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PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO
DE PRODUTO: CRIATIVIDADE,
INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE
Adriana Ferreira de Faria (UFV)
Daniel Barreto Morais (UFV)
Érica Braga Pinto Coelho e Silva (UFV)
Mariane Borges Barreto (UFV)
Pedro Fernandes dos Santos Dias (UFV)
Um dos grandes desafios das empresas no cenário econômico atual é a
busca contínua pela inovação e pela qualidade. Em virtude das novas
exigências do mercado em relação aos produtos e serviços oferecidos,
como qualidade, praticidade, inovaçção originalidade, preço, meio
ambiente e outras, as empresas são obrigadas a rever seus diferenciais
competitivos e criar processos que sejam capazes de desenvolver novos
produtos com eficiência e lucratividade. O desenvolvimento de novos
produtos é um processo essencial à competitividade das organizações e
a gerência desse processo influencia no desempenho do novo produto
no mercado. esse artigo tem como objetivo geral apresentar a
experiência didática vivenciada na disciplina Projeto de Produto, no
desenvolvimento de um produto de baixa complexidade tecnológica,
porém inovador do tipo modelo de utilidade. Apesar da simplicidade
do produto proposto, foi possível aplicar as estratégias do processo de
desenvolvimento de produtos e perceber a sua importância como
tecnologia de gestão e inovação organizacional capaz de aumentar a
competitividade das empresas.
Palavras-chaves: Processo de desenvolvimento de produtos; Gestão do
desenvolvimento de produtos; Experiências didáticas.
XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão.
Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 de outubro de 2009
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1. Introdução
Em virtude das novas exigências do mercado em relação aos produtos e serviços oferecidos,
como qualidade, praticidade, inovação originalidade, preço, meio ambiente e outras, as
empresas são obrigadas a rever seus diferenciais competitivos e criar processos que sejam
capazes de desenvolver novos produtos com eficiência e lucratividade. De acordo com Faria
(2008), a competitividade alcançada com o desenvolvimento de novos produtos tornou-se um
dos processos mais importantes para as organizações inovadoras, pois desde a concepção de
um novo produto, que envolve aspectos mercadológicos, tecnológicos e financeiros, até o seu
lançamento, ou ainda, a retirada desse do mercado, são necessários estudos, projetos e
análises de viabilidade técnica e financeira, desenvolvidos por pessoal altamente qualificado.
O Processo de Desenvolvimento de Produtos (PDP) é um conjunto de atividades por onde se
busca chegar às especificações de projeto de um produto e de seu processo de produção, de
forma que a manufatura seja capaz de produzi-lo. Esse processo envolve também as
atividades de acompanhamento do produto após o lançamento para serem realizadas as
mudanças necessárias nessas especificações. Cabe, também, ao PDP identificar as
necessidades do mercado e dos clientes em todas as fases do ciclo de vida do produto, além de
identificar as possibilidades tecnológicas e desenvolver um produto que atenda às
expectativas em termo de qualidade total do produto (ROZENFELD et al., 2006).
A importância estratégica do PDP para a competitividade das empresas tem sido enfatizada
por muitos autores e por diversos exemplos práticos, sendo comum a visão de que o
desenvolvimento de novos produtos tornou-se um dos pontos principais da competitividade
industrial. Muitas evidências mostram que o desenvolvimento efetivo de novos produtos tem
um impacto significativo nos custos, na qualidade, na satisfação dos clientes e na construção
de vantagens competitivas significativas pelas empresas (CLARK & WHEELRIGHT, 1993).
Não é novidade que desenvolver produtos tem se tornado um dos processos-chave para a
competitividade na manufatura. Movimentos de aumento da concorrência, rápidas mudanças
tecnológicas, diminuição do ciclo de vida dos produtos e maior exigência por parte dos
consumidores exigem das empresas agilidade, produtividade e alta qualidade que dependem
necessariamente da eficiência e eficácia da empresa neste processo (ROSENFELD &
AMARAL, 2006). A competitividade relacionada com o produto e a disputa de segmentos
comerciais, entre outros, fazem com que as empresas busquem formas de obter vantagem
sobre seus concorrentes na conquista ou consolidação de mercados. Nesse sentido, as
empresas que investem em inovação e conseqüentemente lançam novos produtos ou renovam
aqueles já existentes, estão procurando garantir sua sobrevivência ou ganhar novos espaços no
mercado (CARPINETTI et al., 2001).
O desenvolvimento de novos produtos é um processo essencial à competitividade das
organizações e a gerência desse processo (Gestão do Desenvolvimento de Produto - GDP)
influencia no desempenho do novo produto no mercado. O PDP e a GDP são processos
sistêmicos que devem seguir metodologias e etapas, adaptadas ou desenvolvidas de acordo
com as características da organização, mas que são essencialmente atividades multi e
interdisciplinares. O processo e a gestão do desenvolvimento de produtos são grandes áreas de
atuação do engenheiro de produção, que graças a sua formação abrangente, é capaz de
integrar as diferentes áreas envolvidas nesses processos, como marketing, engenharia,
produção, P&D e logística (FARIA et al., 2009).
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De acordo com Cooper (apud CHENG & FILHO, 2007), é possível elencar oito fatores
críticos de sucesso para a GDP: (1) trabalho sólido na definição do produto e na justificativa
do projeto; (2) dedicação profunda na captação dos dados do mercado e da voz do cliente ao
longo do projeto; (3) produto com valor superior para o cliente por intermédio da
diferenciação e benefícios especiais; (4) definição clara precisa e antecipada do produto, antes
do início do desenvolvimento; (5) lançamento do produto no mercado bem planejado, com
recursos adequados e competentemente executados; (6) pontos rigorosos de decisão sobre
continuar ou abortar o projeto em desenvolvimento; (7) grupos interfuncionais responsáveis,
dedicados, apoiados, e com líderes fortes; e (8) orientação interfuncional em termos de grupos
de trabalho, pesquisas de mercado e produtos globais.
Compreendendo a importância desse tema, conforme o exposto acima, esse artigo tem como
objetivo geral apresentar a experiência didática vivenciada na disciplina Projeto de Produto,
no desenvolvimento de um produto de baixa complexidade tecnológica, porém inovador do
tipo modelo de utilidade. Apesar da simplicidade do produto proposto, foi possível aplicar as
estratégias do processo de desenvolvimento de produtos e perceber a sua importância como
tecnologia de gestão e inovação organizacional capaz de aumentar a competitividade das
empresas.
2. Revisão Bibliográfica
As metodologias referentes ao desenvolvimento de produtos evoluíram muito ao longo do
tempo. Na literatura são propostas diversas metodologias para o desenvolvimento de novos
produtos, cabendo às empresas encontrar ou adequar àquela que melhor se adapte a sua
realidade e cultura. De acordo com Takahashi & Takahashi (2007), cada empresa emprega o
seu próprio processo de desenvolvimento de produtos, algumas definem um processo preciso
e detalhado, e outras empresas possuem processo com pouca estruturação, no entanto, a
mesma empresa pode definir e seguir vários tipos de processos para cada tipo diferente de
projeto de desenvolvimento de produto.
Há vários modelos de PDPs propostos, os quais diferenciam principalmente pela importância
atribuída às diferentes etapas do ciclo de desenvolvimento, devido à origem e à atuação dos
seus autores. Alguns, vindos da área de marketing, dão maior ênfase as primeiras e as últimas
etapas do desenvolvimento, como o planejamento do produto e a elaboração do plano de
marketing para o lançamento. Já outros, com atuação na área de engenharia, concentram-se
mais no projeto do produto e do processo. Há ainda, aqueles que visualizam o PDP sob a
perspectiva do design, atividade de projeto menos tecnológica, porém possuindo dimensões
de forma e função, e não poucas vezes artística, como design gráfico e design de produto.
Outro ponto de diferenciação entre os PDPs é a amplitude do ciclo de desenvolvimento
contemplada (CHENG & FILHO, 2007). Algumas abordagens desse assunto são apresentadas
a seguir.
Segundo Ulrich & Eppinger (1995), um processo é uma seqüência de passos que transforma
uma série de entradas em uma série de saídas (resultado) e o processo de desenvolvimento de
produtos é uma seqüência de passos ou atividades que uma empresa emprega para conceber,
projetar e comercializar um produto. Para Cheng & Filho (2007) o sistema de
desenvolvimento de produtos pode ser compreendido pelo esquema de entrada,
processamento e saída, envolto pelo mercado e tecnologia e a gestão desse sistema,
denominada de Gestão de Desenvolvimento de Produto (GDP), refere-se ao conjunto de
processos, tarefas e atividades de planejamento, organização, decisão e ação envolvidos para
que o sistema considerado alcance os resultados de sucesso esperado.
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Clark & Wheelright. (1993), afirmam que o PDP pode ser considerado como o processo
onde a empresa busca o desenvolvimento de produtos que atendam às necessidades dos
clientes desde a conceituação até a obsolescência do produto. Segundo os autores, pode-se
notar que o PDP é um processo de transformação de informações, onde as entradas são as
oportunidades de mercado, captadas pela área de marketing da organização, somados às
competências tácitas ou explícitas da empresa gerando a capacidade de execução do processo.
Para eles, as etapas do desenvolvimento do produto são: Geração e escolha do conceito;
Planejamento do produto; Engenharia do produto; Engenharia do processo; Produção-piloto.
As etapas podem ocorrer simultaneamente sem a necessidade de término de uma para o início
da seguinte.
Segundo Clark & Wheelweight apud Agostinetto (2006), o PDP deve conjugar a eficiência e
eficácia para que a empresa ganhe velocidade no desenvolvimento de novos produtos.
Agostinetto (2006) afirma que esses autores sugerem a utilização de um modelo para a gestão
do PDP que promova melhoria ao longo do tempo das capacidades requeridas nas atividades,
pelo desenvolvimento de elementos-chave como: pessoas e suas habilidades; a estrutura
organizacional e seus procedimentos; as estratégicas e as táticas; as ferramentas e métodos; o
próprio processo gerencial.
Segundo Fuller apud Monteiro & Martins (2003) existem seis etapas para o desenvolvimento
de produtos que são a concepção de idéias, conceituação, desenvolvimento, produção,
avaliação por consumidores e teste de mercado. Conforme o autor:
Concepção de idéias: as idéias podem surgir através de opiniões, serviços de atendimento
ao consumidor, opiniões de gerentes e proprietários de empresa. As necessidades do
consumidor deverão ser conciliadas com os interesses e estratégias da empresa;
Conceituação: após aprovação das idéias, as mesmas passam pelo processo de
conceituação onde uma boa parte dos processos de desenvolvimento de novos produtos é
finalizada, devido a alguma inviabilidade do projeto, seja ela mercadológica ou técnica.
Nessa fase são realizadas pesquisas de mercado, estudos de viabilidade financeira e de
manufatura do produto;
Desenvolvimento: essa fase requer a maior quantidade de recursos e tempo, em todo
processo, pois nela projeta-se o processo e criam-se as especificações do produto. Caso
essa etapa for mal conduzida, os custos gerados podem ficar acima do previsto nas fases
seguintes e podem contribuir para o fracasso do produto antes ou após o lançamento;
Produção: A produção é iniciada em escala piloto, mas com especificações iguais as da
futura produção industrial. Podem surgir durante essa etapa necessidade de adaptação do
processo devido às falhas no projeto de desenvolvimento. Faz-se necessário analisar bem o
decorrer das fases anteriores para não gerar gastos nessa etapa, pois o impacto dos custos
para empresa será ainda maior;
Avaliação por consumidores: no teste são aplicados questionários aos consumidores do
produto em questão e a partir disso fazem-se os estudos estatísticos para avaliar a posição
do consumidor com o produto analisado.
Teste de mercado: utiliza-se, nessa etapa, uma cidade ou região como referência e, em caso
de sucesso, a distribuição planejada para o produto é colocada em prática. Caso contrário
volta-se às etapas anteriores do processo para corrigir eventuais erros e, em casos mais
extremos, o projeto é interrompido.
Clark & Wheelwright (1993) dividem o processo de desenvolvimento de produtos em quatro
fases: desenvolvimento do conceito, planejamento do produto, engenharia do
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produto/processo e finalmente produção piloto/aumento da produção. As duas primeiras fases
incluem informações sobre as oportunidades de mercado, as possibilidades técnicas e os
requisitos de produção. Considera-se o projeto conceitual, o mercado alvo, os investimentos
necessários e a viabilidade econômica. Para a aprovação do programa de desenvolvimento de
produto, o conceito deve ser validado através de testes e discussão com potenciais clientes.
Com o conceito aprovado, parte-se para o detalhamento da engenharia e do processo de
fabricação. Esta fase envolve o desenvolvimento do projeto, a construção de protótipos e o
desenvolvimento de ferramentas para produção. O detalhamento de engenharia envolve o
ciclo projetar, construir e testar, até atingir a maturidade necessária para início da produção.
De acordo com Rosenfeld & Amaral (2006), algumas abordagens importantes para o tema
são:
Estudos de Harvard & MIT: Esses foram um dos primeiros trabalhos analíticos, realizados
no final dos anos 80 e no início dos 90, que se tornaram comumente referenciados na
literatura sobre desenvolvimento de produto e geraram muitos conceitos na área. Nessa
abordagem o PDP se divide em três etapas maiores estratégia de desenvolvimento;
gerenciamento do projeto específico e aprendizagem.
Stuart Pugh: A principal preocupação desse autor é a busca de uma visão total de
atividades acabando com as visões parciais existente em cada setor tecnológico específico.
O modelo proposto por ele possui 6 etapas interativas e aplicáveis a qualquer projeto. Cada
etapa é representada por um cilindro que representa o conjunto específico de
conhecimentos compostos por diversas visões tecnológicas parciais.
Don Clausing: Esse autor teve influência do trabalho de Pugh e Taguchi na elaboração de
uma abordagem denominada Total Quality Development. Há um enfoque para as técnicas
de QFD (Quality Function Deployment) e para os conceitos sobre os times de
desenvolvimento de produto. Nesse método existem três etapas que são conceito, design e
preparação/produção.
Prasad: Nessa metodologia, conceitos sofisticados de engenharia simultânea são utilizados
e engloba diversos fatores bastante independentes do PCP (Planejamento e Controle da
Produção). Esse método divide a engenharia simultânea em fases denominadas
Organização do Produto e Processo (PPO) e a do Desenvolvimento de Produto Integrado
(IPD). Ambas possuem no seu centro a descrição dos quatro elementos de suporte desta
metodologia que são: modelos, métodos, métricas e medidas. As duas rodas possuem
também anéis intermediários idênticos que representam os times, ou a estrutura
organizacional que dirige as ações dentro do processo de engenharia simultânea.
APQP da QS 9000: É um manual de planejamento e controle da qualidade do produto
desenvolvido dentro do conjunto de normas da QS 9000. Apesar desse manual não ter sido
desenvolvido exclusivamente para este fim, ele resume um conjunto de preocupações,
técnicas e um modelo suficientemente detalhado capazes de servir de base para
intervenções no processo de desenvolvimento de produto.
Segundo Rozenfeld et al. (2006), o desenvolvimento de produto deve abranger todo o
planejamento e gerenciamento do portfólio de produtos e do portfólio de projetos da empresa,
garantindo compatibilidade com as estratégias da organização. Deve abranger também a
especificação de todos os recursos e procedimentos de manufatura, ou seja, envolve tanto a
gestão estratégica quanto a gestão operacional. Para os autores, a principal divisão das
atividades do PDP é classificada em três etapas que compreendem o pré-desenvolvimento, o
desenvolvimento e o pós-desenvolvimento, conforme exposto abaixo:
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(1) Pré-desenvolvimento: nessa fase, também conhecida como planejamento do produto, é
definido o produto a ser desenvolvido, isto é, o escopo do projeto de desenvolvimento,
avaliação econômica do projeto, avaliações de capacidade de risco do projeto, definição de
indicadores para monitoramento do projeto e definição de planos de negócio. Apesar disso,
antes dessa fase existe o planejamento estratégico do produto, onde será analisado o
planejamento estratégico da empresa e definidos os produtos que podem alcançar os objetivos
da empresa.
(2) Desenvolvimento: essa fase comporta um número maior de atividades relacionadas com o
projeto de um produto, podendo ser dividida em quatro etapas. No Projeto Informacional é
feita a aquisição de informações junto ao cliente (necessidades e desejos) sobre o projeto em
questão e sua posterior interpretação. Na fase de Projeto Conceitual com base nas
informações obtidas na fase anterior, é proposto o conceito a ser adotado pelo produto. É
realizada, uma síntese da estrutura de funções a ser desempenhada pelo produto, a fim de
atender às necessidades do consumidor. Na fase de Projeto Preliminar, conhecendo-se o
conceito e a estrutura funcional do produto pode-se dimensioná-lo, selecionando-se materiais,
formas, componentes, processos de fabricação e montagem, etc. Ao final desta fase, os
produtos estão totalmente estruturados. No Projeto Detalhado, fase final de projeto, a
disposição, a forma, as dimensões e as tolerâncias dos componentes são finalmente fixadas.
Com todos os recursos em mãos, realiza-se então o lançamento oficial do produto.
(3) Pós-desenvolvimento: nessa fase ocorre inicialmente um planejamento de como o produto
será acompanhado e retirado do mercado. Definem-se as equipes e os recursos necessários
para as alterações de engenharia, visando correções de potenciais falhas e/ou adição de
melhorias requisitadas pelos clientes. Definem-se também metas de quando o produto deverá
ser retirado do mercado. Deve-se fazer o acompanhamento do produto, a fim de realizar
melhorias contínuas até que sejam atingidas as metas estabelecidas durante o PDP e o produto
seja descontinuado. Inicia-se então a retirada do produto do mercado e todas as providências
em relação ao descarte do material para o meio ambiente devem ser tomadas.
3. Resultados: desenvolvimento do projeto do produto
A idéia de desenvolver o produto surgiu das atividades práticas desenvolvidas na disciplina
Projeto de Produto, do curso de Engenharia de Produção. Na elaboração do modelo utilizado
considerou as várias metodologias descritas na literatura, os conhecimentos já adquiridos
pelos alunos ao longo do curso, as dificuldades de criação do protótipo e a
interdisciplinaridade com outras áreas de conhecimento da engenharia de produção. O modelo
para o desenvolvimento do produto, como experiência didático-pedagógica, utilizado neste
trabalho consiste no levantamento de informações e execução das seguintes etapas (FARIA,
2007): 1ª Etapa – Geração do conceito: (1.1) Geração de idéias, (1.2) Análise de viabilidade,
(1.3) Especificação de oportunidades; 2ª Etapa – Projeto preliminar; 3ª Etapa – Projeto
detalhado e protótipo; 4ª Etapa - Definição do custo e processo de produção: (4.1)
Composição do custo do produto/serviço, (4.2) Descrição do processo de produção (layout),
(4.3) Fluxo do processo/equipamento/mão-de-obra; 5ª Etapa – Transformando Idéias em
negócios: (5.1) Exploração da oportunidade, (5.2) Lógica do negócio; descritas a seguir.
1ª Etapa – Geração do conceito
1.1 Geração de idéias
Nesta etapa, o grupo procedeu a um brainstorming, visando perceber alguma necessidade ou
oportunidade do mercado que pudesse culminar no desenvolvimento de um produto de baixa
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complexidade tecnológica, porém inovador do tipo modelo de utilidade. Nessa etapa abordou-
se pontos importantes sobre mercado, concorrentes, as características do produto, dentre
outras. O produto em questão é um “Porta Soutien”, desenvolvido com o objetivo de guardar
e proteger estas peças íntimas, que se tornam cada vez mais sofisticadas e passíveis de sofrer
algum dano pelo incorreto armazenamento, especialmente em viagens. O produto visa
facilitar o transporte, pois possui dimensões reduzidas e também possibilita seu
armazenamento de forma organizada no guarda-roupa. Assim, foram discutidos e
documentados os seguintes dados:
Mercado: o produto busca explorar o mercado crescente de roupas íntimas mais sofisticadas;
Clientes: o produto tem como clientes mulheres das classes média e alta, que costumam comprar roupas
íntimas mais refinadas;
Potenciais concorrentes: os concorrentes são as próprias empresas que comercializam essas peças íntimas,
pois as vendem em caixas próprias e individuais, que são utilizadas para armazenar as peças, porém não são
práticas;
Caráter inovação: este produto é inovador porque não existe nenhum utensílio similar que se destine ao
mesmo fim, que seja prático e armazene as peças íntimas sem danificá-las, podendo ainda permitir seu
transporte sem dificuldades;
Características: o produto será feito de madeira compensada, composto de quatro compartimentos próprios
para armazenar os soutiens, fechados com zíper e revestidos com tecido. Além disso, será dobrável, de forma
que facilite o transporte e possa ser adaptado para alocação no guarda-roupa. O esboço do produto é
apresentado na Figura 1.
Figura 1 – Esboço do produto “Porta Soutien”
1.2 Análise de viabilidade e especificação de oportunidades
Inicialmente, nessa fase, buscou-se identificar a existência de patentes e produtos similares no
mercado. Caso não haja propriedade industrial registrada, o produto pode ser, eventualmente,
protegido. Essa pesquisa foi realizada a partir do site do Instituto Nacional da Propriedade
Industrial (INPI). Foram feitas inúmeras pesquisas a partir do conceito do produto e de seu
objetivo, sendo encontrados apenas resultados referentes ao produto soutien, não obtendo
resultados positivos quanto à existência de produtos similares ou destinados ao mesmo fim a
que este se destina, ou seja, armazenar, transportar e proteger estas peças íntimas.
Também, nessa fase, buscou-se analisar a viabilidade comercial e técnica a partir dos
seguintes questionamentos:
Principal caráter inovação do produto: local apropriado para se guardar e transportar soutiens caros e
sofisticados, como do tipo com bojo.
Nível de complexidade: baixo nível de complexidade. O processo de fabricação não necessita de mão-de-
obra especializada e nem de maquinário com alto padrão tecnológico.
Perfil da equipe necessária para o desenvolvimento do produto: domínio das ferramentas de desenho gráfico
e Microsoft Office; Conhecimentos de gerência de projeto, PDP e GDP; Habilidades para realizar estudos de
viabilidade econômica e comercial.
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No estudo do mercado potencial, entendeu-se que o produto faz parte do setor de moda íntima
(Indústria têxtil Vestuário e moda Moda Feminina Moda íntima feminina). No
dimensionamento do setor alvo realizado pelo grupo foi visto que o mercado da moda é um mercado
promissor, que está se expandindo exponencialmente. Os dados do mercado são apresentados no
Quadro 1.
Assim, de acordo com as informações obtidas, o produto tem como clientes mulheres das
classes média e alta, que costumam comprar roupas íntimas mais sofisticadas, que por sua vez
exigem maiores cuidados, localizam-se principalmente na região Sudeste e têm o perfil da
mulher moderna: trabalha e viaja muito, além de valorizar conforto e facilidades. Em relação
ao mercado consumidor, a adaptabilidade do produto ao estilo de vida das mulheres, design,
praticidade, status, fator proteção para peças íntimas são os aspectos críticos que podem
determinar o sucesso ou fracasso do novo produto. Por ter caráter inovador, é possível que os
clientes não consigam ver a real utilidade do produto, não pretendendo mudar seus costumes,
o que se caracteriza como principal fator de incerteza do produto. Também, é preciso analisar
o mercado e verificar as possíveis tendências de mudanças desses produtos, por exemplo, um
bojo que não se amasse. Uma pesquisa de mercado junto aos potenciais clientes ajudará na
compreensão do perfil dos consumidores e da possível aceitação do produto.
Quadro 1 – Dados sobre o mercado de moda íntima feminina
De acordo com os dados da pesquisa “O Mercado de Moda no Brasil – Vestuário, Meias e Acessórios Têxteis”,
produzida pelo Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI) e pela Associação Brasileira da Indústria
Têxtil e de Confecção (ABIT), com o apoio da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX)
(PIMENTEL, 2008):
- O Brasil é o 6º maior parque têxtil do mundo. Toda a cadeia produtiva soma um total de aproximadamente 30
mil empresas. Em 2007, o mercado de moda no Brasil produziu 7,2 bilhões de peças e consumiu 1 milhão de
toneladas de têxteis. O faturamento total do setor foi de US$ 32,5 bilhões e 1,65 milhão de empregos.
- Em 2008, o investimento das 17,5 mil empresas que atuam na confecção de vestuário, meias e acessórios
têxteis já atingiu aproximadamente US$ 103,6 milhões. A maior parte da produção está no Sul/Sudeste. Juntas,
as regiões reúnem 86% da produção nacional. O mercado de moda no Brasil produziu em 2007, 5,6 bilhões de
peças (vestuário, meias e acessórios) e consumiu 1 milhão de toneladas de tecido, gerando US$ 15,9 bilhões e
1,1 milhão de empregos. As empresas de grande porte respondem por apenas 16% da produção e as pequenas e
médias ficam com 66%. As microempresas respondem pelos demais 8%. A maior parte dos empregos do setor,
71%, é gerada nas empresas de pequeno porte. As micro empresas geram 8% dos postos e as de grande porte
detêm os demais 21%.
- O recorte por público-alvo mostra que as mulheres são as grandes consumidoras de moda no país. A moda
feminina responde por 41% da produção. Já o público masculino representa 35% do mercado. A moda infantil
tem participação de 18% e a moda bebê, 5%. Estima-se para 2009 um aumento de 2,5% para o setor.
O setor de moda íntima é o setor têxtil que apresenta a menor porcentagem de importação, e se apresenta imune
às concorrências dos importados. É um setor que se destaca pela grande quantidade de produtos exportados,
atingindo 28 milhões de peças por ano. Em 2007, o setor de moda íntima produziu 739 milhões de peças,
volume que gerou um faturamento da ordem de R$ 4,07 bilhões. No período de dois anos, 2005 a 2007, o
mercado cresceu 22%. As confecções de moda íntima vem superando resultados ano após ano, com índices
bastante superiores ao do crescimento do PIB. É valido ressaltar que este fato não acontece com a indústria de
confecção como um todo, o que leva a concluir que nossa moda íntima alcançou um nível de competitividade
internacional. Quanto a regionalização da produção: Norte (0,3%); Nordeste (15,7%); Sudeste (76,9%); Sul
(6,7%); Centro-Oeste (0,5%). Os dados do setor são apresentados abaixo (FLÔRES, 2008):
Mercado de Roupa Íntima 2005 2006 2007
Produção nacional (em mil peças) 583.438 586.383 600.973
Produção nacional (em mil US$) 544.182 562.466 678.382
Exportação (em mil peças) 12.612 19.708 23.401
Exportação (em mil US$) 32.758 30.992 36.871
Importação (em mil peças) 2.442 4.429 8.664
Importação (em mil US$) 3.068 3.321 5.193
Consumo aparente (em mil peças) 573.268 571.104 586.236
Consumo aparente (em mil US$) 514.492 534.795 646.704
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2ª Etapa – Projeto preliminar
Nesta etapa, teve-se atenção aos detalhes e a todos os possíveis problemas que poderiam ser
gerados a partir de um dimensionamento errôneo dos componentes do produto, de forma a
evitar futuros custos oriundos da necessidade de modificar o projeto. Também, foram listadas
as necessidades de materiais para sua confecção: tecido, 12 placas de madeira compensada, 4
Zíper com abertura inferior e velcro. Dessa forma, foram feitos os desenhos preliminares do
produto a partir das menores dimensões possíveis, de forma a facilitar o transporte e aumentar
o caráter prático do produto para viagens.
3ª Etapa – Projeto detalhado e protótipo
Nesta etapa, foi considerada as dimensões estabelecidas na etapa anterior e os materiais já
definidos para proceder uma análise mais criteriosa das dimensões, materiais, forma
geométrica, tamanho e possibilidade de confecção. Após essa análise, foram feitos alguns
ajustes no projeto preliminar e a construção do protótipo, utilizando papelão em substituição à
madeira compensada especificada. O protótipo foi construído cortando-se as 12 placas de
papelão, fazendo-se um “envelope” com o tecido de forma a colocar as 3 partes que formam o
triângulo no interior deste tecido e costurar por entre elas. Então foi costurado o zíper de
forma a fechar cada unidade e posteriormente o velcro, a alça e então passou-se uma costura
entre os módulos de forma a uni-los. O protótipo em escala real é apresentado na Figura 2.
Figura 2 – Fotos do protótipo “Porta Soutien”, em dimensão real, aberto e fechado.
4ª Etapa – Definição do custo e processo de produção
Para o desenvolvimento de um produto, é necessário considerar o planejamento estratégico da
empresa, que por sua vez irá se desdobrar no plano estratégico de produtos e posteriormente
no portfólio de produtos que deverão ser desenvolvidos. Os fatores organizacionais e da
estratégia da empresa precisam ser levados em consideração na tomada de decisão, como mix
de produtos a ser produzido, público alvo, preço e qualidade, dente outros fatores. Também, é
necessário planejar a produção, o que implicará também no custo final do produto e na sua
viabilidade técnica e econômica.
Com base no projeto detalhado, foram estimados os custos de materiais diretos utilizados na
fabricação do produto (Quadro 2). Para melhor dimensionamento, os custos de fabricação
também devem compor o custo do produto final, mas não foi possível realizar este
levantamento, haja vista que seria necessário fazê-lo em função da quantidade a ser produzida
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e do projeto da fábrica, o que não estava contemplado no escopo da disciplina. Foi proposto
um layout para o processo de produção do “Porta Soutien” (Figura 3).
Quadro 2 - Estimativa de custos de matéria-prima para o produto “Porta Soutien”
Item Peça
Componente Material
Unidade
medida R$/unidade
Quantidade
de material R$
% do Custo
Total
1 Revestimento Tecido de algodão m² 5 0,8 4 19,53%
2 Zíper metal unidade 0,8 4 3,2 15,63%
3 Estrutura compensado m² 18,9 0,35 6,62 32,33%
4 Velcro pano m 3 0,22 0,66 3,30%
5 Molde Soutien plástico unidade 1,5 4 6 29,30%
Total 20,48
Legenda:
Posto de Trabalho Processo Equipamentos Mão-de-obra
1 Armazenamento Empilhadeira Monitorador de estoque
2 Corte do tecido Máquina de corte Cortador
3 Corte do acrílico Máquina de corte Cortador
4 Posicionamento e costura Máquina de costura Costureiro
5 Costura zíper e velcro Máquina de costura Costureiro
6 Estocagem Empilhadeira Monitorador de estoque
Figura 3 - Layout esquemático do processo de produção do “Porta Soutien”
5ª Etapa – Transformando idéias em negócios
Esta etapa não faz parte do PDP, mas foi realizada nessa experiência didática com a finalidade
de despertar os alunos para a possibilidade de criação de novos negócios através da idéia e
projeto de produtos diferenciados, bem como de promover o espírito empreendedor. O grupo
respondeu uma série de questões necessárias para a elaboração de um plano de negócios e
relacionadas com a exploração da oportunidade (Quadro 3), lógica do negócio (Quadro 4) e
competitividade (Quadro 5). O objetivo dessa etapa foi definir as variáveis que interferem na
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colocação e permanência do produto no mercado. Isso é importante para estabelecer
estratégias que visem o sucesso do produto. A grande maioria das pequenas empresas de base
tecnológica nasce da idéia de um produto inovador. Cabe ressaltar que caso o produto fosse
patenteado e os idealizadores não tivessem interesse em produzi-lo, o produto poderia ser
licenciado para outras empresas.
Quadro 3 – Exploração da oportunidade
Que “nicho” de mercado pretende explorar? Quem
comprará os produtos?
Mulheres modernas, das classes média e alta
Onde estão localizados os potenciais clientes? Principalmente no sudeste do país
Qual será o volume e frequência de compra dos clientes? 1 a 2 itens/pessoa, de 2 em 2 anos
Como influenciar na decisão de compra dos clientes? Marketing
Podem existir novos concorrentes no mercado que está
explorando?
Fabricantes de cabides
Como fazer com que os clientes passem a comprar os
produtos?
Investir em design e marketing
Quais serão os diferencias oferecidos ao mercado pelo
meu negócio?
Inovação, praticidade e design
Quadro 4 - Lógica do negócio
Qual será o ponto ideal para a instalação do negócio? Perto de grandes centros
Existem aspectos legais que influenciam a localização? Incentivos fiscais
Qual o perfil e o papel dos sócios a ser escolhido? Sociedade formada pelos criadores do produto
O que diz a legislação sanitária e/ou ambiental inerente ao
negócio?
Resíduos serão direcionados às usinas de
reciclagem
Quais são os impostos / tributos / taxas que devo pagar? IRPJ, INSS, FGTS e outros
Devo registrar a “minha marca”? Sim
Devo patentear o “meu produto”? Sim
A informatização é fundamental para iniciar o meu
negócio?
Sim, para atendimento de pedidos e controle da
produção
Devo ter um site na internet? Sim
Quadro 5 - Competitividade
Qual será a melhor forma de divulgação? Internet
Periodicidade da divulgação? Marketing intenso de 6 em 6 meses
Que preço deverá ser praticado para ser competitivo e
gerar lucro?
R$ 60,00
4. Conclusão
A metodologia para o desenvolvimento de produtos utilizada na disciplina mostrou-se
adequada e eficiente para o projeto e criação “Porta Soutien”. Foi possível compreender a
importância das várias etapas propostas, como a geração da idéia a partir de uma necessidade
ou oportunidade, a pesquisa de mercado, os projetos preliminares e detalhados e
especialmente a necessidade de investimentos e alocação de recursos. A metodologia utilizada
seguiu uma ordem lógica que possibilitou o desenvolvimento do projeto de maneira
progressiva.
Seguindo a metodologia proposta, composta pelas etapas: geração de idéias, análise de
viabilidade e oportunidade, definição do projeto preliminar, projeto detalhado e protótipo,
definição do custo e processo de produção foi possível chegar as especificações do projeto
detalhado do produto, bem como desenvolver o protótipo. Para definir o custo do produto
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seria necessário especificar com mais critérios e detalhes o processo de produção, o que não
foi possível no contexto desta atividade. Com esta experiência didática, apesar da baixa
complexidade tecnológica envolvida no projeto do produto proposto, percebeu-se a
importância de cada etapa no processo de desenvolvimento de novos produtos, ou seja, de
uma metodologia e possibilitou o desenvolvimento nos alunos de competências necessárias
para a gerência do processo de desenvolvimento de novos produtos.
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