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EDIÇÃO ESPECIAL- www.adial.com.br BRF É UMA DAS LÍDERES GLOBAIS Pró-Industrial ADIAL - Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás – Fevereiro - 2012 - ANO III - Nº 27 R RETROSPECTIVA 2011 Confira principais fatos do ano nas páginas da PRÓ-INDUSTRIAL VISÃO ESTRANGEIRA DA CRISE NO EURO ESPECIAL: OPINIÃO INDUSTRIAL ADIAL 27 original novo_Layout 1 2/2/2012 21:47 Page 1

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EDIÇÃO ESPECIAL- www.adial.com.br

BRF É UMA DAS LÍDERES GLOBAIS

Pró-IndustrialADIAL - Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás – Fevereiro - 2012 - ANO III - Nº 27

RRETROSPECTIVA 2011Confira principais fatos do ano nas páginas da PRÓ-INDUSTRIAL

VISÃO ESTRANGEIRADA CRISE NO EURO

ESPECIAL: OPINIÃO INDUSTRIAL

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PRÓ­INDUSTRIAL

Pró-Industrial [2 ] www.adial.com.br

Sumário

Editorial

A indústria brasileira está longe de conseguir uma estabilidadeque lhe possibilite apenas trabalhar e concentrar na busca de maiorcompetitividade. Nos últimos três anos, assistimos duas fortes ins‑tabilidades externas (2008 e 2011) que provocaram uma reviravoltado tratamento do governo federal com o setor privado.

Se a economia vai bem, o governo fica indiferente, eleva juros,ignora uma política fiscal mais rigorosa e eleva a carga tributária –para bancar seus desajustes. Apesar do tratamento inadequado, asempresas respondem com mais investimentos e geração de empre‑gos – pois já tem a consciência de que não terá na gestão federal umparceiro leal.

Quando a situação aperta e se vê um risco da economia desandare, o que certamente arranha a imagem do governo, busca‑se se de‑sonerar os tributos, afrouxar o aperto monetário, criar linhas especiaise desengavetar políticas industriais gerais e específicas. Estimula‑seo consumo e o investimentos, mas, se a turbulência passa, reduz oritmo de estímulos, encerra‑se o pacote de bondades e freia as açõesde ajuste fiscal e reequilíbrio da política de juros. Ou seja, ações con‑venientes à imagem do governo e não ao interesse do País.

Neste ano novo, que novas práticas sejam adotadasNesta edição da revista Pró‑Industrial, uma entrevista com o

empresário espanhol, radicado em Goiás, Juan Angel Zamora Pe‑dreño, que apresenta um olhar estrangeiro da crise; uma retros‑pectiva dos melhores fatos econômicos de 2011 e outros temasimportantes, como a CND previdenciária, negociação envolveudiretamente a ADIAL.

Temos ainda a participação da Brasil Foods na coluna Empresa,além da consolidação das colunas Notas Industriais, Leitura e Mar‑keting & Negócios e o caderno de Opiniões Industriais.

Produção

ADIAL - Rua Dr. Olinto Manso Pereira, 837, 4º andar - Ed. Rizzo PlazaSetor Sul, Goiânia Goiás. CEP: 74.083-060 Fone: (62) 3213-1666

www.adial.com.br

Presidente do Conselho de Administração Cesar Helou

Vice-Presidente Financeiro Rodrigo Penna de Siqueira

Conselho NatoCyro Miranda Gifford Júnior, José Alves Filhoe Alberto Borges de Souza

Vices-Presidentes e Conselheiros Geraldo José Bruini, Nelson Vas Hacklauer, Alberto Borges de Souza, Maximiliani LiubomirSlivnik, Vanderlan Vieira Cardoso, Sandro Antônio Scodro, Carmello Paole�, HeribaldoEgídio da Silva, Paulo Sérgio Guimarães Santos,Pedro Henrique Pessoa Cunha, Heno JácomoPerillo, Marco Aurélio Limírio Gonçalves, JoséBa�sta Júnior, Nelson Kowalski, José Alves Filho,Domingos Vilefort Orzil, Alfredo Ses�ni Filho,Carlos Luciano Ribeiro, Rivas Rezende, Juliana Nunes e Igor Montenegro.

Diretor Execu�voEdwal Freitas Por�lho “Chequinho”

Projeto Gráfico e Diagramação Contemporânea

Pró-IndustrialExpediente Novo ano, novas práticas

16-17 BRF

EDITORIAL Novo ano, Novas Prá�cas. 2. //CND PREVIDENCIÁRIAADIAL negocia e revoga suspensão 3-4. //RETROPESCTIVA 2011Destaques do ano 5-11. //CARREIRA Opções no ano novo 12.//ENTREVISTA Juan Angel Zamora 13-15. //LEITURA Livros Em-presariais 18. // MARKETING & NEGÓCIOS Novidades na Indús-tria 19. //NOTAS INDUSTRIAIS 20. // ESPECIAL OPINIÕESApresentação 21. //Hamilton Dias de Souza 22. //Domingos Vi-lefort Orzil 24. // Nelson Vas Hacklauer 25. // Carlos Luciano Mar-�ns Ribeiro 26. // Geraldo José Bruini 27. // Neuza Maêve 28. //Nelson Kowalski 29. // Hélio Rocha 30. // Edwal Freitas Por�lho‘Chequinho’ 31. // César Helou 32.

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CND PREVIDENCIÁRIA

Pró-Industrial [ 3 ] www.adial.com.br

Aportaria 636/2011 da Se‑cretaria da Fazenda, assi‑nada em 6 de dezembro epublicada no dia 7 no Diá‑rio Oficial, assustou o setor

produtivo goiano – após ampla nego‑ciação com lideranças empresariais, foirevogada pelo governador MarconiPerillo um dia depois. A medida sus‑pendia os benefícios fiscais de 77 in‑dústrias. Pela portaria, a Sefazsuspendia os incentivos fiscais destasempresas, quase 20% das indústriasinscritas no Produzir e Fomentar, pornão apresentarem Certidão Negativade Débito (CND) previdenciária.

A ADIAL já solicitava há seis mesesuma solução para o problema desde oinício do ano e apresentou ao governoestadual as justificativas jurídicas,como estudos técnicos sobre o tema, erelatou ainda a apreensão que a me‑dida estava causando em todo setorempresarial – o que contribuiu para adecisão de revogar a portaria.

Para o presidente da ADIAL, CesarHelou, a decisão do governador foiacertada e rápida. “Confiamos no bomsenso do governo na busca de uma so‑lução que atenda a todos sem desesti‑mular a vinda de empresas a Goiás. Ogoverno tem competência para isso.Decisões assim podem criar uma inse‑gurança e um desgaste desnecessáriose passar uma imagem negativa aatuais e futuros investidores.”

Pela manhã, ainda antes da revoga‑ção, Cesar Helou demonstrava apreen‑são com a suspensão e explicava adificuldade de apresentar CND previ‑denciária mensalmente: “A preocupa‑ção é que a maioria das grandesindústrias instaladas no Estado possui

filiais em outras regiões e milhares defuncionários. Um questionamento,mesmo que não seja na unidadegoiana, travaria o uso do benefício fis‑cal, que ainda pode durar um períodomais longo, pois o processo para recor‑rer e se defender nestas questões pre‑videnciárias é muito lento”, disse.

A exigência da CND previdenciá‑ria é da Procuradoria Geral da Fa‑zenda Nacional (PGFN), mas cobraque o governo estadual fiscalize. Entreas empresas citadas no Diário Oficial es‑tavam grandes indústrias do setor,como Centroálcool, Cremmy, GoiásAlimentos, Goiás Refrigerantes, Bebi‑das Imperial, Plumatex e as usinasSanta Helena e Vale Verde.

Segundo o secretário de Indústria eComércio, Alexandre Baldy, o gover‑nador alegou que a Procuradoria Geraldo Estado estuda há meses uma ma‑neira de não assumir a cobrança men‑sal da CND previdenciária dasempresas que usam benefício fiscal,sem ainda achar uma alternativa. Ogoverno diz ser contrário à realizar esta

exigência. A ADIAL já esteve reunidacom a PGE e levou farto material jurí‑dico para contribuir com o embasa‑mento técnico para que se encontreuma solução viável. “O governador foipego de surpresa com a suspensão eassumiu a posição de revogá‑la, apos‑tando no diálogo com o setor produ‑tivo para ainda chegar a uma soluçãofinal e conjunta”, disse o secretario.

Atualmente, o governo goianosofre pressões da Procuradoria Geralda Fazenda Nacional para realizar acobrança. “Se não o fizer, o governogoiano pode ter de ressarcir os débitosinadimplentes”, destacou Baldy.

O governador sugeriu que as enti‑dades empresariais busquem tambémo parecer de um jurista que funda‑mente a tese de que não cabe ao go‑verno estadual as ações de cobrança deCNDs federais. A ADIAL já coletoutodo material produzido para o temapara fundamentar essa defesa e vaicontinuar contribuindo com os agentespúblicos na tentativa de suspender de‑finitivamente essa exigência.

PORTARIA DA SEFAZ QUE SUSPENDIA BENEFÍCIOS FOI REVOGADA 24 HORAS APÓS SUA PUBLICAÇÃO

ADIAL negocia e consegue revogar suspen são de benefício

Prazo até 29 de fevereiroAlém da decisão de revogar a

portaria que suspendia benefíciosfiscais de 77 indústrias instaladas emGoiás, o governo estadual designouque o secretario da Fazenda, SimãoCirineu, negociasse com a ReceitaFederal mais 60 dias para as empre‑sas atualizarem esta documentação.

O pedido foi atendido e decisãofoi publicada posteriormente no Diá‑rio Oficial do Estado pela Sefaz,concedendo prazo até 29 de fevereiro

de 2012 para os empresários goianosque utilizam incentivos fiscais conce‑didos pelo governo estadual regula‑rizarem suas CNDs.

Outra decisão é que a Sefaz exi‑girá a certidão das beneficiadas peloProduzir e Fomentar a cada seismeses, respeitando o valor legal dodocumento. Pelo decreto, a certidãodeveria ser apresentada mensal‑mente – o que provocou reclamaçõesdas empresas.

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RETROSPECTIVACND PREVIDENCIÁRIA

Há mais de dois anos, em 13 defevereiro de 2009, a Receita Federal enviouofício à Sefaz exigindo o cumprimento dodisposto no § 3º do art. 195 da ConstituiçãoFederal e no Art. 47 da Lei 8.212/91, ou seja,a exigência da CND – previdenciária no atoda contratação e na execução do contratocom as empresas goianas beneficiadas peloFomentar/Produzir e outros benefíciosfiscais.

Após reuniões para tratar do assunto,com a participação dos empresários, aADIAL então formulou consulta àProcuradoria Geral do Estado, que semanifestou, por meio do Despacho GAB nº1860/2010, de 26 de março de 2010,orientando os agentes públicos a seabsterem da exigência da apresentação deprova de inexistência de débitoprevidenciário (CND – previdenciária) a cadaparcela de fruição do benefício desde que acomprovação tivesse sido apresentada noato da contratação.

Diante da manifestação da PGE, aReceita Federal solicitou orientação àProcuradoria Geral da Fazenda Nacional(PGFN), em dezembro de 2010. A PGFNemitiu o parecer nº 3532011, de 10 demarço de 2011, manifestando-se pelaexigência da CND – Previdenciária no ato dacontratação e no decorrer da execução docontrato, bem como da possibilidade deresponsabilizar o gestor público que nãocumprisse com o comando constitucional.

Com base na orientação da Procuradoriada Fazenda Nacional, a Receita Federal fezrepresentação no Ministério Público Federalcontra a Sefaz. Um procurador da Repúblicachegou a sugerir Termo de Ajuste deConduta (TAC) à Secretaria sobre o assunto.

Em 01 de julho de 2011, a Sefaz emitiu acircular nº 08/2011 condicionando aquitação da parte não-incentivada do ICMSmensal à apresentação da CND-INSS, o quecontraria não apenas a orientação da PGEcomo órgão consultivo máximo do Estadode Goiás, nos termos da Lei ComplementarEstadual nº 58, mas também a legislação emvigor.

Histórico da pendênciaADIAL questiona apresentação mensal

Desde o início do ano, aADIAL tem apresentado argu‑mentos e estudos jurídicos juntoà Secretária da Fazenda e da Pro‑curadoria Geral do Estado, noexercício de suas atribuições,apontando como ilegítima, ilegale inconstitucional a imposição deapresentação mensal da CND‑Previdenciária para fruição dosbenefícios fiscais.

A ADIAL sustenta que aConstituição Federal de 1988 nãocondicionou exigência de CNDprevidenciária para concessãode benefício fiscal, mas a Lei8.212/91 foi ainda mais específicaao realizar expressa dispensa daapresentação mensal quandoisto acontecer no ato da contra‑tação: “Independe de prova deinexistência de débito”, reforça oartigo 47, no parágrafo 6º.

A entidade alega que é neces‑sário determinar o momento emque o benefício fiscal é recebidopela empresa beneficiada. O Es‑tado de Goiás não assina todomês um Tare com a empresa be‑neficiada. A CND do INSS éapresentada na contratação dobenefício, corforme prevê o ar‑tigo 195, §3º. A contratação como Poder Público e bem assim afruição do benefício se exaureem um momento apenas: no atoda assinatura.

“É nítida falta de compreen‑são da legislação do ICMS e danatureza contábil do mesmo, aconclusão de que se o período deapuração do imposto é mensal,então o benefício é concedidomensalmente. É equivocadís‑simo este entendimento; dedu‑ção infundada e acéfala”, apontaparecer da ADIAL.

E segue: “É evidente que aPGFN pretende fazer com que o

Estado de Goiás utilize sua es‑trutura administrativa para fis‑calizar o contribuinteprevidenciário, numa clara in‑versão de papéis em que todo oônus recai sobre o ente federadoestadual, em benefício exclusivodo erário federal. Pretende tirarvantagem da delicada situaçãoque tem sido denominada“guerra fiscal”, fazendo interpre‑tação extensiva da Constituição.Ato deplorável que não merececoncordância pelo Estado deGoiás.”

A legislação do ICMS, daqual Goiás, em nome do pactofederativo (CF/88, art. 60, §4º, I),é soberano para dispor (nos li‑mites da legislação nacional – LeiComplementar), não trás em sital exigência. Conclui‑se, nestediapasão, estar‑se diante de es‑cancarada invasão de competên‑cias quando a PGFN determinaque Goiás deve exigir mensal‑mente um documento federaldos geradores de renda, riqueza,trabalho e tributos atraídos porsua arrojada política desenvolvi‑mentista.

Ora, na forma do que dispõeo art. 22, XXIII da Constituiçãode 1988, realmente não poderiaGoiás exigir referida CND, exa‑tamente para não cometer a vio‑lação do pacto federativo quepretende cometer, inversamente,a Procuradoria da Fazenda Na‑cional.

Também é feliz o DESPA‑CHO da Procuradoria do Estadoao lembrar que a política de be‑nefícios fiscais de Goiás datamde 1984.

Ora, nesses mais de trintaanos de Programa Fomentar ja‑mais foi exigida a apresentaçãomensal de CND. ”

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RETROSPECTIVA 2011

RETROSPECTIVA ADIAL

O melhor e o pior do anoÉ bem verdade que 2011 acabou, mas não passou em branco. Entre ajustes, desajustes, avanços

e retrações o setor empresarial goiano comemorou investimentos e manteve sua constante lutapela desoneração tributária, com o apoio e acompanhamento ininterrupto da ADIAL (AssociaçãoPró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás). Acompanhe mês a mês.

JANEIRO

a Posse de Dilma Rousseff nogoverno federal e Marconi Perillo nogoverno goiano. Ajuste fiscal é apalavra de ordem no primeiro anodos mandatos do Poder Executivo.a Problemas generalizados nasestradas goianas em razão daschuvas, que exigiu açõesemergenciais da gestão estadual.

a Exportações goianas registraramrecorde, superando janeiro de 2010em 170%, chegando a US$ 433milhões no mês.a Mesmo com as empresaspatinando, governo federalcomemorou a maior arrecadação detributos da história para janeiro.a Inflação em alta. Analistas

elevaram previsão de aumentos depreço por mais de dez semanasseguidas. a Orçamento para setor público emGoiás em 2011 começa a serexecutado: R$ 16, 2 bilhões.a Governo estadual faz reformaadministrativa, extinguindo algunsórgãos e criando outros.

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a ADIAL é homenageada pelaFundação Jaime Câmara. Entidaderecebeu o Prêmio Pindarello, por apoiodado, entre outros, ao projeto ArteEducação.a Jornal ADIAL INFORMA se torna arevista Pró-Industrial, que traz projetoinovador, com espaço para indústrias,eventos, capa personalizada comquadros produzidos especificamentepara cada edição.a Mudança do compulsório e alta daSelic joga taxas de juros nas alturas.Maior nível em 15 meses. No governoestadual, discussão e polêmica giramem torno do tamanho do déficit fiscal erestos a pagar da gestão anterior.a Após redução do imposto, ascompanhias aéreas Trip e Passaredoadotam Goiás como base operacional.No entanto, aeroporto de Goiâniacontinua acanhado e é alvo de críticas.a Granol é destaque na Pró-Industrial.a Na economia nacional, o BancoPanAmericano confirma rombobilionário e banco de Silvio Santos pedesocorro ao BC.

RETROSPECTIVA 2011

a Em prestigiado evento deposse da nova diretoria da ADIAL,governador Marconi Perillo discursae prevê ano fiscal difícil. a Intensificam-se ações no STF e STJtratando sobre guerra fiscal.Benefícios são suspensos em váriosEstados. Goiás escapa, masempresários ficam apreensivos. a Resultado do emprego não foimuito bom no período. Taxa dedesemprego cresceu 6,3%.

a Chineses visitam Goiás e falamem investir R$ 1 bilhão. Não é aprimeira vez. Nada concreto, comodas vezes anteriores.a Hypermarcas anunciainvestimentos de R$ 200 milhões noEstado. Dinheiro foi destinado àNeoquímica. Outras áreas daempresa, no Estado, receberiamaporte de mais R$ 300 milhões.a Hering ampliou investimentos emParaúna. Mais 450 empregos diretos.

a Indústria tem dificuldade paracontratar profissionais. Problema éidentificado em 94% das empresasa Confirmada fábrica da Suzuki emItumbiara. A linha de montagem dosjaponeses deve começar a operar noinício de 2013.a Kowalski é a empresa emdestaque na Pró-Industrial.a Crise política nos países árabesdeixou mercado apreensivo e, emalguns momentos, atingiu economia.

BALANÇO DE 2011: OBRAS

FEVEREIRO

ABRIL

a O empresário Cesar Helou éeleito presidente da ADIAL paramandato 2011-2014.a ADIAL recebe o secretário deIndústria e Comércio, AlexandreBaldy, que promete mapearespaços para novas indústrias eexpansões do distritos industriais.a ADIAL apóia programaRecuperar, do governo estadual,que parcela em condiçõesfacilitadas débitos atrasados de

contribuintes.a Pró-Industrial traz amplamatéria com balanço da gestãoAlberto Borges a frente da ADIAL.a O industrial e ex-presidente JoséAlencar morre vítima de câncer,após longo e exemplarenfrentamento da doença.a Cargill é a empresa emdestaque na Pró-Industrial.a A goiana Delaíde Miranda Arantesassume vaga como nova ministra doTribunal Superior do Trabalho.

MARÇO

O ano de 2011 não foi farto em obras. Muito pelo contrário. Novasdatas, anúncios de projetos e ações futuras. Mas, o ano foi de um PACempacado de novo, investindo menos do que o projetado e, para Goiás,então, menos ainda. 2011 ficou na promessa.

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a Mineradora Anglo American investe US$ 1,5 bilhão emempreendimento para extração de níquel em Goiás.a Mitsubishi é a empresa destaque do Pró-Industrial.aA União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) divulgaque participação no consumo de etanol, já atingiu 60% nasafra 2008/2009 e recuou para 45% neste ano, podedespencar para 37%, em 2020/2021. Falta apoio ao setor,reclama entidade. aApesar da melhora na produção industrial, especialistasavaliam que alta não é suficiente para trazer a atividadepara o nível considerado usual pelos empresários.aA criação de empregos formais em Goiás teve omelhor maio de todos os tempos para o período. Foram12.218 vagas de trabalho preenchidas.aO número de pedidos de falência no País somou 168em maio, superando abril (133) e aos requerimentos nomesmo mês do ano passado (160).

aADIAL atualiza site na internet, com váriasnovidades: no�cias, destaque para associados eedições da revistas Pró-Industrial em flip e PDF.aCâmbio valorizado e dificuldades persistentes naseconomias americana e europeia limitam expansãoda indústria brasileira. a NutriNéctar é a empresa em destaque na Pró-Industrial.aPilar de Goiás, Alto Horizonte, Crixás e Guarinosrecebem novos inves�mentos da Yamana Gold.Mineradora vai inves�r R$ 600 milhões em Goiás.a A empresa gaúcha Stemac,que fabrica gruposgeradores, investe R$ 70 milhões na construção deum centro de distribuição e fábrica em Itumbiara.a Dilma Rousseff criou mais uma cer�dão na játumultuada e burocrá�ca papelada que envolve osetor empresarial brasileiro. É Cer�dão Nega�va deDébitos Trabalhistas (CNDT).a A produção industrial de Goiás cresceu 14,3% emjulho, que liderou no mês ranking nacional.

aAções contra inflação começam a inibir resultado daindústria. Ciclo de alta dos juros básicos para conter ademanda e a inflação impacta o ritmo de crescimento daindústria em 2011.aO STF considerou incons�tucionais 23 normas estaduaisque concediam incen�vos fiscais por meio da redução doICMS. Incen�vos de Goiás não foram ex�ntos.aO novo diretor-execu�vo da ADIAL, Edwal FreitasPor�lho “Chequinho”, é aprovado pelo Conselho deAdministração da en�dade.a Após disputa nos bastidores, Goiás perde o comandoda Superitendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste(Sudeco) para o Distrito Federal. Com estrutura minguada,PMDB goiano abriu mão da autarquia.a Creme Mel é a empresa em destaque na Pró-Industrial.a A taxa de desemprego chegou a 6,2% em junho e é amenor para o mês desde o início da série histórica dapesquisa, em 2002a O decreto nº 7.339 do governo estadual, que ins�tui oregime de subs�tuição tributária sobre autopeças ebebidas quentes, foi cri�cado pelo setor produ�vo.

RETROSPECTIVA 2011

MAIO

JUNHO

JULHO

BALANÇO DE 2011: EMPREGO

Sobram vagas, falta qualificação. Este 2011 consolidoueste refrão. Aliás, situação só vai piorando, pois já afetacusto, preços e produtividade. Em Goiás, foram abertas 68mil vagas de emprego, 18% menos do que 2010.

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a Novo dono dos aviões Fokker faz acordo para abrirfábrica em Goiás. o investimento será de R$ 1,072 bilhão,somando o FCO, BNDES e recursos próprios.A previsão éque nos primeiros cinco anos sejam gerados 1.226empregos diretos e outros 3.065 indiretos.aSinal de alerta na indústria: entrada forte deimportados industrializados, forte produção nos mesesanteriores e dólar em baixa no período.a O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimentoacendeu a luz amarela contra a febre aftosa. O alertaveio após a confirmação de foco de aftosa no Paraguai.aICMS foi eleito imposto “inimigo” do empresárioEm um estudo especial da CNI, sobre a qualidade dosistema tributário brasileiro, detectou-se que oempresário reprova o atual modelo.aDe forte exportador, o Brasil se transformou emimportador na mesma proporção. Se em 2005, o saldoera superavitário em US$ 22,4 bilhões, neste ano, atésetembro, o resultado é negativo em US$ 35,3 bilhões.aGoverno Dilma Rousseff lança plano industrial BrasilMaior - na tentativa de evitar desindustrialização. Por sermuito dirigido e setorizado, plano recebeu críticas.aNo semestre, FCO contratou R$ 865 milhões emempréstimos. aGrupo Jalles Machado investe R$ 410 milhões e édestaque do Pró-Industrial. aIDP e FGV realizaram principal debate do ano sobreguerra fiscal e tributos no Brasil. ADIAL e principaisagentes envolvidos estiveram lá.aTaxa de juros ao consumidor tem 1ª queda desdenovembro de 2009. BC relaxa aperto monetário.

a A British Petroleum vai duplicar a capacidade deprodução da unidade CNAA, em Itumbiara, começar atrabalhar na cogeração de energia. Ao todo, o pacote deinvestimentos pode chegar a R$ 1 bilhão.a Segundo trimestre mostra queda no ritmo daindústria, diz IBGE.a A China passa a ser também a segunda maioreconomia do mundo, deixando os japoneses para trás.a A Nova Fronteira, do Grupo São Martinho e aPetrobras Biocombustível, anuncia investimentos de R$520 milhões para transformar a Usina Boa Vista, emQuirinópolis (GO), na maior produtora de etanol de cana-de-açúcar no mundo.a Arrecadação tributária cresceu 16,9% no semestre,segundo divulgou a Sefaz.

RETROSPECTIVA 2011

BALANÇO DE 2011: ENERGIA

AGOSTO

SETEMBRO

Mais um ano de dificuldades e sem ampliação daoferta de energia para a indústria, com vários apagões em2011. Em dezembro, foi assinado um importante acordode transferência de 51 % de ações da Celg à Eletrobrás.

a Economia ativa no primeiro semestre: empresasgoianas empregam 75 mil trabalhadores. No anoanterior, o saldo foi de 70 mil novas vagas. a A taxa de inadimplência registrada em Goiás noscontratos do FCO é a metade da média regional: ficouem 1,21%, enquanto a média da Região Centro-Oestefoi de 2,49%. a Laboratório Teuto Brasileiro é destaque da Pró-Industrial. a Secretario de Infraestrutura, Wilder Moraes, secompromete, em entrevista a Pró-Industrial, eminaugurar novo aeroporto de Goiânia em dois anos.

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a Governo Federal aprova pagamento de dívidatrabalhista, em alguns Estados - entre eles Goiás, comcartão de crédito ou débito. Os valores poderão serparcelados em até 15 vezes. a Governo estadual comemora anúncio de R$ 10 bilhõesem investimentos, atingindo meta do ano em 10 meses.a Se as marcas brasileiras estão bem com o consumidornacional, as asiáticas estão em descrédito. Estudo da Ipsos,aponta que 62% dos consumidores preferem comprarprodutos produzidos no Brasil.a Ambev investe R$ 245 milhões em fábrica de Anápolis(Cebrasa). Unidade terá capacidade de produçãoduplicada.a Halex Istar investe R$ 60 milhões e é empresa destaquena Pró-Industrial.a Reunião do Conselho de Administração da ADIAL temamplo para debate sobre incentivos fiscais.a Reunião dos governadores do Centro-Oeste, Tocantins eRondônia em favor dos benefícios fiscais é realizada noEstado. Ao fim da reunião, é assinada Carta de Goiânia.a Arrecadação federal bate recorde, pelo décimo mêsseguido, com R$ 88,7 bilhões.

RETROSPECTIVA 2011

BALANÇO DE 2011: EXPORTAÇÕESOUTUBRO

NOVEMBRO

DEZEMBRO

aA negociação mais importante do ano em Goiás foi avenda do grupo Mabel para a multinacional norte-americana PepsiCo. O valor da negociação não foiconfirmado pelas partes. O jornal dos EUA The Wall StreetJournal (WSJ) informou que a matriz da PepsiCo ofereceuUS$ 520 milhões (na cotação do dia da negociação, R$904,8 milhões). Confirmado o valor, seria uma das trêsmaiores negociações na venda de empresas do Estado.aGrupo Novo Mundo foi destaque na Pró-Industrial. aSefaz unifica inscrição estadual, antiga reinvindicaçãoda ADIAL para reduzir burocracia, e beneficia centenas deindústrias do Estado.aA indústria em Goiás volta a ser a melhor do País. Altade 11,6% e entra na briga para ser líder do ano.aA inflação de Goiânia, no ano, de 7,96%, é quase odobro da registrada durante todo o ano passado (4,01%).

aA Sefaz suspende o benefício tributário do Produzir-Fomentar de 77 indústrias goianas, alegando falta deCND previdenciária.aUm dia depois e após ampla negociação, comparticipação ativa da ADIAL, governo estadual voltaatrás,revoga portaria e dá mais prazo para empresas seregularizarem.aFinalizada operação envolvendo Celg, Eletrobrás,governos federal e estadual, BNDES e Caixa EconômicaFederal. Estatal goiana passa a ter como sócia aEletrobras, com 51% das ações da Celg Distribuidora.aETH Bioenergia, da Odebrecht, inaugurou Usina ÁguaEmendada, em Perolândia. Unidade recebeuinvestimentos de R$ 1 bilhão nas áreas agrícola eindustrial e tem capacidade instalada para processar 3,8milhões de toneladas de cana por safra.aAtendida solicitação da ADIAL para a realização deleilões do Fomentar.

Ano histórico no comércio exterior goiano, com expor-taões e importações superando a cifra de US$ 5 bilhões.O melhor, as importações, em boa parte, são benignas:máquinas, insumos e peças automotivas.

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RETROSPECTIVA 2011

Confraternização ADIALA confraternização entre os empresários associados à

ADIAL em dezembro já é uma tradição que vem se forta‑lecendo anualmente. Em 2011, o evento foi marcado pordescontração, integração com familiares, grande presençade lideranças empresarias dos principais setores e tambémlíderes políticos. O presidente da ADIAL, Cesar Helou,destacou as lutas empreendidas e os resultados já alcan‑çados em sua gestão. Cesar convidou o senador e ex‑pre‑sidente da entidade Cyro Miranda Gifford para felicitar ospresentes, assim como o secretário de Estado, LeonardoVilela, que representou o governo estadual no evento.

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RETROSPECTIVA 2011

análise

Aexpectativado primeiroano na ges‑tão públicasempre é de

ajuste fiscal. É uma regrajá sacramentada nosetor público brasileiro.Uma vez que o último anode mandato ‑ independenteda instância ‑ é de gastançae desajuste provocados tam‑bém pelo processo eleitoral.

Assim, 2011 era para sere foi um ano de reequilíbrio.Contas públicas é sempreessa gangorra, que, que‑rendo ou não, pesa o bolsodo contrinbuinte.

No governo federal,mesmo sendo um processode continuidade do modeloanterior, a conta segue amesma linha. Arrecadou‑semuito, gastou‑se muito, in‑vestiu muito pouco.

Os aeroportos, os portos,potencial energético, as ferrovias eoutras demandas de infraestruturado País continuam atendidas pre‑cariamente. Muito se discute,muito se noticia e, mesmo compro‑missado e prometido, fica comoantes.

No aspecto tributário, 2011 nãodeixará saudade. O ano ficará mar‑cada pela omissão do Poder Legis‑lativo Federal de discutir, propor eaprovar reformas que agilizem aeconomia brasileira, como a tribu‑tária e a trabalhista.

A omissão de um lado leva a re‑mendos de outro. Se parte doPoder Legislativo se esconde dasgrandes demandas do Brasil, oPoder Judiciário vai remendandoe “legislando” em temas que me‑recem mais do que novos remen‑dos, mas reformas estruturais.

Foi o que ocorreu nestes anoscom a disputa jurídica sobre a va‑lidade dos incentivos fiscais. STF eSTJ, que sempre mediaram semjulgar, neste ano, suspenderam in‑centivos fiscais de vários Estados.

Decisão da Justiça foi favorávelaos Estados mais desenvolvidos ecom maior poder econômico, quehistoricamente se beneficiaram deincentivos fiscais, e proibiram ouso da única ferramenta de atraçãode investimentos dos Estados bra‑sileiros emergentes.

Internamente, as principais de‑cisões referentes ao programas deincentivos goianos ficaram paradepois: prorrogamento do prazode fruição e dispensa da apresen‑tação da CND previdenciária ‑ queagora está deixando de ser mensal‑mente para ser semestral.

Os juros básicosda economia tam‑bém sacrificaram osetor indústrial e ini‑biram investimentospor boa parte doano ‑ principal‑

mente para o pequeno emédio industrial. O go‑verno federal só reduziu oaperto monetário quandoda sinalização da crise eu‑ropeia e da verificação dosefeitos da desaceleraçãoacentuada da economia jáno segundo semestre ‑ quepode, inclusive, empurraro País para uma recessãotécnica no início deste ano.

O modelo de desen‑volvimento brasileiro jáevoluiu muito na últimadécada, pois hojeconsegue dar passos maisindependentes. No en‑tanto, o ritmo de cresci‑mento é ditado em grande

proporção pelos clientes que nos‑sos negócios têm no exterior.Assim como em 2008, o último anofoi afetado por uma desaceleraçãoforte, dos Estados Unidos e Eu‑ropa, respectivamente.

Em um ano que poderíamosemplacar uma sequência de doisanos de crescimento forte do PIB,repetindo ou aproximando o 7,5%de 2010, teremos de nos contentarcom a metade ou menos em 2011.É o voo de galinha da economiabrasileira, que ameaça um avançolongo e vigoroso, mas desacelera evolta aos ciclos curtos de expansão.Por gargalos internos ou turbulên‑cias externas, o avanço continuadonão é uma realidade brasileira,mas um desafio. Mas, como somosum País que busca bons desafios,caminhemos de novo.

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2011: ano da desaceleração

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CARREIRA

Para começarbem o ano

Mais um ano começa ecom ele os famososdesejos de “paz,saúde e prosperi‑dade”, vindos de

amigos, colegas de trabalho e conhe‑cidos. Em meio a tantas felicitaçõesfica quase impossível não querer pla‑nejar um ano muito melhor que oanterior, não é verdade?

A questão é que para ter um anomelhor é necessário planejar emudar de atitude. “Se queremos terresultados diferentes, precisamosagir de forma diferente”, aponta oconsultor, palestrante e facilitador daLeme Consultoria, Euclides Junior.

Faz parte do planejamento umaavaliação do que deu certo e o quenão funcionou no ano anterior. Alémdisso, é preciso definir objetivos aserem alcançados e avaliar o quepode acontecer. “A possibilidade deentrar o ano e repetir tudo o que foifeito no anterior é maior quando a

pessoa não define previamente o quepode acontecer”, afirma o consultorEduardo Shinyashiki.

Além de tomar uma atitude, seavaliar e planejar os próximos passosé preciso aproveitar as oportuni‑dades que aparecem. Ou seja, tentardeixar o medo de lado durante o anoe se arriscar mais. Sabe aquela opor‑tunidade que surge e que sempredeixam para que alguém tome a ini‑ciativa? Você já tomou a iniciativa al‑guma vez? Talvez seja a hora decomeçar. “Esteja atento às oportuni‑dades que estão à sua volta”, reco‑menda Euclides Junior.

O networking também é uma im‑portante ferramenta para gerar emanter oportunidades. É importanteque você invista no relacionamentointerpessoal para que possa botar emprática seus projetos. Já diz o ditadopopular: “uma andorinha sozinhanão faz verão”. Mas atenção, tomecuidado para não bancar o chato ou

exagerar nos comentários em pú‑blico. “Cuidado com os exageros, asindiscrições e os excessos. Lembre‑sede que tudo o que você disser po‑derá e será usado contra você”, res‑salta Euclides Junior.

Mas apesar de a maioria dosconsultores recomendarem a lista‑gem de objetivos para o ano, algunsdefendem que focar em um objetivoé a melhor opção. “Um grande erroé tentar mudar um monte de coisasao mesmo tempo”, afirma o consul‑tor Fábio Zugman, autor do livroEmpreendedores esquecidos.

Zugman defende essa tese com oargumento de que a mudança exigeum grande esforço, e a frustração denão ter conseguido atingir tudo quefoi proposto no início do ano podetrazer mais desgaste. “A experiêncianos mostra que é muito mais fácilmudar gradualmente, uma coisa decada vez, sempre caminhando emdireção ao que queremos chegar.”

ESPECIALISTASAPONTAMESTRATÉGIASPARA MUDAR E AUMENTAR PRODUTIVIDADE

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SETEMBRO

JUAN

ENTREVISTA

Juan Angel Zamora Pedreño

“O pior momento da criseeuropeia já passou”

Empresário europeu com negócios em Goiás

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NOTAS, NOTÍCIAS E NEGÓCIOSENTREVISTA

Avisão brasileira da crise da Europa é uma. A visão de quem empreende na Europa,como é? A Pró‑Industrial, nesta edição, entrevista Juan Angel Zamora Pedreño, em‑presário europeu que também tem negócios em Goiás, que relata sobre expectativase dramas das empresas do continente. Juan Zamora dirige em Goiás a Euroamérica

Construtora, fruto da parceria entre o grupo espanhol Euroinvest com a brasileira AM Constru‑ções. Confira a seguir os principais trechos da entrevista.

Como o senhor, empresário no Bra‑sil e na Espanha, vê a atual situaçãoda economia europeia?

A Comunidade Econômica Euro‑peia, sendo um mercado único, temuma variedade de países e situações.Está se falando muito que a Europatem duas velocidades. Na realidadetem alguns países que são as loco‑motivas do continente, que são aAlemanha e, em menor proporção, aFrança, que agora passa por dificul‑dades. A economia alemã respondepor 40% do PIB europeu e está emuma situação muito boa.

Mas qual a posição dos alemães?A Alemanha quer puxar o “trem”

da Europa, mas não a qualquercusto. É lógico que tem uma pressãopolítica forte sobre os países queestão com a economia mais compro‑metida para fazer as medidas deajustes que precisa para balancear oorçamento da Europa como umtodo. Inclusive, já foram criadas al‑gumas medidas de ajustes para al‑guns países em dificuldade. NaEspanha, teve uma eleição quemudou a política de socialista paraconservador de direita e vai enfren‑tar em 2012 um ajuste muito severo.Mas o presidente da Espanha já sedeclarou que quer se situar na pri‑meira velocidade da Europa, juntocom Alemanha e França. O que seriabom para a economia do continentepois fortalecer o bloco, com a Es‑panha, 5ª economia, junto com Ale‑manha, França, Itália e Holanda,formando um núcleo poderoso pararealmente puxar toda Zona do Euro.

Os alemães também não podem es‑quecer que, quando da reunificaçãodas duas alemanhas, o país foi alvode grandes investimentos dos fun‑dos comunitários. Ressalta‑se que aAlemanha é uma potência, com umaindústria muito forte.

E o setor empresarial europeu,como fica diante de uma crise des‑tas proporções?

Realmente, os empresários es‑panhóis, por exemplo, estão deman‑dando há muito tempo uma reformado mercado de trabalho, que temuma rigidez grande e uma carga pe‑sada de tributos. A demanda pelaflexibilização das normas vai reper‑cutir diretamente na maior contrata‑ção. O maior problema da Espanhahoje é que tem 6 milhões de desem‑pregados. Na realidade, a estatísticado governo fala em 5 milhões, masna Receita Federal, o número de pes‑soas que pessoas que estavam trabal‑hando anteriormente e agora estão

sem renda na Espanha chegam a 6milhões.

O que é mais um sobrepeso para osetor empresarial, pois estas pes‑soas estão fora do mercado consu‑midor?

Com essa queda tão grande dosníveis de emprego, o consumo seressentiu. O que só cria mais des‑emprego. É uma espiral que émuito ruim. A tendência é reverterno próximo ano. Estamos falandodos primeiros dois trimestres de2012 de recessão, o terceiro de esta‑bilização e, o quarto, talvez, de leverecuperação.

Assim como ocorreu nos EUA ociclo da crise (recessão‑estabiliza‑ção‑recuperação), contou com oapoio e empenho dos agentes eco‑nômicos. Todos estão imbuídosdeste espírito de mudança?

O governo espanhol mudou danoite para o dia. Acredito que agoraestamos no caminho certo. Temos dever como que a sociedade vai recebera mudança. Logicamente vai ter ma‑nifestação forte na Espanha. Terágrande contestação.

A previsão é que a Alemanha cedaum pouco mais? Essa decisão podedemorar um pouco mais?

Tem de concretizar. Neste mês dejaneiro tem de definir um rumo. Oprocesso já está no fim. E também asposturas se aproximaram muito.

Como as empresas na Europa estãoreagindo?

Os primeirosdois trimestresde 2012 serão derecessão, o ter-ceiro de estabili-zação e, o quarto,talvez, de leve re-cuperação.”

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MARKETING & NEGÓCIOS

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ENTREVISTA

As pequenas empresas, que são omotor da economia, tem sofrido bas‑tante com a queda do consumo,porque atinge diretamente na receitadelas. Não têm fôlego para poder en‑xugar, reduzir custos. Além daqueda de consumo, o que atingiu,principalmente esta faixa de empre‑sas, foi a restrição de crédito, que temsido muito forte. Com este problemada dívida soberana, o que aconteceufoi que os bancos, de alguma ma‑neira, têm sido direcionados paraatender o problema da dívida do go‑verno, o que retira a liquidez do em‑presário e do consumidor. Mas creioque está em uma via de melhora e,como disse, no último trimestre doano, a economia vai dar os primeirossinais de leve crescimento.

Outros mercados, como o Brasil,podem estar no radar de investi‑mentos dos empresários europeus?

Sim. Eu comecei a visitar o Brasilem 1990 e a investir em 2004. O em‑presário europeu está, hoje, bus‑cando alternativas. Quando comeceia investir no Brasil a Espanha estavaem uma etapa de investimento nomercado imobiliário muito forte. Al‑guns empresários espanhóis começa‑ram a investir fora do país e visaramos países do leste europeu, por proxi‑midade. Resolvi, pelo Brasil, queconhecia bem, e há muito tempo.Conhecia várias regiões e sabia que oBrasil tinha um potencial muitogrande. Além desse potencial, quesempre foi grande, estava em ummomento de expansão continuada.O que plantou o governo de Fer‑nando Henrique foi muito bem apro‑veitado pelos governos de Lula, eagora, pela gestão Dilma. Bem no iní‑cio de Fernando Henrique não foramanos fáceis, mas bem estruturados.

A Europa está em que momento?Acho que o pior momento da

crise na Europa, mesmo na gravi‑

dade que temos hoje, já passou. Maseste ano de 2012 ainda será um anomuito duro, porque a maioria dospaíses terá de adotar políticas deajustes muito fortes, inclusive comredução de estrutura em todos os ní‑veis. As medidas vão retrair aindamais o consumo. E a Europa, comoconjunto, precisa fazer um pouco depoupança. Já no fim deste ano e noinício de 2013, já teremos reflexodeste ajuste. Um dos mercados queatuo na Europa, o imobiliário, a rea‑ção demorará mais um pouco, poisdepende de financiamento e o es‑toque habitacional é grande.

Qual foi o centro da crise?A segunda queda da economia

grega. Foi muito prejudicial. Foi oponto mais delicado. Quando vocêfala para um credor que não temcomo quitar parte da dívida é muitoduro. Ele emprestou para receberjuros. E você avisa que não vai pagaros juros nem parte do principal queemprestou. Para mim, ali foi o mo‑mento mais difícil. Muitos bancoseuropeus que tinham papéis gregosforam atingidos. A própria situaçãopolítica grega, naquele momento,porque tinha de trocar o governo, eo que entrou não tinha ferramentaspara agir.

E a decisão de investir em Goiás, oque foi determinante?

Goiás é um Estado com ótimascondições de desenvolvimento e, emalguns setores, com muito a avançar,muita infraestrutura para investir –o que atrai cada vez mais investi‑mentos com previsão de boa renta‑bilidade. Temos também umacondição que diferencia Goiás dosdemais Estados, que é a inserção nomercado, mesmo tendo aqui empre‑sas sólidas e fortes, a demanda é su‑perior e o mercado é competitivo.Menos complicado do que outras ca‑pitais, que já estão quase saturadas

empresarialmente.

Goiás está em condição de atrairnovos investidores estrangeiros?

Estamos convidando parceirosespanhóis a investir em Goiânia. Noúltimo lançamento que fizemos emsetembro, tivemos uma parceria comum grupo de Madri, a Fiteni SL. OBrasil é um dos países mais interes‑santes para se investir fora da Eu‑ropa. É o mais interessante domundo em nível de investimentos,pois a cultura é diferenciada deChina e Índia, por exemplo. Cultura,costumes, as pessoas, legislação.Temos muitas similitudes entre o ca‑ráter do brasileiro e do espanhol, ape‑sar de culturas diferentes. Hoje, morono Brasil, apesar de ter negócios naEspanha, fico três semanas aqui euma na Europa – onde estou muitosatisfeito com os resultados das em‑presas na Espanha, pois nossos negó‑cios estão voltados para exportação.O negócio mais representativo donosso grupo na Espanha é a produ‑ção de vinhos, com cinco adegas emvárias regiões da Espanha, e licores(Licor 43), que são vendidos em maisde 70 países no mundo.

Acho que opior momentoda crise na Eu-ropa, mesmona gravidadeque temos hoje,já passou.Maseste ano de2012 aindaserá um anomuito duro”

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EMPRESA

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BRF, uma das líderes globais de alimentos

ABRF foi criada a partir dafusão entre Perdigão eSadia. A empresa nasceucomo um dos maioresplayers globais do setor

alimentício, reforçando a posição doPaís como potência no agronegócio.Atua nos segmentos de carnes (aves,suínos e bovinos), alimentos indus‑trializados (margarinas e massas) elácteos, com marcas consagradascomo Perdigão, Sadia, Batavo, Elegê,Qualy, entre outras.

A BRF fechou 2010 como a ter‑ceira maior exportadora do País.Com faturamento líquido de R$ 23

bilhões, registrado em 2010, a BRF é,no setor de aves, uma das maiores

FUSÃO DA SADIA E PERDIGÃO, EM 2009,CRIOU EMPRESA COM FATURAMENTO DE R$ 23 BILHÕES

PERFIL DA BRF� Produção anual de 7 milhões de toneladas de ali-mentos.� Abate de 6,7 milhões de cabeças de aves/dia e39.300 cabeças de suínos+bovinos/dia.� Responsável por 20% do comércio mundial de aves.� 117.000 funcionários.� Rede de produção e distribuição atinge 98% do terri-tório nacional e consumidores em 140 países.� 68 unidades industriais, das quais 7 operam no ex-terior.� 19 escritórios comerciais espalhados pelos 5 conti-nentes.

A BRF teve origem no Sul doPaís, mais exatamente em SantaCatarina, onde famílias de imi‑grantes italianos implantaram seusnegócios, a partir da década de1930. As atividades industriais pas‑saram de pequenos abatedouros efábrica de produtos suínos até in‑vestimentos em avicultura, já nosanos de 1950, o pioneirismo na im‑plantação de revolucionário sis‑tema produtivo de aves e suínos: aintegração vertical, aliando a tecno‑logia da empresa ao trabalho sérioe dedicado dos produtores.

Com essa iniciativa, aperfei‑çoada ao longo dos anos e esten‑dida às demais regiões onde está

presente, a empresa tem partici‑pado da interiorização do desen‑volvimento, privilegiando opequeno produtor, incentivando aagricultura familiar e, consequen‑temente, contribuindo para acontenção do êxodo rural.

A BRF chegou ao Centro‑Oesteem 2000, quando o complexoagroindustrial de Rio Verde (GO)entrou em fase pré‑operacionalcom o abate e o processamento desuínos e aves. Goiás foi a primeirafronteira aberta pela companhiaalém da Região Sul, motivada pelaspotencialidades operacionais:oferta abundante de grãos, pre‑sença de grãos alternativos para in‑

sumos, alta produtividade agrícola,facilidades logísticas na implanta‑ção do sistema de integração,proximidade de mercados emer‑gentes, vantagens sanitárias.

A inauguração oficial da uni‑dade de Rio Verde ocorreu em2003, mas desde de 2001 parte desua produção já era exportada paraa Europa e o Oriente Médio. Naépoca, Rio Verde foi considerado omaior complexo agroindustrial daAmérica Latina.

Atualmente, a BRF opera emGoiás unidades produtivas em RioVerde, Mineiros, Jataí e Buriti Ale‑gre, atuando no abate e processa‑mento de aves e suínos, e nossegmentos de pratos prontos, piz‑zas, congelados e refrigerados.

História de pioneirismo em Goiás

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EMPRESA

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A BRF tem elevado controle dos processos produtivos para garantir o máximo de segurança alimentar ao consumidor

exportadoras do mundo e a m aiorempresa global de alimentos emvalor de mercado.

Responde por 9% das exporta‑ções mundiais de proteína animal eé a única companhia do Brasil comrede de distribuição de produtos emtodo o território nacional.

A fusão entre Perdigão e Sadia,que deu origem à BRF, foi anunciadaem 19 de maio de 2009 e aprovadapelo Conselho Administrativo deDefesa Econômica (CADE) em julhode 2011. O plano estratégico delongo prazo da empresa, o BRF‑15,contempla um crescimento balan‑ceado por expansão orgânica dasoperações e aquisições seletivas emregiões estratégicas como OrienteMédio, América Latina e outrosemergentes, como Ásia e África.

Desenvolvimento Sustentável éum dos valores da BRF. Os pilares desustentabilidade foram estabelecidos

pela empresa para garantir a pereni‑dade de seus negócios e sua compe‑titividade no mercado global. Comoparte de seus compromissos com asustentabilidade, a companhia in‑veste continuamente em gestão am‑biental, com vistas à busca constantepela Ecoeficiência por meio de estra‑tégias para minimizar desperdícios,melhorar produção e reduzir riscos.

Empresa de capital aberto, a BRFintegra, desde 2006, o Novo Mer‑cado da BM&F Bovespa, o queconsolidou sua posição de excelênciaem gestão. A empresa incorpora ele‑vados padrões de Governança Cor‑porativa, com direitos igualitários,mecanismos de proteção a acionistase observância às melhores práticasde disclosure (transparência) de in‑formações e na divulgação de resul‑tados e perspectivas dos negócios.

As diversas operações realizadasno mercado de capitais e as reorga‑

nizações societárias realizadas nopassado recente, em consequênciade aquisições, jamais foram alvo dequestionamentos ou problemas coma comunidade do mercado de capi‑tais.Oferecer qualidade e inovaçãoao consumidor é um dos valores daBRF. Para a empresa, inovar implicadesenvolvimento contínuo de novosprodutos, melhoria sucessiva dequalidade, implementação de novastecnologias, controle rigoroso dosprocessos produtivos para a garantiada segurança alimentar.

O resultado dessa dinâmica sãoganhos de competitividade, que per‑mitem à empresa disponibilizar omelhor produto a preço justo atin‑gindo maior número de consumi‑dores conscientes do exercício de suacidadania e, portanto, exigentes, vi‑gilantes e seletivos. Seu portfólio éatualmente composto por cerca detrês mil itens.

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LEITURA

FAUSTO, O DEMÔNIO, A ECONOMIA E A POLÍTICADinheiro e Magia é o livro escrito por um dos mais renomados economistas europeus, Hans Christoph

Binswanger, que analisa a versão de Goethe para a história de Fausto, o homem que fez um pacto com odemônio para obter poder e prazeres. Esta versão é das mais famosas, citadas e comentadas. Hans trata ooriginal não apenas como um documento sobre a cultura do Ocidente, mas ressalta o seu poder de profecia esua atualidade. A releitura entra na segunda parte de Fausto, mais extensa que a primeira, e repleta dediscussões sobre economia e política. Livro difícil de encontrar em livrarias, mas bem recomendado.

COM OU SEM FED?Estamos enfrentando o mais significativo colapso financeiro desde a década de 1930, e, em vez de

uma reavaliação fundamental dos mecanismos financeiros, a solução proposta é mais do mesmo. Em“O Fim do Fed”, o congressista americano Ron Paul chega à raiz do problema. Em linguagem simples eclara, ele usa história, economia e sua própria biografia, da infância até o Capitólio, para explicar como,por que e para quem o Federal Reserve manipula o sistema financeiro norteamericano já faz um século– e o que se pode fazer a respeito.

FERNANDO PESSOA FALANDO DE ECONOMIA E NEGÓCIOSSó o ex-presidente do BC, Gustavo Franco, poderia tirar o melhor do poeta português

Fernando Pessoa e interpretá-lo para a economia. E já fez um belo trabalho anterior sobreMachado de Assis. Nesta obra, “A Economia em Pessoa”, ele organiza textos raros sobre

economia e administração. Faz uma interpretação competente e original dos conceitos dopoeta em torno de temas da economia. Em cada capítulo, relaciona os textos de Pessoa

com temas contemporâneos, tais como – globalização, marketing, e-mail, blog ...

O QUE VOCÊ ESCONDE (SOBRE NEGÓCIOS) DA SUA MULHER?“Quero que você saiba das coisas que estão acontecendo, goste delas ou não.” Com essa frase,

Christopher V. Flett nos prepara para a bomba que é seu livro “O Que os Homens não Contampara as Mulheres sobre Negócios”. Escrito de forma não-convencional, o livro não se utiliza desubterfúgios ou meias palavras para se dirigir às mulheres. Como o autor admite, não tem oobjetivo de funcionar como um guia e, por vezes, irrita o público feminino. O autor compartilhacom as leitoras o que os homens da área pensam, como se comportam e como interpretamatitudes femininas para que elas possam se afirmar como as lideranças do século 21.

OUTRAS LEITURAS, EVENTOS, TECNOLOGIA...

TECNOLOGIAA boataria corre solta de que no

primeiro bimestre a Apple colocanovas versões do iPad 2 nas lojas. Porenquanto, as versões são nas corespreta e branca. Nova versão do tablettambém sai ainda neste semestre,talvez maio.

GRAVATASUma das tendências da moda é a

gravata mais estreita, que já teve bomdestaque em 2011 - com maior usoem eventos sociais. Executivos vãoincorporando ao expedienteempresarial. Cores escuras combinamcom o ambiente de negócios.

TURISMOUma opção diferente para quem

não programou ainda as férias desteano é avaliar e conhecer a Tailândia.Conhecer a cultura asiática tem en-trado no roteiro dos brasileiros, queprocuram variar o binômico EUA-Eu-ropa. Estude Bangcoc.

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MARKETING & NEGÓCIOS

Inflação de dezembroO IPCA-15 de setembro, uma prêvia do IPCA que não saiu ainda,veio alto. Em setembro subiu a 0,53%. Em agosto foi 0,27%.

GEMEA Nos dias 23, 24 e 25 de novembro ocorreu em Goiânia o II

Simpoeste, que superou todas expectativas dos organizadores.O evento contou com a presença de autoridades, lideranças epalestrantes como Onório Kitayama, Igor Montenegro, JoséIeda Neto, Ramon Villarreal, Helio Belai entre outrosbrilhantes palestrantes. No total, foram 86 palestras em trêsauditórios, que abordaram desde matéria-prima até o produtofinal, novas tecnologias, NR 10, NR33 e sustentabilidade.

Helio Belai, diretor de Marketing do GEMEA e gerenteIndustrial (Usina São Francisco “SJC Bioenergia”) deQuirinópolis-GO, falou em três momentos sobre as vantagensde trazermos novas tecnologias e treinar os talentoshumanos do Brasil Central, afirmando as vantagens deinvestir no pessoal.

TERMÔMETRO ECONÔMICO 2011Confira abaixo a última atualização dos indicadores econômicos do País e do Estado. A cada ediçao, a PRÓ-INDUSTRIAL traz

novos números e suas sinalizações. Confira os resultados dos últimos dados divulgados.

Inflação em 2011A meta era 4,5% para 2011. Mas, o IPCA fechou em 6,5%, in-flado pelo crescimento elevado em 2010.

Expansão da indústriaOs números não fecharam defini�vamente, mas a previsão é de resul-tado muito inferior ao de 2010. A torcida é para não ter encolhido.

Comércio exteriorFoi outra variável que começou bem e foi melhorando durante oano. Fechou com recordes históricos, apesar do déficit comercial.

PIB em 2011Se 2010 fechou em 7,5%, 2011 as previsões foram caindo. De 5%foi para 4,5%, para 4%, 3,5%, 3% e fechou projetada em2,9%.

Emprego e rendaUm bom ano. Tiveram mais vagas do que trabalhadores capaci-tados, o que já influencia nos salários e, claro, nos preços.

Envie novidades da empresa no e-mail: [email protected]

SICMOLA ampla linha butique da Sicmol ganhou mais

um item: o espelho de mesa ajustável. A empresapertence ao grupo empresarial Sebba, fundadoem julho de 1957, e é reconhecido em Goiâniapor seu pioneirismo no comércio e exportaçãode madeiras. A migração para o mobiliário foiquase uma consequência natural e o foco - móveis eacessórios para banheiros e cozinhas - umacontingência. Foi assim que surgiu a Sicmol.Inicialmente a empresa atuou na produção de artigospara banheiro em mogno, mas introduziu o MDF ese tornou a principal fabricante de assentossanitários no mercado nacional.

JOHN DEEREMaior produtividade e alta qualidade

dos grãos colhidos caracterizam otrabalho da colheitadeira 9470 STS, umadas grandes atrações que a John Deere. Anova colheitadeira permite que o grandenúmero de produtores que tempropriedades menos extensas tambémpossa ter acesso às vantagenssignificativas da tecnologia de rotor. Onovo modelo faz parte da Série 70, a maisampla família de colheitadeiras do País, e aumenta as opções de modelos com o rotor STSdesenvolvido pela John Deere. As colheitadeiras 9570 STS, também com rotor, e a 1470, comsistema de saca-palhas, são outros destaques da série 70. Outra colheitadeira da montadora é a1175. A facilidade de operação, baixo custo operacional e alta produtividade garantiram a estacolheitadeira uma posição de destaque em sua categoria e as condições favoráveis do programado Ministério do Desenvolvimento Agrário tornam agora sua aquisição ainda mais vantajosa.

TECNOSHOWA Tecnoshow Comigo 2012 já foi lançada

e ocorrerá entre os dias 9 e 13 de abril, em RioVerde. É a grande feira de tecnologia rural doCentro-Oeste brasileiro. A expectativa dosorganizadores é receber 75 mil pessoas dediversos Estados e países. O evento englobaos principais fabricantes nacionais einternacionais de máquinas e implementos,de insumos, de produtos veterinários, deveículos, de equipamentos do agronegócio,além de animais de grande e pequeno portes.São mais de 400 expositores. Serão mais de100 paletras e cursos durante os cinco dias deevento. O evento é organizado pela Comigo.Mais informações: (64) 3611-1650 ou no sitewww.tecnoshowcomigo.com.br.

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A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada(EIRELI) é a mais nova modalidade de pessoa jurídicade direito privado contemplada pelo Código Civil (Lei10.406/2002). Criada pela Lei 12.441, de 11 de julhode 2011, caracteriza-se principalmente pelo fato de serconstituída por um único integrante e preservar adistinção do patrimônio da empresa como exclusivaresponsável pelas obrigações decorrentes de suaatividade, resguardando-se o patrimônio pessoal doempresário, a exemplo do que ocorre no regime dassociedades de responsabilidade limitada.

O novocoordenador dosEstados no ConselhoNacional de PolíticaFazendária (Confaz),Cláudio Trinchão, vaidefender neste ano, deforma semelhante aseu antecessor, avalidação total dosefeitos dos incentivosfiscais de Impostosobre Circulação deMercadorias e Serviços(ICMS) concedidos semautorização doConselho. Trinchão, que é secretário da Fazenda doMaranhão, faz parte do grupo de Estados do Norte,Nordeste e Centro-Oeste que defendem a participaçãoda União num eventual acordo entre os Estados sobreos incentivos fiscais.

Vende-seO número de fusões e aquisições

anunciadas no Brasil foi inferior aoregistrado em 2010, com redução de 6%,mas com um volume 746 transações. Noano anterior, foram 797 negócios. Dadossão da consultoria PricewaterhouseCoopers(PwC), que aponta que mercado de fusões eaquisições no Brasil continua aquecido enúmero só não foi maior no ano passadoem razão das turbulências e cenário deincertezas provocados pela crise europeia.

746Empresas brasileiras trocaram de mãos no ano

passado. Em média, cada transação foi realizadapor US$ 183 milhões. E, em 63% dos casos, ocomprador foi investidor nacional.

Confaz quer Uniãono acordo do ICMS

Nova modalidade de empresa é criada

Atenção empresários: algumas associaçõesfantasmas descobrem as empresas que acabaram detirar o CNPJ ou compram banco de dados empresariaise mandam boletos de cobrança com valores médiosde 300 reais. É uma prática comum em todo País. Sãoinstituições criadas como nomes semelhantes agrandes associações do País e que não prestam serviçoalgum. Ao enviar o boleto, contam com a desatençãodo financeiro ou do contador e acabam recebendo.Recuperar o pagamento é muito difícil.

Golpe do boletoIN MEMORIAN

Faleceu no último dia11 de dezembro, vítimade câncer, a advogada,geografa e mestre emplanejamento urbanísticoMárcia Rodovalho. Arevista Pró-Industrialpresta justa homenagemà Marcia, que fez parteda equipe do ADIALInforma, precursor destarevista. Márcia Rodovalhodeixou uma filha.

NOTAS INDUSTRIAIS

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especial opiniões

Participaçãodo industrial

A indústria brasileira sabe o que diz. E diz. Nãosão poucos os espaços ocupados em jornais, TVse revistas. Produzimos muito mais do que mer‑cadoria, produzimos também conteúdo. Este ca‑derno especial ‑ já em sua segunda edição ‑mostra que a atividade industrial é vital no diá‑logo produtivo do País. Membros do Conselho deAdministração da ADIAL (Associação Pró‑De‑senvolvimento Industrial de Goiás) e consultoresexpõem relevantes posições sobre seus negócios,etanol, perpectivas para o próximo ano, milho,avanço do Pernambuco, a proteção da indústrianacional e a união dos setores comercial e indus‑trial. É um momento relevante de integração dosetor e estas avaliações de peso possibilitam umaoportunidade para se posicionar e refletir.

EMPRESÁRIOS APROVARAM A 1ª EDIÇÃO DO CADERNO DE OPINIÕES DA REVISTA

PRÓ-INDUSTRIAL EM JULHO DE 2011. POR ISSO,RESOLVEMOS REPETIR. NESTA 2ª EDIÇÃO,

NOMES IMPORTANTES DA INDÚSTRIA REGIONAL E NACIONAL.

Apresentação

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ESPECIAL OPINIÃO

Tem sido noticiado umgrande esforço daUnião para aprovarproposta de reduçãodas alíquotas interesta‑

duais do ICMS a um patamarque, na prática, desestimula aconcessão de qualquer incentivona distribuição de produtos e ser‑viços tributados a outros Estados.Num primeiro momento, asnovas alíquotas seriam aplicáveisaos produtos importados e, numsegundo momento, aos nacio‑nais. Em contrapartida, seriacriado um fundo de desenvolvi‑mento regional destinado a res‑sarcir as possíveis perdas dosEstados decorrentes da reduçãode alíquotas do ICMS.

A proposta é questionável,por criar uma distinção inadmis‑sível entre produtos nacionais eimportados e por retirar parte dacompetência tributária dos Esta‑dos e do Distrito Federal, emtroca de repasses federais geral‑mente insuficientes, como com‑provam os embates constantesem torno do ressarcimento dasperdas com a desoneração doICMS nas exportações.

Seria mais adequado enfren‑tar a real causa do problema queo governo federal se propôs a re‑

solver: a concessão de incentivossem autorização unânime detodos os Estados, que se conven‑cionou chamar de guerra fiscal.

Os estímulos configuram me‑canismo eficaz para induzir in‑vestimentos em locais menosdesenvolvidos

A solução passa pela reformada Lei Complementar nº 24/1975,que impõe a unanimidade nasdeliberações acerca da concessãode incentivos de ICMS. A regratornou‑se anacrônica, diante danecessidade de viabilizar progra‑mas estaduais de incentivos fis‑cais destinados a desenvolver,entre outros, os setores industrial,comercial e de infraestrutura. Osincentivos têm sido a única formaeficaz de reduzir as desigualda‑des regionais e sociais, um dosobjetivos fundamentais da Repú‑blica e princípio da ordem econô‑mica previstos na Constituição de1988 (arts. 3º, III e 170, VII).

O poder de veto atribuído acada um dos Estados e ao DistritoFederal vem impedindo a reali‑zação dos objetivos constitucio‑nais. Os interesses individuaistêm prevalecido em detrimentodo interesse nacional. Não se exa‑mina se determinado incentivo ébom ou ruim para o desenvolvi‑

mento de Estados ou regiões dopaís, mas apenas quem pode per‑der ou ganhar receita. Em decor‑rência, muitos entes passaram aagir de forma unilateral.

A questão deve ser bem pon‑derada. Por falta de uma políticafederal consistente e eficaz decombate às desigualdades regio‑nais, os Estados menos favoreci‑dos recorreram aos incentivos deICMS para atrair investimentosnecessários à melhoria de seus in‑dicadores socioeconômicos.

Por meio dos diversos tipos deincentivos estaduais, os agentes

Incentivos do ICMS e o equilíbrio federativo

HAMILTON DIAS DE SOUZA

“Os estímulos(tributários)configurammecanismoeficaz para in-duzir investi-mentos emlocais menosdesenvolvidos.”

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privados foram estimulados a su‑portar os maiores custos decor‑rentes da instalação deempreendimentos em locais dis‑tantes dos grandes centros, ondegeralmente não há infraestruturanem mão de obra adequada. Essapolítica gerou desconcentraçãoeconômica no país, com reflexospositivos em termos de arrecada‑ção, Produto Interno Bruto (PIB),empregos e índice de desenvolvi‑mento humano (IDH).

Tomando como exemplo osincentivos industriais, recente es‑tudo da Fundação Getulio Vargasavaliou 12 plantas criadas com oauxílio de incentivos estaduaisconcedidos por oito Estados, res‑ponsáveis por 1,2% do PIB nacio‑nal em 2010. Constatou‑se que,além dos impactos diretos gera‑dos pela implantação e operaçãodas fábricas, há relevantes impac‑tos indiretos e induzidos, pormeio das cadeias produtivas e deconsumo.

No agregado entre os projetos,o impacto sobre o PIB geradopela implantação se multiplicapor 4,4, e o impacto anual geradopela operação se multiplica por 4.Os impactos sobre o emprego semultiplicam por 85,6 na implan‑tação e 14,1 na operação.

Por exemplo, estudos divulga‑dos pelo IBGE, relativos ao pe‑ríodo de 1995 a 2007, mostramque houve redução da participa‑ção dos Estados mais industriali‑zados do país (SP, MG, RS, PR, RJ,SC, BA e AM) na indústria detransformação nacional, de 88,7%(1995) para 87,2% (2007). Os mes‑mos estudos apontam que asoma dos oito maiores PIBs (SP,RJ, MG, RS, PR, BA, SC e DF) foireduzido de 81,5% em 1995 para78,7% em 2007 (1% do PIB em

2007 equivale a 26,6 bilhões dereais). Ou seja, os outros 19 Esta‑dos tiveram um aumento de18,5% para 21,3% do PIB.

Por outro lado, o estudo daFundação Getulio Vargas apontaque, devido às interconexões re‑gionais, os efeitos dos incentivosestaduais se difundem por todo opaís, elevando a arrecadação e oPIB nacional, bem como a de‑manda de bens e serviços de ou‑tros Estados, inclusive de regiõesmais desenvolvidas. Em decor‑rência, a interrupção das ativida‑des dos empreendimentosincentivados geraria perdas subs‑tanciais para a economia, a popu‑lação e a arrecadação de Estadose do país.

Considerando os benefíciospara a sociedade, dados do Pro‑grama das Nações Unidas para oDesenvolvimento indicam que,no período de 1991 a 2007, as re‑giões Nordeste, Norte e Centro‑Oeste apresentaram maiorcrescimento do IDH (24,6%,16,7% e 14,6%, respectivamente)do que as regiões Sul e Sudeste(13% e 12,5%, respectivamente).

Portanto, a competição fiscal élegítima, desde que observadasas regras existentes. Quando bemutilizados, os incentivos configu‑ram instrumento adequado e efi‑caz para induzir investimentosem localidades menos desenvol‑vidas.

Assim, em vez de acabar comos incentivos de ICMS, deve‑seprocurar regular adequadamentea forma como os Estados e o Dis‑trito Federal deverão deliberarsobre a matéria. A flexibilizaçãodo quórum da Lei Complemen‑tar nº 24/1975, aliada à criação desanções específicas para os entesda federação e agentes públicos

infratores de suas disposições,tende a eliminar as ações isoladas,proporcionando uma avaliaçãomais criteriosa quanto à conve‑niência da concessão de incenti‑vos de ICMS.

Nesse novo sistema, obvia‑mente, eventuais desoneraçõesaprovadas em âmbito geral te‑riam sempre caráter autorizativoe não impositivo, facultando‑se acada ente tributante optar pelasua incorporação ou não à respec‑tiva legislação interna, como,aliás, já vem ocorrendo na prática.

Dessa maneira, a vontade damaioria seria prestigiada semagredir a minoria, fortalecendo opacto federativo e viabilizandopolíticas estaduais destinadas apromover o equilíbrio socioeco‑nômico objetivado pela Consti‑tuição.

Hamilton Dias de Souza é sóciodo Dias de Souza Advogados

Associados e jurista especializado emquestões tributárias.

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ESPECIAL OPINIÃO

“A competi-ção fiscal é le-gítima, desdeobservadas asregras exis-tentes (...). Emvez de acabarcom incentivos,deveria-se ade-quá-los.”

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ESPECIAL OPINIÃO

O Brasil não é feira livre

OBrasil não pode setornar a feira livre deprodutos importa‑dos. A consequênciaé que, no fim da

feira, sobre muito entulho e a ri‑queza gerada pelo País vá em‑bora sem gerar empregos erenda. Os agentes econômicosprecisam ter a consciência de que,em vários momentos da nossahistória empresarial, fortalece‑mos a compra de produtos no ex‑terior, o que enfraqueceu aprodução interna. Em algunscasos, como a indústria de tecno‑logia, gerou‑se um enorme atrasoque só veio a ser parcialmente re‑cuperado na última década.

Não sou defensor de umaproteção direta do governo à in‑dústria. Temos de seguir as pre‑missas da economiainternacional na qual tambémnos beneficiamos exportando.

O que defendo é uma valori‑zação da indústria nacional quehoje sofre concorrência desleal deimportações com prática de dum‑ping, o que nos impede de com‑petir em condições iguais.Devemos sim sobretaxar impor‑tações originárias de países queburlam ou maquiam competitivi‑dade, principalmente, nos produ‑tos que temos substitutosnacionais. Isso é uma decisão de

governo – que deveria ser melhordiscutida com os empresários eimplantada.

Deveria ser repensada etomar posição mais firmemesmo no Mercosul, onde a Ar‑gentina atua com dois pesos eduas medidas no que se refere àstrocas comerciais com o Brasil.Precisamos ser mais duros nasnegociações, pois os números daindústria brasileira no últimoano mostram uma preocupantedesaceleração na produção debens de consumo e um forte am‑pliação das compras no exterior.Fica claro que o consumidor nãodeixou de comprar, mas queparte desta compra é cada vezmaior de produtos industrializa‑dos em outros países.

É o início do ciclo de desin‑dustrialização. Os agentes públi‑cos não gostam de ouvir estapalavra, mas é exatamente issoque deve ocorrer se persistir oritmo destas duas variáveis, deconsumo crescente abastecidopor produtos importados e pro‑dução interna estagnada ou cres‑cimento baixo.

É o momento para que setome uma atitude para mostrara firmeza dos agentes públicosdo País. Nossa indústria é com‑petitiva, não perderia em preçosem as artificialidades cambiais

ou empregatícias adotadas nes‑tes países concorrentes. Temosexperiência empresarial, mão deobra e matéria‑prima abundantepara impedir boa parte doavanço de produtos similaresaos brasileiros.

Milhares de famílias brasilei‑ras trabalharam toda sua vidapara construir suas empresas,seus produtos e se estabelecerem.Não é hora de, para competircom estas economias emergentesque praticam dumping, abrirmão de décadas de avanço nasrelações comerciais e trabalhistas.

Competitividade não se si‑mula. Ou tem ou não tem. E,quem não tem, manipula. Nãopodemos ser condescendentescom países que agem em desa‑cordo com as práticas de negó‑cios internacionais.

Assim como suamos e traba‑lhamos para nos tornamos umPaís industrializado, devemosdefender esse setor dos riscos dedesindustrialização. Não deve‑mos poupar esforços e atençãopara tornar nossa economia fortee não terceirizarmos nossa in‑dústria – este elo é fundamentalno ciclo positivo de geração deriqueza de uma nação.

Diretor da Águas Mariza eMembro do Conselho da ADIAL

DOMINGOS VILEFORT ORZIL

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BRF amplia presençano mercado externo

Terceira maior expor‑tadora do País, aBRF participa commais de 20% nosaldo da balança co‑

mercial. Com atuação inter‑nacional cada vez mais forte,a empresa está investindo naampliação e consolidação desua presença no mercado ex‑terno.

Para fortalecer a suas mar‑cas no Mercosul, com au‑mento do portfólio deprodutos e da plataforma deexportação, a empresa anun‑ciou recentemente a aquisiçãodas empresas argentinas:Avex (produtora de frangosinteiros, cortes, resfriados econgelados) e do Grupo Dâ‑nica (líder no mercado demargarinas, com 62% deshare, e vice‑líder na produ‑ção de molhos naquele país).

EMIRADOS ÁRABESOutro importante movi‑

mento da BRF no mercadoexterno é a construção deuma fábrica da empresa nosEmirados Árabes.

Com investimento naordem de US$ 120 milhões, aunidade será a primeira cons‑

truída pela companhia forado Brasil e tem o objetivomaior de consolidar as mar‑cas na região.

A planta terá capacidadede produção de cerca de 80mil toneladas por ano,quando atingir a plena capa‑cidade em 2017.

Serão fabricados nesta uni‑dade da BRF produtos empa‑nados, hambúrgueres, pizzasindustrializadas e marinados.

O Oriente Médio repre‑senta 32% das exportações daempresa e a marca Sadia éconsiderada Top of Mind em

vários países árabes. A unidade permitirá mais

flexibilidade e agilidade paraatender consumidores, aces‑sar outros mercados e au‑mentar a presença nos canaisde varejo e food service.

A fábrica servirá de plata‑forma de exportação para ou‑tras regiões, principalmente apaíses africanos.

CHINAOutro ponto que merece

atenção é o recente acordo fir‑mado com a estatal chinesaDah Cho Hong para a distri‑buição de alimentos naChina, mercado com poten‑cial crescimento.

A BRF é a terceira maiorexportadora do Brasil. O fatu‑ramento dos negócios relacio‑nados ao mercado externocompõe cerca de 40% de suareceita.

A companhia mantém 19escritórios comerciais em ci‑dades da Europa, Ásia,Oriente Médio, África, Amé‑rica Central e América do Sul.

Vice-Presidente de Estratégias e M&A da BRF e

Membro do Conselho da ADIAL

NELSON VAS HACKLAUER

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ESPECIAL OPINIÃO

“A BRF é a 3ªmaior exporta-dora do Brasil.O faturamentodos negóciosrelacionadosao mercado ex-terno repre-senta 40% dasua receita. ”

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O ciclo benigno da economia

Não existe na econo‑mia, setor que sobre‑viva sozinho. Ocomércio é prolonga‑mento da indústria,

que necessita da produção agro‑pecuária e mineral, que recebeestímulos e paga tributos, assimcomo as demais atividades, aosetor público, que tem a funçãode ordenar o crescimento e dis‑tribuir a renda.

Este ciclo benigno da econo‑mia, em que o produto caminhaentre os vários setores e chegaao consumidor, é fruto do ama‑durecimento de séculos do sis‑tema de produção capitalista. Acada período a evolução do co‑nhecimento humano e avançodas máquinas proporcionaramcondições de democratizar oacesso aos bens de consumo, be‑neficiando a expansão do co‑mércio e da indústria – quedurante todo este período cami‑nharam lado a lado.

A profissionalização e inte‑gração setorial comércio‑indús‑tria estão entre os motivos dofortalecimento da economiagoiana. As empresas – em todosos setores – são muito respeita‑das em todo País. Visto quequando ocorre fusão, aquisiçãoou cisão com empresas goianas,não é raro os parceiros ou com‑pradores manterem os antigos

proprietários na condução donegócio ou no conselho de ad‑ministração.

Um ponto importante docrescimento da economia é oefeito social que este provoca. Ocomércio – atacadista e varejista– é responsável por ofereceracesso a itens essenciais, como,por exemplo, alimentos, roupase remédios, nos mais distantesvilarejos e municípios do País.Pode‑se dizer que não tem ummunicípio no País desatendidopelo setor empresarial.

Em muitos lugares em queaté mesmo o setor público temdificuldade de chegar, está lá ocomércio. Goiânia, só para citarum exemplo histórico, se tornoucapital em 1933, mas a transfe‑rência do Poder Executivo ocor‑reu a partir de 1937.

Neste intervalo, centenas deempresas já estavam instaladaspara dar suporte e atender a de‑manda existente para constru‑ções da cidade, como armazéns,bares, pensões, material deconstrução e lojas de ferragens.

O respeito entre os setorestambém se deve a união empre‑sarial em defesa dos direito decomercializar e produzir sempressão ou injustiça fiscal, cargatributária excessiva, política mo‑netária restritiva, deficiências nainfraestrutura, entre outros pro‑

blemas. A ADIAL (Associação Pró‑

Desenvolvimento Industrial doEstado de Goiás) sustenta forte‑mente essa bandeira de atuaçãoproativa em busca dos legítimosdireitos dos empresários e natese a melhor forma de alcançaro desenvolvimento é via cresci‑mento econômico – pois é ummodelo sustentável e transfor‑mador.

O Grupo Novo Mundo fazarte desta integração. Apesar doreconhecimento da sua empresade varejo – o Novo Mundo –,uma das pioneiras no Estado,também investe na área indus‑trial, agropecuarista, gestão deshoppings centers e imobiliária.

A melhor gestão dos negóciosindica ter foco dentro de cada seg‑mento em que atua e a identifica‑ção, investimento eaprimoramento de vantagenscompetitivas também em outrossetores, quando estes permitirem.

A economia goiana passa peloseu melhor momento e, comnovas tecnologias de gestão, commaior planejamento estratégico evalorização dos seus produtosnas várias cadeias produtivas.Este é nosso ciclo benigno.

Presidente do Grupo Novo Mundoe Membro do Conselho da ADIAL

CARLOS LUCIANO MARTINS RIBEIRO

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Brasfrigo consolida atuação

Uma nova linha de pro‑dutos premium devechegar em breve aossupermercados detodo o Brasil para

atender aos consumidores maisexigentes. A Brasfrigo está prepa‑rando o lançamento da marcaTerra Bella, que oferecerá umalinha completa de atomatados en‑riquecidos. A Terra Bella apresen‑tará molhos de tomates comingredientes diferenciados comomanjericão e champignon, agre‑gando mais sabor aos molhos na‑turais. A linha gourmet tambématuará na categoria de milhoverde em conserva.

O direcionamento da marcapara o público brasileiro começoua ser definido em 2011, quandofoi iniciado um processo de rees‑truturação da Brasfrigo, com oobjetivo de conquistar novos mer‑cados, mantendo a qualidade dosprodutos.

A Brasfrigo existe há mais de36 anos e sempre buscou inovarao oferecer produtos diferencia‑dos que atendam às necessidadesdos consumidores

Esta é uma das novidades quea empresa projeta para 2012, quevem, desde o ano passado, traba‑lhando para promover um repo‑

sicionamento das marcas da Bras‑frigo no mercado.

Jurema, Tomatino e Jussara –marcas já consagradas pelo pú‑blico e que, de acordo com pes‑quisa da Brands Analístics, sãoconsideradas de qualidade ele‑vada pelo consumidor, foram rea‑dequadas para atender às novasdemandas da clientela.

As linhas de vegetais em con‑servas passaram por uma otimiza‑ção no processo produtivo com areadequação do mix. Agora, nasgôndolas e prateleiras de super‑mercados é possível encontrar mi‑lhos e ervilhas em conserva dasmarcas Jussara e Jurema em em‑balagens de lata. A linha Tomatinoconta com catchups, além dos tra‑dicionais polpa e molhos de to‑mate em latas, sachês e caixinha.Esse reposicionamento foi reali‑zado com investimento na otimi‑zação de nossa produção. Temosuma das empresas mais modernasdo país e contamos com fazendaspróprias que nos abastecem comos melhores vegetais.

A fábrica da Brasfrigo foi inau‑gurada em 2003 na cidade de Lu‑ziânia (GO), em uma área de 40mil metros quadrados construí‑dos, o que contribuiu para a me‑lhoria da economia local. A

empresa possui capacidade deprocessar 800 toneladas diárias demilho e 900 toneladas diárias detomates.

Ciente de sua posição econô‑mica, a Brasfrigo possui uma po‑lítica de responsabilidade social,contribuindo com a comunidadena qual está inserida. A empresaé patrocinadora e desenvolve di‑versas atividades sociais na co‑munidade, em parceria com oSesi e com o Senai.

Na área ambiental, a empresatrabalha para eliminar possíveisimpactos ao meio ambiente, pormeio de ações de reciclagem epreservação da mata nativa, alémde contar com uma moderna es‑tação de tratamento de água eefluentes.

Além disso, a Brasfrigo utilizaembalagens TetraPak com certifi‑cado FSC, o que atesta que 100%do papel utilizado para a produ‑ção da embalagem é oriundo dereflorestamento.

A Brasfrigo vem trabalhandopara manter a liderança no mer‑cado e poder contribuir cada vezmais com a sociedade.

Diretor Industrial da Brasfrigo eMembro do Conselho da ADIAL

GERALDO JOSÉ BRUINI

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ESPECIAL OPINIÃO

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Renovando ânimos em 2012

Omomento da econo‑mia mundial é deincerteza, no en‑tanto, os bons fun‑damentos da contas

públicas e privadas brasileirasnos permite um fôlego de previ‑sões mais otimistas ‑ bem afrente das que nos chegam dovelho continente.

No ano passado, após entre‑vistar 1.015 executivos de todosos setores produtivos do País,em dezembro, a Pesquisa SerasaExperian de Expectativa Empre‑sarial verificou que a projeçõesde investimentos em compra deequipamentos, obras de amplia‑ção, aquisições e modernizaçãoteve um ligeiro aumento no 1ºtrimestre de 2012, conforme ex‑posto por 33% dos entrevista‑dos, em relação ao últimotrimestre de 2011, quando 29%dos empresários falavam emampliar investimentos.

A Região Norte tem o maiorvolume de empresários dispos‑tos a aumentar seus investimen‑tos no período: 48% dosentrevistados, seguida do Nor‑deste, com 36%, o Centro‑Oestee o Sul, com 32% cada, e o Su‑deste, com 30% dos entrevista‑

dos. Percebe‑se que o ânimo nãoé algo pontual ou isolado.

Pelo contrário, é geral e temum componente histórico – darecente superação da crise 2008‑2009, que elevou a confiança doempreendedor brasileiro. Estesentimento é positivo, mas nãopode mascarar o tamanho dorisco e da mudança que a econo‑mia mundial passará. O ajustedos mercados e governos deve‑rão afetar as empresas para omal (recessão) e para o bem(novas oportunidades).

Acreditamos que, ainda emconformidade com os resultadosda Serasa Experian, para 51%das instituições financeiras, aoferta de crédito para as empre‑sas crescerá no 1º trimestre desteano em relação aos últimos trêsmeses do ano anterior, o que po‑derá contribuir para a realizaçãodas expectativas de crescimentodemonstradas pela pesquisa.

Não obstante os novos e fu‑nestos acontecimenos na econo‑mia global, tais resultadosrenovam os ânimos em relação àeconomia brasileira e fazememergir nossas melhores expec‑tativas quanto ao contínuo cres‑cimento do parque industrial

goiano, obviamente sob o am‑paro de uma sólida e necessáriaintegração entre o setor públicoe o setor privado.

Mas, o nível de competitivi‑dade é elevadíssimo, e, por isso,é preciso estar sempre atento epredisposto a refazer uma cons‑tante releitura dos cenários, am‑pliando e ajustando o modelo dedesevolvimento.

Reconhecendo que o cresci‑mento industrial em 2011 foibem inferior ao ano anterior,pontos importantes foram man‑tidos, como, não retrair a massasalarial, retenção de mão de obrae programação de investimen‑tos. Vejo que os indicadores,mesmo com turbulência externa,nos apresenta uma margem deatuação favorável. Vários setorestendem a investir apostando emoportunidades que serão criadascom a crise europeia, fortaleci‑mento do mercado consumidorinterno, abertura de mercadosnas Américas, principalmentedo etanol nos EUA, e a continui‑dade da expansão asiática.

Advogada Tributária e assessora da ADIAL

NEUZA MAÊVE

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O milho em GoiásNELSON KOWALSKI

Produto origináriodas Américas, baseda alimentação dosantigos povos indí‑genas e de milhões

de consumidores na atuali‑dade, o milho vem passandopor um vigoroso processo detransformação. De produto desubsistência, o cereal transfor‑mou‑se no pilar das modernascriações ‑ avicultura, suinocul‑tura, bovinos de corte e leite epescados, principalmente de‑vido aos ganhos de produtivi‑dade, assegurados pelodesenvolvimento e introduçãode novos híbridos de milho.

Em Goiás, onde a cultura domilho já era conhecida desde ociclo da mineração, esse pro‑cesso ganhou força na década de1970, impulsionada pelo pro‑cesso de fomento à industriali‑zação em larga escala no Estado.

Com o efeito, o Estado deGoiás é hoje um importanteplayer da produção de milhodo Brasil. As projeções para2012 apontam o Estado comoum dos maiores produtores na‑cionais, respondendo por cercade 11% da produção de milhodo Brasil, oriunda das 4.028,8mil toneladas colhidas na pri‑meira safra, e das 2.534,7 miltoneladas da segunda safra, to‑

talizando 6.563,5 mil toneladas. Deste montante, 10 mil tone‑

ladas são destinadas para con‑sumo humano, 800 miltoneladas para consumo indus‑trial, 3.016,000 toneladas paraconsumo animal, cabendo asrestantes 1.200 mil toneladas àsexportações, conforme dadoscoletados da CONAB e daagência Safras & Mercados.

A indústria goiana ganhouespaço significativo no cenárionacional, processando 58% desua safra, apresentando grandepotencial para crescer aindamais, conforme se avalia a partirda participação registrada emapenas duas décadas, quando oestado atingiu 20% do forneci‑mento de produtos industriali‑zados no Brasil.

Essa relevante participação éexplicada pelas condições favo‑ráveis de cultivo, pela alta tecno‑

logia de seus produtores, que re‑gistram altos índices de produ‑tividade, pela política deincentivos fiscais do estado,como também pela estrutura lo‑gística e disposição geográficade Goiás em relação aos princi‑pais mercados consumidores. .

Na ultima década, com acompetição por áreas férteisentre a a soja e a cana de açúcar,a cultura do milho vem regis‑trando especial crescimento desua segunda safra (ou safra deinverno), colhida entre julho esetembro), que hoje representacerca de 2.534,700 mil toneladas(40%) da produção de milho noano

Esta situação, entretanto,expõe produtores e indústriasgoianas aos riscos climáticos ine‑rentes do cultivo da safra de in‑verno, o que pode se traduzirem perda de competitividade.

Colocamos como impera‑tivo o estimulo a produção demilho, quer seja transgênico ouconvencional, de forma equili‑brada nas safras de verão e se‑gunda safra, para que aindústria continue a trazer de‑senvolvimento ao estado e nãosofra risco de ruptura.

CEO da Kowalski Alimentos eMembro do Conselho da ADIAL

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“As projeçõespara 2012apontam Goiáscomo um dosmaiores produ-tores nacionais”

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A nova força do interior

Odetalhamento doProduto InternoBruto (PIB) dosmunicípios goianosreferente a 2009,

conforme levantamento da Se‑cretaria do Planejamento doEstado, realizado em parceriacom o Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística (IBGE),revela dados positivos, alvissa‑reiros mesmo, principalmenteporque demonstram uma novaforça do interior. Essa interiori‑zação do crescimento econô‑mico constitui um grandeinteresse para todos, atémesmo para Goiânia, pois ali‑via as pressões sobre a capital.

A notícia da ascensão de RioVerde ao primeiro lugar noranking da produção agrope‑cuária de 2009, entre os muni‑cípios de todo o País, mereceaté foguetório, pois, além decomprovar essa nova força in‑teriorana, indica que o cresci‑mento descentralizado terácontinuidade nos próximosanos.

Some‑se ao de Rio Verde,que tem 5% de todo o PIBgoiano, a evolução de outrosmunicípios do Sudoeste, comoJataí, Mineiros e São Simãopara se constatar que o Su‑

doeste se tornou uma área depromissão e exemplar comoexpressão regional de desen‑volvimento ‑ e, no caso, um de‑senvolvimento sustentável,pelas suas características.

Os números do PIB goianode 2009 encarregam‑se tambémde mostrar o quanto estão erra‑dos os que ainda combatempolíticas de incentivos fiscaispara atração de investimentos.O caso de Rio Verde é muitoclaro quanto a isto: uma grandeempresa incentivada investe,eleva‑se a produção do municí‑pio, geram‑se empregos e de‑zenas de outras empresasmédias e pequenas são auto‑maticamente atraídas também.Em Rio Verde, uma das gran‑des empresas lá instaladasatraiu mais de cem outras.

Esta nova e alvissareira rea‑lidade chama a atenção para anecessidade de substanciaisempenhos em defesa da sus‑tentabilidade do crescimento epara a remoção de gargalos ouameaça de gargalos, ou seja, in‑vestimentos infraestruturais. Areabilitação da Celg, por exem‑plo, chega em um bom mo‑mento, assim como aduplicação da Rodovia GO‑060, que precisa ser acompa‑

nhada por melhorias na rederodoviária estadual formadapelas estradas que interligammuitos municípios a essa rodo‑via federal de integração quecorta todo o Sudoeste goiano.

Há uma outra carência queexige também substancial aten‑ção: a qualificação de trabalha‑dores. A capacitação de mão deobra para ocupar os novos pos‑tos de trabalho que vão sur‑gindo passa ao topo deprioridades. Não pode haverdescuido mais quanto a isto.

Pode parecer otimismo exa‑gerado, mas o governadorMarconi Perillo está afirmandoque Goiás vai chegar ao quintolugar no ranking da competiti‑vidade entre os Estados. Umestudo realizado no primeirosemestre deste ano pela EscolaSuperior de Guerra conclui queGoiás será o primeiro no anode 2050. Utopia? As utopiassão, muitas vezes, a antecipa‑ção da realidade, disse o escri‑tor francês Lamartine.

Jornalista escritor ecolunista do jornal POPULAR

HÉLIO ROCHA

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Pernambuco no encalço em 2012

Émuito pertinente apreocupação do Chefedo Poder ExecutivoGoiano, Marconi Pe‑rillo, com relação à di‑

nâmica de desenvolvimento dosindicadores econômicos do Estadode Pernambuco, atual puxador dodesenvolvimento nordestino. Po‑sicionados em 9º e 10º lugares noscore dos PIB’s estaduais, respecti‑vamente Goiás e Pernambucoanunciam alcançar três dígitos em2011, ou seja, estão ultrapassandoa marca dos R$ 100 bilhões de PIB.Valores extremamente relevantes,principalmente se comparados aosnúmeros pífios de ambos no iníciodo século XXI.

No papel ativo como um dosExecutivos responsáveis pela im‑plantação de um inovador projetosegmentado na produção e indus‑trialização de leite (2008‑2011) daBrasil Foods no Agreste Meridio‑nal pernambucano, tive a oportu‑nidade de vivenciar parte doprocesso de desenvolvimento da‑quele Estado. Dessa forma, possoafirmar que apesar das caracterís‑ticas das potencialidades regionaisserem extremamente distintas, asduas Unidades da Federação têmconseguido atrair investimentosvultosos de empresas sérias, tantode grupos nacionais como multi‑

nacionais.Estabelece‑se, portanto uma

competição em 2012 pelo 9º lugardo PIB brasileiro e, apesar da exis‑tência de vários fatores de compe‑titividade a serem analisados ediscutidos, farei comentários so‑mente sobre dois:

A) Incentivos Fiscais – Apesarda consolidada performance his‑tórica dos nossos Programas Goia‑nos, concorremos atualmente compesados benefícios fiscais daUnião específicos para o Nordeste,agilidade no acesso aos recursos fi‑nanceiros do Fundo Constitucio‑nal, além de políticas de incentivosestaduais que concedem em suamaioria benefícios acima de 90 %do ICMS a recolher.

B) Recursos Humanos – Diver‑sos investimentos multissetoriaisem programas de capacitação pro‑fissional são realizados em ambosEstados, porém quando o assuntoé densidade demográfica, ficaclaro que o Estado concorrente doNordeste conta com um contin‑gente maior de indivíduos paraparticiparem dos processos pro‑dutivos. São 89 hab/km² em Per‑nambuco ao passo que em Goiássomos 17 hab/km².

Dessa forma conclui‑se que de‑verão ocorrer mudanças no focodo perfil produtivo tanto das

novas empresas a serem conquis‑tadas como nas ampliações dasaqui instaladas. E, para a manu‑tenção da competitividade deGoiás na atração de investimentosindustriais com maior agregaçãode valores, seja frente aos tradicio‑nais concorrentes do Sul e Sudesteou mesmo com os novos “players”nordestinos, necessitaremos inevi‑tavelmente de reformulações/ade‑quações, buscando maioratratividade e agilidade, não so‑mente nos programas de incenti‑vos como também nos processosburocráticos para obtenção de fi‑nanciamentos, licenças, outorgas,certidões, entre outros.

A receita para trilharmos umcaminho exitoso, para que ao cabode 2012 cheguemos mais próximosda 8ª colocação do PIB brasileiro, jáé conhecida por todos nós. Pois acaptura de sinergia realizada entrediversos segmentos (Executivo Es‑tadual, representações dos órgãosFederais, Poder Legislativo e Enti‑dades Classistas do setor produ‑tivo), que foi capitaneada esintonizada com ajuste fino peloentão governador Marconi Perilloem seus dois primeiros governoscomprovam claramente a eficáciadessa modalidade de trabalho.

Diretor Executivo da ADIAL

EDWAL FREITAS PORTILHO ‘CHEQUINHO’

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ADIAL: Passado, futuro e presente

CESAR HELOU

Cesar Helou é empresárioe presidente da ADIAL

Ao finalizar 2011,escrevemos mais umcapítulo da ADIAL(Associação Pró‑D e s e n vo l v i m e n t o

Industrial do Estado de Goiás),ao mesmo tempo em que, comos resultados do empenho daentidade e de nossas empresas,participamos deste momentoexpansivo da economia goiana –que tem na indústria um setorque alcançou, por méritopróprio, o espaço de destaqueentre os principais no Estado.

A indústria goiana, aliás, édestaque nacional há três anosentre as que mais se expandemno País. Por dois anos seguidosem primeiro lugar e, em 2011,disputa repetir o feito, graçasaos resultados positivosalcançados dos primeiros onzemeses. O IBGE divulga oresultado acumulado do ano emfevereiro, mas, independente deestar ou não em primeiro naexpansão, Goiás podecomemorar e se orgulhar dorápido amadurecimento etransformação de sua indústria,que avança com ou sem crise,com ou sem crédito –desempenho único e que temsurpreendido o País.

Presente – Neste balanço doano industrial goiano, fica nossaavaliação de que passamos poruma transição natural dentro efora das fábricas. Apesar dosmalefícios, das dificuldades de

mão de obra qualificada e a clararedução de competitividade dealguns setores – por questõestributárias e/ou de distorções napolítica de comércio exteriorbrasileira, vivenciamos umincremento de indústrias e orespectivo fortalecimento denovos segmentos produtivos.

É um novo salto industrialgoiano que chega em ummomento de maturidade. Ossetores públicos e privadosprecisam fazer a correta leitura eaproveitar para maximinizar osganhos advindos desta novaonda industrial.

Este novo momento, comincremento pujante na área demedicamentos, cosméticos eautomotivo, nos colocará commenor exposição àssazonalidades, o que reduzirá –e já vem ocorrendo – asoscilações dos indicadores dosetor para baixo no momento deentressafras, ao mesmo tempoque os colocará muito para cimanos períodos de safra – quandoo agronegócio, por si só, já nosgarante o alto desempenho deuma indústria consolidada comum produto inigualável.Teremos a possibilidade deobter ganhos de expansãodurante todo o ano.

Passado – O melhor paraGoiás é que os novos ciclos quevão se abrindo, não fechamoutros, expandem. No caso danossa indústria, o avanço é

agregativo. Mas, precisamos terem mente que a construção estáno início. A ADIAL participaativamente desta obra, darecente evolução da indústriagoiana. Por isso, neste ano, apartir da edição de março daPró‑Industrial, a 28ª,dedicaremos uma nova coluna,a HISTÓRIA ADIAL, arelembrar dos importantesmomentos do setor desde 1995,ano de fundação da entidade,relatados por industriais ecolaboradores da AssociaçãoPró‑Desenvolvimento Industrialde Goiás.

Futuro – E, pensando emfuturo, os atuais ajustes negociaise tributários por quais passam anossa indústria, determinarãodecisivamente nossa próximadécada. Somos insistentes nosdetalhes hoje colocados emnegociação entre setorespúblicos, privados e sociedade,pois temos a convicção quequalquer erro ou desvio deestratégica, neste momento,determinará ampla vantagem oudesvantagem no futurocrescimento e desenvolvimentodo Estado.

O momento ainda é deconstrução e manter asconquistas de base é fundamentalpara um futuro exitoso do nossosetor produtivo. Feliz 2012 atodos.

ESPECIAL OPINIÃO

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