manual pad pge ms

117
ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO MANUAL DE PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Judith Amaral Lageano Copiladora Campo Grande-MS 2005

Upload: tensevalho

Post on 12-Sep-2015

298 views

Category:

Documents


5 download

DESCRIPTION

Manual prático de Processo Administrativo Disciplinar, na PGE de Mato Grosso do Sul.

TRANSCRIPT

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL

    PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    MANUAL DE PROCESSO

    ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

    Judith Amaral Lageano

    Copiladora

    Campo Grande-MS

    2005

  • PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL Parque dos Poderes Bloco IV Telefone: (067)318-2600 (PABX) Fax: (067)318-2660 79002-970 Campo Grande-MS Home page: www.pge.ms.gov.br e-mail: [email protected]

    Procurador-Geral do Estado Rafael Coldibelli Francisco

    Procuradora do Estado Chefe da Procuradoria de Pessoal Judith Amaral Lageano

    Procuradora do Estado Diretora da Escola Superior de Advocacia Pblicada Procuradoria-Geral do Estado Senise Freire Chacha

    Coordenao Editorial: Vilma Rosa Raitembach Arte Final: Sebastio Flores da Silva Capa: Flvio M. Lott Impresso: Imprensa Oficial do Estado de Mato Grosso do Sul

    Reimpresso

    MATO GROSSO DO SUL. Procuradoria Geral do Estado. Manual de processo administrativo disciplinar / organizador

    Judith Amaral Lageano. Campo Grande: Centro de Aperfeioamento Funcional da Procuradoria-Geral do Estado. 2004.

    Contm anexo.

    1. Direito administrativo. Lageano, Judith Amaral, organizadora. I. Ttulo.

    CDU: 35.077.2

    PGE-MS-2004

  • SUMRIO

    APRESENTAO ................................................................................. 3

    Captulo I DO DEVER DE COMUNICAR E APURAR IRREGULARIDADES ...................................................... 9

    Captulo II DAS DENNCIAS E REPRESENTAES ................... 11

    Captulo III DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR ..... 13 Seo I CONCEITO E ABRANGNCIA ................ 13 Seo II FASES DO PROCESSO .......................... 13

    Captulo IV DA SINDICNCIA .......................................................... 14

    Captulo V DO AFASTAMENTO DO SERVIDOR ENVOLVIDO ...... 17

    Captulo VI DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR - PAD ................................................................................ 19 Seo I CONSIDERAES GERAIS ................... 19 Seo II DA COMISSO PROCESSANTE ............ 20 Seo III DO SECRETRIO DA COMISSO ......... 22 Seo IV DA INSTAURAO DO PAD ................... 23 Seo V DA INSTALAO DA COMISSO ........... 25 Seo VI DOS PRAZOS .......................................... 26 Seo VII DOS DOCUMENTOS DO PAD ................ 27 Seo VIII DA INSTRUO ...................................... 29 Seo IX DO INTERROGATRIO DO ACUSADO . 31 Seo X DA DEFESA PRVIA ............................... 32 Seo XI DA INQUIRIO DAS TESTEMUNHAS . 32 Seo XII DO INCIDENTE DE SANIDADE MENTAL 37 Seo XIII DA ACAREAO ..................................... 39 Seo XIV DAS DILIGNCIAS E PERCIAS ............. 40 Seo XV DA PRORROGAO DO PRAZO ........... 41

  • Seo XVI DA DEFESA ............................................. 42 Seo XVII DA REVELIA ............................................ 44 Seo XVIII DO RELATRIO ...................................... 45 Seo XIX DO JULGAMENTO .................................. 46

    Captulo VII DA APLICAO DAS PENALIDADES .......................... 47

    Captulo VIII DAS NULIDADES .......................................................... 49

    Captulo IX DA PRESCRIO ......................................................... 53

    Captulo X DA EXTINO DA PUNIBILIDADE .............................. 54

    Captulo XI DOS CRIMES FUNCIONAIS ......................................... 55

    Captulo XII DA EXONERAO DE SERVIDOR QUE RESPONDE A PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR ........ 56

    Captulo XIII DAS DISPOSIES FINAIS ......................................... 57

    ANEXO

    Modelo 01 Portaria de afastamento de servidor envolvido em processo disciplinar .......................................................... 58

    Modelo 02 A t o d e i n s t a u r a o d e P A D . . . . . . . . . . . . . . ........ 59 Modelo 02.1 Resoluo para designar comisso ............................... 60 Modelo 02.2 Portaria para designar comisso.....................................61 Modelo 03 Portaria de designao do Secretrio da Comisso ........ 62 Modelo 04 Ofcio ao Secretrio de Estado de Gesto Pblica

    solicitando publicao da Portaria designadora da Comisso Processante .................................................... 63

    Modelo 05 Ofcio da autoridade instauradora ao Ministrio Pblico encaminhando cpia do processo de sindicncia ou disciplinar, quando se conclui que a infrao est capitulada como ilcito penal ............................................ 64

    Modelo 06 Ata de instalao da Comisso Processante e de incio dos trabalhos .......................................................... 65

  • Modelo 07 Memorando autoridade instauradora comunicando o incio dos trabalhos .......................................................... 66

    Modelo 08 Termo de autuao de documentos ................................. 67 Modelo 09 Portaria de designao de nova Comisso para ultimar

    ou refazer o processo administrativo disciplinar .............. 68-69 Modelo 10 Termo de juntada de documentos .............................. 70-71 Modelo 11 Termo de encerramento de volume de processo ............ 72 Modelo 12 Citao do servidor para acompanhar o processo

    administrativo disciplinar .................................................. 73 Modelo 13 Memorando solicitando a designao de defensor dativo 75 Modelo 14 Termo de interrogatrio de acusado ................................ 76 Modelo 15 Intimao de servidor para testemunhar ......................... 78 Modelo 16 Ofcio a autoridade solicitando declinar local, dia e hora

    para prestar depoimento .................................................. 79 Modelo 17 Memorando ao chefe do servidor comunicando sua

    intimao para depor ........................................................ 80 Modelo 18 Solicitao para testemunha (no servidor) prestar

    depoimento ....................................................................... 81 Modelo 19 Termo de inquirio de testemunhas ............................... 82 Modelo 20 Auto de reconhecimento de pessoas ............................... 84 Modelo 21 Carta precatria de pedido de informaes de servidor .. 85 Modelo 22 Termo de declaraes ...................................................... 86 Modelo 23 Memorando autoridade instauradora solicitando

    exame de sanidade mental do acusado .......................... 87 Modelo 24 Ofcio solicitando que o acusado seja submetido a

    exame de sanidade mental .............................................. 89 Modelo 25 Intimao para acareao ................................................ 90 Modelo 26 Termo de acareao ........................................................ 91 Modelo 27 Termo de diligncia .......................................................... 92 Modelo 28 Portaria de designao de peritos ................................... 93 Modelo 29 Portaria de designao de assessor tcnico ................... 94 Modelo 30 Quesitos da comisso para o perito ................................ 95 Modelo 31 Quesitos da comisso para o assessor tcnico ............... 96 Modelo 32 Termo de inventrio de bens, exame contbil,

    conferncia de valores ou avaliao de bens .................. 97 Modelo 33 Ata de tomada de contas ................................................. 98

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    Modelo 34 Auto de colheita de material para exame grafotcnico .... 99 Modelo 35 Auto de colheita de material para exame

    mecanogrfico ................................................................ 100 Modelo 36 Memorando do Presidente da Comisso solicitando

    prorrogao do prazo do inqurito ................................. 101 Modelo 37 Portaria de prorrogao do prazo da Comisso

    Processante ................................................................... 102 Modelo 38 Intimao do acusado para apresentar defesa .............. 103 Modelo 39 Declarao de vista ........................................................ 104 Modelo 40 Termo de abertura de vista ............................................ 105 Modelo 41 Intimao, por edital, de acusado que se encontra em

    lugar incerto e no sabido .............................................. 106 Modelo 42 Carta precatria de intimao de acusado .................... 107 Modelo 43 Termo de revelia ............................................................. 108 Modelo 44 Portaria de designao de defensor dativo ................... 109 Modelo 45 Defesa ex-officio de acusado revel ................................. 110 Modelo 46 Relatrio da Comisso Processante ............................... 112 Modelo 47 Exposio de motivos argindo excluso de autoria ...... 115 Modelo 48 Exposio de motivos argindo excludente de falta ....... 116 Modelo 49 Julgamento do processo administrativo disciplinar ......... 117 Modelo 50 Portaria de aplicao de penalidade ............................... 119 Modelo 51 Ofcio ao Ministrio Pblico de remessa de cpia do

    processo em que se conclui que a infrao est capitulada como crime ................................................... 120

    6

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    MANUAL DE PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

    Judith Amaral Lageano1

    Captulo I

    DO DEVER DE COMUNICAR E APURAR IRREGULARIDADES

    1. A autoridade que tiver conhecimento de irregularidade no servio pblico, obrigada a promover a sua apurao imediata, mediante instaurao de sindicncia ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa (Lei n 1102/90, art. 242).

    1.1 Os servidores que, em razo do cargo ou funo, tiverem conhecimento de irregularidades no servio pblico, devem representar aos superiores hierrquicos, para adoo das providncias cabveis (Lei n 1102/90, art. 218,V).

    2. Servidor ou funcionrio a pessoa legalmente investida em cargo pblico ou emprego pblico da administrao direta, ou de autarquia ou fundao pblica (Lei n 1102/90, art. 3, I, com a redao do art. 2 da Lei n 2157/2000).

    2.1 Reputa-se agente pblico, para efeitos da Lei n 8.429/92 (improbidade administrativa), todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remunerao, por eleio, nomeao, designao, contratao ou qualquer outra forma de investidura ou vnculo, mandato, cargo, emprego ou funo na administrao direta,

    1Procuradora do Estado

    7

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    indireta ou fundacional de qualquer dos poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municpios, de Territrio, de empresa incorporada ao patrimnio pblico ou de entidade para cuja criao ou custeio o errio haja concorrido ou concorra com mais de cinqenta por cento do patrimnio ou da receita anual (Lei Federal n 8.429/92, arts. 1 e 2).

    2.2 Considera-se funcionrio pblico, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remunerao, exerce cargo, emprego ou funo pblica (Cdigo Penal-CP, art. 327).

    3. Constitui crime de condescendncia criminosa deixar o funcionrio, por indulgncia, de responsabilizar subordinado que cometeu infrao no exerccio do cargo ou, quando lhe falte competncia, no levar o fato ao conhecimento da autoridade competente (CP art. 320).

    4. O descumprimento do dever de instaurar processo administrativo disciplinar (Lei n 1102/90, art. 242) ou de comunicar o fato ao Ministrio Pblico, quando a infrao estiver capitulada como crime (Lei n 1102/90, art. 245), constitui infrao disciplinar apurvel e punvel na forma estabelecida pelos arts. 241 e seguintes da Lei 1102/ 90.

    8

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    Captulo II

    DAS DENNCIAS E REPRESENTAES

    5. As denncias sobre irregularidades sero objeto de apurao, desde que contenham a identificao e o endereo do denunciante, sejam formuladas por escrito, contenham as informaes sobre o fato e sua autoria, confirmada a autenticidade (Constituio Federal, art. 5, IV e Lei n 1.102/90, art. 243 e Lei Federal n 8.429/92, art. 14, 1).

    5.1 Quando o fato narrado no configurar evidente infrao disciplinar ou ilcito penal, a denncia ser arquivada, por falta de objeto (Lei 1102/90, art. 243, nico).

    6. A representao funcional contra ilegalidade, determinada pelo art. 218,V, da Lei n 1102/90, dever:

    I - conter a identificao do representante e do representado e a indicao precisa do fato que, por ao ou omisso do representado, em razo do cargo, constitui ilegalidade;

    II - vir acompanhada das provas que o representante dispuser ou da indicao das que apenas tenha conhecimento (Lei Federal n 8429/ 92, art. 14, 1); e

    III - indicar as testemunhas, se houver.

    6.1 Quando a representao for genrica ou no indicar o nexo de causalidade entre o fato denunciado e as atribuies do cargo do representado, dever ser devolvida ao representante para que preste os esclarecimentos adicionais indispensveis para subsidiar o exame e a deciso da autoridade competente e para possibilitar ao representado o conhecimento preciso da acusao, de modo a assegurar-Ihe a ampla defesa e demais direitos e garantias decorrentes das disposies contidas

    9

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    no art. 5 da Constituio Federal, especialmente os dos incisos II, XXXIX e LV.

    6.2 A representao ser encaminhada pela via hierrquica e apreciada pela autoridade superior quela contra a qual formulada, assegurando-se ao representado ampla defesa.

    7. Atendendo a denncia ou a representao aos requisitos de admissibilidade, a autoridade determinar a imediata apurao dos fatos, mediante sindicncia ou processo administrativo disciplinar (Lei n 1102/ 90, art. 242 e Lei Federal n 8.429/92, art. 14, 3).

    10

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    Captulo III

    DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

    Seo I

    CONCEITO E ABRANGNCIA

    8. O processo administrativo disciplinar o instrumento destinado a apurar a responsabilidade do funcionrio por infrao praticada no exerccio de suas atribuies (Lei n 1102/90, art. 241).

    9. O processo administrativo disciplinar (lato sensu) abrange a sindicncia e o processo administrativo disciplinar-PAD (stricto sensu) (Lei n 1102/90, arts. 252 e seguintes e 256 e seguintes).

    Seo II

    FASES DO PROCESSO

    10. O Processo Administrativo Disciplinar se desenvolve nas seguintes fases (Lei n 1102/90, art. 256 e seguintes):

    10.1 Instaurao, com a publicao do ato que constituir a comisso (Lei n 1102/90, arts. 256 e 257);

    10.2 Procedimento administrativo (atos e termos processuais), que compreende a instruo, defesa e relatrio ( Lei n 1102/90, arts. 258 a 271); e

    10.3 Julgamento (Lei n 1102/90, arts. 272 e seguintes).

    11

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    Captulo IV

    DA SINDICNCIA

    11. A sindicncia, como processo administrativo sumrio de verificao de irregularidade, ser promovida como preliminar do processo administrativo disciplinar stricto sensu, quando no obrigatria a instaurao, desde logo, deste ltimo, ou para apurar a autoria ou a existncia de irregularidade praticada no servio pblico que possa resultar na aplicao da penalidade de repreenso ou de suspenso de at 30 (trinta) dias (Lei n 1102/90, arts. 244, 252 e 253).

    11.1 A sindicncia, instaurada por determinao do dirigente do rgo, ser conduzida por funcionrio ou comisso constituda por membros de condio hierrquica nunca inferior do sindicado (Lei n 1102/90, art. 252).

    11.2 O funcionrio (ou comisso) incumbido da sindicncia, de imediato proceder inquirio das testemunhas para esclarecimento dos fatos referidos no ato de instaurao, bem como do sindicado, se houver, permitindo a este a juntada de documentos e indicao de provas (Lei n 1102/90, art. 254,I).

    12. Aplicam-se sindicncia as disposies do processo administrativo disciplinar relativas ao contraditrio e ao direito ampla defesa, especialmente intimao do sindicado para apresentar defesa escrita, no prazo de 05 (cinco dias) dias, aps a concluso da fase probatria, assegurando-se-lhe vista do processo na repartio (Constituio Federal, art. 5, inc. LV, e Lei n 1102/90, arts. 254,II, 266 e 268).

    13. Na sindicncia instaurada para verificar a existncia de irregularidade e a sua autoria, os procedimentos de que tratam o item anterior devem ser providenciados a partir do momento em que for apurada a autoria.

    12

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    14. Comprovada a existncia ou inexistncia de irregularidades, o funcionrio ou comisso apresentar relatrio de carter expositivo, contendo, exclusivamente, os elementos fticos colhidos, abstendo-se de quaisquer observaes ou concluses de cunho jurdico, e encaminhando com o processo autoridade competente (Lei n 1102/ 90, art. 255).

    15. Da sindicncia poder resultar:

    I - arquivamento do processo, no caso de inexistncia de irregularidade ou de impossibilidade de se apurar a autoria ;

    II - aplicao de penalidade de repreenso ou suspenso de at 30 (trinta) dias (Lei n 1102/90, art. 213, I e II c/c art. 244); ou

    III - instaurao de processo administrativo disciplinar-PAD quando, de acordo com a natureza e gravidade da infrao e dos danos dela decorrentes, verifica-se que a penalidade aplicvel a de suspenso por mais de 30 (trinta) dias, demisso, cassao de disponibilidade, ou destituio de cargo em comisso (Lei n 1102/90, arts. 244).

    16. Na hiptese do inciso III do item anterior, o sindicante ou a comisso submeter o relatrio circunstanciado considerao da autoridade competente, a qual determinar a instaurao do respectivo processo administrativo disciplinar-PAD, devendo os autos da sindicncia integr-lo, por anexao, como pea informativa (Lei n 1102/90, arts. 256 e seguintes).2

    17. O processo administrativo disciplinar-PAD poder prosseguir nos mesmos autos da sindicncia, obedecendo ao nmero de protocolo originrio e, em sequncia, ao nmero de folhas j existentes, em uma, duas ou trs vias, caso se verifique, de plano, a configurao de apenas ilcito administrativo, ocorrncia de crime e de ressarcimento civil, respectivamente.

    2Na anexao, forma de juntada em carter definitivo, os processos ou documentos juntados passam a fazer parte integrante do processo principal, do qual no mais se aparta, sendo, inclusive, as suas folhas numeradas dentro da seqncia nele empregada.

    13

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    18. Quando o processo administrativo disciplinar-PAD prosseguir nos mesmos autos da sindicncia, recomendvel que o mesmo se inicie num novo volume, lavrando-se os respectivos termo de abertura deste e o de encerramento do volume anterior.

    19. A sindicncia no pr-requisito de processo administrativo disciplinar-PAD, podendo a autoridade, dependendo da gravidade da infrao, decidir pela sua imediata instaurao, ainda que desconhecida a autoria (Lei n 1102/90, arts. 242 e 244).

    14

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    Captulo V

    DO AFASTAMENTO DO SERVIDOR ENVOLVIDO

    20. Se a autoridade instauradora de Processo Administrativo Disciplinar - PAD considerar o afastamento do funcionrio necessrio para a apurao dos fatos, poder, como medida cautelar, determinar a sua suspenso preventiva, pelo prazo de at 30 (trinta) dias (Lei n 1102/ 90, art. 250). (Modelo 1)

    21. Se o prazo de que trata o item anterior for insuficiente, a autoridade instauradora poder, de ofcio ou por solicitao do presidente da comisso, prorrogar o afastamento at noventa dias, findos os quais cessaro os seus efeitos, ainda que no concludo o processo (Lei n 1102/90, art. 250, 1).

    22. A suspenso preventiva poder ser determinada pela autoridade instauradora no ato da instaurao do processo disciplinar ou em qualquer fase de sua tramitao.

    23. assegurada a contagem de tempo de servio, para todos os efeitos, do perodo de afastamento por suspenso preventiva, bem como da percepo da diferena de vencimentos e vantagens devidamente corrigidas, quando reconhecida a inocncia do funcionrio ou a penalidade imposta se limitar repreenso ou multa. (Lei n 1102/ 90, art. 251)

    24. Ser computado, na durao da pena de suspenso aplicada, o perodo de afastamento decorrente da medida acautelatria. (Lei n 1102/90, art. 251, 1)

    25. Antes de afastar o servidor, a autoridade instauradora dever verificar se o mesmo j foi citado no Processo Administrativo Disciplinar - PAD contra ele instaurado .

    15

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    26. Ao funcionrio afastado preventivamente aplica-se o princpio do contraditrio e da ampla defesa, garantindo-se o direito de acompanhar o processo pessoalmente ou por intermdio de procurador, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e formular quesitos, quando se tratar de prova pericial (art. 5, LV, da Constituio Federal, Lei n 1102/90 arts. 261, 3 e 4 e 266).

    16

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    Captulo VI

    DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR - PAD

    (stricto sensu)

    Seo I CONSIDERAES GERAIS

    27. O Processo Administrativo Disciplinar - PAD o instrumento destinado a apurar responsabilidade de servidor por infrao praticada no exerccio de suas atribuies, ou que tenha relao com as atribuies do cargo em que se encontre investido (Lei n 1102/90, art. 241).

    28. O PAD tem por finalidade apurar as infraes administrativas ocorridas no servio pblico, sob a gide dos princpios constitucionais da ampla defesa e do contraditrio, assegurando-se ao acusado a utilizao dos meios e recursos admitidos em direito (Constituio Federal, art. 5, LV, e Lei n 1102/90, art. 242).

    29. O PAD rege-se pelo disposto na Lei n 1102/90, e, subsidiariamente, pelas normas de direito processual comum ( Lei n 1102/90, art. 276).

    30. Os Pareceres da Procuradoria-Geral do Estado, devidamente aprovados e com orientaes quanto aos processos administrativos disciplinares, devero ser observados pelos rgos da Administrao Pblica Estadual.

    31. Os Pareceres da Procuradoria-Geral do Estado, vinculam a Administrao Estadual, cujos rgos e entidades ficam obrigados a lhe dar fiel cumprimento (Lei Complementar n 95, de 26/12/01, art. 3, 3).

    17

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    Seo II

    DA COMISSO PROCESSANTE

    32. Compete aos Secretrios de Estado, aos Procuradores- Gerais, aos dirigentes superiores das autarquias e das fundaes, a instaurao do processo disciplinar, bem como a designao da Comisso Processante. ( Lei n 1102/90, art. 256). (Modelo 2)

    33. A Comisso ser composta de trs membros, tendo como seu presidente, de preferncia, bacharel em direito, cabendo-lhe conduzir o processo disciplinar e designar o respectivo secretrio. (Lei n 1102/ 90, art. 256, 1)

    34. Para compor a comisso de inqurito, devem ser designados funcionrios estveis da unidade onde tenham ocorrido as irregularidades que devam ser apuradas, exceto quando motivos relevantes recomendem a designao de servidores de outros rgos.

    34.1 A designao de funcionrio de outro rgo para integrar comisso de inqurito dever ser precedida de prvia autorizao da autoridade a que o mesmo estiver subordinado.

    35. No poder participar da Comisso de processo disciplinar, mesmo como secretrio desta, cnjuge, companheiro ou parente, consangneo ou afim, em linha reta ou colateral, at o terceiro grau, do denunciante ou do denunciado, bem como subordinado deste (Lei n 1102/90, art. 257)

    35.1 O funcionrio designado declinar, desde logo, autoridade competente, o impedimento que houver (Lei n 1102/90, art. 257, nico).

    36. A designao de servidor para integrar comisso de inqurito constitui encargo de natureza obrigatria, exceto nos casos de suspeies e impedimentos legalmente admitidos.

    18

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    37. Suspeies e impedimentos so circunstncias de ordem individual, ntima, de parentesco (consangneo ou afim), as quais, envolvendo a pessoa do acusado com os membros da comisso, testemunhas, peritos e autoridades julgadoras, impossibilitam estes de exercerem qualquer funo no respectivo procedimento disciplinar.

    38. So circunstncias configuradoras de suspeio para os membros da comisso processante ou sindicante em relao ao acusado ou denunciante:

    I - amizade ntima com ele ou parentes seus;

    II - inimizade capital com ele ou parentes seus;

    III - ter com o denunciante, quando tratar-se de pessoas estranhas ao Servio Pblico, compromissos pessoais ou comerciais como devedor ou credor;

    IV - ter amizade ou inimizade pessoal ou familiar mtua e recproca com o prprio advogado do acusado ou com parentes seus; e

    V - ter aplicado ao denunciante ou ao acusado, enquanto seu superior hierrquico, penalidades disciplinares decorrentes de sindicncia ou processo disciplinar.

    39. So circunstncias de impedimento para os componentes da comisso:

    I - instabilidade no Servio Pblico;

    II - ter, como superior ou subordinado hierrquico do denunciante ou do acusado, participado de sindicncia ou de processo administrativo, na qualidade de testemunha do denunciante, do acusado ou da comisso de sindicncia ou comisso processante;

    III parentesco;

    IV - ter sofrido punio disciplinar;

    19

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    V - ter sido condenado em processo penal;

    VI - estar respondendo a processo criminal; e

    VII - encontrar-se envolvido em processo administrativo disciplinar.

    40. A comisso exercer suas atividades com independncia e imparcialidade, assegurado o sigilo necessrio elucidao do fato ou exigido pelo interesse da administrao (Lei n 1102/90, art. 247).

    41. As reunies e as audincias da comisso tero carter reservado e sero registradas em atas, que devero detalhar as deliberaes adotadas.

    42. Todas as atividades da comisso devem ser consignadas em atas de reunio ou em deliberao, termos, despachos, bem como, em memorandos, ofcios e editais com numerao prpria, e em demais atos competentes, no podendo ser comprovada, validamente, de outra forma, a sua atuao. (Lei n 1102/90, art. 265)

    43. O presidente da comisso assinar notificaes, intimaes, citaes, editais e demais atos dirigidos a acusados, testemunhas e pessoas estranhas comisso.

    44. Sempre que necessrio, a comisso dedicar tempo integral aos seus trabalhos, ficando seus membros afastados de suas atribuies normais (Lei n 1102/90, art. 256, 3).

    Seo III

    DO SECRETRIO DA COMISSO

    45. To logo se encontre constituda a comisso, o presidente designar, mediante portaria, o secretrio que, de preferncia, dever

    20

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    ser escolhido entre os servidores do rgo onde se realizar o processo administrativo, os quais tenham prtica de datilografia ou digitao, o que poder recair em um dos membros da comisso (Lei n 1102/90, art. 256, 1). (Modelo 3)

    45.1 A portaria de designao do secretrio deve ser publicada no mesmo veculo de divulgao oficial o qual publicou o ato de designao da comisso, sem prejuzo do incio dos trabalhos da comisso.

    Seo IV

    DA INSTAURAO DO PAD

    46. A instaurao do PAD se dar atravs da publicao da portaria baixada pela autoridade competente, que designar os integrantes da Comisso Processante e indicar, dentre eles, o Presidente da Comisso (Lei n 1102/90, art.256).

    47. A Portaria instauradora do PAD conter nome, cargo e matrcula do servidor, e especificar, de forma resumida e objetiva, as faltas ou irregularidades que lhe foram imputadas (Lei n 1102/90, art. 258, 2).

    47.1 A Portaria delimita o alcance das acusaes, devendo a comisso ater-se aos fatos ali descritos, podendo, entretanto, alcanar outros fatos quando vinculados com as irregularidades nela discriminadas.

    48. Expedida a Portaria, a autoridade instauradora encaminhar cpia da mesma ao Secretrio de Estado de Gesto Pblica para publicao no Dirio Oficial do Estado. ( Modelo 4)

    49. A competncia para instaurar o PAD da autoridade que os servidores faltosos estejam sob direta ou indireta subordinao funcional.

    21

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    49.1 No caso de servidores requisitados ou cedidos que no estejam sujeitos ao regime disciplinar da Lei n 1102/90, uma cpia do processo, aps concludo, dever ser remetida para os rgos ou empresas a que estejam vinculados para fins de adoo das providncias cabveis de acordo com a respectiva legislao trabalhista.

    50. Se a infrao envolver servidores subordinados a nveis diferentes do mesmo rgo, a competncia instauradora ser da autoridade que tenha ascendncia hierrquica comum sobre os infratores.

    51. Quando o servidor de uma repartio comete falta em outra em que no presta servio, o chefe desta deve comunicar o fato ao chefe daquela, para apurar e aplicar a punio cabvel, pois a regra bsica definidora da competncia para instaurar processo administrativo disciplinar radica-se no pressuposto da subordinao hierrquica do servidor faltoso; competente, portanto, a autoridade que tiver ascendncia funcional sobre este na data da infrao.

    52. Prevalece a competncia instauradora da autoridade a que o servidor faltoso estava subordinado funcionalmente por ocasio do cometimento da infrao, quando esta chegar ao seu conhecimento aps a remoo do servidor para outra repartio, devendo o resultado, se julgado responsvel, ser comunicado nova chefia para fins de publicao e cumprimento da respectiva penalidade.

    53. Os trabalhos da comisso somente podero ser iniciados a partir da data de publicao da portaria designadora da respectiva comisso, sob pena de nulidade dos atos praticados antes desse evento.

    54. Da instaurao da sindicncia ou do PAD, o que ocorre com a publicao da respectiva portaria, decorrem os seguintes efeitos:

    I - interrupo da prescrio (Lei n 1102/90, art.240 3 );

    II - impossibilidade de exonerao a pedido, e da concesso de aposentadoria voluntria ao acusado (Lei n 1102/90, art.275).

    22

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    55. Se, de imediato, ou no transcorrer do PAD, ficar evidenciada a prtica de ilcito que envolva crime, a autoridade competente (instauradora) encaminhar cpia dos autos ao Ministrio Pblico, independentemente da imediata instaurao do processo disciplinar (Lei n 1102/90, art. 245) (Modelo 5)

    56. A comisso processante dar conhecimento ao Ministrio Pblico e ao Tribunal de Contas do Estado da instaurao de procedimento administrativo para apurar a prtica de ato de improbidade administrativa de que trata a Lei n 8.429/92, o qual importe em enriquecimento ilcito (art. 9), prejuzo ao errio (art. 10) e atente contra os princpios da administrao pblica (art. 11) (Lei Federal n 8.429/ 92, art. 15).

    57. Havendo fortes indcios de responsabilidade por ato de improbidade, a comisso representar ao Ministrio Pblico ou procuradoria do rgo para que requeira ao juzo competente a decretao do seqestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente, ou causado dano ao patrimnio pblico (Lei Federal n 8.429/92, art. 16).

    58. Os autos da sindicncia integraro, por anexao, o processo administrativo disciplinar, como pea informativa da instruo, devendo ser repetidos, ainda que mediante mera ratificao, os depoimentos indispensveis elucidao dos fatos.

    Seo V

    DA INSTALAO DA COMISSO

    59. A autoridade instauradora dever providenciar local condigno para a comisso desenvolver seus trabalhos, bem como fornecer recursos humanos e materiais necessrios ao desempenho de suas atividades.

    23

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    60. Aps a elaborao da Ata de Instalao dos Trabalhos (Modelo 6), a comisso elaborar um roteiro das atividades a serem desenvolvidas, e o presidente comunicar o incio dos trabalhos autoridade instauradora e autoridade local, quando esta no for a autoridade instauradora. (Modelo 7)

    61. Instalada a comisso processante, o presidente entregar ao secretrio, mediante despacho, os documentos que tiver recebido da autoridade instauradora, para que sejam anexados aos autos atravs de Termo de Autuao, datados e assinados pelo secretrio. (Modelo 8)

    Seo VI DOS

    PRAZOS

    62. Os prazos do PAD sero contados em dias corridos, excluindo- se o dia do comeo e incluindo-se o do vencimento, ficando prorrogado, para o primeiro dia til seguinte, o prazo vencido em dia em que no houver expediente (Lei n 1102/90, art. 296).

    63. Os trabalhos da comisso iniciar-se-o dentro de cinco dias contados da data da publicao do ato de sua constituio, e sero concludos no prazo de noventa dias (Lei n 1102/90, art. 258).

    63.1 Sempre que no for possvel dar incio aos trabalhos no prazo mencionado no item anterior, o Presidente comunicar os motivos autoridade instauradora, sem prejuzo do prazo para concluso dos mesmos.

    64. O prazo para a concluso do processo administrativo disciplinar poder ser prorrogado por mais trinta dias, em face de pedido circunstanciado do presidente da comisso (Lei n 1102/90, art. 258, 1).

    24

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    65. Esgotados os 120 (cento e vinte) dias a que alude o art. 258 da Lei n 1102/90 (prorrogao),sem que o inqurito tenha sido concludo, designar-se- nova comisso para refaz-lo ou ultim-lo, a qual poder ser integrada pelos mesmos ou por outros servidores. ( Modelo 9)

    65.1 Se a nova comisso for designada para refazer o processo, devero ser repetidos os depoimentos, ainda que apenas para confirm- los.

    66. Se a nova comisso for designada para ultimar o processo, no ser necessria a repetio dos depoimentos.

    67. O disposto nos itens anteriores no impede a inquirio ou reinquirio de testemunhas e a repetio ou realizao de diligncias ou percias julgadas necessrias pela nova comisso.

    Seo VII

    DOS DOCUMENTOS DO PAD

    68. Os documentos que integram o PAD sero numerados e rubricados pelo secretrio ou por qualquer membro da comisso, devendo ser inutilizados os espaos em branco no verso e anverso.

    68.1 Sempre que se tiver que renumerar as folhas do processo, dever-se- anular com um trao horizontal ou oblquo, a numerao anterior, conservando-se, porm, sua legibilidade.

    68.2 Sempre que possvel, nada ser datilografado ou escrito no verso das folhas do processo, as quais devero conter a expresso em branco, escrita ou carimbada, ou um simples risco por caneta, em sentido vertical ou oblquo.

    25

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    69. Os documentos elaborados pela comisso sero autenticados com a assinatura de seus componentes na ltima pgina e com as respectivas rubricas nas demais folhas.

    70. As cpias reprogrficas de documentos carreadas para os autos, quando apresentados os originais, devero ser autenticadas pelo secretrio ou por qualquer membro da comisso.

    71. Quaisquer documentos, cuja juntada ao processo seja considerada necessria, devero ser despachados, um por um, pelo presidente da comisso, com a expresso junte-se aos autos ou equivalente, seguida de data e assinatura, lavrando o secretrio o competente termo de juntada. (Modelo 10)

    72. Os volumes do inqurito administrativo no devero, em princpio, conter mais de 250 (duzentos e cinqenta) folhas e sero encerrados mediante termo que indique o nmero da primeira e da ltima folha, cujo nmero dever corresponder ao termo de encerramento. (Modelo 11)

    72.1 A numerao das folhas nos diversos volumes do processo ser contnua, no se numerando a capa e a contracapa.

    73. Cpia ou segunda via do processo dever ficar arquivada no rgo instaurador at a cincia do julgamento ou da deciso de eventual pedido de reconsiderao ou recurso.

    74. recomendvel que a comisso trabalhe no mnimo com 2 (duas) cpias do PAD, sendo uma para o arquivo do rgo instaurador, at cincia do julgamento ou da deciso de eventual pedido de reconsiderao ou recurso, e a outra para atender eventual pedido do advogado do acusado.

    26

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    Seo VIII

    DA INSTRUO

    75. Durante a instruo, a comisso promover toda e qualquer diligncia, objetivando a coleta de provas, recorrendo, quando necessrio, a tcnicos e peritos, de modo a permitir o completo esclarecimento dos fatos (Lei n 1102/90, art. 264).

    76. A citao do acusado dar-se- pessoalmente, por escrito, contra recibo, acompanhada de cpia de documentos a qual lhe permita conhecer os motivos do processo disciplinar e indique o horrio e local de funcionamento da comisso, de modo a assegurar-lhe o direito de acompanhar o processo desde o incio, pessoalmente ou por intermdio de procurador legalmente constitudo, o de arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e formular quesitos, quando se tratar de prova pericial, bem como o de requerer diligncias ou percias, (Lei n 1102/90, arts. 259,caput, 261, 3). (Modelo 12)

    77. O servidor em exerccio em outra localidade poder ser notificado por precatria encaminhada ao seu superior hierrquico.

    78. A legislao no assegura transporte e dirias para o exerccio do direito de acompanhamento do PAD para o servidor que praticar irregularidade em jurisdio diferente da que estiver em exerccio, ou que tenha sido removido aps a infrao .

    79. Se, no decorrer dos trabalhos, surgirem indcios de responsabilidade imputvel a servidor estranho ao PAD, ser este citado pelo Presidente da Comisso para exercer o direito de acompanh-lo a partir desse momento.

    80. Se o acusado no estiver comparecendo ao servio e no for encontrado no endereo que forneceu repartio como sendo de sua residncia, estando, portanto, em lugar incerto e no sabido, essa circunstncia deve ser registrada por termo assinado pelos membros da

    27

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    comisso e pelo secretrio, com base nas diligncias realizadas para tentar localiz-lo e notific-lo, procedendo-se citao do acusado por via postal, com carta registrada com aviso de recebimento, juntando-se ao processo o comprovante de registro e recebimento (Lei n 1102/90, art. 259, 1).

    81. Adotadas as providncias descritas no item anterior, e permanecendo o acusado em lugar incerto e no sabido, a citao far- se- por edital, publicado por trs vezes na imprensa oficial, com prazo de dez dias a contar da ltima publicao (Lei n 1102/90, art. 259, 2).

    82. Decorridos 30 (trinta) dias consecutivos de ausncia injustif icada do acusado ao servio, ou 60 (sessenta) dias interpoladamente, a autoridade instauradora providenciar a imediata abertura de novo PAD para apurar o abandono do cargo (Lei n 1102/ 90, arts. 31 e 277).

    82.1 Se, nesse PAD, o acusado continuar em lugar incerto e no sabido aps a realizao das diligncias de que trata o item 80, o presidente da comisso providenciar a citao do mesmo por edital, publicada por trs vezes no dirio oficial, com prazo de 15 (quinze) dias, a contar da ltima publicao (Lei n 1102/90, art. 277, nico).

    83. Se o acusado, regularmente citado na forma dos itens anteriores, no comparecer para exercer o direito de acompanhar o PAD, este prosseguir sua revelia, por ser tal acompanhamento um direito a que o acusado pode renunciar tcita ou expressamente, sem prejuzo ao direito de defesa, que poder ser amplamente exercido no momento prprio (Lei n 1102/90, arts. 260, 266, 279).

    84. Em caso de revelia, a comisso designar um funcionrio estadual, de preferncia bacharel em direito, para promover a defesa (Lei n 1.103/90, art. 266, 2, 279) (Modelo 13).

    85. Se o acusado estiver preso, ser requisitada a sua apresentao para a audincia inicial, no dia e hora designados (CPP, art. 360).

    28

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    Seo IX

    DO INTERROGATRIO DO ACUSADO

    86. Na data designada, ser ouvido o denunciante, se houver, e interrogado o acusado, sempre separadamente (Lei n 1102/90, art. 261, caput). (Modelo 14)

    87. Se houver mais de um acusado, cada um deles ser interrogado separadamente, e, sempre que divergirem em suas declaraes sobre fatos ou circunstncias, ser promovida a acareao entre eles (CPP art. 189 ).

    88. O acusado ser perguntado sobre o seu nome, nmero e tipo do documento de identidade, CPF, naturalidade, estado civil, idade, filiao, residncia, profisso e lugar onde exerce a sua atividade, e, depois de cientificado da acusao, ser interrogado sobre os fatos e circunstncias objeto do processo administrativo disciplinar e sobre a imputao que lhe feita.

    89. Consignar-se-o as perguntas que o acusado deixar de responder, sendo que seu silncio garantia constitucional e no importa em confisso (Constituio Federal, art. 5, LXIII).

    90. O procurador do acusado poder assistir ao interrogatrio, sendo-lhe vedado interferir ou influir, de qualquer modo, nas perguntas e nas respostas (CPP art. 187 ).

    91. As respostas do acusado sero ditadas pelo presidente da comisso e reduzidas a termo que, depois de lido pelo secretrio ou por qualquer dos membros da comisso, ser rubricado em todas as suas folhas e assinado pelo presidente da comisso, pelos membros, pelo secretrio, pelo acusado e seu procurador, se presente (CPP art. 195).

    92. Sempre que o acusado desejar formular pergunta, propor quesito para percia ou a realizao de diligncia, dever solicitar por

    29

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    escrito ao Presidente da Comisso, que, em despacho fundamentado, deferir ou indeferir o pedido.

    93. A vista dos autos do PAD pelo acusado ou seu procurador dever ser dada no local de funcionamento da Comisso, durante o horrio normal de expediente.

    94. Devero ser fornecidas cpias de peas dos autos, quando solicitadas, por escrito, pelo acusado ou por seu procurador.

    95. Ao interrogatrio aplicam-se, no que couber, as disposies relativas ao depoimento das testemunhas.

    Seo X

    DA DEFESA PRVIA

    96. Concludo o interrogatrio do acusado, este apresentar defesa prvia no prazo de cinco dias, bem como o rol de testemunhas at o limite de cinco, as quais sero notificadas (Lei n 1102/90, art. 261).

    Seo XI

    DA INQUIRIO DAS TESTEMUNHAS

    97. As testemunhas sero intimadas a depor mediante mandado expedido pelo presidente da comisso, com indicao do local, dia e hora para serem ouvidas, constando tambm o nome do acusado e a natureza do PAD, devendo a segunda via, com o ciente do interessado,

    30

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    ser anexada aos autos (Lei n 1102/90, 261,2, CPC, art. 412). (Modelo 15)

    98. A intimao de testemunhas para depor dever:

    I - sempre que possvel, ser entregue direta e pessoalmente ao destinatrio, contra recibo lanado na cpia da mesma; e

    II - ser individual, ainda que diversas testemunhas residam no mesmo local ou trabalhem na mesma repartio ou seo.

    99. Tratando-se de autoridades ou de personalidades, a solicitao para depor dever ser feita por ofcio e entregue ao destinatrio, sempre que possvel, pelo Presidente da Comisso, para que se reserve dia, hora e local em que prestar as declaraes. (Modelo 16)

    100. O acusado ou seu procurador dever ser notificado da intimao das testemunhas para que possam exercer o direito de acompanhar os depoimentos (Lei n 1102/90, art. 261,3).

    101. Se a testemunha for servidor pblico, a expedio do mandado ser imediatamente comunicada ao chefe da repartio onde serve, com a indicao do local, dia e hora marcados para a inquirio (Lei n 1102/90, art. 259,4) . (Modelo 17)

    102. Sero assegurados transporte e dirias ao servidor convocado para prestar depoimento fora da sede de sua repartio na condio de testemunha (Lei n 1102/90, art. 262,4).

    103. A testemunha, quando servidor pblico, no poder eximir- se da obrigao de depor, podendo recusar-se a faz-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cnjuge, ainda que divorciado, o irmo e o pai, a me, ou filho adotivo do acusado, salvo quando no for possvel, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstncias (Lei n 1102/90, art. 262,caput, CPP art. 206 e 207).

    31

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    104. Ao servidor pblico que se recusar a depor sem justa causa, ser, pela autoridade competente, aplicada a sano cabvel ( Lei n 1102/90, art. 262, 1).

    105. Sendo a testemunha pessoa estranha ao servio pblico, ser solicitado seu comparecimento para prestar esclarecimentos sobre os fatos, objeto da apurao, dos quais tiver conhecimento. (Modelo 18)

    106. Quando a pessoa estranha ao servio pblico se recusar a depor perante a comisso, o presidente solicitar autoridade policial a providncia cabvel, a fim de ser ouvida na polcia (Lei n 1102/90, art. 262, 2)

    107. As pessoas impossibilitadas, por enfermidade ou por velhice, de comparecer para depor, se consentirem, sero inquiridas onde estiverem (CPP art. 220).

    108. So proibidas de depor as pessoas que, em razo de funo, ministrio, ofcio ou profisso, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho (CPP art. 207).

    109. A testemunha prestar depoimento do que lhe for perguntado e do que souber a respeito dos fatos, objeto do processo administrativo disciplinar, devendo declarar seu nome, idade, estado civil, residncia, profisso, se parente, e em que grau, do acusado ou do denunciante, explicando sempre as razes de sua cincia ou as circunstncias pelas quais possa avaliar-se sua credibilidade (CPP art. 203). (Modelo 19)

    110. As testemunhas sero inquiridas cada uma de per si, de modo que umas no saibam nem ouam os depoimentos das outras (Lei n 1102/90, art. 261, 2 e CPP art. 210).

    111. Se nem todas as testemunhas intimadas puderem ser ouvidas no mesmo dia, o presidente da comisso expedir nova intimao, com indicao do local, dia e hora para serem ouvidas.

    32

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    112. No ser permitido que a testemunha manifeste suas apreciaes pessoais, salvo quando inseparveis da narrativa do fato (CPP art. 213).

    113. O Presidente da Comisso, antes de dar incio inquirio, advertir o depoente de que, se faltar com a verdade, estar incurso em crime de falso testemunho tipificado no art. 342 do Cdigo Penal, bem como perguntar se encontra-se em algumas das hipteses de suspeio ou impedimento previstas em lei, especialmente se amigo ntimo ou inimigo capital do acusado ou do denunciante. (CPP art. 210).

    114. Se ficar comprovado no processo que alguma testemunha fez afirmao falsa, calou ou negou a verdade, o presidente da comisso remeter cpia do depoimento autoridade policial para a instaurao de inqurito, com vistas ao seu indiciamento no crime de falso testemunho (CPP art. 211).

    115. O depoimento ser prestado oralmente e reduzido a termo, no sendo lcito testemunha traz-los por escrito, sendo permitido breves consultas a apontamentos ( CPP art. 204).

    116. Na reduo a termo do depoimento, o presidente da comisso dever cingir-se, tanto quanto possvel, s expresses usadas pelas testemunhas, reproduzindo fielmente as suas frases (CPP art. 215).

    117. Na hiptese de depoimentos contraditrios ou que se infirmem, proceder-se- acareao entre os depoentes (CPP art. 229).

    118. Se necessrio, o presidente da comisso poder solicitar que as testemunhas ou o acusado procedam ao reconhecimento de pessoas envolvidas direta ou indiretamente com os atos ou fatos que estejam sendo apurados no PAD. (Modelo 20)

    119. Se a testemunha servir em localidade distante de onde se acha instalada a comisso, poder ser solicitado que preste informaes perante autoridade indicada pela Comisso, sobre as perguntas que lhe forem efetuadas pela comisso e pelo acusado ou seu procurador, as quais sero reduzidas a termo. (CPP art. 222, caput). (Modelo 21)

    33

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    119.1 A autoridade indicada dever informar Comisso a data, hora e local para a inquirio da testemunha, a fim de cientificar o acusado.

    119.2 A expedio do pedido de informao no suspender a instruo do inqurito (CPP art. 222, 1).

    120. A Comisso empregar, ao longo de toda a argio, tom neutro, no lhe sendo lcito usar de meios que revelem coao, intimidao ou invectiva.

    121. As perguntas devem ser formuladas com preciso e habilidade e, em certos casos, contraditoriamente, para que se possa ajuizar a segurana sobre as alegaes do depoente.

    122. O acusado ou seu procurador sero sempre intimados e podero assistir inquirio das testemunhas, sendo-lhe vedado interferir nas perguntas e respostas, facultando-se-lhe, porm, reinquiri-las, por intermdio do presidente da comisso, no final de cada depoimento, aps esgotadas as perguntas feitas pelos componentes da Comisso (Lei n 1102/90, art. 261, 3).

    123. Se qualquer pessoa que no haja sido convocada propuser- se a prestar declaraes ou formular denncias, ser tomado seu depoimento, fazendo constar no incio do termo as circunstncias do seu comparecimento espontneo. ( Modelo 22)

    124. Os depoimentos sero datilografados ou digitados, em texto corrido e sem rasuras.

    124.1 Se constatado erro datilogrfico durante a elaborao do depoimento, este poder ser corrigido mediante repetio da ltima palavra corretamente escrita.

    124.2 Os erros de grafia, as emendas e as rasuras porventura constatadas aps o encerramento do termo de declaraes, sero objeto de ressalvas consignadas no respectivo fecho, mencionando-se a linha e a pgina em que se verificou o equvoco, a expresso errada e a expresso correta.

    34

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    125. Ao final do depoimento, o Presidente da Comisso franquear a palavra ao depoente, para que, se desejar, aduza alguma coisa mais, que se relacione com o assunto objeto do processo.

    126. Terminado o depoimento, antes da aposio das assinaturas, ser feita a leitura pelo secretrio ou qualquer dos membros da comisso, a fim de possibilitar as retificaes cabveis, que sero feitas em seguida s ltimas palavras lidas.

    127. Quando se estiver utilizando microcomputador, as correes e retificaes podero ser feitas diretamente no texto, imprimindo-se novamente o depoimento.

    128. O depoimento ser assinado ao final, bem como rubricadas todas as suas folhas, pela testemunha, pelo presidente da comisso, pelos membros, pelo secretrio e pelo acusado e seu procurador, se presentes. Se a testemunha no souber assinar, ou no puder faz-lo, o presidente pedir a algum que o faa por ela, depois de lido na presena de ambos (CPP art. 216).

    129. facultado testemunha solicitar cpia do termo de depoimento, a qual dever ser fornecida ao trmino do mesmo.

    Seo XII

    DO INCIDENTE DE SANIDADE MENTAL

    130. isento de pena o agente que, por doena mental, ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ao ou da omisso, inteiramente incapaz de entender o carter ilcito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento (CP art. 26).

    131. A pena pode ser reduzida de um a dois teros, se o agente, em virtude de perturbao da sade mental, no possua, ao tempo da ao ou da omisso, a plena capacidade de entender o carter criminoso do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento (CP art. 26, nico).

    35

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    132. Quando houver dvida sobre a sade mental do acusado, a comisso propor autoridade competente (instauradora) que ele seja submetido a exame por Junta Mdica Oficial, composta por pelo menos um mdico psiquiatra, encaminhando mesma os quesitos que julgue necessrio serem respondidos quanto ocorrncia da doena (CPP art. 149). (Modelo 23)

    133. O incidente de sanidade mental ser instaurado com o pedido do respectivo exame pela autoridade instauradora (Modelo 24) e processado em auto apartado, que dever ser apensado ao processo principal, aps o recebimento pela comisso do laudo pericial expedido pela Junta Mdica (CPP art. 153).3

    134. O processo disciplinar ficar suspenso, sem que corram quaisquer prazos, at o recebimento pela comisso do laudo expedido pela Junta Mdica, salvo quanto s diligncias e percias que possam ser prejudicadas pelo adiamento e os demais atos que independam do resultado do exame mdico (CPP arts. 149, 2 e 150, 1).

    135. Se a Junta Mdica concluir que o acusado era, ao tempo da infrao, irresponsvel nos termos do art. 26 do Cdigo Penal, o processo administrativo disciplinar ser encerrado, e arquivados os autos, salvo se houver prejuzo a ser ressarcido Fazenda Estadual, quando ento prosseguir, com a presena de curador, se necessrio nomeado pela autoridade instauradora, caso permanea o estado de insanidade mental (CPP art. 151, CC arts. 942, 932, II e 935, Lei n 1102/90, art. 269)

    136. Continuando o estado de insanidade mental do acusado, a autoridade instauradora adotar as providncias cabveis para o encaminhamento do mesmo ao servio mdico para fins de exame para concesso licena para tratamento de sade, por perodo no excedente a 24 (vinte e quatro) meses, e, aps esse perodo, para que seja aposentado por invalidez (Lei n 1102/90, arts. 138, e 1 ).

    3Na apensao, forma de juntada em carter temporrio, os processos ou documentos juntados simplesmente acompanham o processo principal, sem dele fazer parte integrante e sem perder suas caractersticas fsicas, podendo a qualquer momento ocorrer a desapensao.

    36

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    137. Se a Junta Mdica concluir que a doena mental sobreveio infrao, o processo continuar suspenso at que o servidor se restabelea, quando ento retomar o seu curso, ficando assegurada a faculdade do acusado reinquirir as testemunhas que porventura houverem prestado depoimento sem a sua presena (CPP art. 152, 2).

    137.1 Se o acusado no se restabelecer e vier a ser aposentado por invalidez, nas condies estabelecidas no art. 138, 1 da Lei n 1102/90, o processo ser encerrado, e arquivados os autos, salvo se houver prejuzo a ser ressarcido Fazenda Estadual, quando ento prosseguir, com a presena de curador, se necessrio nomeado pela autoridade instauradora (CC arts. 942, 932,II e 935, Lei n 1102/90, art.138, e 1).

    Seo XIII

    DA ACAREAO

    138. A acareao ser admitida entre acusados, entre acusado e testemunha e entre testemunhas, sempre que divergirem, em suas declaraes, sobre fatos ou circunstncias relevantes (CPP art. 229).

    139. Constatada a divergncia, o presidente da comisso intimar os depoentes cujas declaraes sejam divergentes, indicando local, dia e hora para a competente acareao. (Modelo 25)

    140. Os acareados sero reperguntados, para que expliquem os pontos de divergncia, reduzindo-se a termo o ato de acareao, que ser assinado pelos acareados, pelos integrantes da comisso e pelo secretrio (CPP art. 229, pargrafo nico).

    141. O Termo de Acareao dever conter referncias sobre as declaraes anteriores dos acareados e se foram ou no confirmadas. (Modelo 26)

    37

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    142. Se ausente algum dos intimados para a acareao, ao que estiver presente dar-se- a conhecer os pontos de divergncia, consignando-se o que explicar ou observar (CPP art. 230).

    Seo XIV

    DAS DILIGNCIAS E PERCIAS

    143. Sempre que a comisso necessitar colher elementos ou esclarecer dvidas a comisso poder:

    I - realizar diligncias, cujos resultados devero ser reduzidos a termo (Modelo 27); ou

    II - solicitar autoridade instauradora a realizao de percia ou de assessoria tcnica, formulando previamente os quesitos ou temas que devam ser respondidos ou desenvolvidos, quando o assunto demandar conhecimentos especializados ( Lei n 1102/90, art. 264).

    144. Sempre que possvel, a escolha dos peritos e dos assessores tcnicos dever recair entre funcionrios pblicos, salvo se, em funo da matria, esse procedimento for invivel, quando ento a comisso solicitar autoridade instauradora autorizao para sua realizao por terceiros, expondo os motivos que a justifiquem e indicando quem poder realiz-la, bem como o respectivo custo.

    145. To logo a comisso tenha escolhido o perito ou assessor tcnico, ser baixada a respectiva portaria de designao pelo Presidente .(Modelo 28 e 29)

    146. Os peritos e assessores elaboraro laudo ou relatrio relativamente aos quesitos e temas apresentados pela Comisso (Modelo 30 e 31), podendo estender-se em outras consideraes que julgarem adequadas ao caso, sem, contudo, adentrar no seu mrito.

    38

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    147. Se a comisso tiver de proceder inventrio de bens, exame contbil ou conferncia de valores, que estiveram confiados a funcionrios acusados de malversao, poder fazer-se acompanhar de peritos ou de assessores tcnicos de sua confiana, nomeados pelo presidente mediante portaria. (Modelo 28 e 29)

    147.1 Do inventrio, exame ou conferncia que se fizer, o secretrio lavrar o competente termo. (Modelo 32 e 33)

    148. Quando for necessrio exame para reconhecimento de escritos, por comparao de letra, se no houver escritos para a comparao ou se forem insuficientes os exibidos, o presidente da comisso mandar que a pessoa escreva o que lhe for ditado (CPP art. 174, IV). (Modelo 34)

    149. O presidente da comisso dever providenciar tambm a colheita de material para exame mecanogrfico, quando este for indispensvel elucidao dos fatos. (Modelo 35)

    150. A colheita de material para exame de comparao de escrita ou exame mecanogrfico, em princpio, deve ser executada sob orientao de perito da Polcia Federal ou outro servidor daquele rgo, com experincia no assunto, inclusive quanto ao contedo do texto a ser escrito.

    Seo XV

    DA PRORROGAO DO PRAZO

    151. Se motivos justificados impedirem o trmino dos trabalhos no prazo regulamentar de 90 (noventa) dias, j includo o prazo para apresentao da defesa e de elaborao do relatrio, o presidente poder solicitar autoridade instauradora, antes do trmino do prazo, a prorrogao do mesmo por at 30 (trinta) dias (Lei n 1102/90, art. 258, 1). (Modelo 36)

    39

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    152. A prorrogao, se concedida, ser efetuada atravs de portaria que declarar prorrogados os trabalhos da comisso e ser publicada no mesmo veculo de divulgao de atos oficiais do rgo em que foi publicada a portaria de instaurao. (Modelo 37)

    Seo XVI

    DA DEFESA

    153. Encerrada a instruo do processo, com a colheita dos depoimentos, diligncias, percias, interrogatrio do acusado e demais providncias julgadas necessrias, ser, dentro de cinco dias, intimado o acusado (Modelo 38) para apresentao das razes de defesa, pelo prazo de dez dias, assegurando-se-lhe vista do processo na repartio, pessoalmente ou por intermdio de seu procurador (Lei n 1102/90, art. 268). (Modelo 39 e 40)

    153.1 Havendo 2 (dois) ou mais acusados, o prazo ser comum, salvo se tiverem diferentes Procuradores, quando ser de 20 (vinte) dias (CPC, art. 298, c/c 191)

    154. Da intimao dever constar o prazo concedido para a defesa, o local de vista do processo administrativo disciplinar e o horrio de atendimento.

    155. A intimao pessoal e individual, devendo ser entregue diretamente ao acusado mediante recibo em cpia do original. No caso de recusa do acusado em apor o ciente na cpia da intimao, o prazo para defesa contar-se- da data declarada, em termo prprio, pelo membro da comisso que fez a citao, com a assinatura de 2 (duas) testemunhas.

    156. Existindo acusados em localidades diferentes daquela em que estiver sediada a Comisso, o Presidente:

    40

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    I - propor autoridade instauradora o deslocamento de parte da Comisso s diversas localidades onde se encontram os acusados, levando cpia dos autos para vista ou entrega aos mesmos, com vistas apresentao da defesa, fluindo o prazo de 20 (vinte) dias a partir do dia seguinte ao da cincia do ltimo acusado, ou

    II - providenciar a intimao dos mesmos por precatria.

    157. Achando-se o acusado em lugar incerto e no sabido, proceder-se- intimao na forma prevista nos itens 80 e 81. (Modelo 41)

    158. Verificando-se que o acusado se oculta para no ser intimado, a intimao far-se- por edital, com prazo de 05 (cinco) dias. (CPP art. 362).

    159. Havendo mais de um acusado, a intimao por edital ser feita coletivamente.

    159.1 Na hiptese desse item, o prazo para defesa ser de 10 (dez) dias a partir da publicao do edital que ocorreu por ltimo (Lei n 1102/90, 259, pargrafo 2).

    160. Apresentando-se o acusado em funo do edital, seu comparecimento ser registrado mediante termo por ele tambm assinado, onde se consignar a cincia do incio do prazo para apresentao da defesa, abrindo-se vista do processo na repartio.

    161. Excepcionalmente o acusado poder ser intimado por precatria, que dever especificar a autoridade deprecada e deprecante, o local onde se encontra instalada a comisso processante, a finalidade para que feita a citao e o prazo em que deve o acusado ter vista dos autos para o oferecimento da defesa escrita. (Modelo 42)

    162. O acusado poder, mediante instrumento hbil, delegar poderes para procurador efetuar sua defesa, desde que no seja funcionrio pblico, face aos impedimentos legais.

    41

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    163. O acusado que mudar de residncia fica obrigado a comunicar comisso o lugar onde poder ser encontrado .

    164. Havendo vrios acusados e sendo deferido pedido de percia ou diligncia de um deles, a prorrogao do prazo da defesa beneficia os demais, que, se j tiverem entregue suas defesas, podero aditar novas razes.

    165. A comisso somente pode iniciar os trabalhos do relatrio aps o trmino do prazo para a defesa, salvo se o acusado ou seu procurador, ao apresent-la, renunciar expressamente ao prazo remanescente.

    Seo XVII

    DA REVELIA

    166. Considerar-se- revel o acusado que, regularmente intimado, no apresentar defesa no prazo legal (Lei n. 1102/90, art. 260).

    166.1 A revelia ser declarada, por termo, nos autos do processo e devolver o prazo de 10 (dez) dias para a defesa dativa se houver apenas um acusado, e de 20 (vinte) dias, quando houver dois ou mais acusados (Lei n 1102/90, arts. 266 2 a 4, 268). (Modelo 43)

    167. Ocorrendo a revelia, ou por solicitao do acusado, a comisso designar um funcionrio estadual, de preferncia bacharel em direito, para promover a defesa (Lei n 1102/90, art. 266, 2). (Modelo 44 e 45)

    168. Se houver mais de um acusado e interesses conflitantes, deve ser nomeado defensor dativo distinto para cada um.

    42

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    Seo XVIII DO

    RELATRIO

    169. Apreciada a defesa, a comisso elaborar relatrio expositivo e circunstanciado, no qual resumir as peas principais dos autos e mencionar as provas em que se baseou para formar sua convico, fazendo referncia s pginas do processo onde se encontram. (Lei n 1102/90, art. 271) (Modelo 46)

    170. O relatrio ser sempre conclusivo quanto inocncia ou responsabilidade do servidor e informar se houve falta capitulada como crime e se houve danos aos cofres pblicos.

    171. O relatrio poder, ainda, propor o arquivamento do processo por insuficincia de provas ou por no ter sido possvel apurar a autoria.

    172. Reconhecida a responsabilidade do servidor, a Comisso indicar o dispositivo legal ou regulamentar transgredido, bem como as circunstncias agravantes ou atenuantes (Lei n 1102/90 art. 271).

    173. Se as provas dos autos levarem concluso de que as irregularidades foram cometidas por outra pessoa, e no pelo servidor acusado, dever a Comisso, em exposio de motivos fundamentada, fazer os autos conclusos autoridade instauradora, com a sugesto de absolvio antecipada, arquivamento do processo e instaurao de novo processo para responsabilizao do servidor apontado como autor das irregularidades. (Modelo 47)

    174. No mesmo sentido deve proceder a Comisso se, com base nas provas dos autos, reconhecer que os fatos, mesmo sendo da autoria do acusado, foram praticados em circunstncias licitizantes, tais como, estado de necessidade (CP art. 24), legtima defesa (CP art. 25) e estrito cumprimento de dever legal ou exerccio regular de direito (CP art. 23, inc. III), podendo a autoridade instauradora proceder ao julgamento antecipado, absolvendo o acusado e arquivando o processo. (Modelo 48)

    43

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    175. O relatrio poder conter sugestes sobre medidas que podem ser adotadas pela Administrao, objetivando o interesse pblico (Lei n 1102/90, art. 271, nico).

    176. O processo disciplinar, com o relatrio da Comisso, ser remetido autoridade que determinou a sua instaurao, para julgamento .

    177. A Comisso dissolve-se automaticamente com a entrega do relatrio final.

    Seo XIX

    DO JULGAMENTO

    178. No prazo de 20 (vinte) dias, contados do recebimento do processo, a autoridade julgadora proferir sua deciso, que dever ser fundamentada (Lei n 1102/90, art. 272). (Modelo 49)

    179. A autoridade julgadora formar sua convico pela livre apreciao das provas (CPP art. 157, Lei n 1102/90, art. 272, 5), no ficando vinculada s concluses do relatrio, podendo solicitar, se julgar necessrio, parecer fundamentado de assessor ou de setor jurdico a respeito do processo.

    180. O indiciado, no processo disciplinar, defende-se contra a imputao de fatos ilcitos, podendo a autoridade administrativa adotar capitulao legal diversa da que lhes deu a Comisso de Inqurito, sem que implique cerceamento de defesa. (STF, Mandado de Segurana n 20.355 - RDA n 152, fls. 77, Lei n 1102/90, art. 272, 6).

    181. O julgamento fora do prazo legal no implica nulidade do processo (Lei n 1102/90, art. 273, 2).

    44

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    182. Quando a infrao estiver capitulada como crime, cpia integral autenticada do procedimento disciplinar ser remetida ao Ministrio Pblico pela autoridade julgadora, para instaurao da ao penal .

    183. Verificada a existncia de vcio insanvel, a autoridade julgadora declarar a nulidade total ou parcial do processo e ordenar a constituio de outra Comisso para apurar os fatos articulados (Lei n 1102/90, art. 273, caput).

    184. Quando for verificada a ocorrncia de prejuzo aos cofres pblicos, a autoridade instauradora encaminhar Secretaria de Estado Gesto Pblica cpia do relatrio da Comisso e do julgamento, para as providncias cabveis com vistas baixa dos bens da carga da repartio ou do responsvel e, quando apurado o responsvel pelo dano, para fins ressarcimento do prejuzo Fazenda Estadual.

    184.1 O prejuzo deve ser quantificado, expressa e objetivamente pela Comisso, salvo se o trabalho, pelo seu volume, recomendar que deva ser feito por comisso especialmente designada pela autoridade instauradora, cujo resultado deve ser encaminhado ao rgo acima referido, juntamente com o relatrio e o julgamento do processo disciplinar.

    185. A ao civil por responsabilidade do servidor em razo de danos causados ao errio imprescritvel (CF art. 37, 5).

    186. Cpias do ofcio a que se refere o item 184, bem como do remetido ao Ministrio Pblico, quando a infrao estiver capitulada como crime, devero ser juntadas ao processo administrativo disciplinar-PAD.

    45

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    Captulo VII

    DA APLICAO DAS PENALIDADES

    187. As penalidades disciplinares sero aplicadas (Lei n 1102/ 90, art. 239, I, II, III) (Modelo 50) :

    I pelo Governador do Estado ou dirigente superior de autarquia ou fundao, em qualquer caso, e, privativamente, nos casos de demisso e cassao de disponibilidade ;

    II pelos Secretrios de Estado, Procuradores-Gerais e dos dirigentes dos demais rgos diretamente subordinados ao Governador, nos casos de suspenso at noventa dias;

    III pelos chefes das unidades administrativas em geral, nos casos de repreenso, suspenso at trinta dia e multa correspondente.

    187.1 Na aplicao das penas disciplinares sero consideradas a natureza e a gravidade da infrao, os danos que dela provierem para o servio pblico e os antecedentes funcionais do funcionrio infrator (Lei n 1102/90, art. 232).

    188. Se a penalidade a ser aplicada exceder a alada da autoridade instauradora, o processo ser encaminhado a autoridade competente (Lei n 1102/90, art. 272, 2).

    188.1 Havendo mais de um acusado e diversidade de sanes, o julgamento caber autoridade competente para a imposio da pena mais grave ( Lei n 1102/90, art. 272, 3).

    188.2 Se a penalidade prevista for a de demisso ou cassao de disponibilidade, o julgamento caber ao Governador do Estado ou ao dirigente superior da autarquia ou fundao ( Lei n 1102/90, art. 272, 4).

    46

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    189. Quando o relatrio contrariar as provas dos autos, a autoridade julgadora poder, motivadamente, agravar a penalidade proposta, abrand-la ou isentar o funcionrio de responsabilidade (Lei n 1102/90, art. 272, 6).

    190. A pena de repreenso ser aplicada por escrito (Lei n 1102/ 90, art. 233).

    191. Na pena de suspenso, o funcionrio perder todas as vantagens e direitos decorrentes do exerccio do cargo (Lei n 1102/90, art. 234, 1).

    191.1 Quando houver convenincia para o servio e a critrio da autoridade julgadora, a penalidade de suspenso poder ser convertida em multa, na base de 50% (cinqenta por cento) do vencimento efetivo, ficando o servidor obrigado a permanecer em servio (Lei n 1102/90, art. 234, 2).

    192.A pena de multa ser aplicada na forma e nos casos expressamente previstos em lei ou regulamento (Lei n 1102/90, art. 234, 3).

    193. O ato de imposio de penalidade mencionar sempre o fundamento legal e a causa da sano disciplinar .

    194. A penalidade aplicada ser registrada nos assentamentos funcionais do servidor.

    195. A perda do cargo, funo pblica ou mandato eletivo, como efeito da condenao em processo criminal, ser aplicada pela Administrao Pblica (Cdigo Penal, art. 92,I).

    196. obrigatria a audincia da Procuradoria-Geral do Estado, nos processos administrativos disciplinares, instaurados no mbito da administrao pblica direta, que conclurem pela prtica de ilcito praticado por servidor, que enseje a penalidade de demisso, cassao de disponibilidade ou destituio de cargo em comisso, antes da deciso da autoridade competente, para manifestao quanto regularidade do

    47

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    procedimento e do atendimento aos princpios da ampla defesa e do contraditrio, a fim de garantir a efetividade da punio (Decreto Estadual n. 11.304, de 21/07/03, art. 1, I);

    196.1 obrigatria a audincia da Procuradoria-Geral do Estado, na reviso do processo administrativo disciplinar, antes da deciso da autoridade competente para o julgamento, objetivando a verificao de regularidade do procedimento e manifestao quanto ao mrito (Decreto Estadual n. 11.304, de 21/07/03, art. 1, II).

    48

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    Captulo VIII DAS

    NULIDADES

    197. Verificada a existncia de vcio insanvel, a autoridade julgadora declarar a nulidade total ou parcial do processo e ordenar a constituio de outra comisso, para instaurao de novo processo (Lei n 1102/90, art. 273)

    198. No caso de nulidade parcial, as peas processuais no anuladas sero consideradas como novo processo, refazendo-se as demais a partir do momento da anulao.

    199. As nulidades absolutas, que so aquelas indicadas em lei, no podem ser sanadas ou convalidadas, devendo ser decretadas to logo argidas ou reconhecidas e at mesmo independentemente da vontade das partes.

    200. As nulidades absolutas so oponveis em qualquer fase do processo e mesmo aps a sua concluso, e at por quem no tenha legtimo interesse ou por parte de quem lhes tenha dado causa.

    201. Eivam de nulidade absoluta os vcios:

    201.1 De competncia:

    a) instaurao de processo por autoridade incompetente;

    b) incompetncia funcional dos membros da comisso; e

    c) incompetncia da autoridade julgadora.

    201.2 Relacionados com a composio da comisso:

    a) composio com menos de 3 (trs) membros, no caso de processo administrativo disciplinar;

    49

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    b) composio por servidores demissveis ad nutum ou instveis;

    c) comisso composta por servidores notria e declaradamente inimigos do servidor acusado ou acusado.

    201.3 Relativos citao do acusado:

    a) falta de citao;

    b) citao por edital de acusado que se encontre preso;

    c) citao por edital de acusado que tenha endereo certo;

    d) citao por edital de acusado que se encontre asilado em pas estrangeiro;

    e) citao por edital de servidor internado em estabelecimento hospitalar para tratamento de sade; e

    f) citao, de pronto, por edital, quando inexiste no processo qualquer indicao que traduza o empenho pela localizao do acusado.

    201.4 Relacionados com o direito de defesa do acusado :

    a) indeferimento, sem motivao, de percia tcnica solicitada pelo acusado;

    b) no oitiva, sem motivao, de testemunha arrolada pelo acusado;

    c) ausncia de alegaes escritas de defesa;

    d) inexistncia de intimao do servidor acusado para acompanhar os atos apuratrios do processo, notadamente a oitiva de testemunhas, que podero ser por ele inquiridas e reinquiridas;

    50

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    e) indeferimento de pedido de certido, sobre aspecto relevante, por parte da Administrao, interessada no processo;

    f) negativa de vista dos autos do processo administrativo disciplinar ao servidor acusado, ao seu advogado legalmente constitudo ou ao defensor dativo; e

    g) juntada de elementos probatrios aos autos, aps a apresentao da defesa, sem abertura de novo prazo para a defesa.

    201.5 Relacionados com o julgamento do processo:

    a) julgamento com base em fatos ou alegaes inexistentes na pea de indiciao;

    b) julgamento feito de modo frontalmente contrrio s provas existentes no processo;

    c) julgamento feito por autoridade administrativa que se tenha revelado, em qualquer circunstncia do cotidiano, como inimiga notria do acusado ;

    d) falta de indicao do fato ensejador da sano disciplinar; e

    e) falta de capitulao da transgresso atribuda ao acusado.

    202. As nulidades relativas s podem ser suscitadas por quem tenha interesse legtimo e no prazo devido, sob pena de convalidao, por serem sanveis pela no argio no momento oportuno, que caracteriza sua aceitao tcita ou expressa.

    202.1 Nenhuma das partes poder argir nulidade relativa que haja dado causa, ou para que tenha concorrido, ou referente formalidade cuja observncia s parte contrria interesse (CPP art. 565).

    202.2. Considerar-se- nulidade relativa:

    a) suspeio da autoridade instauradora do processo;

    51

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    b) suspeio dos membros da comisso;

    c) suspeio da autoridade julgadora, quando no seja a mesma que instaurou o processo;

    d) existncia originria ou superveniente de impedimentos funcionais em desfavor de algum dos membros da comisso; e

    e) desenvolvimento dos trabalhos apuratrios em constante subordinao autoridade instauradora, revelando a prtica de um trabalho dirigido.

    52

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    Captulo IX

    DA PRESCRIO

    e III) : 203. A ao disciplinar prescrever (Lei n 1102/90, art. 240, I,II

    203.1 - Em 5 (cinco) anos, quanto s infraes punveis com demisso, cassao de disponibilidade e destituio de cargo em comisso;

    203.2 - Em 2 (dois) anos, quanto suspenso ou multa;

    203.3 - Em 180 (cento e oitenta) dias, quanto repreenso.

    204. A prescrio comea a correr da data em que o ilcito foi praticado (Lei n 1102/90, art. 240, 1 ).

    205. Os prazos de prescrio previstos na lei penal (CP art. 109) aplicam-se s infraes disciplinares capituladas tambm como crime (CP arts. 312 a 326 e Lei n 1102/90, art. 240, 2).

    206. A ao civil por responsabilidade do servidor, em razo de danos causados a errio, imprescritvel (CF art. 37, 5).

    207. A abertura de sindicncia ou a instaurao de processo administrativo disciplinar interrompe a prescrio, at a deciso final proferida por autoridade competente (Lei n 1102/90, art. 240, 3)

    207.1 Suspensa a prescrio, esta recomear a correr pelo prazo restante, a partir do dia em que cessar a suspenso (Lei n 1102/ 90, art. 240, 4).

    208. A autoridade julgadora que der causa prescrio de infraes disciplinares capituladas tambm como crime, ser responsabilizada civil, penal e administrativamente, na forma dos arts. 229 e seguintes da Lei n 1102/90.

    209. Antes do julgamento do processo administrativo a prescrio no corre enquanto no resolvida, em outro processo, questo de que dependa o reconhecimento da existncia da irregularidade (Cdigo Penal, art. 116, inc. I).

    53

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    Captulo X

    DA EXTINO DA PUNIBILIDADE

    210. Extingue-se a punibilidade (Cdigo Penal, art. 107 ):

    I - pela aposentadoria ou morte do agente, no caso de advertncia ou suspenso;

    II - pela retroatividade de lei que no mais considera o fato como infrao (Cdigo Penal, art. 107,III);

    III - pela prescrio, decadncia ou perempo (Cdigo Penal, art. 107, IV);

    211. Em qualquer fase do processo, se reconhecida a extino da punibilidade, a autoridade julgadora dever declar-la de ofcio. Se o reconhecimento da extino da punibilidade ocorrer durante a fase de instruo, a comisso deve relatar essa circunstncia e fazer os autos conclusos autoridade julgadora (CPP art. 61).

    212. Extinta a punibilidade pela prescrio, a autoridade julgadora determinar o registro do fato nos assentamentos individuais do servidor e o arquivamento do processo (Lei n 1102/90, art. 274).

    213. No impede propositura de ao civil a deciso que julgar extinta a punibilidade (CPP art. 67, inc. II).

    54

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    Captulo XI

    DOS CRIMES FUNCIONAIS

    214. Quando a infrao estiver capitulada como crime (CP, arts. 312 a 326), a autoridade instauradora comunicar o fato ao Ministrio Pblico, com cpia do processo administrativo disciplinar, para instaurao da ao penal (Lei n 1102/90, art. 245). (Modelo 51).

    215. A absolvio criminal s afasta a responsabilidade civil e administrativa quando declarar a inexistncia do fato ou afastar a autoria do crime (Lei n 1102/90, art. 230, nico e CPP art. 66).

    216. Faz coisa julgada no cvel a sentena penal que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade, em legtima defesa, em estrito cumprimento do dever legal ou no exerccio regular de direito (CPP art. 65).

    217. A absolvio do ru-funcionrio em processo criminal, quando no provada a autoria ou por falta de prova da existncia do fato, no impede a aplicao da sano disciplinar. (Manifestao PGE/PP/N 099/2002 e 115/2003).

    218. A responsabilidade civil independente da criminal, no se podendo questionar mais sobre a existncia do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questes se acharem decididas no Juzo criminal (Cdigo Civil, art. 935).

    55

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    Captulo XII

    DA EXONERAO DE SERVIDOR QUE RESPONDE A PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

    219. O servidor que responder a sindicncia ou PAD s poder ser exonerado a pedido, ou aposentado voluntariamente, aps a concluso do processo e o cumprimento da penalidade, acaso aplicada (Lei n 1102/90, arts. 275).

    220. A exonerao de servidor que responda a processo administrativo disciplinar antes de sua concluso, em virtude de no ter sido aprovado em estgio probatrio, conforme disposto no 3 do art. 38 da Lei 1102/90, ser convertida em demisso, caso seja essa a penalidade a ser-lhe aplicada por ocasio do julgamento do processo.

    56

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    Captulo XIII

    DAS DISPOSIES FINAIS

    221. Aplicam-se, subsidiariamente aos processos administrativos disciplinares, as normas de direito processual comum.

    222. A autoridade instauradora remeter Corregedoria do Servio Pblico, criada pelo art. 10 da Lei 2157, de 26/10/00, cpia dos seguintes documentos:

    I - por ocasio da instaurao de processo administrativo disciplinar (ou da sindicncia):

    a) portaria de designao da comisso;

    b) representao, denncia ou documento que tenha dado origem ao procedimento;

    II - por ocasio do julgamento do processo:

    a) relatrio final da comisso;

    b) do julgamento;

    c) portaria que aplicar a penalidade, se houver;

    III- os pedidos de reconsiderao e recursos porventura apresentados.

    223. Os modelos constantes deste Manual so de adoo facultativa, podendo ser alterados para adapt-los aos casos concretos.

    57

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    Modelo 01

    Portaria de afastamento de servidor envolvido em processo disciplinar

    Portaria n ............, de .......... de ................................. de ............

    O .......................................................... (cargo da autoridade instauradora), no uso de suas atribuies e tendo em vista o disposto no art. 250 da Lei n 1.102/90, RESOLVE:

    Determinar o afastamento do servidor ....................................................... (cargo, nome e matrcula do funcionrio) do exerccio do cargo, pelo prazo de 30 dias, sem prejuzo da remunerao, como medida cautelar e a fim de que no venha a influir na apurao das irregularidades que lhe so atribudas no processo administrativo disciplinar n ......................................., do qual j foi citado para fins do exerccio do direito de que trata os arts. 261, 3 e 266 da Lei 1.102/90.

    ...........................................................

    (nome e assinatura da autoridade instauradora)

    58

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    Modelo 02

    Modelo do ato de instaurao do PAD

    (Administrao Direta e Indireta) ATO DE INSTAURAO DE PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR N.

    O Secretrio de Estado/Diretor-Presidente de ............. (cargo e entidade da autoridade instauradora), no uso de suas atribuies legais e com fundamento no artigo 242 e 256 da Lei 1.102/90, determina a instaurao de Processo Administrativo Disciplinar, designando os servidores: Fulano de tal, pronturio n ............., ocupante do cargo ............, Beltrano de Tal, pronturio n ................, ocupante do cargo .............. e Ciclano de Tal, pronturio n ................., ocupante do cargo .............., para sob a presidncia do primeiro, apurar possveis transgresses disciplinares atribudas ao servidor ....................................., consoante informam os autos n .......................

    As supostas transgresses disciplinares consistiram .........

    Descrio dos fatos imputados ao processado

    Assim agindo, o servidor transgrediu, em tese, os dispositivos .......... e ............da Lei 1.102/90.

    Descrio dos dispositivos de lei violados

    Determino sejam adotadas as providncias para expedio e publicao de resoluo designando a comisso processante.

    Campo Grande, MS, ___ de _________ de 2012.

    ___________________________________

    (Assinatura, nome e cargo do Secretrio/Diretor-Presidente)

    Obs: Esse ato de instaurao de PAD no dever ser publicado.

    .

    59

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    Modelo 02.1

    Administrao Direta

    Modelo da Resoluo1 para designar comisso

    RESOLUO/NOME SECRETARIA P N. de de de 2012. O Secretrio de Estado de ....................(nome Secretaria), no uso de suas

    atribuies e com fundamento no art. 256 da Lei Estadual n. 1.102/90, resolve:

    DESIGNAR Fulano de tal, pronturio n ............, ocupante do cargo ..........., Beltrano de Tal, pronturio n .........., ocupante do cargo ............. e Ciclano de Tal, pronturio n ............, ocupante do cargo ..........., para constiturem a comisso processante e sob a presidncia do primeiro e no prazo de 90 dias, a contar da publicao desta Resoluo apurar os fatos mencionados no processo n..................... e apresentar o respectivo relatrio.

    Campo Grande,MS, de de 2012.

    ___________________________________

    (Assinatura, nome e cargo do Secretrio)

    Obs: A Resoluo deve ser publicada no Dirio Oficial do Estado

    60

    1 O Secretrio de Estado (Administrao Direta), nos termos do artigo 72 da Lei 2.152/00, expede ato

    denominado Resoluo

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    Modelo 02.2

    Administrao Indireta

    Modelo de Portaria2 para designar comisso

    PORTARIA/NOME DA ENTIDADE P N. de de de 2012.

    O Diretor Presidente da..........(cargo e nome da entidade), no uso de suas atribuies e com fundamento no art. 256 da Lei Estadual n. 1.102/90, resolve:

    DESIGNAR Fulano de tal, pronturio n ............, ocupante do cargo ..........., Beltrano de Tal, pronturio n .........., ocupante do cargo ............. e Ciclano de Tal, pronturio n ............, ocupante do cargo ..........., para constiturem a comisso processante e sob a presidncia do primeiro e no prazo de 90 dias, a contar da publicao desta Resoluo apurar os fatos mencionados no processo n..................... e apresentar o respectivo relatrio.

    Campo Grande, MS, de de 2012.

    ___________________________________

    (Assinatura, nome e cargo do dirigente)

    Obs: A Portaria deve ser publicada no Dirio Oficial do Estado

    61

    2 O dirigente de Entidade (Administrao Indireta), nos termos do artigo 72 da Lei 2.152/00, expede ato

    denominado Portaria

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    Modelo 03

    Portaria de designao do Secretrio da Comisso

    Portaria n ..........., de...........de.....................de ......

    O Presidente da Comisso Processante designada pela Portaria n ............., de ............ de ................................. de ......, publicada no Dirio Oficial n........, de ........ de ................... de ......, no uso de suas atribuies e tendo em vista o disposto no 1 do art. 256 da Lei n 1.102/90, RESOLVE:

    Designar ............................................. (nome, cargo e matrcula do servidor) para desempenhar as funes de Secretrio da referida comisso.

    ...............................................................

    (nome e assinatura do Presidente da Comisso)

    62

  • ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO

    Modelo 04

    Ofcio ao Secretrio de Estado de Gesto Pblica solicitand