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PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO SUBPROCURADORIA GERAL DO ESTADO ÁREA DO CONTENCIOSO GERAL Destaques da atuação da Área do Contencioso Geral da PGE em 2013 Em 2013, simultaneamente à adoção de novas medidas visando a redução da litigiosidade, acentuou-se o trabalho de reestruturação e reorganização da área do contencioso geral, envolvendo, dentre outras, as seguintes providências: 1. Criação da Coordenadoria Trabalhista Considerando a necessidade de unificar as posturas processuais e as teses de defesa do Estado de São Paulo e das autarquias estaduais nas demandas em trâmite perante os órgãos da Justiça do Trabalho, foi criada, por meio da Resolução PGE-13, de 07-05-2013, a Coordenadoria Trabalhista, no âmbito do da Subprocuradoria Geral do Estado Área do Contencioso Geral. 2. Reestruturação da Coordenadoria de Execuções contra a Fazenda Pública da Capital (CEFAP) e Coordenadoria de Precatórios Judiciais (CPJ) Através da Resolução PGE nº 11/13 foram reorganizadas as atribuições e atividades da CEFAP e da CPJ. Atividades executivas e os recursos humanos da CPJ foram realocados na CEFAP. Foram adotadas as seguintes providências em relação à CEFAP: - passou a vincular-se à SubG do Contencioso Geral; - teve seu quadro ampliado (em 2009 eram 8 procuradores; hoje são 20); - realização de obras (quase concluídas) de troca de piso, rede elétrica e lógica, pintura e mobiliário completo; - dotação de unidades administrativas. Passou a contar com duas seccionais e seções de acompanhamento de processos. - incremento do quadro de estagiários e servidores.

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PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

SUBPROCURADORIA GERAL DO ESTADO

ÁREA DO CONTENCIOSO GERAL

Destaques da atuação da Área do Contencioso Geral da PGE em 2013

Em 2013, simultaneamente à adoção de novas medidas visando a redução da litigiosidade, acentuou-se o trabalho de reestruturação e reorganização da área do contencioso geral, envolvendo, dentre outras, as seguintes providências:

1. Criação da Coordenadoria Trabalhista

Considerando a necessidade de unificar as posturas processuais e as teses de defesa do Estado de São Paulo e das autarquias estaduais nas demandas em trâmite perante os órgãos da Justiça do Trabalho, foi criada, por meio da Resolução PGE-13, de 07-05-2013, a Coordenadoria Trabalhista, no âmbito do da Subprocuradoria Geral do Estado – Área do Contencioso Geral.

2. Reestruturação da Coordenadoria de Execuções contra a Fazenda Pública da Capital (CEFAP) e Coordenadoria de Precatórios

Judiciais (CPJ)

Através da Resolução PGE nº 11/13 foram reorganizadas as atribuições e atividades da CEFAP e da CPJ. Atividades executivas e os recursos humanos da CPJ foram realocados na CEFAP. Foram adotadas as seguintes providências em relação à CEFAP:

- passou a vincular-se à SubG do Contencioso Geral;

- teve seu quadro ampliado (em 2009 eram 8 procuradores; hoje são 20);

- realização de obras (quase concluídas) de troca de piso, rede elétrica e lógica, pintura e mobiliário completo;

- dotação de unidades administrativas. Passou a contar com duas seccionais e seções de acompanhamento de processos.

- incremento do quadro de estagiários e servidores.

3. Reorganização o exercício da Advocacia Pública no âmbito do

Instituto de Pagamentos Especiais de São Paulo – IPESP, da Caixa Beneficente da Polícia Militar – CBPM e da São Paulo

Previdência - SPPREV

Através da Resolução Conjunta PGE-SF-SPPREV-IPESP-CBPM nº 1/13 foi reorganizado o exercício da Advocacia Pública no âmbito destas autarquias levando-se em conta essencialmente a especialização por matéria. Questões previdenciárias ficam restritas à 10ª Subprocuradoria da Procuradoria Judicial.

4. Descentralização do recebimento de mandados de citação

Considerando especialmente a previsão de prazos processuais menores para apresentação de defesa e manejo de recursos no âmbito do Sistema dos Juizados Especiais, a exigir do procurador do Estado responsável pelo acompanhamento da ação acesso mais rápido à citação recebida, foi alterada a sistemática de recebimento dos mandados de citação.

Por expressa delegação do procurador geral do Estado, prevista na Resolução PGE nº 12, de 03.05.2013 (DOE de 04.05.2013), os mandados de citação e notificação decorrentes das ações propostas contra o Estado de São Paulo e contra as autarquias indicadas no anexo único da referida resolução, oriundos das comarcas do interior do Estado, passaram a ser recebidos pelo procurador do Estado chefe ou que esteja respondendo pelo expediente da Chefia, seu substituto ou pelo procurador do Estado assistente das respectivas Procuradorias Regionais em estrita observância à abrangência territorial de cada um daqueles órgãos de execução.

Os mandados oriundos da comarca da Capital, dos Tribunais Superiores ou de outro ente da federação continuaram sendo recebidos por procuradores do Estado designados com poderes especiais para tanto, atuantes no setor de mandados judiciais do Gabinete do Procurador Geral (GPG).

Com a medida, o tempo necessário para cadastro e digitalização das contrafés e seu efetivo recebimento pelo procurador que vai acompanhar o caso foi reduzido significativamente.

A providência proporcionou maior celeridade tanto no recebimento de mandados do interior quanto nos da Capital, visto que a mudança reduzirá a quantidade de mandados recebidos no setor de mandados judiciais do GPG.

5. Incremento do quadro de procuradores em unidades com maior sobrecarga de trabalho

Após levantamento criterioso efetuado, posterior a uma grande correição nas bancas do contencioso geral, foi possível efetuar distribuição dos novos procuradores aprovados no último concurso às unidades com maior sobrecarga de trabalho.

Apresentaram efetivo incremento em seus quadros as Procuradorias Regionais de Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Marília, a Procuradoria Judicial e a Procuradoria do Patrimônio Imobiliário.

6. Reorganização Administrativa

O Decreto nº 59.464, de 23.8.2013, reorganizou a Procuradoria Judicial, a Procuradoria Fiscal e as Procuradorias Regionais.

A medida espelha as necessidades contemporâneas dos órgãos de execução e se firma no pressuposto da especialização em função da natureza da matéria jurídica, tendo em conta a necessidade de tais órgãos refletirem, em sua estrutura, a divisão da Área do Contencioso, trazida pela Lei Complementar nº 1.082, de 17.12.2008, em Contencioso Geral e Contencioso Tributário-Fiscal.

Para melhor desempenho e racionalização das atribuições relativas ao Contencioso da PGE, o novo decreto aproveitou estrutura existente (como da Procuradoria de Assistência Jurídica aos Municípios, ora desativada), para melhor organizar a Área, alterando a estruturação dos órgãos internos responsáveis pela defesa do Estado em juízo.

Tal regulamento também tornou definitiva a reativação provisória efetivada pelo Decreto nº 54.443, de 15.06.2009, das Seções de Material e Patrimônio da Procuradoria Regional de Ribeirão Preto (PR-6), da Procuradoria Regional de Taubaté (PR-3) e da Procuradoria Regional de São Carlos (PR-12), bem como as seções de Pessoal, de Finanças e de Atividades Gerais desta última.

Cuidou, ainda, de reativar as seções de expediente vinculadas aos Gabinetes dos procuradores do Estado chefes das Procuradorias Regionais da Grande São Paulo (PR-1), de Presidente Prudente (PR-10) e de São Carlos (PR-12), órgãos que, diferentemente das demais unidades regionais, não dispunham desta importante unidade de suporte administrativo.

Para a efetiva implantação do quanto disposto no referido decreto, foi editada, em 13.09.2013, a Resolução PGE nº 27 (anexa), a qual, dentre outros aspectos, fixou a divisão das atribuições das Procuradorias entre as respectivas Subprocuradorias, conferindo maior administração gerencial e eficiência à Instituição no exercício de suas atribuições.

7. Divulgação do procedimento administrativo de reparação de danos

Foram distribuídos, em diversos órgãos que prestam atendimento ao público em geral (fóruns, postos do poupatempo, etc.), cartazes informativos acerca do procedimento administrativo de reparação de danos causados pelo Estado.

A iniciativa de divulgar o serviço soma-se a outras providências já adotadas pela PGE buscando contribuir para a redução da litigiosidade, neste caso evitando o ajuizamento desnecessário de ações perante o Poder Judiciário Paulista, privilegiando a conciliação e a via administrativa para solução de conflitos.

O material orienta o cidadão a consultar o site da Instituição, que passou a dar destaque, em sua página inicial, às principais informações de como deve proceder aquele que entende ter sofrido um dano causado por agente público do Estado.

Com a medida, busca-se evitar desnecessária litigiosidade e prestigiar a solução célere dos conflitos, em benefício do próprio Estado e do cidadão.

8. Autorização para celebração de acordos

A edição de 18/04/2013 do Diário Oficial do Estado publicou a Resolução PGE nº 9, de 17-4-13, que autoriza os procuradores do Estado a celebrarem acordo nas ações judiciais em que ex-empregados públicos da Administração Direta ou das autarquias e fundações públicas estaduais, aposentados voluntariamente, pleiteiam o pagamento de verbas decorrentes de dispensa sem justa causa em virtude do rompimento do vínculo empregatício.

A medida, que permite a conciliação em ações judiciais cuja controvérsia restringe-se a matéria estritamente de direito, é pioneira no âmbito da Procuradoria Geral do Estado (PGE) e foi adotada considerando a edição do Parecer PA nº 42/2012 que, modificando entendimento anterior, fixou orientação no sentido de que a aposentadoria voluntária do empregado público vinculado à Administração Direta ou às autarquias e fundações públicas estaduais não implica a extinção automática do contrato de trabalho.

Em decorrência do novo entendimento firmado, o procurador geral do Estado autorizou a edição da Orientação Normativa SubG/Contencioso Geral nº 24, de 28.03 último. Tal ato autoriza a dispensa genérica de interposição de recursos contra decisões desfavoráveis ao Estado de São Paulo que determinem o pagamento, a ex-servidor celetista cujo vínculo empregatício com o Estado tenha sido considerado rompido em virtude de aposentadoria voluntária, de verbas devidas na hipótese de dispensa sem justa causa.

A modificação do posicionamento da Administração e a dispensa genérica de recursos, todavia, não resolvia por completo a alta litigiosidade que envolvia a controvérsia. É fato que tramita perante a Justiça do Trabalho significativo número de ações judiciais em que se pleiteia o pagamento de verbas decorrentes do rompimento do vínculo ocorrido antes do novo entendimento firmado pela Administração.

Para buscar o encerramento dos litígios sobre o tema, o procurador geral do Estado, acolhendo proposta do Subprocurador Geral da Área do Contencioso Geral, editou a citada resolução autorizando a celebração de acordos em tais hipóteses. Sobre o tema, ainda, foi editado ainda o Comunicado SubG/CG nº 02/2013, o qual, dentre outras orientações, autoriza a desistência de recursos ordinários, de revista e extraordinários interpostos, caso a celebração de acordo não seja possível ou a proposta formulada não seja aceita pela parte autora.

Trata-se de mais uma importante medida do programa de redução da litigiosidade, que vem sendo executado pela PGE desde janeiro/2011, com reflexos imediatos em milhares de ações judiciais, constituindo-se em verdadeiro marco na forma de atuação da Instituição, com impacto positivo em sua imagem perante o Poder Judiciário.

Em 2012, ao aprovar as novas rotinas da área do Contencioso Geral, o procurador geral já havia autorizado a celebração de acordo em ações de natureza indenizatória, nas hipóteses em que o Procurador oficiante, convencido do direito da parte autora, constata a ausência de elementos para responder à demanda, o que envolve um exame da situação fática tratada na ação judicial.

9. Processo eletrônico Foram realizadas visitas nos meses de maio e junho aos presidentes dos Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs) das 2ª e 15ª Regiões e ao presidente do Tribunal de Justiça Militar (TJM) para propor a celebração de termo de cooperação técnica por meio do qual sejam adotadas medidas concretas para efetivar a interoperabilidade entre os sistemas PJe e PGE.net.

As Presidências dos três Tribunais sinalizaram positivamente às solicitações afirmando que a implantação do processo será feita em total entrosamento com a PGE. No dia 12.06.2013, a PGE recebeu ofício encaminhado pelo presidente do TRT-15 informando ter determinado que as intimações relativas ao Estado de São Paulo e aos órgãos da Administração indireta deste continuem sendo publicadas no DEJT, até que a interoperabilidade dos sistemas PJe e PGE.net seja implantada.

10. Grupo de trabalho estuda alterações no sistema dos juizados especiais

Desde que efetivamente implantados, por meio do Provimento nº 1.768, de 15 de junho de 2010, do Conselho Superior da Magistratura (CSM), os Juizados Especiais da Fazenda Pública promoveram uma substancial alteração no contencioso do Estado de São Paulo passando a representar, em pouco mais de três anos de existência, significativa fatia da movimentação processual. As demandas definidas como de pequeno vulto tornaram-se, em conjunto e com o passar dos anos, cifras milionárias em face do Erário, consumindo grande parcela do material humano e logístico do Poder Judiciário e das representações judiciais da Fazenda Pública. Em virtude disso, constatou-se a necessidade de despertar-se uma atenção especial dos entes públicos para o acompanhamento estratégico dessas demandas e de aprimoramento normativo do microssistema dos Juizados Especiais, de modo a evitar que prejuízos ou falhas processuais revertam-se em prejuízos financeiros para o Erário. Imbuído desse espírito, foi constituído pela Resolução PGE nº 25, do dia 20.08.13, grupo de trabalho com o objetivo de estudar e propor alterações à legislação que rege o sistema de juizados especiais, em particular a Lei federal nº 10.259, de 12.07.2001, que dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais no âmbito da Justiça Federal, e a Lei federal nº 12.153, de 22.12.2009, que dispõe sobre os Juizados Especiais da Fazenda Pública no âmbito dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios. Além de procuradores do Estado, tal grupo é constituído por três representantes da Advocacia Geral da União (AGU), indicados pelo procurador-regional da União da 3ª Região. Trata-se de iniciativa pioneira de trabalho conjunto entre as duas maiores entidades de advocacia pública do país e que representa o primeiro marco de preocupação institucional com os rumos distorcidos que as lacunas normativas ou a má aplicação dos institutos e princípios dos Juizados Especiais da Fazenda Pública podem revelar em termos de prestação jurisdicional.

Orientação, integração e uniformização da forma de atuação

• Foram editados 11 (onze) novos comunicados conferindo orientação à atuação dos Procuradores do Estado sobre os mais variados temas, evitando dúvidas quanto à forma ou ao conteúdo da linha de defesa do Estado, uniformizando a atuação institucional.

• Para buscar maior integração entre os órgãos de contencioso da PGE, realizou-se o III Encontro de Procuradores do Estado da Área do Contencioso Geral, oportunidade em que foram discutidos temas de interesse geral da área, tais como a atuação da Coordenadoria Trabalhista junto aos TRTs das 2ª e 15ª Regiões, Organizações Sociais, defesa do Estado de São Paulo nas ações pleiteando medicamentos e tratamentos médicos, repercussão geral e recurso especial repetitivo, peticionamento eletrônico e procedimento Administrativo de Reparação de Danos.

Redução da litigiosidade - medidas administrativas e legislativas

• Adicional de Local de Exercício (ALE):

Com a edição do Decreto nº 59.040, de 03.04.2013, e posterior promulgação da Lei Complementar nº 1.197, de 12 de abril de 2013, autorizou-se a incorporação do Adicional de Local de Exercício (ALE) aos proventos e pensões na sua integralidade, a partir de 1º de março de 2013. Pela disciplina aprovada, ocorreu a incorporação do ALE para o denominado Local II, de modo que a vantagem de maior valor seja incorporada aos vencimentos dos integrantes das carreiras policiais civis e militares, bem como de Agente de Segurança Penitenciária. A proposta contempla, também, a incorporação da Gratificação de Atividade de Escolta e Vigilância - GAEV nos vencimentos dos integrantes da classe de Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – AEVP.

Referidos diplomas foram gestados com a efetiva participação da PGE e visa por fim à discussão jurídica sobre a matéria que se instalou perante o Poder Judiciário com o ajuizamento de milhares de ações judiciais.

Trata-se, portanto, de medida efetiva e de grande impacto financeiro do programa de redução de litigiosidade da PGE que visa abreviar o fim de litígios e, principalmente, evitá-los, bem como prevenir a multiplicação de demandas em torno de um tema já foi pacificado pelos tribunais em desfavor das teses fazendárias.

Edição de 12 (doze) novas orientações normativas (totalizando 21 ONs nesta gestão) autorizando a dispensa de interposição de recursos versando sobre diversos temas em que o Poder Judiciário já consolidou entendimento desfavorável às teses fazendárias.

Edição da Resolução PGE nº 29, de 06 de novembro de 2013, que delegou aos Procuradores do Estado a decisão sobre a não interposição de recursos em ações ajuizadas contra o Estado de São Paulo versando sobre idade mínima para a matrícula de alunos na pré-escola e no ensino fundamental junto a escolas da rede particular de ensino.

DECISÕES JUDICIAIS RELEVANTES

Devem ser também registradas importantes vitórias judiciais obtidas pela Procuradoria Geral do Estado, seja porque viabilizaram a concretização de políticas públicas traçadas pelo Estado, seja porque importaram em significativa economia de recursos financeiros ao erário estadual ou, ainda, evitaram graves danos à Administração Pública.

Considerando a atuação do Contencioso Geral da PGE em processos que interessam diretamente à SECRETARIA DA FAZENDA, merecem registro as seguintes decisões:

Acórdão da 4ª Turma do TRT-2 que, reformando sentença de primeiro grau, determinou a exclusão do Estado de São Paulo do polo passivo de ação de execução movida por credor da massa falida da Viação Aérea São Paulo (VASP), rechaçando a tese de responsabilidade subsidiária defendida pelo credor. A ementa do acórdão sintetizou que “a simples condição de sócio de uma sociedade anônima não autoriza a responsabilização pelos créditos devidos pela empregadora, ainda que exista participação no conselho no conselho diretivo e percepção de lucros. A não ser que estejam presentes o poder de controle e a real possibilidade de influenciar nos rumos do empreendimento, como é o caso do Grupo Canhedo e diferentemente do que ocorre com a Fazenda Pública do Estado de São Paulo”. A tese tem influência em outras cerca de 650 execuções movidas por ex-empregados da VASP.

Decisão da Presidência da Seção de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo que suspendeu decisão que havia determinado o pagamento de mais de R$ 32 milhões em mandado de segurança coletivo impetrado pelo Sindicato dos Funcionários e Servidores da Educação do Estado de São Paulo (Sindifuse) buscando o recebimento dos "gatilhos" salariais referentes aos meses de julho, outubro e dezembro de 1987.

Acórdão do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT-15) que julgou procedente ação rescisória movida pela Fazenda do Estado de São Paulo para desconstituição de acórdão proferido na fase de execução de reclamação trabalhista que implicou numa economia de R$ 1,420 milhão aos cofres públicos. Na fase de execução da reclamação trabalhista, foi proferida decisão desmembrando os créditos dos reclamantes para que fossem considerados como de pequeno valor. Contra esta decisão a Fazenda Estadual interpôs agravo de petição por contrariedade ao artigo 100, §4º, da CF, o qual foi desprovido. Surpreendentemente, neste acórdão foi fixada, de ofício,

multa diária de R$ 5 mil pelo não pagamento imediato da dívida. A obrigação de pequeno valor foi quitada no valor total de R$ 14.891,16, cabendo a cada um dos reclamantes R$ 4.963,72. Na fundamentação do acórdão, a relatora desembargadora Olga Joaquim Gomieri, da 3ª Seção de Dissídios Individuais do TRT-15, destacou que "não é necessária grande agudeza de espírito para se perceber que o v. acórdão rescindendo realmente fixou multa diária (astreinte) flagrantemente incompatível com a obrigação principal, também afrontando, destarte, a literalidade do artigo 461, § 4º, do Código de Processo Civil. Trata-se de ilação facilmente obtida mediante simples cálculo matemático e mero uso de bom senso."

Reforma de acórdão que poderia gerar um precedente desfavorável e de proporções expressivas ao erário. Em junho de 2011, a Fazenda do Estado de São Paulo foi condenada ao pagamento de indenização no valor de R$ 10 mil ao advogado Luis Olavo Rodrigues de Almeida, pela greve dos servidores do Tribunal de Justiça ocorrida em 2004. Alegou-se que o Estado foi omisso ao não impedir o movimento grevista, por não ter fornecido apoio logístico, e por não ter remunerado adequadamente os servidores e nem ter tomado qualquer medida para conter o movimento. O então relator do recurso de apelação, desembargador Barreto da Fonseca, considerou “flagrante o desrespeito do Governo do Estado de São Paulo ao mandamento constitucional que determina revisão geral anual à remuneração dos servidores públicos”. Sobre a pretendida indenização, entendeu que, além do prejuízo material sofrido pelo advogado ao não poder trabalhar, é “inegável a dor e vergonha sentida pelo apelante por não poder resolver devidamente os pedidos de clientes”. A prevalecer o entendimento desse julgado, todos os milhares de advogados que atuam no Estado de São Paulo teriam direito à indenização semelhante. No julgamento, porém, houve um voto divergente da lavra do desembargador Leonel Costa, que negava provimento ao recurso do advogado por entender que “o preceito constitucional que reconheceu o direito de greve ao servidor público é de eficácia limitada, por subordinar o seu exercício aos limites e termos definidos em lei específica, ainda não editada”. Instaurada a divergência, a PGE interpôs embargos infringentes, pretendendo fazer prevalecer esse voto vencido. Ao examinar a questão, a 3ª Câmara de Direito Público, em nova composição e sob a relatoria do desembargador José Luiz Gavião de Almeida, acolheu os embargos infringentes para julgar improcedente a ação, negando assim o pedido de indenização formulado.

Decisão do Tribunal de Justiça que garantiu a continuidade de serviços de vigilância eletrônica da Sefaz. A empresa Power Segurança e Vigilância Ltda. impetrou mandado de segurança visando à suspensão do procedimento licitatório e o reconhecimento da nulidade da decisão administrativa que julgou improcedente o recurso administrativo interposto no pregão eletrônico nº 41/2011, realizado pela Secretaria de Estado da Fazenda para contratação de serviços de vigilância eletrônica. Em setembro de 2012, foi proferida sentença concessiva da ordem pelo juízo da 4ª Vara da Fazenda Pública da Capital. A PGE

interpôs recurso de apelação e requereu a atribuição de efeito suspensivo, já que a empresa vencedora do certame vem prestando os serviços de vigilância eletrônica há 17 meses e a súbita interrupção inviabilizaria o próprio acesso ao prédio da Sefaz. O pedido de atribuição de efeito suspensivo, contudo, não foi acolhido, o que motivou a interposição de agravo de instrumento perante o Tribunal de Justiça de São Paulo. O relator do recurso, desembargador Franco Cocuzza, da 5ª Câmara de Direito Público do TJSP, diante da relevância da questão, concedeu o efeito suspensivo em despacho em 21/03/2013.

Caso Paulipetro - Em ação que tramita há mais de 30 anos, ora em fase de cumprimento de sentença, o Estado de São Paulo pretende o pagamento de indenização calculada em mais de R$ 5 bilhões, relativa aos contratos firmados entre o Consórcio Paulipetro e a Petrobrás, custeados pelo Estado de São Paulo e anulados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em 2007. Determinada perícia para apuração de suposto excesso de execução, a União apresentou quesitos que, na prática, inviabilizariam o recebimento da indenização integral pelo Estado de São Paulo, pretendendo, a rigor, compensá-la com supostos benefícios que foram ou serão percebidos pelo Estado. Assim, requereu a União fosse avaliado o êxito do consórcio Paulipetro na prospecção de petróleo ou outro recurso mineral; mensurado o valor econômico dos avanços tecnológicos produzidos pelo Consórcio e calculado quanto o Estado de São Paulo e seus Municípios receberam de royalties pela prospecção de petróleo nos últimos 30 anos. Representado pela Procuradoria Geral do Estado (PGE), o Estado de São Paulo impugnou os quesitos apresentados pela União. Indeferida a impugnação pelo juízo da 16ª Vara Federal do Rio de Janeiro, a PGE interpôs agravo de instrumento, a que o relator desembargador federal Guilherme Couto de Castro, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, em decisão monocrática, deu provimento, para considerar impertinentes os quesitos impugnados, viabilizando que a indenização seja fixada em seu valor integral e com mais celeridade. Ao assegurar o cumprimento do artigo 426 do Código de Processo Civil, o relator registrou que “postergar para um eventual momento posterior a aferição da pertinência dos quesitos, depois de realizada a perícia e respondidos todos os quesitos, pertinentes ou não, seria contraproducente”.

Acórdão do Tribunal de Justiça que manteve sentença de improcedência em ação ajuizada pelo Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo SINDSAUDE que visava o recebimento do Prêmio Incentivo (PIQ) a todos os servidores estaduais da Secretaria de Administração Penitenciária em exercício nas unidades de saúde dos estabelecimentos penais respectivos. Entendeu o TJ/SP que o fato de tais servidores atuarem nas unidades de saúde e reabilitação dos estabelecimentos prisionais da SAP não gera direito à percepção do prêmio de incentivo em discussão. Isso porque se trata de gratificação prevista apenas para os servidores em exercício na Secretaria da Saúde e nas autarquias a ela vinculadas, consoante prevê a Lei Estadual nº 8975/94 (arts. 1º e 2º), alterada pela Lei nº

9.463/96, mediante avaliação levada a efeito pela própria Secretaria da Saúde conforme os critérios estabelecidos no Decreto Estadual 41.794/97, alterado pelo Decreto 42.955/97.

Vale destacar, ainda, as decisões relevantes a respeito da POLÍTICA PREVIDENCIÁRIA do Estado de São Paulo:

Acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça que julgou improcedente Ação Direta de Inconstitucionalidade ajuizada contra os artigos 1º, 2º e 3º da LC n° 1.062/2008, que dispõe sobre os critérios diferenciados para concessão de aposentadoria voluntária aos policiais civis do Estado. Alegou a inicial que a LC afronta o art. 129, parágrafos 1º e 4º da Constituição do Estado, razão pela pretendeu o autor que subsistisse apenas a Lei Federal 51/85. Entendeu o TJ que inexiste incompatibilidade entre a Lei Federal e Estadual, já que o novo regime constitucional é alicerçado no caráter contributivo e solidário da Previdência, com fixação de critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial do sistema.

Ajuizamento de milhares de ações de invalidação de pensões ilegais, pagas aos beneficiários de servidores civis e militares concedidas após a vigência da Lei Federal n° 9.717/1998 para "filha solteira", "filho universitário" e "beneficiário instituído". Conforme posicionamento firmado no Parecer PA nº 15/2012, tais benefícios não encontram correspondência com o regime geral de previdência social e, por isso, desrespeitam o artigo 5º do mesmo diploma.

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Entre as vitórias obtidas em processos judiciais afetos à área da SEGURANÇA PÚBLICA, destacam-se:

Acórdão proferido pela 11ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça que, dando provimento ao recurso de apelação da Fazenda do Estado, julgou improcedente a ação civil pública movida pelo Ministério Público que objetiva a interdição da Cadeia de General Salgado, por entender que a gestão do estabelecimento compete exclusivamente ao Poder Executivo, não se admitindo a incursão do Judiciário.

Decisão da Presidência do Tribunal de Justiça que manteve disciplina de atendimento a ocorrências policiais, restabelecendo os efeitos da Resolução 05, de 7-1-13, editada pelo secretário de Estado da Segurança Pública. Referido ato foi editado para estabelecer parâmetros aos policiais que atendem ocorrências de lesões corporais graves, homicídio, tentativa de homicídio, latrocínio e extorsão mediante sequestro com resultado morte. Decisão da 4ª Vara da Fazenda Pública Central havia suspendido os efeitos de parte de resolução em tutela antecipada concedida em ação civil pública movida pelo Ministério

Público de São Paulo. Na interpretação do MP, referida Resolução proibiria os policiais militares de realizar diretamente os atendimentos de emergência, devendo acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).

Sentença de primeira instância que qual julgou improcedente o pedido formulado pelo Ministério Público em Ação Civil Pública objetivando a condenação do Estado de São Paulo ao cumprimento de obrigação de fazer consistente em deixar de recolher e transferir para locais apropriados, que estejam de acordo com o artigo 88 da Lei de Execuções Penais e das Diretrizes Básicas para Arquitetura Penal (Resolução nº 09/2011, CNPCP), presos provisórios ou civis, bem como promover a adequação (reforma ou construção de novos locais das carceragens) dos Distritos Policiais de trânsito de presos da Capital. Alegou o MP falta de condições de abrigamento nas carceragens dos chamados distritos de transito (distritos policiais ou cadeias públicas) da cidade de São Paulo nas carceragens investigadas (2º, 8º, 26º, 33º, 40º, 49º, 63º 72º, 77º, 89º, 91º, 97º, 101º Distritos Policiais), sendo que nenhuma cumpria o quanto disposto no art. 88 da LEP. Entendeu o Juiz sentenciante que a Administração Paulista já vem cumprindo com as obrigações legais, sendo certo que eventual decisão judicial no sentido do pleiteado pelo MP implicaria em invasão na esfera de competência do Poder Executivo pelo Judiciário.

Acórdão do Tribunal de Justiça que reformou sentença desfavorável em AÇÃO CIVIL PÚBLICA movida pelo Ministério Público para remoção de presas superiores ao número de quarenta e não acolhimento de adolescentes infratores, ainda que em celas individuais, na Cadeia Pública de São Pedro do Turvo. Entendeu o TJ que a matéria é de competência do Poder Executivo e do juízo de execução penal. Reafirmou, ainda, a possibilidade de abrigar adolescentes de forma transitória, desde que fique isolado.

Acórdão do Tribunal de Justiça que reformou sentença desfavorável em AÇÃO CIVIL PÚBLICA movida pelo Ministério Público que objetivava a realização de obra de reforma e remoção dos presos da carceragem do 26º Distrito Policial da Capital. Entendeu o TJ que a matéria é de competência do Poder Executivo e do juízo de execução penal.

Decisão da Presidência do Tribunal de Justiça que deferiu pedido de suspensão de tutela antecipada que impôs, sob pena de multa diária de R$ 30.000,00, a remoção de todos os sentenciados em cumprimento de medida de segurança, que se encontram presos no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Caraguatatuba.

Acórdão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região que reformou decisão proferida pela 6ª Vara Federal, que havia determinado ao Estado a formação de uma equipe do IML para trabalhar exclusivamente na identificação das ossadas encontradas no cemitério de Perus, bem como prazo de 180 dias para conclusão dos trabalhos, sob pena de multa diária.

Posse de peritos criminais – Decisão da Presidência do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) que suspendeu decisão da 11ª Vara da Fazenda Pública da Capital que declarava nulo concurso público para provimento de cargos de perito criminal impedindo, na prática, a posse dos 103 candidatos aprovados no certame, nomeados e com posse já agendada. A decisão que anulava o concurso foi proferida em sede de mandado de segurança impetrado por candidato inscrito no concurso buscando afastar o ato que o considerou inabilitado no exame psicológico, assim como lhe assegurar a participação nas fases subsequentes do concurso. A liminar, negada em primeira instância, foi obtida através de agravo de instrumento provido pela 9ª Câmara de Direito Público do Tribunal Paulista para assegurar ao impetrante, exclusivamente, o direito de participar das fases subsequentes do concurso, se sucessivamente aprovado, até o julgamento do mandamus. A liminar foi cumprida e exaurida tendo o concurso sido concluído com a aprovação de 103 de candidatos. Entretanto, ao sentenciar o feito, o magistrado de primeiro grau julgou improcedente a ação, com denegação da ordem, eis que o impetrante não teria demonstrado o requisito de aptidão psicológica para exercício do cargo, porém, simultaneamente, declarou nulo o concurso para provimento de cargos de perito criminal, com fundamento no artigo 168 do Código Civil, sob o fundamento de que as regras do edital não teriam previsto objetivamente os critérios de avaliação psicológica. No pedido de suspensão formulado, a PGE sustentou, além da indevida ampliação dos limites objetivos da lide, que a decisão trazia grave lesão à ordem administrativa e à segurança pública na medida em que o retardamento na posse dos candidatos aprovados no concurso para provimento de cargos de perito criminal agravará demasiadamente o expressivo déficit de profissionais nesta sensível área da segurança pública, eis que a atuação destes profissionais é imprescindível para a célere elucidação dos crimes e punição dos responsáveis, combatendo-se a criminalidade e diminuindo-se a impunidade. Ao deferir o pedido, o Presidente do TJ destacou: “a sentença do mandado de segurança impôs a anulação do concurso público, sem que exista, no caso, qualquer ilegalidade ou fraude que a justifique, tanto que o certame transcorreu na mais absoluta normalidade e todos os candidatos aprovados (mais de 100), já foram nomeados e estão com data de posse prevista para o próximo dia 21 de outubro”.

A Procuradoria Geral do Estado também obteve importantes vitórias judiciais diretamente relacionadas à POLÍTICA PENITENCIÁRIA do Estado, destacando-se:

Decisão da Presidência do Tribunal de Justiça proferida em final de semana, que suspendeu os efeitos de liminar que impedia a inauguração do Complexo Penitenciário de Cerqueira César, em ação civil pública ambiental ajuizada pelo MPE;

Decisão da Presidência do Tribunal de Justiça que suspendeu os efeitos de tutela liminar que impunha as seguintes obrigações: a) não permitir a entrada e permanência de qualquer preso condenado definitivo no Centro de Detenção Provisória de Jundiaí, a partir de sua inauguração e ativação; b) não permitir a entrada e permanência de presos provisórios no Centro de Detenção Provisória de Jundiaí acima da capacidade máxima do estabelecimento (768 presos).

Decisão da Presidência do Tribunal de Justiça que suspendeu os efeitos de tutela liminar que lhe impôs as seguintes obrigações: a) transferir, no prazo de cinco dias, para outros estabelecimentos penitenciários o número de presos suficiente para que permaneçam nas Penitenciária "Nilton Silva" - Franco da Rocha II, apenas e tão somente 852 presos e na Penitenciária III de Franco da Rocha, 600 presos, desde que satisfaçam a condição de preso condenado no regime fechado; b) transferir, no prazo de 05 dias, para outros estabelecimentos penitenciários todos os presos das Penitenciária "Nilton Silva" - Franco da Rocha II e Penitenciária III de Franco da Rocha, 600 presos, que não estejam condenados no regime fechado; c) abster-se de receber nas Penitenciária "Nilton Silva" - Franco da Rocha II e Penitenciária III de Franco da Rocha, presos que excedam a capacidade populacional dos estabelecimentos, ou seja, 852 e 600 presos, respectivamente, e presos que não satisfaçam a condição de condenado no regime fechado.

Decisão do Superior Tribunal de Justiça que negou provimento a agravo de Suzane Richthofen que pretendia reformar decisão denegatória de admissibilidade a REsp contra acórdão do TJ/SP. Suzane ajuizou ação contra o Estado de SP pretendendo ser indenizada por danos morais decorrentes de abalo psicológico provocado por rebelião em agosto de 2004 na penitenciária feminina da capital, onde se encontrava. Mantendo sentença originária, o TJ/SP entendeu que houve "mero desconforto que não gera recompensa financeira". Na decisão monocrática do ministro Sérgio Kukina consta que "a alteração das conclusões adotadas pela Corte de origem, tal como colocada a questão nas razões recursais, demandaria, necessariamente, novo exame do acervo fático-probatório constante dos autos, providência vedada em recurso especial".

Sentença da Vara da Fazenda Pública da Comarca de Praia Grande que julgou improcedente ação civil pública movida pelo Ministério Público que objetivava obrigar o Estado a dispensar atendimento médico e psiquiátrico aos detentos do Centro de Detenção Provisória de Praia Grande. Entendeu juízo sentenciante que as políticas penitenciárias não podem sujeitar-se à ingerência do Poder Judiciário;

Sentença de improcedência proferida nos autos da ação civil pública promovida pelo Ministério Público de Araraquara que objetivava a transferência e não admissão de presos na penitenciária regional e CDP de Araraquara que superassem a capacidade máxima prevista para aqueles estabelecimentos prisionais. Entendeu o Juízo que a pretensão

do Ministério Público revela intromissão constitucionalmente vedada na esfera de competência do Executivo, que afronta o princípio da separação dos poderes. Referido entendimento favorável veio a ser confirmado pelo Tribunal de Justiça no julgamento da apelação interposta pelo Ministério Público.

Sentença que julgou improcedente ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público de São Paulo visando obrigar o Estado de São Paulo ampliar as vagas no sistema prisional do Estado para cumprimento de pena privativa de liberdade no regime semi-aberto. Entendeu o Juiz do caso que não há que se falar em omissão estatal, pois se restou demonstrado que o Estado tem política de planejamento para expansão do sistema prisional e ampliação de vagas que, mesmo diante de diversas dificuldades, vem sendo implementada. Concluiu afirmando que “não se pode aceitar é o Juiz assumir o comando de governar”.

Decisão do Tribunal de Justiça que deferiu a imissão na posse na desapropriação para construção de unidade prisional em Aguaí. Após intensa batalha judicial que vinha se arrastando há quatro anos, a PGE garantiu a imissão na posse em área no município de Aguaí onde será construída unidade prisional. Referida desapropriação foi ajuizada em abril de 2009 e enfrentou diversos percalços, como recurso interposto pela parte expropriada impedindo a imissão na posse, inúmeras exigências colocadas pelo perito judicial, edição de decreto retificador de declaração de utilidade pública. Concluída a avaliação judicial prévia, o Estado de São Paulo depositou a diferença apurada nos autos para garantia da justa indenização ao expropriado. Todavia, ao invés de ordenar a imediata imissão na posse, o juízo local ordenou que a parte contrária se manifestasse nos autos, instaurando um indevido contraditório. Em trabalho conjunto que envolveu diversas áreas e setores da PGE, foi interposto recurso de agravo de instrumento, distribuído ao desembargador relator Rubens Rihl, integrante da 8ª Câmara de Direito Público, que, acolhendo as razões da PGE, deferiu o efeito ativo ao recurso, determinando a imediata imissão na posse do imóvel, por entender “presentes os requisitos legais para tanto, notadamente a relevância da fundamentação, especialmente se considerado o que dispõem o artigo 15 e seus parágrafos do Decreto-lei n.º 3.365/41”.

Decisão da Presidência do Supremo Tribunal Federal que autorizou a continuidade das obras de construção da unidade prisional de Florínea (SP), presídio masculino com capacidade para aproximadamente 800 detentos. A obra encontrava-se paralisada havia cerca de um ano e meio, por força de decisão proferida em ação popular pelo Juízo da 1ª Vara Federal de Assis/SP e mantida pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), determinando a paralisação das obras até o licenciamento junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), precedido de Estudo Prévio de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto ao Meio Ambiente (EIA/RIMA), sob pena de multa diária de R$ 300 mil. Segundo os

autores da ação popular, a unidade lançaria esgoto sanitário na bacia do rio Paranapanema. Ao deferir o pedido de liminar, o ministro Lewandowski destacou que, em exame preliminar, a manutenção dos efeitos da decisão que sustou as obras “importam possível dano às finanças públicas do Estado”, tendo em vista que a paralisação de uma obra de grande vulto, como é o caso, “necessariamente acarreta custos adicionais” e a eventual deterioração da parte já executada. O ministro destacou ainda que as ações que buscam minimizar a superlotação dos presídios são “medida relevante para a segurança pública” e encontram-se de acordo com as diretrizes constitucionais relativas à dignidade da pessoa humana e se alinham a diversas ações promovidas por Ministérios Públicos estaduais no sentido de exigir do poder público a construção e a reforma de novos estabelecimentos, “em consequência da notória situação degradante dos estabelecimentos prisionais brasileiros”. Com relação à questão ambiental, a decisão ressalta que o estado tomou “importantes providências” a respeito, e há, inclusive, manifestação do Ibama no sentido da falta de interesse no feito, diante da ausência de risco de dano ambiental, sendo suficiente o licenciamento estadual. “Diante de tais informações, entendo ser medida adequada e dotada de razoabilidade o prosseguimento da obra”, concluiu.

Decisão da Presidência do Tribunal de Justiça que deferiu pedido de suspensão de liminar concedida em ação civil pública ajuizada pela Municipalidade de Jardinópolis, que paralisava das obras e impedia a inauguração da unidade prisional no Município de Jardinópolis até que fosse feito o EIA/RIMA, EIV, a autorização emitida pelo Ministério da Defesa e o alvará prévio municipal para o empreendimento. Entendendo que tal ordem judicial representava ameaça de grave lesão de difícil reparação, a Presidência do TJ liberou a unidade prisional de Jardinópolis para entrar em atividade.

Decisão da Presidência do Tribunal de Justiça que deferiu pedido de suspensão de liminar concedida em ação civil pública que determinava ao Estado que, disponibilizasse, em seis meses, equipamentos para banho em temperatura adequada em todas as unidades prisionais.

Decisão da Presidência do Tribunal de Justiça que deferiu pedido de suspensão de liminar concedida em ação civil pública determinava ao estado que disponibilizasse equipes médicas, todos os dias, por oito horas diárias, para as cinco unidades prisionais de Tremembé.

Decisão da Presidência do Tribunal de Justiça que deferiu pedido de suspensão de liminar concedida em ação civil pública que determinava ao Estado a transferência de presos que excedessem ao limite de capacidade do CDP de Americana.

Em defesa dos projetos existentes no âmbito da SECRETARIA DA EDUCAÇÃO, a atuação judicial da Procuradoria Geral do Estado viabilizou:

Decisão do Tribunal de Justiça que suspendeu o cumprimento de sentença em mandado de segurança impetrado pelo Centro do Professorado Paulista – CPP contra orientação no sentido de que períodos de licença para tratamento de saúde e faltas médicas não sejam computados para fins de concessão do benefício previdenciário da aposentadoria.

Decisão monocrática proferida pela 9ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo que impediu a APEOESP (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) de veicular peça publicitária com mensagem para que os pais não encaminhassem os filhos para a escola durante o período de greve dos professores, sob pena de multa estipulada em R$ 20 mil por inserção. No bojo do movimento grevista de abril de 2013, a Apeoesp passou a veicular na mídia televisiva, desde o dia 23.04.2013, peça publicitária com escopo muito diverso daquele previsto em lei. Aludida peça publicitária encerrava com bordão conclamando os pais de alunos a não mandarem seus filhos à escola, dizendo: “Pais: não enviem seus filhos à escola durante a greve !”. E ainda sob a imagem de uma passeata (que aparentemente sequer era de professores) a frase em destaque: “Pai e mãe: Não mande seus filhos à escola durante à greve”. Referida conclamação dirigida aos pais dos alunos e aos próprios estudantes também foi veiculada em nota no sítio eletrônico da Apeoesp. Evidenciado o abuso de direito, na medida em que referida entidade incentiva os pais a desrespeitarem um direito fundamental das crianças e dos adolescentes, que é o da educação, violando a ordem pública, a PGE ajuizou medida cautelar requerendo a imediata proibição da veiculação da referida peça publicitária. A medida foi indeferida pelo juízo de direito da 11ª Vara da Fazenda Pública da Capital, motivando a interposição, no mesmo dia, de recurso de agravo de instrumento. No dia seguinte, uma sexta-feira (26.04), o relator desembargador José Maria Câmara Júnior concedeu parcialmente a antecipação dos efeitos da tutela recursal para determinar à Apeoesp que se abstenha de veicular peça publicitária com a mensagem para que os pais não encaminhem os filhos para a escola, sob pena de multa estipulada em R$ 20 mil por inserção. O magistrado determinou, também, a expedição de ofícios às emissoras de televisão apontadas no recurso. Em sua decisão, destacou o magistrado: “De outra banda, acontece que do exercício do direito à plena liberdade de expressão e de comunicação não se extrai uma autorização constitucional para incitação à evasão escolar, mediante campanha que descamba para um processo de desinformação, o que, em exame não exauriente da matéria, afigura-se em andamento no caso dos autos. Conquanto não se mostre presente qualquer ilegalidade no ato que busca convencer a opinião pública e até buscar o apoio de pais e alunos acerca dos méritos do movimento grevista, o trecho da peça em que ela recomenda aos pais que não mandem os filhos à escola parece criar uma tensão com outros direitos de estatura constitucional. Isso porque, em cognição sumária da matéria, é possível considerar que o anúncio, a um só tempo, indica a ampla adesão dos docentes ao movimento grevista o que contraria as notícias

veiculadas sobre o fato e incita os pais a adotarem comportamento contrário a dever constitucionalmente estabelecido ao Estado e à família (art. 205), o que, no limite, poderia inclusive configurar crime de abandono intelectual”.

Julgamento favorável referente à jornada dos professores proferido pela 10ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo que manteve a aplicação da Resolução SE nº 08/2012 e entendeu que ela não contraria a Lei federal nº 11.738, de 2008, e é coerente com a LCE nº 836, de 1997, uma vez que não se pode desprezar esse tempo de dez ou quinze minutos no cálculo do terço mínimo de atividades extraclasse e que não se sustenta o cálculo simples de um terço sobre 40 horas como se fossem 40 aulas, sem distinguir hora de trabalho dentro e fora da sala de aula. Com fulcro em tais argumentos, deu provimento à apelação para denegar o mandado de segurança impetrado pela APEOESP.

Sentenças favoráveis em 15 ações trabalhistas propostas em face do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza (Ceeteps), nas quais, com base no disposto no artigo 2º, § 4º, da Lei federal nº 11.738, de 2008, aduzia-se que a verba denominada “hora atividade” é quitada na proporção de 20% do salário base, quando, em virtude do disposto no aludido diploma, deveria “corresponder a 1/3, ou seja, 33,33% do salário base”, e se postulava o “pagamento da diferença entre 33,33% e 20,00%”. Ao se pronunciar acerca da controvérsia, a Vara do Trabalho de Santa Cruz do Rio Pardo assentou que o contrato de trabalho dos professores vinculados ao Ceeteps é regido por lei específica, a Lei Complementar estadual nº 1.044, de 2008, que assegura diversos benefícios àqueles, tais como salário superior ao piso estabelecido na Lei federal nº 11.738, de 2008, adicional por tempo de serviço, gratificação de função, bonificação por resultados, entre outros, pelo que, “tendo em vista a incidência da Teoria do Conglobamento, a qual prevê, na hipótese de coexistência de normas, a aplicação daquela que seja mais favorável, no todo, ao trabalhador, não há que se falar em direito às diferenças salariais inicialmente postuladas, uma vez que a lei estadual assegura inúmeras vantagens à reclamante, em que pese estabelecer tempo inferior destinado às ‘horas atividade’ (20%)”. Assim, rejeitou os pleitos contidos nas ações em questão.

Na área da SAÚDE PÚBLICA, devem-se mencionar as seguintes vitórias:

Acórdão da 9ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo que reformou sentença que havia determinado a inclusão da Associação Beneficente Hospital Universitário de Marília no quadro de instituição habilitada a prestar serviços ao Sistema Único de Saúde (SUS) no município, em ação civil pública movida pelo Ministério Público Estadual.

Sentença proferida pela 3ª Vara da Comarca de Dracena que julgou improcedente ação civil pública aforada pelo Ministério Público que objetivava a condenação do Estado à instalação de leitos de UTI NEONATAL no Município de Dracena. De se destacar que a sentença acolhe argumento da PGE reconhecendo a necessidade da observância da disciplina da ONS para a definição de leitos de UTI, em particular, critérios populacionais e de regionalização na prestação dos serviços determinada pela complexidade do atendimento;

Sentença que julgou improcedente ação ajuizada pela CONSTRUTORA CEC LTDA que pedia a invalidação de sua desclassificação em licitação para reforma e ampliação do Instituto Dante Pazzanesi de Cardiologia. A sentença revogou os efeitos de liminar que havia sido concedida e que impedia o prosseguimento da licitação.

Acórdão do Colégio Recursal da 55ª Circunscrição Judiciária (Jales) que reverteu decisão que mandava Estado realizar cirurgia de mudança de sexo em agravo de instrumento interposto pelo Estado. O Juizado Especial Cível da Comarca de Jales concedeu, em 11/03/2013, liminar para determinar que o Estado fornecesse todos os meio materiais para que a parte-autora de uma ação fosse submetida à cirurgia de mudança de sexo (cirurgia de transgenitalização). O juiz Fernando Antônio Lima, da Vara do Juizado Especial da Fazenda Pública, determinou ainda que, em caso de descumprimento da decisão, fosse feito bloqueio de verba pública necessária para a realização do procedimento, com base em orçamentos de hospitais particulares que deverão ser juntados ao processo. A decisão motivou a interposição de agravo de instrumento que, dentre outros argumentos, sustentou a incompetência do Juizado Especial para processar tal demanda dada a grande complexidade que envolve o objeto da ação sendo necessária, inclusive, a realização de prova pericial constatar se o autor encontra-se em condições de realizar o drástico procedimento. Os argumentos suscitados pela PGE foram acolhidos pelo Colégio Recursal que reconheceu a incompetência do juizado especial ressaltando no acórdão a imprescindibilidade de realização da prova pericial. A decisão colegiada também revogou a tutela antecipada concedida em primeiro grau de jurisdição.

Decisão do Tribunal de Justiça que suspendeu decisão judicial liminar que proibia a Prefeitura de Bauru, a Fundação Para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar (Famesp) e a Secretaria do Estado de Saúde de recusarem solicitações de internações, em ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público (MP) na Comarca de Bauru em decorrência de supostas recusas de solicitações de internação feitas pela Unidade de Pronto Atendimento - UPA de Bauro e pelo Pronto Socorro Municipal de Bauru. A liminar foi concedida pelo fato da Juíza de Primeira Instância ter entendido que as notícias de longa espera para internação implicavam na conclusão de que não estava sendo comprida a missão constitucional de "desenvolver políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal igualitário às ações e serviços para sua proteção". Apreciando pedido formulado em agravo de instrumento interposto pela PGE, que esclareceu a complexidade do sistema de internações e demonstrou que

o Estado de São Paulo vem cumprindo a política pública de saúde na região, inclusive no que diz respeito à disponibilização de leitos, o Desembargador Relator do TJ-SP entendeu que vislumbrava verossimilhança entre os fundamentos da petição recursal e o risco de lesão ao erário, suspendendo a decisão de Primeira Instância.

No que toca a processos envolvendo as POLÍTICAS PÚBLICAS NA ÁREA DOS TRANSPORTES, a Procuradoria Geral do Estado logrou obter importantes vitórias, dentre as quais, destacam-se:

Rodoanel Trecho Norte: Decisão da Presidência do Tribunal de Justiça proferida em 24.01.2013 que suspendeu a execução de medida liminar concedida pela 7ª Vara da Fazenda Pública da Capital, a qual impedia o regular andamento da concorrência pública internacional relativa à contratação de obras do trecho norte do Rodoanel Mário Covas. A decisão suspensa permitia a um dos consórcios participantes (que não figurava entre os vencedores do certame) acesso imediato às propostas dos concorrentes deixando de observar termo de confidencialidade imposto ao certame pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), de cujo financiamento decorrerá o custeio da obra. O Estado, representado pela Procuradoria Geral do Estado (PGE), e a Dersa – Desenvolvimento Rodoviário S/A ingressaram com pedido de suspensão de execução da liminar junto à presidência do TJSP, sustentando, dentre outras razões, que a publicidade a todo o processado aos interessados está apenas diferida a momento posterior à adjudicação conforme consta do respectivo edital. Ao examinar o pedido, o presidente Sartori assinalou que “o referido termo de confidencialidade, nos casos de financiamento internacional, com publicidade de todo o processado meramente diferida a momento posterior à adjudicação, tem constitucionalidade abonada por expressiva linha de julgados, como se recruta dos precedentes muito oportunamente trazidos à colação pelas requerentes”. Em outro trecho, considerou convincente “o argumento das requerentes no sentido de que o prosseguimento do certame sob os efeitos da decisão ora contrastada, com a relativização do termo de confidencialidade em relação a um dos concorrentes, pode ensejar ruptura do empréstimo e recusa à liberação dos aportes indispensáveis à conclusão de tão relevante obra pública”.

Sentença da 4ª vara de Ribeirão Preto/SP que julgou improcedente ação de usucapião de 1961, na qual o autor alegava ser proprietário de uma área de sete alqueires, onde hoje está instalada parte do aeroporto da cidade, de responsabilidade do DAESP. De acordo com o autor da ação, em 1925 ele havia adquirido uma propriedade agrícola de cerca de 23 alqueires. Posteriormente, verificou que sete alqueires não constavam na escritura do imóvel e que teria recebido do alienante uma autorização

verbal para ocupar a referida área, o que fez de forma pacífica. Ele ainda alegou que recolheu impostos sobre a área apossada até 1956 e que essa área foi reconhecida inclusive pela 4ª Zona Aérea local, quando esta solicitou permissão para estender o aeroporto. Intimado a se manifestar, o DAESP, por meio da PGE, apresentou petição na qual, após relatar o longo histórico do caso, expôs os argumentos de defesa que foram integralmente acolhidos na sentença referida. Em relação ao reconhecimento da prescrição aquisitiva, o magistrado afirmou ser o pedido juridicamente impossível, ainda que fosse reconhecido que a área pertencesse ao autor, pois a Constituição Federal prescreve que os bens públicos, no caso o aeroporto, são insuscetíveis de usucapião. Acrescentou, ainda, que nem o pleito indenizatório por eventual aquisição pretérita seria admissível, já que “não se tem prova e nem mesmo indício suficiente de posse ad usucapionem. A tanto não se prestam o pagamento de tributos ou a singela carta do Comando da 4ª Zona Aérea” e acrescentou que “as testemunhas ouvidas [...] nada de concreto trouxeram para o deslinde da questão ou em socorro do autor”. Por fim, concluiu que “o autor não conseguiu demonstrar ter tido a posse sobre a área que pretende usucapir” e indeferiu o pedido.

Decisão do TJ/SP que suspendeu decreto municipal que levou o caos ao Sistema Anchieta-Imigrantes – Ação Direta de Inconstitucionalidade movida contra o Artigo 1º da Lei 1.894 (21.12.1990) e também do Artigo 1º do Decreto 10.048 (24.05.2013), ambos do Município de Cubatão, que disciplinaram o horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais e industriais daquela localidade e que, na última semana, causou um caos no Sistema Anchieta-Imigrantes, com congestionamentos de mais de 50 km, ao restringir das 8h às 18h o horário de funcionamento dos pátios reguladores de estacionamento de caminhões que se dirigem ao Porto de Santos, instalados em Cubatão. A decisão liminar foi proferida pelo desembargador Xavier de Aquino em Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), parcial para a Lei citada e total para o Decreto. No despacho do magistrado, ele destaca: “... de forma inusitada, a legislação em testilha feriu não só a Carta Maior, mas a Constituição do Estado e, sobretudo, o bem estar dos munícipes. Com efeito, a legislação em exame vai no contrafluxo de qualquer interesse político que a alcaide deva ter. Ora, a par de ter confundido os conceitos de estacionamentos de veículos com o de pátios reguladores, causou o maior caos, um verdadeiro descontrole no chamado Sistema Anchieta-Imigrantes”. O desembargador, ao conceder a liminar, também destacou que a legislação atacada “viola consectários fundamentais que garantem a liberdade de locomoção, bem corno o exercício da atividade econômica, e, mais do que tudo, impede o desenvolvimento nacional, mormente do brasil, que faz parte do ‘BRIC’ e luta para se tornar um país desenvolvido”.

Licitação de 65 novos trens para CPTM. Julgamento da 9ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) que revogou liminar concedida em plantão judiciário e negou provimento a agravo de instrumento interposto pela CAF Brasil Indústria e Comércio S/A e Alstom Brasil Energia e Transporte Ltda. A liminar paralisava

Concorrência Pública Internacional CPTM nº 8085132011, realizada pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), para contratação de serviços de projeto e fabricação de 65 trens, constituídos de oito carros cada, totalizando 520 carros, para as linhas da empresa. Diante da relevância do caso, a Procuradoria Geral do Estado (PGE) ingressou no feito e, em conjunto com o jurídico da CPTM, apresentou as contrarrazões ao recurso. Houve, ainda, despacho pessoal com os integrantes da turma julgadora. PGE e CPTM destacaram o desacerto da decisão concedida em plantão judiciário na medida em que gerou situação de desigualdade em relação aos demais licitantes na medida em que permitiu somente aos agravantes apresentarem duas propostas enquanto os demais somente puderam apresentar uma oferta. Ressaltaram, ainda, a importância de tal compra para o sistema de transporte sobre trilhos da região metropolitana da Capital, abrangendo 22 municípios. No julgamento nos termos do voto do relator, entendeu a Câmara Julgadora, por unanimidade de votos, que, de fato, a liminar concedida contraria a Lei de Licitações, o edital de concorrência e a isonomia entre os licitantes determinando sua revogação. “Assim, ao franquear a entrega de duas propostas a liminar inovou no certame e colocou as agravantes em situação de desigualdade com os outros licitantes, daí porque, data maxima venia, se mostra insubsistente” destacou o relator, desembargador Décio Notarangeli que determinou às agravantes a retirada de uma das propostas em 48 horas. Quanto à questão de fundo, salientou o magistrado “não é de boa aparência o direito invocado, pois não se vislumbra ilegalidade manifesta ou abuso de poder no edital de licitação”.

Licenciamento ambiental do Rodoanel Trecho Norte. Julgamento da 1ª Câmara Reservada ao Meio Ambiente do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) que, acolhendo as contrarrazões do Estado de São Paulo no Agravo de instrumento do Ministério Púbico nº 0205003-35.2012.8.26.0000, por unanimidade, reconheceu a regularidade da licença prévia concedida no licenciamento ambiental do empreendimento Rodoanel – Trecho Norte. Em ação civil pública movida pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP), Associação Civil Residencial Jardim Itatinga e Associação Unidos na Luta pela Igualdade (SOLI), contra a Fazenda do Estado de São Paulo, Dersa – Desenvolvimento Rodoviário S/A e Prefeitura Municipal de São Paulo, havia sido indeferido, pelo juízo da 11ª Vara da Fazenda Pública da Capital, pedido de tutela antecipada que objetivava a suspensão da licença prévia concedida para o Trecho Norte do Rodoanel Mário Covas. Alegaram os autores que: a) o EIA/RIMA e o processo de licenciamento desrespeita a Resolução CONAMA nº 237/91, o Plano Diretor do Município de São Paulo e os Planos Diretores Regionais das Subprefeituras da zona norte; b) o projeto deveria ter sido primeiro submetido à Secretaria Municipal do Planejamento (Sempla), hoje Secretaria Municipal do Desenvolvimento Urbano (SMDU) para exame com parecer da Câmara Técnica da Legislação Urbana (CTLU), IPHAN e CONDEPHAAT; e, c) a Licença Prévia deve ser emitida pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) ante as ofensas do projeto ao Plano Diretor. Da decisão que indeferiu o pleito

antecipatório, houve interposição de agravo de instrumento pelos autores. Acolhendo os argumentos deduzidos pela PGE, o relator do acórdão, desembargador Torres de Carvalho, destacou em seu voto que: "A licença prévia, concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade, aprova a localização e concepção, atesta a viabilidade ambiental e estabelece os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases da implantação (Resolução CONAMA nº 237/97, art. 8º inciso I); os órgãos ambientais pertinentes analisaram o estudo de impacto ambiental e consideraram que o projeto traz a melhor alternativa para o empreendimento, cada um indicando as recomendações e providências complementares a serem adotadas para a concessão da licença de instalação. Não há, nesse contexto e com o licenciamento ambiental ainda em andamento, como ver nulidade ou insuficiência no estudo ambiental em curso ou nulidade na licença prévia concedida”.

Decisão liminar em interdito proibitório ajuizado pela PGE contra o Movimento União Brasil Caminhoneiro que proibiu o bloqueio do tráfego em rodovias paulistas. A decisão proibiu a prática de qualquer ato incentivador de turbação ou esbulho sobre as rodovias do Estado de São Paulo ou sobre as vias que lhe dão acesso, seja por toda sua extensão, seja por trechos (pequenos ou não) de tais vias de tráfego, seja, enfim, por reles manifestação em margens de tais vias de tráfego, mas que representem dificultação ou obstáculo ao livre e seguro tráfego de veículos e pessoas, sob pena de multa de R$ 20 mil por hora de obstrução ou turbação.

Cobrança de pedágio por eixos suspensos – Decisão da Presidência do Tribunal de Justiça de São Paulo que suspendeu decisão liminar proferida pelo juízo da 3ª Vara da Fazenda Pública da Capital que afastava a aplicação da Resolução SLT n° 4, de 22.04.2013, no tocante a cobrança de tarifa de pedágio incidente sobre eixo suspenso de veículos pertencentes aos associados da Associação do Transporte Rodoviário de Cargas do Brasil (ATR Brasil). A resolução foi editada pelo secretário de Estado de Logística e Transportes, Saulo de Castro Abreu Filho, em razão da política pública do governo do Estado de ampliação do sistema de pagamento eletrônico de pedágio, permitindo a cobrança de tarifa por trecho percorrido – sistema ponto-a-ponto. No pedido de suspensão, a PGE esclareceu que a adoção desse sistema tornou-se viável, técnica e economicamente, em razão de pesquisas e da evolução tecnológica recente. A pretensão é promover a justiça tarifária, reduzindo ou eliminando distorções causadas pelo método de cobrança atual. Ponderou-se, ainda, que tal alteração não decorreu pura e simplesmente da intenção de onerar o usuário, como alegou o autor da ação coletiva, mas resultou de estratégia administrativa que buscou melhor adequação e justiça na cobrança, além de evitar prejuízo maior, com o aumento tarifário, que atingiria a todos indistintamente. A Presidência do TJ/SP destacou: “Tem-se igualmente configurada hipótese de grave risco ao erário, haja vista que o empeço a conquista dos recursos resultantes da aplicação da Resolução em comento exigirá, para o adimplemento dos compromissos contratuais entabulados

pela pessoa política, aportes financeiros que poderão alçar a ordem de seis bilhões e duzentos milhões de reais”. Mais adiante, salientou: “À parte disso, com o devido respeito, não se entrevê, na aludida Resolução, marcada ilegalidade, cumprindo notar a existência de expressiva linha de julgados em abono a tese da legitimidade da cobrança dos chamados eixos suspensos, como se recruta dos precedentes trazidos à colação pelos requerentes, o que mais faz avultar a necessidade de preservação do ato administrativo contrastado, abonado por presunção de legitimidade”.

Decisões do Tribunal de Justiça que garantiram a agilidade nas avaliações prévias nas desapropriações ajuizadas na Comarca de Guarulhos, ao afastar a necessidade de perícia ambiental.

Acórdãos preferidos pelo TJSP que extinguiram Ações Civis Públicas ajuizadas pelo Ministério Público Estadual nas Comarcas de Apiaí e Itaberá, objetivando a condenação do Estado e do DER nas reformas da Rodovia SP 250 - trecho Apiaí x Ribeira, rodovias SP 267 - trecho entre as cidades de Itaberá e Itararé; e SP 249 - trecho entre as cidades de Itaberá e Itapeva, em razão de ofensa à Separação das Funções Estatais e ausência de previsão orçamentária.

Sentença favorável ao Estado de São Paulo e ao Departamento de Estradas de Rodagem – DER que julgou improcedente ação popular na qual se alegou que, da relação das 24 (vinte e quatro) rodovias que compõem a malha rodoviária federal de São Paulo (6.675 Km de extensão), 20 (vinte) delas (5.615,6 Km de extensão) estariam, de forma ilegal, em posse da Polícia Militar Rodoviária do Estado de São Paulo desde o ano de 1973, data da publicação da Lei Federal n. 5.917/73, que criou o Plano Nacional de Viação – PNV. A pretensão do autor popular, se acolhida, implicaria na suspensão do convênio firmado entre o DER/SP e a Polícia Militar Rodoviária do Estado de São Paulo, declaração de nulidade de todos os atos administrativos praticados no âmbito das 20 rodovias federais e proibição da Polícia Militar Rodoviária do Estado de efetuar qualquer multa no âmbito das citadas rodovias.

Nas questões referentes ao MEIO AMBIENTE, o Contencioso Geral da PGE destaca as seguintes ações e vitórias judiciais:

Decisão liminar concedida pela Ministra CÁRMEN LÚCIA do STF que suspendeu a inscrição do Estado de São Paulo no SIAFI relativamente à prestação de contas do Convênio n. PD/8-001/01-00 firmado com o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes - DNIT, destinado a “atender as condicionantes estabelecidas no âmbito do licenciamento ambiental da duplicação da Rodovia Régis Bittencourt – BR 116”.

Decisão liminar obtida em ação civil pública ajuizada pelo Estado de São Paulo em face de Têxtil São Martinho Ltda. impondo à referida

empresa a obrigação de fazer consistente na realização de reparos, restauração e conservação de imóveis tombados de sua propriedade, no prazo de 60 dias, sob pena de multa diária de R$ 10 mil. Tais obras compreendem os imóveis que abrigavam a antiga Tecelagem São Martinho, situada no Município de Tatuí, e que foram tombados por meio da Resolução nº 61, de 30 de outubro de 2007, da Secretaria de Estado da Cultura. Referidos imóveis se encontravam em precário estado de conservação, correndo inclusive risco de ruir. Na decisão, a juíza de Direito da 3ª Vara Cível da Comarca de Tatuí, Ligia Cristina Berardi Ferreira, destacou que a ré foi instada a realizar as obras emergenciais de preservação, mas nada providenciou. E registrou: “Há, portanto, prova inequívoca da verossimilhança das alegações feitas na petição inicial. O fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação, de outra parte, está evidenciado pelo grave estado de deterioração dos imóveis, que constituem patrimônio histórico, arquitetônico e cultural”.

Sentença que garantiu processo de restauro do prédio do Museu da Língua Portuguesa. Por meio de ação civil pública, pretendeu o Ministério Público Federal declarar a nulidade do processo de restauro do Edifício Administrativo da Estação da Luz, que hoje abriga o Museu da Língua Portuguesa. Referido imóvel é tombado pelos três entes federativos, submetendo-se ao controle dos respectivos órgãos de defesa do patrimônio histórico e cultural, IPHAN (União), CONDEPHAAT (Estado de São Paulo) e COMPRESP (Município de São Paulo). O projeto de restauro do imóvel foi submetido pela Fundação Roberto Marinho aos citados órgãos visando à recuperação do bem, que se encontrava em avançado estado de degradação, assim como às adaptações necessárias a receber o referido museu. Segundo o Ministério Público Federal, os processos administrativos conduzidos pelos três órgãos de defesa do patrimônio histórico e cultural para o restauro do bem continham vícios insanáveis, que impediam a implantação do projeto pretendido pela Fundação Roberto Marinho. Acolhendo a linha de argumentação apresentada pela PGE, o juiz federal da 2ª Vara Cível da Justiça Federal de São Paulo julgou improcedente a demanda, destacando-se os seguintes trechos de sua alentada sentença: "quanto a anulação dos atos administrativos, ao Poder Judiciário não é cabível adentrar no mérito do ato administrativo, salvo quando eivado de ilegalidade. Nesse sentido, não é demais mencionar que os atos emanados da Administração Pública gozam de presunção relativa e, ao que se pode aferir dos autos, que não foi elidida pela parte autora. Isso porque não restou comprovada qualquer afronta constitucional ou legal, afigurando-se legitima as autorizações concedidas para a restauração/reforma por parte dos órgãos administrativos de proteção, que somente o fizeram mediante ampla discussão, participação, revisão, formulação de diretrizes e readequacão do projeto, contando, inclusive, em dado momento, com intervenção do Ministério Publico Federal”. A sentença trouxe, ainda, o acolhimento da corrente progressista, com base na Carta de Veneza, em matéria de preservação de bem tombado, que admite intervenções,

com a sua utilização para outras finalidades, preservando sua estrutura externa, concebendo a ideia de modificações internas, resguardando, na medida do possível, a originalidade e raridade do que necessita ser conservado.

Acordo celebrado na Câmara de Conciliação da Administração Federal. Em procedimento instaurado pela Câmara de Conciliação e Arbitragem da Administração Federal (CCAF), a PGE firmou acordo no bojo de ação civil pública ajuizada pelo Município de Itirapina em face da extinta Ferrovia Paulista S/A (Fepasa), para recomposição de danos causados em área de sua titularidade localizada naquela municipalidade, consistentes em assoreamento do rio e erosão no solo. Já havia decisão transitada em julgado para que a ré promovesse a recuperação da área. Havia, ainda, multa processual imposta em desfavor do réu que já superava o valor de R$ 80 milhões. O Estado foi convidado a participar de reunião conciliatória. Embora não sendo parte na ação, a relação contratual com a União referente à venda do capital da Fepasa fazia incidir a responsabilidade do Estado pelos custos decorrentes da condenação judicial. No intuito de tentar minimizar despesas para o Estado bem como em consonância com a meta institucional de diminuir a litigiosidade, o Estado encaminhou proposta de solução do conflito. Por ela, o Estado investirá, aproximadamente, R$ 2,5 milhões para promover a completa recuperação ambiental do imóvel, que hoje se encontra com graves problemas de erosão, voçoroca, aterro clandestino de resíduos sólidos, ocupação irregular, dentre outros. A solução evita o ajuizamento de uma ação de regresso por parte da União e afasta o risco de, eventualmente, o Estado vir a ser responsabilizado pelo pagamento da multa milionária fixada nos autos. A medida é inovadora, porquanto o Estado de São Paulo, que não era parte na ação civil pública, por obrigação contratual de arcar com a recuperação do dano ambiental perpetrado no imóvel, esforçou-se, com sucesso, para por fim ao litígio no procedimento conciliatório, evitando-se uma decisão judicial desfavorável.

Inspeção Veicular - Decisão da Presidência do TJ/SP que suspendeu liminar que determinava ao Estado a implantação e execução de programa de inspeção veicular para toda a frota nos municípios das áreas saturadas, em seis meses e, em todo o Estado para a integralidade da frota do ciclo diesel, no prazo máximo de 1 ano e 6 meses. A decisão da 14ª Vara da Fazenda Pública foi concedida em sede de tutela antecipada em ação civil pública movida pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP). No pedido de suspensão, o Estado apontou que a implantação do programa envolverá mais de 120 cidades do território paulista; destacou que a execução da liminar acarretaria grave lesão à ordem administrativa e econômica pública, em prejuízo de toda a população de São Paulo, eis que demandaria vultosos investimentos que não encontram respaldo orçamentário. Salientou, ainda, que a implantação de tal programa depende da aprovação do Projeto de Lei nº 1.187, de 2009, que se encontra na ordem do dia da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), razão pela qual

se reveste de patente ilegalidade sua implantação sem a respectiva lei que o regulamente. Em sua decisão, o Presidente do TJ/SP destacou: “Assim, representa violação à ordem pública provimento judicial que obstaculiza ou dificulta, sem causa legítima, o adequado exercício das funções da Administração pelas autoridades constituídas. No caso em exame, a decisão vergastada, no ponto em que faz comandar a criação de instrumental de política pública visando ao controle da emissão veicular de poluentes, em prazo nitidamente estreito para envergadura de programa que se antevê de alta complexidade, implica desenganada interferência nas atividades próprias da Administração, caracterizando risco de grave lesão à ordem pública, tudo a justificar a concessão da suspensão ora rogada”. Em outro trecho, salientou: “Também impressiona o argumento de que a execução da reportada decisão implica risco de grave lesão à economia pública. Isso porque, segundo estimativas iniciais, o custo para a implementação do almejado programa alça valores muito expressivos, da ordem de R$ 400.000.000,00 (quatrocentos milhões de reais), desprovidos de contemplação orçamentária”. Em 27 de setembro passado, o juízo da 14ª Vara da Fazenda Pública manteve o entendimento inicial e julgou parcialmente procedente a ação civil pública. Na própria decisão, contudo, ressalvou o magistrado que não restabeleceria ou manteria a liminar, pois a mesma encontrava-se com seus efeitos suspensos até o trânsito em julgado por conta da decisão proferida pela Presidência do Tribunal de Justiça.

No que toca à gestão do PATRIMÔNIO IMOBILIÁRIO E REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA, vale relatar os seguintes feitos:

Desapropriações judiciais e amigáveis para viabilizar a construção do empreendimento Rodoanel – Trecho Norte;

Caso “Pinheirinho”: Sentença da 2ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de São José dos Campos que indeferiu, por inépcia, a petição inicial da ação civil pública proposta pela Defensoria Pública em face do Estado de São Paulo e do Município de São José dos Campos (além da massa falida proprietária do imóvel desocupado), tendo por referência a desocupação por ordem judicial da gleba do Pinheirinho, naquela Municipalidade. Segundo o juiz Luiz Guilherme Cursino de Moura Santos, a inépcia da petição inicial decorre da ilegitimidade ativa; da falta de interesse de agir; da falta de logicidade entre a narração dos fatos e a conclusão; e da impossibilidade jurídica do pedido. A ação civil pública proposta pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo, abarcava, dentre outros, os seguintes pedidos: a "retratação pública de Estado e Município"; a condenação dos requeridos na obrigação de construírem um "Memorial Pinheirinho"; a alteração das normas operacionais da PM em casos similares; a condenação das Fazendas Públicas a concederem uma série de benefícios compensatórios aos praticantes do esbulho, alçados à condição de "vítimas" pela petição inicial; a condenação dos reús ao pagamento de "compensação

ambiental"; a condenação dos requeridos no pagamento da quantia de R$ 10 milhões a título de dano moral coletivo. Todos os pedidos foram indeferidos pelo magistrado, o qual entendeu que a Defensoria Pública não comprovou que a ação de reintegração de posse causou danos. Na decisão, o juiz afirma que o dano moral, "se houve", foi aplicado às pessoas que sofreram a atuação abusiva do estado. "E a reparação do dano já está sendo perseguida por aqueles que se sentiram lesados, mediante o ajuizamento, conforme explanado na folha 20 dos autos, de cerca de 1.050 ações indenizatórias individuais, todas patrocinadas pela Defensoria Pública". O magistrado apontou, ainda, que parte dos pedidos é juridicamente impossível. Sobre o pedido de retratação, afirmou que o poder Judiciário não pode obrigar que as partes entendam a situação da mesma forma. "O reconhecimento pressupõe ato voluntário. O poder judiciário até poderia reconhecer a ocorrência de excessos por parte dos agentes públicos na desocupação do Pinheirinho. Porém, não é juridicamente possível condenar os réus ao reconhecimento de que atuaram com excesso". No que toca à pretensão de construção de um memorial, assim decretou o Magistrado: “A construção de um memorial em homenagem à comunidade do Pinheirinho - como se a desocupação da área fosse comparável ao Holocausto - demanda um juízo de conveniência e oportunidade da Administração. Quiçá se entenda que à população em geral, inclusive aos desalojados do Pinheirinho, seja mais benéfica a destinação de recursos públicos a investimentos nas áreas de educação, saúde, habitação...”. A Defensoria Pública requereu, também, a implantação pela prefeitura de São José dos Campos de um programa (custeado pela massa falida da Selecta) de qualificação profissional, geração de renda e reinserção laboral dos moradores do local. Também esse requerimento restou rechaçado: "O ato de desocupação foi executado pela Polícia Militar do Estado de São Paulo. E os atos tidos como danosos, praticados antes e depois da desocupação envolveram, também, os agentes públicos do município de São José dos Campos. Ou seja, a petição inicial não descreve a prática de atos abusivos por parte da massa falida Selecta, que pudessem ensejar sua condenação ao pagamento de indenização", destacou o juiz. Outro pedido formulado foi que o Estado uniformizasse as operações da Polícia Militar em caso de desocupações, implementando um programa de treinamento específico aos policiais envolvidos que aborde o respeito aos direitos das pessoas removidas. Também este pedido foi negado pelo magistrado que destacou: "Não compete, portanto, ao Poder Judiciário, deliberar acerca das normas operacionais da Polícia Militar no tocante aos procedimentos a serem adotados em caso de desocupações. O mesmo se diga em relação à implementação de programa de treinamento específico aos policiais militares”.

Desapropriação amigável do imóvel localizado na Rua Giuseppe Máximo Scolfaro, nº 10.000, Cidade Universitária, Município de Campinas, para instalação de Laboratório de Pesquisa em Energia e Materiais, ou de outros serviços públicos, com área de 150.014,88m2 (cento e cinquenta mil, quatorze metros quadrados e oitenta e oito

decímetros quadrados), no valor de R$ 23.400.000,00 (vinte e três milhões e quatrocentos mil reais).

Desapropriação do imóvel situado na Rua Senador Feijó nº 164 a 176, Centro, São Paulo, SP, para a instalação de setores e dependências do Ministério Público do Estado de São Paulo, no valor de R$ 11.190.148,00 (onze milhões, cento e noventa mil, cento e quarenta e oito reais).

Decisão liminar proferida em medida cautelar ajuizada no Superior Tribunal de Justiça preparatória de ação rescisória Ação Rescisória em favor do DER - DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO ESTADO DE SÃO PAULO que impediu o levantamento de R$ 234.529.781,44, depositados pela TELEFÔNICA BRASIL S/A nos autos da ação originária, processo 0003115-31.2004.8.26.0053 e RESP 1.246.070/SP, onde foi discutida a legalidade da exigência de pagamento em razão do uso, pela empresa concessionária de serviço público, de faixas de domínio nas rodovias sob administração do DER/SP para a passagem de instalações de infraestrutura de telecomunicação, tais como cabos e dutos. Em suma, entendeu o D. Ministro do STJ que impressionam as teses de violação à literal disposição do art. 103 do Código Civil e da ocorrência de erro da fato a macular o aresto rescindendo. Ademais, entendeu estar presente a verossimilhança das alegações ao se cotejar a pretensão deduzida com a orientação traçada no REsp. 975.097/SP.

Merece destaque, ainda, na área de GESTÃO PÚBLICA – RECURSOS HUMANOS:

Decisão do relator em agravo de instrumento que suspendeu os efeitos de decisão que deferiu liminar em mandado de segurança impetrado por candidatos inscritos em Seleção Pública para Residência Médica 2013 promovida pela Secretaria de Estado da Saúde, para atribuir à nota final de cada um dos impetrantes o acréscimo de 10%, conforme previsto no artigo 8º da Resolução CNRM nº 03/2011, por não vislumbrar presente o alegado direito dos impetrantes ao acréscimo de pontuação no processo seletivo em questão.

Dentre as vitórias judiciais em processos que versam sobre assuntos afetos à JUSTIÇA E DEFESA DA CIDADANIA, merecem destaque:

Decisão liminar do Supremo Tribunal Federal que suspendeu os efeitos

de decisão proferida pelo Conselho Nacional de Justiça que declarou a

ilegalidade de parte do Provimento nº 1.436/07, do Conselho Superior da

Magistratura do Estado de São Paulo, e determinando incumbir ao Juiz

de Direito a escolha da unidade de internação em que será cumprida a

medida socioeducativa de adolescente infrator. , o CNJ não reconheceu

a competência do Poder Executivo para tratar do assunto, pois a gestão

de vagas nessas unidades é feita com a visão do todo, que não é do

conhecimento de cada magistrado, individualmente. Por isso, a

competência para operar transferências ou remoções de adolescentes

infratores é do Poder Executivo, com a devida fiscalização pelo Poder

Judiciário.

Decisão da Presidência do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo

que suspendeu os efeitos de sentença proferida pela 9ª Vara da

Fazenda Pública da Comarca da Capital em mandado de segurança

impetrado pela Associação dos Oficiais de Polícia Militar do Estado de

São Paulo que reconheceu o direito de seus associados não terem os

seus nomes divulgados no portal da transparência do governo do

Estado, mas permitindo, no máximo, a relação direta entre a

remuneração e o registro funcional, CPF, cargo do agente, em respeito

ao princípio constitucional da intimidade. O TJ/SP reconheceu que

poderá haver danos irreparáveis à política pública, com instabilidade na

Administração Pública, e fomentando a insurgência dos servidores

quanto às deliberações dos gestores públicos referente ao tema da

transparência, de forma contrária à orientação do Supremo Tribunal

Federal a respeito do tema.

Decisão do STJ que reestabeleceu gestão de vagas pela Fundação

Casa. O ministro Dias Toffoli deferiu liminar em mandado de segurança

(MS nº 31.902) impetrado pela PGE, representando o Tribunal de

Justiça de São Paulo, fazendo restabelecer, à Fundação Casa, que

abriga menores infratores no Estado de São Paulo, a competência pelo

gerenciamento de vagas em suas unidades socioeducativas, desde que

seja cumprida a regra de notificação ao juiz do caso em até 24 horas. A

liminar suspendeu decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), de

novembro do ano passado, que havia revogado regra instituída pelo

Conselho Superior da Magistratura, do TJSP, através do Provimento

CSM nº 1436/2007.

Decisão da Presidência do Tribunal de Justiça de São Paulo que

suspendeu a execução de segurança que impedia a divulgação dos

salários de filiados à Associação dos Oficiais da Polícia Militar do Estado

de São Paulo (AOPM). Após exame da matéria, o presidente do TJSP

suspendeu os efeitos da sentença, por entender que a imediata

execução da sentença poderá causar “danos irreparáveis à política

pública, com instabilidade na Administração Pública, e fomentando a

insurgência dos servidores quanto às deliberações dos gestores públicos

referente ao tema da transparência, de forma contrária à orientação do

Supremo Tribunal Federal a respeito do tema. Assim, para preservar a

unidade da Administração no tocante à sensível questão da

transparência de informações, defere-se a suspensão”.

Vale assinalar, ainda, os casos relevantes em assuntos afetos à CORREGEDORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO:

Caso SIEMENS: Decisão proferida pela Justiça Federal de São Bernardo do Campo que permitiu ao Estado o acesso aos documentos da investigação sobre a suposta formação de cartel em licitações de trens e metrô em São Paulo. Na decisão, o juiz Antonio André Muniz Mascarenhas de Souza, da 3ª Vara Federal de São Bernardo do Campo, afirmou que “decerto que a sociedade e, mais especificamente, o Estado de São Paulo e o Ministério Público Estadual, por exemplo, têm justificado interesse de ter acesso aos termos do acordo de leniência e demais documentos que acompanharam a petição inicial da medida cautelar, para aprofundamento das investigações e apurações cabíveis por parte dos competentes órgãos estaduais”. Adiante, destacou o magistrado: “Além disso, o noticiário jornalístico tem divulgado, a todo instante, o nome da empresa SIEMENS e possível envolvimento de funcionários públicos de diversos escalões e figuras de renome do cenário político, com detalhes que escapam ao processo judicial, de modo que o restabelecimento do sigilo não alcançaria mais o fim desejado pelo CADE de preservar a identidade do leniente”. “Ao contrário, caso as informações repassadas sejam incompletas ou enviesadas, o segredo de justiça pode contribuir para denegrir a imagem de terceiros que sequer tenham envolvimento ou eventualmente dificultar a identificação de todos os reais participantes do esquema que poderá provar-se criminoso”, conclui o juiz, deferindo o pedido. O Estado, através da Corregedoria Geral da Administração (CGA), havia formulado requerimento administrativo ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) para acesso ao acordo de leniência, mas a autarquia federal negara o pedido.

Caso SIEMENS – Ajuizamento de ação judicial de reparação de danos contra a empresa alemã Siemens por conta da formação de cartel em licitações da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). A ação, que é movida em litisconsórcio com o próprio Metrô e com a CPTM, foi distribuída à 4ª Vara da Fazenda Pública da Capital e pede o ressarcimento dos danos causados ao patrimônio público pelo acordo entre as empresas. Ela se baseia na confissão da empresa alemã em acordo de leniência celebrado com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) em troca de imunidade administrativa e criminal. No documento, a empresa admite sua participação em cartel que superfaturava licitações. Na ação de reparação de danos, destacou-se o fato de que o acordo de leniência garante imunidade penal e administrativa à Siemens, “mas não quanto ao dever de indenizar o prejudicado pela prática do cartel, tanto mais no caso em tela, em que houve lesão ao erário do Estado de São Paulo".

Vale apontar, ainda, o êxito em caso rumoroso afeto à HABITAÇÃO:

PPP da Habitação - Decisão do Tribunal de Justiça que garantiu a retomada de PPP do maior programa habitacional do país, no centro expandido da capital paulista. A liminar que paralisou o empreendimento foi concedida em ação civil pública proposta pelo Ministério Público Estadual (MPE) por entender que o projeto relativo à PPP da Habitação Centro foi lançado pelo Governo Estadual sem a necessária participação popular, infringindo, assim dispositivos da Lei Federal nº 10.257/01 (Estatuto da Cidade), notadamente os artigos 2º, incisos II e XIII, artigo 4º, inciso III e artigo 44 do referido diploma legal. Diante dos elementos coligidos nos autos, o juiz de primeiro grau (14ª Vara da Fazenda Pública) indeferiu a liminar. Entretanto, o MPE recorreu da decisão, por meio de agravo de instrumento, em que acabou por ser concedido o efeito ativo e, por via de consequência, paralisando toda e qualquer tramitação do programa. Diante disso, a PGE formulou pedido de reconsideração dirigido ao 2º julgador do agravo de instrumento, substituto legal do desembargador relator, desembargador Xavier de Aquino, que se encontrava em gozo de férias, pedido este que não foi acolhido. Com o retorno do relator, novo pedido de reconsideração lhe foi apresentado destacando, basicamente, ter havido efetiva participação popular na etapa de formulação do programa e, ainda, a grave lesão ao Estado diante da paralisação do projeto. Ao reconsiderar a decisão, destacou o relator: “Ao contrário do sustentado pelo Parquet, houve audiência pública, levada a efeito no dia 27.02.2013, salientando- se que a convocação foi realizada nos precisos termos da legislação vigente, sendo certo que dela participaram quase uma centena de pessoas, destacando-se representantes de movimentos de moradia, Defensoria Pública, Universidades, bem como entidades da sociedade civil, quando então o tema nuclear foi amplamente discutido (houve lista de presença e ata respectiva). De outro lado, o pedido do Ministério Público. se nos afigura genérico, na medida em que não pormenoriza, conforme lhe cumpria, tal exigência. Ademais, o representante do Ministério Público, ciente da mencionada audiência pública, dela não participou pessoalmente, consoante ficou estampado no feito”.