processo civil - fase instrutria

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FASE INSTRUTÓRIA OU PROBATÓRIA Considerações Gerais - Fase em que é concedida às partes oportunidade de provarem alegações, ou seja, o fato constitutivo do direito do autor ou eventual fato impeditivo, modificativo ou extintivo argüido pelo réu. - O autor indica na petição inicial os meios de prova que pretende utilizar, enquanto que o réu indica na contestação. - Na inicial é feito um protesto genérico, uma vez que os meios probatórios somente são individualizados nas providências preliminares, após a definição dos pontos controvertidos de demanda. - Pode o juiz determinar, de ofício, as provas necessárias à instrução do processo, a fim de complementar as já produzidas pelas partes e formar a sua convicção. - Admite-se a demonstração do fato por qualquer meio de prova moralmente legítimo, não tão somente por aqueles elencados no CPC. “Art. 333. O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor”. “Art. 334. Não dependem de prova os fatos:

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Processo Civil - Fase Instrutria

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FASE INSTRUTRIA OU PROBATRIA

FASE INSTRUTRIA OU PROBATRIAConsideraes Gerais- Fase em que concedida s partes oportunidade de provarem alegaes, ou seja, o fato constitutivo do direito do autor ou eventual fato impeditivo, modificativo ou extintivo argido pelo ru.

- O autor indica na petio inicial os meios de prova que pretende utilizar, enquanto que o ru indica na contestao.

- Na inicial feito um protesto genrico, uma vez que os meios probatrios somente so individualizados nas providncias preliminares, aps a definio dos pontos controvertidos de demanda.

- Pode o juiz determinar, de ofcio, as provas necessrias instruo do processo, a fim de complementar as j produzidas pelas partes e formar a sua convico.

- Admite-se a demonstrao do fato por qualquer meio de prova moralmente legtimo, no to somente por aqueles elencados no CPC.

Art. 333. O nus da prova incumbe:

I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito;

II - ao ru, quanto existncia de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.

Art. 334. No dependem de prova os fatos:

I - notrios;

II - afirmados por uma parte e confessados pela parte contrria;

III - admitidos, no processo, como incontroversos;

IV - em cujo favor milita presuno legal de existncia ou de veracidade.

Art. 337. A parte, que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinrio, provar-lhe- o teor e a vigncia, se assim o determinar o juiz.

Prova Emprestada

- aquela produzida num processo e trasladada para outro, no qual se quer provar determinado fato. Pode referir-se a documentos, testemunhos, percia ou qualquer outra prova.

- Requisitos: ter sido colhida em processo entre as mesmas partes; ter observado as formalidades legais na produo da prova; que o fato probando seja idntico.

Depoimento Pessoal

- Juiz interroga a parte, com vistas ao esclarecimento de certos pontos controvertidos da demanda, ou mesmo para obter a confisso.

- Pode ser requerido pelas partes ou determinado de ofcio pelo juiz, sendo que, neste caso, a ausncia da parte que deveria depor no acarreta conseqncia alguma, enquanto que, se o requerimento tiver sido formulado pelas partes, com intimao pessoal e advertncia do art. 343, 1 e 2, a ausncia para depor acarreta a confisso.

- A parte ser interrogada na forma prescrita para a inquirio de testemunhas.- O depoimento pessoal, do autor ou do ru, ser requerido pela parte adversa em petio escrita, pelo menos cinco dias antes da audincia.

- Na audincia, antes de inquirir as testemunhas, o juiz toma o depoimento das partes, primeiro do autor e depois do ru, de forma que aquela que ainda no deps no assista ao interrogatrio da outra.

- Ser aplicada pena de confisso se a parte, devidamente intimada, no comparecer audincia sem motivo justificvel, assim como se aparecer e se recusar a depor ou se responder com evasivas.

- Admite-se o depoimento por meio de procurador, desde que tenha poderes especiais para prestar o depoimento e para confessar.

- O advogado da parte que est sendo interrogada no pode fazer perguntas.

- A parte no obrigada a depor de fatos:

I - criminosos ou torpes, que Ihe forem imputados;

II - a cujo respeito, por estado ou profisso, deva guardar sigilo.- S as partes residentes na prpria comarca em que o juzo tem sede esto obrigadas a comparecer audincia, desde que previamente intimadas; as demais somente iro se quiserem; no o querendo, sero ouvidas por precatria.

Confisso

- H confisso, quando a parte admite a verdade de um fato, contrrio ao seu interesse e favorvel ao adversrio. A confisso judicial ou extrajudicial (art. 348).

* Judicial ( feita nos autos, que pode ser espontnea ou provocada. Espontnea quando, por iniciativa prpria, a parte comparece em juzo e confessa, hiptese em que se lavrar o respectivo termo nos autos. Provocada quando requerida pela parte adversa, caso em que a confisso consta do termo do depoimento prestado pelo confitente.

* Extrajudicial ( feita fora do processo, de forma escrita ou oral, perante a parte contrria ou terceiros.

- Requisitos:

a) capacidade do confitente;

b) inexigibilidade da forma para o ato confessado;

c) disponibilidade do direito com o qual o fato confessado se relaciona.

- A confisso, seja ela qual for, faz prova plena contra o confitente, no prejudicando os litisconsortes.

- Se feita a terceiro, por escrito, ou contida em testamento, ser livremente apreciada pelo juiz.

- Feita verbalmente parte ou a terceiro, s ter eficcia nos casos em que a lei no exija prova literal.- irretratvel, mas pode ser revogada quando emanar de erro, dolo ou coao, mediante ao anulatria, no caso do processo ainda est em curso, ou ao rescisria, se a sentena j tiver transitado em julgado e a confisso tenha sido o seu nico fundamento.

- , quase sempre, indivisvel, no podendo a parte, que a quiser invocar como prova, aceit-la no tpico que a beneficiar e rejeit-la no que Ihe for desfavorvel. - A confisso pode ser cingida quando o confitente, alm de confessar fatos alegados pelo autor, aduz fatos novos, suscetveis de constituir fundamento de defesa de direito material ou de reconveno.Exibio de Documento ou Coisa

- O juiz pode ordenar que a parte exiba documento ou coisa, que se ache em seu poder (arts. 355 e 339).- O pedido de exibio de documento ou coisa pode ser formulado como medida preparatria ou como incidente da fase probatria (pode ser determinada de ofcio pelo juiz ou a requerimento da parte).

- O pedido formulado pela parte feito por petio (inicial ou contestao) e conter:

I - a individuao, to completa quanto possvel, do documento ou da coisa;

II - a finalidade da prova, indicando os fatos que se relacionam com o documento ou a coisa;

III - as circunstncias em que se funda o requerente para afirmar que o documento ou a coisa existe e se acha em poder da parte contrria.

- Deferida a exibio, procede-se intimao da parte contrria, que poder, no prazo de 05 dias:

* proceder exibio;

* permanecer inerte;

* responder negando a existncia do documento ou coisa (juiz permitir que o requerente prove, por qualquer meio, que a declarao no corresponde verdade) ou o dever de fazer a exibio

- Julgando procedente o pedido de exibio, o juiz admitir como verdadeiros os fatos que, por meio do documento ou da coisa, a parte pretendia provar. Da deciso cabe agravo, pois deciso interlocutria.- O juiz no admitir a recusa (art. 358)I - se o requerido tiver obrigao legal de exibir;

II - se o requerido aludiu ao documento ou coisa, no processo, com o intuito de constituir prova;

III - se o documento, por seu contedo, for comum s partes.

- Quando o documento ou a coisa estiver em poder de terceiro, o juiz mandar cit-lo para responder no prazo de 10 dias. Se o terceiro faz a exibio, encerra-se o procedimento. Se o terceiro silencia, o juiz profere sentena na qual, se julgar procedente o pedido, ordenar o depsito em cartrio ou noutro lugar designado, no prazo de 05 dias. Se o terceiro contesta, negando a obrigao de exibir, ou a posse do documento ou da coisa, o juiz designar audincia especial, tomando-lhe o depoimento, bem como o das partes e, se necessrio, de testemunhas; em seguida proferir a sentena. Se julgar procedente, ordena o depsito do objeto da exibio em 05 dias. Se o terceiro descumpre, o juiz expedir mandado de apreenso, requisitando, se necessrio, fora policial, tudo sem prejuzo da responsabilidade por crime de desobedincia. Dessa sentena cabe apelao.Art. 363. A parte e o terceiro se escusam de exibir, em juzo, o documento ou a coisa:

I - se concernente a negcios da prpria vida da famlia;

II - se a sua apresentao puder violar dever de honra;

III - se a publicidade do documento redundar em desonra parte ou ao terceiro, bem como a seus parentes consangneos ou afins at o terceiro grau; ou lhes representar perigo de ao penal;

IV - se a exibio acarretar a divulgao de fatos, a cujo respeito, por estado ou profisso, devam guardar segredo;

V - se subsistirem outros motivos graves que, segundo o prudente arbtrio do juiz, justifiquem a recusa da exibio.

Pargrafo nico. Se os motivos de que tratam os ns. I a V disserem respeito s a uma parte do contedo do documento, da outra se extrair uma suma para ser apresentada em juzo.

- Tais escusas no so absolutas, devendo o juiz levar em conta os motivos apresentados pelo requerido em confronto com a importncia da prova no contexto do litgio e com a prpria natureza e objeto da discusso travada no processo.

Prova Documental

- Compreende no somente escritos, mas tambm pinturas, mapas, fotografias, gravaes sonoras, filmes, etc.

- O documento pblico faz prova no s da sua formao, mas tambm dos fatos que o escrivo, o tabelio, ou o funcionrio declarar que ocorreram em sua presena (art. 364). A presuno de veracidade do documento pblico se restringe parte extrnseca do documento, isto , formao e autoria das declaraes.

Art. 365. Fazem a mesma prova que os originais:

I - as certides textuais de qualquer pea dos autos, do protocolo das audincias, ou de outro livro a cargo do escrivo, sendo extradas por ele ou sob sua vigilncia e por ele subscritas;

II - os traslados e as certides extradas por oficial pblico, de instrumentos ou documentos lanados em suas notas;

III - as reprodues dos documentos pblicos, desde que autenticadas por oficial pblico ou conferidas em cartrio, com os respectivos originais.

IV - as cpias reprogrficas de peas do prprio processo judicial declaradas autnticas pelo prprio advogado sob sua responsabilidade pessoal, se no lhes for impugnada a autenticidade. V - os extratos digitais de bancos de dados, pblicos e privados, desde que atestado pelo seu emitente, sob as penas da lei, que as informaes conferem com o que consta na origem;VI - as reprodues digitalizadas de qualquer documento, pblico ou particular, quando juntados aos autos pelos rgos da Justia e seus auxiliares, pelo Ministrio Pblico e seus auxiliares, pelas procuradorias, pelas reparties pblicas em geral e por advogados pblicos ou privados, ressalvada a alegao motivada e fundamentada de adulterao antes ou durante o processo de digitalizao.

1o Os originais dos documentos digitalizados, mencionados no inciso VI do caput deste artigo, devero ser preservados pelo seu detentor at o final do prazo para interposio de ao rescisria. 2o Tratando-se de cpia digital de ttulo executivo extrajudicial ou outro documento relevante instruo do processo, o juiz poder determinar o seu depsito em cartrio ou secretaria.

- Quando a lei exigir, como da substncia do ato, o instrumento pblico, nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode suprir-lhe a falta.

- O documento, feito por oficial pblico incompetente, ou sem a observncia das formalidades legais, sendo subscrito pelas partes, tem a mesma eficcia probatria do documento particular.

- Tratando-se de documento particular, a declarao presume-se verdadeira em relao ao signatrio. Contestada a assinatura do documento particular, cessa-lhe a f, independentemente da argio de falsidade, cabendo o nus da prova, nesse caso, parte que produziu o documento.

- Pode ser produzida em qualquer fase processual, inclusive em grau de recurso. Apenas os documentos que constituem pressuposto da causa devem acompanhar a inicial.

Incidente de Falsidade

- Existem duas espcies de falsidade:

* ideolgica ( declarao contida no documento inverdica, mas a assinatura do declarante autntica. Enseja a anulao do negcio jurdico, que pode ser obtida em ao prpria ou em reconveno.

* material ( forma do documento no verdadeiro, ou o documento verdadeiro foi alterado; ou, ainda, a autoria do documento no verdadeira (assinatura falsa). Para obter a declarao da falsidade material pode a parte se valer da ao declaratria autnoma (art. 4) ou do incidente previsto nos arts. 390 395, que uma modalidade de ao declaratria incidental.

- O incidente de falsidade tem lugar em qualquer tempo e grau de jurisdio, incumbindo parte, contra quem foi produzido o documento, suscit-lo na contestao ou no prazo de 10 dias, contados da intimao da sua juntada aos autos (art. 390). A ausncia de argio das partes no impede o juiz de conhecer a falsidade, ao apreciar a prova.

- Argido por petio. Processa-se nos prprios autos se proposto antes de encerrada a instruo e em autos apartados se j encerrou a instruo.- Logo que for suscitado o incidente de falsidade, o juiz suspender o processo principal, intimando a parte que produziu o documento para responder em 10 dias. A suspenso ocorre apenas quanto sentena na ao principal, que somente poder ser proferida depois de encerrada a instruo do incidente de falsidade.- Esgotado o prazo para resposta, o juiz determina a realizao de exame pericial, salvo se a parte que produziu o documento concordar em retir-lo, e a parte contrria no se opuser ao desentranhamento.

- Concluda a instruo do incidente, o juiz profere sentena nica, na qual apreciar a ao principal e o incidente.

Prova Testemunhal- A prova testemunhal sempre admissvel, no dispondo a lei de modo diverso. Entretanto, no se admite a prova testemunhal quando se referir a fatos:

I - j provados por documento ou confisso da parte;

II - que s por documento ou por exame pericial puderem ser provados.- A prova exclusivamente testemunhal s se admite nos contratos cujo valor no exceda o dcuplo do maior salrio mnimo vigente no pas, ao tempo em que foram celebrados (art. 401).- Todavia, mesmo tratando-se de contrato de valor superior ao dcuplo do salrio mnimo, admite-se a prova testemunhar em carter subsidirio e acessrio de documento que constitua incio de prova por escrito, ou decorra de fato de que se presuma a consequncia que se quer provar.

- No so todas as pessoas que podem testemunhar. A lei impede o testemunho dos incapazes, impedidos e suspeitos.

Art. 405. Podem depor como testemunhas todas as pessoas, exceto as incapazes, impedidas ou suspeitas. 1o So incapazes:

I - o interdito por demncia; II - o que, acometido por enfermidade, ou debilidade mental, ao tempo em que ocorreram os fatos, no podia discerni-los; ou, ao tempo em que deve depor, no est habilitado a transmitir as percepes; III - o menor de 16 (dezesseis) anos;

IV - o cego e o surdo, quando a cincia do fato depender dos sentidos que Ihes faltam. 2o So impedidos:

I - o cnjuge, bem como o ascendente e o descendente em qualquer grau, ou colateral, at o terceiro grau, de alguma das partes, por consanginidade ou afinidade, salvo se o exigir o interesse pblico, ou, tratando-se de causa relativa ao estado da pessoa, no se puder obter de outro modo a prova, que o juiz repute necessria ao julgamento do mrito; II - o que parte na causa;

III - o que intervm em nome de uma parte, como o tutor na causa do menor, o representante legal da pessoa jurdica, o juiz, o advogado e outros, que assistam ou tenham assistido as partes. 3o So suspeitos: I - o condenado por crime de falso testemunho, havendo transitado em julgado a sentena; II - o que, por seus costumes, no for digno de f;

III - o inimigo capital da parte, ou o seu amigo ntimo; IV - o que tiver interesse no litgio.

4o Sendo estritamente necessrio, o juiz ouvir testemunhas impedidas ou suspeitas; mas os seus depoimentos sero prestados independentemente de compromisso (art. 415) e o juiz Ihes atribuir o valor que possam merecer.- O momento adequado para requerer a prova testemunhal a petio inicial para o autor, ou a contestao, para o ru, ou ento na fase de especificao de prova, durante as providncias preliminares (art. 324).

- no despacho saneador que o juiz admitir, ou no, a prova testemunhal, mas se entende implicitamente deferida quando o juiz simplesmente designa a audincia de instruo e julgamento, desde que tenha sido previamente requerida.

- A parte que desejar produzir essa prova dever, no prazo fixado pelo juiz ou at 10 dias antes da audincia, caso no haja fixao do prazo, depositar em cartrio o rol de testemunhas, precisando-lhes o nome, profisso, residncia e o local de trabalho.Prova Pericial

- Percia a prova destinada a levar ao juiz elementos instrutrios sobre algum fato que dependa de conhecimentos especiais de ordem tcnica.

- Pode consistir em:

* exame ( a inspeo realizada por perito para cientificar-se da existncia de algum fato ou circunstncia que interesse soluo do litgio. Pode ter por objeto coisas mveis, semoventes, livros comerciais, documentos e papis em geral, e at mesmo pessoas.

* vistoria ( recai sobre bem imvel.

* avaliao ( destinado a verificar o valor em dinheiro de alguma coisa ou obrigao.

- Artigos importantes:

Art. 421. O juiz nomear o perito, fixando de imediato o prazo para a entrega do laudo.

1o Incumbe s partes, dentro em 5 (cinco) dias, contados da intimao do despacho de nomeao do perito:

I - indicar o assistente tcnico;

II - apresentar quesitos.

2o Quando a natureza do fato o permitir, a percia poder consistir apenas na inquirio pelo juiz do perito e dos assistentes, por ocasio da audincia de instruo e julgamento a respeito das coisas que houverem informalmente examinado ou avaliado.

Art. 422. O perito cumprir escrupulosamente o encargo que Ihe foi cometido, independentemente de termo de compromisso. Os assistentes tcnicos so de confiana da parte, no sujeitos a impedimento ou suspeio.

Art. 427. O juiz poder dispensar prova pericial quando as partes, na inicial e na contestao, apresentarem sobre as questes de fato pareceres tcnicos ou documentos elucidativos que considerar suficientes.

Art. 431-A. As partes tero cincia da data e local designados pelo juiz ou indicados pelo perito para ter incio a produo da prova.

Art. 431-B. Tratando-se de percia complexa, que abranja mais de uma rea de conhecimento especializado, o juiz poder nomear mais de um perito e a parte indicar mais de um assistente tcnico.

Art. 433. O perito apresentar o laudo em cartrio, no prazo fixado pelo juiz, pelo menos 20 (vinte) dias antes da audincia de instruo e julgamento.

Pargrafo nico. Os assistentes tcnicos oferecero seus pareceres no prazo comum de 10 (dez) dias, aps intimadas as partes da apresentao do laudo.

Art. 435. A parte, que desejar esclarecimento do perito e do assistente tcnico, requerer ao juiz que mande intim-lo a comparecer audincia, formulando desde logo as perguntas, sob forma de quesitos.

Pargrafo nico. O perito e o assistente tcnico s estaro obrigados a prestar os esclarecimentos a que se refere este artigo, quando intimados 5 (cinco) dias antes da audincia.

Inspeo Judicial

- Exame ou verificao de fatos ou circunstncias relativas a lugar, coisas ou pessoas, diretamente pelo juiz.

Art. 440. O juiz, de ofcio ou a requerimento da parte, pode, em qualquer fase do processo, inspecionar pessoas ou coisas, a fim de se esclarecer sobre fato, que interesse deciso da causa.

Art. 441. Ao realizar a inspeo direta, o juiz poder ser assistido de um ou mais peritos.

Art. 442. O juiz ir ao local, onde se encontre a pessoa ou coisa, quando:

I - julgar necessrio para a melhor verificao ou interpretao dos fatos que deva observar;

II - a coisa no puder ser apresentada em juzo, sem considerveis despesas ou graves dificuldades;

Ill - determinar a reconstituio dos fatos.

Pargrafo nico. As partes tm sempre direito a assistir inspeo, prestando esclarecimentos e fazendo observaes que reputem de interesse para a causa.

Art. 443. Concluda a diligncia, o juiz mandar lavrar auto circunstanciado, mencionando nele tudo quanto for til deciso da causa.Pargrafo nico. O auto poder ser instrudo com desenho, grfico ou fotografia.

Art. 443. Concluda a diligncia, o juiz mandar lavrar auto circunstanciado, mencionando nele tudo quanto for til ao julgamento da causa.

Pargrafo nico. O auto poder ser instrudo com desenho, grfico ou fotografia.

AUDINCIA DE INSTRUO E JULGAMENTO- Nas hipteses de extino do processo e de julgamento antecipado, em razo da abreviao do procedimento, no se realiza audincia de instruo e julgamento.

- Pela sistemtica do CPC, a audincia s indispensvel quando haja necessidade de prova oral ou esclarecimentos de perito e assistentes tcnicos. Mesmo assim, na ltima hiptese, dispensa-se a realizao de audincia, uma vez que os esclarecimentos podem ser prestados por escrito.

- Quando se fizer necessria a audincia de instruo e julgamento, o momento adequado sua designao pelo juiz o despacho saneador, oportunidade em que deferir as provas que nela ho de produzir-se.

- CPC prev outras modalidades de audincia, alm da de instruo e julgamento, como a audincia de conciliao do art. 331 e a audincia de justificao nas aes possessrias (art. 298).

Disposies Gerais

- Em regra, a audincia ser pblica, somente sendo realizada a portas fechadas quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem.

- Realiza-se em dias teis, das 06 s 20 horas, podendo prosseguir alm do horrio-limite quando iniciada antes.

- Em regra, realiza-se na sede do juzo (sala de audincias, salo do jri ou em outro local do frum destinado a tal fim).

- Pode ocorrer que parte da audincia, em razo de deferncia, de interesse da justia ou de obstculo argido pelo interessado e acolhido pelo juiz, seja realizada fora da sede do juzo.

- Poder ser adiada:

* por conveno das partes ( apenas 1 vez;

* em razo do no-comparecimento do perito, das partes, das testemunhas e dos advogados ( somente se o impedimento for comprovado at a abertura da audincia. Se no for comprovado o impedimento que justifique a ausncia:

( da parte que deveria prestar depoimento pessoal = confisso

do advogado = audincia ser realizada normalmente, podendo o juiz dispensar a prova requerida pela parte cujo advogado no compareceu testemunha = conduo coercitiva (art. 412). O adiamento do depoimento da testemunha faltosa s ocorrer se ela no puder ser conduzida(representante do Ministrio Pblico = no acarreta o adiamento da audincia

- Poder ser antecipada, por convenincia do servio judicirio ou a requerimento das partes, devendo os advogados ser intimados pessoalmente para cincia da nova designao.

- Na audincia, o juiz exerce o poder de polcia, competindo-lhe, dentre outras prerrogativas, manter a ordem e o decoro, ordenar a retirada de pessoas inconvenientes, requisitar fora policial, dirigir os trabalhos, proceder colheita das provas, exortar os advogados e o rgo do Ministrio Pblico para que discutam a causa com elevao e urbanidade (arts. 445 e 446).

Da abertura da audincia e da conciliao

- No dia e hora designados, o juiz mandar apregoar as partes e os seus respectivos advogados e, em seguida, j na sala dos trabalhos, declarar aberta a audincia.

- A audincia pode ser somente de conciliao (arts. 278 e 331). Na audincia do art. 331, obtida a conciliao, esta ser reduzida a termo e homologada por sentena. No sendo possvel a conciliao, o juiz fixa os pontos controvertidos, decide as questes processuais pendentes, defere as provas a serem produzidas e designa audincia de instruo e julgamento.

- Na audincia de instruo e julgamento tambm h lugar para a conciliao, sendo que, antes de iniciada a instruo, o juiz tentar conciliar as partes e, havendo acordo, mandar tom-lo por termo e homologar.

Da instruo e julgamento

- No havendo acordo, o juiz passar instruo, se admissvel, mas antes fixar os pontos controvertidos, caso ainda no tenha sido feito.

- Aps, passa-se colheita das provas, na seguinte ordem: esclarecimentos do perito e dos assistentes tcnicos, depoimentos das partes, primeiro do autor e depois do ru; depoimento das testemunhas arroladas pelo autor e pelo ru. A inverso da ordem na produo da prova, ante a ausncia de prejuzo, no d causa nulidade.

- Finda a instruo, passa-se aos debates orais, sendo que o juiz dar a palavra ao advogado do autor e ao do ru, bem como ao rgo do Ministrio Pblico, sucessivamente, pelo prazo de 20 minutos para cada um, prorrogvel por 10, a critrio do juiz.

- Existindo litisconsorte ou terceiro, o prazo ser de 30 minutos para cada grupo e dividido entre os integrantes do grupo, a menos que hajam convencionado de modo diverso.

- Havendo oposio, o opoente sustentar as suas razes em primeiro lugar, seguindo-se-lhe os opostos, cada qual pelo prazo de 20 minutos.

- Quando a causa tiver questes complexas de fato ou de direito, o debate oral pode ser substitudo por memoriais (art. 454, 3).

- Encerrado o debate, o juiz proferir sentena na prpria audincia ou no prazo de 10 dias. A sentena deve ser proferida nos 10 dias seguintes ao oferecimento dos memoriais, caso estes tenham substitudo o debate oral.