processo: 0602774-50.2018.6.06.0000 - aÇÃo de …...do tre-ce, ao ensejo de fundamentar a...

18/09/2018

Número: 0602774-50.2018.6.06.0000

Classe: AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL

Órgão julgador colegiado: Colegiado do Tribunal Regional Eleitoral Órgão julgador: Relatoria Corregedor Des. Haroldo Correia de Oliveira Máximo

Última distribuição : 17/09/2018

Valor da causa: R$ 0,00

Assuntos: Inelegibilidade - Abuso do Poder Econômico ou Político, Abuso, Abuso - De PoderEconômico, Abuso - De Poder Político/Autoridade

Segredo de justiça? NÃO

Justiça gratuita? NÃO

Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO

Tribunal Regional Eleitoral do CearáPJe - Processo Judicial Eletrônico

Partes Procurador/Terceiro vinculado

GUILHERME CALS THEOPHILO GASPAR DE OLIVEIRA

(REPRESENTANTE)

FRANCISCO MAIA PINTO FILHO (ADVOGADO)

CAMILO SOBREIRA DE SANTANA (REPRESENTADO)

MARIA IZOLDA CELA DE ARRUDA COELHO

(REPRESENTADO)

CID FERREIRA GOMES (REPRESENTADO)

PRISCO RODRIGUES BEZERRA (REPRESENTADO)

JULIO VENTURA NETO (REPRESENTADO)

ANTONIO BALHMANN CARDOSO NUNES FILHO

(REPRESENTADO)

PROCURADORIA REGIONAL ELEITORAL DO CEARÁ

(FISCAL DA LEI)

Documentos

Id. Data daAssinatura

Documento Tipo

138819

17/09/2018 22:36 Petição Inicial Petição Inicial

138820

17/09/2018 22:36 AIJE LAVA JATO CAMILO CID Petição Inicial Anexa

138821

17/09/2018 22:36 Procuracao General Procuração

138822

17/09/2018 22:36 Wesley Batista afirma que pagou total de R$ 245milhões em propina a Cid Gomes

Documento de Comprovação

138823

17/09/2018 22:36 Degravação JBS Documento de Comprovação

138824

17/09/2018 22:36 CEARAJBS Documento de Comprovação

138825

17/09/2018 22:36 Governo pagou R$ 111,6 milhões à JBS em 2014;Cid nega propina _ O POVO Online


138826

17/09/2018 22:36 Propina de R$ 20 mi articulada por Cid foi paracampanha de Camilo, acusa delator


139077

17/09/2018 22:36 Prestação de Contas RECEITAS CAMILO Documento de Comprovação

139078

17/09/2018 22:36 wesley-Páginas-de-PET_7003_APENSO_02 Documento de Comprovação

139079

17/09/2018 22:36 joesley-PET_7003_APENSO_1-1 Documento de Comprovação

139080

17/09/2018 22:36 saud-Páginas-de-PET_7003_APENSO_03 Documento de Identificação

139081

17/09/2018 22:36 acordo delação Joesley Batista Documento de Comprovação

ANEXO

Num. 138819 - Pág. 1Assinado eletronicamente por: FRANCISCO MAIA PINTO FILHO - 17/09/2018 22:35:25https://pje.tre-ce.jus.br:8443/pje-web/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18091722352552600000000131599Número do documento: 18091722352552600000000131599

MAIA FILHO ADVOGADOS __________________________________________

_____________________________________________________________________________ Rua Osvaldo Cruz, nº 01, salas 801-802, Edifício Beira Mar Trade Center, bairro Meireles, Fortaleza, Ceará. CEP 60.125-150. Fone+5585991711273.

EXMO. SENHOR CORREGEDOR REGIONAL

ELEITORAL.

“O então governador CID GOMES esteve no nosso

escritório, comigo e com o JOESLEY, e fez uma

SOLICITAÇÃO DE DOAÇÃO DE CAMPANHA PRA CAMPANHA

DO GOVERNADOR ATUAL, que ia sucedê-lo.. eu não me

recordo o nome, se eu não me engano, é CAMILO.” “NOS

PRECISAMOS DAQUELA CONTRIBUIÇÃO DE 20 MILHÕES E

AQUI O NEGÓCIO É ASSIM. VOCÊ PAGA OS 20 MILHÕES E

O ESTADO LHE PAGA OS 110 MILHÕES QUE VOCÊ TEM DE

CRÉDITO. SE VOCÊ NÃO PAGA, O ESTADO NÃO LIBERA. SE

VOCÊ PAGA OS 20 MILHÕES PRA CAMPANHA, O ESTADO

NÃO LIBERA. SIMPLES COMO ISSO. EU ME VI NA

SITUAÇÃO DE QUE 110 MILHÕES.. PREFERIA RECEBER

OS 110 MILHÕES CONCORDEI EM PAGAR A PROPINA PRA

CAMPANHA DE 2014 DO GOVERNADOR CAMILO, EM QUE

PESE NUNCA TIVE COM O CAMILO NESSA

OPORTUNIDADE.” (Depoimento de Delação premiada de

WESLEY BATISTA em 04.03.2017)

GUILHERME CALS GASPAR THEÓPHILO

DE OLIVEIRA, brasileiro, casado, General de Exército

reformado, inscrito no CPF sob o nº 394.328.747-53,

candidato ao cargo de governador pela coligação TA NA HORA

DE MUDAR (PSDB-PROS), vêm, respeitosamente, a presença

de V. Exa, por seus advogados ao final assinado, com art. 22,

XIV, da Lei Complementar nº 64/90, promover a presente

AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL

POR ABUSO DE PODER POLÍTICO E ECONÔMICO,

contra CAMILO SOBREIRA DE SANTANA, brasileiro, servidor

público, inscrito no CPF sob o nº 289.585.273-15 e MARIA




IZOLDA CELA DE ARRUDA COELHO, brasileira, casada,

servidora pública, inscrita no CPF sob o nº 208.730.773-34,

respectivamente candidatos aos cargos de Governador e vice

pela coligação POR UM CEARA CADA VEZ MAIS FORTE

(PT/PDT/PP/PSB/PR/PTB/DEM/

PCdoB/PPS/PRP/PV/PMN/PPL/ PATRI/PRTB/PMB), CNPJ

eleitoral nº 31.209.066/0001-10, endereço eletrônico

[email protected], ambos com domicílio

funcional no Palácio da Abolição, Avenida Barão de Studart, nº

401, bairro Meireles, CEP 60.125-100, Fortaleza, Ceará, CID

FERREIRA GOMES, brasileiro, casado, engenheiro civil,

inscrito no CPF sob o nº 209.120.133-20, candidato ao cargo

de Senador e os suplentes, PRISCO RODRIGUES BEZERRA,

brasileiro, casado, empresário, inscrito no CPF sob o nº

427.484.963-53 e JULIO VENTURA NETO, brasileiro, casado,

inscrito no CPF sob o nº 118.531.583-72, e ANTONIO

BALHMANN CARDOSO NUNES FILHO, brasileiro, casado,

Deputado Federal, inscrito no CPF sob o número 059.936.013-

53, ambos com endereço devidamente indicado no Rcand, o

que faz com base nas alegações expostas a seguir.




TEMPESTIVIDADE DA INVESTIGAÇÃO

JUDICIAL ELEITORAL. CANDIDATOS RESPONSÁVEIS E

BENEFICADOS PELO ABUSO DE PODER POLÍTICO E

ECONÔMICO. DELAÇÃO PREMIADA REVELADA EM MAIO

DE 2017. DOADOR WESLEY BATISTA. ESCÂNDALO JBS.

PRIMEIRA OPORTUNIDADE DE ATIVAÇÃO DA

JURISDIÇÃO ELEITORAL: REGISTRO DE CANDIDATURA

EM 2018.

Ninguém pode se beneficiar da sua própria

torpeza, proclama a máxima destinada a preservar a

credibilidade do Direito e a desestimular a astúcia daqueles

que ousam ludibriar o Poder Judiciario, responsável pela

aplicação da lei. Os Promovidos, candidato beneficiado,

CAMILO SANTANA, e seu padrinho político, o então

Governador CID GOMES, conseguiram ocultar da Justiça

Eleitoral a maneira escusa como obtiveram os recursos

declarados na prestação de contas de sua campanha. Essa

ocultação impossibilitou a propositura de ações para destituí-

lo do mandato. Esse “êxito”, porém, não pode converter-se em

“direito adquirido” à impunidade.

Na sistemática no CPC/2015, até mesmo a

coisa julgada deve ser revista pelo Poder Judiciário, quando a

parte legitimada a propor a ação de investigação judicial não

teve acesso à “prova nova cuja existência ignorava ou de que

não pôde fazer uso, capaz por si só, de lhe assegurar

pronunciamento favorável”, tal como O DEPOIMENTO DE

DELAÇÃO PREMIADA DE WESLEY BATISTA, principal doador

da campanha dos Promovidos. Dispõe a norma processual

sobre ao momento do exercício do direito de ação:

“Art. 966. A decisão de mérito, transitada em

julgado, pode ser rescindida quando:

[...]




VII - obtiver o autor, posteriormente ao

trânsito em julgado, PROVA NOVA CUJA

EXISTÊNCIA IGNORAVA OU DE QUE NÃO

PÔDE FAZER USO, CAPAZ, POR SI SÓ, DE

LHE ASSEGURAR PRONUNCIAMENTO

FAVORÁVEL;”

Já em realção ao pleito de 2018, para que não

reste qualquer dúvida sobre ser a espécie a primeira

oportunidade, DEPOIS DA DELAÇÃO DA JBS EM MAIO DE

2017, para propositura de AIJE objetivando apurar

favorecimento de candidato pelo abuso de poder político e

econômico, basta consignar a posição do eminente Corregedor

do TRE-CE, ao ensejo de fundamentar a extinção inicial da

AIJE nº 0600361-64, de que somente poderia ser manejada

referida ação após o registro da candidatura. Interposto

recurso dessa decisão, a Corte cearense negou-lhe provimento

em Acórdão com a seguinte ementa:

“ELEIÇÕES 2018. AGRAVOS INTERNOS EM

AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL

ELEITORAL. ABUSO DO PODER POLÍTICO E

DE AUTORIDADE. PROPAGANDA

INSTITUCIONAL. INFRINGÊNCIA AO ARTIGO

74 DA LEI Nº 9.504/97. AJUIZAMENTO DA

AIJE ANTES DO REGISTRO DE

CANDIDATURA. IMPOSSIBILIDADE.

NECESSIDADE DA PRESENÇA DE

CANDIDATO NO POLO PASSIVO DA AÇÃO.

EXTINÇÃO DO FEITO SEM RESOLUÇÃO DO

MÉRITO. AUSÊNCIA DO INTERESSE DE

AGIR DO INVESTIGANTE. MANUTENÇÃO DA

DECISÃO AGRAVADA.”

A interdição do manejo da AIJE antes do

pedido de registro de candidatura dos Promovidos e a

inexistência do conhecimento dos fatos, ora denunciados,

antes da delação de WESLEY BATISTA, em maio de 2017,




deixa incontornável o cabimento do presente processo, na

forma do CPC/2015 e da jurisprudência do TSE, sob pena de

intolerável condescendência com abusos escandalosos

exterminadores da lisura, normalidade e legitimidade do

processo eleitoral.

Assim, assegurado se acham aos

prejudicados com a fraude, ardilosamente ocultada, o direito

de denunciá-la, na primeira oportunidade, após o seu

conhecimento, para exigir a aplicação da respectiva sanção,

prevista na legislação eleitoral. Essa primeira oportunidade

ocorre, após a revelação do empresário operacionalizador da

doação, EM MAIO DE 2017, justamente, no momento em que

postulam os Promovidos o registro da recandidatura, após

enganar a Justiça Eleitoral, agregando dinheiro de propina no

financiamento da própria campanha, cujo êxito na sua

ocultação o motiva a postular reeleição.

A alegação de que as contas de campanha,

em que relacionadas as doações obtidas ilicitamente, foram

“devidamente aprovadas pelo TRE” só confirma a necessidade

de aplicação da sanão para resgatar o conceito da Justiça

Eleitoral, que não pode ter o seu nome utilizado para

acobertamento de ilícitos por aqueles que buscam o poder com

a utilização de meios escusos para a sua conquista.

O direito de ação, assegurado no art. 5º ,

XXXV, da Constituição, não pode ser sepultado pela astúcia

dos Promovidos, ocultando de terceiros e da Justiça a ilicitude

utilizada para a obtenção de dinheiro para financiamento

eleitoral, como contrapartida pagamento de créditos

tributários milhonários devidos pelo Estado como incentivos

fiscal destinado à atração de indústrias. Esse dinheiro foi

decisivo para o seu sucesso na disputa pelo poder, em

detrimento de adversários que sequer tiveram ciência da

irregularidade.

Não se pode, por outro lado, cogitar de

preclusão, na espécie, diante do ardil com que ocultada a




infração da Justiça Eleitoral e de todos os participantes do

certame eleitivo. O Direito não pode prestigiar a astúcia dos

violadores da lei, estimulando-os no aprimoramente da

ocultação de suas ilicitudes. A propósito, decidiu o Colendo

TSE no Ac. Nº 85, de 17/12/1998, do punho do Ministro

Eduardo Ribeiro:

“Ação de Impugnação de Mandato.

PRECLUSÃO INEXISTENTE, JÁ QUE OS

FATOS SÓ VIERAM A PÚBLICO APÓS

REALIZADAS AS ELEIÇÕES.”

Na mesma linha, repelindo a preclusão em

relação à farsa cujo êxito reside na ocultação para impedir o

conhecimento das partes prejudicadas, decidiu aquela Corte:

“Eleitoral. Fraude. Transferência de eleitores.

Código Eleitoral, arts. 222 e 223. I – alegação

de ocorrência de fraude na transferência de

eleitores irregularmente de outras cidades,

alterando a vontade eleitoral, fato que

determinou a instauração de ações penais em

andamento. FRAUDE OCORRIDA NA

INTIMIDADE DA JUSTIÇA ELEITORAL E

QUE CONSTITUI, ADEMAIS, MOTIVO

SUPERVENIENTE DE MODO A ELIDIR A

OCORRÊNCIA DE PRECLUSÃO. Código

Eleitoral, arts. 222 e 223. II – Agravo provido.

Recurso especial conhecido e provido, em

parte.” (Ac. nº 13.504, de 24.6.93, rel. Min.

Carlos Velloso.)

A ruptura da normalidade das eleições e o

descrédito provocado pelo recorrido, a comprometer a

legitimidade dos eleitos, estão a exigir exemplar punição, na

seara do Direito Eleitoral, sob pena da completa

desmoralização do certame destinado à alternância do poder

na democracia e agravamento dos danos ao conceito da




Justiça Eleitoral por haver aprovado prestação de contas

viciada por comprovada irregularidade.

OS FATOS QUE TIPIFICAM CRISTALINO

ABUSO DO PODER POLÍTICO E ECONÔMICO A EXIGIREM

SANÇÃO PELA SUA GRAVIDADE. PRESTAÇÃO DE CONTAS

ATESTANDO REPASSE DE RECURSOS DE ORIGEM

INIDÔNEA.

Como demonstra o áudio em anexo, o Sr.

WESLEY BATISTA, em convincente depoimento prestado no

dia 04.03.2017, por ocasião de sua delação homologada pelo

excelso Supremo Tribunal Federal, informou, de forma

categórica e incisiva, que doou R$20.000.000,00 (vinte milhões

de reais) para campanha do Primeiro Invesigado nas eleições

de 2014.

Explicou, de forma bem didática, que essa

doação seria contrapartida pelo pagamento de R$ 110 milhões

de reais pagos pelo Estado do Ceará a título de ressarcimento

de crédito por exportações feitas pela empresa Curtume

CASCAVEL COUROS LTDA, com sede na Cidade de Cascavel,

Estado do Ceará, na Rodovia CE-253, Km 11,8, CEP 62850-

000, inscrita no Registro de Empresas sob o NIRE

23.200.767.568 e no CNPJ/MF sob nº 02.411.238/0001-35,

vinculada à holding JBS S.A, com sede na Cidade de São

Paulo, Estado de São Paulo, na Avenida Marginal Direita do

Tietê, 500, Bloco I, 3º Andar, inscrita no Registro de Empresas

sob o NIRE 35.300.330.587 e no CNPJ/MF sob o n°

02.916.265/0001-60.

A doação, segundo o empresário, teria sido

consumada da seguinte forma: R$9.800.000,00 (nove milhões

e oitocentos mil reais) por meio de notas frias emitidas por




diversas empresas e R$10.200.000,00 de forma oficial,

informada à Justiça Eleitoral.

Essa confissão está, documentalmente,

comprovada na prestação de contas da campanha de 2014 do

ilustrado Investigado encaminhada, após o pleito, à Justiça

Eleitoral. Com efeito, nela consta, de forma cristalina, a doação

recebida da empresa JBS no valor de total de R$

7.337.039,87 (sete milhões trezentos e trinta e sete mil e

trinta e nove reais), sendo R$3.000.000,00 (três milhões de

reais) aportados diretamente pelo doador e R$4.000.000,00

destinados à Direção Estadual partido e, em seguida,

transferidos ao Investigado, com a indicação de ter sido a JBS

a repassadora originária dos recursos.

No pleito de 2014, a empresa JBS, do Sr.

WESLEY BATISTA, detinha a prerrogativa de fazer doação a

candidato ou partido no valor equivalente a até 2% do seu

faturamento bruto do ano anterior. Essa a razão pela qual o

montante doado ao candidato beneficiário, ora Promovido, não

suscitou qualquer questionamento da Receita Federal, do

Ministério Público nem dos partidos ou candidatos

concorrentes. Afinal, nada podiam alegar em decorrência do

completo desconhecimento de que a doação, em favor do

candidato beneficiário, decorrera do pagamento, segundo o

delator, de “propina” como contrapartida ao recebimento de

créditos no valor de R$111.615.034,37 (cento e onze

milhões seiscentos e quinze mil e trinta e quatro reais)

devidos pelo Estado do Ceará, governado pelo patrono de sua

candidatura, sepultando completamente a lisura da

competição.

Com efeito, somente maio de 2017, quase

TRÊS ANOS APÓS O PLEITO de 2014, os contribuintes, os

eleitores e os participantes do pleito de 2014 vieram a tomar

conhecimento da gravíssima ilicitude ocultada por trás das

doações da empresa JBS à campanha do Promovido.




Como didaticamente explicado pelo dirigente

da referida empresa, as doações decorreram de exigência feita

pelo então Governador do Ceará, CID GOMES e ANTÔNIO

BALMAN, aos representantes legais da JBS para liberação de

seus créditos oriundos das exportações realizadas pela

empresa de seu grupo econômico, CASCAVEL COUROS LTDA.

São palavras textuais de Wesley Batista, documentadas no

vídeo, em anexo, com a respectiva degravação:

“PROCURADOR: EM QUE PESE TER SIDO

PAGO VIA DOAÇÃO OFICIAL, ERA

PROPINA?

WESLEY BATISTA: ERA PROPINA. ERA

PROPINA.”

[...]

WESLEY BATISTA: “O então governador CID

GOMES esteve no nosso escritório, comigo e

com o JOESLEY, e fez uma SOLICITAÇÃO DE

DOAÇÃO DE CAMPANHA PRA CAMPANHA

DO GOVERNADOR ATUAL, que ia sucedê-lo..

eu não me recordo o nome, se eu não me

engano, é CAMILO.”

[...]

WESLEY BATISTA: ...“Nos tinha 110

milhões em 2014 acumulado, que o Estado

não nos pagava. O Governador CID GOMES

teve lá no nosso escritório, comigo e com

o JOESLEY, falou conosco e PEDIU UMA

DOAÇÃO...”

[...]




WESLEY BATISTA: “COMO É QUE EU

POSSO DESEMBOLSAR 20 MILHÕES DE

REAIS, SENDO QUE O ESTADO QUE VOCÊ

GOVERNA NÃO ME PAGA?”

[...]

WESLEY BATISTA: .... “NOS PRECISAMOS

DAQUELA CONTRIBUIÇÃO DE 20 MILHÕES

E AQUI O NEGÓCIO É ASSIM. VOCÊ PAGA

OS 20 MILHÕES E O ESTADO LHE PAGA OS

110 MILHÕES QUE VOCÊ TEM DE

CRÉDITO. SE VOCÊ NÃO PAGA, O ESTADO

NÃO LIBERA. SE VOCÊ PAGA OS 20

MILHÕES PRA CAMPANHA, O ESTADO NÃO

LIBERA. SIMPLES COMO ISSO. EU ME VI

NA SITUAÇÃO DE QUE 110 MILHÕES..

PREFERIA RECEBER OS 110 MILHÕES

CONCORDEI EM PAGAR A PROPINA PRA

CAMPANHA DE 2014 DO GOVERNADOR

CAMILO, EM QUE PESE NUNCA TIVE COM

O CAMILO NESSA OPORTUNIDADE.”

Essa confissão é irrefutável. Está confirmada

pela real liberação pelo Estado do Ceará, em favor da empresa

CASCAVEL COUROS LTDA e da própria JBS S/A, do valor dos

R$111.615.034,37 (cento e onze milhões seiscentos e

quinze mil e trinta e quatro reais), segundo site da

Transparência, divulgado pelo Jornal OPOVO do dia

19.05.2017 que, em reportagem investigativa seminal,

destacou:

“Propina de R$ 20 mi articulada por Cid foi para campanha de Camilo, acusa delator




O governo do Ceará liberou, entre junho e outubro de 2014, nove pagamentos somando R$ 111,6 milhões para empresas do grupo JBS no Estado.

(...)

Segundo o termo de cooperação nº 15, Cid Gomes teria visitado, ainda durante seu mandato como governador em 2014, a sede da JBS em São Paulo e solicitou apoio para a campanha de Camilo. Wesley teria dito, no entanto, que a contribuição era “dificultada” por uma dívida de R$ 110,4 milhões do governo do Ceará em restituição de créditos de ICMS para a JBS.

O empresário afirma então que teria sido procurado, duas semanas depois, por Antonio Balhmann e por Arialdo Pinho. Eles teriam apresentado proposta de liberar integralmente os créditos do ICMS em troca de repasse de R$ 20 milhões para a campanha de Camilo. Wesley teria concordado com a proposta.

Segundo dados oficiais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), campanha de Camilo contou com mais de R$ 7 milhões em doações da JBS. Na delação, o empresário disse que repassou R$ 10,2 milhões em forma de “propina dissimulada sob a forma de doação oficial” e R$ 9,8 milhões por meio de “notas emitidas contra a JBS sem contrapartida em prestação de serviços”.

Seguindo a linha de apuração dos fatos

denunciados por WESLEY BATISTA, o JORNAL OPOVO do dia

23.05.2014, atestou a INCRÍVEL VERACIDADE DOS

VALORES REPASSADOS com aqueles contidos na Prestação

de Contas de campanha do Governador em 2014 e os dados da

Transparência do Estado:




“Governo pagou R$ 111,6 milhões à JBS em 2014; Cid nega propina O governo do Ceará liberou, entre junho e outubro de 2014, nove pagamentos somando R$ 111,6 milhões para empresas do grupo JBS no Estado. Na manhã de ontem, o ex-governador Cid Gomes (PDT) negou que pagamentos tenham relação com doações da empresa para campanha de Camilo Santana (PT) ao governo. A informação tem base no Portal da Transparência do Estado. Segundo a página, pagamentos vieram da “gestão da concessão de incentivos” do Fundo de Desenvolvimento Industrial (FDI) do Ceará. Na semana passada, o empresário Wesley Batista, um dos donos da JBS, disse ter pagado propina de R$ 20 milhões em troca da liberação de R$ 110 milhões em créditos da empresa com o Estado. Segundo Wesley, dinheiro iria para campanha de Camilo e de aliados de Cid. De acordo com o Portal da Transparência, o 1º pagamento, feito à JBS S.A., ocorreu em junho de 2014, mesma época em que o delator disse ter se reunido com o ex-governador. Demais repasses, em R$ 97,5 milhões, foram para a Cascavel Couros, empresa calçadista da JBS, de agosto a outubro.




A robustez dos detalhes e a espontaneidade e

verrossimilhanca do relato do delator mais se explicita ante a

constatação da existência dos valores repassados pela empresa

JBS à campanha do candidato beneficiado, ora Invesigado,

inclusive, informados à própria Justiça Eleitoral, na prestação

de conta do governo do Estado do Ceará, em 2014.

Os valores depositados pela JBS, na conta de

campanha do Promovido, em 2014, e o comprovante do

pagamento pelo Estado do Ceará à empresa do Sr. WESLEY

BATISTA, COM INSOFISMÁVEL COINCIDÊNCIA DE

VALORES, deixam configurado, de forma incontroversa, o

abuso do poder político e econômico, suprimindo toda a

credibilidade e seriedade da disputa eleitoral em que tornou-

se ele vitorioso.




Tem-se aqui configurado o abuso do poder

econômico e político. O então Governador, CID GOMES, para

favorecer o Promovido, seu candidato, condicionou a liberação

do dinheiro devido pelo Estado do Ceará à empresa CASCAVEL

COUROS LTDA, integrante do grupo JBS S/A, ao pagamento

de valores para utilização na campanha eleitoral do seu

candidato.

Nem convém, nestes autos, divagar sobre o

repasse de R$9.800.000,00 “lavado”, segundo o doador, por

meio de notas fiscais frias. Interessa, para fins eleitorais,

apenas a comprovação do pagamento feito pelo Estado do

Ceará. Esse pagamento, conforme o DELATOR e representante

legal da empresa doadora, foi determinante para a

contribuição de campanha. Os valores dessa doação estão

confessados pelo Promovido, na sua prestação de contas

entregue à Justiça Eleitoral. Sobre eles incide a norma do art.

21, da Lei 9504/97:

“O candidato é solidariamente responsável

responsável com a pessoa indicada na forma

do art. 20 desta Lei pela veracidade das

informações financeiras e contábeis de sua

campanha, devendo ambos assinar a

respectiva prestação de contas.”

A primeira consequência da utilização de

dinheiro, irregularemente obtido na campanha, é o

irremediável comprometimento da credibilidade das eleições.

Esse descrédito é agravado pela astúcia dos envolvidos,

ocultando da comunidade política a chocante e desconcertante

ilicitude. Relamente, o abuso de poder, a extorsão utilizada

para obter a doação foi ocultada, sem possibilidade de

questionamento, por longo período após a realização do pleito.

Nenhuma chance tinham os prejudicados de requer qualquer

postulação, na Justiça Eleitoral, para restabelecer o império

da lei violada, em face da ocultação da fraude até a confissão

do operador da malsinada doação. Feriu o Promovido de morte




a normalidade das eleições, pedra fundamental da democracia.

Não pode, por isso, manter-se impune. Afinal, sua prestação

de contas não deixou de exibir as doações comprovadoras do

abuso, só agora revelado e, só então, por razões óbvias, passivo

de sanção pela Justiça Eleitoral gravemente lesada por ter sido

enganada ao aprovar a prestação de contas do Promovido.

A prova documental da liberação do dinheiro

pela Estado do Ceará, em favor da empresa CASCAVEL

COUROS LTDA, vinculada à JBS, no valor de

R$111.615.034,37 (cento e onze milhões seiscentos e quinze

mil e trinta e quatro reais); a prestação de contas do próprio

Investigado, confirmando, documentalmente, o recebimento de

R$ 7.337.039,87 (sete milhões trezentos e trinta e sete mil e

trinta e nove reais), como fruto da extorsão relatada nos seus

mínimos detalhes, confirmam, de forma irretorquível, o abuso

do poder político e econômico destinados a favorecê-lo.

Há, ainda, uma agravante mais espantosa e

inusitada. A Justiça Eleitoral foi transformada pelo Investigado

em autêntica “lavanderia do dinheiro” oriundo da ilicitude, na

linguagem amarga, mas realísitica do festejado Ministro

HERMAN BENJAMIN, então Corregedor Geral da Justiça.

O ABUSO DO PODER ECONÔMICO E

POLÍTICO EM FAVOR DO INVESTIGADO.

Uma das preocupações básicas da

Constituição de 1988 foi repelir o abuso no exercício da função

pública, na disputa eleitoral, pela violência à igualdade,

injustiça e descrédito que ele representa ao certame eleitoral.

Esse repúdio ao comprometimento da normalidade e

legitimidade das eleições está assim enfatizado na parte final

do parágrafo 9º do seu art. 14:




“Lei complementar estabelecerá outros

casos de inelegibilidade e os prazos de sua

cessação, a fim de proteger a probidade

administrativa, a moralidade para

exercício de mandato considerada vida

pregressa do candidato, e a normalidade e

legitimidade das eleições contra a

influência do poder econômico ou o abuso

do exercício de função, cargo ou emprego

na administração direta ou indireta.”

Não menos enfática, a Lei Complementar nº

64/90, no parágrafo único do seus arts. 19 e 22, expressa a

necessidade de pronta, enérgica e inadiável intervenção da

Justiça Eleitoral para proteger a normalidade da disputa

contra o abuso do exercício de função na Administração direta,

indireta ou fundacional dos entes estatais:

“Art. 19, § único. A apuração e a punição das

transgressões mencionadas no caput deste

artigo terão o objetivo de proteger a

normalidade e legitimidade das eleições

contra a influência do poder econômico ou do

abuso do exercício de função, cargo ou

emprego na administração direta, indireta e

fundacional da União, dos Estados, do

Distrito Federal e dos Municípios.”

Art. 22. Qualquer partido político, coligação, candidato ou

Ministério Público Eleitoral poderá representar à Justiça

Eleitoral, diretamente ao Corregedor-Geral ou Regional,

relatando fatos e indicando provas, indícios e

circunstâncias e pedir abertura de investigação judicial

para apurar uso indevido, desvio ou abuso do poder

econômico ou do poder de autoridade, ou utilização

indevida de veículos ou meios de comunicação social, em

benefício de candidato ou de partido político, obedecido o

seguinte rito:




(...)

XIV – julgada procedente a

representação, ainda que após a proclamação

dos eleitos, o Tribunal declarará a

inelegibilidade DO REPRESENTADO E DE

QUANTOS HAJAM CONTRIBUÍDO PARA A

PRÁTICA DO ATO, cominando-lhes sanção

de inelegibilidade para as eleições a se

realizarem nos 8 (oito) anos subsequentes à

eleição em que se verificou, além da cassação

do registro ou diploma do CANDIDATO

DIRETAMENTE BENEFICIADO PELA

INTERFERÊNCIA DO PODER

ECONÔMICO OU PELO DESVIO OU ABUSO

DO PODER DE AUTORIDADE ou dos meios

de comunicação, determinando a remessa dos

autos ao Ministério Público Eleitoral, para

instauração de processo disciplinar, se for o

caso, e de ação penal, ordenando quaisquer

outras providências que a espécie comportar

Por sua vez, o art. 237, do Código Eleitoral,

desde 1965, exige punição exemplar ao “desvio ou abuso do

poder de autoridade”, que compromete a normalidade do

processo eleitoral, tal como verificado na espécie. De forma

mais enfática, o art. 25 da Lei nº 9.504/97 qualifica como

abuso do poder econômico a arrecadação e a aplicação dos

recursos de campanha obtidos de forma espúria, como

comprovado pelo pagamento feito pelo Estado e a consequente

doação à campanha do Promovido.

Na espécie, o comprovado depósito de

7.337.039,87 (sete milhões trezentos e trinta e sete mil e trinta

e nove reais) na conta da campanha do Investigado, efetuado

como contrapartida pelo recebimento de valores pagos pelo

Estado do Ceará, fato, também, documentalmente,

comprovado que, por si só, atrai a incidência de todas as




normas que buscam proteger a normalidade e a lisura na

dusputa, impondo a cassação do respectivo registro da

candidatura, diploma ou mandato do beneficiado e de todos os

demais agentes públicos que concorreram para a consumação

do ilícito.

A SANÇÃO AO BENEFICIÁRIO DO ABUSO

DE PODER POLÍTICO E ECONÔMICO. CASSAÇÃO DE

REGISTRO, DIPLOMA OU MANDATO. ANORMALIDADE

COMPROMETEDORA DA LISURA DO PROCESSO DE

ALTERNÂNCIA NO PODER.

O cometimento do abuso do poder político ou

econômico, no âmbito do Direito Eleitoral, tem por finalidade

beneficiar determinada candidatura, desequilibrando

completamente a igualdade na disputa. Essa a razão pela qual

o art. 25 da Lei 9.504/97 e a jurisprudência pacificada do

Colendo TSE exigem punição ao beneficiário da ilicitude. A

propósito, são reiteradas as decisões do TSE, aplicando sanção

ao favorecido com os abusos:

"Eleições 2010. [...]. Uso indevido dos meios

de comunicação social. Inelegibilidade.

Incidência. LC nº 135/2010. 1. Em AIJE foi

julgado procedente o pedido para cassar o

diploma do primeiro Recorrente e decretar sua

inelegibilidade. No período de disputa

eleitoral, quando apenas era permitida

propaganda eleitoral gratuita em rádio e TV,

foram concedidas entrevistas pelo candidato e

por terceiro em seu benefício e veiculada

campanha promovida pela TV Serra Azul. 2. É

DESNECESSÁRIO, EM AIJE, ATRIBUIR AO

RÉU A PRÁTICA DE UMA CONDUTA

ILEGAL, SENDO SUFICIENTE O MERO




BENEFÍCIO ELEITORAL ANGARIADO COM

O ATO ABUSIVO E A DEMONSTRAÇÃO DA

GRAVIDADE DA CONDUTA. Precedente. 3.

Na compreensão desta Corte fica afastado o

pleito de majoração da sanção de

inelegibilidade de três para oito anos,

considerada decisão do Supremo Tribunal

Federal. [...]"(Ac. de 3.12.2013 no RO nº

406492, rel. Min. Laurita Vaz.)

No mesmo sentido:

“[...] 2. O julgamento de procedência da AIJE

anterior à diplomação dos eleitos gera a

cassação do registro de candidatura,

independentemente de seu trânsito em

julgado (AgR-AI nº 10.963/MT, Rel. Min. Felix

Fischer, DJe de 4.8.2009; AgRg-MS nº

3.567/MG, Rel. Min. Cezar Peluso, DJ de

12.2.2008). 3. Embora não fosse agente

público, o recorrente foi beneficiário direto da

conduta abusiva de seu irmão, servidor da

FUNAI, que agindo nessa qualidade

desequilibrou e comprometeu a legitimidade

do pleito. É o quanto basta para a

configuração do abuso de poder político com

a cassação de seu registro de candidatura, tal

como previsto no art. 22, XIV, da LC nº 64/90.

4. CONFORME JURISPRUDÊNCIA DO E.

TSE, O ABUSO DE PODER PODE SER

APURADO TANTO EM RELAÇÃO AO

BENEFICIÁRIO COMO EM RELAÇÃO AO

AUTOR, PORQUANTO O QUE SE BUSCA

PRESERVAR É A LISURA DO PLEITO (AAG

nº 7.191/BA, Rel. Min. Joaquim Barbosa, DJe

de 26.9.2008). [...]” (Ac. de 1.6.2010 no ED-




REspe nº 37.250, rel. Min. Aldir Passarinho

Junior.)

“[...] Ação de impugnação de mandato eletivo.

Abuso do poder econômico. Responsabilidade

do candidato beneficiado. Prescindibilidade.

Nexo de causalidade. Matéria fática.

Provimento negado. Impossibilidade de

proceder-se a reexame de prova para avaliar a

configuração do abuso do poder econômico e

sua potencialidade para macular a lisura e a

normalidade do pleito. [...]” NE: Alegação de

violação ao art. 91 do Código Eleitoral por não

ter sido imputada ao recorrente a prática de

qualquer ato foi afastada com base em

precedente no sentido de que

“CONFIGURADO O ABUSO DO PODER

ECONÔMICO POR MEIO DO EXAME DAS

PROVAS, É IRRELEVANTE PARA A

PROCEDÊNCIA DA AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO

DE MANDATO ELETIVO A COMPROVAÇÃO

DA PARTICIPAÇÃO DIRETA DOS

BENEFICIÁRIOS NOS ATOS E FATOS

CARACTERIZADORES DA PRÁTICA

ILÍCITA”.

(Ac. de 25.9.2003 no Ag no 4.317, rel. Min.

Luiz Carlos Madeira.)

Como bem sublinhado nas manifestações do

TSE, o que se busca preservar é “a lisura do pleito”. Na espécie,

o comprometimento dessa lisura com o propósito de favorecer

a candidatura do Requerido foi de tal monta, na espécie, que

resultou na própria desmoralização da Justiça Eleitoral, que

por deconhecimento dos fatos, aprovou a prestação de conta

do candidato beneficiado com a corrupção delatada pelo

próprio doador, contendo dinheiro oriundo de propina.




Isto posto, CONSIDERANDO A PROVA

DOCUMENTAL DOS FATOS DELATADOS PELO DOADOR

WESLEY BATISTA, EM MAIO DE 2017, CONFESSANDO TER

RECEBIDO R$ 110 MILHÕES, MEDIANTE O

COMPROMISSO DE REPASSAR R$ 20 MILHÕES PARA A

CAMPANHA DO GOVERNADOR, INTEGRALMENTE

CORROBORADOS PELOS DOCUMENTOS OFICIAIS,

PRESTAÇÃO DE CONTAS (2014) E PORTAL DA

TRANSPARÊNCIA, INDICANDO O RECEBIMENTO, DA

PARTE OFICIAL, DE 7.337.039,87 (SETE MILHÕES

TREZENTOS E TRINTA E SETE MIL E TRINTA E NOVE

REAIS) DESEMBOLSADOS DIAS APÓS OS PAGAMENTO

PELO ESTADO DO CEARÁ DE R$111.615.034,37 (CENTO

E ONZE MILHÕES SEISCENTOS E QUINZE MIL E TRINTA E

QUATRO REAIS), requer, com fundamento no art. 22, XIV, da

LC 64/90, seja decretada a cassação do registro, do diploma

ou do mandato, caso concedido, dos Promovidos na condição

de canditato diretamente beneficiado, CAMILO SANTANA, e

responsáveis, CID GOMES e ANTÕNIO BALMAN, pelo abuso

de poder político e econômico gravemente comprometedor na

lisura, legitimidade e normalidade do processo de alternância

na representação popular.

Protesta provar o alegado pelo depoimento dos

delatores premiados cujo rol segue em anexo, WESLEY

BATISTA, JOESLEY BATISTA e RICARDO SAUD; depoimento

pessoal dos Promovidos perante a Justiça Eleitoral, juntada de

documentos, requisição à JUSTIÇA FEDERAL EM FORTALEZA

e expedição de ofício ao excelso SUPREMO TRIBUNAL

FEDERAL e à PROCURADORIA GERAL DA REPÚBLICA,

solicitando compartilhamento de informações relativas aos

processos, judiciais ou administrativos, envolvendo o anexo

“CEARÁ”, do termo de delação premiada do Sr. WESLEY

BATISTA e ainda ao ESTADO DO CEARÁ para que informe, no

prazo improrrogável de três dias, previsto no art. 22, VIII, da

LC nº 64/90, que apresente cópia completa de todos os

processos de pagamento de créditos, no ano de 2014, às




empresas CASCAVEL COUROS LTDA, com sede na Cidade de

Cascavel, Estado do Ceará, na Rodovia CE-253, Km 11,8, CEP

62850- 000, inscrita no Registro de Empresas sob o NIRE

23.200.767.568 e no CNPJ/MF sob nº 02.411.238/0001-35 e

a holding JBS S.A, com sede na Cidade de São Paulo, Estado

de São Paulo, na Avenida Marginal Direita do Tietê, 500, Bloco

I, 3º Andar, inscrita no Registro de Empresas sob o NIRE

35.300.330.587 e no CNPJ/MF sob o n° 02.916.265/0001-60,.

P. Deferimento

Fortaleza, 16 de setembro de 2018.

Maia Filho OAB-CE 16.275




ROL DE TESTEMUNHAS

1- WESLEY MENDONÇA BATISTA,

brasileiro, casado, empresário, portador da Cédula de

Identidade RG nº 989.892 SSP/DF, inscrito no CPF sob o

nº364.873.921-30, residente e domiciliado na rua Antilhas, nº

181, Jardim América, CEP 01.438-080, São Paulo/SP.

2- JOESLEY MENDONÇA BATISTA,

brasileiro, casado, empresário, portador da Cédula de

Identidade RG nº 54.852.547-X, SSP/SP ou RG 967.397-

SSP/DF, inscrito no CPF sob o nº 376.842.21-91, residente e

domiciliado na Avenida Marginal Direita do Tietêm 500, Vila

Jaguara, São Paulo/SP.

3- RICARDO SAUD, brasileiro, casado,

empresário, portador da Cédula de Identidade RG nº 607.129

SSP/MG, inscrito no CPF sob o nº 446.626.456-20, residente

e domiciliado na rua Armando Petrella, nº 341, Torre 2, Apto

14, CEP 05.679-010, Jardim Panorama, São Paulo/SP.


17/09/2018 22:28

Wesley Batista afirma que pagou total de R$ 245 milhões em propina a Cid Gomes

Tipo de documento: Documento de Comprovação

Descrição do documento: Wesley Batista afirma que pagou total de R$ 245 milhões em propina a Cid Gomes

Id: 138822

Data da assinatura: 17/09/2018

Atenção

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Num. 138822 - Pág. 1

DEGRAVAÇÃO

DEPOIMENO SENHOR WESLEY BASTISTA NO DIA

04.03.2017.

WB: Dr. Sérgio Bruno, Ceará a empresa tem uma fábrica na

cidade de Cascavel. Um cortume. Que é um cortume grande.

Coincidentemente, esse cortume também foi construído pelo

Bertim, antes da JBS ter comprado ...

PROCURADOR: Essa cidade de Cascavel fica no Ceará

mesmo?!

WB: Fica no Ceará. Cascavel no Ceará. O Bertim construiu

esse cortume. O Estado do Ceará levou muita indústria de

couro, de sapato, de calçado. Ele ofereceu muito incentivo pra

indústrias do Sul se moverem pro Estado do Ceará. Naquela

oportunidade, não foi nós que iniciamos esse projeto, o

Bertim construiu uma fábrica, que é um grande cortume, um

dos maiores cortumes do Brasil.. de produto.. faz couro

acabado pra indústria automotiva e tal. E a mesma coisa

ligada a incentivo fiscal. Na ocasião foi concedido um

incentivo fiscal, legítimio ao Bertim e tal. Esse incentivo

fiscal, ele gera um crédito das exportações. Tudo que você

exporta, você é...

PROCURADOR: Credita no ICMS?

WB: É! O Estado dá um crédito, além de você não pagar nada

na exportação, que ai é Lei Kandir...

PROCURADOR: Tá! Porque ai é federal.

WB: Ai é federal! O Estado te dá um crédito... Foi oferecido

para atrair as empresas um crédito do que você exporta.

Então nos formos credores de imposto no Estado. Sempre foi.

E o Estado ressarce isso em dinheiro. Pagamento em

dinheiro. Em 2010, [úúúú] governador CID GOMES é... teve

é... um secretário dele, eu não sei ele era secretário do que

época, em 2010, mas era secretário, um secretário dele por

nome ARIOVALDO, pra procurar o JOESLEY, eu também não

tava aqui em 2010. Eu morava nos Estados Unidos voltei em


2011, pedindo contribuição pra campanha do ano de 2010.

Que era a reeleição do então governador CID GOMES. E nós

tínhamos crédito acumulado que o Estado não estava nos

pagando. O JOESLEY concordou em dar 5 milhões é... Que

foram pagos 3 milhões, por notas...é.. 3,5, desculpa, por

notas frias, é... e 1 milhão por meio de doação oficial. Então

foi 4 milhões e meio, não foram 5. 4 milhões e meio sendo, 3

milhões e meio por meio de notas frias, que tá anexada a

relação das notas e 1 milhão por meio de doação oficial, pra

eles liberarem o crédito..

PROCURADOR: Em que pese ter sido pago via doação

oficial, era propina?

WB: Era propina. Era propina.

PROCURADOR: E o objetivo era pra liberar um crédito que

era devido?

WB: Que era legítimo nosso. O Estado nos devia.

PR: O crédito era de quanto?

WB: Na oportunidade, não me recordo. Em 2010, eu não me

recordo quanto foi o crédito. Mas ai em 2014, se repetiu a

mesma coisa. Nos trabalhamos 11, 12, 13 e 14 e o Estado

não devolveu nenhum centavo durante esse período e nos

fomos acumulando crédito. Chegou no final de 2014, nos

tínhamos 110 milhões de reais de crédito que o Estado tinha

que nos pagar. O então governador CID GOMES esteve no

nosso escritório, comigo e com o JOESLEY, e fez uma

solicitação de doação de campanha pra campanha do

governador atual, que ia sucedê-lo.. eu não me recordo o

nome, se eu não me engano, é CAMILO. Mas nos não

tivemos com o CAMILO, quem pediu essa doação foi o então

governador CID GOMES...

PROCURADOR: CAMILO SANTANA?

WB: CAMILO SANTANA, pronto!.

PROCURADOR: Agora me diga uma coisa, a gente na tá em

2014, mas lá aquela propina de 5 milhões...

WB: 2010.


PR: Foi em 2010, quem foi pedir foi???

WB: O ARIOVALDO!

PR: Nessa época você teve contato com CID GOMES?

WB: Não! Eu não tive.

PR: Tá o ARIOVALDO era secretário do CID GOMES?

WB: Isso!

PR: Ai ele foi reeleito? Foi reeleito com essa ajuda.

WB. O CID GOMES foi reeleito.

TERECEIRO: Só pra confirma o nome, que eu tô vendo aqui

na internet, na época havia um secretário que seria ARIALDO

PINHO.

WB: Isso. Desculpa! ARIALDO. Não é Ariovaldo.

PR: ARIALDO PINHO era secretário de que?

WB: ARIALDO PINHO, eu que falei errado é isso mesmo.

PR: Pinho ne?

WB: É isso mesmo. Se não me falha a memória, ele ainda é

secretário de estado no governo atual.

PR: Apesar dessa propina de 5 milhões, eles não liberaram

nada do crédito nessa época?

WB: Liberaram. Naquela época, em 2010, liberaram. Que eu

não me recordo quanto foi.

PR: Ai liberou. Ai depois foi acumulando de novo.

WB: Pronto. Ai em 2011, 2012, 2013, 2014, acumulou tudo

de novo. Nos tinha 110 milhões em 2014 acumulado, que

o Estado não nos pagava. O Governador CID GOMES teve

lá no nosso escritório, comigo e com o JOESLEY, falou

conosco e pediu uma doação..

PR: Lá em São Paulo.

WB: Em São Paulo. E nos perguntamos quanto ele esperava

de doação. E ele falou que esperava de nos 20 milhões de

reais. Eu falei, olha governador, impossível eu contribuir com

20 milhões de reais, enquanto o Estado me deve 110 milhões


e não me paga. COMO É QUE EU POSSO DESEMBOLSAR

20 MILHÕES DE REAIS, SENDO QUE O ESTADO QUE

VOCÊ GOVERNA NÃO ME PAGA? Quer dizer, difícil

trabalhar no Estado. Ele não falou nada. Ele saiu falou tá

bom deixa eu ver o que posso fazer sobre esse assunto. E ali

encerrou a discursão. Duas semanas depois, fomos

procurados pelo Deputado Federal na ocasião, ANTONIO

BALMAN, junto com o ARIOVALDO de novo, com o ARIALDO

PINHO. Vieram os dois junto ao nosso escritório em São

Paulo, e vieram com uma proposta direta. Falou olha, NOS

PRECISAMOS DAQUELA CONTRIBUIÇÃO DE 20 MILHÕES

E AQUI O NEGÓCIO É ASSIM. VOCÊ PAGA OS 20

MILHÕES E O ESTADO LHE PAGA OS 110 MILHÕES QUE

VOCÊ TEM DE CRÉDITO. SE VOCÊ NÃO PAGA, O ESTADO

NÃO LIBERA. SE VOCÊ PAGA OS 20 MILHÕES PRA

CAMPANHA, O ESTADO NÃO LIBERA. SIMPLES COMO

ISSO. EU ME VI NA SITUAÇÃO DE QUE 110 MILHÕES..

PREFERIA RECEBER OS 110 MILHÕES CONCORDEI EM

PAGAR A PROPINA PRA CAMPANHA DE 2014 DO

GOVERNADOR CAMILO, EM QUE PESE NUNCA TIVE COM

O CAMILO NESSA OPORTUNIDADE.

PR: E como é que foi pago esses 20 milhões?

WB: Então esses 20 milhões foram pagos, 9 milhões e 800

por meio de notas fiscais frias de diversas empresas que

tá no anexo ai a relação delas e foram pagos 10 milhões e

200 por meio de doações oficiais pra vários candidatos,

inclusive pro governador CAMILO e pro Partido da Ordem

Social do Ceará republicano, PReee, PROS. É o PROS.


17/09/2018 Governo pagou R$ 111,6 milhões à JBS em 2014; Cid nega propina | O POVO Online

https://www.opovo.com.br/jornal/politica/2017/05/governo-pagou-r-111-6-milhoes-a-jbs-em-2014-cid-nega-propina.html 1/4

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Governo pagou R$ 111,6 milhões à JBSem 2014; Cid nega propinaPagamentos do Estado começaram quatro dias antes da primeiradoação oficial da empresa para Camilo. Em entrevista naAssembleia, o ex-governador repudiou denúncias e disse que iráprocessar o delator Wesley Batista

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Foto: Fábio Lima

O governo do Ceará liberou, entre junho e outubro de 2014, nove pagamentos somando R$ 111,6 milhõespara empresas do grupo JBS no Estado. Na manhã de ontem, o ex-governador Cid Gomes (PDT) negou quepagamentos tenham relação com doações da empresa para campanha de Camilo Santana (PT) ao governo.

A informação tem base no Portal da Transparência do Estado. Segundo a página, pagamentos vieram da“gestão da concessão de incentivos” do Fundo de Desenvolvimento Industrial (FDI) do Ceará. Na semanapassada, o empresário Wesley Batista, um dos donos da JBS, disse ter pagado propina de R$ 20 milhões emtroca da liberação de R$ 110 milhões em créditos da empresa com o Estado.

Segundo Wesley, dinheiro iria para campanha de Camilo e de aliados de Cid. De acordo com o Portal daTransparência, o 1º pagamento, feito à JBS S.A., ocorreu em junho de 2014, mesma época em que o delatordisse ter se reunido com o ex-governador. Demais repasses, em R$ 97,5 milhões, foram para a CascavelCouros, empresa calçadista da JBS, de agosto a outubro.




Repasses e doaçõeos

O primeiro repasse para a Cascavel Couros, em R$ 15 milhões, ocorreu em 14 de agosto, quatro dias antesda primeira doação oficial da JBS para Camilo, em 18 de agosto. Muitas das demais doações ocorreram doisdias depois de algum repasse do governo.

Os dados mostram, no entanto, contradições no depoimento de Wesley Batista. Em sua delação, o empresárioafirma não ter recebido repasses do governo entre 2011 e 2013. O Portal da Transparência registra, noentanto, repasses em R$ 12,3 milhões em 2013. Entre 2015 e 2017, no entanto, a empresa não recebeuquaisquer repasses do Estado.

O ex-governador Cid Gomes se disse “veementemente indignado” com acusações e rejeitou que qualquerdoação recebida da JBS tenha vínculo com ações do governo. “Não é possível fazer vinculação de qualquertipo para esses pagamentos. Isso não é da minha índole, jamais foi feito. Nós temos regras e critérios paracampanhas”.

Cid admite que repasses podem ter tido “pico” em 2014, mas afirma que este aumento se deu por conta daLei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que proíbe gestores de deixarem dívidas para mandatos posteriores.“Custo a acreditar que uma empresa grande como a JBS ficaria refém de um governo por uma coisa dessas,sendo que era um direito judicial dela”.

Saiba mais

Há ainda outra inconsistência no depoimento de Wesley Batista. Na delação, o empresário afirma querepasses ocorreram por meio de créditos da empresa com o ICMS para exportações.

Os recursos, na verdade, vieram pelo Proapi, programa que dá incentivos financeiros (mas não fiscais) aempresas calçadistas. Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, a JBS tem hoje crédito de R$13,4 milhões com o governo do Ceará.

“É verdade que houve contribuição, mas sem qualquer vinculação com prestação de serviços do governo oudos mandatos que tivemos (...) tanto que todas as nossas contas foram aprovadas sem questionamento pelaJustiça Eleitoral”, diz Cid.

O ex-governador afirmou ainda que irá processar Wesley Batista por calúnia e difamação

CARLOS MAZZA


17/09/2018 Propina de R$ 20 mi articulada por Cid foi para campanha de Camilo, acusa delator

http://blogs.opovo.com.br/politica/2017/05/19/propina-de-r-20-mi-articulada-por-cid-foi-para-campanha-de-camilo-acusa-delator/ 1/12

(https://www.opovo.com.br)

(http://blogs.opovo.com.br/politica)

Inicio (http://blogs.opovo.com.br/politica/) Para pesquisar, digite sua busca.

(http://blogs.opovo.com.br/politica/wp-content/uploads/sites/62/2017/05/CID-CAMILO.jpg)

Propina supostamentearticulada por Cid teria idopara campanha de Camilo

(Foto: Tatiana Fortes/OPOVO)

Propina de R$ 20 milhões da JBS(http://blog.opovo.com.br/politica/delacao-da-jbs-propina-cid-eunicio/) que teria sido articulada por Cid Gomes (PDT) tinhacomo destino campanha de Camilo Santana (PT) ao governo em2014. A informação consta na delação de Wesley Batista, um dosdonos da JBS, que aponta ainda participação do secretárioArialdo Pinho (Turismo) e do deputado Antonio Balhmann(Pros) no caso.

Delação da JBS aponta propina de R$ 20 milhões para Cid e R$ 5milhões para Eunício(htt //bl b / liti /d l d jb i id

MAIO 19, 2017 4:20 PM

LAVA JATO (HTTP://BLOGS.OPOVO.COM.BR/POLITICA/CATEGORY/LAVA-JATO/)

Propina de R$ 20 mi articulada por Cid foi para campanha de Camilo, acusadelator

205 3 (http://blogs.opovo.com.br/politica/2017/05/19/propina-de-r-20-mi-articulada-por-cid-foi-para-campanha-de-camilo-acusa-delator/#respond)

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(http://assine.opovo.com.br/Promocoes/Experimente)

CarlosMazza

(http://blogs.opovo.com.br/politica/author/carlosmazza/)


17/09/2018 Propina de R$ 20 mi articulada por Cid foi para campanha de Camilo, acusa delator

http://blogs.opovo.com.br/politica/2017/05/19/propina-de-r-20-mi-articulada-por-cid-foi-para-campanha-de-camilo-acusa-delator/ 2/12

(http://blog.opovo.com.br/politica/delacao-da-jbs-propina-cid-eunicio/)

Segundo o termo de cooperação nº 15, Cid Gomes teria visitado,ainda durante seu mandato como governador em 2014, a sede daJBS em São Paulo e solicitou apoio para a campanha de Camilo.Wesley teria dito, no entanto, que a contribuição era“dificultada” por uma dívida de R$ 110,4 milhões do governo doCeará em restituição de créditos de ICMS para a JBS.

O empresário afirma então que teria sido procurado, duassemanas depois, por Antonio Balhmann e por Arialdo Pinho.Eles teriam apresentado proposta de liberar integralmente oscréditos do ICMS em troca de repasse de R$ 20 milhões para acampanha de Camilo. Wesley teria concordado com a proposta.

Segundo dados oficiais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE),campanha de Camilo contou com mais de R$ 7 milhões emdoações da JBS. Na delação, o empresário disse que repassou R$10,2 milhões em forma de “propina dissimulada sob a forma dedoação oficial” e R$ 9,8 milhões por meio de “notas emitidascontra a JBS sem contrapartida em prestação de serviços”.

Outro lado

Em nota, Cid negou ter recebido recursos da JBS. “Repudioreferências em delação que atribuem a mim o recebimento dedinheiro. Nunca recebi um centavo da JBS. Todo o meupatrimônio, depois de 34 anos trabalhando, é de 782 mil reais(IRPF2016), tendo sido duas vezes deputado, duas vezes prefeitoe duas vezes governador”, disse.

O Blog Política procurou o governo do Ceará e a assessorias deAntonio Balhmann e Arialdo Pinho, mas ainda não obteveretorno até o presente momento.

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22 AGO, 2018 20H30

Liderança de Ciro será reconhecida em palanques, masCamilo é Lula, diz Moisés Braz(http://blogs.opovo.com.br/politica/2018/08/22/lideranca-de-ciro-sera-reconhecida-em-palanques-mas-camilo-e-lula-diz-moises-braz/)

Datafolha: Bolsonaro amplia vantagem; Haddad e Ciro disputam segunda vaga (http://blogs.opovo.com.br/politica/2018/09/14/datafolha-bolsonaro-amplia-vantagem-haddad-e-ciro-disputam-segunda-vaga/?obOrigUrl=true) (O POVO Online - Política)Em carta a Haddad, Lula diz que ex-prefeito tem missão de o representar (http://blogs.opovo.com.br/politica/2018/09/12/cuide-com-muito-carinho-das-pessoas-como-eu-gostaria-de-estar-cuidando-diz-lula-a-haddad-em-carta/?obOrigUrl=true) (O POVO Online - Política)


Doador CPF/CNPJ Doador Originário

AGROPAULO AGROINDUSTRIAL S.A 05.373.212/0002-19

AMP ENGENHARIA LTDA 73.203.739/0001-74

APEL ATIVIDADES PRO ENSINO LTDA 01.434.589/0001-07

AÇO CEARENSE INDUSTRIAL LTDA 00.990.842/0001-38

BERMAS MARACANAU INDUSTRIA E COMERCIO DE COURO LTDA08.386.287/0001-41



BEZERRA & COSTA SERVIÇOS GRAFICOS LTDA11.861.984/0001-11

CBC - CONSTRUTORA BATISTA CAVALCANTE LTDA04.299.154/0001-87

CEDETRAN - CENTRO DE DESENVOLVIMENTO DE TRANSITO LTDA01.493.488/0002-80

CELULOSE E PAPEL DE PERNAMBUCO S/A - CEPASA10.422.699/0016-18

CELULOSE E PAPEL DE PERNAMBUCO S/A - CEPASA10.422.699/0016-18

COMPANHIA METALURGICA PRADA 56.993.900/0001-31

CONSTRUTORA BEIJA-FLOR LTDA 09.586.891/0001-84

CONSTRUTORA CETRO LTDA 63.389.217/0001-55

CONSTRUTORA GETEL LTDA 06.535.819/0001-30

CONSTRUTORA MARQUISE S/A 07.950.702/0001-85

CONSTRUTORA MARTE LTDA 09.425.638/0001-49

CONSTRUTORA MORAIS VASCONCELOS LTDA - EPP09.426.420/0001-09




COPA ENGENHARIA LTDA 02.200.917/0001-65

CORAL CONSTRUTORA RODOVALHO ALENCAR LTDA07.195.191/0001-33

COSAMPA PROJETOS E CONSTRUÇOES LTDA03.006.548/0001-37

COSAMPA PROJETOS E CONSTRUÇOES LTDA03.006.548/0001-37

CSN CIMENTOS S/A 42.564.807/0001-05

Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 PAQUETA CALÇADOS LTDA





Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 LIDER CONSTRUÇÕES E SERVICOS EIRELI - ME

Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 UNILINK TRANSPORTES INTEGRADOS LTDA

Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 GRANDE MOINHO CEARENSE SA

Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 GRANDE MOINHO CEARENSE SA

Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 BERMAS MARACANAU INDUSTRIA E COMERCIO DE COURO LTDA

Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 FUJITA ENGENHARIA LTDA

Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 FORTAL EMPREENDIMENTOS LTDA

Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 AGROPAULO AGROINDUSTRIAL S/A

Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 GRENDENE S/A

Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 LAGOA EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS LTDA

Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 FLOURITA EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS LTDA

Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 PONCIANO EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS LTDA

Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 ALEXANDRE GRENDENE BARTELLE

Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 BRINK MOBIL EQUIPAMENTOS EDUCACIONAIS LTDA

Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 BEACH PARK HOTEIS E TURISMO S/A

Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 SOLAR BR PARTICIPAÇOES S/A

Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 DALKA DO BRASIL LTDA


Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 DIRECIONAL TAGUATINGA ENGENHARIA LTDA

Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 DIRECIONAL DIAMANTE EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS LTDA

Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 CONSTRUTORA BETA S/A



Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 ENPECEL ENGENHERIA LTDA

Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 EMAMI PARTICIPAÇOES S/A

Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 CONSTRUTORA FERREIRA GUEDES S/A

Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 TONIOLO· BUSNELLO S/A - TUNEIS TERRAPLENAGENS E PAVIMENTAÇÃO

Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 BRADESCO VIDA E PREVIDENCIA S.A

Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 BRADESCO VIDA E PREVIDENCIA S.A

Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 UNA EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS LTDA

Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 ABARE EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS LTDA

Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 ONIX EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS LTDA

Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 TRINCHEIRAS EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS LTDA

Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 DIRECIONAL ZIRCONE EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS LTDA

Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 COSAMPA PROJETOS E CONSTRUÇOES LTDA

Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 COSAMPA PROJETOS E CONSTRUÇOES LTDA

Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 AONAI DE SOUZA PORTO

Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 JOÃO FERNANDES VIEIRA NETO

Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 IURI JOSE ALVES DE MACEDO

Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 MARIA VILALBA ALVES DE MACEDO

Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 S A PAULISTA DE CONSTRUÇOES E COMERCIO





Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 JBS S/A

Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 JBS S/A

Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 M DIAS BRANCO S.A INDUSTRIA E COMERCIO DE ALIMENTOS

Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 AÇO CEARENSE INDUSTRIAL LTDA



Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 PEDRO GRENDENE BARTELLE




Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 CONSTRUTORA MARQUISE S/A





Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 SP INDUSTRIA E DISTRIBUIDORA DE PETROLEO LTDA

Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 SP INDUSTRIA E DISTRIBUIDORA DE PETROLEO LTDA

Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 J MACEDO S/A




Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 JEQUIA EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS LTDA

Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 AZURITA EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS LTDA


Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 AZURITA EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS LTDA

Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 AMETISTA EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS LTDA

Direção Estadual/Distrital 19.019.928/0001-46 INCO ENGENHARIA LTDA

Direção Nacional 00.676.262/0001-70 CRBS S/A

EDECONSIL CONSTRUCOES E LOCAÇOES LTDA07.073.042/0001-00

ELEIÇAO 2014 DILMA VANA ROUSSEFF PRESIDENTE20.570.274/0001-23 JBS S/A







EMPREENDIMENTOS PAGUE MENOS S/A06.626.253/0001-51

FUJITA ENGENHARIA LTDA 72.570.740/0001-74

GIOVANA BARTELLE VELLOSO 685.957.780-00

J M D CONSTRUÇÕES LTDA 05.017.281/0001-09

J M D CONSTRUÇÕES LTDA 05.017.281/0001-09

J R COMERCIO E CONSTRUÇAO LTDA EPP05.462.334/0001-09

JBS S/A 02.916.265/0001-60

JBS S/A 02.916.265/0001-60

L 23 - MULTISUPRIMENTOS E SERVIÇOS LTDA - ME11.014.397/0001-97

LOMACON LOCAÇÃO E CONSTRUÇÃO LTDA03.354.650/0001-23



M DIAS BRANCO S.A INDUSTRIA E COMERCIO DE ALIMENTOS07.206.816/0001-15

MACIEL CONSTRUÇÕES E TERRAPLANAGENS LTDA41.548.652/0001-42

MARCOGRAF GRAFICA LTDA 02.963.095/0001-74

MARIA CRISTINA NUNES DE CAMARGO 064.842.538-03

MARINA DE IRACEMA PARK S/A 07.334.600/0001-35

MARINA DE IRACEMA PARK S/A 07.334.600/0001-35

NC COMERCIO E SERVICOS LTDA 01.816.098/0001-12

PEDRO BARTELLE 685.957.430-53

PRAIA CENTRO HOTEIS· VIAGENS E TURISMO LTDA07.415.391/0001-54

R FURLANI ENGENHARIA LTDA 09.496.357/0001-87

R FURLANI ENGENHARIA LTDA 09.496.357/0001-87

SP INDUSTRIA E DISTRIBUIDORA DE PETROLEO LTDA01.387.400/0001-64

SP INDUSTRIA E DISTRIBUIDORA DE PETROLEO LTDA01.387.400/0001-64

SS&B CONSTRUTORA LTDA 09.572.788/0001-85

STAR CONSTRUTORA LTDA 03.423.537/0001-52

TRANA CONSTRUÇÕES LTDA 05.602.941/0002-08

Rendimentos de aplicações financeiras


CPF/CNPJ Originário Data N° Recibo Eleitoral Valor R$ Espécie do Recurso

25/08/2014 000130300000CE000018 R$ 6.000,00 Estimado

24/09/2014 000130300000CE000058 R$ 100.000,00 Transferência eletrônica






02/10/2014 000130300000CE000068 R$ 980,00 Estimado









15/09/2014 000130300000CE000033 R$ 1.000.000,00 Transferência eletrônica

01/09/2014 000130300000CE000019 R$ 9.000,00 Estimado










01.098.983/0001-03 22/10/2014 000130300000CE000127 R$ 1.100.000,00 Transferência eletrônica

01.098.983/0001-03 02/10/2014 000130300000CE000100 R$ 435.000,00 Transferência eletrônica
















098.675.970-87 02/10/2014 000130300000CE000108 R$ 269.750,00 Transferência eletrônica










































098.647.840-72 28/08/2014 000130300000CE000025 R$ 1.200.000,00 Transferência eletrônica




















02.916.265/0001-60 12/09/2014 000130300000CE000062 R$ 30.099,00 Estimado

02.916.265/0001-60 25/09/2014 000130300000CE000064 R$ 90.522,75 Estimado

02.916.265/0001-60 26/09/2014 000130300000CE000071 R$ 9.504,00 Estimado

02.916.265/0001-60 26/09/2014 000130300000CE000070 R$ 396,00 Estimado

02.916.265/0001-60 06/10/2014 000130300000CE000072 R$ 52.503,00 Estimado

02.916.265/0001-60 08/10/2014 000130300000CE000073 R$ 63.492,00 Estimado

02.916.265/0001-60 10/09/2014 000130300000CE000063 R$ 90.523,12 Estimado















02/10/2014 000130300000CE000069 R$ 8.130,00 Estimado


29/09/2014 000130300000CE000059 R$ 6.000,00 Estimado

13/10/2014 000130300000CE000086 R$ 6.000,00 Estimado











24/11/2014 R$ 1.273,81 --


N° DocumentoNome do Candidato Número do CandidatoCandidaturaPartidoUnidade EleitoralFonte do Recurso

CAMILO SOBREIRA DE SANTANA13 GovernadorPT CEARÁ

1080682 CAMILO SOBREIRA DE SANTANA13 GovernadorPT CEARÁ


























3567488 CAMILO SOBREIRA DE SANTANA13 GovernadorPT CEARÁ Outros Recursos




























CAMILO SOBREIRA DE SANTANA13 GovernadorPT CEARÁ Outros Recursos





































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• Ministério Público Federal PROCURADORIA GERAL DA REPÚBLICA

TERMO DE ACORDO DE COLABORAÇÃO PREMIADA

O PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA, por intermédio dos membros do Ministério Público ora signatários, designados pela Portaria PGR/MPU nº 3, de 19/01/2015, atualizada pela Portaria PGR/MPU nº 4, de 17/01/2017, e JOESLEY MENDONÇA BATISTA, doravante denominado COLABORADOR, sexo masculino, brasileiro, casado, empresário, portador da Cédula de Identidade RG nº 54.852.547-X SSP/SP ou RG 967.397-SSP/DF, e inscrito no CPF /MF sob o nº 376.842.211-91, residente e domiciliado na Avenida Marginal Direita do Tietê, 500, Vila ]aguara, São Paulo/SP, devidamente assistido por seus advogados constituídos, que assinam este instrumento, formalizam acordo de colaboração premiada nos seguintes termos.

I - Base Jurídica

Cláusula 1ª. O presente acordo funda-se no artigo 129, inciso I, da Constituição da República, nos artigos 4º a 7º da Lei 12.850/2013, nos artigos 13 a 15 da Lei n. 9.807 /99, no art. 1º, §5º, da Lei 9.613/98, no art. 26 da Convenção de Palermo e no art. 3 7 da Convenção de Mérida.

Cláusula 2". O presente acordo atende aos interesses do COLABORADOR, nos termos do art. 5°, LIV e LV, da Constituição Federal, dos artigos 5° e 6°, ambos da Lei nº 12.850/2013, e das cláusulas a seguir alinhavadas. Atende, de igual modo, ao interesse público, na medida em que confere efetividade à persecução criminal de outros suspeitos, amplia e aprofunda investigações de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, contra a Administração Pública, de '\ lavagem de dinheiro e de organização criminosa relacionados ao grupo empresarial J & F, bem como auxilia na apuração da repercussão desses ilícitos penais nas esferas civil, tributária, administrativa, inclusive administrativa sancionadora, e disciplinar.

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II - Do Objeto

Cláusula 3'1. O presente acordo tem por objeto todos os fatos ilícitos praticados pelo COLABORADOR até a data da assinatura deste Termo, assim como todos os fatos ilícitos que sejam de seu conhecimento, os quais estão explicitados nos anexos que compõem e integram este Acordo.

Parágrafo 1°. O objeto do presente acordo, descrito nos anexos, será pormenorizado e complementado pelo COLABORADOR após a assinatura deste insttumento, por meio de depoimentos e fornecimento e indicação de meios de prova.

Parágrafo 2º. O COLABORADOR terá o prazo máximo de 120 dias contados da assinatura do acordo para apresentar novos anexos, desde que não seja caracterizada má-fé na sua omissão.

Parágrafo 3°. Identificado fato ilícito praticado pelo COLABORADOR que não tenha sido descrito nos anexos que integram este acordo, inclusive após o transcurso do prazo fixado no parágrafo anterior, o Procurador-Geral da República poderá repactuar a presente avença ou rescindi-la, submetendo, em qualquer caso, ao Juízo homologatório.

• III - Proposta do Ministério Público Federal

Clãusula 4ª. Considerados os antecedentes e a personalidade do COLABORADOR, bem como a gravidade dos fatos por eles praticados e a repercussão social dos fatos criminosos, uma vez cumpridas integralmente as condições impostas neste acordo para o recebimento dos benefícios, desde que efetivamente sejam obtidos os resultados previstos nos incisos I, II, III ou IV, do art. 4º, da Lei Federal nº 12.850/2013, o Procurador-Geral da República, em relação aos fatos apresentados nos anexos fornecidos nesta data, objeto de investigação criminal já em curso ou que poderá ser instaurada em decorrência \ da presente colaboração, oferecerá ao COLABORADOR o benefício legal do não oferecimento de denúncia, nos termos do art. 4º, §4º, da Lei 12.850/2013.

Parágrafo único. No caso de existirem investigação criminal e/ou denúncias já

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oferecidas em face do colaborador, em outros órgãos do rvlinistério Público, relacionadas a alguns dos temas dos anexos, o Procurador-Geral da República comunicará o conteúdo deste acordo ao membro do Ministério Público oficiante para fins de seu cumprimento, que, no caso das investigações, será a imunidade, e no caso de denúncia já oferecida, o perdão judicial.

Cláusula 5ª. O COLABORADOR apresentará, em prazo máximo de 120 dias da assinatura do acordo, listagem não exaustiva de Conselheiros, empregados e prepostos, atuais ou pretéritos, da J&F, ou de suas controladas, que, tendo praticado condutas penalmente relevantes, descritas nos anexos que acompanham o presente acordo, possam e pretendam colaborar com o Wnistério Público na elucidação integral dos fatos, inclusive com identificação dos agentes públicos que tenham incorrido em crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa e/ ou falsidade ideológica, entre outros, com a quantificação de valores pagos a título de vantagem indevida, indicação dos atos de ofício que tiverem sido negociados, e com as circunstâncias de local, tempo e modo de execução.

Parágrafo Único. Ainda que não constante da lista, qualquer empregado, atual ou pretérito da J&F ou de suas controladas, poderá, no prazo de 60 dias da apresentação da lista, manifestar interesse à colaboração, nos termos da Lei 12.850/2013, a partir dos anexos previstos no presente acordo .

Clausula 6ª. O COLABORADOR compromete-se a pagar, a título de multa, o valor de R$110.000.000,00 (cento e dez milhões de reais), a ser destinado no percentual de 80% (oitenta por cento) à União e no percentual de 20% (vinte por cento) ao ressarcimento dos bens jurídicos ofendidos pelo crime de lavagem de dinheiro, nos termos do art. 4º, da Lei 9.613/98, a serem pagos no prazo máximo de 10 (dez) prestações anuais, com o vencimento da primeira parcela

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em 01 de Junho de 2018, devendo o saldo devedor ser corrigido pelo IPCA a \ partir de 01 de Junho de 2018.

Parágrafo único. O valor da multa vinculada ao Juízo de homologação.

deverá ser depositado em conta

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judicial/,\

U 1


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Cláusula 7ª. O COLABORADOR apresenta, nos APENSOS deste Acordo, declaração de todo seu patrimônio, em nome próprio ou de terceiros (pessoas físicas, jurídicas, offshores, trustes, etc.).

Cláusula 8ª. Caso o COLABORADOR desista do acordo antes de sua homologação judicial ou em caso de não homologação judicial, as provas por ele produzidas não poderão ser utilizadas em seu desfavor .

Cláusula 9ª. Caso o COLABORADOR, por si ou por seu procurador, solicitem medidas para garantia da sua segurança ou da segurança da sua família, a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e o Juízo competente adotarão as providências necessárias para a sua inclusão imediata no programa federal de proteção ao depoente especial, com as garantias previstas nos artigos 8 e 15 da Lei nº 9.807 /99.

Cláusula 10. As partes poderão recorrer de sentenças referentes aos fatos constantes nos anexos desse instrumento apenas naquilo que extrapolar os parâmetros deste acordo, prejudicados os recursos já interpostos com objetos diversos.

• IV - Condições da Proposta

Cláusula 11. Para que o presente acordo possa produzir os benefícios nele relacionados, especialmente os constantes na cláusula 4'1, a colaboração deve ser voluntária, ampla, efetiva, eficaz e conducente aos seguintes resultados:

a) a identificação dos autores, coautores, participes das diversas organizações criminosas de que tenha ou venha a ter conhecimento, notadamente aquelas sob investigação em decorrência de crimes relacionados nos anexos deste acordo, bem como à identificação e à comprovação das infrações penais por eles praticadas, que sejam ou que venham a ser do seu conhecimento, inclusive agentes políticos que tenham praticado ilícitos penais ou deles participado; b) a revelação da estrutura hierárquica e a divisão de tarefa~ organizações l

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criminosas de que tenha ou venha a ter conhecimento; e) a recuperação total ou parcial do produto e/ou do proveito das infrações penais praticadas pela organização criminosa de que tenha ou venha a ter conhecimento, tanto no Brasil quanto no exterior; d) a identificação de pessoas físicas e jurídicas utilizadas pelas organizações criminosas supramencionadas para a prática de ilícitos penais; ou e) ao fornecimento de documentos e outras provas materiais, notadamente em relação aos fatos referidos nos anexos deste acordo; f) o entrega de extratos bancários de contas, objeto das investigações, no exterior até a presente data, salvo impossibilidade material de acesso a essas informações devidamente comprovada pelo COLABORADOR;

Cláusula 12. Para tanto, o COLABORADOR obrigar-se-á, sem malícia ou reservas mentais, a:

a) esclarecer espontaneamente todos os esquemas criminosos de que tenham conhecimento, especiahnente aqueles apontados nos anexos deste acordo, fornecendo todas as informações e evidências que estejam ao seu alcance, bem como indicando provas potencialmente alcançáveis; b) falar a verdade incondicionahnente, em todas as investigações criminais, disciplinares e tributárias, além de ações penais em que doravante venham a ser chamados a depor na condição de testemunha ou interrogado, nos limites deste acordo; e) falar a verdade incondicionalmente, em todas as investigações cíveis e administrativas em que doravante venham a ser chamados a depor na condição de testemunha ou interrogado, nos limites deste acordo, observados o disposto na cláusula atinente à validade da prova; d) cooperar sempre que solicitados, mediante comparecimento pessoal sob suas expensas a qualquer das sedes do Ministério Público Federal, do Departamento de Polícia Federal ou da Receita Federal do Brasil, para analisar documentos e provas, reconhecer pessoas, prestar depoimentos e auxiliar peritos na análise pericial que sejam objeto da presente colaboração; e) entregar todos os documentos, papéis, escritos, fotografias, banco de dados, arquivos eletrônicos, etc., de que disponha, quer estejam em seu poder, \ quer sob a guarda de terceiros sob suas ordens, e que possam contribuir a juízo


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presente colaboração; f) não impugnar, por qualquer meio, este acordo, em qualquer dos inquéritos policiais ou ações penais nos quais estejam envolvidos, no Brasil ou no exterior, salvo por fato supervemente à homologação judicial, decorrente do descumprimento do acordo ou da lei pelo Ministério Público Federal ou pelo Poder Judiciário; g) afastar-se de atividades criminosas, especificamente não vindo mais a contribuir, de qualquer forma, com as atividades das organizações criminosas ora investigadas ou de outros participes ou co-autores dos ilícitos objeto deste acordo; h) comunicar imediatamente ao Procurador-Geral da República caso seja contatado por qualquer dos demais integrantes das organizações criminosas acima referidas ou por outros participes ou co-autores dos ilícitos objeto deste acordo; i) informar, quando requerido, senhas, logins, contas e outros dados necessários para acessar contas de correio eletrônico e dispositivos eletrônicos utilizados pelo COLABORADOR, nos fatos objeto do presente acordo, inclusive fornecendo autorização para autoridades nacionais ou estrangeiras acessarem essas contas e dispositivos; i) identificar em até 15 (quinze) dias após a assinatura do presente acordo e entreg.ir os respectivos extratos de contas controladas pelo COLABORADOR, no Brasil ou no exterior, salvo comprovada impossibilidade de fazê-lo, ainda que para tanto necessite de colaboração de terceiros, às suas expensas; j) indicar em anexo próprio e manter atualizado números de telefone e endereços eletrônicos próprio e de seu advogado constituído, nos quais o COLABORADOR poderá ser notificado para atender no prazo estabelecido pelo Ministério Público Federal a qualquer finalidade visando ao pleno cumprimento do acordo; 1) fornecer ao Ministério Público Federal, quando requerido, informações e documentação acerca de todas as contas bancárias e telefônicas, bem como, no último caso, autorizações necessárias para que o Ministério Público Federal as obtenha diretamente; m) colaborar amplamente com o Ministério Público Federal e com outros Órgãos e autoridades públicas, inclusive a Receita Federal do Brasil e autoridades estrangeiras indicadas pelo Ministério Público Federal no que diga respeito aos fatos do presente acordo.

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Cláusula 13. O COLABORADOR fornecerá ao Ministério Público Federal e a outros órgãos nacionais ou estrangeiros indicados pelo Ministério Público Federal, quando requerido, todos os dados de sua movimentação financeira no Brasil e no exterior, o que inclui, exemplificativamente, todos os documentos cadastrais, extratos, cartões de assinaturas, dados relativos a cartões de crédito, aplicações e identificação de depositantes e beneficiários de transações financeiras, mesmo que as contas não estejam em seu nome e sim no de pessoas físicas ou jurídicas interpostas ou de estruru.ras patrimoniais personalizadas, tais como empresas ef/shore, trusts, fundações pessoais, procuradores, comissários ou agentes, ainda que informalmente constituídos, ou ainda familiares.

Parágrafo 1º. Se, no prazo de 30 (trinta) dias a contar do requerimento, não forem fornecidos ao solicitante as informações e documentos tratados no caput, o COLABORADOR autorizará o Ministério Público Federal ou outros órgãos nacionais ou estrangeiros indicados pelo Ministério Público Federal a acessarem e obterem diretamente tais informações e documentos.

Parágrafo 2°. O COLABORADOR assinará termo específico para os fins do caput, bem como desde logo renuncia, para a mesma finalidade, ao sigilo deste acordo, limitada a exibição às instituições financeiras relevantes, desde que também se comprometam a respeitar o sigilo no que diz respeito a terceiros .

Cláusula 14. A enumeração de casos específicos nos quais se reclama a colaboração não tem caráter exaustivo, tendo o COLABORADOR o dever geral de cooperar com o Ministério Público e com outras autoridades públicas por este apontadas, para o esclarecimento de quaisquer fatos relacionados com o objeto deste acordo.

Cláusula 15. O COLABORADOR e a sua defesa técnica não receberão cópia dos depoimentos prestados pelo COLABORADOR enquanto o Acordo permanecer sob sigilo, resguardado o direito de receber, a cada depoimento, atestado de que prestou declarações em determinado dia e horário. \

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respeito a um fato típico, ou a um grupo de fatos típicos, em relação ao qual o COLABORADOR prestará depoimentos, bem como fornecerá provas em seu poder e indicará diligências que possam ser empregadas para a sua apuração.

Cláusula 17 - O sigilo estrito das declarações será mantido enquanto necessário à efetividade das investigações em curso, inclusive quanto ao teor do próprio anexo, a juízo do Ministério Público Federal, do Poder Judiciário, nos termos do enunciado sumular vinculante de nº 14 do SUPREMO TRJBUNAL

• FEDERAL.

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Cláusula 18 - Os depoimentos colhidos serão registrados em três vias, uma das quais será entregue à defesa técnica do COLABORADOR somente após a homologação do acordo.

IV - Validade da Prova.

Cláusula 19 - A prova obtida mediante o presente acordo será utilizada validamente para a instnição de inquentos policiais, procedimentos administrativos criminais, medidas cautelares, ações penais, ações cíveis e de improbidade administrativa e inquéritos civis, podendo ser emprestada também aos :Ministérios Públicos dos Estados, à Receita Federal, à Procuradoria da Fazenda Nacional, ao Banco Central do Brasil, à Controladoria-geral da União, ao Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência - CADE e a outros órgãos, inclusive de países e entidades estrangeiras, para a instrução de procedimentos e ações fiscais, cíveis, administrativos, inclusive disciplinares, de responsabilidade bem como qualquer outro procedimento público de apuração dos fatos, mesmo que rescindido este acordo, salvo se essa rescisão se der por descumprimento desta avença por exclusiva responsabilidade do Ministério Público Federal.

\ Parágrafo Primeiro. O Ministério Público Federal somente compartilhará os dados, depoimentos, informações e provas com autoridade estrangeira para uso em face do COLABORADOR, ou prestará cooperação jurídica internacional para tal finalidade, se a autoridade estrangeira firmar aco~do de colaboração /

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específico com o COLABORADOR ou lhe fizer proposta formal de acordo cujas condições e o efeito exoneratório sejam, no mínimo, equivalentes aos do presente acordo.

Parágrafo Segundo. O acordo mencionado no parágrafo anterior poderá ser dispensado caso a autoridade estrangeira se comprometa, por escrito, de forma válida, segundo a lei brasileira, a respeitar integralmente os termos deste acordo.

4I Parágrafo Terceiro. O compartilhamento das provas produzidas neste acordo para fins de utilização nas esferas cíveis e administrativas não poderá ser feito em prejuízo do próprio colaborador.

V - Renúncia à Garantia contra a Autoincrinúnação e ao Direito ao Silêncio.

Cláusula 20 - Ao assinar o acordo de colaboração premiada, na presença de seu advogado, ciente do direito constitucional ao silêncio e da garantia contra a autoincriminação, o COLABORADOR a eles renuncia, nos termos do art. 4º, §14º, da Lei nº 12.850/2013, em especial no que tange aos depoimentos que vier a prestar no âmbito da colaboração ora pactuada, estando ele sujeito ao compromisso legal de dizer a verdade sobre o que vier a lhe ser perguntado.

4I Parágrafo único.

VI - Imprescindibilidade de defesa técnica.

Cláusula 21. Este acordo de colaboração somente terá validade se aceito, integralmente, sem ressalvas, no momento da assinatura, pelo COLABORADOR, assistido por seus defensores. Parágrafo único. Nos termos do art. 40, §15°, da Lei nº 12.850/2013, em todos

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os atos de confirmação e execução da presente colaboração, o COLABORAW DOR deverá estar assistido por ao menos um de seus defensores f /)

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VII - Cláusula de Sigilo.

Cláusula 22 - Nos termos do art. 70, §3°, da Lei nº 12.850/2013, as partes comprometem-se a preservar o sigilo sobre o presente acordo, seus anexos, depoimentos e provas obtidas, o qual será levantado por ocasião do recebimento da(s) denúncia(s), ou da execução de medida(s) cautelare(s) restritiva(s) de direito de terceiro(s) e exclusivamente em relação aos fatos nela(s) contemplados, ou

9 por decisão motivada do Ministério Público Federal.

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Parágrafo único - O Ministério Público Federal poderá requerer o

levantamento imediato do sigilo sobre o acordo ou os depoimentos tomados por

escrito e/ ou por meio de recursos audiovisuais, se assim recomendarem as

circunstâncias, a segurança do COLABORADOR e de seus familiares ou,

independentemente de monvação, com a anuência escrita do

COLABORADOR, manifestada por seu defensor constituído.

Cláusula 23 - As partes signatárias se comprometem a preservar o sigilo do presente acordo e de seus anexos perante qualquer autoridade distinta do Ministério Público Federal, do Poder Judiciário e do Departamento de Polícia Federal, enquanto o primeiro entender que a publicidade prejudicará a efetividade das investigações.

Cláusula 24 - Dentre os defensores do COLABORADOR, somente terão acesso ao presente acordo e às informações dele decorrentes os signatários do presente termo ou os advogados que forem por estes substabelecidos com esta específica finalidade.

VIII - Homologação Judicial

Cláusula 25 - Para ter eficácia, o presente termo de colaboração será submetido ao Supremo Tribunal Federal, competente para a apreciação dos fatos relatados

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em função do acordo, acompanhado das declarações do COLABORADOR e de cópia das principais peças da investigação até então existentes, nos temos do art. 4º, §7º, da Lei nº 12.850/2013, para homologação.

IX - Rescisão

Cláusula 26 - O acordo perderá efeito, considerando-se rescindido, nas seguintes hipóteses:

a) se o COLABORADOR descumprir, sem justificativa, qualquer dos dispositivos deste acordo; b) se o COLABORADOR mentir ou omitir, total ou parcialmente, em relação a fatos ilícitos que praticou, participou ou tem conhecimento; e) se o COLABORADOR recusar-se a prestar qualquer informação relacionada ao objeto deste acordo de que tenha conhecimento; d) se o COLABORADOR recusar-se a entregar documento, prova ou senha que tenha em seu poder ou sob a guarda de pessoa de suas relações ou sujeito a sua autoridade ou influência, salvo se, diante da eventual impossibilidade de obtenção direta de tais documentos ou provas, o COLABORADOR indicar ao Ministério Público Federal a pessoa que o guarda e o local onde poderá ser obtido para a adoção das providências cabíveis; e) se ficar provado que, após a celebração do acordo, o COLABORADOR sonegou, adulterou, destruiu ou suprimiu provas que tinha em seu poder ou sob sua disponibilidade, assim como fatos ilícitos de que tivesse conhecimento; f) se o COLABORADOR vier a praticar qualquer outro crime doloso da mesma natureza dos fatos em apuração após a homologação judicial desse acordo; g) se o COLABORADOR fugir ou tentar furtar-se à ação da Justiça; h)se o sigilo a respeito deste acordo for quebrado por parte do COLABORADOR;

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i) se o COLABORADOR, direta ou indiretamente, impugnar os termosi deste acordo; ~

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j) se o COLABORADOR, podendo, não quitar nos prazos estabelecidos nesse acordo as multas nele previstas;

Cláusula 27 - Em caso de rescisao do acordo por sua responsabilidade exclusiva, o COLABORADOR perderá automaticamente direito aos benefícios que lhe forem concedidos em virtude da cooperação com o Ministério Público Federal, permanecendo hígidas e válidas todas as provas produzidas, inclusive depoimentos que houver prestado e documentos que houver apresentado, bem como válidos quaisquer valores pagos ou devidos a título de multa.

Cláusula 28 - Se a rescisão for imputável ao Ministério Público Federal, o COLABORADOR poderá, a seu critério, fazer cessar a cooperação, preservados os benefícios já concedidos e as provas já produzidas.

Cláusula 29 - O COLABORADOR fica ciente de que, caso venha a imputar falsamente, sob pretexto de colaboração com a justiça, a prática de infração penal a pessoa que sabe inocente, ou revelar informações sobre a estrutura de organização criminosa que sabe inverídicas, poderá ser responsabilizados pelo crime previsto no art. 19 da Lei 12.850/2013, cuja pena é de reclusão, de l(um) a 4(quatro) anos de prisão, e multa, além da rescisão deste acordo .

X - Declaração de aceitação.

Cláusula 30 - Nos termos do art. 6º, inc. III, da Lei 12.850/2013, o COLABORADOR, assisti.dos por seu defensor, declara a aceitação ao presente acordo de livre e espontânea vontade e, por estarem concordes, firmam as partes o presente acordo de colaboração premiada.

\ E assim, lido e achado conforme o presente pré-acordo, vai assinado em 2 (duas)

:~:te igual teor e forma, para que surtam todos os correspond;tes efeitos juríw

Brasília, 03 de maio de 2017. (J!/ /

12 i ).



Colaborador:

JOESLEY MEND ATISTA

\

• Advogado:

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Ministério Público Federal:

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Ronaldo Pinheiro de Queiroz Procurador Regional da República

ASSIS E SILVA

~-~-Procurador Regional da República

Daniel de Resende Salgado Procurador da República

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Fernando Antônio de A. A. de Oliveira Júnior

Procurador da República


processo: 0602774-50.2018.6.06.0000 - aÇÃo de …...do tre-ce, ao ensejo de fundamentar a...

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