prodígios da biopsychica obtidos com o médium mirabelli (eurico de goes)

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Eurico de GoesDo Instituto Historico Brasileiro ProIessor da Faculdade de Philosophia e Letras do Rio de Janeiro(antigaAcademiadeAltosEstudos)Doutor em hermetismo, ad honorem, pela Escola SuperiorLivre de Scincias Hermticas de ParisDirector aposentado da Bibliotheca Publica Municipal de So PauloProdgios da Biopsychicaobtidos com o Mdium MirabelliEXPERINCIASCOM O FAMOSOMETERGICO E DOCUMENTADOESTUDODE PSYCHISMO PHENOMENALObservaes pessoaesPesquisas de caracter scientiIicoComprovaes photographicasJulgamentos denotabilidadesextrangeirase derevistaseuropase americanasSOPAULO TYPOGRAPHIA CUPOLO1 937Levitao (metarsismo) do psychodynamo Carmine Mirabelli, verificada no Instituto Psychico Brasileiro (So Paulo), achando-se o mdium em estado inconsciente. Comosev, acabeaquasi attingeotectodosalo. Photographia tomada em pleno dia.A luminosa e doce memoria deLui: Mirabelli,pastor evanglico, de origem italiana,quehabitou os Estados Unidose que, depois de excursionar por mares e terras e de haver contrahidonupcias em Cosenza,com senhora catholica, cujo credo Iavoreceu eacatou sempre,no cultivo de uma das mais bellas Ilores do jardim da Humanidadea divinae immarcescivel Tolerncia se Iixou no Brasil; onde conviveu longa e respeitavelmente,na sociedadepaulista, Iormandovigorosa prole, de vinte e oito Iilhos.dosquaes o mais clebre o estudado neste livro e surgido no theatro da vida,entreexacerbadas discusses mundanas,comoomais eloquenteassombro para osreaes pesquisadores e como o mais cabal desaIio para os preconcebidos theoristas.E.de G."Levrai rlede Iascienceestdedcouvrir la vrit, de la chercher partoutouon,peutla, trouver, de la poursuivre par les chemins de traverse et les grandes routes; et, quand elle l'a. rencontre, deIaproclamercompletement etsanscrainte, sansseproccuperdecequiIait autorit dela mode oudesprjugs."WILLIAM CROOKES, edio Irancesa das NouvellesExpriencessurla ForcePsychique, pag.110."Or, j'aIIirme que la critique moderne la plus svere, celle qu'on appelle aujourd'huiPhyper-critique,ne peut nier l'existence d'un certain nombre, si. petit qu'il soit, de vritables phinomenes spirites, amoins qu'ellereIused'trelogiqueet sincere, enaccordavecses mthodes gnerales d'investigation, a moins qu'elle preIere Iermer les yeux a la pleine lumiere du soleil. Et, ce sont prcisment ces Iaits authentiques, si rareis et si peu nombreux qu'on les voudra, quiconstituent le spiritisme moderne, et qui exigent de nous que nous examinions le problema deleurnature". "Envain nous voudrionsniera priori,envain nous tenterionsde combatre a posteriori ce caractere anormal des Iaits du spiritisme: chass par la porte, il rentre par la Ientre. On pourra, si l'on veut, restreindre son champ d'action: mais jamais on ne pourra le supprimer entierement."DR. GIUSEPPE LAPPONI (mdico de Suas Santidades Leo XIII e Pio X), L'Hypnotisme et le Spiritisme, estudo mdico-critico, pags. 240 e 242."La lotta per il vero e la missione dei Iorti." Sentena do scientista dr. ROCCO SANTOLIQUIDO, director geral da Saude Publicaeconselheiro de estado da Italia,na dedicatoria que abre o livro Rincarnazione, ae GINO TRESPIOLI.IA PSYCHODYNAMIA DE MIRABELLI, ATRAVS DE MAIS DE VINTE ANNOS PARA A ACTUALIDADECRITERIO DA OBRADepois dum largo periodo, que vae alm de dois decennios de estudos e observaes, aIinal entregoa publicidade estelivro, sobre psychismoexperimental e, emparticular, sobre o mdium Mirabelli. Versando o assumpto, examinando phenomenos, registrando Iactos, comparandoasmaniIestaes, assignalandooseIIeitos, pesquisandoascausas, nome arrastaramprejuizosdecrenas oudeescolas, nemmeobnubilaramtheoriasaprioristicas. Apenas me conduziu a bem intencionada curiosidade scientiIica, e naturalmente me tentou o muito humano e justicabilissimo desejo de soerguer ou penetrar, um pouco, o vo diaphano, inconsutil e lampejante da Verdade eterna...Para apresentar uma ida geral do conjunto, para submetter a outros espiritos investigadores as experincias conscienciosamente Ieitas, no hesitei em reunir, neste trabalho, as annotaoes e asdocumentaes realizadas por pessoasderesponsabilidade, quemeinspiramIecujos testemunhoseconceitossetornam, dealgummodo, interessantesnorelacionarouexpora matria. Soccorri-me, assim, de varios relatos produzidos, no so em livros e Iolhetos, como em jornaes e revistas, e ainda das respectivas actas, publicadas ou inditas. Prezando e Iavorecendo a authenticidade, conservo-lhes a Iorma redacional e a sequncia das enumeraes. Mantenho, dessa maneira, a espontaneidade, a cultura e os juizos de cada um, apesar de nem sempreestar eu de acordo com as concluses scientiIicas, as vezes, ahi expendidas. Questo de ponto de vista proprio ou de apreciao philosophica, interpretadora, que no invalida, alias, o evento ou o succeder dos phenomenos. Nesse entremear de concatenaes,diligencieiexhibir oscapitulos, numesIorodecabedal documentador, paraabiopsychicaeparaomdium Mirabelli, numaordem, tantoquantopossivel, chronologica. Melhor meio, aomeuver, de considerar, nos seus surtos e nas suas depresses, na sua evoluo plena, ora mais eruptiva, ora mais adormecida, essa psychodynamia ou essa mediumnidade, apos longos annos e por innumeras pessoas pesquisada.REMEMORANDO O PASSADOPermanecia eu, em 1916, na cidade de So Jos dos Campos,onde minha Iallecida mulher, durantealgunsmeses, tentavamelhorar, numainIructiIeraestaoclimatica, quandome surgiu pela primeira vez, diante dos olhos, atravs dos jornaes da capital paulista, o nome de Mirabelli. Foi emmeio ao irromper, tumultuoso e inopinado, das suas impressionantes Iaculdades metergicas, ou vulgarmente ditas mediumnicas, que eIIervesciam os jornaes, pro ou contra, nas noticias de sensao e campanhas espectaculosas.De um lado, por um velho orgam da imprensa, dois estimados amigos meuso primeiro, brilhante poeta, critico e escriptor, e osegundo, talentoso theatrologo, contista e aIIavel secretario de redaco; aquelle, emartigos-rajadas de polmica; este, emdemonstraes burlescas, de prestidigitador improvisadose esIoravam para provar que todos os phenomenos,jocosamente chamados mirabellianos ou mirabellicos, no passavam de embustes ou mystiIicaes. Embora, na propria redaco da conceituada Iolhao Correio Paulistano se conhecesse a evidncia de algunsIactosespantosos,sujeitando-se, at, o mdium a ser examinado minuciosamente e photographado, ali, em trajes menores, ao centro de um grupo de conhecidos cavalheiros de respeitabilidade. E, alm de no conseguir, quem quer que Isse, reproduzir as levitaes, os transportes, as communicaes polyglotticas, a variada srie, emIim,de phenomenos,ja ento attribuidos a Mirabelli, JAMAIS NINGUEM PROVOU haver sido elle apanhado, em Ilagrante exercicio de burla, com os taes "pelotes de cera" e "Iios de cabello", de que algum se serviu, para imaginar a apregoada Iarsa de arlequim!Do outro lado, entre os jornaes e a multido dos que viam ou observavam as cousas sem ma-I e sem preconceitos, pessoaes ou religiosos, inseria em vivas "manchettes" A Ga:eta,de 14 de junho de 1916: "O sr. Mirabelli realmente "o homem mysterioso". "Campanha de diIIamao movidapor gratuitos desaIIectos"."Si o "homem mysterioso" lana mode"trucs",Iora convir em que o maior magico do mundo!" "O testemunho das pessoas que tm assistido em So Paulo as suas assombrosas experincias". E seguia-se, dia a dia, o relatorio sensacional das curiosas maniIestaes.Nesse interim, esteve Mirabelli internado no Hospicio de Juquery, para ser observado. A sua casa, em So Paulo, Ioi apedrejada por energumenos. Elle, barbaramente espancado, a noite, na praia de So Vicente, por inimigos occultos. E apupado, em rua central dametropolepaulistana, pelamassaignaraque, comamesmaIacilidade, oraapplaudeos potentados que galgam o galarim da Iama, ora achincalha os que delle descem, desprotegidos pela sorte caprichosa e momentnea!...InIelizmente eu, que me encontrava retido em So Jos dos Campos, meses a Iio, junto ao leito de padecimentos de minha consorte, no podia compartilhar das ruidosas e ediIicantes investigaes. Via-menacontingnciadecontentar-me comaapprehenso, indirecta, dos Iactos observados. Entretanto, pelanaturezadelles; pelasemelhana incontestavel comos estudadosporgrandespsychistas, dereputaomundial, cujasobraseuconheciaepossuia; pelasexperinciasqueeupropriohaviaeIIectuadonoBrasilenoextrangeiro, dentrodesse campoempolgante, perigosoetentador dascinciatranscendente, eunutriaavigorosa intuio de que Mirabelli constituia um psychodynamo, ou um mdium real.VeriIicou-se, mais tarde, esse pensamento, quandoprovidencial acasome approximoude Mirabelli, Iacultando-me as possibilidades de estuda-lo de perto e, mais ou menos, continuadamente. Havia crca de um anno que eu perdera minha mulher. Encontramo-nos quasi a meia noite, ao recolhermos, a porta do hotel em que ambos nos hospedavamos, em So Paulo. Aoentrarmos, juntos, nosaguoilluminado, euoreconhecipeloretrato, diIIundidooutrora pelas columnas dos jornaes. Elle morava, ou tambm mantinha casa, em So Vicente. Eu estava de passagem pela capital. Em vsperas de emprehender extensa viagem de estudos por todo o litoral paulista, abrangendo a zona dos sambaquis, das cachoeiras e das grutas do Ribeira de Iguape, attingindo Canana, rente ao mar, duma parte, e as cercanias de Yporanga, rio acima, de outra parte. Tornamo-nos amigos, eu e Mirabelli. E tive ensejo de observa-lo como mdium, pela primeira vez, estando elle consciente, na sua casa do recanto vicentino. ConIorme consta daentrevista, queIormaocapituloimmediato. EuresidianoRio, nessetempoeat1924. Porm, passando Irequentemente por So Paulo, antes e depois de alongadas viagens,e tendo interesses presos no Estado, principalmente em Santos, numa das duas cidades convivia eu com Mirabelli, durante uma ou duas quinzenas, todos os annos e, no raro, de seis em seis meses. SegundovemreIerido, nopenultimocapitulodestelivroEvocanaofactos maravilhosos. Assim, podia eu observa-lo, com utilidade cada vezmais crescente.De 1925em diante, volviaresidiremSoPaulo,occupandoocargo, para o qual eu Ira convidado, de organizador e primeirodirectordaBibliothecaPublicaMunicipal, ento creadapor lei daedilidade. Continuei, comosempreoIizesempreoIao, aestudar as Iaculdades supranormaes de Mirabelli. Eo acervo das minhas pesquisas augmentou, consideravelmente, como obvio suppr.TEMPORADAS INTERRUPTORIASApproximadamente, de principios de 1930 a Iins de 1934, Isse porque inIluncias extranhas, neIastas ou egoistas se interpuzessem entre nos, Isse porque Mirabelli se ausentasse de So Paulo, indo viver em Nitheroy e no Rio, ou percorrer alguns Estados,estivemos separados duranteesseinterregno,' Oquemotivouumhiatonasobservaes. Todavia, timbrandoem maniIestar, de publico., um trao de alma que os meus adversarios, sejam quaes Iorem, nunca mepoderorecusar adememanter cavalheiroe, portanto, leal atparacomosmeus possiveis inimigosha tempos, ou datada de So Paulo, a 30 de setembro de 1934, enderecei para a competente sde (rua Voluntarios da Patria, 270, Rio), a seguinte carta:"A Academia Brasileira de Metapsychica, dirigida no Rio, scientiIicamente, pelo dr. Thadeu de Araujo Medeiros, "com a collaborao do proI. Carmene Mirabelli", agradeo a remessa de um exemplar doPlanoeEstatutosdasociedade, atravsdecujaexposioescriptaedecuja documentao photographica vejo renovarem-se, ao exame dos pesquisadores de conscincia e de equilibrio, que collocam a verdade acima de tudo e, por conseguinte, alm dos preconceitos e dos resentimentos,as qualidades realmente extraordinarias que, ha muitos annos e durante longo tempo, tive innumeraveis ensejos de observar na pessoa do mdium Mirabelli.Comquanto aIastado do seu convivio, outrora estreitamente Iraternal, por circumstncias occasionaes, intimas ouparticulares quenossepararam, jamais deixei dereconhecer e proclamar, diante de quemquer que Isse e, mesmo, diante de oppositores terriveis, a veracidade eloquente dos Iactos que controlei, dos quaes alguns, pela sua transcendncia inattingivel, ou pela sua imposio Ilagrante e innegavel, constituiram o que os meus olhos de observador sinceroeindependenteconseguiramver, athoje, demais maravilhoso, como phenomenos espectaculares, nocampoda scincia noconvencional e nolimitadae na esphera do psychismo superior.(Assignado).Eurico ae Goes, director da Bibliotheca Publica Municipal de So Paulo."OPPOSIES NEGATIVISTAS E DIFFAMADORASA vista do que antecede, deprehende-se que sou individuo, qual me prezo de ser, dsses que pensam pelo seu crebro, e no se deixam suggestionar Iacilmente, como tantos. Mormente em matria de scincia e de conscincia. Si no ha, para mim, passividade ou Ianatismo qualquer, politicooureligioso, quemeIorceaIacciosopartidarismoouacegamenteadoptaresteou aquelle credo,tambm no me constranjo, nem respeito illusorias ou indignas convenincias de aIIirmar e deIender, publicamente, aquillo que julgo a verdade.Em contraposio, individuos ha que, por paixo pessoal, politica ou religiosa, na maioria sem o haverem investigado jamais e, at, sem o conhecerem de viva voz, negam a Mirabelli as suas Iaculdades mediumnicas; a elle conIerem attestado de charlato e mystiIicador; e lhe atacam a reputao, ou a honra particular, do modo mais escandaloso e desabrido! Muitos mesmo, das minhas relaes, dando-se ares de superioridade, lamentam que eu me envolva "nessas coisas" e perca tempo "com essas baboseiras"! So elles, por certo, os grandes espiritos, os grandes clarividentes, os grandes illuminados!Bem sei que Mirabelli, por umas quatorze ou quinze vezes(e agora, ainda, passa por isso), tem sido cornpellido a depoimentose processos policiaes, pela pratica do que o Codigo Penal, sem comprehenderesemdeIinir, satisIatoriamente, denomina"espiritismo"epelochamado "exercicio illegal da medicina", relacionado com a diagnose psychica ou espiritual de molstias, coma"Iruio"deinnocuas botijas ougarraIas deaguapotavel ecomadistribuiode remdios homeopathicos,em Iavor dos necessitados . . . Quando vemos que at medicos e cirurgies se valemdelle, como auxiliar cryptopsychico ou clarividente diagnosticador e prognosticador, qual, no Rio, o dr. Thadeu de Medeiros, da Saude Publica Iederal,Iicmos admirados de que isso, algures, acontea de contrario!1 Nem todos pensam de igual Iorma, esta claro. Os preconceitos sociaes edascinciadas academias so, deIacto, aindaenormes! Tambm (Iora reconhecer), no se pode negar se pratiquem, aqui ou ali, muitos abusos e exploraes, em tal sentido. E eu comprehendo a aco coercitiva e preventiva das autoridades ae boa-fe,que verdadeiramente e moralmente velam pela segurana e pelos bons costumes da communidade.Fsse, no entanto, Mirabelli um Iamigerado Luigi Vampa, da Calabria, ou um Al Capone; um LandruouumBonot; umDellinger ouumBabyFace; qualquer temivelgangsternorte-americano: desde que elle apresente as Iaculdades, rarissimas ou excepcionaes, consubstanciadas no seu corpo physico, no seu apparlho physiologico, ou na sua privilegiada psych incomparavel,a obrigao, o papel indesistivel da Scincia estuda-lo devidamente, em beneIicio delia propria! Disso no ha Iugir, si ella quer merecer, devras, o nome com que, muitas vezes, emphaticamente se rotula!2PSYCHOLOGIA DO MEDIUMNo sendo eu anatomista, nem dissecador de almas, no me proponho, aqui, a expor os deIeitos (que todos nos os temos), nem a revelar as anomalias mais secretas da psych de Mirabelli, encaradocomomdiumecomohomem. OmeuIim, paraquemelhorocomprehendam, deixar entrever alguns modos de ser, certas peculiaridades de caracter, varios tiques ou extravagncias no pensar, no sentir ou no agir. ReIiro-me, sem duvida, a personalidade normal, enoaoestadomediumnico, sobretudoinconsciente, emquesemaniIestaminIlunciasou personalidades, ao meu ver,a elle Iundamentalmente extranhas.A sua expansibilidade, na alegria ou na colera, geralmente gesticuladora e estrepitosa. Passa, com extrema rapidez, de um a outro dsses dois poios intimos. Essa mobilidade assignala-se, Irequentemente,nos seus designios.Asvezes ri, canta e mesmo brinca,qual uma criana,e outras esbraveja e se enIurece, qual um possesso.Tem exaggerados pruridos de sensibilidade e uma tendncia natural para a violncia, ou para a impulsividade, quando o impacientam ou o contrariam. Jaoconheci, nosprimeirostempos, mais calmo, mais resignado, maisalegre. Porm, elle tambm se mostra em phases evanglicas ou proIundas, de pacincia, de tolerncia e de resignao. Si se enraivece ou se exterioriza com Iuror, sabe, correlatamente, perdoar e esquecer o mal que lhe Iazem. E' simples, amoroso, magnnimo, no raro duma ingenuidade 1Tal Iaculdade poder-se-ia identiIicar, em linhas geraes, ou em ultima analyse, com a clarividncia (ou Hellsehen dos alemes), com a telesthesia de Myers, com a cryptoesthesia de Richet ou com a metagnomia de Boirac e Sudre, etc.2 Ao entrar no prelo este capitulo, soubemos haver sido Mirabelli impronunciado, pelo juiz da 5 vara criminal, nas accusaes Ieitas contra elle, jamais tendo soIIrido qualquer condemnao.inIantil. Demonstra, naturalmente, o seu amor-proprio ou as suas legitimas vaidades de homem ou, melhor, demdium, naverdadeinigualavel. Nogostaqueodepreciem, injustamente, nesse terreno. No obstante, costuma dizer: "Quem quizer acreditar um Iavor. Quem no quizer acreditarso dois Iavores"...Bohemio, aprecia, as boas iguarias, os jantares e as ceias em cantinas ao ar livre, de preIerencia longinquas (apesar de diabtico). Fuma horriveis charutos "brizagos". No Iaz questo de cama. Dormepouco. ProtegeasIlores, osceseospassarinhos. Faz-seacompanhar sempre, nos automoveis e nos restaurantes, por uma cachorrinha de raa, de que no se separa, nem para dormir. Quer-lha extremamente. Ama a camaradagem alegre, loquaz, anecdotica; as musicas de opera (Verdi,Gomes, Puccini, Wagner),sendo Rossinio Iavorito;as poesiase os discursos inspirados; as viagens de automovel pelas estradas ermas, principalmente a horas mortas ou de madrugada, quando preIere iniciar as suas distantes excurses. Adora a paisagem sertaneja; a pompa solenne dos montes, das praias e dos occasos; e o silncio mysterioso e grandiloquente da Natureza, a qual, mais do que tudo, para elle exprime Deuso ineIIavel Revelador e o sublime Artista!De sentimento malleavel, cambiante, activissimo, a suaintelligencia de excepcional penetrao,deinstantnea comprehenso e de enorme capacidade de realizao, nos projectos, nos planos e mesmo no acabamento de um tentamen. Havendo viajado, por prazer, quasi todo o mundo, a sua instruco primaria. Algo do nosso idioma(linguagem popular ou commum); algo de italiano e alguns dialectos, pela rama ou de outiva; as quatro operaes arithmeticas; e outrasnoes elementaresde rapazelho de grupo escolar. Devotadissimo ao trabalho, a que se entrega com ardor indominavel e sem desIalecimentos, desde as primeiras horas da manh, no ha quemovena emdiligncia e actividade commercial, correndoa praa, a p oude automovel. Temdesempenhado, pelodestinooupor Iradas circumstncias, innumeras proIisseserepresentaes industriaes na vida. Sempre com proveito e melhoria ascendente. UmaestrllaIavoravel, umaprotecooccultaosustem, nasperipciasquesurgemenos embates moraes, e o conduz para a consecusso de negocios Ielizes, de resultados imprevistos e inimaginaveis. Assim enriqueceu. Trabalhando. Economizando.Augmentando. Multiplicando osemprehendimentose oshaveres.Mas, no gozando, absolutamente, o sossgo de espirito e o conIrto material e moral que as suas posses lhe poderiam proporcionar. Trabalha, trabalha, trabalha e...preoccupa-se ainda, com as suas Iazendas, as suas casas, os seus terrenos, as suas hypothecas!SatisIaz-se empresentear os amigos, comIrangos das criaes, comqueijos e uvas das propriedades, etc. Frequenta cinemas e theatros. Compra diversos jornaes do dia, os quaes l por alto, ounaexposioeditorial dos titulos. Commemora datas civicas, comIestas, no Instituto Psychico. Guarda, em casa, uma galeria de quadros, com retratos de homens clebres, na maioria brasileiros e italianos. Adquire, duma so vez, dez ou doze ternos de roupa e outros tantos pares de sapatos, usando, quasi sempre, um so delles e dando, ao cabo de algum tempo, os demais. Conserva dois radios no domicilio, um carissimo e grandioso e outro menor.Possue Iarto archivo, ciosamente colleccionado. Mantm numerosa correspondencia. Escreve a machina, mediumnizado. Porm, a sua calligraphia pssima, instavel, desordenada, ora pingando os ii, ora no, e variando na assignatura do proprio nome. Poz, num Iilho varo, o nome Ieminino de Refane.Deturpa, no Ialar, alguns substantivos proprios e communs, como: Bocai, emvezdePocai; Alzira, emvezdeZaira; Bethusa, emvezdeArethusa,lutcha (pronuncia Iigurada), em vez deluce(em italiano) ;commissiona,em vez decommissione, eauca:iona, em vez de eauca:ione, instru:iona, em vez de instru:ione, etc. Mesmo Ialando em portugus,noestado natural,a sua linguagemno nemphonetica,nem grammaticalmente correcta. Apesar de tudo, noestadopsychodynamico oumediumnico, sejadiscursando imprevistamente, sejaescrevendoqualquer mensagem, emdiIIicil linguavivaoumorta, Mirabelli transIigura-se num orador ou num conIerencista insuperavel, ou num sabio a explanar communicaes de alta scincia ou de alcandorada philosophia!...VARIEDADE PSYCHODYNAMICAAlm da qualidade, ou da natureza, elevada e singular, das maniIestaes metergicas produzidas, alternativamente, durante mais de um quarto de sculo, pelos dons hypernormaes de Mirabelli, Ioroso assignalar a phenomenal, assombrosa multiplicidade da sua psychodynamia. Tanto uma, como outra dessas irrivalizaveis caracteristicastornam-o, sem exaggroesemIavor, omaiormdiumactual ejamaisconhecidonomundo, emtodosos tempos! Atravs das sesses scientiIicas, das pesquisas pessoaes, Ieitas por argutos e rigorosos experimentadores, de actas Iidedignamente lavradas, delivros einqueritos publicados, de artigos de revistas e diarios,a mediumnidade veriIicada e de todo em todo, polymorphica.Reproduzem-se, comelleoupor elle, indubitavel einnumeravelmente: aspenetraes telepathicas, as leituras de pensamento; as previses,as prophecias,os Iactos premonitorios. Mirabelli exterioriza, ainda, consciente e corriqueiramente, a primeira vista: revelaes arcanicas, ousegredos intimos, depessoas eIamilias, abrangendo, as vezes, geraes; diagnosticos e prognosticos, que se conIirmam, impressionantemente,como si possuisse elle raios X nos olhos ou na alma; communicaes oraes e escriptas, numa inIinidade de idiomas, vivosemortos(xenoglossia,deRichet eoutros)!Descreve, pormenorizadamente, visesde deIuntos, delle em absoluto desconhecidos e, apos, identiIicados, por meio de retratos ou de inIormaes dos respectivos parentes! Transmitte, quando caso, recommendaes espirituaes e incumbncias de Iallecidos, para que se comprovem ou se cumpram.Mirabelli temsido photographado, mais duma vez, coma physionomia completamente desIigurada, qual si outra pessoa Isse, ou outro espirito se asylasse, momentaneamente, no seu corpo: como aconteceu com o retrato exhibido, logo no inicio do livro O Meaium Mirabelli,entre as pags. 8 e 9. Realiza ou tem realizado, ediIicante e espantosamente, com o mais severo controleeemminutos(conIormeobservei,anteasurpresadostechnicosouespecialistas): trabalhos de carpinteiro, de electricista e de mechanico, e tambm analyses chimicas e Iormulas pharmaceuticas, delaboratorio. Nasuapresena, adistncia, obteem-seescriptasdirectas, a lapis, de mensagens, sem o contacto dos seus dedos (subentende-se). Tambm moldagens de mos eeIIigies,quenoas proprias, emIarinhadetrigo, emcarvoeemparaIIina, de membros perIeitos oualeijados. Erapes (ruidos typtologicos), deslocaes espontneas, apportes, transportes e retransportes de objectos, aos milhares, de no importa que recinto ou lonjura, eatravsdasolidezdequalquer movei oucoIredeao, Iechadosachave, oude segredo!Nas experincias ou nas observaes biopsychicas, levadas a eIIeito emredor ou por intermdiode Mirabelli, teem-se comprovadoinIinitas, ouquasi inclassiIicaveis, modalidades demaniIestaes. Noas descreverei, nestecapituloinicial. Somenteas relacionarei, comoaqui severa, pelasprincipaesdiIIerenciaes. Levitaesincontaveisde objectose, variasvezes, metarsismooulevitaodopropriomdium, emcompartimentos Iechados e, at, ao pleno ar e a luz do sol, qual numa das praias de Santos. Diminuio de pso, apos alguns phenomenos de vulto. Bilocaes da personalidade do mdium. Desmaterializao, visivel, do seu corpo physico,e rematerializao em commodo vizinho, cerrado a chave, ou para ambientes situados a consideravel distncia.Curas espontneas ou rapidas, no seu corpo, dehemoptysesinexplicaveisouimprevistas, ecicatrizaesdeIeridasoutalhosproIundos, operados por instrumentos cortantes, nas mesmas condies.CorporiIicaesdumsemnumero(seguramente, maisdumacentena!) deentidadesmortas, nacionaes e extrangeiras, muitas de enorme celebridade; outras, de parentes do mdium, ou de conhecidos e desconhecidos das pessoas que compunham as sesses. Dessas materializaes, umas trinta e tantas (at hoje, meados de 1937) ho sido controladas, examinadas anatomicamente, photographadas, sem a menor interIerncia de duvida, de suggesto e, muito menos, de Iraude. Algumas delias teem occorrido de dia. Outras, com a permanncia de crca de1horaoumais; Ialando; passeandonasalaounorecinto; sujeitando-seatoques ea conIrontos; deixando ver signaes ou cicatrizes que tinhamemvida, otecido dos trajes costumeiros e anteriores ao Iallecimento, mesmo objectos particulares (como anis, correntes e medalhas);vivamenteIazendosentirohalito, obaterdocoraoeatemperatura,alemde distribuir Ilores, abraos e beijos aos assistentes! Qual aconteceu, em mais duma opportunidade, com a presena de Luiz Mirabelli, progenitor do mdium ora minuciosamente estudado neste livro.Execuo, original e pictorica, de trabalhos a oleo,a crayon,a aquarella, etc, ou reproduco mediumnica de quadros pintados, ha varios decennios,por pintores nacionaes e extrangeiros Iallecidos, de sitios jamais vistos por Mirabelli, que no apprendeu desenho, nem pintura! Elle tem executado uns 300 quadros, sob taes inIluncias extra-pessoaes, sendo que, desses, uns 50 Ioram conduzidos a Hollanda e expostos, em Amsterdam,pelo psychista H. Theunisse, com quem conversei pessoalmente e que observou Mirabelli, com grande enthusiasmo pesquisador. Igualmente, sem conhecermusica,nemcanto,japroduziuo mdium, em estado de transe: trechos de operas, cantados, com voz de tenor, de barytono ou de baixo; musicas ao piano e ao violino, emsanIonaeemviolo; sonsdecornetaedesoldadosemmarcha, earrastar de correntes maritimas, quaes se ouvem nos desembarques ou atracaes de um caes de porto! Um dia, vsperadeSoJoo, doannode1923, napraa13deMaio, emSoVicente, odr. Frederico Alvim (mdico), o commendador Freitas Tinoco, o major Osorio de Barros, o capito Antonio Azeredo e outros, comestarrecido pasmo, viram-no passar, emtranse mediumnico, sbre e entre as chammas duma Iogueira que crepitava para o espao estrellado, dando estupaIacienteprovadeincombustibilidade! Alm duma quantidade, inarrolavel, mas impressionantissima, de phenomenos de theurgia (magia branca) contra a goecia (magia negra), osquaestenhosinistramentepresenciado, demaneiraindubitavel, porminenarravel, edos quaes, emabsoluto, nomeoccuparei nestaspaginas, quesepautamporumcritriomais restricto, maisscientiIico e menos terrivelmente mystico ou phantasmagorico.PARALLELO COM OUTROS MEDIUMS DE NOMEADANas experincias a que tenho assistido ou de que tenho tido a iniciativa, dentro e Iora do pais, jamais encontrei um mdium da eIIiciencia e da pluriphenomenologia de Mirabelli. No Brasil, entre umachusma de mediums esuppostos mediums, menos conhecidos, convivi coma chamada "Santa Dica", de Goyas, criatura Iranzina e chlorotica, sensitiva e inculta, que, atravs do somno, proIeria mensagens e rezas em idioma antigo, delia ignorado. Com a interessantissima psychodynama senhora Anna Prado, casada com o sr. Euripedes Prado, a qual observei de passagem, na cidade de Belm do Para, quando excursionei pela Amazonia, e cujas principaes e variadas maniIestaes, de ectoplasmias, moldagens em paraIIina, corporiIicaes psychicas, etc, se acham reIeridas no Trabalho aos Mortos, do dr. Nogueira de Faria (Rio, 1921). Ecoma celebrada Linda Gazzera, hoje respeitavel componente da sociedadepaulistana, sobonomedoseuIallecidomarido, eantesestudadanaEuropa, por Lombroso, Geley e Richet, conIorme as obras que se occupam da sua individualidade.Nem esses mediums,nem mesmo Florence Cook, Eusapia Paladino, Mistress d'Esperance, o extraordinarioHome, OIliaCorrales equaesquer outros, demundial Iama, superaramou igualaram, siquer, Mirabelli! Para elle, os phenomenos produzem-se e reproduzem-se, cinematographicamente, durante o dia ou durante a noite, em logar emparedado ou em meio a natureza. E, apesar da apparelhagem, scientiIica oucomprovadora, comque orodearam, outrora, na Academia de Estudos Psychicos Cesar Lombroso, ou nos demais instintos subsequentes de que Iez parte, como mdium (isto : das lmpadas vermelhas Iavorecedoras, das algemas, das balanas apropriadas, das machinas photographicas, dos ampliadores de sons, etc, etc),Mirabelli sempre dispensou taes precaues, apparatos ou restrices. De gabinetes isolados, e mesas adequadas, de cortinas vedadoras, de obscuridade completa ou semi-obscuridade ambigua, com que, em geral, trabalham os mediums e os sabios de alm-mar...CONFERNCIAS BIOPSYCHICASDiversas palestras, preleces ou conIerncias, a respeito de psychismo experimental, realizei eu, na capital de So Paulo, em Santos ou nointerior do Estado, tendo por Ioco ou centro a personalidade mediumnica de Mirabelli. Todas Ioram proIeridas de improviso, e absolutamente gratuitas. A unica, em que se pagaram entradas, para Iins caritativos ou philanthropicos, Ioi a eIIectuadanoTheatroVasques, deMogydasCruzes, a12deoutubrode1928. Ointegral producto, veriIicado emdinheiro, Ioi entregue ao ento preIeito da cidade, emprol de instituies beneIicentes locaes. Essa dissertao scientiIica, sbre os Iactos, reaes e transcendentes, doespiritualismo, tambmnoredigida, obedeceuatheseeaosummario seguintes.THESE: "As observaes maravilhosas da psychologia phenomenal e o mdium Mirabelli". SUMMARIO:"Evoluodoespiritualismonomundo: noOriente, naindia, noEgypto, na Grcia, em Roma, etc. O espiritualismo na Biblia e atravs da vida dos santos do catholicismo. Oespiritualismonostemposmedievaes. Airrupoeloquentedomodernopsychismo, nos EstadosUnidosenaEuropa. Asexperinciasdossabioscontemporneos, comosdiversos mediums. Os phenomenos psychicos noBrasil. As Iaculdades prodigiosas domdium Mirabelli, reconhecidas ja nos centros europeus de intellectualidade:a)videncias e audies varias; b) levitaes de objectos e da pessoa do mdium; c) transportes de objectos, de locaes cerrados e distantes, e interpenetraes da matria;a)encorporaes de personalidades multiplas, de variadas culturas e em innumeros idiomas; e)materializaes de entidades, antes invisiveis, e desmaterializaes; f) desdobramento e exteriorizao consciente da personalidade do mdium; g) musica transcendental. Concluses."Falou, em seguida, externando impresses da conIerncia, o dr. Fernando Tancredi, advogado residente na cidade e cavalheiro distincto e culto.CONCEITOS DUM MEMBRO DA SOCIEDADE METAPSYCHICA DE SAO PAULO, RELATIVOS A MIRABELLINon. 3daMetapsiquica(agosto-setembrode1936), publicaobimestral dasociedadeora indicada, sob o titulo A photographia no controle aos phenomenos metapsychicosconIerncia ali proIerida pelo sr. Pery de Camposencontramos o trecho inIra transcripto, da pag. 108 (l.a e segunda columna):"Mas, noprecisamos ir aPoloniaparaavaliar dautilidadedaIotograIianocontroledos Ienmenos ectoplasmicos. Em 1922, quando muito se Ialava em So Paulo do pretenso mdium Mirabelli, tiveemmosduasIotograIiasde"Iantasmas"desuaproduo, IotograIiasessas como sinete em relevo de certo "centro de estudos psiquicos". Numa, a "entidade" era o celebre poeta lirico do sculo dezoito, Giuseppe Parini, com vistosa cabeleira postia. Na outra, o caliIa Harum-Al-Raschid, o Emir dos Crentes a Iigura maxima das "Mil e Uma Noites". Al-Raschid muito bem barbeado, ou melhor imberbe, quando no Oriente no havia maior deshonra paraumhomem, nosdiasgloriosos daquelecaliIasanguinario, doqueter abarbaIeita, raspada, tanto que so os aerviches e os mendigos do deserto que a depilavam. Harum-Al-Raschidorgulhava-se dos bastos adornos capilares do seu mento. O caliIaIigura na "Galeria" de Anstett com a sua exhuberantebarba, simboloislamitadavirilidade. Berrante o truque do pseudo-medium Mirabelli, inIantil mesmo, mas, crdulosespiritasdeSo Paulo,alguns, dosquaisdoutoseatproIessoresdeescolassuperiores, nohesitaramemproclamar a legitimidade do "Ienomeno". Quantoa mim, no me agradando que o caliIa raspasse a barba no outro mundo, resolvi remeter as ridiculas IotograIias ao mais abalisado metapsiquista daqueles tempos, o ProI, Charles Richet, da Universidade de Paris e membrodo Instituto de Franca."Com eIeitorespondeu-meas IotograIias revelam o truque". (En eIIet les photographies rvelent le truc, mais en ralit jamais les photographies n'ont de valeur que si Ton connait les conditions expninentales''.No conheo, pessoalmente, o sr. Pery de Campos. Pelos seus escriptos ou as suas produces, considero-o moo intelligente. Manejador habilidoso, desenvolto e elegante do nosso idioma, com um ou outro absolvivel descuido. Demonstra, ademais, leitura actualizada dos livros de metapsychica, almde revelar apreciaveis noes de optica e de technica photographica. Examinemos,, todavia, por partes, algumas das suas aIIirmaoes ou negaes, que nos interessam ao caso, ou especialmente a Mirabelli.Em primeiro logar, de Iorma nenhuma consta haver elle observado esse mdium, em qualquer tempo, nem mesmo assistido a qualquer sesso, a qual estivesse presente a pessoa de Mirabelli. Por que, pois, o classiIica de "pretenso mdium" e "pseudo-medium"? Por que., diante de duas photographias, apanhadas emvisiveis etestemunhados momentos detranse, oinquinade truquista ou mystiIicador?Sera porque algum,ou porquealguns incrdulosou negativistas apaixonados o convenceram disso? Sera por mera supposio, Ialha de base experimental e evidentementeaprioristicanadesvirtuadoraconcluso?Cumpre, entretanto, noolvidarque muitissimos outros individuos, de cultura intellectual e de responsabilidade social, aIIirmaram exactamente o contrario. E que as photographias das corporiIicaes psychicas incriminadasdo poeta Giuseppe Parini e do kaliIa Harun-Al-Raschid no constituemmanequins paramentados acaracter, nemIigurasdegrana-guignoloudejoo-minhoca, poremse obtiveram na presena dos controladores conhecidissimos, que ahi apparecem: os drs. Carlos de Castro e Olegario de Moura, mdicos, e Francisco Guazzelli, cirurgio-dentista; alm da senhora do segundo desses Iacultativos, do commendador Jos de Freitas Tinoco, que operava comophotographo; ealmdeoutrosassistentes, queoraseguravam, orainspeccionavamo mdiumtransIigurado e contorcido, no rictus caracteristico! (Vejam-se essas estampas, intercaladas no texto).Insurge-se o sr. Pery de Campos,na sua conIerncia, particularmente, contra uma cabelleira postia, desalinhada e domstica, com que se materializou o poeta italiano, do sculo XVIII, Giuseppe Parini. Assimcomo contra a barba, raspada, comque se apresentou, tambm psychicamente corporiIicada, a Iigura do Iamoso kaliIa ou emir de Bagdad, contemporneo e amigode Carlos Magno, Harun-Al-Raschid. Ambos emsessoda Academia de Estudos Psychicos Cesar Lombroso, deSoPaulo, por intermdiodas Iaculdades mediumnicas de Mirabelli. Ataca e ridiculiza uma e outra caracterizao, por suspeitas ou inverosimeis.Comrelao a Parini, que, mais duma vez, se maniIestoua mim, atravs de Mirabelli, produzindo phenomenos indubitaveis e predies importantes, ao depois inteiramente conIirmadas, noselhepodetachar deIalsoumaccessoriodaindumentaria, embora postio, vistosabertodoomundoqueascabelleirasouperucas, empoadasouno, deuso caseiro ou de ceremonia, Iaziam parte da moda corrente no sculo XVIII.Ainda mais, O meu prezadoamigodr. Carlos deCastro, Iacultativocompetenteecavalheirodamais acatavel honorabilidade, autor dum livro em que condensa observaes, duma srie de annos, relativamente a Mirabelli,asseverou-me, at, haver procedido a exame,na corporiIicao de Parini, com o qual dialogou; tendo-se maniIestado o mesmo poeta, noutra pose photographica, declamandoversos!ConIormeconsta de nova gravura, exposta neste livro. (Veja-se).QuantoaocelebradokaliIa Harun-Al-Raschid espcie de Mecenas oude Medicis do Oriente, homem inclinado a sumptuosidades e reIinamentos intellectuaes, a cujo esplendor ou a cuja poca se attribue a ecloso das narrativas resplandecentes dasMil e Uma NoitesIoi, tambm, tocado pelo dr. Castro e mais pessoas idoneas e cultas, da assistncia, que lhe ouviram asemissesdavoz! OIactodesemaniIestar essaentidadesembarba, oudebarbaIeita, independia, comoindepende, dequalquernucleodepesquisadores, dignosdessenome. Os chamados "espiritos", ouas personalidades psychicas materializadas, apresentam-se como entendem,como podem, ou segundo as leis que regem esses phenomenos,ainda muitissimo mal conhecidas pelos intitulados homens de scincia.O que eu posso garantir, baseado no que venho observando, com a minha experincia pessoal, que a mesma entiaaae se maniIesta, as vezes, sob aspecto aifferente.No, no meu entender, segundo as circumstncias apparentes, occasionaes ou locaes. Porm, segundo essas proprias entidades querem. Assim: a mesma pessoa, morta, pode apresentar-se, nasmaterializaes,ou corporiIicaes psychicas, seja vestida com o habitual trajo commum, ou, no raro, uniIormizado ou de gala, seja mediante um simples sudario, brancacento e esvoaante. . . Noto ainda, a proposito, que: ha Iormaes humanas parciaes; outras, integraes, ou de corpo inteiro; outras, reduzidas em tamanho, quaes bonecos, ou miniaturas; outras, que se esvaem, diminuindo devolume,at desapparecerem totalmente.Convindo, sem duvida, accrescentar que essas entidades interpenetram, Iacilmente,a matria compacta, e aIeioam e desaIeioam qualquer Iorma plastica, por assim dizer, ao seu livre arbitrio! Si me desviei nessa digresso, ou nessa incurso, pelo mundosubfectivo e, ao mesmo tempo,obfectivo do Alm e do Pensamento, Ioi para Iazer ver que existempossibilidades,illimitadasouinimitaveis,dentro dasleiscosmicas. EHarun-Al-Raschid, semasupervenienciadeuminIantil ougrosseiro truque, poderia apresentar-se, psychicamente, como entenaesse, na orbita dessas leis.Demais,inverosimilhananem sempre equivale ainverdade.Diz,num topico,o sr.Pery de Campos: "No e por isso que devamos admitir que todo Ienomeno seja verdadeiro desde que se apresente comaspecto absurdo". De acordo. Mas, invertendo as idas ou as palavras, poderemos replicar: "No sera que, por se apresentar com aspecto absurao,devamos admittir que todo phenomeno extranho NO seja verdadeira".Interessantissimo,e naturalmente sem logica, o appllo dirigido pelo sr. Pery de Campos ao notavel physiologista e biopsychista Charles Richet, para que opinasse, diante dessas duas photographias, a elle daqui ento enviadas, sobre a veracidade, ou no, daquelles phenomenos de corporiIicao! Interessantissimo, porque Richet, no tendo estado presente as sesses, nem havendo controladoomdium, os observadores eodesenvolvimentocompletodas, por elleassim denominadas, Iormaes ectoplasmicas, absolutamente no se encontrava em"condies experimentaes"ouscientiIicasdeopinararespeito, longedaobservaodirectadosIactos! Desprovidodelogica, esseappllodeaquem-mar, porque, noseuexaggeradoeaudacioso negativismo o sr. Pery de Campos esquece-se de que accusa o proprio Richet (no qual, por isso, nodeveriaconIiar), dehaver sidoIraudadopelamdiumEvaCarriere(pseudonymode Martha Braud), na rumorosa materializao do phantasma de Bien-Boa, em Villa Carmen, na Argelia!Ora, apesardehaverattribuidoasuspeiodetruqueaphotographias, quenos, pelotexto insatisIatorio ou inexplicito, no Iicamos sabendo quaes sejam, Richet o primeiro a explicar que: as provas photographicas "so teem valorquanao se conhecem as conaies experimentaes"' Essas condies, ao meu ver, para o caso de Mirabelli, Ioram incensuraveis e suIIicientes. Como esclarece entidade psychica, que se assignou Lumen, ao Iim de mensagem emittida pela mo de Mirabelli, com reIerencia ao ponto ventilado: " A photographia cumpre desempenhar Iunco de prova subsiaiaria no conjunto de outras, Iundamentaes: entre estas, a observaoscientificadas experimentaes, exercida de maneira a escoima-las da menor possibilidade de mystiIicao."De extranhar , concomitantemente, a, por outro lado, louvavel Iranqueza com que o sr. Pery de Campos, quasi no exordio da sua conIerncia, declara: "... a minha contribuio em matria de metapsiquica objetiva seria forosamente nula, pois os unicos fenmenos dessa natureza a que assisti foram os ae movimento sem contacto (telecinesia), na cidade de Engenheiro Brodowski, aecorriaos fa tre:e annos." Por ahi se v que o estudioso sr. Campos, no obstante armazenar cabedal sobreamatria, temsidoinIeliznaspesquisas, enotemconseguidoavanarna acquisio de experincias pessoaes e directas. Ao que me inIormam,devido ao seu (parece que, ulteriormente, condemnado) desembarao em criticar observaes scientiIicas e pretender deprimir vultos dos metapsychistas mais aIamados, inclusive o proprio Richet, que teem surgido commentarios como este, em relao as directrizes ou as Iinalidades da Sociedade Metapsychica de So Paulo, inserto na 2 pagina doMunao Espirita, hebdomadario que se publica no Rio e correspondente a ultima semana (25) de janeiro de 1937:"A Socieaaae Metapsychica ae So Paulo, foco ae materialismo e ae confuso?Donossobrilhantecollega"OClarim", depropriedadeedirecodonossomuitoquerido Cairbar Schutel, transcrevemos a seguinte nota:"A Sociedade de Metapsychica de S. Paulo, pelo que estamos inIormados, esta se tornando um Ioco de materialismo e de conIuso.Nos, quecomparecemos emcaracter oIIicial aessainstituio, quechegouaIazer asua inaugurao do dia de Allan Kardec para homenagear o Missionario da Revelao das Revelaes, retiramos onossoapoiomoral a essa Sociedade, que parece ter por escopo propagar que"no ha maniIestaes espiritas, tudo mystiIicao, ainda mesmo as que se deram com Crookes, Lodge, etc".No se tratasse da pessoa de Cairbar Schutel, nenhum reIlexo teria para a S. M. S. P. a nota transcripta,mas, partindo ella de to illustre conIrade, sempre commedido nos seus gestos e sempre escrupuloso no agir, Iicou em cheque a Sociedade Metapsychica de So Paulo.Aguardemos, pois, os acontecimentos."MIRABELLI EM TRS LIVROSNACIONAES, QUE TRATAM DE ESPIRITISMO OU PSYCHISMOInnumeraveislivros erevistas, doBrasil edealm-mar, teem-seoccupado, naintegraou apenas emtopicos epassagens especiaes, dapersonalidade psychodynamica deMirabelli. Antes de tratar da bibliographia mirabelliana, propriamente dita, que relacionarei sob a epigraphe immediata, desejo reIerir-me, aqui, a trs livros onde ha capitulos sobre as Iaculdades ou sobre a pessoa do popularizado metergico.O primeiro, em ordem chronologica, o da autoria do sr. A. de Lima FroesO Espiritismo na Socieaaae ae Meaicina ao Rio ae Janeiroapparecido em Pelotas, no anno de 1928, e editado pela conhecida e conceituada Livraria do Globo, daquella cidade rio-grandense-do-sul. OcapituloVII,de12paginas, consagradoaMirabelli. Resumeexperinciaseresultados recolhidos, em So Paulo e Santos, pela Academia de Estudos Psychicos Cesar Lombroso. e que constam do inqurito sahido a lume, em 1926, sob o tituloO Meaium Mirabelli. Livro de exposio scientiIica de alguns phenomenos metapsychicos; de critica as prevenes systematicas da medicina oIIicial e a oppositores negativistas; de documentao e de combate ponderados, completamente Iavoravel a Mirabelli.A segunda obra, impressa em 1931, assignada, de collaborao, pelos drs. Leonidio Ribeiro e MurillodeCampos, docentesdaFaculdadedeMedicinadoRiodeJaneiro. Intitula-se;O Espiritismo no Brasil.Tem como subtitulo elucidativo: "Contribuio ao seu estudo Clinico e Medico-Legal". No discutirei o ponto de vista doutrinario, nem o accumulo documental, cheio de nomes proprios extrangeiros, graphicamente desIigurados pela reviso. Outros ja o Iizeram, mais ou menos extensamente, como o dr. Carlos Imbassahy, no seu volumoso trabalhoO Espiritismo a Lu: aos Factos.Direi, somente, que a orientao da obra contraria ao psychismo experimental. Em menos de trs paginas, esses dois autores excerptam e quintessenciam o que escreveu o sr. Lima Froes, no livro citado, relativamente a mediumnidade de Mirabelli.Os "Iactos maravilhosos",produzidos,sob severo controle dehomens cultos e portadores de diplomas scientiIicos, pelo mdium que estudamos, so pejorativamente equiparados, na opinio dos dois estimaveis mdicos,a meras "habilidades" de pelotiqueiro! No dito isso, concludentemente,no texto. Porem, declarado em legendas, a margem ou abaixodeduasphotographiasreproduzidas. Numa, apresentadoMirabelli deIrenteede perIil, comexplicaodequeas photographias provmdo"GabinetedeInvestigaes da Policia de So Paulo, em 21 de maro de 1929, ao ser preso por exercer o Ialso espiritismo". Donde se pode concluir que ha um espiritismo verdadeiro. Figura a outra um aspecto, parcial e ja mencionado aqui, da sesso em que se corporiIicou, psychicamente, o poeta Giuseppe Parini. Gostosamente inIorma a legenda explicativa: "Gich extrahido da these do Dr. Brasilio MarcondesMachado,reprovaaapelaFaculdadedeMedicinadoRiodeJaneiro, em1922". (Outro livro em que ha reIerencias passageiras a Mirabelli,e cujo titulo :Contribuio ao Estuao aa PsychiatriaEspiritismo e Metapsychismo).Mirabelli amarrado, antes de se submetter s experiencias nos primeiros tempos da sua vida psychodynamica.Uma sesso scientifica,na Academiade EstudosPsychicos CsarLombroso (SoPaulo),emplenaluz,vendo-seomdiumseguro, deambasasmose controlado por observadores e facultativos.Durante a campanha anti-Mirabelli: o mdium, antes de se submetter a uma experincia, cuidadosamenteexaminadopelossrs. drs. CarlosNiemeyere Alegretti Filho, conceituados mdicos; o baro de Ergonte, literato e conhecido estudiosodescienciaspsychicas; dr. SylviodeCampos, advogadoillustree prestigiosa figura do Partido Republicano Paulista; dr. 1. Motta, director do jornal "SoPaulo", distinctoadvogadoejornalista, eoutroscavalheirosde alto conceito social. (Dolivro - Resultado de um Inqurito).Duranteacampanhaanti-Mirabelli: sessoexperimental organizadapelosr. dr. Augusto Corra Lima, ex-deputado federal pelo Cear, com a presena do sr. dr. Leopoldo de Freitas Bulhes, vendo-se os ante-braosdo mdium parcialmente desmaterializados. (Do livro-Resultado deum Inqurito).Trechomanuscripto, produzidoemsesso, pelo mdium Mirabelli.Escripta mediumnica de Mirabelli, controlada pelos subsignatarios.Mensagem pyschographica de Mirabelli.Communicao transmittida pelo punho deMirabelli.Marinha executada por Mirabelli, em estado de transe, na Praia Grande, prxima a Santos.Quadro representando um casal de gatos, num telhado do presidio da Immigrao (So Paulo), pintado por Mirabelli em transe, quando ali esteve preso, ao triumphar arevoluo de 1930.Suggestiva scena pictrica, emnegro, delineada por Mirabelli mediumnizado e reproduzindo O Beijo da Av, deumpintor de alm-mar.Expressivatelacaracterstica, pintadaleo, porMirabelli emtranse, quediz servir-se dasuamo oartista italiano Rizzieri, outrora residente na Rssia. A paisagem nivosa representa uma Igreja orthodoxa de Gorlit,nosarredores de Reval (Esthonia), eumacasademoradiaoudevillegiatura, ondepassava temporadas o escriptor Tolstoi.NaAcademiadeEstudos Psychicos CsarLombroso(SoPaulo). Primeira evoluo duma corporificaophantasmal. Sustem omdium,em transe, o dr.CarlosdeCastro.NaAcademiadeEstudos Psychicos CsarLombroso(SoPaulo). Segunda evoluodumacorporificaobiopsychica. Veem-se, atravs dumagazeou dum sudrio, oscabellosdumaentidadefeminina.Na Academia de Estudos Psysicos Csar Lombroso (So Paulo). Terceira evoluo duma corporificao biopsychica, completa, sempre como mdiumemtranse e absoluto controle.Na Academia de Estudos Psychicos Csar Lombroso (So Paulo). Corporifcao integral e demorada, do poeta Giuseppe Parini, entre o mdium em transe e o dr. Carlos deCastro.Na Academia de Estudos Psychicos Csar Lombroso (So Paulo). Parini, corporificado biopsychicamente, declama versosentre omdium em transe e odr.CarlosdeCastro.Materializao do intitulado kalifa Arunal-Raschid, na Academia de Estudos PsychicosCsarLombroso(SoPaulo), entreomdiuminconsciente, odr. Carlos de Castro, o dr. Olegario de Moura e outros controladores do phenomeno.Materializaoviva do esculptor Petruccelli, diante do mdiuminconsciente, do dr. Carlos de Castro e outros, na Academia de Estudos Psychicos Csar Lombroso (So Paulo).Emmeio sesso de phenomenos physicos, na Academia de Estudos Psychicos CesarLombroso (So Paulo), operou-se uma corporificao humana que se desvanecera no momentode serbatida a chapa photographica, junto ao medium em transe.Voltando a photographia da identiIicao de Mirabelli e a respectiva legenda que a margeia, na alludida obra desses Iacultativos e proIessores, que devemos presumir sejam cavalheiros,encontramos o seguinte desmentido Iormal, a pag.79,do livroCultura Espiritual sem Fanatismo, publicado por Miguel Karl, em 1932, com a destruio summaria da inculpao: "A legenda capciosa, porque no corresponde a verdade dos Iactos e evoca duvidas em detrimento do mdium.Seno vejamos. A photographia em questo no Ioi tirada em 1929 e sim em 8 de Julho de 1930. No Ioi tirada na policia para identiIical-o como delinquente, mas a seurequerimento, paraserapplicadaaumacarteiradeidentidade, quedesdeentotrazno bolso e tem o numero 48. 543, e a data de 8 de Julho de 1930, sendo assignada pelo CheIe do Servio de IdentiIicao, sr. Joo Lopes da Silva. " Ante isso, veriIica-se que nem todos que se propem a historiadores sabem, Iielmente, escrever a historia...Aterceiraobra, queseoccupadeMirabelli, emdois capitulos diIIerentes, oeruditoe substancioso livro O Espiritismo a Lu: aos Factos, do dr. Carlos Imbassahy (Rio, 1935), de 528 paginas. Primeiramente, commenta, comvantagem, as divagaes depreciadoras de um chronistajocosoeborboleteante, deSoPaulo, acercadomdium. Depois, emepigraphe subordinada a vasta seco de Meaiums e experimentaaores,sob o nome de Cario Mirabelli,descreve episodios espontneos e admiraveis de psychismo, testemunhados pelo autor, na sua propria residncia e na Federao Espirita do Estado do Rio. Em ambos os commentarios e explanaes, comquanto julgue esse mdico-escriptor possuir Mirabelli "uma espcie de mediumnidade auto-agressiva", ou de ser (diz elle) "o que em linguagem espirita se chamaria uminaiviauomal acompanhaao",odr. Imbassahy, aIinal livredoreceionutridopelo quebra-quebra das suas porcelanas e dos seus crystaes, termina assim a opinio expendida, as paginas 382-383 desse livro:-"Se Mirabelli Iraudou algum dia, no o sabemos. E' de supor que a sua mediumnidade soIra eclipses; de crer, mesmo, que os seus operadores ocultos no sejamdos mais bem intencionados. Muitas conjeturassepoderoIazer aseurespeito. Odequenonosresta duvida, como no tem restado aos que ja presenciaram Ienmenos como o a que assistimos, que elle um poderoso mdium.Possa, um dia, comprehender a alta misso que lhe cabe, perceba o muito que se exige de um mdium, saiba as responsabilidades que lhe pesam sobre os ombros, medite nos sacriIicios que se deve impor, e podera prestar a Cincia e a Humanidade inestimaveis servios. "BIBLIOGRAPHIA MIRABELLIANAExclusivamente no tocante a Mirabelli, ou as suas qualidades psychicas, ho apparecido estes volumes ou Iolhetos singulares:Editoradapelosr. RodolphoMikulasch(EstabelecimentoGraphicoRadium, Santos, 1926), abre a srie a primeira publicao, copiosamente documentada e satisIatoriamente synthetica dos phenomenosO Meaium Mirabelli, Em subepigraphes: "O que ha de verdadeiro nos seus "milagres" e a sua discutida mediumnidade posta a prova". "Resultado de um inqurito pela Academia de Estudos Psychicos Csar Lombroso".Pelo dr. Carlos Pereira de Castro, venerando mdico, hoje residente em Mogy das Cruzes, e decano dos observadores nacionaes de Mirabelli, Ioi entregue ao publico, em 1930 (Sociedade ImpressoraPaulista, SoPaulo), sobriamenteaprimoradabrochura, derazoavel desenvolvimento, reunindoedescrevendoseguidasobservaessuas, bemcomooutras, de phenomenos interessantissimos, veriIicados na Iazenda Santa Rita, do seu collega dr. Olegario deMoura, nomunicipiodePortoFerreira:OEspiritismoScientificoeasextraorainarias meaiuniniaaaes ao sr. Carlos Mirabelli.Da autoria do sr. Miguel Karl, e por elle editadas em So Paulo, teem sahido as seguintes obras: Mensagens ao Alem, obtiaas e controlaaas pela Acaaemia ae Estuaos Psychicos Cesar Lombroso, atrave: ao celebre MeaiumMirabelli(Heros Graphica Editora,1929);O Meaium Mirabelli Mystificaf(Papelaria Riachuelo, 1929);Martyrios e Acrisolamento ao Meaium Mirabelli(Heros GraphicaEditora, 1930);MantenaoaJeraaae(Heros GraphicaEditora, 1930); e Cultura Espiritual sem Fanatismo (Sociedade Impressora Paulista, 1932).Odr. ThadeudeAraujoMedeirosIezimprimir, emdoisIolhetos, noannode1934, uma entrevista concedida ao Jornal ao Brasil e um artigo que inseriu no Correio aa Manh, ambos jornaes do Rio, reIerentemente a Mirabelli. Intitulam-se esses resumidos trabalhos: o 1.)As Faculaaaes Metergicas ao Professor Mirabelli, e o 2.) Acaaemia Brasileira ae Metapsychica Plano e Estatutos. A parte essencial delles trasladada neste volume.Na Typographia do Globo, de So Paulo, Ioi impressa, em 1935, uma collectanea de appellos e agradecimentos, diasantesestampadaemdiariosdojornalismopaulistano, sobotitulo Carmene Mirabelli, o maior metergico ao seculo.E presentemente surgem, a luz da publicidade, estes Proaigios aa Biopsychica, obtiaos com o Meaium Mirabelli.Supponho ser o trabalho mais completo, ou mais scientiIicamente documentado, sobre o psychodynamo brasileiro.PeloextinctojornalAPlatea,deSoPaulo, nodecorrerdosannosde1920a1922, houve intensa divulgao dos phenomenos observados junto a pessoa de Mirabelli, pelos controladores da, entojaIundada, AcademiadeEstudosPsychicosCsar Lombroso; drs. Carlos de Castro e Olegario de Moura, mdicos; dr. Henrique Braga, advogado; dr. AlIredo Navarro, engenheiro; dr. FranciscoGuazzelli, cirurgio-dentista; major OsoriodeBarros; e outros. Tornaram-se, nos seus relatos, ardorosos propagandistas das maniIestaes rigorosamente testemunhadas.Consideravel numero de artigos, de inIormaes,de noticias appareceram, no so entre nos, como ainda noextrangeiro. AlgunsIiguram nestelivro,em capitulos destacados.E,parase avaliar o vultosissimo acervo das pesquisas, as quaes, durante annos e annos, se multiplicaram, basta dizer que, no monto de livros de actas existentes, Ioram consumidos uns quatorze, em devorador incndio, ateado, aotriumphar aRevoluode1930, nas oIIicinas daIolhaA Capital,queIunccionavamnosbaixosdomesmoprdioondehabitavaMirabelli, emSo Paulo!PARA ASSUMPTOS NOVOS, PALAVRAS NOVAS. CONCLUSO, EM SYNTHESE.AIim de no alongar mais esta introduco, que uma espcie de preIacio, ou antecipada viso do total da obra, deixarei de deIinir ou explicar, melhor, a signiIicao de alguns vocabulos scientiIicos, que empreguei, dos quaes varios Ioram por mim Iormadospara exprimir idas novas, ou substituir palavras dubias e imprecisas, na technica da parapsychica ou da parapsychologia. ReIiro-mea:psychoaynamo, psychoaynamico, psychoaynamia.Emvezde, respectivamente:meaium, meaiumnico, meaiumniaaae.Assim tambm,apporte (em logar de transporte, espontneo ou sem contacto, dos objectos vindos de alm, ou de Iora); cryptosychia e cryptopsychico, etc, identiIicados com a lucidez occulta, ou penetrao espiritual ou psychica, adistncia;rapes(doinglsrap),sonstyptologicos, nosmoveis, nointeriordashabitaes (vocabulo esse, alias, ja empregado por outrem, em portugus, como o sr. Lima Froes, no livro a que alludi). Ficara isso, com a explicao e a preIerencia das palavras biopsychica (em vez de psychismo, ou metapsychica, etc, igualmente usadas no livro) e cosmosophia (ideada por mim), paraserexplanadoaorematedovolume, nocapituloIinal, antesdaBibliographiadeobras consultadas.O que eu tenciono consignar aqui, ao encerrar esta exposio introductoria, que, da minha parte, jamais emprehendi esses estudos e jamais prosegui no seu penoso itinerarioinduzido por qualquer dogmatismo, levado por esta ou aquella preoccupao religiosa. So comprehendo os phenomenos biopsychicos, ou as maniIestaes reacs do denominado espiritismo, no terreno seguro da natureza (no do sobrenatural), da observao conscientissima e plena, do controle absoluto. Por conseguinte,e apesar da insolita extranheza,dentro dos horizontes possiveis e indemarcaveis da Scincia.Da parte de Mirabellio psychodynamo estudado por mim e por tantos scientistas de renome, inclusive pelo meu eminente amigo, o philosopho Hans Driesch, da Universidade de Lipsia, ou deLeipzig, quelheIezdiversasreIerencias, quaes, por exemplo, nasuaParapsychologie,recebidarecentementedaAlemanhahaquemaIIirmeseraxioma,emmetapsychica, no existirmdiumquenocommettasimulaes, umavezououtra. SejapelaIoradequerer persuadir; seja porque Ialhe, no momento, a mediumnidade; seja por no importa que circumstncia. Pecuniariamente Iolgado, millionario varias vezes, que prazer podera ter Mirabelli em exercer a mediumnidade, quando isso acontece com sacriIicio ou soIIrimento seu? Equelucropoderater, quandolheseriamais proveitosodedicar oseutempoemoutros misteres?Averdadeque, naexpresso, psychographada, dodr. AlmeidaNogueira, no obstante"a descrena deuns, a indiIIerena deoutros eama-vontadedemuitos", a consistncia, a inabalabilidade e a culminncia do monumento erguido, pelos dons naturaes de Mirabelli, atravs das turbilhonantes e multiIormes demonstraes,que tem dado ao mundo, Iazem delle o maior sensitivo e o maior motor psychico, de todos os tempos, nessa esphera!No se querem convencer disso os nossos patricios Irivolos, politiqueiros ou ingratos, que no souberam homenagear, na propria terra, um reconhecido gnio universal como Santos Dumont! Pensem, entretanto, como pensarem. Faam o que Iizerem. Ha um luminoso e perenne Poder, superior as machinaes e as contingncias humanas ! O que tem de sersera. Pois, conIorme sentenciou Kardec, em mensagem transmittida perante a Academia de Estudos Psychicos Csar Lombroso, ha tantos annos: "Cest a Mirabelli qui incombe une grande mission, selon aux vues de la spiritualit et de la volont de Dieu. Laissez les controverses et les dissensions de toute jalousie sans raison d'tre, puisque Mirabelli, ce qu'il est, il est non parce qu'il le veut, mais parce que nous, mandataires de celui qui peut tout, le lui imposons. Ralliezvous autour de lui, pour blouir le monde avec la preuve Iinale. M'exhaussez,mes Ireres! Avec Dieu. Par Dieu (sic)"IIPRIMEIRAS OBSERVAES COM O MDIUM MIRABELLI(Diario ae Santos, ae 2 ae ae:embro ae 1917)UMA ENTREVISTA COM O TALENTOSO ESCRIPTOR DR. EURICO DE GOES, OS PHENOMENOS MEDIUMNICOS.O dr. Eurico de Goes um nome Ieito nas letras e os seus trabalhos tm merecido a atteno dos estudiosos.O seu livro sobre a Bandeira Nacional provocou, ha alguns annos, discusso na imprensa e lhe valeu entrar para o Instituto Historico Brasileiro, sendo que pertence ainda o distincto intellectual a importantes associaes litterarias e scientiIicas, nacionaes e extrangeiras.Intellectual de reputao, o dr. Eurico de Goes viajou pelos paizes europeus e ahi viu muito e muito observou e estudou, adquirindo uma cultura philosophica solida, revelada em um de seus trabalhos publicados ha cerca de quatro annos.E' um espirito aberto as mais exigentes investigaes scientiIicas. E estudando, com amor, os phenomenos do "psychismo", diz a verdade sem rebuos, sendo um desses espiritos independentes que preIerem a verdade com toda a sua nudez Iorte, sem os mantos doirados da phantasia, a transigir, acceitando tudo de accordo com as convenincias pessoaes.Conhecendooillustre escriptor, oseuespiritorectoe claro, procuramos ouvil-osobre a personalidade original e notavel do aIamado mdium brasileiro sr. Carlos Mirabelli.Sabiamos queodr. EuricodeGoes assistiraauma maniIestaomediunicadoreputado "mdium" e quizemos que, com Iranqueza, nos expuzesse a sua impresso sobre o sr. Mirabelli, queproduzphenomenos mediunicos interessantissimos esurprehendentes, dignodeestudo scientiIicos, como attestam nomes como o dr. Seabra e Horacio de Carvalho.Dirigimo-nosapraiadoJosMenino, ondeestahospedado, noPalaceHotel, umdosmais conIortaveishotisdoBrasil, osr. dr. EuricodeGoes, e, depoisdeencantadorapalestra, dissemos ao que iamos.E, promptamente, o brilhante escriptor respondeu as nossas perguntas.Qual a sua impresso do conhecido mdium Carlos Mirabelli?A minha impresso de que elle um verdadeiro mdium, do gnero desses que tm sido celebrizados nas experincias e nos trabalhos de WilliamCrookes, Lombroso, AksakoI, Flammarion, Paul Gibier (discipulo de Pasteur, commissionado para estudar a Iebre amarella em Havana) e tantos outros.Aproposito, vema indagaodoquesejapropriamente ummdium. Nomeuentender, considero-o um individuo duma organizao nervosa especial, mixto de vehiculo e propulsor, duma vibratibilidade extraordinaria. Assim como, na esphera physica, por exemplo, ha bons e maus conductores de electricidade, tambm ha, na esphera psychica, individuos mais ou menos vibrateis,em quea Iora animica ou (si quizerem) a Iaculdade mediunica se condensa ou se desloca, em maior ou menor grau.Mirabelli apresenta, sobre a generalidade dos seus emulos, duas particularidades interessantes: l.a) nocaeemestadocompletodetranse, isto, numaattitudecatalptica, lethargica, ou somnambulica (pelo menos, nas occasiesem que me Ioidadovl-o) ; 2.) osphenomenos psychicos, obtidos com a sua interIerncia, realizam-se, geralmente, a plena luz.Porum conjunctode circumstancias e,principalmente, devidoa essa ultima particularidade, HoraciodeCarvalhoomais proIundoeomais conscienciosoconhecedor dosestudos psychicos no Brasilo considera o maior mdium at hoje apparecido.Quaes Ioram os phenomenos?Nasessoemquetomei parte, consistiramnoseguinte. Estalonosmoveiseimpresso auditiva de que algum estava tocando na loua da cozinha. Sensao de que me sacudiam a mangadopaletoedemoinvisivel quedeslizassepelomeubrao. Umatoalhapendurada levanta-se, a distancia, sem o menor contacto, por duas vezes. Um papel, pendente da parede, ergue-secomosi Iosseagitadopor umabrizaligeiraeapresentaoaspectodequesevae enrolar. Folhas de crotons, num vaso onde ha Ilores, movem-se e encurvam-se, elegantemente, diversas a umtempo. Uma caixa de papelo, pousada na palma de minha mo, gyra vagarosamente.A aba do casaco da cunhada de Mirabelli, de p e immovel junto a mim, do meuladoesquerdo, dobra-separacima, estandoomdiumaomeuladodireitoeimmovel tambm. Omeuchapo levitadoe tombadosuavemente sobre a mesa, a meupedido. Igualmente a meu pedido, rasgado no ar, sem contacto algum visivel e depois de examinado por mim, um papel que eu mantinha seguro, Iicando um retalho na minha mo e o outro cae ao soalho. (Conservo esses dois pedaos de papel, em que nenhum signal se encontra de extranho ou suspeito).Seiqueoutrosphenomenosmuitomaissuggestivosteemsidocomprovadosporpessoasde cultura e merecedoras de crdito. Da minha parte, porm, apenas relato o que observei.TendoassistidoaestamaniIestaomediunica, podeaIIirmarquenoexistenenhum truque na produco desses phenomenos?PossoaIIirmar que nohouve truque, tantoquantotenhoconscincia de que, nessa occasio, eu estava, como estou agora, emplena posse da minha razo. Opretexto de allucinaoou suggesto deveserpostode lado,mesmoporque euIortaleciao pensamento preconcebido de no me deixar suggestionar. Eu no perdia um so dos movimentos do mdium, que se conservava sempre a meu lado e, as vezes, at, preso por mim, quando os phenomenos se maniIestavam a distancia. A mesma Iiscalizao exerci sobre as outras pessoas da casa, e bom no esquecer que os phenomenos se observaram, quasi todos, sob a aco da luz. Demais, no houve enscenao ou apparato de espcie alguma. Foi surprehender o mdium deitado e indisposto. Eeuja me ia retirar, quandoos phenomenos, repentinamente, comearama evidenciar-se, registrando-se todos no curto espao de meia hora a 40 minutos, no maximo. Si o que vi no realidade, ento o brilho do sol, o movimento do mar, as mutaes atmosphericas tambm constituem illuses.Assistiu, ja, a alguma sesso de mediunidade, antes de sua visita ao sr. Carlos Mirabelli? Tenho assistido, aqui no Brasil e na Europa, a muitissimas sesses de mediunidade ou de intitulada mediunidade. E (com pesar ou prazer para a sciencia o conIesso) o que at hoje tenho observado, em reunies particulares ou em sesses de varios denominados "centros va ja longa, edeixamol-oaentradadoPalaceHotel, satisIeitos pelasinceridadecomquenos Ialoua respeito das extraordinarias maniIestaes mediunicas do sr. Carlos Mirabelli.Na praia, o mar, espumando, extendia-se em ondas sobre ondas, emquanto, entre um sulco de nuvens, sorria o cu no seu esplendoroso azul...IIIEXTRAORDINRIOS FACTOS DE BIOPSYCHICA, OPERADOS EM SANTOS(No Diario ae Santos, ae 27 ae faneiro ae 1918)ACTA aa granae sesso ae phenomenos, reali:aaa pelo notavel "meaium" brasileiro professor Carlos Mirabelli, na noite ae 26 ae Janeiro ae 1918.Aos 26 dias do mez de janeiro de 1918, a convite do sr. dr. J. Marcondes de Souza, com a presena dos srs. dr. Carlos Augusto, proI. Jos Panucci, cel. Maximiano Torres, cel. Arthur da Silveira, pharmaceutico Francisco Barbosa, Fernando Maia, Isaac do Amaral, Luiz Mendona, AntonioTortora, Raphael Alvarenga, eng. OswaldodeCastro, AntonioParanagua, Angelo Salvatti, Vicente Villas-Boas, No Calsner, Antonio Brusel, Adolpho J. Loureno, Salvador da Cunha, Joaquim Pereira Dario, proI. Antonio Di Fellucci, Jos Maximiano da Costa, Maciel Ferreira, Frederick Tranches,Ermelindo Fontes, Alberto Pinto Loureiro, Pasqual Tognoccio, constructor, Pedro Franco Pacheco, capitalista, Domingos dos Santos e muitas outras pessoas, inclusive distinctas senhoras, cujos nomes no podemos notar,o sr. proI. Carlos Mirabelli realizou a sesso que vamos noticiar.sesso, porm, taes provas Ioram alm: um leque, que se achava sobre a mesa, Ioi visto levitar-se, abrir-seemover-secomosemodelicadaosustentasse; emseguida, umacampainha recebia quatro Iortissimas pancadas.7.phenomeno: Estephenomeno, alias verdadeiramenteassombroso, peemrelevoas extraordinarias qualidades mediunicas do sr. Carlos Mirabelli.Pela importncia do phenomeno que abaixo. constatamos, a individualidade do illustre mdium, que ja Ioi estudada por distinctos scientistas de So Paulo e do Rio, se apresentou na modalidade de um phenomeno, que at hoje, no Ioi veriIicado no Brasil.Eis o phenomeno:O sr. Carlos Mirabelli estava, como acima dissemos, amarrado e, ao mesmo tempo, cercado por pessoas presentes.Repentinamente, comeou, emplenaclaridadedeumalmpadadecemvelaseoutras, de cincoenta, asvistasassombrosasdetodos, adesappareceraospoucos, atsumir-sedasala, ouvindo-se, ento, um Iorte rumor no gabinete de estudos.Correram todos ao gabinete. Este, porem, estava Iechado a chave, e, aberto, com surpreza geral, viramqueomdiumCarlosMirabelli estavacahidoemtranse, dentrodogabinete, sendo constatadas as pulsaes pelo dr. J. Marcondes, julgando todos que estivesse morto! Depois de cerca de 15 minutos, o mdiumCarlos Mirabelli voltou a si. Os circumstantes Iicaram verdadeiramente impressionados,pelo que viram! Foi uma perIeita desmaterializao que se operou,sendoqueestephenomeno,comoselnasobrasdosgrandesmestres, rarissimo, demonstrando a alta potencialidade mediunica do sr. Carlos Mirabelli.As pessoas presentes Ielicitaram-no por este assombroso phenomeno, merecedor de ser amplamente divulgado, por se tratar de um Iacto sensacional, e que so surprehende aquelles que no tm estudos de psychismo.Este extraordinario phenomeno vem conIirmar os excellentes resultados dos proIundos estudos de scientistas illustres, como os srs. drs. Alberto Seabra, Horacio de Carvalho, Carlos de Castro, Capote Valente, Vital Brasil, Eurico de Goes e Felippe Ach, que ja tm estudado e emittido abalisadas opinies sobre o conhecido mdium brasileiro.IVTRANSMISSES PSYCHOGRAPHICAS SCIENTIFICAMENTE CONTROLADASA QUESTO SOCIAL, OS REGIMENS POLITICOS E A SITUAO INTERNACIONAL DO MUNDO, COM A EXALTAO DA ITLIA, SOB A CHEFIA DE MUSSOLINI, PREVISTA CERCA DE 15 ANNOS ANTES.COMMUNICAAO ATTRIBUIDA ACAVOUR.(Das Mensagens ao Alem, eaitaaas por Miguel Karl)A mensagem seguinte Ioi obtida em 25 minutos, no dia 17 de Ievereiro de 1923, na sede da Academia, estando presente, entre outros, os seguinte senhores:Pharmaceutico Romeu PereiraJos de Freitas TinocoHenrique Orsini Lauro Sampaio ViannaCeleste Sampaio ViannaCarlos Teixeira PintoAlvaro Teixeira PintoDr. Carlos de CastroSeraIino ZagottiDr. ManIredo GallucciDr. De SimoneDr. Moreira MachadoDr. Olegario de MouraDr. AIIonso de Carvalho, eng.Dr. Rubens Soares.Todas as cousas do engenho humano, artes, industrias, sciencias ou politica, todas tiveram as suas varias phases de evoluo, passando pelo obscuro cahos da noite primitiva, para chegar a Renascena, e emIim ao apogeu do triumpho Iinal, que so chega quando a opinio popular as proclama e as leis lhe consagraram, apoio e sanco.Indistinctamente, todos os systemas philosophicos, todas as innovaes ou ideias conheceram essasescadasconsecutivasdaasceno, e, dentretodasasquestesquehoapaixonadoa opiniodoshomensdetodosostempos, amaior, indiscutivelmentehasidoaevoluoda Iorma de governo.Vinda com a origem do mundo, a autoridade era em inicio exercida pelos mais Iortes, passando mais tarde aos ancios e depois a casta sacerdotal, que em apparencia se desobrigou d'essas Iunces, entregandotaespoderesamonarchas, seusIilhospredilectos, aosquaesannuiaa aureola de semi-divindade, aIim de melhor mantel-os inabalaveis em seus postos.Demasiados poderes em mos de um so homem Iatalmente haviam de degenerar em tyrannia, e osabusosque, durantesculosennegreceramaspaginasdahistoria, provocaramareaco proporcional. A creao de parlamentos, no emtanto, em nada diminuio a autoridade autocratica dos dspotas, cujos abusos redobraram, certos da unidade e da inabalabilidade do poder queenIeixavamemsuas mos, nosendooregimenparlamentar tomadoemconta alguma, pois que, geralmente composto de Iavoritos, era dominado pelo poder executivo, ou compresenteseIavores, ouentocomameaasecoacesviolentas; assimquevemos CromwellcondemnarCarlosI,porintermdio mesmoda constituioparlamentar,semque houvesse siquer uma corrente contraria, quando a Iavor desse ro historico militavam poderosos orgos. To nulla a aco d'essa instituio, que os historiadores quasi que jamais a mencionam, nosepisodioshistoricos, ondesempreavozactivapertenceu, semoutrarazo melhor, a um Iavorecido pelo destino que o Iizera nascer de sangue real, e este homem no era mais sabio, mais virtuoso e nem melhor que os outros, e da sua nescia orientao nasciam os males que Ilagellaram as primitivas geraes; dos seus caprichos nasciam as guerras, e seus passatempos predilectos eram cruzadas, em que esbanjavam as posses das naes que tinham a desgraa de estaremsob a sua directriz, para emseguida esmagarem-n'a comtributos tyrannicoseoppressivos, nosocomointuitodereIacoIinanceira, comotambmpara resgatar prisioneiros, e sempre eram nobres, que se achavam em mos inimigas.Um monarcha exercia Iunces e dispunha de poderes que hoje nos parecem Iabulosos; a vida e as posses de seus subditos no eram mais que joguetes e nem siquer sua honra ou suas Iamilias se respeitavam, e isto com o mais cynico e despotico menosprezo pelo direito natural, que se acha impresso em todas as sciencias: so os loucos e os idiotas no dispem de raciocinio suI Iicienteparadistinguir obemdomal, etodoohomemqueabusardaautoridadesemser aIIectado por algumas dessas pathologias, prevarica; agora, no ter integras as suas Iaculdades mentaes incidir no capitulo das incapacidades, e no sendo licito suppr que a um ser destes se conIiem poderes governamentaes, concluo que todo o soberano ou toda a autoridade que prevarica, opprime e coage, exerce a tyrannia.A liberdade a liberdade; o romantismo, sob a cheIia do papado, reteve captiva durante sculos essasupremabasedarazo, parapoder manter opoder temporal, oquenoemtantono conseguio, devido a pertinacia da ReIorma, que logo entrou no terreno superior do racionalismo e da liberdade, proclamando uma I que no era obrigatoria, e ainda, no lhe dando o cunho de exclusivismo, mas antes, aIIirmando a omnipresena de um Deus, cujo templo seria em toda parte onde estivesse a boa inteno e um corao sincero em prece; a reIorma religiosa, no exigindo que essas preces, para serem validas, Iossem Ieitas em seus templos, no so golpeou a auctoridade religiosa, mas tambm a temporal, o que so se veio a sentir mais tarde. Abalado o prestigio dos aambarcadores da graa divina, os autocratas, seus protegidos, tambm se viram despidos da aureola de divindade, para apparecerem aos homens como seus iguaes, dotados de privilgios que nada justiIicava nem explicava.A instituio parlamentar, embora ineIIicaz, era ja um Iraco degrau, e to Iraco que ningum se lembroudesupprimil-a, eassim, desapercebidaesemprestigio, desenvolveu-seatravezdos tempos e emIim reclamou os seus direitos e exigiu que todo o acto de constituio, a qual seria a norma estricta a ser seguida pelo executivo, sem outros privilgios, e sua inIraco no seria nunca um direito, mas sempre uma arbitrariedade.Comtudo, so a Revoluo Francesa, com seus cortejos de carniIicinas e barbaridades Ierozes, conseguio Iirmar o principio da igualdade dos homens, e o seu exemplo Ioi um incentivo vivo as outras naes e Ioi assimque poude verdadeiramente viver a instituiorepublicana, consolidada com o massacre de uma casta que desde a origem do mundo se attribuira o direito de massacrar. Voltaire,Robespierre, Danton e Marat, eis os Iormidaveis executores da obra, da qual no Ioram seno instrumentos, as ordens de poderes que ainda vos so incognitos. Talvez seusnomes sejamexecrados, semlembranadequeacastaIeudal quederribaram, havia commettido monstruosidades que a penna se nega escrever.Oregimen democratico-constitucional abraou pois, durante osculoXIX,quasi todo o mundo, etodasasmonarchiastornaram-seconstitucionaeseoparlamentoadquiriopoderes reaes, e hoje realmente legisla.A nova Iorma de governo durante to longo tempo anhelada, no realisou ainda o ideal sonhado por tantos apostolos da liberdade, tantos livres pensadores e philosophos, porque da ambio surgiu mais um obstaculo a expanso da doutrina do governo do povo pelo povo: a politica. A politica, com o seu espirito de sectarismo e de dominio, no Iez seno modiIicar os horizontes da antiga autocracia, creando a burocracia, o proteccionismo.O regimen que geralmente prevalece, o de uma Iaco politica, preponderante que suIIoca todos os impulsos das Iaces antagonicas. O povo realmente representado no legislativo? Quasi. Assim digo, porque a Iaco situacionista sempre quem escolhe os seus candidatos, muitas vezes typos impopulares, e Ial-os serem votados, pois, para assim procederem, dispem de um eleitorado bem disciplinado e que segue sempre, rotineiramente, a mesma orientao. As reaces, quando conseguem collocar a sua representao, e ainda em escala pauprrima, aos poucosvem-seenIraquecidaspeladeserodosseuseleitososquaes, paulatinamente, vo procurando as suas convenincias pessoaes.Emrelaoapoliticainternacional, essasIacesdominantesvosendodomesticadaspelo sabiomachiavellismodaschancellarias eembaixadas extrangeiras, eassim, comhonrarias protocollares, emprstimos comcondiesespeciaes, allianas ouapoiomoral, umanao perdeparavisespeculadoresaquilloqueosanguedemartyresconsolidara. Eisoquebem exempliIica a parabola dos vendilhes do templo!AItalia! Sim, vejamosaItalia; bemaellaqueseenquadramestasexposies; quanto soIIrimento ahi conIrangiu os coraes, quanta oppresso supportou o seu povo, sob o jugo dos Iidalgotes que o governou, sem siquer saber libertal-o do dominio austriaco! quantos martyres! Santarosa, GonIalonieri, Pellico, Menotti, Manin, Nazario Sauro, Battisti e Guglielmo Oberdan! Quantosangue, quantasamargurasequantomartyrio!AgrandeRomadosCsaresdesua passada gloria no conservou siquer os louros! Que pois d'aquella raa Iormidavel que reinou no mundo! No havera mais Cincinatos? Sim, era Iielmente este o lamento, o suspiro que partia de todos os coraes patriotas, ao Iindar a conIlagrao mundial, que, Iinanceiramente Iallando, reduziu a Italia a uma nullidade, com o cambio desacreditado, com a produco estagnada e quasi reduzida a misria, dando emIim a impresso de uma decadncia tremenda, avivada pelas luctas partidarias que envenenaram a sua ordem. Os homens que compunham o seu governo, apoz terem sacriIicado tudo o que a patria possuia de vitalidade, no souberam siquer deIender os seus interesses, reclamando aquillo que era italiano por todos os titulos e que um sculo de martyrios no conseguira libertar, inutilisando assim todo o esIoro Ieito e desilludindo mais uma vez a esperana dos patriotas.Osestadistasitalicos, esquecendoagrandezadastradiesquerepresentavam, notiveram Ioramoral bastante para impor respeitoas suas alliadas, que seIizeramsurdas as suas pretenes e deram azo a ambio mais desenIreada, apoderando-se de tudo quanto podiam, cuidandosomente desi. Noteriamahi cabimentoconsideraes sentimentaes acerca da ingratido dos que hontem mendigaram o socorro, no, mas seria necessario que um homem de extraordinarioalcanceseempenhassenumaviolentacampanhadiplomaticaeexigisse, sem mais Iormalidades, aquillo que constituia um onus real para com a Italia; surgiu D'Annunzio, verdade, equiz, usandodeIora, apossar-sed'aquilloquedeboamentenolhequeriam conceder, e no entanto, o proprio governo italiano, esquecendo a lico de Vittorio Emanuele e de Cario Alberto, cedeu a presso anglo-Iranco-americana, e o expulsou, com os seus patriotas, d'esse reducto santo em que palpita o corao da patria.Carcomida pelas luctas politicas internas e minada pelos Ialsos manejos da politica vendilh de suas alliadas, a patria italiana precisava de um homem, digo de um homem, e ella encontrou-o na pessoa de Benito Mussolini, que ao patriotismo de D'Annunzio junta todo o tino politico de Bonaparte e o alcance administrativo de Colbert; sobrio e independente at o excesso, elle uma d'aquellas grandes temperas de cheIe, que tanto se Iazia mister. No acceitando Iavores, para no dever obrigaes, Mussolini conserva toda a sua Iora moral para dizer verdades, e mesmo desagradar, sempre que o interesse da patria o exigir, e as suas intempestivas conIerencias com os representantes de suas alliadas, tm comprovado a sua tempera mascula. Financista e guerreiro, em sua presena tremem os diplomatas de salo, que so aprenderam o agradavel torneio de palavras, e por isto, ou vol-o proclamo, oh! raa martyr e opprimida, que podeisestar descanada, poisencontrastesovossocheIe. Umanovaphasedeprogressoe desenvolvimento se engendra e a Italia vae renascer sob um outro destino: Mussolini a guia, e bastante!Fallei da questo capital da Iorma de governo, e agora relembro-vos, meus caros ouvintes, que Mussolini, aoconstituiro seu gabinete, introduzio uma completa reIorma na burocracia vintennista, desbancando essa politica neIanda que imperceptivelmente vinha estabelecendo a reconstituio da autoridade absoluta, quando a sua essncia sr relativa, e assim que o seu gabinete uma sabia seleco, dos homens mais capa:es de cada partido. Os sculos Iuturos nos diro algo sobre um Benito Mussolini, que veio dar um remate, uma conIirmao a ideia de 789, introduzindo o direito natural, em toda a sua expanso, n'aquillo que no constituia seno um monopolio partidario, aquillo que no seno o Ieudalismo sob outros pontos de vista.Vou-me, embora vos quizesse expor completamente as consequncias dos golpes de Mussolini, porquantooinstrumentoquemetraduzestaexgottado, comosystemanervosoIortemente combalido, por contratempos intimos que lhe roubam toda a vitalidade; seja pois para outra vez. Adeus.Cavour.CONCEITOS SOBRE MIRABELLI E A ESPIRITUALIDADE, VEHICULADOS ALM-MAR, SUBTILMENTE COMMENTADOS POR UM SUPERIOR ESPIRITO GAULEZ.COMMUNICAAO ATTRIBUIDA A SAINT SIMON(Das Mensagens ao Alem, editadas por Miguel Karl)Actadasessodepsychologia phenomenal, oudeobservaoscientiIica dephenomenos psychicos, realizadanoarrabalde"BrooklynPaulista", residnciadoSnr. BernardoPritze, procurador do Banco Alemo Transatlanco, em So Paulo.As 8 horas e 25 minutos da noite, o mdiumCarlos Mirabelli maniIesta-se emtranse, apparentemente tranquillo. Atransio operou-se com suavidade, pois estava conversando, no salo de jantar, numa roda de mais 5 pessoas, asquaes, todas, assignamestaacta. Tomandoumas tirasdepapel eumlapis, o mdiumdeclarouacharem-se presentes e aoseuladoduas personalidades desencarnadas, diIIerentes: uma, omarquezdeScalea, quesemaniIestava, empuroitaliano, pelavozdo mdium; eoutra, queseutilizavadoseubraoparaescrevercertamensagem, dirigidaem resposta a uma carta do Snr. Pascal Forthuny, endereada a Mme. Pritze, da vivenda sita em Montmorency (Seine et Oise), Frana. Essa mensagem escripta Ioi assignada pelo nome clebre de Saint Simon, escriptor e philosopho Irancz do sculo XVIII e dos primeiros decennios do sculo XIX. O Iacto mais interessante e que, emquanto o brao direito do mdium escrevia, em dez minutos, a mensagem, numelevadoIrancs classico, comuma logica e uma ironia inexcediveis avozde Mirabellisedirigiaaos ouvintes,numrequintadoitaliano desalo, Iazendo commentarios a respeito de passagens relacionadas com o mdium, com a carta e com o que se havia havia passado e se iria passar na Europa, em relao a reputao do mdium, ou averacidadedosphenomenosquelheeramattribuidosnumIolhetoimpressoedivulgado! Duas coisas diversas, realizadas ao mesmo tempo, por intermdio da personalidade do mdium.A carta Ioi lida, em seguida, e admirada. Prescreveu o marquez de Scalea se tirassem cinco copiasesereconhecessemasIirmasdaspessoaspresentesaestasesso, devendoseremas copias enviadas a diversos pontos da Europa. Depois disso o marquez de Scalea dirigiu-se, em versos italianos rimados, a cada uma das pessoas signatarias, reIerindo-se a Iactos peculiares, de per si, a cada um dos assistentes.Antes de terminara communicao oral, o marquez de Scalea, assim intitulado, pediu ao dr. Eurico de Goes desse uns passes magnticos no mdium e impuzesse a mo direita, agitada, sobreumcopodeagua, aIimdeaIluidiIicar, paraqueomdiumbebesse, oqueIoiIeito, attendendo ao seu estado de depresso de Ioras e de saude abalada pela diabetes progressiva.Voltandoomdiumaoseuaspectonormal, sentou-sedenovonomeiomais proximoda assistncia, da qual estava destacado. E continuou, como antes, a tomar parte na conversao, quando se deu um transporte bastante interessantephenomeno classiIicado entre os Iactos chamados detelekinesia. Umacigarreira detartaruga, pertencente aoproprietariodacasa (objectoqueseachavaguardadonumagavetacerrada, emumquartodistante, Iechadoa chave), Ioi, depois de annunciada e vista, astralmente, pelomdium, muitotempoantes, transportada e atirada a um canto do salo. Nesse quarto o mdium no havia entrado.Eis os Iactos comprovados por nos, com as luzes accesas e em condies de ausncia de Iraude e grande rigor de observao, notando-se que o mdium de instruco limitada. Eu, Eurico de Goes, director da Bibliotheca Publica Municipal de S. Paulo, redigi esta acta e assigno-a, com as demais pessoas presentes.So Paulo, 30 de agosto de 1928.Eurico de Goes, Director da Bibliotheca Publica Municipal de So Paulo.Bernardo Pritze, Procurador do Banco Alemo Transatlntico.Herbert Osborne, socio da Iirma Oscar Mors & Co.Brigida Pritze.Yolanda Martins.MENSAGEM ASSIGNADA POR SAINT-SIMON:Mes Ireres.Ici, en haut, aupres Dieu, le Crateur, ou nous sommes, au regne de la spiritualit la plus pure, resonnent vos appels secrets, pour que quelqu'un vienne vous porter un message que soit a un temps une aIIirmation ou un dmenti, sur les Iaits de la spiritualit, a vous tous maniIests par les merveilles dont est dynamisateur le medium Mirabelli qui me reoit et vous transmet selon il lui est possible ce que je crois, ce que les esprits tous savent a l'Espace, et ce que tout le monde devra connatre dornavant.Le dIience criterieuse de tout ce que vienne bouleverser les principes tablis de la science, ne peut tre condamne, et est le moyen le plus sr de mettre en preuve dIinitive tous les aIIaires plus ou moins invraisemblabtes, comme sont, par exemple, les phnomenes dites mirabelliens.Voila, mourir... et revivre encore, cette est la Loi tablie par Allan Kardec.Essayer, dIier... et essayer encore, tel mesembled'trelareglescientiIiquedequelqu'un d'outremer qui vous addresse de lettres que vous cachez si soigneusement pour le monde et vos connaissances, mais pas pour nous que voyons mme les penses et les intentions!Oui, monsieurledouteur, douterdonc, et doutezjusqu'aquenousvousdonnerionsces preuves que tout a la porte quelles sont, ne devraient point avoir echapp a votre perception de scientiste et rechercheur experiment...Eh, donc, qu'il a t Iacile a quel touriste brsilien, de vous convaincre que les Iaits dont il Iit un des tmoins principaux, ne soient que supercherie et mystiIication! Et vous tous, des hommes experimentes que vous tes, porteurs de noms et d'un haut degr de reponsabilit, vous vous avez laiss attraper si Iacilement, par un qui, ayant combatti les Iaits, les a plus tard accepts commevrais, dansunecontradictionqueasurprisl'opinionpubliqueauBrsil, notamment apres que son nom a t trompet dans tous les journaux et aIIich partout dans les villes de Santos, So Paulo et Rio de Janeiro, sans qu'il et os protester, sans qu'il et os contradire sa conI ession publique!!!Et a prsent le voila, qu'il va a Paris, et cherche ses connaissances et quelques hommes qui se presument intelligents,et bien murmure a l'oreille que les Iaits qu'il a tmoign ne sont que mystiIication! C'est curieux!Non. C'est drle!Eh Dieu; comment peut tre que lui, experimente et intelligent qu'il est, nie les Iaits auparavant, et cherchedeprouveret yrussit selonil aIIirmequetout cequeMirabelli Iaisait n'taientquejeuxdescene, combinationdeIils, etprestidigitation, pours'enddireensuite apres avoir assiste a une sance presque screte et a laquelle il a pris toutes les prventions possibles, se conIessantspontanementconvaincu de l'authienticit des Iaits auxquels il venait d'assister, tout en excluant la moindre possibilite de Iraude ou mystiIication?Et apres, cette conIession, auraitil Iait d'autres sances ou il lui ait t possible obtenir quelques preuves de prestidigitation, et avoir, consquemment, une raison d'ordre scitntiIique pour ddire sapremiereconIession?A-t-il Iait cela?A-t-il despreuves encontraire'?A-t-il attraple jongleur?Non! Non! Non!.Mais il y a de plus. Ceux qui se sont mis a l'tude des Iacultes de Mirabelli, se sont apres valu de son nom comme un des plus insuspects tmoins et dont la conIession portait la plus proIonde empreinte de sincerite, et avait t Iaite a des amis, sans qu'il pensait a la possibilit de que tout celavenait alaconnaissancedupublicetdelapresse! Iladoncparlsansquelqueide preconue: donc, il a dit la verite.Et plus tard encore, voila son nom aux vitraux des boutiques, dans les trams, dans les chemins de Ier, sur les murs des maisons et dans le annonces des journaux: sa conIession! sa conIession! Apres avoir prtendu prouver la jonglerie, il s'tait retract et conIessait la sincerite aes faits,auxquels il avait assiste.Et comme tout d'autres, il avait pris toutes le prcautions pour ne se laisser tromper!Et l'homme vis par tout cela, ne pronona par un mot de dmenti! Pas un mot!Et a un ami qui lui a demande l'opinion sur les Iaits, apres conIession, il repondit textuellemente:"Je doute des hommes, mais je ne peux plus mettre en doute la spiritualit"! Et 1'ami auquel il a dit cela est un de ses plus intimes... Demandez lui s'il ne s'en rappelle, ou s'il veut que nous le lui rappellions, Il aura peuttre la mmoire un peu aIIaiblie par le voyage!.. .Eh donc! S'il se sent oblig de dmasquer le pretendu jongleur, c'est si Iacile; a son retour au Brsil, il pourra rpterpar ecrit aans le presse a quil appartient,tout ce qu'il a murmur a Paris et en Italie.Ici, ou les evenements controvertis ont eu lieu, il trouvera Mirabelli toujours prt a se deIendre par la presse des accusations qu'on lui Iit, j'en sui sr.Car, c'est vident que Mirabelli ne pourrait aller jusqu'a se dIendre en France, des intrigues de quelqu'un qui n'a pas assez de courage et de caractere pour venir l'accuser publiquement a So Paulo! Ce serait que de donner a ces intrigues une importance qu'elles n'ont et n'auront jamais!Qu'il vienne accuser a So Paulo, ou il y a bien de gens que connaissent sont amiti et la raison aes frequentes visites quil fait a levque ae So Paulo, lequel, par devoir d'oIIice, est un grand enemi de tout ce que soit spiritisme ou spiritualit...Non discutions l'intrt material que chacun peut avoir...Donc, mesIreres, Iaitessavoir celaavosconnaissancesdeFrance, quevouscrivent des lettres, que vous cachez a tous, except a nous.Car a la Iin, je ne sais pas qui serait a blmer, si celui que trompe,ou ceux que se laissent tromper.En retournant chez moi, la Haut, ou tout est certitude, ja prierai pour vous, mes amis. Adieu.Saint Sitmon.EXPLANAO RELATIVA A JESUS, A DEUS E A ORGANIZAO SOCIAL.COMMUNICAES ATTRIBUIDAS A S. BERNARDO E OUTROS.(Das Mensagens ao Alem, editadas por Miguel Karl)Relao dos Iactos e phenomenos observados na noite de 17 de novembro, na residncia do sr. BernardoPritze, emBrooklynPaulista, S. Paulo, comapresenadomdiumMirabelli ea assistncia (entre outras pessoas) do dr. Mauridio de Medeiros, conhecido mdico e parlamentar do Brasil.Na sala de jantar e de recepo. Luz proIusa de lmpadas elctricas. O mdium, que se acha doente, com um Iurunculo ou erupo no pescoo (lado posterior, esquerdo), naturalmente em consequncia do seu estado diabtico, maniIesta alguma Iebre e cae em transe.Nessas condies, escreve as mensagens seguintes, em portugus, em Irancs, em ingls e em alemo, assignadas por: Bernardo de Clairvaux (S. Bernardo), Louis (S. Luis, de Frana, que Ioi rei), Luthero,