processos de engenharia quÍmica · descarga do tanque não influenciam a condução da operação,...
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PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA Mestrado Integrado em Engenharia Química
Capítulo 5
BALANÇOS DE MASSA E ENERGIA EM
ESTADO NÃO ESTACIONÁRIO
Mª Fátima Costa Farelo
Licínio Mendes Ferreira
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5 - BALANÇOS DE MASSA E ENERGIA EM ESTADO NÃO
ESTACIONÁRIO
Neste capítulo estudam-se os processos em estado não estacionário, isto é, processos nos
quais os caudais (massa e/ou volume), as composições ou as condições operatórias variam
com o tempo.
O estudo de processos em estado não estacionário abrange normalmente duas situações:
- Processos em regime transiente, em que se incluem: o arranque do equipamento, as
operações de natureza descontínua, a alteração das condições operatórias de condução de
equipamento, etc.
- Variação de inventário, isto é, estudo das perturbações que resultam de flutuações de
massa e/ou energia, em processos considerados estacionários.
As situações descritas são tratadas em Processos Químicos através de balanços
macroscópicos. Estes balanços ignoram os detalhes no interior do processo e as equações são
estabelecidas para o sistema como um todo. Assim, variáveis como a concentração ou a
temperatura não são consideradas como funções da posição mas representam valores médios
do sistema. Em geral admite-se ainda que existe agitação perfeita, isto é, que a
temperatura e a composição dos fluxos que deixam o sistema são, em cada instante,
representativos da temperatura e composição no interior do sistema. A variável tempo surge
normalmente, nos balanços em estado não estacionário, como a variável independente.
O estabelecimento dos balanços em estado não estacionário não é mais do que a tradução
matemática das leis de conservação (massa e/ou energia):
Entrada
Geração
Saída
Consumo
Acumulação
No + no = Do + no + no
sistema sistema sistema sistema sistema
Assim, a resolução de qualquer problema de estado não estacionário implicará:
- análise dos dados do problema, de forma a estabelecer as variáveis independentes e
dependentes bem como os limites de variação
-estabelecimento das equações diferenciais que representam o comportamento do sistema;
resolução da equação ou sistema de equações diferenciais por métodos analíticos, numéricos
ou gráficos, de forma a obter a solução do problema.
Esta última etapa pode revelar-se bastante difícil, particularmente quando há necessidade de
resolver sistemas de equações diferenciais. Por isso, de um ponto de vista pedagógico, o
estado não estacionário é sempre apresentado para "casos" muito simples, longe da
3
dimensão de um processo real.
5.1 - Processos em regime transiente
Apresentam-se agora alguns exemplos de estabelecimento de balanços de massa e energia
para diversas situações típicas do regime transiente e que são frequentemente encontradas na
indústria química.
5.1.1 - Tanque
i) Enchimento de um tanque
Considere-se o caso extremamente simples do enchimento de um tanque de armazenamento
que se encontra inicialmente vazio. Admitindo que durante o enchimento do tanque não há
qualquer descarga de fluido, o processo pode ser descrito da forma seguinte:
Equação de conservação: Entrada = Acumulação
Condições iniciais: θ = 0; V0 = 0; M0 = 0
Balanço em volume: ∫∫∫∫θθθθ
====θθθθ−−−−====θθθθ
θθθθ====
0 Ovv VVdQou
ddV
Q (5.1)
onde Qv é o caudal volumétrico de alimentação (constante ou variável no tempo) e V é o
volume de líquido contido, em cada instante, no tanque.
O balanço de massa estabelece-se de forma semelhante:
∫∫∫∫θθθθ
====θθθθ−−−−====θθθθ
θθθθ====
0 Omm MMdQou
ddM
Q (5.2)
É obvio que esta situação não pode prolongar-se para além do instante θfinal, correspondente
a um volume armazenado igual à capacidade do tanque.
A descrição matemática da descarga de um tanque é análoga à da situação de
enchimento, excepto que agora existe um caudal de descarga (saída do tanque) em vez de
alimentação.
Exemplo 5.1
Um tanque cilíndrico, com 0,2 m2 de área de base e 0,5 m de altura encontra-se cheio com
líquido. Num dado instante inicia-se a descarga deste líquido a um caudal de 0,02 h m3/min,
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onde h (m) é a altura de líquido no tanque. Determinar o tempo necessário à descarga do
tanque.
RESOLUÇÃO
Condições iniciais: θ = 0; h0 = 0,5 m
Balanço em volume: θθθθ
++++====θθθθ
++++====ddh
houddV
Q v 2,0 02,00 0
Separando variáveis, e integrando entre as condições iniciais e finais, obtém-se:
5,0ln 1,0 1,0 f
f
h
h
hou
hdh
dO O
====θθθθ−−−−====θθθθ−−−− ∫∫∫∫ ∫∫∫∫θθθθ
θθθθ
O cálculo do tempo de descarga conduz a uma indeterminação para hfinal = 0 (tanque vazio),
pelo que é necessário utilizar uma aproximação no valor do nível para o qual se admite que o
tanque está “vazio”. Assim, por exemplo, se admitirmos que hfinal (m) = (0 + 0,01) o
tempo de esvaziamento será de ≈ 39,1 minutos. No entanto, se considerarmos que o tanque
apenas poderá ser considerado “vazio” com uma menor aproximação, por exemplo hfinal (m)
= (0 + 0,001), o tempo de esvaziamente já será consideravelmente superior: 62,1 minutos.
ii) Tanque com alimentação e descarga simultâneas
Considerando o caso simples de alimentação e descarga de um tanque contendo um líquido
puro,
o comportamento do sistema ao longo do tempo de operação, é descrito por:
Equação de conservação: Entrada = Saída + Acumulação
e os balanços de volume e de massa tomam a forma:
Balanço de volume: θθθθ
++++θθθθ====θθθθddV
RR vv )()( 21 (5.3)
Balanlço de massa: θθθθ
++++θθθθ====θθθθddM
RR mm )()( 21 (5.4)
Para que se trate de uma situação de estado não-estacionário é necessário que R1 ( ) R2 ( ):
TANQUE R1 (θ) R2 (θ)
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* Se R1v (θ) > R2v (θ), a acumulação é positiva já que o nível de líquido dentro do tanque vai
subindo ao longo do tempo. A duração máxima desta operação é determinada pela
capacidade do tanque.
* Se R1v (θ) < R2v (θ), verifica-se uma diminuição do nível de líquido dentro do tanque, pelo
que a acumulação é negativa (deplecção). Neste caso, admitindo que os pontos de carga e
descarga do tanque não influenciam a condução da operação, o sistema evolui para uma
situação de estado estacionário que será atingida quando, por força das circunstâncias, R2v se
tornar igual a R1v.
As equações anteriores são também suficientes para descreverem o enchimento e descarga
de um tanque com uma mistura multicomponente, desde que não se verifique alteração da
composição do líquido. No entanto, se esta condição não se verificar, o modelo físico-
matemático do tanque terá também de incluir balanços de massa aos constituintes.
Para exemplificar o estabelecimento das equações do modelo desta situação processual,
vamos então admitir que, a montante do tanque, houve uma modificação súbita no processo,
pelo que a alimentação do tanque tem uma composição quantitativa diferente da do líquido
nele inicialmente contido. Pretende-se conhecer a evolução no tempo, da concentração do
líquido dentro do tanque.
Equação de conservação : Entrada = Saída + Acumulação
Condições iniciais: θ = 0 ; V0 , ; M0 ; x = x0
Balanço de volume: θθθθ
++++θθθθ====θθθθddV
RR vv )()( 21 (5.5)
Em termos de volume, as hipóteses possíveis são tal como indicado anteriormente:
Acumulação: R1v(θ ) > R2v (θ );
Deplecção: R1v(θ ) < R2v(θ );
Estado estacionário: R1v(θ ) = R2v(θ ) = Rv(θ ).
Considerando esta última hipótese temos pois um sistema estacionário do ponto de vista
do volume contido no tanque (V = V0). Porém, se as densidades da alimentação (ρ1) e do
efluente do tanque (ρ2) forem substancialmente diferentes, a massa contida no tanque varia no
tempo.
TANQUE R1 (θ)
X1
R2 (θ)
X2
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Balanlço de massa: θθθθ
++++θθθθ====θθθθddM
RR mm )()( 21 (5.6)
ou
θθθθρρρρ++++ρρρρθθθθ====ρρρρθθθθd
VdRR vv
)( )( )( 21 (5.7)
Admitindo agitação e mistura perfeita dentro do tanque, é aceitável considerar que em
cada instante ρ = ρ2, pelo que a equação anterior pode ainda ser escrita como:
θθθθρρρρ====ρρρρ−−−−ρρρρθθθθ
dd
VR v )( )( 1 (5.8)
ou na forma integrada
∫∫∫∫ ∫∫∫∫θθθθ
θθθθ
ρρρρ
ρρρρ ρρρρ−−−−ρρρρρρρρ====θθθθ
θθθθO O
dd
VR v
1
)( (5.9)
onde a densidade, ρ , depende da composição do líquido no tanque e, c onsequentemente,
do tempo.
Devido à variação de composição do sistema é indispensável acrescentar aos balanços já
estabelecidos as equações respeitantes a N - 1 constituintes. Assim:
Balanço de massa a um componente:
(((( )))) (((( )))) (((( ))))θθθθ
++++θθθθ====θθθθdMxd
xRxR mm 2211 (5.10)
Tal como anteriormente, existindo mistura perfeita do conteúdo do tanque é razoável
considerar que x2 = x, pelo que:
(((( ))))(((( )))) (((( ))))θθθθ
ρρρρ====ρρρρ−−−−ρρρρθθθθd
xdVxxR v 11 (5.11)
ou (((( )))) (((( ))))
∫∫∫∫∫∫∫∫ρρρρ
ρρρρ
θθθθ
θθθθ ρρρρ−−−−ρρρρρρρρ====θθθθ
θθθθ x
x
v
OOO xxxd
dV
R
11
(5.12)
sendo θ - a variável independente e ρ, x – as variáveis dependentes
A existência de duas variáveis dependentes obriga à resolução conjunta dos 2 balanços de
massa estabelecidos (Eqs. 5.9 e 5.12), para se poder conhecer de forma completa a evolução
da composição do sistema, em função do tempo.
Exemplo 5.2 (Adaptado de [7])
Pretende-se diluir uma solução salina, contendo 3g de NaCl, por litro de solução,
armazenada num tanque de 200 litros de capacidade, pela adição de uma salmoura
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contendo 1g/ L. Admite-se que o caudal de alimentação do tanque (40 L/minuto) é idêntico
ao caudal de descarga da salmoura diluída.
Ao fim de quanto tempo se atingirá no tanque a concentração de 1,01 g/ L?
RESOLUÇÃO
Condições iniciais: θ = 0; V0 = 200 L; x0 = 3 g/L
Balanço em volume (((( )))) (((( ))))θθθθ
++++====ddV
QQ SvEv
Dado que (QV)E = (QV)S = 40 L/min, podemos concluir que:
0====θθθθd
dV e V = V0 = 200 L
Balanço de massa ao NaCl: (((( )))) (((( )))) (((( ))))θθθθ
++++====dVxd
QxQx SvSEvE
Admitindo o tanque perfeitamente agitado xS = x, pelo que a equação anterior vem:
θθθθ++++====
ddx
x 200 4040
Separando variáveis e aplicando os limites de integração obtemos então:
(((( ))))∫∫∫∫∫∫∫∫ −−−−====θθθθ
θθθθ
θθθθ
01,1
3 1 40
200
1
xdx
dO
pelo que θ = 26,5 min.
ii) Aquecimento de um fluido contido num tanque
Para exemplificar esta situação, vamos considerar o aquecimento, desde 25 a 100 ºC, de um
líquido puro contido num tanque de capacidade útil, V. Pretende-se determinar o tempo de
aquecimento necessário a esta operação.
Condições iniciais: θ = 0; t0 =25 ºC; V0 (constante); M0 (constante)
Dados indispensáveis:
* QF (ou qualquer tipo de informação que o permita calcular);
* Capacidade calorífica do fluido (eventualmente em função da temperatura)
TANQUE
QF
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Nesta situação o balanço de massa e de volume não produzem informação relevante, já que
o tanque é descontínuo.
Balanço de energia:
Referência: 25 ºC ; estado de agregação: líquido
[[[[ ]]]]θθθθ
∆∆∆∆====d
HdQ nocontidolíquido
F tanque
(5.13)
ou (((( ))))[[[[ ]]]]
θθθθ−−−−
====d
tpCMdQ
Ct
F
25 º25,
(5.14)
em que QF é a taxa de aquecimento do tanque (calor fornecido por unidade de tempo).
Se admitirmos constante a capacidade calorífica do líquido obtemos uma equação simples:
θθθθ====
ddt
pCMQF (5.15)
cuja integração e resolução permite responder à questão inicialmente colocada:
∫∫∫∫ ∫∫∫∫θθθθ
θθθθ
====
========θθθθ
O
Ct
Ct
F dtdpCM
Q º100
º25 (5.16)
Quando a variação da capacidade calorífica com a temperatura é conhecida, a separação
de variáveis terá de respeitar essa dependência, embora tal facto não acrescente
habitualmente dificuldades de cálculo. Neste caso a equação integrada terá a forma:
∫∫∫∫ ∫∫∫∫θθθθ
θθθθ
====
========θθθθ
O
Ct
Ct
F dtpCdMQ º100
º25
(5.17)
Exemplo 5.3 (Adaptado de [7])
Um tanque fechado cilíndrico, com 2 m de diâmetro e 4 m de altura útil, contém 23 toneladas
de ácido sulfúrico a 20 ºC. Pretende-se aquecer o ácido até 60 ºC utilizando vapor saturado a
127 ºC, circulando numa camisa de aquecimento de paredes concêntricas com o tanque.
Calcular o tempo necessário para, nestas condições, se atingir a temperatura pretendida,
admitindo que o conteúdo do tanque é perfeitamente agitado.
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Dados:
* Coeficiente global de transferência de calor: 41,8 kJ/(m2 min ºC);
* Capacidade calorífica média do ácido: 1,48 kJ/(kg, K)
* O topo e a base do tanque encontram-se perfeitamente isolados.
RESOLUÇÃO
- Condições iniciais: θ = 0; t0 =20 ºC; M0 = 23000 kg
- Estado de referência: 20 ºC; H2SO4 líquido
Dado que não existem perdas caloríficas, o balanço de energia escreve-se como:
[[[[ ]]]] (((( ))))[[[[ ]]]]θθθθ
====θθθθ
−−−−====θθθθ
∆∆∆∆====ddt
dtpCd
dHd
Q quenocontidolíquidoF 34040
20 23000 tan
O valor da taxa de aquecimento, QF, pode ser calculado recorrendo à equação de transferência de calor:
QF = Alat. U (tvap. - tácido) = (π D h) (U) (127 - t) pelo que substituindo os valores de D, h e U vem:
QF = 334,4 π (127 - t) kJ/min
Assim o balanço de energia, após separação das variáveis, pode ser escrito como:
∫∫∫∫ ∫∫∫∫θθθθ
−−−−====θθθθ
ππππ0
º60
º20 127
34040
4,334 C
C tdt
d
Sendo a solução θ ≈ 15,2 min
As situações descritas (operações com líquidos puros ou misturas binárias) são extremamente
simples pelo que a integração das equações não oferece qualquer dificuldade. No entanto, na
grande maioria das situações com interesse industrial, os líquidos a processar são misturas
multicomponentes, pelo que mesmo a modelização de situações simples como a carga e
descarga de um tanque ou o aquecimento do seu conteúdo pode oferecer, sob o ponto de vista
de tratamento matemático, um grau de complexidade que não permite a solução analítica das
equalões estabelecidas.
5.1.2 - Reactores
Como é sabido a velocidade de uma dada reacção pode ser influenciada pela temperatura,
pressão, concentração das espécies reagentes e ainda pela presença de catalisadores
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adequados. No caso geral podemos escrever a equação da velocidade de uma reacção como
uma função da concentração de todos os reagentes e produtos
(-rA) = f ([A], [B], [C], ...)
em que (- rA) é a velocidade de consumo de A.
Considerando uma situação mais simples em que a velocidade da reacção dependa apenas,
por exemplo, de 3 espécies presentes (A, B e C), a equação anterior toma a forma:
(-rA) = k [A]a [B]b [C]c
onde a, b, c, .... são parâmetros que indicam a ordem da reacção em relação a cada uma das
espécies (ordem parcial) e k é a constante de velocidade da reacção. Neste caso diremos que a
reacção é de ordem global a+b+c.
Dado que habitualmente as concentrações usadas na equação de velocidade são expressas em
massa (ou moles) / volume, a equação pode também ser escrita como:
(-rA) = k (NA/V)a (NB/V)b (NC/V)c
onde V é o volume da mistura reaccional. No caso de reacções elementares, isto é, reacções
que se dão num só passo, os expoentes das concentrações coincidem com os coeficientes de
estequiometria da equação da reacção. Como casos mais frequentes destas reacções
encontramos:
* Reacções de dissociação (unimoleculares)
A → p P + q Q + ….
A → p P
em que as reacções são de 1ª ordem em relação a A, pelo que (- rA) = k [A].
* Reacções bi-moleculares:
Neste caso podemos encontrar uma reacção de 1ª ordem em relação a cada um dos
reagentes e de 2ª ordem global:
A + B → p P + q Q + ... (- rA) = k [A] [B]. ou uma reacção de 2ª ordem em relação a A
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2 A → p P + q Q + ... (- rA) = k [A]2
* Reacções reversíveis
(-rA) = k1 [A] - k2 [B]
As reacções que incluem três reagentes raramente podem ser consideradas elementares,
pois a probabilidade da reacção se dar num só passo é muito baixa. No entanto, sendo
elementares, seguem a lei cinética habitual.
i) Reactor descontínuo
Os reactores descontínuos funcionam por ciclos constituidos por três fases: carga, ou
alimentação de uma determinada massa reagente, antes do início da reacção; operação,
período durante o qual não há alimentação nem descarga do reactor, mas apenas conversão
dos reagentes e formação dos produtos; descarga ou esvaziamento do reactor, após o tempo
de reacção considerado necessário para se atingir o rendimento desejado. Durante o período
de operação/ reacção os balanço de volume e de massa global não têm qualquer interesse,
dado que:
- a massa contida no reactor não varia: M é constante e dM/dθ = 0;
- desprezando eventuais variações de volume devidas à reacção, V é constante e dV/dθ = 0
Assim, num reactor descontínuo apenas os balanços de massa aos constituintes são
informativos. Tomando, como exemplo, a reacção elementar:
α A + β B → p P + q Q
o balanço de massa ao reagente A vem:
(((( ))))θθθθ
++++−−−−====d
dNVr A
A 0 (5.18)
Nesta equação, (-rA) é, como habitualmente, a velocidade de consumo de A (massa ou
moles/unidade de tempo e de volume); NA, é a massa ou número de moles de A existentes,
em cada instante, no reactor e V é o volume da mistura reaccional.
Dado que o volume é constante, a Eq. 5.18 pode igualmente ser escrita como:
θθθθ++++==== ββββαααα
ddC
CCk ABA 0 (5.19)
Balanço de energia ao reactor:
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Escolhendo como referência o estado padrão da termoquímica, o balanço de energia virá:
[[[[ ]]]]θθθθ
∆∆∆∆++++====d
HdQQ reaccionalmisturaO
reacçãoF
(5.20)
onde QF é o calor fornecido, por unidade de tempo. A entalpia padrão da reacção é, neste caso:
(((( )))) O
RBAORA
Oreacção HVVNVNkHVrQ ∆∆∆∆====∆∆∆∆−−−−==== ββββαααα ))/( )/( ( (5.21)
sendo (- rA) V, o número de moles de A que reagem/unidade de tempo.
Durante a reacção verificam-se alterações da composição da mistura reaccional pelo que é
necessário quantificar a variação, no tempo, do número de moles dos reagentes e dos
produtos da reacção (Ni). Esta variação da composição do meio dá lugar a contribuições
entálpicas (de solução ou mistura) variáveis no tempo.
Assim, no caso mais geral, o termo de acumulação é escrito como:
[[[[ ]]]] (((( ))))
θθθθ
++++−−−−====
θθθθ∆∆∆∆ ∑∑∑∑
d
NtpCMd
dHd i
misturaOisoluçãosolução
reaccionalmistura
25 (5.22)
sendo Ni o número de moles do constituinte i na mistura reaccional, no instante θ.
Por último, dado que a constante de velocidade é uma função da temperatura (lei de
Arrhenius), é frequentemente necessário tornar explícita esta dependência:
RTEeAk /* −−−−==== (5.23)
onde E* é a energia de activação e A o factor de frequência. A forma exponencial desta
equação vem complicar a resolução do modelo matemático dos reactores por métodos
analíticos, pelo que em cálculos prévios se despreza frequentemente a variação da constante
de velocidade, com a temperatura. Dispondo de meios de cálculo adequados esta
simplificação deixa de ser aceitável.
Exemplo 5.4
Num reactor descontínuo carregado com um composto A puro e aquecido a uma taxa
QF (kcal/h), processa-se a reacção:
A →→→→ B + C A mol/kcal 0,2H 0R ++++====∆∆∆∆
de 1ª ordem em relação a A, sendo a constante de velocidade k (h-1).
a) Sabendo que ao fim de 1 hora de operação a massa de A é de 480g e ao fim
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de 3 h é de 120g, determinar a massa de A carregada no reactor [7].
b) Admitindo que a reacção é realizada a temperatura constante, calcular a taxa
de aquecimento do reactor, em função do tempo.
Dados:
* entalpia de mistura B/C, 0mM∆∆∆∆ (kcal/mol B), é uma função da razão molar
B
C
N
N
* )K,kg/(kcal 7,0pC reaccional mistura ====
RESOLUÇÃO a) Reacção de 1ª ordem em relação a A: (-rA) = k A * Balanço ao constituinte A:
(((( ))))θθθθ
++++====θθθθ
++++−−−−====d
dNNkou
ddN
Vr AA
AA 0 0 (eq I)
ou ainda na forma já integrada:
NA = NA0 exp(-k θθθθ) (eq. II)
onde NA ó o número de moles de A existentes em cada instante no reactor. Multiplicando
ambos os termos da eq. I pela massa molar de A obtemos:
θθθθ++++====
ddM
Mk AA 0
Finalmente, por separação de variáveis e integração entre os limites de variação
[[[[ ]]]]∫∫∫∫∫∫∫∫ ========θθθθ−−−−120
480
120480
3
1ln A
A
A MM
dMdk
calcula-se o valor da constante da lei cinética: k = ln 2 h-1
O cálculo da massa da carga inicial, MA,0 , é realizado pela equação anterior, por simples
mudança de um dos limites de integração:
[[[[ ]]]]∫∫∫∫ ========θθθθ−−−−0
1 480 960 ln )2(ln gMquepeloMd AoM
AAo
b) Balanço de energia ao sistema:
Estado de referência: 25 ºC; A, B, C, líquidos puros
(((( ))))[[[[ ]]]]
θθθθ∆∆∆∆++++−−−−++++∆∆∆∆====
dHNtpCMd
HkNQOmBO
RAF 25
)(
14
m
onde M = MA0 (0,960 kg), Cp = 0,7 kcal/(kg,K), t é constante (reactor isotérmico) e k
tem o valor anteriormente calculado (ln 2). Dado que a estequiometria da reacção é de 1:1 a
razão (NC / NB) é igual a 1, pelo que também a entalpia de mistura, 0mH∆∆∆∆ , apresenta um
valor bem determinado (por leitura num gráfico ou tabela apropriada). Após diferenciação do
termo da acumulação, o balanço de energia toma a forma:
θθθθ∆∆∆∆++++∆∆∆∆====
ddN
HHkNQ BOm
ORAF
Como o número de moles de A que reagem é igual ao número de moles de B formados:
ABAB kN
ddN
ddN
ddN ====
θθθθ⇒⇒⇒⇒
θθθθ−−−−====
θθθθ
Obtém-se finalmente a resposta à alínea b):
(((( )))) (((( )))) )exp( θθθθ−−−−∆∆∆∆++++∆∆∆∆====∆∆∆∆++++∆∆∆∆==== kHHNkHHNkQ O
mORAo
Om
ORAF
Exemplo 5.5
Um reactor descontínuo é carregado com 300 L (200 moles) de uma mistura de composição
molar: 18% de A e 82% de um solvente não reactivo. A 60 ºC inicia-se a reacção de
polimerização:
2 A → B A mol/kJ 3H OR −−−−====∆∆∆∆
de 2ª ordem em relação a A. Após 700 s de reacção, verifica-se que a concentração de A é
já de 0,05 mol/L. Sabendo que o reactor opera em modo adiabático, determinar:
a) O valor da constante da velocidade de reacção (considerando, como aproximação,
que é independente da temperatura), expresso em L mol-1 min-1.
b) Estabelecer a equação diferencial que permite calcular a temperatura da mistura
reaccional durante a reacção.
Dados:
* Capacidade calorífica média da mistura reaccional: 80 J/(mol, K)
* Considere desprezáveis as entalpias de mistura
RESOLUÇÃO
- Velocidade da reacção: (((( )))) (((( ))))2
2
====−−−−====−−−−V
NkroukCr A
AAA com k (L mole-1 min-1)
- Condições iniciais: θ = 0 ; V = 300 L ; 0AN = 164 mol ; 0
AC = 0,12 mol/L
- Condições finais: θ = (700 / 60) min ; CA = 0,05 mol/L ; NA = 15 mol
15
a) Balanço ao constituinte A:
(((( ))))θθθθ
++++====θθθθ
++++−−−−====d
dNV
Nkou
ddN
Vr AAAA
2
0 0 (eq. I)
onde NA é o número de moles de A existentes em cada instante na mistura reaccional. Por
separação de variáveis e integração, o balanço ao constituinte A toma a forma
36
11
300−−−−====
θθθθAN
k (eq. II)
Para NA = 15 mol/L e θ = 700 / 60 min obtém-se então k ≈≈≈≈ 1 L mol-1 min-1.
b) Balanço de energia ao sistema:
Referência: 25 ºC; A, B e S – estado líquido, compostos puros
(((( ))))[[[[ ]]]]θθθθ
−−−−++++∆∆∆∆
====d
tpCNdHN
Vk O
RA
25 0 2
onde o número de moles em solução, N = NA + NB + NS.
Derivando o termo da acumulação em ordem ao tempo e substituindo o valor dos parâmetros
conhecidos, o balanço entálpico pode também ser escrito como:
(((( ))))
θθθθ++++−−−−
θθθθ++++−−−−====
ddt
NtddN
NA 8025 80 100 2 (eq. III)
NB - número de moles de B formados na reacção (e acumulados no meio reaccional)
corresponde a metade do número de moles de A que já reagiram (estequiometria):
(((( ))))A0ABformado NN2/1N −−−−====
pelo que:
N = 0,5 NA + 182 (eq. IV)
θθθθ====
θθθθ ddN
ddN A 5,0
Ou por recurso à eq. 1 300
5,02AN
ddN −−−−====
θθθθ (eq. V)
Substituindo as eqs (II, IV e V) no balanço de energia (eq. III) obtém-se a equação diferencial
que após integração permitiria descrever a variação da temperatura da mistura reaccional ao
longo do tempo de reacção, tendo como condição inicial: θ = 0; t0 = 60 ºC.
ii) Reactor semi-contínuo
Na modelização do reactor semi-contínuo admite-se a existência de uma alimentação
16
contínua ao longo do tempo de operação, sendo a descarga realizada apenas no final da
operação.
α A + β B → p P + q Q Para este reactor, qualquer dos seguintes balanços é informativo:
- em volume, visto haver acumulação (ou subida de nível) no reactor
(((( )))) (((( ))))∫∫∫∫θθθθ
θθθθθθθθθθθθ++++====
θθθθ====θθθθ
OdRVVou
ddV
R vOv 11 (5.24)
- em massa (global)
(((( )))) (((( ))))∫∫∫∫θθθθ
θθθθθθθθθθθθ++++====
θθθθ====θθθθ
OdRMou
ddM
R mOm M 11 (5.25)
- de massa aos constituintes (normalmente aos reagentes). Estes poderão estar contidos
no reactor desde o início da reacção, como por exemplo o reagente B, sendo neste caso:
(((( ))))θθθθ
++++−−−−====d
dNVr B
A0 (5.26)
ou ser alimentados ao reactor durante a operação tal como, por exemplo, o reagente A:
(((( )))) (((( ))))θθθθ
++++−−−−====θθθθd
dNVrCR A
AAv 11 (5.27)
A resolução desta equação requer a substituição de V = V(θ) (obtido a partir do balanço
em volume), pois nos reactores semi-contínuos o volume da mistura é uma variável
dependente do tempo. Por outro lado, caso a lei cinética inclua a composição de A e de B (2ª
ordem global e 1ª ordem em relação a cada um dos reagentes), NB tem de ser relacionado
com NA, em cada instante, para se obter cada um dos balanços de massa diferenciais com
apenas duas variáveis (NA ou NB e θ).
- Balanço de energia:
Referência: estado padrão da termoquímica
(((( )))) (((( ))))(((( ))))
θθθθ
∆∆∆∆++++−−−−++++∆∆∆∆−−−−====++++−−−−θθθθ
∑∑∑∑
d
HNtpCMd
HVrQtpCR i
Oii
ORAFm
mistura25
25 )(1 (5.28)
A resolução deste balanço para o reactor semi-contínuo apresenta quase sempre um grau de
dificuldade elevado. Para alé da definição dos limites de integração, requer também a
substituição das seguintes variáveis:
17
- V = V(θ), obtido a partir da integração do balanço em volume, quando se trata de reacções
que decorrem numa só fase (homogéneas);
- M = M (θ), obtida a partir do balanço de massa global
- Ni = Ni (θ), calculado por resolução dos N-1 balanços aos constituintes
- Capacidades caloríficas da alimentação e da mistura reaccional (frequentemente em função
da composição e da temperatura)
- Entalpias de solução e/ou mistura, em função da composição do meio (requerendo
disponibilidade de dados em gráficos ou tabelas).
- QF = constante, função da temperatura ou do tempo
- k (constante cinética) = A exp (- E*/RT)
Exemplo 5.6
Um reactor semi-contínuo, dotado de arrefecimento, contém num dado instante 240 moles
do composto A, à temperatura de 20 ºC. A partir de um dado instante alimenta-se um caudal
constante de B puro (Rm= 20 mol/h), a 50 ºC. A e B reagem segundo a reacção de 1ª ordem
em relação a B.
A + B → C mol/kcal 20H 0R −−−−====∆∆∆∆
Dados:
* Massas molares: A = 100 ; B = 50
* Densidade: B (ρ1 = 1) ; A (ρA = 1,2)
* Considere constantes as capacidades caloríficas da alimentação e da mistura reaccional
(CpB, Cpm) e iguais a 1 kcal/(kg,K)
* Considere desprezáveis as entalpias de mistura
* Considere conhecidos:
- a constante de velocidade da reacção: k (h-1)
- o calor retirado no reactor: QT (kcal/h)
Estabelecer as equações diferenciais que permitem avaliar a evolução da massa de A e da
temperatura do sistema, ao longo do tempo de operação.
RESOLUÇÃO
* Lei cinética (((( ))))V
NkkCr B
BB ========−−−−
* Alimentação
Caudal mássico Rm = R × MMB = 1 kg/h
Caudal volumétrico RV = Rm / ρ1 = 1 L/h
18
* Condições iniciais no reactor
θ = 0 ; NA0 = 240 lmol ; MA0 = NA0 × MMA = 24 kg ; V0 = MA0 / ρA = 20 L
* Balanço em volume:
(((( ))))L 20 θθθθ++++====θθθθ
==== VouddV
R V
* Balanço de massa
(((( ))))kgVouddM
Rm 24 θθθθ++++====θθθθ
====
* Balanço ao constitinte A:
(((( )))) (((( )))) (((( ))))II eq. 0 I eq. 0θθθθ
++++
====θθθθ
++++−−−−====d
dNV
VN
koud
dNVr ABA
A
Dado que no balanço anterior figuram NA e NB é necessário relacionar estas quantidades
através dos balanços aos dois constituintes, tendo em atenção que devido à estequiometria
da reacção a velocidade de consumo de A é idêntica à de B: (-rA) = (-rB). * Balanço ao constituinte B:
(((( )))) (((( ))))θθθθ
++++
====θθθθ
++++−−−−====d
dNV
Nkou
ddN
Vr BBBB 20 III eq. 20
Substituindo na eq. III o termo da velocidade da reacção proveniente da eq. I, obtém-se:
∫∫∫∫∫∫∫∫∫∫∫∫ ====++++θθθθθθθθ
====θθθθ
++++θθθθ BA
AO
N
B
N
NA
BA dNdNdoud
dNd
dN00
20 20
estabelecendo-se assim, após integração, a relação procurada ente NB e NA :
NB = NA - 240 + 20 θ
Substituindo agora NB no balanço do constituinte A (eq.II):
(((( ))))θθθθ−−−−====++++θθθθ
20240 kNkd
dNA
A
obtém-se uma equação diferencial ordinária cuja solução é:
(((( ))))
++++θθθθ−−−−∫∫∫∫∫∫∫∫==== ∫∫∫∫
θθθθθθθθ−−−−120240 KkeeN
kdkdA
ou (((( )))) (((( ))))k
KcomkKkk
NA20
exp1 20
240 11 −−−−====θθθθ−−−−××××++++−−−−θθθθ−−−−====
19
* Balanço de energia: Referência: estado padrão da Termoquímica.
(((( ))))(((( ))))θθθθ
−−−−++++++++====∆∆∆∆d
tpCMdQQH m
TRentaçãoa250
lim
Cada um dos termos deste balanço pode ser explicitado em função da temperatura, t, e θ
do seguinte modo
∆H alimentação = Rm CpB (50 - 25) = 0,025 kcal/h
(((( )))) (((( )))) (((( ))))[[[[ ]]]] hkcalkNkHVV
NkQ AR
BR / exp1 40020 20240 00 θθθθ−−−−++++−−−−====−−−−θθθθ++++−−−−====∆∆∆∆
====
(((( )))) (((( ))))[[[[ ]]]] (((( )))) (((( )))) hkcal
ddt
td
tdpCAcumulação m ( 2425
25 24
θθθθθθθθ++++++++−−−−====
θθθθ−−−−θθθθ++++====
A substituição das diversas parcelas no balanço de energia produz então a equação que traduz
a variação no tempo da temperatura do sistema.
5.1.3 - Destiladores descontínuos
Durante a destilação descontínua de uma mistura multicomponente, constituida por espécies
de diferentes volatilidades, o vapor libertado tem uma composição diferente da do líquido,
desde que não se trate de azeótropos. Tanto a composição do líquido como a do vapor
evoluem no tempo, libertando-se em primeiro lugar as substâncias mais voláteis. O líquido
enriquece progressivamente nos constituintes menos voláteis, o que tem reflexos na
temperatura de ebulição da mistura (a pressão constante) e na composição do vapor.
Os destiladores descontínuos funcionam por cargas, alimentando-se a massa total a
separar antes de se iniciar o aquecimento e consequentemente a destilação.
O tratamento matemático dos destiladores descontínuos é caracterizado pela ausência de
balanços em volume, sem qualquer significado quando temos fases líquidas e vapor em
Vapor
QF
20
presença. Assim, a modelização destas unidades pode ser feita através de N balanços
mássicos (1 balanço global e N-1 aos constituintes), tendo como condições iniciais: θ = 0, L =
L0 ; t = t0.
Balanço de massa global (em moles)
θθθθ−−−−====
θθθθ++++====
ddL
VddL
V0 (5.29)
onde V é o caudal molar de vapor (moles por unidade de tempo) e L a quantidade de
líquido existente na caldeira (moles).
Balanço de massa a um constituinte
θθθθ++++
θθθθ++++====
θθθθ++++====
ddx
LddL
xVydLxd
Vy)(
0 (5.30)
sendo y e x as fracções molares do constituinte, respectivamente no vapor e no líquido.
Analisando o número de variáveis encontramos: V, y, x, L além de θ, como variáveis
independentes. A combinação do balanço de massa global com o balanço ao constituinte vai
permitir a eliminação simultânea de V e de θ:
0 = -dL y + dl x + L dx
Ou rearrajando: dL (y – x) = L dx
A separação de variáveis e a aplicação dos limites de integração conduz à obtenção da
equação de Rayleigh
∫∫∫∫∫∫∫∫ −−−−====
x
x
L
L xydx
LdL
00
(5.31)
em que a variável independente passa a ser x ou L.
Para todos os constituintes para os quais se verifica equilíbrio líquido-vapor, e admitindo-se
o sistema como ideal, pode estabelecer-se a relação termodinâmica: y P = x Pv(T) o que permite a resolução da equação de Rayleigh, por eliminação de y. Exemplo 5.7
Um destilador descontínuo contém num determinado instante uma mistura binária de
acetonitrilo (1) (10% molar) e acetona (2) que vai ser destilada até que o teor de acetonitrilo
21
no líquido da caldeira seja de 50% (molar).
Calcular a fracção da carga inicial ainda existente no final da destilação, admitindo que nas
condições operatórias utilizadas se verifica para a acetona a seguinte relação:
2
22
4,11
4,2
xx
y++++
====
RESOLUÇÃO:
θ = 0 ; x1 = 10% ; x2 = 90% (molar)
θ = θfinal ; x1 = 50% ; x2 = 50% (molar)
A aplicação da equação de Rayleigh à acetona (2) produz:
50,0
90,0
4,20
5,0
9,0 )1(ln
4,1
1ln
4,11
4,20
−−−−====
−−−−++++
==== ∫∫∫∫∫∫∫∫ xx
LL
oux
xxdx
LdLL
L
o que permite calcular o valor da fracção de carga inicial ainda existente no destilador:
042,00
====LL
A modelização dos destiladores descontínuos pode ser igualmente realizada substituindo o
balanço de massa global pelo balanço de massa a um segundo constituinte presente na
mistura.
Constituinte A: (((( ))))
θθθθ++++====
dLxd
Vy AA0
Constituinte B: (((( ))))
θθθθ++++====
dLxd
Vy BB0
Dividindo as equações membro a membro e eliminando V e dθ vem:
(((( ))))(((( ))))B
A
B
A
LxdLxd
yy ====
Por outro lado, substituindo a razão das fracções molares no vapor pelo quociente das
expressões de equilíbrio de misturas ideais e multiplicando por L (massa molar de líquido
existente em cada instante no destilador), obtém-se :
B
A
B
A
B
A
B
A
BB
AA
B
A
PvPv
LxLx
PvPv
xx
PPvxPPvx
yy ××××====××××======== (5.32)
Combinando as duas últimas equações pode-se então escrever a equação diferencial do
modelo do destilador:
22
(((( ))))(((( ))))
(((( ))))(((( ))))B
A
BB
AA
LxdLxd
PvLxPvLx
==== (5.33)
ou a equação integrada:
(((( )))) (((( ))))
∫∫∫∫∫∫∫∫ ====ααααA
A
B
B
Lx
Lx A
AAB
Lx
Lx B
B
LxLxd
LxLxd
00
(5.34)
se se admitir que a volatilidade relativa de A em relação a B, αAB, é constante na gama de
temperaturas em que se opera.
Este modo de descrever a destilação, tal como o anterior, representa adequadamente a
evolução da massa líquida em função da composição do sistema, embora exclua
completamente a variável tempo. Assim, o caudal de vapor só pode ser definido
quantitativamente se forem fornecidas correlações extrínsecas ao modelo, do tipo V =
V(θ), L = L(θ) ou ainda QFornecido= QF(θ).
Exemplo 5.8
Sabendo que na gama 42 a 54 ºC a volatilidade relativa "acetona (2) / acetonitrilo (1)" é de
2,4 resolva de novo a questão do exemplo anterior, utilizando agora os balanços de massa aos
dois constituintes.
RESOLUÇÃO
Por resolução da Eq. 5.34, obtém-se
(((( ))))[[[[ ]]]] (((( ))))[[[[ ]]]] 0
0
0
0
5,09,02
5,01,01 lnln4,2 L
LLL LxLx ====
sendo a fracção não destilada igual a
042,05,0
1,0
9,0
5,04,1
14,2
0
====
====LL
O Balanço de energia aos destiladores pode ser estabelecido considerando três termos: a taxa
de aquecimento, QF; a entalpia da corrente de saída (vapor); e o termo de acumulação.
Admitindo como referência um estado caracterizado por uma temperatura de referência, tref.,
e constituintes da mistura no estado líquido, o balanço entálpico escreve-se da forma seguinte:
(((( )))) (((( ))))(((( ))))refsolução
i i
refvaporii
tiiF ttpCL
dd
ttpCyHvyVQ ref −−−−θθθθ
++++
−−−−++++∆∆∆∆==== ∑∑∑∑ ∑∑∑∑ (5.35)
desde que se admita que a temperatura do vapor libertado é, em cada instante, igual à do
23
líquido da caldeira. O tempo aparece novamente como variável independente, pelo que é
necessário tornar explícita a dependência de V e L com aquela variável.
A dependência das capacidades caloríficas médias dos gases com a temperatura, apresenta-se
como uma complicação adicional. Como primeira aproximação, recorre-se habitualmente a
polinómios do 1º. grau:
(((( ))))refttb
apC ++++++++====2
ou utilizam-se valores constantes das capacidades caloríficas médias Este último
método requer uma estimativa prévia da gama de temperatura em que a destilação irá
decorrer.
Exemplo 5.9
Considere um evaporador funcionando à pressão absoluta de 380 torr. Num dado instante
verifica-se que no evaporador está contida uma carga de 1000 moles de uma mistura de
água e etanol que entra em ebulição à temperatura de 63,5 ºC.
Tendo em atenção os dados apresentados, estabeleça as equações do modelo do evaporador
que lhe permitem calcular o tempo necessário para que o teor de água no líquido seja de 70%
(molar).
Dados:
* Admita que na gama de temperatura de trabalho a volatilidade relativa etanol / água é
constante e igual a 2,3 ;
* Pressões de vapor (mm Hg) ; t (ºC)
ln PV (etanol) = 21,135 - 5098 / (t + 273,15)
ln PV (água) = 20,182 - 5056 / (t + 273,15)
* Entalpia de vaporização a 25 ºC (kcal/mol)
∆HV (água) = 10,52 ; ∆HV (etanol) = 10
* Entalpia de mistura do etanol em água a 25 ºC : - 0,3 kcal/mol etanol
* Capacidades caloríficas médias do vapor (cal/mol, K) ; T (K)
pC (água, g) = 6,97 + 0,1734 × 10- 2 (T + Tref. )
pC (etanol, g) = 4,75 + 2,5×10-2 (T + Tref. )
* pC (solução) = 0,8 cal/g, ºC
* O diagrama de fases do sistema (t, x, y) é conhecido para P = 380 torr.
* QF é conhecido (kcal/min).
RESOLUÇÃO
24
1) Cálculo da composição inicial da mistura, admitindo comportamento ideal (aproximação)
P = 380 torr = xA PVA (63,5 ºC) + xE PVE (63,5 ºC)
Substituindo os valores das pressões de vapor, obtém-se: xA = 1 – xE = 0,089
2) Condições iniciais: θ = 0 ; t = 63,5 ºC ; M0 = 1000 mol ; (xA)0 = 0,089
3) Cálculo da temperatura final: θ = θF ; xA = 0,7 ; xE = 0,3
Utilizando de novo a equação da pressão em função da temperatura, para a composição final:
380 = 0,7 PVA (tF) + 0,3 PVE (tF)
obtém -se o valor de tF = 73,8 ºC, o que indica uma variação da temperatura, ao longo da
destilação, de 10,3 ºC .
4) Dado que não se conhece a variação da massa líquida e do caudal de vapor com o
tempo, os balanços de massa (global e aos constituintes) não podem responder à questão
formulada. Recorre-se assim a balanços combinados de massa e energia.
5) Balanço de energia
Referência: tref. = 25 ºC; Estado de agregação de ambos os componentes: líquidos puros.
A entalpia do vapor pode ser calculada como:
[[[[ ]]]] [[[[ ]]]](((( ))))25 25,)(
25,)(
00 −−−−++++++++∆∆∆∆++++∆∆∆∆====∆∆∆∆ tCyCyVHyHyVH tgPEE
tgPAAVEEVAAvapor
Dado que o intervalo de temperatura de destilação é pequeno, é aceitável calcular, como
simplificação, as capacidades caloríficas à temperatura média (68,7ºC).
(((( )))) KTcomTpCC reftt
gP )15,2737,68( 15,298, ,)( ++++========
Kmolecal
gpCKmole
calgáguapC
, 75,20),etanol( ;
, 08,8),( ========
Substituindo as capacidades caloríficas médias e as entalpias de vaporização na expressão anterior e exprimindo yA = 1 - yE vem :
(((( ))))[[[[ ]]]]θθθθ
∆∆∆∆++++∆∆∆∆====dHd
HQ liquidovaporF
25
∆Hvapor (kcal/mol) = V [10,52 – 0,52 yE + (8,08 + 12,67 yE) × 10-3 (t – 25)
O desenvolvimento do termo de acumulação origina :
[[[[ ]]]] (((( )))) (((( ))))[[[[ ]]]]25 0. −−−−′′′′′′′′++++∆∆∆∆
θθθθ====
θθθθ∆∆∆∆
tCLHLxdd
dHd
PsolmistEliquido
onde.
(Lx)E = número de moles de etanol no líquido ; 0 .mistH∆∆∆∆ = -0,3 kcal/mol etanol ;
L´ = L (18 xA + 46 xE) × 10-3 (kg) ; pC ′′′′ = 0,8 cal/g, ºC
Substitituindo os valores, a equação anterior toma a forma:
[[[[ ]]]] (((( )))) (((( )))) (((( ))))[[[[ ]]]]25t1028x180,8LLx3,0dd
dHd 3
EEliquido −−−−××××++++++++−−−−
θθθθ====
θθθθ∆∆∆∆ −−−−
Admitindo QF conhecido, verifica-se que a resolução do balanço entálpico em ordem ao
tempo exige a explicitação do caudal (V) e das massas (L, LxE) em função do tempo
ou da temperatura de destilação. Assim,
6) Pelo balanço de massa global: θθθθ−−−−====
ddL
V
7) Escrevendo os balanços de massa (molar) aos dois constituintes:
(((( ))))θθθθ
++++====dLxd
VyÁgua AA0 :
(((( ))))θθθθ
++++====dLxd
Vy EE0 :Etanol
e combinando-os da forma usual numa única equação, com αEA = 2,3, vem:
(((( )))) (((( ))))∫∫∫∫∫∫∫∫ ====αααα
E
E
A
A
Lx
Lx E
EEA
Lx
Lx A
A
LxLxd
LxLxd
00
em que (LxA)0 = 89 mol e (LxE)0 = 911 mol. Por resolução da equação em ordem a L,
obtemos:
(((( ))))3,1
1
3,21
−−−−====
E
E
x
xL
O caudal de vapor, obtido pela derivada de L em ordem ao tempo (balanço global), é dado
por:
26
(((( ))))(((( )))) θθθθ
××××−−−−++++−−−−====
ddx
xx
xV E
EE
E
77,223,0 1
3,11 44,11
A substituição dos valores de V(xE, θ) e L(xE) nos termos do balanço de energia,
conjuntamente com a transformação de (dT/dθ) em (dT/dxE) × (dxE/dθ), permite resolver o
balanço de energia inicial e responder à questão formulada desde que dT/dxE seja
conhecida. Este valor pode ser obtido a partir do diagrama de fases (T, xE, yE), estabelecendo
primeiro a correlação T = T(xE) e diferenciando em seguida.
NOTA FINAL
Para além das situações transientes que aqui foram descritas em maior detalhe, há ainda
variadíssimas outras cuja apresentação se dispensa. Uma vez estabelecido o processo mental
que leva à descrição matemática do regime transiente, todas as situações se assemelham, por
muito díspares que à partida possam parecer. Quer se trate de reacção, destilação, lavagem de
sólidos ou de líquidos, humidificação de ar ou de outra operação, a resolução do problema
passa sempre pelo estabelecimento dos balanços necessários e pelo recurso às equações
termodinâmicas adequadas.
5.2 - Variação de Inventário
A avaliação da variação de inventário resulta da análise dos valores das variáveis, em
determinados instantes pertencentes a intervalos de tempo relativamente largos. Tal como foi
referido anteriormente, realiza-se sobre processos considerados a priori em estado
estacionário.
Em todos os processos considerados estacionários verificam-se ao longo do tempo flutuações
no valor dos volumes acumulados (devido à subida ou descida de nível dos líquidos, por
regulação incorrecta ou desafinação das válvulas), modificação das condições operatórias
(temperatura e pressão) o que tem quase sempre reflexos na composição dos efluentes e ainda
flutuações no valor dos caudais e das características dos fluidos de aquecimento (por exemplo,
vapor de água) ou de arrefecimento (por ex: água proveniente de captação directa).
Estas modificações são em geral tão lentas que não faz sentido atribuir-se ao processo a
designação de transiente. No entanto, ao fim de um intervalo de tempo razoavelmente longo
(1 dia, 1 semana, ou 1 mês) as modificações podem já ser significativas e a sua correcção
torna-se inevitável para manter o processo a funcionar nas condições desejadas. A avaliação
periódica que permite detectar se houve ou não variação de inventário, consiste então no
estabelecimento de balanços de massa e de energia em estado não estacionário, sendo a base
de cálculo um intervalo de tempo largo. Consequentemente, por correcção periódica dos
27
desvios encontrados, mantem-se o processo em funcionamento quase estacionário.
Exemplo 5.10
Considere um tanque alimentado com um caudal RE de uma solução binária de
composição xE e temperatura TE (variáveis consideradas constantes). Qual o modelo
matemático que descreve o sistema, no período de tempo ∆θ ? RESOLUÇÃO
Os dois balanços de massa e o balanço de energia podem ser escritos da seguinte forma:
[[[[ ]]]]θθθθθθθθ∆∆∆∆++++θθθθ ∆∆∆∆−−−−∆∆∆∆++++θθθθ∆∆∆∆∆∆∆∆====θθθθ∆∆∆∆∆∆∆∆ HHHH saidaE
Balanço de massa global:
[[[[ ]]]]θθθθθθθθ∆∆∆∆++++θθθθ −−−−++++θθθθ∆∆∆∆====θθθθ∆∆∆∆ MMRR saidaE
Balanço de massa ao constituinte:
(((( )))) (((( ))))[[[[ ]]]]θθθθθθθθ∆∆∆∆++++θθθθ −−−−++++θθθθ∆∆∆∆====θθθθ∆∆∆∆ MxMxRR saidaE x x SE
Balanço de energia
[[[[ ]]]]θθθθθθθθ∆∆∆∆++++θθθθ ∆∆∆∆−−−−∆∆∆∆++++θθθθ∆∆∆∆∆∆∆∆====θθθθ∆∆∆∆∆∆∆∆ HHHH saidaE
A única dificuldade encontrada na resolução deste tipo de situações reside na descrição
correcta dos valores médios dos caudais, composições e temperatura dos efluentes do
processo. Dado que as variações têm lugar durante períodos relativamente longos e não
são em geral seguidos regularmente pelo operador (sendo apenas conhecidos os valores
das variáveis no início e no fim do período de avaliação) torna-se necessário adoptar
valores médios aproximados para resolver as equações.
Retomando o exemplo anterior e sabendo que nos instantes inicial e final a composição do
efluente do tanque era x0 e xf respectivamente, podemos admitir para xsaída (xS) vários
comportamentos durante o período ∆θ.
28
o que leva a ter de adoptar eventualmente um valor médio, (((( ))))Sx , na resolução do balanço
ao constituinte.
Exemplo 5.11 (Adaptado de [3] )
Considere um evaporador de duplo efeito alimentado com 30 ton de uma solução aquosa
de NaCl a 26%, durante o período de operação. O vapor de água libertado no 1º efeito é
condensado na serpentina de aquecimento do evaporador seguinte. O vapor do 2º efeito é
descarregado através de um condensador barométrico. O cloreto de sódio que cristaliza em
cada efeito deposita-se na zona cónica do evaporador.
Atendendo aos dados da figura, determinar a massa de sal precipitado em cada efeito, bem
como a massa de vapor de água libertada no 2º efeito. Dados:
Epaporador Queda de nível (cm)
Densidade das soluções (Ttrabalho)
Massa NaCl precipitado (ton)
1 25,4 1,169 X
1 30,5 1,183 Y
29
Dados:
* Densidade dos cristais de NaCl: 2,5.
* À queda de nível de 1 cm corresponde uma deplecção de 0,135 m3 de salmoura.
* Despreze a variação de volume da solução-mãe devida à precipitação do NaCl.
* Admita que, em cada efeito, as soluções de NaCl são homogéneas e saturadas à
temperatura de trabalho do efeito:
Evaporador Temperatura
(ºC)
Teor de NaCl correspondente
à saturação
1 109 29,0
2 58,3 27,0
RESOLUÇÃO
1º Efeito
Antes de estabelecer as equações analisemos o problema do ponto de vista físico. Assim,
admitindo que no instante inicial a solução-mãe atingia um determinado nível no evaporador
(situação A), a precipitação de NaCl sólido deveria originar uma subida desse nível
(desprezando a variação de volume devida à contracção da solução-mãe, por precipitação de
NaCl) (situação B). No entanto, a observação do nível no evaporador, no instante final,
revela uma deplecção correspondente a uma queda de nível de 25,4 cm (situação C).
A deslocação previsível (subida) de líquido, devido à precipitação de x ton de NaCl (B),
pode assim ser estimada como:
30
tonx
M deslocadasalmoura 169,1 5,2
====
O conhecimento da massa de salmoura deslocada permite calcular a deplecção real de
líquido no efeito:
[[[[ ]]]] (((( )))) (((( )))) tonx
MM 169,1 5,2
169,1 135,0 4,25
−−−−−−−−====−−−− θθθθθθθθ∆∆∆∆++++θθθθ
O balanço de massa global vem então:
tonx
xM 5,2
169,10085,46,1230 1
−−−−−−−−++++++++++++====
enquanto que o balanço ao cloreto de sódio é:
(((( )))) tonx
xM 5,2
169,10085,4 29,0 29,030 26,0 1
−−−−−−−−++++++++====
Pelo que;
x = 3,879 ton de NaCl
M1= 19,343 ton de salmoura a 29%.
2º Efeito
A resolução deste andar de precipitação segue um raciocínio idêntico ao utilizado nos
cálculos anteriores. Assim:
Acumulação:
[[[[ ]]]] (((( )))) (((( )))) ton 183,1 5,2
y183,1 135,0 5,3MM
−−−−−−−−====−−−− θθθθθθθθ∆∆∆∆++++θθθθ
Balanço massa global:
tony
yMM 5,2
183,1871,41
−−−−−−−−++++++++====
Balanço ao NaCl
31
tony
yM 5,2
183,1871,4 27,0 27,0 1
−−−−−−−−++++====
Pelo que: y = 7,939 ton de NaCl M = 20,032 ton de vapor de água
Auto-avaliação dos conhecimentos adquiridos
I – Um tanque contínuo, com capacidade útil de 3 m3, está cheio de uma solução aquosa de
soda cáustica 27% (m/m), a 60ºC. Dado que esta solução é demasiadamente concentrada para
os objectivos do processo, decidiu-se descarregar o tanque até 50% da sua capacidade,
cortando a alimentação e abrindo a válvula de descarga a um caudal de 75 L/min.
a) Determinar o tempo necessário para realizar esta descarga.
Finda a descarga referida na alínea anterior, reiniciou-se a alimentação do tanque com água
a 25ºC, com caudal de 50 L/min, mantendo-se o caudal de descarga anterior (75 L/min).
b) Determinar a concentração de NaOH no tanque, ao fim de 30 minutos de diluição.
c) Estabeleçer o balanço de energia ao tanque durante o período de diluição da solução
alcalina.
d) Determinar a temperatura da solução descarregada do tanque no final desta etapa.
DADOS:
* Massas molares: NaOH: 40. Água: 18
* Densidade das soluções aquosas ≈ 1,0; Capacidade calorífica média da solução NaOH ≈
0,9cal/g,ºC
II – Um evaporador descontínuo é carregado com uma mistura líquida constituída por 405
moles de acetato de iso-amilo (iso-amyl acetate, MM = 130,2) e 330 moles de água, a 95 ºC.
Dada a imiscibilidade destes dois compostos (que se admite total, para simplificação) a
destilação tem lugar a temperatura constante (95 ºC). Para esta temperatura a volatilidade
relativa “Água/ Acetato de iso-amilo” é de 4,3.
Vapor Ac. i-amilo Água
32
A destilação é dada por terminada quando 99% da água da carga inicial tiver sido destilada.
Determinar:
a) A fracção da carga inicial que foi destilada.
b) A energia total de fornecida ao destilador durante esta destilação.
Evaporador 95ºC