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Produção Animal | Avicultura 3

Sumário

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eDITORIAL

Nutrição sempre em pauta na Revista do AviSite

Agradecimentos

Mais uma vez abordamos nesta Revis-

ta o tema nutrição. E o sucesso é garanti-

do pois sempre desperta a atenção dos

leitores e das empresas parceiras. Prova de

que o setor está atento ao segmento que

representa os maiores gastos na produção

avícola.

Nas últimas décadas, a pesquisa em

nutrição tem desenvolvido novos concei-

tos baseados na percepção de que muitos

macros e micronutrientes possuem a ca-

pacidade de interagir com o DNA. Na ma-

téria de capa dessa edição, a pesquisadora

da Alltech, Maria Constanza Rodriguez,

traz informações sobre a nutrigenômica e

a nutrigenética, duas abordagens científi-

cas distintas que visam a melhoria da saú-

de e da produtividade animal através de

dietas personalizadas. A partir da página

42, Constanza demonstra como essas

duas ciências têm contribuído para o en-

tendimento das interações biológicas que

controlam as características de animais

importantes para a alimentação humana,

como as aves.

E também ouvimos Godofredo Milten-

burg, do Colégio Brasileiro de Nutrição Ani-

mal (CBNA), para saber em qual direção ca-

minha a nutrição animal (página 50). Para

ele, em termos de energia, uma inovação

com perspectiva de aplicação em curto pra-

zo é o conceito de energia líquida (Net Ener-

gy em inglês) para aves. “Hoje em dia, o que

é utilizado na nutrição de aves, poedeiras,

frangos e matrizes é a energia metabolizá-

vel”, afirma.

Uma empresa 100% brasileira que che-

ga aos 25 anos é sempre um motivo para

comemorar. Não deixamos a data passar em

branco e fomos até Cascavel, no Paraná, co-

nhecer a história de sucesso da Globoaves,

grande produtora de ovos férteis e pintos de

um dia, mas que, na verdade, atua em todas

as áreas da produção do frango. A matéria

você confere a partir da página 24.

Aguarde na próxima edição da Revista

do AviSite o especial com as perspectivas

para a avicultura brasileira e mundial em

2011. É mais um ano que sai e outro que

entra. Boa leitura!

Nosso muito obrigado nesta edi-ção vai para Godofredo Miltenburg, Maria Constanza Rodrigues, Roberto e Velci Kaefer e Jarbas Santos. Tam-bém agradecemos o Instituto Ovos Brasil e suas assessoras pelo constante envio de material para o Caderno de Postura.

As empresas que enviaram mate-rial para o Caderno de Nutrição tam-bém entram na lista.

OS NOVOS CAMINHOS DA NUTRIÇÃO O conceito de energia líquida é uma das possíveis inovações

4 Avicultura | Produção Animal

Coordenador EditorialJosé Carlos Godoy [email protected] - 9782

ComercialPaulo GodoyChristiane Galusni [email protected]

Redação Érica BarrosMariana [email protected]

Diagramação e arteMundo Agro e Grupo [email protected]

InternetDarcy Jú[email protected]

Circulação e assinaturaCristiane dos Santos(19) [email protected]

Fale com a redaçã[email protected]: (19) 3241 9292

expeDIeNTeProdução Animal - AviculturaISSN 1983-0017

Mundo Agro Editora Ltda.Rua Erasmo Braga, 115313070-147 - Campinas, SP

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Eventos

6 Produção Animal | Avicultura6 Produção Animal | Avicultura

Junho

9 a 11 de junho I Feira de Avicultura e Suinocultura CapixabaLocal: Marechal Floriano, ESRealização: Aves e AsesInformações: www.associacoes.org.br

Setembro

6 a 9 de setembro XXII Congresso Latino-americano de AviculturaLocal: Buenos Aires, ArgentinaRealização: ALA (Associação Latino-americano de Avicultura)Informações: www.avicultura2011.com

Outubro

25 a 27 de outubro 22º Congresso Brasileiro de Avicultura Local: Centro de Eventos Imigrantes, em São Paulo, SPRealização: UBABEFInformações: www.ubabef.com.br

2010

Novembro

16 a 19 de novembroEuroTier 2010Local: Hanover, AlemanhaInformações: www.eurotier.de

17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RSRealização: Asgav, Sips e SindilatInformações: www.avisulat.com.brE-mail: [email protected]

24 a 26 de novembroIV CLANA - Congresso Latino Americano de Nutrição AnimalLocal: Hotel Fazenda Fonte Colina Verde, Estância de São Pedro, SPRealização: CBNA e Amena (Associação Mexicana de Estudos sobre Nutrição Animal)Informações: www.cbna.com.brE-mail: [email protected]

2011

Janeiro

26 a 28 de janeiroInternational Poultry ExpoLocal: Georgia World Congress Center, Georgia, Atlanta, EUARealização: U.S. Poultry & Egg Association, Informações: www.ipe11.org/

Março

22 a 24 de março IX Congresso de Produção e Comercialização de OvosLocal: São Pedro, SPRealização: APA (Associação Paulista de Avicultura)Informações: www.congressodeovos.com.br

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8 Produção Animal | Avicultura

Painel do Leitor Escreva para: [email protected]

O Sindicato Nacional da Indústria de Ali-mentação Animal (Sindirações) tem como novo presidente Maurício Nacif de Faria, diretor superintendente da Agroceres Multi-mix. O cargo foi ocupado nos últimos seis anos por Mário Sérgio Cutait.

Parabéns ao Cutait e sucesso ao novo presidente Mauricio Nacif. O trabalho do Sindirações tem sido exemplar, por exem-plo, a implantação das Boas Práticas de Fabricação e a defesa do setor de alimen-tação animal. Luiz Eduardo Ristow, Belo Horizonte, MG

Sindirações apresenta nova direção executiva e conselho técnico

O Ministério Público do Trabalho da cidade de Chapecó, SC, entrou com Ação Civil Pública contra a Sadia, exigindo o reconhecimento da associação de em-prego entre a empresa e todos os produtores de aves. Para Ricardo Gouvêa, Diretor Executivo da ACAV, a relação integrados/agroindústrias não é de traba-lho, mas de empreendimento. Saiba mais na página 10.

Acredito que essa discussão tem dois pontos:- O primeiro é a responsabilidade do integrado de ter a produtividade que se refletirá em bônus, pois se a agroindústria estabelecer um ganho mínimo, haverá alguns que não terão objetivos de “inputs” em seus ganhos, pois terão seus vencimentos mínimo garantidos;- O outro lado é a imposição de investimentos constantes por parte das agroindústrias. Muitas vezes o proprietário das granjas não tem o tempo de “payback” e já está tendo de fazer novas mudanças. Isso reflete a falta de planejamento e conhecimento técnico dos profissionais da agroindústria.Acredito que o caminho seja um consenso entre as partes.Rodrigo Laxor, Jacarezinho, PR

Os avicultores praticamente só trabalham para pagar os investimentos que são impostos pelas integradoras. Quando terminam de pagar um investimento, logo é imposto outro. Os avicultores não são obrigados a integrar-se ou a instalar um aviário na propriedade. Mas são obrigados a ficar investindo cons-tantemente na atividade. Caso contrário, a integradora reincide o contrato e o avicultor paga o financiamento com folhas de capim. Já vi gerente de fomento dizer que o investimento em um aviário de R$ 200 mil se paga em cinco anos, só que ele esqueceu de dizer que fez o cálculo baseado na receita bruta. Maigel Dreyer, Toledo, PR

Ação provoca discussão sobre relação integrado X integradora

Maurício Nacif

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Produção Animal | Avicultura 9

Leia as últimas notícias do setor em www.avisite.com.br

As cinco mais lidas no AviSite em outubro

Há algum tempo Moscou colocou como meta de governo transformar o país, maior importador

mundial de carne de frango, em futuro exportador do produto. Só que, a despeito do crescimento acelerado da produção interna, essa meta continua soando para muita gente como mera promessa, impossível de ser cumprida mesmo a longo prazo. Não é o que pensa o CEO da Tyson Foods, Donnie Smith. Em evento, Smith declarou que a indústria avícola deve começar a acredi-tar na intenção [russa] de tornar-se autossuficiente. Leia mais notícias sobre a Rússia na página 19.

Pintos de corte abrem segundo semestre com novo recorde de produção

1

As primeiras previsões do Departamento de Agricul-tura dos EUA (USDA) sobre a produção e o comér-

cio mundiais de carnes em 2011 indicam que embora detenha não mais que 10% da produção mundial, no ano que vem o Brasil poderá responder por 26,3% do comércio internacional das carnes bovina, suína e de frango.

Leia mais sobre as previsões do USDA para 2011 na próxima edição da Revista do AviSite.

Em 2011, Brasil responderá por mais de um quarto das exportações mundiais de carnes

Notícias

4

Os últimos dados do IBGE apontam que o abate inspecionado das carnes bovina, suína e de frango do primeiro semestre

de 2010 somou 10,2 milhões de toneladas. E qual é a participa-ção de cada uma das três carnes nesse total? A liderança isolada (já há longo tempo) pertence à carne de frango – 51% do total no primeiro semestre de 2010. Vem a seguir a carne bovina, com 34% do total e, por fim, a carne suína, com 15%.

Leia mais na página 11.

Entre as carnes produzidas no Brasil, a de frango é a mais inspecionada5

2

Está enganado quem imagina que o problema é exclusivamente brasileiro. Uma nova pesquisa

revela que a maioria dos australianos (78,6%) acredi-ta, equivocadamente, que o frango é alimentado com hormônios e esteróides. Ou, como cita uma publicação da Austrália, “escassos 8,8% da nossa população reconhecem que a indústria avícola não utiliza essas drogas”. Leia mais na página 40.

Frango e hormônios: também lá fora o mito persiste

3

Embora a diferença seja relativamente pequena – 2 milhões de cabeças a mais – a produção brasileira

de pintos de corte tem um novo recorde. Em julho passado, conforme a APINCO, foram

produzidos no País 512,4 milhões de pintos de corte, volume que bate o recorde mantido desde março passado, quando a produção do setor alcançou a marca inédita dos 510,4 milhões de cabeças.

Leia mais na página 71.

Rússia atingirá autossuficiência no frango, diz CEO da Tyson

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10 Produção Animal | Avicultura

Notícias

Em SC, obra da Ferrovia do Frango deve começar em 2012 Corredor vai ligar Chapecó ao porto de Itajaí

Infraestrutura

10 Produção Animal | Avicultura

O s primeiros passos para a construção do Corredor

Ferroviário Santa Catarina foram dados. No dia 13 de outubro, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) lançou o aviso de licitação do pro-jeto da “Ferrovia do Frango” que deve ligar Itajaí, no litoral norte de

Santa Catarina, a Chapecó, no oeste do estado. Serão 622,4 quilô-metros, com um papel fundamental no escoamento da produção de frangos, suínos e derivados da região.

“Na busca pela competitividade mundial precisamos estar atentos às oportunidades. Não há nenhuma

dúvida de que a logística interna e externa merece atenção. Aqui em Santa Catarina a Ferrovia do Frango está no nosso planejamento estra-tégico e certamente pode viabilizar o crescimento da produção catari-nense”, afirma o Presidente da Associação Catarinense de Avicultura (ACAV), Clever Ávila.

Calcula-se um investimento de R$ 31,5 milhões para a elaboração do projeto. A obra vai ser dividida em cinco lotes com um valor máxi-mo de custo, estipulado pelo Dnit. De acordo com informações divul-gadas no Diário Catarinense, em janeiro de 2011, a empresa vence-dora deverá ser divulgada, sendo que o projeto básico de engenharia deverá ser entregue em no máximo 360 dias.

Com o projeto de engenharia em mãos e o Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental — cujo edital deverá ser lançado em breve — pronto, o Dnit encaminhará o processo ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para que as licenças ambientais sejam analisadas.

TST não reconhece vínculo de emprego entre Sadia e integradosAção deve ser julgada pela Justiça Comum

Avicultor x Indústria

A 3° Turma do Tribunal Superior do Trabalho não reconheceu vínculo

empregatício entre a Sadia e seus integrados da unidade de Chapecó, SC e afirmou que a questão deve ser avaliada pela Justiça Comum. Segundo o relator da ação, o ministro Alberto Bresciani, trata-se de uma relação comercial e não compete à

Justiça do Trabalho julgar o assunto “porque os produtores foram parcei-ros da Sadia para a criação e engorda de aves, assumindo os riscos da ativi-dade econômica”. A notícia foi divul-gada no Globo Rural.

Já no Diário Catarinense, o coor-denador estadual da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar

da Região Sul (Fetraf-Sul), Alexandre Bergamin, afirmou que a entidade ainda está analisando a decisão e sustenta “que o contrato dos integra-dos até pode ser de parceria, mas há uma relação de subordinação do agricultor”. Segundo o veículo, ele não descarta ações na Justiça Comum.

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Produção Animal | Avicultura 11

Proteína mantém liderança isolada, segundo IBGE

Os últimos dados do IBGE apon-tam que o abate inspecionado

das carnes bovina, suína e de frango do primeiro semestre de 2010 somou 10,2 milhões de toneladas. Esse volu-me corresponde a um novo recorde semestral (2º semestre de 2009: 10,1 milhões de toneladas), apresentando incremento de quase 9% em relação a idêntico semestre do ano passado (1º semestre de 2009: 9,4 milhões de toneladas).

E qual é a participação de cada uma das três carnes nesse total? A liderança isolada (já há longo tempo) pertence à carne de frango – 51% do total no primeiro semestre de 2010. Vem a seguir a carne bovina, com 34% do total e, por fim, a carne suína, com 15%.

Por outro lado, analisada a evolu-ção dos abates inspecionados desde o primeiro trimestre de 2005 até o segundo trimestre de 2010, constata--se que o maior índice de incremento (+58%) ficou com a carne suína, vindo a seguir a carne de frango (+47%).

Considerada a variação ponta a ponta, o abate inspecionado de carne bovina teve aumento de 26%. Mas os

volumes mais recentes têm sido infe-riores aos registrados, por exemplo, em 2006, o que significa que o abate inspecionado no setor sofreu redução.

Em termos nominais globais, o abate inspecionado de carnes teve um aumento de 2,278 milhões de toneladas entre o primeiro semestre

de 2005 e o mesmo semestre de 2010. A maior contribuição para esse aumento veio da carne de frango (62% do incremento total ou 1,419 milhão de toneladas a mais). Aparece a seguir a carne suína (20% do adi-cional ou 461 mil toneladas) e, por fim, a carne bovina (17% do acrésci-mo registrado, 398 mil toneladas).

Participação da carne de frango é de 51% do total

Abate inspecionado

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Notícias

12 Produção Animal | Avicultura

Brasil é o maior fornecedor da China Exportação brasileira para país asiático aumenta 466% em um ano

Carne de frango

Como ocorre com a Rússia, em 2010 o Brasil está sendo o prin-

cipal fornecedor de carne de frango também do mercado chinês. Assim, além de continuar como o maior exportador mundial do produto, tem entre seus grandes comprado-res dois dos maiores importadores de carne de frango do mundo.

Dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) apon-tam que, em decorrência de retalia-ções de ordem comercial, as com-pras da China nos EUA sofreram uma redução de 83,9% nos sete primeiros meses de 2010, recuando de 361.783 toneladas para 58.236 toneladas.

Já o Brasil, que praticamente nada havia exportado para a China

entre janeiro e julho de 2009, neste ano registrou exportações de 157.344 toneladas que, em compa-

ração ao volume registrado nos 12 meses do ano passado, representam aumento de 466%.

CHINAPrincipais países fornecedores de carne de frango

MIL TONELADAS

FORNECEDOR 2008 2009JANEIRO-JULHO

2009 2010 VAR.

Brasil 0,131 27,793 0 157,344 0%

Argentina 192,252 68,435 36,210 102,149 182,1%

EUA 572,094 613,682 361,783 58,236 -83,9%

Chile 12,372 12,217 8,065 6,480 -19,7%

França 10,397 0,610 0,610 0,078 -87,2%

Outros 0,005 0,029 0,017 1,079 6.247,1%

TOTAL 787,251 722,766 406,685 325,366 -20,0%

Fonte dos dados básicos: USDA Elaboração e análises: AVISITE

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14 Produção Animal | Avicultura

Notícias

Aumento em 2010 é de 16,8%

Dados da SECEX/MDIC apontam que, entre os estados exporta-

dores de carne de frango, Santa Catarina continua a obter a maior receita cambial com as vendas exter-nas do produto.

Nos nove primeiros meses de 2010 a receita cambial do frango catarinense aumentou 16,8%, fican-do muito próxima de US$1,5 bilhão. O volume exportado, no entanto, aumentou apenas 1,7%, ficando ligeiramente aquém do registrado pelo Paraná.

Decorridos três quartos do ano, as exportações de frango da Região Sul somam 2,1 milhões de toneladas, acusando aumento de 3,6% sobre janeiro-setembro de 2009. Como, nesse espaço de tempo, o preço médio do produto obteve valorização de cerca de 11%, a receita cambial da carne de frango exportada pelos três estados sulinos aumentou 15,3%, aproximando-se de US$3,7 bilhões.

Até agora, a Região Sul responde por cerca de três quartos do volume exportado e da receita cambial da carne de frango, cujos totais, já supe-

rados no momento, entre janeiro e setembro se encontravam próximos dos 2,9 milhões de toneladas e dos US$5 bilhões.

Frango lidera, absoluto, a pauta exportadora de Santa Catarina

Os dez principais produtos expor-tados por Santa Catarina na realida-de são sete. Porque, entre os dez, a carne de frango aparece quatro vezes - o que muda é apenas a “versão”.

Os cortes de frango, por exemplo, são o produto número um da pauta catarinense, tendo respondido (nove primeiros meses de 2010) por 14,87% de toda a receita cambial do estado. Na sequência vêm o frango inteiro (3ª posição, 4,33% da pauta), os industrializados (em 7º, 3,48% da pauta) e a carne de frango salgada (8ª posição, 3,12% da pauta).

Tudo somado, a participação da carne de frango nas exportações catarinenses corresponde a 25,80% da receita cambial total do estado, índice que coloca a avicultura na liderança isolada das vendas externas locais (o segundo item da pauta ex-

portadora de Santa Catarina, o fumo, respondeu, nesse período, por 10,92% da receita).

Mas a participação do setor vai mais além e chega aos 26,85% do total se consideradas, também, as exportações de industrializados de peru (22ª posição da pauta, 0,74% do total) e de cortes de peru (40ª posição, 0,31% do total).

Maior receita cambial continua sendo obtida por SC

Frango com tudo

CARNE DE FRANGOReceita cambial e volume exportado

entre janeiro e setembro de 2010REGIÃO SUL

UFPARTICI-PAÇÃO*

RECEITA CAMBIAL

VOLUME

US$ MIVAR.ANO

MIL TVAR.ANO

SC 25,80% 1.454,1 16,8% 749,2 1,7%

PR 11,72% 1.248,6 13,8% 753,3 4,2%

RS 8,59% 990,3 15,1% 598,3 5,2%

SUL 13,27% 3.693,0 15,3% 2.100,8 3,6%

Fonte: SECEX/MDICElaboração e análises: AVISITE

* Participação da carne de frango na pauta da respectiva UF e da Região Sul.

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Produção Animal | Avicultura 15

Leia as últimas notícias do setor em www.avisite.com.br

Em decorrência dos embarques recor-des ocorridos em julho passado

(360.526 toneladas, o segundo maior volume já exportado pelo Brasil), as vendas externas de carne de frango absorveram, no mês, mais de um terço da produção brasileira (quase 1,007 milhão de toneladas).

Esse quadro difere radicalmente da-quele observado no primeiro mês de 2010, ocasião em que o volume exportado correspondeu a não mais que 23% da produção total de carne de frango, o menor índice registrado nos últimos 25 meses.

Note-se, neste último caso, que a relação produção/exportação de janeiro de 2010 foi inferior até mesmo àquela obser-vada em novembro de 2008, mês em que, com a eclosão da crise econômica mun-dial, as exportações brasileiras de carne de frango sofreram brutal e repentina queda.

Mas o mais surpreendente no tocante aos três meses mencionados (novembro de 2008, janeiro de 2010 e julho de 2010) é que o volume de carne de frango produ-zido em cada um deles foi praticamente o mesmo (respectivamente, 999 mil/t, 1,001 milhão/t e 1,007 milhão/t). O que mudou, pois, foi o volume exportado – 235 mil/t em novembro de 2008; 233 mil/t em janeiro de 2010; e 360 mil/t em julho de 2010, cerca de 54% a mais que nas duas ocasiões anteriores.

Naturalmente, o efeito dessas grandes variações recai, quase totalmente, sobre o mercado interno. Tanto que, em julho de

2010, com uma disponibilidade interna significativamente menor que a de janeiro, os preços do frango, enfim, começaram a “desencantar”.

Claro, é inegável que a entressafra da carne bovina contribuiu para esse “desen-cantamento”. Mas será que a resposta (em termos de remuneração) teria sido a mes-ma se, em vez das 646 mil toneladas disponibilizadas em julho, fossem oferta-das internamente as mesmas 767 mil toneladas de janeiro?

Porém, tudo isso só serve para de-

monstrar que as exportações têm papel fundamental no equilíbrio da avicultura de corte. A tal ponto que solicitam uma política específica que seja capaz de pre-servar não só a produção exportável, mas também a que atende o mercado interno e que ainda corresponde a três quartos da produção total.

ET.: Em abril de 2009 as exportações absorveram 40% do total produzido, um índice recorde. Mas não porque as expor-tações ajudaram e, sim, porque, à época, a produção foi compulsoriamente reduzida.

Efeito recai, quase totalmente, sobre o mercado interno

Venda externa absorve mais de 35% da produção brasileira

Carne de frango

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16 Produção Animal | Avicultura

Notícias

Estoque final no próximo ano fica próximo dos 10,5 milhões de toneladas

Em uma primeira previsão – que pode ser considerada otimista,

pois prevê redução de no máximo 3,5% na área cultivada e perdas de produtividade que não chegam a 7% – a Conab aponta que a produção de milho do próximo ano deve alcançar, na primeira safra, volume entre 30,5 e 31,1 milhões de toneladas, o que corresponde a uma queda média da ordem de 9,5%.

Como é muito cedo para prever o que deve prevalecer no cultivo da safrinha, a Conab manteve, neste primeiro levantamento, a mesma área cultivada. Mas já aponta que deve ocorrer redução, estimada por ora em 3%, na produtividade, com o que o

volume produzido deve recuar tam-bém 3%, ficando em 21,3 milhões de toneladas.

Tudo somado, a primeira projeção da próxima safra chega a um volume

total de milho que pode variar entre 51,8 e 52,4 milhões de toneladas, valores que representam redução da 6,5% a 7,5% sobre a produção total de 2010.

Soa otimista, igualmente, a previ-são de aumento de consumo para 2011: menos de 1,5% de incremento. Com esse índice de expansão, mais exportações de 8 milhões de tonela-das (quase 16% menos que o previs-to para 2010), o estoque final do grão no próximo ano ficará próximo dos 10,5 milhões de toneladas – qua-se 16% a menos que o previsto para este ano, mas, ainda assim, um volu-me superior a 10 milhões de tonela-das, como ocorre desde 2008.

Produção da próxima safra recua entre 6,5 e 7,5%

Milho no Brasil

Primeira projeção da próxima safra chega a um volume total de milho que pode

variar entre 51,8 e 52,4 milhões de

toneladas

MILHOBalanço de suprimento e demandaSafras 2009/2010* e 2010/2011**

MILHÕES DE TONELADAS

2009/ 2010

2010/2011

VAR.

Suprimento

Estoque inicial 11,4 12,4 9,0%

Produção

1ª safra 34,1 30,8 -9,56%

Safrinha 22,0 21,3 -3,04%

Total 56,0 52,1 -7,00%

Importação 0,3 0,4 33,3%

Total 67,8 65,0 -4,13%

Demanda

Consumo 45,8 46,5 1,48%

Exportação 9,5 8,0 -15,8%

Estoque final 12,4 10,5 -15,9%Fonte: CONAB (1º levantamento de safra)

Elaboração e análises: AVISITE* Preliminar - ** Previsão

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Produção Animal | Avicultura 17

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Bloco aumenta limite de 200 para 15 mil ppb

UE estabelece nova regra para nicarbazina em frangos

Anticoccidiano

No final de outubro, dia 26, entrou em vigor na União

Europeia um novo limite para resí-duos do medicamento nicarbazina na carne de frango, segundo infor-mações do jornal Valor Econômico. A nicarbazina é um anticoccidiano adicionado na ração das aves para combater a cocciodiose. O limite da substância era de 200 ppb (partes por bilhão), valor estipulado pelo Codex Alimentarius e adotado no Brasil e até então na União Europeia. Agora, o bloco aumentou o limite vigente para 15 mil ppb para análises feitas no fígado das aves.

“Essa é uma molécula que exis-te há mais de 50 anos e uma das

mais eficientes. Acreditamos que a alteração europeia dará mais segu-rança para os exportadores brasi-leiros utilizarem o produto, uma vez que o risco de embargos por resíduos é bem menor”, diz Stefan Mihailov, diretor-geral da Phibro Saúde Animal no Brasil. Apesar da patente da molécula ter expirado, a Phibro produz em suas duas unida-des – uma em Israel e outra em Bragança Paulista (SP) – 90% da produção mundial. A revisão dos limites residuais do produto na carne de frango foi baseada em testes realizados pela empresa. Os outros 10% são fabricados por grupos chineses, em duas unidades da China.

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Notícias

18 Produção Animal | Avicultura

37% da produção atual de milho serão destinados ao combustível

O Presidente dos EUA, Barack Obama, prosseguindo na mesma

política de seu antecessor, autorizou a elevação da mistura do etanol de milho à gasolina, o que – segundo previsões do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) – vai fazer com que 37% da atual produção do grão seja destinada à produção do etanol.

Ao analisarem-se números do próprio USDA, é possível constatar que as perdas da produção não são nada pequenas. Assim, comparando-se resultados de 2005 com aqueles pre-

vistos para 2011, verifica-se que en-quanto a produção de milho tende a crescer pouco mais de 7%, o consumo de “outros setores” (nos quais a indús-tria do etanol está inserida) deve cres-cer mais de 126%. E, claro, isso implica na redução da disponibilidade para outros usuários – neste caso, a indús-tria de ração animal, cujo consumo de milho em 2011 deve ser 12% menor que o registrado em 2005.

Naturalmente, nessa redução está envolvida a melhora da conversão alimentar dos animais em criação e a utilização de outras matérias-primas alimentares. Mas implica, também, em estagnação da produção, já que a

evolução da conversão alimentar e a substituição do milho por outros grãos têm seus limites.

O previsto para 2011 é uma redu-ção da participação das rações para 37,5% (queda de 22%), enquanto dobra o índice de absorção para “ou-tros usos” (etanol, claro). Cai, também, a participação das exportações (menos de 14%) e dos estoques finais – neste caso, apenas 6,3% do total represen-tado pelos quatro segmentos o que, em termos físicos, corresponde a um estoque final de milho quase 60% menor que o registrado em 2005.

Etanol continua a desafiar indústria animal dos EUA

Ração x Combustível

Indústria de ração vem reduzindo sua

dependência do milho, mas isso também

implica em estagnação da produção animal

EUAEvolução da produção e

do consumo interno de milho2005 e 2011 (2011: previsão)

MILHÕES DE TONELADAS

2005 2011 VAR.

Produção total 299,9 321,7 7,3%

Con-sumo

Ração 156,4 137,2 -12,3%

Outros 68,2 154,4 126,4%

TOTAL 224,7 291,6 29,8%

DISTRIBUIÇÃO DE USO

(ração + outros usos + exportação + estoque final)

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Produção Animal | Avicultura 19

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Embora já tenham reiniciado o em-barque de carne de frango para a

Rússia, os exportadores avícolas dos EUA continuam a enfrentar dificuldades para acessar novamente aquele mercado.

Baseados em informações prove-nientes do Departamento de Agricultura dos EUA, as autoridades sanitárias russas já habilitaram mais de uma centena de plantas (abatedouros, instalações de proces-samento, câmaras de estocagem) declara-das aptas a atender as novas exigências russas (carne de fran-go sem tratamento final à base de cloro). Mas, parece, a habili-tação não implica em imediata liberação das importações, sujeita ainda a uma inspeção prévia das plantas processadoras por técnicos russos.

Com esse espírito, quatro grupos de especialistas russos estiveram nos EUA nas duas primeiras semanas de outubro inspecionando 33 plantas habilitadas a exportar para a Rússia. Mas pouco mais da metade delas deve ser inclusa na lista de empresas autorizadas a atender o mercado russo.

A propósito, o próprio Serviço de Inspeção Sanitária da Rússia, o Rosselkhoznadzor, emitiu comunicado no qual observa que das 33 plantas visitadas, dezoito (54,5% do total) apre-sentaram apenas pequenos problemas pontuais, de fácil correção, e, assim, receberam recomendação de aprovação.

Em outras palavras, quatorze plan-tas continuam impedidas de exportar seus produtos para a Rússia. Cinco delas por apresentarem falhas graves “que impossibilitam seu acesso à Federação da Rússia” e outras oito por apresentarem falhas nos sistemas de controle e de garantia de segurança dos produtos processados. Tais falhas foram classificadas como “não-críticas” mas,

mesmo assim, impedem momentanea-mente a elegibilidade das plantas inspecionadas.

Na última das quatorze empresas vetadas, os técnicos russos observaram que as novas exigências sanitárias não vinham sendo atendidas: os frangos processados continuavam a passar por uma higienização final à base de cloro,

porque a tecnologia de processamento “livre de cloro” ainda estava em im-plantação. É outra que também pode ser habilitada – “tão logo conclua o processo de transição para o processa-mento livre de cloro”.

“Em 2011 Rússia não vai impor-tar carne de frango”

De acordo com o Primeiro Ministro russo, Vladimir Putin, “de 2011 em diante a Rússia poderá viver sem impor-tar carne de frango”. A declaração foi feita no decorrer de reunião do Partido Liberal Democrático, na qual se discutia o projeto de orçamento russo para 2011 e para o biênio 2012-2013.

Conforme relatam as agências russas Ria Novosti e Itar Tass, Putin observou que a produção de carne de frango do país já alcançou volume suficientemente capaz de dispensar as compras no mercado externo.

O dirigente russo lembrou que nos últimos anos a produção interna de carne de frango au-mentou mais de 70%, enquanto a de carne suína apresentou incre-mento de 39%, “o que representa crescimento ponderável para qualquer

economia e para todo o setor agrícola”.Para deixar claro que o país já pode

se considerar autossuficiente, o Primeiro Ministro russo - ressaltando que, até recentemente, “importava-se ao redor de 1,5 milhão de toneladas de carne de frango dos EUA” – citou que as com-pras deste ano não devem chegar às 300 mil toneladas.

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Apesar disso, segue vetando abatedouros avícolas norte-americanos

Rússia começa a receber primeiras partidas de frango dos EUA

Depois de 10 meses...

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20 Produção Animal | Avicultura

Notícias

Estoque final será 10,6% menor que o projetado

Não foi muito: diferença de apenas 6,42 milhões de toneladas, menos

de 1% do total mundial previsto. Mas bastou o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) anunciar, no dia 08 de outubro, que a produção norte-ameri-cana de milho da safra 2010/2011 pode sofrer uma redução de 3,77% em relação ao que havia sido previsto em setembro passado (de 334,27 milhões de toneladas para 321,68 milhões/t) para que as cotações do grão voltas-sem a apresentar alta no mercado internacional em outubro.

E, tudo indica, processo de curta duração, pois – repetindo – as diferen-ças em relação às previsões do mês anterior são mínimas. Além disso, enquanto, de um lado, cai a produção, de outro sobe o estoque inicial, fazen-

do com que o suprimento do novo ano (estoque inicial + produção + importa-ções) seja superior não só à previsão de setembro (+0,25), mas também aos suprimentos de 2009 e de 2010 (+4,71% e +1,18%, respectivamente).

No que tange ao consumo, o USDA prevê expansão mundial de 3,1% em relação ao consumido em 2010 (ou +0,71% em relação à previsão ante-rior), enquanto as exportações tendem a um crescimento inferior a 2%.

Em decorrência, os estoques finais do grão – reduzidos para 132,36 mi-lhões de toneladas no levantamento de outubro, 2,36% a menos que na previ-são anterior – serão 10,6% menores que os projetados para o final de 2010, da ordem de 148,06 milhões de toneladas.

Safra de milho nos EUA é reduzidaNova previsão

MILHOTendências da

produção mundial na safra 2010/2011

MILHÕES DE TONELADAS

PREVISÃO DEVAR.

SET OUT

Estoque inicial 138,99 148,06 6,53%

Produção 826,07 819,65 -0,78%

Importações 91,37 91,40 0,03%

Consu-mo

Rações 492,81 496,82 0,81%

Total 829,50 835,36 0,71%

Exportações 91,69 93,43 1,90%

Estoque final 135,56 132,36 -2,36%

Fonte: USDA – Elaboração e análises: AVISITE

Os últimos dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) mostram

que as exportações norte-americanas de carne de frango continuam apresentando resultado negativo em relação ao mesmo período do ano passado. Em agosto, por exemplo, ficaram em 230,8 mil toneladas, recuando quase 12% em relação a idêntico mês de 2009.

Por sua vez, o volume acumulado entre janeiro e agosto de 2010 só no último mês chegou ao 1,9 milhão de toneladas, en-quanto nos oito primeiros meses de 2009 havia superado os 2 milhões de toneladas. O resultado corresponde a uma redução de 7,3% no ano.

Por fim, o volume exportado no espaço de 12 meses (setembro de 2009 a agosto de 2010) se encontra próximo (mas aquém) de 2,950 milhões de toneladas, sendo 6% inferior ao registrado nos 12 meses imedia-tamente anteriores.

Em agosto, queda foi de 12% na comparação com 2009

Exportação de frango dos EUA segue com resultados negativos

Ao contrário do Brasil

EUAEvolução mensal das exportações de carne de frango

MIL TONELADAS

MÊS 2008/09 2009/10 VAR. %

set 286,733 262,662 -8,39%

out 297,434 275,915 -7,23%

nov 258,542 240,240 -7,08%

dez 233,825 259,128 10,82%

jan 275,654 208,840 -24,24%

fev 254,075 208,703 -17,86%

mar 258,666 257,530 -0,44%

abr 246,766 243,939 -1,15%

mai 262,570 242,905 -7,49%

jun 241,000 276,448 14,71%

jul 254,210 236,198 -7,09%

ago 261,731 230,813 -11,8%

EM 8 MESES 2.054,672 1.905,375 -7,30%

EM 12 MESES 3.131,205 2.943,320 -6,00%

Fonte dos dados básicos: USDA / Elaboração e análises: AVISITE

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Produção Animal | Avicultura 21

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22 Produção Animal | Avicultura

Notícias

Aumento não se refletiu com a mesma intensidade no volume

Dados do Departamento de Agricultura dos EUA apontam que

nos nove primeiros meses de 2010 foram produzidos no país cerca de 6,636 bilhões de pintos de corte, volu-me 1,16% superior ao registrado no mesmo período de 2009 (perto de 6,560 bilhões).

É curioso notar que os ovos incuba-dos para a obtenção dessa produção tiveram um aumento superior a 2%. Mas esse aumento não se refletiu com a mesma intensidade no volume de pintos produzidos porque os índices de eclosão deste ano vêm sendo, em média, perto de 1% inferiores aos de 2009. Aparentemente, isso não decor-re apenas das altas temperaturas do último verão.

Produção de pintos de corte cresce pouco mais de 1% no ano

Nos EUA

Com Keystone, grupo brasileiro consolida participação no Oriente Médio

Além das plantas nas Américas, Ásia, África, Oceania e Europa, o grupo Marfrig também terá braços no Oriente

Médio devido à compra da americana Keystone Foods. Com a aquisição, a multinacional brasileira vai manter operações no Bahrein, Omã, Kuwait, Catar e Emirados Árabes Unidos.

O anúncio da compra foi feito pelo Marfrig em junho, mas a companhia brasileira só assumiu a americana no começo de outubro. Segundo o Valor Econômico, a Keystone Foods, vai manter o executivo Jerry Dean como diretor-geral da agora unidade de negócios nos EUA. A estratégia de manter o prin-cipal executivo à frente das empresas que adquire é uma mar-ca da Marfrig, que já fez o mesmo em outras aquisições.

Marfrig se volta para mercado árabe

Mais unidades

Diretoria avalia viabilidade do negócio

A Empresa Aves Aliança, mais conhecida como Frigorífico Cancela, localizada em Araucária, PR, não

abriu as portas sexta-feira no dia 15 de outubro. A razão, de acordo com o departamento jurídico do frigorífico, seria o fato de a diretoria estar revendo a viabilidade eco-nômica do negócio, uma vez que a organização apresenta sérios problemas financeiros.

A prefeitura de Araucária, porém, diz que já é dado como certa a decisão da empresa de encerrar suas ativida-des no município da Região Metropolitana de Curitiba.

O departamento jurídico do frigorífico se limitou a explicar que os funcionários da empresa estão com a folha de pagamentos em dia e que, há aproximadamente 10 dias, recebem licença remunerada.

Instalado desde 1973 em Araucária, o frigorífico Cancela vinha colecionando transtornos por conta dos prejuízos ambientais e sanitários que a destinação incorre-ta dos resíduos de produção de frango vinha causando ao município.

As informações foram divulgadas pelo Paraná Online.

Frigorífico fecha as portas em Araucária

No Paraná

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Produção Animal | Avicultura 23

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LANÇAMENTO Steak de frango à parmegiana

Empresas

Três novos produtos da Aurora entram neste mês no mercado

nacional: steak de frango à parmegia-na, steak de frango com molho de queijo e mortadela defumada.

A Coopercentral Aurora está am-pliando sua participação nesse merca-do de pratos prontos. “O consumidor

brasileiro aprecia cada vez mais as opções de preparo rápido e prático que necessitam apenas do aquecimen-to em microondas ou forno (elétrico ou convencional) para consumo”, expõe o diretor de vendas da Coopercentral Aurora, Leomar Somensi.

Cooperativa amplia participação no mercado de pratos prontos

Aurora divulga novos produtos Lançamento

O Frangos Canção, avícola de Maringá (PR), está fazendo in-

vestimentos diante do bom cenário de faturamento com as vendas da carne de frango no mercado interno e externo. O grupo, que realizou outros investimentos no primeiro semestre, continua grandes mudan-ças para o final de 2010 e início de 2011. Entre estes investimentos, está a ampliação do incubatório, que atende a todas as plantas do grupo. Hoje, a produção chega a 4 milhões de pintos/mês, mas o objetivo é ter nos incubatórios 10 milhões de pin-

tos/mês. Os investimentos chegam a 9 milhões de reais, sendo que desses, cerca de 5,5 milhões são apenas na aquisição de maquinário. De acordo com Ciliomar Tortola, diretor executi-vo do Frangos Canção, “as mudanças vão trazer maior potencial produtivo à empresa. Poderemos atender mais o mercado consumidor, suprindo a demanda atual”. Hoje, a empresa realiza um abate de 5 milhões de aves por mês e pretende que com essas mudanças, até o final de 2011, o número ultrapasse os 6,5 milhões de abates/mês.

“Somente na planta de Terra Boa, com a marca Gold Frango, teremos até o final de 2011 um incremento de 50 mil aves abatidas por dia na unidade. A nossa previsão é até o próximo ano o grupo abater 260 mil aves por dia”, afir-ma Tortola. A unidade de Terra Boa, que faz parte do grupo Frangos Canção desde a metade de 2010, deve oferecer 300 novas vagas de emprego na região até o final de 2011. “O incremento na produção também faz com que novos postos de trabalho sejam abertos no grupo, pois a indústria avícola depende muito dos processos manuais”, completa.

Meta é produzir 10 milhões de pintos por mês

Frangos Canção amplia incubatórioBom momento

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25 Anos25 Anos

O gigantismo da Globoaves

Muitos são seus clientes.

Outros tantos, concorrentes. Seja nos segmentos de

corte ou postura, o fato é que o nome

Globoaves figura há tempos entre

os mais destacados da avicultura

nacional. A Revista do AviSite foi conhecer um

pouco da história dos 25 anos de

uma das maiores empresas avícolas

brasileiras, e das cabeças por trás

desta trajetória de sucesso

Primeiros passosApesar de completar 25 anos, pode-se afirmar que a histó-

ria da Globoaves começou muito antes. Velci Kaefer, um dos sócios fundadores explica: “A Globoaves é resultado de uma seqüência de outras empresas, com o gene do empreendedoris-mo”. O avô começou na área em 1945, ainda no Rio Grande do Sul, com um pequeno comércio familiar, onde Henrique Hel-muth Kaefer, o pai, foi trabalhar.

A família foi uma das pioneiras a desbravar o oeste parana-ense, chegando à cidade de Toledo, na década de 60. Com a experiência das atividades no RS, em 1976 o pai Henrique Ka-efer e os irmãos Velci e Saldi fundaram a Globo Comércio. Se-cos e molhados, compra e venda de suínos e pintinhos, produ-tos da terra, depois milho, soja e o comércio cresceu acompanhando a evolução do agronegócio no oeste do PR.

Porém, o ano de 1985 marca a fundação de uma nova em-presa voltada exclusivamente ao fornecimento de pintos de um dia e a entrada de outro Kaefer na sociedade, trazendo con-sigo novas idéias.

Roberto, então aos 28 anos, percebeu que a Sadia, sua em-pregadora na época, não tinha um fornecedor regular de pin-tinhos de corte, ítem importantíssimo na pauta de uma com-panhia em crescimento. Ele havia ingressado na empresa aos 16 anos, na área administrativa, e de lá saiu vislumbrando ex-plorar a venda de pintos de um dia, que ainda engatinhava. Com a proposta já apresentada e respaldada pelo pai, pelos ir-mãos e pela Sadia, que aceitou a parceria, Roberto Kaefer tocou o negócio junto com a família.

Ele explica que a venda de pintinhos e ovos férteis acompa-nhou a tendência do novo modelo de produção que surgia. “Percebemos que a loja agropecuária ficaria para trás porque com o surgimento das integrações, cada um produziria a pró-pria ração e o negócio de venda de rações ia diminuir. E isso realmente aconteceu.”, afirma Roberto.

O Grupo Globoaves começou então com uma criação de matrizes para produção de ovos férteis, com alojamento inicial de 10.000 cabeças, e um pequeno incubatório. Tudo na cidade de Toledo, PR. Nesta época, a empresa comercializava cerca de

24 Produção Animal | Avicultura

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Produção Animal | Avicultura 25

IRMÃOS VELCI E ROBERTO KAEFER

Os diretores do Grupo Globoaves

100.000 pintos por semana. Com o crescimento da demanda, em 1987, a Globoaves logo aumentou sua capacidade de incubação e um novo incubatório foi construído em Cascavel, PR, que hoje é o maior do grupo, com capacidade atual para produzir 10 mi-lhões de ovos/mês.

Os irmãos Velci e Roberto, atualmente os sócios majoritários do grupo, contam que não era possível prever tamanho sucesso, principalmente porque não se imaginava que a avicultura brasileira passaria de atividade alternativa a carro chefe das proteínas ani-mais.

A década de 1990 e a parceria com a Cobb-Vantress

Ao longo destes 25 anos, a Globoaves foi acompa-nhando a evolução do setor avícola nacional. Hoje, tem incubatórios em nove estados do Brasil. O pri-meiro fora do estado do Paraná, na cidade de Cuiabá, MT, foi inaugurado em 1990. Ainda na década de 90, a Globoaves já exportava cerca de 3,5 milhões de pin-tos de 01 dia/mês para a Argentina. Ao longo dos anos 90 diversos incubatórios, granjas de matrizes, aviários e outros complexos foram construídos ou ar-rendados. Mas não só isso: a empresa também teve fôlego para buscar novos nichos de atuação e logo estaria presente em todas as áreas da produção do frango.

Em 1995, por exemplo, a Globoaves fechou acor-do com a norte-americana Cobb-Vantress, para a pro-dução e a comercialização de matrizes de corte da li-nhagem Cobb no país. Atualmente a linhagem detém 70% do mercado brasileiro, segundo a empresa. Além disso, adquiriu a Interaves, braço da Globoaves que produz e comercializa poedeiras, com sede em Biri-gui, na região noroeste de São Paulo.

Não sem motivos, em 1995, com um plantel de 580.000 matrizes e produção de 7 milhões de ovos

férteis/mês, a Globoaves foi classificada pela primeira vez como a maior produtora de pintos de corte do Brasil.

Em 1998, o Grupo fez da Argentina o seu primei-ro investimento no exterior com a inauguração de um incubatório na cidade de Larroque, província de Entre Rios, que passaria a fornecer pintos de corte de um dia aos produtores argentinos.

Os anos 2000Com a virada do milênio, a Globoaves chega à

região norte do país, através de parceria firmada com o Frigorífico Avenorte, na cidade de Espigão do Oeste, em Rondônia, com abate diário de cerca de 30.000 frangos. Mas, de toda forma, o fornecimento de pin-tos de corte prevaleceu como o principal negócio.

Sempre de olho em novas tecnologias e em sua aplicação na avicultura, o Grupo foi um dos primei-ros a adotar a tecnologia de vacinação “in ovo”. Desta forma, os pintainhos são vacinados dentro dos ovos três dias antes da eclosão, reduzindo o índice de mor-talidade e melhorando a sanidade do produto.

Em 2001 já contava com um plantel de 2,5 mi-lhões de matrizes, produzindo 30 milhões de ovos férteis/mês. Sua produção já representava cerca de 10% do mercado nacional.

A Globoaves também seguiu investindo no abate de frangos ao assumir, em 2003, o frigorífico Chape-có, de Cascavel, PR. Toda a produção, de cerca de 75.000 frangos por dia, era vendida à Sadia. Algum tempo depois, a velha parceira passou por uma crise em decorrência dos casos de Influenza Aviária na Ásia e encerrou a produção em parceria. A partir de 2007, já com alguma experiência na comercialização de frangos, a empresa inicia a produção com marcas próprias, voltadas ao mercado externo. Hoje, este fri-gorífico abate cerca de 160 mil cabeças de frango por dia.

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26 Produção Animal | Avicultura

Em 2004, quando o Brasil alcançou o posto de número um na exportação de carne de frango, foi iniciado um processo de ampliação e melhoria da es-trutura física e de equipamentos do frigorífico de Cascavel, com investimentos de cerca de R$ 25 mi-lhões, visando a habilitação para exportar à União Européia.

Outro marco na história da empresa é o contrato firmado com o Instituto Butantan, para o forneci-mento de ovos embrionados para fabricação de vaci-nas contra a influenza humana sazonal e também para testes com vacinas para H1N1. Para atender a

esta demanda de ovos em condições específicas para produção de vacinas, a Globoaves adquiriu e refor-mou uma propriedade de 192 alqueires na cidade de Itirapina, SP, e adequou outra que já pertencia à em-presa, na cidade de Brotas, SP. Hoje, esta é a unidade com o maior investimento em automação, entre to-das do grupo.

Outro motivo de orgulho para os sócios é a Cen-tral de Ovos Férteis. Única no Brasil, segundo a em-presa, está localizada em Itirapina, e visa fornecer aos clientes ovos com 100% de uniformidade, livres de trincas (quebrados e vazados), de sujidade e defeitos.

O mapa da mina da Globoaves

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Produção Animal | Avicultura 27

Globoaves hojeOs sócios também destacam a condição sanitária

das granjas e incubatórios da Globoaves. O controle sanitário e de qualidade, com necessidade de preenchi-mento de formulários para visitas impediu, inclusive, a entrada desta jornalista ao incubatório de Cascavel.

Buscando aumentar sua presença no setor de pos-tura comercial, a Globoaves trouxe para o Brasil, em 2010, a linhagem Novogen, em parceria com a france-sa Grimaud. Atualmente, a companhia disponibiliza para o mercado brasileiro as poedeiras NOVOGen WHITE e NOVOGen BROWN. Além disso, a empresa trabalha com a produção de ovos férteis e pintos de 1 dia de corte da linhagem Cobb e também pintainhas de postura comercial Hisex Brown, Hisex White e Bo-van. No segmento de aves coloridas, a empresa produz e comercializa pintainhos de 01 dia colonial Pescoço--Pelado, Pescoço-Pelado Carijó, Carijó, Pesadão e Lote Mesclado.

A Globoaves conta hoje com um plantel de 4 mi-lhões de matrizes de corte e uma produção mensal de 50 milhões de ovos férteis de corte (ver box nesta pági-na). Em 2010, deve abater 64 milhões de cabeças de frango, com 90% dessa produção destinada à exporta-ção. O embarque de frangos e seu gerenciamento estão nas mãos de Eduardo Kaefer, filho de Velci, que tem também a responsabilidade, junto com sua irmã Cris-tina e os filhos de Roberto, Mikhael e Daniel, de assu-mir a sucessão da companhia.

O Grupo Globoaves atua em outros setores, sempre ligados à agropecuária, como a Kaefer Agro Industrial, Interaves, Globosuínos, Globoaves Biotecnologia, Glo-boaves Argentina e MCK Construtora. A empresa tam-bém está iniciando os trabalhos para contar com uma unidade no Paraguai e está desenvolvendo projetos para chegar a outros países.

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25 Anos

28 Produção Animal | Avicultura

Além disso, possui um plantel de 500.000 fêmeas e produção de 6 milhões de ovos por mês na Globoa-ves Argentina S/A, o que a posiciona como uma das principais produtoras do país vizinho.

Social para o presente, tecnologia para o futuro

A Globoaves está longe de pa-rar. Roberto Kaefer antecipa que ainda este ano a empresa deve anunciar a chegada de uma nova linhagem de codorna para postura comercial no Brasil, através de uma genética importada da Europa. Existe também o projeto de mais um incubatório no Nordeste.

Preocupada com a responsabili-dade social, o Instituto Globoaves é a prova de que uma grande compa-nhia não pode se pautar apenas por números. Criado em 2008, o Insti-tuto tem a finalidade de atender a comunidade que reside no entorno da Globoaves. A empresa é também

uma franqueada do Projeto Pescar, onde as organiza-ções que compõem a rede abrem espaço em suas de-pendências para a formação pessoal e profissional de adolescentes em vulnerabilidade social.

Os cursos oferecidos contemplam oito áreas de formação profissional. As aulas duram nove meses e acontecem de segunda a sábado no período da tarde, logo após um almoço oferecido pela Globoaves. Os professores são profissionais da companhia, que um dia por semana são cedidos pela empresa para o Insti-tuto.

O projeto parece ser a filha caçula dos sócios e ir-mãos Velci e Roberto, que falam com carinho sobre o Instituto, que conta, inclusive, com a participação de familiares dos sócios. Na visão de Velci, “esse é o gran-de pulo da próxima década: integrar-se à comunidade e à sociedade. Isto é uma necessidade.”, conclui.

Também na alçada do Instituto Globoaves está o Programa de Avicultura Familiar (PAF), projeto for-

matado especificamente para a criação de ovos e carne de frango colonial. Utilizando-se de instala-ções simples e pequenos investi-mentos, a iniciativa tem o objetivo de aumentar a oferta de proteína animal e melhorar a renda de pe-quenos produtores rurais. O PAF já está em andamento no estado de Alagoas em parceria com o gover-no e outras entidades e está sendo expandido para outros estados e países.

Se há 25 anos o grande cresci-mento da companhia não era esperado, hoje não se pode dizer a mesma coisa. Por isso a empresa está fi-nalizando um plano estratégico, com ações para mé-

4 MILHÕES DE MATRIZES

DE CORTE é o total alojado atualmente pela

Globoaves

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Produção Animal | Avicultura 29

dio e longo prazo. Para os próximos anos, a empresa sabe que vai continuar acompanhando a consolidação da avicultura brasileira. Roberto Kaefer afirma que os próximos investimentos devem ocorrer na área de au-tomação. Segundo ele, a mão-de-obra está cada vez mais escassa e envolve ainda muitos outros fatores, como transporte, roupas e equipamentos de seguran-ça. A unidade da Globoaves em Brotas, por exemplo, é a mais moderna e totalmente automatizada, com ni-nhos mecânicos. Roberto também lembra que para crescer é importante ter responsabilidade e não alojar além do limite de crescimento.

Ele lembra que o tamanho da Globoaves traz con-sigo a necessidade de manter os alojamentos em níveis adequados. Para isso, costuma estar presente nas reu-niões da APINCO, da UBABEF e da APA e assim visua-lizar o quanto deve ser produzido para evitar super oferta. Ele, inclusive, aproveita para criticar a não di-vulgação de dados do alojamento de matrizes de corte. Até setembro de 2009, a UBABEF divulgava mensal-mente estes números, mas se viu obrigada a interrom-per a seqüência quando algumas empresas decidiram cortar o repasse dos próprios números. Como endossa Roberto, uma pena para a avicultura brasileira, porque alguns produtores ficam perdidos, sem saber quanto devem alojar.

Outra responsabilidade da Globoaves é buscar manter o equilíbrio de preços. Uma forma de fazer isso é exportar parte da produção de ovos férteis (ver box na página 31). A presença no mercado de proteí-na, voltado principalmente para exportação, também tem o objetivo principal de regular excedentes.

No futuro do Grupo Globoaves está incluído o novo cenário após as diversas fusões no setor de prote-ína animal nos últimos anos. Mas, para Roberto Kae-fer, se por um lado o gigantismo assusta, por outro esta nova realidade traz benefícios, já que as empresas que surgiram precisam de estratégias bem traçadas. Para ele, ao lado dos grandes é possível crescer com mais consistência.

PROJETO PESCARAulas seis dias por

semana

NA NEVE TAMBÉMGloboaves Argentina

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25 Anos

30 Produção Animal | Avicultura

Mas também houve obstáculos a superar na traje-tória da companhia. As tradicionais crises de excesso de oferta da avicultura sempre impactaram a empresa. Porém a mais severa crise enfrentada foi a da econo-mia mundial, no final de 2008, que reduziu a oferta de crédito e deixou todo o setor em situação delicada. Velci Kaefer revela que as apreensões foram muitas: “Durante a crise, no ano passado, houve momentos em que não sabíamos se iríamos alcançar o mês ou o ano seguinte. Alguns setores foram menos prejudica-dos, por exemplo, aqueles socorridos pelo governo. Mas o nosso foi duramente atingido”. “Passamos por

esta prova de fogo, e agora estamos traçando nosso fu-turo”, afirma, otimista, Velci.

E refletindo sobre o passado e o futuro, Velci mos-tra que é preciso “pé-no-chão”: “Não imaginávamos gerir uma empresa com 8 mil funcionários. Sonháva-mos em ter um negócio, depois em melhorar o negó-cio. Imaginávamos que a produção de 1 milhão de pintos seria o limite. Hoje produzimos 50, 60 milhões de ovos e não é topo. Em nossa atividade, tudo é muito dinâmico, não dá pra saber onde estaremos daqui a 10 anos. Mas sabemos que precisaremos estar sempre atentos. A crise nos mostrou isso. Pra quem viu uma

Sadia sucumbir depois de quase 60 anos, não há muito mais a falar”, con-cluiu.

De empresa familiar, o Grupo Globoaves tornou-se o maior produ-tor de pintos de um dia no Brasil, se-tor que ela mesma ajudou a profissio-nalizar. Ao longo de 25 anos, a empresa viu e participou da evolução da avicultura no Brasil. Hoje, após so-breviver à crise econômica iniciada em setembro de 2008 e presenciar a Sadia, antiga parceira de negócios, ser adquirida por sua concorrente, os só-cios Velci e Roberto Kaefer se sentem mais fortes e prontos para seguir cres-cendo. E garantem: o gene do em-prendendorismo continuará impe-rando nos próximos passos da Globoaves. Informações sobre a em-presa: www.globoaves.com.br.

A jornalista Érica Barros viajou à Cascavel a con-

vite da Globoaves.

GRANJA AUTOMATIZADA

Fornecimento de ovos férteis

para fabricação de vacinas

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Produção Animal | Avicultura 31

Assim como tudo na Globoaves, o negócio de exporta-ção de ovos férteis é grande. Chega a alcançar 15 milhões de unidades por mês. O maior mercado fora do Brasil para os ovos férteis produzidos pela empresa é a Venezuela, para onde são embarcados cerca de 13 milhões de ovos por mês.

A título de comparação, o Brasil exportou em agosto de 2010 cerca de 20 milhões de ovos férteis. Ou seja: 75% de todo o embarque brasileiro é representado pela Globoaves. A procura é tão grande que nem dá à empresa a oportuni-dade de buscar novos mercados. Mas nem por isso as

exigências sanitárias são menores. Outros clientes importan-tes são Senegal, na África, e os Emirados Árabes Unidos.

Os ovos exportados provêm de matrizes com idade entre 28 e 60 semanas. Os destinados à Venezuela seguem em aviões 100% cargueiros e são embarcados durante cinco dias da semana, sendo que dois vôos por semana são exclu-sivos da Globoaves.

A empresa é também pioneira no embarque aéreo de carga de ovos paletizadas, importante para preservar a qua-lidade dos ovos férteis.

Ovos chegam à Central de Ovos Férteis onde são analisados, embalados e seguem para exportação

Não é fácil conseguir um horário na agenda dele. Mas vale a pena esperar. Afinal, Roberto Kaefer é um dos responsáveis por gerenciar a área comercial de um grupo que fatura, em média, 100 milhões de reais por mês. Para dar conta do recado, ele utiliza um jato para se deslocar entre os incubatórios, granjas e frigoríficos em todas as cinco regiões do Brasil. As viagens tam-bém são constantes para a Venezuela, grande com-prador de ovos férteis, Argentina e Paraguai.

No gerenciamento da empresa, Roberto destaca a importância dos colaboradores, a distribuição de res-ponsabilidades e a setorização. Um de seus trunfos é se valer de gerentes e funcionários de confiança. E, é claro, do irmão e sócio Velci Kaefer, que cuida da área administrativa do grupo.

Com a experiência adquirida em mais de duas dé-cadas, Roberto aponta que o mais importante é não perder as oportunidades que o próprio mercado ofe-rece: “é necessário estar atento, ou o cavalo passa”, afirma. Ele também lembra que, em decorrência de

leis trabalhistas severas, muitos impostos e outros en-traves, ser empresário no Brasil não é fácil. “É preciso paixão”, diz, “ou você larga a mão”. Para Roberto, ser empresário traz também muitas responsabilidades. Durante a crise de 2008-2009, o fato de empregar mi-lhares de pessoas contribuiu para que a Globoaves se-guisse em frente mesmo nos momentos mais difíceis.

Porém se engana quem pensa que ele é só traba-lho. Hoje, aos 53 anos, conta que aprendeu a equili-brar sua rotina. “Já cheguei a trabalhar até 21 horas, mas atualmente penso diferente. Chego cedo e me im-ponho um horário para encerrar o trabalho. Mas tra-balho aos sábados”, afirma. Na data desta entrevista, ao final de um dia de trabalho, Roberto ainda encara-ria uma partida de tênis ou futebol em sua chácara. Ele gosta de se cuidar e procura fazer exercícios diaria-mente, quando as viagens permitem. E também tem hobbys. O principal: curtir sua moto, uma Harley Davidson.

Roberto tem esposa e dois filhos, a quem se refere como “meus meninos”. A esposa é psicóloga, tem seu consultório no centro da cidade, mas também dá aten-dimento no Instituto Globoaves. Com idade na casa dos vinte anos, os dois filhos trabalham na empresa, um no setor comercial e o outro na área de constru-ção, dando continuidade ao legado da família Kaefer.

ROBERTO KAEFEREquilíbrio entre negócios e família

Roberto Kaefer: O homem dos 50 milhões de ovos férteis por mês

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32 Produção Animal | Avicultura

Caderno Postura

Dia Mundial do Ovo motiva organização de evento no PR e em SP

Comemoração

Como ocorre desde 1996, quando a Comis-são Internacional do Ovo (IEC na sigla em

inglês) instituiu a data, na segunda sexta-feira de outubro foi comemorado em vários conti-nentes o Dia Mundial do Ovo.

Todos os anos, associações e institutos desenvolvem ações para recuperar a imagem

perdida naqueles tempos em que o alimento foi taxado de vilão e, até agora, apenas par-cialmente recuperada. No Brasil, a USP e a APAVI organizaram eventos comemorativos. Os dois contaram com a participação da Ovos Brasil.

Em Pirassununga, SPNo dia 07 de outubro, véspera do dia mun-

dial do ovo, o campus de Pirassununga da Universidade de São Paulo (USP), promoveu o 1° Dia do Ovo, com a presença de cerca de 200 pessoas entre graduandos, pós-graduan-dos, profissionais, produtores e comunidade em geral. O evento foi gratuito e proporcio-nou aos seus participantes uma programação atualizada do contexto da avicultura de postura.

Nessa primeira edição, a nutricionista Lúcia Endriukate, da Ovos Brasil, fez uma aborda-gem especial sobre a importância dos aspec-tos nutritivos do ovo desmistificando questões relacionadas ao consumo desta importante proteína de origem animal. Em seguida, acon-teceu o “Egg Break”, onde foi servido uma omelete light feita com ingredientes saudáveis.

A professora Cristiane Araújo, uma das coordenadoras do evento, ressalta o grande interesse dos participantes no que se refere ao

Caderno PosturaAs principais notícias do setor produtor de ovos

LUCIA ENDRIKAITEAspectos nutritivos do ovo foram lembrados

Notícias curtas ................................... 32

Consumo de ovos cai nos EUA ...... 36

A avicultura europeia eas gaiolas ........................................... 38

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33 Produção Animal | Avicultura33 Produção Animal | Avicultura

ovo como alimento. “Muitos ficaram impressionados e passaram a ter posição favorável ao consumo do ovo. Ficou clara a relevância do even-to para os graduandos, já que a avicultura é um segmento dentro do mercado com excelentes perspectivas de trabalho”, afirma.

Em Cruzeiro do Sul, PRPalestras informativas, ações gastronômicas e um workshop sobre

arte com casca de ovo. Esses foram alguns dos destaques da 1° Festa do Ovo do Estado do Paraná, que aconteceu no dia 16 de outubro, na cidade de Cruzeiro do Sul. Mesmo embaixo de chuva um grande nú-mero de avicultores de postura paranaense esteve presente no encon-tro, organizado pela Associação Paranaense de Avicultura (APAVI). Um dos objetivos foi a promoção do ovo como um alimento saudável, de

alto valor nutricional e com segu-ridade garantida. “Através desses encontros os avicultores de pos-tura podem se unir cada vez mais para conquistar o consumidor final e mostrar o grande benefí-cio que esse produto traz à mesa do brasileiro”, afirma Arnaldo Cortez, Presidente da APAVI.

A especialista em nutri-ção funcional e esportiva, Yara de Castro, abriu as palestras com o tema “Ovos – Alimento Com-pleto”. Na seqüência, o Diretor Executivo do Instituto Ovos Brasil, José Roberto Bottura, apresentou os planos de divulgação do ovo através da mídia nacional e os avanços tecnológicos implanta-dos em novos aviários.

EGG BREAKOmelete light para os participantes do evento

SEMPRE PRESENTE Bottura e os planos de divulgação do ovo

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34 Produção Animal | Avicultura

Caderno Postura

Um retrato da avicultura de postura brasileira em 2010Instituto divulga dados que permitem análises

IBGE

Graças à divulgação, pelo IBGE, dos dados do segundo trimestre deste ano, é possí-

vel concluir que o volume de ovos produzidos nos seis primeiros meses de 2010 aumentou 4,7%, totalizando pouco mais de 1,215 bi-lhão de dúzias.

O índice de incremento em 12 meses não é muito diferente: entre julho de 2009 e ju-nho de 2010 foram produzidos no Brasil 2,415 bilhões de dúzias de ovos, volume 4,4% superior ao alcançado nos 12 meses imediatamente anteriores.

É sempre oportuno lembrar que o levan-tamento do IBGE abrange todos os tipos de ovos de galinha produzidos, isto é, para con-

sumo humano e para incubação. Por outro lado fica ressalvado que as informações cole-

tadas não correspondem à produção total, uma vez que são pesquisados apenas estabe-lecimentos com 10 mil ou mais galinhas poedeiras.

De 2000 para 2010 volume de ovos produzidos no Brasil cres-ceu perto de 47%

Até porque o mercado externo do produ-to ainda é incipiente, o ovo não apresenta evolução de produção tão significativa quan-to a do frango. Mesmo assim – mostra o IBGE – a expansão do volume produzido tem sido contínua.

De acordo com o órgão de estatísticas brasileiro, no primeiro semestre de 2010 foram produzidas no Brasil pouco mais de 1,215 bilhão de dúzias de ovos, volume 46,6% superior ao registrado no mesmo semestre de 2000. O total registrado nos dois semestres corresponde a um incremento médio de, aproximadamente, 4% ao ano.

A propósito desse levantamento, sempre é bom lembrar que os números do IBGE em relação aos ovos de galinha compreendem todos os tipos produzidos, para consumo humano e reprodução. Assim, a produção destinada especificamente ao consumo hu-mano tende a ser naturalmente menor que a apontada.

Por outro lado, porém, é impossível igno-rar que esses levantamentos referem-se ape-nas à produção de granjas com, no mínimo, 10 mil poedeiras. Como, no Brasil, ainda é

OVOSProdução brasileira nos

últimos 24 meses Julho de 2008 a junho de 2010

MIL DÚZIAS

2008/09 2009/10 VAR.

Julho 194.040 201.961 4,1%

Agosto 193.341 199.777 3,3%

Setembro 189.266 196.571 3,9%

Outubro 193.705 200.660 3,6%

Novembro 188.948 197.700 4,6%

Dezembro 194.027 203.040 4,6%

Janeiro 197.488 204.672 3,6%

Fevereiro 184.330 192.085 4,2%

Março 198.448 208.242 4,9%

Abril 191.891 202.509 5,5%

Maio 195.152 204.315 4,7%

Junho 193.955 203.804 5,1%

NO 1º SEMESTRE

1.161.264 1.215.627 4,7%

EM 12 MESES 2.314.591 2.415.336 4,4%

Fonte dos dados básicos: IBGEElaboração e análises: AVISITE

Incremento no volume

de ovos do primeiro semestre ficou aquém de 5%

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35 Produção Animal | Avicultura

grande a produção proveniente de plantéis com menor número de poedeiras, é provável que, senão totalmente, um indicador neutrali-ze o outro.

Disponibilidade per capita de ovos aumentou 27,5% desde 2000

Considerados a previsão de expansão da população brasileira nesta década e a evolução da produção brasileira de ovos de galinha – conclui-se que a disponibilidade per capita do produto entre 2000 e 2010 aumentou 27,5%, índice que corresponde a incremento médio de 2,5% ao ano. A estimativa para este ano, de disponibilidade da ordem de 149 ovos per capita, baseia-se nos resultados alcançados no primeiro semestre.

Comparativamente à de vários outros paí-ses, ainda é baixa a disponibilidade brasileira de ovos e, por decorrência, seu próprio consu-

mo. A média anual prevista para 2010, por exemplo, equivale a um consumo médio infe-rior a três ovos per capita semanais.

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36 Produção Animal | Avicultura

Caderno Postura

Consumo de ovos cai aos mais baixos níveis da décadaRecuo é de quase oito unidades per capita anuais a menos

Nos EUA

Embora preveja que em 2010 o consumo de ovos dos norte-americanos apresente algu-

ma recuperação em relação a 2008 e 2009, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) não espera bons resultados para o ano que vem. Assim, em suas primeiras previsões para 2011, projeta que o consumo per capita do produto não passará das 245,6 unidades per capita,

recuando cerca de 1,2% em relação ao volume previsto para este ano (248,5 ovos per capita). Se a previsão se confirmar, esse será o menor consumo dos últimos 11 anos.

Nesse período (isto é, desde o início do sécu-lo XXI), o consumo per capita norte-americano,

mesmo sofrendo algumas oscilações anuais, expandiu-se até 2006. Foi quando Bush filho, então presidindo os EUA, estabeleceu uma polí-tica de produção de etanol tendo como base

principalmente o milho. A partir daí os custos de produ-ção da avicultura sofreram exacerbada alta e os preços de aves e ovos se tornaram proi-bitivos para o consumidor – um processo que colocou em xeque a sobrevivência de muitas empresas avícolas dos EUA.

Então, o recuo no consu-mo de ovos foi significativo, de quase oito unidades per capita anuais a menos. E não cessou nos anos posteriores,

pois então veio a crise econômica, a perda de emprego e novas quedas no consumo.

Pelas atuais projeções do USDA, parece que as dificuldades enfrentadas pelos consumidores continuam maiores do que se supõe.

QUEDA Em 2011, norte-americanos devem consumir 245,6 unidades de ovo per capita

Alta dos custos de produção e crise

econômica impactam o consumo

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37 Produção Animal | Avicultura

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38 Produção Animal | Avicultura

Crédito das fotos: Tetsuo Miyakubo

Avicultura de postura europeia não está pronta para 2012Países manifestam dificuldades para substituir totalmente o atual sistema de gaiolas

Gaiolas enriquecidas

Faltando pouco mais de um ano para a implan-tação de um sistema que vem sendo discutido

e está definido em legislação desde os anos 1990, a União Europeia começa a descobrir que sua avicultura de postura ainda não está prepara-da para entrar em 2012.

Explica-se: em 1º de janeiro de 2012 passa a vigorar no bloco de 27 países europeus a exigên-cia legal que bane, definitivamente, o uso de gaiolas convencionais na criação de poedeiras e permite, no máximo, a utilização de gaiolas equi-padas - batizadas de “enriquecidas”, pois além de serem bem mais amplas, dispõem de ninhos, poleiros, “cama” e maior espaço nos comedouros.

Mas depois de muitas marchas e contramar-chas, depois de inúmeras manifestações de enti-dades defensoras do bem-estar animal e depois da decisão da Comissão Europeia (CE) de que o uso das gaiolas convencionais no bloco não vai além de 31 de dezembro de 2011, está se desco-

brindo que a medida será prejudicial para o bloco – e não apenas para o setor produtivo, mas tam-bém para o consumidor.

O primeiro alerta nesse sentido veio da Polô-nia, país admitido à UE em 2004. Lá, uma comis-

são de médicos veterinários pertencente à Dire-ção-Geral de Saúde e Proteção do Consumidor (DG-SANCO) constatou que a avicultura de pos-tura polonesa não está preparada para substituir totalmente o atual sistema de gaiolas no final do ano que vem.

O alerta seguinte veio da Hungria. A adesão ao bloco econômico europeu também ocorreu em 2004, mas parece não ter feito bem para a avicultura de postura local, pois, de lá para cá, o plantel de poedeiras do país caiu de cerca de 3.470 milhões de cabeças para apenas 2.265 milhões de cabeças – um terço a menos do que existia à época da admissão.

Esse, porém, ainda não é o fundo do poço. Pois a entidade dos produtores de ovos húngaros antecipa que até o final de 2011 haverá no país um milhão de poedeiras a menos, uma vez que o setor não conta com retorno financeiro suficiente para investir no novo sistema de gaiolas.

À primeira vista, o “choro” vem apenas de alguns países recém-admitidos à UE. Mas não é bem assim. Em encontro amplo realizado no início deste mês, pelo menos outros três “velhos” integrantes da União Europeia e grandes produ-tores de ovos do bloco – França, Espanha e Reino Unido – manifestaram dificuldades para atender plenamente os requisitos previstos para o primei-ro dia de 2012.

Pelo andar da carruagem, o embargo às gaiolas tradicionais vai acabar protelado por mais alguns anos.

NA HUNGRIA Entidade dos produ-

tores antecipa que até o final de 2011 haverá no país um

milhão de poedeiras a menos

Novos e velhos integrantes da UE discutem

prejuízos para setor de postura

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39 Produção Animal | Avicultura

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40 Produção Animal | Avicultura

Caderno NutriçãoCaderno NutriçãoAs principais notícias do setor Notícias curtas ................................... 40

Frango e hormônios: lá fora o mito também persisteMaioria da população ainda acredita na alimentação com esteróides

Na Austrália

Está enganado quem imagina que o proble-ma é exclusivamente brasileiro. Uma nova

pesquisa revela que a maioria dos australianos (78,6%) acredita, equi-vocadamente, que o frango é alimentado com hormônios e este-róides. Ou, como cita uma publicação da Austrália, “escassos 8,8% da nossa popula-ção reconhecem que a indústria avícola não utiliza essas drogas”.

Referindo-se a essa percepção distorcida das razões da grande evolução do frango, o Dr. Andreas Dubs, Diretor Executivo da Federação Australiana da Indústria do Frango (ACMF, na sigla em inglês), chama a aten-ção para o fato de que os frangos, simples-mente, não necessitam de hormônios ou este-róides. E observa que

há mais de meio século esses produtos não entram na composição das rações avícolas.

A propósito, enfatiza que “o frango de hoje cresce mais e muito mais rápido que o de 50 anos atrás, graças, principalmente, ao me-lhoramento genético. Não só a ele, porém, pois a concretização de todo o potencial propi-ciado pela melhoria genética é obtida através da melhoria constante (e concomitante) da alimentação oferecida às aves. Ou, como cos-tuma sintetizar um dos empresários líderes do setor, ‘melhor raça, melhor ração’”.

“O perfil preciso de nutrientes que um frango necessita em cada estágio de seu de-senvolvimento tem sido estudado extensiva-mente. Assim, as rações podem ser formuladas conforme necessidades específicas [de cada fase da vida da ave], o que otimiza seu desen-volvimento. Mas mesmo isso não é tudo, por-que outros ganhos de desempenho e produti-vidade resultam, também, de técnicas de manejo sempre aperfeiçoadas e de um contro-le sanitário em constante evolução.”

Para melhor esclarecer o consumidor aus-traliano, a ACMF produziu material técnico (“Frangos e hormônios: os fatos”), além de disponibilizar uma linha direta para consultas sobre o assunto.

Para acessar o material da ACMF (em in-glês) acesse

www.chicken.org.au/files/Chickens%20and%20Hormones%20-%20The%20Facts%20-%20Final.pdf.

Nutrigenômica e nutrigenética .... 42

Empresas e Equipamentos ............. 58

Os novos caminhos da nutrição ... 50Informes técnico-empresariais

Poli-Nutri: Dieta pós-eclosão epré-inicial ............................................. 52Evonik: Betaína como fonte poupadora de DL-Metionina ......... 56

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41 Produção Animal | Avicultura

União Europeia desenvolve site para registro de novas matérias-primas

Online

Segundo norma vigente desde 1° de setem-bro, toda matéria-prima para alimentação

animal recém lançada a ser introduzida no mercado da União Europeia deve ser comuni-cada imediatamente, às autoridades. Ainda de acordo com a legislação do bloco, as notifica-ções devem ser cadastradas e publicadas na internet. Para isso, os representantes do agro-negócio europeu desenvolveram o site www.feedmaterialregister.eu com o intuito de agili-zar o processo de registro e facilitar o acesso às informações.

As autoridades europeias estão trabalhan-do na atualização do cadastro e todos os registros anteriores foram incluídos. A partir de agora, todas as notificações podem ser feitas somente através da ferramenta online.

Os registros dos produtos podem ser feitos em qualquer idioma do bloco europeu. Mas para garantir a eficiência da ferramenta, o cadastro das características dos produtos deve ser feito em inglês. O nome e as característi-

cas são incluídas automaticamente no site. Já as informações de contato de quem fez o cadastro não estarão disponíveis.

Facilitar acesso às informações é um dos objetivos do portal

www.feedmaterialregister.euFormulário a ser preenchido

na internet para o registro de novos produtos

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42 Produção Animal | Avicultura

Apesar de todas as células do nosso organismo apresentarem um con-junto completo de genes idênti-

cos, apenas uma fração desses genes está expressa ou “ligada” em cada tipo celu-lar. É o subconjunto desses genes que es-tão expressos que fornece a cada célula a sua função específica e as suas caracterís-ticas estruturais. Por esse motivo, por exemplo, as células hepáticas são total-mente diferentes, em sua estrutura e fun-ção, dos melanócitos na pele. Enquanto os hepatócitos apresentam funções como metabolização de substâncias e produção da bílis, os melanócitos secretam melani-na, sendo responsáveis pela coloração da pele. Quando um gene está ativado, regu-lado positivamente, a maquinaria celular começa a transcrevê-lo em outro tipo de material genético chamado RNA mensa-geiro (mRNA). Alguns desses mRNA con-têm o “código” ou a mensagem que será então traduzida em uma ou parte de uma proteína. As proteínas, por sua vez, apre-sentam diferentes funções no organismo, algumas estão envolvidas em processos metabólicos, outras em estruturais, de transporte, regulação ou comunicação. Dessa forma, tipos celulares distintos são regulados e expressam diferentes proteí-nas que darão a identidade a cada célula,

MARIA CONSTANZA Nutrigenômica contribui

para a compreensão sobre interações

biológicas que controlam características e a

variabilidade de animais importantes para a alimentação

humana, como as aves

Autora: Maria Constanza Rodriguez, Médica veterinária e doutora em ciências

biológicas com genética molecular

Caderno Nutrição

A nutrigenômica e sua contribuição para a avicultura

Faces emergentes da nutrigenômica e nutrigenética para

melhorar a saúde e a produção de aves

Nutrição Molecular

Nas últimas décadas, a pesquisa em nutri-ção tem sofrido grandes mudanças em seu fo-co, baseadas na percepção de que muitos micro e macronutrientes possuem a habilidade de in-teragir com o DNA. A finalidade deste artigo é trazer informações sobre o que é a Nutrigenô-mica, suas aplicações e a sua utilidade para me-lhorar a saúde e a produção animal. Muitos pes-quisadores já se depararam com dificuldades em reproduzir resultados prévios obtidos por outros ou até pelo mesmo grupo de pesquisa utilizando delineamentos experimentais simila-res. Isso se deve a grande complexidade dos ali-mentos e do organismo animal e demonstra que os nutricionistas não podem mais trabalhar isoladamente. Ao invés disso, é necessário que profissionais de diferentes áreas trabalhem jun-tos para compreender as diferenças genéticas existentes entre os indivíduos e como o ambien-te interage com o DNA. Tecnologias modernas que consideram uma série de fatores simultane-amente já estão disponíveis. No caso da avicul-tura, estas modernas tecnologias foram enri-quecidas pelos dados obtidos através do projeto do seqüenciamento do genoma da galinha (Gallus gallus). A Nutrigenômica, ciência van-guardista, vem contribuindo significativamente para a nossa compreensão sobre as complexas interações biológicas que controlam as caracte-rísticas e a variabilidade de animais importantes para a alimentação humana, como as aves.

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tecido e órgão do nosso corpo. O fluxo da informação do DNA para o RNA e então para a proteína é conhecido como dogma central da biologia (WATSON & CRICK, 1953) (Figura 1).

A genômica analisa milhares de ge-nes, ao invés de um só, utilizando técni-cas como os microarranjos, aliadas à bio-informática, que possibilita a análise simultânea de toda essa informação para poder armazenar, manejar, integrar e in-terpretar o grande volume de dados. Uma vez que a variação genética pode alterar a expressão dos genes, é importante com-preender melhor os genes associados ao controle da ingestão de alimento, balan-ço energético, imunidade, reprodução e uma série de outros aspectos que influen-ciam direta ou indiretamente a produção e saúde animal. A compreensão de como a expressão gênica é regulada pelo estí-mulo nutricional e hormonal oferece no-vas perspectivas na atual nutrição de aves, além de práticas de acasalamento e manejo.

O sufixo “omica” é usado com a fina-lidade de identificar campos da biologia que estudam diferentes moléculas. Por exemplo, a genômica estuda o genoma, a transcriptômica pesquisa o transcripto-ma, a proteômica, as proteínas e a meta-

Profissionais das áreas de nutrição e melhoramento animal sempre debateram sobre o que representa a maior porcenta-gem de impacto na produção animal: a genética ou a nutrição. A verdade é que há grande dificuldade em separar a nutrição da genética, uma vez que ambas estão sempre juntas. A Nu-trigenômica e a Nutrigenética são dois campos da ciência que, apesar de terem abordagens distintas, possuem um único ob-jetivo possibilitando a análise de ambos os fatores ao mesmo tempo. A abordagem Nutrigenômica visa desvendar os efeitos da dieta na saúde e produção. Já a Nutrigenética, por sua vez, avalia como a composição genética de um indivíduo responde à dieta. Ambas possuem o objetivo comum de melhorar a saú-de e a produtividade animal através de dietas personalizadas e são consideradas abordagens poderosas para desvendar a complexa relação entre as moléculas nutricionais, os polimor-fismos genéticos e o sistema biológico como um todo.

Desde os tempos do renomado físico grego, Hipócrates, a nutrição tem apresentado claramente um papel predominante e reconhecido para a saúde. Contudo, com o tempo, a nossa compreensão sobre a dieta e seus efeitos evoluiu muito e pas-sou de associações leigas a fatos conclusivos e comprovados. O advento da ciência moderna levou a percepção de que não só alguns nutrientes são essenciais, mas que suas quantidades es-pecíficas também são muito importantes (MUTCH et al., 2005). Dessa forma, o desenvolvimento animal é claramente definido pelas influências ambientais (ex: dieta, atividade física, condi-ções climáticas etc) e pela hereditariedade, indicando que am-bos os aspectos devem ser considerados a fim de melhorar a saúde e o desempenho. Apesar disso já estar bem estabeleci-do, os delineamentos experimentais são normalmente especí-ficos a apenas um fator, gene ou ambiente que são analisados isoladamente.

A Nutrigenômica e a Nutrigenética

Figura 1. Dogma central da Biologia (Watson & Crick, 1953).

No caso da avicultura, as tecnologias para análise dos genes foram enriquecidas pelos dados obtidos através do projeto do seqüenciamento do genoma da galinha

Elaboração: Alltech

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Caderno Nutrição

bolômica pesquisa os metabólitos. As téc-nicas aplicadas para o estudo de cada um deste campos por sua vez, apresentam di-ferentes limitações e dificuldades. As técnicas utilizadas no estudo da proteô-mica não estão tão popularizadas quanto outras e uma das dificuldades é a padro-nização das metodologias. Outras técni-cas de alta-resolução, por outro lado, co-mo o seqüenciamento de DNA que é utilizado para o estudo do genoma, assim como os microarranjos e a PCR tempo re-al para estudo dos transcritos já estão bem difundidas.

No caso da avicultura, estas modernas tecnologias foram enriquecidas pelos da-dos obtidos através do projeto do seqüen-ciamento do genoma da galinha (Gallus gallus). A primeira versão completa deste genoma revelou um genoma de tamanho relativamente pequeno de 1 bilhão de pa-res de bases, como das aves em geral e a presença de aproximadamente 20-23.000 genes (HILLIER et al., 2004). A disponibi-lização deste genoma levou a comunida-de de pesquisa em avicultura a um novo patamar, possibilitando uma abordagem mais integrada do metabolismo para ex-plorar o papel da dieta na produção e nas doenças desta espécie. Essa grande quan-tidade de informação possibilitou não apenas o desenvolvimento ativo de plata-formas analíticas completas, mas tam-

bém programas apropriados para armaze-namento, organização e análise dos dados, além de revolucionar a nossa abor-dagem para compreensão da saúde e das características de desempenho de aves.

Aplicações da genômica funcio-nal na avicultura

Tecnologias recentes possibilitaram o desenvolvimento de um novo campo de pesquisa chamado genômica funcional. A genômica funcional estuda como o ge-noma de um organismo regula a homeos-tase e responde aos estímulos, possibili-tando assim uma melhor compreensão de sua interação com seu ambiente (ASHWELL, 2006). Desta forma, este campo possui importantes aplicações co-mo ferramenta para o estudo da intera-ção de um organismo com sua dieta. Há uma série de trabalhos que utilizam essas tecnologias de alta resolução para a avi-cultura e um dos motivos é pela sua im-portância na alimentação humana. Uma das principais fontes de proteína para a maior parte das populações humanas é fornecida através da galinha doméstica (Gallus gallus). Sua grande importância econômica faz com que seja foco de nu-merosos projetos de pesquisa (WICKER, et al.; 2005).

1) NutrigenômicaO objetivo da Nutrigenômica é fazer

uma extrapolação de como a nutrição in-duz as alterações na expressão gênica afe-tando as características de desempenho e saúde (Figura 2). O enfoque é o efeito dos componentes bioativos dos alimentos no genoma, transcriptoma, proteoma e me-taboloma. Através da determinação do mecanismo do efeito do nutriente ou efeito do regime nutricional, a Nutrige-nômica busca definir a relação entre es-tes componentes específicos ou dietas e características de desempenho. As novas tecnologias como a PCR tempo real e os microarranjos tornam possível mensurar a expressão gênica desde um único gene até um genoma inteiro. A Nutrigenômica é uma ciência nova, que ainda está enga-tinhando, mas cresce rapidamente.

Micronutrientes Figura 2. Representação esquemática centralizando a Nutrigenômica na interação Nutrição, Genômica e desempenho.

Elaboração: Alltech

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Zinco (Zn)O zinco é um nutriente importante no meta-

bolismo animal. Ele está presente em todas as células e participa de uma grande variedade de processos metabólicos devido a seu papel catalí-tico em mais de 200 enzimas. Estas enzimas es-tão envolvidas na síntese e/ou degradação de carboidratos, lipídeos, proteínas e ácidos nucléi-cos (KAIM & SCHWEDERSKI, 1994). Em aves, serve não apenas como nutriente, mas também pode ser utilizado como suplemento na dieta pa-ra manipulação do sistema reprodutivo da ave. É particularmente importante em poedeiras por ser um componente de uma série de metaloenzi-mas como a anidrase carbônica a qual é essen-cial para a formação da casca do ovo. Apresenta um papel importante também na resposta e cica-trização de feridas. Foi um dos primeiros nu-trientes que regulam a expressão gênica a ser es-tudado (BLANCHARD & COUSINS, 1996). A sua deficiência já foi bem caracterizada clinicamen-te e está associada com alterações na expressão de uma série de genes inclusive o da colecistoci-nina, uroguanilina e ubiquinona óxido redutase (BLANCHARD & COUSINS, 2000).

Selênio (Se)O selênio (Se) é um microelemento mineral

que apresenta importantes efeitos antioxidantes. Como co-fator da enzima glutationa peroxidase está diretamente envolvido na decomposição do peróxido de hidrogênio. Atualmente mais de 20 proteínas que contém ou utilizam o Se como co--fator já foram identificadas. A eficiência do sis-tema antioxidante apresenta efeitos importantes na saúde e no desempenho de frangos de corte, uma vez que o estresse oxidativo contribui para o dano e a morte celular. A importância da fon-te, forma e dos níveis do selênio na dieta de aves já foi demonstrada através de estudos de expres-são gênica. DIETRICH et al. (2009) compararam aves alimentadas com baixos e altos níveis de se-lênio na dieta e demonstraram que os níveis de selênio alteraram a expressão de vários genes no fígado desses animais, sendo que o grupo que re-cebeu uma suplementação de selênio provenien-te de leveduras enriquecidas com esse mineral apresentaram uma maior expressão dos genes Gpx-1 e Gpx-4 das proteínas glutationa peroxi-dase dependentes de NADPH indicando um maior status de Se. Além disso, 24 proteínas rela-cionadas ao ciclo da ubiquitina foram reguladas

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Caderno Nutrição

negativamente. As vias proteolíticas da ubiquitina reconhecem proteínas modifi-cadas oxidativamente ou danificadas de forma que sua regulação negativa pode ser indicativa de uma possível redução da de-gradação protéica no grupo suplementa-do. POWER (2009) em seu estudo com matrizes de frango de corte observou que a fonte de selênio na dieta ocasionou mu-danças transcricionais em genes ligados a fertilidade. O grupo suplementado com selênio proveniente de levedura enrique-cida com este mineral apresentou uma maior expressão de genes importantes pa-ra as vias ligadas ao hormônio folículo es-timulante (FSH) e a síntese protéica no oviduto.

Minerais e Vitaminas A dieta materna durante a gestação in-

fluencia o aparecimento de diferentes do-enças e características relacionadas a saú-de da prole. REBEL et al. (2006) investigaram a influencia da dieta de gali-nhas nos padrões de expressão gênica in-

testinal dos descendentes. As galinhas re-ceberam uma dieta comercial suplementada ou não com minerais e vi-taminas durante um período de cerca de 11 semanas. Os descendentes de ambos os grupos não apresentaram alterações em sua taxa de crescimento ou conversão ali-mentar. Foram analisados os padrões de expressão gênica intestinais desses des-cendentes aos 3 e 14 dias de idade através de um microarranjo de DNA intestinal. Foram identificados 11 genes com dife-rença em sua expressão entre os dois gru-pos tanto aos 3 quanto aos 14 dias de vi-da. Esses genes também se expressaram diferentemente em relação ao intestino

imaturo e desenvolvido, esses genes afe-tam o turnover intestinal, a proliferação e o desenvolvimento, metabolismo e absor-ção de nutrientes. Para confirmar se essas diferenças na expressão gênica estavam relacionadas ao desenvolvimento intesti-nal, eles investigaram sua proliferação, a qual também demonstrou diferenças en-tre os grupos com 3 e 14 dias. Os resulta-dos indicaram que a alimentação das ma-trizes influencia a funcionalidade intestinal da prole aos 3 e 14 dias.

Macronutrientes

Alimentos OrgânicosGREEFF et al. (2009) estudaram pela

primeira vez as diferenças entre aves ali-mentadas com dietas contendo ingredien-tes produzidos organicamente ou na for-ma convencional e encontraram diferenças significativas em sua expressão gênica. Os animais que receberam ali-mentos convencionais apresentaram uma menor expressão de 5 genes envolvidos diretamente na biosíntese do colesterol (acetoacetil-CoA sintase, isopentenil-PP isomerase, squaleno epoxidase, -coleste-rol-C4 metil oxidase e 17β-hidroxiesterol deidrogenase) e maior expressão de outros 2 genes indiretamente envolvidos (insig-1 e P450). Essas alterações reduziram a sín-tese do colesterol no jejuno nos animais alimentados com as dietas convencionais.

Subproduto de CLAJá se sabe que o ácido linoléico conju-

gado (CLA) apresenta uma série de benefí-cios para a saúde como efeitos anticarci-nogênicos, antiaterogênicos, antidiabéticos e imunoestimulantes. SUK-SONBAT et al. (2006) encontraram níveis mais altos de CLA e ácidos graxos nos lipí-deos da gema de ovo a medida que o CLA da dieta aumentou. KIM et al. (2010) ava-liaram se a suplementação de subproduto de CLA (CBP) na dieta aumentaria seu acúmulo no músculo de frangos de corte e sua expressão lipogênica no fígado. Um total de 456 pintos com 1 dia de idade fo-ram distribuídos aleatoriamente em qua-tro grupos, cada um recebendo 2% de su-plementação durante 4 semanas: óleo de

Objetivo da Nutrigenômica é fazer uma extrapolação de

como a nutrição induz as alterações na expressão gênica

afetando as características de desempenho e saúde

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soja (controle), óleo de cártamo, CLA pu-rificado e CBP. Pouca alteração no desem-penho dos frangos foi observada durante o experimento. O resultado sugeriu que o CBP poderia ser uma fonte eficiente para promover o acumulo nos músculos sem induzir a lipogênese no fígado ou compro-meter o desempenho e a qualidade da car-ne dessas aves, o que foi avaliado através dos níveis de expressão gênica da proteína 1 de ligação aos elementos regulatórios de esterol (SREBP1), assim como outros genes alvo como o da sintetase de ácidos graxos (FAS) e a carboxilase acetil coenzima A (ACC). O CBP pode ser considerado uma fonte dietética eficiente que promove o acúmulo de CLA nos músculos em frango de corte sem indução de lipogênese hepá-tica.

2) ProteômicaDevido à grande dificuldade na padro-

nização das metodologias que permitam a comparação entre seus resultados, as téc-nicas para o estudo do proteoma ainda não estão tão popularizadas como as téc-nicas utilizadas no estudo do transcripto-ma. Contudo, mesmo assim, há um núme-ro crescente de estudos buscando identificar respostas celulares a consti-tuintes dietéticos, bem como seus alvos moleculares através da proteômica. Uma série de trabalhos com genética nutricio-nal utilizaram a proteômica em animais de interesse zootécnico.

CORZO et al. (2006) avaliaram o efeito de dietas com diferentes níveis de metio-nina na expressão protéica de músculos esqueléticos de frangos de corte. Eles não identificaram nenhuma proteína exclusi-va nas aves alimentadas com os níveis ade-

quados de metionina e frisaram a impor-tância de mais estudos em relação às proteínas expressas apenas nos animais que receberam a dieta deficiente em me-tionina. GUÉRIN-DUBIARD et al. (2006) analisaram proteínas na clara de ovo atra-vés de eletroforese bidimensional e encon-traram 69 proteínas principais e 16 proteí-nas secundárias das quais duas nunca haviam sido detectadas na clara de ovo. MOLETTE et al. (2006) avaliaram a respos-ta de duas linhagens genéticas de perus, Label Rouge de crescimento lento e BUT9 com crescimento rápido, submetidas ao processo artificial de geração de carne PSE. Eles analisaram a expressão de uma série de proteínas a fim de determinar se aves de crescimento rápido foram mais susceptíveis a síndrome PSE, contudo não identificaram diferenças entre as linha-gens e sugeriram a realização de novos es-tudos em condições comerciais.

Apesar das dificuldades encontradas na realização de estudos com proteômica há uma tendência de que haja um aumen-to gradativo na utilização destas técnicas na área zootécnica. O genoma humano, por exemplo, apresenta cerca de 30 mil ge-nes identificados, mas é capaz de expres-sar mais de 100 mil proteínas o que de-monstra a importância da integração de técnicas transcriptômicas, como os micro-arranjos, com outras utilizadas no estudo das proteínas.

A genômica funcional apresenta gran-de potencial no redirecionamento da nu-trição de aves para uma abordagem mais personalizada, nas quais as dietas poderão ser direcionadas em função das raças, li-nhagens ou mesmo grupos com caracterís-ticas semelhantes.

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Caderno Nutrição

ConclusãoO reconhecimento de que os nutrientes

possuem a habilidade de interagir e modular os mecanismos moleculares responsáveis pe-las funções fisiológicas do organismo levou a uma revolução no campo da nutrição. A grande complexidade dos alimentos e do or-ganismo animal demonstra que os nutricio-nistas não podem mais trabalhar isolada-mente. Ao invés disso, é necessário que profissionais da biologia molecular, compu-tação, matemática e outras áreas afins traba-lhem juntos para compreender como o am-

biente interage com o nosso DNA. Essas dificuldades já podem ser contornadas atra-vés de tecnologias modernas que consideram estes fatores simultaneamente. As aborda-gens holísticas poderão melhorar a nossa compreensão sobre as complexas interações biológicas que controlam as características e a variabilidade de animais importantes para a alimentação humana, como as aves.

A íntegra do texto, com a referência bibliográfica, está disponível em www.avisite.com.br/cet.

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Representação esquemática da hibridização da seqüência de

DNA fita-simples com suas seqüências complementares no GeneChip

Tamanho real do GeneChip

Um GeneChip contém cerca

de 500.000 spots

Cada spot comporta milhões

de seqüências de DNA

Cada seqüência de DNA pode conter cerca de 25 pb

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Caderno Nutrição

Os novos

caminhos da nutrição

Encontramos Godofredo Miltenburg, médico veterinário e Presidente do Colé-gio Brasileiro de Nutrição Animal (CBNA), para uma conversa sobre os cami-

nhos e inovações da nutrição, e as próximas fronteiras no desenvolvimento desta área que corresponde a 70% dos custos na produção animal. De forma direta e simples, Godofredo levanta tópicos, divide o conhecimento técnico e aponta tendências.

Sustentabilidade, bem-estar animal, interdisciplinaridade, engenharia genética... A nutrição animal não para e novos caminhos estão sempre aparecendo

Energia Líquida “A nutrição corresponde a cerca de

70% dos custos de produção e, com certeza, na avicultura é uma das áreas mais estudadas. Já existe uma tradição de pesquisa no Brasil, e a pesquisa bra-sileira está atualizada em comparação com a Europa e os EUA. Aqui, várias universidades públicas trabalham, há bastante tempo, com diferentes áreas da nutrição avícola. A área de minerais, por exemplo, já foi bastante estudada, assim como a de aminoácidos e energia.

Em termos de energia, uma inova-ção com perspectiva de aplicação em curto prazo seria o conceito de energia líquida ou neta (Net Energy em inglês) para aves. Hoje em dia, o que é utiliza-do na nutrição de aves, poedeiras, fran-gos e matrizes é a energia metabolizá-vel. O desenvolvimento de pesquisas para energia líquida está avançado em alguns países na Europa e na África do Sul. É um conceito diferente.

Usualmente, utilizamos a energia metabolizável, que é o resultado da energia presente na ração (bruta) me-nos a energia que a ave utiliza para vi-ver, dos processos fisiológicos como di-gestão, da produção de urina e fezes.

Com energia líquida sabemos qual a quantidade exata que vai para a manu-tenção corpórea da ave e qual vai ser aplicada para o ganho de carne, produ-ção de ovos, ou seja, para o desempe-nho produtivo do animal.

Dessa forma o profissional tem como mudar a formulação da ração, re-adaptar, valorizando os alimentos de uma forma mais eficiente do que com a energia metabolizável ou digestiva. É um método mais preciso que já é apli-cado em suínos e ruminantes há muito tempo. Para aves, anteriormente, não se via muita importância. Mas hoje em dia vemos as últimas pesquisas cami-nhando nesse sentido.”

Aminoácidos limitantes “Existe uma discussão sobre qual

será o próximo aminoácido limitante para a produção de aves. Estamos ten-do cada vez mais o desenvolvimento de aminoácidos sintéticos. Hoje temos disponíveis no mercado a lisina, a me-tionina, a trionina, triptofano, e tam-bém a valina. Agora, para aves, prova-velmente a iso-leucina, seja um dos próximos limitantes. O uso de aminoá-cidos digestíveis é comum na avicultu-ra também, como é na área de suínos”.

O Colégio Brasileiro de Nutri-ção Animal (CBNA) apresen-

ta números expressivos nos seus 25 anos de existência. Durante este período, a entidade sem fins lucrativos foi responsável pela organização de mais de 100 encontros técnico-científicos. As pesquisas e inovações apresenta-das em todos esses eventos abas-tecem anualmente o campo da nutrição animal brasileira e contri-buem para o aprimoramento e desenvolvimento do setor.

Desde sua fundação, em 05 de dezembro de 1985, o CBNA tem cumprido seus objetivos: fomentar publicações, conferên-cias, cursos, congressos, enfim, trabalhar pela difusão de conheci-mento para evolução da nutrição animal.

A organização do IV Congres-so Latino Americano de Nutrição Animal (CLANA), que acontece nos dias 23 a 26 de novembro, em São Pedro, SP, é mais uma etapa nesta trajetória. O evento bienal reúne as maiores especia-listas em pesquisa e avanços da nutrição animal em nível mundial. Desde 2001, o CLANA acontece em um local diferente da América Latina e é organizado pela autori-dade máxima em nutrição animal do país sede.

Mais de uma centena de encontros organizados

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Aditivos melhoradores de desempenho “A substituição dos aditivos melhoradores de

desempenho tradicionais também é uma área cada vez mais explorada na avicultura. Há uma concen-tração de esforços no aprimoramento de aditivos alternativos como ácidos orgânicos, óleos essen-ciais, leveduras, probióticos, prebióticos. Já existem resultados concretos, mas os custos ainda são mais altos do que os da produção tradicional. As empre-sas exportadoras que não podem utilizar os aditi-vos melhoradores de desempenho tradicionais já estão utilizando os alternativos na formulação. Os países que trabalham com números altos de expor-tação, como o Brasil, já estão preparados para a uti-lização desses aditivos alternativos na formulação, uma vez que o uso dos tradicionais está cada vez mais restrito. O mercado europeu, por exemplo, tem muitas restrições aos aditivos melhoradores de desempenho tradicionais.

Simultaneamente, existe também o desenvol-vimento dos minerais orgânicos. Com a utilização dos minerais orgânicos você tem uma produtivida-de um pouco melhor e isso faz com que o produtor não precise tanto dos melhoradores de desempenho”.

Enriquecimento nutricional “O enriquecimento nutricional da carne ou

dos ovos é outro tema em franca evolução. Em cur-to prazo, o consumidor vai ter à sua disposição qualquer produto de aves ou de suínos enriqueci-dos com alguns nutrientes específicos fundamen-tais para saúde humana.

O próprio consumidor vai ter uma carne enri-quecida com vitamina E, antioxidante, ômega 3, ômega 6 o que melhora, além da disponibilidade de nutrientes no alimento, a conservação desse produto nas prateleiras do supermercado. Isso é bastante positivo. Já existem algumas empresas tra-balhando nessa área”.

Desenvolvimento das enzimas“A adição de enzimas exógenas é cada vez mais

freqüente. Tudo começou com a fitase, na Europa, pois eles tinham problemas com a poluição am-biental por fósforo, e então os europeus começa-ram a estabelecer limites de inclusão de fósforo na dieta total. A fitase melhora a digestabilidade do fósforo fitico presente nos ingredientes da ração, conseguindo uma redução bastante significativa da eliminação de fósforo pelas fezes. E hoje, outras enzimas exógenas estão sendo estudadas para aju-dar na absorção do trigo, da cevada e do triticale. Atualmente, nós já temos ao nosso alcance várias enzimas para as dietas a base de soja e milho que são as típicas brasileiras ou americanas. Com a adi-ção dessas enzimas você melhora a digestibilidade,

melhora a conversão alimentar e automaticamente reduz a eliminação de nutrientes pelas fezes. Isso para a sustentabilidade é muito importante. E inter-fere também no bem estar das aves. Com a melho-ra da digestabilidade, inibe-se o crescimento de bactérias indesejadas no intestino, o que proporcio-na menos estresse para a ave e eleva o nível de bem estar. Já existem muitas empresas hoje com formu-lações especiais para a adição dessas enzimas exó-genas. ”

Produtos mais acessíveis e as exigências do mercado externo

“Nos últimos anos, os produtos têm ficado mais acessíveis. O único aminoácido sintético é a metionina, os outros são todos produtos de fermentação, da cana de açúcar, por exemplo. No Brasil, os custos com a cana de açúcar são inferiores a outros mercados como EUA e Eu-ropa, o que nos traz vantagens competitivas.

O Brasil, como maior exportador de frango tem que cumprir as exigências do mercado ex-terno, que são muito rigorosas, sem esquecer também do mercado interno. Nesse sentido, as empresas brasileiras são mais versáteis do que empresas americanas ou européias, que são mais conservadoras. O técnico brasileiro é um pouco mais versátil, mostra interesse na aplicação de novas tecnologias, aceita e testa. Isso é ótimo para o brasileiro. Com a exporta-ção correspondendo a quase 40% da produ-ção nacional, ou atendemos o mercado exter-no ou teremos sérios problemas. Temos concorrentes pesados acompanhado nosso de-senvolvimento e de olho em qualquer deslize nosso.”

GODOFREDO MILTENBURG

Produtores brasileiros devem

estar atentos às exigências

nutricionais para continuar no topo

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Caderno Nutrição

Dieta pós-eclosão e pré-inicial na nutrição de frangos de corte

O embrião passa por uma série de transformações nas últimas 72 horas de incubação, sendo a de maior in-

tensidade referente a maturação do trato gas-trintestinal. Existe divergência sobre quando a maturidade se completa, porém a eficiência digestiva se desenvolve rapidamente durante os primeiros dias após a eclosão (após três a cinco dias de idade), devido a modificações bruscas no aporte nutricional. Neste período o aporte nutricional e imunológico do saco vitelínico cessa e se inicia a dependência nu-tricional exclusivamente de fonte exógena (Santos et al., 2005).

Para explicar o “estresse” nutricional que a ave possui neste período, durante as pri-meiras horas de idade (fase denominada de pós-eclosão) o embrião passa de um metabo-lismo energético exclusivamente lipídico (a base de gorduras advindos do saco vitelíco) para um metabolismo energético glicolítico (pela elevação do consumo de carboidratos, fornecidos pela dieta). Como dito anterior-mente, esta transição se completa totalmente na primeira semana de idade (fase denomi-nada de pré-inicial).

O metabolismo celular destes nutrientes é tão complexo quanto diferente. Normalmen-te, após a digestão e absorção, os carboidra-tos, proteínas e gorduras são transportados a sítios celulares específicos para sua biotrans-formação. No caso do metabolismo energéti-co, um nutriente é tão eficiente na gênese de energia quanto mais eficiente for na síntese de ATP (Adenosina Tri-Fosfato). O metabolis-mo de carboidratos, após uma cadeia de eventos, libera energia suficiente para sinteti-zar 36 a 38 moléculas de ATP por molécula de glicose consumida. Enquanto o metabo-lismo das gorduras é capaz de gerar 147 molé-culas de ATP provenientes da degradação completa de um ácido graxo. Como as molé-culas de gorduras geralmente são tidas em triplicata (triglicerídeos), estes compostos

podem gerar até 441 moléculas de ATP, a par-tir dos componentes iniciais no ciclo de Kre-bs. Estes eventos complexos se processam no mesmo sítio celular, mas de forma bastante diferenciada. Esta diferença fisiológica é que determina o estresse nutricional que a ave passa no período pós-eclosão e parte do perí-odo pré-inicial (Damron & Sloan, 2003).

A adaptação rápida da ave a estas modifi-cações se torna fundamental para a maximi-zação do desempenho animal e o nutricio-nista pode atuar neste contexto de forma positiva. Durante a primeira semana pós eclosão, o peso intestinal destas aves aumen-ta de forma vertiginosa, se comparado ao pe-so total do corpo (Uni et al., 2003). Uma ali-mentação precoce (ex.: dietas pós-eclosão e pré-iniciais) durante este período aumenta ainda mais o desenvolvimento inicial do in-testino e oferece, a longo prazo, uma melho-ra na eficiência alimentar e o peso das aves à idade ao abate (Uni & Ferket, 2004).

Devido esta pressão, o trato gastrintesti-nal é um órgão muito ativo que possui uma considerável demanda de nutrientes e oxigê-nio (Yen et al., 1989). O trato gastrintestinal e o sistema cardio-pulmonar são dependen-tes um do outro, mas a relação pode ser in-fluenciada negativamente por processos in-flamatórios, patogênicos ou ambientais; resultando uma maior prevalência de qua-dros de ascites e morte súbita (Ivatury et al., 1996).

Embora o consumo de oxigênio pelo in-testino não seja conhecido para as aves, tem sido determinados em outros animais mono-gástricos, como suínos. O trato gastrintesti-nal de suínos (incluindo o baço e pâncreas) representa apenas 5% do peso corporal total, entretanto, que consome 25% do oxigênio total (Yen et al., 1989).

Da mesma forma, os pintos que não são alimentados precocemente desenvolvem um trato gastrintestinal imaturo que pode resul-

Autor: Alexandre Barbosa de Brito, DSc., Médico Veterinário, Poli-Nutri Alimentos

Informe Técnico - Empresarial

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tar em redução de crescimento, redução em resistência à doenças e na utilização inefi-ciente do alimento, o que determina em ren-dimento de ruim ao abate (Uni & Ferket, 2004).

Uma grande linha de pesquisa está em in-vestigar estratégias nutricionais que possam estimular rapidamente o desenvolvimento intestinal e melhorar a eficiência global da criação. Dietas especialmente formuladas têm sido manipuladas para alcançar uma melhor eficiência alimentar e redução de or-ganismos patogênicos (Bedford, 2000; Gil-more & Ferretti, 2003; Apajalahti et al., 2004). Dentre estas estratégias pode-se desta-car quatro:

a) Ação na Hipertrofia Muscular:Para compreendermos com clareza os

mecanismos pelos quais se torna possível manipular as condições de maturação e nu-trição de pintinhos na primeira semana de vida, devemos entender como se desenvolve o corpo da ave. A formação da fibra muscular esquelética se finaliza após a eclosão, não sendo possível, sob condições normais, con-seguir um aumento do número de fibras musculares por meio de mitose das miofibri-las (hiperplasia tecidual).

Todavia, observa-se aumento significati-vo na atividade metabólica destas células propiciando uma grande hipertrofia muscu-

lar. O aumento muscular é ocasionado devi-do á atividade das células satélites (precurso-res miogênicos presentes na musculatura esquelética), que inicia seu desenvolvimento durante a última fase embrionária.

Disponibilizar alimentos após a eclosão dos pintinhos é condição primordial para es-tímulo à proliferação de células satélites e sua incorporação às fibras musculares, propi-ciando máximo crescimento muscular (Viei-ra, 2004). Conseqüentemente, períodos de jejum prolongado determinam a “morte” de células musculares por apoptose. Isso traz danos irreparáveis ao desenvolvimento mus-cular das aves, afetando a qualidade da carca-ça ao abate.

b) Maturação Imunológica:O desenvolvimento de órgãos do sistema

digestório de pintinhos após a eclosão sofre forte influência dos processos de seleção. Al-ta prioridade deve ser dada aos sistemas di-gestivos, circulatório e respiratório. Todavia acredita-se que a partição de nutrientes para desenvolvimento dos órgãos e tecidos rela-cionados à resposta imune, tenha sido preju-dicada.

O sistema imunológico da ave inicia seu desenvolvimento na fase embrionária e en-contra-se parcialmente desenvolvido no mo-mento da eclosão. Os órgãos primários do sistema imune, timo e bursa, estão presentes

TABELA 01. Variação do peso vivo aos 7 e 42 dias de idade e de parâmetros morfofisiológicos de frangos de corte submetidos a diferentes períodos de jejum alimentar.

VariáveisJejum, horas Diferença entre

0 18 36 0 e 36 hrs, %

Peso 7 dias, g 142 132 118 16,90

Peso 42 dias, g 2.065 2.019 1.975 4,36

Altura de Villus, nm

Duodeno 168,00 293,10 - 147,50

Jejuno 158,20 - 107,90 35,77

Íleo 206,43 - 110,00 30,47

Média 206,43 - 121,80 41,00

Profundidade de Críptas, nm

Duodeno 55,50 - 33,00 40,54

Jejuno 37,80 - 33,20

Íleo 34,30 - 31,20 9,04

Média 42,53 - 32,47 23,67

Fonte: Gonzales (2003)

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Caderno Nutrição

e com tecido linfóide ativo. A proliferação de linfócitos na bursa ocorre entre o décimo e décimo quinto dia da fase embrionária. Po-rém os órgãos imunológicos secundários co-mo o baço, tonsilas cecais, divertículo de Meckel’s, glândula de Harder e tecido linfói-de difuso do intestino e do sistema respirató-rio, são imaturos à eclosão.

Na lâmina própria e epitélio intestinal, assim como em outros órgãos secundários do sistema imune, há a presença de células T imaturas, sem capacidade citotóxica ou de combate a antígenos até alguns dias após a eclosão.

A habilidade de gerar uma resposta imu-ne secundária (indicada pela presença de centros germinais, ou, de circulação de IgG e IgA) começa a se manifestar apenas entre um e quatro semanas após a eclosão.

Privar o pintinho de alimentação logo após a eclosão e de uma dieta balanceada nos primeiros dias de vida ocasiona redução no peso da Bursa, mais acentuada que a própria perda de massa corporal.

Por que isso ocorre? A ingestão de ração por si já é considerada uma exposição à antí-genos que ajudarão a maturar o sistema imu-nológico, além de ser fonte de nutriente e evitar a depressão do sistema imune como acontece nos casos de jejum. Dibner et al. (1998) demonstraram que pintinhos alimen-tados com um suplemento nutricional apre-sentaram alta proliferação de linfócitos na Bursa três dias após a eclosão. Ao contrário, pintinhos mantidos em jejum apresentaram ausência de linfócitos, demonstrando que o conteúdo resídual do saco vitelino, presente no pintinho após a eclosão, não serve como substituto à alimentação exógena.

Para os autores, a presença de centros ger-minativos é outro sinal da imunocompetên-cia das aves. Nestes locais há presença signi-ficativa de linfócitos T e B, e células receptoras de antígenos, importantes no desenvolvi-mento de uma memória do sistema imune, como por exemplo aquela requerida nas res-postas vacinais. Estes centros germinativos nas tonsilas cecais já estavam presentes no oitavo dia após eclosão em pintinhos que re-ceberam o suplemento alimentar por três dias, comparados a pintinhos submetidos a jejum, onde os centros só surgiram após 15 dias.

c) Modulação da Flora Intestinal:No momento da eclosão os pintinhos

possuem uma trato gastrintestinal pratica-mente livre de microorganismos. Após o nas-cimento um significativo número de micro-organismos invadem e colonizam o intestino destes animais sendo que o número se estabi-liza após a segunda semana de vida. Dentre as porções intestinais o ceco é o último a se estabilizar porém o que contem o maior nú-mero de colônias e com a maior diversidade.

No inglúvio, proventrículo e moela o pH é extremamente ácido o que determina a co-lonização por culturas bacterianas específi-cas do gênero Lactobacillus sp. Este gênero embora esteja presente em quase todo o trato gastrintestinal, possuem uma predileção maior por ambientes de baixo pH (Amit-Ro-mach, 2004).

O intestino delgado é colonizado por bac-térias que toleram de forma mais eficiente um pH próximo ao neutro, tais como: Salmo-nella sp., Escherichia coli, Bifidumbacteria sp; porém como dito anteriormente cepas do gê-nero Lactobacillus sp. também crescem neste segmento intestinal. Já o ceco é considerado a fração intestinal com maior quantidade de microrganismos e das mais diversas espécies (Maiorka et al., 2006).

Com isso pode-se observar que em cada segmento do trato gastrintestinal existe uma população bacteriana própria que deve-se es-tabelecer precocemente. Porém devido as di-versas características destes segmentos este desenvolvimento pode ser demorado, propi-ciando o aparecimento de disbioses intesti-nais.

A colonização do trato gastrintestinal é uma importante ferramenta para o desempe-nho de pintos de corte aos sete dias de idade com reflexos no peso ao abate. Portanto algu-mas estratégias podem ser utilizadas, tais co-mo: uso de dieta pós eclosão e pré-iniciais de alto valor biológico que propiciem o aporte de nutrientes em um período crucial para o desenvolvimento do sistema imunológico, que moldará todo a microbiota intestinal; uso de enzimas digestivas para maximizar o aproveitamento de nutrientes visando redu-zir substrato para desenvolvimento de bacté-rias patogênicas; e o uso de aditivos probióti-cos, pré-bióticos ou simbióticos que ajudam no mecanismo de exclusão competitiva.

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d) Aumento no Peso da ave na Pri-meira Semana:

Os efeitos de todos os tópicos descritos an-teriormente visam, principalmente, maximi-zar o peso das aves aos sete dias de idade. Di-versos autores descrevem que ao adaptar rapidamente a ave do metabolismo lipogêni-co para o glicogênico, reduzindo ao máximo o período de jejum alimentar com dietas es-pecíficas, o nutricionista possibilitará uma melhoria no desenvolvimento muscular, imunológico e na colonização do trato gas-trintestinal. O resultado pode ser observado na melhora do peso no final da primeira se-mana (Noy & Sklan, 1999; Gonzales et al. 1999; Saki, 2005).

Neste contexto, Gonzales et al. (2003) avaliaram o desempenho e parâmetros fisio-lógicos de frangos de corte submetidos a dife-rentes períodos de jejum alimentar (0 a 36 horas) após a eclosão. Os autores observaram uma redução linear no peso das aves ao séti-mo dia com o aumento no período de jejum alimentar. Esta queda, superior a 16%, se manteve até a idade ao abate (Tabela 1).

Os autores também avaliaram, logo após o alojamento, parâmetros morfofisiológicos. Comparando-se as aves que não tiveram perí-odo de jejum versus aquelas que jejuaram por 36 horas, houve uma redução media (avalian-do frações do duodeno, jejuno e íleo) de 41 e 23 % na altura de villus e profundidade das criptas, respectivamente (Tabela 01). Os auto-res concluíram que o período de jejum reduz o desempenho de frangos de corte ao abate provavelmente pelo inadequado desenvolvi-mento do trato gastrintestinal, em particular as frações correspondentes ao duodeno e jeju-no.

Utilizando estes conceitos nutricionais para formulação de dietas específicas para

frangos de corte na fase pós-eclosão e pré-ini-cial, o nutricionista poderá demonstrar por intermédio de avaliações zoo-econômicos, a eficiência no investimento de dietas pós-eclo-são e/ou pré-iniciais de alto valor biológico.

Exemplificando: em uma avaliação con-duzida em condições de campo, utilizando uma dieta específica para a fase pós-eclosão, ou seja, introduzida ainda no incubatório na caixa de transporte logo após a vacinação, com mais de 600 mil aves no período de Maio a Abril de 2010, foi possível observar diferen-ças marcantes no potencial zootécnico das aves, melhorando a conversão alimentar em até 2,82%. Este e outros parâmetros (Gráfico 01) possibilitaram grandes benefícios zootéc-nicos entre os animais que consumiram a dieta pós-eclosão.

ConclusãoExistem diversas maneiras para maximi-

zar o desempenho de frangos de corte com es-tratégias nutricionais nos primeiros dias de vida, tais como: adaptar rapidamente a ave do metabolismo lipogênico para o glicogêni-co, reduzindo ao máximo o período de jejum alimentar; usar uma dieta pós eclosão e/ou pré-inicial propiciando o aporte de nutrientes de forma adequada em um período crucial para o desenvolvimento da microbiota intes-tinal; uso de enzimas digestivas para maxi-mizar o aproveitamento de nutrientes visan-do reduzir substrato para desenvolvimento de bactérias patogênicas; entre outros.

Porém, qualquer uma destas ações deverá ser sucedida de uma avaliação zooeconômica demonstrando a eficiência entre o valor in-vestido e o retorno apurado, otimizando o su-cesso financeiro de sua empresa!

A íntegra do texto e bibliografia estão dis-poníveis em www.avisite.com.br/cet.

GRÁFICO 01. Valores de desempenho zootécnico ao abate (48 dias) de 600 mil aves que consumirão ou não dieta pós-eclosão na caixa de transporte.Avaliando estes números em um contexto zôo-eco-nômico, a taxa de retorno foi de R$ 16,00 para cada R$ 1,00 investido.

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Caderno Nutrição

O que esperar da Betaína como fonte poupadora de DL-Metionina

A DL-Metionina é o primeiro aminoácido industrial utilizado para suprir a deficiên-

cia de metionina na ração das aves a fim de melhorar o seu desempenho zootécnico. Diante do amplo direcionamento metabólico da metionina no organismo dos animais, sur-giu o conceito de produtos que se denomi-nam poupadores de metionina. Dentro deste conceito, a betaína – por apresentar a função doadora de grupo metil, atua no processo de remetilação da via metabólica cíclica da ho-mocisteína, contribuindo na resíntese de uma molécula de metionina. Desta forma, existe muito interesse em conhecer o quanto é pos-sível substituir parte da DL-Metionina suple-

mentar pela betaína a fim de obter economia na formulação da ração sem afetar negativa-mente o desempenho dos animais.

Uma revisão bibliográfica foi realizada com o intuito de analisar se a premissa é verdadeira. No artigo redigido por Ramalho Rodrigueiro, da área de Serviços Técnicos da Evonik Degussa Brasil, conclui-se que não existe um rendimento líquido na síntese de metionina quando se procura substituir parte

da DL-Metionina suplementar por betaína. Por outro lado, adequar a relação de aminoá-cidos sulfurados na dieta, ao invés de adotar o conceito de produtos que se denominam poupadores de metionina, é a solução mais sensata. Para Rodrigueiro, essa é a solução mais rentável e a que vai estabelecer uma relação custo-benefício (custo de ração vs desempenho do animal) sólida para o produ-tor “Ajustar a relação ideal de metionina+cistina digestível, utilizar a reco-mendação adequada de ácido fólico, Vitami-na B12, Vitamina B6 e colina pode ser o cami-nho mais seguro para melhorar a produtividade, oferecendo economia para as indústrias”. Por fim, o pesquisador elucida: A DL-Metionina é a fonte mais eficiente de metionina suplementar para as aves. Confira o conteúdo e as referências bibliográficas do artigo na íntegra através do endereço: www.avisite.com.br/cet.

Em artigo técnico, pesquisador da Evonik avalia se substituição é realmente viável

Relação de aminoácidos sulfurados na dieta,

ao invés de adotar os poupadores de metionina,

é a solução mais sensata

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Caderno Nutrição

Nutrição estratégica pode proporcionar oportunidades de ganhos

Empresas e Equipamentos

O tema nutrição já foi abordado pela Revista do AviSite inúmeras vezes. Sempre desperta grande atenção nos leitores e nas empresas parceiras. O interesse se justifica, já que,

como afirma a Novus, a nutrição representa cerca de 70% dos custos de produção da avicultura.

“Aumentar a eficiência da dieta para produzir mais carne é uma questão que implica na manutenção ou não na atividade”, lembra Luciana Franco, gerente técnica da Novus, que completa:

“Uma nutrição estratégica pode proporcionar oportunidades efetivas de ganhos para o setor. O mercado, interno e externo, demanda cada vez mais eficiência e qualidade da avicul-tura”. Aqui, aproveitamos a oportunidades para publicar um portfólio de produtos para nutri-ção avícola. Os textos abaixo são de responsabilidade das empresas contatadas.

AB Vista Mais informações: www.ab-vista.com

A companhia britânica AB Vista, per-tencente ao grupo internacional Associa-ted British Foods, dedica-se à busca de soluções tecnológicas na área de micro--ingredientes (enzimas, leveduras, dentre outros).

“Estabilidade e eficiência”.- Uma nova geração de xilanase, com

foco em dietas base milho e/ou sorgo; - Resistência intrínseca à temperatura

(não revestida), fazendo deste um produto realmente diferenciado do ponto de vista de termo-estabilidade;

- Excelente recuperação em rações e premixes;

- Serviços analiíticos exclusivos ligados à determinação de qualidade de ingredientes.

”E. coli fitase de última geração”.- Única molécula de fitase inerente-

mente termo-resistente (sem revestimento);

- Maior atividade e estabilidade nas porções chaves do trato gastro-intestinal (baixo pH);

- Maior liberação de fósforo fítico;- Serviços de recuperação (análise)

exclusivos.

“E coli Fitase na medida certa”. - E. coli fitase destinada a alimentos

não-peletizados (rações fareladas);- Grande estabilidade e ação nas por-

ções ácidas do trato gastro-intestinal;- Superior liberação de fósforo fítico.

“A levedura ativa”.Cepa da levedura Saccharomyces cere-

visiae, desenvolvida para a alimentação de animais de produção , produzido sob con-dições extremamente controladas para assegurar ótima viabilidade celular.

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59 Produção Animal | Avicultura

Adisseo Mais informações: www.adisseo.com.br

A linha de produtos Rovabio® Excel é um dos destaques da Adisseo. Rovabio® Excel resulta de uma versátil combinação de carbo-hidrases (enzimas NSP) que, ao romper e degradar a parede celular das partículas de milho e soja (ou outras matérias-primas vege-tais utilizadas na formulação da ração), libera maior quantidade de carboidratos para a digestão, e facilita a ação das enzimas diges-tivas sobre uma maior quantidade de nu-trientes. Em constante inovação, a linha de produtos Rovabio® vem sendo incrementada desde o seu lançamento. No início, Rovabio® era comercializado em duas apresentações:

líquido, para aplicação pós-pellet (Rovabio® Excel LC) e em pó, Rovabio® Excel AP.

Em 2009, duas inovações foram introdu-zidas à linha de produtos Rovabio®: Rova-bio® Excel AP T-Flex e Rovabio® MAX. Rova-bio® T-Flex foi desenvolvido para atender a todos que peletizam ração a temperaturas elevadas, até 90º C. Nestes casos, esta ver-são da linha de enzimas da Adisseo oferece garantia de que continuará estável e ativo durante até 30 segundos, tempo mais do que suficiente para atender as condições práticas verificadas na peletização de ração. A tecnologia de Rovabio® T-Flex está basea-da em inovações no processo produtivo, que geram partículas com dupla camada proteto-ra, de alta resistência a vapor, pressão e atrito.

Alltech Mais informações: www.alltech.com

Em 2010 a Alltech, empresa de nutrição e saúde animal celebra seus 30 anos no mundo e 17 no Brasil, além dos produtos naturais em ascensão. A Alltech diferencia--se no mercado mundial por fornecer solu-ções naturais para enfrentar os desafios que afetam a indústria de produção animal. O mercado brasileiro representa 10% do fatu-

ramento da Alltech Global e deverá fechar o ano com 20% de crescimento de mercado e grande aumento da exposição da marca por meio do patrocí-nio titular dos Jogos Equestres Mundiais Alltech FEI.

Biocamp Mais informações: www.biocamp.com.br

Potencialmente, a microflora possui mais de mil espécies de bactérias e a linha Colos-trum da Biocamp utiliza a microflora normal e saudável de ave SPF adulta, ou seja, probi-ótico NAGF (Normal Avian Gut Flora), especí-fico de ave e que possui diversos mecanis-mos de ação, pois colonizam todo o intestino e estimulando a defesa natural. Para empresas exportadoras a redução de contaminação por Salmonella já é uma razão para usar probióticos de flora múltipla (NAGF), mas estudos econômicos mostram que o investimento do programa se paga com ganhos zootécnicos.

Colostrum Plus® é um probiótico na

forma de pellet, indicado como colonizador intestinal antes do fornecimento de ração, podendo ser usado no incubatório ou no alojamento.

Colostrum Mix® é também um probiótico, mas para ser usado em rações fareladas, deve ser usado desde a dieta pré--inicial e poderá ser manti-do até a ração de abate, ou conforme a necessidade da empresa.

Colostrum Plau

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Caderno Nutrição

Evonik Mais informações: www.evonik.com.br

A empresa é o único fabricante que produz os quatro aminoácidos essenciais para nutrição animal: DL-Metionina, L-Lisina, L-Treonina e L-Triptofano.

DL- Metionina – É o único com 100% de bioeficácia comprovada em suínos e aves. Além disto tem proprieda-des excepcionais de dosagem e mistura;

Biolys - Forma superior de Lisina no mercado com teor mínimo de 50,7% de L-Lisina livre. Além da Lisina possui outros aminoácidos na sua composição;

L-Treonina – Especialmente vantajosa em dietas de baixa proteína com alto teor de grãos, auxiliando na redu-ção do custo das rações;

L-Triptofano - aminoácido essencial para leitões e suínos em crescimento, especialmente quando há redução da proteína da ração e alta inclusão de milho.

Guabi Mais informações: www.guabi.com.br

No sistema de produção avícola, onde produ-tividade e lucratividade são cruciais para a pereni-dade das empresas, a otimização da nutrição pré-inicial é uma ferramenta que permite aumen-tar a produtividade e os ganhos econômicos, proporcionando à empresa uma vantagem competitiva.

Durante a fase pré-inicial, as aves têm a anato-mia e a fisiologia do aparelho digestivo, bem como necessidades nutricionais diferenciadas em

função da dificuldade em digerir e absorver certos nutrientes.

Na formulação de uma ração pré-inicial temos que levar em consideração os aspectos de exigên-cia nutricional, tipo e qualidade dos ingredientes, sendo fundamental um rígido controle desses itens, como forma de maximizar a capacidade digestivo-absortiva.

Portanto, o investimento nutricional feito nesta fase de vida da ave acaba sendo convertido em melhor resultado zootécnico e lucratividade. Lembrando que os níveis nutricionais, a escolha dos ingredientes, o controle de qualidade das matérias-primas utilizadas e o processamento e a tecnologia de fabricação são fatores fundamen-tais para o sucesso da nutrição pré-inicial.

A Dieta Pré-Inicial para aves de corte e postu-ra da Guabi é uma ração minipeletizada e/ou triturada. Este formato evita a seleção de ingre-dientes e proporciona maior desenvolvimento do trato digestivo, além do aumento da motilidade da moela e incremento na liberação de enzimas digestivas. Isto garante maior ganho de peso e melhor conversão alimentar, otimizando os resul-tados zootécnicos e econômicos.

DL- Metionina

Dieta pré-inicial para aves

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61 Produção Animal | Avicultura

Novus Mais informações: www.novusint.com

Quatro programas de relevância na produção de frango de corte são propostos pela Novus: redução de custo de ração, redução de contami-nação por Salmonella, redução de condenação de carcaça e melhor eficiência produtiva da matriz.

Redução de custo na raçãoNeste programa, a Novus propõe melhorar a

digestibilidade das proteínas com a utilização de uma protease exógena (Cibenza DP 100). Desta forma, o produtor pode formular uma ração de menor custo com o mesmo desempenho, ou ainda, formular uma ração que maximiza a pro-dutividade, resultando em menor custo por quilo de carne produzida.

Redução de condenação de carcaça O programa de redução de condenação de

carcaça tem como objetivo melhorar a resistência dos tecidos e reduzir as perdas por condenações de forma significativa. O programa constituído por minerais orgânicos (Mintrex) é formulado de acordo com as características nutricionais das dietas dos clientes. Aumenta a biodisponibilida-de dos minerais que estão diretamente ligados

ao metabolismo de formação dos tecidos e da imunidade.

Integridade intestinal e controle de salmonella

Tem como objetivo prevenir o comprometi-mento da saúde gastrintestinal, resultando em uma eficiente produtividade e alta lucratividade.

A base é estabelecer uma adequada micro-biota, prevenir enterites necróticas, síndrome de trânsito rápido e controlar patógenos, como Salmonella, E.coli e Campylobac-ter, entre outros.

Eficiência pro-dutiva da matriz

É formado por minerais orgânicos de alta biodisponibilidade. O objetivo é melhorar a nutri-ção da matriz e promover a qualidade do ovo e do pintinho.

Além de proporcionar uma adequada resis-tência e elasticidade da casca do ovo, este proje-to contribui com um incremento no conteúdo de minerais.

Kemin Mais informações: www.kemin.com.br

Entre seu portfólio de produtos, a kemin destaca o CloSTAT e o Lysoforte.

CloSTAT Contém uma cepa patenteada de Bacillus

subtilis PB6, um microrganismo esporulado, única, de ocorrência natural, que tem efeito inibitório comprovado cientificamente contra Clostridium perfringens.

• Compatível com os antibióticos, cocci-diostáticos e ácidos orgânicos utilizados normalmente na produção;

• Estável em condições de peletização;• Estável por 1 ano;• Efeito inibitório contra microrganismos

patogênicos (Patente EUA 7.247.299);• Melhoria na microbiota e saúde

intestinal;• Contribui para o bem-estar geral dos

animais;• Melhoria de performance;• Maior retorno econômico.

LysoforteProduto rico em lisofosfolipídios, que promo-

vem melhor digestão e emulsi-ficação de gorduras, potencia-lizando a formação de micelas.

• Resistente à peletização - produto termo estável

• Resistente a tratamentos com ácidos orgânicos e formaldeído

• Produto em pó, facil-mente aplicado e misturado à ração

• Aprovado para uso em todas as espécies animais.

• Melhor digestão e absor-ção de todos os nutrientes da ração

• Melhor desempenho animal

• Reduz os custos da ração CloSTAT

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62 Produção Animal | Avicultura

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Diante do positivo cenário co-mercial brasileiro, a Ceva Brasil

traçou uma ambiciosa meta: subir duas posições no ranking das em-presas de saúde animal atuantes no mercado nacional. Hoje, a subsidiá-ria brasileira da empresa francesa ocupa a sétima colocação do seg-mento no país, com participação de 5% no mercado interno e um faturamento, em 2009, da ordem de R$ 123 milhões. No período de 2000 a 2008, o grupo apresentou um crescimento anual de cerca de 8%, e, até 2015, pretende ocupar a quinta posição no mercado interno ao elevar as vendas para a casa dos R$ 200 milhões.

Como estratégias de crescimen-to, a Ceva Brasil aposta no incre-mento do mercado interno em consequência da maior participa-ção nas exportações globais. A partir de 2012, o país será a plata-forma de vendas do grupo para todos os continentes, com exceção

da Europa e América do Norte. “A capacidade produtiva da Ceva nos permite promover as plantas de Paulínia e Campinas [ambas em SP] a plataformas de exportação de alguns produtos estratégicos para mais de 40 países”, destaca o Diretor Técnico e Industrial, Mauricio Del Bigio.

Para Alexis Goux, Presidente Executivo da Ceva Brasil, o merca-do ocupa o primeiro lugar em ven-das da Ceva global. Somente a produção das plantas de Paulínia e Campinas representa 13% de todo o faturamento. O dirigente ainda chama a atenção para o fortaleci-mento da estrutura nacional: nos últimos quatro anos, foram investi-dos mais de R$ 120 milhões em aquisições, a Vetbrands foi a mais importante delas. “O Brasil é um dos três maiores mercados de pro-dutos veterinários do mundo. Isso aliado à robusta estrutura que o grupo Ceva mantém no país, certa-mente levará, no curto prazo, à concentração da produção de pro-dutos estratégicos, promovendo o Brasil a um significativo pólo pro-dutivo do grupo”, completa Goux. Acesse o site da Ceva para mais informações: www.cevabrasil.com.br.

Nova logomarca é lançada mundialmente

No dia 27 de setembro, a Ceva divulgou simultaneamente em todo o mundo sua nova logomarca. A mudança foi motivada por incluir na marca as principais crenças da companhia, como a necessidade de uma nova abordagem para a saúde mundial e animal. Segundo dados da empresa, em 2050, o mundo terá mais de 9 bilhões de pessoas

para alimentar e três em cada cinco viverão no meio urbano. “A Ceva acredita que para atender a esses desafios, terá que desenvolver novas tecnologias e formas integra-das de trabalho conjunto. Como estamos indo em direção a um mundo em que as questões am-bientais são primordiais, torna-se cada dia mais importante o papel dos profissionais de saúde animal”, explica Alexis Goux, Presidente da Ceva Brasil. O novo logo tenta capturar essa visão de um futuro integrado a partir de três elemen-tos principais:

• Uma afirmação global de sua dimensão internacional e receptivi-dade para os novos desafios;

•A “marca de trabalho” da Ceva, em letras minúsculas, expres-sa o desejo de estar perto dos clientes, parceiros científicos e parceiros comerciais;

•Por fim, a “marca em C”, um símbolo distintivo, é a assinatura da identidade do grupo e do testemu-nho do comprometimento e traduz a mensagem de “nós nos respon-sabilizamos por aquilo que faze-mos”.

Ceva pretende ocupar quinta posição no mercado veterinário brasileiro

Meta

Subsidiária almeja faturamento de 200 milhões em 2015

ALEXIS GOUXMercado nacional

é principal negócio do

grupo

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Produção Animal | Avicultura 63

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Durante muitos anos o mercado de aves de corte no Brasil so-

freu efeitos diretos dos prejuízos causados pele enterite necrótica da aves de corte. Outra questão enfren-tada foi o uso indiscriminado de antibióticos promotores de cresci-mento. A enterite necrótica é causa-da pela bactéria Clostridium perfrin-gens e cada vez mais o uso de probióticos, produtos elaborados com microoganismos vivos, tem se mostrado boa alternativa para con-trole deste mal.

Segundo estudos apresentados recentemente por Greg Mathis, espe-cialista em doenças avícolas, “o cami-nho natural para a enterite necrótica serão os probióticos”, afirma. De acordo com as observações do espe-cialista, a enterite pode ser consequ-ência da coccidiose e ambas reque-rem muito cuidado por parte dos criadores.

A Pfizer e Christian Hansen por meio de sua parceria de negócios trouxeram para o mercado avícola brasileiro o probiótico GalliPro Tect, um promotor de crescimento desen-volvido para ração termorresistente que possui efeito benéfico sobre o equilíbrio microbiano no trato intesti-nal de aves. O produto, elaborado à base da bactéria Bacillus licheniformis, deve ser usado exclusivamente na alimentação animal. É indicado para

ganho de peso e melhora da conver-são alimentar, sendo muito eficiente também para controle da enterite necrótica avícola.

GalliPro é uma marca desenvolvida pela empresa dinamarquesa Christian Hansen e no Brasil tem distribuição exclusiva da Pfizer Saúde Animal. Utilizado na Europa e nos Estados Unidos, este probiótico tem mostrado excelentes resultados no desenvolvi-mento de aves de corte e já se tornou uma boa opção biológica para o cres-cimento saudável e natural de frangos destinados ao consumo humano.

Para outras informações sobre a pfizer acesse www.pfizersaudeanimal.com.br.

Pfizer e Christian Hansen

Probiótico chega ao mercado brasileiro através de parceria

GalliPro Tect é alternativa

GalliProTect é elaborado à base da bactéria Bacil-

lus licheniformis e deve ser usado exclusivamente na alimentação animal. É in-

dicado para ganho de peso e melhora da conversão ali-mentar, sendo muito efici-

ente também para controle da enterite necrótica avícola

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Equipe durante 5° Reunião de Distribuidores

1° AB Vista Phytase Summit

Enzimas geram benefícios da ordem de U$ 2 bi

Influentes nomes da comunidade científica concordam com a ne-

cessidade de uma abordagem co-mum nas discussões sobre a enzima fitase. Essa foi uma das conclusões obtidas após o evento internacional Phytase Summit, cuja primeira edi-ção foi realizada no final de setem-bro em Washington, EUA. Durante dois dias e meio, os participantes discutiram temas relacionados à área de nutrição de fósforo, fitases e fitato. A dinâmica do evento foi coordenada pela AB Vista Feed Ingredients, Universidade de Massey, na Nova Zelândia, Universidade de Maryland, nos EUA e a Universidade de Sidney, na Austrália.

Alguns dos tópicos abordados foram produção, alimentação animal, nutrição humana, serviços analíticos e bioquímica, digestibilidade de nutrien-tes, análise de fitato, eficácia de fita-ses, diferenciação entre moléculas de fitases e as tendências e futuro do uso de fitases na nutrição animal. Para Richard Cooper, Presidente da AB Vista, a introdução do uso da tecnolo-gia de fitases na indústria de produção animal é uma das histórias de sucesso de caráter massivo ocorrido na indús-tria nas últimas duas décadas. “Com um mercado estimado que excede U$ 350 milhões, as enzimas fitases estão sendo usadas por 60 a 70% das in-dústrias na produção de animais mo-nogástricos gerando um benefício de

cerca de U$ 2 bilhões”. Como próximo passo, a AB Vista

vai promover uma série de seminários locais ao redor do mundo a fim de disseminar os conceitos e discussões gerados no 1° Phytase Summit. Mais informações: www.ab-vista.com.

Evento discute futuro do uso de fitase na nutrição animal

Equipe reunida no Phytase Summit

Joint venture

Grupos procuram interessados nos produtos retirados do portfólio

A Merck e a Sanofis-Aventis de-ram os primeiros passos rumo à

consolidação da joint venture de seus braços veterinários, ação que resultará na Merial-Intervet. As duas companhias estão à procura de interessados em um produto ou até mesmo em linhas inteiras que preci-sarão deixar o portfólio da nova empresa por conta da concentração que pode ser gerada. As informa-ções partem do Valor Econômico.

A expectativa é que a Europa e os Estados Unidos aprovem a fusão até o fim do primeiro trimestre do próximo ano. Por causa disso, as empresas ainda atuam de forma separada. Segundo informações do Valor, com a joint venture, nasce uma empresa com faturamento estimado em US$ 5 bilhões, líder em

um mercado que movimenta global-mente quase US$ 19 bilhões.

Campanha “Eu Que Vacino”Há doze anos a Merial Saúde

Animal, empresa líder mundial no desenvolvimento de produtos veteri-nários, promove a campanha “Eu Que Vacino”, concurso que orienta e estimula funcionários de incubató-rios avícolas sobre a correta vacina-ção de aves no primeiro dia de vida. Neste ano, a campanha contou com a participação de 24 incubatórios avícolas de todo o país, sendo regis-tradas 235 inscrições para a eleição da melhor frase tema para a campa-nha do próximo ano.

Para selecionar a melhor idéia para a edição de 2011, a equipe de avicultura da Merial, contou com

apoio da equipe de criação da FormatoIB Propaganda. A frase escolhida: “Merial, vacinando bem para imunizar sempre”, elaborada pela funcionária do incubatório Flamboiã, Jaciana da Silva, de Mogi Mirim,SP, que ganhou uma TV LCD 32` .̀ Além da TV, que será entregue no início deste mês à vencedora, a cada fase do concurso foram distri-buídas camisas, toalhas e mochilas a todos aos participantes do Programa.

Segundo Jeovane Pereira, Gerente de Produtos e Serviços Técnicos de Avicultura da Merial, a cada ano as frases ficam mais criati-vas “É cada vez mais difícil selecionar as melhores idéias”, revela Jeovane. Quer saber mais sobre a Merial? Acesse www.merial.com.br.

Avança união entre Merial e Intervet

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Produção Animal | Avicultura 65

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Saudi Agro Food

Empresa foi convidada pelo MAPA para participar do evento

A Guabi foi convidada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária

e Abastecimento (MAPA) para partici-par da Saudi Agro Food (04 a 07 de outubro em Riyadh, na Arábia Saudita), uma das mais importantes feiras do Oriente Médio. O MAPA reservou cerca de 150m2 para o pavilhão brasileiro e cada empresa contou com um espaço de 10m2 para demonstração dos pro-dutos. Na ocasião, a Guabi apresentou a Linha doSítio para criações caseiras composta por rações para frangos de corte: doSítio Aves Inicial - indicada para pintos de corte, pintinhas

e frangas e doSítio Frangos - para frangos de corte. Na linha de poedei-ras, doSítio Botadeira – encontrada nas versões peletizada, triturada e farelada, indicada para a pequena criação de aves poedeiras; para o segmento de codornas, doSítio Codorna – encontra-da nas versões farelada e triturada é indicada para codornas em postura, já a do Sitío Tuc é uma ração com pellets e mistura de sementes para galos reprodutores e ornamentais adultos, formulada com 12% de Proteína Bruta. Saiba mais sobre os produtos: www.guabi.com.br.

Guabi promove produtos na Arábia Saudita

Estande da Guabi na Saudi

Agro Food

Mudança

Brasil vai ser base de toda estrutura da empresa

A Aviagen do Brasil agora respon-de por todas as operações da

empresa na América Latina. Desde o segundo semestre, a companhia (agora Aviagen América Latina) atua de forma aglomerada, em termos comerciais e de serviços técnicos, em todos os países da região, incluindo Caribe e América Central. Em coleti-va de imprensa, realizada no dia 30 de setembro, Ivan Lauandos, Diretor

Geral da Aviagen América Latina, afirmou que o Brasil também vai ganhar com a unificação da estrutu-ra, por ser agora a base de todo o bloco. “O aumento da receita das exportações e também a ampla integração de todas as equipes gera-rá uma importante troca de experi-ências, beneficiando o mercado avícola brasileiro e latinoamericano de uma forma geral”, garante. A

Aviagen investiu no Brasil, nos últi-mos dois anos, mais de R$ 11 mi-lhões em infra-estrutura e em me-lhoria de processos, principalmente relacionados à biossegurança e qualidade. A tendência é que os investimentos sejam ampliados, por volta de R$ 20 milhões, nos próxi-mos dois anos.Outras informações sobre a empresa: www.aviagen.com.br.

Aviagen unifica operações na América Latina

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66 Produção Animal | Avicultura

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Nos EUA

Novas instalações e mais postos de trabalho

Um plano de expansão para cinco anos, com a construção

de seis novas plantas, três novos centros de pesquisa e uma nova matriz corporativa na região sudeste de Des Moines, em Iowa, Estados Unidos, ao longo da nova rodovia SE Connector. O anúncio foi feito pela Kemin Industries. Segundo a empre-sa, além das novas instalações, a expansão resultará na criação de 98

novos postos de trabalho nas áreas de pesquisa, marketing, tecnologia da informação e outras funções de suporte.

O Presidente e CEO da Kemin, Chris Nelson, compartilhou os pla-nos de expansão da empresa duran-te uma entrevista coletiva na matriz, em Des Moines, Iowa.

“À medida que se aproxima nosso aniversário de 50 anos em

2011, é um prazer comunicar que nossa posição favorável no mercado permite fazer este investimento significativo no futuro, reafirmando nosso compromisso com nossos funcionários, clientes e milhões de vidas que tocamos diariamente,” afirmou Chris Nelson, Presidente e CEO da Kemin Industries. “Nossa expansão em Des Moines é uma par-cela importante do plano global de expansão, que levará a empresa ao próximo nível.”

Segundo a empresa, a expansão global é um componente fundamen-tal para que a Kemin torne realidade sua visão de melhorar a qualidade de vida através de um impacto posi-tivo diário sobre 50% da população mundial através de seus produtos e serviços.

Além da expansão da empresa em Des Moines, a Kemin está ativa-mente avaliando oportunidades de expansão no Brasil, Rússia, Índia e China.

Saiba mais em: www.kemin.com.

Kemin inicia expansão mundial em Des Moines

Matriz da Kemin nos EUA

Para atender SC e RS

Profissional tem experiência técnica e comercial

A contratação da médica veterinária Carina Pacheco Moraes Sandrin,

como executiva de contas no oeste de Santa Catarina e parte do Rio Grande do Sul, foi anunciada pela Novus do Brasil. Especializada em nutrição de aves e suínos, ela vai agregar mais força à equipe de campo da empresa, destacou o gerente de marketing da Novus do Brasil, David Moreno. “Seu background nas áreas técnica e comer-

cial vai trazer ainda mais excelência ao nosso time de vendas”.

A nova contratação faz parte da estratégia de expansão mundial da Novus, que triplicou o seu tamanho apenas nos últimos dois anos e passou a focar não apenas no segmento de avicultura, como também nos segmen-tos de suínos, bovinos, aquacultura e equinos. Mais informações em: www.novusint.com.

Novus contrata especialista em nutrição de aves e suínos

EXPANSÃOCarina Sandrin, médica veterinária, agora integra equipe da Novus

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Vendas

Encontro contou com palestras técnicas

A empresa Tecnoesse realizou entre os dias 27 e 29 de setem-

bro a Convenção Nacional de Vendas, com a participação de todos os seus Representantes.

O evento, denominado “Workshop Tecnoesse 2010 - Os desafios da Avicultura Moderna: Ambiência, Tecnificação e Gestão” foi realizado em Xaxim, Santa Catarina.

O evento teve principalmente enfoque técnico, com o objetivo de atualizar os conhecimentos de toda a equipe de vendas sobre a moderna avicultura, produtos e outros assun-tos pertinentes à cadeia avícola.

No primeiro dia, a Cobb-Vantress, através dos médicos veteri-narios José Luis Januário e Paulo Fávero palestraram para a platéia sobre as necessidades básicas de pintos e frangos, ventilação túnel e os aspectos fundamentais relaciona-dos a uma boa ambiência para as aves.

Já no segundo dia, na parte da manhã a Munters do Brasil, com a presença de seus profissionais Mariovaldo, Roque e Bruno Pimenta, expuseram para a equipe sobre a importância da ambiência a e forma

correta do funcionamento dos inlets, placa evaporativa e exaustores. A Tecnoesse comercializa há cerca de cinco anos os produtos da Munters com excelentes resultados técnicos.

Na parte da tarde foi a vez da Lubing do Brasil, que disponibilizou para o evento os colaboradores Carlos Fujiwara e Homero Braun, que proferiram palestra sobre bebedou-ros nipple para frango de corte e peru, particularidades técnicas, ma-nejo correto e atualizações sobre novos produtos.

Na última palestra do dia, a WEG Equipamentos Elétricos, através do Engenheiro Rafael Nunes, fez sua palestra com foco nos aspectos de acionamento e automação dos avia-rios, discursando sobre motores elétricos, painéis de controle e acio-namento, normativas e suas aplica-ções.

No último dia, Ione Cristina Santin Cortese, do Senai PR-SC, fez sua palestra motivacional com ênfase na importância do profissional no mercado, que cada vez precisa ser mais completo e eficaz para resultar em sucesso na atividade.

Para finalizar o ciclo de palestras, a Tecnoesse, através dos profissionais

da área técnica, (Cleidimar) da Silva; da área comercial, (Marcos Langaro) e do diretoria (Giovanni Meneghesso) fizeram um resumo sobre a evolução da Tecnoesse desde sua chegada ao Brasil em 1999 até a atualidade e também comentaram sobre os produtos no-vos que farão parte do mix de equi-pamentos da empresa em breve.

Para finalizar, Marcos Langaro (Gerente Comercial Região Sul) agra-deceu a presença de todos os Representantes da Tecnoesse. Ele também reafirmou o fortalecimento da marca no mercado nacional e lembrou que para acompanhar o crescimento da avicultura brasileira e obter sucesso, os profissionais de área de vendas precisam cada vez mais de atualizações técnicas para transmitir aos clientes a forma corre-ta de utilização dos equipamentos fabricados e comercializados pela Tecnoesse.

E é justamente com eventos desta magnitude que se tem a opor-tunidade de aprimorar conhecimen-tos, evoluir como equipe e traduzir tudo isso em bons resultados finais.

Saiba mais sobre a empresa em www.tecnoesse.com.br.

Tecnoesse reúne equipe para atualização

Profissionais da empresa

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68 Produção Animal | Avicultura

Avicultura capixaba reunida em confraternizaçãoEncontro festivo busca fortalecer atividade

Espírito Santo

Associações

Homenagens, brincadeiras e solidariedade. Foram esses os

principais destaques do VI Encontro da Avicultura e Suinocultura capixa-bas, que ocorreu no dia 9 de outu-bro, em Vargem Alta, Espírito Santo. O evento anual é realizado pela Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (AVES) e pela Associação de Suinocultores do Espírito Santo (ASES) e reuniu, desta vez, mais de 600 pessoas ligadas de maneira direta ou indire-ta às atividades de avicultura e suinocultura no Estado.

A confraternização começou com um gesto solidário dos partici-pantes. Ao chegar ao local do evento, cada pessoa entregava dois quilos de alimentos à recepção. A idéia, segundo a organização, é aproveitar o espírito comemorativo para ajudar entidades filantrópicas das regiões onde estão presentes as atividades avícolas e suinícolas do Estado. Duas entidades, uma de Vargem Alta e uma de Marechal Floriano, já receberam, cada uma, quase meia tonelada de alimentos

que foram arrecadados durante a festa.

Durante o discurso de abertura do VI Encontro, os Presidentes da AVES e ASES destacaram os desa-fios e os projetos realizados pela associações. “Enfrentamos vários obstáculos que fizeram com que muitos de nós trabalhassem “no vermelho”, ou que chegassem ao ponto de terem que reduzir sua produção. Mas sempre honramos tudo o que nos foi proposto e ajus-tado. E este é um dos motivos que nos trazem aqui, para exatamente nos fortalecermos nos preceitos do trabalho que é feito em conjunto, de forma muito organizada”, ressal-tou o Presidente da AVES, Argeo Uliana.

O VI encontro contou ainda

com a participação de autoridades políticas estaduais, entre elas, o senador e governador eleito, Renato Casagrande (PSB). Na Ocasião, Casagrande recebeu dos presidentes da AVES e da ASES uma pauta de demandas e se com-prometeu publicamente a trabalhar, durante sua gestão, ações que visem o desenvolvimento das atividades.

Outro momento especial foi a homenagem prestada a pessoas envolvidas nas atividades e que há anos se empenham na melhoria produtiva dos setores. Os homena-geados, entre eles o atual secretá-rio estadual de Agricultura, Enio Bergoli, receberam uma placa espe-cial do evento das mãos dos Presidentes das associações.

FESTA mais de 600

pessoas presentes

REINVINDICAÇÕES Argeo Uliana e Renato

Casagrande

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Produção Animal | Avicultura 69

Política cambial impacta agronegócio e avicultura ACAV demonstra preocupação do setor

Santa Catarina

Para Clever Pirola Ávila, Presidente da Associação Catarinense de Avicultu-

ra (ACAV), a política cambial adotada pelo governo está acabando com a competitividade brasileira na avicultura. “Sabemos que a relação cambial dólar/real é um importante instrumento go-vernamental para o controle da inflação e do endividamento, mas, essa valoriza-ção do real nos tornou mais caros e menos competitivos em relação ao nosso maior concorrente e maior pro-dutor mundial, os Estados Unidos da América do Norte”, expõe o dirigente.

A política cambial preocupa seria-mente o setor exportador. Ávila enfatiza que a sobrevalorização do real em relação ao dólar produz o “perverso efeito de destruir a competitividade dos produtos brasileiros no mercado inter-nacional e inexoravelmente impacta diretamente a indústria de processa-

mento de carnes”. A preocupação do presidente da ACAV reflete o temor que assola a vasta cadeia do agronegó-cio brasileiro. “Estamos mantendo o nível produtivo em respeito aos clientes conquistados nas últimas quatro déca-das, mas é evidente que a tendência é de queda, no médio prazo. Não há empresário que consiga se sustentar com esse desequilíbrio absurdo”.

Ávila prevê, no próximo ano, o aumento acelerado das importações de um lado e, a queda das exportações, por outro. O dirigente mostra que o real robusto e valorizado tem um aspecto bom – facilita investimentos na moder-nização do parque industrial e na mo-dernização das empresas em geral. Entretanto, a manutenção de forma indefinida desse quadro origina um perigoso processo de desindustrializa-ção interna brasileira.

UBABEF comemora participação no SIAL 2010 Através de folder, entidade ressalta qualidade do ovo brasileiro

Brasil

A União Brasileira de Avicultura participou do Salon International

de l’Alimentation (SIAL), nos dias 17 a 21 de outubro em Paris, na França. Em seu estande no evento, a entidade distribuiu o folder “Brazilian Egg” com informações sobre o desenvolvi-mento técnico do setor de postura. A iniciativa visa apresentar aos merca-dos internacionais, a exemplo da carne de frango brasileira, a qualida-de, sanidade e sustentabilidade dos ovos. O SIAL é uma das maiores feiras mundiais do setor de alimentos e

bebidas e reúne, a cada dois anos, mais de cinco mil expositores e aproxi-madamente 140 mil visitantes de todo o mundo.

“Diante das controvérsias que temos enfrentado nas negociações com a União Europeia, acredito que a participação na SIAL será uma grande oportunidade para que a UBABEF e suas associadas destaquem os investi-mentos e o empenho brasileiro para atender à demanda europeia de ali-mentos”, frisou Franscisco Turra, Presi-dente Executivo da entidade.

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70 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

Produção e mercado em resumo

P elo menos para o frango, ou-tubro foi um mês frustrante. Pois ainda que não se espe-

rasse do produto o vigor demons-trado pelo boi, contava-se com a estabilidade do mercado, o que não ocorreu: na maior parte do mês os negócios com a ave viva foram con-cretizados em ambiente fraco, o que resultou em preços decrescen-

tes no mês, algo que não se espera-va quando outubro começou.

De sua parte, o ovo, embora com ligeira perda em relação aos meses anteriores, manteve, pelo quarto mês consecutivo, pratica-mente o mesmo patamar de preços.

Nesse período (1º de julho a 31 de outubro), apresentou variação

máxima de preço (por dúzia, só para usar a mesma linguagem do consumidor) de menos de quatro centavos. Apesar, porém, dessa es-tabilidade, o setor continua perden-do a corrida para o milho que, só no segundo semestre, sofreu aumento de mais de 25%. Ou seja, o poder

de compra de produtor avícola continua em queda.

Ovos mantêm a estabilidade, enquanto ganhos do frango se diluem

Produção de pintos de corte

JULHO/2010512,451 milhões

2,44%

Produção de carne de frango

JULHO /20101.006,915 toneladas

5,26%

Exportação de carne de frangoSETEMBRO/2010

337.637 toneladas16,45%

Oferta interna de carne

de frangoJULHO/2010

646.389 toneladas1,10%

Alojamento de matrizes de

posturaSETEMBRO/2010

124,536 mil90,18%

Alojamento de pintainhas de

posturaSETEMBRO/20106,818 milhões

32,52%

Desempenho do frango vivo

OUTUBRO/2010R$1,84kg22,85%

Desempenho do ovo

OUTUBRO/2010R$36,74/cxa.

17,21%

MilhoOUTUBRO/2010R$24,50/saca

19,16%

Farelo de Soja

OUTUBRO/2010R$696,00/ton.

-9,84%

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Produção Animal | Avicultura 71

Produção de pintos de corteVolume de julho corresponde a novo recorde, mas apenas nominal

EVOluçãO mEnsal MILHÕES DE CABEÇAS

MÊS 2008/2009 2009/2010 VAR. %

Agosto 484,328 482,678 -0,34%

Setembro 485,261 467,938 -3,57%

Outubro 496,165 503,041 1,39%

Novembro 431,662 462,635 7,18%

Dezembro 443,854 493,895 11,27%

Janeiro 417,755 472,898 13,20%

Fevereiro 406,918 448,957 10,33%

Março 425,628 510,371 19,91%

Abril 455,711 497,581 9,19%

Maio 461,811 500,989 8,48%

Junho 482,089 500,788 3,88%

Julho 500,270 512,451 2,44%

EM 7 MESES 3.150,181 3.444,035 9,33%

EM 12 MESES 5.491,452 5.854,223 6,61%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Estatísticas e Preços

À primeira vista, o setor produtor de pintos de corte não fugiu à regra:

como é tradicional e ainda que por pe-quena diferença – 2 milhões de cabeças a mais – abriu o segundo semestre do ano superando todos os números ante-riores de produção.

Em julho, conforme a APINCO, fo-ram produzidos no País 512,4 milhões de pintos de corte, volume que bate o recorde mantido desde março passado, quando a produção do setor alcançou a marca até então inédita dos 510,4 mi-lhões de cabeças.

Ressalve-se, no entanto, que esse recorde foi apenas nominal. Pois, em valores reais (produção diária), o maior volume foi registrado em junho passa-do – o correspondente a quase 517,5 milhões de cabeças em mês de 31 dias, como julho.

Além disso, o “número recorde” do mês apresentou pequena variação em termos anuais ou mensais, ou seja, in-cremento de pouco mais de 2% sobre julho de 2009 e sobre junho de 2010, o que se traduz por uma expansão ape-nas vegetativa.

Obviamente, a expansão vegetativa não está presente no volume acumula-do em 2010, até julho somando 3,444 bilhões de pintos de corte e 9,33% maior que o registrado no mesmo perí-odo de 2009. Mas esse alto índice de-corre, apenas, da baixa expansão regis-trada no ano passado. Tomando-se como base a produção média dos sete primeiros meses de 2010, chega-se a um volume anual pouco superior a 5,9 bilhões de cabeças, 6% a mais que o produzido no ano passado.

No entanto, raras vezes a produção média de pintos de corte do segundo semestre foi inferior à alcançada no mês de julho. Assim, supondo-se que entre agosto e dezembro sejam produ-zidos, em média, os mesmos 512,4 mi-lhões de julho passado, o volume do ano deve superar os 6 bilhões de cabeças.

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72 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

Produção de carne de frangoEstabilidade foi principal marca do setor nos sete primeiros meses de 2010

EVOluçãO mEnsalMIL TONELADAS

MÊS 2008/2009 2009/2010 VAR. %

Agosto 923,774 1004,081 8,69%

Setembro 926,548 956,166 3,20%

Outubro 990,463 957,625 -3,32%

Novembro 998,586 979,969 -1,86%

Dezembro 975,672 1010,062 3,52%

Janeiro 889,681 1000,611 12,47%

Fevereiro 780,499 870,352 11,51%

Março 862,047 966,853 12,16%

Abril 830,420 978,332 17,81%

Maio 901,884 1025,309 13,69%

Junho 892,223 973,875 9,15%

Julho 956,585 1006,915 5,26%

Em 7 meses 6.113,339 6.822,247 11,60%

Em 12 meses 10.928,382 11.730,150 7,34%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Dados da APINCO apontam que em julho de 2010 o Brasil voltou a pro-

duzir mais de um milhão de toneladas de carne de frango. Entretanto, o volu-me registrado (1.006.915 toneladas) fi-cou abaixo daqueles alcançados em de-zembro de 2009 e em maio de 2010 – este último um recorde histórico do setor em valores nominais, por ora ainda não superado.

Ainda em valores nominais, o volu-me produzido em julho foi 3,39% e 5,26% maior que os verificados, respec-tivamente, no mês anterior e no mesmo mês do ano passado. Porém, em valores reais, a produção de julho praticamente repetiu os resultados do mês anterior. Neste caso, o incremento efetivo foi de apenas 0,05%.

Mas o que mais marcou a produção brasileira de carne de frango entre janei-ro e julho de 2010 foi a estabilidade ob-servada no período, situação melhor ob-servada quando se considera a produção média diária do produto. Ou seja, nesse período produziu-se pouco mais de 32 mil toneladas diárias de carne de frango, variando 3% abaixo ou acima dessa mé-dia. E este índice corresponde a um mí-nimo de 31 mil a um máximo de 33 mil toneladas/dia. No ano passado, em idêntico período, a produção diária va-riou entre 27 e 31 mil toneladas/dia.

Mas voltando ao recorde histórico de maio de 2010 mencionado no pri-meiro parágrafo, ele representa meia verdade, pois, em termos reais, o último recorde foi registrado em novembro de 2008, ocasião em que a produção che-gou às 998.586 toneladas. E isto corres-ponde a uma produção média diária de cerca de 33,3 mil/t, volume superior a registrada em maio último.

A produção de carne de frango no ano e em 12 meses tem aumentado em índices expressivos. Mas frente à consta-tação de que dois anos atrás já se produ-ziu volume superior ao atual, não se pode acusar o setor de estar crescendo irresponsavelmente.

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Produção Animal | Avicultura 73

Com a exportação, no mês de se-tembro, de 337.637 toneladas

de carne de frango, os embarques brasileiros de carne de frango soma-ram, em nove meses, 2.851.185 to-neladas, aumentando cerca de 5% em relação ao mesmo período de 2009. Mas essa não é a mais relevan-te notícia do setor, como se relata a seguir:

Exatos 10 anos atrás, em 2000, o Brasil negociou internacionalmente 916.094 toneladas de carne de fran-go – resultado saudado com grande euforia pelo setor exportador, pois o volume então alcançado representa-va aumento de mais de 200% sobre as quase 300 mil toneladas registra-das 10 anos antes, em 1990.

Pois bem: as exportações acumu-ladas neste ano no trimestre julho--setembro não só deixaram para trás aquela marca, mas também supera-ram o milhão de toneladas. Foram, ao todo, 1,046 milhão de toneladas, 9% a mais que o registrado no tri-mestre anterior, 15% a mais que o registrado no mesmo trimestre do ano passado e, ainda, 6% a mais que o registrado no mesmo trimestre de 2008, ocasião em que se alcançou volume trimestral recorde de 986 mil toneladas, somente agora superado.

Nos quatro trimestres decorridos desde outubro de 2009, as exporta-ções brasileiras de carne de frango ficaram próximas das 945 mil tonela-das trimestrais e totalizaram 3,770 milhões de toneladas. Como se vê, o pouco mais de um milhão de tonela-das do último trimestre não tem nada de excepcional e alcançar a marca anual dos 4 milhões de tone-ladas é perspectiva muito próxima.

Na dúvida, observe-se que nos últimos sete meses o volume expor-tado totalizou 2,335 milhões de to-neladas. Uma média mensal de 333,5 mil toneladas que, em 12 meses, so-mam 4,002 milhões de toneladas.

Exportação de carne de frangoEmbarques do terceiro trimestre superaram pela primeira vez o

milhão de toneladas

EVOluçãO mEnsalMIL TONELADAS

MÊS 2008/2009 2009/2010 VAR. %

Outubro 315,632 335,445 6,28%

Novembro 235,061 268,615 14,27%

Dezembro 266,598 314,785 18,07%

Janeiro 274,781 233,324 -15,09%

Fevereiro 263,222 282,471 7,31%

Março 306,539 331,941 8,29%

Abril 329,922 309,942 -6,06%

Maio 303,767 322,151 6,05%

Junho 329,014 325,272 -1,14%

Julho 317,207 360,526 13,66%

Agosto 301,257 347,921 15,49%

Setembro 289,951 337,637 16,45%

Em 9 meses 2.715,659 2.851,185 4,99%

Em 12 meses 3.532,950 3.770,029 6,71%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Estatísticas e Preços

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74 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

Oferta interna de carne de frangoCom avanço das exportações, disponibilidade interna recuou ao menor nível do quadrimestre abril-julho

EVOluçãO mEnsalMIL TONELADAS

MÊS 2008/2009 2009/2010 Var.

Agosto 601,076 702,824 16,93%

Setembro 602,599 666,215 10,56%

Outubro 674,830 622,180 -7,80%

Novembro 763,525 711,354 -6,83%

Dezembro 709,074 695,278 -1,95%

Janeiro 614,900 767,287 24,78%

Fevereiro 517,277 587,882 13,65%

Março 555,508 634,912 14,29%

Abril 500,498 668,390 33,54%

Maio 598,117 703,158 17,56%

Junho 563,210 648,603 15,16%

Julho 639,378 646,389 1,10%

Em 7meses 3.988,888 4.656,621 16,74%

Em 12 Meses 7.339,992 8.054,472 9,73%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Senão em valores nominais, em ter-mos reais a disponibilidade interna

de carne de frango apresentou forte recuo em julho passado, correspon-dendo ao menor volume do quadri-mestre abril-julho.

Os dados de mercado (produção de quase 1,007 milhão de toneladas e exportação de 360,5 mil toneladas) apontam que permaneceram interna-mente, no sétimo mês de 2010, cerca de 646,4 mil toneladas de carne de frango, apenas 1,10% a mais que em julho de 2009, mas 0,34% a menos que no mês anterior, junho de 2010.

Ocorre, porém, que julho tem um dia a mais. Dessa forma, a oferta diária acabou ficando 3,5% abaixo da regis-trada no mês anterior.

E não porque houvesse redução da produção e, sim, porque as exporta-ções do mês apresentaram um dos melhores resultados de todos os tem-pos, a oferta interna de julho foi quase 16% menor que a registrada seis me-ses antes.

A despeito, porém, desses retro-cessos, a disponibilidade acumulada no ano cresceu em níveis considerá-veis. De janeiro até julho foram pouco mais de 4,656 milhões de toneladas, volume 16,74% maior que o ofertado no mesmo período de 2009. E isso projetado para a totalidade do ano aponta volume global de 7,982 mi-lhões de toneladas, 8% a mais que o disponibilizado internamente no ano passado.

Com certeza, no entanto, esse vo-lume será superado, bastando obser-var que nos últimos 12 meses ele já chega aos 8,054 milhões de toneladas, quase 10% a mais que há um ano.

Cabe indagar, aqui, qual será o sig-nificado dessa oferta em termos de disponibilidade per capita de carne de frango. Pois supondo-se que a popula-ção brasileira seja de 192 milhões de habitantes, a oferta aparente ficará em torno dos 41,8 kg per capita.

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Produção Animal | Avicultura 75

alojamento de matrizes de posturaVolume alojado em setembro superou recorde mantido há,

praticamente, 11 anos

EVOluçãO mEnsal(OVOS BRANCOS E VERMELHOS)

MILHARES DE CABEÇAS

MATRIZES DE POSTURA % OVO BRANCO

MÊS 2008/09 2009/10 VAR.% 2008/09 2009/10

Outubro 78,722 34,185 -56,58% 69,35% 49,42%

Novembro 47,700 37,926 -20,49% 66,04% 63,33%

Dezembro 44,380 90,597 104,14% 71,16% 58,71%

Janeiro 16,736 79,451 374,73% 87,23% 83,97%

Fevereiro 29,311 54,331 85,36% 81,24% 74,16%

Março 17,549 50,609 188,39% 59,22% 79,36%

Abril 83,830 40,810 -51,32% 67,14% 66,35%

Maio 82,784 69,370 -16,20% 75,57% 64,54%

Junho 89,356 80,594 -9,81% 67,60% 72,47%

Julho 84,867 71,065 -16,26% 68,64% 77,82%

Agosto 100,270 83,493 -16,73% 61,16% 51,50%

Setembro 65,483 124,536 90,18% 84,73% 52,69%

EM 9 MESES 570,186 654,259 14,74% 70,70% 67,46%

EM 12 MESES 740,988 816,967 10,25% 70,28% 65,54%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Pelo espaço de tempo decorrido pode-se dizer que a diferença é

desprezível – somente duas mil ma-trizes a mais. Mas com o alojamento total de 124,5 mil matrizes em se-tembro de 2010, a avicultura de postura quebrou um recorde que vi-nha se mantendo há quase 11 anos. Mais exatamente, desde dezembro de 1999, mês em que foram aloja-das no País 122,5 mil matrizes de postura, volume apenas 1,6% me-nor que o alcançado mais recente-mente.

Porém, o que mais contribuiu para o novo recorde foi o alojamen-to de reprodutoras de linhagens de ovos vermelhos – perto de 59 mil ca-beças, acréscimo de mais de 200% em relação à média alojada nos 12 meses encerrados em agosto de 2010 (no período, 232,600 matrizes, média mensal de 19.383 cabeças).

De toda forma, o alojamento de linhagens voltadas para a produção de ovos brancos não ficou muito atrás: foram 65.616 cabeças, que re-presentaram aumento de 18,26% sobre setembro de 2009 e de 52,58% sobre o mês anterior, agos-to de 2010. E, tudo somado, o aloja-mento de matrizes de postura em setembro aumentou quase 50% em relação ao mês anterior ou 90,18% em relação ao mesmo mês do ano passado.

Uma vez que as 124,5 mil repro-dutoras de setembro corresponde-ram a quase um quarto do volume total alojado nos oito meses anterio-res, a relação com o volume alojado no mesmo período do ano passado sofreu radical alteração. Assim, en-quanto até agosto o aumento regis-trado havia sido inferior a 5%, agora está próximo dos 15% e projeta, para os 12 meses do ano, volume da ordem de 872 mil matrizes de pos-tura, quase um quinto a mais que o alojado em 2009.

Estatísticas e Preços

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76 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

Após sete meses consecutivos de in-cremento, período em que acu-

mulou aumento de quase 40%, o aloja-mento de pintainhas de postura registrou ligeira desaceleração.

Em setembro de 2010, conforme a UBA, foram alojadas no País 6,818 mi-lhões de pintainhas de postura, volume 5,21% menor que o registrado no mês anterior. De toda forma, prevaleceu um aumento de 32,52% sobre o total su-postamente alojado em setembro de 2009.

De lá para cá muita coisa mudou. A ponto de se indagar se os números não estão sendo novamente distorcidos – desta vez, para cima – visto que nos pri-meiros nove meses de 2010 o volume alojado aumentou absurdos 30%, sina-lizando, para o ano, quase 18 milhões de cabeças a mais que o alojado em 2009.

Porém, analisando-se os alojamen-tos anteriores aos verificados no perío-do de estabilização, chega-se à conclu-são de que os valores atuais não têm nada de excepcional. Em 2005, por exemplo, foram alojadas perto de 72,5 milhões de pintainhas de postura.

Pois bem: contraposto aquele re-corde aos 78,4 milhões de pintainhas ora projetados para 2010 têm-se uma expansão média pouco superior a 1,5% ao ano, índice que excede ligeiramente o crescimento vegetativo da população.

À primeira vista, portanto, o setor continua tendo expansão absoluta-mente normal e suficiente, apenas, para fazer com que a oferta continue acompanhando a expansão da população.

Mas a realidade não é bem assim: a produtividade é significativamente maior hoje do que há cinco anos. E, note-se, plantéis bem menores já foram causa de grandes desafios para o setor. Por isso, a pergunta: haverá, no futuro, mercado suficiente para absorver nor-malmente a produção que está por vir?

alojamento de pintainhas de posturasetor desacelera e encerra terceiro trimestre com o menor volume em quatro meses

EVOluçãO mEnsal(OVOS BRANCOS E VERMELHOS)

MILHÕES DE CABEÇAS

PINTAINHAS COMERCIAIS DE POSTURA % OVO BRANCO

MÊS 2008/2009 2009/2010 VAR.% 2008/09 2009/10

Outubro 5,015 5,025 0,20% 72,88% 72,91%

Novembro 4,811 5,251 9,16% 73,22% 71,03%

Dezembro 5,083 5,181 1,93% 74,79% 73,75%

Janeiro 4,990 5,723 14,70% 74,87% 76,94%

Fevereiro 4,790 5,502 14,87% 75,92% 73,30%

Março 5,161 6,162 19,39% 75,27% 78,60%

Abril 4,951 6,448 30,24% 75,30% 78,69%

Maio 4,797 6,551 36,58% 72,92% 76,99%

Junho 5,209 7,156 37,40% 74,77% 78,25%

Julho 5,173 7,241 39,96% 72,84% 77,20%

Agosto 5,046 7,193 42,54% 71,86% 76,09%

Setembro 5,145 6,818 32,52% 73,80% 77,35%

EM 9 MESES 45,261 58,794 29,90% 74,17% 77,10%

EM 12 MESES 60,169 74,251 23,40% 74,04% 76,16%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

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Produção Animal | Avicultura 77

Uma vez que só no ano que vem o grande público saberá qual foi a pro-

dução de pintos de corte do período, vai demorar até que se descubra o que, efeti-vamente, aconteceu com o frango no mês de outubro. Mas já se sabe que nem sem-pre “o frango anda no rabo do boi”.

O fato é que as perspectivas do mês eram, para dizer o mínimo, alvissareiras. Uma vez que em setembro se havia chega-do à melhor cotação nominal de todos os tempos e o mercado de carnes (boi à fren-te) permanecia firme, confiava-se em que o frango mantivesse em outubro pelo me-nos o mesmo desempenho do mês ante-rior. Por isso, foi dada pouca importância ao recuo de preços registrado nos dois últi-mos dias de setembro: “era uma acomo-dação de mercado, típica de final de mês”, imaginava-se.

Mas não foi bem assim. Pois enquanto o suíno continuava, embora mais lenta-mente, a obter valorização e o boi alcança-va, historicamente, seu maior preço real (CEPEA), o frango vivo seguia direção oposta: sofreu quatro baixas e registrou, no último dia de outubro, valor 10,5% me-nor que o do fechamento de setembro. Em suma, encerrou o décimo mês do ano com a mesma cotação registrada sessenta dias antes - R$1,70/kg no último dia de agosto.

É verdade que, tudo computado, o re-sultado do mês não foi de todo ruim, pois o preço médio registrado – R$1,84/kg – re-cuou menos de 5% em relação à média do mês anterior, ao mesmo tempo em que se manteve quase 23% acima do valor médio registrado em idêntico mês do ano passa-do. Mas, neste caso, é bom ressalvar que outubro de 2009 foi péssimo, daí o apa-rente “melhor resultado” deste ano.

Faltando, agora, apenas dois meses para o encerramento de 2010 (são, conta-dos a partir de hoje, não mais que 50 dias de negócios), o frango vivo registra, no ano, cotação média de R$1,58/kg. E isso quer dizer, em valores nominais (isto é, sem considerar a inflação do período), redução de cerca de 3% em relação à média de 2009.

Vai ser difícil reverter essa perda no pouco espaço de tempo que falta para o final do ano, pois, para isso, seria preciso alcançar cotação média de R$1,90/kg nes-tes 50 dias, o que, pelos antecedentes do setor, é missão quase impossível.

Por sinal, ainda que no bimestre final do ano o frango vivo venha a obter forte valorização, alcançando preços mais remu-neradores com a aproximação das Festas, deve em 2010 registrar o menor valor real dos últimos quatro anos.

FRANGO VIVOEvolução de preços na granja,

interior paulista – R$/KgMÊS MÉDIA

R$/KGVARIAÇÃO %

ANUAL MENSAL

OUT/09 1,50 -8,21% 9,05%

NOV/09 1,54 -11,64% 2,76%

DEZ/09 1,64 1,26% 6,69%

JAN/10 1,58 -6,07% -3,80%

FEV/10 1,63 -9,37% 3,37%

MAR/10 1,52 -9,28% -6,57%

ABR/10 1,41 -11,85% -7,46%

MAI/10 1,40 -13,29% -1,02%

JUN/10 1,35 -27,98% -3,01%

JUL/10 1,57 -12,96% 15,71%

AGO/10 1,62 8,50% 3,19%

SET/10 1,93 40,52% 19,26%

OUT/10 1,84 22,85% -4,67%

média e variação anual entre 2000 e 2010

ANO R$/KG VAR. %

2000 0,91 14,57%

2001 0,97 6,47%

2002 1,13 16,49%

2003 1,45 28,31%

2004 1,49 2,75%

2005 1,35 -8,72%

2006 1,16 -14,70%

2007 1,55 33,62%

2008 1,63 5,16%

2009 1,63 0,15%

2010* 1,58 -2,99%

* Média entre 02/01 e 31/10/10

Desempenho do frango vivo em outubro de 2010 Contrariando previsões, preço médio recua 4,67% no mês

FrangO ViVOPrEçOs históriCOs E PrEçO EFEtiVO Em 2010

PREÇO HISTÓRICO (MÉDIA 1999/2009): preço em dezembro do ano anterior igual a 100

PREÇO MÉDIO EFETIVO EM 2010: (R$/KG, granja, interior paulista)

Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITEObs.: valores finais arredondados, daí eventuais diferenças nos percentuais

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78 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

Mesmo levando em conta que re-gistrou, pelo quarto mês conse-

cutivo, queda de preço em relação ao mês anterior – a ponto de encerrar ou-tubro com o menor preço do segundo semestre e um valor médio quase 11% menor que o de junho passado, por ora o melhor do ano – é inegável que o ovo segue apresentando desempenho me-nos crítico que o observado ano passa-do na mesma época. Porque então se registrou, em outubro, o segundo me-nor preço de 2009.

Isso explica, também, porque neste último outubro se obteve a mais alta variação mensal de preços do ano – ou, comparativamente a outubro/09, incre-mento de 17,21% no preço médio. Quer dizer: não foi o desempenho re-cente que melhorou, o outubro ante-rior é que foi péssimo. Tanto que o pre-ço médio mais recente ainda ficou negativo (-3,1%) em relação a outubro de 2008.

Mas, sem dúvida, o fato mais desta-cável do mês foi, novamente, a estabili-dade de preços em relação aos meses anteriores, fenômeno que se repete pelo quarto mês consecutivo. Para dar melhor ideia dessa estabilidade talvez seja suficiente citar que em 2008, no mesmo quadrimestre (julho-outubro), a diferença entre o menor e o maior pre-ço médio foi de 25%, índice que no ano passado recuou para cerca de 20%. Pois bem: em 2010, a variação (em mais de 120 dias – ressalte-se) não vai além dos 3%, índice que em termos de preço médio corresponde a uma di-ferença de não mais que R$1,15 por cai-xa de 30 dúzias.

Há, porém, um grande senão nessa história. Pois o bom comportamento de-monstrado pelo ovo no segundo semestre de 2010 não se coaduna nem um pouco com a elevação dos custos de produção, em especial daqueles que envolvem o principal insumo do setor, o milho, cujos preços sofreram incremento da ordem de 25% no quadrimestre julho-outubro.

Não é pouco o que o setor vem per-dendo mais recentemente. Senão, veja-mos: no melhor momento deste ano para o setor de postura (junho de 2010), uma caixa de ovos adquiria 1,9, quase duas, sa-cas de milho; já no final de outubro com a

mesma caixa de ovos comprou-se não mais que 1,1 saca de milho. Ou seja: o po-der aquisitivo do produtor de ovos em re-lação ao milho caiu quase à metade do observado apenas quatro-cinco meses atrás, em meados de junho de 2010.

Desempenho do ovo em outubro de 2010 Cotações recuam pelo quarto mês consecutivo

OVO Extra branCOPrEçOs históriCOs E PrEçO EFEtiVO Em 2010

PREÇO HISTÓRICO (MÉDIA 1999/2009): preço em dezembro do ano anterior igual a 100

PREÇO MÉDIO EFETIVO EM 2010: (R$/caixa, no atacado paulista)

OVO BRANCO EXTRAEvolução de preços no atacado paulistano (R$/CAIXA DE 30 DÚZIAS)

MÊS MÉDIA R$/CX

VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL

OUT/09 31,35 -17,34% -7,48%

NOV/09 31,00 -21,24% -1,10%

DEZ/09 35,88 -9,59% 15,76%

JAN/10 31,80 -14,97% -11,38%

FEV/10 39,67 -8,90% 24,74%

MAR/10 40,96 -12,73% 3,27%

ABR/10 37,75 -16,96% -7,84%

MAI/10 39,12 -6,50% 3,63%

JUN/10 41,16 -4,55% 5,21%

JUL/10 37,89 2,62% -7,95%

AGO/10 37,15 -0,66% -1,94%

SET/10 37,08 9,45% -0,20%

OUT/10 36,74 17,21% -0,75%

média e variação anual entre 2000 e 2010

ANO R$/CX VAR. %

2000 23,12 16,89%

2001 24,07 4,11%

2002 27,88 15,83%

2003 39,67 42,29%

2004 34,47 -13,11%

2005 33,48 -2,87%

2006 27,48 -17,92%

2007 39,42 43,45%

2008 43,62 10,65%

2009 38,66 -11,37%

2010* 37,95 -1,77%

* Média entre 02/01 e 31/10/10

Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITEObs.: valores finais arredondados, daí eventuais diferenças nos percentuais

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Matérias-PrimasEscalada do milho continua Farelo de soja também aumenta

Fonte das informações: www.jox.com.br

O farelo de soja (FOB, interior de SP) foi comercializado em outubro de 2010 ao preço médio de R$696,00/tonela-

da, valor 5,45% maior que o de setembro de 2010 – R$660/t. Na comparação com outubro de 2009 – quando o preço mé-dio era de R$772/t – a cotação atual registra queda de 9,84%.

Valores de troca – Farelo/Frango vivoConsiderado o preço médio do farelo de soja em outubro,

foram necessários 378,2 kg de frango vivo (na granja, interior de SP) para adquirir uma tonelada do insumo. Como em se-tembro último essa relação foi de 341,9 kg para obtenção de uma tonelada de farelo, o volume de frango necessário para adquirir a mesma quantidade do produto subiu 10,61%, re-presentando queda no poder de compra para o avicultor.

No ano passado os preços do farelo de soja estiveram mais valorizados, por isso, na comparação anual, foi necessário vo-lume 26,50% menor de frango para se obter uma tonelada de farelo, já que em outubro de 2009 eram necessários 514,6 kg de frango para se obter uma tonelada do insumo.

Valores de troca – Farelo/OvoDe acordo com os preços médios dos produtos, em outu-

bro de 2010 foram necessárias aproximadamente 23 caixas de ovos (valor na granja, interior paulista) para adquirir uma tone-lada de farelo de soja. O poder de compra do avicultor de postura em relação ao farelo registrou queda pelo quarto mês consecutivo: -6,23%, uma vez que em setembro último 21,58 caixas de ovos adquiriram uma tonelada de farelo. Em relação a outubro de 2009, há melhora no poder de compra de 37,75%, pois naquele período uma tonelada de farelo de soja custava, em média, 31,7 caixas de ovos.

Pelo terceiro mês consecutivo as cotações do milho registraram aumento. O preço médio do insumo, saca de 60 kg, interior de

SP, fechou outubro de 2010 a R$24,50 – valor 1,11% maior que a média de R$24,23 obtida pelo produto em setembro. Em relação ao valor da saca de um ano atrás, o aumento é de 19,16%, pois o milho registrou média de R$20,56/saca em outubro de 2009.

Valores de troca – Milho/Frango vivoO preço do frango vivo (interior de SP) fechou outubro a

R$1,84/kg - média 4,66% menor que a de setembro de 2010. Esta queda, aliada à valorização do milho, fez com que em outubro fossem necessários 221,9 kg de frango vivo para se obter uma to-nelada do insumo, considerando-se a média mensal de ambos os produtos. Este valor representa queda no poder de compra de 5,71% em relação ao mês anterior, uma vez que em setembro a tonelada do milho “custou” 209,2 kg de frango vivo, aproximadamente.

Valores de troca – Milho/OvoA avicultura de postura continua sendo mais afetada pelo au-

mento do milho. Com base nos preços médios dos produtos, a relação de troca entre o ovo (granja, interior paulista, caixa com 30 dúzias) e o cereal em outubro de 2010 foi de aproximadamente 13,5 caixas de ovos para uma tonelada do grão. Em setembro de 2010 foram necessárias 13,2 caixas/t, o que significa volume 2,25% maior de ovos para se obter a mesma quantidade de milho. A piora na capacidade de compra do avicultor de postura deve-se à redução do valor do ovo em outubro somada à valorização do milho: o preço médio da caixa de 30 dúzias na granja caiu 1,11%, ficando em R$30,24 – em setembro passado a média havia sido de R$30,58.

Produção Animal | Avicultura 79

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80 Produção Animal | Avicultura

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Produção Animal | Avicultura 81

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82 Produção Animal | Avicultura

Ponto Final

82 Produção Animal | Avicultura

Sustentabilidade e interdisciplinaridade: A nova ordem da nutrição animal

Godofredo Miltenburg

é médico veterinário, nutricionista animal e Presidente do Colégio Brasileiro de Nutrição Animal

Os avanços tecnológicos de uma área extensamente pesquisada como a nutrição animal caminham, de uma

forma ou de outra, em direção ao máximo aproveitamento dos recursos e redução de desperdícios. Estes conceitos, somados a ou-tros, ganharam nome de destaque nos últi-mos anos: sustentabilidade. E como a discus-são destes conceitos vem permeando toda a sociedade, a nutrição não poderia ficar de fora.

O conhecimento dos minerais e das vita-minas, e também dos níveis vitamínicos, está cada dia mais amplo. A nutrição já está bastante adiantada em termos produtivos. Por isso, agora podemos pensar em como a nutrição pode ajudar a sustentabilidade. Por exemplo, com níveis de suplementação de minerais inorgânicos menores, e com o au-mento do uso dos minerais orgânicos o con-ceito de sustentabilidade está cada vez mais presente. Utilizando-se uma quantidade me-nor de mineral, a excreção no meio ambien-te, através das fezes, será menor. E a utiliza-ção de minerais orgânicos também contribui para que os subprodutos do metabolismo ex-cretados sejam menos poluentes.

Com conceitos como energia líquida (vide matéria da página 50), nós também es-tamos pensando em uma menor produção de fezes. Ao aproveitarmos melhor os ingre-dientes, estaremos garantindo uma transfor-mação mais eficiente das matérias primas, e conseqüente melhoria do ganho de peso diá-rio, da conversão alimentar e do rendimento de algumas partes do frango, ou do nível de produção de ovos.

Mas a sustentabilidade não está sozinha. Outro tema de destaque, atualmente, é o bem-estar animal. E a nutrição deve ajudar no aperfeiçoamento da saúde intestinal da ave promovendo um maior desafio para bac-térias patogênicas. Consequentemente, a ave vai apresentar menor disposição ao estresse de doença, e assim proporcionamos bem-es-tar para o animal.

Os aminoácidos sintéticos permitiram o aumento do nível da proteína bruta da ração em frangos, o que favorece a aproximação da proteína ideal (alguns países chamam de perfil ideal de aminoácidos). Assim, também se diminui o estresse da ave. O aminoácido sintético contribui para a diminuição do teor de nitrogênio nas fezes e na urina. O que também tem relação com a sustentabilidade.

Na avicultura de corte, com o crescimen-to muito rápido das aves, aparecem mais pro-blemas no aparelho locomotor, o que pode comprometer severamente o bem-estar ani-mal. A nutrição deve ser responsável por mi-nimizar, e se possível, solucionar estes pro-blemas também.

Hoje, como é tendência na produção de conhecimento, a nutrição e a saúde animal estão atreladas. O nutricionista está envolvi-do na melhora da imunidade da ave, da sani-dade gastrointestinal, do aproveitamento dos nutrientes.

A interferência do nutricionista na imu-nidade é muito importante, com os aditivos especiais, vitaminas, microelementos, como o selênio. Antigamente, sua função era sim-plesmente melhorar a energia com os melho-res aminoácidos possíveis em nível de fósfo-ro, cálcio, etc.

Existe uma relação de interdisciplinarida-de entre as profissões, que é muito importan-te. E não somente entre o zootecnista e o mé-dico veterinário. Os agrônomos também desempenham um papel chave na prevenção das micotoxinas e na produção de grãos de maior qualidade. O engenheiro agrícola está envolvido no processamento correto das ra-ções, na melhor mistura, menor peletização. Os químicos ajudam no desenvolvimento dos minerais, das vitaminas. Tem também o pessoal da biologia...

É por isso que no Colégio Brasileiro de Nutrição Animal estamos abertos a todas as profissões que agregam conhecimento para a expansão e aprimoramento da nutrição ani-mal.

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Produção Animal | Avicultura 83

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