Dorgival Morais de Lima Júnior – UFAL

__________________________________________

Profª. Drª. Cláudia Batista Sampaio – UFV

__________________________________________

Prof. Dr. Fábio Andrade Teixeira – UESB

Data de realização: 05 de março de 2015.

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iv

“Não tenha medo de crescer lentamente. Tenha medo, apenas, de ficar parado.”

Provérbio Chinês

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v

Ao meu pai, Mário Lopes da Silva;

À minha mãe, Zeneuda Lopes da Silva;

Ao meu irmão, Leonardo Lopes da Silva;

À minha cunhada, Rufina França Céu da Silva;

À minha esposa, Lívia Santos Costa Lopes;

Ao meu sogro, Hélio Bremer Costa;

À minha sogra, Maria de Fatima Santos Costa;

À minha cunhada, Luciana Santos Costa;

Ao meu concunhado, Gilleard Batista de Pádua;

COM MUITO AMOR, DEDICO.

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vi

Aos profissionais Zootecnistas.

“Cultivar a terra e criar animais são as mais nobres

atividades praticadas pelo homem. Produzir alimentos

vegetais é a arte de colher o sol. Produzir proteína animal é a

arte de transformação desta magia. Imagine então, quão

nobre é o homem que cultiva a terra, cria os animais e ainda

respeita e protege seu semelhante e o ambiente”.

COM MUITO ORGULHO, OFEREÇO.

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vii

AGRADECIMENTOS

Primeiramente, repetirei as mesmas palavras que constou no início dos

agradecimentos da minha dissertação de mestrado... “A realização de um trabalho como

este é uma grande responsabilidade, que exige dedicação, esforço e reflexão. Para o

desenvolvimento deste trabalho, agora a tese de doutorado, tive a honra de contar com a

ajuda indispensável e inesquecível de muitas pessoas, sem as quais realmente seria

muito mais difícil e desgastante a realização do mesmo. Por isso, não posso, de forma

alguma, deixar de prestar os meus mais sinceros agradecimentos aos lugares e a estas

pessoas que, de forma tão voluntariosa, contribuíram para a concretização de um ideal”:

A DEUS, “por não fazer as minhas vontades e sim atender minhas

necessidades”;

À cidade de Itapetinga-BA;

À Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) – Campus de Itapetinga;

Ao setor de Bovinocultura de Leite do Curso de Zootecnia da UESB;

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES);

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq);

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB);

À fazenda Paulistinha;

À fazenda Serra Dourada;

À Campo Verde Comércio Agropecuário Ltda;

À Matsuda Minas Comércio e Indústria Ltda;

Ao orientador, amigo e padrinho, professor Fabiano Ferreira da Silva (todos os

elogios serão poucos. Sem mais comentários!);

Aos professores do curso de pós-graduação e graduação em Zootecnia, em

especial, à professora Daniela Deitos Fries, e ao meu coorientador, o professor Fábio

Andrade Teixeira;

À professora Sibelli Passini Barbosa Ferrão e ao professor Sérgio Augusto de

Albuquerque Fernandes;

Ao professor Rafael da Costa Ilhéu Fontan;

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viii

À professora da UFMG, Eloísa de Oliveira Simões Saliba;

Aos professores de outras Instituições, que aceitaram participar e colaborar com

este trabalho, fazendo parte da banca: o professor Alexandre Menezes Dias, o professor

Dorgival Morais de Lima Júnior e a professora Cláudia Batista Sampaio;

Às secretárias do Colegiado do PPZ;

Aos amigos e colegas de curso, mestrandos e doutorandos;

Ao amigo Mário Alberto Lopes;

Ao inestimável amigo e parceiro de todos os momentos nessa caminhada,

Antônio Carlos Pinheiro Cani e sua “querida” esposa Marina Costa Corrêa;

Ao senhor Miguel Carlos Costa;

Ao grande colaborador e amigo Lucas Teixeira Costa;

Aos alunos da disciplina Bovinocultura de Leite;

À amiga Lívia Maria Araújo Macedo Facuri;

À grande amiga e madrinha, Jacqueline Firmino de Sá e seus queridos filhos;

Aos amigos das cidades de Itabuna, Itapetinga e Vitória da Conquista;

Aos bolsistas de iniciação científica do CNPq, FAPESB e UESB;

Aos estagiários e alunos;

Aos colegas e irmãos, membros do Grupo de Pesquisa Produção Animal na

Bahia, principalmente, Alex Resende Schio;

A todos os funcionários da fazenda Paulistinha e do setor de Bovinocultura de

Leite;

Aos animais;

Ao funcionário do Laboratório de Forragicultura e Pastagem, José Queiroz de

Almeida;

Aos funcionários da UESB;

Ao Departamento Técnico da Matsuda Bahia e seus membros, os colegas

Fernando Pinna, Dermeval Flores e Jair Soares II;

À Elizane de Souza;

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ix

Às amigas Naiara, Aurinha e Dona Fia;

Agradeço aos casais de amigos: Carlão e Dani, Vinição e Nara, Pedro e Carol,

Dumiro e Nádia e a Carlito e Jaci;

À minha sogra, tia Lia e seus familiares; ao meu sogro, tio Hélio e familiares; à

minha cunhada Lú e ao meu concunhado Gil;

Aos meus familiares;

À minha esposa, Lívinha;

Ao meu irmão Léo e à minha cunhada Rú;

Aos meus pais, Mário e Zeneuda.

A todos vocês, o meu sincero MUITO OBRIGADO!

E que venha o pós-doutorado e os desafios futuros...!

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x

BIOGRAFIA

VINÍCIUS LOPES DA SILVA, filho de Mário Lopes da Silva e Zeneuda Lopes

da Silva, nasceu em 04 de abril de 1983, no município de Vitória da Conquista, BA.

Iniciou o curso de graduação em Zootecnia, na Universidade Estadual do Sudoeste da

Bahia (UESB) campus de Itapetinga, em fevereiro de 2004; integrou-se ao Grupo de

Pesquisa Produção Animal na Bahia em agosto de 2006; foi bolsista de iniciação

científica por duas vigências anuais (2006 a 2008) pela Fundação de Amparo à Pesquisa

do Estado da Bahia (FAPESB), concluindo o curso em janeiro de 2009, obtendo o título

de “Zootecnista”.

Em março de 2009, iniciou o curso de Pós-graduação Stricto sensu – Mestrado

em Zootecnia na UESB, concentrando estudos na área de Produção de Ruminantes,

sendo bolsista pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

(CNPq), e finalizando em março de 2011, com obtenção do título de “Mestre em

Zootecnia”.

Em março de 2011, começou o Doutorado do Programa de Pós-graduação em

Zootecnia (PPZ) da UESB, na mesma área de concentração de estudos, em Produção de

Ruminantes, com bolsa de estudos para os primeiros sete meses pela FAPESB, sendo os

demais 29 meses, pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

(CAPES), durante parte desse período colaborou prestando serviços de assistência

técnica à fazenda Serra Dourada, localizada no município de Almadina, BA; nos meses

de março a maio de 2014 integrou-se a equipe de trabalho da empresa Campo Verde

Comércio Agropecuário Ltda, sediada no município de Vitória da Conquista, BA; em

junho deste mesmo ano foi aprovado no processo seletivo para compor o departamento

técnico da empresa Matsuda Minas Comércio e Indústria Ltda, na unidade da Bahia,

localizada no município de Vitória da Conquista, em que atua até o presente momento.

Submeteu-se à defesa da tese em 05 de março de 2015, para obtenção do título de

“Doutor em Zootecnia”.

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xi

SUMÁRIO

Página

LISTA DE FIGURAS........................................................................................... xii

LISTA DE TABELAS.......................................................................................... xiii

LISTA DE ABBREVIATURAS E SIGLAS........................................................ xv

LISTA DE SÍMBOLOS....................................................................................... xviii

RESUMO.............................................................................................................. xx

ABSTRACT.......................................................................................................... xxi

I. REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................ 22

1. Introdução.................................................................................................... 22

2. Adubação nitrogenada.................................................................................. 23

3. Brachiaria brizantha cv. Marandu............................................................... 25

4. Desempenho animal em pastagem............................................................... 26

5. Referências................................................................................................... 30

II. OBJETIVOS GERAIS..................................................................................... 34

III. MATERIAL E MÉTODOS............................................................................ 35

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................... 48

V. CONCLUSÕES............................................................................................... 80

VI. REFERÊNCIAS............................................................................................. 81

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xii

LISTA DE FIGURAS

Página

Figura 1. Croqui dos 12 hectares da área experimental.................................... 36

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xiii

LISTA DE TABELAS

Página

Tabela 1. Médias mensais das temperaturas máxima, mínima, média diária e

precipitação pluvial mensal durante o período de abril de 2012 a fevereiro

de 2013..........................................................................................................

35

Tabela 2. Composição químico-bromatológica dos pastos1 de Brachiaria brizantha

cv. Marandu sob doses crescentes de adubação nitrogenada nas estações

do ano...........................................................................................................

39

Tabela 3. Valor médio de venda dos produtos no período experimental (ano de

2013, no mercado de Itapetinga, BA)......................................................... 45

Tabela 4. Valores de insumos e serviços utilizados no experimento........................... 45

Tabela 5. Valores de insumos e serviços utilizados por tratamento no

experimento.................................................................................................. 45

Tabela 6. Vida útil e valor de benfeitorias, máquinas, equipamentos, animais e

terra, utilizadas no experimento, e o seu valor total..................................... 46

Tabela 7. Produção da forrageira nos piquetes de pastagens de Brachiaria brizantha

cv. Marandu sob doses crescentes de adubação nitrogenada nas estações

do ano............................................................................................................ 48

Tabela 8. Consumo de matéria seca e dos nutrientes de vacas leiteiras em pastagens

de Brachiaria brizantha cv. Marandu sob doses crescentes de adubação

nitrogenada nas estações do ano................................................................... 52

Tabela 9. Coeficiente de digestibilidade dos nutrientes de vacas leiteiras em

pastagens de Brachiaria brizantha cv. Marandu sob doses crescentes de

adubação nitrogenada nas estações do ano.................................................. 54

Tabela 10. Produção (kg/dia e kg/ha) e composição química (%) do leite de vacas

manejadas em pastagens de Brachiaria brizantha cv. Marandu sob doses

crescentes de adubação nitrogenada nas estações do ano.............................

56

Tabela 11. Variação de pesos (kg/dia) e escores corporais (pontos*) das vacas

manejadas em pastagens de Brachiaria brizantha cv. Marandu sob doses

crescentes de adubação nitrogenada nas estações do

ano.................................................................................................................

58

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xiv

Tabela 12. Tempos em pastejo, ruminação e ócio, em minutos, de vacas leiteiras em

pastagens de Brachiaria brizantha cv. Marandu sob doses crescentes de

adubação nitrogenada nas estações do ano...................................................

61

Tabela 13. Números de períodos e tempo de duração das atividades comportamentais

de vacas leiteiras em pastagens de Brachiaria brizantha cv. Marandu sob

doses crescentes de adubação nitrogenada nas estações do

ano................................................................................................................. 63

Tabela 14. Parâmetros da eficiência alimentar e mastigação merícica de vacas

leiteiras em pastagens de Brachiaria brizantha cv. Marandu sob doses

crescentes de adubação nitrogenada nas estações do ano............................ 66

Tabela 15. Balanço de compostos nitrogenados de vacas leiteiras em pastagens de

Brachiaria brizantha cv. Marandu sob doses crescentes de adubação

nitrogenada nas estações do ano.................................................................. 69

Tabela 16. Volume urinário, excreções de ureia na urina e no leite e concentrações

de ureia no plasma de vacas leiteiras em pastagens de Brachiaria

brizantha cv. Marandu sob doses crescentes de adubação nitrogenada nas

estações do ano............................................................................................. 72

Tabela 17. Renda bruta (RB), custo operacional efetivo (COE), custo operacional

total (COT), custo total (CT) e lucro por hectare / ano de vacas leiteiras

em pastagens de Brachiaria brizantha cv. Marandu sob doses crescentes

de adubação nitrogenada nas estações do ano..............................................

76

Tabela 18. Taxa interna de retorno (TIR) mensal e valor presente líquido (VPL) para

taxas de retorno de 6, 10%, respectivamente, para um ano, de vacas

leiteiras em pastagens de Brachiaria brizantha cv. Marandu sob doses

crescentes de adubação nitrogenada nas estações do ano.............................

79

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xv

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Al Alumínio

BA Bahia

Cl. Cloreto

C. Custo

Ca Cálcio

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível

Superior

CIFZ Concentração do indicador presente nas fezes

CIFR Concentração do indicador presente na forragem

CMS Consumo de matéria seca

CNF Carboidratos não fibrosos

CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico

COE Custo operacional efetivo

COT Custo operacional total

CT Custo total

CV Coeficiente de variação

cv. Cultivar

D. Depreciação

D. Sc. Doctor Science

DMS Disponibilidade de matéria seca

Dr. Doutor

EAL Eficiência de alimentação

EBDA Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S. A.

EE Extrato etéreo

EF Escore final

EI Escore inicial

EM Escore médio

Eq. Equações de regressão

ERU Eficiência de ruminação

et al. Colaboradores

FAPESB Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia

FDA Fibra em detergente ácido

FDNcp Fibra em detergente neutro corrigido para cinzas e proteína

FDNi Fibra em detergente neutro indigestível

G Gastos

IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

J Juros

K Potássio

L Litros

LIPE Lignina purificada e enriquecida

MBR Média do número de mastigações merícicas por bolo

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xvi

ruminal

Mg Magnésio

min. Minutos

M. Margem

MM Matéria mineral

MO Matéria Orgânica

MS Matéria seca

N Nitrogênio

n. Número

NMb Números de mastigações por bolo

NPA Números de períodos de alimentação

NPO Números de períodos de ócio

NPR Números de períodos de ruminação

OF Oferta de forragem

P Probabilidade de erro

P. Fósforo

P- Piquete

PB Proteína bruta

PF Produção fecal

PK Fósforo e potássio

PPZ Programa de Pós-Graduação em Zootecnia

Prof. Professor

PC Peso corporal

PLc Produção de leite corrigido para 3,5% de gordura

Qtde

Quantidade

R Repetição

R. Reparo

RB Renda Bruta

rpm Rotações por minuto

S. Superfosfato

SAEG Sistema de Análises Estatísticas e Genéticas

T Tratamento

TBR Tempo gasto para ruminação de cada bolo

TL Taxa de lotação

TIR Taxa interna de retorno

TMT Tempo de mastigação total

TPP Tempo por período de pastejo

TPO Tempo por período de ócio

TPR Tempo por período de ruminação

TRU Tempo de ruminação

UA Unidade animal

UA/ha Unidade animal por hectare

UAt Unidade animal total

UESB Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

UFAL Universidade Federal de Alagoas

UFMG Universidade Federal de Minas Gerais

UFMS Universidade Federal do Mato Grosso do Sul

UFV Universidade Federal de Viçosa

v. Volume

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xvii

V Venda

VF Valor de fluxo líquido

VPC Variação de peso corporal

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xviii

LISTA DE SÍMBOLOS

AW Clima tropical com estação seca definida

cm Centímetros

cmolc/dm3

Centimol por decímetro cúbico

d/h Dia homem

g Gramas

g. m2

Gramas por metro quadrado

g PB/kg NDT Gramas de proteína bruta por quilogramas de nutrientes

digestíveis totais

H2O Água

ha Hectares

K2O Óxido de potássio

KBr Brometo de potássio

kg Quilogramas

Kg/kg Quilogramas por quilogramas

Kg/dia Quilogramas por dia

Kg de MS Quilogramas de matéria seca

Kg de MS/ha/dia Quilogramas de matéria seca por hectare dia

Kg de N/ha Quilogramas de nitrogênio por hectare

Kg MS/100 kg PC/dia Quilogramas de matéria seca para cem quilogramas de peso

corporal por dia

km Quilometros

kWh Quilowatt-hora

L Litros

leite/kg Leite por Quilogramas

m Metros

mg Miligrama

Mg/dL Miligrama por decilitro

mg/dm3

Miligrama por decímetro cúbico

mg/kg PC Miligrama por quilograma de peso corporal

Mg/L Miligrama por litro

mL ou ml Mililitros

mm Milímetros

N/ha Nitrogênio por hectare

N/ha/ano Nitrogênio por hectare por ano

NH4- Amônio

NO3- Nitrato

n Número de fluxos

P2O5 Pentóxido de fósforo

pH Potencial hidrogeniônico

r Taxa de desconto

R2

Coeficiente de determinação

R$ Real

T Toneladas

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xix

t Período de análise TM

marca registrada, do inglês trademark

un Unidade

vacas/ha Vacas por hectare

°C Grau Celsius ®

Registrado

% Porcentagem

± Mais ou menos

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xx

RESUMO

SILVA, V.L. Produção de forragem e desempenho de vacas leiteiras em pastagem

de Brachiaria brizantha cv. Marandu sob doses crescentes de adubação

nitrogenada. Itapetinga-BA: UESB, 2015. 86p. (Tese - Doutorado em Zootecnia -

Produção de Ruminantes).*

Objetivou-se avaliar os efeitos de diferentes doses de adubação nitrogenada em

pastagens de Brachiaria brizantha cv. Marandu sobre a produção de forragem,

desempenho de vacas leiteiras e seus efeitos econômicos, de acordo com as respostas

produtivas nas diferentes estações do ano. O experimento foi realizado na fazenda

Paulistinha, situada no município de Macarani, BA. Os tratamentos consistiram em uma

área testemunha e quatro níveis de adubação nas pastagens de Brachiaria brizantha cv.

Marandu, os quais foram implementados da seguinte forma: tratamento 1 = não havia

nenhum tipo de correção e adubação; tratamento 2 = havia somente correção em relação

ao fósforo e ao potássio; tratamento 3 = corrigiu com fósforo, potássio e adubou com

uma dose de 75 kg de nitrogênio por hectare; tratamento 4 = fósforo, potássio e uma

dose de 150 kg de nitrogênio por hectare; e o tratamento 5 = fósforo, potássio e uma

dose de 225 kg de nitrogênio por hectare, com cada tratamento apresentando 4 áreas de

repetições. As unidades experimentais corresponderam a 20 piquetes, com área de 0,6

hectare, distribuídos em um delineamento inteiramente casualizado. As avaliações

experimentais compreenderam os períodos de janeiro e fevereiro, caracterizando o

verão; abril e maio, o outono; julho e agosto, o inverno; outubro e novembro, a

primavera. Os resultados foram avaliados por meio de análises de variância e de

regressão em nível de 5% de significância. Para comparar o tratamento testemunha com

os níveis crescentes de adubação nitrogenada com correção de fósforo e potássio,

utilizou-se o teste de Dunnett a 5% de significância e utilizou-se, para efeito de estudo

da análise econômica, dois indicadores econômicos, o valor presente líquido e a taxa

interna de retorno. Foram mensurados o consumo, coeficiente de digestibilidade dos

nutrientes, produção e composição do leite, variação de peso e escores corporais. A

avaliação do comportamento ingestivo foi realizada em cada estação do ano, assim

como as demais variáveis, sendo feitas observações a cada cinco minutos por um

período de 24 horas. Ainda, avaliou-se o balanço de compostos nitrogenados, volume

urinário, excreções de ureia na urina e no leite e concentrações de ureia no plasma, e por

último, os parâmetros econômicos. A adubação nitrogenada aumentou em números

absolutos a produção de forragem em todas as estações do ano e os resultados referentes

ao desempenho de vacas leiteiras apresentaram-se positivos com os níveis utilizados. Os

parâmetros econômicos indicaram que pastagens de Brachiaria brizantha cv. Marandu,

quando corrigida com fósforo e potássio, utilizando a dose de 150 kg de N/ha, com o

preço do kg de leite igual a R$ 1,10, é mais rentável, sendo, portanto, o nível mais

recomendado.

Palavras-chave: bovino de leite, comportamento ingestivo, desempenho, economia _____________________________ *Orientador: Fabiano Ferreira da Silva, Dr. UESB e Coorientador: Fábio Andrade Teixeira, Dr. UESB.

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ABSTRACT

SILVA, V.L. Forage production and performance of dairy cows in Brachiaria

brizantha cv. Marandu pasture under incrising doses of nitrogenous fertilization.

Itapetinga-BA: UESB, 2015. 86p. (Thesis - PhD in Animal Science - Ruminants

Production).*

The objective was to evaluate the effects of different doses of nitrogen

fertilization in pastures of Brachiaria brizantha cv. Marandu, on forage production,

performance of dairy cows and their economic effects, according to the productive

responses in different seasons. The trial was conducted in Paulistinha farm in the

Macarani city, BA. Treatments consisted of a control area and four levels of fertilization

in Brachiaria brizantha cv. Marandu pastures, which were implemented as follows:

treatment 1 = there was no one type of correction and fertilization; treatment 2 = there

was correction only for phosphorus and potassium; treatment 3 = corrected with

phosphorus, potassium and fertilized with a dose of 75 kg of nitrogen per hectare;

treatment 4 = phosphorus, potassium and a dose of 150 kg of nitrogen per hectare; and

treatment 5 = phosphorus, potassium and a dose of 225 kg of nitrogen per hectare, with

each treatment areas having 4 replicates. The experimental units accounted for 20

paddocks, with an area of 0.6 hectare, distributed in a completely randomized design.

Experimental evaluations were done during january and february, featuring the summer

period; april and may, the fall; july and august, winter; october and november, spring.

The results were evaluated by variance and regression analysis, at level of 5% of

significance. To compare control treatment with the increasing levels of nitrogen

fertilization with phosphorus and potassium correction, Dunnett test at 5% of

significance was used and, to study effect of economic analysis, two economic

indicators, the net present value and internal rate of return. The consumption, nutrients

digestibility coefficients, milk production and composition, weight change and body

scores. Evaluation of feeding behavior was carried out in each season, as well as other

variables. The observations were made every five minutes for a period of 24 hours.

Nitrogenous compounds balance, urinary volume, urea excretion in urine and milk and

urea concentrations in the plasma, were evaluated too, as well the economic parameters.

Nitrogen fertilization increased, in absolute numbers, forage production, in all seasons

of the year. The results for performance of the dairy cows were positive with the levels

used. The economic parameters indicated that, Brachiaria brizantha pastures cv.

Marandu, when corrected with phosphorus and potassium, using the dose of 150 kg

N/ha, with the price of kg of milk equal to R$ 1.10, was profitable, and therefore, the

most recommended level.

Key words: dairy cattle, economy, intake behavior, performance

_____________________________ *Adviser: Fabiano Ferreira da Silva, Dr. UESB and Coadviser: Fábio Andrade Teixeira, Dr. UESB.

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I REFERENCIAL TEÓRICO

1. Introdução

Em função do aumento na demanda pela utilização das terras agricultáveis,

especialmente para produção de biocombustíveis e grãos, como é o exemplo da cana-

de-açúcar e da soja, aliado a uma eminente crise mundial pela falta de alimentos,

principalmente dos alimentos que compõem a cesta básica, como é o caso do leite, faz-

se necessário um melhor aproveitamento das áreas de pecuária e intensificação da

produção, o que resultaria em maior eficiência de produção, não apenas por animal, mas

por área.

A pecuária do Brasil tem como base de sustentação as pastagens, porém, a

produtividade e consequente lucratividade obtidas pela maioria dos pecuaristas são

consideradas baixas, tendo em vista o grande potencial da atividade no país. Dentre as

possibilidades para tornar a pecuária mais sustentável, competitiva e rentável,

juntamente com outras estratégias de manejo, adubação nitrogenada é requisito

fundamental para manter a sustentabilidade, com altas produtividades, oferecendo

alimento de qualidade para o rebanho (Primavesi et al., 2006) sem causar danos ao meio

ambiente (Fonseca et al., 2008).

Há também uma grande demanda por informações sobre o uso de gramíneas

tropicais manejadas em sistema de pastejo para produção de leite no Brasil.

Os capins do gênero Brachiaria (Syn. Urochloa) ocupam espaço cada vez maior

na formação de pastagens, devido a sua adaptação às mais variadas condições de solos,

mas, na maioria das propriedades, estas pastagens não são manejadas de forma correta,

em geral, por desconhecimento da fisiologia e dos requisitos nutricionais das plantas

forrageiras. Os solos escolhidos, normalmente, são aqueles que não se prestam à

exploração agrícola, devido aos problemas de baixa fertilidade natural, tal como acidez

elevada, topografia acidentada ou irregular, e drenagem deficiente. Nestas condições,

quando não se efetua a correção e a adubação do solo, o resultado é baixa produtividade

das pastagens e consequente baixa produtividade animal.

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Segundo Corsi & Nussio (1993), a adubação tem sido indispensável na formação

e na manutenção das pastagens. O nível de fertilidade do solo é certamente um dos

principais fatores que determinam a quantidade e a qualidade da forragem e, de modo

particular, a adubação nitrogenada tem sido uma das maiores necessidades. No entanto,

Vilela (2013) ressalta que a economicidade da adubação nitrogenada de manutenção é

viabilizada em função do tempo, que determina o preço da carne, do leite e do adubo, e

do espaço que a viabiliza, à medida que se encontra próximo a grandes centros urbanos,

onde se pratica uma agricultura mais tecnificada.

2. Adubação nitrogenada

As baixas produtividades das pastagens brasileiras são, de certa forma, reflexo

da maneira extrativista e pouco intensificada de exploração em que os atuais sistemas de

produção se encontram. Nos últimos anos, percebe-se a busca por mudança do cenário

pouco intensivo, e por consequência, a manutenção e melhoria da fertilidade do solo

vêm como fator auxiliar a este tipo de exploração. A adubação do solo, principalmente a

nitrogenada, pode viabilizar a exploração da pastagem, pelo simples fato do nitrogênio

ser um dos elementos mais exigidos pelas plantas forrageiras e que, quando

disponibilizado, pode fazer com que melhores índices de produtividade sejam atingidos.

O uso de fertilizantes nitrogenados é uma forma efetiva de repor N ao sistema e,

potencialmente garantir a sustentabilidade do sistema de produção, entretanto, sua

adoção pelos pecuaristas ainda é limitada. Esse fato é atribuído à cultura do pecuarista

em não adubar as áreas de pastagem, e também à expectativa de baixa eficiência

bioeconômica da adubação nitrogenada.

O resultado dessas três eficiências parciais define a eficiência de conversão do

N-fertilizante em produto animal (kg leite/kg de N aplicado), que quando associada com

a relação de troca entre preços de insumos ou do próprio leite produzido, determina a

eficiência bioeconômica da adubação nitrogenada de pastagens.

Recomenda-se a utilização de adubos durante o período de primavera e verão,

quando as variáveis climáticas (temperatura, luminosidade, umidade do solo, entre

outras) são favoráveis ao crescimento da forrageira. Essas condições, geralmente,

permitem melhor aproveitamento e, ou, eficiência de uso dos adubos e,

consequentemente, resultam em maior produção de forragem nesse período. Essa

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proposta tem sido recomendada para intensificação dos sistemas de produção. Contudo,

na grande maioria dos sistemas de produção do Brasil, mesmo naqueles sistemas

produtivos em que não se faz uso de adubos observa-se que no período das “águas” a

oferta de forragem é maior do que sua demanda pelos animais. Isso ocorre porque, em

muitos sistemas de produção, a taxa de lotação média anual corresponde àquela

condizente com a produção de forragem obtida durante o período de “seca”. Dessa

maneira, é ilógico pensar e recomendar adubação de pastagens para sistemas de

produção que operam com excedentes de forragem durante o período de primavera e

verão, visto que o uso dessa estratégia iria acentuar a estacionalidade de produção

forrageira. Essa condição pode ser denominada de “paradoxo da adubação em

pastagens”. Aliás, essa é uma das explicações para o baixo uso de adubos nas pastagens

em nosso país e também reflete a sabedoria do pecuarista em não adubar seus pastos

nessa época, contrariamente às recomendações de muitos técnicos (Santos, 2010).

Salienta-se, entretanto, que em sistemas mais extensivos a adubação de

manutenção das pastagens, com doses modestas, é fundamental para garantir sua

sustentabilidade. Nesse contexto, essa sustentabilidade poderia ser assegurada por meio

da realização de adubações no término do verão e, ou, início do outono, cujo efeito seria

maior produção de forragem colhida no período de “seca”, época em que o recurso

forrageiro é escasso (Santos, 2010). A prática de adubação de pastagens para uso

diferido é oportunidade para introdução periódica de nutrientes na pastagem manejada

de forma extensiva, pois, além de aumentar a produção de forragem durante o inverno,

também assegura sua sustentabilidade (Santos et al., 2007). Esse benefício foi

constatado por Santos et al. (2009), ao avaliarem a produção de forragem e de seus

componentes morfológicos em pastos de Brachiaria decumbens cv. Basilisk na região

de Viçosa, MG. Esses autores verificaram, por exemplo, que o pasto diferido por maior

período (116 dias) e sem adubação nitrogenada produziu semelhante massa de forragem

(4.979 kg/ha) quando comparado àquele diferido por menor período (73 dias) e adubado

com 80 kg/ha de N, que produziu 4.901 kg/ha de massa seca. Isso foi possível porque o

nitrogênio aumentou a taxa de crescimento da gramínea e, consequentemente, a

quantidade de forragem produzida por unidade de tempo. Dessa forma, pode-se obter

produção de forragem semelhante, mesmo adotando-se distintos períodos de

diferimento.

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Fagundes et al. (2005) verificaram que o suprimento de nitrogênio no solo

normalmente não atende à demanda das gramíneas, porém, quando há adubação

nitrogenada, são observadas grandes alterações na taxa de acúmulo de matéria seca

(MS) da forragem tropical ao longo das estações do ano. Fagundes et al. (2006) e

Mistura (2004) trazem como vantagem adicional, quando realiza a aplicação de

nitrogênio, o perfilhamento da gramínea.

De modo geral, resultados positivos da adubação nitrogenada na produção de

massa verde de espécies do gênero Brachiaria também foram obtidos por Bonfim-da-

Silva (2006), Primavesi et al. (2006), Rodrigues et al. (2006) e Benett et al. (2008), e na

qualidade, com aumento no teor de proteína da forragem (Moreira et al., 2003).

3. Brachiaria brizantha cv. Marandu

A Brachiaria é um gênero de plantas de regiões tropicais, especialmente da

África, pertencente à família Poaceae, e apresenta cerca de 100 espécies naturais (Pupo,

1979). Foi relatado por Sendulsky (1977) que o gênero Brachiaria tem sua distribuição

em ambos os hemisférios do globo, em suas regiões tropicais. Dessa forma, a utilização

dos capins do gênero Brachiaria vem se destacando por apresentarem vantagens em

relação a outros gêneros, como as citadas por Almeida (1998), que especifica a alta

tolerância ao alumínio tóxico, boa resistência à alta umidade e ao sombreamento, ótima

aceitabilidade e palatabilidade, além de proporcionarem excelente cobertura para o solo,

informações estas confirmadas por Almeida (1998), quando citou a boa adaptação a

solos ácidos, tolerância a baixa fertilidade dos solos e elevada produtividade de MS.

A EMBRAPA Gado de Corte e a EMBRAPA Cerrados lançaram em 1984 a

Brachiaria brizantha cv. Marandu. Como principais características apresenta ampla

adaptação climática, não tolera solos encharcados, apresenta boa tolerância ao

sombreamento, ao fogo, ao frio, e ainda boa resistência à cigarrinha das pastagens.

Andrade & Leite (1988) adicionam que se caracterizam também por apresentar plantas

robustas, porte elevado, coloração verde intensa e hábito de crescimento cespitoso. É

considerada de bom valor nutritivo, boa produtora de massa verde, apresenta boa

capacidade de rebrota e é grande produtora de sementes viáveis. Assim, tem sido

notável o aumento da área de pastagens formadas por gramíneas dessa espécie de

Brachiaria, acompanhado de um aumento proporcional na produção e comercialização

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de suas sementes (Martins & Lago, 1996). Essa forrageira adquiriu grande

expressividade nas áreas de pastagens cultivadas e, por essa razão, tornou-se uma das

plantas forrageiras mais detalhadamente estudadas no Brasil (Silva, 2004).

As espécies do gênero Brachiaria desempenham papel primordial na produção

de carne e leite, por viabilizar a pecuária em solos ácidos e de baixa fertilidade,

predominantes em partes do Brasil, e por criarem novos polos de desenvolvimento. Por

isso, o grande interesse dos pecuaristas pelas espécies, se prende ao fato de essas serem

plantas de alta produção de massa seca, apresentarem poucos problemas de doenças e

mostrarem bom crescimento durante a maior parte do ano, inclusive no período seco.

Além disso, a importância do gênero é aumentada pela adaptabilidade que essas

espécies apresentam a vários tipos de solos (Souza Filho & Dutra, 1991) e,

principalmente, pela resistência a pragas (Valle et al., 2000).

4. Desempenho animal em pastagem

A tendência atual é de produzir leite em pastagens, visando à diminuição dos

custos de produção (Deresz et al., 2001). Holmes (1996) afirmou que na Nova Zelândia

a produção de leite em pastagens é o sistema mais econômico de se produzir leite;

Vilela (1997) concordou que, no Brasil, a produção de leite a pasto também é uma

alternativa racional para melhoria na competitividade e sustentabilidade da produção de

leite e uma tendência de modificação do sistema estabulado de gado puro ou de elevada

mestiçagem da raça holandesa para o sistema de produção intensiva em pastagens de

alto valor nutritivo e alta produtividade. A viabilidade econômica da produção de leite a

pasto foi avaliada por Vilela et al. (1996), quando compararam a produção de leite de

vacas holandesas em pastagem de Coast-cross (16,8% PB), irrigada e adubada com 350

kg de N/ha/ano, suplementadas com 3 kg de concentrado (23,5% PB), contra as vacas

mantidas em confinamento total, demonstraram que a pastagem foi mais lucrativa em

quase 50%, mesmo os animais produzindo 20% menos leite. Segundo Bernardi &

Marin (2002), as propriedades que forçam a alimentação de seus animais à base de

pasto têm conseguido margens mais lucrativas e desenvolvem cada vez mais seus

plantéis, assim, Vilela et al. (1996) afirmaram que, em explorações bem manejadas,

com forrageiras de alto valor nutritivo e produtivo, o retorno por vaca em lactação

supera em 30%, em comparação com o sistema de alimentação no cocho.

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Esses sistemas de produção de leite são mais competitivos, considerando-se os

baixos investimentos em instalações e equipamentos, quando comparados com os

sistemas de confinamento (Brookes, 1996), e geralmente têm menores custos de mão de

obra e alimentação (Vilela et al., 1996). Além do aspecto econômico, a utilização mais

racional das pastagens auxilia na preservação dos recursos renováveis e permite a

produção de leite sob condições mais naturais.

A adubação de pastagem, particularmente a nitrogenada, é uma estratégia muito

utilizada para aumentar a produção de leite em sistemas de pastagens.

Embora parte das exigências da planta por N possa ser suprida pela absorção

direta de formas orgânicas de N, como aminoácidos e moléculas de ureia, a quase

totalidade dessas exigências é atendida pela absorção de formas minerais de N, como o

nitrato (NO3-) e amônio (NH4

-) (Whitehead, 1995). Dessa maneira as exigências da

planta são contempladas pelo somatório de N mineral proveniente da atmosfera, de

fertilizantes e de resíduos orgânicos adicionados no solo. O N proveniente dos ciclos

internos do solo também é importante no fornecimento de N para planta (Jarvis et al.,

1996). No caso de sistemas de produção animal em pastejo, o N da excreta do animal

também contribui para nutrição nitrogenada da planta forrageira, porém, de maneira

localizada, na área de influência da excreta (Corsi & Martha Junior, 1997).

A fonte do fertilizante nitrogenado pode interferir sobre o resultado econômico

da adubação nitrogenada de pastagens. Pelo lado biológico, o uso de diferentes fontes,

visa aumentar a recuperação do N aplicado no sistema solo-planta, minimizar as perdas

de N-fertilizantes ou, ainda, fornecer nutrientes à planta forrageira em adição ao N

(Martha Junior et al., 2004). Existem várias fontes de nitrogênio que podem ser usadas

em pastagens, contudo, as mais comuns são a ureia (44 a 46% N), o sulfato de amônio

(20 a 21% N) e o nitrato de amônio (32 a 33% N).

O nitrogênio é o principal nutriente para manutenção da produtividade das

gramíneas forrageiras, sendo essencial na formação das proteínas, cloroplastos e outros

compostos que participam ativamente na síntese dos compostos orgânicos constituintes

da estrutura vegetal; portanto, responsável por características ligadas ao porte da planta,

tais como o tamanho das folhas, tamanho do colmo, formação e desenvolvimento dos

perfilhos (Werner, 1986). Na maioria das pesquisas realizadas, o N tem proporcionado

aumento imediato e visível na produção de forragem, isso ocorre porque a quantidade

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de N disponibilizada pelo solo, a partir da MO, não tem sido suficiente para suprir

adequadamente a necessidade das plantas forrageiras (Kluthcouski & Aidar, 2003).

Corsi (1994) relata que o nitrogênio promove diversas alterações fisiológicas em

gramíneas forrageiras, como no número, tamanho, peso e taxa de aparecimento de

perfilhos e folhas, e alongamento do colmo, que são fatores importantes na produção de

massa seca e valor nutritivo da planta forrageira, resultando na elevação de índices

zootécnicos. Quando o nitrogênio é deficiente, o perfilhamento é inibido e, ao aumentar

o suprimento de N, há um acréscimo no número de perfilhos por planta (Pedreira et al.,

2001). A magnitude de resposta da planta a esse insumo varia com a espécie forrageira,

a dose, a fonte, o modo de aplicação do fertilizante, a forma de utilização de pastagem

(corte ou pastejo), o tipo e a textura do solo e com as condições de clima (temperatura e

umidade), antes, durante e depois da aplicação do adubo. Nesse caso, verifica-se que

diversos componentes (planta, animal, solo e atmosfera) bem como a interação entre

eles, determinarão a quantidade de forragem produzida. Assim, a variação em qualquer

um desses componentes, num determinado momento, estabelece, potencialmente

respostas diferenciadas na produção de forragem (Martha Junior et al., 2002).

Os sintomas de deficiência de N são caracterizados pelo amarelecimento das

folhas mais velhas, reduzindo a taxa fotossintética, proporcionando o crescimento

reduzido das plantas. A deficiência deste nutriente tem sido apontada como a principal

causa para a redução da produtividade e degradação das pastagens. Isto ocorre em

pastagens que não receberam adubação nitrogenada ou que receberam o N em baixos

níveis. O N fornecido adequadamente em condições favoráveis para o crescimento das

plantas, proporciona aumento na produção de MS e do teor de proteína, a partir da

produção de carboidratos (Havlin et al., 2005).

Corsi (1993) citou que a eficiência média da adubação nitrogenada na Inglaterra

é de 5 kg de leite/Kg de N aplicado, enquanto que é de 15 Kg de leite/Kg de N em

pastagens tropicais, devido à maior eficiência de utilização deste nutriente pelas

forrageiras tropicais. Aguiar (citado por Vilela, 2013) ilustra o impacto que o nitrogênio

tem sobre a produção leiteira com o seguinte raciocínio: um kg de nitrogênio aplicado

na pastagem garante a produção de 40 kg de matéria seca (MS). Nas pastagens

tropicais, uma vaca produz 0,83 litro por kg de MS. Considerando-se que o animal

colhe cerca de 80% da forragem acumulada, um kg de nitrogênio garante produção de

26,5 litros de leite (40 kg de MS x 0,83 litro/kg de MS consumida x 0,8 de eficiência de

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pastejo). Além do aumento de produção, a adubação nitrogenada possibilita ao produtor

economizar dinheiro com concentrado.

Viegas et al. (1997) encontraram produções de 17,86 e 20,33 kg de

leite/vaca/dia em pastagens de Azevém (Lolium multiflorum) adubadas com 100 e 200

kg de N/ha, respectivamente. Em Coronel Pacheco, Minas Gerais, Alvim & Botrel

(2001) avaliaram os efeitos de níveis de N (100, 250 e 400 kg/ha/ano) aplicados em

pastagem de Coast-cross (Cynodon dactylon (L.) Pers.) sobre a produção de leite de

vacas da raça Holandesa. Embora os dados tenham revelado semelhanças estatísticas

entre os tratamentos quanto à produção individual de leite e os teores de proteína bruta

da gramínea, houve diferenças significativas em relação à produção por ha/ano,

correspondendo a 26.539 (100 kg/há/ano) e 32.194 (200 kg/ha/ano). A eficiência do N

aplicado na pastagem de Coast-cross diminuiu com o aumento das doses de N,

correspondendo à produção de leite de 265,4, 123,5 e 80,5 kg de leite produzidos por kg

de N aplicado, respectivamente, nas dosagens de 100, 250 e 400 kg/ha/ano de N.

Trabalhando com doses e fontes de N, Benett et al. (2008) verificaram que,

independente da fonte utilizada, a aplicação de doses crescente de N em cobertura (0,

50, 100, 150 e 200 kg ha-1

) proporciona incrementos lineares crescentes no teor de

proteína bruta. Por outro lado, ocasiona efeito contrário com relação ao teor de fibra

bruta (FB) da Brachiaria brizantha cv. Marandu.

Em pastagens na Nova Zelândia, a eficiência de uso de N para a produção de

forragem varia de 5 a 10 Kg de MS para cada 1 Kg de N aplicado (Holmes, 1998),

enquanto que forrageiras tropicais produzem de 40 a 70 Kg de MS/Kg de N (Corsi &

Nússio, 1992). Visando elevadas produções de matéria seca e aumentos nos teores de

proteína bruta das gramíneas forrageiras, tem sido aplicado de 200 a 600 kg de

N/ha/ano, embora as gramíneas forrageiras tropicais tenham potencial para responder

até 1.800 kg de N/ha/ano (Chandler, 1973).

Ainda que existam evidências sobre os efeitos da adubação nitrogenada sobre o

aumento na produção de MS e valores nutritivos das principais forrageiras tropicais,

especialmente em Brachiaria brizantha cv. Marandu, Da Silva & Nascimento Jr. (2007)

ressaltam que, na grande maioria dos trabalhos com pastagens no Brasil, o animal não é

parte integrante da proposta experimental, seja porque os experimentos são baseados em

estratégias de corte ou porque os animais são utilizados apenas como agentes

desfolhadores dos pastos, portanto, são escassos os trabalhos que relacionem a produção

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30

de leite diretamente com a aplicação de adubação nitrogenada, bem como a sua

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34

II. OBJETIVOS GERAIS

Avaliar a pastagem de Brachiaria brizantha cv. Marandu em função de doses

crescentes de adubação nitrogenada nas diferentes estações do ano, medindo a produção

da forragem e o desempenho de vacas leiteiras, definindo economicamente a melhor

dosagem.

Intensificar a produção de leite em pasto, reduzindo custos de produção,

possibilitando uma maior rentabilidade por hectare.

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35

III. MATERIAL E MÉTODOS

A pesquisa foi realizada na fazenda Paulistinha, situada no município de

Macarani, mesorregião do centro-sul do Estado da Bahia, distante a 620 km de

Salvador. As coordenadas da propriedade são: latitude 15° 34′ 06″ sul, longitude

40° 25′ 23″ oeste, estando a uma altitude de 324 metros. O clima da região, segundo a

classificação de Köppen, é Aw, tropical com estação seca definida. O solo da área

experimental foi classificado como latossolo vermelho-amarelo, de acordo com Santos

et al. (2013), de textura franco arenosa com relevo plano a suavemente ondulado. A

precipitação pluviométrica média anual é de 932,1 milímetros, segundo controle feito

desde 2002 pelo escritório da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S. A.

(EBDA) presente no município. Os dados referentes à temperatura (máxima, mínima e

média) e ao índice pluviométrico do período de vigência do experimento constam na

Tabela 1 e foram coletados através de termômetro digital, com precisão de mais ou

menos 1 grau na faixa de 0 a 50 graus Celsius e de um pluviômetro profissional, tipo

Ville de Paris, modelo PLM-3, o mesmo utilizado pela EBDA.

Tabela 1. Médias mensais das temperaturas máxima, mínima, média diária e

precipitação pluvial mensal durante o período de abril de 2012 a fevereiro de 2013

Ano e mês Temperatura média do ar (ºC)

Precipitação pluvial (mm) máxima mínima média

Ano de 2012

Abril 30,1 20,9 25,5 0,0

Maio 28,4 18,8 23,6 65,0

Junho 28,9 18,3 23,6 45,4

Julho 27,3 16,2 21,8 38,0

Agosto 27,6 16,2 21,9 53,4

Setembro 29,7 17,7 23,7 17,6

Outubro 30,9 19,1 25,0 37,8

Novembro 29,8 21,6 25,7 277,2

Dezembro 33,8 20,7 27,2 6,2

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36

Ano de 2013

Janeiro 33,0 21,6 27,3 90,2

Fevereiro 32,5 21,0 26,7 36,4

°C = Graus Celsius;

mm = milímetros.

Os tratamentos consistiram em uma área testemunha (controle) e quatro níveis

de adubação nas pastagens de Brachiaria brizantha cv. Marandu, os quais foram

implementados da seguinte forma: tratamento 1 = não havia nenhum tipo de correção e

adubação; tratamento 2 = havia somente correção em relação ao fósforo e ao potássio;

tratamento 3 = corrigiu com fósforo, potássio e adubou com uma dose de 75 kg de

nitrogênio por hectare; tratamento 4 = fósforo, potássio e uma dose de 150 kg de

nitrogênio por hectare e o tratamento 5 = fósforo, potássio e uma dose de 225 kg de

nitrogênio por hectare. As unidades experimentais corresponderam a 20 piquetes com

área de 0,6 hectare (ha).

Legenda: P- = Piquete de 0,6 hectares; T = Tratamento; R = Repetição.

Figura 1. Croqui dos 12 hectares da área experimental

O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com cada

tratamento apresentando 4 áreas de repetições.

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A pastagem utilizada foi estabelecida em 1999, onde, desde então, não foram

realizadas adubações. As três aplicações do adubo nitrogenado (Ureia com 45% de N),

correspondente às doses dos tratamentos, foram realizadas duas vezes no ano de 2011,

nos meses de novembro e dezembro, ocorrendo a última em janeiro de 2012. As

adubações de correção para fósforo (Superfosfato simples com 18% de P2O5) e potássio

(Cloreto de Potássio com 58% K2O) foram efetuadas para nível tecnológico médio de

produção, segundo Ribeiro et al. (1999), para os tratamentos 2, 3, 4 e 5, juntamente com

a primeira dose de N. Para tanto, o solo foi analisado na camada de 0 a 20 cm e

apresentou as seguintes características químicas: pH em H2O = 6,1; Al = 0,1 cmolc/dm3;

Ca = 1,8 cmolc/dm3; Mg = 0,8 cmolc/dm

3; K = 0,22 cmolc/dm

3; P disponível = 1

mg/dm3; Saturação por bases = 60%.

As avaliações experimentais tiveram início em 2012, compreendendo os

períodos de abril e maio, caracterizando o outono; julho e agosto, o inverno; outubro e

novembro, a primavera. O verão ficou determinado pelo período de janeiro e fevereiro

de 2013. Para essa avaliação, foi realizada, em 2012, nova aplicação de nitrogênio,

também em três aplicações (mês 10 e 11 de 2012 e 01 de 2013) e as adubações de

correção de fósforo e potássio, baseadas em outra análise de solo que apresentou as

seguintes características químicas: pH em H2O = 6,8; Al = 0,0 cmolc/dm3; Ca = 3,7

cmolc/dm3; Mg = 2,0 cmolc/dm

3; K = 0,32 cmolc/dm

3; P disponível = 6 mg/dm

3;

Saturação por bases = 85%. Assim, aplicou-se 170 kg/ha de P2O5 na forma de

superfosfato simples e sendo desnecessária a adubação potássica.

A pastagem foi manejada sob lotação contínua, com taxa de lotação variável,

sendo este o manejo mais adotado na região de estudo. Para manter a altura do pasto

próxima do valor preconizado, foi adotado o sistema “put and take”, usando vacas

mestiças Holandes x Zebu em lactação e peso corporal de 500 ± 30 kg, de forma a

manter pelo menos dois animais por piquete. A altura média do pasto foi monitorada

semanalmente por meio de 50 medidas, realizadas ao acaso em cada piquete, utilizando-

se régua com divisões de 1 cm, conforme Fagundes et al. (2006), a fim de manter a

altura média do dossel em aproximadamente 30 cm (Sbrissia, 2004). Esse

monitoramento foi iniciado dois meses antes do começo do experimento.

Para determinação das características qualitativas e quantitativas da Brachiaria

brizantha cv. Marandu, durante o período experimental, foram realizadas coletas

mensais de amostras da forragem. Inicialmente, foram quantificados visualmente a

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matéria seca da biomassa da amostra em toda área experimental, antes de colocar os

animais no pasto. Para cada período de avaliação, outono, inverno, primavera e verão,

foram colhidas três amostras por unidade experimental, em pontos que representavam a

condição média do pasto, sendo o corte realizado 5 cm acima da superfície do solo,

coletando todo o material contido em um quadrado com 0,25 m2. Em seguida, as

amostras foram acondicionadas em sacos plásticos devidamente identificados, pesadas e

levadas ao laboratório para formação de amostra composta. Utilizando-se sacos de

papel, as amostras compostas foram pré-secas em estufa, com ventilação forçada, a

65°C, por um período de 72 horas, ao fim do qual as mesmas foram retiradas da estufa e

pesadas novamente para obtenção da massa seca. Em seguida, as amostras foram

processadas em moinho de facas com peneira com malha de 1 mm e armazenadas para

posterior realização das análises.

A taxa de lotação foi calculada considerando a unidade animal (UA) como sendo

450 kg de PC, utilizando-se a seguinte fórmula:

Em que: TL = taxa de lotação, em UA/ha; UAt = unidade animal total; Área =

área experimental total, em ha.

A oferta de forragem foi calculada de acordo com a seguinte fórmula:

Em que, OF é igual à oferta de forragem, em kg MS/100 kg PC/dia; DMS é

igual à disponibilidade de matéria seca do pasto, em kg de MS/ha/dia; TL é igual à taxa

de lotação, em UA/ha, e Número de dias é igual ao número de dias do período

experimental.

Através dos procedimentos de coleta das amostras do pasto, durante o período

experimental, foram obtidos valores médios de disponibilidade da matéria seca da

forragem, dos respectivos constituintes da Brachiaria brizantha cv. Marandu, taxa de

lotação e oferta da forragem.

Foi realizada a coleta do pasto através do pastejo simulado, coletando o pasto no

extrato consumido, simulando a composição real da dieta volumosa do animal. Destas

amostras, foram obtidos o peso seco individual e o percentual de cada um deles.

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As amostras da forragem do pastejo simulado e das fezes foram secas em estufa

de ventilação forçada de ar a 55oC, por 72 horas, e processadas em moinho tipo Willey,

com peneira de malha de 1 mm. Posteriormente, foram feitas as análises químico-

bromatológicas das amostras, a fim de determinar os teores de Matéria Seca (MS),

Matéria Orgânica (MO), Proteína Bruta (PB), Extrato Etéreo (EE), Fibra em Detergente

Ácido (FDA) e Matéria Mineral (MM), (Tabela 3), segundo procedimentos descritos

por Silva & Queiroz (2002). Os teores de Fibra em Detergente Neutro corrigido para

cinzas e proteína foi determinado segundo recomendações de Licitra et al. (1996) e

Mertens (2002). Os carboidratos não fibrosos (CNF) das amostras foram calculados

pela equação proposta por Detmann et al. (2010):

Em que %PB = teor de Proteína Bruta, %EE = teor de Extrato Etéreo, %Cinzas

= teor de Cinzas e %FDNcp = teor de Fibra em Detergente Neutro corrigida para cinzas

e proteína.

Tabela 2. Composição químico-bromatológica dos pastos1 de Brachiaria brizantha cv.

Marandu sob doses crescentes de adubação nitrogenada nas estações do ano

Verão

Componentes

(% da MS)

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Sem

correção de PK + 0

Com

correção de PK + 0

Com

correção de PK + 75

Com

correção de PK + 150

Com

correção de PK + 225

MS (%) 29,95 30,54 31,07 29,05 29,11

MO 89,94 90,47 90,55 90,33 90,52

PB 6,83 6,58 6,75 7,26 7,85 EE 2,27 2,45 2,57 2,55 2,55

FDNCP 63,00 65,44 60,72 65,23 63,57

FDA 42,93 39,89 40,50 41,62 39,99 CNF 17,85 16,00 20,51 13,54 11,55

MM 10,06 9,53 9,45 9,67 9,48

Outono

Componentes

(% da MS)

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Sem

correção de

PK + 0

Com

correção de

PK + 0

Com

correção de

PK + 75

Com

correção de

PK + 150

Com

correção de

PK + 225

MS (%) 38,07 34,43 32,26 32,23 34,05 MO 91,97 92,50 92,04 92,32 92,95

PB 6,79 7,97 9,13 10,18 10,07

EE 2,46 2,30 2,41 1,98 2,25 FDNCP 68,02 70,41 67,98 69,30 66,59

FDA 45,77 44,61 48,58 50,72 49,39

CNF 14,71 11,81 12,52 10,86 14,04

MM 8,03 7,50 7,96 7,68 7,05

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40

Inverno

Componentes

(% da MS)

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Sem

correção de PK + 0

Com

correção de PK + 0

Com

correção de PK + 75

Com

correção de PK + 150

Com

correção de PK + 225

MS (%) 34,62 35,09 36,34 34,92 36,12

MO 90,94 91,46 91,56 91,30 91,33

PB 6,77 6,43 6,92 8,28 9,11 EE 1,84 1,97 2,52 2,16 2,15

FDNCP 67,54 64,53 66,36 64,80 58,66

FDA 43,74 41,09 45,63 40,13 36,77 CNF 14,75 18,53 15,77 16,05 21,41

MM 9,09 8,54 8,44 8,70 8,67

Primavera

Componentes

(% da MS)

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Sem

correção de

PK + 0

Com

correção de

PK + 0

Com

correção de

PK + 75

Com

correção de

PK + 150

Com

correção de

PK + 225

MS (%) 43,85 41,56 41,85 39,62 39,89 MO 91,00 91,61 91,71 91,46 91,62

PB 5,29 5,76 5,71 6,32 7,42

EE 1,81 2,09 1,95 2,35 1,94 FDNCP 66,97 73,53 69,92 68,13 65,97

FDA 45,24 45,69 43,83 44,04 38,73

CNF 16,92 10,23 14,12 14,66 16,29

MM 9,00 8,39 8,29 8,54 8,38 1Pastejo simulado;

PK = Fósforo e Potássio;

Kg de N/ha = Quilograma de Nitrogênio por hectare;

MS = Matéria Seca; MO = Matéria Orgânica; PB = Proteina Bruta; EE = Extrato Etéreo; FDNcp = Fibra

em Detergente Neutro corrigido para Cinzas e Proteina; FDA = Fibra em Detergente Ácido; CNF;

Carboidratos Não Fibrosos e MM = Matéria Mineral.

Para estimar a produção fecal, utilizou-se a lignina purificada e enriquecida

(LIPE), segundo metodologia utilizada por Rodriguez et al. (2006) como indicador

externo, fornecida diariamente às 7:30 horas, em dose única, sendo uma cápsula de 500

mg durante 7 dias com 2 dias para adaptação e regulação do fluxo de excreção do

marcador e 5 dias para coleta das fezes. As fezes foram coletadas uma vez ao dia,

durante cinco dias, no momento da administração do indicador, aproximadamente 200g

de fezes por animal/dia, diretamente na ampola retal, e armazenadas em freezer a -10°C.

O LIPE foi analisado no Laboratório de Nutrição Animal da UFMG, em

espectrofotômetro com detector de luz no espectro do infravermelho, modelo Varian

099-2243. As amostras de fezes secas e moídas a 2 mm foram pastilhadas com KBr e a

concentração do LIPE determinada.

Para estimativa voluntária do consumo de volumoso, foi utilizado o indicador

interno FDN indigestível (FDNi), obtido após incubação ruminal por 240 horas (Casali,

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41

2009), de 0,5 gramas de amostras de forragem e fezes, utilizando sacos com tecidos não

tecidos, gramatura 100 (100 g.m²), 5 x 5 cm. O material remanescente da incubação foi

submetido à extração com detergente neutro, lavados com água quente e acetona, secos

e pesados (Mertens, 2002) para quantificação dos teores de FDNi.

Os valores de excreção fecal foram obtidos pela relação entre consumo e

concentração fecal de FDNi. O CMS foi obtido através da seguinte equação:

Em que: CMS = Consumo de Matéria Seca (kg/dia); PF = Produção Fecal

(kg/dia); CIFZ = Concentração do Indicador presente nas Fezes (kg/kg); CIFR =

concentração do indicador presente na forragem (kg/kg); CMSSM = consumo de

matéria seca do suplemento mineral (kg/dia).

A produção de leite foi avaliada em cada estação, sendo realizadas duas

ordenhas diárias, os controles leiteiros eram feitos mensalmente, com a produção de

leite por área, levando-se em consideração a produção de leite individual e a taxa de

lotação da pastagem, o leite foi pesado em balança digital de capacidade para 30 kg.

Amostras de leite das ordenhas foram coletadas, na fase intermediária de cada estação,

na quantidade de 1% da produção de cada animal, para determinação de proteína,

gordura, lactose e sólidos totais, conforme descrito por Pregnolato & Pregnolato (1985).

A produção de leite corrigida (PLC) para 3,5% de gordura foi estimada de acordo o

modelo proposto por Sklan et al. (1992), pela seguinte equação:

Em que, PLC = Produção de leite corrigido para 3,5% de gordura, %EEL = Teor

de extrato etéreo do leite e PL = Produção de leite em kg/dia.

As vacas foram pesadas individualmente a cada 30 dias, aproximadamente,

subsequentemente, foram avaliados os seus escores corporais, numa escala de

pontuação de 1 (extremamente magra) a 5 (extremamente obesa), sempre analisados por

uma mesma pessoa, por se tratar de uma análise subjetiva.

O comportamento ingestivo dos animais foi determinado através de avaliação

visual, por um observador capacitado para cada tratamento, que ocorreram na fase

intermediária de cada estação. As variáveis comportamentais estudadas foram os

tempos de pastejo, ruminação e ócio; as atividades comportamentais foram consideradas

mutuamente excludentes, conforme definição de Pardo et al. (2003). Para o registro do

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42

tempo gasto em cada uma das atividades descritas acima, foi realizada a cada 5 minutos,

segundo Silva et al. (2006), por um período de 24 horas e, após a observação, foram

registradas em tabelas apropriadas.

A eficiência de alimentação (EAL), a eficiência de ruminação (ERU), a média

do número de mastigações merícicas por bolo ruminal (MBR) e do tempo gasto para

ruminação de cada bolo (TBR), no período diurno e noturno, foi obtida através de

observação visual e com o auxílio de cronômetros digitais, com os quais foram anotados

nove valores por animal avaliado, conforme metodologia descrita por Burger et al.

(2000). O tempo de mastigação total (TMT) foi determinado pela soma entre o tempo

de pastejo e o tempo de ruminação. A discretização das séries temporais foi realizada

diretamente nas planilhas de coleta de dados, com a contagem dos períodos discretos de

pastejo, ruminação e ócio, conforme descrito por Silva et al. (2006).

Considerou-se o consumo voluntário de MS e FDNcp para avaliar as eficiências

de alimentação e ruminação em relação à quantidade em gramas de MS e FDN por

unidade de tempo e por período de alimentação. O número de bolos ruminados

diariamente foi obtido pela divisão do tempo total de ruminação (minutos) pelo tempo

médio gasto na ruminação de um bolo.

A eficiência de alimentação e ruminação foi obtida da seguinte forma:

Em que: EAL = eficiência de alimentação; CMS = consumo diário de matéria

seca (gramas de MS); TAL = tempo de alimentação (horas); EALFDNc = eficiência do

consumo de FDNc; CFDNc = consumo diário de FDNc (gramas de FDNc);

TRU = tempo de ruminação (horas); ERUFDNc = Eficiência de ruminação

(gramas de FDNc).

As amostras de sangue foram coletadas na fase intermediária de cada estação,

obtendo-se 10 ml, através da veia mamária, utilizando tubos (VacutainerTM

) com

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43

heparina sódica como anticoagulante. Em seguida, foram centrifugados (1.500 rpm

durante 15 minutos) para separação do plasma. Após centrifugação, o plasma foi

mantido em tubos eppendorf, sob refrigeração (caixa térmica com gelo), durante o seu

transporte para o laboratório, em que foram armazenados a -20ºC, para posterior análise

das concentrações de ureia.

Durante o período de coleta, que aconteceu na fase intermediária de cada

estação, amostras de urina spot foram obtidas, durante micção espontânea, conforme

descrito por Valadares et al. (1999). Uma alíquota de 10 mL foi diluída em 40 mL de

ácido sulfúrico de normalidade 0,036. Em seguida, o pH foi aferido e, quando

necessário, ajustado para valores inferiores a 3, com pequenas gotas de ácido sulfúrico

concentrado, a fim de evitar destruição bacteriana dos derivados de purina e

precipitação do ácido úrico. As amostras de urina foram armazenadas a -20oC e,

posteriormente, submetidas às análises das concentrações de creatinina, ureia e ácido

úrico.

A concentração de ureia no plasma, na urina e no leite desproteinado e as

concentrações de creatinina foram determinadas utilizando-se kits comerciais

(Bioclin®), seguindo orientações do fabricante.

A excreção diária de creatinina, considerada para estimar o volume urinário por

intermédio das amostras de urina spot, foi de 24,05 (mg/kg PC), de acordo com o

proposto por Chizzotti et al. (2007).

O volume urinário, contudo, foi estimado a partir da razão entre a excreção

diária de creatinina (mg/kg PC), relatada anteriormente, e a concentração média de

creatinina (mg/L) na urina spot, multiplicando-se pelo respectivo peso corporal (PC) do

animal.

O balanço de compostos nitrogenados foi obtido pela diferença entre o total de

nitrogênio ingerido e o total excretado nas fezes, na urina e no leite. A determinação do

nitrogênio total nas fezes e na urina foi realizada segundo metodologia descrita por

Silva & Queiroz (2002).

As informações necessárias para a elaboração deste trabalho e composição dos

custos, bem como os dados utilizados (preços, vida útil etc.) foram coletados junto aos

produtores rurais, técnicos de extensão rural e estabelecimentos comerciais da região. A

utilização de terra foi calculada pela média de consumo e produção de Brachiaria

brizantha cv. Marandu dentro da propriedade utilizada. Foram embutidos no preço da

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44

matéria seca do capim os gastos com implantação, manutenção e recuperação da

pastagem.

Foram consideradas, para avaliação do custo de produção, as metodologias de

custos operacionais, utilizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA

(Matsunaga et al., 1976).

Para produção de esterco, foi utilizada a produção fecal, calculada pela fração

indigestível da MS no volumoso total, para cada tratamento.

A depreciação de benfeitorias, máquinas, equipamentos e animais de serviço

foram estimados pelo método linear de cotas fixas, com valor final igual a zero. Para a

remuneração do capital, utilizou-se a taxa de juro real de 6% ao ano.

Foram utilizados, para efeito de estudo da análise econômica, dois indicadores

econômicos: o VPL (valor presente líquido) e a TIR (taxa interna de retorno). A

expressão para cálculo do VPL é a seguinte:

Em que VPL = Valor Presente Líquido; VF = Valor do Fluxo Líquido (diferença

entre entradas e saídas); n = número de fluxos; r = taxa de desconto; t = período de

análise (i = 1, 2, 3...).

No cálculo do VPL, aplicaram-se três taxas de desconto sobre o fluxo líquido

mensal de cada sistema de produção. As taxas adotadas foram 6 e 10% ao ano.

Para a TIR, segundo os critérios de aceitação, quanto maior for o resultado

obtido no projeto, maior será a atratividade para sua implantação. Assim, a TIR é o

valor de r que iguala a zero a expressão:

Em que VF = fluxos de caixa líquido (0, 1, 2, 3,...,n); r = taxa de desconto.

Para cálculo da TIR e do VPL, fez-se uma simulação de um ano para estudo de

características econômicas, sendo computada, assim, a depreciação de benfeitorias e

máquinas neste período.

Na Tabela 4, são apresentados os valores de venda de leite e esterco, praticados

no momento do experimento.

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45

Tabela 3. Valor médio de venda dos produtos no período experimental (ano de 2013,

no mercado de Itapetinga, BA)

Produto Unidade Valor unitário (R$)

Leite Litros (L) 1,10

Esterco Toneladas (T) 30,00

Nas Tabelas 4, 5 e 6, são apresentados, respectivamente, de forma detalhada, os

dados sobre valor de insumos e serviços, e a vida útil e o valor de benfeitoria, máquinas,

equipamentos e o valor da terra, utilizados no experimento.

Tabela 4 - Valores de insumos e serviços utilizados no experimento

Discriminação Valor unitário (R$)

Suplemento mineral 1,67

Ureia (kg) 1,26

Superfosfato simples (kg) 0,65

Vermífugo (ml) 0,15

Carrapaticida e mosquicida (ml) 0,015

Seringa (unidade) 0,40

Agulha (unidade) 0,05

Mata bicheira (ml) 0,25

Vacinas (dose) 1,29

Outros medicamentos* (ml) 3,50

Mão de obra (d/h) 6,40

* Média de valores de alguns medicamentos que foram eventualmente utilizados. Kg = Quilograma; ml = mililitros; d/h = dia homem.

Tabela 5 - Valores de insumos e serviços utilizados por tratamento no experimento

Discriminação

Valor unitário (R$)

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Sem

correção

de PK + 0

Com

correção

de PK + 0

Com

correção

de PK + 75

Com

correção

de PK + 150

Com

correção

de PK + 225

Nitrogênio e Fósforo (ha) - 143,00 342,79 548,58 751,37

Vermífugo (ml) 5,30 5,42 6,15 6,83 6,81

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Carrapaticida e mosquicida (ml) 2,65 2,71 3,07 3,42 3,40

Seringa (unidade) 0,71 0,72 0,82 0,91 0,91

Agulha (unidade) 0,09 0,09 0,10 0,11 0,11

Mata bicheira (frasco) 0,44 0,45 0,51 0,57 0,57

Vacinas (dose) 7,06 7,23 8,20 9,11 9,07

Outros medicamentos* (ml) 6,18 6,33 7,17 7,97 7,94

Mão de obra (d/h) 1.099,95 1.126,48 1.277,05 1.419,48 1.413,66

PK = Fósforo e Potássio;

Kg de N/ha = Quilograma de Nitrogênio por hectare;

* Média de valores de alguns medicamentos que foram eventualmente utilizados. Kg = Quilograma; ml = mililitros; d/h = dia homem.

Tabela 6. Vida útil e valor de benfeitorias, máquinas, equipamentos, animais e terra,

utilizadas no experimento, e o seu valor total

Discriminação Vida útil

(anos)

Valor

unitário

(R$)

Quantidade

utilizada

(un)

Valor total

(R$)

Animais por tratamento

Sem correção de PK + 0* - 3.500,00 4,24 14.826,61

Com correção de PK + 0* - 3.500,00 4,34 15.184,14

Com correção de PK + 75* - 3.500,00 4,92 17.213,73

Com correção de PK + 150* - 3.500,00 5,47 19.133,57

Com correção de PK + 225* - 3.500,00 5,44 19.055,19

Curral para 25 cabeças 30 37.500,00 1 37.500,00

Balança para pesagem dos animais 15 8.000,00 1 8.000,00

Cercas 30 11,81 1.041,671 12.302,08

Pasto 10 - - 1.079,06

Balança para pesagem de leite 10 50,00 1 50,00

Cochos para suplemento mineral 3 50,00 20 1.000,00

Unidades de pequeno valor 2 78,32 1 78,32

Terra nua (ha) - 4000,00 12 48.000,00

Capital fixo investido 193.422,70

PK = Fósforo e Potássio; *Kg de N/ha = Quilograma de Nitrogênio por hectare; 1Metros linear.

Os resultados foram avaliados por meio de análises de variância (ANOVA) e de

regressão a 5% de probabilidade. Para comparar o tratamento testemunha com os níveis

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crescentes de adubação nitrogenada com correção de fósforo e potássio, utilizou-se o

teste de Dunnett a 5% de probabilidade, empregando o Sistema de Análises Estatísticas

e Genéticas – SAEG (Ribeiro Jr., 2001).

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IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Não houve diferença significativa (P<0,05) entre o tratamento testemunha (sem

correção de PK+0) e os demais tratamentos (com correção de PK+N) para a

disponibilidade de matéria seca durante as estações.

Durante o verão, não foi verificado efeito (P<0,05) para a disponibilidade de

matéria seca (MS) nos tratamentos avaliados, sugerindo que o teor de nutrientes

existentes no solo foi suficiente para o crescimento da gramínea, apesar do uso de

diferentes níveis de adubação. Em valores absolutos, pode-se observar que, nos

tratamentos com maiores níveis de nitrogênio (N), houve um crescente percentual de

MS disponível, esse fato pode ser atribuído ao alto coeficiente de variação, que

aumentou provavelmente, devido às oscilações que acontecem de temperatura e índice

pluviométrico ao longo do verão (Tabela 7).

No outono, os resultados de disponibilidade de MS adequaram-se ao modelo

linear de regressão (P<0,05); para cada 1 kg de N aplicado, houve aumento de 6,39 kg

de MS por hectare (ha). A maior disponibilidade de forragem obtida nos tratamentos

com os maiores níveis de adubação nitrogenada pode ser atribuída principalmente aos

efeitos do N, que promovem significativo aumento nas taxas das reações enzimáticas e

no metabolismo das plantas (Vitor et al., 2009). As boas condições edafoclimáticas e

pluviosidades apresentadas na estação do outono, conforme apresentada na Tabela 1,

podem ter contribuído para estes aumentos da disponibilidade de MS da forragem, o

que proporcionaram maior deposição de parede celular (Maranhão et al., 2010). Outro

aspecto a se levar em consideração, além da importância do N, é o seu efeito residual,

podendo o verão, estação que antecedeu, ter contribuído nesses resultados.

No inverno e na primavera as doses crescentes de adubação nitrogenada

utilizadas não influenciaram na disponibilidade de MS das pastagens de Brachiaria

brizantha cv. Marandu, não tendo efeito significativo (P<0,05), de acordo com a análise

de regressão, o que pode ser justificado pela baixa ocorrência de chuvas. Segundo

Santos et al. (2009), a baixa umidade pode resultar em perdas de N por volatilização,

diminuindo o resultado esperado da adubação, baixando a eficiência e recuperação

aparente do N aplicado e tendo como consequência uma menor produção de forragem.

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Tabela 7. Produção da forrageira nos piquetes de pastagens de Brachiaria brizantha cv.

Marandu sob doses crescentes de adubação nitrogenada nas estações do ano

Verão

Componentes

(% da MS)

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Eq. R2 CV

(%)

Sem

correção de

PK + 0

Com

correção de

PK + 0

Com

correção de

PK + 75

Com correção

de

PK + 150

Com correção

de

PK + 225

Disponibilidade

de MS1 5.321,62 5.402,39 5.667,11 5.820,45 6.200,33 Ŷ=5.997,57 - 35,03

Oferta de forragem

2 9,05 8,72 9,04 8,79 8,79 Ŷ=8,83 - 27,22

Taxa de

lotação3 1,93 2,69 2,92 3,53* 3,88* Ŷ=3,26 - 30,54

Outono

Componentes

(% da MS)

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Eq. R2 CV

(%)

Sem

correção

de

PK + 0

Com

correção

de

PK + 0

Com

correção

de

PK + 75

Com

correção

de PK +

150

Com

correção

de PK +

225

Disponibilidade de MS

1 5.248,39 4.209,54 5.426,17 5.702,38 5.715,00 Ŷ=4.544,38+6,39014x 0,75 21,22

Oferta de

forragem2 11,54 11,80 11,46 10,43 13,74*

Ŷ=12,0507-

0,0299878x+0,000161618x2 0,78 16,99

Taxa de lotação

3 2,28 1,76 2,43 2,73 2,17 Ŷ=1,74039+0,0143627x-

0,00005483354x2 0,98 28,38

Inverno

Componentes

(% da MS)

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Eq. R2 CV

(%)

Sem

correção de

PK + 0

Com

correção de

PK + 0

Com

correção de

PK + 75

Com correção

de

PK + 150

Com correção

de

PK + 225

Disponibilidade

de MS1 2.491,33 2.411,66 3.302,76 2.737,64 2.951,60 Ŷ=2.850,92 - 28,54

Oferta de forragem

2 6,47 6,77 6,98 7,19 7,36 Ŷ=7,08 - 25,59

Taxa de

lotação3 1,30 1,21 1,80 1,51 1,61 Ŷ=1,53 - 26,35

Primavera

Componentes

(% da MS)

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Eq. R2 CV

(%)

Sem

correção

de

PK + 0

Com

correção

de

PK + 0

Com

correção

de

PK + 75

Com

correção de

PK +

150

Com

correção de

PK +

225

Disponibilidade de MS

1 1.185,09 1.381,95 1.487,29 1.396,12 1.537,22 Ŷ=1.450,65 - 15,08

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50

Oferta de

forragem2 3,79 4,45 4,66 4,49 4,54 Ŷ=4,73 - 13,60

Taxa de lotação

3 0,76 0,77 0,79 0,77 0,83 Ŷ=0,79 - 8,86

PK = Fósforo e Potássio;

Kg de N/ha = Quilograma de Nitrogênio por hectare;

MS = Matéria Seca;

Eq. = Equações de regressão; R2 = Coeficiente de determinação e CV (%) = Coeficiente de variação em

porcentagem; 1 = Quilograma por hectare; 2 = Quilograma de Matéria Seca para 100 Quilogramas de Peso Corporal; 3 =

Unidade Animal por hectare;

*Médias diferentes em relação ao tratamento sem correção pelo teste de Dunett a 5% de probabilidade.

Não foi verificado efeito (P<0,05) para oferta de forragem, expressos em

quilograma de MS para 100 quilogramas de peso corporal, na estação verão, nas

pastagens de Brachiaria brizantha cv. Marandu sob doses crescentes de adubação

nitrogenada. Os resultados apresentaram comportamentos semelhantes (Tabela 7).

Para a oferta de forragem no outono, a adubação nitrogenada, utilizando 225 kg

de N/ha, indicou maior quantidade de pasto disponível, quando comparado

principalmente ao que não houve correção com fósforo e potássio mais a adubação

nitrogenada (P<0,05). Isso evidencia que a disponibilidade de N é um dos fatores que

controlam os processos de crescimento e desenvolvimento da planta, representado,

sobretudo, pela maior rapidez de formação das gemas axilares e de iniciação dos

perfilhos correspondentes (Nabinger & Medeiros, 1995). A análise de regressão

apresentou efeito quadrático (P<0,05), com ponto de mínimo de 10,66 kg de MS para

100 quilogramas de peso corporal no nível de 93 kg de N/ha.

Nas estações inverno e primavera, a oferta de forragem não sofreu efeitos dos

níveis de adubação.

A taxa de lotação, quando realizado o teste de Dunett (P<0,05), identificou

durante o verão que os tratamentos que tiveram correção e adubação nitrogenada de 150

e 225 kg de N/ha suportaram um número de animais pastejando superior ao tratamento

testemunha, ou seja, em que não houve correção, nem adubação.

Durante o outono, a taxa de lotação apresentou efeito quadrático (P<0,05), com

ponto de máximo de 2,68 UA/ha no nível de 131 kg de N/ha, o que nos mostra que até

este nível de adubação nitrogenada proporcionou uma boa utilização da forragem pela

quantidade de animais na área, e que, a partir desse nível, houve redução na taxa de

lotação, provavelmente devido às variações na qualidade e produção da forragem

disponibilizada no decorrer do período. Não houve efeito (P˃0,05) para a taxa de

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lotação nas estações de inverno e primavera, consequência da disponibilidade de MS e

oferta de forragem, que estatisticamente foram iguais em todas as doses crescentes de

adubação nitrogenada aplicada.

Conforme relatado por Neves et al. (2009), geralmente a inexistência de

diferença na taxa de lotação entre as ofertas de forragem pode ser atribuída às diferenças

na massa de forragem estimada exclusivamente no estrato inferior, que não apresentam

magnitudes suficientes para ocasionar diferenças significativas em lotação animal, e às

alterações estacionais da oferta de forragem, que permitem momentos de maior ou

menor lotação, entretanto, na média anual, essas respostas são compensadas.

Os teores de matéria seca de gramíneas tropicais disponíveis na literatura são

variáveis, uma vez que são influenciados por fatores como espécie e idade da planta,

correção e adubação do solo, estação do ano, condições de solo e clima.

Os consumos de MS variaram de 1,57 a 2,29% do peso corporal (PC), nos

diferentes níveis de adubação nitrogenada dentro das estações do ano (Tabela 8), os

quais foram próximos aos encontrados por Soares et al. (2001), que estimaram

consumos entre 1,54% e 2,12% do PC para vacas alimentadas com gramíneas

forrageiras tropicais.

Os dados de consumo de MS e dos nutrientes, durante o verão, mostraram que

não houve diferenças (P˃0,05) entre os níveis, exceto para os resultados de carboidratos

não fibrosos (CNF). Pelo teste de Dunnet, verificou-se que o nível com correção de

PK+225 foi diferente do da testemunha, com valores de 1,01 e 1,48, respectivamente, e

na análise de regressão apresentou efeito quadrático (P<0,05), com ponto de máximo

1,53% de consumo no nível de 64 kg de N/ha. Isso pode ser justificado pelo fato da

composição da pastagem nesse período e próximo a esse nível (Tabela 2) apresentar o

CNF (20,51% da MS) mais alto do que os demais, o que pode ter influenciado.

O consumo de NDT na primavera também apresentou diferença (P˂0,05),

mostrando que os níveis PK+150 e PK+225 kg de N/ha são diferentes do da

testemunha.

No outono, houve efeito linear crescente (P˂0,05) para o consumo de MS,

expressos em porcentagem do peso corporal (%PC), para os níveis de adubação

nitrogenada, sendo que, para cada 1 kg de N aplicado, houve o incremento de

0,00283569 para consumo de MS em %PC (Tabela 8), possivelmente, esse maior

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52

consumo está relacionado com uma maior disponibilidade de MS e melhor qualidade da

forragem para mesma época.

O consumo de proteína bruta (PB) apresentou efeito linear crescente (P˂0,05),

tanto no inverno quanto na primavera, de acordo com os tratamentos avaliados. Esse

mesmo efeito foi observado na primavera também para o consumo de MS, expresso em

quilograma por dia, e para o consumo de CNF. Isso pode ser reflexo da disponibilidade

de MS e da oferta de forragem que, nesses períodos, mesmo não apresentando

significância estatística, apresentou valores crescentes, de acordo os níveis de adubação

nitrogenada.

Tabela 8. Consumo de matéria seca e dos nutrientes de vacas leiteiras em pastagens de

Brachiaria brizantha cv. Marandu sob doses crescentes de adubação nitrogenada nas

estações do ano

Verão

Consumo

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Eq. R2 CV

(%)

Sem

correção

de

PK + 0

Com

correção

de

PK + 0

Com

correção

de

PK + 75

Com

correção de

PK +

150

Com

correção de

PK +

225

MS1

8,27 8,68 8,34 8,83 8,82 Ŷ=8,67 - 10,53 MS

2 1,98 1,94 1,98 1,97 2,01 Ŷ=1,97 - 10,70

PB1

0,57 0,58 0,57 0,64 0,69 Ŷ=0,62 - 20,24

FDNcp1

5,20 5,68 5,07 6,04 6,50 Ŷ=5,82 - 12,29 FDNcp

2 1,24 1,27 1,20 1,34 1,48 Ŷ=1,32 - 12,41

EE1

0,19 0,21 0,21 0,22 0,22 Ŷ=0,22 - 11,08

CNF1

1,48 1,37 1,70 1,19 1,01* Ŷ=1,43885+0,00283569x-

0,0000222188x2

0,74 13,19

NDT1

4,67 4,83 4,64 5,07 5,28 Ŷ=4,95 - 16,06

Outono

Consumo

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Eq. R2 CV

(%)

Sem

correção de

PK + 0

Com

correção de

PK + 0

Com

correção de

PK + 75

Com correção

de

PK + 150

Com correção

de

PK + 225

MS1

8,27 6,86 6,92 7,11 7,81 Ŷ=7,42 - 12,63

MS2

1,68 1,65 1,71 1,80 2,00 Ŷ=1,62048+0,00151438x 0,93 12,85

PB1

0,56 0,63 0,64 0,72 0,78 Ŷ=0,69 - 20,82 FDNcp

1 5,62 5,54 4,71 4,94 5,20 Ŷ=5,10 - 16,36

FDNcp2 1,14 1,33 1,16 1,25 1,33 Ŷ=1,26 - 16,62

EE1

0,20 0,18 0,17 0,14 0,17 Ŷ=0,17 - 26,58 CNF

1 1,22 0,92 0,84 0,76 1,09 Ŷ=0,90 - 33,49

NDT1

4,40 4,05 3,46 3,59 3,97 Ŷ=3,77 - 17,38

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53

Inverno

Consumo

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Eq. R2 CV

(%)

Sem correção

de

PK + 0

Com correção

de

PK + 0

Com correção

de

PK + 75

Com

correção

de

PK + 150

Com

correção

de

PK + 225

MS1

8,11 8,90 9,43 9,56 10,35 Ŷ=9,56 - 19,71

MS2

1,57 1,88 2,11 2,11 2,19 Ŷ=2,07 - 19,78 PB

1 0,54 0,57 0,65 0,80 0,96 Ŷ=0,550007+0,00175435x 0,98 30,51

FDNcp1

5,50 5,74 6,23 6,21 6,02 Ŷ=6,05 - 18,97

FDNcp2 1,06 1,21 1,39 1,37 1,27 Ŷ=1,28 - 18,99

EE1

0,15 0,17 0,23 0,21 0,22 Ŷ=0,21 - 24,85 CNF

1 1,18 1,65 1,53 1,50 2,24 Ŷ=1,73 - 33,06

NDT1

4,06 4,89 5,36 5,43 6,02 Ŷ=5,42 - 27,98

Primavera

Consumo

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Eq. R2 CV

(%)

Sem correção

de

PK + 0

Com correção

de

PK + 0

Com correção

de

PK + 75

Com

correção

de PK +

150

Com

correção

de PK +

225

MS1

8,04 8,88 9,19 9,60 10,28 Ŷ=8,79997+0,00610652x 0,97 9,86

MS2

1,97 2,14 2,16 2,29 2,28 Ŷ=2,22 - 10,04 PB

1 0,43 0,52 0,53 0,61 0,76 Ŷ=0,481422+0,00110555x 0,88 27,58

FDNcp1

5,35 6,53 6,41 6,54 6,78 Ŷ=6,56 - 10,13

FDNcp2 1,31 1,57 1,50 1,56 1,50 Ŷ=1,51 - 10,36

EE1

0,15 0,19 0,18 0,22 0,20 Ŷ=0,20 - 29,10

CNF1

1,38 0,90 1,31 1,39 1,67 Ŷ=0,954408+0,00323441x 0,94 26,52

NDT1

4,18 5,05 5,28 5,67* 6,29* Ŷ=5,57 - 15,49 PK = Fósforo e Potássio;

Kg de N/ha = Quilograma de Nitrogênio por hectare; Eq. = Equações de regressão; R2 = Coeficiente de determinação e CV (%) = Coeficiente de variação em

porcentagem;

MS = Matéria Seca; PB = Proteina Bruta; FDNcp = Fibra em Detergente Neutro corrigido para cinzas e

proteina; EE = Extrato Etéreo; CNF; Carboidratos Não Fibrosos; NDT = Nutrientes Digestíveis Totais; 1 = Quilograma por dia; 2 = Porcentagem por Peso Corporal por dia; *Médias diferentes em relação ao tratamento sem correção pelo teste de Dunett a 5% de probabilidade.

O consumo está relacionado com a digestibilidade do alimento, suas

características de fermentação e a taxa de passagem no retículo rúmen (Meissner &

Paulsmeier, 1995). A taxa de passagem do alimento no rúmen é uma variável

importante na regulação do consumo (Soares et al., 2001). O maior ou menor tempo de

retenção no retículo-rúmen influencia nos processos de digestão e de assimilação dos

nutrientes. Quando há aumento no consumo de alimentos, ocorre elevação da taxa de

passagem, que, por sua vez, provoca um decréscimo na digestibilidade da fração do

alimento que apresenta digestão mais lenta (Lopes, 2002).

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54

A digestibilidade dos nutrientes de vacas leiteiras em pastagens de Brachiaria

brizantha cv. Marandu sob doses crescentes de adubação nitrogenada nas estações do

ano apresentaram diferenças para o teste de Dunnet (P˂0,05), em relação ao da

testemunha, para a proteína bruta na estação outono, nos níveis de PK+75, PK+150 e

PK+225 kg de N/ha; e matéria seca na primavera, no nível de PK+225 kg de N/ha

(Tabela 9).

De acordo com Pereira (2003), a digestibilidade dos nutrientes é um dos

componentes básicos na determinação da energia dos alimentos para a produção de

leite.

Tabela 9. Coeficiente de digestibilidade dos nutrientes de vacas leiteiras em pastagens

de Brachiaria brizantha cv. Marandu sob doses crescentes de adubação nitrogenada nas

estações do ano

Verão

Digestibilidade

(%)

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Eq. R2 CV

(%)

Sem

correção

de

PK + 0

Com

correção

de

PK + 0

Com

correção

de

PK + 75

Com

correção de

PK +

150

Com

correção de

PK +

225

MS 58,84 57,68 57,18 58,69 59,81 Ŷ=58,34 - 7,61 PB 71,07 70,86 70,09 70,07 70,12 Ŷ=70,29 - 4,21

FDNcp 54,26 53,15 52,25 54,42 56,22 Ŷ=54,01 - 9,32

EE 82,44 80,31 70,20 79,82 80,52 Ŷ=79,96 - 4,67 CNF 72,12 72,82 69,09 75,54 71,36 Ŷ=72.20 - 6,99

Outono

Digestibilidade

(%)

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Eq. R2 CV

(%)

Sem

correção

de PK + 0

Com

correção

de PK + 0

Com

correção

de PK + 75

Com

correção de

PK +

150

Com

correção de

PK +

225

MS 54,03 51,87 50,37 51,12 51,28 Ŷ=51,16 - 6,25

PB 67,71 64,37 61,45* 60,75* 61,07* Ŷ=61,91 - 4,58

FDNcp 49,29 47,07 45,25 46,16 46,07 Ŷ=46,14 - 8,14

EE 78,82 79,84 78,84 83,79 80,89 Ŷ=80,83 - 8,51 CNF 73,04 76,46 74,09 77,36 73,48 Ŷ=75,35 - 10,09

Inverno

Digestibilidade

(%)

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Eq. R2 CV

(%)

Sem

correção de

PK + 0

Com

correção de

PK + 0

Com

correção de

PK + 75

Com correção

de

PK + 150

Com correção

de

PK + 225

MS 51,52 56,90 58,27 57,95 59,00 Ŷ=58,03 - 10,44

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55

PB 66,21 70,42 70,72 68,34 68,33 Ŷ=69,45 - 5,38

FDNcp 46,45 52,22 53,87 53,36 54,12 Ŷ=53,40 - 12,50

EE 86,62 86,17 81,84 83,79 84,47 Ŷ=84,07 - 7,64 CNF 70,97 70,56 73,71 74,44 70,14 Ŷ=72,21 - 7,75

Primavera

Digestibilidade

(%)

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Eq. R2 CV

(%)

Sem

correção de

PK + 0

Com

correção de

PK + 0

Com

correção de

PK + 75

Com correção

de

PK +

150

Com correção

de

PK +

225

MS 53,48 58,19 59,30 60,87* 63,67* Ŷ=60,51 - 6,66

PB 72,26 73,02 73,69 73,87 74,03 Ŷ=73,65 - 3,45

FDNcp 48,62 54,20 55,23 56,85* 59,82* Ŷ=56,52 - 7,78 EE 87,36 87,15 87,44 82,54 88,12 Ŷ=86,31 - 5,46

CNF 70,29 82,22* 76,26 76,14 77,45 Ŷ=78,02 - 6,52 PK = Fósforo e Potássio;

Kg de N/ha = Quilograma de Nitrogênio por hectare;

Eq. = Equações de regressão; R2 = Coeficiente de determinação e CV (%) = Coeficiente de variação em

porcentagem;

MS = Matéria Seca; PB = Proteina Bruta; FDNcp = Fibra em Detergente Neutro corrigido para cinzas e proteina; EE = Extrato Etéreo; CNF; Carboidratos Não Fibrosos; kg/dia = Quilograma por dia; *Médias diferentes em relação ao tratamento sem correção pelo teste de Dunett a 5% de probabilidade.

A digestibilidade dos nutrientes não apresentaram efeitos significativos

(P>0,05). Os resultados semelhantes entre os tratamentos são justificados pela boa

oferta de pasto, que garantiu boa composição das pastagens no pastejo simulado, que

não alteraram drasticamente dentro das diferentes estações do ano.

Na Tabela 10, identificou-se que a adubação nitrogenada, utilizando 150 e 225

kg de N/ha, tem maior produção de leite por área no verão, ou seja em kg por hectare,

quando comparado ao tratamento que não houve correção e adubação (P<0,05). No

outono, para a produção de leite por área, expressa em kg por hectare, houve efeito

quadrático (P<0,05), com ponto de máximo 21,29 kg/ha no nível de 140 kg de N/ha,

quando realizado o teste de Dunett (P<0,05), identificando que a adubação nitrogenada,

utilizando 150 kg de N/ha, indicava uma maior produção em kg de leite nesse nível,

quando comparado principalmente ao que não houve correção com fósforo e potássio,

nem nenhum nível de adubação nitrogenada.

No inverno, não houve diferença significativa entre os tratamentos, entretanto, a

PLc (kg/ha), nos níveis de PK+75, PK+150 e PK+225 kg de N/ha, foram superiores ao

tratamento sem correção, pelo teste de Dunett.

Verifica-se que a produção de leite, na primavera, não diferiu (P>0,05) entre os

tratamentos, isso pode ser consequência da disponibilidade de MS, que teve uma média

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56

de 1.450,65 kg/ha nesse período, e do baixo índice pluviométrico apresentado no início

da estação, mesmo com a taxa de lotação ajustada, a composição do pasto demonstrava

valores baixos, principalmente de PB.

Tabela 10. Produção (kg/dia, kg/ha) e composição química (%) do leite de vacas

manejadas em pastagens de Brachiaria brizantha cv. Marandu sob doses crescentes de

adubação nitrogenada nas estações do ano

Verão

Variável

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Eq. R2 CV

(%)

Sem

correção de

PK + 0

Com

correção de

PK + 0

Com

correção de

PK + 75

Com correção

de

PK + 150

Com correção

de

PK + 225

PLc

(kg) 6,16 6,44 6,63 7,01 6,77

Ŷ=6,71 - 15,96

PLc (kg/ha)

12,83 17,43 20,72 24,84* 26,83* Ŷ=22,45 - 45,90

Gordura

(%) 3,73 3,62 3,94 3,95 3,89

Ŷ=3,85 - 4,48

Proteína

(%) 3,08 3,11 3,02 3,03 3,14

Ŷ=3,08 - 9,81

Lactose

(%) 4,37 4,41 4,30 4,38 4,47

Ŷ=4,39 - 9,94

S. Totais

(%) 12,06 11,98 12,10 12,34 12,44

Ŷ=12,21 - 6,45

Outono

Variável

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Eq. R2 CV

(%)

Sem correção

de

PK + 0

Com correção

de

PK + 0

Com correção

de

PK + 75

Com

correção

de PK +

150

Com

correção

de PK +

225

PLc

(kg) 7,13 6,83 7,15 6,79 7,12

Ŷ=6,96 - 12,66

PLc

(kg/ha) 14,85 11,38 19,37 21,02* 17,80

Ŷ=11,4518+0,140080x-

0,000498591x2 1,00 32,97

Gordura (%)

3,93 3,39* 3,72 3,70 3,74 Ŷ=3,64 - 6,28

Proteína

(%) 3,17 3,26 3,23 3,39 3,09 Ŷ=3,25 - 7,60

Lactose (%)

4,50 4,64 4,52 4,82 4,39 Ŷ=4,59 - 7,87

S. Totais

(%) 12,48 12,22 12,30 12,90 12,09 Ŷ=12,37 - 6,01

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57

Inverno

Variável

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Eq. R2 CV

(%)

Sem correção

de

PK + 0

Com correção

de

PK + 0

Com correção

de

PK + 75

Com

correção

de

PK + 150

Com

correção

de

PK + 225

PLc

(kg) 5,61 6,02 5,97 6,34 6,40

Ŷ=6,18 - 8,66

PLc

(kg/ha) 6,40 6,94 11,01* 9,76* 9,76*

Ŷ=9,37 - 24,67

Gordura

(%) 3,61 3,55 3,79 3,78 3,72 Ŷ=3,73 - 8,54

Proteína

(%) 3,39 3,19 3,30 3,32 3,23 Ŷ=3,23 - 9,20

Lactose (%)

4,81 4,53 4,69 4,71 4,59 Ŷ=4,59 - 9,26

S. Totais

(%) 12,76 12,14 12,73 12,74 12,15 Ŷ=12,45 - 6,16

Primavera

Variável

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Eq. R2 CV

(%)

Sem

correção

de

PK + 0

Com

correção

de

PK + 0

Com

correção

de

PK + 75

Com

correção

de PK +

150

Com

correção

de PK +

225

PLc (kg)

6,28 6,64 6,19 6,99 7,16 Ŷ=6,75

- 11,02

PLc

(kg/ha) 5,23 5,53 5,16 5,83 5,97

Ŷ=5,62 - 11,02

Gordura (%)

3,92 3,88 3,76 3,60 3,78 Ŷ= 3,75 - 3,94

Proteína

(%) 3,51 3,31 3,40 3,64 3,57 Ŷ=3,48 - 10,41

Lactose

(%) 4,97 4,69 4,82 5,16 5,07 Ŷ=4,93 - 10,39

S. Totais (%)

13,36 12,77 12,89 13,36 13,40 Ŷ=13,11 - 7,54

PK = Fósforo e Potássio;

Kg de N/ha = Quilograma de Nitrogênio por hectare;

Eq. = Equações de regressão; R2 = Coeficiente de determinação e CV (%) = Coeficiente de variação em

porcentagem;

PLc = Produção de Leite corrigido para 3,5% de gordura; Sólidos Totais; kg = Quilograma; kg/ha =

Quilograma por hectare; % = Porcentagem;

*Médias diferentes em relação ao tratamento sem correção pelo teste de Dunett a 5% de probabilidade.

A composição química do leite não diferiu (P>0,05) entre os fatores em estudo

(Tabela 10). Resultados semelhantes para essas variáveis foram observados por Porto et

al. (2009). Contudo, esses autores constataram diferença no teor de proteína do leite,

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58

quando trabalharam com o capim Marandu. O teor de gordura é o que mais pode variar

em função da alimentação, em geral, diminuindo com o aumento do volume produtivo.

O teor de fibra na dieta pode influenciar o teor de gordura, pois a fibra que é degradada

no rúmen produz acetato, que é precursor na síntese de gordura do leite. Neste trabalho,

a composição das pastagens de Brachiaria brizantha cv. Marandu e o consumo de fibra

pelos animais não apresentaram diferenças significativas, podendo ser a justificativa

para os componentes do leite não diferirem. Os teores de leite foram semelhantes aos

observados na literatura, nesse caso, não sendo influenciado pelas doses crescentes de

adubação nitrogenada utilizadas nos tratamentos.

A variação do peso corporal dos animais apresentou no verão efeito linear

crescente (P<0,05), esse resultado provavelmente influenciou os escores corporais finais

e médios que refletiram o mesmo efeito; esse comportamento pode ser atribuído em

função da disponibilidade de MS que, mesmo os valores não identificando diferenças

estatísticas, foram coerentes a esses resultados. Os tratamentos com correção de PK

com crescentes doses de adubação nitrogenada apresentaram um maior ganho de peso,

quando comparados ao tratamento que não tinha adubação nitrogenada (P<0,05), já para

os escores corporais finais e médios, somente os tratamentos com 150 e 225 kg de N/ha

apresentaram esse resultado.

Tabela 11. Variação de pesos (Kg/dia) e escores corporais (pontos*) das vacas

manejadas em pastagens de Brachiaria brizantha cv. Marandu sob doses crescentes de

adubação nitrogenada nas estações do ano

Verão

Variável

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Eq. R2 CV

(%)

Sem correção

de

PK + 0

Com correção

de

PK + 0

Com correção

de

PK + 75

Com

correção

de PK +

150

Com

correção

de PK +

225

VPC -0,050 0,060 0,110* 0,160* 0,230* Ŷ=0,056+0,0007x 0,99 99,00

EI 3 3 3 3 3 Ŷ=3 - 11,88 EF 3 3 3 3,5* 3,5* Ŷ=3,14382+0,00179814x 0,89 7,68

EM 3 3 3 3,25* 3,25* Ŷ=3,09163+0,00127490x 0,88 8,60

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59

Outono

Variável

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Eq. R2 CV

(%)

Sem correção

de

PK + 0

Com correção

de

PK + 0

Com correção

de

PK + 75

Com

correção

de

PK + 150

Com

correção

de

PK + 225

VPC -0,150 -0,002 0,055 -0,055 0,110 Ŷ=0,023 - 1.033,41

EI 3,5 3 3,5 3 3 Ŷ=3,20 - 9,24 EF 3 3 3,5 3 3,5 Ŷ=3,20 - 10,35

EM 3,25 3 3,5 3 3,25 Ŷ=3,20 - 6,72

Inverno

Variável

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Eq. R2 CV

(%)

Sem

correção de

PK + 0

Com

correção de

PK + 0

Com

correção de

PK + 75

Com

correção

de

PK + 150

Com

correção

de

PK + 225

VPC -0,032 0,011 -0,028 0,067 0,030 Ŷ=0,020 - 624,52

EI 3 3 3 3 3 Ŷ=3 - 9,35 EF 3 3 3 3 3 Ŷ=3 - 7,96

EM 3 3 3 3 3 Ŷ=3 - 7,24

Primavera

Variável

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Eq. R2 CV

(%)

Sem

correção de

PK + 0

Com

correção de

PK + 0

Com

correção de

PK + 75

Com correção

de

PK + 150

Com correção

de

PK + 225

VPC -0,069 -0,030 -0,067 0,011* 0,014* Ŷ=-0,0495+0,0003x 0,51 217,21

EI 3 3 3 3 3 Ŷ=3 - 13,46

EF 2,5 3* 3* 3* 3* Ŷ=2,65000+0,00283333x 0,98 8,76 EM 2,75 3 3 3 3 Ŷ=2,70000+0,00225000x 0,85 10,30

*Escala: 1 = Extremamente magra a 5 = Extremamente obesa;

PK = Fósforo e Potássio;

Kg de N/ha = Quilograma de Nitrogênio por hectare;

Eq. = Equações de regressão; R2 = Coeficiente de determinação e CV (%) = Coeficiente de variação em

porcentagem;

VPC = Variação de Peso Corporal; EI = Escore Inicial; EF = Escore Final; EM = Escore Médio; kg =

Quilograma; % = Porcentagem; *Médias diferentes em relação ao tratamento sem correção pelo teste de Dunett a 5% de probabilidade.

No outono, não houve diferença (P>0,05) nas variáveis estudadas para as vacas

leiteiras em pastagens de Brachiaria brizantha cv. Marandu sob doses crescentes de

adubação nitrogenada, apesar da forragem apresentar uma boa produção e composição

nessa época, isso pode ser justificado pela alta variação dos resultados coletados, o que

pode ter sofrido influência da composição genética dos animais e da análise subjetiva

dos escores corporais. Na estação de inverno, não houve efeitos significativos para os

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60

tratamentos; já na primavera, quando se avaliou as variações de peso e o escore corporal

final, observou-se que os resultados adequaram-se ao modelo linear de regressão

(P<0,05); para cada 1 kg de N aplicado, houve aumento de 0,0003 kg no peso corporal.

São relatados na literatura, que animais quando suplementados (2 a 3 kg de

concentrado por dia) apresentam menores variações tanto do peso quanto do escore

corporal, quando comparados a animais não suplementados, ou seja, alimentados

somente com pastagens de forrageiras tropicais (Aroeira et al., 2001; Lima et al., 2001).

Para os tempos gastos com pastejo, ruminação e ócio, não foram verificadas

diferenças estatísticas (P>0,05) entre os níveis de adubação nitrogenada, nas estações

verão, outono e inverno, entretanto, na primavera, houve efeito (P<0,05) quadrático

para o pastejo, com ponto de máxima de 454,42 minutos no nível de 128kg de adubação

(Tabela 12). Nesse período, o pasto apresentou alto valor de FDNc e,

consequentemente, o animal gastou mais tempo pastejando, devido à baixa qualidade do

pasto, principalmente no tratamento PK+0 kg de N/ha, no qual o FDNc alcançou a

média de 73,53% da MS.

O tempo de pastejo pode variar de acordo com o nível de suplemento (Macari et

al., 2007; Bremm et al., 2008), teor de fibra em detergente neutro (Santos et al., 2006) e

estrutura do dossel forrageiro (Rego et al., 2006; Palhano et al., 2007; Ítavo et al., 2008;

Baggio et al., 2009; Zanine et al., 2009; Teixeira et al., 2010, 2011). Segundo Pinto et

al. (2007) e Silva et al. (2007), os animais tendem a aumentar o tempo de pastejo como

forma de compensar a qualidade baixa do pasto, ocasionado pela seletividade sobre

pastagens com reduzida relação lâmina:colmo.

Zanine et al. (2009), avaliando o comportamento ingestivo de vacas Girolando

consumindo duas forrageiras, encontraram média de 562 minutos de pastejo em

Brachiaria brizantha, inferior à média (632 minutos) encontrada neste trabalho. O

comportamento ingestivo de bovinos em pastagem caracteriza-se por períodos longos

de alimentação, de 240 a 720 minutos por dia, para dietas com baixo teor de energia

(Burguer et al., 2000). Os resultados encontrados neste trabalho corroboram os dados

observados na literatura.

Em animais adultos, o tempo desprendido para ruminação é em torno de 8 horas

por dia, com variações entre 4 e 9 horas, divididas em 15 a 20 períodos (Fraser, 1980 e

Van Soest, 1994), corroborando os resultados obtidos neste estudo. Não foi verificado

efeito para ruminação (P>0,05) entre os tratamentos estudados na análise de regressão,

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61

porém, no outono, foram verificadas diferenças entre o tratamento controle e todos os

outros, com correção para as variáveis ruminação e ócio, provavelmente, ocasionado

pelo alto valor de FDNc.

As pesquisas indicam que o tempo de duração para atividade ócio, isto é, nem

alimentando e ruminando, é de aproximadamente 10 horas diárias, valores bem

superiores ao verificado neste estudo, que foram de 6,5 horas diárias.

Tabela 12. Tempos em pastejo, ruminação e ócio, em minutos, de vacas leiteiras em

pastagens de Brachiaria brizantha cv. Marandu sob doses crescentes de adubação

nitrogenada nas estações do ano

Verão

Atividade

(minutos)

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Eq. R2

CV

(%)

Sem

correção

de PK + 0

Com

correção

de PK + 0

Com

correção

de PK + 75

Com

correção de

PK +

150

Com

correção de

PK +

225

Pastejo 685,00 683,33 538,33 630,33 610,00 Ŷ=615,42 - 11,85 Ruminação 501,67 42833 511,67 493,33 520,00 Ŷ=488,33 - 8,86

Ócio 260,00 328,33 390,00* 331,67 333,33 Ŷ=345,83 - 10,52

Outono

Atividade

(minutos)

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Eq. R2

CV

(%)

Sem correção

de

PK + 0

Com correção

de

PK + 0

Com correção

de

PK + 75

Com

correção

de PK +

150

Com

correção

de PK +

225

Pastejo 598,33 680,33 718,33 691,67 625 Ŷ=678,75 - 7,04

Ruminação 206,67 426,67* 383,33* 398,33* 381,67* Ŷ=397,50 - 17,21 Ócio 633,33 333,33* 338,33* 350,33* 433,33* Ŷ=363,75 - 22,10

Inverno

Atividade

(minutos)

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Eq. R2

CV

(%)

Sem

correção

de PK + 0

Com

correção

de PK + 0

Com

correção

de PK + 75

Com correção

de

PK +

150

Com correção

de

PK +

225

Pastejo 670,00 595,00 593,33 591,67 628,33 Ŷ=602,08 - 7,04

Ruminação 446,67 353,33 491,67 428,33 398,33 Ŷ=417,92 - 17,89

Ócio 321,66 491,67 355,00 420,00 413,33 Ŷ=420,00 - 20,85

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62

Primavera

Atividade

(minutos)

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Eq. R2

CV

(%)

Sem correção

de

PK + 0

Com correção

de

PK + 0

Com correção

de

PK + 75

Com

correção

de

PK + 150

Com

correção

de

PK + 225

Pastejo 588,33 600,00 456,67* 480,00* 526,67 Ŷ=592,833-

2,16222x+0,008444x2

0,91 9,90

Ruminação 493,33 525,00 511,67 576,67 503,33 Ŷ=529,17 - 12,04

Ócio 358,33 315,00 471,67 366,67 410,00 Ŷ=390,83 - 18,90 PK = Fósforo e Potássio;

Kg de N/ha = Quilograma de Nitrogênio por hectare;

Eq. = Equações de regressão; R2 = Coeficiente de determinação e CV (%) = Coeficiente de variação em

porcentagem;

*Médias diferentes em relação ao tratamento sem correção pelo teste de Dunett a 5% de probabilidade.

Para o número de períodos de pastejo (NPP), não foram observadas diferenças

(P>0,05) entre os níveis de adubação nas estações do verão, outono e primavera (Tabela

13). No período do inverno, houve efeito quadrático (P<0,05), com ponto mínimo de

6,52 números no nível de 127 kg de N/ha. Os níveis com correção PK+0 e PK+225 kg

de N/ha diferiram do tratamento sem correção (P<0,05), justificado pelos maiores

tempos de pastejo nesses tratamentos, possivelmente, pela variação na disponibilidade

de MS na mesma estação.

O número de períodos de ruminação (NPR) decresceu linearmente (P<0,05)

somente no verão, com redução de 0,013 para cada kg de N aplicado, esse efeito pode

ser explicado pelo aumento no tempo de ruminação em 0,0859 minutos para cada

percentual de N presente (Tabela 13), estando diretamente relacionados.

Houve efeito quadrático (P<0,05) na estação verão para o número de períodos

em ócio (NPO), o ponto de máximo foi de 20,63, no nível de PK+100 kg de adubação.

Os tratamentos PK+75 e PK+150 kg de N foram diferentes do tratamento sem correção

pelo teste de Dunnet (P<0,05), apresentando valores superiores de 21,33 e 18,00

minutos, respectivamente. Para TPO (tempo por período em ócio), na mesma estação,

ocorreu efeito linear crescente (P<0,05) para as correções. O período da primavera

também teve efeito quadrático (P<0,05) para NPO, com ponto de máxima de 20,47 no

nível de PK + 119 kg de N/ha. Já a estação inverno apresentou efeito linear decrescente

(P<0,05) para as adubações.

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63

O tempo por período de pastejo (TPP) apresentou efeito quadrático para as

estações (P<0,05) verão, inverno e primavera, a causa desse efeito poder ser devido às

diferenças de temperatura ao longo de 24 horas, provocando estresse térmico e

ocasionando as variações no tempo de pastejo.

O tempo por período de ruminação (TPR) e o tempo por período de ócio (TPO),

aumentaram linearmente (P<0,05) com as correções e adubações no solo, ocasionado

pela redução no número de períodos de ruminação e ócio da estação verão.

Tabela 13. Números de períodos e tempo de duração das atividades comportamentais

de vacas leiteiras em pastagens de Brachiaria brizantha cv. Marandu sob doses

crescentes de adubação nitrogenada nas estações do ano

Verão

Atividades

Comportamentais

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Eq. R2

CV

(%)

Sem

correção de

PK + 0

Com

correção de

PK + 0

Com

correção de

PK + 75

Com correção

de

PK + 150

Com correção

de

PK + 225

NPP (número) 8,67 8,67 10,33 10,00 6,00 Ŷ=8,75 - 30,06

NPR (número) 12,33 12,66 13,66 11,66 10,00 Ŷ=13,5000-0,0133333x 0,68 13,18

NPO (número) 12,33 14,00 21,33* 18,00* 11,33 Ŷ=14,3667+0,124880x-

0,0006222x2

0,95 16,55

TPP (minuto) 79,44 78,66 56,55 67,32 101,90 Ŷ=78,2039-

0,0459563x+0,00251963x2

1,00 18,29

TPR (minuto) 41,45 33,84 37,42 43,03 53,47 Ŷ=32,2685+0,0859972x 0,94 16,98

TPO (minuto) 21,88 23,84 18,61 18,66 29,61 Ŷ=20,0782+0,0231378x 0,98 16,30

Outono

Atividades

Comportamentais

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Eq. R2

CV

(%)

Sem

correção de

PK + 0

Com

correção de

PK + 0

Com

correção de

PK + 75

Com

correção

de

PK + 150

Com

correção

de

PK + 225

NPP (número) 17,00 12,00 9,00 12,66 12,33 Ŷ=11,50 - 37,31

NPR (número) 10,66 13,00 11,00 13,66 12,66 Ŷ=12,58 - 15,21 NPO (número) 23,33 17,33 12,66 20,66 17,67 Ŷ=17,08 - 24,89

TPP (minuto) 38,30 58,78 89,21 69,58 51,26 Ŷ=67,21 - 44,61

TPR (minuto) 19,38 32,75 35,70 29,69 30,31 Ŷ=32,11 - 21,87

TPO (minuto) 27,60 19,12 26,93 17,29 25,29 Ŷ=22,15 - 21,55

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64

Inverno

Atividades

Comportamentais

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Eq. R2

CV

(%)

Sem correção

de

PK + 0

Com correção

de

PK + 0

Com correção

de

PK + 75

Com

correção

de

PK + 150

Com

correção

de

PK + 225

NPP (número) 8,00 14,67* 7,67 7,00 11,33* Ŷ=14,600-

0,127556x+0,000503704x2

1,00 14,75

NPR (número) 9,00 12,00 14,00 11,33 12,67 Ŷ=12,50 - 15,32

NPO (número) 13,00 19,33 15,33 13,67 14,00 Ŷ=18,2333-0,0235556x 0,77 10,15

TPP (minuto) 86,14 40,87* 78,51 85,16 56,74 Ŷ=61,3527+0,431257x-

0,00216676 1,00 14,25

TPR (minuto) 50,31 29,67* 35,16 37,80 31,60* Ŷ=33,55 - 14,99

TPO (minuto) 24,88 25,44 23,09 30,63 29,51 Ŷ=27,17 - 16,00

Primavera

Atividades

Comportamentais

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Eq. R2

CV

(%)

Sem correção

de

PK + 0

Com correção

de

PK + 0

Com correção

de

PK + 75

Com

correção

de PK +

150

Com

correção

de PK +

225

NPP(número) 9,33 11,33 14,33 11,66 10,00 Ŷ=11,83 - 15,23

NPR (número) 12,67 12,67 14,00 10,67 14,67 Ŷ=13,00 - 14,89

NPO (número) 11,67 15,00 22,33* 17,67* 17,67* Ŷ=15,8333+0,0778x-

0,000325926x2 0,50 14,56

TPP(minuto) 66,69 53,85 31,96* 42,98* 52,81 Ŷ=52,1526-

0,306836x+0,00141046x2

0,81 17,34

TPR (minuto) 39,19 41,96 36,64 55,87* 34,61 Ŷ=42,27 - 47,18

TPO (minuto) 30,83 20,85 21,01 22,19 23,21 Ŷ=21,81 - 25,26 PK = Fósforo e Potássio;

Kg de N/ha = Quilograma de Nitrogênio por hectare; Eq. = Equações de regressão; R2 = Coeficiente de determinação e CV (%) = Coeficiente de variação em

porcentagem;

NPP = Número de Períodos de Pastejo; NPR = Número de Períodos de Ruminação; NPO = Número de

Períodos de Ócio; TPP = Tempo por Período de Pastejo; TPR = Tempo por Período de Ruminação e TPO

= Tempo por Período de Ócio;

*Médias diferentes em relação ao tratamento sem correção pelo teste de Dunett a 5% de probabilidade.

A eficiência alimentar (EAL) representa a velocidade de ingestão dos nutrientes

em função do tempo, acarretando uma maior disponibilidade para digestão. Já a

eficiência de ruminação está associada ao grau de lignificação da pastagem, isto é,

pastagem mais lignificada eleva o tempo de ruminação, comprometendo a eficiência

nutricional.

A EALMS não apresentou diferença no período do verão e inverno (P>0,05),

entretanto, no outono, verificou-se efeito quadrático (P<0,05), com valor de 584,09

gramas de MS/h, no nível de PK+99 kg de N/ha, e pelo teste de Dunnet apenas os níveis

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de adubação PK+75 e PK+150 kg de N/ha diferiram do tratamento sem correção e

adubação, com valores de 583,22 e 616,72 gramas de MS/h, respectivamente. Na

primavera, sofreu efeito linear crescente (P<0,05), com incremento de 1,12835 gramas

de MS/h, para cada N adicionado, sendo os tratamentos com N (P<0,05) quando

comparado ao tratamento sem correção e adubação pelo teste de Dunnet (Tabela 14),

explicado pela maior disponibilidade e consumo de MS nesse mesmo período.

Foi verificado efeito quadrático (P<0,05) para a EALFDNc, no período do

outono, com valor mínimo de 402 gramas de FDNc/h no nível PK+106 kg de N/ha e

valores de 859,97 gramas de FDNc/ha, no nível de PK+133 kg de N/ha na primavera.

No outono, apenas os níveis com correção de PK+75 e PK+150 kg de N/ha diferem do

tratamento sem correção e adubação, demonstrando menor eficiência.

Na primavera, verifica-se que, quando há uma redução no FDNcp do pasto, há

uma melhora na EALFDNc. Os melhores valores obtidos foram nos tratamentos

PK+75, PK+150 e PK+225 kg de N/ha, que diferiram do tratamento sem correção

(P<0,05).

Pereira et al. (2007), por sua vez, trabalhando com diferentes teores de FDN na

dieta, verificaram que a eficiência de alimentação (EAL) foi menor, quando se

aumentou de 30 para 60% o conteúdo de FDN na dieta.

De acordo com a análise de regressão, não foi observada diferença estatística

(P>0,05) para a eficiência de ruminação da matéria seca (ERUMS) entre os tratamentos.

Entretanto, para o teste de Dunnet na estação do outono, todos os níveis de correção e

adubação diferiram do tratamento sem correção e adubação. Para a eficiência de

ruminação da fibra em detergente neutro (ERUFDNc), somente a estação verão

apresentou efeito quadrático (P<0,05), com ponto de máxima de 655,27 gramas de

FDNc/h no nível de PK+113 kg de N/ha, devido ao maior tempo por período de

ruminação, provavelmente provocado pela qualidade da fibra do volumoso. No outono,

os valores dos tratamentos com correção foram inferiores ao controle, confirmado pelo

teste de Dunnet.

O tempo de mastigação total (TMT) consiste no somatório das atividades

mastigatórias (pastejo e ruminação), que vai desde a apreensão da forragem até a

redução das partículas ingeridas. Essa variável não diferiu para nenhum dos tratamentos

(P>0,05), mas o teste de Dunnet mostrou que o TMT de todos os tratamentos, com

correção no outono, foi diferente da média do tratamento controle.

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66

O número de bolo ruminado (NBR) e o número de bolo dia (NBD), no outono,

apresentou efeito apenas para o teste de Dunnet (P<0,05), todos os tratamentos com

correção e adubação diferiram do tratamento controle.

No verão, houve efeito linear crescente (P<0,05) para o número de mastigações

por dia (NMD), o número mastigações por bolo (NMB) e o tempo por bolo ruminado

(TBR), essas variações podem ser consideradas um detalhamento do tempo de

ruminação, pois a variação deste parâmetro altera todas as variáveis descritas.

Tabela 14. Parâmetros da eficiência alimentar e mastigação merícica de vacas leiteiras

em pastagens de Brachiaria brizantha cv. Marandu sob doses crescentes de adubação

nitrogenada nas estações do ano

Verão

Parâmetros

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Eq. R2

CV

(%)

Sem

correção

de

PK + 0

Com

correção

de

PK + 0

Com

correção

de

PK + 75

Com

correção

de PK +

150

Com

correção

de

PK + 225

EALMS

(g MS/h) 725,74 770,44 939,28 842,48 883,69 Ŷ=858,97 - 12,85

EALFDNc (g FDNc/h) 456,39 504,11 570,33 576,84 650,63* Ŷ=575,48 - 13,09

ERUMS

(g MS/h) 992,93 1226,64 983,48 1081,32 1019,79 Ŷ=1077,81 - 9,46

ERUFDNc (g FDNc/h) 624,41 802,61 597,17 740,37 750,83

Ŷ=778,537-2,17518x+ 0,00959569x

2

0,50 9,32

TMT

(h/dia) 1186,67 1111,67 1050,00* 1123,33 1130,00 Ŷ=1103,75 - 4,14

NBR

(nº/dia) 604,13 588,72 597,97 593,79 534,13 Ŷ=578,66 - 11,29

NMd

(nº/dia) 28102,86 23950,87 28487,76 26816,74 30169,15 Ŷ=24808,6+22,6451x 0,68 8,59

NMb

(nº/bolo) 46,63 41,27 47,90 45,06 56,56* Ŷ=41,2400+0,0574222x 0,73 8,53

TRB (seg/bolo)

50,17 43,83 51,50 50,20 58,50 Ŷ=44,6033+0,0569333x 0,84 8,48

Outono

Parâmetros

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Eq. R2

CV

(%)

Sem correção

de

PK + 0

Com correção

de

PK + 0

Com correção

de

PK + 75

Com

correção

de PK +

150

Com correção

de

PK + 225

EALMS

(g MS/h) 846,96 694,07 583,22* 616,72* 752,55

Ŷ=691,969-

2,18817x+0,01109634x2

0,99 6,93

EALFDNc (g FDNc/h) 575,70 489,76 396,98* 428,71* 501,59

Ŷ=485,597-

1,56707x+0,00736304x2

0,95 6,82

ERUMS 2416,85 1138,85* 1117,21* 1085,85* 1241,44* Ŷ=1145,83 - 18,43

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67

(g MS/h) ERUFDNc (g FDNc/h) 1642,80 803,62* 760,44* 754,83* 827,45* Ŷ=786,58 - 18,51

TMT

(h/dia) 805,00 1106,67* 1101,67* 1090,00* 1006,67* Ŷ=1076,25 - 7,46

NBR

(nº/dia) 220,66 457,83* 429,13* 452,15* 360,83 Ŷ=424,98 - 23,87

NMd

(nº/dia) 10332,50 21730,02* 19791,00* 20652,68* 21066,31* Ŷ=20810,00 - 16,78

NMb

(nº/bolo) 47,13 49,83 47,36 45,36 58,20 Ŷ=50,19 - 16,62

TRB (seg/bolo)

57,30 59,00 54,20 52,73 63,00 Ŷ=57,30 - 16,68

Inverno

Parâmetros

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Eq. R2

CV

(%)

Sem

correção de

PK + 0

Com

correção de

PK + 0

Com

correção de

PK + 75

Com correção

de

PK + 150

Com

correção de

PK + 225

EALMS

(g MS/h) 730,19 898,03* 955,68* 972,89* 995,49* Ŷ=955,52 - 6,97

EALFDNc (g FDNc/h) 495,63 578,96 631,20* 632,41* 579,70* Ŷ=605,57 - 6,73

ERUMS

(g MS/h) 1099,55 1624,07 1165,45 1356,08 1575,05 Ŷ=1430,17 - 21,98

ERUFDNc (g FDNc/h) 746,33 1047,04 769,76 881,50 917,20 Ŷ=903,87 - 22,27

TMT

(h/dia) 1116,67 948,33 1085,00 1020,00 1026,67 Ŷ=1020,00 - 8,58

NBR

(nº/dia) 482,03 433,80 616,56 516,17 502,58 Ŷ=517,28 - 22,80

NMd

(nº/dia) 21870,23 21152,95 28066,31 24774,06 23042,63 Ŷ=24259,99 - 19,24

NMb

(nº/bolo) 45,40 50,30 45,63 48,03 46,07 Ŷ=47,50 - 8,77

TRB (seg/bolo)

55,70 50,23 47,80 49,96 48,43 Ŷ=49,11 - 8,90

Primavera

Parâmetros

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Eq. R2

CV

(%)

Sem

correção de

PK + 0

Com

correção de

PK + 0

Com

correção de

PK + 75

Com correção

de

PK + 150

Com

correção de

PK + 225

EALMS

(g MS/h) 821,33 891,04 1218,87* 1217,07* 1173,75* Ŷ=998,232+1,12835x 0,94 11,09

EALFDNc (g FDNc/h) 546,64 655,29 850,55* 829,12* 774,12*

Ŷ=664,450+2,94937x -

0,0111229x2

0,93 11,03

ERUMS

(g MS/h) 986,95 1030,37 1086,79 1007,25 1234,04 Ŷ=1089,61 - 12,05

ERUFDNc (g FDNc/h) 656,87 757,75 758,39 686,20 813,88 Ŷ=754,06 - 12,15

TMT

(h/dia) 1081,67 1125,00 968,33 1056,67 1030,00 Ŷ=1045,00 - 7,38

NBR

(nº/dia) 657,45 693,66 696,54 691,99 650,58 Ŷ=683,19 - 13,60

NMd 26540,92 30636,89 29541,44 34247,29 27,869,15 Ŷ=30573,69 - 17,70

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68

(nº/dia)

NMb

(nº/bolo) 41,50 44,53 42,53 49,57 42,80 Ŷ=44,86 - 14,22

TRB (seg/bolo)

46,63 46,43 44,10 50,23 46,60 Ŷ=46,84 - 14,29

PK = Fósforo e Potássio;

Kg de N/ha = Quilograma de Nitrogênio por hectare;

Eq. = Equações de regressão; R2 = Coeficiente de determinação e CV (%) = Coeficiente de variação em

porcentagem;

EALMS= Eficiência de Alimentação da Matéria Seca; EALFDNc = Eficiência de Alimentação da Fibra

em detergente Neutro corrigida; ERUMS = Eficiência de Ruminação da Matéria Seca; ERUFDNc =

Eficiência de Ruminação da Fibra em Detergente Neutro corrigida; TMT = Tempo de Mastigação Total;

NBR = Número de Bolos Ruminados por dia; NMd = Número de Mastigações por dia; NMb = Número

de mastigações por bolo e TRB = Tempo Gasto por Bolo Ruminado; kg/dia = Quilograma por dia; g

MS/h = gramas de Matéria Seca por hora; g FDNc/h = gramas de FDNc por hora; h/dia = horas por dia; nº/dia = números por dia; nº/bolo = números por bolo; seg/bolo = segundos por

bolo;

*Médias diferentes em relação ao tratamento sem correção pelo teste de Dunett a 5% de probabilidade.

Para o balanço de compostos nitrogenados, houve apenas diferença no verão

para o N na urina, com efeito linear crescente (P<0,05), podendo ser justificado por uma

melhora na PB do pasto nessa estação (Tabela 14).

No inverno, houve efeito linear crescente para o N ingerido e o N nas fezes

(P<0,05). Segundo Wilkerson et al. (1993), Van Soest (1994) e Hoffman et al. (2001),

existe uma relação linear entre consumo de nitrogênio e excreção de nitrogênio nas

fezes e na urina, pois a digestibilidade do N, normalmente, é constante. A PB do pasto

nesse período também apresentou significativo (P<0,05) aumento no seu nível,

passando de 6,77 e chegando a 9,11% da MS, provavelmente pelo aumento nos níveis

de adubação nitrogenada.

Na primavera, apenas o N digerido apresentou diferença significativa, com

efeito linear crescente para as doses de adubação, justificado pelos valores da

digestibilidade da PB na mesma estação.

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69

Tabela 15. Balanço de compostos nitrogenados de vacas leiteiras em pastagens de

Brachiaria brizantha cv. Marandu sob doses crescentes de adubação nitrogenada nas

estações do ano

Verão

Balanço de

compostos

nitrogenados

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Eq. R2

CV

(%)

Sem

correção de

PK + 0

Com

correção de

PK + 0

Com

correção de

PK + 75

Com correção

de

PK + 150

Com correção

de

PK + 225

N ingerido

(g/dia) 91,13 92,28 91,57 102,74 110,82 Ŷ=99,35 - 20,24

N fezes (g/dia)

26,04 26,94 27,21 30,59 33,02 Ŷ=29,44 - 19,42

N leite

(g/dia) 31,64 32,30 31,98 33,03 34,41 Ŷ=32,93 - 9,65

N urina

(g/dia) 11,18 14,68 8,65 24,98 22,82 Ŷ=11,67+0,0543x 0,49 35,64

N retido

(g/dia) 22,27 18,36 23,72 14,13 20,55 Ŷ=19,19 - 63,67

N retido

(% N

ingerido)

24,90 18,89 24,44 13,48 17,77 Ŷ=18,65 - 42,22

N digerido

(g/dia) 65,09 65,34 64,35 72,15 77,79 Ŷ=69,91 - 21,63

N retido (% N

digerido)

35,16 26,67 34,93 19,14 25,22 Ŷ=26,49 - 42,22

N digerido

(% N ingerido)

71,06 70,85 70,09 70,07 70,12 Ŷ=70,29 - 4,21

Outono

Balanço de

compostos

nitrogenados

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Eq. R2

CV

(%)

Sem

correção de

PK + 0

Com

correção de

PK + 0

Com

correção de

PK + 75

Com correção

de

PK + 150

Com correção

de

PK + 225

N ingerido

(g/dia) 90,04 100,92 102,41 115,47 125,70 Ŷ=111,13 - 20,82

N fezes (g/dia)

28,92 35,95 39,61 45,33* 49,06* Ŷ=42,48 - 23,08

N leite

(g/dia) 32,56 33,97 34,20 36,98 33,87 Ŷ=34,75 - 7,55

N urina

(g/dia) 13,44 11,99 8,92 11,65 14,85 Ŷ=11,85 - 48,05

N retido

(g/dia) 15,12 19,01 19,68 21,51 27,92 Ŷ=22,03 - 48,55

N retido

(% N

ingerido)

15,87 19,03 17,78 18,00 21,78 Ŷ=19,14 - 36,63

N digerido 61,12 64,97 62,81 70,15 76,64 Ŷ=68,64 - 21,00

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70

(g/dia)

N retido

(% N digerido)

23,31 29,49 28,98 29,18 35,45 Ŷ=30,78 - 34,64

N digerido

(% N ingerido)

67,71 64,37 61,45* 60,75* 61,07* Ŷ=61,92 - 4,58

Inverno

Balanço de

compostos

nitrogenados

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Eq. R2

CV

(%)

Sem

correção

de PK + 0

Com

correção

de PK + 0

Com

correção

de PK + 75

Com

correção de

PK +

150

Com

correção de

PK +

225

N ingerido

(g/dia) 86,84 91,96 103,97 128,41 153,98 Ŷ= 88,005+0,2807x 0,98 30,51

N fezes

(g/dia) 29,83 27,43 30,17 39,55 46,63* Ŷ= 25,898+0,0893x 0,96 14,49

N leite

(g/dia) 34,79 33,18 34,94 36,16 34,28 Ŷ=34,64 - 9,10

N urina (g/dia)

5,09 14,52 19,12 21,04 47,70 Ŷ=25,62 - 85,70

N retido

(g/dia) 17,12 16,82 19,71 31,65 25,26 Ŷ=23,36 - 82,99

N retido

(% N

ingerido)

19,62 18,31 17,51 21,39 16,80 Ŷ=18,50 - 62,04

N digerido (g/dia)

57,01 64,53 73,78 88,86 107,34 Ŷ=83,63 - 36,15

N retido

(% N digerido)

30,09 26,09 24,62 30,37 24,71 Ŷ=26,45 - 60,04

N digerido

(% N

ingerido)

66,20 70,41 70,71 68,34 68,39 Ŷ=69,45 - 5,37

Primavera

Balanço de

compostos

nitrogenados

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Eq. R2

CV

(%)

Sem

correção

de PK + 0

Com

correção

de PK + 0

Com

correção

de PK + 75

Com

correção de

PK +

150

Com

correção de

PK +

225

N ingerido

(g/dia) 69,17 82,66 84,37 98,50 122,16 Ŷ=91,38 - 27,58

N fezes

(g/dia) 19,55 22,07 22,14 25,83 32,46 Ŷ=24,41 - 33,36

N leite

(g/dia) 36,02 34,38 35,90 39,59 39,15 Ŷ=37,01 - 10,30

N urina (g/dia)

3,79 13,23 17,64 14,41 31,69 Ŷ=16,15 - 72,38

N retido

(g/dia) 9,79 12,98 8,66 18,67 18,86 Ŷ=13,79 - 61,79

N retido 11,89 14,92 9,77 17,87 15,80 Ŷ=14,05 - 45,22

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71

(% N

ingerido)

N digerido (g/dia)

49,62 60,59 62,23 72,67 89,71 Ŷ=56,63+0,1304x 0,89 26,29

N retido

(% N digerido)

16,64 20,46 13,11 24,23 21,16 Ŷ=19,12 - 44,02

N digerido

(% N

ingerido)

72.25 73,02 73,68 73,87 74,02 Ŷ=73,37 - 3,45

PK = Fósforo e Potássio;

Kg de N/ha = Quilograma de Nitrogênio por hectare;

Eq. = Equações de regressão; R2 = Coeficiente de determinação e CV (%) = Coeficiente de variação em

porcentagem;

N = Nitrogênio; g/dia = gramas por dia; % N ingerido = porcentagem de N ingerido.

O volume urinário de vacas leiteiras em pastagens de Brachiaria brizantha cv.

Marandu sob doses crescentes de adubação nitrogenada nas estações do ano não diferiu

entre os tratamentos (P>0,05), as variações foram de 10 a 17 l/dia. (Tabela 16),

provavelmente por não ter havido diferença significativa na produção de leite para os

tratamentos. Segundo NRC (2001), as perdas de água pelo animal ocorrem

principalmente pela produção de leite, perdas fecais e urinárias. Chizzotti et al. (2007)

trabalharam com vacas de diferentes níveis de produção de leite e verificaram que os

animais com produção de 5,88 kg leite/dia, a média do volume urinário, foi de 10,30

litros por dia. Os valores citados na literatura estão dentro da faixa aos encontrados

neste trabalho.

A concentração de ureia encontrada na urina está correlacionada positivamente

às concentrações de N no plasma e com a ingestão de N (Van Soest, 1994), constituindo

um indicativo da eficiência de utilização do N ruminal. Na análise de regressão, não

foram encontradas diferenças para as concentrações de ureia na urina nem na excreção,

g/dia (P>0,05). Entretanto, no verão, os níveis de ureia na urina foram superiores nos

tratamentos com PK+75, PK+150 e PK+225 kg de N/ha na estação do verão, apesar de

não ter sido encontrada diferença para o consumo de MS e PB dos animais.

O nitrogênio ureico no leite é uma ferramenta bastante confiável para a

manutenção de dietas de vacas leiteiras (Doska, 2010). Segundo Jonker et al. (1998), os

valores normais devem estar entre 10 e 16 mg/dL. No Brasil é indicado valores entre 10

e 14 mg/dL, embora nos Estados Unidos vários rebanhos estão tendo sucesso com

valores inferiores a este (Almeida, 2012). Não se verificou diferenças significativas

(P>0,05) para o nitrogênio ureico no leite (mg/dL) e para ureia no leite (g/dia).

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72

Vacas sob pastejo tendem a apresentar valores superiores de nitrogênio ureico no

leite superiores a vacas em confinamento, provavelmente devido a mudanças na

quantidade e/ou disponibilidade de proteína na dieta ou no balanço proteína:energia,

resultantes do pastejo (Carlsson e Perhson, 1993, citado por Meyer, 2003).

Não houve efeito dos tratamentos para a concentração de N ureico no plasma

(P>0,05). A concentração de ureia no plasma pode ser usada para monitorar a ingestão

de proteína bruta, que deve ser o mais próximo possível das necessidades da vaca, por

quatro motivos: o excesso de N pode prejudicar o desempenho reprodutivo; o excesso

de N aumenta as exigências de energia, uma vez que são necessárias 13,3 kcal de

energia digestível para excretar um grama de N; os suplementos proteicos são caros; e a

grande quantidade de N excretada gera impacto ambiental negativo (Broderik &

Clayton, 1997). Os valores de N ureico no plasma, reflexo da máxima eficiência

microbiana, situam-se entre 13,5 a 15 mg dL e representam o limite a partir do qual as

perdas de N seriam iniciadas pelo animal (Valadares et al., 1997). Entretanto, em

sistemas de produção de leite baseados em gramíneas tropicais, observou-se uma

concentração de N ureico no plasma de 9,8 a 10,6 mg dL, que refletem os baixos índices

de ingestão proteica das vacas (Lima, 2002), valores bastante inferiores aos encontrados

neste trabalho.

Tabela 16. Volume urinário, excreções de ureia na urina e no leite e concentrações de

ureia no plasma de vacas leiteiras em pastagens de Brachiaria brizantha cv. Marandu

sob doses crescentes de adubação nitrogenada nas estações do ano

Verão

Concentrações

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Eq. R2

CV

(%)

Sem correção

de

PK + 0

Com correção

de

PK + 0

Com correção

de

PK + 75

Com

correção

de PK +

150

Com

correção

de PK +

225

Volume

urinário (litro)

19,46 12,08 18,54 19,52 17,83 Ŷ=16,99 - 24,86

Ureia na urina

(mg/dL) 221,43 245,87 268,89* 258,30* 260,57* Ŷ=258,41 - 8,54

Ureia na urina

(g/dia) 42,86 49,87 50,57 50,43 46,59 Ŷ=44,37 - 18,68

N ureico no leite

(mg/dL) 15,17 14,22 15,80 18,41 15,27 Ŷ=15,90 0,76 11,15

Ureia no leite 15,68 15,52 17,20 21,20* 16,94 Ŷ=14,9983+0,0703057x- 0,69 11,10

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73

(g/dia) 0,000263662x2

N ureico no

plasma (mg/dL)

14,48 14,94 13,66 15,47 15,47 Ŷ=14,80 - 11,38

Outono

Concentrações

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Eq. R2

CV

(%)

Sem

correção de

PK + 0

Com

correção de

PK + 0

Com

correção de

PK + 75

Com correção

de

PK +

150

Com correção

de

PK +

225

Volume

urinário

(litro)

12,35 10,92 10,01 9,10 11,60 Ŷ=10,41 - 22,87

Ureia na urina

(mg/dL) 333,03 334,75 323,10 325,96 327,30 Ŷ=327,77 - 16,49

Ureia na urina

(g/dia) 38,84 39,37 37,17 38,37 370,8 Ŷ= 38,30 - 10,26

N ureico no

leite

(mg/dL) 13,70 14,60 14,90 14,31 15,01 Ŷ= 14,70 0,99 13,28

Ureia no leite

(g/dia) 15,66 17,38 14,42 15,98 16,41 Ŷ=16,05 1,00 13,24

N ureico no plasma

(mg/dL) 20,14 22,31 21,06 25,95 25,08 Ŷ=22,91 - 19,22

Inverno

Concentrações

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Eq. R2

CV

(%)

Sem

correção de

PK + 0

Com

correção de

PK + 0

Com

correção de

PK + 75

Com correção

de

PK + 150

Com correção

de

PK + 225

Volume

urinário

(litro)

20,10 16,79 16,72 16,44 19,35 Ŷ=17,33 - 27,02

Ureia na urina

(mg/dL) 327,01 284,47 313,89 305,09 289,44 Ŷ=298,22 - 15,48

Ureia na urina (g/dia)

65,70 47,95 52,88 51,39 56,39 Ŷ=52,15 - 34,51

N ureicio no

leite (mg/dL)

13,70 14,60 12,17 14,31 19,07 Ŷ=15,40 - 10,72

Ureia no leite

(g/dia) 15,66 17,38 14,42 15,98 22,41* Ŷ=17,77 - 10,61

N ureico no plasma

(mg/dL) 20,24 19,88 20,14 18,46 20,04 Ŷ= 19,75 - 16,32

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74

Primavera

Concentrações

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Eq. R2

CV

(%)

Sem correção

de

PK + 0

Com correção

de

PK + 0

Com correção

de

PK + 75

Com

correção

de

PK + 150

Com

correção

de

PK + 225

Volume

urinário (litro)

16,74 14,54 17,38 17,27 17,10 Ŷ=16,57 - 11,35

Ureia na urina

(mg/dL) 141,74 158,20 118,01 130,33 129,36 Ŷ=133,97 - 15,41

Ureia na urina (g/dia)

24,02 22,90 20,46 22,65 21,92 Ŷ=21,98 - 16,17

N Ureico no

leite (mg/dL)

12,26 12,65 14,54 12,37 12,01 Ŷ=12,89 - 11,92

Ureia no leite

(g/dia) 12,36 13,57 14,82 14,59 14,12 Ŷ=14,28 - 12,05

N ureico no

plasma

(mg/dL) 18,66 19,68 18,48 19,03 21,55 Ŷ=19,48 - 17,84

PK = Fósforo e Potássio;

Kg de N/ha = Quilograma de Nitrogênio por hectare; Eq. = Equações de regressão; R2 = Coeficiente de determinação e CV (%) = Coeficiente de variação em

porcentagem;

N = Nitrogênio; mg/kg PC = miligramas por quilogramas de Peso Corporal; mg/dL = miligramas por

decilitros;

N = Nitrogênio; g/dia = gramas por dia; % N ingerido = porcentagem de N ingerido;

*Médias diferentes em relação ao tratamento sem correção pelo teste de Dunett a 5% de probabilidade.

Em qualquer atividade do setor agropecuário, para se manter competitiva, deve

ser avaliada continuamente sob o âmbito econômico. Os custos de produção da

atividade, a receita obtida e a rentabilidade do capital investido são fatores importantes

para o sucesso de qualquer sistema de produção. Esta análise permite a detecção do item

que, em determinado momento, pode inviabilizar a atividade, como as oscilações de

preços no mercado (Peres et al., 2004).

A produção leiteira no Brasil é caracterizada pela alta instabilidade dos preços,

tanto do leite quanto dos ingredientes para rações concentradas, o que estimula o estudo

de novas alternativas em busca da eficiência da produção, com baixo custo.

Um ponto importante a relatar é a utilização de volumoso de boa qualidade, pois

esta utilização poderá ajudar na composição da dieta, diminuindo a quantidade de

concentrado, quando utilizado, sendo este de elevado valor. A Brachiaria brizantha cv.

Marandu tem sido bastante utilizada na dieta de vacas leiteiras por ser uma gramínea

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75

forrageira bem adaptada ao clima tropical e por apresentar respostas positivas, quando

intensificada.

Para realizar o estudo dos dados econômicos, foram desconsideradas as

avaliações por estações e considerados os resultados referentes a todo período

experimental, que durou um ano. Dessa forma, utilizaram-se os valores médios por

hectare para número de animais e produção de leite.

Os valores de renda bruta por animal aumentaram de forma linear, quando se

elevou as doses de adubação nitrogenada em pastagens de Brachiaria brizantha cv.

Marandu, isso até o tratamento que recebeu correção de PK + 150 kg de N/ha (Tabela

17), o pode ser explicado pelo fato de alguns períodos do ano a produção de leite ter

tido melhores respostas até este tratamento. No tratamento que recebeu correção de PK

+ 225 kg de N/ha, a produção por hectare foi menor (2,08%), comparado ao com

correção de PK + 150 kg de N/ha, o que influenciou na renda bruta.

O valor do custo operacional efetivo, que mostra quanto de recurso está sendo

desviado para cobertura de despesas, cresceu de acordo com as doses crescentes de

adubação nitrogenada, sendo explicado principalmente pelo aumento do uso de

fertilizantes em cada tratamento e, nesse caso, o consequente aumento na quantidade de

animais nas áreas.

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76

Tabela 17. Renda bruta (RB), custo operacional efetivo (COE), custo operacional total (COT), custo total (CT) e lucro por hectare ano de

vacas leiteiras em pastagens de Brachiaria brizantha cv. Marandu sob doses crescentes de adubação nitrogenada durante o ano

Item Unidade

Preço

unitário

(R$)

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Sem correção de

PK + 0

Com correção de

PK + 0

Com correção de

PK + 75 Com correção de

PK + 150

Com correção de

PK + 225

Qtde*

Valor Qtde*

Valor Qtde*

Valor Qtde*

Valor Qtde*

Valor

RB

Venda de leite kg 1,10 4.006,72 4.407,40 4.194,47 4.613,92 5.719,61 6.291,57 6.300,82 6.930,90 6.169,93 6.786,92

V. de esterco1

kg 0,03 2.303,90 69,12 2.410,85 72,33 3.156,63 94,70 3.415,28 102,46 3.416,52 102,50

Total R$ - - 4.476,51 - 4.686,24 - 6.386,27 - 7.033,36 - 6.889,42

COE

Mão de obra R$/a/a16

623,18 1,77 1.099,95 1,81 1126,48 2,05 1.277,05 2,28 1.419,48 2,27 1.413,66

A. e correção2

kg - - - - 143,00 - 345,79 - 548,58 - 751,37

Medicamento

ml - - 6,18 - 6,33 - 7,17 - 7,97 - 7,94

Outros gastos

- - - 16,24 - 16,63 - 18,85 - 20,96 - 20,87

R. de benfeit.3 R$ - - 35,32 - 35,32 - 35,32 - 35,32 - 35,32

R. de m. e eq.4 R$ - - 12,53 - 12,53 - 12,53 - 12,53 - 12.53

Total R$ - - 1.170,22 - 1.340,28 - 1.696,71 - 2.044,83 - 2.241,69

COT

COE R$ - - 1.170,22 - 1.340,28 - 1.696,71 - 2.044,83 - 2.241,69

D. de benfeit.5 R$ - - 127,87 - 127,87 - 127,87 - 127,87 - 127,87

D. de m. e eq.6 R$ - - 65,88 - 65,88 - 65,88 - 65,88 - 65,88

Total R$ - - 1.363,97 - 1.534,04 - 1.890,46 - 2.238,58 - 2.435,44

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77

CT

COT R$ - - 1.363,97 - 1.534,04 - 1.890,46 - 2.238,58 - 2.435,44

Juros/cap. in..7 R$ - - 910,71 - 919,65 - 970,39 - 1.018,39 - 1.016,43

Total R$ - - 2.274,68 - 2.453,08 - 2.860,85 - 3.256,97 - 3.451,87

C. tot./ha/ano8

R$ - - 2.274,68 - 2.453,69 - 2.860,85 - 3.256,97 - 3.451,87

C./kg de leite9 R$ - - 0,57 - 0,58 - 0,50 - 0,52 - 0,56

M. b./ha/ano10

R$ - - 3.306,30 - 3.345,96 - 4.689,56 - 4.988,52 - 4.647,73

M. b./kg de l.11

R$ - - 1,44 - 1,39 - 1,49 - 1,46 - 1,36

M. l./ha/ano12

R$ - - 3.112,54 - 3.152,21 - 4.495,80 - 4.794,77 - 4.453,97

M. l./kg de l.13

R$ - - 0,78 - 0,75 - 0,79 - 0,76 - 0,72

L./ha/ano14

R$ - - 2.201,83 - 2.232,56 - 3.525,41 - 3.776,39 - 3.437,55

L./kg de leit.15

R$ - - 0,55 - 0,53 - 0,62 - 0,60 - 0,56

*Quantidade;

PK = Fósforo e Potássio;

Kg de N/ha = Quilograma de Nitrogênio por hectare;

kg = quilogramas; d/h = dia homem; kWh = quilowatt-hora; R$ = Reais; % = porcentagem; 1Venda de esterco; 2Adubação e correção; 3Reparo de benfeitorias; 4Reparo de máquinas e equipamentos; 5Depreciação de benfeitorias; 6Depreciação de máquinas equipamentos; 7Juros sobre capital

investido; 8Custo total por hectare por ano; 9Custo por quilograma de leite; 10Margem bruta por hectare por ano = (RB – COE); 11Margem bruta por quilograma de leite; 12Margem líquida por

hectare por ano = (RB – COT); 13

Margem líquida por quilograma de leite; 14

Lucro por hectare por ano = (RB – CT); 15

Lucro por quilograma de leite = (Margem líquida por hectare por ano /

Quantidade de leite).

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Smith (2003) relatou que o custo operacional não deve ultrapassar 65% da renda

bruta. Este valor não foi alcançado em nenhuma dos tratamentos avaliados.

Em sistemas de produção intensiva, a alimentação costuma representar até 70%

dos custos efetivos (não totais). Desse modo, fica evidente que maiores investimentos

na produção propiciam melhores resultados, com custos fixos diluídos (CEPEA, 2007).

Os valores de custo operacional total, que englobam a depreciação, apresentaram

o mesmo comportamento do custo operacional efetivo, pois a mesma infraestrutura e

animais foram utilizados em todos os tratamentos.

O custo total por hectare por ano, que engloba a remuneração de capital (custo

de oportunidade), cresceu à medida que aumentou os níveis de adubação nitrogenada. O

custo por kg de leite produzido apresentou menores resultados nos tratamentos que

receberam correção de PK, com os níveis de 75 e 150 kg de N/ha, isso é justificado pelo

custo total do hectare por ano e pela venda de leite produzido nesses tratamentos.

Vários economistas que se dedicam às avaliações da atividade leiteira, dentre

eles Gomes (2000), têm encontrado como referência, para sistemas de produção de leite

que trabalham com gado mestiço semiconfinado, que o gasto com ração concentrada

para o rebanho não deve ultrapassar a 30%, em relação ao valor da produção. O próprio

autor faz uma ressalva quanto à afirmação anterior, dizendo que as condições de clima e

solo do país indicam que os sistemas de produção de leite, que utilizam intensivamente

volumosos de boa qualidade, com destaque para as pastagens, além de apresentarem

custos de produção competitivos, têm elevada capacidade de resposta aos estímulos de

demanda. Portanto, provavelmente, prevalecerão em muitas regiões do país. Não se

devem ter recomendações de indicadores de eficiência técnica engessados, que

permaneçam os mesmos em quaisquer relações de preços (Gomes, 2000).

O lucro por hectare por ano (Tabela 17) elevou-se com as doses crescentes de

adubação nitrogenada em pastagens de Brachiaria brizantha cv. Marandu, claramente

explicado pelo incremento na produção, sendo, dessa forma, altamente eficiente seu uso

no aspecto financeiro.

Alguns indicadores econômicos podem ser adotados para a avaliação financeira

de sistemas de produção, entre eles o valor presente líquido (VPL) e a taxa interna de

retorno (TIR). O VPL é considerado um critério de avaliação de projetos mais rigoroso

e isento de falhas técnicas (Noronha, 1987; Contador, 1988); corresponde à soma

algébrica dos valores do fluxo de caixa de um projeto, atualizados à taxa ou às taxas de

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desconto do período em questão. Segundo esse indicador, um projeto é viável se

apresentar um VPL positivo. Na implantação do melhor projeto, escolher-se-á aquele

que apresentar o maior VPL positivo. A taxa interna de retorno (TIR) é definida por

Contador (1988) como a taxa de juros que iguala a zero o VPL de um projeto, ou seja, é

a taxa de desconto que iguala o valor presente dos benefícios de um projeto ao valor

presente de seus custos. Um projeto é viável e deve ser adotado, quando sua TIR é igual

ou maior que o custo de oportunidade dos recursos para sua implantação.

Tabela 18. Taxa interna de retorno (TIR) mensal e valor presente líquido (VPL) para

taxas de retorno de 6 e 10%, respectivamente, para um ano, de vacas leiteiras em

pastagens de Brachiaria brizantha cv. Marandu sob doses crescentes de adubação

nitrogenada

Item

Adubação (PK + Kg de N/ha)

Sem correção de

PK + 0

Com correção de

PK + 0

Com correção de

PK + 75

Com correção de

PK + 150

Com correção de

PK + 225

TIR (%) 0,65 0,65 0,88 0,90 0,83

VPL (R$) 6% 682,00 697,35 1.847,30 2.011,46 1.692,51

10% - 663,26 - 661,30 389,36 479,81 170,71 PK = Fósforo e Potássio;

Kg de N/ha = Quilograma de Nitrogênio por hectare.

A TIR, assim como a lucratividade, aumentou com as doses crescentes de

adubação nitrogenada em pastagens de Brachiaria brizantha cv. Marandu, sendo

positiva em todos os tratamentos, demonstrando a viabilidade da atividade (Tabela 18).

Esta taxa chegou ao valor de 0,90% ao mês, para o tratamento que realizou correção de

PK + 150 kg de N/ha, considerada boa para a atividade leiteira; isso é justificado pela

maior produtividade dos animais nesse tratamento.

O cálculo do VPL demonstrou que este investimento é interessante para a taxa

de 6% de desconto para todos os tratamentos avaliados, apresentando melhor resultado

para o que realizou correção de PK + 150 kg de N/ha. Para a taxa de desconto de 10%,

somente os tratamentos que apresentaram correção de PK com níveis crescentes de

adubação nitrogenada tiveram resultados positivos, demonstrando que os tratamentos

que não foram adubados com nitrogênio foram viáveis apenas quando comparada a um

custo de oportunidade de 6% ao ano.

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80

V. CONCLUSÕES

A adubação nitrogenada aumentou em números absolutos a produção de

forragem em todas as estações do ano e os resultados referentes ao desempenho de

vacas leiteiras apresentaram-se positivos com os níveis utilizados.

Os parâmetros econômicos demonstram que pastagens de Brachiaria brizantha

cv. Marandu, quando corrigida com fósforo e potássio, utilizando a dose de 150

quilogramas de nitrogênio por hectare, com o preço do quilograma de leite igual a

R$1,10, é mais rentável, sendo, portanto, o nível recomendado nas condições deste

trabalho.

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81

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