problemas de saúde relacionados ao mau uso do computador

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4 1. APRESENTAÇÃO A introdução em larga escala de computadores em locais de trabalho e em lares tem conduzido centenas de milhares de pessoas ao uso intensivo dessas máquinas (ANDRIES et al., 2002). Segundo Anshel (2007), mais de 175 milhões de norte-americanos utilizam computadores frequentemente em seus locais de trabalho e o advento da internet tem modificado o seu estilo de vida. Em muitos países, devido a sua popularização, tem-se observada uma atenção considerável a respeito dos potenciais efeitos adversos que podem ser causados pelo seu uso intenso (IJMKER et al., 2009). De acordo com Hall & Morrow (1988), trabalhadores australianos tinham reclamado por indenizações para as doenças da mão, braço, ombro e pescoço, alegando o fato destas estarem relacionadas ao uso intensivo dos computadores. Tal fato é considerado pelos autores como uma “epidemia de lesões por esforço repetitivo” e seu trabalho tem sido largamente citado na literatura científica. Diversos trabalhos relacionados as doenças causadas pelo mau uso do computador têm sido publicados nos últimos anos (HALL & MORROW, 1988; ATROSHI et al., 2007; PEDROSO, 2008; QUINTAS et al., 2009; SANTOS et al., 2009; HAGBERG et al., 2007; ELTAYEB et al., 2007; UCHINO et al., 2008). Todos abordam as lesões causadas por esforço repetitivo (principalmente nas mãos, ombros, braços e pescoço) lesões oculares e alterações psicológicas. Entretanto, uma revisão da literatura realizada por Ijmker et al. (2009) aponta para diversos problemas como a pequena quantidade de dados disponíveis na literatura e a limitação dada pelos diferentes métodos empregados nas análises, os quais, segundo os autores, podem ter influenciados os resultados. Assim, citam os autores, novas pesquisas necessitam ser realizadas para que as conclusões do seu trabalho sejam confirmadas. No presente trabalho vamos levantar as principais consequências relacionadas ao mau uso do computador baseadas em evidências estatísticas publicadas na literatura científica, bem como aquelas publicadas em artigos disponibilizados apenas na internet, sejam elas publicadas por alunos da área de tecnologia da informação (TI), médicos, fisioterapeutas, psicólogos ou outros profissionais que tenham publicado algum trabalho sobre o assunto. Além disso, discutiremos o papel da internet no aumento dos casos de pedofilia, tema de grande discussão na mídia e no Congresso Nacional, uma vez que ainda não existem leis específicas para punir crimes pela internet no Brasil.

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1. APRESENTAÇÃO

A   introdução   em   larga   escala   de   computadores   em   locais   de   trabalho   e   em   lares   tem 

conduzido centenas de milhares de pessoas ao uso intensivo dessas máquinas (ANDRIES et al., 

2002). Segundo Anshel (2007), mais de 175 milhões de norte­americanos utilizam computadores 

frequentemente em seus locais de trabalho e o advento da internet tem modificado o seu estilo de 

vida. Em muitos países, devido a sua popularização, tem­se observada uma atenção considerável a 

respeito dos potenciais efeitos adversos que podem ser causados pelo seu uso intenso (IJMKER et 

al., 2009).

De acordo com Hall & Morrow (1988), trabalhadores australianos tinham reclamado por 

indenizações para as doenças da mão, braço, ombro e  pescoço,  alegando o fato destas estarem 

relacionadas ao uso intensivo dos computadores. Tal fato é considerado pelos autores como uma 

“epidemia de lesões por esforço repetitivo” e seu trabalho tem sido largamente citado na literatura 

científica.

Diversos trabalhos relacionados as doenças causadas pelo mau uso do computador têm sido 

publicados nos últimos anos (HALL & MORROW, 1988; ATROSHI et al., 2007; PEDROSO, 2008; 

QUINTAS et al.,  2009; SANTOS et al.,  2009; HAGBERG et al., 2007; ELTAYEB et al., 2007; 

UCHINO et al., 2008). Todos abordam as lesões causadas por esforço repetitivo (principalmente nas 

mãos, ombros, braços e pescoço) lesões oculares e alterações psicológicas.

Entretanto, uma revisão da literatura realizada por Ijmker et al. (2009) aponta para diversos 

problemas como a pequena quantidade de dados disponíveis na literatura e a limitação dada pelos 

diferentes métodos empregados nas análises, os quais, segundo os autores, podem ter influenciados 

os   resultados.  Assim,   citam os  autores,  novas  pesquisas  necessitam ser   realizadas  para  que  as 

conclusões do seu trabalho sejam confirmadas.

No presente trabalho vamos levantar as principais consequências relacionadas ao mau uso do 

computador   baseadas   em   evidências   estatísticas   publicadas   na   literatura   científica,   bem   como 

aquelas publicadas em artigos disponibilizados apenas na internet, sejam elas publicadas por alunos 

da   área   de   tecnologia   da   informação   (TI),   médicos,   fisioterapeutas,   psicólogos   ou   outros 

profissionais que tenham publicado algum trabalho sobre o assunto. Além disso, discutiremos o 

papel  da internet  no aumento dos  casos  de pedofilia,   tema de grande discussão na mídia e  no 

Congresso Nacional, uma vez que ainda não existem leis específicas para punir crimes pela internet 

no Brasil.

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2. INTRODUÇÃO

Diversas   desordens   afetam   a   população   de   forma   geral,   entre   elas   as   de   origem 

musculoesqueléticas, visuais e psicológicas. Entretanto, trabalhadores apresentam uma incidência 

de sintomas maior do que a população em geral devido ao tipo e local de trabalho, bem como pelos 

fatores individuais. 

Todas essas desordens afetam a produtividade do trabalhador, e mesmo sob circunstâncias 

em que os sintomas estão presentes, grande parte dos trabalhadores executam suas tarefas da mesma 

maneira, o que pode ser explicado pelo fato da baixa severidade da desordem, lealdade a companhia 

e ao colegas de trabalho, ética pessoal ou até mesmo por incentivos econômicos  (PRANSKY et al., 

1999).     Hagberg   et   al.   (2002)   concluíram   que   8%   dos   trabalhadores   relataram   perda   de 

produtividade   devido   a   sintomas   musculoesqueléticos,   os   quais   estão   associados   a   posição   de 

utilização do mouse e da realização da tarefa. Para mulheres, a demanda do trabalho, problemas 

com computadores, fato de ser ou estar divorciada são relatados por elas como causas da diminuição 

da sua produtividade.  Quando os gêneros são controlados de acordo com a idade,  as mulheres 

apresentam   uma   incidência   de   perda   de   produtividade   devido   a   dores   no   pescoço,   ombros   , 

antebraços e mãos de 1,6 a 2,2 vezes maior do que os homens.

Pouca ou nenhuma atividade física foram de risco fatores importantes no relato de perda de 

produtividade dos trabalhadores devido a dores no pescoço, ombro, antebraço e mão.   Em 2002, 

Linton & van Tulder demonstraram que a atividade física é uma prevenção efetiva contra dores na 

coluna.

Outro  problema que afeta diversos trabalhadores e usuários comuns de computadores são os 

prejuízos causados a visão. Existe hoje uma discussão científica sobre os fundamentos da visão bi­

ocular com uma ênfase na visão das telas de computadores. O processo de coordenação entre a 

visão bi­ocular, a qual utiliza músculos estriados, e o sistema de acomodação ou foco visual é único. 

Jaschinski­Kruza (1988)  observou em seus estudo que a convergência, em que os olhos movem­se 

em direção um ao outro quando um objeto se aproxima, tem um papel significante no  stress  da 

visão. Os olhos movem­se para baixo, bem como para dentro, quando observam um objeto próximo, 

o que resulta em uma postura de visão aproximada normal. De acordo com a American Optometric  

Association  (AOA), a Síndrome da Visão do Computador consiste de problemas na visão e nos 

olhos relacionados com a proximidade dos olhos ao computador ou relativas ao uso do computador 

(American Optometric Association apud Anshel, 2007).

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Muitos trabalhos relacionam o uso intenso do mouse como um dos fatores de risco para a 

diminuição da produtividade pelo fato de ocasionar dores nos ombros, antebraços e mãos (IJMKER 

et al.,  2009;  HAGBERG et al.,  2007).  Por outro lado,  um trabalho realizado por Eltayeb et  al. 

(2007), verificou que em trabalhadores holandeses as queixas relativas a dores no pescoço e ombros 

são mas frequentes do que nos braços, cotovelos e mãos.

Além dos problemas físicos, hoje se conhece também alguns dos problemas psicológicos 

causados pelo mau uso do computador.  Para Viner et al. (2008), o uso por quatro ou mais horas 

diárias de TV, vídeo ou computador dobram as chances de fatiga persistente. De acordo com os 

autores,   a   fatiga   é   um   sintoma   comum   nos   adolescentes   modernos.   Todavia,   os   dados   atuais 

(CURRIE et al., 2000) sugerem que a fatiga matinal severa por pelo menos uma vez por semana é 

reportada  entre  40% –  60% dos   jovens  adolescentes   europeus  e   em 30,6% das  garotas  norte­

americanas (GHANDOUR et al., 2004).

Não obstante, a pedofilia não somente é um caso de segurança pública como também de 

saúde coletiva, uma vez que as crianças envolvidas sofrem danos físicos e psicológicos, os quais 

muitas vezes são irreversíveis. A massificação do uso da internet propicia a veiculação de fotos, 

vídeos,  contratos de serviços de exploração sexual infantil  e turismo sexual infantil,  este último 

sendo responsável, de acordo com o site da Campanha Nacional de Combate à Pedofilia na Internet, 

pelo desaparecimento de crianças no mundo inteiro.

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3.   LESÕES   POR   ESFORÇO   REPETITIVO   E   DOENÇAS   OSTEOMUSCULARES RELACIONADAS AO TRABALHADO

As Lesões por Esforço Repetitivo (LER) e as Doenças Osteomusculares Relacionadas ao 

Trabalhado   (DORT),   são   um   grupo   de   doenças   causadas   pelo   uso   excessivo   de   determinadas 

articulações, principalmente as das mãos, punhos, cotovelos, ombros e joelhos. Pessoas que passam 

horas fazendo os mesmos movimentos são acometidas por inflamações na estrutura óssea ou nos 

músculos, nos tendões ou mesmo compressões de nervos e de circulação (Saúde em Movimento, 

2003).

De   acordo   com   Maeno   (2008),   aproximadamente   metade   das   doenças   ocupacionais 

registradas  pela  Previdência Social  no Brasil  nos  últimos anos  são causadas  pelas  LER/DORT. 

Segundo a mesma autora, a LER/DORT são relatadas desde a antiguidade em trabalhadores que 

faziam   movimentos   repetitivos   por   períodos   prolongados   de   tempo.   Com   o   crescimento   da 

industrialização e a procura pelo aumento da produtividade, principalmente entre as décadas de 50 e 

80 em âmbito mundial,  e principalmente com início na década de 80 no Brasil,  observa­se um 

crescimento   considerável   dos   casos   de   LER/DORT.   Os   primeiros   trabalhadores   brasileiros   a 

relatarem   casos   de   LER/DORT   foram   os   digitadores,   ainda   no   década   de   80,   constituindo   o 

primeiro movimento de reconhecimento de doenças ocupacionais pela Previdência Social em 1987.

Mais recentemente, a Previdência Social registrou 30.194 casos de doenças ocupacionais em 

2004, 33.096 em 2005 e 26.645 no ano de 2006 (Figura 3.1). Estima­se que aproximadamente 45% 

dos afastamentos  citados   tenham sido  causados  por  LER/DORT,  os  quais  por   terem um  longo 

período  de  afastamento  do   trabalho  como  parte  do   tratamento  oneram  sobremaneira  os   cofres 

públicos (MAENO, 2008).

De   acordo   com  a   Previdência  Social   (apud  MAENO  2008),   em  2005  o   gasto   com  os 

pagamentos dos benefícios decorrentes de acidentes de trabalho, na qual as doenças ocupacionais se 

enquadram, foi de R$ 9,8 bilhões. Diante disso, a legislação brasileira recebeu diversas resoluções e 

portarias e, dentre elas podemos destacar:

• LER/DORT – Legislação – Resolução 221 – 1997 – Conselho Nacional de Saúde;

• LER / DORT – Legislação – Portaria nº 3.120 – 1998 – Ministério da Saúde;

• LER / DORT – Legislação – Portaria nº 3,908 – 1998 – Ministério da Saúde;

• LER / DORT – Legislação – Legislação – Norma Regulamentadora nº 17 Ergonomia.

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Figura 3.1 – Números de casos de afastamento entre  2004 e 2006 registrados  pela  Previdência Social brasileira causados por doenças ocupacionais.

De acordo com o site Saúde em Movimento (2003), os principais tipos de LER/DORT são:

• Síndrome do Túnel do Carpo (STC);

• Tendinites dos extensores dos dedos;

• Tenossinovite dos flexores dos dedos;

• Tenossinovite estenosante (dedo em gatilho);

• Epicondilite lateral;

• Doença de De Quervain;

Entretanto,   Atroshi   et   al.   (2007)   foram   os   primeiros   a   demonstrar     uma   associação 

significante entre o uso intensivo do teclado no trabalho (>4h/dia) e um baixo risco de Síndrome do 

Túnel do Carpo. Em seu estudo, os autores verificaram que apenas 2,6% dos componentes do grupo 

que utilizavam teclado intensivamente eram portadores de STC, enquanto 2,9% no grupo de uso 

moderado (1 a 4 horas por dia), 4,0% no grupo de baixo uso (>1h/dia) e 5,2% no grupo que não 

utiliza teclado diariamente apresentaram STC, sendo que os dados apresentam 95% de confiança.

Os   principais   fatores   que   levam   ao   aparecimento   dos   sintomas   de   LER/DORT   são 

subdivididos em três classes (SANTOS et al., 2009): 

a)  de  ordem biomecânica:   repetição  dos  movimentos,  movimentos  manuais   com uso  de   força, 

2004 2005 2006

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

35000

30194

33096

26645

ano

Núm

ero

de a

fast

amen

tos

9

postura inadequada, preensão mecânica localizada e uso de ferramentas;

b) de ordem psicossocial: ineficácia da direção da empresa em eliminar riscos potenciais, método de 

trabalho impróprio, existência ou não de atmosfera de aceitação de manifestações dos trabalhadores 

envolvidos com a atividade, encorajamento do relato de riscos potenciais, entre outros;

c)  de ordem administrativa:  pressão no  trabalho,  baixa autonomia,   falta  de  ajuda ou apoio dos 

colegas e pouca variabilidade no conteúdo da atividade.

As   LER/DORT   são   divididas   em   3   fases.   A   primeira   fase   consta   de   dores   intensas   e 

constantes durante a realização de certa atividade repetitiva, a segunda consta de sinais objetivos 

que não desaparecem mesmo com o repouso.  Já  na  terceira   fase ocorre dor  intensa,   levando a 

incapacidade funcional do indivíduo (PEDROSO, 2008). 

Como o objetivo desse trabalho não é realizar um levantamento médico detalhado sobre as 

principais LER/DORT, mostramos de forma resumida a definição e o tratamento das LER/DORT 

mais comuns aos usuários de computadores, as quais foram obtidas do site Saúde em Movimento:

3.1 – Síndrome do Túnel do Carpo

Essa doença é uma forma bastante comum de LER, provocada pela compressão do nervo 

Mediano, que vem do braço e passa pelo punho, numa região chamada túnel do carpo. Esse nervo é 

o responsável pela movimentação do dedo polegar, além de promover a sensação nos dedos polegar, 

indicador e médio na parte da palma das mãos.  Devido ao uso excessivo dos dedos e punhos, 

começa a haver uma inflamação e inchaço das estruturas que passam pelo túnel do carpo, resultando 

na   compressão   do   nervo   mediano.   Como   resultado,   esse   nervo   passa   a   ficar   mais   "fraco", 

provocando a sensação de formigamento e amortecimento dos dedos das mãos, principalmente dos 

dedos polegar, indicador e médio. Às vezes, pode dar até a sensação de "choque" sentida nos dedos 

e indo em direção ao braço. Em geral, os sintomas pioram com o decorrer do dia, principalmente 

após um dia de trabalho. Alguns pacientes acordam no meio da noite com as mãos amortecidas. 

Essa doença é comum em mulheres de 30 a 50 anos, e acomete 3 vezes mais o sexo feminino do que 

o   masculino.   Normalmente,   os   sintomas   estão   presentes   nas   duas   mãos,   mas   são   notados 

primeiramente na mão dominante.

O tratamento se baseia no uso de antinflamatórios, como o ibuprofeno, para aliviar a dor 

bem como a inflamação das estruturas envolvidas. Também o uso de munhequeiras ajuda a manter a 

articulação dos  punhos  fixa,  aliviando assim a dor.  O  repouso é  uma das  melhores   formas  de 

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tratamento e muitas vezes o paciente deve ficar alguns dias sem trabalhar as articulações para haver 

a diminuição completa da inflamação. Também pode ser administrada a vitamina B6 para melhorar 

as   condições   do   nervo.   Em   casos   mais   severos,   poderão   ser   utilizados   corticóides   injetados 

diretamente nas articulações afetadas.  Nos casos em que há  grande comprometimento do nervo 

mediano está indicada a cirurgia para a descompressão do mesmo. Essa cirurgia leva a uma melhora 

dos sintomas em 95% dos casos. 

3.2 Tendinites dos extensores dos dedos

Tendões são estruturas que se parecem com cordões extremamente fortes, responsáveis pela 

fixação dos músculos nos ossos. Toda vez que o músculo se contrai, os tendões se esticam, dando­se 

assim o movimento desejado. O termo tendinite significa uma inflamação dessas estruturas, em 

geral   causada   por   excessivo   uso   daquela   articulação   envolvida.   A   tendinite   pode   ocorrer   em 

qualquer articulação, mas é mais comum nos punhos, nos joelhos, ombros e cotovelos. Devido à 

inflamação, a pessoa irá apresentar dor quando movimentar as articulações em questão. No caso das 

mãos, possuimos um grupo de músculos que estendem os dedos e as mãos, e os respectivos tendões 

passam pela parte dorsal das mãos. Da mesma forma que para a síndrome do túnel do carpo, o uso 

excessivo e repetitivo de certa articulação irá provocar o inchaço das estruturas presentes nas costas 

das mãos, provocando dor ao movimento dos dedos e punhos.

O tratamento indicado é o uso de antinflamatórios e repouso da articulação envolvida. 

3.3 Tenossinovite dos flexores dos dedos

Os tendões flexores dos dedos estão presentes na parte da palma das mãos. Esses tendões 

estão recobertos por uma bainha chamada sinovial, que faz com que a contração do músculo fique 

mais "macia". Quando ocorre a inflamação dessa bainha sinovial, usa­se o termo tenossinovite, no 

caso dos tendões que fazem a flexão dos dedos. Devido à inflamação da bainha, quando houver 

contração do músculo para movimentar os dedos, aparecerá o sintoma de dor local, e o movimento 

das mãos não será bem realizado. 

Da mesma forma, usa­se antiinflamatórios para aliviar  a dor e  inflamação, bem como é 

indicado o repouso das articulações envolvidas. 

11

3.4 Tenossinovite estenosante (dedo em gatilho)

Essa doença envolve os tendões flexores dos dedos das mãos, que passam por túneis dentro 

dos dedos. Se houver a formação de um nódulo sobre o tendão ou ocorrer um inchaço na bainha que 

o   cobre,   ele   então   se   tornará  mais   largo,   ficando   comprimido  nos   túneis   por   onde   ele   passa. 

Conforme a pessoa mexe os dedos, ela irá sentir um estalo ou escutar um barulho na articulação 

envolvida, principalmente no meio dos dedos. 

O tratamento mais indicado para este problema é o uso de antiinflamatórios e repouso das 

articulações.

3.5 Epicondilite lateral

Essa doença é conhecida como tennis elbow (cotovelo de tênis) e é causada pela inflamação 

das pequenas protuberâncias dos ossos do cotovelos, os chamados epicôndilos. Neste caso, os ossos 

envolvidos são os epicôndilos laterais, ou seja, da parte de fora do braço. Apesar do nome, poucos 

tenistas apresentam essa doença, sendo mais comum em pessoas que trabalham levantando peso, 

donas   de   casa,   pessoas  que   fazem   trabalhos   manuais   e   que   trabalham  em  escritórios.   Alguns 

músculos que promovem a retificação do punho e dos dedos são presos pelos tendões no epicôndilo 

lateral do cotovelo. Quando houver um uso excessivo dessas estruturas, começará a se desenvolver 

uma inflamação das mesmas, iniciando os sintomas de dor. 

Em geral é feito com o repouso da articulação em questão e com o uso de antinflamatórios. 

São úteis também os exercícios de alongamento do antebraço e músculos das mãos. Poderá  ser 

usado um suporte para o antebraço, para reduzir a pressão na área afetada. Em casos mais graves, 

podem ser   injetados  corticóides  no   local   afetado.  Caso  não  haja  melhora,  poderá   ser   indicada 

cirurgia para alívio dos sintomas.

3.6 Doença de De Quervain

Essa doença decorre da inflamação dos tendões que passam pelo punho no lado do polegar. 

Se   houver   um   uso   excessivo   dessa   articulação,   poderá   ocorrer   a   inflamação   desses   tendões, 

dificultando o movimento do polegar e do punho, principalmente quando for pegar algum objeto ou 

rodar   o   punho.  Em  geral   as   pessoas  que   trabalham  em  escritório   arquivando  documentos,   ou 

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datilografando ou escrevendo a mão,  em que há  uso constante do polegar  em direção ao dedo 

mínimo são as mais propensas a apresentar essa doença. 

O tratamento para a doença de De Quervain consiste no uso de antiinflamatórios e repouso 

da articulação envolvida. 

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4. DOENÇAS OCULARES

As   mudanças   nos   hábitos   de   trabalho   e   lazer   promovidas   pela   grande   quantidade   de 

computadores tem provocado um aumento das doenças relacionadas a visão e suas consequências já 

são relatadas a quase duas décadas (COLLINS et al., 1990).

Os   principais   sintomas   relatados   pelos   usuários   de   computador   incluem   deformações 

visuais, cansaço, irritação, ardência, vermelhidão, redução da acuidade visual, dor nos olhos, visão 

dupla e ressecamento dos olhos (THOMSON, 1998).

Um dos fatores que afetam a boa visibilidade dos funcionários no local de trabalho é  a 

qualidade da iluminação. Tal qualidade de iluminação é dada por um balanço entre brilho, contraste, 

intensidade e cor da luz. O contraste entre o objeto de uma tarefa e seu fundo imediato deve ser 

suficiente para habilitar o trabalhador a ver a tarefa claramente. De acordo com a Sociedade Norte 

Americana de Engenharia da Iluminação (IESNA, 1998 apud ANSHEL, 2007), a taxa de contraste 

deveria ser estabilizada para maximizar a produtividade sem afetar a fadiga visual. De forma geral, a 

taxa ideal é de 1:3:10, o que significa que a área da tarefa deve ser 3 vezes menos brilhante que o 

seu  entorno  imediato   (25o  do  alvo  visual)  e  10  vezes  mais  brilhante  que  a   sua  área  periférica 

(últimos 25o).

Sabe­se ainda que a presença de muita ou pouca luz afeta a produtividade dos trabalhadores 

e,   além   disso,   a   intensidade   de   luz   confortável   varia   de   trabalhador   para   trabalhador.   Assim, 

trabalhadores com 60 ou mais anos de idade necessitam 2 a 3 vezes mais luminosidade do que 

trabalhadores  com 20 anos  para  alcançar  a  mesma performance (ANSHEL,  2007).  Por  essas  e 

outras razões, o mesmo autor que mesmo se eliminássemos as razões humanitária para promover 

um   maior   atenção   em   relação   à   visão   dos   trabalhadores,   as   razões   econômicas   ainda   seriam 

prevalentes para os empresários.

4.1 Síndrome do Olho Seco

De acordo com KNITKAR et al. (2005), uma das causas do olho seco é o tempo excessivo 

sem piscar, o que leva a evaporação das lágrimas. Pessoas normais quando expostas ao computador 

piscam entre 32 a 42% menos que o normal.  Esta  redução ao piscar  é  uma reação do sistema 

nervoso que necessita de maiores informações e atenções visuais.  A falta de lubrificação dos olhos 

causa irritação e fortes dores na cabeça, primeiros sintomas da Síndrome do Olho Seco que, é um 

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dos problemas mais freqüentes, dentre 50% da população sofre por algum desconforto visual.

Os olhos não conseguem suportar a tela de computador durante muitas horas seguidas. As 

imagens do monitor são formadas por  pixels,  minúsculos pontos nos quais os nossos olhos não 

conseguem manter o foco, fazendo um exercício de focar e re­focar repetidamente, provocando um 

estresse dos  músculos  oculares,   resultando em problemas oculares.  O mau uso do  computador 

elevou no número de pessoas com problemas devido à síndrome do olho seco, que é causada pelo 

uso inadequado do computador, afetando mais de 30% dos usuários na faixa etária dos 12 aos 17 

anos,   que   utilizam   computadores   diariamente.   Os   problemas   oculares   não   são   causados   pela 

atividade desenvolvida pelo usuário e, sim, totalmente relacionada ao posicionamento do monitor e 

a duração da atividade (UCHINO et al., 2008).

4.2 Radiação

Estudos revelam que a   radiação emitida pelo computador  é  pequena,  mas  tem agravado 

problemas já existentes em pacientes com miopia, por exemplo, principalmente, jovens que utilizam 

o computador por muitas horas seguidas. 

De acordo com Costa (2009), testes de laboratórios norte­americanos demonstraram que os 

monitores emitem mínima ou nenhuma radiação prejudicial sob condições operacionais normais e a 

quantidade de radiação ultravioleta produzida por estes é  equivalente a uma pequena fração da 

produzida por iluminação fluorescente. 

4.3 Conjuntivite Ocular

Essa doença pode ser causada por uma fusão entre o mal uso de lentes de contato e o excesso 

de horas  na frente  de monitores.  O globo ocular   fica em formato oval  e  acaba com uma forte 

irritação até que a pessoa não consiga manter o olho aberto. Quando isso ocorre, ele fica muito 

sensível e você mal consegue abrir os olhos em locais mesmo com pouca luz. 

Além disso,  a   radiação do  monitor  do  computador  pode originar  uma conjuntivite  pela 

produção de queimaduras na membrana, o que ocasiona sua inflamação (EDWING, 2009).

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4.4 Doenças comuns que podem ser acentuadas

Os graus de Miopia, Hipermetropia e Astigmatismo podem ser afetados de acordo com o 

excesso de uso; o recomendado para pessoas que usam o computadores mais de uma hora seguida é: 

cada duas horas de uso,  um intervalo de quinze minutos sem olhar pra qualquer tipo de tela. Mas 

nem todo mundo segue isso e acabam aumentando essas doenças ou até se prejudicando com outras.

4.5 Síndrome de Visão de Computador 

A Síndrome de Visão de Computador (do inglês Computer Vision Syndrome – CVS) é 

caracterizada por cansaço visual associado com o uso prolongado do computador. Os sintomas 

incluem:

• olhos irritados;

• olhos vermelhos;

• olhos ressecados;

• lacrimejamento;

• fadiga;

• sensibilidade a luz;

• sensação de peso das pálpebras ou da fronte;

• dificuldade em conseguir foco;

• enxaquecas;

• dores lombares;

• espasmos musculares.

Essa síndrome é causada tensão excessiva que os tendões dos músculos dos olhos fazem para 

focar e refocar constantemente as imagens de forma que elas fiquem bem definidas. Com isso, a 

capacidade de focar diminuiu e podem ocorrer dores de cabeça e pescoço (COSTA, 2009).

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5. PROBLEMAS DE COLUNA ASSOCIADOS AO USO DE COMPUTADOR.

As doenças relacionadas à coluna e ao computador são decorrentes da postura e do tempo 

que   o   usuário   utiliza   o   aparelho.   Embora   a   posição   utilizada   diante   do   computador   pareça 

confortável ou menos incômoda, é ela que poderá causar o mau posicionamento do esqueleto, que 

pode levar o usuário a ter tensões nos músculos, ligamentos e articulações.

Dores no pescoço, pelo mau posicionamento, e nas pernas, pelo tempo intensivo, são os 

primeiros sintomas de que a posição diante do computador certamente não está correta. Sentir dores 

regularmente pode causar

grandes conseqüências à coluna, como: 

• Osteoartrite / Artrose: desgastamento das articulações;

• Lordose: aumento anormal da curva lombar;

• Cifose: acentua mento na concavidade posterior;

• Escoliose: surgimento de uma curvatura lateral da coluna vertebral.

Quando   estes   sintomas   aparecem,   surgem   também   as   possibilidades   de   causar   outros 

problemas futuros como: lombalgia (fortíssimas dores na coluna), hérnias de disco (saliência do 

disco) e, até mesmo, problemas estéticos, como seios caídos e abdome proeminente. 

Em um estudo realizado em São Paulo por Castellanos (2004), apontou­se que 402 alunos de 

uma escola particular, que usam o seu laboratório de informática, estavam em uma postura incorreta 

diante do computador. Este estudo envolveu 791 alunos com idades entre 10 e 18 anos.

Sabe­se que o motivo desse número ser elevado é pelo fato do usuário jovem sentir­se mais 

acomodado diante do computador, por exemplo, com as pernas cruzadas uma sob a outra.

Um resultado interessante, que prova que não é somente o jovem que podem sofrer com 

problemas na coluna, foi o da pesquisa desenvolvida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), 

que chegou ao seguinte resultado: 80% da população mundial vai sofrer de dor nas costas em algum 

momento da vida devido ao sedentarismo e a comodidade da tecnologia.

A cervicalgia ou dor cervical é um sintoma que pode indicar alguma disfunção da coluna 

cervical, sendo mais comum entre profissionais que realizam esforços repetitivos e necessitam de 

um controle visual mais efetivo (MAROCO & FIALHO, 2009), algo comum entre os profissionais 

da área de TI.

Os principais problemas de coluna encontrados são (GOLDENBERG, 2006):

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5.1 Osteoartrite

A osteoartrite, antes conhecida como osteoartrose ou simplesmente artrose, corresponde a 

um grupo de problemas que resulta em alterações anatômicas, com conseqüentes repercussões nas 

juntas (articulações)

5.2 Lordose

Curvatura   da   coluna   vertebral   com   convexidade   anterior.   A   lordose   é   normal   (lordose 

fisiológica) na região cervical e lombar. É anormal quando se situa noutra parte da coluna vertebral 

ou quando é muito acentuada, neste caso fala­se em hiperlordose. Segundo Kapandji (1990) o papel 

mais   importante   na   correção   da   hiperlordose   lombar   é   devido   aos   músculos   abdominais,   em 

especiais aos retos. Kendall (1993) faz a correlação entre a lordose lombar, os músculos abdominais 

e a lombalgia, dizendo que o indivíduo com uma lordose em que a fraqueza dos abdominais seja o 

principal problema, geralmente se queixa de lombalgia.

5.3 Cifose

Vulgarmente   chamada  de  corcundez  (a  pessoa  afetada   sendo  popularmente   chamada  de 

"corcunda"), é definida como um aumento anormal da concavidade anterior da  coluna vertebral, 

sendo as causa mais importantes dessa deformidade, a má postura.

O aumento da curvatura cifótica promove alterações anatômicas ocasionando o dorso curvo, 

gibosidade   posterior,   encurtamento   vertebral   e   pode   ocorrer   déficit   respiratório,   por   reduzir   a 

capacidade de sustentação da coluna vertebral e também a diminuição da expansibilidade torácica.

5.4 Escoliose

A escoliose é um desvio tridimensional (nas três dimensões) da coluna o que significa que a 

coluna para além de desviar para um dos lados também faz rotação e inclinação.

Mas, o que salta à vista é o desvio ou desvios laterais da coluna pois é frequente existir mais 

do que um desvio da coluna. Por norma um dos desvios é o problema sendo o outra a compensação 

mas nem sempre é assim.

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6. PROBLEMAS PSICOLÓGICOS

Com o freqüente aumento do uso de computadores não só nas estações de trabalho mas 

também nos lares de todo o mundo, temos além de doenças físicas relacionadas ao mal uso ou ao 

uso excessivo do computador, doenças com características psicológicas. 

O objeto de  estudo da  psicologia  é  o  homem,  o  seu comportamento  e  a   sua  mente.  A 

informática tenta, a todo o custo, descobrir maneiras de criar máquinas que pensem como o homem 

(sistemas neurais) e ajam como o homem (robôs).  Para a informática, quanto mais rápido e claro se 

descobrir a necessidade do cliente, mais se poderá oferecer a solução adequada, e menos erros serão 

cometidos. Ou seja, quanto mais a informática utilizar a psicologia como recurso para obtenção do 

sucesso, mais sucesso ela irá conquistar (RAMOS, 2009).

6.1  Estudos do impacto psicológico das LER/DORT 

As   diferentes   formas   de   adoecimento   no   trabalho   emergem   como   respostas   que   o   ser 

humano dá aos sofrimentos, conflitos, desafios e contradições a que é submetido. Os indivíduos 

acometidos por LER/DORT expressam sentimentos de insegurança quanto ao futuro profissional, 

conformismo frente a algumas limitações, incerteza no processo de reabilitação, medos e fantasias 

inconscientes,  manifestações   depressivas   e  de   revolta,   associadas,   a   incorporação  de   toda  uma 

ideologia de culpa.

Diante   deste   funcionário   psicologicamente   abalando,   temos   a   necessidade   de   um 

acompanhamento para facilitar a reintegração física e psicológica no ambiente de trabalhado. Não 

esquecendo que a manifestação da doença ocorreu como resposta a uma situação não favorável para 

o mesmo e visando um melhor aproveitamento deste para futuro, que, em um momento de fraqueza 

psicológica deixou­se sucumbir à mesmice e monotonia (BARBOSA, 2007).

6.2 Uso excessivo da internet. 

A internet  é  uma tecnologia revolucionária que produz a   todo o momento alterações no 

tecido social,  e por isso é  uma área de interesse da psicologia,  já  que essa inovação tem como 

conseqüência uma nova organização psíquica e social. Sendo assim, afeta diretamente o psicológico 

do homem.

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No mundo, há entre 50 milhões e 100 milhões de viciados em internet. Isso corresponde 

entre 5% e 10% do total de internautas do planeta, de acordo com Wieland (2005).

Assim como algumas pessoas são viciadas em drogas, no jogo e no tabaco, outras são em 

passar horas na internet, fenômeno que um crescente grupo de especialistas dos Estados Unidos 

considera um problema psiquiátrico. O vício na rede já foi diagnosticado por alguns especialistas 

como uma dependência da internet, e estima­se que de 6% a 10% dos cerca de 189 milhões de 

internautas nos EUA sofram desse mal.

O   usuário   viciado   em   Internet,   ou  Webaholics,   busca   na   rede   manter   relacionamentos 

amigáveis e com o sexo oposto ou a formação da própria personalidade. Isso faz com que diminua 

suas atividades sociais e até mesmo, mantenha o seu personagem virtual como a sua personalidade e 

acabe incorporando no seu cotidiano (QUINTAS et al., 2009).

6.3  Tecnoestresse

As principais características encontradas nos viciados virtuais são: isolamento da família e 

amigos; problemas acadêmicos e ocupacionais; incapacidade de controlar o tempo de uso, alteração 

do relógio biológico e dos horários das refeições; ansiedade quando são se está conectado; agitação, 

tensão e depressão.

É   o   que   consideram   especialistas   como   a   psiquiatra   Hilarie   Cash,   cujo   consultório,   o 

Internet/Computer  Addiction  Services,  na Universidade  da Pensilvânia,  é  visitado  por  pacientes 

diagnosticados com a "internet­dependência". Nos EUA, a "compulsão à internet" é tratada por um 

crescente número de centros médicos especializados, entre eles os da Universidade de Maryland, em 

College   Park,   e   o   Computer   Addiction   Study   Center,   do   Hospital   McLean,   em   Belmont, 

Massachusetts.

Em   uma   pesquisa   feita   pela   Doutora   em   Psicologia   e   Professora   da   Universidade   de 

Pittsburgh, Kimberly S. Young, 83% dos viciados tinham acesso a Internet há menos de um ano, o 

que sugere segundo Young, que o vício surge através do desejo de entrar em contato com a rede. Em 

relação   ao   tempo   de  uso,   ela   chegou   a   uma   média   de  38,5   horas   por   semana,   para   uso  não 

profissional.

Nesta mesma pesquisa, foi detectado que o uso era diferenciado para viciados e os não­ 

viciados. No caso dos viciados, eles utilizam os recursos da Internet para se socializar através de 

softwares de bate­papo. Já os não­viciados, utilizam a rede online para buscar e receber informações 

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e manter relações já existentes (SANTOS et al., 2009).

Passar   horas   ou   até   mesmo   noites   na   frente   do   computador,   fazendo   ou   resolvendo 

problemas  em programas,   analisando   tabelas  de  valores,   entre  muitas  outras   coisas,   atividades 

diárias na vida de um profissional de informática e junto com todo esse trabalho vem a dor de 

cabeça, ou melhor, o tecnostresse.

O tecnoestresse se manifesta  progressivamente,  em três níveis.  Em um estágio inicial,  a 

pessoa  é   até   estimulada  pela   frustração  causada  pelas   limitações  da   tecnologia.  Ela   pode,  por 

exemplo, encontrar soluções rápidas para imprimir um relatório quando a impressora quebra e, ao 

resolver a questão, sentir­se realizada e satisfeita consigo mesma. No estágio intermediário, as crises 

de raiva diante da impossibilidade de usar a tecnologia se tornam mais freqüentes e começam a 

surgir  sintomas como dores de cabeça e  tensão muscular.  Finalmente,  em um último estágio,  o 

tecnoestresse torna­se crônico, e a saúde fica seriamente comprometida (VINICIUS, 2006).

O psicólogo e pesquisador norte­americano Larry Rosen foi o primeiro a alertar sobre a 

tendência mundial já nos anos 80, em seu livro Technostress, Coping with technology at work, at 

home and at play (algo como Tecnoestresse, Lidando com a tecnologia no trabalho, em casa e no 

lazer), ainda não publicado no Brasil.  Por mais de vinte anos, ele estudou o comportamento de 

pessoas de países desenvolvidos e subdesenvolvidos e concluiu que praticamente toda a população 

do planeta ­ desde crianças até idosos ­ está sujeita a esse tipo de estresse (TERRA NOTÍCIAS, 

2005).

No Brasil, a psicóloga gaúcha Ana Maria Rossi, presidente da Associação Internacional de 

Gerenciamento do Estresse, no país, a Isma­Br, conduziu um estudo com 1200 homens e mulheres, 

de 25 a 55 anos, em São Paulo e Porto Alegre, a fim de identificar as causas e os sintomas mais 

freqüentes do tecnoestresse.

Na maioria dos casos estudados, o problema surge quando a pessoa não consegue usar os 

equipamentos   de   maneira   equilibrada,   não   sabe   lidar   com   eles,   não   compreende   como   eles 

funcionam e, principalmente, quando a tecnologia falha, por exemplo, quando o celular fica sem 

sinal ou o provedor de internet está fora do ar (ALMEIDA, 2007)

6.4 Pedofilia na internet

A pedofilia, atualmente, é definida simultaneamente como doença, distúrbio psicológico e 

desvio sexual (ou parafilia) pela Organização Mundial de Saúde. Nos manuais de classificação dos 

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transtornos mentais  e de comportamento encontramos essa categoria diagnóstica.  Caracteriza­se 

pela atração sexual de adultos ou adolescentes por crianças. O simples desejo sexual, independente 

da realização do ato sexual , já caracteriza a pedofilia. Não é preciso, portanto que ocorram relações 

sexuais para haver pedofilia (SANDIM, 2007).

A pedofilia na internet movimenta hoje milhões de dólares em todo o mundo. Pedófilos de 

todos os continentes encontram, na rede mundial de computadores, um campo fértil e praticamente 

impune para atuar – seja para satisfazer seus fetiches, ou para aliciar suas vítimas – principalmente 

nas salas de bate­papo virtual. Isso significa que crianças conectadas a um chat, por exemplo, estão 

vulneráveis a um aliciamento capaz de gerar graves conseqüências físicas e traumas psicológicos.

Há 10 anos, os pedófilos precisavam recorrer a clubes fechados para trocar informações ou 

satisfazer seus prazeres. Hoje a internet facilita o contato dos pedófilos com suas vítimas, pois eles 

podem assumir qualquer personalidade e usar uma linguagem que atraia crianças e pré­adolescentes 

(SANDIM, 2007).

De acordo com a Associação Italiana para a Defesa da Infância, o Brasil ocupa o quarto 

lugar   no   ranking   mundial   de   sites   dedicados   à   pornografia   infantil   (a   entidade   trabalha   com 

informações do FBI, a polícia federal americana).

Matéria  publicada  na   revista   “Isto  É”,   em março  de  2006,  mostra  que  no   ano  2000  o 

mercado mafioso da pedofilia movimentou 5 bilhões de dólares em todo o mundo. Em 2005 a 

estimativa é que esse mercado tenha movimentado 10 bilhões de dólares, ou seja, dobrou em apenas 

5 anos. Nesses 10 bilhões estão embutidos a venda de fotografias e vídeos que mostram crianças 

sendo abusadas e fazendo sexo com adultos e até com animais (SANDIM, 2007).

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7. CONCLUSÃO

A literatura científica tem recebido a cada dia mais estudos relacionados aos danos à saúde 

causados pelo uso, tanto intensivo como incorreto, dos computadores. Muito além de lesões físicas 

como   LER/DORT   e   problemas   visuais,   os   danos   psicológicos   vêm   tomando   vulto   frente   a 

popularização dos microcomputadores.

Entretanto,   os   estudos   realizados   apresentam   dados   conflitantes   devido   a   uma   falta   de 

padronização   dos   métodos,   o   que   acaba   por   propiciar   estudos   baseados   apenas   em   análises 

estatísticas de questionários respondidos por funcionários. Ainda assim, conclusões interessantes 

são obtidas, como por exemplo o não relacionamento entre o uso do teclado e a Síndrome do Túnel 

do Carpo.

Levando­se em consideração a legislação brasileira, o trabalhador está protegido pela lei no 

que tange ao afastamento do trabalho para tratamento de doenças ocupacionais. Como já discutido, 

os gastos da Previdência Social são muito elevados, sendo que poderiam ser diminuídos por meio de 

atitudes simples. Não obstante, as empresas não deveriam considerar a implementação de medidas 

que evitam o surgimento de lesões que podem levar ao afastamento dos funcionários como meros 

gastos,   mas   sim   como   investimentos,   uma   vez   que   os   custos   causados   pelo   afastamento   do 

funcionário para tratamento são maiores do que o investimento em prevenção.

Assim, de forma geral, empresas que possuem uma abordagem diferenciada das demais em 

relação a saúde de seus funcionários possuem uma maior eficiência e competitividade no mercado.

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8. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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27

9. APÊNDICES

9.1 Uso correto do mouse

fonte: CIPA (2008)

28

9.2 Uso correto do teclado

fonte: CIPA (2008)

29

9.3 Posição correta do monitor

fonte: CIPA (2008)

30

9.4 Posição geral de trabalho correta

fonte: CIPA (2008)