processo civil parte geral · 2 normas processuais civis. 3 a jurisdição. 4 a ação. 4.1...

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26/03/2020 1 PROCESSO CIVIL Parte Geral prof.anasantanna E-mail: [email protected] DIREITO PROCESSUAL CIVIL: 1 Lei 13 . 105 / 2015 e suas alterações (Código de Processo Civil) . 2 Normas processuais civis . 3 A jurisdição . 4 A Ação . 4 . 1 Conceito, natureza, elementos e características . 4 . 2 Condições da ação . 4 . 3 Classificação. 5 Da Cooperação Internacional. 5.1 Disposições gerais. 5.2 Do auxílio direto. 5.3 Da carta rogatória. 6 Da Competência . 6 . 1 Disposições gerais . 6 . 2 Da modificação da competência . 6 . 3 Da incompetência. 7 Pressupostos processuais. 8 Preclusão. 9 Sujeitos do processo. 9.1 Capacidade processual e postulatória. 9.2 Deveres das partes e procuradores. 9.3 Procuradores. 9.4 Sucessão das partes e dos procuradores. 9.5 Litisconsórcio. 10 Intervenção de terceiros. 11 Do Juiz e dos Auxiliares da Justiça. 11.1 Dos poderes, dos deveres e da responsabilidade do Juiz. 11.2 Dos Impedimentos e da Suspeição. 11.3 Dos Auxiliares da Justiça. 12 Ministério Público. 13 Advocacia Pública. 14 Defensoria Pública. 15 Atos processuais. 15.1 Forma dos atos. 15.2 Tempo e lugar. 15.3 Prazos. 15.4 Comunicação dos atos processuais. 15.5 Nulidades. 15.6 Distribuição e registro. 15.7 Valor da causa. 16 Tutela provisória. 16.1 Tutela de urgência. 16.2 Disposições gerais. 17 Formação, suspensão e extinção do processo. 18 Processo de conhecimento e do cumprimento de sentença. 18.1 Procedimento comum. 18.2 Disposições Gerais. 18.3 Petição inicial. 18.3.1 Dos requisitos da petição inicial. 18.3.2 Do pedido. 18.3.3 Do indeferimento da petição inicial. 18.4 Improcedência liminar do pedido. 18.5 Da conversão da ação individual em ação coletiva. 18.6 Da audiência de conciliação ou de mediação. 18.7 Contestação, reconvenção e revelia. 18.8 Providências preliminares e de saneamento. 18.9 Julgamento conforme o estado do processo. 18.10 Da audiência de instrução e julgamento. 18.11 Provas. 18.12 Sentença e coisa julgada. 18.13 Cumprimento da sentença e sua impugnação. 19 Teoria Geral dos Recursos. 19.1 Dos recursos. 19.2 Disposições gerais. 19.3 Da apelação. 19.4 Do agravo de instrumento. 19.5 Do agravo interno. 19.6 Dos Embargos de Declaração. 19.7 Dos recursos para o Supremo Tribunal Federal e para o Superior Tribunal de Justiça. 20 Do Processo de execução. 21 Processos nos tribunais e meios de impugnação das decisões judiciais. 22 Mandado de segurança. 23 Ação popular. 24 Ação civil pública. 25 Ação de improbidade administrativa. 26 Lei nº 11.419/2006 (Processo Judicial Eletrônico).

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PROCESSO CIVIL

Parte Geral

prof.anasantanna

E-mail: [email protected]

DIREITO PROCESSUAL CIVIL: 1 Lei nº 13.105/2015 e suas alterações (Código de Processo Civil). 2 Normas processuais civis. 3 A jurisdição. 4 A Ação. 4.1 Conceito, natureza, elementos e características. 4.2 Condições da ação. 4.3 Classificação. 5 Da Cooperação Internacional. 5.1 Disposições gerais. 5.2 Do auxílio direto. 5.3 Da carta rogatória. 6 Da Competência. 6.1 Disposições gerais. 6.2 Da modificação da competência. 6.3 Da incompetência. 7 Pressupostos processuais. 8 Preclusão. 9 Sujeitos do processo. 9.1 Capacidade processual e postulatória. 9.2 Deveres das partes e procuradores. 9.3 Procuradores. 9.4 Sucessão das partes e dos procuradores. 9.5 Litisconsórcio. 10 Intervenção de terceiros. 11 Do Juiz e dos Auxiliares da Justiça. 11.1 Dos poderes, dos deveres e da responsabilidade do Juiz. 11.2 Dos Impedimentos e da Suspeição. 11.3 Dos Auxiliares da Justiça. 12 Ministério Público. 13 Advocacia Pública. 14 Defensoria Pública. 15 Atos processuais. 15.1 Forma dos atos. 15.2 Tempo e lugar. 15.3 Prazos. 15.4 Comunicação dos atos processuais. 15.5 Nulidades. 15.6 Distribuição e registro. 15.7 Valor da causa. 16 Tutela provisória. 16.1 Tutela de urgência. 16.2 Disposições gerais. 17 Formação, suspensão e extinção do processo. 18 Processo de conhecimento e do cumprimento de sentença. 18.1 Procedimento comum. 18.2 Disposições Gerais. 18.3 Petição inicial. 18.3.1 Dos requisitos da petição inicial. 18.3.2 Do pedido. 18.3.3 Do indeferimento da petição inicial. 18.4 Improcedência liminar do pedido. 18.5 Da conversão da ação individual em ação coletiva. 18.6 Da audiência de conciliação ou de mediação. 18.7 Contestação, reconvenção e revelia. 18.8 Providências preliminares e de saneamento. 18.9 Julgamento conforme o estado do processo. 18.10 Da audiência de instrução e julgamento. 18.11 Provas. 18.12 Sentença e coisa julgada. 18.13 Cumprimento da sentença e sua impugnação. 19 Teoria Geral dos Recursos. 19.1 Dos recursos. 19.2 Disposições gerais. 19.3 Da apelação. 19.4 Do agravo de instrumento. 19.5 Do agravo interno. 19.6 Dos Embargos de Declaração. 19.7 Dos recursos para o Supremo Tribunal Federal e para o Superior Tribunal de Justiça. 20 Do Processo de execução. 21 Processos nos tribunais e meios de impugnação das decisões judiciais. 22 Mandado de segurança. 23 Ação popular. 24 Ação civil pública. 25 Ação de improbidade administrativa. 26 Lei nº 11.419/2006 (Processo Judicial Eletrônico).

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PONTO 5

Cooperação Internacional

5.1 Disposições gerais

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• Entre os arts. 26 e 41, do NCPC, temos algumas regras de cooperação entre juízos internacionais.

• Em relação à cooperação nacional, o assunto é estudado na parte da repartição de competência, uma vez que ela existe em face dos limites impostos à competência interna de cada juízo.

• A cooperação internacional deve ser entendido como conjunto de técnicas que permitem a dois Estados colaborar entre si em prol do cumprimento fora de seus territórios com medidas jurisdicionais requeridas por um deles.

• Essa cooperação observa as normas que constam de tratados internacionais entre os países envolvidos ou, na ausência, são observadas as regras constantes do NCPC e o princípio da reciprocidade.

• A cooperação internacional para a prática de atos processuais envolve a carta rogatória e o auxílio direto. A diferença entre os dois está no conteúdo decisório do ato praticado.

• O art. 26 estabelece que a cooperação internacional será regida por Tratado de que o Brasil faça parte, e não havendo Tratado, é possível que as partes adotem a técnica da reciprocidade, ou seja, decidam na prática do dia a dia do foro a concessão dos mesmos benefícios a fim de dar efetividade às decisões judiciais. (art. 26 § 1º).

• Na homologação de sentença estrangeira não se exige reciprocidade (art. 26 § 2º).

• Para o recebimento e a transmissão dos atos de cooperação deve ser constituída uma autoridade central. Essa função de autoridade, se não for definida de forma específica no tratado internacional, será desempenhada pelo Ministério da Justiça.

• De toda forma, em ambos os casos de cooperação (por intermédio de tratado ou por reciprocidade) devem ser observados os parâmetros previstos nos incisos do art. 26:

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Art. 26. A cooperação jurídica internacional será regida por tratado de que o Brasil faz parte e observará:

• I - o respeito às garantias do devido processo legal no Estado requerente;

• II - a igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros, residentes ou não no Brasil, em relação ao acesso à justiça e à tramitação dos processos, assegurando-se assistência judiciária aos necessitados;

• III - a publicidade processual, exceto nas hipóteses de sigilo previstas na legislação brasileira ou na do Estado requerente;

• IV - a existência de autoridade central para recepção e transmissão dos pedidos de cooperação;

• V - a espontaneidade na transmissão de informações a autoridades estrangeiras.

• § 3º Na cooperação jurídica internacional não será admitida a prática de atos que contrariem ou que produzam resultados incompatíveis com as normas fundamentais que regem o Estado brasileiro.

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O art. 27 traz que tipos de atos processuais poderão ser objeto de cooperação internacional para a efetividade dos processos. Trata-se de rol exemplificativo.

A cooperação pode ser ativa (quando o Brasil requer a prática do ato) ou passiva (quando a autoridade estrangeira que requer). Cabe distinguir auxílio direto e carta rogatória que são instrumentos de cooperação internacional.

Já o auxílio direto constitui uma técnica de cooperação internacional que dispensa a prévia homologação pelo STJ e são feitos diretamente perante uma autoridade central, que coordenará o recebimento e o envio de atos de cooperação. Desse modo, o auxílio direto será utilizado, por exemplo, para requisição de ofício ou colheita de provas. (art. 30) Cabe ao AGU, que representa o Ministério da Justiça em juízo, requerer em juízo, ao Juiz federal, a medida solicitada (art. 33 e 34)

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• A carta rogatória é compreendia como um mecanismo de cooperação internacional e pode ser utilizada tanto a prática de atos de comunicação como de conteúdo decisório. Esses atos de conteúdo decisório exigem prévia homologação perante o STJ (para sentenças) ou concessão de exequatur (para decisões interlocutórias), para que possam produzir efeitos no Brasil.

• Caso não haja previsão em tratado ou convenção internacional sobre a utilização do auxílio direto, atos que não contenham conteúdo decisório podem ser praticados também por intermédio da carta rogatória.

• Além disso, a carta rogatória pode ser exigida expressamente no tratado internacional ou no acordo bilateral.

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PONTO 7

PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS

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São requisitos de constituição e desenvolvimento válido e regular do processo (artigo 485, IV). Devem ser entendidos ainda como os requisitos lógicos e jurídicos necessários à existência e validade da relação processual, à falta dos quais, a relação processual não tem existência ou validade.

“Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:

IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo;”

• Classificação:

Os pressupostos processuais podem ser subjetivos, quando dizem respeito aos sujeitos principais da relação processual: juiz e partes; ou objetivos, quando tratam da subordinação do procedimento às normas legais e da inexistência de fatos impeditivos.

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Pressupostos de Existência • Segundo doutrina de José Milton da Silva, "os pressupostos

antecedentes, ou de existência do processo, são aqueles que deverão preexistir à relação processual". São os requisitos necessários para a instauração do processo ou em outras palavras, para que a relação processual se constitua validamente. Estamos tratando daqueles requisitos sem os quais a relação sequer poderia ser considerada formada.

A existência é condição imprescindível para que se possa perquirir sua validade e eficácia. O que é válido ou inválido, necessariamente tem que existir.

Pressupostos de existência:

• a) investidura do juiz – este tem que estar previamente investido na jurisdição; pessoa que preenche os requisitos no ordenamento para o exercícios da jurisdição;

• b) partes – personalidade jurídica (pessoas físicas, jurídicas, pessoas formais entes despersonalizados Mesas Legislativas ou Tribunais de Contas (sum 525 STJ)

• c) demanda formulada -

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Requisitos de Validade

• Requisito, por sua vez, é a condição que se deve satisfazer para alcançar certo fim; é tudo que integra a estrutura de um ato; é a formalidade necessária.

Se o ato processual existe, então podemos perquirir sobre a validade dele. Os requisitos de validade são aqueles a ser atendidos, depois que o processo se estabeleceu regularmente, a fim de que possa ter o curso ou desenvolvimento regular, até a sentença de mérito.

• a) imparcialidade – juiz que não tem interesse na demanda arts. 144 e 145

• b)capacidade para estar em juízo: condição legal de atuar processualmente. Algumas pessoas precisam de assistência ou representação processual para atuar processualmente, como ocorre com os incapazes e com as pessoas jurídicas.

• c) capacidade postulatória: ostentada pelo profissional inscrito na Ordem dos Advogados (artigo 103), é exigida como regra, mas pode ser dispensada, como ocorre em alguns procedimentos nos Juizados Especiais.

• d) coisa julgada material (art. 485, V)

• e) litispendência (art. 485 V)

• f) perempção (art. 485 V)

• g) convenção de arbitragem (485 VII)

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• h) petição inicial apta

• i) citação válida – quando se completa a relação processual com exceção das extinções legais previstas antes dela (art. 330 e 332)

• j) regularidade formal- os atos devem ser praticados na forma prevista em lei, mas se atingir a finalidade e não causar prejuízo, deve prevalecer (instrumentalidade das formas)

PONTO 8

PRECLUSÃO

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• Nas lições de Fredie Didier Jr, o processo é um método de solução de conflitos que se vale de um conjunto de normas que ordenam a participação e o papel dos sujeitos do processo. A esse conjunto de normas dá-se o nome de formalismo processual.

• A preclusão é instituto fundamental para o bom desenvolvimento do processo, sendo um limitador do exercício abusivo dos poderes processuais pelas partes, bem como impede que questões já decididas pelo órgão jurisdicional possam ser reexaminadas, evitando-se o retrocesso e a insegurança jurídica.

Preclusão • É a perda do direito de manifestar-se no processo, isto é, a perda da

capacidade de praticar os atos processuais por não tê-los feito na oportunidade devida ou na forma prevista. É a perda de uma faculdade processual, isto é, no tocante à prática de determinado ato processual.

• A preclusão dos atos judiciais é discutida*. Para as partes, a preclusão pode se dar quando o ato não for praticado dentro do prazo estipulado (preclusão temporal); quando houver incompatibilidade com um ato anteriormente praticado (preclusão lógica); ou quando o direito à prática daquele ato já houver sido exercido anteriormente (preclusão consumativa).

• Exemplos: Art. 209, §2º, do CPC Art. 278 do CPC

Art. 507 do CPC

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• A preclusão consiste concretamente num fato impeditivo destinado a garantir o avanço gradual do processo, evitando o retrocesso para as fases já superadas do procedimento e, significa subjetivamente, representa a perda de um direito ou faculdade, por não ter sido exercido dentro do prazo, ou por ter se esgotado pelo seu exercício.

• Cumpre advertir que a preclusão não é sanção processual e nem penalidade, pois decorre no não atendimento de um ônus. E a doutrina aponta três espécies de preclusão, a saber:

• Preclusão temporal é a que resulta da inércia ou não exercício do direito ou faculdade dentro do prazo estipulado por lei (é o caso do réu que não contestar, ou não recorre da sentença);

• Preclusão consumativa que resulta de circunstância concreta da qual se valeu, praticando efetivamente o ato processual, pouco importando se bem ou mal. É o caso do réu que contestou e demais quer reconhecer o pedido, e não deseja contestar mais;

• Preclusão lógica resulta da incompatibilidade de um ato processual, já praticado com outro que se pretende praticar, como por exemplo, quem pediu prazo para purgar a mora na ação de despejo e deseja doravante contestar. (ligada ao venire contra factum proprium)

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PONTO 9

SUJEITOS DO PROCESSO

• Numa perspectiva ampla, "sujeitos do processo" é expressão que compreende todo aquele que participa do processo, sendo as partes, os advogados, os terceiros que intervêm no processo, o juiz e os auxiliares da justiça, o Ministério Público, a advocacia e a Defensoria Públicas (arts. 70 a 187 NCPC).

• Ao que se vê, os sujeitos de um processo judicial têm características próprias, estando cada um deles atento às finalidades de sua atuação no litígio submetido ao Poder Judiciário.

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• A capacidade de ser parte corresponde à capacidade de ter direitos e obrigações na ordem civil, como dispõe o art. 1º do CC. Só aquele que, por força da lei civil, pode contrair obrigações (assumir direitos e possuir deveres), isto é, ser sujeito de direitos, pode ser considerado titular de uma relação jurídica a ser levada ao Estado-juiz. É o que diz o art. 70, o primeiro dessa matéria. Assim, tendo nascido com vida, estará o indivíduo capacitado de possuir direitos.

• Podem ser parte pessoas naturais e jurídicas.

• Vale lembrar que a lei processual ainda estende a capacidade de ser parte a alguns entes despersonalizados, como é o caso da Massa falida, do Espólio, da Herança jacente e Condomínio, por entender conveniente para a postulação ou defesa de determinados interesses em juízo. Conquanto eles não tenham personalidade civil, têm, ao menos, personalidade processual.

9.1 – Capacidade processual e postulatória • A CAPACIDADE PARA ESTAR EM JUÍZO OU CAPACIDADE PROCESSUAL,

stricto sensu, se refere à aptidão para a prática dos atos (ou exercício de direitos) processuais, sem representação ou assistência. Pode ser absoluta ou relativa. Ela é requisito de validade dos atos de processo, sendo sanável na forma do art. 76.

• A CAPACIDADE POSTULATÓRIA pode ser conceituada como a capacidade para atuar em juízo. Exemplos: Advogados (regra), membros do Ministério Público, da Advocacia Pública e Defensoria Pública. No âmbito dos Juizados Especiais Cíveis, os sujeitos especificados e não excetuados no art. 8º Lei 9.099/95 nas causas que não excedam 20 salários mínimos.

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I- A capacidade de estar em juízo ou capacidade processual, corresponde, segundo Cassio Scarpinella Bueno, à capacidade de exercício do direito civil, ou, em outras palavras, à verificação sobre em que condições o titular de direitos no plano material pode, validamente, exercê-los no plano processual. Se é verdade que todo aquele que tem capacidade de ser titular de direitos e obrigações, na esfera civil, tem também capacidade de ser parte, isso não significa dizer, no entanto, que o exercício desses direitos, no plano processual, não precise, em algumas situações ser integrado ou complementado por um outro agente.

É disso que trata o art. 71, ao indicar as formas de integração e complementação da capacidade, deixando estabelecido que o incapaz deverá ser representado ou assistido por seus pais, por tutor ou curador, na forma da lei.

Nas lições de Humberto T, não tem capacidade processual quem não dispõe de aptidão para praticar atos da vida civil, devendo a incapacidade ser suprida pelas figuras da representação ou assistência.

No sistema da incapacidade, apenas os menores de 16 anos são absolutamente incapazes, devendo ser representados em juízo, pela curatela ou tomada de decisão apoiada (CC- art. 1783-A).

Todas demais pessoas são tratadas como relativamente incapazes, sendo assistidos pela tutela.

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II – A capacidade postulatória é a aptidão para realizar os atos do processo de maneira eficaz e compete exclusivamente aos advogados inscrito na OAB, sendo investido através do mandato judicial. (arts. 103 a 107).

É pressuposto processual.

Entretanto, há exceções como no art. 9º da lei 9099/95 ou postular em causa própria no art. 103 CPC.

9.2 – Deveres das partes e procuradores I – Deveres

• Art. 77 – compete às partes, seus procuradores e a todos aqueles que de qualquer forma participem do processo.

• § 2º art. 77 – atos atentatórios à dignidade da justiça – multa de até 20% sobre o valor da causa – não se confunde com a litigância de má-fé do art. 81. • Constituirá dívida ativa do Estado

• Só será cobrada após o encerramento do processo com o trânsito em julgado.

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II – Responsabilidade das partes por dano processual

• Litigância de má-fé – art. 80

• Multa de 1 a 10% do valor da causa, aplicável de ofício, para a parte prejudicada

• Indenização pelo dano processual – art. 81 in fine, mesmo que o litigante de má-fé ganha o processo

III – Despesas, honorários advocatícios e multas

• Art. 82 – despesas custas e demais gastos (indenização de viagem, diária de testemunha, remuneração perito e assistentes), com exclusão dos honorários.

• Art. 85 – critérios de fixação honorários advocatícios

• Art. 98 – gratuidade de justiça

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9.3 - Procuradores • Art. 104 – advogado só pode postular com procuração, com as exceções

previstas.

• Art. 107 direitos do advogado:

• a) examinar autos em cartório

• b) requerer vista

• c) retirar autos

9.4 – Sucessão das partes e procuradores

• Art. 109 – alienação da coisa ou direito em litígio – não altera legitimidade

• Sucessão só ocorre se a parte contrária consentir

• Adquirente ou cessionário pode intervir como assistente litisconsorcial

• Art. 110 – morte parte – sucessão pelo espólio ou sucessores

• Art. 111 – sucessão do patrono

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9.5 - Litisconsórcio

a) Quanto a posição processual

Ativo - vários autores

Passivo – vários réus

Misto (ou bilateral) – vários autores e réus

b) Quanto ao momento de formação

Inicial ou incidental – já nasce com a propositura ou após a propositura (art. 109, art. 115 p único, art. 127).

c) Quanto obrigatoriedade ou não – quando é obrigatória sua formação ou é uma mera opção

• – Disposição de lei: Art.73, §1º, CPC, citação obrigatória dos cônjuges.

• – Por força da Unitariedade: Ação Pauliana. Anulação de casamento.

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d) Quanto ao destino dos litisconsortes no plano material

Unitário ou simples – juiz decide de maneira uniforme para todos ou decisão de conteúdo diverso para os litisconsortes

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Art. 118 – cada um tem direito de promover os atos do processo e todos devem ser intimados

Prazos são contados em dobro se tiverem patronos de escritórios distintos (art. 229).

Limitação •

– em qualquer fase

a) Interrompe prazo – volta correr da intimação da decisão de solução

b) Pode ser determinada de ofício

• Vício da ausência de contraditório no litisconsórcio:

unitário – plano da validade – decisão nula;

no simples – plano da eficácia – decisão parcial ineficaz

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Atos de disposição dos litisconsortes

• Litis. Simples – atos processuais e materiais – só atingem quem os praticou;

• Litis. Unitário – qq ato de disposição sem consentimento do outro será ineficaz, não podendo prejudicar quem não o praticou. Atos benéficos, são válidos, como a contestação por um, beneficia o revel. Da mesma forma, a interposição de recursos (art. 1005, caput).