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RELATÓRIO Nº 201411482
PROGRAMA
2075 - Transporte Rodoviário
AÇÃO DE GOVERNO
20VK - Manutenção de Trechos Rodoviários na Região Norte
A ação de controle foi desenvolvida em função de situações presumidamente irregulares, ocorridas na Superintendência Regional nos Estados do PA/AP - DNIT, apontadas à CGU e que deram origem ao Processo nº 00213.000288/2013-40.
UNIDADE EXAMINADA
Superintendência Regional nos Estados do PA/AP.
Processos licitatórios vencidos pela Construtora Centro Minas Ltda. (CNPJ 23.998.438/0001-06), no âmbito da SR - PA/AP - DNIT
A fiscalização se originou de solicitação emanada do Departamento de Polícia Federal, que sugeriu a realização de auditoria em todos os processos licitatórios vencidos pela Construtora Centro Minas Ltda. (CNPJ 23.998.438/0001-06), no âmbito da SR - PA/AP - DNIT, cuja execução das obras tenha ocorrido no exercício 2010.
O trabalho teve como objetivo a análise dos processos licitatórios: Concorrência Pública nº 156/2007, Concorrência Pública nº 390/2007, Concorrência Pública nº 255/2008 e Concorrência Pública nº 472/2009, todos vencidos pela Construtora Centro Minas Ltda., CNPJ 23.998.438/0001-06, com o condão de verificar se houve favorecimento à referida empresa.
Finalizados os trabalhos, relaciona-se abaixo as constatações/recomendações: a) Falhas na formalização do edital da Concorrência Pública nº 390/2007. b) Falhas na formalização do edital da Concorrência Pública nº 255/2008 c) Falhas na formalização do edital da Concorrência Pública nº 156/2007. d) Falhas na formalização do edital da Concorrência pública nº 472/2009 A elaboração do edital é atividade de elevada importância e deve primar pela manutenção da irrestrita competitividade. É nele que serão estipuladas as regras que se aplicarão à disputa: critérios de habilitação e qualificação no certame. Daí a importância de se cuidar para que as cláusulas do edital deem tratamento igualitário a todos os interessados, de modo a atender os princípios da isonomia e competitividade. Com base nos exames realizados, conclui-se que a identificação de tais falhas não foi suficiente para afirmar que houve restrição à competitividade ou mesmo favorecimento à construtora Centro Minas Ltda., vencedora dos certames licitatórios.
Ministério da Transparência,
Fiscalização e Controladoria Geral
da União
Presidência da República
Controladoria-Geral da União
Secretaria Federal de Controle Interno
Unidade Examinada: SUPERINTEND. REG NOS
ESTADOS PA/AP - DNIT
Introdução
1. Introdução
Este Relatório trata do resultado de ação de controle desenvolvida em função de situações
presumidamente irregulares, ocorridas na Superintendência Regional nos Estados do PA/AP
- DNIT, apontadas à Controladoria-Geral da União – CGU e que deram origem ao Processo
nº 00213.000288/2013-40.
A referida fiscalização se originou de solicitação emanada do Departamento de Polícia Federal,
que por meio do Despacho nº 194/2013-NUCOR/SR/DPF/PA, encaminhado a esta Regional
da CGU, sugeriu a realização de auditoria em todos os processos licitatórios vencidos pela
Construtora Centro Minas Ltda. (CNPJ 23.998.438/0001-06), no âmbito da Superintendência
Regional nos Estados do PA/AP - DNIT, cuja execução das obras tenha ocorrido no exercício
2010.
Juntamente com o referido despacho seguiu ainda, cópia da Peça de Informação Criminal nº
1.23.000.0001513/2012-20, onde consta relatório da apreensão do montante de R$70.000,00
em espécie, transportado pelo Sr. M. E. C. L. (CPF ***.271.757-**), em voo que desembarcou
na cidade de Belém/PA. O valor foi apreendido pela Receita Federal através de checagem de
bagagens por raios-x no Aeroporto Internacional de Belém/PA, conforme constou no Termo
de Retenção nº 102, de 07/10/2010, da Receita Federal do Brasil.
O passageiro informou, após a apreensão, que o valor estava sendo transportado por conta e
ordem do diretor da Construtora Centro Minas Ltda, e que deveria ser entregue a Sra. S. P.
Relatório de Demandas
Externas
Número do relatório: 201411482
(CPF ***.172.832-**), procuradora da empresa. Consta ainda que o Sr. M. E. C. L. (CPF
***.271.757-**) ocupava a função de Superintendente do DNIT à época do ocorrido.
Frente ao exposto, a Polícia Federal passou a investigar o possível crime de lavagem de
dinheiro, motivo pelo qual solicitou análise dos contratos executados pela Construtora Centro
Minas Ltda., no Estado do Pará, cuja execução das obras ocorreu no exercício 2010.
A presente fiscalização teve como objetivo a análise dos processos licitatórios: Concorrência
Pública nº 156/2007, Concorrência Pública nº 390/2007, Concorrência Pública nº 255/2008 e
Concorrência Pública nº 472/2009, todos vencidos pela Construtora Centro Minas Ltda., CNPJ
23.998.438/0001-06, com o condão de verificar se houve favorecimento à referida empresa.
Os trabalhos de campo foram realizados no período de 10/09/2015 a 17/11/2015 sobre a
aplicação de recursos federais do programa 2075 (Transporte Rodoviário / 20VK - Manutenção
de Trechos Rodoviários na Região Norte) no município de Belém/PA.
Os exames foram realizados em estrita observância às normas de fiscalização aplicáveis ao
Serviço Público Federal, tendo sido utilizada a técnica de análise documental.
Os executores dos recursos federais foram previamente informados sobre os fatos relatados,
tendo se manifestado em 18/12/2015, cabendo ao Ministério supervisor, nos casos pertinentes,
adotar as providências corretivas visando à consecução das políticas públicas, bem como à
apuração das responsabilidades.
1.1. Informações sobre a Ação de Controle
Ordem de Serviço: 201411482
Número do Processo: 00213.000288/2013-40
Município/UF: Belém/PA
Órgão: MINISTERIO DOS TRANSPORTES
Instrumento de Transferência: Execução Direta
Unidade Examinada: SUPERINTEND. REG NOS ESTADOS PA/AP - DNIT
Montante de Recursos Financeiros: Não se aplica.
Prejuízo: R$ 0,00
2. Resultados dos Exames
Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito responsável pela
tomada de providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela existência
de monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.
2.1 Parte 1
Os fatos apresentados a seguir destinam-se aos órgãos e entidades da Administração Pública
Federal - gestores federais dos programas de execução descentralizada. A princípio, tais fatos
demandarão a adoção de medidas preventivas e corretivas por parte desses gestores, visando
à melhoria da execução dos Programas de Governo ou à instauração da competente Tomada
de Contas Especial, as quais serão monitoradas pela Controladoria-Geral da União.
2.1.1. Falhas na formalização do edital da Concorrência Pública nº 390/2007
Fato
A Concorrência Pública nº 390/2007 cujo objeto era a contratação de empresa para
execução de serviços de conservação/recuperação na Rodovia BR-230/PA (Transamazônica),
num total de 497,40km, subdivididos em cinco lotes, teve sua abertura realizada em
11/12/2007 quando compareceram 15 empresas, sendo inicialmente inabilitadas quatro delas,
das quais três interpuseram recurso, que foram julgados procedentes sendo as mesmas
habilitadas. A licitante Construtora D’Almeida Ltda. não interpôs recurso permanecendo
inabilitada.
A sessão de abertura dos envelopes das propostas de preços foi realizada em
17/03/2008 quando foram apresentadas as seguintes propostas de preço:
Quadro 01 – Licitantes participantes do certame
Empresa Lote 1
(145 km)
Lote 2
(80 km)
Lote 3
(88,40km)
Lote 4
(88km)
Lote 5
(96km)
CCL – Carpenedo & Cia
Ltda 5.494.658,88 3.080.932,57 3.233.621,58 3.367.590,27 3.482.521,57
CCM – Construtora
Centro Minas Ltda 4.887.522,21 2.705.575,74 2.841.310,07 2.956.715,05 3.059.702,78
CIMCOP S/A –
Engenharia e Construções 5.361.863,70 3.242.640,05 3.402.824,64 3.540.409,06 -
C.F.A. – Construções,
Terraplenagem e
Pavimentação Ltda
7.024.950,23 3.956.278,79 4.076.303,48 4.343.447,94 4.385.366,96
CMM – Construtora
Meirelles Mascarenhas
Ltda
5.392.526,20 3.031.490,56 3.142.690,31 3.312.614,53 3.059.702,80
Contrel Terraplenagem e
Pavimentações Ltda 7.238.283,71 4.023.842,62 4.192.717,23 4.408.349,44 4.540.441,90
Construtora D’Almeida
Ltda - - - - -
Construtora Sucesso S/A 9.594.463,30 5.305.168,01 5.569.998,66 5.805.975,21 5.997.785,45
Delta Construções S/A 5.173.236,70 2.866.988,77 3.007.617,47 3.133.973,62 3.238.759,78
Engeterra – Engenharia e
Terraplenagem Ltda - 5.236.859,37 - - -
Montemak – Montagens,
Locações e Serviços Ltda - - - 3.902.552,50 4.037.765,34
Planel Construtora
Lorenzoni – Comércio,
Planejamento e
Representação Ltda
- - 4.236.678,68 4.508.266,84 4.475.468,97
Rodocon – Construções
Rodoviárias Ltda 4.887.522,52 3.119.901,52 4.391.625,08 4.522.724,23 4.763.422,25
Semenge S/A –
Engenharia e
Empreendimentos
8.324.339,44 4.599.846,69 4.865.929,79 5.003.830,28 5.238.985,94
Empresa Lote 1
(145 km)
Lote 2
(80 km)
Lote 3
(88,40km)
Lote 4
(88km)
Lote 5
(96km)
Serviterra – Serviço de
Terraplenagem e
Pavimentação Ltda
5.469.334,46 2.938.933,46 3.248.593,34 3.370.793,39 3.576.385,85
Fonte: Processo DNIT/PA/AP nº 50602.000045/2007-58
A empresa CCM – Construtora Centro Minas Ltda foi declarada vencedora por
apresentar menor valor nos cinco lotes objeto do certame.
Na análise do processo licitatório não foram identificados elementos suficientes para
afirmar que houve limitações à competitividade ou direcionamento do certame. Todavia foram
verificadas algumas falhas em exigências contidas no edital, conforme descrito a seguir:
01. No subitem 9.9, que relaciona os casos de restrição à participação no certame, os grupos
de sociedades e consórcios ficaram impedidos de participar sem a devida motivação,
contrariando o art. 33 da Lei nº 8.666/93 e a jurisprudência do TCU, a exemplo do Acórdão
TCU nº 1.636/2007 – Plenário;
02. No item 11, relativo à visita ao local dos serviços foi exigido que a visita técnica fosse
feita pelo responsável técnico da empresa, em desacordo ao que dispõe o Acórdão TCU nº
571/2006 – 2ª Câmara;
03. No subitem 13.6, consta que não serão aceitas, sob nenhuma hipótese, propostas emitidas
por meio de correio, telex, fax, telegrama ou qualquer outro meio que não o presencial em
data e hora fixados no edital, o que contraria disposição do Acórdão TCU nº 539/2007 –
Plenário;
04. No subitem 14.4, que trata de qualificação técnica, exige que a licitante comprove que
possui em seu quadro permanente, engenheiro(s) detentor(es) de atestado(s) e/ou certidão(ões)
de responsabilidade técnica de execução ou fiscalização ou supervisão de determinados
serviços, sem permitir, por exemplo, que se comprove o vínculo por meio de contrato de
trabalho regido pela legislação civil comum, contrariando a Lei nº 8.666/93, artigo 30, § 6º e
a jurisprudência do TCU, a exemplo do Acórdão TCU nos 2.656/2007.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Em resposta ao relatório preliminar de fiscalização nº 201411482, encaminhado por
meio do Ofício nº 26.602/2015/CGU-Regional/PA/CGU-PR, de 17/11/2015, a
superintendência do DNIT no Estado do Pará enviou à CGU-R/PA o Ofício nº 495/2015 –
SR/DNIT/PA de 17/12/2015, o qual trazia anexo o Memorando nº 1380/2015/CGCL/DIREX
de 03/12/2015.
O citado Memorando trata de manifestação da Coordenação–Geral de Cadastro e
Licitações sobre as falhas apontadas no referido relatório, encaminhada ao Superintendente
Regional do DNIT/PA, conforme transcrito a seguir:
“01. Cumprimentando-o cordialmente, reporto-me aos termos do Memorando em
epígrafe, o qual versa sobre o relatório preliminar de fiscalização resultante da Ordem de
Serviço nº 201411482, emitida pela Controladoria-Geral da União.
02. Sinteticamente o referido relatório preliminar aponta falhas nas formalizações dos
editais das Concorrências Públicas n.ºs 390/2007, 255/2008, 156/2007 e 472/2009, bem como
esclarece que na análise dos processos licitatórios não foram identificados elementos
suficientes para afirmar que houve limitações à competitividade ou direcionamento dos
certames.
03. Ab initio, insta destacar que algumas falhas foram apontadas com base em
acórdãos proferidos posteriormente aos editais de concorrência pública, ainda que se
concorde que as boas práticas ali descritas fossem reconhecíveis antes da cristalização do
entendimento pela Corte de Contas.
04. De todo modo, o DNIT e as Superintendências buscam incessantemente atender
as recomendações emitidas tanto pela CGU quanto pela TCU, visando incorrer cada vez
mesmo na prática de falhas nas elaborações dos editais licitatórios.
05. Sendo assim, acatam-se as observações do relatório preliminar e afirma-se que os
editais estão sendo elaborados em consonância com as orientações atualizadas expedidas
pelo TCU.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
O DNIT em sua manifestação não apresenta nenhuma contestação às falhas apontadas
na elaboração do edital da Concorrência Pública nº 156/2007. Conforme descrito no fato,
foram detectados, nos editais, itens em desconformidade com a jurisprudência do TCU,
jurisprudência que em sua essência visa resguardar a irrestrita competitividade dos certames.
Em que pese no caso do processo aqui tratado não ser possível afirmar que houve
limitações à competitividade ou direcionamento do certame deve-se atentar para o
atendimento da jurisprudência em comento.
A elaboração do edital é atividade de elevada importância e deve primar pela
manutenção da irrestrita competitividade. É nele que serão estipuladas as regras que se
aplicarão à disputa: critérios de habilitação e qualificação no certame. Daí a importância de se
cuidar para que as cláusulas do edital deem tratamento igualitário a todos os interessados, de
modo a atender os princípios da isonomia e competitividade.
##/AnaliseControleInterno##
2.1.2. Falhas na formalização do edital da Concorrência Pública nº 255/2008
Fato
A Concorrência Pública nº 255/2008 cujo objeto era a contratação de empresa para
realização de obras de manutenção na rodovia BR-230, num total de 84,80km, teve a sessão
de abertura realizada em 25/08/2008, quando compareceram 9 empresas sendo 1 inabilitada e
ocorrendo uma desistência.
No julgamento dos documentos de habilitação foram inabilitadas ainda 3 empresas,
que mediante a interposição de recursos foram novamente habilitadas.
As participantes habilitadas apresentaram propostas de preços nos seguintes valores:
Quadro 02 – Participantes habilitados no certame Empresa
Proposta (R$) Nome CNPJ
Construtora Leal Junior Ltda 05.574.132/0001-40 4.912.058,10
Delta Construções S/A 10.788.628/0001-57 2.779.468,29
CCM – Construtora Centro Minas Ltda 23.998.438/0001-06 2.585.722,20
Rocha Engenharia Ltda 80.878.473/0001-25 4.213.727,31
CMM - Construtora Meireles Mascarenhas Ltda 03.477.793/0001-22 2.586.659,43
CIMCOP S/A – Engenharia e Construções 17.161.464/0001-82 4.632.150,45
Montemak - Construções, Comércio, Imp. e Exp. de Máquinas Ltda 00.877.374/0001-90 2.586.819,40
Fonte: Processo DNIT/PA/AP nº 50602.000177/2008-61
Inicialmente foram consideradas inexequíveis as propostas das empresas CCM –
Construtora Centro Minas Ltda, CMM - Construtora Meireles Mascarenhas Ltda e Montemak
- Construções, Comércio, Imp. e Exp. de Máquinas Ltda. Sendo que o valor do orçamento
estimado pelo DNIT era de R$ 5.173.318,86, ficando estabelecido como inexequíveis as
propostas com valores abaixo de 50% deste valor, ou seja, R$ 2.586.659,43, condição em que
se encontrava a proposta da empresa CCM – Construtora Centro Minas Ltda.
A procuradora do DNIT, por meio da INFORMAÇÃO/PFE/DNIT/PA/AP Nº.
0022/2009 de 06/02/2009, orientou que fosse tornado sem efeito a desclassificação das
empresas que tiveram suas propostas consideradas inexequíveis. A comissão atendendo a
orientação da procuradoria declarou vencedora a empresa CCM – Construtora Centro Minas
Ltda.
Na análise do processo licitatório não foram identificados elementos suficientes para
afirmar que houve limitações à competitividade ou direcionamento do certame. Todavia foram
verificadas algumas falhas em exigências contidas no edital, conforme descrito a seguir:
01. No preâmbulo do edital consta a exigência que a apresentação dos documentos para
participação no certame licitatório fosse feita exclusivamente na sede do DNIT, conforme
constante no preâmbulo do edital. Prática em desacordo ao que dispõe o Acórdão TCU
539/2007-Plenário;
02. No subitem 8.8, que relaciona os casos de restrição à participação no certame, os grupos
de sociedades e consórcios foram impedidos de participar sem a devida motivação,
contrariando Art. 33 da Lei nº 8.666/93 e a jurisprudência do TCU, a exemplo do Acórdão nº
1.636/2007 – Plenário;
03. No subitem 13.5.2, que trata da qualificação econômico-financeira, foi exigido índice
contábil fora dos usualmente previstos, qual seja, comprovação de disponibilidade financeira
líquida, representado pela seguinte relação:
DFL = (n x CFA) – Va
12
DFL = Disponibilidade Financeira Líquida
N = prazo em meses estipulado para a execução dos serviços objeto deste Edital
CFA = Capacidade Financeira Atual
Va = somatório dos valores residuais dos contratos ora a cargo da licitante, calculado a partir
dos saldos contratuais atualizados monetariamente para o mês da data base da proposta de
preços, pelos índices setoriais de reajustamento, utilizando-se para I1 o índice do data mês
base da licitação e para I0 o índice correspondente ao mês da data da proposta de cada contrato.
Os valores residuais serão apropriados “pro-rata” aos “n” meses de execução contratual nos
casos em que os prazos residuais dos contratos em andamento ultrapassarem o prazo de
execução estipulado para os serviços em Licitação. Os dados contratuais relevantes serão
obtidos do Quadro – “RELAÇÃO DOS CONTRATOS DA EMPRESA EM EXECUÇÃO E
A INICIAR”.
Contrariando o que dispõe a Lei nº 8.666/93 em seu art.31, § 5º. ##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Em resposta ao relatório preliminar de fiscalização nº 201411482 encaminhado por
meio do Ofício nº 26.602/2015/CGU-Regional/PA/CGU-PR, de 17/11/2015, a
Superintendência do DNIT no Estado do Pará enviou à CGU-R/PA o Ofício nº 495/2015 –
SR/DNIT/PA de 17/12/2015, o qual trazia anexo o Memorando nº 1380/2015/CGCL/DIREX
de 03/12/2015.
O citado Memorando trata de manifestação da Coordenação–Geral de Cadastro e
Licitações sobre as falhas apontadas no referido relatório, encaminhado ao Superintendente
Regional do DNIT/PA, conforme transcrito a seguir:
“01. Cumprimentando-o cordialmente, reporto-me aos termos do Memorando em
epígrafe, o qual versa sobre o relatório preliminar de fiscalização resultante da Ordem de
Serviço nº 201411482, emitida pela Controladoria-Geral da União.
02. Sinteticamente o referido relatório preliminar aponta falhas nas formalizações dos
editais das Concorrências Públicas n.ºs 390/2007, 255/2008, 156/2007 e 472/2009, bem como
esclarece que na análise dos processos licitatórios não foram identificados elementos
suficientes para afirmar que houve limitações à competitividade ou direcionamento dos
certames.
03. Ab initio, insta destacar que algumas falhas foram apontadas com base em
acórdãos proferidos posteriormente aos editais de concorrência pública, ainda que se
concorde que as boas práticas ali descritas fossem reconhecíveis antes da cristalização do
entendimento pela Corte de Contas.
04. De todo modo, o DNIT e as Superintendências buscam incessantemente atender
as recomendações emitidas tanto pela CGU quanto pela TCU, visando incorrer cada vez
mesmo na prática de falhas nas elaborações dos editais licitatórios.
05. Sendo assim, acatam-se as observações do relatório preliminar e afirma-se que os
editais estão sendo elaborados em consonância com as orientações atualizadas expedidas
pelo TCU.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
O DNIT em sua manifestação não apresenta nenhuma contestação às falhas apontadas
na elaboração do edital da Concorrência Pública nº 255/2008. Conforme descrito no fato,
foram detectados, nos editais, itens em desconformidade com a jurisprudência do TCU,
jurisprudência que em sua essência visa resguardar a irrestrita competitividade dos certames.
Em que pese no caso do processo aqui tratado não ser possível afirmar que houve
limitações à competitividade ou direcionamento do certame deve-se atentar para o
atendimento da jurisprudência em comento.
A elaboração do edital é atividade de elevada importância e deve primar pela
manutenção da irrestrita competitividade. É nele que serão estipuladas as regras que se
aplicarão à disputa: critérios de habilitação e qualificação no certame. Daí a importância de se
cuidar para que as cláusulas do edital deem tratamento igualitário a todos os interessados, de
modo a atender os princípios da isonomia e competitividade.
##/AnaliseControleInterno##
2.1.3. Falhas na formalização do edital da Concorrência Pública nº 156/2007.
Fato
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – DNIT, por meio da
Superintendência Regional nos Estados do Pará e Amapá instaurou o Processo Administrativo
nº 50602.000891/2006-97, em 03/11/2006, para realização de licitação na modalidade
Concorrência Pública, sob o número 156/07, tipo menor preço, tendo como objeto: Serviço
de manutenção na rodovia BR-230/PA, lote 01 – km 728,0 ao km 851,0, com extensão de 123
km e lote 02 – km 851,0 a 984,0, com extensão de 133,0.
Nos termos do Relato nº 167/2008, de 25/101/2008 o certame teve como vencedora
para os lotes 01 e 02 a empresa CCM-Construtora Centro de Minas Ltda., com proposta nos
seguintes valores respectivamente: R$ 4.164.632,52 e R$ 4.577.868,27, tendo participado do
certame as empresas a seguir relacionadas:
Quadro 03 – Licitantes participantes do certame
Empresa Propostas em R$
Lote 01 Lote 02
CCM-Construtora Centro de Minas Ltda. 4.164.632,52 4.577.868,27
C.F.A Construções, Terraplanagem e Pavimentação Ltda. 5.186.252,43 5.633.347,96
Cimcop S/A – Engenharia e Construções 4.989.079,26 5.020.541,81
Construtora Sucesso S/A 8.009.826,38 8.802.917,97
Contrel Terraplanagem e Pavimentação Ltda. 4.608.818,63 5.038.654,94
Delta Construções S/A 4.408.867,49 5.503.060,01
Planel Construtora Lorezoni Comércio 6.285.375,55 0,00
Empresa Propostas em R$
Lote 01 Lote 02
Rodocon Construções Rodoviárias Ltda. 4.802.364,43 5.202.879,39
Semenge S/A Engenharia e Empreendimentos 6.034.921,12 6.623.177,98
Fonte: Processo Administrativo nº 50602.000891/2006-97
Participaram, ainda, do certame as empresas CCL – Carpenedo & Cia Ltda. e
Construtora Castilho S/A, as quais foram consideradas inabilitadas.
Da análise do processo licitatório foi verificado que não constam os documentos de
habilitação de todos os licitantes, constando apenas três cadernos em anexo ao processo com
os documentos de habilitação do licitante vencedor, tendo sido solicitado por meio de
Solicitação de Auditoria o restante da documentação, que posteriormente foi enviado pela UJ.
Não foram verificados elementos suficientes para determinar limitações à
competitividade ou o direcionamento da licitação. Entretanto foram observadas algumas
falhas nas exigências constantes do edital, conforme segue:
01. O edital proíbe apresentação de documentos pela via postal, fac-símile (fax) ou
telegrama (ou mesmo por e-mail), contrariando o Acórdão TCU nº 539/2007–P;
02. Exigiu-se de forma inadequada certidão de “quitação” em vez de “regularidade”
fiscal, contrariando o Acórdão TCU nº 2081/2007 – Plenário;
03. A qualificação técnica exige profissional do quadro permanente, restringindo a
forma de comprovar esse vínculo (somente carteira de trabalho), sem permitir que se
comprove por meio de contrato de trabalho regido pela legislação civil comum, contrariando
o artigo 30, § 6º da Lei nº 8.666/93 e Acórdão TCU nº 2.656/2007-Plenário;
04. O edital exigiu comprovação de capacidade técnico-operacional de quantitativo
mínimo de serviços prestados superiores a 50% do quantitativo a executar, contrariando os
Acórdãos TCU números 1.284/2003, 2.088/2004 e 2.656/2007 todos do Plenário; e
05. Houve exigência de que a visita técnica fosse realizada somente pelos responsáveis
técnicos da licitante.
Da análise dos autos, verificou-se a ausência de alguns documentos, quais sejam:
01. Quadro 08 – Relação dos Serviços Executados pela Proponente Similares ao
Objeto da Licitação, anexo I do Edital, conforme item 14.4, letra “c.1”, do mesmo.
02. Carta de Fiança Bancária, conforme item 14.5, letra “h.1”, do Edital, somente
constando os termos aditivos.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Em resposta ao relatório preliminar de fiscalização nº 201411482, encaminhado por
meio do Ofício nº 26.602/2015/CGU-Regional/PA/CGU-PR, de 17/11/2015, a
Superintendência do DNIT no Estado do Pará enviou à CGU-R/PA o Ofício nº 495/2015 –
SR/DNIT/PA de 17/12/2015, o qual trazia anexo o Memorando nº 1380/2015/CGCL/DIREX
de 03/12/2015.
O citado Memorando trata de manifestação da Coordenação–Geral de Cadastro e
Licitações sobre as falhas apontadas no referido relatório, encaminhado ao Superintendente
Regional do DNIT/PA, conforme transcrito a seguir:
“01. Cumprimentando-o cordialmente, reporto-me aos termos do Memorando em
epígrafe, o qual versa sobre o relatório preliminar de fiscalização resultante da Ordem de
Serviço nº 201411482, emitida pela Controladoria-Geral da União.
02. Sinteticamente o referido relatório preliminar aponta falhas nas formalizações dos
editais das Concorrências Públicas n.ºs 390/2007, 255/2008, 156/2007 e 472/2009, bem como
esclarece que na análise dos processos licitatórios não foram identificados elementos
suficientes para afirmar que houve limitações à competitividade ou direcionamento dos
certames.
03. Ab initio, insta destacar que algumas falhas foram apontadas com base em
acórdãos proferidos posteriormente aos editais de concorrência pública, ainda que se
concorde que as boas práticas ali descritas fossem reconhecíveis antes da cristalização do
entendimento pela Corte de Contas.
04. De todo modo, o DNIT e as Superintendências buscam incessantemente atender
as recomendações emitidas tanto pela CGU quanto pela TCU, visando incorrer cada vez
mesmo na prática de falhas nas elaborações dos editais licitatórios.
05. Sendo assim, acatam-se as observações do relatório preliminar e afirma-se que os
editais estão sendo elaborados em consonância com as orientações atualizadas expedidas
pelo TCU.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
O DNIT em sua manifestação não apresenta nenhuma contestação às falhas apontadas
na elaboração do edital da Concorrência Pública nº 156/2007. Conforme descrito no fato,
foram detectados nos editais itens em desconformidade à jurisprudência do TCU,
jurisprudência que em sua essência visa resguardar a irrestrita competitividade dos certames.
Em que pese no caso do processo aqui tratado não ser possível afirmar que houve
limitações à competitividade ou direcionamento do certame deve-se atentar para o
atendimento da jurisprudência em comento.
A elaboração do edital é atividade de elevada importância e deve primar pela
manutenção da irrestrita competitividade. É nele que serão estipuladas as regras que se
aplicarão à disputa: critérios de habilitação e qualificação no certame. Daí a importância de se
cuidar para que as cláusulas do edital deem tratamento igualitário a todos os interessados, de
modo a atender os princípios da isonomia e competitividade.
##/AnaliseControleInterno##
2.1.4. Falhas na formalização do edital da Concorrência pública nº 472/2009
Fato
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – DNIT, por meio do
Processo Administrativo nº 50600.007736/2009-64, instaurou licitação na modalidade
Concorrência Pública, nº 472/09, tipo menor preço, em 21/12/2009, tendo como objeto a
realização de obras de implantação e pavimentação na Rodovia BR-163/PA, dividida em três
lotes, a saber:
Quadro 04 – Objeto da Licitação Lote Objeto Valor Orçado
01 Div. MT/PA (córrego XV de novembro) – fronteira Brasil/Suriname –
Extensão 65 Km (Novo Progresso-Igarapé do Lauro)
80.485.592,57
02 Div. MT/PA (córrego XV de novembro) – fronteira Brasil/Suriname –
Extensão 117,14 Km (Vila Moraes Almeida-Vila Planalto)
226.622.124,22
03 Div. MT/PA (córrego XV de novembro) – fronteira Brasil/Suriname –
Extensão 137,52 Km (Rio Aruri entre BR 230 – fim do trecho
pavimentado)
153.569.015,53
Fonte: Processo Administrativo nº 50600.007736/2009-64
Aberta a sessão, foram habilitadas 15 licitantes, entre empresas e consórcios, a seguir
relacionados, conforme Relatório de Análise e Julgamento, juntado às folhas 887/889:
Quadro 05: Relação dos Licitantes Lote Empresa CNPJ
01 J. MALUCELLI CONSTRUTURA DE OBRAS S.A 76519974000148
01 CINCOP S.A – ENGENHARIA E CONSTRULÇÕES 17161464000182
03 CONSÓRCIO CBEMI/CONTERN/DM 12332892000107
01 JM TERRAPLENAGEM E CONSTRUÇÕES LTDA 24946352000100
01 CONSÓRCIO TAPAJOS
01,02,03 SEMENGE S/A ENGENHARIA E EMPREENDIMENTOS 76491620000132
01,02,03 CONSÓRCIO EIT/CCB
02 CONSÓRCIO PAVOTEC/OURIVIO
02,03 EGESA ENGENHARIA S/A 17186461000101
01 TRÊS IRMÃOS ENGENHARIA LTDA 15046287000168
01,02,03 CONSÓRCIO TRIMEC/ENCOMIND 12051755000102
03 SULTEPA CONSTRUÇÕES E COMERCIO LTDA 90318338000189
01 EBC EMPRESA BRASILEIRA DE CONSTRUÇÕES LTDA 05483882000107
01,03 CONSORCIO CAVALCA/AGRIMAT/LOTUFO
01,02 CONSÓRCIO CCM/EHL/FERFRANCO/FRANÇA SIMÕES 12022883000110
Fonte: Processo Administrativo nº 50600.007736/2009-64
Considerando as empresas que fazem parte dos consórcios licitantes, o total de
empresas participantes do certame sobe para 27.
Tendo sido abertos os envelopes com as propostas de preço para cada lote, a CPL
declarou vencedoras do certame as seguintes licitantes:
Quadro 06 – Licitantes vencedores do certame Lote Empresa CNPJ Valor
01 CONSÓRCIO TRIMEC/ENCOMIND 12051755000102 78.388.917,17
02 CONSÓRCIO CCM/EHL/FERFRANCO/FRANÇA
SIMÕES
12022883000110 223.218.447,96
03 CONSÓRCIO CBEMI/CONTERN/DM 12332892000107 150.389.945,52
Fonte: Processo Administrativo nº 50600.007736/2009-64
As três licitantes vencedoras são consórcios formados pelas empresas a seguir
relacionadas:
Quadro 07 – Empresas que fazem parte dos consórcios vencedores do certame Lote Empresa CNPJ
01 CONSÓRCIO TRIMEC/ENCOMIND 12051755000102
TRIMEC CONSTRUÇÕES E TERRAPLENAGEM LTDA 02470900000128
ENCOMIND ENGENHARIA COMERCIO E IND LTDA 14915029000108
02 CONSÓRCIO CCM/EHL/FERFRANCO/FRANÇA SIMÕES 12022883000110
CCM-CONSTRUTORA CENTRO MINAS LTDA 23998438000106
EHL – ELETRO HIDRO LTDA 03014011000119
CONSTRUTORA FERFRANCO LIMITADA 17186297000124
CONSTRUTORA FRANÇA SIMÕES LTDA 17161571000100
03 CONSÓRCIO CBEMI/CONTERN/DM 12332892000107
CBEMI CONSTRUTURA BRASILEIRA E MINERAÇÃO LTDA 83720060000106
CONTERN CONSTRUÇÕES E COMERCIO LTDA 56443583000180
DM CONSTRUTORA DE OBRAS LTDA 76483726000194
Fonte: Processo Administrativo nº 50600.007736/2009-64
Nos autos do processo não consta a habilitação das empresas licitantes, sendo que
existe informação de que os documentos de habilitação das empresas vencedoras do certame
foram juntados a outros processos, conforme segue:
Quadro 08 – Relação de Processos que contem a habilitação dos licitantes vencedores Processo Lote Empresa
50600.007235/2010-11 01 CONSÓRCIO TRIMEC/ENCOMIND
50600.007236/2010-66 02 CONSÓRCIO CCM/EHL/FERFRANCO/FRANÇA SIMÕES
50600.007237/2010-19 03 CONSÓRCIO CBEMI/CONTERN/DM
Fonte: Processo Administrativo nº 50600.007736/2009-64
Foi requerida, por meio de Solicitação de Auditoria, a apresentação dos documentos
de habilitação das empresas participantes do processo licitatório, tendo a UJ apresentado
documentação da maioria das empresas, restando pendente a habilitação das licitantes:
Quadro 09 – Licitantes que não tiveram disponibilizados os documentos de habilitação Lote Empresa CNPJ
03 CONSÓRCIO CBEMI/CONTERN/DM 12332892000107
01,02 CONSÓRCIO CCM/EHL/FERFRANCO/FRANÇA SIMÕES 12022883000110
Fonte: Equipe de Auditoria
Da análise dos autos do processo não foram verificados elementos suficientes para
determinar limitações à competitividade ou o direcionamento da licitação. Entretanto foram
observadas algumas falhas nas exigências constantes do edital, conforme segue:
01. O edital proíbe apresentação de documentos pela via postal, fac-símile (fax) ou
telegrama (ou mesmo por e-mail), contrariando o Acórdão TCU nº 539/2007–P;
02. Foi exigida a comprovação de qualificação técnica de parcelas do objeto da
licitação que poderão ser objetos de subcontratação, contrariando o artigo 3°, §1°, I, da Lei nº
8.666/93.
03. O edital exigiu comprovação de capacidade técnico-operacional de quantitativo
mínimo de serviços prestados superiores a 50% do quantitativo a executar, contrariando os
Acórdãos TCU números 1.284/2003, 2.088/2004, 2.656/2007 e 2.215/2008 todos do Plenário;
04. Houve exigência de que a visita técnica fosse realizada somente pelos responsáveis
técnicos da licitante;
05. O edital prevê retenção de pagamento em razão de ausência de regularidade da
contratada, contrariando o Parecer nº 2016/2009 da PGFN, IN nº 02/2008 do MPOG e RMS
nº 24953/CE do STJ.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Em resposta ao relatório preliminar de fiscalização nº 201411482, encaminhado por
meio do Ofício nº 26.602/2015/CGU-Regional/PA/CGU-PR, de 17/11/2015, a
superintendência do DNIT no Estado do Pará enviou à CGU-R/PA o Ofício nº 495/2015 –
SR/DNIT/PA de 17/12/2015, o qual trazia anexo o Memorando nº 1380/2015/CGCL/DIREX
de 03/12/2015.
O citado Memorando trata de manifestação da Coordenação–Geral de Cadastro e
Licitações sobre as falhas apontadas no referido relatório, encaminhado ao Superintendente
Regional do DNIT/PA, conforme transcrito a seguir:
“01. Cumprimentando-o cordialmente, reporto-me aos termos do Memorando em
epígrafe, o qual versa sobre o relatório preliminar de fiscalização resultante da Ordem de
Serviço nº 201411482, emitida pela Controladoria-Geral da União.
02. Sinteticamente o referido relatório preliminar aponta falhas nas formalizações dos
editais das Concorrências Públicas n.ºs 390/2007, 255/2008, 156/2007 e 472/2009, bem como
esclarece que na análise dos processos licitatórios não foram identificados elementos
suficientes para afirmar que houve limitações à competitividade ou direcionamento dos
certames.
03. Ab initio, insta destacar que algumas falhas foram apontadas com base em
acórdãos proferidos posteriormente aos editais de concorrência pública, ainda que se
concorde que as boas práticas ali descritas fossem reconhecíveis antes da cristalização do
entendimento pela Corte de Contas.
04. De todo modo, o DNIT e as Superintendências buscam incessantemente atender
as recomendações emitidas tanto pela CGU quanto pela TCU, visando incorrer cada vez
mesmo na prática de falhas nas elaborações dos editais licitatórios.
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
O DNIT em sua manifestação não apresenta nenhuma contestação às falhas apontadas
na elaboração do edital da Concorrência Pública nº 156/2007. Conforme descrito no fato,
foram detectados nos editais itens em desconformidade à jurisprudência do TCU,
jurisprudência que em sua essência visa resguardar a irrestrita competitividade dos certames.
Em que pese no caso do processo aqui tratado não ser possível afirmar que houve
limitações à competitividade ou direcionamento do certame deve-se atentar para o
atendimento da jurisprudência em comento.
A elaboração do edital é atividade de elevada importância e deve primar pela
manutenção da irrestrita competitividade. É nele que serão estipuladas as regras que se
aplicarão à disputa: critérios de habilitação e qualificação no certame. Daí a importância de se
cuidar para que as cláusulas do edital deem tratamento igualitário a todos os interessados, de
modo a atender os princípios da isonomia e competitividade.
##/AnaliseControleInterno##
2.2 Parte 2
Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de
medidas preventivas e corretivas seja do executor do recurso federal descentralizado.
3. Consolidação de Resultados
Com base nos exames realizados, foram verificadas falhas na elaboração dos editais das
Concorrências Públicas nº 156/2007, nº 390/2007, nº 255/2008 e nº 472/2009, conforme
detalhado nos itens 2.1.1, 2.1.2, 2.1.3 e 2.1.4 do relatório. No entanto a identificação de tais
falhas não foi suficiente para afirmar que houve restrição à competitividade ou mesmo
favorecimento à construtora Centro Minas Ltda., vencedora dos certames licitatórios.