processo eletrÔnico nacional sua construÇÃo … · 2 painel 07/020 processo eletrônico...

21
Centro de Convenções Ulysses Guimarães Brasília/DF 25, 26 e 27 de março de 2014 PROCESSO ELETRÔNICO NACIONAL: SUA CONSTRUÇÃO COLABORATIVA E SUAS PERSPECTIVAS VINÍCIUS LEOPOLDINO DO AMARAL CARLOS EDUARDO UCHÔA

Upload: vuonghanh

Post on 09-Nov-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Centro de Convenções Ulysses Guimarães Brasília/DF – 25, 26 e 27 de março de 2014

PROCESSO ELETRÔNICO NACIONAL: SUA CONSTRUÇÃO COLABORATIVA

E SUAS PERSPECTIVAS

VINÍCIUS LEOPOLDINO DO AMARAL CARLOS EDUARDO UCHÔA

2

Painel 07/020 Processo Eletrônico Nacional: uma contribuição para a transformação da gestão da Administração Pública brasileira

PROCESSO ELETRÔNICO NACIONAL:

SUA CONSTRUÇÃO COLABORATIVA E SUAS PERSPECTIVAS

Vinícius Leopoldino do Amaral Carlos Eduardo Uchôa

RESUMO Este artigo apresenta informações atualizadas sobre o projeto Processo Eletrônico Nacional que visa à construção de uma solução de processos administrativos eletrônicos que possa ser utilizada por qualquer ente federativo, órgão ou entidade pública, independentemente de sua área de atuação específica. Como diretriz, pretende-se facilitar a adoção do processo eletrônico em todas as esferas de governo, permitindo redução de custos, ganhos de produtividade e ampliação da transparência. A solução permitirá também o trâmite eletrônico de processos entre entes, órgãos e entidades distintas, simplificando e agilizando a comunicação entre eles e desonerando o cidadão. É apresentada a solução escolhida, o SEI – Sistema Eletrônico de Informações, desenvolvido pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, e é demonstrado o estado atual de cada um dos produtos que compõem o projeto Processo Eletrônico Nacional. A solução de software, primeiro produto, deverá estar homologada até junho de 2014.

3

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 04

2 OBJETIVOS E BENEFÍCIOS DO PROCESSO ELETRÔNICO NACIONAL..... 05

3 ESCOPO DO PROJETO..................................................................................... 06

3.1 Software de Processo Eletrônico................................................................. 06

3.2 Serviços centralizados de processo eletrônico.......................................... 07

3.3 Metodologia de implantação da solução..................................................... 08

3.4 Estrutura de apoio e consultoria.................................................................. 11

3.5 Modelo de gestão da manutenção e evolução dos produtos.................... 11

4 A ESCOLHA DO SISTEMA ELETRÔNICO DE INFORMAÇÕES – SEI............ 11

4.1 Solução eficaz e simples para a tramitação de processos administrativos............................................................................................... 12

4.2 Uso de linguagem de programação e de banco de dados não proprietários................................................................................................... 13

4.3 Uso já comprovado em órgãos públicos do judiciário e do executivo..... 13

4.4 Escalabilidade................................................................................................. 14

4.5 Facilidade de uso e de manutenção............................................................. 14

4.6 Características de Acesso: portabilidade e acesso remoto....................... 15

4.7 Parceria proporcionada pelo TRF4............................................................... 15

5 SITUAÇÃO ATUAL E PERSPECTIVAS FUTURAS.......................................... 16

5.1 Software de Processo Eletrônico................................................................. 16

5.2 Serviços centralizados de processo eletrônico.......................................... 17

5.3 Metodologia de implantação da solução..................................................... 17

5.4 Estrutura de apoio e consultoria.................................................................. 18

5.5 Modelo de gestão da manutenção e evolução dos produtos.................... 18

6 CONCLUSÕES................................................................................................... 19

7 REFERÊNCIAS................................................................................................... 20

4

1 INTRODUÇÃO

Tem sido crescente a pressão da sociedade para a melhoria da aplicação

dos recursos públicos no Brasil. Diante dessas exigências e da evolução

tecnológica, o Poder Público começou a buscar soluções que conferissem maior

agilidade e transparência aos processos de trabalho, preservando ou até mesmo

ampliando a segurança e possibilitando a manipulação, a recuperação e o

cruzamento de informações. Foi assim que sistemas tecnológicos estruturantes

passaram a fazer parte do dia-a-dia da administração pública, tendo sido

introduzidas novas práticas e novos modelos por meio de sistemas de planejamento,

orçamento, de administração de pessoal, de convênios, dentre outros.

Nesse contexto surgiu o processo eletrônico, no qual os atos processuais

são processados, armazenados e disponibilizados por meio eletrônico. Desde 2006

processos judiciais eletrônicos são uma realidade. Em todas as varas e tribunais do

Brasil, os processos já abertos continuaram ou não tramitando em papel, mas novos

processos somente são aceitos se originados em meio eletrônico. Já os processos

administrativos eletrônicos foram adotados por diversos órgãos do Judiciário e por

alguns órgãos dos Executivos Federal, Estadual e Municipal, com resultados

expressivos de redução de custos e em diversas outras dimensões.

Com tantos e tão expressivos registros de benefícios já alcançados,

torna-se evidente que a disseminação do processo eletrônico na Administração

Pública brasileira é altamente desejável. E essa é justamente a motivação do projeto

Processo Eletrônico Nacional: disponibilizar um conjunto de ferramentas,

metodologias e instrumentos normativos que permitam a adoção do processo

eletrônico por qualquer ente federativo, órgão ou entidade pública.

O projeto Processo Eletrônico Nacional é uma iniciativa conjunta de

entes, órgãos e entidades de diversas esferas de Governo, tendo sido formalmente

instituída por acordo de cooperação técnica assinado inicialmente entre o Ministério

do Planejamento, Orçamento e Gestão, a Comissão de Valores Mobiliários, o

Governo do Distrito Federal e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Além

desses, outros órgãos, entidades e entes vêm participando intensamente do projeto.

5

2 OBJETIVOS E BENEFÍCIOS DO PROCESSO ELETRÔNICO NACIONAL

O objetivo principal do projeto Processo Eletrônico Nacional é a

construção de uma infraestrutura pública de Processo Administrativo Eletrônico, que

possa ser utilizada por qualquer ente federativo, órgão ou entidade pública,

independentemente de sua área de atuação específica.

Essa solução será construída de forma aberta e disponibilizada no Portal

do Software Público Brasileiro. Com isso, serão garantidos tanto a propriedade

pública e a inexistência de custos de licenciamento quanto o domínio tecnológico e a

autonomia de evolução do produto. Assim, além de representar vultosa economia

para a Administração Pública, a solução se tornará acessível a centenas de órgãos

públicos e a milhares de entes federativos – especialmente pequenos municípios -

que, isoladamente, não teriam os recursos humanos e financeiros para a aquisição

ou desenvolvimento de uma solução dessa natureza.

Os seguintes benefícios podem ser esperados com a implantação da

solução proposta:

redução do tempo de execução dos processos administrativos;

compartilhamento simultâneo de documentos e processos, para fins de

contribuição, acompanhamento da tramitação ou simples consulta;

incremento na publicidade dos processos, tornando mais fácil seu

acompanhamento por servidores e por administrados, e o seu controle

interno e pela sociedade;

ampliação da gestão do conhecimento e da possibilidade de melhoria

de processos, em razão da criação de uma plataforma única que

permitirá a análise de fluxos de processos, sua comparação entre

órgãos distintos e a melhoria baseada em experiências de sucesso;

aumento da possibilidade de definição, coleta e utilização direta e

cruzada de dados e indicadores, em razão da criação de um conjunto

de bases de dados de mesma natureza;

redução de custos financeiros e ambientais associados à impressão

(impressoras, toner, papel, contratos de impressão);

6

redução de custos operacionais relacionados à entrega e ao

armazenamento de documentos e processos;

eliminação de perdas, extravios e destruições indevidos de

documentos e processos;

auxílio aos servidores em sua rotina, com a disponibilização de

modelos e orientações sobre como proceder em situações específicas.

3 ESCOPO DO PROJETO

Os principais produtos a serem entregues pelo projeto Processo

Eletrônico Nacional são:

1. Software de Processo Eletrônico

2. Serviços centralizados de processo eletrônico

3. Metodologia de implantação da solução

4. Estrutura de apoio e consultoria

5. Modelo de gestão da manutenção e evolução dos produtos

As seções a seguir detalham cada um desses produtos.

3.1 Software de Processo Eletrônico

O software de Processo Eletrônico permitirá às organizações públicas

criar e tramitar documentos e processos administrativos totalmente digitais, com

agilidade e segurança. O software será disponibilizado no Portal do Software Público

(http://www.softwarepublico.gov.br/), juntamente com os artefatos técnicos

relacionados, permitindo assim sua utilização por qualquer ente, órgão ou entidade

pública brasileira, sem qualquer custo de licenciamento do software.

A concepção e o desenvolvimento do software de Processo Eletrônico

devem balizar-se pelas seguintes diretrizes:

Poder ser utilizado por qualquer ente, órgão ou entidade da

Administração Pública, seja da esfera federal, estadual ou municipal:

além da disponibilização no Portal do Software Público, isso implica

que o sistema deve poder atender às distintas características técnicas,

7

financeiras e organizacionais desses órgãos. Assim, por exemplo, deve

ser possível utilizar o sistema em uma plataforma tecnológica (sistema

operacional, software de banco de dados etc.) integralmente em

software livre, viabilizando assim a adoção da solução por entes de

menor porte. Além disso, deve conseguir atender os requisitos de

escalabilidade, disponibilidade e segurança tanto de organizações

públicas de grande quanto de pequeno porte.

Permitir a completa eliminação do trâmite de papel: somente dessa

forma serão obtidos os benefícios esperados. Assim, a solução precisa

ter recursos tanto para produzir documentos originalmente digitais,

quanto para incorporar ao processo eletrônico aqueles documentos

criados originalmente em papel.

Ser de fácil utilização por parte dos usuários finais: essa característica

é fundamental para viabilizar a adoção em larga escala pelas

organizações públicas, pois facilitará a implantação e reduzirá os

custos de treinamento e suporte técnico.

Possuir mecanismos para a melhoria dos processos de trabalho: a

solução deve permitir o mapeamento, execução e acompanhamento

dos processos de trabalho executados pelas organizações públicas.

Assim, a solução atuará como um elemento facilitador da elevação da

maturidade dos processos da organização.

Estar em acordo com os padrões técnicos definidos pelo Governo

Federal: facilitará a sua interoperabilidade com soluções já existentes e

a outras a serem desenvolvidas futuramente.

3.2 Serviços centralizados de processo eletrônico

Os serviços centralizados de processo eletrônico são um conjunto de

serviços eletrônicos que permitirão a intercomunicação entre entes, órgãos e

entidades usuários de quaisquer soluções de processo eletrônico. Eles serão

implementados por meio da criação de um Barramento de Serviços Inter-Órgãos.

8

Entre os serviços disponibilizados estará, por exemplo, o trâmite

totalmente eletrônico de processos e documentos administrativos entre diferentes

entes federativos, órgãos e entidades. Com isso, tramitar um processo para outro

órgão ou ente será, na essência, tão prático quanto tramitar um processo para outra

área do mesmo órgão. Esse trâmite será possível ainda que as organizações

públicas sejam usuárias de diferentes softwares de processo eletrônico, graças à

definição e estabelecimento de um protocolo comum de trâmite de processos

eletrônicos.

Outros serviços candidatos são: a consulta integrada de processos entre

órgãos, entidades e entes; a postagem eletrônica de documentos nos Correios; a

publicação automática de documentos em diários oficiais; a validação cadastral

distribuída; a coleta de estatísticas gerenciais de processos.

Os serviços centralizados de processo eletrônico são um elemento

efetivamente inovador na realidade da Administração Pública, pois permitirão a

integração de processos e informações entre diferentes organizações públicas.

Atualmente, essas atividades consomem enorme esforço humano e material (muitas

vezes a cargo do próprio cidadão, que atua como “integrador” entre as diferentes

organizações públicas) e produzem grande impacto ambiental. As novas

funcionalidades facilitarão a interação e colaboração entre todos os entes, órgãos e

entidades que compõem o Estado brasileiro.

3.3 Metodologia de implantação da solução

A implantação bem-sucedida de uma solução de Processo Eletrônico

envolve uma miríade de aspectos gerenciais e tecnológicos. Para possibilitar a

realização sistemática e consistente de implantações de sucesso, é fundamental que

haja uma adequada documentação das ações necessárias para tal. Assim, um dos

produtos do projeto será a elaboração e publicação de uma metodologia de

implantação da solução de Processo Eletrônico. Os artefatos da metodologia serão

disponibilizados no Portal do Software Público em conjunto com o software de

Processo Eletrônico.

9

A metodologia deve considerar as diferentes capacidades institucionais,

financeiras, técnicas e humanas dos diversos entes federativos, órgãos e entidades

públicas potencialmente usuárias.

Em termos de aspectos gerenciais, está prevista a abordagem das

seguintes questões:

Gestão da Mudança: diretrizes, melhores práticas e recomendações a

serem seguidas pelos entes/órgãos/entidades implantadores em

relação à gestão da mudança na organização. Incluirá, entre outros,

aspectos culturais, necessidade de investimentos e revisão de

políticas.

Melhoria de Processos: diretrizes, melhores práticas e recomendações

a serem seguidas pelos entes/órgãos/entidades implantadores em

relação à melhoria, revisão e/ou redesenho dos seus atuais processos

de negócio, de forma que possam extrair o máximo proveito do

Processo Eletrônico Nacional.

Programa de Capacitação de Negócio: elaboração de programa de

capacitação, nas modalidades presencial ou EaD, para os servidores

dos entes/órgãos/entidades implantadores, incluindo a construção dos

respectivos materiais didáticos (apresentações, manuais, vídeos,

procedimentos, FAQs etc.). O programa de capacitação deve ser

diferenciado conforme os perfis da solução, incluindo, entre outros:

usuários finais; disseminadores; administradores de negócio.

Conteúdo de negócios embarcado: conteúdo de negócios

potencialmente útil para a implantação da solução, passível de ser

carregado automaticamente para a sua base de dados. Exemplos:

planos de classificação, modelos de processos, lista de valores de

tabelas de configuração.

Modelos de Atos Normativos: modelos de atos normativos a serem

estabelecidos pelos entes federativos, órgãos e entidades públicas

para conferir plena eficácia ao Processo Eletrônico em suas

respectivas áreas de jurisdição.

10

Em termos de aspectos tecnológicos, está prevista a abordagem das

seguintes questões:

Diretrizes de Infraestrutura e Segurança: diretrizes e recomendações

sobre a infraestrutura computacional e medidas de segurança

necessárias para a implantação do Processo Eletrônico Nacional no

ente/órgão/entidade.

Modelos de especificações técnicas: modelos de especificações

técnicas para aquisição de componentes tipicamente necessários no

processo de implantação de solução de Processo Eletrônico.

Exemplos: especificações de scanners, especificações de aceleradores

de WAN, especificações de serviços de emissão de certificados

digitais.

Programa de Capacitação Técnica: elaboração de programa de

capacitação, nas modalidades presencial ou EaD, para os servidores

dos entes/órgãos/entidades implantadores, incluindo a construção dos

respectivos materiais didáticos (apresentações, manuais, vídeos,

procedimentos, FAQs etc.). O programa de capacitação deve ser

diferenciado conforme os perfis da solução, incluindo, entre outros:

instaladores; administradores técnicos; desenvolvedores.

Manual de Instalação e Configuração: manual detalhando os

procedimentos técnicos necessários para a adequada instalação e

configuração da solução, cobrindo todos os ambientes computacionais

suportados.

Manual de Customização: manual detalhando os procedimentos

técnicos necessários para a customização da solução às

particularidades de cada ente/órgão/entidade usuária, com ênfase nos

cenários mais comuns de customização.

11

3.4 Estrutura de apoio e consultoria

Além da elaboração e publicação da metodologia de implantação, faz-se

necessário o estabelecimento de uma estrutura de apoio e consultoria, capaz de

auxiliar as organizações públicas interessadas no processo de implantação da

solução de Processo Eletrônico. Tal estrutura permitirá a retenção de capital

intelectual crítico sobre a solução, e será fundamental para a disseminação

constante das melhores práticas.

A estrutura deverá atuar no apoio aos projetos de implantação tanto de

forma direta quanto indireta. Determinados serviços de apoio e consultoria serão

prestados diretamente por essa equipe. Além disso, ela deverá fomentar a criação

de uma rede de prestadores de serviços relacionados ao Processo Eletrônico

Nacional, tais como consultorias de mapeamento e redesenho de processos,

prestadores de serviços de customização de software, instalação e treinamento,

entre outros.

3.5 Modelo de gestão da manutenção e evolução dos produtos

Por final, é necessário definir um modelo de gestão para a manutenção e

evolução dos produtos entregues pelo projeto – software de Processo Eletrônico,

metodologia, estrutura de apoio e consultoria etc. Esse modelo deverá garantir a

permanente atualização de todos os produtos, acompanhando as inovações

gerenciais, jurídicas e tecnológicas relacionadas e evitando, assim, a obsolescência

da solução.

Um dos mecanismos fundamentais para isso será, sem dúvida, a

permanente interlocução com todas as organizações usuárias, permitindo identificar

tanto melhores práticas quanto deficiências da solução.

4 A ESCOLHA DO SISTEMA ELETRÔNICO DE INFORMAÇÕES - SEI

De forma a acelerar a entrega dos resultados e reduzir riscos, buscou-se

identificar alguma solução já existente que pudesse ser utilizada como ponto de

partida. Assim, foi publicada Consulta Pública solicitando manifestação de interesse

de eventuais detentores de soluções em disponibilizá-las ao projeto. A Consulta

Pública esteve em vigência de 09 de janeiro de 2013 a 05 de fevereiro de 2013.

12

Vários órgãos públicos manifestaram interesse em colaborar com suas

experiências, especialmente órgãos do poder judiciário. Dentre as soluções

apresentadas, destacou-se a proveniente do Tribunal Regional Federal da 4ª

Região, o SEI – Sistema Eletrônico de Informações, que acabou por ser a escolhida

como base para o desenvolvimento da solução de software do projeto Processo

Eletrônico Nacional.

O SEI possui como princípios a redução do tempo de realização das

atividades administrativas e a organização dos fluxos de trabalho. Apresenta

práticas inovadoras de trabalho, uma vez que se desprende do paradigma do papel,

ou seja, não se baseia na reprodução eletrônica das práticas impostas pelo uso do

papel. Ao contrário, utiliza os benefícios do meio eletrônico para proporcionar

agilidade, transparência e segurança. Uma de suas marcantes inovações consiste

no compartilhamento do conhecimento por meio eletrônico, com a atualização e a

comunicação de novos eventos em tempo real. O sistema possibilita a virtualização

do processo de trabalho na área administrativa e permite a atuação simultânea de

várias unidades num mesmo processo, mesmo que distantes fisicamente.

A seguir, detalham-se motivos específicos que conduziram à escolha do

SEI como o software de base para o projeto Processo Eletrônico Nacional.

4.1 Solução eficaz e simples para a tramitação de processos administrativos

O Sistema Eletrônico de Informações – SEI – constitui-se em uma solução

completa para a criação, tramitação e guarda de processos administrativos. Permite

a criação e a formalização de processos pelo próprio usuário, sem a necessidade de

atuação de uma unidade de protocolo. Os documentos a serem inseridos em um

processo podem ser criados em um editor contido na solução ou em quaisquer

ferramentas de edição de textos, planilhas ou outras ferramentas de produção de

arquivos. Os documentos podem ser assinados por meio de login e senha ou por

meio de certificado digital. O SEI permite a busca e a consulta a quaisquer

processos cadastrados, desde que não sinalizados como de acesso restrito ou

sigiloso, o que significa que nunca mais será necessário perguntar sobre a

localização física de um processo. Mas foi no quesito inovação que o SEI arrebatou

a escolha como solução a ser adotada pelo projeto Processo Eletrônico Nacional:

13

o SEI rompe com a tramitação linear e tradicional inerente à limitação física do

papel, de modo que vários órgãos podem ser demandados simultaneamente a tomar

providências e a manifestarem-se no mesmo expediente administrativo sempre que

os atos sejam autônomos entre si. E mais: possibilita a liberação de acesso externo

para interessados que não tenham acesso ao SEI e até mesmo a assinatura de

documentos por particulares, o que pode ser especialmente útil, por exemplo, para a

assinatura de contratos.

4.2 Uso de linguagem de programação e de banco de dados não proprietários

Sua construção com linguagem (PHP) e banco de dados (MySQL)

gratuitos permitirá a adesão por órgãos, entidades e prefeituras sem necessidade de

investimentos adicionais em softwares. Também poderá ser livremente alterado e

continuamente aperfeiçoado sem dependência em relação a alguma empresa

específica.

4.3 Uso já comprovado em órgãos públicos do judiciário e do executivo

Desenvolvido em 2009, o SEI foi concebido e implantado para satisfazer

as necessidades de uso pelo TRF4. Contudo, em decorrência das características

aqui expostas, outros órgãos, principalmente tribunais regionais federais e eleitorais,

enxergaram no SEI uma ótima solução para a tramitação e a gestão de seus

processos administrativos. A proatividade do TRF4 em atender às solicitações de

cessão do seu sistema tem se mostrado determinante para a disseminação do SEI.

A gestão dessa disseminação, com dedicação especial a cada nova instalação e

novo “cliente” e com a manutenção centralizada das evoluções do SEI, também tem

sido importante para o fortalecimento consistente de uma solução universal,

adaptada a um sem número de distintas realidades e particularidades vigentes em

diferentes órgãos dos poderes judiciário e executivo.

O SEI atende plenamente, ainda, aos requisitos de acesso à informação

descritos na Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 - Lei de Acesso à

Informação, ao vincular as regras de acesso ao tipo de processo e por proporcionar

ou exigir senhas ou meios de acesso específicos sempre que necessário, conforme

a classificação de sigilo do processo ou dos documentos nele contidos.

14

Igualmente eficazes são as características de segurança proporcionadas

pela solução, que veda o livre cancelamento ou a exclusão de páginas, documentos

ou processos.

4.4 Escalabilidade

O SEI já era utilizado em servidores de acesso que suportavam milhares

de usuários simultâneos, sem perda significativa de desempenho. O melhor exemplo

é o seu uso pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (São Paulo), que alcança

até 4.000 usuários em acesso simultâneo, ou seja, em operações rotineiras de início

de processos, redação ou inserção de documentos, pesquisas e consultas a

processos, tramitação, dentre outras ações, sem travamentos ou perdas de

desempenho relevantes.

Tal capacidade decorre de um inteligente desenvolvimento e do uso de

um editor próprio, em linguagem PHP, em que a maior parte dos documentos são

criados e armazenados. Assim, um típico processo não precisa ocupar espaço

relevante (não mais do que 1kb por página).

4.5 Facilidade de uso e de manutenção

Ícones, recursos gráficos, legendas e a própria organização das telas

tornam a navegação intuitiva, de forma que uma capacitação de cerca de uma hora

já tem sido suficiente para o uso da maior parte das funções. A facilidade de uso é

característica fundamental para viabilizar a adoção em larga escala pelas

organizações públicas, pois facilitará a implantação e reduzirá os custos de

treinamento e suporte técnico.

Já ponto de vista tecnológico, a qualidade do desenvolvimento, em blocos

claramente identificados, permite fáceis e rápidas evoluções, o que já está sendo

muito útil para a adaptação do SEI a uma gama ainda maior de órgãos da

administração pública, já no contexto do projeto Processo Eletrônico Nacional.

15

4.6 Características de Acesso: portabilidade e acesso remoto

O sistema SEI é 100% Web e pode ser acessado por meio dos principais

navegadores do mercado: Internet Explorer, Firefox, Google Chrome e Safari. Além

disso, pode ser acessado remotamente por diversos tipos de equipamentos, como

microcomputadores, notebooks, tablets e smartfones de diversos sistemas

operacionais (Windows, Linux, IOS da Apple e Android do Google. Isto possibilita que

as autoridades e servidores trabalhem à distância durante as viagens de trabalho, de

modo a resolver questões urgentes ou mesmo evitar acúmulo de trabalho.

4.7 Parceria proporcionada pelo TRF4

A Coordenação Executiva do Processo Eletrônico Nacional encontrou no

Tribunal Regional Federal da 4ª Região um parceiro altamente proativo, desde o

primeiro contato. Visitas foram realizadas por representantes do projeto ao TRF4,

sediado em Porto Alegre e, em sentido inverso, os idealizadores e gestores do SEI

não economizaram esforços em contribuir com o PEN, até mesmo por meio de

visitas técnicas e da aceitação em assumir parte do desenvolvimento evolutivo da

solução de software para o PEN, desvinculada de sua aplicação no TRF4.

Esse comprometimento foi formalizado com a assinatura de três acordos

de cooperação técnica em junho de 2013. O primeiro desses acordos foi firmado

entre o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e o Tribunal Regional

Federal da 4ª Região, para a cessão dos códigos da solução de software SEI –

Sistema Eletrônico de Informações e a colaboração na implantação do PEN. Um

segundo Acordo de Cooperação Técnica foi firmado entre o Ministério do

Planejamento, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a Empresa Brasileira de

Agropecuária (Embrapa). No momento do fechamento do presente artigo, já

estavam também colaborando ativamente no projeto e encontravam-se em fase de

adesão o Ministério da Defesa, o Ministério das Comunicações, a Agência Brasileira

de Telecomunicações (Anatel), a Prefeitura Municipal de Campinas e a Prefeitura

Municipal de Jundiaí. Um terceiro acordo foi assinado entre o Ministério do

Planejamento, Orçamento e Gestão e a Secretaria da Receita Federal do Brasil,

para a troca de experiências sobre a condução para projetos de desenvolvimento de

processos administrativos por meio eletrônico.

16

Diante de todos esses elementos, o Comitê Gestor do projeto Processo

Eletrônico Nacional, decidiu pela adoção do Sistema Eletrônico de Informações –

SEI, como a solução de software do projeto. Como referência, constavam no

documento de base do projeto (UCHOA & AMARAL, 2013) os seguintes requisitos,

todos plenamente atendidos pelo SEI:

Poder ser utilizado por qualquer ente, órgão ou entidade da Administração Pública, seja da esfera federal, estadual ou municipal (...). O sistema deve poder atender às distintas características técnicas, financeiras e organizacionais desses órgãos. Além disso, deve conseguir atender os requisitos de escalabilidade, disponibilidade e segurança tanto de organizações públicas de grande quanto de pequeno porte.

Permitir a completa eliminação do trâmite de papel.

Ser de fácil utilização por parte dos usuários finais.

Possuir mecanismos para a melhoria dos processos de trabalho: a solução deve permitir o mapeamento, execução e acompanhamento dos processos de trabalho executados pelas organizações públicas.

Estar em acordo com os padrões técnicos definidos pelo Governo Federal, a fim de facilitar a sua interoperabilidade com soluções já existentes e com outras a serem desenvolvidas futuramente.

5 SITUAÇÃO ATUAL E PERSPECTIVAS FUTURAS

5.1 Software de Processo Eletrônico

No momento do fechamento do presente artigo, a solução de software do

PEN estava em fase final de homologação, após ter passado por uma série de

adaptações para satisfazer ou melhor contemplar requisitos relacionados a regras

de negócio (referentes à formação, tramitação e guarda de processos

administrativos), legais (como os concernentes à Lei de Acesso à Informação) ou

tecnológicos. As alterações foram consensadas por dois comitês do PEN, o Comitê

de Negócios e o Comitê de Tecnologia, sendo que o TRF4 participou de ambos e se

disponibilizou a implementar as evoluções definidas.

Conforme disposto no texto do Acordo de Cooperação Técnica nº 02/2013,

cada órgão partícipe deverá implementar pilotos e finalizá-los até 20 de junho de

2014. A partir de 1º de julho de 2014 uma versão deverá ser disponibilizada para

qualquer órgão ou entidade da administração pública brasileira, seja ela municipal,

estadual ou federal possa instalar em seu servidor e utilizar plenamente a solução de

software do PEN. Assim, tais pilotos encontram-se em fase avançada de preparação.

17

5.2 Serviços centralizados de processo eletrônico

O Barramento de Serviços Inter-Órgãos encontra-se em fase de

desenvolvimento e seu piloto será realizado entre o Ministério do Planejamento e o

Serpro a partir de junho de 2014. A título de ilustração, este projeto piloto irá

conectar as informações de dois sistemas diferentes, de forma a permitir que um

processo criado no Sistema de Emissão e Controle de Correspondências (SISCOR)

do Serpro seja recebido no Ministério do Planejamento por meio do SEI,

prosseguindo sua tramitação de forma transparente nesse Ministério, ou seja, sem

que qualquer usuário perceba diferença entre receber um processo de um usuário

do SISCOR, utilizado pelo Serpro, e de um usuário do SEI. A tramitação de

processos e documentos no sentido inverso, do Ministério do Planejamento para o

Serpro, também será possível por meio do barramento de serviços, também sem

qualquer intervenção de usuários.

5.3 Metodologia de implantação da solução

As equipes de implantação dos projetos pilotos em andamento estão

desenvolvendo artefatos para seus respectivos órgãos e entidades. Na fase final da

implantação desses pilotos, as melhores práticas serão selecionadas para formar

uma versão inicial dos artefatos que irão compor a metodologia de implantação da

solução de processo eletrônico. Dentre esses artefatos, encontram-se:

planilhas para modelagem e análise de processos;

roteiros para o redesenho de processos;

planilhas-modelo para gerenciamento de riscos;

orientações para gestão de mudanças;

programas de capacitação na ferramenta SEI;

manual de multiplicadores de uso do SEI;

manual do usuário do SEI;

planos de classificação de documentos;

modelos de atos normativos para implantação de processos

eletrônicos.

18

Quanto aos aspectos tecnológicos:

diretrizes de Infraestrutura e Segurança;

modelos de especificações técnicas para aquisição de equipamentos;

programas de capacitação técnica para instalação, administração e

configuração.

5.4 Estrutura de apoio e consultoria

Da mesma forma que os artefatos citados no item anterior, os projetos

pilotos conduzidos pelos órgãos e entidades partícipes do Acordo de Cooperação

Técnica MP nº 02/2013 estão desenvolvendo estruturas de apoio que servirão de

modelo para a estrutura a ser criada para dar suporte às organizações públicas que

vierem a implantar a solução de processo eletrônico.

Os seguintes serviços de apoio e consultoria estão sendo estruturados:

modelagem, análise, desenho e transformação de processos;

infraestrutura tecnológica

gestão de documentos de arquivo

gestão de mudanças

5.5 Modelo de gestão da manutenção e evolução dos produtos

No decorrer do desenvolvimento das versões iniciais da solução de

software para o PEN, as organizações públicas partícipes criaram um comitê técnico,

responsável pela discussão e deliberação das necessidades de evolução técnica do

SEI e um comitê de negócio, responsável pela discussão e deliberação das

necessidades de evolução das funcionalidades do SEI. Em ambos os comitês, as

decisões são amplamente debatidas até o alcance do consenso no respectivo comitê.

Esse modelo é ainda inicial, restrito à solução de software de processo

eletrônico e surgiu naturalmente, para fins de organização e otimização dos esforços

de discussão. No decorrer de 2014, tal modelo deverá ser mais amplamente

debatido, de forma a se ter concebido e estruturado, até dezembro desse ano, um

modelo formal de gestão da manutenção e evolução dos produtos.

19

6 CONCLUSÕES

O firme propósito de construir uma infraestrutura pública de Processo

Administrativo Eletrônico, que possa ser utilizada por qualquer ente federativo, órgão

ou entidade pública, independentemente de sua área de atuação específica está

sendo alcançado em prazo menor que o inicialmente planejado. A solução de

software já se encontra integralmente desenvolvida e em fase de execução de

pilotos que aperfeiçoarão ainda mais suas funcionalidades.

O forte interesse demonstrado por diversas organizações públicas

apresentadas ao projeto ao longo do ano de 2013 refletem sua credibilidade. Assim

é que se uniram recentemente ao projeto o Ministério da Defesa, o Ministério das

Comunicações, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e as Prefeituras

Municipais de Campinas e Jundiaí. Além dessas organizações, diversas outras

expuseram a intenção de adotar a solução desenvolvida pelo PEN logo que

disponibilizada.

Todo esse interesse reforça a necessidade de comprometimento na

construção de uma solução consistente, que considere as múltiplas realidades

vigentes no pais em termos de capacidade institucional, seja ela representada por

infraestrutura tecnológica, disponibilidade e preparo do corpo funcional, ou quaisquer

outras variáveis que possam influir nos resultados da implantação de uma solução

de processo eletrônico.

Quanto mais se aproxima o lançamento da primeira versão da solução de

software a ser disponibilizada para toda a administração pública brasileira, mais o

foco do projeto se expande, rumo ao desenvolvimento de todos os demais produtos

do Processo Eletrônico Nacional. Sem dúvida, um projeto de proporções

gigantescas cujos desafios somente podem ser enfrentados e vencidos com a

convergência de esforços de organizações públicas de diferentes poderes e esferas.

Poucos projetos públicos têm tamanho privilégio e desafio. Assim se edifica o futuro

da administração pública brasileira.

20

7 REFERÊNCIAS

COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS. Treinamento de Multiplicadores – material de apoio. Acervo interno da Comissão de Valores Mobiliários. Rio de Janeiro, 2013.

DEFENSORIA PÚBLICA-GERAL DA UNIÃO. SEI – Sistema Eletrônico de Informações. Manual do Usuário. Acervo interno da Defensoria Pública-Geral da União. Brasília, 2013.

ESCOLA NACIONAL DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. Iniciativa da Receita Federal conquista o 1º lugar no 16º Concurso Inovação. Disponível em http://inovacao.enap.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=397&Itemid=27.

RECEITA FEDERAL DO BRASIL. e-Processo – Processo Administrativo Digital. Disponível em http://inovacao.enap.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_view&gid=322&Itemid=32.

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Processo Eletrônico: Bibliografia, Legislação e Jurisprudência Temática. Novembro de 2010. Disponível em http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/bibliotecaConsultaProdutoBibliotecaBibliografia/anexo/Processo_eletronico_nov2010.pdf.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ. Processo eletrônico no Judiciário estadual permite tramitação sete vezes mais rápida. Disponível em http://www.tjce.jus.br/noticias/noticia-detalhe.asp?nr_sqtex=29150.

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO PARANÁ. PAD - Processo Administrativo Digital. In: XI MOSTRA NACIONAL DE TRABALHOS DA QUALIDADE NO PODER JUDICIÁRIO, 20 e 21 de outubro de 2011. Brasília. Disponível em http://www.tse.jus.br/hotSites/mostra-da-qualidade/pdf/trabalhos/ti/pad-processo-administrativo-digital.pdf.

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO. Tempo de tramitação de recurso no TRF4 reduz quase 80% com processo eletrônico. Disponível em http://www2.trf4.jus.br/trf4/controlador.php?acao=noticia_visualizar&id_noticia=7579.

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO. O Sistema Eletrônico de Informações – SEI e a Nova Administração Pública. In: XI MOSTRA NACIONAL DE TRABALHOS DA QUALIDADE NO PODER JUDICIÁRIO, 20 e 21 de outubro de 2011. Brasília. Disponível em http://www.tse.jus.br/hotSites/mostra-da-qualidade/pdf/trabalhos/planejamento-estrategico/o-sistema-eletronico-de-informacoes.pdf.

UCHOA, Carlos Eduardo; AMARAL, Vinícius Leopoldino. Processo Eletrônico Nacional: uma solução universal de Processo Eletrônico. In: VI CONGRESSO CONSAD DE GESTÃO PÚBLICA, 16 a 18 de abril de 2013. Brasília. Disponível em http://consadnacional.org.br/vi-congresso-consad-trabalhos-apresentados/.

21

___________________________________________________________________

AUTORIA

Vinícius Leopoldino do Amaral – Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

Endereço eletrônico: [email protected]

Carlos Eduardo Uchôa – Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

Endereço eletrônico: [email protected]