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Princípios Específicos do Direito coletivo do Trabalho 1. Princípio do Pluralismo Jurídico: o processo de produção de normas jurídicas não é monopólio do Estado. Há entidades autorizadas pelo Estado a produzir normas. As convenções coletivas atingem os trabalhadores já contratados e os que vierem a ser contratados durante sua vigência para aquela determinada categoria. Vale para os trabalhadores e para os empregadores. Sem o reconhecimento do pluralismo jurídico não é sequer possível falar em Direito Coletivo do Trabalho.

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Page 1: Princípios Específicos do Direito coletivo do Trabalho 1. Princípio do Pluralismo Jurídico: o processo de produção de normas jurídicas não é monopólio

Princípios Específicos do Direito coletivo do Trabalho

1. Princípio do Pluralismo Jurídico: o processo de produção de normas jurídicas não é monopólio do Estado. Há entidades autorizadas pelo Estado a produzir normas. As convenções coletivas atingem os trabalhadores já contratados e os que vierem a ser contratados durante sua vigência para aquela determinada categoria. Vale para os trabalhadores e para os empregadores. Sem o reconhecimento do pluralismo jurídico não é sequer possível falar em Direito Coletivo do Trabalho.

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2. Princípio da Autonomia Privada Coletiva.

(...) É reconhecida a autonomia de vontade titularizada para os grupos de trabalhadores e de empregadores. A autonomia privada coletiva corporifica e complementa o princípio do pluralismo jurídico.

Princípio da Liberdade Sindical: é genérico, compreende uma série de valores abstratos. É princípio que deve ser observado em toda tarefa interpretativa do Direito Coletivo do Trabalho.

Neto Carlos Frederico Zimmermann, Curso & Concurso, DIIREITO DO TRABALHO, N 29 ED. SARAIVA, PAG.116/117

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Há liberdade sindical no ordenamento jurídico nacional; é a liberdade sindical coletiva, a livre associação, porém com unicidade sindical (art. 8°, caput da CF/88). Da liberdade sindical individual, a liberdade de trabalhar (art. 5º da CF/88) e a liberdade de filiação (art. 8°, V da CF/88). Como exemplo de autonomia sindical, a liberdade de organização (art. 8°, II da CF/88), de administração (art. 8°, I e IV da CF) e de atuação (art. 8°, III da CF/88) dos sindicatos.

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Liberdade Sindical.Liberdade Sindical. A Conv. 87, da OIT, principal documento A Conv. 87, da OIT, principal documento

internacional que estabelece os fundamentos da internacional que estabelece os fundamentos da liberdade sindical, ratificada por mais de 100 liberdade sindical, ratificada por mais de 100 países, permite a livre escolha, pelos países, permite a livre escolha, pelos interessados, do sistema que julgarem melhor , interessados, do sistema que julgarem melhor , ensejando a pluralidade sindical, permitida na ensejando a pluralidade sindical, permitida na França, na Itália de hoje, na Espanha etc.França, na Itália de hoje, na Espanha etc.

Liberdade sindical implica um modelo Liberdade sindical implica um modelo contrastante ao modelo corporativista. O modelo contrastante ao modelo corporativista. O modelo de liberdade sindical inspira-se nos preceitos da de liberdade sindical inspira-se nos preceitos da OIT. As convenções são de observância OIT. As convenções são de observância obrigatória para os países filiados à OIT obrigatória para os países filiados à OIT

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Liberdade Sindical – Dois aspectos:Liberdade Sindical – Dois aspectos: a) a) Liberdade NegativaLiberdade Negativa: direito individual de cada trabalhador, : direito individual de cada trabalhador,

empregador ou profissional liberal de abster-se de vínculo empregador ou profissional liberal de abster-se de vínculo associativo com o sindicato.associativo com o sindicato.

b) b) Liberdade PositivaLiberdade Positiva: é a constituição de sindicatos sem a : é a constituição de sindicatos sem a intervenção do Estado e sem a intervenção da contra-parte intervenção do Estado e sem a intervenção da contra-parte (patronal ou de empregados). Porém, o Estado pode estabelecer (patronal ou de empregados). Porém, o Estado pode estabelecer regras de constituição de sindicatos, sem ferir o princípio da regras de constituição de sindicatos, sem ferir o princípio da liberdade sindical. São exigências que não devem obstruir a liberdade sindical. São exigências que não devem obstruir a formação, ou mitigá-la.formação, ou mitigá-la.

A liberdade positiva também significa atuação livre destes A liberdade positiva também significa atuação livre destes sindicatos, produção de convenções e acordos. Também significa sindicatos, produção de convenções e acordos. Também significa liberdade de filiação dos sindicatos a associações nacionais e liberdade de filiação dos sindicatos a associações nacionais e internacionais. Ainda, exercício de atos de conflito coletivo, dentre internacionais. Ainda, exercício de atos de conflito coletivo, dentre os quais, o mais importante é o os quais, o mais importante é o direito de greve. direito de greve. Mais: direito de Mais: direito de postular, administrativamente e judicialmente, a observância dos postular, administrativamente e judicialmente, a observância dos direitos dos seus associados.direitos dos seus associados.

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Constituição Federal de 1988 – Constituição Constituição Federal de 1988 – Constituição CidadãCidadã

AUTONOMIA?AUTONOMIA?Art. 7º, CF - Direitos dos trabalhadores urbanos e rurais (normas infraconstitucionais passam a ser normas constitucionais)Art. 8º ,CF - que trata da Organização Sindical resultou de um acordo exótico entre parlamentares de centro e algumas lideranças sindicais de trabalhadores e empresários. Consagrou a plena autonomia sindical, e ao mesmo tempo, estabeleceu o monopólio de representação por categoria, que afronta o princípio da liberdade sindical. Manteve a contribuição sindical e conferiu um poder tributário atípico aos Sindicatos.

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Legislação Sindical e a Legislação Sindical e a Constituição Federal de 1988:Constituição Federal de 1988:

A CF Federal de 1988 elevou ao nível constitucional institutos do Direito do Trabalho previstos em normas infra constitucionais, dificultando a negociação coletiva de trabalho tão incentivada pelo art. 8º da mesma Carta Magna.

A nova Constituição Brasileira dispõe que : “ É livre a associação profissional ou sindical (art. 8º, caput), observado o seguinte:” (grifo nosso)

O que segue nos incisos II e IV é uma afronta ao princípio universalizado da liberdade sindical, visto que impõe a unicidade sindical e contribuição sindical obrigatória em favor do sistema confederativo. (grifo nosso)

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A LIBERDADE SINDICAL SOB A A LIBERDADE SINDICAL SOB A ÓTICA DO ÓTICA DO SUPREMO TRIBUNAL SUPREMO TRIBUNAL

FEDERALFEDERALAI-AgR 524983 / RJ - RIO DE JANEIRO AG.REG.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Relator(a):  Min. CARLOS VELLOSO Julgamento: 23/08/2005 Órgão Julgador: Segunda Turma

Publicação DJ 23-09-2005 PP-00030 EMENT VOL-02206-12 PP-02346 DECTRAB v. 12, n. 135, 2005, p. 234.  EMENTA: CONSTITUCIONAL. SINDICATO: CRIAÇÃO. C.F., art. 8º, I e II: LIBERDADE e UNCIDADE SINDICAL. I. - A C.F., art. 8º, I e II, estabelece que é livre a associação profissional ou sindical, condicionando essa liberdade apenas a duas restrições: primeira, a obrigatoriedade do registro no órgão competente; segunda, que haverá apenas uma organização representativa de categoria profissional ou econômica na mesma base territorial, que não poderá ser inferior à área de um Município, e que a base territorial será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados. (grifo nosso)

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A liberdade sindical - é um A liberdade sindical - é um direito de conquistadireito de conquista

- dificuldade de definir liberdade sindical, porque o seu conceito é proteiforme, comporta várias dimensões;

- pode ser definido segundo as perspectivas, finalidades ou métodos que se considerem; a liberdade sindical será mais ou menos ampla, de acordo com os princípios e valores éticos – políticos - sociais de cada país, bem assim, as condições sócio – político - econômicos.

- liberdade sindical é sempre entendida como um direito humano fundamental de liberdade de associação, de organização, de administração, de exercício das funções e, de filiação e de desfiliação - nesse sentido ver NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Direito sindical, São Paulo: Saraiva, 1991, pp. 113 e ss.

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A LIBERDADE SINDICAL ADOTADA A LIBERDADE SINDICAL ADOTADA PELO LEGISLADOR PÁTRIOPELO LEGISLADOR PÁTRIO

- reconhecimento das convenções e acordo coletivos de trabalho (art. 7º, XXVI), recepcionou o art. 611, da CLT, que empresta caráter normativo e erga omnes, aos instrumento normativos firmados por entidades representativas de categoria profissional e econômica;

- cabe ao M. do Trabalho, fiscalizar e exigir, bem como à Justiça do Trabalho sentenciar, no sentido do cumprimento da norma coletiva correta atinente à categoria conforme definido em lei;

-

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A LIBERDADE SINDICAL ADOTADA A LIBERDADE SINDICAL ADOTADA PELO LEGISLADOR PÁTRIOPELO LEGISLADOR PÁTRIO

- - arts 534 e 535, CLT – diretriz - as organizações sindicais deverão se organizar numa estrutura vertical, piramidal, dispostas em grau hierárquico, composta de três níveis, a saber: sindicatos, federações e confederações, sempre por categoria;

- a legislação estabelece condições numéricas, profissionais e territoriais para a constituição de federações e confederações, exige, no mínimo cinco sindicatos para formar uma federação e, no mínimo três federações para formar uma Confederação.

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Direito Sindical é o ramo do Direito do Trabalho que tem por objeto o estudo das normas e das relações jurídicas que dão forma ao modelo sindical. (fls 118)

O modelo sindical brasileiro segue a tradição corporativista latino-americana de ampliação da proteção ao foro sindical. Esse modelo tem tradição tutelar e unilateral, ou seja, regulamenta através de lei a proteção da pessoa do dirigente sindical ou do trabalhador. De fato, é o que se percebe da leitura dos artigos 5º, inc. XVII e XVIII, e 8º da CF/88 e do art. 543, §3º da CLT, por exemplo.

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Aspectos favoráveis á expressão Direito Sindicais As relações coletivas – quase que inteiramente –

tem a participação dos sindicatos, especialmente no Brasil, onde a negociação coletiva só te validade, como regra geral, com a participação (obrigatória) do sindicato de empregados.

O Direito Sindical justifica-se também pela CLT, que adotou nos seus artigos 511 a 610 da “Organização Sindical”.

Devido o modelo sindical adotado pelo Brasil, tem-se a percepção de que o direito sindical seja uma subdivisão do Direito Coletivo do Trabalho.

Neto Carlos Frederico Zimmermann, Curso & Concurso, DIIREITO DO TRABALHO, N 29 ED. SARAIVA, PAG.118

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Russomano afirma que o sindicato é pessoa jurídica de direito privado que exerce atribuições de interesse público.

Sindicato é pessoa jurídica de direito privado, em face de garantia de ausência de interferência estatal nas suas atividades e na sua administração (CF, art8, II).

A maioria dos autores aceita, atualmente, que a natureza jurídica dos sindicatos é de direito privado, coletivo e livre. Os sindicatos são constitucionalmente reconhecidos e gozam de plenos direitos democráticos.

Neto Carlos Frederico Zimmermann, Curso & Concurso, DIIREITO DO TRABALHO, N 29 ED. SARAIVA, PAG.118

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BASE NORMATIVAFLS 118

Art 8 a 11 da CF/88 Art 114, II e II, §§ 2 e 3 da CF/88,

introduzidos pela EC 45/2004 Art 10, II, a e §2 dos ADCT da CF

Art 511 a 625 da CLT Leis e portarias esparsas

Princípios Constitucionais aplicáveis a CLT Jurisprudencias dos Tribunais

Neto Carlos Frederico Zimmermann, Curso & Concurso, DIIREITO DO TRABALHO, N 29 ED. SARAIVA, PAG.118

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SUJEITOS DAS RELAÇÕES COLETIVAS DE TRABALHO SUJEITOS COLETIVOS DE

TRABALHADORES Sindicatos de trabalhadores Federações de sindicatos Confederações Centrais Sindicais Delegados sindicais Comissões de

representantes de trabalhadores nas empresas, se existir

Representantes eleitos pelos trabalhadores no âmbito interno do empregador

SUJEITOS COLETIVOS DE EMPREGADORES

Empresas, sem intermediação sindical patronal;

Sindicatos de empregadores

Federações de sindicatos

Confederações Centrais

sindicais

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Diferenças:Diferenças: 1. A partir da CF 88, o sindicato é constituído 1. A partir da CF 88, o sindicato é constituído

diretamente e registrado no Arquivo da Entidades diretamente e registrado no Arquivo da Entidades Sindicais.Sindicais.

2. 2. AntesAntes, havia uma configuração piramidal de , havia uma configuração piramidal de representação - sindicatos de 1.º grau, federações e representação - sindicatos de 1.º grau, federações e confederações (2.º grau). No segundo grau, confederações (2.º grau). No segundo grau, praticamente não houve alteração com a CF 88, mas, no praticamente não houve alteração com a CF 88, mas, no primeiro grau, ocorreram muitas mudanças. (obs.: as primeiro grau, ocorreram muitas mudanças. (obs.: as Centrais Sindicais não têm competência para promover Centrais Sindicais não têm competência para promover ADIN. Somente as confederações têm essa ADIN. Somente as confederações têm essa competência. As pilastras do antigo sistema foram competência. As pilastras do antigo sistema foram retiradas, mas a engenharia institucional continua retiradas, mas a engenharia institucional continua funcionandofuncionando).).

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Unidade SindicalUnidade Sindical: exigência legal de que haja : exigência legal de que haja um só candidato por categoria econômica na um só candidato por categoria econômica na base territorial. É freqüente, porém, que um base territorial. É freqüente, porém, que um sindicato de base seja representativo de mais sindicato de base seja representativo de mais de uma categoria. A partir da CF 88, a unicidade de uma categoria. A partir da CF 88, a unicidade persistiu, mas todas as instituições destinadas a persistiu, mas todas as instituições destinadas a desenvolver previamente uma categoria NÃO desenvolver previamente uma categoria NÃO foram recepcionadas pela magna carta. O art 8. foram recepcionadas pela magna carta. O art 8. diz que os magistrados, na prática, casuística, é diz que os magistrados, na prática, casuística, é que definirão as categorias segundo que definirão as categorias segundo determinados critérios. Um deles é a atividade determinados critérios. Um deles é a atividade predominante na empresa em questão (o art 8 predominante na empresa em questão (o art 8 afirma que os trabalhadores ou empregadores é afirma que os trabalhadores ou empregadores é que devem definir as categorias).que devem definir as categorias).

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Relações individuais e coletivas de trabalho: individuais são as que se constituem no âmbito do contrato individual de trabalho, tendo como sujeitos o empregado e o empregador, singularmente considerados e como objeto interesses individuais de ambos no desenvolvimento do vínculo do trabalho do qual são sujeitos; a razão de ser das relações coletivas está na necessidade de união dos trabalhadores para que possam se defender, em conjunto, suas reivindicações perante o poder econômico, defende os interesses comuns.

Sujeitos das relações coletivas: o sujeito é o grupo, constituído de pessoas abstratamente consideradas; será uma categoria profissional se constituída de trabalhadores e categoria econômica se de empregadores.

Coalizão: é a união não contínua; não é permanente; constitui-se e se desfaz; surgiu para um evento, um acontecimento.

Poder normativo dos grupos: é o poder de criar normas e condições de trabalho que serão obrigatórias em todo o grupo; trata-se de um procedimento de auto-elaboração normativa; revela a importância da relações coletivas de trabalho, desempenhando um papel instrumental, contratual, coletivo do grupo, vinculando os sujeitos coletivos pactuantes.

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Organização Sindical

Modelo sindical brasileiro: com a CF/88, mostra-se com aspectos de autonomia, na medida em que compete aos trabalhadores ou empregadores definir as respectivas bases territoriais; é vedado ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical, não podendo a lei exigir prévia autorização do Estado para a fundação de sindicatos.

Categoria profissional: é o conjunto de empregados que, em razão do exercício de uma dada atividade laboral, possuem interesses jurídicos e econômicos próprios e coincidentes.

Categoria profissional diferenciada: é aquela formada por empregados que exercem funções ou têm profissões regulamentadas por estatuto profissional próprio, ou têm condições de vida similares, devidas ao trabalho ou à profissão em comum, em situação de emprego na mesma atividade econômica ou em atividades econômicas similares ou conexas, que os distinga, social ou profissionalmente, dos demais trabalhadores.

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Dissociação de categorias: não poderá haver na mesma base territorial, mais de um sindicato da mesma categoria; é o princípio do sindicato único; a unidade de representação é imposta por lei; o sistema do sindicato único é flexibilizado pela lei, através da dissociação ou desdobramento de categorias ecléticas, ou pela descentralização de bases territoriais.

Entidades de grau superior: há federações e confederações (CLT, arts. 533 a 536); as primeiras situam-se como órgãos também por categorias, superpondo-se aos sindicatos; as confederações posicionam-se acima das federações e em nível nacional.

Membros da categoria e sócios do sindicato: a CLT (art. 544) dispõe que é livre a sindicalização, com o que há diferença entre ser membro de uma categoria, situação automática que resulta do simples exercício de um emprego, e ser sócio do sindicato único da categoria, situação que resulta de ato de vontade do trabalhador.

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Classificação - há variedade de classificação, dependendo da formação ideológica (política e religiosa). Alguns sistemas apresentam classificação observando o ramo de atividade (indústria, comércio etc). Contudo: a) sindicatos horizontais- são organizados com base numa profissão ou ofício, sem discriminações quanto aos ramos de atividade a que pertençam. Portanto, numa empresa os trabalhadores pertenceriam a vários sindicatos, tantos quantos fossem os tipos de profissões nela encontrados. Ex.: sindicato dos desenhistas, dos ferramenteiros, dos motoristas, das telefonistas etc.. Esse critério é encontrado com maior frequência na França.

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B) sindicatos verticais –modalidade de grupamento que atende a um ramo da empresa ou setor de produção, sem,, contudo, discriminar os diferentes profissionais neles existentes ou ofício que exercem. Às vezes coexistem formas horizontais e verticais, especialmente onde há liberdade de organização. Este sistema toma-se por base a empresa, tutelando todos os trabalhadores que nela exerçam sua atividade, independentemente de qualificação profissional (bancários, metalúrgicos etc.).

No Brasil, os sindicatos horizontais são aqueles das categorias profissionais diferenciadas, enquanto os demais são verticais.

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SINDICATO1.1. – Conceito: a CLT não define – art.

511. Sindicato é a associação de

pessoas físicas ou jurídicas que possuem atividades

profissionais ou econômicas, objetivando defender interesses coletivos e

individuais de seus integrantes ou da categoria.

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 Sindicato é a associação de

membros de uma profissão, ou de empregadores, destinados a

defender seus interesses econômicos e laborais comuns, e

assegurar a representação e a defesa dos associados em juízo; sua característica principal é ser uma organização de um grupo existente na sociedade; são

considerados pessoas jurídicas de direito privado.

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ORDENS PROFISSIONAIS

ASSOCIAÇÃO COOPERATIVA

têm por objetivo a fiscalização da profissão e são pessoas jurídicas de direito público, na modalidade de autarquia (ex.: OAB). O sindicato não disciplina a classe mas defende-a; no sindicato a filiação é facultativa, no órgão de classe é obrigatória para exercer a profissão.

representa os

associados, enquanto o sindicato

representa os

associados e a categoria.

O sindicato ainda difere de cooperativa, já que estas visam à prestação de serviços a seus associados – distribuição da produção por exemplo. O sindicato objetiva a defesa dos interesses coletivos e individuais da categoria, em juízo ou fora dele.

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Nosso sistema é o do sindicato único – da unicidade sindical. Contudo, nosso sistema não impede a formação do sindicato por categoria diferenciada (parágrafo 3° do art. 511, da CLT), autônomos e profissionais liberais e do sindicato rural (parág. 4°, art. 535, da CLT.

UNICIDADE E PLURALIDADE – há sistemas jurídicos nos quais em uma mesma base territorial a lei permite apenas um sindicato representativo do mesmo grupo, enquanto em outros é facultada a constituição, no mesmo grupo, de mais de um sindicato. O primeiro denomina-se “unicidade sindical” ou sistema do “sindicato único”, como ocorre no Brasil, e o segundo, “pluralidade” ou pluralismo sindical”, como é na França.

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Argumentos contra o sindicato único: restrição à livre constituição de sindicatos pelos interessados; falta de opção do grupo que estiver em desacordo com as diretrizes do sindicato existente; a representação canalizada em única via pode não representar o anseio da maioria etc.

Argumentos a favor do sindicato único: promove melhor a unidade do grupo, sua solidez e a união indispensável para que suas reivindicações tenham eco; favorece a negociação coletiva.

Amauri Mascaro Nascimento (SP, Saraiva, 2005 pag. 1022), fala: “Mais democrático é o sistema da unidade sindical, que significa a união dos trabalhadores não como decorrência da imposição da lei, mas como resultado da sua livre opção, como na República Federal da Alemanha e em outros países.

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Sérgio Pinto Martins (SP, Atlas, 2004, pag. 719), ensina: “A unidade sindical é o sistema em que os próprios interessados se unem para a formação de sindicatos. De uno decorre a unidade. ... É o que ocorre na Inglaterra e Suécia” . Continua esse autor: “Decorre a unicidade sindical da lei e não da vontade das pessoas na formação do sindicato. De único, ´provém unicidade.” .

Modernamente, os sindicatos não podem mais ser órgãos técnicos e consultivo de colaboração com o Estado (art. 513, “d”, da CLT), pois não exercem mais a função delegada de Poder Público.

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O Sindicato é entidade privada, que tem por objetivo defender os interesses de seus sócios ou da categoria

Inobstante a unicidade, em 2001, segundo censo do IBGE, o Brasil tinha 11.354 sindicatos de trabalhadores e 4.607 de empregadores (pluralidade de fato).

A CF/88 conservou a unicidade ou o monismo sindical (v.: art. 516/CLT), impondo o princípio do sindicato único, não acompanhando a evolução do sindicalismo dos países democráticos.

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As Associações profissionais só poderiam ser constituídas para os fins e na forma do artigo 511 da CLT, e registradas de acordo com o art 588 poderão ser reconhecidas como sindicatos e investidas nas prerrogativas definidas em Lei.

O Art 512 da CLT faz referencia ao art 588 da CLT, que trata do registro da associação sindical. A Associação era o embrião do sindicato. Somente a associação devidamente registrada e reconhecida pelo Ministério do Trabalho é que posteriormente era transformada em sindicato. Atualmente é livre a associação profissional ou sindical (art 8 da CF). No entanto a CF estabelece a unicidade no ins II do art 8 da CF e veda a interferência do Ministério do Trabalho no Sindicato( Art 8 , I da CF)

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CRIAÇÃO E REGISTRO DE SINDICATO O inciso I, do art. 8°, CF, diz que a

lei não poderá exigir autorização do Estado para fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, revogando, pois, o art. 520, da CLT (reconhecimento de sindicato pelo M. Trabalho). O registro referido, inicialmente, suscitou dúvidas. Para uns seria o Cartório de Registro de Títulos e documentos (v. art. 45, do C.C.) a fim de registrar os estatutos.

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CRIAÇÃO E REGISTRO DE SINDICATO Para outros não, pois a Lei dos Reg.

Públicos (Lei n. 6.015/73) não prevê esse tipo de registro e o Cartório não teria condição de controlar a unicidade. Portanto, o sindicato continuou sendo registrado no Ministério do Trabalho, apenas para fins cadastrais e para verificação da unicidade não como autorização e reconhecimento (Súmula 677 do STF) . O pedido de registro sindical, dirigido ao Ministro do Estado do Trabalho e Emprego, está hoje regulado pela Portaria n. 343, de 4.5.2000.

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Assim sendo, o sindicato registra seus estatutos no Cart. de Reg. de Títulos e Documentos para adquirir personalidade jurídica e dar publicidade ao ato e o registro junto ao M. do Trabalho para adquirir personalidade jurídica de entidade sindical, sobretudo para verificação da base territorial.

Os sindicatos podem ser criados: a) por formação simples: quando não existe

nenhum sindicato na base territorial; b) por desmembramento: quando um

sindicato é dividido em mais de um; c) por dissolução: quando deixa de existir

parte do ramo ou profissão (regula-se pelo determinado em cada estatuto) .

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SISTEMA CONFEDERATIVO SISTEMA CONFEDERATIVO BILATERALBILATERAL DE ORGANIZAÇÃO DE ORGANIZAÇÃO

SINDICALSINDICAL1 - Sindicatos Profissionais e Econômicos –

arts. 511 a 528 da CLT.

2 – Federações Profissionais e Econômicas – arts. 533 e 534 da CLT.

3 – Confederações Profissionais e Econômicas - arts. 533, 535 e 538 da CLT.

Além de Confederativo, o nosso sistema é bilateral, pois os trabalhadores são agrupados de um lado em seus sindicatos profissionais e os empregadores, de outro lado, em seus sindicatos econômicos. Não há no Brasil sindicatos mistos.

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CATEGORIA – Amauri Mascaro Nascimento, tratando o tema como “base sociológica do grupo”, ensina que o sindicato é órgão de representação de um grupo social constituído de trabalhadores ou de empregadores. Explica que a base sociológica pode ser: a) por profissão (pensamento de Evaristo Moraes Filho), que é encontrada na vida social e que une os indivíduos por meio de um vínculo de solidariedade.

Os sindicatos por profissão reúnem todos os que militam numa determinada atividade profissional, independentemente da empresa em que trabalhem. No Brasil são conhecidos como sindicatos de categorias diferenciadas – representado pessoas que exercem a mesma profissão independentemente do setor de atividade em que o façam.

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B) Por empresa – o sindicato representa todos os que laboram numa empresa, independentemente da profissão que nela exerçam. Existe, por ex. nos Estados Unidos. Não existe no Brasil, onde a organização sindical é por categoria profissional, geral ou diferenciada, ou por categoria econômica ou patronal, sendo o município a base mínima da representação que os sindicatos exercerão.

C) por categoria profissional e econômica – categoria é o conjunto de pessoas de qualquer profissão e de qualquer empresa que exercem o seu trabalho num setor da economia, determinado pela atividade preponderante da empresa em questão.

Ex.: todos os empregados das empresas hoteleiras, independentemente da sua profissão, reúnem-se numa categoria, que é representada por um sindicato. Não é sindicato de empresa e nem por profissão. Ultrapassa o limite de uma empresa, servindo esta apenas como indicativo da atividade preponderante.

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Portanto, no Brasil, como regra, o sindicalismo é por categorias econômicas e profissionais e, como exceção, são admitidos sindicatos profissionais.

Até 1988, os sindicatos constituíram-se por categorias econômicas ou profissionais específicas, na conformidade da discriminação do quadro de atividades e profissões ou segundo suas subdivisões, mediante proposta da Comissão de enquadramento sindical e decisão do Ministro do Trabalho e emprego. Mas, por força do art. 8°, I, da CF, tal enquadramento sindical, apesar de mantido, sofre grandes modificações decorrentes da dinâmica da liberdade sindical.

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Segundo ensina Sérgio P. Martins, categoria é o conjunto de pessoas que têm interesses profissionais ou econômicos em comum, decorrentes de identidade de condições ligadas ao trabalho. Envolve, portanto, organização do grupo profissional ou econômico.

O sindicato não é a categoria. Representa a categoria.

Nossa legislação determina que a organização sindical é feita sob o sistema de categorias (incisos II, III e IV, art. 8°, CF; arts. 511 e 570, da CLT). Logo também continua admitindo a categoria diferenciada

Nossa lei, ao tratar de categorias, usa as expressões categoria econômica e categoria profissional.

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A) categoria econômica ocorre quando há solidariedade de interesses econômicos dos que empreendem atividades idênticas, similares ou conexas, constituindo vínculo social básico entre essas pessoas (parágrafo 1°, art. 511, CLT). É conhecida também como categoria dos empregadores.

OBS: Similares= são atividades que assemelham. Ramos que se parecem. Ex.: hotéis, bares, restaurantes etc. Há certa analogia entre essas atividades.

Conexas= atividades que, não sendo semelhantes, complementam-se. Ex.: Construção civil – alvenaria, hidráulica, esquadrias, pintura, elétrica etc. Existem fatores que concorrem para um mesmo fim como construção de um prédio, uma casa. Observa-se os fatos da vida real, buscando mesma finalidade.

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B) Categoria profissional – ocorre quando existe similitude de vida oriunda da profissão ou trabalho em comum, em situação de emprego na mesma atividade econômica ou em atividade econômicas similares ou conexas (parág. 2°, art. 511, CLT). Também chamada de categoria de empregados ou de trabalhadores. É pois o conjunto de trabalhadores que têm, permanentemente, identidade de interesses em relação a sua atividade laboral. Os limites de identidade, similaridade ou conexidade fixam as dimensões dentro das quais a categoria econômica ou profissional é homogênea e a associação é natural.

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4.2 – Categoria diferenciada – Está definida no parágrafo 3°, do art. 511, da CLT. Conforme ensina Amauri Mascaro Nascimento, o que ocorre é a formação de um sindicato por profissão, que evidentemente só poderá ser de empregados.

É formada pelos que exerçam profissões ou funções diferenciadas por força do estatuto profissional especial ou em conseqüência de condições de vida singulares.

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Seguindo o “quadro anexo” mencionado no art. 577, da CLT, há exemplos: condutores de veículos rodoviários (motoristas); cabineiros de elevadores (ascensoristas); secretarias etc. OBS: tal quadro vem sendo alterado, ante a liberdade de fundação de sindicato pelos interessados.

A legislação reconhece o sindicato dos profissionais liberais, que pela própria denominação não são empregados. Quando estiverem vinculados a uma empresa por contrato de trabalho, perdem a condição de profissionais liberais, passando a ser representados pelo sindicato da categoria preponderante da empresa.

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Sérgio P. Martins afirma que os médicos, engenheiros, contadores etc. poderiam formar categoria diferenciadas, pois estão disciplinados por estatuto profissional próprio e também exercem, em determinados casos, condições de vida singulares; porém, com o atual enquadramento sindical, não são, ainda, considerados categoria diferenciada.

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Enquadramento sindical – foi previsto nos arts. 570 a 577 da CLT. Contudo, o M. do Trabalho não poderá intervir ou interferir na atividade sindical, ficando, pois, revogados os dispositivos consolidados que tratavam de enquadramento e da comissão de enquadramento sindical (CES). Tendo em vista que foi mantido o sistema confederativo e a organização sindical por categorias, muitos entendem que o quadro anexo ao art. 577 da CLT foi recepcionado pela CF/88, porém sofrendo modificações e sem observância obrigatória. Arnaldo Sussekind fala que o quadro de atividades e profissões só serve como modelo, sem força compulsória.

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Atividade preponderante – não tendo a empresa uma única atividade, mas várias, o empregado será enquadrado de acordo com a atividade preponderante. Ex.: o pedreiro que trabalha numa escola não pertence à categoria da construção civil, mas à dos estabelecimentos de ensino (V. art. 581, parág. 2°, CLT). Muitos criticam o sindicato por categoria, que impede a liberdade sindical (Conv. 87/OIT), afastando o sindicato por empresa.

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Dentro da base territorial do sindicato, este poderá instituir delegacias ou seções para melhor proteção dos associados e da categoria profissional ou econômica ou profissional liberal representada (parág. 2°, art. 517/CLT). Os delegados sindicais serão designados pela diretoria entre associados radicados no território da correspondente delegacia.